Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
CARLA TATIANA GARCIA BARRETO
PREVALÊNCIA DE BAIXO PESO AO NASCER E FATORES ASSOCIADOS EM CRIANÇAS
INDÍGENAS GUARANI NO SUL E SUDESTE: UMA ANÁLISE NA LINHA DE BASE DA PRIMEIRA
COORTE DE NASCIMENTOS INDÍGENAS NO BRASIL
Rio de Janeiro
2018
CARLA TATIANA GARCIA BARRETO
PREVALÊNCIA DE BAIXO PESO AO NASCER E FATORES ASSOCIADOS EM CRIANÇAS
INDÍGENAS GUARANI NO SUL E SUDESTE: UMA ANÁLISE NA LINHA DE BASE DA PRIMEIRA
COORTE DE NASCIMENTOS INDÍGENAS NO BRASIL
Tese apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Epidemiologia em Saúde
Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública
Sergio Arouca, na Fundação Oswaldo Cruz,
como requisito parcial para obtenção do título
de Doutor em Ciências.
Orientador: Dr. Andrey Moreira Cardoso
Segunda orientadora: Dra. Mariza Miranda
Theme Filha.
Terceiro orientador: Dr. Felipe Guimarães
Tavares
Rio de Janeiro
2018
Catalogação na fonte Fundação Oswaldo Cruz Instituto de Comunicação e Informação
Científica e Tecnológica em Saúde Biblioteca de Saúde Pública
n. autor Barreto, Carla Tatiana Garcia.
Prevalência de Baixo Peso ao Nascer e Fatores associados em Crianças
Indígenas Guarani no Sul e Sudeste: uma análise na linha de base da
primeira coorte de nascimentos indígenas no Brasil/ Carla Tatiana Garcia
Barreto-, 2018.
nº.f. :135 il.
Orientador: Dr. Andrey Moreira Cardoso
Coorientadores: Dra. Mariza Miranda Theme Filha.
Dr. Felipe Guimarães Tavares
Tese (doutorado) – Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde
Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2018.
1. População Indígena. 2. Saúde da criança. 3. Desigualdades em saúde.
4. Baixo Peso ao Nascer. 5. Nascimento Prematuro. I. Prevalência de Baixo
Peso ao Nascer e Fatores associados em Crianças Indígenas Guarani no Sul e
Sudeste: uma análise na linha de base da primeira coorte de nascimentos
indígenas no Brasil.
CDD
Carla Tatiana Garcia Barreto
PREVALÊNCIA DE BAIXO PESO AO NASCER E FATORES ASSOCIADOS EM CRIANÇAS
INDÍGENAS GUARANI NO SUL E SUDESTE: UMA ANÁLISE NA LINHA DE BASE DA PRIMEIRA
COORTE DE NASCIMENTOS INDÍGENAS NO BRASIL
Tese apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Epidemiologia em Saúde
Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública
Sergio Arouca, na Fundação Oswaldo Cruz,
como requisito parcial para obtenção do título
de Doutor em Ciências.
Aprovada em: 23 de agosto de 2018
Banca Examinadora
Prof. Dra. Aline Alves Ferreira
Instituto de Nutrição Josué de Castro - UFRJ
Dra. Mirian Carvalho de Souza
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA/RJ
Prof. Dr. Carlos Everaldo Alves Coimbra Júnior
Fundação Oswaldo Cruz - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Prof.ª Dra. Maria do Carmo Leal
Fundação Oswaldo Cruz - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Prof. Dr. Andrey Moreira Cardoso (Orientador)
Fundação Oswaldo Cruz - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Prof.ª Dra. Mariza Miranda Theme Filha (Segundo orientadora)
Fundação Oswaldo Cruz - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Prof. Dr. Felipe Guimarães Tavares (Terceiro orientador)
Universidade Federal Fluminense - UFF
Rio de Janeiro
2018
Dedico este trabalho a todas as pessoas que carregam dentro de si a vontade de fazer deste
planeta o Ivy marãey: uma terra sem mal.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho deve muito a um conjunto enorme de pessoas e considero um grande
desafio tentar reduzí-lo a duas páginas, mas tentarei. Por essa razão, desejo expressar os meus
sinceros agradecimentos:
Ao povo Guarani, especialmente as puérperas entrevistadas que acreditaram no trabalho e
que tiveram enorme paciência em responder a um detalhado questionário, que demandava um
gasto de tempo do cotidiano e que, muitas vezes, abordava pontos nem sempre confortáveis
de serem falados.
Aos enfermeiros das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, que participaram
ativamente da construção desse trabalho através das oficinas de treinamento e que foram os
entrevistadores de campo da pesquisa, colocando as entrevistas em suas rotinas de trabalho,
que sabemos já ser bastante extensa e aos demais membros das equipes de saúde locais. Sem a
adesão de vocês, essa pesquisa não seria possível.
Ao professor Andrey Moreira Cardoso, meu orientador, pela amizade, confiança e
credibilidade depositadas desde a época em que era bolsista PIBIC, pela disponibilidade
revelada ao longo destes anos de trabalho, assim como pelas críticas, correções e sugestões
relevantes feitas durante a orientação;
Aos co-orientadores, prof. Mariza Miranda Theme Filha e ao amigo e prof. Felipe
Guimarães Tavares, fundamentais nas etapas de análises e discussão, pela competência
científica e orientação dada no acompanhamento do trabalho, sempre com críticas e sugestões
relevantes.
Às amigas que fazem parte do grupo de pesquisa Guarani e atuaram na operacionalização
desse projeto, Yasmin Farias, Lídia Pantoja e à nossa bolsista Márcia Luz, por nossas
reuniões cheias de trabalho, desabafos e apoio, sempre dispostas a ajudar.
Aos meus pais José Carlos e Janete, que lutaram incessantemente na vida para que eu
pudesse estudar e não desistir, apesar de todas as adversidades e me dando apoio
incondicional, mesmo quando ―não sabiam bem o que eu estava fazendo‖.
Ao meu marido e amigo Ygor Ferrão, pelo apoio incondicional, pela paciência e por toda
minha ―ausência‖, principalmente nesta etapa final, sempre me fazendo acreditar que chegaria
ao final desta difícil, porém gratificante etapa.
Às coordenadoras, companheiras de trabalho PPC/UERJ, Alessandra Sant’Anna e Valéria
Monteiro e a toda equipe do departamento de enfermagem PPCpela compreensão e apoio para
o término deste trabalho.
Às amigas e companheiras de trabalho da PPC/UERJ, obrigada por poder dividir com
vocês minhas angústias e aflições, seja no posto de trabalho, seja na mesa do bar (bem menos
freqüente nessa etapa final) ou no nosso grupo de ―Whatsapp‖. Camilla Dias e Raíla Santos,
vocês deixaram essa fase da minha vida mais leve.
Aos meus ―velhos amigos‖ além da ENSP que fiquei em falta nesses últimos meses, em
especial minha amiga Juliana Araújo pelo apoio, principalmente nessa etapa final, tenho a
certeza de poder contar com você sempre.
À equipe da secretária do DENSP, sempre solícitos, pela ajuda e simpatia em diversos
momentos.
À ENSP/FIOCRUZ que deu suporte acadêmico e financeiro para a realização deste
trabalho.
"Sem esmorecer para não desmerecer".
OSWALDO CRUZ, 1933, Anais da Academia Brasileira de Ciências, p.68.
RESUMO
A relativa escassez de estudos sobre os determinantes do BPN em povos indígenas, além
da possível diferença nos seus determinantes em decorrência das suas diferentes condições de
vida levou à realização de revisão sistemática para identificar os fatores associados ao BPN
em crianças indígenas do mundo, caracterizando fatores etiológicos associados à
prematuridade e ao crescimento intrauterino insuficiente (CII). Foram identificados vinte e
quatro estudos, a maioria deles nos EUA, Canadá e Austrália. Os fatores associados ao CII e à
prematuridade foram semelhantes aos observados nos não indígenas: incluindo condições
obstétricas desfavoráveis, desnutrição materna, tabagismo e idade materna nos extremos da
idade fértil. Para o BPN, soma-se a esses fatores, as características ambientais, localização
geográfica e acesso limitado aos cuidados de saúde nas comunidades indígenas. Os fatores
etiológicos para BPN em povos indígenas ainda recebem pouca atenção, particularmente na
América Latina. Nos estudos analisados observaram-se limitações nas informações sobre
etnicidade, idade gestacional e fatores culturais, importantes para o estudo do BPN,
particularmente na população indígena. Novos estudos devem apresentar explicitamente os
critérios utilizados para definir etnicidade e maior clareza sobre a fonte da informação sobre a
idade gestacional, além de investigar as variáveis contextuais e culturais dos grupos
estudados. A sistematização desses determinantes norteou as análises do segundo artigo
―Fatores de risco para Baixo Peso ao Nascer, Prematuridade e Crescimento intrauterino
insuficiente na Primeira Coorte de Nascimento Indígena no Brasil‖. Foi realizado um recorte
transversal a partir da linha de base da primeira coorte de nascimentos indígenas no Brasil
conduzida em 55 aldeias Guarani no Sul e Sudeste do país. O período de recrutamento de
nascimentos ocorreu entre 01/06/2014 a 31/05/2016. Estimou-se as prevalências de BPN,
prematuridade e crescimento intrauterino insuficiente e seus fatores de risco. As prevalências
de BPN, prematuridade e CII foram de 14,4%, 18,7% e 6,0% respectivamente. As variáveis
associadas ao BPN no modelo final foram o uso principal do fogo de chão (OR: 2,46 /
IC95%: 1,05-5,75), o uso de material alternativo para forrar a parede ou teto do domicílio
(OR: 2,7 IC95%: 1,25-5,8), primiparidade (OR: 2,28/ IC95%: 1,16-4,45), < 6 consultas de
pré-natal (OR=1,98/IC95%:1,04-3,77) e anemia (OR=12,3/IC95%: 2,96-51,14). No modelo
final para prematuridade manteve-se a idade materna menor que 18 anos (OR: 1,94/
IC95%:1,09-3,47) e menos que 6 consultas de pré-natal (OR: 2,9/ IC95%: 1,33-4,05). Para o
crescimento intrauterino insuficiente, manteve-se significativo a primiparidade (OR: 3,11/
IC95%: 1.25-7,74), infecção urinária (OR: 2,87/IC95%: 1,13-7,31) e tabagismo materno (OR:
4,24/ IC95%: 1.06-16.99). Neste estudo identificamos prevalências de BPN, prematuridade e
crescimento intrauterino insuficiente superiores as verificadas na maioria da literatura
publicada, tanto em povos indígenas quanto em povos não indígenas de diferentes países.
Ambos os estudos, indicam que os desfechos analisados estão associados a fatores de risco
modificáveis por meio de ampliação do acesso oportuno e qualificado ao pré-natal e
mostraram causas comuns relacionadas à pobreza e acesso limitado aos cuidados de saúde, as
quais podem ser abordadas com o objetivo de reduzir a morbimortalidade relacionada. Este
estudo reforça ainda, a importância dos determinantes sociais e ambientais na determinação
do BPN.
Palavras-chave: População Indígena; Saúde da Criança; Desigualdades em saúde; Baixo
Peso ao Nascer; Nascimento Prematuro; Retardo do Crescimento Fetal.
ABSTRACT
Indigenous peoples present a possible difference in their health determinants as a
result of their different living conditions, which could have a distinct influence on LBW
aspects. However, there is a relative paucity of studies about determinants of LBW in this
population, which culminated in a systematic review to identify the factors associated with
LBW in indigenous children in the world and to characterize the etiological factors associated
with prematurity and poor intrauterine growth.Twenty-four studies were identified, most of
them in the United States, Canada and Australia. Factors associated with poor intrauterine
growth and prematurity were similar to those observed in non-indigenous individuals,
including maternal malnutrition, smoking, and maternal age at the extremes of childbearing
age. For BPN, besides these factors, the environmental characteristics, geographic location
and access to health care in the indigenous communities were also mentioned. Prematurity
and poor intrauterine growth showed common causes related to poverty and limited access to
health care, which can be approached with the aim of reducing morbidity and mortality. The
etiological factors for LBW in indigenous peoples still receive little attention particularly in
Latin America. New studies should explicitly state the criteria used to define ethnicity and
greater clarity about the sources of information of the gestational age information, as well as
to investigate the contextual and cultural variables of the groups studied. Based on these
findings, the systematization of determinants guided the analysis of the second article "Risk
factors for low birth weight, prematurity and poorintrauterine growth in the first indigenous
birth cohort in Brazil". For this, a cross-sectional study was performed from the baseline data
of the first cohort of indigenous births in Brazil conducted in 55 Guarani villages in the South
and Southeast of the country. The period of recruitment of births occurred between
06/01/2014 to 05/31/2016. The objective was to estimate the prevalence of LBW, prematurity
and poor intrauterine growth and its risk factors. The prevalence of LBW, prematurity and
poor intrauterine growth were 14.4%, 18.7% and 6.0%, respectively. The variables associated
to LBW in the final model were: main use of floor fire (OR: 2.46 / 95% CI: 1.05-5.75), use of
alternative material to line the wall or ceiling of the home (OR: 2.7 95% CI: 1.25-5.8),
primiparity (OR: 2.28 / 95% CI: 1.16-4.45), less than six prenatal visits (OR = 1.98 / 95 %:
1.04-3.77) and anemia (OR = 12.3 / 95% CI: 2.96-51.14). In the final model of prematurity
remained the maternal age under 18 years old (OR: 1.94 / 95% CI: 1.09-3.47) and less than
six prenatal visits (OR: 2.9 / 95% CI: 1.33-4.05). For poor intrauterine growth , in the final
model, remained the pimps (OR: 3.11 / 95% CI: 1.25-7.74), urinary tract infection (OR: 2.87 /
95% CI: 1.13-7, 31) and maternal smoking (OR: 4.24 / 95% CI: 1.06-16.99). In this study, we
identified prevalence rates of LBW, prematurity and poor intrauterine growth higher than
published literature both in indigenous peoples and in non-indigenous peoples of different
countries. The results indicate that these outcomes are associated with modifiable risk factors
by means of the extension of timely and qualified access to prenatal care. This study also
reinforces the importance of social and environmental determinants in determining LBW.
Key-words: Indigenous population; Child health; Health status disparities; Low birth weight;
Intrauterine growth restriction.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Artigo 1
Figura 1 Flow chart of the systematic review on factors associated for low birth weight
in indigenous children.......................................................................................... 47
Artigo 2
Figura 1 Modelo teórico hierarquizado de determinação para BPN, prematuridade e
crescimento intrauterino insuficiente..................................................................... 64
LISTA DE TABELAS
Artigo 1:
Tabela 1 - Studies identified in the literature search by author, year of publication,
country, and year of data collection, sample size, and study design. 49
Tabela 2 - Source of information and criterion for child’s indigenous
Race/Ethnicity 50
Tabela 3 - Studies identified in literature search according to outcome, method of
statistical analysis, and quality assessment. 51
Tabela 4 - Factors associated with LBW, prematurity, and IUGR/SGA, with
measures of association and 95% CI or p-value. 52
Artigo 2:
Tabela 1 - Comparação de características entre crianças Indígenas Guarani
recrutadas e não recrutadas para o estudo no Sul e Sudeste do Brasil,
2014 - 2016.
78
Tabela 2 -
Frequência simples das variáveis exploratórias por nível hierárquico em
crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016. 79
Tabela 3 - Prevalência de BPN e fatores associados entre crianças indígenas
Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016. 82
Tabela 4 - Prevalência de prematuridade e fatores associados entre crianças
indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016. 85
Tabela 5 - Prevalência de crescimento intrauterino insuficiente e fatores associados
em crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016. 88
Tabela 6 - Modelo final da análise de regressão logística hierárquica dos fatores de
risco para baixo peso ao nascer, prematuridade e crescimento
intrauterino insuficiente em crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste
do Brasil, 2014-2016.
91
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIS Agente Indígena de Saúde
AISAN Agente Indígena de Saneamento
BPN Baixo Peso ao Nascer
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CIUR Crescimento Intrauterino Restrito
CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
DRAB Doença Respiratória Aguda Baixa
DUM Data da Última Menstruação
EMSI Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena
ENSP Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Fiocruz Fundação Oswaldo Cruz
IG Idade Gestacional
IOM Institute of Medicine
IRA Infecção Respiratória Aguda
NO2 Dióxido de Nitrogênio
OMS Organização Mundial de Saúde
PDA Personal Digital Assistant
PHPN Programa de Humanização da Assistência Pré-Natal
PIBIC Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
PIG Pequeno para Idade Gestacional
PM10 Partículas inaláveis de diâmetro inferior a 10 micrómetros (µm)
PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde
SINASC Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
SO2 Dióxido de Enxofre
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
USG Ultrassonografia
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO......................................................................................... 15
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 17
2. FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO PESO AO NASCER..................... 19
3. CONDIÇÃO DE SAÚDE GUARANI NO LITORAL SUL E SUDESTE
DO BRASIL..................................................................................................... 23
4. JUSTIFICATIVA............................................................................................ 26
5. OBJETIVO GERAL........................................................................................ 27
5.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................... 27
6. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 28
6.1 METODOLOGIA - ARTIGO 1 - FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO
PESO AO NASCER EM POPULAÇÕES INDÍGENAS: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA DA LITERATURA................................................................ 28
6.2 METODOLOGIA – ARTIGO 2 - FATORES DE RISCO PARA BAIXO
PESO AO NASCER, PREMATURIDADE E CRESCIMENTO
INTRAUTERINO INSUFICIENTE NA PRIMEIRA COORTE DE
NASCIMENTOS INDÍGENA NO BRASIL................................................... 30
6.2.1 População e área de estudo............................................................................. 30
6.2.2 Operacionalização do estudo........................................................................... 30
6.2.3 Variáveis......................................................................................................... 31
6.2.4 Aspectos éticos................................................................................................ 32
6.2.5 Financiamento................................................................................................. 32
7. RESULTADOS................................................................................................ 33
7.1 ARTIGO 1 – FACTORS ASSOCIATED WITH LOW BIRTH WEIGHT IN
INDIGENOUS POPULATIONS: A SYSTEMATIC REVIEW OF THE
LITERATURE................................................................................... 33
7.2 ARTIGO 2 - FATORES DE RISCO PARA BAIXO PESO AO NASCER,
PREMATURIDADE E CRESCIMENTO INTRAUTERINO
INSUFICIENTE NA PRIMEIRA COORTE DE NASCIMENTOS
INDÍGENA NO BRASIL................................................................................ 56
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS DA TESE....................................................... 90
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA TESE......................................... 92
APÊNDICE I – PROTOCOLO REVISÃO SISTEMÁTICA 97
APÊNDICE II - QUESTIONÁRIO PERINATAL 106
ANEXO A– PARECER DE APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA
EM PESQUISA DA ENSP........................................................................... 120
ANEXO B – PARECER DE APROVAÇÃO CONEP................................. 127
APRESENTAÇÃO:
Este estudo faz parte de um projeto mais amplo intitulado “Doença Respiratória
Aguda e fatores associados em crianças Guarani menores de um ano de idade: estudo em
uma coorte de nascimentos indígenas no Sul e Sudeste do Brasil”, que tem por objetivo
principal analisar a magnitude das doenças respiratórias agudas no primeiro ano de vida e de
fatores associados em uma coorte de nascimentos na etnia Guarani residente em 70 aldeias no
Sul e Sudeste do Brasil.
A autora dessa tese iniciou no mundo da pesquisa científica e da epidemiologia através
dos estudos na população Guarani no Sul e Sudeste do Brasil. Ainda em 2008, como
estudante de graduação, fazendo iniciação científica, colaborou em um estudo caso-controle
sobre fatores de risco para internação por doença respiratória aguda baixa em crianças
indígenas Guarani menores de cinco anos, atuando desde as oficinas de capacitação das
Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena até as análises e divulgação dos dados.
Os resultados dessa pesquisa mostraram altas taxas de mortalidade infantil, tendo
como principal causa as doenças respiratórias agudas, e altas taxas de hospitalização por
doença respiratória aguda baixa (DRAB), principalmente nas crianças menores de 1 ano.
Entre os fatores de risco associados à hospitalização por IRA nas crianças Guarani, verificou-
se o baixo peso ao nascer, com elevada magnitude de associação, não sendo possível
identificar suas causas.
Posteriormente, no mestrado em Epidemiologia e Saúde Pública, foi avaliado o estado
nutricional das crianças indígenas Guarani menores de cinco anos, com recorte para os
estados do Rio de Janeiro e São Paulo, por questões de tempo e logística. Esse estudo
destacou elevadas prevalências de desnutrição crônica e anemia nas crianças Guarani, desde o
primeiro ano de vida, evidenciando as graves desigualdades em saúde e nutrição que afetam
essa população.
As lacunas no conhecimento sobre a saúde infantil Guarani, a inexistência de estudos
em coortes de nascimentos, bem como a elevada incidência de infecção respiratória aguda na
população suscitaram a realização da primeira coorte de nascimentos em indígenas no Brasil.
Para elaboração dessa tese, foram realizados um estudo de revisão sistemática e um
estudo transversal. Analisou-se no estudo transversal a linha de base da coorte de
nascimentos, utilizando informações coletadas no questionário perinatal, que captou dados
demográficos e socioeconômicos, situação de saúde da mãe, condições da gestação, parto e
puerpério, acesso ao pré-natal e condições de nascimento da criança. Essa entrevista era
realizada com as puérperas em até 15 dias após o parto.
A relativa escassez de estudos sobre os determinantes do BPN em povos indígenas,
além da possível diferença nos seus determinantes devido a diferentes condições de vida
levou a realização do primeiro artigo, intitulado ―Fatores associados ao Baixo Peso ao
Nascer em Populações Indígenas: uma revisão sistemática da literatura”, com objetivo de
identificar e analisar os fatores associados ao baixo peso ao nascer em crianças indígenas do
mundo, caracterizando fatores etiológicos associados à prematuridade e ao crescimento
intrauterino, seja por crescimento intrauterino restrito (CIUR) ou simplesmente PIG (pequeno
para idade gestacional).
A sistematização desses determinantes norteou as análises do segundo artigo,
intitulado ―Fatores de risco para Baixo Peso ao Nascer, Prematuridade e Crescimento
intrauterino insuficiente na Primeira Coorte de Nascimentos Indígenas no Brasil”, com
objetivo de estimar as prevalências de BPN, prematuridade e crescimento intrauterino
insuficiente e seus fatores associados.
Portanto, a presente tese é apresentada em formato de artigos científicos e está
estruturada com as seguintes seções: Introdução, destacando a relevância do BPN nos
desfechos adversos de saúde e o conhecimento desse desfecho nos povos indígenas e duas
subseções: a primeira aborda os principais fatores associados ao BPN, prematuridade e
crescimento intrauterino insuficiente na população em geral e, a segunda, uma descrição das
condições de saúde Guarani no litoral Sul e Sudeste do Brasil; justificativa; objetivos;
métodos dos 2 artigos; resultados, que são apresentados na forma de 2 artigos científicos
completos; considerações finais da tese; referências bibliográficas da tese; apêndices e
anexos.
Com esse trabalho, pretende-se aprofundar a reflexão a respeito da saúde materno-
infantil dos povos indígenas Guarani. A compreensão da magnitude da prematuridade e
crescimento intrauterino insuficiente na composição do BPN em indígenas, bem como a
identificação dos fatores etiológicos implicados em sua determinação irão contribuir para
efetiva intervenção na saúde indígena, colaborando na elaboração de recomendações
específicas para os serviços de saúde, com vistas à qualificação da atenção pré-natal e
materno-infantil dos povos indígenas Guarani. Além disso, contribui para a potencial redução
dos desfechos desfavoráveis de saúde relacionados ao BPN nessa população, visando reduzir
a morbimortalidade infantil por causas evitáveis com medidas cientificamente embasadas e
culturalmente adequadas.
17
1. INTRODUÇÃO
O peso ao nascer reflete as condições experimentadas pela criança durante o período
gestacional, sendo importante fator de influência na sua saúde e sobrevivência (VIANA et al.,
2013). O baixo peso ao nascer (BPN) é definido pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como peso inferior a 2.500 gramas (g) ao nascimento. A literatura evidencia que este
desfecho está relacionado a um maior risco de morbidade e mortalidade, sobretudo perinatal e
durante o primeiro ano de vida (MINAGAWA et al., 2006; MAIA; SOUZA, 2010;
VICTORA et al., 2011; LEAL; BARROS, 2013), além das consequências a longo prazo,
como maior mortalidade na idade adulta, principalmente por doenças cardiovasculares
(RISNES et al., 2011; WHO, 2014).
Tendo em vista as recentes evidências da importância em longo prazo da nutrição nos
primeiros 1000 dias de vida (da gravidez até os dois anos de idade), a OMS estipulou seis
metas globais de nutrição, dentre elas que o BPN tenha redução de 30% até 2025. Estima-se
que 15% a 20% de todos os nascimentos do mundo são de BPN (WHO, 2014). Apesar de o
BPN ser uma preocupação global, sua maior prevalência ocorre em países de baixa e média
renda, especialmente nas populações mais vulneráveis (BARROS et al., 2011; KIM; SAADA,
2013).
O BPN pode ser resultado de prematuridade (gestação com duração inferior a 37
semanas), crescimento intrauterino insuficiente ou uma combinação de ambos
(BOGUSZEWSKI et al., 2011). O Crescimento intrauterino insuficiente ocorre
aproximadamente em 10% das gestações, mas apenas uma minoria tem antecedentes
patológicos. A inibição patológica do crescimento fetal intrauterino é definida como
crescimento intrauterino restrito (CIUR). No entanto, a maioria dessas gravidezes terá um feto
fisiologicamente normal que é comumente chamado de pequeno para idade gestacional (PIG)
(AR et al., 2014). O Crescimento intrauterino insuficiente ocorre quando a criança nasce com
peso abaixo do valor de referência para a sua idade gestacional e sexo (AR et al., 2014;
VILLAR et al., 2014).
Dados de três coortes de nascimentos em Pelotas, no Rio Grande do Sul, indicam uma
prevalência de BPN praticamente estável entre os anos de 1982 (9%) e 2004 (10%). No
entanto, as proporções de prematuridade sofreram incremento nas sucessivas coortes (1982:
6,3%; 1993: 11,4%; 2004: 14,7%). O CIUR reduziu de 14,8%, em 1982, para 9,4%, em 1993,
voltando a aumentar em 2004 (12,0%). Os autores discutem que a elevação da prematuridade
pode ser explicada, em parte, pelo aumento nas taxas de cesariana e de parto induzido entre as
mulheres de maior renda. Porém, entre as mulheres de baixa renda, há outros possíveis
18
determinantes, como as infecções urinárias, ginecológicas e periodontal, além de fatores
emocionais como o estresse, especialmente entre minorias étnicas / raciais (BARROS et al.,
2008).
Segundo Silva et al.(2010), as prevalências de BPN atualmente são mais associadas ao
acesso e à disponibilidade de tecnologias perinatais do que um indicador de condições
socioeconômicas. O autor descreve que as regiões mais desenvolvidas do Brasil (Sul e
Sudeste) possuem as prevalências de BPN mais elevadas e taxas de mortalidade infantil
(TMI) mais baixas em contraste com as regiões menos desenvolvidas (Norte, Nordeste), que
possuem menores prevalências de BPN e maiores TMI. Esse fenômeno é conhecido como o
Paradoxo Epidemiológico do Baixo Peso ao Nascer, sendo descrito não somente no Brasil,
como em alguns países desenvolvidos.
No entanto, diversos autores refutam a existência desse Paradoxo e descrevem maiores
prevalências tanto de BPN como de prematuridade e CIUR nas regiões com contextos
socioeconômicos mais pobres. Esses autores destacam a importância de políticas de saúde
pública, inclusão social e promoção de melhoria na renda e nos níveis de escolaridade entre
famílias com vulnerabilidade socioeconômica, como parte dos esforços para promover o
nascimento de recém-nascidos saudáveis (LEE et al., 2013; MATIJASEVICH et al., 2012;
SADOVSKY et al., 2016, 2018).
A prevalência de prematuridade no Brasil, utilizando dados disponíveis no Sistema de
Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) variou de 6,8% no ano de 2000 a 7,1% no ano
de 2010 (SILVEIRA et al., 2013). No entanto, os autores recomendam que seja usada uma
equação de correção ao utilizar dados do SINASC para cálculo de prevalência de
prematuridade. Com a equação de correção, para o ano de 2010, houve um incremento de
38% na prevalência de prematuridade (aumentando para 11,7%) (SILVEIRA et al., 2013).
Este valor foi bastante próximo ao estimado em estudo posterior de base populacional,
―Nascer no Brasil‖, realizado entre 2011/2012 que encontrou uma prevalência de
prematuridade de 11,5% (LEAL et al., 2016). Uma das possíveis causas dessa subestimação
se deve ao fato de que a idade gestacional (IG) era coletada em categorias agrupadas e a partir
de 2011 passou a ser coletada em semanas exatas. Porém, apesar dessa subestimação ter
diminuído a partir de 2011, é preciso cautela ao interpretar dados vindos dessa fonte sem a
devida correção. Os autores recomendam que prevalências não corrigidas baseadas no
SINASC não sejam mais utilizadas (SILVEIRA et al., 2013).
As melhorias na atenção pré-natal, com o concomitante avanço das tecnologias de
assistência perinatal, têm aumentado à sobrevida de recém-nascidos de baixo peso e pode ser
uma das explicações para o aumento da prevalência de prematuridade. Em contrapartida, a
19
diminuição na prevalência de crescimento intrauterino restrito tem compensado este
crescimento, contribuindo para a estabilidade das prevalências de BPN (VICTORA et al.,
2011).
Não foram identificados estudos publicados no Brasil sobre a prevalência de BPN em
grupos indígenas específicos e os grandes inquéritos de saúde do Brasil não são
representativos deste segmento populacional. A prevalência de BPN na população indígena
no Brasil é conhecida unicamente por meio dos resultados do I Inquérito Nacional de Saúde e
Nutrição dos Povos Indígenas, no qual foi identificada uma prevalência de BPN para o
conjunto dos povos indígenas no país de 7,3%. Essas prevalências variaram de 4,0%, no
Norte, a 8,0%, no Sul/Sudeste. Ressalta-se que as análises foram realizadas somente nos
partos hospitalares (que representam 68,4% dos partos indígenas no país e 83,6% dos partos
indígenas no Sul/Sudeste), na medida em que se verificou a ocorrência de dígitos
preferenciais no peso ao nascer em crianças nascidas em domicílio, indicando viés de
aferição. A proporção de partos cesáreos no Brasil para esta população foi de 13,0%, variando
de 4,8% (Norte) a 18,4% (Sul/Sudeste) (ABRASCO, 2009).
