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CARLA SILVA E SILVA
COMO OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE MUNICIPAL DA CIDADE DE SAPUCAIA DO SUL ELABORAM OS
CONTEÚDOS A SEREM APLICADOS AOS SEUS ALUNOS DE 5º A 8º SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL.
CANOAS, 2007.
CARLA SILVA E SILVA
COMO OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE MUNICIPAL DA CIDADE DE SAPUCAIA DO SUL ELABORAM OS
CONTEÚDOS A SEREM APLICADOS AOS SEUS ALUNOS DE 5º A 8º SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Trabalho de conclusão do curso de Educação Física, do UNILASALLE-Centro Universitário La Salle, como exigência parcial para a obtenção de grau de Licenciada em Educação Física, sob orientação Prof. Me. Rudnei Andrade.
CANOAS, 2007.
TERMO DE APROVAÇAO
CARLA SILVA E SILVA
COMO OS PROFESSORES DE EDUCAÇAO FISICA DA REDE MUNICIPAL DA CIDADE DE SAPUCAIA DO SUL ELABORAM
CONTEUDOS A SEREM APLICADOS AOS SEUS ALUNOS DE 5º A 8º SERIE DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de licenciada em Educação Física, do Centro Universitário La Salle - UNILASALLE, pelo seguinte avaliador:
Prof. Me. Rudnei AndradeUNILASALLE
Canoas, 29 de junho de 2007.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pela força e acolhimento divino durante todo o desenvolvimento deste trabalho, bem como durante toda minha caminhada.
Agradeço aos meus pais, que me incentivaram e me forma exemplos de vida.
Agradeço ao meu filho, Matheus, parte de mim, e minha maior conquista.
Meu agradecimento especial ao meu marido, Márcio Penna, que sempre compreendeu minha ausência, e mesmo na distância foi-me referência e incentivo.
A minha amiga, Fernanda, que foi incansável e me soube apoiar nos momentos difíceis.
Aos meus amigos, às pessoas que acreditaram em mim, e que de alguma forma foram-me alicerces durante está construção.
Agradeço, ao meu Orientador, Rudnei Andrade, que foi meu mestre e espécie de Livro Vivo para o entendimento e desenvolvimento da pesquisa que segue.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo verificar de que maneira os professores das escolas municipais de Sapucaia do Sul elaboram e planejam seus conteúdos a serem aprendidos pelos seus alunos de 5º a 8º serie do ensino fundamental. O estudo foi realizado em quatro escolas da rede municipal. Para realização da pesquisa, utilizou-se uma entrevista semi-estruturada e observação das aulas praticas, caracterizando assim o seguinte trabalho como uma pesquisa qualitativa.Como critério de avaliação da pesquisa foram utilizadas as unidades de significado, e a partir destas unidades foram elaboradas cinco categorias para discussão dos resultados, classificadas como: formação de professores, atualização profissional, conteúdo e planejamento, papel do profissional de Educação Física na escola, avaliação e diagnostico.Conforme os resultados, conclui-se que os professores utilizam diversos instrumentos para elaboração de suas aulas, como a Internet, livros, revistas, seminários e outros.E que dos quatro professores entrevistados, apenas um deles planeja e estrutura sua pratica pedagógica de forma a ter coerência entre teoria e pratica.Tornado assim preocupante o aprendizado dos alunos e o desenvolvimento de suas praticas futuras.Palavras-chave: Educação Física Escolar, Planejamento, Ensino Fundamental, Conteúdos.
ABSTRACT
This study´´s objective is to verify the manner in which the teachers at the municipal school of Sapucaia do Sul plan to elabore on the way they teach their curriculum to 5 th, 6th, 7th and 8th grade students.The study would look at four minicipal schools.In order to examine this, we uscat a semi-structured interviem, observed the students work like a quality exam. Inorde to evaluate the examinatian, we utilized significant units separated by five categories encountefed as so:formation of teachers, professional updating, content and planning, professional of physical education in school, assegsment and diagnostic.Correspondent to results we concluded that the teachers utilize various thethad to teach their lessons, they use internet, books, magazines, seminars, etc.Of the four interviews taken only one planned pedagogy pratice in a manner in compliance with boowork and pratice.Thus we did this out of corcem for the students education and the deveapmert of your future classes.key words:Physical education in school, Planning, Elementary education,Contents.
SUMARIO
1 Introdução.................................................................................................................................... 7
2 Metodologia................................................................................................................................. 8
2.1 Justificativa............................................................................................................................... 9
2.2 Tema......................................................................................................................................... 9
2.3 Problema de Pesquisa............................................................................................................... 9
2.4 Objetivo.................................................................................................................................... 9
3 Revisão de Literatura................................................................................................................. 11
4 Discussão dos Resultados.......................................................................................................... 23
5 Considerações Finais................................................................................................................. 32
5.1 Direções Futuras..................................................................................................................... 33
Referencias Bibliográficas............................................................................................................ 34
Apêndice A.................................................................................................................................. 36
Apêndice B....................................................................................................................................37
Apêndice C....................................................................................................................................38
1 INTRODUÇÃO
Partindo da preocupação com o planejamento de aulas da disciplina de
Educação Física, procuro neste trabalho de pesquisa, avaliar métodos utilizados nas Escolas
Municipais da cidade de Sapucaia do Sul.
Tendo ciência que as aulas de Educação Física proporcionam
atividades diferenciadas a rotina escolar, proponho uma discussão de planejamento
interdisciplinar e direcionado a praticas que enfatizem a construção do desenvolvimento
cognitivo, motor e de conteúdos programáticos.
Diante de observações e embasamentos teóricos que abordem
planejamentos, pretendo identificar de que forma os professores definem e organizam os
conteúdos a serem passados aos alunos, bem como analisar o processo de planejamento a partir
da construção do processo pedagógico escolar, passando assim a descobrir se o contexto da
Educação Física relaciona paralelos entre teorias e práticas vivenciadas.
2 METODOLOGIA
O presente trabalho se caracteriza por ter sido feito um estudo de caso, com caráter
qualitativo. Para fazer este estudo de caso, utilizou-se uma entrevista semi-estruturada e
observações das aulas dos professores.
Estudo de caso é um estudo que implica um processo de investigação, que se caracteriza por uma
analise detalhada, compreensiva e sistemática, ele investiga um universo especifico. Nele se
estuda uma determinada entidade no seu contexto real, tirando deste todas as informações
possíveis de evidencias múltiplas como entrevistas, observações, documentos e artefatos.
Já a pesquisa qualitativa se caracteriza por ter no seu ambiente natural, sua fonte direta de
dados e o pesquisador como seu principal instrumento. Nela, os dados são descritivos e a
preocupação é muito maior com o produto. Segundo Cauduro 2004, por qualitativo o que
exprime ou determina qualidade. E aquela que procura explorar a fundo conceitos, atitudes,
comportamentos, opiniões e atributos do universo pesquisado, avaliando aspectos emocionais e
intencionais, utilizando pesquisas individuais, técnicas de discussão de grupo, observações e
estudo documental.
Para coletar os dados se utilizou a entrevista semi-estruturada, que consiste em coletar os
dados a partir de um esquema básico que não é aplicado rigidamente permitindo adaptações,
realizadas inclusive no momento da entrevista.
Neste tipo de entrevista usa-se um roteiro das questões que abordaram o tema-chave do
estudo e que desta forma conduz a entrevista para o assunto do estudo.
Todas essas características contidas na pesquisa qualitativa foram encontradas e feitas neste
estudo.
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2.1 Justificativa
Na realização dos meus estágios, pude ver que a um interesse grande por parte das
escolas e professores em planejar e organizar suas atividades para os alunos. Por diversas vezes
durante o meu estágio vi os professores discutindo sobre o assunto e levantando questões
importantes que melhorariam o processo de construção e organização do currículo. Diante disto
quero saber se as escolas da cidade de Sapucaia do Sul têm este processo de planejamento e como
ele é feito. Pois o planejamento da aula e fundamental para o desenvolvimento da mesma.
2.2 Tema
Conteúdos de Educação Física de 5º a 8º serie do ensino fundamental.
2.3 Problema de pesquisa
Como os professores de Ed. Física da rede municipal da cidade de Sapucaia do Sul
elaboram os conteúdos para serem aplicados aos seus alunos de 5º a 8º serie do ensino
fundamental?
2.4 Objetivo
Identificar de que forma os professores definem e organizam os conteúdos a serem
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passados aos alunos.
Conhecer se a escola tem processo de planejamento e como se dá a construção deste
processo.
Descobrir se o contexto da Educação Física Escolar feita na teoria tem relação com a
prática.
3 REVISÃO DA LITERATURA
Para um melhor entendimento do estudo, foi necessário rever algumas literaturas que abordam o tema da pesquisa. E os temas abordados nas mesmas falam sobre Educação Física, Educação Física no Ensino Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais, Planejamento e Formação de Professores.
3.1 Educação Física
A Educação Física é o principal aspecto discutido neste estudo, sendo assim, apresentado
aqui o seu conceito e um breve histórico da mesma no Brasil.
A Educação Física é a atividade capaz de garantir saúde física e mental, favorecendo a educação
do corpo, constituindo um físico saudável e equilibrado. Segundo Hurtado (1996), Educação
Física, é o conjunto de atividades físicas, metódicas e racionais, que se integram ao processo de
educação global, visando ao pleno desenvolvimento normal das grandes funções vitais e ao
melhor relacionamento social. Sem falar que a exploração de movimentos e a criação de hábitos
esportivos, tende somente a trazer benefícios ao corpo e mente. Para Rodrigues (1997), a
Educação Física utiliza-se das atividades física, exercícios e jogos, para formar o individuo como
um todo, apoiando-se em bases cientificas: biológicas, pedagógicas, e psicológicas.
Um ponto comum entre as concepções de Educação Física, é que ambas vêem ela como
uma atividade capaz de garantir a aquisição e a manutenção da saúde individual. Um autor fala da
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Ed. Física como jogos e atividades e o outro como forma de desenvolvimento social. Ambos
estão corretos, pois a Educação Física trata de todos estes aspectos juntos.
Para falar um pouco da historia da Educação Física, não se pode deixar de falar que a
mesma durante muito tempo esteve vinculadas Instituições militares.
Esse vinculo militar foi fundamental para a concepção de disciplina e na forma de ser ensinada.
As instituições militares viam a Ed. Física como forma de educar o corpo e assim ter indivíduos
fortes para defender a pátria.
Como componente curricular em escolas brasileiras, na forma de ginástica encontramos
referências à mesma desde 1837, onde os pais eram contra a Educação Física e só admitiam nas
escolas, atividades de caráter intelectual. E quando a mesma foi aceita, somente os meninos
podiam fazer ginástica e as meninas não. Para Ghiraldelli Junior (1997), o objetivo central da
Educação Física Militarista e a obtenção de uma juventude capaz de suportar o combate, a luta, e
a guerra. O papel desta é de colaboração no processo de seleção natural, eliminando os fracos e
premiando os fortes, no sentido da depuração da raça.
Nesta época acreditava-se que uma juventude forte e saudável que se pratica Educação
Física seriam homens fortes que poderiam defender nosso país em caso de guerra. Vendo o ser
humano apenas como um objeto.
Já Rui Barbosa 1882 defende a Educação Física não só como corpo, mas como mente
também; "É importante ter um corpo saudável para sustentar a atividade intelectual", defendendo
assim a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação dos professores de ginástica das outras
disciplinas. Neste relato Rui Barbosa expõe a necessidade da Educação Física não ser vista
apenas como equipamento e sim como um instrumento de atividade intelectual.
Em 1937 na elaboração da constituição inclui-se a Educação Física no currículo como
pratica obrigatória e não mais como disciplina curricular.
No ano de 1961, e criada a LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação), e com essa lei se torna
obrigatório a Educação Física nas escolas no ensino primário e médio, fazendo assim com que o
esporte passe a ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física.
Na década de 70, a Educação Física ganhou funções importantes, ela era vista como uma
forma de manutenção de ordem e progresso na tentativa de se ter uma juventude forte e saudável.
Neste período o esporte É vinculado ao Nacionalismo em função da campanha do Brasil na copa
do mundo de 1970.
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No decreto de lei 69450, de 1971 criou-se um novo conceito para a Educação Física, que
a via como "atividade que por seus meios, processos e técnicas desenvolve e aprimora forças
físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando".
Este decreto não especificou o objetivo da Educação Física, fazendo com que cada um fizesse o
que queria. E com isso mais uma vez a Educação Física continua preocupada somente com
aptidão física, deixando de fora atividades esportivas e avaliação.
Na década de 80 o Brasil não se torna uma nação olímpica e com isso gera uma crise de
identidade na Educação Física ocorrendo assim uma mudança muito grande nas políticas
educacionais. Tornando assim obrigatória a Educação Física em todas as séries escolares, tirando
da escola a função de promover apenas esportes de alto rendimento.
A partir de então, a Educação Física muda seu enfoque e passa a ter objetivos, conteúdos
e pressupostos pedagógicos de ensino e aprendizagem na qual cria compromisso social e forma
de personalidade e caráter. Fazendo assim com que o aluno seja visto como um ser humano
completo.
No meu ponto de vista, a Educação Física faz parte de todas essas teorias e citações que
os autores apresentam, pois tudo o que for bom para que o aluno desenvolva, cresça como pessoa,
e desenvolva suas habilidades motoras, é para mim Educação Física. Ela não só desenvolve o
corpo como a mente e faz a cada dia que passa as pessoas mais conscientes da sua importância e
mais felizes.
3.2 Educação Física no Ensino Fundamental
A Educação Física no Ensino Fundamental é de fundamental abordagem neste estudo,
pois a partir dela descobriremos objetivos importantes para este estudo.
Na Educação Física no Ensino Fundamental, o educador deve possibilitar experiências
diversificadas, favorecendo a comunicação e as liberações das emoções, conflitos e dificuldades.
nesta fase de estudo.
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A estrutura do Ensino Fundamental de uma maneira geral compromete-se com a educação
de uma forma muito geral e ampla, onde o mais preocupante para o professor é elaborar o
conteúdo, avaliar os resultados e saber se seus objetivos gerais estão sendo alcançados. Segundo
Krebs (2000) sugere que os objetivos das aulas estejam relacionados com o desenvolvimento da
consciência espaço-temporal e ênfase na consciência corporal do aluno, sugerindo cinco
atividades nessa fase: pré-desportiva atividades de baixa organização, rítmicas, posturais,
locomotivas e de autocontrole. No meu ponto de vista, tanto Krebs está teoricamente certo nas
suas colocação sobre o Ensino Fundamental. Pois acredito que e nele que devemos introduzir aos
alunos a noção de esporte através de atividades pré-desportivas onde o mesmo conhece o esporte
de forma educativa. Mas sem desmerecer a ludicidade e a orientação de aprendizagens que são
fundamentais para o processo cognitivo-motor do aluno.
Para o desenvolvimento das aulas de Educação Física, também é necessário perceber,
analisar o grupo de trabalho que se esta trabalhando, e desenvolver atividades de caráter
formativo e sociabilizador, trazendo até eles jogos e brincadeiras para estabelecer relações sadias
com os colegas favorecendo a inclusão e respeitando a individualidade de cada um. De acordo
com os PCN’s (2004), espera-se que as crianças ao ingressarem na escola, possuam uma série de
conhecimentos sobre movimento, corpo e cultura corporal, fruto de experiências pessoais, das
vivências diárias no seu ciclo social e das informações adquiridas pelos meios de comunicação.
Então, se formos levar em conta o que os PCN’s falam a criança ou adolescente, já tem de
vir pronta pra escola, isso e o que eu entendo a ler esse tipo de citação. Pra mim a criança deve
sim ter base familiar, mas deve também adquirir habilidades essências na escola, local onde ela
passa boa parte da vida se relacionando com pessoas totalmente diferentes e de culturas
diferentes onde através dessa socialização se aprende muito.
Nesta fase do ensino fundamental, acredito também que o ensino dos conteúdos tenha de
ser muito criativo, pois os alunos querem coisas novas e estão com as mentes abertas para tudo o
que for novo e diferente. Segundo a apostila (Positivo, 2004) de orientações metodológicas, no
ensino fundamental, durante a aula, o professor deve: proporcionar aos alunos a participação em
atividades corporais, incentivar relações equilibradas e construtivas com os colegas, sem qualquer
forma de discriminação, valorizar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em
situações lúdicas e esportivas. Transmitindo assim informações sobre hábitos saudáveis de vida,
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despertando o gosto pela atividade física.
Eu concordo e acredito nessa citação que foi feita anteriormente, pois é somente
interagindo e vivenciando com outras pessoas que conseguimos adquirir o conhecimento pleno.