Apesar da semelhança nas prevalências de BPN nos indígenas e na população
brasileira não indígena (6,1%, PNDS-2006/2007 - VIANA et al., 2013), levanta-se a hipótese
que os fatores relacionados ao BPN nos indígenas poderiam ser resultantes principalmente das
precárias condições socioeconômicas e de saúde materna, como infecções e desnutrição,
além de fatores de ordem cultural, que também podem exercer influência nas prevalências de
BPN. Há relatos informais em aldeias de algumas etnias, de tabus alimentares e dietas
restritivas relacionados à importância dos conceptos nascerem de tamanho pequeno devido ao
risco de acidente obstétrico durante o parto domiciliar. Há ainda registro etnográfico, de que
gestantes devem evitar alguns tipos de alimentos grandes que, segundo a cultura local,
poderiam expressar seu formato na cabeça ou corpo do concepto, no caso da etnia Guarani
(PISSOLATO, 2007).
2. FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO PESO AO NASCER
Na literatura, há uma diversidade de fatores que podem influenciar o tempo de
gestação e o crescimento intrauterino, sendo o BPN multifatorial. Esses fatores podem estar
relacionados às características maternas como: idade, situação conjugal, violência doméstica,
depressão, IMC pré-gestacional< 18,5kg/m², ganho de peso gestacional insuficiente, trabalho
e atividade física, morbidade materna (hipertensão, infecção do trato urinário e infecção
genital); hábitos maternos na gravidez, tais como tabagismo, consumo de álcool, consumo de
cafeína e uso de drogas; fatores obstétricos como: paridade, intervalo interpartal, história
20
prévia de prematuridade, aborto prévio, morte fetal ou neonatal prévia; Atenção pré-natal: IG
na primeira consulta pré-natal, número de visitas pré-natais e sua qualidade (LEAL et al.,
2004; ZAMBONATO et al., 2004; MINAGAWA et al., 2006; BARBAS et al., 2009; VIANA
et al., 2013; ALMEIDA et al., 2014).
A história obstétrica da mulher, como paridade, histórico de BPN em gestações
anteriores, pequeno intervalo interpartal, presença de infecção urinária e doenças sexualmente
transmissíveis são fortemente associados ao risco de parto prematuro e BPN. Reconhecer
essas exposições no pré-natal é fundamental para prevenir a ocorrência do BPN
(PANARETTO et al., 2006; SCLOWITZ et al., 2013; SMITH, 2003).
Segundo SMITH (2003), mulheres com intervalo interpartal menor que seis meses são
mais propensas a ter o filho seguinte prematuro, mesmo após ajuste para idade materna,
estado civil, altura materna, baixa condição socioeconômica, tabagismo materno, história
anterior de BPN e cesariana prévia (prematuro extremo – 24 a 32 semanas - OR: 2,2/ IC 95%:
1,4-3,6/ prematuro moderado – 33 a 36 semanas – OR: 1,6/ IC 95%: 1,3 – 2,0), o que
caracteriza o intervalo interpartal curto (<6meses) como um fator de risco independente para
BPN por prematuridade.
A idade materna é um fator de risco bastante estudado como preditor do BPN
(ALMEIDA et al., 2014; BARBAS et al., 2009; GANESH KUMAR et al., 2010; SANTOS et
al., 2014). Estudo de BARBAS et al. (2009) descreve razões de prevalências maiores tanto
nas faixas etárias mais novas (10 a 14 anos – RP: 1,4/ IC95%:1,2-1,6/ 15 a 19 anos – RP: 1,2/
IC95%: 1,2-1,3), quanto nas mulheres acima de 35 anos (RP: 1,2/ IC95%: 1,2-1,3), quando
comparadas à faixa etária de 20 a 34 anos. Os autores discutem que os determinantes nessas
faixas etárias podem ser bem distintos: nas mais jovens, além da imaturidade biológica,
principalmente nas menores de 15 anos, as principais causas são os determinantes sociais. Nas
mulheres acima de 35 anos, esses determinantes estão mais relacionados aos agravos
obstétricos e as doenças crônicas da mãe, tais como hipertensão arterial e diabetes.
Contudo, o efeito da idade materna no BPN pode diferenciar a depender do nível de
desenvolvimento do país e suas regiões. Em populações de alto nível socioeconômico, com
assistência pré-natal adequada, a idade materna tem seus efeitos perinatais negativos
minimizados, reforçando a relação do BPN com os fatores sociais e econômicos (ALMEIDA
et al., 2014).
A literatura evidencia que o baixo peso pré-gestacional e o ganho de peso materno
durante a gestação abaixo do recomendado estão associados ao déficit de crescimento fetal em
peso e estatura e ao risco de parto prematuro (FONSECA et al., 2014; MINAGAWA et al.,
2006; PADILHA et al., 2007). Estudo caso-controle sobre fatores associados ao BPN de
21
crianças a termo, na Índia, encontrou como determinantes: idade materna <20 anos (OR: 3.96/
IC95%: 1,25-12,62), presença de anemia (OR: 4,37/ IC95%: 2,31-8,26) e baixo peso pré-
gestacional (<45 kg) (OR: 7,02/ IC95%: 2,59-19,01) (GANESH KUMAR et al., 2010).
A anemia antes da gravidez e em gestantes está relacionada com maior prevalência de
BPN, prematuridade e CIUR (GANESH KUMAR et al., 2010; YI; HAN; OHRR, 2013),
sendo este desfecho nutricional um importante problema de saúde nas mulheres e crianças
indígenas no Brasil (BARRETO; CARDOSO; COIMBRA JR., 2014; COIMBRA JR., 2014),
possivelmente trazendo impacto negativo nos índices de morbimortalidade no binômio mãe –
filho.
Estudo caso-controle realizado na cidade de Botucatu, São Paulo, demonstrou que as
mulheres com menor número de consultas pré-natais, após ajuste para idade gestacional (OR:
1,78/ IC 95%: 1,32- 2,34), e as gestantes com menor índice de adequação do pré-natal (OR:
4,13/ IC95%: 1,36-12,51) possuem maior probabilidade de terem filhos com BPN. O autor se
baseou em três critérios para considerar o pré-natal adequado: realização dos exames de
laboratório no primeiro e terceiro trimestre recomendados como rotina no Brasil, exame
clinico da mama registrado em alguma consulta médica e pelo menos uma ultrassonografia
obstétrica precoce (até 17 semanas) (BRANCO DA FONSECA et al., 2014). Tais achados
reforçam a ideia de que o BPN está associado não somente ao acesso a cuidados pré-natais,
mas que estes sejam adequados e de qualidade.
A atenção pré-natal de qualidade permite reverter desfechos perinatais negativos.
Apesar do aumento substancial na cobertura pré-natal, as desigualdades no acesso e na
qualidade ainda persistem. No Brasil, os piores indicadores de qualidade são encontrados em
mulheres grávidas adolescentes, pretas, com menor escolaridade e pertencentes a classes
econômicas mais baixas (DOMINGUES et al., 2015). Em povos indígenas no Brasil, ocorrem
problemas semelhantes, como irregularidades no acesso e baixa qualidade da assistência pré-
natal (COIMBRA JR., 2014).
Em revisão sistemática publicada por PACHECO et al. (2007) sobre o consumo de
cafeína em gestantes e seus efeitos na ocorrência de BPN, foram encontradas conclusões
divergentes e importantes limitações metodológicas como dificuldade de medir concentração
de cafeína devido a diversas maneiras de consumo, e controle das variáveis de confundimento
nas análises, o que leva a uma dificuldade em conseguir detectar associação e inferir
causalidade. Porém, em revisão sistemática mais atual com realização de meta – análise foi
identificada uma relação inversa entre o consumo de cafeína e o peso ao nascer. O consumo
de cafeína na gestação foi associado a um aumento de 38% no risco de BPN (OR: 1,38/
IC95%: 1,10 - 1,73). Observou-se uma relação dose-resposta revelando que cada 100 mg
22
adicionais de consumo de cafeína por dia durante a gravidez foi associado um aumento de
3,0% no risco de BPN (OR: 1,03/ IC95%: 1,01 – 1,05) (RHEE et al., 2015).
O tabagismo durante a gestação é um importante fator de risco para o BPN,
aumentando não somente a ocorrência de parto prematuro, mas principalmente de CIUR (KO
et al., 2014; LIN, 2014). A prevalência de tabagismo entre gestantes tem diminuído nas
últimas décadas, embora continue alta, apesar de todos os riscos conhecidos. Essa diminuição
foi menor entre os grupos sociais mais desfavorecidos, mulheres negras e de baixa renda,
aumentando ainda mais a desigualdade entre os grupos por estratos de renda e etnia
(SILVEIRA et al., 2016).
Estudo de ZHANG et al. (2011) mostrou que filhos de mães que fumaram durante
toda a gestação tiveram uma redução média de 223,4g (IC95%: 156,7; 290,0) no peso ao
nascer, mesmo quando ajustado para idade gestacional, cor da pele, sexo, idade materna,
estado civil, índice de bens, moradores no domicilio, altura e peso materno, paridade,
problemas obstétricos em gestações prévias (mortes fetais, abortos, prematuridade, baixo peso
ao nascer), consumo de álcool, idade de início do pré-natal, doenças maternas na gestação
(diabetes, hipertensão arterial, anemia e depressão) e tipo de parto. Teste de tendência
mostrou relação linear e inversa entre a duração do fumo materno na gravidez e as medidas
antropométricas do recém-nascido. ZHANG et al. (2011) não encontraram associação
estatisticamente significativa entre fumo passivo e as medidas antropométricas do recém-
nascido, mesmo após ajuste para potenciais confundidores.
No entanto, ao que concerne o fumo passivo de gestantes, existem estudos que
confirmam essa associação com BPN e reforçam a importância de alertar os profissionais de
saúde e o público em geral sobre os efeitos nocivos dessa exposição e o aconselhamento as
gestantes no pré-natal (AKKAR et al., 2015; HAWSAWI; BRYANT; GOODFELLOW,
2015).
A exposição materna a poluentes atmosféricos, como dióxido de enxofre (SO2),
material particulado (PM10), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3) e dióxido de
nitrogênio (NO2) contribuem para determinação do BPN (MEDEIROS; GOUVEIA, 2005).
Estudo ecológico em uma cidade de porte médio do estado de São Paulo encontrou associação
entre alguns poluentes atmosféricos e o BPN, como dióxido de enxofre e ozônio. A hipótese
levantada pelo autor é que esses poluentes, principalmente o ozônio, provocam efeitos
inflamatórios que, associados à hiperventilação causada pela gravidez, aumentam a absorção
dos poluentes, aumentando a resposta inflamatória e, consequente, a liberação de substâncias
que afetam a circulação placentária, podendo comprometer o crescimento fetal
(NASCIMENTO; MOREIRA, 2009).
23
Estudo de VETTORE et al. (2010) encontrou associação nas condições de habitação
classificadas como inadequadas e muito inadequadas, com maior chance de BPN
(Inadequadas – OR = 2,3/ IC95%: 1,1; 4,6 e muito inadequadas – OR = 7,6/ IC95%: 2,1; 27,6
e com a chance de prematuridade associada ao BPN (inadequadas – OR = 2,2/ IC95%: 1,1;
4,3 e muito inadequadas – OR = 7,6/ IC95%: 2,4; 23,9) em mulheres de baixa renda que
realizaram o parto em maternidades públicas na cidade do Rio de Janeiro, após ajuste pelas
covariáveis renda materna, baixo IMC materno, cuidados pré-natais inadequados e
prematuridade prévia. As condições de habitação inadequadas refletem importante
desigualdade social sendo consideradas um importante determinante social do BPN.
Em estudo de fatores de risco para o nascimento de crianças PIG, a renda familiar
baixa esteve fortemente associada ao desfecho, mesmo após ajuste por demais variáveis,
incluindo as antropométricas maternas e reprodutivas. A chance de filhos de mães que
recebiam <1 salário mínimo nascerem PIG foi 8,8 (IC95%: 1,12-69,46) vezes maior que a de
filhos de mães que recebiam 10 ou mais salários mínimos (ZAMBONATO et al., 2004).
Em meta-análise realizada por SILVESTRIN et al. (2013) foi analisada a associação
entre a escolaridade materna e o BPN, levantando a hipótese de que a utilização em excesso
de novas tecnologias na área, nas classes sociais mais elevadas, assim como a escassez de
recursos em classes sociais mais baixas, poderiam produzir desfechos similares, resultando
assim, em elevadas taxas de BPN nos diferentes estratos sociais de escolaridade. Porém, tal
hipótese não foi confirmada, ao identificar um efeito protetor de 33,0% para o risco de BPN
entre as mulheres com escolaridade elevada quando comparadas com a categoria de baixa
escolaridade materna. Tal fato sugere que, apesar do paradoxo epidemiológico do BPN
ocorrer no Brasil e em outros países do mundo, as classes sociais menos favorecidas são ainda
as mais prejudicadas com desfechos perinatais negativos, reforçando a importância dos
fatores socioeconômicos na determinação do BPN.
3. CONDIÇÃO DE SAÚDE GUARANI NO LITORAL SUL E SUDESTE DO BRASIL:
A população Guarani presente nos litorais Sul e Sudeste do Brasil é composta
predominantemente pelos subgrupos Mbyá e Ñhandeva. A população das diferentes aldeias
possuem importantes laços de parentesco, mantendo freqüentes movimentos migratórios de
pessoas entre as aldeias dessa região (LADEIRA; MATTA, 2004). A cultura e modo de vida
Guarani, de modo geral, são regidos pela relação que eles mantêm com o meio ambiente e
com a cosmologia. O conceito de território para estes grupos supera os limites físicos da
aldeia, mantendo o contorno do seu território tradicional, por meio das diversas pequenas
24
aldeias em seu interior, onde ocorrem as dinâmicas sociais e políticas, permeadas por uma
expressiva mobilidade espacial, inclusive nos dias atuais (FABBRI; RIBEIRO, 2007;
LADEIRA; MATTA, 2004).
O território é a base de sua sustentabilidade e também onde são estabelecidas as relações
de reciprocidade visando à garantia do bem estar do grupo. Apesar de sua grande importância,
seus territórios atualmente são de quantidade limitada para plantio, caça e pesca, trazendo
dificuldades na obtenção de alimentos e impedindo o desenvolvimento de atividades
econômicas estáveis (LITAIFF, 1996).
Os recursos financeiros, em sua maioria, são provenientes de fontes instáveis ou
intermitentes, como venda de artesanato, doações e trocas. Algumas famílias têm recebido
recursos de fontes regulares, como os benefícios pagos pelo governo em aposentadorias rurais
e bolsa família, além de empregos formais dentro ou fora das aldeias, como os de professores,
Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e de Saneamento (AISAN). Esses recursos são utilizados
para a compra de alimentos industrializados, que são consumidos de forma variada, mas
freqüentemente insatisfatória do ponto de vista qualitativo e quantitativo (PISSOLATO,
2007).
Em estudo realizado com mulheres Guarani das aldeias de Paraty – RJ é descrito que as
mesmas possuem em geral, baixa estatura, peso pré-gestacional baixo, intervalo interpartal
curto, alta paridade e atividade física intensa (LÓPEZ, 2000), fatores esses relacionados ao
BPN em diversos estudos em não indígenas.
A pirâmide populacional Guarani sugere elevada natalidade, mortalidade precoce, baixa
idade mediana e baixa esperança de vida ao nascer. Os principais indicadores de mortalidade
Guarani demonstram as precárias condições de vida e de organização dos serviços de saúde.
A Taxa de mortalidade em menores de 5 anos (44,5/1.000) é quase três vezes maior e a TMI
(29,6/1.000) é duas vezes maior que as taxas de mortalidade correspondentes na população
geral das regiões Sul e Sudeste. A proporção de óbitos infantis pós-neonatais é 2,4 (83,3%)
vezes maior que na população geral. As principais causas de morte são as respiratórias
(40,6%) e as infecciosas e parasitárias (18,8%), causas consideradas evitáveis ou reduzíveis
por meio de ações ofertadas pelos serviços de saúde, principalmente na atenção primária
(CARDOSO, AM et al., 2011).
Em estudo sobre fatores de risco para hospitalização em crianças <5 anos no Sul e
Sudeste, verificou-se que BPN é um importante fator de risco para hospitalização por doença
respiratória aguda (IRA) (OR: 6,12; IC95%: 1,44–26,13) (CARDOSO; COIMBRA;
WERNECK, 2013). As doenças respiratórias são responsáveis por 77,6% das internações
hospitalares entre as crianças menores de cinco anos e 83,4% em menores de um ano. Além
25
disso, correspondem a 71,4% e 83,4% dos óbitos em menores de cinco anos e um ano
respectivamente (CARDOSO et al., 2011; CARDOSO; COIMBRA JR.; TAVARES, 2010).
As prevalências de desnutrição e anemia nas crianças Guarani das aldeias do Rio e Janeiro
e Ubatuba são de elevada magnitude. Verificou-se que 50,4% dos menores de cinco anos e
45% dos menores de 1 ano apresentavam baixa estatura para idade. O baixo peso para idade
nas crianças <5 anos foi de 7,9% e de 10,0% para menores de 1 ano. A prevalência de anemia
atingiu 88,9% nas crianças de 6 a 11 meses. A grande proporção de déficits estaturais no
primeiro ano de vida sugere que a desnutrição intrauterina possa ocorrer de maneira
importante na população Guarani (BARRETO; CARDOSO; COIMBRA JR., 2014).
Os resultados dos estudos recentes sobre morbidade e mortalidade na população Guarani
no sul e sudeste, marcadas por condições sensíveis à atenção primária, põe em evidência o
círculo vicioso infecção – desnutrição que afeta a criança indígena Guarani e revela a
necessidade de maiores investimentos na qualificação da atenção primária e em intervenções
sobre os determinantes sociais da saúde, a fim de reduzir as iniquidades (BARRETO;
CARDOSO; COIMBRA JR., 2014; CARDOSO et al., 2011; CARDOSO; COIMBRA;
WERNECK, 2013; CARDOSO; COIMBRA JR.; TAVARES, 2010).
26
4. JUSTIFICATIVA
O BPN é um importante preditor da morbimortalidade infantil e sua prevenção depende da
identificação dos seus fatores etiológicos. Ele mostrou-se um fator de risco importante para
hospitalização por IRA nas crianças indígenas Guarani. Além disso, a população Guarani no
Sul e Sudeste do Brasil possui TMI duas vezes maiores que a taxa correspondente na
população geral da mesma região, bem como alta prevalência de desnutrição crônica nas
crianças menores de 1 ano e elevadas taxas de morbidade por doenças infecciosas, em
particular as respiratórias. Todos esses eventos apresentam forte associação com o BPN. Por
esses motivos, acredita-se que o BPN seja um importante fator de risco para desfechos
negativos nesta população e compreender seus determinantes é essencial para o
estabelecimento de propostas de intervenções que visem à redução de agravos à saúde entre as
crianças guaranis.
Este trabalho irá contribuir para preencher lacunas de conhecimento a respeito da saúde
materno-infantil Guarani, através da descrição da prevalência de BPN e seus determinantes,
pois não identificamos publicações no Brasil que descrevam esses fatores por etnia, havendo
apenas a descrição de prevalências de BPN por regiões na população indígena no Brasil, a
partir dos dados do I Inquérito de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas no Brasil.
A estimativa das prevalências de nascimento prematuro, crescimento intrauterino
insuficiente e de BPN, bem como a identificação de seus fatores de risco contribuirá para a
elaboração de recomendações específicas para os serviços de saúde, com vistas à qualificação
da atenção pré-natal e materno-infantil dos povos indígenas Guarani e para a potencial
redução de desfechos desfavoráveis de saúde relacionados ao BPN nessa população.
27
5. OBJETIVO GERAL
Descrever os principais fatores de risco para o BPN na população indígena a partir de
revisão da literatura e estimar a prevalência de BPN, prematuridade e crescimento intrauterino
insuficiente e fatores associados nas crianças participantes da coorte de nascimentos na etnia
Guarani em aldeias no Sul e Sudeste do Brasil.
5.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
✓ Identificar e analisar os fatores associados ao BPN em crianças indígenas no mundo,
buscando caracterizar os fatores etiológicos ligados à prematuridade e ao CIUR ou
PIG (Artigo 1).
✓ Estimar as prevalências de baixo peso ao nascer, prematuridadee crescimento
intrauterino insuficiente em uma coorte de nascimentos indígenas da etnia Guarani no
Sul e Sudeste do Brasil – 2014 /2016 (Artigo 2).
✓ Investigar fatores de risco associados ao baixo peso ao nascer, a prematuridade e ao
crescimento intrauterino insuficiente em uma coorte de nascimentos indígenas da etnia
Guarani no Sul e Sudeste do Brasil – 2014/2016 (Artigo 2).
28
6. MATERIAIS E MÉTODOS
6.1 METODOLOGIA - ARTIGO 1 - FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO PESO AO
NASCER EM POPULAÇÕES INDÍGENAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA
LITERATURA.
Identificação e seleção de estudos
Foi realizada uma revisão sistemática a partir da literatura científica sobre os fatores
associados ao BPN em povos indígenas no mundo. A coleta de dados ocorreu no mês de abril
de 2018, através de pesquisa bibliográfica na base de dados Medline / PubMed, Scopus, Web
of Science e Lilacs.
A descrição desta revisão foi baseada na diretriz Preferred Reporting Items for
Systematic Reviews (PRISMA) (MOHER et al., 2009). O protocolo do estudo foi registrado e
publicado no Centre for Reviews and Dissemination, University of York (PROSPERO) sob o
no. CRD4201605114523 (BARRETO et al., 2016) (Apêndice I).
Não foram incluídos limites para pesquisa, como idioma ou data de publicação.
Estratégias de busca compatíveis com os descritores de cada base de pesquisa foram
delineadas com o auxílio de um profissional de biblioteconomia. Essas estratégias incluíram a
pesquisa de descritores que tentassem criar combinações que ampliassem a pesquisa em cada
base de dados.
Para os bancos de dados SCOPUS e Medline, usamos os termos: ("Risk Factors" OR
"Protective Factors") AND ("Premature Birth" OR "Infant Premature" OR "Fetal Growth
Retardation" OR "Infant Low Birth Weight") AND ("Indigenous Infants" OR "Native
Children" OR "Indigenous Children" OR "Child* Aborigines" OR "Indigenous Population"
OR "Indians Central American" OR "Indians North American" OR "Indians South American"
OR "Health of Indigenous Infants" OR "Aborigines, Australian" OR "Native Americans" OR
"Inuits" OR "First Nations" OR "Alaska Native" OR "American Indians").
Nas bases de dados Web of Science e Lilacs, removemos os termos "Risk Factors" OR
"Protective Factors" e acrescentamos "Health of Indigenous Infants". Na base Lilacs, a
inclusão do termo Aborigines não acrescentou nenhum artigo. A inclusão dos termos
"population groups", "continental population groups", "tribal", and "etiologic factors" foram
testados, sem ganhos de eficiência.
A revisão incluiu estudos sobre fatores associados aos desfechos BPN, prematuridade,
CIUR ou PIG em populações indígenas. A revisão excluiu editoriais, artigos descritivos e
aqueles que consideraram unicamente a etnia como fator de risco, bem como trabalhos que
não apresentaram resultados separadamente apenas para indígenas.
29
Extração de dados
As referências foram gerenciadas com o software Zotero Standalone®. Os estudos
foram selecionados independentemente por dois pesquisadores e incluíram as seguintes
etapas: exclusão de duplicatas; revisão do título e resumo para verificar os critérios de
inclusão; leitura do texto completo dos artigos, aplicando os critérios de exclusão; e busca
manual nas referências dos artigos selecionados. Os resultados foram comparados e as
discordâncias entre os investigadores foram solucionadas por um terceiro revisor.
Foi elaborado um formulário para padronização da extração de dados com as seguintes
informações: identificação do estudo - autor, nome do periódico, data de publicação-, período
de coleta de dados, tamanho da amostra, desenho do estudo, critério de definição da etnia e
sua fonte de informação, variáveis de exposição e suas respectivas medidas de associação,
significância estatística e controle para confundimento.
Classificação da população indígena
A atribuição da condição de indígena à criança foi organizada em categorias: etnia
materna ou paterna (autodeclarada, registrada em cadastros nacionais ou locais,
heteroclassificada pelo profissional de saúde ou estabelecida pela residência em aldeias, pela
língua falada ou sobrenome) ou a etnia da criança, conforme registrado no cadastro nacional
de saúde.
Análise de qualidade metodológica
A qualidade dos estudos foi avaliada por cinco critérios baseados e adaptados nos
instrumentos da Newcastle-Ottawa Scale (WELLS et al., 2017), para estudos de coorte e caso
controle, e nas diretrizes STROBE, para estudos seccionais (MALTA et al., 2010): (A) ter
usado censo ou amostra probabilística representativa da população alvo; (P) ter proporção de
perdas inferior a 20%; (I) ter ajustado o BPN por idade gestacional (IG) ou analisado
separadamente CIUR e prematuridade; (E) ter uma descrição dos critérios utilizados para
classificar a população como indígena; e (C) ter obtido estimativas de efeito ajustadas,
controlando fatores de confundimento. Um ponto foi atribuído a cada critério atendido. A
pontuação total podia variar de zero a cinco.
30
6.2 METODOLOGIA – ARTIGO 2 - FATORES DE RISCO PARA BAIXO PESO AO
NASCER, PREMATURIDADE E CRESCIMENTO INTRAUTERINO INSUFICIENTE NA
PRIMEIRA COORTE DE NASCIMENTOS INDÍGENA NO BRASIL
Este estudo faz parte de um projeto mais amplo intitulado “Doença Respiratória Aguda e
fatores associados em crianças Guarani menores de um ano de idade: estudo em uma coorte
de nascimentos indígenas no Sul e Sudeste do Brasil”, que tem por objetivo principal analisar
a magnitude das doenças respiratórias agudas no primeiro ano de vida e de fatores associados
na coorte de nascimentos na etnia Guarani residentes em aldeias no Sul e Sudeste do Brasil.
6.2.1 População e área de estudo:
Um total de 84 aldeias foram convidadas a participar do estudo e forneceram o TCLE
(Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). Devido a limitações na logística e
infraestrutura, como aldeias que são visitadas pelas equipes de saúde em períodos maiores de
15 dias e a alta rotatividade de profissionais enfermeiros e AIS , foram excluídos 18 aldeias,
permanecendo 66 aldeias no estudo. Destas, 55 tiveram nascimentos elegíveis no período do
estudo. Essas aldeias se estendem do litoral do estado do Rio de Janeiro ao litoral do estado
do Rio Grande do Sul, acrescidas das aldeias Guarani existente no interior do Rio Grande do
Sul.
6.2.2 Operacionalização do estudo:
As informações utilizadas neste estudo transversal foram obtidas da fase perinatal da
referida coorte. Tal fase corresponde à aplicação do questionário perinatal com a puérpera em
até 15 dias após o parto nas aldeias participantes do estudo. A criança era recrutada por meio
da aplicação do questionário perinatal na pesquisa e posteriormente acompanhada
semanalmente até um ano de idade no estudo de coorte.
Todos os questionários da coorte foram aplicados por meio do uso de um computador de
mão (PDA) e transmitidos à coordenação da pesquisa por meio eletrônico. O questionário
perinatal era aplicado pela enfermeira da equipe multidisciplinar de saúde indígena (EMSI) de
cada Polo Base.
Os enfermeiros e Agentes de Saúde Indígena (AIS) das equipes multidisciplinares de
saúde indígena (EMSI) das aldeias integrantes da base populacional do estudo foram
treinados em oficinas locais antes do início do estudo, para sensibilizá-los quanto à
importância da pesquisa, fluxos de entrevistas e padronização na aplicação dos questionários.
A partir destas oficinas locais, os profissionais de saúde foram orientados a realizar um
teste piloto por meio da aplicação do questionário na sua aldeia de trabalho, para identificar
eventuais dúvidas e levantar dificuldades na realização do mesmo.
Posteriormente foi realizada uma oficina centralizada na ENSP/Fiocruz, na cidade do Rio
31
de Janeiro-RJ, com os enfermeiros, onde foram debatidas e consolidadas as dificuldades em
relação à aplicação do questionário, que foram revisados e finalizados pela equipe de
pesquisadores, gerando a versão oficial da pesquisa.
Com objetivo de minimizar as perdas de informação, complementarmente foram
realizadas visitas periódicas dos coordenadores da pesquisa aos postos de saúde de todas as
aldeias ou nos Polos-Base para revisão e extração de dados dos prontuários das gestantes, do
cartão de pré-natal, livros de registros de gestantes e laudos de ultrassonografia (USG), a fim
de recuperar dados faltantes nas entrevistas.
6.2.3 Variáveis:
Desfecho: Foram considerados três desfechos – Baixo Peso ao Nascer (peso ao nascer <
2500g), prematuridade (Idade gestacional< 37 semanas) e crescimento intrauterino
insuficiente (Escore Z ≤ - 2 de acordo com a curva Intergrowth – 21st
de peso ao nascer por
IG).
Os dados do peso ao nascer foram obtidos do cartão da criança ou do registro do
prontuário hospitalar ou do prontuário da unidade de saúde local e registrados no questionário
perinatal.
Para cálculo da IG ao nascer foi utilizado o seguinte algoritmo: estimativa direta pelo
laudo da USG, realizado em qualquer momento da gestação; na ausência do laudo, utilizou-se
a IG registrada no prontuário materno ou cartão pré-natal, baseada em USG; quando não
disponível a informação da USG, foi utilizado a IG baseada na Data da última menstruação
(DUM) registrada no prontuário materno ou cartão de pré-natal (subtraindo-se a DUM da data
de nascimento) (PEREIRA et al., 2014).
Para o cálculo do crescimento intrauterino insuficiente foi utilizado o programa The
International Newborn Size at Birth Standards (The International Fetal and Newborn Growth
Consortium for the 21st Century). Foram considerados implausíveis valores extremos de IG >
42 semanas e escore Z de peso ao nascer por idade gestacional < -4 DP ou > 4 DP, sendo
esses registros descartados.
Por tratar-se de estudo exploratório em povos indígenas no Brasil, muitas variáveis
adicionais foram coletadas, para compor indicadores adaptados que pudessem atuar como
aproximação (proxy) das exposições habitualmente investigadas em estudos sobre fatores de
risco para BPN, sendo eleitas 37 variáveis do questionário para análise.
32
A descrição detalhada das variáveis de exposição e a descrição das análises dos dados
encontra-se na metodologia do artigo 2.
6.2.4 Aspectos Éticos:
As aldeias foram visitadas para obtenção dos TCLE (Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido) coletivos, e as EMSI (Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena) foram
convidadas a participar da pesquisa, com apoio da gestão dos Distritos Sanitários Especiais
Indígenas do Litoral e Interior Sul.
O projeto original foi analisado e aprovado pelo CEP/ENSP: Processo no 160/10 e
CONEP: Processo no
25000.170009/2010-98, aprovado por unanimidade no Conselho
Distrital de Saúde Indígena do Litoral Sul (instância de controle social do Subsistema de
saúde indígena de abrangência regional). Foi autorizada a entrada em Terra Indígena para fins
de realização de pesquisa científica pela FUNAI (nº 23/CGEP/07), vinculada à obtenção dos
TCLE e foram obtidos os TCLE coletivos em ocasião da visita às aldeias.
Este subprojeto foi analisado e aprovado pelo CEP/ENSP e CONEP: CAAE N.
61215216.8.0000.5240, Número do parecer: 1.821.137, para a manipulação do banco de
dados que já havia sido coletado no projeto anterior (Anexo 1).