Ai se comprova a relação teoria e pratica. De acordo com a apostila (Positivo, 2004) os PCN’s
acreditam que a prática motora deve ser vasta a partir da 5° serie, com jogos e exercícios bem
diversificados, e com muitos recursos materiais visando o desenvolvimento de todas as
capacidades de execução para praticas mais elaboradas.
Ao longo dos estágios que fiz e das experiências que tive na área, todos os professores
que mantive contato, concordam que a Educação Física, nas series inicias do Ensino Fundamental
tenha que ser de forma lúdica, de maneira que ela aprenda a pegar o material que vai ser usado.
Isto é, que primeiro ela passe, a saber, os nomes dos esportes, para que servem importância do
mesmo, para que quando cheguem à segunda etapa do Ensino Fundamental que são as séries
finais a mesma não entre em conflito com si própria por não saber nem do que se trata o que o
professor esta falando. Segundo a apostila (Positivo, 2004) explica que KREBS (1993), relata que
na fase de 7 a 10 anos que se encontra a estimulação motora, buscando o aprendizado da pratica
esportiva. Ele acredita também que se o professor investir em uma única modalidade a
aprendizagem da mesma dá em menos tempo e o aluno chegará a aprendizagem motora mais
rápido. Mas diz Krebs também que cabe ao professor de Educação Física propiciar ao aluno um
trabalho equilibrado das múltiplas habilidades.
A meu ver, os PCNS falam uma coisa que só se deve introduzir esporte nas series finais
do ensino fundamental e já krebs acredita que quando mais cedo o aluno for influenciado a um
determinado esporte, mais cedo ele alcançará a perfeição do movimento. Cada um dos autores
tem seu ponto de vista sobre a Educação Física no Ensino Fundamental, e eu tenho como minha
convicção que o que diz nos PCNs está certo. Sigo esta linha, mas também não deixo de
concordar com Krebs em relação de que quando mais cedo se aprender algo, mais cedo o
dominamos.
E este é o mistério da Educação Física, que vista por cada autor, onde cada um segue sua
linha de pensamento, onde não podemos julgar quem está certo e quem está errado, apenas ver o
que cada um tem pra dizer e tirar as próprias conclusões.
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3.3 Parâmetros Curriculares Nacionais
Nos conteúdos encontrados nos PCNS, podemos observar diversas atividades práticas
como esportes e lutas, mas encontramos também atividades sociais que sugerem cultura,
educação ambiental, orientações sexuais. Esses conteúdos são de extrema importância para os
profissionais de Educação Física, pois tendo conhecimento em outros conteúdos, o mesmo pode
auxiliar na formação de caráter de seus alunos. Os PCNS surgiram a partir de uma proposta
inicial que passou por um processo de discussão em âmbito nacional em 1995 e 1996, pela qual
foi recebido em torno de quatrocentos pareceres que serviram de influência para sua
reelaboração. Esses parâmetros servem de estimulo de suas aulas e, sobretudo ao
desenvolvimento do currículo da escola, contribuindo ainda para a sua atualização profissional,
no sentido de orientar o professor, na busca de novos métodos e novas abordagens (PCNs 2004).
Na minha visão, os PCNS só contribuíram para orientação dos professores, pois definem
objetivos da Ed. Física na escola e da orientação em relação a conteúdos e distribuição dos
mesmos de acordo com a serie que o mesmo vai trabalhar, seja ele nas series iniciais ou finais do
ensino fundamental. Ele e muito amplo em relação a diversificação dos conteúdos que podem ser
abordados pelos professores em sala de aula.Mas segundo Santos (2001), os conteúdos de
diversificação cultural, ainda não ganharam seus espaços nas escolas, pois acredita que ainda foi
desvencilhada dos professores a cultura desportiva, como dar aulas de futebol para os meninos e
vôlei para as meninas.Pois acredita que os profissionais possuem limites em relação aos
conteúdos que podem desenvolver, por se tratar de conteúdos que fogem do que foi visto na
formação docente.
Devo confessar que até certo ponto concordo com a colocação feita pelo autor, mas
acredito também que os profissionais de hoje e do futuro também, devem se atualizar e buscar
conhecimento extradocência, pois quem não se atualiza perde seu espaço e fica perdido para a
nova geração de alunos que surgem a cada dia. Os Parâmetros Curriculares Nacionais oferecem a
orientação as Educações Físicas, que traz uma proposta de democratização, humanificação e
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diversificação a praticam pedagógica da Educação Física, buscando um trabalho que una as
dimensões cognitivas, afetivas e de relevância social dos alunos e apresentando as questões
principais que o professor deve estimar na produção de seu trabalho. Dentro do que propõem nos
PCNs, a Educação Física e a área do conhecimento que introduz e integra os alunos na cultura
corporal do movimento, com finalidades de lazer, de expressão de sentimentos, afetos e emoções,
de manutenção e melhoria de saúde. (PCN, 2004)
De acordo com as experiências que já tive na área escolar, pude ver que em muitas
escolas não são desenvolvidos conteúdos como dança e teatro. Acredito-me que isso acontece por
alguns aspectos como, falta de estrutura da escola para abrigar um local ideal para se trabalhar
esses conteúdos.
Outro aspecto seria a comunidade onde vivem, pois talvez esse conteúdo cultural não tenha sido
inserido para eles, fazendo assim com que se criem ainda muitos preconceitos em relação à
diferença entre meninos e meninas.
E terceiro e ultimo aspecto que eu acredito ser importante, é a falta de capacidade ou
competência profissional, dos professores, onde com isso nem sempre é possível atingir-se os
objetivos sugeridos ou pensados.
Eu resumiria os PCN’s como uma forma de ensino e aprendizagem, que se baseia na
cooperação, no desenvolvimento social, na reavaliação de valores e princípios éticos da
sociedade na qual o individuo está inserido. Ele busca a integração dos alunos, a cultura corporal
do movimento tentando proporcionar a todos uma aprendizagem de jogos, esportes, ginásticas,
lutas, danças e todos os conteúdos que envolvem a Educação Física, favorecendo o seu bem estar
e o exercício da cidadania.
3.4 Planejamento
Para falar sobre planejamento escolar, abordo varias propostas de ensino que cabem a este
assunto.
Um exemplo disto e a forma de escolher o conteúdo a ser estudado. O planejamento das
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aulas pode ser feitos diários, anuais, bimestrais, semanal dependendo da forma de organização do
professor. Segundo a apostila (Positivo, 2004), o Plano Anual enfatiza as metas a serem
alcançadas ao longo do ano, e as atividades que devem compor o programa. No plano Bimestral,
as metas são caracterizadas como objetivos, e as atividades agrupadas em diferentes conteúdos.
Já o planejamento semanal organiza a estrutura das aulas que serão desenvolvidas em cada
semana do bimestre.
Claro, que isso não é regra, pois podemos planejar as aulas de maneiras diferentes, como
diariamente o professor pode avaliar sua turma e mudar o conteúdo que venha a não estar
rendendo para seu grupo. Pode-se também fazer um planejamento na qual seja abrangente, não
especificando cada exercício, apenas expondo o conteúdo e o que vai trabalhar dentro dele.
Com certeza, eu acredito que o planejamento semanal seja a melhor forma de se trabalhar,
pois o professor consegue acompanhar de perto a evolução do aluno e tem o tempo de mudar e
adaptar seu conteúdo de acordo com o desenvolvimento da mesma. Desta forma eu acredito que
possamos expor melhor nosso objetivo mais específico em torno do aluno. Segundo (PCN, 2004)
o planejamento e organização dos conteúdos têm de ter a preocupação de garantir a coerência
com a proposta exposta pelo professor cuja aprendizagem favoreça a ampliação das capacidades
de interação sócio-cultural e possibilidades de lazer com a manutenção da saúde da pessoa o do
grupo.
Diante deste pensamento, não importa de que forma vai ser feito o planejamento, seja
anual, semestral ou outros. O que compreendo é que o que for escrito na teoria tem que ter
coerência e tem que ter fundamento com a pratica.
E além do mais tem de ser um planejamento com conteúdos nas quais os alunos entendam
que não só para que o professor olhe o mesmo como uma coisa linda. Pode ser um conteúdo
simples, mas que os alunos entendam e que eles ao sair da aula possam passar adiante o que
aprenderam. Segundo Lopes e Veiga 1989, a didática distancia-se, assim, do significado de
método como um caminho ou procedimento consciente, organizado racionalmente, com a
finalidade de tornar o trabalho mais fácil e mais produtivo para o alcance de determinada meta.
O planejamento, ou didática a ser utilizada para a construção de determinado conteúdo ou
material a ser estudado pelos alunos, tem de ser um conteúdo não buscando apenas um caminho a
ser seguido. Quando trabalhamos com seres humanos, encontramos pessoas diferentes que tem
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maneiras diferentes de ver a mesma coisa. Portanto cabe a nos planejar esse caminho, mas nunca
esquecendo que o mais importante não vai ser se o mesmo atingiu o objetivo e sim observar de
que maneira cada um se esforça e busca para tentar alcançar esse caminho ou objetivo que lhe foi
dado. Pois cada um tem sua individualidade e sua realidade, onde o mais importante e que jamais
se esqueça de avaliar a evolução que o mesmo obteve dentro do desafio que lhe foi
proporcionado.
Segundo Lopes e Veiga 1989, o método de ensino passa a ser assim, um dos elementos
possíveis para a estruturação dos caminhos a serem percorridos pela ação didática. Esses
caminhos utilizarão em suas trajetórias diferentes procedimentos de ensino, objetivando motivar
e orientar o educando para a acidulação do saber veiculado no processo escolar e na sua relação
com os meios: natural, cultural, socioeconômico, etc.
Quando falamos em planejamento e métodos de ensino, estamos falando de estruturação
de objetivos a serem seguidos para que possamos fazer com que os conteúdos a serem passados
sejam de maior compreensão do aluno.
Mas que para isso ocorra e necessário, que o professor tenha uma ampla visão do que tem como
meta.
Nunca esquecendo da flexibilidade em se adaptar ou reformular suas aulas e objetivos de
acordo com o rendimento da turma. E sempre relacionar seus objetivos ou tentar aproximar os
mesmos o máximo que puder da realidade onde os alunos estiverem enceridos.
Um fator importante para elaboração e planejamento escolar particularmente é a
interdisciplinaridade. Com ela podemos relacionar conteúdos, e entrar em sintonia todas as
matérias da escola, fazendo assim com que o aluno associe o seu conhecimento a situações do
cotidiano, não somente escolar, mas sim do seu dia a dia. Fazendo assim com que o aluno revise
e viva todas as matérias e conteúdos que lhe são passados e tenha facilidade em adquirir os
mesmos.
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3.5 Formação de Professores
Professores, os sábios mestres que tem o dom e a vocação de ensinar, figura de extrema
importância na escola, criatura responsável pela educação dos nossos jovens e crianças. Mas para
que isso ocorra, nossos mestres passam pelo processo de formação e aprendizado, processo esse
que descreveremos agora. Para Beninca e Caimi (2004), enquanto estudantes, em sua maioria,
não esperam sentir a necessidade de repensar a realidade escolar ou a sua pratica pedagógica, eles
estão aprendendo a ser professores.
Quando se estudava pensava-se que a pratica pedagógica faria parte de uma realidade
bonita na qual o professor seria o dono do saber, que seria desencadeada por um professor que
soubesse tudo, sem a preocupação de ensinar e com a participação de um aluno ouvinte, de
anjinhos isto e de alunos ideais.
Para falar a verdade todos nos professores e futuros professores, enquanto estudamos, não
temos a mínima noção do que realmente e a realidade da escola no seu dia a dia. Confesso que a
primeira experiência que tive com pratica pedagógica, tive vontade de sumir, de sair correndo e
nunca mais voltar. Pois me deparei com um mundo totalmente diferente daquele que imaginei
como estudante dentro da sala de aula.
Tinha a sensação que o dia que fosse dar a minha primeira aula, tudo sairia perfeito, e que
todos iriam adorar tudo o que eu lhes ensinaria e que minha aula seria perfeita do inicio ao fim.
Mas o autor ao retratar essa realidade, esta correto. Pois não foi um desastre a minha pratica, mas
serviu para que eu me desse conta que ser professor vai muito mais alem de que planejar uma
aula bonitinha e organizada. E sim envolve seres humanos diferentes que pensam e agem de
forma diferente.
Acredito ser importante para a formação de professores, o mesmo reavaliar sempre que
possível sua pratica, trazendo até a mesma, novas idéias e se reciclando e se atualizando a cada
dia. Pois com as experiências que tive de praticas extracurriculares, pude perceber que
professores formados há algum tempo, já não repensam suas praticas, muito quando fazem
qualquer curso para se atualizar. Segundo Beninca e Caimi (2004), a formação do professor, para
que consiga construir coerência entre seus estudos e a sua pratica, não pode se limitar apenas ao
domínio do conhecimento necessita também da reflexão ética sobre o uso dos conhecimentos em
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sua pratica pedagógica relação professor-aluno, por exemplo, e uma relação não só pedagógica,
mas também ética, pois cabe ao professor querer ou não se comunicar com os alunos e ajudá-los
a que se independentizarem afetivamente e intelectualmente.
Ao meu ver, teoria e pratica tem de andar juntas e não somente domínio de conteúdo. De
que vale a teoria se a mesma não for posta na pratica. Acredito ser isto fundamental para que o
aluno adquira o conhecimento sobre determinado conteúdo.
Claro que a coerência e fundamental para que tenha lógica entre os dois. Pois não vai se
dar uma aula teórica sobre um assunto e fazer uma pratica que não desenvolva de maneira correta
o estudo teórico.
O professor tem de ter uma mente aberta para sempre que possível aprender mais, não só
com livros e pesquisas, mas sim com os próprios alunos. No meu caso que e a área de educação
física, percebo que os alunos têm uma identificação muito grande com o professor, eles se
espelham em nos, nos vêem como um amigo.
E uma característica nossa em escutar o aluno, tentar ajudá-lo no que for possível e muitas
vezes ate refazê-lo pensar em suas atitudes tanto de comportamento em aula como de atitudes de
sua própria vida.
Acredito que esse tipo de relacionamento amigo e de confiança entre aluno e professor só
melhora o desempenho de ambos na escola, como também harmoniza este período que ambos
passam juntos.
Para falar sobre Educação Física, é importante fazer uma referencia aos responsáveis à
transmissão desta no ensino, os professores e profissionais da área. A seguir encontraremos
referências que falam sobre a preparação dos professores, e a evolução desta profissão no nosso
país. Esse é um currículo fraco, que pensa a Educação Física somente como exercícios físicos,
sem pensar no esporte e na importância do psicológico e social do aluno. Mas que para a época já
foi um grande acontecimento, pois foi à primeira escola que se importou em regulamentar e dar
um sentido padrão a profissão. Segundo a Rev. Bras. De Ciências do Esporte (jan. 2004), o
primeiro programa civil de um curso de Educação Física foi a da Escola de Educação Física do
Estado de São Paulo que foi criado em 1931 e tinha como currículo o seguinte programa: estudo
da vida humana em seus aspectos anatômicos, funcional, mecânico e preventivo, estudo dos
exercícios físicos, estudos de exercícios motores e lúdicos, estudo dos exercícios motores
artísticos, estudo dos processos pedagógico do aluno e por último o estudo dos fatos e costumes
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relacionados às tradições dos povos na área dos exercícios físicos e motores.
A criação desta escola foi um grande acontecimento, pois foi criado um currículo mínimo para a
Educação Física.
Eu acredito que este foi um grande marco na nossa historia, mas o que influencio muito este
mudança, foi à constituição de 1937 que a partir dela a Educação Física, se tornou obrigatória nas
escolas. Dentro da historia de formação de professores e profissionais da área, não podemos
deixar de lado a construção do currículo, que foi importante para que a Educação Física passasse
a ter vários ícones e se dividir a área técnica desportiva, a escolar e a área de ginástica.
Hoje nossa profissão evolui muito, pois cada vez mais podemos encontrar escolas, cursos
e universidades capazes de formar ótimos profissionais de educação física. Hoje no nosso país, só
não tem competência para ser um ótimo professor, aquele que realmente não ama seu trabalho e
não gosta daquilo que faz. Caso contrario se realiza profissionalmente.
4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A seguir serão apresentados os dados obtidos na pesquisa, dentro da discussão dos
resultados foram feitas 136 Unidades de significados, nas quais a partir delas foram criadas cinco
(cinco) categorias para discussão dos mesmos:
FORMAÇÃO DE PROFESSORES; ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL; CONTEÚDO E PLANEJAMENTO; PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA; AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO;
4.1 Formação de Professores
Foram entrevistados quatro professores, todos eles realizaram sua graduação no IPA,
Instituto Porto Alegre. Dois dos quatro entrevistados se formaram no ano de 1995. Um deles se
formou em 1996 e por ultimo um deles se formou no ano de 1993, sendo assim dentre eles o
formado a mais tempo de todos.