6.2.5 Financiamento:
Edital/Chamada: Universal 14/2011 (Número do processo: 474008/2011-8); Edital
2013 - Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da ENSP - INOVA
ENSP II - Processo: 25388.000556/2013-52; Edital PAPES VII - Jovem cientista - 2014 -
Processo: 401789/2015-2; Edital FAPERJ/SES - RJ/MS-DECIT/CNPq - 35/2013 - PPSUS -
Processo: E-26/110.275/2014; Edital Universal CNPq 01/2016 - Processo: 428284/2016-7;
Edital Pesquisa ENSP 2016/2018 - Processo: 25388.000526/2017-70.
33
7. RESULTADOS
7.1 ARTIGOS 1 – FACTORS ASSOCIATED WITH LOW BIRTH WEIGHT IN
INDIGENOUS POPULATIONS: A SYSTEMATIC REVIEW OF THE WORLD
LITERATURE.
FATORES ASSOCIADOS AO BAIXO PESO AO NASCER EM POPULAÇÕES
INDÍGENAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Abstract
Objective: We aimed to identify etiological factors for low birth weight (LBW) in Indigenous
Peoples worldwide, characterizing those associated to prematurity or intrauterine growth
restriction (IUGR).
Methods: For this systematic review, we searched Medline, Scopus, Web of Science, and
Lilacs for articles published before April 2018. This revision was based on the PRISMA
guideline (Case review CRD42016051145, registered in the Centre for Reviews and
Dissemination, University of York).
Results: Twenty-four studies were identified, most of them in the USA, Canada and
Australia. Factors associated with IUGR or prematurity were similar to the observed in the
non-indigenous counterparts, including unfavorable obstetric conditions, maternal
malnutrition, smoking, and maternal age at the extremes of childbearing age, besides factors
such as environmental characteristics, geographic location, and poor access to health care in
indigenous communities.
Conclusions: Etiologic factors for LBW in Indigenous Peoples have received little attention,
especially in Latin America. Prematurity and IUGR showed common causes related to
poverty and limited access to health care, which can be addressed in order to reduce the
related morbidity and mortality. New studies should ensure explicit criteria for ethnicity,
quality of information on gestational age, and the investigation of contextual and culture-
specific variables.
Keywords: Indigenous Population; Health inequalities; Low Birth Weight.
Resumo:
Objetivo: identificar fatores etiológicos para o baixo peso ao nascer (BPN), prematuridade e
crescimento intrauterino restrito (CIUR) em povos indígenas. Métodos: revisão sistemática,
com pesquisa nas bases Medline, Scopus, Web of Science e Lilacs de artigos publicados até
abril de 2018. A descrição dessa revisão baseou-se na diretriz PRISMA (Protocolo de estudo
CRD42016051145, registrado no Center for Reviews and Dissemination, da Universidade de
York).
Resultados: Vinte e quatro estudos foram identificados, a maioria deles nos EUA, Canadá e
Austrália. Os fatores associados à CIUR e prematuridade foram semelhantes aos observados
nos não indígenas, incluindo condições obstétricas desfavoráveis, desnutrição materna,
tabagismo e idade materna nos extremos da idade fertil. Para o BPN, soma-se a esses fatores,
as características ambientais, localização geográfica e acesso aos cuidados de saúde nas
comunidades indígenas.
Conclusões: Os fatores etiológicos para BPN em povos indígenas ainda recebem pouca
atenção, especialmente na América Latina. A prematuridade e o CIUR mostraram causas
comuns relacionadas à pobreza e acesso limitado aos cuidados de saúde, as quais podem ser
abordadas com o objetivo de reduzir a morbimortalidade relacionada. Novos estudos devem
garantir critérios explícitos para a etnia, qualidade da informação sobre a idade gestacional e a
investigação de variáveis contextuais e culturais dos grupos estudados.
Palavras-chave: População Indígena; Desigualdades em saúde; Baixo Peso ao Nascer.
34
Introduction
Low birth weight (LBW), defined as weight less than 2,500g at birth, is a predictor of
negative infant health outcomes such as acute respiratory infections, diarrhea, delays in
growth and development, and infant mortality, besides being associated with
cardiovascular diseases in adulthood (ARNOLD; HOY; WANG, 2016; BARROS et al.,
2008; GANESH KUMAR et al., 2010). LBW is frequently reported as prevalent in
populations with low life standards (BARROS et al., 2011).
LBW may result from intrauterine growth restriction (IUGR), prematurity, or both
(BARROS et al., 2008). Some studies only analyze factors associated with LBW
(BARBAS et al., 2009; GANESH KUMAR et al., 2010; MONTEIRO; BENICIO; ORTIZ,
2000), while others investigate specific factors for IUGR (ZAMBONATO et al., 2004) or
prematurity (GOLDENBERG et al., 2008; LEAL et al., 2016). IUGR has been associated
with socioeconomic factors such as low family income, maternal age and marital status,
maternal malnutrition (low maternal BMI and height), smoking, and low-quality prenatal
care (ZAMBONATO et al., 2004), while prematurity has been more frequently associated
with obstetric conditions like placental abruption and infections, but also with
socioeconomic conditions, teenage pregnancy, low maternal education, and inadequate
prenatal care (GOLDENBERG et al., 2008; LEAL et al., 2016). In low- and middle-
income countries, IUGR and preterm delivery share several common determinants. Thus,
in these countries, prevalence of both IUGR and prematurity tend to be high (BARROS et
al., 2011).
Indigenous Peoples have precarious living conditions and poor health outcomes when
compared to the general population (ANDERSON et al., 2016; GRACEY; KING, 2009;
MONTENEGRO; STEPHENS, 2006). They are specially affected by poverty, high
prevalence of infectious diseases, particularly in childhood, food insecurity, and limited
access to health care (CARDOSO et al., 2015; CARDOSO AM; COIMBRA CE;
WERNECK GL, 2013; CARDOSO et al., 2011; CARDOSO, AM; COIMBRA JR.;
TAVARES, 2010; GRACEY; KING, 2009; KRAMER, 1987; MONTENEGRO;
STEPHENS, 2006; SAYERS, 2009). High prevalence has also been reported for
malnutrition, anaemia, and smoking in childbearing-age women (GRACEY; KING, 2009;
LÍCIO; FÁVARO; CHAVES, 2016), as well as greater proportions of home delivery and
low ceasarean rates (ABRASCO, 2009). Although most of these conditions are implicated
with LBW as cause or consequence, only few studies have assessed etiological factors for
LBW in Indigenous Peoples worldwide.
35
In Brazil, studies have been demonstrated similarities with the international literature
in terms of risk factors for LBW. The recent increase in LBW in the country has been
related to the growing rates of prematurity due to medical interventions like elective
cesareans (LEAL et al., 2016). Despite the broad national and international literature on
etiological factors for LBW (BARROS et al., 2008; GANESH KUMAR et al., 2010;
GOLDENBERG et al., 2008; KRAMER, 1987; MONTEIRO; BENICIO; ORTIZ, 2000),
there are also few studies specifically in indigenous peoples in Brazil (CARDOSO, AM. et
al., 2015; CARDOSO AM; COIMBRA CE; WERNECK GL, 2013). The prevalence of
LBW in indigenous children in the country was recently estimated (7.5%) and is similar to
the national prevalence of LBW in the general population (ANDERSON et al., 2016).
However, the prevalence was not estimated by ethnic group, which can macerate
inequalities within indigenous groups.
The combination of multiple risk factors for LBW and the high burden of acute
respiratory infections and diarrhea, malnutrition, as well as of infant mortality in indigenous
children reinforce the hypothesis that LBW is a relevant determinant of morbidity and
mortality in some indigenous groups in Brazil. There may be differences in the determination
of LBW between indigenous and non-indigenous populations, for example in cesarean rates,
and possibly in the contextual factors that determine the outcome in different settings.
Understanding the magnitude of prematurity and IUGR in the composition of LBW in
indigenous peoples and as well as the identification of its etiological factors are essential for
intervening effectively in indigenous health, reducing morbidity and mortality from diseases
related to poverty (GRACEY; KING, 2009). The aim of the current study was to identify and
analyze factors associated with LBW in indigenous children worldwide, characterizing
etiological factors associated to prematurity and IUGR.
Methodology:
Identification and selection of studies
A systematic review was carried out from scientific literature on factors associated to
LBW in indigenous peoples worldwide. Data were collected in April 2018 through a search
on Medline/PubMed, Scopus, Web of Science, and Lilacs databases. The description of this
review was based on the guideline Preferred Reporting Items for Systematic Reviews
(PRISMA) (MOHER et al., 2009). The study protocol was registered and published in the
Centre for Reviews and Dissemination, University of York (PROSPERO), case review no.
CRD42016051145 (Appendix I).
No limits were considered for the search, as language or date of publication. The terms
for each research database were designed with the assistance of a library scientist.
36
For the SCOPUS and Medline databases, we used the terms: ("Risk Factors" OR
"Protective Factors") AND ("Premature Birth" OR "Infant Premature" OR "Fetal Growth
Retardation" OR "Infant Low Birth Weight") AND ("Indigenous Infants" OR "Native
Children" OR "Indigenous Children" OR "Child* Aborigines" OR "Indigenous Population"
OR "Indians Central American" OR "Indians North American" OR "Indians South American"
OR "Health of Indigenous Infants" OR "Aborigines, Australian" OR "Native Americans" OR
"Inuits" OR "First Nations" OR "Alaska Native" OR "American Indians").
In the Web of Science and Lilacs databases, we removed the terms "Risk Factors" OR
"Protective Factors" and added "Health of Indigenous Infants". In Lilacs, the inclusion of the
term Aborigines failed to add any articles. Inclusion of the terms "population groups",
"continental population groups", "tribal", and "etiologic factors" were tested, with no gain in
efficiency.
The review included studies on factors associated with the outcomes LBW,
prematurity, or IUGR in indigenous populations. The review excluded editorials, descriptive
articles, and those considering ethnicity as a risk factor, as well as papers which did not
present results separately for indigenous individuals.
Data extraction
The references were managed with the Zotero Standalone software. Studies were
selected independently by two investigators and included the following stages: exclusion of
duplicates; review of the title and abstract to verify inclusion criteria; reading of the articles’
full text applying the exclusion criteria; and manual search of references from the selected
articles. A third reviewer solved disagreements between the two investigators.
A form was used for the data extraction with the following information: study
identification - author, name of periodical, and date of publication, data collection period,
sample size, study design, criterion for definition of ethnicity and its source of information,
outcomes, exposure variables, statistical significance and controlling for confounding.
Classification of indigenous population
For purposes of the study, assigning indigenous identity to the child was organized in
categories: maternal or paternal ethnicity (self-reported, recorded in national or local
registries, classified by a health professional, or established by residence in indigenous
villages, language spoken, or last name) or the child’s ethnicity as recorded in the national
health registry.
Methodological quality Analysis
The studies’ quality was assessed according to five criteria based on the adapted
instrument of the Newcastle-Ottawa Scale (WELLS et al., 2017) for cohort and case-control
37
studies and the STROBE guidelines for cross-sectional studies (MALTA et al., 2010): (A)
having used a census or representative probabilistic sample of the target population; (P)
having fewer than 20% losses; (I) having adjusted LBW by gestational age (GA) or analyzed
IUGR and prematurity separately; (E) having a description of the criteria used to classify the
population as indigenous; and (C) having adjusted effect estimates, controlled by confounding
factors. One point was assigned for each criterion met. The total score could vary from zero to
five.
Results:
The literature review resulted in the selection of 286 references (103 in Scopus, 8 in
Web of Science, 110 in Lilacs, and 65 in Medline). After exclusion of 74 duplicates, the titles
and abstracts from 212 were read; after that 57 of them were read in full text, 33 being
excluded for the reasons shown in Figure 1. The review of the 23 selected articles resulted in
the identification of one more text, thus totalizing 24 papers in the systematic review (Figure
1).
All the articles in the review were published in English. More than half (14/24 -58.3%)
were from the USA and Canada, followed by Australia (6/24 – 25.0%). One article from Latin
America was identified, from Chile. Cross-sectional design was used in 12/24 studies
(50.0%), followed by cohort design (9/24 – 31.8%) (Table 1).
In the majority of the studies, the authors defined the newborns as indigenous based on
secondary records for the infants or their parents - local or national databases, the father’s
and/or mother’s birth records, and the mother’s medical record. Fourteen of the 24 studies
failed to specify the classification criteria for ethnicity. Only 3 out of 24 studies attributed to
the child the mother’s or father’s self-declared ethnicity at the time of the study, i.e., as a
primary data source (Table 2).
Only four articles met all the established quality criteria, and nine failed to meet only
one of the quality criteria. Nine articles studied birth weight without adjusting for GA or
differentiating between prematurity and IUGR. In six studies, no adjustment was made for
confounding variables, and three only made comparisons between proportions or means.
Among the five criteria adopted to analyze the quality of the papers, the worst one was the
description of the criteria used to classify ethnicity (Table 3).
Table 4 shows the variables explored as factors associated with LBW, prematurity,
and IUGR and the respective measures of association. The most frequently studied variables
were: maternal smoking, assessed mainly as number of cigarettes smoked per day, followed
by maternal age.
38
Considering only variables adjusted for confounding, the main risk factors for
prematurity were: obstetric conditions such as prolonged and premature rupture of
membranes, pregnancy-induced hypertension, diabetes and obstetric history of prematurity;
hospitalization during the pregnancy; maternal malnutrition, defined as pre-gestational
maternal BMI < 20, low gestational weight gain (<9.1kg) and anemia; low number of prenatal
appointments; and low maternal age (<19 years) as a protective factor. Risk factors for IUGR
featured smoking and alcohol abuse during pregnancy; maternal malnutrition (BMI <18.5);
obstetric conditions like pregnancy-induced hypertension and urinary tract infection; and low
maternal age (<20 years).
Factors associated with LBW included the same ones as for prematurity and IUGR,
plus featuring those related to specific indigenous environmental contexts, like inadequate
waste disposal; environmental contamination with persistent organic pollutants; rainy season
(versus dry seasons); residence in villages located in rural or remote areas; and limited access
to health services.
Discussion:
The studies analyzed in this review were concentrated in 3 countries (Australia,
Canada and USA). This situation is also observed in researches on other adverse pregnancy or
neonatal outcomes in indigenous populations (OSTER; TOTH, 2016; SAYERS, 2009).
Studies on LBW in Latin America are rare although 10% of its population are indigenous and
the region concentrates one of the world’s greatest ethnic diversities (MONTENEGRO;
STEPHENS, 2006).
The literature on etiological factors for LBW in indigenous peoples is incipient,
especially when compared to the non-indigenous population. Nevertheless, there are
similarities between the two groups about factors associated with LBW.
IUGR has been reported as the principal component of LBW in indigenous peoples
(OSTER; TOTH, 2016), unlike observations in the general population. However, this
outcome was only studied in 7 of the 24 studies. IUGR was associated with maternal smoking
and alcohol abuse, maternal malnutrition, and hypertension and infections in the pregnancy,
all considered factors that are modifiable by improvements in living conditions and access to
health services. Meanwhile, prematurity was investigated in more than half of the studies in
this review, and its etiological factors were mostly obstetric conditions. The low cesarean
rates in indigenous peoples (ABRASCO, 2009; KILDEA et al., 2017) indicate that
prematurity in these groups results from spontaneous premature delivery, resulting in turn
from adverse obstetric conditions, maternal malnutrition, and limited access to prenatal care8.
39
Spontaneous premature childbirth has complex and multifactorial causes related to infections
or inflammations in pregnancy, besides economic and social vulnerability, which are highly
prevalent conditions in indigenous peoples (GOLDENBERG et al., 2008; GRACEY; KING,
2009; LEAL et al., 2016).
Maternal smoking was the risk factor most frequently associated with LBW in
indigenous peoples. SAYERS; POWERS (1997), reported 18% attributable risk from
industrialized cigarettes for the outcome LBW and 10% for IUGR. MEHAFFEY et al. (2010),
investigated smoking in the first trimester of pregnancy and identified a significant dose-
response effect for the three target outcomes, LBW, prematurity, and IUGR, although only
crude associations were estimated. However, studies that presented adjusted estimates have
reiterated this association (BROWN et al., 2016; GRAHAM et al., 2007; MUGGAH E et al.,
2004; ROUSHAM; GRACEY, 1998; SIMONET et al., 2009; YANG et al., 2006).
The difficulty in measuring tobacco exposure is a problem in studies of indigenous
populations (ENGLAND et al., 2013; MUGGAH E et al., 2004). Difficulties are reported in
quantifying the number of cigarettes smoked, since industrialized tobacco tends to be used
intermittently and depends on the availability of monetary resources. It is also difficult to
measure the consumption of tobacco in other forms, like chewing, domestic preparations with
or without mixing other substances (MUGGAH et al., 2004), and pipe smoking for
recreational or religious purposes (MARQUES, 2012). Thus, studies on factors associated
with LBW in indigenous peoples should develop strategies to accurately measure, in different
contexts, the type of tobacco consumed, doses, periods, and duration of exposure during
pregnancy.
Some studies describe an inverse association between maternal age and LBW, as
reported in non-indigenous populations (BARBAS et al., 2009; GANESH KUMAR et al.,
2010; SANTOS et al., 2014). In Western societies, this association has been attributed to
biological immaturity in adolescence and social determinants like inadequate prenatal care
and weak social support networks, or rejection of the pregnancy by the family or the male
partner (SANTOS et al., 2014). However, two studies found a direct association between
LBW and maternal age (SAYERS, S.; POWERS, 1997; MUGGAH et al., 2004). The authors
argued that the health of indigenous women deteriorates more rapidly with age due to
conditions of poverty and high fertility. A second hypothesis emerged from a community
focus group, when it was reported that younger pregnant women tend to receive more family
and community support.
The effect of maternal age on LBW can differ according to the level of development of
the country and its regions. In populations with high socioeconomic status and adequate
40
prenatal care, the negative perinatal effects of maternal age are minimized, reinforcing the
relationship between LBW and social and economic factors, especially in women under 20
years of age (ALMEIDA et al., 2014; RESTREPO – MÉNDEZ et al., 2015). Such findings
suggest that the effect of maternal age can be expressed in different ways, depending on the
local contexts. For example, in different indigenous communities, pregnancy before 20 years
of age is not viewed negatively (LÓPEZ, 2000), which could explain the direct association
between maternal age and LBW found in two studies.
Low maternal BMI and low pre-gestational maternal weight were associated with
LBW. A study of aborigines in Australia (SAYERS, S.; POWERS, 1997) found an inverse
association between postpartum maternal BMI and LBW. The authors argued that the
prevalence of maternal malnutrition would be higher if measured in early pregnancy,
recommending nutritional rehabilitation of pregnant women to reduce the risk of fetal
malnutrition (SAYERS, S.; POWERS, 1997). Likewise, a study of the indigenous population
in Manitoba, Canada (HEAMAN et al., 2005), showed an association between low gestational
weight gain and prematurity.
In relation to environmental factors, a study in Alaska showed that mean birth weight
was lower in indigenous villages that lacked adequate garbage disposal. This effect probably
resulted from water and soil contamination and inhalation of potentially toxic smoke from
burning garbage (GILBREATH; KASS, 2006).
Another environmental factor that was studied was seasonality. Children born in the
rainy season were more likely to have low birth weight (<1,500g), due to the scarcity and
difficult access to food, crowding, and confinement in the home and higher risk of
environmental contamination and infection. This scenario reinforces the hypothesis that LBW
results from the adverse socioeconomic and environmental situations to which indigenous
peoples are exposed (ROUSHAM; GRACEY, 1998).
Living in rural areas showed mixed effects on the risk of LBW. According to
BALDWIN et al. (2002), close and permanent contact with cities can result in worse living
conditions for indigenous peoples. Villages located close to cities tend to have smaller
territories, which limits their food crops, hunting and fishing. However, GRAHAM et al.
(2007), reported higher risk of LBW in remote areas due to greater difficulty in access to
prenatal care. COUGHLIN et al. (2013), observed an attenuation of this effect when the
community has access to health services, particularly when located in the village itself and
culturally adapted (COUGHLIN et al., 2013; HEAMAN et al., 2005).
The investigation of environmental factors has proceeded and proven relevant in
studies on the determination of LBW in indigenous populations (BALDWIN et al., 2002;
41
GILBREATH; KASS, 2006; GRAHAM et al., 2007; ROTHHAMMER et al., 2015;
ROUSHAM; GRACEY, 1998; WOJTYNIAK BJ et al., 2010). Meanwhile, socioeconomic
factors (ABEL; KRUGER; BURD, 2002; EMANUEL; KIMPO; MOCERI, 2004;
PANARETTO et al., 2006) have received little attention, having proven less relevant in the
determination of LBW. A potential explanation is the relative socioeconomic homogeneity of
indigenous groups (SAYERS, S.; POWERS, 1997), so that it is not possible to capture this
differentiation with the usual socioeconomic indicators. This would require the development
of more sensitive indicators to capture the inequalities in different indigenous contexts.
Six of the 24 articles were methodologically less robust, since they did not adjust for
confounding, although their results are consistent with the literature in non-indigenous
populations. Studies frequently lacked information on the methods or criteria for defining
indigenous individuals. According to SMYLIE and FIRESTONE (2015), this limits
interpretation of the results, since the allocation of indigenous individuals to other racial or
ethnic categories and vice versa underestimates the inequalities in the health indicators
between indigenous and non-indigenous groups, thus limiting the identification of needs and
contributing to the marginalization of these peoples (ANDERSON et al., 2016). In addition,
explicit criteria allow comparability between studies and facilitate understanding of the
respective contexts.
Therefore, studies of etiological factors for LBW in indigenous populations should
always present adjusted measures of association, specify the methods for ethnic classification,
and inform gestational age, indicating the sources and its form of estimation. Studies are
needed to ensure the best source of data collection of gestational age, since correct GA is
essential for differentiating between LBW due to prematurity and LBW due to IUGR, and
such information is still scarce for indigenous populations worldwide (ROUSHAM;
GRACEY, 1998; SAYERS, S.; POWERS, 1997). New studies should further examine
specific contextual variables in these populations, like climate and environmental conditions,
location and type of housing, proximity to towns and cities, structure and organization of local
health services, and culture-specific behavioral factors like tobacco and other substance use
and exposure to pollutants and contaminants.
Conclusions
Low birth weight has received little attention in indigenous peoples when compared to
the non-indigenous population, with the poorest and most populous regions, as Latin
America, being underrepresented. The risk factors identified in the review are similar to those
of the general population – obstetric causes, maternal nutritional conditions, access to health
42
services, and environmental conditions – and are modifiable by actions by health services in
partnership with other sectors.
Prematurity and IUGR show common causes related to poverty and limited access to
health services. The studies lack quality and methodological clarity on relevant aspects in
order to guarantee their comparability. More studies are necessary on factors related to LBW
in indigenous peoples in Latin America. Investment is needed in access to high-quality
prenatal care to decrease the prevalence of prematurity and IUGR and thus related morbidity
and mortality among indigenous peoples.
43
References:
ABDULRAZZAQ, Y. M. et al. Obstetric risk factors affecting incidence of low birth weight
in live-born infants. Neonatology, v. 67, n. 3, p. 160–166, 1995.
ABEL, E. L.; KRUGER, M.; BURD, L. Effects of maternal and paternal age on Caucasian
and Native American preterm births and birth weights. American Journal of Perinatology, v.
19, n. 1, p. 49–54, jan. 2002.
ABRASCO. Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. Relatório Final
(Análise dos Dados). . [S.l: s.n.]. , 2009
ALMEIDA, A. H. DO V. DE et al. Baixo peso ao nascer em adolescentes e adultas jovens na
Região Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 14, n. 3, p. 279–
286, set. 2014.
ANDERSON, I. et al. Indigenous and tribal peoples’ health (The Lancet–Lowitja Institute
Global Collaboration): a population study. The Lancet, v. 388, n. 10040, p. 131–157, jul.
2016.
ARNOLD, L.; HOY, W.; WANG, Z. Low birthweight increases risk for cardiovascular
disease hospitalisations in a remote Indigenous Australian community - A prospective cohort
study. Australian and New Zealand Journal of Public Health, v. 40, p. S102–S106, 2016.
BALDWIN, L.-M. et al. Perinatal and infant health among rural and urban American
Indians/Alaska Natives. American journal of public health, v. 92, n. 9, p. 1491–1497, set.
2002.
BARBAS, D. DA S. et al. Determinantes do peso insuficiente e do baixo peso ao nascer na
cidade do Rio de Janeiro, Brasil, 2001. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 18, n. 2, p.
161–170, 2009.
BARROS, F. C. et al. How many low birthweight babies in low- and middle-income
countries are preterm? Revista de Saúde Pública, v. 45, n. 3, p. 607–616, jun. 2011.
BARROS, F. C. et al. Preterm births, low birth weight, and intrauterine growth restriction in
three birth cohorts in Southern Brazil: 1982, 1993 and 2004. Cadernos de Saúde Pública, v.
24, p. s390–s398, 2008.
BROWN, S. J. et al. Use of cannabis during pregnancy and birth outcomes in an Aboriginal
birth cohort: a cross-sectional, population-based study. BMJ Open, v. 6, n. 2, p. e010286, fev.
2016.
CARDOSO, A. M. et al. Prevalence of pneumonia and associated factors among indigenous
children in Brazil: results from the First National Survey of Indigenous People’s Health and
Nutrition. International Health, v. 7, n. 6, p. 412–419, 1 nov. 2015.
CARDOSO AM; COIMBRA CE; WERNECK GL. Risk factors for hospital admission due to
acute lower respiratory tract infection in Guarani indigenous children in southern Brazil: a
population-based case-control study. Trop Med Int Health, v. 18, n. 5, p. 596–607, 04PY -
2013 2013.
CARDOSO, ANDREY MOREIRA et al. Mortality among Guarani Indians in Southeastern
and Southern Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, p. s222–s236, 2011.
44
CARDOSO, ANDREY MOREIRA; COIMBRA JR., C. E. A.; TAVARES, F. G. Morbidade
hospitalar indígena Guarani no Sul e Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia,
v. 13, n. 1, p. 21–34, mar. 2010.
COUGHLIN, R. L. et al. Pregnancy and birth outcome improvements for american indians in
the healthy start project of the inter-tribal council of Michigan, 1998-2008. Maternal and
Child Health Journal, v. 17, n. 6, p. 1005–1015, 2013.
DORFMAN H, SRINATH M, ROCKHILL K, HOGUE C. The Association Between
Diabetes Mellitus Among American Indian/Alaska Native Populations with Preterm Birth in
Eight US States from 2004–2011. Maternal and Child Health Journal. 2015 Nov;
19(11):2419–28.
EMANUEL, I.; KIMPO, C.; MOCERI, V. The association of maternal growth and socio-
economic measures with infant birthweight in four ethnic groups. International Journal of
Epidemiology, v. 33, n. 6, p. 1236–1242, dez. 2004.
ENGLAND, L. J. et al. Effects of maternal smokeless tobacco use on selected pregnancy
outcomes in Alaska Native women: a case-control study. Acta Obstetricia et Gynecologica
Scandinavica, v. 92, n. 6, p. 648–655, jun. 2013.
GANESH KUMAR, S. et al. Determinants of low birth weight: A case control study in a
district hospital in Karnataka. The Indian Journal of Pediatrics, v. 77, n. 1, p. 87–89, jan.
2010.
GILBREATH, S.; KASS, P. H. Adverse birth outcomes associated with open dumpsites in
Alaska native villages. American Journal of Epidemiology, v. 164, n. 6, p. 518–528, 15 set.
2006.
GOLDENBERG, R. L. et al. Epidemiology and causes of preterm birth. The Lancet, v. 371,
n. 9606, p. 75–84, jan. 2008.
GRACEY, M.; KING, M. Indigenous health part 1: determinants and disease patterns. The
Lancet, v. 374, n. 9683, p. 65–75, jul. 2009.
GRAHAM, S. et al. The urban-remote divide for Indigenous perinatal outcomes. Medical
Journal of Australia, v. 186, n. 10, p. 509–512, 2007.
HEAMAN, M. I. et al. Risk factors for spontaneous preterm birth among Aboriginal and non-
Aboriginal women in Manitoba. Paediatric and Perinatal Epidemiology, v. 19, n. 3, p. 181–
193, 2005.
KIEFFER, EC, ALEXANDER, GR, MOR, JM. Pregnancy outcomes of Pacific Islanders in
Hawaii. American Journal of Epidemiology. 1995; 142(7):674–9.
KILDEA, S. V. et al. Risk factors for preterm, low birthweight and small for gestational age
births among Aboriginal women from remote communities in Northern Australia. Women
and Birth, v. 30, n. 5, p. 398–405, out. 2017.
KRAMER, M. S. Determinants of low birth weight: methodological assessment and meta-
analysis. Bulletin of the World Health Organization, v. 65, n. 5, p. 663–737, 1987.
LEAL, M. DO C.; ESTEVES-PEREIRA, A. P.; NAKAMURA-PEREIRA, M.; TORRES, J.
45
A.; THEME-FILHA, M.; et al. Prevalence and risk factors related to preterm birth in Brazil.
Reproductive Health, v. 13, n. S3, out. 2016.
LEAL, M. DO C.; ESTEVES-PEREIRA, A. P.; NAKAMURA-PEREIRA, M.; TORRES, J.
A.; DOMINGUES, R. M. S. M.; et al. Provider-Initiated Late Preterm Births in Brazil:
Differences between Public and Private Health Services. PLOS ONE, v. 11, n. 5, p. 1–14, 19
maio 2016.
LÍCIO, J. S. A.; FÁVARO, T. R.; CHAVES, C. R. M. DE M. Anemia em crianças e mulheres
indígenas no Brasil: revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, n. 8, p. 2571–2581,
ago. 2016.
LÓPEZ, G. M. A. A FECUNDIDADE ENTRE OS GUARANI: UM LEGADO DE
KUNHANKARAI. 2000. Tese de Doutorado – Escola Nacional de Saúde Pública /Fundação
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2000.
MALTA, M. et al. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos
observacionais. Revista de Saúde Pública, v. 44, n. 3, p. 559–565, jun. 2010.
MARQUES RP. UM ESTUDO DE CASO SOBRE O FUMO, O USO DOS CACHIMBOS E
AS PRÁTICAS DE FUMAR ENTRE OS MBYÁ-GUARANI (RS). Espaço Ameríndio.
Junho de 2012; 6(1):97–118.
MEHAFFEY, K. et al. Maternal smoking at first prenatal visit as a marker of risk for adverse
pregnancy outcomes in the Qikiqtaaluk (Baffin) Region. Rural and Remote Health, v. 10, n.
3, p. 1484, set. 2010.
MOHER, D. et al. Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses:
The PRISMA Statement. PLoS Medicine, v. 6, n. 7, p. e1000097, 21 jul. 2009.
MONTEIRO, C. A.; BENICIO, M. H. D.; ORTIZ, L. P. Tendência secular do peso ao nascer
na cidade de São Paulo (1976-1998). Revista de Saúde Pública, v. 34, n. 6, p. 26–40, dez.
2000.