Chamou-me a atenção neste grupo de entrevistados, que todos eles obtiveram graduação
no mesmo local. Por se tratar que nesta época a cerca de 12 a 15 anos não haviam muitas
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universidades que possuíam cursos de graduação em Educação Física na região metropolitana de
Porto Alegre.
Conforme os resultados o grupo tem uma característica homogênea em relação ao tempo
de graduação.
Dos quatro professores entrevistados, três deles possuem pós-graduação. O primeiro
entrevistado possui pós em Administração Esportiva em função de ter trabalhado dentro da
prefeitura municipal nesta área.
Já a segunda entrevistada, possui pós em Treinamento Desportivo, e diz se identificar
com esta área. Ambos, primeiro e segundo entrevistado, não revelaram locais e datas de onde
obtiveram suas espacializações. O terceiro entrevistado possui pós-graduação em
Psicomoticidade pela FAPA. O mesmo fez nesta área por gostar de trabalhar o desenvolvimento
da criança.
4.2 Atualização Profissional
Na categoria atualização profissional, os quatro professores entrevistados afirmaram se
atualizar. As respostas quanto à maneira que cada um se atualiza, variaram bastante.Pelo que
percebi e vi cada um tem um jeito próprio de fazê-la e cada um julga fundamental para si a
maneira na qual se atualiza.
Avaliando os resultados, observei que foram encontradas algumas maneiras diferentes
de atualização entre os professores. Dentre elas os entrevistados utilizam a bibliografia, de cursos
em congressos, seminários, cursos de extensão, atualização com noticias e fatos relacionados à
área e literaturas sobre outras áreas ligadas a educação física.
Entendo, que nem toda a forma de atualização, pareceu-me relevante ou ter coerência
com aquilo que cada um trabalha que é a educação física escolar. Em alguns momentos foi
demonstrado com mais preocupação as vivencias pessoais, ou em mostrar aos outros suas
capacidades, do que realmente fazer algo com que possa enriquecer sua pratica pedagógica
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melhorar suas aulas na escola.
Alguns dos comentários dos entrevistados chamaram-me atenção, pois alguns
demonstram preocupar-se realmente com que o aluno tenha sempre o que há de mais novo dentro
da sua matéria na escola.
Na primeira entrevista, o professor faz referencia a sua atualização com a literatura, segundo o
primeiro entrevistado. [...]"Faço curso quase todo ano do Vilson Bagatini em Porto Alegre, e
quando sai algum outro curso na Unisinos, eu procuro fazer também”.
Este professor descreve também que faz visitas constantes a livraria, onde procura buscar obras
atualizadas sobre a educação física. Ele diz que [...]"Sou fã de carteirinha da Livraria Saraiva,
aonde freqüento no mínimo duas vezes na semana, buscando alguma obra”.
Considero interessante e ao mesmo tempo curioso, a preocupação dele em ter sempre a
literatura mais recente. Em conversa formal antes da entrevista o mesmo me comentou que as
literaturas mais atualizadas, elas contem atividades mais de acordo com a realidade que se vive
agora, tornando a aula assim mais interessante para os alunos, com isso crescendo o interesse
deles pela a mesma. Ele deixou bem claro também, fazer seus cursos sempre voltados para a
educação física escolar, pois é na sala de aula que ele necessita de atualização.
Na terceira entrevista, o professor me pareceu pouco preocupado em se atualizar, para que
sua prática fique melhor na escola, ele demonstra estar mais preocupada em viver nova
experiência no seu âmbito pessoal. De acordo com a pergunta da entrevista sobre atualização, ele
me respondeu da seguinte maneira.[...] "Procuro me atualizar com noticias e atividades. A minha
idéia agora era participar do PAN[...]”."Não fui selecionado, eu vou como assistente, vou
assistir".
Posso estar muito errada, mas acredito que ir ao PAN (Jogos Pan-americanos), é
experiência pessoal e não atualização para enriquecer a pratica pedagógica. Claro que é muito
legal passar aos alunos tudo o que se passa lá, pois isso vai ficar na historia do esporte brasileiro.
Mas isso é realização pessoal, com certeza para o professor vai ser uma lição de vida.
Mas para o aluno que vive dia a dia na sala de aula essa experiência dele não muda em
nada suas aulas. Muito pelo contrario, pois ele vai passar quase um mês no Rio de Janeiro, em
função dos jogos, e com isso quem perde são os alunos que não terão aula todo esse tempo. Não
vejo isso como forma de atualização. E quanto aos seus cursos, quando faz, faz a cada dois anos e
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faz na área de desenvolvimento motor.
Na quarta entrevista, a professora me pareceu no inicio da entrevista muito preocupada
com os alunos, pois falava da preocupação dela com eles. Até fez um comentário que achei muito
importante escrever.[...] "Congressos poucos, nunca fui nesses congressos. Pra mim prefiro estar
na sala de aula porque eu sei como é difícil a gente pedir pra ser liberada."
Aí questionei, de que maneira se atualiza então, pois me pareceu curioso ela não pedir
para sair, já que todos os outros professores que são da mesma rede municipal saem fazem seus
cursos
e não tem nenhum tipo de problema. Ela me respondeu com cursos de finais de semana e leitura.
Mas em conversa com a professora durante a observação da aula após a entrevista, ela me disse
que não se da bem com a diretora da escola e por este motivo não vai a cursos e nem seminários,
pois não gosta de pedir a ela. Então vendo por este lado, não tem coerência quando ela diz que
não sai da escola pra se atualizar por causa dos alunos, e sim ela não sai é porque não tem um
bom relacionamento com a direção da escola e por este motivo prefere usar de outros métodos
para se atualizar. Quem perde com esse mau entendimento entre ela e a diretora são os alunos,
pois a professora perde a oportunidade de aprender coisas novas para por em sua pratica
pedagógica.
4.3 Conteúdo e Planejamento
De acordo com as entrevistas, as quatro escolas pesquisas possuem um planejamento
chamado PPP (Projeto Político Pedagógico). Planejamento na qual é feito pelos próprios
professores das escolas municipais. Este material e verificado a cada dois anos, e avaliado pela
prefeitura municipal. Só depois de aprovado e que o mesmo volta para as escolas. Todas as
escolas possuem este material documentado.
Neste material, possuem os conteúdos que os professores devem executar durante o ano
na escola, desta maneira os professores devem consultar este material antes de preparar suas
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aulas.
Na prática deveria ocorrer assim, mas conforme as aulas que observei dos professores,
pareceu-me que apenas um dos quatro entrevistados lê este material antes de planejar. Os outros
professores fazem suas aulas, mas de acordo com a sua cabeça. Eles seguem a ordem dos
conteúdos do Projeto Político Pedagógico, mas não o executam da maneira que e proposto.
Das quatro escolas que fui fazer a entrevista, apenas a terceira escola entrevistada, me pôs
a disposição o seu planejamento documentado. As restantes me disseram que este material não
poderia ser retirado da escola e nem ser feito copia. Todas as escolas me deixaram olhar este
material, e com isso pude ver que este projeto político pedagógico, e igual para todas as escolas,
apenas muda a capa com o nome de identificação da mesma.
Dentro deste material, os professores têm liberdade, para que dentro dos conteúdos
propostos, eles tenham a liberdade de montar suas aulas de maneira que acharem melhor, desde
que sigam este material.
Segundo o primeiro entrevistado este material funciona da seguinte maneira.[...]"Nossas
aulas são colocadas em cima deste ppp. Ele e documentado e aprovado pela prefeitura que e a
mantenedora das escolas aqui onde nós damos aula. Antes de nós fazermos as aulas, a gente tem
que consultar este material. Em cima disso aí a gente faz o planejamento,tem toda liberdade para
fazer o teu, desde que siga aquilo ali."
De acordo com a colocação feita pelo professor, esse projeto que existe em todas
as escolas do município, eu entendo como uma maneira de padronizar o ensino. Fazendo assim
com que se o aluno trocar de escola, ele não seja prejudicado com os conteúdos já que todos
devem seguir este planejamento. E em todas as escolas o planejamento se da por trimestre, isso é
igual para todas.
No quesito plano de aula, os quatro professores entrevistados afirmaram fazer. Todos
disseram que fazem planos de aula semanalmente, mas apenas um deles me apresentou um
caderno com suas atividades de acordo com suas turmas. Este professor descreve neste caderno a
aula que planejou para cada turma com o fundamento a ser trabalhado e os exercícios.Este
professor organiza e planeja o seu trabalho de acordo com o que lhe é proposto pelo projeto e por
trimestres como exige a escola.
O segundo professor entrevistado me chamou muito a atenção, pois ela disse utilizar
livros, pesquisas e bibliografias para fazer seu planejamento, e ressaltou ainda que a teoria e a
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pratica caminham juntos na disciplina dela.Mas de acordo com ela, seu planejamento é o
seguinte: [...]“Eu mecho com eles que eu uma Colinha, eu faço um papelzinho. Nesse papelzinho
eu descrevo tudo o que eu vou fazer na aula neste dia”.
Neste caso, eu não entendo como planejamento um pedacinho de papel que é
chamado pelo professor de colinha.No meu ponto de vista isto o que a professora apresenta aos
seus alunos é qualquer coisa menos, menos plano de aula ou planejamento de atividades para
eles. Desta forma, se o professor não planeja, ele não tem objetivo nenhum traçado para a aula.
Desta forma quem sai prejudicado é o aluno, que não adquire aprendizado, pois ele não aprende
nada, simplesmente faz o exercício ou a atividade.
O terceiro entrevistado, disse que trabalha com planos de aula, mas que ele sempre tem
uma idéia pré-pronta do que ele vai trabalhar. Se tem essa idéia na cabeça, já quer dizer que ele
não faz plano algum. Plano de aula para mim é uma aula estruturada com inicio, meio e fim, e
não idéias pré-prontas. O que me parece é que os professores ao longo dos anos, se esqueceram
do quanto é importante fazer o plano de aula, elaborar os conteúdos e formar objetivos para que
seus alunos tenham um melhor aprendizado.
4.4 Papel do Profissional de Educação Física na Escola
Uma das perguntas que fiz na entrevista com os professores foi saber deles qual o papel
do profissional de Educação Física na escola. Acredito ser de fundamental importância que os
professores tenham absoluta certeza e consciência do que realmente eles representam dentro da
escola.
Todos os professores entrevistados deram sua resposta, de acordo com o que cada um
pensa. As respostas foram totalmente diversificadas.
O primeiro entrevistado respondeu que o papel dele é que os alunos possam transmitir,
tudo o que ele ensinou a eles, que eles não corram por correr e sim que eles possam saber o que
estão fazendo. Tem um trecho da entrevista que achei interessante que fala:
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"Não adianta nada nós passarmos pro aluno algo totalmente abstrato, que ele não consiga extrair nada daquilo ali fora da sala de aula. Que mais tarde quando ele sair do ensino médio, e que ele não tiver mais a Educação Física escolar para orientá-lo, que ele consiga fazer o programinha de treino de corrida dele, saber quais os passos que ele deve dar, saber o que ele deve fazer em cima disso ai."
Este professor tem toda uma preocupação com o aprendizado dos seus alunos, e acredita
que seu papel dentro da escola é fazer com que eles não só aprendam o conteúdo, mas sim que o
levem como lição de vida. Que o que eles ali aprenderam possa influenciar e ajudá-los em
alguma maneira na sua vida.
O segundo professor acredita ser fundamental seu papel na escola, pois é ele quem
propicia integração entre os alunos, socialização e a multidiciplinariedade entre as disciplinas. E
acredita
ser o profissional que trabalha muito o emocional da criança. Com certeza, eu acredito que nosso
trabalho dentro da escola envolva todas essas qualidades ditas pelos professores até agora.
O que torna isso interessante, é que cada um descreve seu papel de acordo com o que trabalha e
acredita ser prioridade em suas aulas.
O terceiro professor acredita que seu papel é trabalhar o desenvolvimento cognitivo,
motor e a concentração. Uma colocação do entrevistado, que eu achei muito interessante foi que
ele acredita ser importante trabalhar as emoções dos alunos, sejam elas na vitória como na
derrota. E, além disso, fazer com que o aluno cresça em amplitude também. O que é muito
importante, e que a cada resposta cada entrevistado traça seu perfil. Esse último professor
entrevistado se caracteriza por ser um desenvolvimentista. Ele gosta de acompanhar a evolução
da criança no seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.
O quarto e ultimo professor, talvez tenha sido o mais extravagante em suas respostas. A
professora acredita que seu papel é ser o bombeiro da escola. Aquele que quando a escola esta em
conflito tem o dom de apagar o fogo e apaziguar as divergências que podem estar ocorrendo
dentro da mesma. Segundo ela isso acontece porque: [...]“ e uma aula diferente, e não só porque e
uma aula diferente, mas sim porque os professores são diferenciados."
Ela fala também que somos diferentes dos outros professores, que olhamos todos os
alunos com um lado mais humano. Analisando a colocação da professora, concordo que somos
diferentes, pois é da nossa característica como educadores sempre conversar com os alunos,
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tentar ajudá-los a resolver seus problemas e fazer com que eles aprendam com as dificuldades.
Mas não somos um bombeiro, somos um educador e não uma pessoa que vive na escola para
resolver conflitos. Em primeiro lugar temos a obrigação de ter esclarecido nossos objetivos,
metas e papel de educador, pessoa que esta ali para formar um cidadão, e não estar ali para sanar
divergências. Acredito que nossa opinião seja de grande importância para resolver assuntos na
escola, mas esse não é o nosso papel. Deixamos esses conflitos e soluções para diretores e
orientadores da escola.
4.5 Avaliação e Diagnostico
Considero esta a categoria mais importante deste estudo. Pois é nela que o professor
avalia
suas turmas e cria seus objetivos para a pratica pedagógica. Todos os professores afirmaram na
entrevista que fazem esta avaliação no inicio do ano.E que vêem nela a oportunidade de
diagnosticar o perfil da turma e com isso resolver problemas de desenvolvimento e aprendizado
dos alunos.
Os professores entrevistados me disseram, que este diagnostico facilita bastante. Pois é
através dele que se faz uma avaliação dos alunos, e com isso eles podem começar a traçar seus
objetivos.
O primeiro entrevistado, afirma ainda que: [...]“ até porque hoje, tu não tem como fazer
um trabalho de educação física se tu não fizer um diagnostico inicial pra ver que tipo de aluno tu
ta trabalhando. Cada turma e´ diferente uma da outra.Então não adianta tu chegar e colocar todo
mundo de uma forma igual, porque tu não vai atingir o objetivo que tu quer."
Quando trabalhamos com Educação Física escolar, estamos propícios aos mais diferentes
alunos. E considero, que este tipo de procedimento no inicio do ano letivo, só trás benefícios
tanto para professores quanto para os alunos. Pois desta forma ambos tem a oportunidade de
melhor se conhecer, e com isso desenvolver de uma maneira mais objetiva suas habilidades.
Cada professor desenvolve uma maneira diferente de avaliar seus alunos no inicio do ano.
O segundo professor entrevistado chama essa avaliação de período de revisão de conteúdo, onde
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faz este diagnostico através de questionamentos teóricos, brincadeiras em sala de aula e no pátio.
E a partir destas brincadeiras, ela passa a observar o déficit de cada aluno. Com isso ela
avalia qual fundamento terá de dar mais atenção ao aluno.
Entendo, que nas entrevistas, todos os professores demonstram muito interesse em fazer
sua prática pedagógica de maneira em que todos os alunos compreendam e tenham um ótimo
aprendizado, mas ao fazer este estudo, não tive a oportunidade de ver isto. Tanto que o terceiro
entrevistado me relatou que no inicio no ano, ele faz uma retrospectiva com os alunos dos
conteúdos já estudados, e explica que neste ano, eles vão evoluir um pouco mais dos eles já
sabiam. Só que ao observar sua aula pratica, não pude perceber esta evolução e esta preocupação
de explicar como se faz o movimento dos exercícios. Ao contrario, parece-me uma aula que ao
menos tinha sido feita para eles. Pois cada um fez o que quis na aula. Com isso, não existe
coerência entre o que é dito na entrevista, com o que é feito na pratica.
O quarto professor entrevistado, não entendeu ao certo o que lhe foi questionado na
entrevista. Perguntei a ele o que fazia no inicio do ano para planejar sua pratica pedagógica, se
fazia u diagnostico da turma, o que ele fazia. E ela me respondeu uma coisa totalmente diferente.
Falou de avaliação do aluno, em relação a nota para ser aprovado. Ela diz inclusive, que não
avalio o movimento perfeito e sim se o aluno veio a aula, participou se divertiu e é isso que conta
para ela. Então expliquei novamente a pergunta, e mesmo assim ela voltou a me responder que
quem tem mais facilidade, ensina quem não tem, e que independe se saber fazer os movimentos
ou não todo mundo participa igual das suas aulas.