MONTENEGRO, R. A.; STEPHENS, C. Indigenous health in Latin America and the
Caribbean. The Lancet, v. 367, n. 9525, p. 1859–1869, jun. 2006.
MUGGAH E et al. Preterm delivery among Inuit women in the Baffin Region of the
Canadian Arctic. Int J Circumpolar Health, v. 63 Suppl 2, p. 242–7, 00PY - 2004.
MURPHY, NJ, BUTLER, SW, PETERSEN, KM, HEART, V, MURPHY, CM. Tobacco
erases 30 years of progress: preliminary analysis of the effect of tobacco smoking on Alaska
Native birth weight. Alsk Med. 00PY - 1996 de 1996; 38(1):31–3.
OLIVEIRA, A P. et al. Maternal and Newborn Health Profile in a First Nations Community
in Canada. Journal of Obstetrics and Gynaecology Canada, v. 35, n. 10, p. 905–913, out.
2013.
OSTER, R.T.; TOTH, E. L. Longitudinal Rates and Risk Factors for Adverse Birth Weight
Among First Nations Pregnancies in Alberta. Journal of Obstetrics and Gynaecology
Canada, v. 38, n. 1, p. 29–34, jan. 2016.
PANARETTO, K. et al. Risk factors for preterm, low birth weight and small for gestational
46
age birth in urban Aboriginal and Torres Strait Islander women in Townsville. Australian and
New Zealand journal of public health, v. 30, n. 2, p. 163–170, abr. 2006.
RESTREPO – MÉNDEZ, MC; LAWLOR, DA; HORTA BL; MATIJASEVICH A;
SANTOS, IS; MENEZES, AMB, et al. The Association of Maternal Age with Birthweight
and Gestational Age: A Cross-Cohort Comparison: The association of maternal age with
birthweight and gestational age. Paediatr Perinat Epidemiol. Janeiro de 2015;29(1):31–40.
ROTHHAMMER F, FUENTES-GUAJARDO M, CHAKRABORTY R, LORENZO
BERMEJO J, DITTMAR M. Neonatal variables, altitude of residence and Aymara ancestry in
northern Chile. PLoS One. 04PY - 2015 de 2015; 10(4): e0121834–e0121834.
ROUSHAM, EK.; GRACEY, M. Seasonality of low birthweight in indigenous Australians:
an increase in pre-term birth or intrauterine growth retardation? Australian and New Zealand
journal of public health, v. 22, n. 6, p. 669–672, out. 1998.
SANTOS, N. L. A. C. et al. Gravidez na adolescência: análise de fatores de risco para baixo
peso, prematuridade e cesariana. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 3, p. 719–726, mar.
2014.
SAYERS, S. M. Indigenous Newborn Care. Pediatric Clinics of North America, v. 56, n. 6,
p. 1243–1261, 2009.
SAYERS, S.; POWERS, J. Risk factors for aboriginal low birthweight, intrauterine growth
retardation and preterm birth in the Darwin Health Region. Australian and New Zealand
journal of public health, v. 21, n. 5, p. 524–530, ago. 1997.
SHAH, P. S. et al. Pregnancy and Neonatal Outcomes of Aboriginal Women: A Systematic
Review and Meta-Analysis. Women’s Health Issues, v. 21, n. 1, p. 28–39, 2011.
SIMONET, F. et al. Primary birthing attendants and birth outcomes in remote Inuit
communities - A natural ―experiment‖ in Nunavik, Canada. Journal of Epidemiology and
Community Health, v. 63, n. 7, p. 546–551, 2009.
SMYLIE, J.; FIRESTONE, M. Back to the basics: Identifying and addressing underlying
challenges in achieving high quality and relevant health statistics for indigenous populations
in Canada. Statistical Journal of the IAOS, n. 1, p. 67–87, 2015.
WELLS, G. et al. The Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of
nonrandomised studies in meta-analyses, 2017. Disponível em:
<http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp>. Acesso em: 2 fev. 2017.
WOJTYNIAK BJ et al. Association of maternal serum concentrations of 2,2’, 4,4’5,5’-
hexachlorobiphenyl (CB-153) and 1,1-dichloro-2,2-bis (p-chlorophenyl)-ethylene (p,p’-DDE)
levels with birth weight, gestational age and preterm births in Inuit and European populations.
Environ Health, v. 9, p. 56–56, 09PY - 2010 2010.
YANG, M.-S. et al. Physical abuse during pregnancy and risk of low-birthweight infants
among aborigines in Taiwan. Public Health, v. 120, n. 6, p. 557–562, 2006.
ZAMBONATO, A. M. K. et al. Fatores de risco para nascimento de crianças pequenas para
idade gestacional. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 1, p. 24–29, fev. 2004.
47
Tables and Figure:
Figure 1: Flow chart of the systematic review on factors associated with low birth weight in
indigenous children.
Records identified through database searching
(Scopus: 103; Web of Science: 8; Lilacs: 110; MedLine/Pubmed: 65)
(n= 286)
(n = 213 )
SC
RE
EN
ING
IN
CL
UD
ED
E
LE
GIB
ILIT
Y
IDE
NT
IFIC
AT
ION
Repeated titles excluded
(n = 74)
Records excluded
(n = 155)
Full-text articles assessed for
elegibility (n = 57)
Full-text articles excluded, with reasons:
(n=34)
Only descriptive: 6;
LBW, prematurity or IUGR as exposure
variable: 5;
Results not analyzed and shown
separately for Indigenous Peoples: 12;
Ethnicity as as exposure variable: 11.
Studies included in the
analyses
(n=24)
Articles added after
reviewing
citations(n=1)
Records screened
(n = 212)
48
Table 1: Studies identified in the literature search by author, year of publication, country, and year of data
collection, sample size, and study design.
Author(s) and Year of
Publication
Country (year of data
collection)
Total sample(%
indigenous) Study design
Abdulrazzaq et al, 199526
United Arab Emirates
(1992-1993) 3485 (100) Case-Control
Kieffer et al, 199527
USA- Hawaii (1979-1990) 7474 (100) Cross-Sectional
Murphy et al, 199628
USA (1989-1991) 8994 (100) Cross-Sectional
Sayers; Powers, 199729
Australia (1987-1990) 503 (100) Cross-Sectional
Rousham; Gracey, 199830
Australia (1981-1993) 4508 (100) Cross-Sectional
Abel et al, 200231
USA (1978-1992) 156512 (8.6) Cross-Sectional
Baldwin et al, 200232
USA (1989-1991) 148482 (100) Cross-Sectional
Emanuel et al, 200433
USA (1992–1995) 5626 (15.9) Cohort
Muggah et al, 200434
Canada (1998-2000) 938 (89.0) Cross-Sectional
Heaman et al, 200535
Canada (1999-2000) 684 (37.7) Case-Control
Gilbreath; Kass, 200636
USA (1997-2001) 10073 (71) Cohort
Panaretto et al, 200637
Australia (2000-2003) 456 (100) Cohort
Yang et al, 200638
China (2003) 1143 (100) Cross-Sectional
Graham et al, 200739
Australia (2001 – 2004) 35240 (100) Cross-Sectional
Simonet. et al, 200940
Canada (1989-2000) 2726 (100) Cohort
Mehaffey et al, 201041
Canada (2003-2005) 918 (100) Cross-Sectional
Wojtyniak et al, 201042
Greenland
1, Ukraine, and
Poland (2002 – 2004) 1702 (35.1) Cohort
Coughlin et al, 201343
USA (1998-2008) 4149 (100) Cohort
England et al, 201344
USA-Alaska (1997-2005) 1104 (100) Case-Control
Dorfman et al., 201545
USA-Alaska (2004-2011) 12420 (100) Cohort
Rothhammer et al, 201546
Chile (2004-2010) 5295 (24.2) Cross-Sectional
Brown et al, 201647
Australia (2011-2013) 337 (100) Cross-Sectional
Oster; Toth, 201648
Canada (2000-2009) 426945 (6.6) Cohort
Kildea et al.,201749 Australia (2004-2006/2009-
2011) 713 (100) Cohort
49
Table 2 – Source of information and criterion for child’s indigenous race/ethnicity
Ref
n.
Source of information on raceand/or
ethnicity
Criterion for the child’s raceand/or
ethnicity Race and/or ethnicity
(26) Maternal medical chart Not specified Indigenous Population/
Bedouins
(27) National live births database Maternal ethnicity recorded on mother’s
birth certificate
Samoan and Hawaiian
(28) National live births database Not specified Alaska Native1
(29) Interview with mother. Maternal ethnicity, self-reported Aboriginal
(30) Regional health monitoring program Not specified Aboriginal
(31) Maternal classification in information
systems of the State Health Department Not specified American Native
(32) Mother’s or father’s birth record in the
national database. Not specified
American Indians/Alaska
Natives
(33) Birth certificate. Not specified Native Americans
(34) Hospital records. Maternal ethnicity,classified by health
professional Inuit
(35) Postpartum interview with mother in
hospital. Maternal ethnicity, self-reported Aboriginal
(36) Vital statistics databases Maternal ethnicity, defined by residence
in federally acknowledged native villages Alaska Native
2
(37) National live births database. Maternal or paternal ethnicity, self-
reported
Aboriginal and Torres Strait
Islander
(38) Hospital records Not specified Aboriginal
(39) Maternal ethnicity in national perinatal
databank Not specified
Aboriginal and/or Torres
Strait Islander
(40) Identification of mother tongue in
national vital statistics database.
Maternal ethnicity, defined by language
spoken by mother Inuit
(41) Hospital records Not specified Inuit
(42) Interview with mother and spouse. Not specified Inuit
(43) Mother or father’s record in a federally
recognized tribe in national birth registry.
Paternal or maternal ethnicity recorded in
federally acknowledged village American Indian.
(44) Hospital records. Not specified Alaska Native
45 Birth certificate. Not specified American Indians/Alaska
Natives
46 Hospital records. Maternal ethnicity, defined according to
mother’s last name Aymara
47 Interview or questionnaire Not specified Aboriginal and/or Torres
Strait Islander
48 Health insurance records Ethnicity recorded on health insurance
plan First Nations and Inuit
49 Health centres records Not specified Aboriginal
1Southeast Coastal Indian; Athabascan Indian; Yup’ik Inuit; Inupiaq Inuit; Aleuts. 2Includesany people indigenous to the Western
Hemisphere: Alaska Native, Native mixed, Aleut, Eskimo, Canadian, Eskimo and Indian, and American Indian.
50
Table 3: Studies identified in literature search according to outcome, method of statistical analysis, and
quality assessment.
Ref.
no. Outcome Statistical analysis
Quality assessment1
A P I E C
48 LBW Multiple linear and logistic regression 1 1 1 1 1
43 LBW; Prematurity; SGA Multiple logistic regression 1 1 1 1 1
40 LBW; Prematurity; SGA Multilevel logistic regression 1 1 1 1 1
37 LBW; Prematurity; SGA Multiple logistic regression 1 1 1 1 1
35 Prematurity Multiple logistic regression. 1 0 1 1 1
27 Birth weight Multiple linear and logistic regression. 1 1 0 1 1
42 Birth weight; Prematurity Multiple linear and logistic regression. 1 1 1 0 1
39 LBW; prematurity Multiple logistic regression 1 1 1 0 1
44 Prematurity Multiple logistic regression 1 1 1 0 1
47 LBW; Prematurity e SGA Multiple logistic regression 1 1 1 0 1
49 LBW; prematurity; SGA Multiple logistic regression 1 1 1 0 1
34 Prematurity Pearson correlation and ANOVA
(bivariate) 1 1 1 1 0
45 Prematurity Multiple logistic regression 1 1 1 0 1
36 Birth weight Multivariate analysis of covariance 1 0 0 1 1
46 Birth weight Comparison of means2 1 1 0 1 0
32 LBW Multiple logistic regression. 1 1 0 0 1
41 LBW; Prematurity; SGA Univariate logistic regression. 1 1 1 0 0
29 LBW; prematurity; IUGR Multiple logistic regression. 0 0 1 1 1
31 LBW; Prematurity Multiple logistic regression 1 0 1 0 1
26 LBW Univariate logistic regression 1 1 0 0 0
33 LBW Multiple correlation 1 0 0 0 1
38 LBW Multiple logistic regression 0 1 0 0 1
30 Birth weight Univariate logistic regression 1 1 0 0 0
28 Birth weight Comparison of means (t-test) 1 0 0 0 0
Total articles per item 22 18 15 10 18
1(A) census or representative probabilistic sample of the target population; (P) proportion of losses less than
20%: (I)adjustment performed for gestational age ordifferentiated between prematurity and SGA/IUGR as
outcomes; (E) description of the criterion used to classify the population as indigenous; (C) adjusted effects
estimates with control for confounding factors. 2Study specifies that it performed multiple regression, but did
not show the results, with the table only showing comparison of means.
51
Table 4: Factors associated with LBW, prematurity, and IUGR/SGA, with measures of association and 95%CI or p-
value.
Associated factors: Ref.
no.
Birth weight Prematurity IUGR/PIG
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Infant gender (ref. Male) 49 OR:2.10* 1.17-3.78 OR:1.74* 1.12-2.69 NS
Obstetric factors:
Prolonged rupture of membranes 29 _ OR: 18.7*
5.9 - 59.7 _
Premature rupture of membranes 26 OR: 6.2 1.3- 27.04 _ _
35 _ OR: 12.7* 5.31 - 30.39 _
Primiparous mother 29 NS NS NS
Primiparous (and ≥18 years) 27 β= -151.3* p<0.01 _ _
OR: 1.43* 1.05 - 1.94 _ _
Parity 0 (Ref.1 or 2 children) 48 OR: 1.07* 1.02-1.13 _ _
Parity (Ref. Multiparous) 49 OR:3.06* 1.68-5.58 NS OR:1.89* 1.3-2.9
High parity (>4) 37 NS NS NS
Parity (and ≥18 years) 27 β= 142* p<0.01 - -
Parity (dif. Mean) 34 - NS -
Multiple gestation 48 OR: 16.31* 14.0-19.0 - -
34 - P=4.6/T=0.11
p < 0.001 -
Pregnancy-induced hypertension
29 NS OR: 12.7* 5.2 - 30.9 NS
35 - OR: 7.51* 2.11. 26.76 -
34 - NS -
37 NS NS POR: 6.1* 1.8-20.4
45
OR: 1.89 1.49-2.40
49
OR:2.08* 0.98-4.43
Urinary tract infection
29 NS NS NS
34 - NS -
37 POR: 8.2* 1.7-40.3 NS POR: 7.4* 1.1-50.1
History of stillbirth 37 POR: 7.6* 2.5-22.8 NS NS
48 OR 2.18* 1.73- 2.74 - -
History of LBW 26 OR:2.23 1.48-3.33 - -
History of abortion
26 NS - -
34 - NS -
35 - NS -
48 OR: 1.40* 1.20. 1.63 - -
History of neonatal death 48 OR 1.55* 1.11. 2.17 - -
History of prematurity
48 OR 1.76* 1.59. 1.94
35 - OR: 4.32* 1.67. 11.22 -
37 NS POR: 18.5* 6.7-51.2 -
34 - P=25.0/T=2.81
p < 0.01 -
49 NS OR:2.07* 1.26-3.41 NS
History of SGA 48 OR: 3.64* 2.60 5.09 - -
Diabetes 45 - OR: 1.83* 1.21-2.78 -
Diabetes or HBP 39 OR: 1.44* 1.32-1.57 NS -
Preexisting HBP 48 OR: 3.44* 2.39-4.94 - -
29 NS NS NS
Chronic renal disease 48 OR: 3.18* 1.23-8.18 - -
Placenta praevia 34 - P=2.6/T=01
p < 0.0001 -
Continuação
52
Table 4: Factors associated with LBW, prematurity, and IUGR/SGA, with measures of association and 95%CI or p-
value.
Associated factors: Ref.
no.
Birth weight Prematurity IUGR/PIG
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Hemorrhage>20 weeks 34 - P=13.2/T=7
.11 p < 0.05
Antepartum haemorrhage and/or
placental complication 49 - OR:5.59* 2.49-12.56 -
Hospitalization during the
pregnancy 35 - OR: 3.27* 1.28. 8.33 -
Other obstetric problems 29 NS OR: 15.7* 5.0 - 44.9 NS
Maternal behavioral factors:
Maternal smoking
48 OR: 1.29* 1.17- 1.43 - -
39 OR: 1.80* 1.66-1.95 NS -
33 R2: 7.74%* p<0.001 - -
41 OR: 3.8 1.4-10.5 NS OR: 2.5 1.1-5.4
37 NS NS OR: 3.7* 1.2-11.4
38 NS - -
34 - NS -
35 - NS -
44 - NS -
No (reference)
49
NS 1 NS
Yes NS OR:1.00 0.58-1.74 NS
Not Recorded NS OR: 3.35* 1.90-5.89 NS
1 to 5 cigarettes/day
28
3429g
p<0.05
- -
6 to 10 cigarettes/day 3332g - -
>10 cigarettes/day 3260g - -
Mother does not smoke 41
Reference Reference Reference
>10 cigarettes day OR: 6.7 2.3-19.6 OR: 2.1 1.1-4.2 OR: 3.7 1.6-8.8
Smokes>1/2 pack per day 29 OR: 2.8* 1.3 - 6.1 NS OR: 1.8* 1.1 - 3.0
Continuous smokeless tobacco
use (Iqmik) 44 - NS -
Betel chewing 38 OR: 1.7* 1.07–2.72 - -
Alcohol use
48 OR: 1.45* 1.26- 1.67
29 NS NS NS
34 - NS
Alcohol abuse 37 NS NS POR: 7.4* 1.1-50.1
Does not consumealcohol or
smoke
28
3579g
P<0.001 - - Consumes alcohol, doesn’t smoke 3452g
Does not consume alcohol, but
smokes 3388g
Consumes alcohol and smokes 3281g
Drug use
48 OR:2.05* 1.76-2.39 - -
37 NS NS NS
34 - NS -
38 NS - -
Marijuana use in the pregnancy 47 Dif.: -419g* -672/ - 165 - -
OR: 3.9* 1.4 - 11.2 NS NS
Continuação
53
Table 4: Factors associated with LBW, prematurity, and IUGR/SGA, with measures of association and 95%CI or p-
value.
Associated factors: Ref.
no.
Birth weight Prematurity IUGR/PIG
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Maternal characteristics:
Marital status 37 NS NS NS
38 NS - -
Mother married 34 - P=44.0/T=54.11 p < 0.01 -
Mother single 27 β=- 67.5* p<0.01 - -
Maternal age (difference from
mean) 3
- NS -
Maternal age<20 years 29 NS NS OR: 1.9* 1.2 - 2.9
38 NS - -
Maternal age<19 years 35 - OR: 0.19* 0.04. 0.89 -
Maternal age ≥18 years and
primiparous 27
β= -151.3* p<0.01 - -
OR: 1.43* 1.05-1.94 - -
Maternal age ≥18 years and high
parity 27 β= 142* p<0.01 - -
Age < 20 and>35 years 37 NS NS NS
Maternal age 15 to 19 years
41
NS
NS NS 20 to 24 years OR: 2.2 1.0-4.7
25-29 1
30 to 39 NS
Maternal age ≤17 years
48
OR: 0.76* 0.62- 0.94 - -
Maternal age ≥35 years OR: 1.61* 1.39-1.87 - -
18 to 34 years 1
- -
Maternal age <20 years
45
- NS
21 to 24 years - NS
25 to 29 years - NS
30 to 34 years - NS
≥35 years - OR: 2.09 1.45-3.00
Maternal age <20 years
49
NS OR:1.69* 1.04-2.76 NS
20-34
1
35 and over
1.43 0.61-3.34
Low maternal schooling 35 - NS -
37 NS NS NS
High maternal schooling 27 β= 75.2* p<0.01 - -
OR: 0.61* 0.41 - 0.92 - -
Maternal education >12
years
1
12 years 45
OR:1.38 1.08-1.76
¸12 years
OR: 1.58 1.22-2.05
Physical abuse with lesions 38 OR: 2.43* 1.06–5.55 - -
Maternal nutrition
Maternal BMI <18.5 (postpartum) 29 OR: 5.1* 2.1 - 12.0 NS OR: 2.5* 1.4-4.6
Maternal BMI>25 (1st prenatal
visit) 37
1
1
1
BMI 20 to 24.9 NS POR: 2.0* 1.2-3.2 NS
Maternal BMI<20 POR: 5.5* 2.0-14.6 POR: 4.9* 1.5-15.9 NS
Continuação
54
Table 4: Factors associated with LBW, prematurity, and IUGR/SGA, with measures of association and 95%CI or p-
value.
Associated factors: Ref.
no.
Birth weight Prematurity IUGR/PIG
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Mother’s birth weight 33 R2: 3.87% p<0.001 -
Maternal height 33 R2:4.16%* p<0.001 - -
Maternal height<155cm) 35 - NS -
Low gestational weight gain
(mean) 34
- - P=7.8/T=9.6
1 p < 0.001 - -
Low gestational weight gain
(<9.1kg) 35
- 31 OR:8.95* 1.86. 42.94 - -
Pre-gestational weight 33 R2: 6.16%* p<0.001
Pre-gestational weight<45kg 48 OR: 1.82* 1.01-2.99 - -
Pre-gestational weight>91kg 48 OR: 0.54* 0.46-0.64 - -
Anemia (ref. No) 49 NS OR: 0.51* 0.33-0.80 NS
Prenatal care:
Inadequate prenatal care
27 β= 43.3* p<0.01 - -
29 NS NS NS
35 - NS -
Number prenatal visits 34 -
P=8.9/T=10.71 p <
0.001 -
≤ 3 prenatal visits 37 NS POR: 3.4* 1.4-8.1 NS
Recommended antenatal visits
(Ref.yes) 49 NS OR:2.16* 1.27-3.42 NS
Childbirth conditions:
History of cesarean 48 OR 1.24* 1.09. 1.42 - -
Hospital delivery 34 - P=20.3/T=1.9
1 p < 0.001 -
Induced labor 34 - P=15.1/T=9.5
1 p < 0.05 -
Environmental conditions:
Maternal serum CB 153
concentration 42
β= -59.2* -100.6 / -17.8
NS -
Maternal serum p.p-DDE log
concentration β= -56* -99.5/-12.5 NS -
Open dumpsite in village - Low
contamination 36
Reference - -
High contamination Mean Dif.:
-77.3* -138.1/16.6 - -
Rainy season (Birth
weight<1500g) 30 OR: 2.73 2.03 - 3.67 - -
Dry season 1
- -
Living in rural area
33 OR: 0.89* 0.85-0.93 - -
27 NS - -
29 NS NS NS
Living in remote (city as
reference) 39 OR: 1.09* 1.01–1.19 NS -
Low altitude 46
3.49kg p<0.005
- -
High altitude 3.30kg - -
Socioeconomic factors:
Continuação
55
Table 4: Factors associated with LBW, prematurity, and IUGR/SGA, with measures of association and 95%CI or p-
value.
Associated factors: Ref.
no.
Birth weight Prematurity IUGR/PIG
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Measure of
association CI/p-value
Grouped socioeconomic factors
(maternal age, parity, schooling,
and prenatal care).
33 R2: 9.53%* p<0.001 - -
Paternal age 31 OR:1.04* 1.01-1.08 NS -
Participant in HS2, lives in
difficult-to-reach area. 43
OR: 0.37* 0.14 - 0.96
NS NS Participant in HS
2, does not live
in difficult-to-reach area. NS
Note: *Variables that were adjusted in multiple models. Risk factors that were not significant and were analyzed in only one
study: male sex, short birth spacing, unwanted pregnancy, maternal chronic respiratory disease, respiratory infection in
pregnancy, maternal heart disease, hepatitis B, preexisting diabetes, skin problems, infections, fetal anomaly, mother working,
socioeconomic status, high perceived stress, prenatal care in the same community, delivery by midwife, maternal nutritional
status classified as good, fair, and poor, moved more than twice in the previous year, and aboriginal ancestry. Genital
infection, anemia, hemorrhage at unspecified time,and late initiation of prenatal care appeared in 2 studies, but both without
statistical significance. Domestic violence and gestational diabetes were analyzed in 3 studies, all without statistical
significance. 1P= mean in premature infants and T= mean in term infants.
2 Healthy Start Program (HS) - Each HS operates
within a specific tribal service area. All the clients of the HS receive a nurse’s visit to assess the individualized, medical,
social, and educational needs based on the risks identified, referrals for the necessary services, monthly home visits during
pregnancy, and additional services as needed.
56
7.2 ARTIGOS 2 - FATORES DE RISCO PARA BAIXO PESO AO NASCER,
PREMATURIDADE E CRESCIMENTO INTRAUTERINO INSUFICIENTE NA
PRIMEIRA COORTE DE NASCIMENTOS INDÍGENA NO BRASIL
RISK FACTORS FOR LOW BIRTH WEIGHT, PRETERM AND POOR INTRAUTERINE
GROWTH IN THE FIRST INDIGENOUS BIRTH COHORT IN BRAZIL: A CROSS
SECTIONAL POPULATION – BASED STUDY IN THE GUARANI PEOPLE.
RESUMO:
O baixo peso ao nascer (BPN) é o maior preditor da sobrevivência infantil. No Brasil, as
infecções respiratórias agudas (IRA) são a principal causa de morbimortalidade entre os
indígenas e, na etnia Guarani, o BPN é um relevante fator de risco (FR). Identificar as causas
do BPN pode contribuir para redução de mortalidade e melhora da saúde da população
infantil indígena no país. Objetivos: estimar as prevalências de BPN, prematuridade e
crescimento intrauterino insuficiente (CII) e seus fatores de risco em uma coorte de
nascimentos Guarani no Sul e Sudeste do Brasil. Foram estimados as prevalências de BPN
(peso ao nascer <2500g), prematuridade (IG < 37 semanas) e crescimento intrauterino
insuficiente (Escore Z ≤ - 2) da linha de base da coorte de nascimentos Guarani. Participaram
do estudo 55 aldeias localizadas na faixa litorânea do estado do Rio de Janeiro até o Rio
Grande do Sul, acrescidas das aldeias Guarani existentes no interior do Rio Grande do Sul.
Foram selecionados todos os nascidos vivos não gemelares nascidos entre 01/06/2014 a
31/05/2016. Os desfechos foram analisados segundo categorias de risco por regressão
logística múltipla hierarquizada, a partir de um modelo teórico. Houve 14,8% de perdas, sem
diferenças estatisticamente significativas na comparação de médias e da prevalência dos três
desfechos estudados, mas houve mais crianças sem entrevista no RJ e RS (p<0.001). A
prevalência de BPN, prematuridade e CII foram respectivamente de 14,4%, 18,7% e 6,0%. O
BPN esteve associado ao uso do fogo de chão e o uso de forro adicional no teto ou parede do
domicilio, mãe ser primípara, <6 consultas de pré-natal e ter anemia na gestação. A
prematuridade esteve associada com idade materna <18 anos e <6 consultas de pré-natal. O
CII associou-se com mães primíparas, ocorrência de infecção urinária na gravidez e
tabagismo na gravidez. Fatores obstétricos, acesso ao pré-natal e condições nutricionais
maternas, comumente associados ao BPN em populações não indígenas, mostraram-se
importantes na população indígena Guarani. Faz se necessário investir em acesso e qualidade
da atenção pré-natal e compreender, à luz dos aspectos da cultura Guarani, os fatores
ambientais e comportamentais que influenciam o BPN, prematuridade e CIUR, como
estratégia para redução da morbimortalidade nessa população.
Palavras-chave: População Indígena; Saúde da Criança; Baixo Peso ao Nascer; Nascimento
Prematuro; Retardo do Crescimento Fetal.
57
ABSTRACT:
Low birth weight (LBW) is the greatest predictor of child survival. In Brazil, acute
respiratory infections (ARI) are the main cause of morbidity and mortality among indigenous
people and, in the Guarani ethnic group, LBW is a relevant risk factor. Identifying the causes
of LBW can contribute to reducing mortality and improving the health of indigenous children
in the country. Objectives: To estimate the prevalence of LBW, prematurity and poor
intrauterine growth and its risk factors in a cohort of Guarani births in the South and
Southeast of Brazil. The prevalence of LBW, prematurity and poor intrauterine growth were
14.4%, 18.7% and 6.0%, respectively. The variables associated to LBW in the final model
were: main use of floor fire (OR: 2.46 / 95% CI: 1.05-5.75), use of alternative material to line
the wall or ceiling of the home (OR: 2.7 95% CI: 1.25-5.8), primiparity (OR: 2.28 / 95% CI:
1.16-4.45), less than six prenatal visits (OR = 1.98 / 95 %: 1.04-3.77) and anemia (OR = 12.3
/ 95% CI: 2.96-51.14). In the final model of prematurity remained the maternal age under 18
years old (OR: 1.94 / 95% CI: 1.09-3.47) and less than six prenatal visits (OR: 2.9 / 95% CI:
1.33-4.05). For poor intrauterine growth , in the final model, remained the pimps (OR: 3.11 /
95% CI: 1.25-7.74), urinary tract infection (OR: 2.87 / 95% CI: 1.13-7, 31) and maternal
smoking (OR: 4.24 / 95% CI: 1.06-16.99). In this study, we identified prevalence rates of
LBW, prematurity and poor intrauterine growth higher than published literature both in
indigenous peoples and in non-indigenous peoples of different countries. The results indicate
that these outcomes are associated with modifiable risk factors by means of the extension of
timely and qualified access to prenatal care. This study also reinforces the importance of
social and environmental determinants in determining LBW.
Keywords: Indigenous Population; Child Health; low birth weight;Premature Birth; Fetal
Growth Retardation
58
Introdução
O baixo peso ao nascer (BPN) é o fator isolado mais importante na determinação da
morbimortalidade de crianças (UNICEF, 2004), contribuindo para uma série de resultados
adversos na saúde, principalmente no primeiro ano de vida, como infecções respiratórias
agudas (IRA), diarréia, atraso no crescimento e desenvolvimento e maior mortalidade infantil,
além de trazer conseqüências na vida adulta, como maior risco de doenças cardiovasculares
(ARNOLD; HOY; WANG, 2016; BARROS et al., 2008; GANESH KUMAR et al., 2010;
RICARDO HALPERN et al., 1996).
As IRAs constituem-se na principal causa de morbimortalidade de crianças indígenas
Guarani no Brasil e o BPN é um relevante fator de risco para este agravo (CARDOSO;
COIMBRA; WERNECK, 2013). A expressiva magnitude das IRA, diarréia, desnutrição e
óbitos infantis em crianças indígenas e as altas prevalências de desnutrição, anemia e
tabagismo em mulheres indígenas em idade fértil reforçam a hipótese de que o BPN é um
relevante determinante da morbimortalidade indígena na infância (BARRETO; CARDOSO;
COIMBRA JR., 2014; CARDOSO et al., 2011; CARDOSO; COIMBRA; WERNECK, 2013;
CARDOSO; COIMBRA JR.; TAVARES, 2010; LÍCIO; FÁVARO; CHAVES, 2016).
O BPN pode ser resultado de prematuridade (gestação com duração <37 semanas),
crescimento intrauterino insuficiente ou uma combinação de ambos. O tempo de gestação, o
crescimento intrauterino e o BPN possuem fatores causais similares (KILDEA et al., 2017).
Esses fatores podem estar relacionados às características maternas como: idade, situação
conjugal, exposição à violência, depressão, IMC pré-gestacional < 18,5kg/m², ganho de peso
gestacional inadequado, morbidade materna (hipertensão, infecção do trato urinário e infecção
genital); comportamentos maternos na gravidez (tabagismo, consumo de álcool e drogas);
fatores obstétricos (paridade, intervalo interpartal, história prévia de prematuridade, aborto
espontâneo prévio, morte fetal ou neonatal prévia); e qualidade da atenção pré-natal (início
precoce do pré-natal, número de consultas e realização de procedimentos mínimos
preconizados em protocolos de atenção pré-natal (ALMEIDA et al., 2014; BARBAS et al.,
2009; LEAL et al., 2016; MINAGAWA et al., 2006; VIANA et al., 2013; ZAMBONATO et
al., 2004).
Apesar da literatura mundial sobre o BPN ser vasta, o tema ainda é pouco estudado
entre os povos indígenas quando comparado à população não indígena, principalmente na
59
América Latina (BARRETO et al., 2018*1
). Em revisão sistemática recente sobre fatores de
risco para BPN em povos indígenas do mundo, não foi encontrado nenhum estudo realizado
no Brasil (BARRETO et al., 2018*). Observou – se que os fatores de risco são semelhantes
aos da população geral de baixa condição socioeconômica, destacando-se as causas
obstétricas, como ser primípara (KIEFFER; ALEXANDER; MOR, 1995; KILDEA et al.,
2017; OSTER; TOTH, 2016), história prévia de prematuridade (HEAMAN et al., 2005;
KILDEA et al., 2017; PANARETTO et al., 2006; SAYERS; POWERS, 1997), de natimorto
(OSTER; TOTH, 2016; PANARETTO et al., 2006) ou aborto (OSTER; TOTH, 2016),
hipertensão induzida pela gravidez (HEAMAN et al., 2005; KILDEA et al., 2017; SAYERS;
POWERS, 1997) e infecção urinária na gravidez (KILDEA et al., 2017; PANARETTO et al.,
2006), bem como condições nutricionais maternas, incluindo baixo ganho de peso na gravidez
(HEAMAN et al., 2005), IMC pré-gestacional < 18,5kg/m² (PANARETTO et al., 2006) e
anemia (KILDEA et al., 2017), além da restrição no acesso aos serviços de saúde
(COUGHLIN et al., 2013; GRAHAM et al., 2007).
A compreensão da magnitude da prematuridade e crescimento intrauterino insuficiente
na composição do BPN em indígenas, bem como a identificação dos fatores etiológicos
implicados em sua determinação são conhecimentos estratégicos para efetiva intervenção
na saúde indígena, visando reduzir a morbimortalidade infantil por causas evitáveis. O
objetivo deste artigo é estimar as prevalências de BPN, prematuridade e crescimento
intrauterino insuficiente e avaliar a magnitude da associação com seus fatores de risco em
uma coorte de nascimentos Guarani no Sul e Sudeste do Brasil de 2014 a 2016.
Metodologia
Trata-se de um estudo Seccional realizado a partir dos dados da pesquisa de coorte,
“Doença Respiratória Aguda e fatores associados em crianças Guarani menores de um ano
de idade: estudo em uma coorte de nascimentos indígenas no Sul e Sudeste do Brasil”. Foram
utilizados os dados da linha de base da coorte de nascimentos de crianças indígenas Guarani,
cujo período de recrutamento ocorreu de 01/06/2014 a 31/05/2016.
Foram considerados o total de nascidos vivos de 55 aldeias Guarani localizadas na faixa
litorânea do estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, acrescidas das aldeias Guarani
existentes no interior do Rio Grande do Sul.
* Barreto CTG, Tavares FG, Theme – Filha M, Cardoso AM. Factors Associated with Low Birth Weight in
Indigenous Populations: a systematic review of the world literature. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. 2018. No
prelo.
60
Os critérios de inclusão foram: Nascidos vivos não gemelares da etnia Guarani
residentes em aldeias participantes do estudo, no período de recrutamento da coorte.
Operacionalização do estudo:
As informações utilizadas neste estudo foram obtidas do questionário perinatal da referida
coorte, aplicado com a puérpera em até 15 dias após o parto. Os dados foram coletados pelas
enfermeiras das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) de cada Polo – Base,
com uso de computadores de mão (PDA) e posteriormente transmitidos à coordenação da
pesquisa por meio eletrônico.
Os dados do peso ao nascer foram obtidos do cartão da criança ou do registro do
prontuário hospitalar ou do prontuário da unidade de saúde local e registrados no questionário
perinatal.
Com objetivo de minimizar as perdas de informação, complementarmente foram
realizadas visitas periódicas dos coordenadores da pesquisa aos postos de saúde da aldeia ou
nos Polos-Base para revisão e extração de dados dos prontuários das gestantes, do cartão de
pré-natal, livros de registros de gestantes e laudos de USG, a fim de recuperar dados faltantes
nas entrevistas.
Desfecho: Foram considerados três desfechos – Baixo Peso ao Nascer (peso ao nascer <
2500g), prematuridade (Idade gestacional < 37 semanas) e crescimento intrauterino
insuficiente (Escore Z ≤ - 2 de acordo com a curva Intergrowth – 21st
de peso ao nascer por
IG).
Para cálculo da IG ao nascer foi utilizado o seguinte algoritmo: estimativa direta pelo
laudo da USG, realizado em qualquer momento da gestação; na ausência do laudo, utilizou-se
a IG registrada no prontuário materno ou cartão pré-natal, baseada em USG; quando não
disponível a informação da USG, foi utilizado a IG baseada na Data da última menstruação
(DUM) registrada no prontuário materno ou cartão de pré-natal (subtraindo-se a DUM da data
de nascimento) (PEREIRA et al., 2014).
Para o cálculo do crescimento intrauterino insuficiente foi utilizado o programa The
International Newborn Size at Birth Standards (THE INTERNATIONAL FETAL AND
NEWBORN GROWTH CONSORTIUM FOR THE 21ST CENTURY). Foram considerados
implausíveis valores extremos de IG > 42 semanas e escore Z de peso ao nascer por idade
gestacional < - 4 DP ou > 4 DP, sendo esses registros descartados.
61
Por tratar-se de estudo exploratório em povos indígenas no Brasil, muitas variáveis
adicionais foram coletadas, para compor indicadores adaptados que pudessem atuar como
aproximação (proxy) das exposições habitualmente investigadas em estudos sobre fatores de
risco para BPN, sendo eleitas 37 variáveis do questionário para análise.
Fatores socioeconômicos: renda regular per capita no último mês (salário de emprego
formal e/ou aposentadorias e pensões do ultimo mês dividido pelo numero de moradores no
domicilio), renda total per capita no último mês (renda regular mais renda não estável, sendo
considerado não estável, o recebimento de bolsa família, venda de artesanato e outras rendas
divididas pelo numero de moradores no domicilio); recebimento de bolsa família como
variável dicotômica.
Características do domicílio: avaliação da contaminação doméstica por resíduos
orgânicos, por meio da variável ―tipo de fogo mais utilizado no domicilio‖, seja para
aquecimento doméstico e/ou para cozinhar. Foram coletados separadamente os materiais
utilizados na construção do domicilio (tipo de chão, parede e teto) e posteriormente agregados
em duas categorias: casas de alvenaria (parede de tijolo, chão de piso ou cimento e telhado de
telha de zinco/amianto ou de barro) ou casas de outro material. Além do uso de forro
adicional na parede ou teto do domicilio (lona/plástico, lençol/cobertor/pano). Foram
coletados dados sobre local de despejo do esgoto, descarte do lixo na aldeia e o numero de
moradores no domicilio.
As características maternas, idade, escolaridade, estatura e situação conjugal. As variáveis
reprodutivas, paridade, história prévia de aborto e de natimorto.
A assistência pré-natal: idade gestacional na primeira consulta, número de consultas, local
de realização do pré-natal, se a gravidez foi acompanhada por parteira e realização de
avaliação odontológica durante a gravidez.
Para avaliação da qualidade da assistência pré-natal, utilizou-se um indicador de
adequação mínima da assistência pré-natal baseado no método proposto por Domingues
(2011), tendo como referência os critérios definidos pelo Programa de Humanização da
Assistência Pré-Natal (PHPN), que estabelece um pacote mínimo de procedimentos e exames
que devem ser oferecidos a todas as gestantes.
Foi definido como pré-natal adequado quando a primeira consulta ocorreu até o 4º mês de
gestação (16 semanas); teve no mínimo seis consultas durante a gravidez; realizou a rotina de
exames pelo menos uma vez (tipagem sanguínea, dosagem de hemoglobina (Hg) /hematócrito
62
(Ht), glicemia, VDRL, anti-HIV e exame de urina (EAS ou Urinocultura); e recebeu
vacinação antitetânica de acordo com o esquema preconizado. Como a entrevista perinatal foi
realizada preferencialmente em até 15 dias após o parto e a consulta puerperal pode ser
realizada em até 42 dias após o parto, o componente da consulta puerperal não foi
considerado na definição de adequação do pré-natal.
Em relação a características do parto, foram coletadas informações sobre o local do parto
(aldeia ou hospital), quem o assistiu (médico, enfermeiro ou parteira) e o tipo de parto
(cesárea ou vaginal).
Quanto à morbidade materna, a hipertensão arterial (pré- gestacional e gestacional foram
agregadas), pré-eclâmpsia e infecção urinária. Em relação à nutrição materna, foram coletadas
informações sobre presença de anemia no inicio da gestação e calculado o IMC pré-
gestacional (peso/altura2) considerando o peso aferido até a 13ª semana de gestação e
classificado o estado nutricional seguindo os pontos de corte do Institute of Medicine (IOM,
2009) (Baixo - < 18,5kg/m²; Adequado - 18,5 – 24,9kg/m²; Sobrepeso - 25,0 – 29,9kg/m²;
Obesidade - ≥ 30 kg/m²). Pesos aferidos posteriormente a essa IG não foram contabilizados
para o cálculo do indicador.
O ganho de peso durante a gestação foi calculado de acordo com a idade gestacional no
momento da mensuração do último peso. Foram utilizadas as diretrizes do IOM (2009) que
recomenda um ganho de peso mínimo e máximo por semana a partir do segundo trimestre, até
o nascimento. O ganho de peso final foi classificado como insuficiente, adequado e excessivo
(IOM, 2009).
Acerca dos hábitos maternos durante a gestação, foi avaliado o tabagismo e consumo de
bebidas alcoólicas na gestação. Foram consideradas fumantes, as gestantes que fumaram pelo
menos um cigarro diariamente durante toda a gravidez. Em relação ao uso de bebidas
alcoólicas na gestação, foi analisada a freqüência de álcool no período da gravidez (1 vez ao
mês ou menos; 2 a 4 vezes por mês; 2 a 3 vezes por semana; 4 vezes ou mais por semana e
ignorado), independente do numero de doses e tipo de bebida. Além das variáveis, tipo de
parto (vaginal ou cesárea) e sexo da criança (não utilizada no modelo para crescimento
intrauterino insuficiente, pois no cálculo do indicador é utilizado a variável sexo da criança).
Análise de dados:
63
Foram calculadas inicialmente as prevalências dos desfechos segundo categoria de
variáveis independentes e razões de chance (OR) brutas com respectivos intervalos de
confianças de 95% (IC95%) por regressão logística.
Em seguida, foram realizadas análises de regressão logística múltipla hierarquizada. Fez-
se necessário a elaboração de um modelo teórico de análise hierarquizada para organização
das variáveis, pois o objetivo desse estudo não é apenas saber a intensidade do efeito de um
fator de risco na determinação do desfecho, mas também, se esse está diretamente envolvido
na determinação do BPN, da prematuridade e PIG ou se é mediado por outros fatores.
Os níveis hierarquizados de determinação foram definidos a partir do modelo teórico, com
base na revisão da literatura (VICTORA et al., 1997) e com adaptações à população de estudo
(Figura 2).
A ordem de entrada das variáveis no modelo de regressão foi definida pelos níveis
hierarquizados do modelo teórico. Os procedimentos de análise múltipla foram iniciados pelo
nível de determinação mais distal, considerado nível 1.
As variáveis do nível 1 que atingiram um nível de significância <0,20 na regressão
logística simples foram incluídas conjuntamente no modelo de regressão múltiplo relativo a
este nível, utilizando o método backward para exclusão progressiva das variáveis de menor
significância estatística, até permanecerem no modelo somente variáveis com nível de
significância <0,05.
Para cada variável do nível 2, foi calculada a OR ajustada pelas variáveis significativas do
nível hierárquico anterior (nível 1). As variáveis do nível 2 que apresentaram OR ajustadas
com p<0,20 foram incluídas conjuntamente no modelo de regressão logística multivariada
desse nível, acrescidas das variáveis mantidas no modelo final do nível anterior (nível 1), em
seguida utilizou o método backward para permanecerem no modelo as variáveis do nível 2
com nível de significância <0,05.
Para cada conjunto de variáveis dos níveis hierarquizados subsequentes, o procedimento
foi realizado da mesma maneira descrito anteriormente, até que se atingiu o modelo final de
determinação do BPN, prematuridade e crescimento intrauterino insuficiente.
O programa R Versão 3.4.2 foi utilizado para as análises (The R Foundation for Statistical
Computing).
64
Figura 1: Modelo teórico hierarquizado de determinação para BPN, prematuridade e
crescimento intrauterino insuficiente.
*
*Exceto para o desfecho Crescimento intrauterino insuficiente
Aspectos éticos:
Este projeto foi analisado e aprovado pelo CEP/ENSP e CONEP: CAAE N.
61215216.8.0000.5240, Número do parecer: 1.821.137, para a manipulação do banco de
dados que já havia sido coletado no projeto anterior.
Financiamentos:
Edital/Chamada: Universal 14/2011 (Número do processo: 474008/2011-8); Edital
2013 - Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da ENSP - INOVA
ENSP II - Processo: 25388.000556/2013-52; Edital PAPES VII - Jovem cientista - 2014 -
Processo: 401789/2015-2; Edital FAPERJ/SES - RJ/MS-DECIT/CNPq - 35/2013 - PPSUS -
Processo: E-26/110.275/2014; Edital Universal CNPq 01/2016 - Processo: 428284/2016-7;
Edital Pesquisa ENSP 2016/2018 - Processo: 25388.000526/2017-70.
Variáveis
Intermediárias
Nível 2
Variáveis
Proximais Nível3
Fatores
socioeconômicos:
Renda total per capita;
Renda regular per
capita; bolsa família.
Características do
domicilio:
Tipo de fogo mais
utilizado no domicilio;
Tipo de chão, parede e
teto; Casa de alvenaria;
Uso de forro adicional
no domicilio; Local de
despejo do esgoto;
Destino do lixo;
Número de moradores
no domicilio.
Características
Maternas:
Idade Materna;
Estatura Materna;
Escolaridade Materna;
Situação conjugal.
Variáveis
Reprodutivas:
Paridade; História
prévia de aborto;
História prévia de
natimorto;
Assistência pré-
natal:
IG na primeira
consulta; N. de
consultas; Qualidade
do pré-natal; Local de
realização do pré-
natal;
Acompanhamento por
parteira na gravidez;
Exame odontológico;
Local do parto;
Profissional que
assistiu o parto.
Morbidade materna:
Hipertensão arterial;
Infecção urinária; Pré-
Eclampsia;
Nutrição Materna:
Anemia; IMC materno
pré-gestacional; Ganho
de peso na gestação.
Hábitos Maternos
Tabagismo na
gravidez; Freqüência
de álcool na gravidez.
Tipo de Parto
(vaginal ou cesariana)
Sexo da criança*
BPN
Prematuridade
Crescimento
intrauterino
insuficiente
Variáveis Distais
Nível1
65
Resultados
O total de nascimentos elegíveis foi de 418. Destes, em 62 não houve realização da
entrevista perinatal (14,8%). Os motivos para não realização da entrevista perinatal foram 2
recusas, 1 óbito neonatal antes do recrutamento, 3 migrações para fora da área do estudo, 55
falhas de recrutamento e 1 erro na versão do questionário. Entre essas perdas, foram
recuperadas algumas informações como UF e aldeia de nascimento, peso ao nascer, sexo e
idade gestacional. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os desfechos
estudados nas crianças com e sem entrevista perinatal, mas houve mais crianças sem
entrevista do sexo masculino e nascidas no RJ e RS (Tabela 1).
A média de peso ao nascer foi de 2932g e a mediana de 2900g, variando de 1500g a
4850g. A prevalência de BPN foi de 14,4%. A IG foi calculada pela primeira USG em 77,8%
das gestantes, 56,3% dessas USG foram realizadas após 20 semanas de gestação. A IG
baseada no algoritmo criado variou de 29 a 42 semanas, com média e mediana de 37,8 e 38
semanas, respectivamente. A prevalência de prematuridade foi de 18,7%, destes, 83% foram
prematuros tardios (a partir de 34 semanas) e 43,9% dos prematuros nasceram também com
baixo peso (<2500g). No cálculo do crescimento intrauterino insuficiente, a média e mediana
de escore Z de peso ao nascer por IG foram negativas (-0,31; -0,36, respectivamente),
variando de -2,92 a 3,99. A prevalência de crescimento intrauterino insuficiente foi de 6,0%,
sendo que 61,9% dos RN com crescimento intrauterino insuficiente nasceram também com
baixo peso.
Cerca de 20,0% das crianças Guarani nasceram em domicílios em que os moradores
não possuíam renda regular mensal e 6,8% nenhum tipo de renda, vivendo apenas do plantio e
de doações, como recebimento de cestas básicas. Mais da metade dos domicílios (67,8%)
usavam como fogo principal o fogo de chão para cozinhar ou aquecer o domicilio. Quanto à
tipologia do domicilio, aproximadamente metade possuem chão de terra (51,7%) e parede de
tabua ou tronco (49,6%), 64,0% telhado de zinco ou amianto e 66,2% usavam algum tipo de
material alternativo para forrar o domicilio, como lona ou plástico. 13,4% das casas são de
alvenaria. Grande parte dos domicílios possui fossa sanitária (83,3%), um terço dos
domicílios tem seu lixo queimado ou enterrado na própria aldeia.
As mães Guarani do estudo são jovens (89,0% - <35 anos) com média de 23,8 anos
(DP: 7,78), de baixa estatura (60,9% - < 150 cm) e 12,9% nunca freqüentaram a escola. Em
relação às variáveis reprodutivas, 26,4% são primíparas 15,4% e 4,2% relatam história de
aborto e natimorto prévio, respectivamente. Quanto à assistência pré-natal, um pouco mais da
66
metade das mulheres Guarani iniciou o pré-natal no primeiro trimestre (54,5%) e realizaram
acima de seis consultas (55,6%), mas apenas um quarto (24,1%) delas receberam uma
assistência pré-natal classificada como adequada, a partir dos aspectos explicitados neste
estudo.
Aproximadamente 70,0% dos partos foram hospitalares. Não houve diferença
estatisticamente significativa entre as médias de peso ao nascer entre partos realizados no
hospital e na aldeia (p-valor = 0,86), 30,7% tiveram acompanhamento de parteira durante a
gravidez e 86,4% dos partos realizados na aldeia foram assistidos por parteiras. A prevalência
de cesariana foi de 11,5%. Não houve diferença entre as médias de peso ao nascer do parto
vaginal e cesarea (p-valor=0,96).
Cerca de 30% das gestantes foram diagnosticadas com infecção urinaria na gravidez e
5,3% com anemia. Mais da metade das gestantes tinham IMC pré-gestacional adequado
(66,9%), no entanto o ganho de peso durante a gravidez foi insuficiente em 66,2% das
gestantes. A prevalência de tabagismo de acordo com a classificação realizada foi de 4,8% e
de consumo de álcool foi de 6,3%.
Na análise de regressão logística para os três desfechos, nenhuma variável relacionada
às condições socioeconômicas foi significativa. Verificou-se como fator de risco no nível 1
para BPN nas análises brutas, o uso principal do fogo de chão no domicilio. Quanto à
tipologia dos domicílios, foi identificado como fator de risco, residir em domicílios com
parede de palha e com telhados de madeira ou lona e zinco ou amianto. Verificou-se efeito
protetor para moradias de alvenaria, mas que perdeu associação no modelo multivariado e
maior risco em domicílios que fazem uso de forro adicional nas paredes ou teto. Mães
Guarani menor de 18 anos e com baixa estatura possuem mais risco de terem crianças com
BPN, ambas com significância estatística limítrofe. Mulheres primíparas, com baixo número
de consultas de pré-natal e sem acompanhamento por parteira na gravidez são fatores de risco
para BPN mesmo quando ajustado pelas variáveis significativas das características do
domicilio. Dentre as morbidades maternas, evidencia-se a associação direta com a hipertensão
e a anemia, no entanto a hipertensão perdeu a significância no modelo final (Tabela 2).
O modelo final para BPN evidencia que o mesmo encontra-se associado às
características do domicilio (uso principal do fogo de chão e o uso de material alternativo para
forrar a parede ou teto do domicilio). As condições obstétricas (primíparas: OR= 2,28), acesso
a cuidados pré-natais (≤ 6 consultas: OR=1,98) e condições de nutrição materna (anemia:
OR=12,3) (Tabela 3).
67
Nas análises brutas para prematuridade, o uso principal do fogo de chão mostrou
associação limítrofe. Mulheres Guarani <18 anos possuem mais risco de terem filhos
prematuros, para mães com mais de 35 anos a associação foi limítrofe. O acesso inadequado a
cuidados pré-natais (inicio tardio e o baixo número de consultas) mostrou-se associado com a
prematuridade, mesmo após ajuste por idade materna. Nenhuma variável do nível mais
proximal mostrou associação com a prematuridade (Tabela 4). O modelo final da
prematuridade manteve-se a idade materna e o baixo número de consultas de pré-natal como
fatores de risco (Tabela 5).
Para o desfecho crescimento intrauterino insuficiente, nenhuma variável do nível distal
mostrou associação estatisticamente significativa. Dentre as variáveis reprodutivas, apenas a
paridade mostrou associação. Evidencia-se associação no nível mais proximal com a infecção
urinaria na gravidez, IMC materno pré-gestacional baixo como fator de risco limítrofe e
tabagismo durante a gravidez mesmo ajustado por paridade (Tabela 6). No modelo final,
mantiveram-se associados a paridade (Primíparas: OR; 3,11/ IC95%:1.25-7,74), infecção
urinária na gravidez (OR: 2,87/IC95%: 1,13-7,31) e o tabagismo materno (OR: 4.24/ IC95%:
1.06-16.99) (Tabela 7).
Discussão
As prevalências de BPN (14,4%), prematuridade (18,7%) e crescimento intrauterino
insuficiente (6,0%) evidenciaram que esses são importantes problemas na população indígena
Guarani deste estudo. A prevalência de BPN é praticamente o dobro quando comparado a
população não indígena do Brasil (6,1 a 8,0%) (VIANA et al., 2013; VICTORA et al., 1997),
ao conjunto dos povos indígenas no país (7,3%) (ABRASCO, 2009) e de outras regiões do
mundo (6,1%) (SHAH et al., 2011).
A prevalência de prematuridade também supera a da população não indígena do Brasil
(11,5%) (LEAL et al., 2016) e dos povos indígenas de outras regiões do mundo (10,8%)
(SHAH et al., 2011). As prevalências de BPN e de prematuridade nos Guarani são menores
apenas quando comparado as prevalências do estudo realizado em uma população Aborígene
de áreas remotas da Austrália (17,4% e 19,4% respectivamente) (KILDEA et al., 2017).
A prevalência de crescimento intrauterino insuficiente foi próxima as prevalências dos
estudos entre populações indígenas de diferentes regiões do mundo (7,8%) (SHAH et al.,
2011), porém inferiores às prevalências de estudo em aborígenes de áreas remotas da
Austrália (16,3%) (KILDEA et al., 2017). No entanto, as curvas utilizadas para avaliar o
crescimento fetal são diferentes nestes estudos, fato que dificulta a comparação. Não foram
68
encontrados estudos com povos indígenas no Brasil que descrevam a prevalência de
prematuridade ou crescimento intrauterino insuficiente.
A população Guarani desse estudo possui condições de vida precárias, a presença de
renda regular na família é baixa e existem famílias que não possuem nenhum tipo de renda.
Grande parte das casas possui fossa sanitária, mas o destino do lixo é incerto em grande parte
das aldeias. Essas famílias vivem em geral das relações de trocas entre as famílias
(PISSOLATO, 2007) e da agricultura de subsistência, que é bastante prejudicada pela
pequena extensão territorial das aldeias (PISSOLATO, 2007).
As condições de habitação inadequadas são consideradas um importante determinante
social do BPN e refletem a desigualdade social de uma população (VETTORE et al., 2010).
No entanto, para os Guarani, pelo menos em parte, parece estar relacionado a uma questão
ambiental, pois a falta de terras prejudica a construção dos seus domicílios de modo mais
próximo ao modelo tradicional, devido à falta de materiais disponíveis localmente
(CARRINHO, 2010). A intervenção pública se faz presente em algumas comunidades,
construindo uma nova tipologia de domicílios, com casas de alvenaria. Essas casas não
comportam a presença do fogo de chão em seu interior pela falta de exaustão da fumaça
(CARRINHO, 2010).
O uso do fogo no chão no domicilio inadequado para tal e uso de lonas e plásticos para
forrar paredes e/ou teto podem ser consideradas variáveis proxy da exposição a poluentes
atmosféricos, como material particulado leva a importante poluição intradomiciliar e uma
chance de quase três vezes maior de RN de mães residentes em domicílios nessas condições
terem filhos com BPN. A exposição a poluentes do ar vem se mostrando associado ao BPN
mesmo em níveis considerados seguros pela legislação ambiental (MEDEIROS; GOUVEIA,
2005; ROMÃO et al., 2013; SANTOS et al., 2014).
Os mecanismos biológicos envolvidos com o BPN associado à poluição ambiental
parecem relacionados às alterações placentárias, seja anatomopatológicas ou morfométricas,
infarto placentário e vilosite crônica (SANTOS et al., 2014). Para Nascimento; Moreira
(2009) a exposição a esses poluentes, provocam efeitos inflamatórios que, associados à
hiperventilação causada pela gravidez, aumentam a absorção dos poluentes, aumentando a
resposta inflamatória e, conseqüente, a liberação de substâncias que afetam a circulação
placentária.
A construção dos domicílios pelo poder público deve ser sempre dialogada com a
comunidade, para que respeite seus aspectos culturais como uso do fogo de chão, pois seu uso
é importante não somente para cozinhar, mas também para aquecer o domicilio e proteção
69
espiritual, sendo tradicionalmente utilizado nas relações de convívio e manutenção da cultura
(CARRINHO, 2010).
Mulheres primíparas nesse estudo possuem mais chance de terem filhos com BPN e
crescimento intrauterino insuficiente, resultado consistente com estudos anteriores em
populações indígenas (KIEFFER; ALEXANDER; MOR, 1995; KILDEA et al., 2017;
OSTER; TOTH, 2016) e não indígenas (BERNABÉ et al., 2004; VIANA et al., 2013;
ZAMBONATO et al., 2004). Segundo BERNABÉ et al. (2004) na primeira gravidez acontece
a maturação vascular das estruturas uterinas, tornando-a mais sensíveis aos estímulos
gestacionais. Nas gravidezes subseqüentes com as estruturas mais maduras permite-se um
maior desenvolvimento placentário e consequentemente melhor nutrição fetal (BERNABÉ et
al., 2004).
Estudos na população brasileira não indígena revelam que apesar da ampliação do
acesso à assistência pré-natal, a sua qualidade ainda é baixa (DOMINGUES et al., 2015).
Para a população Guarani de estudo, o indicador de qualidade do pré-natal não foi associado
significativamente com nenhum dos três desfechos, embora tenha mostrado o sentido da
associação esperado para BPN e prematuridade. Porém, o número de consultas abaixo do
preconizado mostrou ser determinante no modelo hierárquico final para o BPN e
prematuridade. O que reforça a importância da ampliação da atenção básica nas aldeias e o
estimulo a adesão à assistência pré-natal, apesar desse acesso ainda não garantir a qualidade
da assistência.
A prevalência de anemia em mulheres indígenas no Brasil é um importante problema
de saúde pública podendo variar de 16,1% em mulheres indígenas não gestantes a 81,8% em
indígenas gestantes (LÍCIO; FÁVARO; CHAVES, 2016). A prevalência de anemia crônica
nas gestantes Guarani foi de 5,3%. Esse valor pode estar subestimado, provavelmente pelo
modo em que a variável é perguntada no cartão de pré-natal, como presença de anemia
crônica na história patológica pregressa e/ou intercorrências durante a gestação e o parto e não
pelo resultado da hemoglobina. Ainda assim, a anemia esteve fortemente associada com
BPN, assim como encontrado em outros estudos (BERNABÉ et al., 2004; LIN et al., 2018),
podendo ser vista neste estudo como um importante proxy da desnutrição materna.
Um grande número de estudos relata maior prevalência de BPN e prematuridade nos
extremos da vida reprodutiva da mulher. Nossos resultados concordam com estudo de
KILDEA et al., (2017) em aborígenes da Austrália que encontrou idade materna <20 anos e >
36 anos como fator de risco para prematuridade, sem significância estatística na idade mais
velha. No entanto, para HEAMAN et al., (2005) que estudou aborígenes do Canadá, a idade
70
materna <19 anos foi considerada fator de proteção. A gravidez em mulheres mais jovens na
população Guarani não parece ser um marcador de desvantagem social, sendo geralmente
bem vista na comunidade (LÓPEZ, 2000) o que sugere que a desvantagem da idade materna
jovem esteja mais relacionada a fatores biológicos intrínsecos a idade materna jovem.
Infecção urinária na gravidez foi associada no modelo final de crescimento
intrauterino insuficiente, o que concorda com estudo de PANARETTO et al. (2006) em povos
indígenas da Austrália. Gestantes são mais propensas a infecção urinária devido a diversas
mudanças anatômicas e fisiológicas (VETTORE et al., 2013b). Porém, adequadas
intervenções no pré-natal como diagnóstico precoce e o tratamento adequado, com avaliação
periódica do padrão de sensibilidade dos agentes etiológicos são medidas efetivas para se
evitar complicações perinatais (DUARTE et al., 2002; PANARETTO et al., 2006; VETTORE
et al., 2013a).
A prevalência de tabagismo durante a gravidez nas mulheres Guarani foi baixa quando
comparado a outros estudos com populações indígenas (KILDEA et al., 2017; MEHAFFEY
et al., 2010; PANARETTO et al., 2006; SAYERS; POWERS, 1997). Com a amostra pequena,
não foi possível realizar análises por trimestre de gravidez, pois é sabido pela literatura que há
um efeito deletério maior quanto mais avançado a IG (KO et al., 2014). Apesar disso,
encontrou-se forte associação entre tabagismo materno e crescimento intrauterino
insuficiente, o que corrobora com achados encontrados na literatura (KO et al., 2014; LIN et
al., 2018; STEWARD; MOSER, 2004). A nicotina, importante componente do tabaco leva a
CIUR por vasoconstrição uterina e aumento dos níveis de carboxihemoglobina nas artérias
umbilicais resultando em hipóxia fetal (KO et al., 2014).