O entrevistado não parava para prestar atenção no que eu dizia, estava mais preocupado
em mostrar o que fazia e com isso não conseguia responder a pergunta de acordo com o que eu
tinha perguntado. Mas mesmo sem ter a resposta exata da pergunta, o professor demonstrou não
avaliar os alunos inicialmente, pois me comentou inclusive, que os alunos estudam na escola
desde o pré que já conhece todos eles.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao realizar este estudo, nas quatro escolas municiais de Sapucaia do Sul, conclui que os
quatro professores entrevistados e observados, utilizam maneiras diversificadas de elaboração dos
conteúdos. Sendo eles através de livros, revistas, seminários, pesquisas pela Internet.Mas diante
destes dados, conclui que apenas um deles planeja e executa sua pratica pedagógica com seus
alunos de 5º a 8º série do ensino fundamental, e os seus conteúdos dados na pratica, estão
relacionados diretamente com a teoria. Este é um dado preocupante, tendo em vista que o
planejamento e a elaboração de conteúdos são fatores fundamentais para o bom desenvolvimento
da pratica pedagógica na escola.
Para que esta realidade mude, seria necessária uma maior conscientização por parte dos
professores em relação ao desenvolvimento e aprendizado dos alunos, pois são eles os únicos
prejudicados com o descaso em relação ao conteúdo que lhes é apresentado.Nas entrevistas, todo
os professores disseram se atualizar.Mas ao comparar teoria e pratica, este fator não se fez claro
para mim, não pude perceber estas atualizações nas aulas. E com isso suas aulas não são criativas
e dinâmicas atendendo as expectativas dos alunos. O ideal seria que suas praticas, fosse o mais
parecido possível com a realidade na qual estão enceridos atualmente.
Levando em consideração, que o fator tempo, que muitas vezes se faz presente na hora de
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se atualizar, acredito que mesmo assim esta pratica se torne possível, já que as escolas
disponibilizam esse tempo aos professores levando em conta a necessidade e a importância da
mesma. Além disso, cada escola disponibiliza aos seus professores períodos semanais de
planejamento, com o objetivo de organização e estruturação de suas praticas.
Acredito ainda que estes professores, num futuro não muito distante, possam vir a se
conscientizar e repensar suas atitudes, pois acredito que esta realidade possa mudar, e só depende
deles, que são os responsáveis por educar nossos alunos. Talvez se estes professores repensassem
em tudo o que um dia lhes foi passado pelos seus educadores na graduação, suas atitudes possam
mudar e enriquecer as suas praticas na escola.
5.1 DIREÇOES FUTURAS
Aos colegas e futuros acadêmicos, deixo como sugestão para extensão deste trabalho, que
esta pesquisa poderá ser feita em escolas particulares e estaduais, com o intuito de avaliar a forma
de construção e planejamento das mesmas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LOPES, Antonia Osima; VEIGA, Ilma P. Alencastro. Repensando a didática. Editora Papirus: Campinas, 1989.
SANTOS, Edmilson. Olho mágico: o cotidiano, o debate e a crítica em Educação Física escolar. Editora Ulbra: Canoas, 2001.
HURTADO, Johann Gustavo G. Melcherts. Educação Física pré-escolar: uma abordagem psicomotora. 5ª edição. Editora Porto Alegre: Porto Alegre, 1996.
CAUDURO, Maria Teresa. Investigação em Educação Física e esportes: um novo olhar pela pesquisa qualitativa. Feevale: Novo Hamburgo, 2004.
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. Editora Cortez: São Paulo, 2003.
BENINCA, Elli; CAIMI, Flávia Eloísa. Formação de professores: um diálogo entre a teoria e a prática. 2ª edição UPF: Passo Fundo, 2004.
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MOTRIZ, Revista. Educação Física no Ensino Fundamental: identificando o conhecimento de natureza conceitual, procedimental e a atitudinal. Vol 10 pág 1401-151: Rio Claro, 2004.
35
KINESIS, Revista. Educação Física e Currículo: o planejamento curricular nas escolas
públicas municipais do bairro Camobi, Santa Maria RS. Nº especial, pág 9-154: Santa Maria, 2001.
MOVIMENTO, Revista. As competências do professor de Educação Física na pós-modernidade. Vol 8. Pág 19-31: Porto Alegre, 2002.
MOTRIZ, Revista. A sistematização dos conteúdos da Educação Física na escola: a perspectiva dos professores experientes. Vol 11. Pág 167-178: Rio Claro, 2005.
REVISTA BRAS. Ciência do Esporte. A formação do profissional de Educação Física no Brasil: uma história sob a perspectiva da legislação federal no século XX. Vol 25. pág 113-128: Campinas, 2004.
LIVRO DE COORDENAÇÃO. Positivo-Orientações Metodológicas de Educação Física. Ensino Fundamental. Editora Posigrof: Curitiba, 2004.
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APÊNDICE A
ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA
Roteiro da entrevista
1.Há quanto tempo é formado, e qual a instituição?
2.Você se atualiza, faz algum curso(congresso), participa de seminários?
3.Como se dá o planejamento da escola?
4.Qual o papel do profissional no Ensino da Educação Física?
5. Você faz plano de aula, ou utiliza outro método para preparar suas aulas?
6. Você faz algum tipo de avaliação ou diagnóstico das turmas que leciona antes de planejar as aulas para os mesmos?
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APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO
Este estudo tem como objetivo, identificar de que forma os professores de Educação
Física definem e organizam seus conteúdos a serem passados aos seus alunos. Este trabalho tem
como finalidade conhecer os processos de planejamento das escolas e descobrir se o contexto de
Educação Física escolar feito na teoria tem relação com a pratica.
Convido os devidos professores a fazerem parte deste estudo, identidade na qual será
preservada e a instituição escolar na qual trabalham também. O mesmo tem total liberdade de se
auto excluir do estudo no momento que achar necessário. Este é um estudo de conclusão de um
curso de graduação de Educação Física de um acadêmico do Unilasalle. Portanto, todo e qualquer
material e dados descritos neste estudo será de uso exclusivo do mesmo.
A participação no mesmo, não requer nenhum tipo de implicação financeira, sendo assim
de total voluntariedade por parte dos professores entrevistados.
Sem mais para o momento, agradeço sua participação e assino este termo, como prova que estou
de acordo com tudo o que está descrito no mesmo.