Uma das limitações do estudo, é que as estimativas da OR são realizadas com base em
casos prevalentes, já que crianças nascidas com BPN são sobreviventes de uma série de casos,
na qual podem ter havido perdas por morte fetal ou aborto. Para tentar diminuir esse viés foi
pedido para os enfermeiros notificarem também os abortos e mortes fetais. Apesar de
nenhuma notificação de aborto, foram notificados 05 natimortos, o que pouco afeta as
estimativas, se somarmos esses casos na prevalência dos desfechos (BPN: 14,2% a 15,5%,
prematuridade: 18,4% a 19,8%, crescimento intrauterino insuficiente: 5,9 a 7,3%). No
entanto, não é possível saber se a inclusão desses natimortos afetaria o comportamento dos
fatores de risco nos modelos finais de regressão.
Alguns estudos referem potencial viés de aferição do peso ao nascer em partos
domiciliares, devido à dificuldade na pesagem domiciliar, pois nem sempre é possível a
pesagem no momento do nascimento, dificuldades na calibração das balanças e falta de
71
padronização destas nos diferentes locais. Porém, não se verificou diferenças significativas
nas proporções (p-valor = 0,62) e nem nas médias de BPN (p-valor= 0,67) ao comparar
crianças nascidas nas aldeias com as nascidas em hospitais o que possivelmente indica que se
tiver ocorrido esse atraso na pesagem domiciliar, ele não influenciou na classificação do peso
ao nascer. Tal como referido no Inquérito Nacional de Saúde Indígena no Brasil (ABRASCO,
2009), também se observou preferência por alguns dígitos terminais (0 e 5), no entanto, essa
preferência foi observada tanto nos partos domiciliares quanto nos hospitalares.
Outra limitação refere-se a alguns fatores de risco encontrados na literatura que não foram
abordados nesse estudo, como infecção periodontal, violência familiar, esforço físico na
gestação e aspectos culturais, como mudança de alimentação das gestantes durante a gravidez,
como tabus alimentares e dietas restritivas.
Por outro lado, alguns fatores próprios do contexto sociocultural indígena, tal como seria
recomendado, foram explorados, como o uso de fogo de chão e tipologia dos domicilios. O
conhecimento do quadro social e respeito à cultura são fundamentais para intervenções
efetivas congruentes com a segurança social das famílias indígenas e estratégias bem
sucedidas de subsistência.
Um pré-natal de qualidade com numero adequado de consultas pré-natal, com inicio
precoce para que consiga intervir no momento oportuno e tratar adequadamente as
morbidades que possam aparecer como a infecção urinaria e anemia eq aconselhamento a
gestantes e a comunidade sobre os efeitos nocivos dessas exposições podem contribuir para
reduzir significativamente a prevalência de BPN, prematuridade e crescimento intrauterino
insuficiente.
Considerações finais
Este estudo destaca prevalências de BPN, prematuridade e crescimento intrauterino
insuficiente superiores a maioria dos estudos em povos indígenas e não indígenas. Esses
desfechos foram associados a fatores de risco modificáveis com acesso efetivo a um pré-natal
de qualidade, de inicio precoce, culturalmente sensível e com parceria com outros setores para
identificar precocemente os fatores de risco pré-gestacionais e durante a gestação evitando
que as crianças nasçam com esses desfechos adversos.
Estratégias direcionadas, conversadas com a comunidade, em respeito a sua cultura
são necessárias e devem ser desenvolvidas na melhoria das condições de habitação. Esse
estudo é o primeiro na população Guarani a avaliar desfechos socioambientais com
desfechosperinatais, reforçando a importância dos fatores contextuais no BPN.
72
Referências Bibliográficas
ABRASCO. Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. Relatório Final
(Análise dos Dados), 2009.
ALMEIDA, A. H. DO V. DE et al. Baixo peso ao nascer em adolescentes e adultas jovens na
Região Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 14, n. 3, p.
279–286, set. 2014.
ARNOLD, L.; HOY, W.; WANG, Z. Low birthweight increases risk for cardiovascular
disease hospitalisations in a remote Indigenous Australian community--a prospective cohort
study. Australian and New Zealand journal of public health, v. 40 Suppl 1, p. S102-106,
abr. 2016.
BARBAS, D. DA S. et al. Determinantes do peso insuficiente e do baixo peso ao nascer na
cidade do Rio de Janeiro, Brasil, 2001. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 18, n. 2, p.
161–170, 2009.
BARRETO, C. T. G.; CARDOSO, A. M.; COIMBRA JR., C. E. A. Estado nutricional de
crianças indígenas Guarani nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil. Cadernos de
Saúde Pública, v. 30, n. 3, p. 657–662, mar. 2014.
BARROS, F. C. et al. Preterm births, low birth weight, and intrauterine growth restriction in
three birth cohorts in Southern Brazil: 1982, 1993 and 2004. Cadernos de Saúde Pública, v.
24, p. s390–s398, 2008.
BERNABÉ, J. V. DE et al. Risk factors for low birth weight: a review. European Journal of
Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, v. 116, n. 1, p. 3–15, set. 2004.
CARDOSO, A. M. et al. Mortality among Guarani Indians in Southeastern and Southern
Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, p. s222–s236, 2011.
CARDOSO, A. M.; COIMBRA, C. E. A. J.; WERNECK, G. L. Risk factors for hospital
admission due to acute lower respiratory tract infection in Guarani indigenous children in
southern Brazil: a population-based case-control study. Tropical medicine & international
health : TM & IH, v. 18, n. 5, p. 596–607, maio 2013.
CARDOSO, A. M.; COIMBRA JR., C. E. A.; TAVARES, F. G. Morbidade hospitalar
indígena Guarani no Sul e Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 13, n.
1, p. 21–34, mar. 2010.
CARRINHO, R. G. Habitação de interesse social em aldeias indígenas: Uma abordagem
sobre o ambiente construído Mbyá - Guarani no litoral de Santa Catarina. Dissertação
de Mestrado—Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2010.
COUGHLIN, R. L. et al. Pregnancy and birth outcome improvements for american indians in
the healthy start project of the inter-tribal council of Michigan, 1998-2008. Maternal and
Child Health Journal, v. 17, n. 6, p. 1005–1015, 2013.
DOMINGUES, R. M. S. M. Avaliação da implantação da assistência pré-natal rede SUS
do município do Rio de Janeiro com ênfase nas ações de controle da sífilis e do HIV.
Tese de Doutorado—Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública /Fundação Oswaldo
Cruz, 2011.
73
DOMINGUES, R. M. S. M. et al. Adequação da assistência pré-natal segundo as
características maternas no Brasil. Rev Panam Salud Publica, v. 37, n. 3, p. 140–47, 2015.
DUARTE, G. et al. Infecção urinária na gravidez: análise dos métodos para diagnóstico e do
tratamento. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 24, n. 7, p. 471–477, ago.
2002.
GANESH KUMAR, S. et al. Determinants of low birth weight: A case control study in a
district hospital in Karnataka. The Indian Journal of Pediatrics, v. 77, n. 1, p. 87–89, jan.
2010.
GRAHAM, S. et al. The urban-remote divide for Indigenous perinatal outcomes. Medical
Journal of Australia, v. 186, n. 10, p. 509–512, 2007.
HEAMAN, M. I. et al. Risk factors for spontaneous preterm birth among Aboriginal and non-
Aboriginal women in Manitoba. Paediatric and perinatal epidemiology, v. 19, n. 3, p. 181–
193, maio 2005.
KIEFFER, E. C.; ALEXANDER, G. R.; MOR, J. M. Pregnancy outcomes of pacific Islanders
in Hawaii. American Journal of Epidemiology, v. 142, n. 7, p. 674–679, 1995.
KILDEA, S. V. et al. Risk factors for preterm, low birthweight and small for gestational age
births among Aboriginal women from remote communities in Northern Australia. Women
and Birth, v. 30, n. 5, p. 398–405, out. 2017.
KO, T.-J. et al. Parental Smoking During Pregnancy and Its Association with Low Birth
Weight, Small for Gestational Age, and Preterm Birth Offspring: A Birth Cohort Study.
Pediatrics & Neonatology, v. 55, n. 1, p. 20–27, fev. 2014.
LEAL, M. DO C. et al. Prevalence and risk factors related to preterm birth in Brazil.
Reproductive Health, v. 13, n. S3, out. 2016.
LÍCIO, J. S. A.; FÁVARO, T. R.; CHAVES, C. R. M. DE M. Anemia em crianças e mulheres
indígenas no Brasil: revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, n. 8, p. 2571–
2581, ago. 2016.
LIN, L. et al. Prevalence, risk factors and associated adverse pregnancy outcomes of anaemia
in Chinese pregnant women: a multicentre retrospective study. BMC Pregnancy and
Childbirth, v. 18, n. 1, dez. 2018.
LÓPEZ, G. M. A. A FECUNDIDADE ENTRE OS GUARANI: UM LEGADO DE
KUNHANKARAI. Tese de Doutorado—Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública
/Fundação Oswaldo Cruz, 2000.
MEDEIROS, A.; GOUVEIA, N. Relação entre baixo peso ao nascer e a poluição do ar no
Município de São Paulo. Revista de Saúde Pública, v. 39, n. 6, p. 965–972, dez. 2005.
MEHAFFEY, K. et al. Maternal smoking at first prenatal visit as a marker of risk for adverse
pregnancy outcomes in the Qikiqtaaluk (Baffin) Region. Rural and Remote Health, v. 10, n.
3, p. 1484, set. 2010.
MINAGAWA, Á. T. et al. Baixo peso ao nascer e condições maternas no pré-natal. Revista
da Escola de Enfermagem da USP, v. 40, n. 4, p. 548–554, dez. 2006.
74
NASCIMENTO, L. F. C.; MOREIRA, D. A. Are environmental pollutants risk factors for
low birth weight? Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n. 8, p. 1791–1796, ago. 2009.
OSTER, R. T.; TOTH, E. L. Longitudinal Rates and Risk Factors for Adverse Birth Weight
Among First Nations Pregnancies in Alberta. Journal of Obstetrics and Gynaecology
Canada, v. 38, n. 1, p. 29–34, jan. 2016.
PANARETTO, K. et al. Risk factors for preterm, low birth weight and small for gestational
age birth in urban Aboriginal and Torres Strait Islander women in Townsville. Australian
and New Zealand journal of public health, v. 30, n. 2, p. 163–170, abr. 2006.
PEREIRA, A. P. E. et al. Determinação da idade gestacional com base em informações do
estudo Nascer no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 30, p. S59–S70, ago. 2014.
PISSOLATO, E. A duração da pessoa: mobilidade, parentesco e xamanismo mbya
(guarani). São Paulo: UNESP, 2007.
RASMUSSEN, K. M.; YAKTINE, A. L.; INSTITUTE OF MEDICINE (U.S.) (EDS.).
Weight gain during pregnancy: reexamining the guidelines. Washington, DC: National
Academies Press, 2009.
RICARDO HALPERN et al. Risk factors for low birth weight in a rural community in
southern Brazil. Jornal de Pediatria, v. 6, n. 72, p. 369–373, 1996.
ROMÃO, R. et al. The relationship between low birth weight and exposure to inhalable
particulate matter. Cadernos de Saúde Pública, v. 29, n. 6, p. 1101–1108, jun. 2013.
SANTOS, V. DE P. et al. O papel dos poluentes atmosféricos sobre o peso ao nascer em
cidade de médio porte Paulista1. Revista Paulista de Pediatria, v. 32, n. 4, p. 306–312, dez.
2014.
SAYERS, S.; POWERS, J. Risk factors for aboriginal low birthweight, intrauterine growth
retardation and preterm birth in the Darwin Health Region. Australian and New Zealand
journal of public health, v. 21, n. 5, p. 524–530, ago. 1997.
SHAH, P. S. et al. Pregnancy and Neonatal Outcomes of Aboriginal Women: A Systematic
Review and Meta-Analysis. Women’s Health Issues, v. 21, n. 1, p. 28–39, 2011.
STEWARD, D. K.; MOSER, D. K. Intrauterine growth retardation in full-term newborn
infants with birth weights greater than 2,500 g. Research in nursing & health, v. 27, n. 6, p.
403–412, dez. 2004.
UNICEF. Low birth weight: country, regional and global estimates. 2004.
VETTORE, M. V. et al. Housing conditions as a social determinant of low birthweight and
preterm low birthweight. Revista de Saúde Pública, v. 44, n. 6, p. 1021–1031, dez. 2010.
VETTORE, M. V. et al. Avaliação da qualidade da atenção pré-natal dentre gestantes com e
sem história de prematuridade no Sistema Único de Saúde no Rio de Janeiro, Brasil. Rev.
bras. saúde matern. infant, v. 13, n. 2, p. 89–100, 06PY – 2013a.
VETTORE, M. V. et al. Assessment of urinary infection management during prenatal care in
pregnant women attending public health care units in the city of Rio de Janeiro, Brazil.
Revista brasileira de epidemiologia, v. 16, n. 2, p. 338–351, jun. 2013b.
75
VIANA, K. DE J. et al. Birth weight in Brazilian children under two years of age. Cadernos
de Saúde Pública, v. 29, n. 2, p. 349–356, 2013.
VICTORA, C. G. et al. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a
hierarchical approach. International Journal of Epidemiology, v. 26, n. 1, p. 224–227, 1
fev. 1997.
VICTORA, C. G. et al. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. The
Lancet, v. 377, n. 9780, p. 1863–1876, maio 2011.
ZAMBONATO, A. M. K. et al. Fatores de risco para nascimento de crianças pequenas para
idade gestacional. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 1, p. 24–29, fev. 2004.
76
Anexos (Tabelas):
Tabela 1: Comparação de características entre crianças Indígenas Guarani recrutadas e não
recrutadas para o estudo no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Variáveis Total de
Nascimentos Recrutados
Não
recrutados p- valor
Elegíveis - % (n) 418 85.2 (356) 14.8 (62)
UF de nascimento - % (n)
Rio de Janeiro 10.0 (42) 8.1 (29) 21.0 (13)
<0.001 São Paulo 62.4 (261) 68.0 (242) 30.6 (19)
Paraná 2.4 (10) 2.8 (10) 0
Santa Catarina 5.3 (22) 5.9 (21) 1.6 (1)
Rio Grande do Sul 19.9 (83) 15.2 (54) 46.8 (29)
Sexo da Criança - % (n)
Masculino 53.1 (222) 49.4 (180) 67.7 (42) 0.018
Feminino 46.9 (196) 50.6 (176) 32.3 (20)
BPN - % (n) 14.4 (53) 14.2 (50) 16.7 (3) 0.732
CII- % (n) 6.0 (21) 6.0 (20) 0.3 (1) 1
Prematuridade - % (n) 18.7 (70) 19.0 (64) 15.8 (6) 0.794
Peso ao nascer – Média (DP) 2931.5 (451.5) 2928.8 (447.5) 2984.1 (536.9) 0.673
IG em semanas - Média (DP) 37.87 (1.93) 37.83 (1.96) 38.13 (1.60) 0.303
Nota: BPN=Baixo Peso ao Nascer; CII= Crescimento intrauterino insuficiente; DP= Desvio-padrão
77
Tabela 2: Frequência simples das variáveis exploratórias por nível hierárquico
em crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Variáveis N %
Total 356 85,2%
Fatores socioeconômicos
Renda total per capita Não tem renda 24 6.8
Até 70 reais 51 14.4
> 70 reais 279 78.8
Renda regular per capita Não tem renda regular 74 20.9
Até 70 reais 82 23.2
> 70 reais 198 55.9
Bolsa Família Não 129 36.2
Sim 227 63.8
Características do domicilio
Tipo de fogo mais utilizado no domicilio
Fogão a gás 88 24,9
Fogão a lenha 26 7,3
Fogo de chão 240 67,8
Tipo de chão Piso ou cimento 111 31,4
Madeira 60 16.9
Terra 183 51.7
Tipo de Parede Tijolo 64 18,1
Palha 67 19,0
Tábua ou troncos 175 49,6
Pau a pique ou adobe 32 9.1
Lona ou plástico e outros 15 4,2
Tipo de teto Telha de barro 64 24.5
Telha de zinco ou amianto 167 64.0
Palha 24 9.2
Madeira ou lona 6 2.3
Casas de Alvenaria Sim 56 13,4
Não 361 86,6
Uso de forro adicional no domicilio Sim 233 66.2
Não 119 33.8
Local de despejo do esgoto Rede geral pública de esgoto 37 14.4
Fossa sanitária 214 83.3
Despejo direto 6 2.3
Destino do lixo Coletado por serviço público 126 35.9
Caçamba ou lixeira coletiva 111 31.6
Queimado ou enterrado na aldeia 114 32.5
Número de moradores no domicilio ≤4 144 40.7
5 a 9 166 46,9
≥ 10 44 12,4
Continuação
78
Tabela 2: Frequência simples das variáveis exploratórias por nível hierárquico
em crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 – 2016.
Variáveis N %
Total 356 85,2%
Características maternas
Idade materna ≤ 18 anos 122 31.0
19 a 35 228 58.0
>36anos 43 10.9
Estatura materna < 150 cm 209 60.9
≥ 150 cm 134 39.1
Escolaridade Materna > 7 anos 112 45.0
1 a 6 anos 105 42.2
Nunca estudou 32 12.9
Situação Conjugal Com marido ou companheiro 276 78.0
Sem marido ou companheiro 78 22.0
Variáveis Reprodutivas
Paridade Primipara 94 26.4
Multípara 262 73.6
História prévia de aborto Sim 55 15.4
Não 301 84.6
História prévia de natimorto Sim 15 4.2
Não 341 95.8
Assistência pré-natal:
IG na primeira consulta Até 16 semanas 187 54.5
> 16 semanas 156 45.5
N. de consultas >6 193 55.6
1 a 6 154 44.4
Qualidade do pré-natal Adequado 83 24.1
Não adequado 262 75.9
Local de realização do pré-natal Aldeia 269 77.5
Fora da aldeia 23 6.6
Misto 55 15.9
Acompanhamento por parteira na gravidez Sim 108 30.7
Não 244 69.3
Exame odontológico Sim 223 67.4
Não 108 32.6
Local do parto Hospital 245 70.4
Aldeia 103 29.6
Profissional que assistiu ao parto Médico 207 60.5
Parteira 89 26.0
Enfermeiro 46 13.5
Continuação
79
Tabela 2: Frequência simples das variáveis exploratórias por nível hierárquico
em crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 – 2016.
Variáveis N %
Total 356 85,2%
Morbidade Materna
Hipertensão Arterial Não 339 95,2
Sim 17 4,8
Pré-Eclâmpsia Não 95 96,9
Sim 3 3,1
Infecção urinária Não 254 71.3
Sim 102 28.7
Nutrição Materna Anemia Não 337 94.7
Sim 19 5.3
IMC materno pré-gestacional Baixo (< 18,5kg/m²) 6 1.9
Adequado (18,5 – 24,9kg/m²) 212 66.9
Sobrepeso (25,0 – 29,9kg/m²) 77 24.3
Obesidade (≥ 30kg/m²) 22 6.9
Ganho de peso na gestação Insuficiente 202 66.2
Adequado 73 23.9
Excessivo 9.8
Hábitos Maternos
Fumante
Não 337 95.2
Sim 17 4.8
Freqüência de álcool na gravidez Não bebe 332 93.8
2 a 3 x por semana 8 2.3
2 a 4 x por mês 14 4.0
Tipo de Parto Vaginal 307 88.5
Cesariana 40 11.5
Sexo da criança Feminino 196 46.9
Masculino 222 53.1
80
Tabela 3: Prevalência de BPN e fatores associados entre crianças indígenas Guarani no Sul e
Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Baixo Peso ao Nascer
Variáveis n (%)
OR (IC 95%) p-valor
Nível 1
Fatores socioeconômicos
Renda total per capita> 70 reais 276 (14,9) 1,00
Até 70 reais 49 (8,2) 0,51 (0,17-1,49) 0,219
Não tem renda 24(16,7) 1,15 (0,37-3,53) 0,812
Renda regular per capita> 70 reais 196 (12,8) 1,00
Até 70 reais 80 (16,2) 1,33 (0,64-2,75) 0,446
Não tem renda regular 73 (15,1) 1,21 (0,56-2,61) 0,621
Bolsa família Sim 225 (13,8) 1,00
Não 126 (15,1) 1,11 (0,6-2,06) 0,738
Características do domicilio
Tipo de fogo mais utilizado no domicilio
Fogão a gás 88 (8,0) 1,00
Fogão a lenha 26 (7,7) 0,96 (0,19-4,95) 0,965
Fogo de chão 235 (17,0) 2,37 (1.02-5,52) 0,045
Tipo de chão Piso ou cimento 111 (11,7) 1,00
Madeira 60 (20,0) 1,88 (0,8-4,44) 0,147
Terra 178 (13,5) 1,17 (0,57-2,42) 0,661
Tipo de parede Tijolo 64 (6,20) 1,00
Palha 66 (18,2) 3,33 (1,01-10,95) 0,047
Tábua ou troncos 171 (14,6) 2,57 (0,86-7,7) 0,092
Pau a pique ou adobe 32 (15,6) 2,78 (0,69-11,16) 0,15
Lona ou plástico e outros 15 (13,3) 2,31 (0,38-13,96) 0,363
Tipo de teto Telha de barro 64 (3,1) 1,00
Telha de zinco/amianto 164 (15,9) 5,84 (1.34-25.38) 0,019
Palha 23 (8,7) 2,95 (0,39-22,29) 0,294
Madeira ou lona 6 (33,3) 15,5 (1,71-140,64) 0,015
Casa de alvenaria Não 292 (15,8) 1,00
Sim 56 (3,6) 0.19 (0,05-0,82) 0,026
Uso de forro adicional no domicilio Não 119 (7,6) 1,00
Sim 228 (17,5) 2,6 (1,22-5,56) 0,014
Local despejo de esgoto
Rede geral pública de esgoto 37 (18,9) 1,00
Fossa sanitária 214 (13,1) 0,65 (0,26-1,61) 0,347
Despejo direto 5 (0,0) - 0,989
Destino do Lixo
Coletado por serviço público 123 (14,6) 1,00
Caçamba ou lixeira coletiva 110 (13,6) 0,92 (0,44-1,93) 0,827
Queimado ou enterrado 113 (13,3) 0,89 (0,43-1,87) 0,764
Número de moradores no domicilio <4 143 (11,2) 1,00 0,365
5 a 9 164 (15,2) 1,43 (0,73-2,8) 0,299
≥ 10 42 (19,0) 1,87 (0,74-4,73) 0,188
Continuação
81
Tabela 3: Prevalência de BPN e fatores associados entre crianças indígenas Guarani no Sul e
Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Baixo Peso ao Nascer
Variáveis n (%)
OR (IC 95%) p-valor
Nível 1
Características maternas
Idade Materna ≤18 anos 112 (18,8) 1,85 (0,97-3,51) 0.062
19 a 35 anos 207 (11.1) 1,00
≥ 36 anos 41 (19.5) 1,94(0,80-4,70) 0,143
Estatura Materna ≥150 cm 133 (9.8)
< 150 cm 206 (17,0) 1,89 (0.96-3.72) 0,066
Escolaridade Materna ≥ 7 anos 112 (15,2) 1,00
1 – 6 anos 103 (12,6) 0,81 (0,37-1,76) 0,589
Nunca estudou 30 (3,3) 0.19 (0.02-1.51) 0,117
Situação Conjugal
Com marido ou companheiro 271 (12,9) 1,00
Sem marido ou companheiro 78 (19,2) 1,61 (0,83-3,12) 0,163
Nível 2 OR1 (IC 95%)
Variáveis Reprodutivas
Paridade Multípara 259 (11,6) 1,00
Primípara 92 (21,7) 2,16 (1,13-4,15)
0,02
História prévia de aborto Não 296 (15,2) 1,00
Sim 55 (9,1) 0,57 (0,21-1,52) 0,257
História prévia de natimorto Não 336 (14,6) 1,00
Sim 15 (6,7) 0,32 (0,04-2,57) 0,286
Assistência pré-natal
IG na primeira consulta ≤16 semanas 185 (13,0) 1,00
> 16 semanas 154 (15,6) 1,14 (0,61-2,13) 0,685
N. de consultas > 6 consultas 192 (9,9) 1,00
1 a 6 consultas 151 (19,2) 1,94 (1,02-3,67) 0,043
Qualidade do Pré-natal Adequado 98 (12,2) 1,00
Não adequado 243 (14,8) 1,16 (0,57-2,37) 0,688
Local de realização do pré-natal Aldeia 265 (13,2) 1,00
Fora da aldeia 23 (17,4) 1,25 (0,39-4,02) 0,704
Misto 55 (16,4) 1,10 (0,49-2,50)
0,812
Acompanhada por parteira na gravidez Sim 106 (8,5) 1,00
Não 241 (16,6) 2,2 (1,01-4,76) 0,046
Exame odontológico Sim 220 (13,6) 1,00
Não 107 (14,0) 0,98 (0,49-1,95) 0,958
Local do parto Aldeia 100 (13,0) 1,00
Hospital 243 (14,4) 1,14 (0.57-2.29) 0,712
Profissional que assistiu ao parto Médico 205 (13,7) 1,00
Enfermeiro 46 (15,2) 1,04 (0,41-2,61) 0,933
Parteira 86 (14,0) 1,03 (0,49-2,17) 0,931
Continuação
82
Tabela 3: Prevalência de BPN e fatores associados entre crianças indígenas Guarani no Sul e
Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Baixo Peso ao Nascer
Variáveis n (%)
OR2 (IC 95%) p-valor
Nível 3
Morbidade Materna
Hipertensão Arterial Não 335 (13,4) 1,00
Sim 16 (31,2) 5,64 (1,17-27,23)
0,031
Infecção urinária Não 250 (13,2) 1,00
Sim 101 (16,8) 1,4 (0,7-2,8) 0,347
Pré- Eclampsia Não 95 (13,7) 1,00
Sim 3 (33,3) 7,93 (0.38-164.66) 0,181
Nutrição Materna
Anemia Não 333 (12,9) 1,00
Sim 18 (38,9) 12,23 (2,96-51,14) < 0.001
IMC materno pré-gestacional
Baixo (< 18,5kg/m²) 6 (33,3) 3,58 (0,53-24,3) 0,193
Adequado (18,5 – 24,9kg/m²) 210 (15,7) 1,00
Sobrepeso (25,0 – 29,9kg/m²) 76 (7,9) 0,46 (0,17-1,19)
0,111
Obesidade (≥ 30kg/m²) 2 (9,5) 0,5 (0,1-2,39) 0,384
Ganho de peso na gestação Insuficiente 200 (15,0) 1,00
Adequado 72 (11,1) 0,74 (0,31-1,79) 0,502
Excessivo 29 (3,4) 0,23 (0,03-1,78)
0,158
Hábitos Maternos
Fumante Não 332 (14,5) 1,00
Sim 17 (5,9) 0,37 (0,05-2,91) 0,343
Freqüência de álcool na gravidez
Não bebe 327 (13,1) 1,00
2 a 3 x por semana 8 (25,0) 1,72 (0,19-15,41) 0,629
2 a 4 x por mês 14 (28,6) 2,46 (0,66-9,1) 0,179
Tipo de parto Vaginal 303 (14,2) 1,00
Cesárea 192 (12,0) 1,12 (0,4-3,16) 0,831
Sexo da criança Feminino 177 (16,9)
1,00
Masculino 192 (12) 0,73 (0,39-1,39) 0,338
Notas: 1OR ajustada pelas variáveis significativas do nível 1 (tipo de fogo mais utilizado no
domicilioe uso de forro adicional no domicilio. 2OR ajustada pelas variáveis significativas do
nível 1 e nível 2 ( paridade e número de consultas de pré natal).
83
Tabela 4: Prevalência de Prematuridade e fatores associados entre crianças indígenas
Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Prematuridade
Variáveis n (%)
OR (IC 95%) p-valor
Nível 1
Fatores socioeconômicos
Renda total per capita> 70 reais 266 (17,7) 1,00
Até 70 reais 46 (17,4) 0,98 (0,43-2,24)
0,964
Não tem renda 23 (30,4) 2,04 (0,79-5,23) 0,139
Renda regular per capita> 70 reais 193 (19,2) 1,00
Até 70 reais 73(15,1) 0,75 (0,36-1,56) 0,439
Não tem renda regular 69 (20,3) 1,07 (0,54-2,13) 0,84
Bolsa família Sim 217 (16,6) 1,00
Não 120 (23,3) 1,53 (0,88-2,66) 0,132
Características do domicilio
Tipo de fogo mais utilizado no domicilio
Fogão a gás 86 (11,6) 1,00
Fogão a lenha 25 (20,0) 1,90 (0,58-6,19) 0,287
Fogo de chão 224 (21,0) 2,02 (0,97-4,2) 0,061
Tipo de chão Piso ou cimento 103 (14,6) 1,00
Madeira 58 (20,7) 1,53 (0,66-3,54) 0,320
Terra 174 (20,1) 1,48 (0,76-2,86) 0,247
Tipo de parede Tijolo 59 (16,9) 1,00
Palha 65 (20) 1,23 (0,49-3,05) 0,663
Tábua ou troncos 167 (16,2) 0,95 (0,43-2,09) 0,889
Pau a pique ou adobe 30 (30,0) 2,10 (0,75-5,91) 0,16
Lona ou plástico e outros 13 (15,4) 0,89 (0,17-4,65) 0,891
Tipo de teto Telha de barro 59 (16,9) 1,00
Telha de zinco/amianto 159 (15,7) 0,91 (0,41-2,04) 0,827
Palha 22 (18,2) 1,09 (0,3-3,91) 0,896
Madeira ou lona 6 (33,3) 2,45 (0,39-15,25) 0,337
Casa de alvenaria Não 283 (19,4) 1,00
Sim 51 (11,8) 0,55 (0,22-1,35) 0,191
Uso de forro no domicilio Não 114 (16,7) 1,00
Sim 219 (19,6) 1,22 (0,67-2,21) 0,51
Local despejo de esgoto
Rede geral pública de esgoto 35 (11,4) 1,00
Fossa sanitária 204 (18,6) 1,77 (0,59-5,33)
0,307
Despejo direto 5 (20) 1,94 (0,17-21,92)
0,593
Destino do Lixo
Coletado por serviço público 121 (17,4) 1,00
Caçamba ou lixeira coletiva 105 (20) 1,19 (0,61-2,33) 0,610
Queimado ou enterrado 107 (18,7) 1,09 (0,56-2,15) 0,793
Numero de moradores no domicilio <4
140 (20,0) 1,00
5 a 9 154 (18,2) 0,89 (0,5-1,59)
0,692
≥10 41(14,6) 0,69 (0,26-1,79)
0,441
Continuação
84
Tabela 4: Prevalência de Prematuridade e fatores associados entre crianças indígenas
Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Prematuridade
Variáveis n (%)
OR (IC 95%) p-valor
Nível 1
Características maternas
Idade Materna ≤18 anos 110 (24,5) 1,94 (1,09-3,47) 0,025
19 a 35 anos 209 (14,4) 1,00
≥ 36 anos 41 (26,8) 2,19 (0,99-4,83) 0,053
Estatura Materna ≥150
cm 127 (15) 1,00
< 150 204 (21,1) 1,52 (0,84-2,75) 0,167
Escolaridade Materna 7 anos 107 (17,8) 1,00
1 a 6 anos 97 (18,6) 1,06 (0,52-2,15) 0,882
Nunca estudou 30 (10) 0,51 (0,14-1,87) 0,313
Situação Conjugal
Com marido ou companheiro 263 (18,3) 1,00
Sem marido ou companheiro 72 (20,8) 1,18 (0,62-2,26) 0,620
Nível 2
Variáveis Reprodutivas OR1 (IC 95%) p-valor
Paridade Multípara 250 (16,8) 1,00
Primípara 87 (25,3) 1,64 (0,9-3,01)
0,108
História prévia de aborto Não 283(20,1) 1,00
Sim 54 (13) 0,55 (0,23,1,3)
0,17
História prévia de natimorto Não 323 (18,9) 1,00
Sim 14 (21,4) 1,05 (0,28-3,96) 0,937
Assistência pré-natal
IG na primeira consulta ≤16 semanas 181 (13,8) 1,00
> 16 semanas 150 (24,7) 2,1 (1,19,3,71) 0,011
N. de consultas > 6 consultas 188 (13,3) 1,00
1 a 6 consultas 146 (25,3) 2,29 (1,3,4,05) 0,004
Qualidade do pré-natal Adequado 94 (13,8) 1,00
Não adequado 238 (20,6) 1,67 (0,85,3,26) 0,135
Local de realização do pré-natal Aldeia 257 (17,9) 1,00
Fora da aldeia 22 (22,7) 1,4 (0,48-4,08) 0,533
Misto 55 (20) 1,21 (0,58-2,55) 0,609
Acompanhada por parteira na gravidez Sim 106 (16) 1,00
Não 227 (19,8) 1,24 (0,67,2,32) 0,49
Exame odontológico Sim 214 (16,8) 1,00
Não 105 (21,9) 1,47 (0,81,2,69) 0,204
Local do parto Aldeia 93 (15,1) 1,00
Hospital 236 (19,1) 1,28 (0,66-2,48) 0,469
Profissional que assistiu ao parto Médico 200 (17) 1,00
Enfermeiro 43(27,9) 2 ,00 (0,92,4,34) 0,079
Parteira 80 (15) 0,92 (0,45,1,91) 0,829
Continuação
85
Tabela 4: Prevalência de Prematuridade e fatores associados entre crianças indígenas
Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Prematuridade
Variáveis n (%)
OR2 (IC 95%) p-valor
Nível 3
Morbidade Materna
Hipertensão arterial Não 326 (18,4) 1,00
Sim 11 (36,4) 1,52 (0,28-8,18)
0,627
Pré- Eclampsia Não 94 (13,8) 1,00
Sim 2 (0) 0,00 (0, inf)
Infecção urinária Não 244(18,9) 1,00
Sim 93 (19,4) 0,99 (0,52-1,9)
0,990
Nutrição Materna
Anemia Não 324 (18,2) 1,00
Sim 13 (38,5) 2,17 (0,5-9,23) 0,294
IMC materno pré-gestacional
Baixo (< 18,5kg/m²) 6 (0) 0 (0,Inf)
0,988
Adequado (18,5 – 24,9kg/m²) 204 (20,6) 1,00
Sobrepeso (25,0 – 29,9kg/m²) 76 (14,5) 0,66 (0,31-1,41) 0,285
Obesidade (≥ 30kg/m²) 21 (9,5) 0,38 (0,08-1,74)
0,213
Ganho de peso na gestação Insuficiente 202 (19,8) 1,07 (0,52-2,22) 0,858
Adequado 73 (16,4) 1,00
Excessivo 30 (10) 0,51 (0,13-1,98) 0,328
Hábitos Maternos
Tabagismo na Gravidez Não 318 (18,9) 1,00
Sim 17 (11,8) 0,69 (0,15-3,15)
0,629
Freqüência de álcool na gravidez Não bebe 314 (18,2) 1,00
2 a 3 x por semana 7 (28,6) 2,68 (0,48-14,94)
0,26
2 a 4 x por mês 14 (21,4) 1,16 (0,29-4,61)
0,833
Tipo de parto Vaginal 294 (19,0) 1,00
Cesárea 40 (15,0) 0,82 (0,32-2,07)
0,668
Sexo da criança Feminino 173 (17,9)
1,00
Masculino 202 (19,3)
0,86 (0,42,1,75) 0,676
Nota: 1OR ajustada pelas variáveis significativas do nível 1 (Idade Materna).
2OR ajustada
pelas variáveis significativas do nível 1 e nível 2 ( N. de consultas de pré natal).
86
Tabela 5: Prevalência de crescimento intrauterino insuficiente e fatores associados em
crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Crescimento intrauterino insuficiente
Variáveis n (%)
OR (IC 95%) p-valor
Nível 1
Fatores socioeconômicos
Renda total per capita> 70 reais 264 (6,4) 1,00
Até 70 reais 43 (2,3) 0,35 (0,04-2,67) 0,309
Não tem renda 23 (8,7) 1,38 (0,3-6,4) 0,678
Renda regular per capita 70 reais 192 (5,2) 1,00
Até 70 reais 71 (7) 1,38 (0,45-4,18) 0,571
Não tem renda regular 67 (7,5) 1,47 (0,48-4,46) 0,499
Bolsa família Sim 213 (6,1) 1,00
Não 119 (5,9) 0,96 (0,37-2,48) 0,935
Características do domicilio
Tipo de fogo mais utilizado no domicilio
Fogão a gás 85 (7,1) 1,00
Fogão a lenha 25 (8,0) 1,14 (0,22-6,06) 0,874
Fogo de chão 220 (5,5) 0,76 (0,28-2,09) 0,595
Tipo de chão Piso ou cimento 103 (5,8) 1,00
Madeira 57 (8,8) 1,55 (0,45-5,34) 0,483
Terra 170 (5,3) 0,9 (0,31-2,62) 0,852
Tipo de parede Cimento 59(3,4) 1,00
Palha 64 (10,9) 3,5 (0,7-17,58) 0,128
Tábua ou troncos 163 (3,7) 1,09 (0,21-5,55) 0,918
Pau a pique ou adobe 30 (6,7) 2,04 (0,27-
15,22)
0,489
Tipo de teto Telha de barro 59 (3,4) 1,00
Telha de zinco/amianto 155
(4,5) 1,35 (0,27-6,68) 0,715
Palha 22 (0) -
Madeira ou lona 6 (16,7) 5,7 (0,44-74,37) 0,184
Casa de alvenaria Não 278 (6,8) 1,00
Sim 51 (2) 0,28 (0,04-2,12) 0,217
Uso de forro no domicilio Não 114 (4,4) 1,00
Sim 214 (7) 1,64 (0,58-4,64) 0,349
Local despejo de esgoto
Rede geral pública de esgoto 35(11,4) 1,00
Fossa sanitária 204 (6,9) 0,57 (0,18-1,85) 0,350
Despejo direto 4 (0) 0 (0,Inf) 0,990
Destino do Lixo
Coletado por serviço público 119 (8,4) 1,00
Caçamba ou lixeira coletiva 103
(3,9) 0,44 (0,13-1,45) 0,177
Queimado ou enterrado 106 (5,7) 0,65 (0,23-1,86) 0,427
Número de moradores no domicilio <4 139 (5,0) 1,00
5 a 9 151 (7,3) 1,48 (0,56-3,94) 0,430
≥ 10 40 (5,0) 0,99(0,20-4,98)
0,993
Continuação
87
Tabela 5: Prevalência de crescimento intrauterino insuficiente e fatores associados em
crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Crescimento intrauterino insuficiente
Variáveis n (%)
OR (IC 95%) p-valor
Nível 1
Características maternas
Idade Materna ≤18 anos 105 (4,8) 0,71 (0,25-2,04) 0,523
19 a 35 anos 197 (6,6) 1,00
≥ 36 anos 39 (7,7) 1,18 (0,32-4,35) 0,804
Estatura Materna ≥150 cm 127 (5,5) 1,00
< 150 cm 200(6) 1,09 (0,42-2,86) 0,854
Escolaridade Materna > 7 anos 107 (5,6) 1,00 0,128
1 a 6 anos 94 (1,1) 0,18 (0,02-1,53) 0,117
Nunca estudou 29 (6,9) 1,25 (0,24-6,53) 0,794
Situação Conjugal
Com marido ou companheiro 257 (5,1) 1,00
Sem marido ou companheiro 73 (9,6) 1,99 (0,76-5,19) 0,159
Nível 2
Variáveis Reprodutivas
Paridade Multípara 246 (4,1) 1,00
Primípara 86 (11,6) 3,11 (1,25-7,74) 0,015
História prévia de aborto Não 279 (6,5) 1,00
Sim 53 (3,8) 0,57 (0,13-2,53) 0,458
História prévia de natimorto Não 318 (6,3) - -
Sim 0 - -
Assistência pré-natal
IG na primeira consulta ≤16 semanas 177 (7,3) 1,00
> 16 semanas 148 (4,7) 0,63 (0,24-1,61) 0,332
N. de consultas > 6 consultas 185 (8,1) 1,00
1 a 6 consultas 144 (3,5) 0,41 (0,14-1,15) 0,09
Qualidade do Pré-natal Adequado 94 (9,6) 1,00
Não adequado 233 (4,7) 0,47 (0,19-1,17) 0,104
Local de realização do pré-natal Aldeia 253 (5,5) 1,00
Fora da aldeia 22 (9,1) 1,71 (0,36-8,05)
0,499
Ambos 54 (7,4) 1,37 (0,43-4,32)
0,596
Acompanhada por parteira na gravidez Sim 103 (3,9) 1,00
Não 225 (7,1) 1,89 (0,62-5,82)
0,264
Exame odontológico Sim 209 (6,2) 1,00
Não 104 (6,7) 1,09 (0,42-2,81) 0,862
Local do parto Hospital 233 (6)
Aldeia 91 (5,5) 0,91 (0,32-2,6) 0,86
Profissional que assistiu o parto Médico 197 (6,1) 1,00
Enfermeiro 43 (7) 1,16 (0,31-4,29)
0,828
Parteira 78 (6,4) 1,06 (0,36-3,1) 0,921
Continuação
88
Tabela 5: Prevalência de crescimento intrauterino insuficiente e fatores associados em
crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, 2014 - 2016.
Crescimento intrauterino insuficiente
Variáveis n (%)
OR (IC 95%)1
p-valor
Nível 3
Morbidade Materna
Hipertensão arterial Não 321 (5,9) 1,00
Sim 11 (9,1) 1,58 (0,19-13,36) 0,676
Infecção urinária Não 239 (4,2) 1,00
Sim 93 (10,8) 2,77 (1,10-6,98)
0,030
Pré- Eclampsia Não 94 (5,3) 1,00
Sim 238 (6,3) 1,19 (0,42-3,41) 0,742
Nutrição Materna
Anemia Não 319 (5,6) 1,00
Sim 13 (15,4) 2,67 (0,53-13,38) 0,233
IMC materno pré-gestacional
Baixo (< 18,5kg/m²) 6 (33,3) 5,38 (0,86-33,83)
0,073
Adequado (18,5 – 24,9kg/m²) 201 (6,5) 1,00
Sobrepeso (25,0 – 29,9kg/m²) 75 (4) 0,68 (0,19-2,51) 0,568
Obesidade (≥ 30kg/m²) 20(0) -
Ganho de peso na gestação Insuficiente 198 (7,6) 2,11 (0,58-7,64) 0,255
Adequado 72 (4,2) 1,00
Excessivo 29 (0) -
Hábitos Maternos
Tabagismo na gravidez Não 313 (5,4) 1,00
Sim 17 (17,6) 4,24 (1,06-16,99) 0,042
Freqüência de álcool na gravidez Não bebe 309 (5,8) 1,00
2 a 3 x por semana 7 (14,3) 4,25 (0,46-39,1) 0,202
2 a 4 x por mês 14 (7,1) 0,9 (0,11-7,51) 0,92
Tipo de parto Vaginal 289 (6,6) 1,00
Cesárea 40 (2,5) 0,33 (0,04-2,58) 0,292
Notas: 1OR ajustada pelas variáveis significativas do nível 2 ( Paridade).
89
Tabela 6: Modelo final da análise de regressão logística hierárquica dos fatores de risco para Baixo Peso ao Nascer,
Prematuridade e Crescimento intrauterino insuficiente em crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil-
2014/2016.
Nível Variáveis Variável
ORa (IC 95%) p-valor
Baixo Peso ao Nascer
1 Característica do
domicilio
Tipo de fogo mais utilizado no domicilio
Fogão a gás 1,00
Fogão a lenha 0,91 (0,18-4,71)
0,910
Fogo de chão 2,46 (1,05-5,75)
0,038
Uso de forro adicional no domicilio Não 1,00
Sim 2,7 (1,25-5,8)
0,011
2 Variáveis Reprodutivas Paridade Multípara 1,00
Primípara 2,28 (1,16-4,45) 0,016
2 Assistência pré-natal N. de consultas > 6 consultas 1,00
1 a 6 consultas 1,98 (1,04-3,77)
0,038
3 Nutrição materna Anemia Não 1,00
Sim 12,3 (2,96-51,14) < 0.001
Prematuridade
1 Características
maternas Idade Materna <18 anos 1,94 (1,09-3,47) 0,025
19 a 35 anos 1,00
≥ 36 anos 2,19 (0,99-4,83) 0,053
2 Assistência pré-natal N. de consultas > 6 consultas 1,00
1 a 6 consultas 2.29 (1,33-4,05)
0,004
Crescimento intrauterino insuficiente
2 Variáveis Reprodutivas Paridade Multípara
Primipara
1,00
Primípara 3,11 (1.25-7,74) 0,015
3 Morbidade Materna Infecção Urinária na gestação Não 1,00
Sim 2,87 (1,13-7,31) 0,027
Hábitos Maternos Tabagismo na gravidez Não 1,00
Sim 4,24 (1.06-16.99)
0,042
Nota:
aO efeito de cada variável no desfecho foi ajustado para as demais variáveis do mesmo nível hierárquico, que
permaneceram com p <0,05 ao final da análise multivariada do respectivo nível, e para aquelas variáveis retidas nos
níveis anteriores. As OR apresentadas referem-se às magnitudes de associações ajustadas alcançadas no nível de
entrada de cada uma dessas variáveis no modelo hierárquico.
90
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS DA TESE
Estima-se que cerca de 250 milhões de crianças menores de cinco anos, que vivem em
países em desenvolvimento estão em risco de não alcançarem seu potencial de
desenvolvimento (UNICEF, 2004). O desenvolvimento cognitivo e físico de uma criança é
influenciado pelos seus primeiros 1000 dias de vida, que vão desde a concepção até os dois
anos de idade (KATTULA et al., 2014).
Este desenvolvimento é afetado por fatores biológicos, como a nutrição da mãe
durante a gravidez, idade gestacional, peso ao nascer, duração da amamentação, exposição a
infecções, além de fatores psicossociais e exposições ambientais. Portanto, investigar a
complexa interação entre os diferentes domínios que afetam o crescimento e desenvolvimento
na infância são essenciais para permitir o planejamento de políticas de prevenção e
intervenção precoce nos países em desenvolvimento (KATTULA et al., 2014).
Como visto na revisão da literatura desta tese, as condições de saúde dos povos
indígenas ao redor do mundo, demonstra em geral, piores condições quando comparados a
população não indígena do seu entorno. Na America Latina, em particular no Brasil, os povos
indígenas estão entre os mais marginalizados e com maiores iniqüidades em saúde, com
dificuldade no acesso a serviços de saúde e qualidade dos serviços prestados, além da
dificuldade de subsistência, acesso a alimentação e moradia adequada. Inserido nesse
contexto, as crianças indígenas sofrem um ônus ainda maior no desenvolvimento deficiente e
consequente incapacidade de alcançarem seu potencial de crescimento e desenvolvimento.
O artigo de revisão sistemática sobre fatores associados ao BPN, prematuridade e
CIUR, confirmou a escassez de estudos sobre desfechos em saúde infantil dos povos
indígenas da América Latina e Caribe. Além de destacar a falta de clareza metodológica sobre
métodos e critérios para definição de indígena, o que pode subestimar as desigualdades nos
indicadores de saúde entre grupos indígenas e não indígenas, limitando a identificação de
necessidades e contribuindo para a marginalização desses povos e ainda dificulta a
comparabilidade entre estudos e a compreensão dos respectivos contextos.
Quanto aos fatores de risco encontrados na revisão sistemática, observou-se
semelhança com os da população não indígena, como condições obstétricas, tabagismo
materno, abuso de álcool na gravidez, desnutrição materna, hipertensão e infecções na
gravidez, todos considerados fatores modificáveis pela melhoria das condições de vida e
acesso aos serviços de saúde. Além de destacar a importância da investigação de variáveis
contextuais e específicas da cultura.
O segundo artigo investigou os fatores de risco para BPN, prematuridade e CII em
91
uma coorte de nascimentos de crianças indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil e
evidenciou resultados consistentes com a revisão da literatura.
Os fatores de risco independentes associados a ocorrência de BPN foram as
características do domicilio (tipo de fogo utilizado e uso de material alternativo para forrar as
paredes ou teto), primiparidade, < 6 consultas de pré-natal e anemia. Para prematuridade,
idade materna < 18 anos e < 6 consultas de pré-natal. Para CII, primiparidade, infecção
urinária e tabagismo materno.
Este estudo destaca-se por ser um dos poucos estudos em saúde indigena que
avaliaram esses desfechos a partir de dados primários. Para sua realização foi montado um
complexo esquema de vigilância dos nascimentos, que trouxe como ganho, a articulação entre
os diversos níveis de atenção a saúde indígena, o fortalecimento da interação entre as equipes
de saude da região que puderam se conhecer e se articularem melhor, visto que os povos
indígenas Guarani realizam constantes migrações pela área de estudo. Além disso, a partir dos
treinamentos, demonstrando a relevância da temática na população indígena foi possível
sensibilizar esses profissionais para que fiquem mais atentos a saúde materno-infantil da sua
área indígena.
Melhorias no acesso ao pré-natal de qualidade e a elaboração de programas eficazes e
exeqüíveis que proporcionem as famílias indígenas recursos para fornecer cuidados
nutricionais às mulheres grávidas e o desenvolvimento na primeira infância com parceria com
outros setores devem ser realizados. Além disso, conhecer o quadro social e cultural é
fundamental para intervenções efetivas na segurança social e na subsistência das famílias
indígenas.
Outras investigações são necessárias para complementar o conhecimento sobre a
saúde das crianças indígenas nos primeiros 1000 dias de vida, como infecções vaginais,
periodontais e outras durante a gravidez, violência familiar, esforço físico na gestação e
aspectos culturais sobre a alimentação durante a gravidez, que não foram explorados nesse
estudo, e que certamente seriam bem explorados em estudos etnográficos.
92
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA TESE
ABRASCO. Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. Relatório Final
(Análise dos Dados), 2009.
AKKAR, O. B. et al. Antenatal counseling against passive smoking may improve birth weight
for gestational age. Clinical and Experimental Obstetrics & Gynecology, v. 42, n. 6, p.
805–809, 2015.
ALMEIDA, A. H. DO V. DE et al. Baixo peso ao nascer em adolescentes e adultas jovens na
Região Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 14, n. 3, p.
279–286, set. 2014.
BARBAS, D. DA S. et al. Determinantes do peso insuficiente e do baixo peso ao nascer na
cidade do Rio de Janeiro, Brasil, 2001. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 18, n. 2, p.
161–170, 2009.
BARRETO, C. T. G.; CARDOSO, A. M.; COIMBRA JR., C. E. A. Estado nutricional de
crianças indígenas Guarani nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil. Cadernos de
Saúde Pública, v. 30, n. 3, p. 657–662, mar. 2014.
BARRETO CTG, CARDOSO AM, TAVARES FG. Factors associated with low birth weight
in indigenous populations: a systematic review of world literature. PROSPERO:
International prospective register of systematic reviews. 2016. CRD42016051145.
Available from:
http://www.crd.york.ac.uk/PROSPERO/display_record.php?ID=CRD42016051145.
BARROS, F. C. et al. Preterm births, low birth weight, and intrauterine growth restriction in
three birth cohorts in Southern Brazil: 1982, 1993 and 2004. Cadernos de Saúde Pública, v.
24, p. s390–s398, 2008.
BARROS, F. C. et al. How many low birthweight babies in low- and middle-income countries
are preterm? Revista de Saúde Pública, v. 45, n. 3, p. 607–616, jun. 2011.
BOGUSZEWSKI, M. C. et al. Latin American consensus: children born small for gestational
age. BMC pediatrics, v. 11, n. 1, p. 66, 2011.
BRANCO DA FONSECA, C. R. et al. Adequacy of antenatal care and its relationship with
low birth weight in Botucatu, Sao Paulo, Brazil: a case-control study. BMC Pregnancy and
Childbirth, v. 14, p. 255, 1 ago. 2014.
CARDOSO, A. M.; COIMBRA JR., C. E. A.; TAVARES, F. G. Morbidade hospitalar
indígena Guarani no Sul e Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 13, n.
1, p. 21–34, mar. 2010.
CARDOSO, A. M. et al. Mortality among Guarani Indians in Southeastern and Southern
Brazil. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, p. s222–s236, 2011.
CARDOSO, A. M.; COIMBRA, C. E. A. J.; WERNECK, G. L. Risk factors for hospital
admission due to acute lower respiratory tract infection in Guarani indigenous children in
southern Brazil: a population-based case-control study. Tropical medicine & international
93
health: TM & IH, v. 18, n. 5, maio 2013.
COIMBRA JR., C.E.A. Saúde e povos indígenas no Brasil: reflexões a partir do I Inquérito
Nacional de Saúde e Nutrição Indígena. Cadernos de Saúde Pública, v. 30, n. 4, p. 855–859,
abr. 2014.
DOMINGUES, R. M. S. M. et al. Adequação da assistência pré-natal segundo as
características maternas no Brasil. Rev Panam Salud Publica, v. 37, n. 3, p. 140–47, 2015.
FABBRI, E. A.; RIBEIRO, H. Programa Renda Mínima na aldeia indígena Morro da Saudade
em São Paulo, entre 2003 e 2004: análise de uma experiência. Saúde e Sociedade, v. 16, n. 2,
p. 61–75, ago. 2007.
FONSECA, M. R. C. C. DA et al. Ganho de peso gestacional e peso ao nascer do concepto:
estudo transversal na região de Jundiaí, São Paulo, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19,
n. 5, p. 1401–1407, maio 2014.
GANESH KUMAR, S. et al. Determinants of low birth weight: A case control study in a
district hospital in Karnataka. The Indian Journal of Pediatrics, v. 77, n. 1, p. 87–89, jan.
2010.
HAWSAWI, A. M.; BRYANT, L. O.; GOODFELLOW, L. T. Association Between Exposure
to Secondhand Smoke During Pregnancy and Low Birthweight: A Narrative Review.
Respiratory Care, v. 60, n. 1, p. 135–140, 1 jan. 2015.
KATTULA, D. et al. The first 1000 days of life: prenatal and postnatal risk factors for
morbidity and growth in a birth cohort in southern India. BMJ Open, v. 4, n. 7, p. e005404–
e005404, 23 jul. 2014.
KIM, D.; SAADA, A. The Social Determinants of Infant Mortality and Birth Outcomes in
Western Developed Nations: A Cross-Country Systematic Review. International Journal of
Environmental Research and Public Health, v. 10, n. 12, p. 2296–2335, 5 jun. 2013.
KO, T.-J. et al. Parental Smoking During Pregnancy and Its Association with Low Birth
Weight, Small for Gestational Age, and Preterm Birth Offspring: A Birth Cohort Study.
Pediatrics & Neonatology, v. 55, n. 1, p. 20–27, fev. 2014.
LADEIRA, M. I.; MATTA, P. Terras Guarani no Litoral: as matas que foram reveladas
aos nossos antigos avós. São Paulo: CTI –Centro de Trabalho Indigenista, 2004.
LEAL, M. DO C. et al. Uso do índice de Kotelchuck modificado na avaliação da assistência
pré-natal e sua relação com as características maternas e o peso do recém-nascido no
Município do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, p. S63–S72, 2004.
LEAL, M. DO C.; BARROS, F. Epidemiologia Perinatal e da Infância. In: Epidemiologia &
Saúde: Fundamentos, Métodos, Aplicações. Rio de Janeiro: Almeida Filho, Naomar de,
2013. p. 400–407.
LEAL, M. DO C. et al. Prevalence and risk factors related to preterm birth in Brazil.
Reproductive Health, v. 13, n. S3, out. 2016.
LEE, A. C. et al. National and regional estimates of term and preterm babies born small for
94
gestational age in 138 low-income and middle-income countries in 2010. The Lancet Global
Health, v. 1, n. 1, p. e26–e36, jul. 2013.
LIN, Y.-J. Low Birth Weight, Preterm Births, and Intrauterine Growth Retardation in
Relation to Parental Smoking During Pregnancy. Pediatrics & Neonatology, v. 55, n. 1, p.
3–4, fev. 2014.
LITAIFF, A. As Divinas Palavras: Identidade étnica dos Guarani-Mbyá. Florianópolis:
Ed. da UFSC, 1996.
LÓPEZ, G. M. A. A FECUNDIDADE ENTRE OS GUARANI: UM LEGADO DE
KUNHANKARAI. Tese de Doutorado—Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública
/Fundação Oswaldo Cruz, 2000.
MAIA, R. DA R. P.; SOUZA, J. M. P. DE. Fatores associados ao baixo peso ao nascer em
município do norte do Brasil. Revista brasileira de crescimento e desenvolvimento
humano, v. 20, n. 3, p. 735–744, 2010.
MALTA M, CARDOSO LO, BASTOS FI, MAGNANINI MMF, SILVA CMFP. Iniciativa
STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev Saúde Pública.
Junho de 2010; 44(3): 559–65.
MATIJASEVICH, A. et al. Association of socioeconomic position with maternal pregnancy
and infant health outcomes in birth cohort studies from Brazil and the UK. Journal of
Epidemiology and Community Health, v. 66, n. 2, p. 127–135, fev. 2012.
MEDEIROS, A.; GOUVEIA, N. Relação entre baixo peso ao nascer e a poluição do ar no
Município de São Paulo. Revista de Saúde Pública, v. 39, n. 6, p. 965–972, dez. 2005.
MINAGAWA, Á. T. et al. Baixo peso ao nascer e condições maternas no pré-natal. Revista
da Escola de Enfermagem da USP, v. 40, n. 4, p. 548–554, dez. 2006.
MOHER D, LIBERATI A, TETZLAFF J, ALTMAN DG, The PRISMA Group. Preferred
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLoS
Med. 21 July 2009; 6(7): e1000097.
NASCIMENTO, L. F. C.; MOREIRA, D. A. Are environmental pollutants risk factors for
low birth weight? Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n. 8, p. 1791–1796, ago. 2009.
PACHECO, A. H. DE R. N. et al. Consumo de cafeína entre gestantes e a prevalência do
baixo peso ao nascer e da prematuridade: uma revisão sistemática. Cadernos de Saúde
Pública, v. 23, n. 12, p. 2807–2819, dez. 2007.
PADILHA, P. DE C. et al. Associação entre o estado nutricional pré-gestacional e a predição
do risco de intercorrências gestacionais. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.
29, n. 10, p. 511–518, out. 2007.
PANARETTO KS et al. Prevalence of sexually transmitted infections in pregnant urban
Aboriginal and Torres Strait Islander women in northern Australia. Aust N Z J Obstet
Gynaecol, v. 46, n. 3, p. 217–24, 05PY - 2006.
95
PISSOLATO, E. A duração da pessoa: mobilidade, parentesco e xamanismo mbya
(guarani). São Paulo: UNESP, 2007.
RHEE, J. et al. Maternal Caffeine Consumption during Pregnancy and Risk of Low Birth
Weight: A Dose-Response Meta-Analysis of Observational Studies. PLOS ONE, v. 10, n. 7,
p. e0132334, 20 jul. 2015.
RISNES, K. R. et al. Birthweight and mortality in adulthood: a systematic review and meta-
analysis. International Journal of Epidemiology, v. 40, n. 3, p. 647–661, jun. 2011.
SADOVSKY, A. D. I. et al. LBW and IUGR temporal trend in 4 population-based birth
cohorts: the role of economic inequality. BMC Pediatrics, v. 16, n. 1, dez. 2016.
SADOVSKY, A. D. I. DE et al. Socioeconomic inequality in preterm birth in four Brazilian
birth cohort studies. Jornal de Pediatria, v. 94, n. 1, p. 15–22, jan. 2018.
SANTOS, N. L. DE A. C. et al. Gravidez na adolescência: análise de fatores de risco para
baixo peso, prematuridade e cesariana. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 3, p. 719–726,
mar. 2014.
SCLOWITZ, I. K. T. et al. Prognostic factors for low birthweight repetition in successive
pregnancies: a cohort study. BMC Pregnancy and Childbirth, v. 13, n. 1, p. 20, 2013.
SILVA, A. A. M. DA et al. The epidemiologic paradox of low birth weight in Brazil. Revista
de Saúde Pública, v. 44, n. 5, p. 767–775, out. 2010.
SILVEIRA, M. F. et al. Prevalência de nascimentos pré-termo por peso ao nascer: revisão
sistemática. Revista de Saúde Pública, v. 47, n. 5, p. 992–1003, out. 2013.
SILVEIRA, M. F. et al. Secular trends in smoking during pregnancy according to income and
ethnic group: four population-based perinatal surveys in a Brazilian city. BMJ Open, v. 6, n.
2, p. e010127, jan. 2016.
SILVESTRIN, S. et al. Maternal education level and low birth weight: a meta-analysis.
Jornal de Pediatria, v. 89, n. 4, p. 339–345, jul. 2013.
SMITH, G. C. S. Interpregnancy interval and risk of preterm birth and neonatal death:
retrospective cohort study. BMJ, v. 327, n. 7410, p. 313. 2003.
UNICEF. Low birth weight: country, regional and global estimates. 2004.
VETTORE, M. V. et al. Housing conditions as a social determinant of low birthweight and
preterm low birthweight. Revista de Saúde Pública, v. 44, n. 6, p. 1021–1031, dez. 2010.
VIANA, K. DE J. et al. Peso ao nascer de crianças brasileiras menores de dois anos.
Cadernos de Saúde Pública, v. 29, n. 2, p. 349–356, fev. 2013.
VICTORA, C. G. et al. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. The
Lancet, v. 377, n. 9780, p. 1863–1876, maio 2011.
WELLS G, SHEA B, O’CONNELL D, PETERSON J, WELCH V, LOSOS M, TUGWELL
P. The Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of non randomised
96
studies in meta-analyses [Internet]. [cited 2 Feb. 2017]. Available at:
http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global Nutrition Targets 2025: Low birth weight
policy brief. Global Nutrition Targets 2025 Low Birth Weight Policy Brief, p. 8, 2014.