............................................ ..............................................Professor Entrevistado Carla Silva – Autor da Pesquisa
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APÊNDICE C
UNIDADES DE SIGNIFICADO
1.Me formei em 1995/2 IPA.2.Sou fã da livraria Saraiva.3.Freqüento a livraria no mínimo 2x na semana.4.Faço curso quase todo ano do Vilson Bagatini.5.Faço curso de extensão.6.Fazia curso de Administração Esportiva.7.Pós em Administração Esportiva.8.Hoje eu faço voltado para Educação Física Escolar.9.Toda escola tem PPP, Projeto Político Pedagógico e as aulas estão colocadas em cima deste PPP.10.O PPP é documentado e aprovado pela prefeitura.11.Tem atualização e aprovação da prefeitura.12.Antes de fazer a aula, tem que consultar este material.13.Em cima disso ai, a gente faz o planejamento, tem toda liberdade desde que tu siga aquilo ali.14.Agente tem como objetivo dentro da Educação Física escolar, transmitir ao aluno algo que ele possa levar para a vida.15.Não adianta nada nos passarmos pro aluno algo totalmente abstrato que ele não consiga extrair nada daquilo ali fora da sala de aula.16.Quero que ele consiga, não correr por correr, mas sim, saber o porque ele ta correndo.17.Saber porque ele ta jogando.18.Que mais tarde quando ele sair do ensino médio e ele não tiver mais a Educação Física escolar para orienta-lo, que ele consiga fazer um pro graminha de treino da corrida dele.19.Saber quais os passos que ele deve dar, saber o que ele deve fazer em cima desse ai.20.Eu faço plano de aula.21.Transcrevo em cima do PPP pra orientação do trimestre.22.Tenho os objetivos que eu quero de cada aula de todo o trimestre.23.Em cima do objetivo daquela aula, eu faço meu plano de aula que vou dar.24.Meu plano de aula e semanal.25.Eu estou nessa escola a um ano e meio, e então eu já tenho um diagnostico dos alunos.26.Que na 5º serie e na 6º serie vem alunos de outras escolas.27.As primeiras semanas de aula são de avaliação daquele aluno.28.Se ele pode fazer Educação Física, se ele resiste um tempo inteiro de Educação Física.29.Em cima disso, desse diagnostico e que nos começamos a traçar esse objetivo.30.Depois de traçados os objetivos, agente começa a traçar mais o objetivo específico daquela
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modalidade que esta sendo trabalhada.31.Então nesse período de inicio de ano, tu avalia eles pra dali começar.32.Hoje tu não tem como fazer um trabalho de Educação Física se tu não fizer esse diagnostico inicial.33.Cada turma é diferente, e tu tem a especificidade de cada aluno.34.Não adianta tu chegar e colocar todo mundo de uma forma igual.35.Sou formado a aproximadamente 12,13 anos pelo IPA.36.Congresso sempre que possível sim.37.Faço cursos na área da Educação Física escolar é um curso na minha área de especialização que é treinamento desportivo.38.Ele segue um conteúdo que é feito pelos próprios professores da rede municipal.39.Aqueles conteúdos que são verificados a cada dois anos, que agente elabora os planejamentos em cima daqueles conteúdos, a serem apresentados no decorrer do ano.40.Sim, este planejamento tem documentado.41.Ele nos abre para outras áreas.42.Se eu quero trabalhar alguma coisa relativa a qualidade de vida, ele me dá o básico.43.Mas ele tem um cronograma a ser seguido.44.Fundamental, eu acho fundamental porque o professor de Educação Física propicia integração do aluno.45.Propicia a questão da socialização do aluno.46.Multidiciplinaridade com as outras disciplinas.47.Ele e um leque que abrange um grande numero de funções, não só no aspecto motor, no aspecto físico, no cognitivo e até porque não o emocional da criança.48.O profissional de Educação Física e de muita importância dentro da Educação Física escolar.49.Os meus planejamentos são feitos através de bibliografia, livros e pesquisas.50.Regras nos desportos que estão sempre sendo atualizados.51.Pesquisas pela internet, trabalho dos alunos utilizando laboratório de informática.52.Trabalho teórico e pratico, os dois caminham junto na minha disciplina.53.Eu faço uma colinha que e um papelzinho, nesse papelzinho eu descrevo tudo o que eu vou fazer na aula deste dia.54.O meu plano, ele e feito semanalmente.55.Chega o final de semana, eu faço plano para a semana toda, claro que a gente corre o risco das variações do tempo.56.Ai tu diversifica, mas nem sempre o que tu planeja acontece.57.Se tu planeja basquete, dentro desse3 planejamento tu desenvolve em cada aula um fundamento dele.58.Sim eu faço diagnostico naquele período que eles chamam de período de revisão de conteúdos.59.Esse diagnostico e feito através de questionamentos teóricos, brincadeiras em sala de aula e no pátio.60.Basquetebol, eles são separados em duas equipes e vão jogar.61.Dali eu fico avaliando qual o déficit da turma.62.Se a turma tem déficit em passe ou fundamento drible.63.Então eu sei se nesses fundamentos vou ter que dar atenção maior.64.Então esse diagnostico e feito no inicio do ano, e ai depois e dado todo o projeto, detalhadinho para que seja desenvolvido durante o ano.65.Eu sou formado desde 96, fazem 11 anos pelo IPA, Instituto Porto Alegre.
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66.Sim, eu faço cursos pelos menos a cada dois anos.67.Eu procuro me atualizar com noticias e atividades.68.Minha idéia agora era participar do PAN como voluntário, mas eu não fui selecionado.69.Ai eu vou como assistente, vou assistir.70.Cursos eu faço sempre na área da Educação Física, mais na área do Desenvolvimento.71.Desenvolvimento cognitivo motor, modalidades e atividades mais direcionadas para este lado.72.Eu tenho pós em Psicomotricidade pela FAPA.73.Eu gosto muito assim de pegar a criança e trabalhar o desenvolvimento dela.74.A cada ano tu vai vendo que chega a primeira serie que ela sabia um pouquinho, tu vê a evolução cerebral dela e tu vai ver que ela evoluiu bastante.75.O planejamento da escola se da através do Plano Político Pedagógico na qual eu tenho que executar as atividades que são feitas no plano.76.O papel do professor e trabalhar o desenvolvimento motor e cognitivo.77.A concentração, a ele ter um controle das emoções tanto na vitória como na derrota.78.E mais fazer com que ele cresça em amplitude também.79.Eu trabalho com planos de aula.80.Sempre venho com uma idéia pré-pronta do que eu vou executar.81.Se hoje eu vou trabalhar basquete, ai eu venho com as minhas atividades para basquete.82.O jogo faz parte da minha aula.83.Eles têm que aprender que aquela atividade que esta no plano de aula, faz parte da aula para ele executar no jogo.84.Meu plano e semanal.85.Eu traço um objetivo para aquela semana.86.Eu sempre faço um feed back no começo do ano pra eles relembrarem o que a gente teve no ano anterior87.Explico pra eles que a gente vai evoluir um pouquinho alem daq1uilo a gente já sabia.88.Então se na 5° serie eu trabalhei fundamento na 6º vou trabalhar fundamento e sistema de jogo.89.Na 7º serie vou trabalhar fundamento, sistema de jogo e marcação.90.Na 8º serie vou trabalhar fundamento, sistema de jogo, marcação e posicionamento de ataque e defesa com mudanças de sistema.91.Me formei 1993,e me formei pelo Instituto Porto Alegre, IPA.92.Bom, primeiro lugar eu gosto de ler bastante.93.Procuro ler não só na minha área, como na área da psicologia que e um trabalho importante dentro da Educação Física.94.Congressos poucos, nunca fui a esses congressos.95.Prefiro estar na sala de aula, porque eu sei como e difícil agente pedir pra ser liberada.96.Me atualizo sim, com cursos aos finais de semana e alguns que não precise me ausentar da escola.97.Mas sempre me atualizando, lendo conversando e debatendo.98.Dentro da Educação Física, a minha paixão e iniciação desportiva.99.Mas a gente tem que se reciclar e eu procuro fazer sempre iniciação desportiva e recreação por causa da escola.100.Todos os anos agente tem varias reuniões pedagógicas e todos os professores colocam como vai ser o planejamento.101.A gente tem o planejamento anual de curso que no caso da Educação Física trabalha todas as modalidades.
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102.Comecei com atletismo e basquete.103.São três trimestres.104.Depois eu entro no vôlei, no handebol e depois futsal.105.E ai depois disso saúde, ética e todas essas coisas que são importantes.106.O planejamento tem documentado e escrito, pois uma vez no ano a gente faz a remodelação.107.Coisas que mudam e leis que a gente tem que se adequar.108.Eu acho que o professor da Educação Física é o bombeiro da escola.109.Quando a escola ta pegando fogo chama o profissional da Educação Física, porque e uma aula diferente.110.E não só porque e uma aula diferente, mas porque os profissionais são diferenciados.111.Ele tem jogo de cintura e olha o lado humano do aluno.112.Mas e assim os alunos têm identificação muito grande com o profissional.113.Sabe o profissional da área de Educação Física, tem uma visão do mundo, os outros tem uma visão escola.114.Sempre faço planos de aula pros pequenos.115.Tu pode fazer um plano todo bonitinho com inicio, meio e fim.116.Chega na hora a turma não rende e o professor tem que ter jogo de cintura. 117.Pros maiores eu já sigo um ritual que e o plano de curso.118.Agora vou trabalhar basquete.119.Mas basquete entre aspas, porque estou sem ginásio, e na escola o espaço e pequeno e tenho que dividir com os carros.120.Com isso estou trabalhando na rua com aula recreativa.121.Eu faço planejamento semanal.122.Nos meus períodos de planejamento ou se eu to em casa e vejo alguma coisa que eu acho interessante pra eles.123.Tenho um objetivo traçado pra semana.124.Mas ai tu tem um objetivo traçado pra semana e ai tu chega na escola e ta chovendo.125.Então tu muda e reformula tudo de novo.126.Mais ou menos mudo alguma coisa de 5º a 8º serie.127.Porque eu já conheço eles, eles são meus alunos desde o pré.128.Como tu acompanha o crescimento tu sabe mais ou menos a turma que rende mais.129.Algumas turmas tu trabalha jogos e outras tu trabalha menos porque são muito agressivas.130.Conforme a turma tu monta um planejamento e avalia eles.131.Eu não avalio o movimento perfeito.132.Avalio sim se o aluno veio, participou e se divertiu.133.Meu objetivo e quem sabe, ensina quem não sabe.134.Os alunos que tem mais habilidade, ensina os que não tem.135.Todo mundo participa, se respeita e se ajuda.136.Aqui na minha escola é assim.