YI, S.-W.; HAN, Y.-J.; OHRR, H. Anemia before pregnancy and risk of preterm birth, low
birth weight and small-for-gestational-age birth in Korean women. European journal of
clinical nutrition, v. 67, n. 4, p. 337–342, abr. 2013.
ZAMBONATO, A. M. K. et al. Fatores de risco para nascimento de crianças pequenas para
idade gestacional. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 1, p. 24–29, fev. 2004.
ZHANG, L. et al. Tabagismo materno durante a gestação e medidas antropométricas do
recém-nascido: um estudo de base populacional no extremo sul do Brasil. Cadernos de
Saúde Pública, v. 27, n. 9, p. 1768–1776, set. 2011.
97
APÊNDICE I – PROTOCOLO REVISÃO SISTEMÁTICA
98
99
100
101
102
103
104
105
106
APÊNDICE II - QUESTIONÁRIO PERINATAL
PESQUISA COORTE GUARANI - QUESTIONÁRIO PERINATAL
ESTE QUESTIONÁRIO DEVE SER APLICADO A TODAS AS MULHERES RESIDENTES EM ALDEIAS
PARTICIPANTES DO ESTUDO, EM FASE DE PUERPÉRIO OU PÓS-ABORTO. A ENTREVISTA
DEVERÁ SER FEITA O MAIS PRECOCEMENTE POSSÍVEL, NOS PRIMEIROS 15 DIAS (DUAS
SEMANAS) DO PÓS-PARTO OU ABORTO, OU O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL. A ENTREVISTA DEVERÁ
SERFEITA EM QUALQUER SITUAÇÃO, DESDE QUE NÃO HAJA RECUSA, E A QUALQUER TEMPO.
EM CASO DE DÚVIDA, ENTRE EM CONTATO COM A COORDENAÇÃO DA PESQUISA. EM CASO DE
GRAVIDEZ GEMELAR, ABRIR UM QUESTIONÁRIO PARA CADA CRIANÇA E INDICAR RN1 E RN2.
________________________________________________________________________________________
BLOCO A - IDENTIFICAÇÃO
________________________________________________________________________________________
P1 - DATA DA ENTREVISTA: ______/________/_________
NOME DO ENTREVISTADOR: _______________________________________________________
NOME COMPLETO DA MÃE: _______________________________________________________
SITUAÇÃO CONJUGAL: ( ) COM MARIDO OU COMPANHEIRO ( ) SEM MARIDO OU
COMPANHEIRO
________________________________________________________________________________________
P2
DATA DE NASCIMENTO DA MÃE: ___/____/_______Se anotada a idade, ir diretamente para a página
P4
SENÃO SABE DATA DE NASCIMENTO, IR PARA A PÁGINA P3
________________________________________________________________________________________
P3
IDADE DA MÃE: SE NÃO SABE A DATA DE NASCIMENTO, INFORMAR A IDADE: ______ ANOS
________________________________________________________________________________________
P4
POLO BASE DE RESIDÊNCIA: ________________________________________________
ALDEIA DE RESIDÊNCIA: _________________________________________
________________________________________________________________________________________
P5
A MÃE PODE SER ENTREVISTADA? ( ) SIM ( ) NÃO. SESIMP9/
SENÃOP6_________________________________________________________________________________
_____
P6
POR QUÊ NÃO PODE SER ENTREVISTADA? ( ) RECUSA ( ) ÓBITO ( ) HOSPITALIZADA
COM RESTRIÇÃO DE ENTREVISTA ( ) OUTRO
SE RECUSA ENTREVISTA ENCERRADA
SE ÓBITO ou HOSPITALIZADA COM RESTRIÇÃO DE ENTREVISTA OU OUTROIR PARA A PÁGINA
P7
________________________________________________________________________________________
P7
A ENTREVISTA PODE SER REALIZADA COM INFORMANTE?( ) SIM( ) NÃO, POR RECUSA
( ) NÃO, POR AUSÊNCIA( ) NÃO, OUTRO MOTIVO
SE NÃO, POR RECUSA ou NÃO, POR AUSÊNCIA ENTREVISTA ENCERRADA
________________________________________________________________________________________
P8
QUAL A RELAÇÃO DO INFORMANTE COM A MÃE DA CRIANÇA?
( ) PAIS ( ) COMPANHEIRO OU MARIDO ( ) FILHO ( ) OUTRO
107
________________________________________________________________________________________
BLOCO B - DEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
________________________________________________________________________________________
P9
USA FOGO DE CHÃO? ( ) SIM ( ) NÃO. SE NÃO P10
SE SIM,QUAL A LOCALIZAÇÃO DESTE FOGO? ( )DENTRO DE CASA( )FORA DE CASA
SE DENTRO DE CASA, ONDE FICA ESTE FOGO DENTRO DE CASA? ( ) CÔMODO ÚNICO ( )
COZINHA
( ) QUARTO ( ) SALA ( )OUTRO
SE FORA DE CASA, ONDE FICA ESTE FOGO FORA DE CASA? ( )NO TERRENO (A CÉU
ABERTO)
( )COZINHA EXTERNA FECHADA( )COZINHA EXTERNA ABERTA(SEM PAREDES)(
)VARANDA ABERTA( )OUTRO
________________________________________________________________________________________
P10
USA FOGÃO À LENHA?( ) SIM ( ) NÃO. SE NÃO P11
SE SIM, QUAL A LOCALIZAÇÃO DESTE FOGO? ( )DENTRO DE CASA( )FORA DE CASA
SE DENTRO DE CASA, ONDE FICA ESTE FOGO DENTRO DE CASA? ( ) CÔMODO ÚNICO ( )
COZINHA
( ) QUARTO ( ) SALA ( )OUTRO
SE FORA DE CASA, ONDE FICA ESTE FOGO FORA DE CASA? ( )NO TERRENO (A CÉU
ABERTO)
( )COZINHA EXTERNA FECHADA( )COZINHA EXTERNA ABERTA(SEM PAREDES) (
)VARANDA ABERTA( )OUTRO
________________________________________________________________________________________
P11
USA FOGÃO A GÁS?( ) SIM ( ) NÃO. SE NÃO P12
SE SIM, QUAL A LOCALIZAÇÃO DESTE FOGO? ( )DENTRO DE CASA( )FORA DE CASA
SE DENTRO DE CASA, ONDE FICA ESTE FOGO DENTRO DE CASA? ( ) CÔMODO ÚNICO ( )
COZINHA
( ) QUARTO ( ) SALA ( )OUTRO
SE FORA DE CASA, ONDE FICA ESTE FOGO FORA DE CASA? ( )NO TERRENO (A CÉU
ABERTO)
( )COZINHA EXTERNA FECHADA( )COZINHA EXTERNA ABERTA(SEM PAREDES) (
)VARANDA ABERTA( )OUTRO
________________________________________________________________________________________
P12
QUAL FOGO VOCÊ MAIS USAPARA FAZER COMIDA? ( )FOGO DE CHÃO ( ) FOGÃO À LENHA
( ) FOGÃO A GÁS ( ) OUTRO
________________________________________________________________________________________
P13
ONDE OS MORADORES DA CASA COSTUMAM EVACUAR OU DEFECAR?
( ) BANHEIROOU SANITÁRIO DENTRO DE CASA
( ) BANHEIRO OU SANITÁRIO FORA DE CASA, USADO SOMENTE PELOS MORADORES DA
CASA
( ) BANHEIRO OU SANITÁRIO FORA DE CASA, USADO TAMBÉM POR MORADORES DE OUTRAS
CASAS DA ALDEIA
( ) BURACO PARA DEFECAR ( ) NO MATO ( ) OUTRO ( ) IGNORADO
se NO MATO ou OUTRO ou IGNORADO P14
SE UMA DAS 3 OPÇÕES COM BANHEIRO OU SANITÁRIO:
108
ONDE O ESGOTO DO BANHEIRO OU SANITÁRIO É LANÇADO?
( ) REDE GERAL PÚBLICA DE ESGOTO ( ) FOSSA CONSTRUÍDA POR ÓRGÃO PÚBLICO
(FUNASA, SESAI, OUTRO) ( ) FOSSA CONSTRUÍDA PELOS MORADORES DO DOMICÍLIO ( )
VALA ABERTA
( ) DIRETO PARA O RIO, LAGO, AÇUDE OU MAR ( ) OUTRO ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P14
QUAL O PRINCIPAL PONTO ONDE OS MORADORES DA SUA CASA PEGAM ÁGUA PARA USO
DOMÉSTICO (POR EXEMPLO, LAVAR LOUÇA, COZINHAR, TOMAR BANHO, ETC.)?
( ) TORNEIRA OU BICA (TAQUARA, MANGUEIRA, CANO) DENTRO DE CASA
( )TORNEIRA OU BICA (TAQUARA, MANGUEIRA, CANO) FORA DE CASA USADA SOMENTE
PELOS MORADORES DA CASA
( ) TORNEIRA OU BICA (TAQUARA, MANGUEIRA, CANO) FORA DE CASA USADA TAMBÉM POR
MORADORES DE OUTRAS CASAS (COLETIVA)
( ) DIRETO DA NASCENTE, OLHO D'AGUA OU POÇO NA ALDEIA
( ) DIRETO DA CACHOEIRA,RIO,AÇUDE, REPRESA OU LAGO
( ) OUTRO ( ) IGNORADO
seDIRETO NA CACHOEIRA,RIO, AÇUDE, REPRESA, LAGOou DIRETO DA NASCENTE, OLHO
D'AGUA OU POÇO ou OUTRO P15
SE UMA DAS 3 OPÇÕES COM TORNEIRA OU BICA:
EM CASO DE TORNEIRA OU BICA(TAQUARA, MANGUEIRA, CANO),QUAL A FORMA DE
ABASTECIMENTO?
( ) REDE GERAL DE DISRTIBUIÇÃO PÚBLICA
( ) REDE LOCAL DE DISTRIBUIÇÃO NA ALDEIA (SISTEMA LOCAL CONSTRUÍDO POR ÓRGÃO
PÚBLICO, COMO FUNASA, SESAI OU OUTRO)
( ) DIRETO DA NASCENTE, OLHO D'AGUA OU POÇO NA ALDEIA
( ) DIRETO DA CACHOEIRA,RIO, AÇUDE, REPRESA OU LAGO
( ) OUTRO ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P15
ONDE PEGA ÁGUA PARA BEBER?
( ) TORNEIRA OU BICA (TAQUARA, MANGUEIRA, CANO) DENTRO DE CASA
( ) TORNEIRA OU BICA (TAQUARA, MANGUEIRA, CANO) FORA DE CASA USADA SOMENTE
PELOS MORADORES DA CASA
( ) TORNEIRA OU BICA (TAQUARA, MANGUEIRA, CANO) FORA DE CASA USADA TAMBÉM POR
MORADORES DE OUTRAS CASAS (COLETIVA)
( ) DIRETO DA NASCENTE, OLHO D'AGUA OU POÇO NA ALDEIA
( ) DIRETO DA CACHOEIRA,RIO, AÇUDE, REPRESA OU LAGO
( ) OUTRO ( ) IGNORADO
NA SUA CASA É COSTUME GUARDAR ÁGUA PARA BEBER EM PANELA, CACIMBA, FILTRO,
MORINGA OU OUTRO RECIPIENTE? ( ) SIM ( ) NÃO
A ÁGUA GUARDADA PARA BEBER É TRATADA PELOS MORADORES DA CASA(COLOCAÇÃO
DE CLORO, ÁGUA SANITÁRIA OU HIPOCLORITO DE SÓDIO, FILTRADA, FERVIDA OU
COADA)?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P16
O QUE É FEITO COM O LIXO DA SUA CASA?
( ) COLETADO DIRETAMENTE POR SERVIÇO PÚBLICO DE LIMPEZA NA PRÓPRIA CASA
( ) COLOCADO EM CAÇAMBA OU LIXEIRA COLETIVA, ESVAZIADA PERIODICAMENTE POR
SERVIÇO PÚBLICO DE LIMPEZA
( ) QUEIMADO OU ENTERRADO NA ALDEIA/JOGADO NO TERRENO DA ALDEIA (A CÉU
ABERTO)
( ) OUTRO ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P17
EXISTE ENERGIA ELÉTRICA (LUZ) NA SUA CASA? ( ) SIM ( ) NÃO
109
SE SIM, QUAL A FONTE DA ENERGIA ELÉTRICA?
( )REDE ELÉTRICA DE COMPANHIA DISTRIBUIDORA( ) GERADOR( ) PLACA SOLAR
( )OUTRO( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P18
POSSUI:
RÁDIO? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
GELADEIRA? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
FREEZER? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
DVD/BLUE RAY? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
FOGÃO A GAS? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
________________________________________________________________________________________
P19
FILTRO/PURIFICADOR DE ÁGUA? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
MÁQUINA DE LAVAR ROUPA? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
TANQUINHO? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
FORNO DE MICROONDAS/FORNO ELÉTRICO? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
LINHA DE TELEFONE FIXO? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
________________________________________________________________________________________
P20
TELEFONE CELULAR ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
COMPUTADOR/TABLET? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
MOTOCICLETA? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
ANIMAL DE CARGA/TRABALHO? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
________________________________________________________________________________________
P21
POSSUI TELEVISÃO? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
AUTOMÓVEL? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
ANTENA PARABÓLICA? ( ) SIM ( ) NÃO
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
BICICLETA? ( ) SIM ( ) NÃO
110
se sim, QUAL A QUANTIDADE? _____
________________________________________________________________________________________
P22
INDIQUE AS FONTES DE ALIMENTOS CONSUMIDOS EM SUA CASA NO ÚLTIMO MÊS:
(RESPOSTA MÚLTIPLA)
( )PLANTAÇÃO OU CRIAÇÃO DE ANIMAIS
( ) CAÇA E PESCA
( ) COLETA
( ) TROCA OU DOAÇÃO DENTRO DA ALDEIA
( ) DOAÇÕES DE FORA DA ALDEIA
( ) COMPRA
________________________________________________________________________________________
P23
QUAL É A PRINCIPAL FONTE DE COMIDA DA CASA?:( ) PLANTAÇÃOOU CRIAÇÃO DE
ANIMAIS ( ) CAÇA E PESCA ( ) COLETA ( ) TROCA OU DOAÇÃO DENTRO DA ALDEIA ( )
DOAÇÕES DE FORA DA ALDEIA
( ) COMPRA ( ) OUTROS
A FAMÍLIA RECEBEU CESTAS BÁSCIAS NO ÚLTIMO MÊS? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO
se NÃO ou IGNORADO P24
se sim, QUANTAS? ____
________________________________________________________________________________________
P24
QUAL FOI O ÚLTIMO ANO DE ESTUDO COMPLETO CURSADO PELA MÃE COM APROVAÇÃO?
( ) Nunca estudou
( ) Estudou, mas não sabe informar o grau de instrução
( ) Estudou, mas nenhum ano foi concluído
( ) Alfabetização/1º ano/EJA-Alfabetização
( ) 1ª série/2º ano/EJA-Série iniciais
( ) 2ª série/3º ano/EJA-Série iniciais
( ) 3ª série/4º ano/EJA-Série iniciais
( ) 4ª série/5º ano/EJA-Série iniciais
( ) 5ª série/6º ano/EJA-Série finais
( ) 6ª série/7º ano/EJA-Série finais
( ) 7ª série/8º ano/EJA-Série finais
( ) 8ª série/9º ano/EJA-Série finais
( ) 1º ano (2º grau ou Ensino Médio)/EJA-Médio
( ) 2º ano (2º grau ou Ensino Médio)/EJA-Médio
( ) 3º ano (2º grau ou Ensino Médio)/EJA-Médio
( ) Graduação
( ) Pós-Graduação
P61
_______________________________________________________________________________________
BLOCO C: ENTREVISTA SOBRE GESTAÇÃO, PARTO, PUERPÉRIO E RECÉM-NASCIDO
________________________________________________________________________________________
P25
ONDE FOI REALIZADO O PARTO DO RECÉM NASCIDO?
( ) ALDEIA ( ) HOSPITAL ( ) CASAI ( ) OUTRO ( ) IGNORADO
QUEM FEZ O PARTO?( ) MÉDICO ( ) ENFERMEIRO ( ) PARTEIRA ( ) AGENTE
INDÍGENA DE SAÚDE
( ) PARTO NÃO ASSISTIDO (SOZINHA) ( ) OUTRO ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P26
HOUVE ACOMPANHAMENTO POR PARTEIRA DURANTE A GRAVIDEZ? ( ) SIM ( ) NÃO (
)IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P27
A MÃE FUMOU CIGARRO DE JURUÁ DURANTE A GRAVIDEZ? ( ) SIM ( ) NÃO (
111
)IGNORADO
se NÃO ou IGNORADOP29
se SIM, FUMOU DURANTE TODA A GRAVIDEZ?( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
se SIM P28
se NÃO ou IGNORADO,FUMOU NOS 3 PRIMEIROS MESES DE GRAVIDEZ? (PRIMEIRO
TRIMESTRE)
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
FUMOU DOS 4 AOS 6 MESES DE GRAVIDEZ? (SEGUNDO TRIMESTRE)
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
FUMOU DOS 7 MESES AO FIM DA GRAVIDEZ? (TERCEIRO TRIMESTRE)
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
_______________________________________________________________________________________
P28
DURANTE TODO O PERÍODO QUE FUMOU NA GRAVIDEZ, FUMAVA:
( ) DIARIAMENTE ( ) SEMANALMENTE, MAS NEM TODO DIA ( ) MENSALMENTE, MAS
NEM TODA SEMANA ( ) EVENTUALMENTE ( ) IGNORADO
QUANTOS CIGARROS FUMAVA POR DIA? (UM MAÇO=20 CIGARROS): _____
________________________________________________________________________________________
P29
A MÃE BEBEU BEBIDA ALCOÓLICA DURANTE A GRAVIDEZ?( ) SIM ( ) NÃO (
)IGNORADO
se NÃO ou IGNORADOP32
se SIM,BEBEU DURANTE TODA A GRAVIDEZ? ( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
se SIM P31
se NÃO ou IGNORADO P30
________________________________________________________________________________________
P30
BEBEU BEBIDA ALCOÓLICA:
NOS 3 PRIMEIROS MESES DE GRAVIDEZ? (PRIMEIRO TRIMESTRE) ( ) SIM ( ) NÃO (
)IGNORADO
DOS 4 AOS 6 MESES DE GRAVIDEZ? (SEGUNDO TRIMESTRE) ( ) SIM ( ) NÃO (
)IGNORADO
DOS 7 MESES AO FIM DA GRAVIDEZ? (TERCEIRO TRIMESTRE) ( ) SIM ( ) NÃO (
)IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P31
QUAL O PRINCIPAL TIPO DE BEBIDA CONSUMIDO DURANTE A GRAVIDEZ?
( ) VINHO ( ) CERVEJA ( ) DESTILADA (CAHAÇA, VODKA, WHISKY, RUM ETC.)
NO PERÍODO QUE BEBEU BEBIDA ALCOÓLICA DURANTE A GRAVIDEZ, BEBIA:
( ) 1 VEZ AO MÊS OU MENOS ( ) 2 A 4 VEZES POR MÊS ( ) 2 A 3 VEZES POR SEMANA
( ) 4 VEZES O MAIS POR SEMANA ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
SOBRE O RECEM-NASCIDO
________________________________________________________________________________________
P32
COM QUANTO TEMPO DE VIDA A CRIANÇA MAMOU PELA PRIMEIRA VEZ NO PEITO DA
MÃE?
( ) NA 1a HORA DE VIDA ( ) DEPOIS DA 1
a HORA DE VIDA ATÉ < 24HORAS
112
( ) 2 O
dia ( ) 3 O
dia ( ) 4 O
dia ( ) 5 O
dia ( ) 6 O
dia ( ) 7 O
dia ( ) 8 O
DIA OU MAIS
( ) Ainda não mamou
A CRIANÇA JÁ MAMOU NO PEITO DE OUTRA MULHER?( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
se SIM, COM QUANTO TEMPO DE VIDA A CRIANÇA COMEÇOU A MAMAR NO PEITO DE
OUTRA MULHER?
( ) NA 1a HORA DE VIDA ( ) DEPOIS DA 1
a HORA DE VIDA ATÉ < 24HORAS
( ) 2 O
dia ( ) 3 O
dia ( ) 4 O
dia ( ) 5 O
dia ( ) 6 O
dia ( ) 7 O
dia ( ) 8 O
DIA OU MAIS
ENQUANTO OUTRA MULHER DEU DE MAMAR, A MÃE CONTINUOU DANDO O PEITO PARA A
CRIANÇA? ( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P33
A CRIANÇA JÁ BEBEU ÁGUA, CHÁ, SUCO DE FRUTA OU BEBIDA TRADICIONAL?
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
A CRIANÇA JÁ BEBEU LEITE EM PÓ (NAN, NINHO, NESTOGENO, TODDY, NESCAU, OUTRO),
LEITE DE VACA, DE CABRA, OU OUTRO LEITE NÃO HUMANO?( ) SIM ( ) NÃO (
)IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P34
DESDE QUE NASCEU, A CRIANÇA USOU MAMADEIRA?( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
DESDE QUE NASCEU, A CRIANÇA USOU BICO/CHUPETA?( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
OPAI DA CRIANÇA TEM ASMA? ( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
A MÃE DA CRIANÇA TEM ASMA? ( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P35
OBSERVAR O TIPO DE CHÃO PREDOMINANTE.
( ) TERRA ( ) MADEIRA ( ) CIMENTO ( ) PISO ( ) OUTRO ( ) IGNORADO
OBSERVAR SE USA ALGUM OUTRO MATERIAL PARA FORRAR O CHÃO.
( ) NÃO USA ( ) TERRA ( ) MADEIRA ( ) CIMENTO ( ) PISO ( ) LONA OU PLÁSTICO
( ) OUTRO ( ) IGNORADO
OBSERVAR O TIPO DE PAREDE PREDOMINANTE?( )PALHA ( ) TRONCOS ( ) TÁBUA (
) PAU-À-PIQUE OU ADOBE (BARRO E MADEIRA) ( ) ALVENARIA ( ) LONA OU PLÁSTICO (
) LENÇOL, COBERTOR, PANO ( ) OUTRO ( ) IGNORADO
OBSERVAR SE USA ALGUM OUTRO MATERIAL PARA FORRAR A PAREDE:( )PALHA ( )
TRONCOS ( ) TÁBUA ( ) PAU-À-PIQUE OU ADOBE (BARRO E MADEIRA) ( ) ALVENARIA (
) LONA OU PLÁSTICO ( ) LENÇOL, COBERTOR, PANO ( ) OUTRO ( ) IGNORADO
OBSERVAR O TIPO DE TETO PREDOMINANTE: ( )PALHA( ) TAQUARA( ) RIPA DE
MADEIRA
( ) TÁBUA( ) LAJE( ) TELHA DE BARRO( ) TELHA DE ZINCO OU AMIANTO (TIPO
"ETERNIT")
( ) LONA OU PLÁSTICO( ) OUTRO( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P36
OBSERVAR SE USA ALGUM OUTRO MATERIAL PARA FORRAR O TETO. ( )PALHA( ) TAQUARA( ) RIPA DE MADEIRA( ) TÁBUA( ) LAJE( ) TELHA DE BARRO
( ) TELHA DE ZINCO OU AMIANTO (TIPO "ETERNIT")( ) LONA OU PLÁSTICO
( ) OUTRO( ) IGNORADO
113
COMO É A DIVISÃO DE CÔMODOS DA CASA? ( )CÔMODO ÚNICO SEM VARANDA( )
CÔMODO ÚNICO COM VARANDA( ) MAIS DE UM CÔMODO SEM VARANDA( ) MAIS DE UM
CÔMODO COM VARANDA
se CÔMODO ÚNICO P38
se MAIS DE UM CÔMODO P37
________________________________________________________________________________________
P37
QUANTOS QUARTOS? _________
QUANTAS SALAS? _________
QUANTOS BANHEIROS? _________
QUANTAS COZINHAS? _________
QUANTAS PORTAS EXTERNAS TEM A CASA? _________
QUANTAS JANELAS TEM A CASA? _________
_______________________________________________________________________________________
DADOS SECUNDARIOS: Os dados secundários devem ser retirados do cartão da gestante, do prontuário
materno, cópia da DO de morte fetal, cópia da DNV, do cartão da criança ou de outra fonte disponível.
________________________________________________________________________________________
P38
TIPO DE GRAVIDEZ: ( ) ÚNICA ( ) GEMELAR
se GEMELAR, QUANTOS GÊMEOS? _______
DESFECHO DESSA GRAVIDEZ: ( ) NASCIDO VIVO ( ) NATIMORTO ( ) ABORTO
________________________________________________________________________________________
P39
A MÃE FEZ ALGUMA CONSULTA DE PRÉ-NATAL NESTA GRAVIDEZ?( ) SIM ( ) NÃO (
)IGNORADO
se NÃO ou IGNORADO P56
INDIQUE AS FONTES UTILIZADAS PARA RESPONDER AS PERGUNTAS SOBRE O PRÉ-NATAL
E A CRIANÇA (RESPOSTA MÚLTIPLA):
( ) CARTÃO DA GESTANTE
( ) PRONTUÁRIO MATERNO/CRIANÇA
( ) CADERNETA DE VACINA/ESPELHO
( ) CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA
( ) CADERNETA DE SAÚDE DO ADULTO
( ) REGISTROS DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
( ) CÓPIA DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO) (MORTE FETAL)
( ) CÓPIA DA DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO (DN)
( ) OUTRA FONTE
ONDE FEZ AS CONSULTAS DE PRÉ-NATAL (MARCAR O LOCAL PRINCIPAL DE REALIZAÇÃO).
( ) ALDEIA( ) FORA DA ALDEIA( ) DENTRO E FORA DA ALDEIA SEM PREDOMINÂNCIA DE
UM OU OUTRO.
se NA ALDEIA P40
FORA DA ALDEIA, ONDE? ____________________________________________________
________________________________________________________________________________________
P40
DATA DA ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO: ____/_____/_________.
ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA
114
( ) SOLICITADO E REALIZADO( ) SOLICITADO E NÃO REALIZADO( ) SOLICITADO E
IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO( ) NÃO SOLICITADO( ) IGNORADO
DATA DA PRIMEIRA USG DURANTE A GESTAÇÃO ____/_____/_________.
IDADE GESTACIONAL EM SEMANAS, NA PRIMEIRA CONSULTA PRÉ-NATAL (DUM OU USG
OU ALTURA UTERINA):_______
QUANTAS CONSULTAS DE PRÉ-NATAL FEZ DURANTE A GRAVIDEZ(COM MÉDICO OU
ENFERMEIRO): ______
________________________________________________________________________________________
HISTÓRICO OBSTÉTRICO
________________________________________________________________________________________
P41
NÚMERO DE GESTAÇÕES(INCLUINDO A ÚLTIMA GESTAÇÃO): _____
NÚMERO DE ABORTOS (ANTES DA ÚLTIMA GESTAÇÃO):____
NÚMERO DE PARTOS (ANTES DA ÚLTIMA GESTAÇÃO): _____
QUANTOS NASCERAM VIVOS (ANTES DA ÚLTIMA GESTAÇÃO)?_____
QUANTOS NASCERAM MORTOS (ANTES DA ÚLTIMA GESTAÇÃO)?_____
________________________________________________________________________________________
P42
PESO DA MÃE ANTES DA GRAVIDEZ (em kg). ____,___ (3 CARACTERES)
DATA DO PESOANTES DA GRAVIDEZ ____/_____/_________
ULTIMO PESO DA MÃE, ANTES DO PARTO. ____,___ (3 CARACTERES)
DATA DO ÚLTIMO PESOANTES DO PARTO ____/_____/_________.
________________________________________________________________________________________
P43
ESTATURA DA MÃE (A MAIS RECENTE)(EM CM). (NUMÉRICA CONTÍNUA - _______ ,___ (4
CARACTERES).
DATA DA ESTATURA ____/_____/_________.
________________________________________________________________________________________
P44
HOUVE PRESCRIÇÃO DE SULFATO FERROSO (PELO MENOS 1 COMPRIMIDO POR DIA) A
PARTIR DA PRIMEIRA CONSULTA DE PRÉ-NATAL ATÉ O FINAL DA GRAVIDEZ? ( ) SIM (
) NÃO ( )IGNORADO
MÊS DE GESTAÇÃO DA PRIMEIRA PRESCRIÇÃO DE SULFATO FERROSO: ____ (1 CARACTER)
NÚMERO DE MESES DE GESTAÇÃO COBERTOS COM PRESCRIÇÃO DE SULFATO FERROSO: ____
(1 CARACTER)
________________________________________________________________________________________
P45
EXAMES SOLICITADOS NO PRÉ-NATAL
TIPO SANGUINEO (ABO) + Rh: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E NÃO
REALIZADO ( ) SOLICITADO E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO SOLICITADO (
) IGNORADO
HEMOGRAMA: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E NÃO REALIZADO ( )
SOLICITADO E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO SOLICITADO ( ) IGNORADO
GLICEMIA DE JEJUM: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E NÃO REALIZADO (
) SOLICITADO E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO SOLICITADO ( ) IGNORADO
115
TESTE RÁPIDO PARA SÍFILIS E/OU VDRL: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E
NÃO REALIZADO ( ) SOLICITADO E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO
SOLICITADO ( ) IGNORADO
URINA 1: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E NÃO REALIZADO ( ) SOLICITADO
E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO SOLICITADO ( ) IGNORADO
URINOCULTURA: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E NÃO REALIZADO ( )
SOLICITADO E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO SOLICITADO ( ) IGNORADO
TESTE RÁPIDO ANTI-HIV OU ANTI-HIV: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E
NÃO REALIZADO ( ) SOLICITADO E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO
SOLICITADO ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P46
HBsAg: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E NÃO REALIZADO ( ) SOLICITADO E
IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO SOLICITADO ( ) IGNORADO
TOXOPLASMOSE: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E NÃO REALIZADO ( )
SOLICITADO E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO SOLICITADO ( ) IGNORADO
EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES: ( ) SOLICITADO E REALIZADO ( ) SOLICITADO E NÃO
REALIZADO ( ) SOLICITADO E IGNORADO QUANTO À REALZIAÇÃO ( ) NÃO SOLICITADO (
) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P47
TOMOU, PELO MENOS, 3 DOSES DE VACINA CONTRA TÉTANO ANTES DO ÚLTIMO PARTO?
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO)
TOMOU, PELO MENOS, UMA DOSE DE dT NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS? ( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
TOMOU, PELO MENOS, 3 DOSES DE VACINA CONTRA HEPATITE B ANTES DO ÚLTIMO
PARTO?
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
REALIZOU EXAME ODONTOLÓGICO DURANTE A GRAVIDEZ?
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P48
DURANTE A GRAVIDEZ, EXISTE REGISTRO DE: PRESSÃO ARTERIAL? ( ) SIM ( ) NÃO.
Sesim Quantos? ______
ALTURA?( ) SIM ( ) NÃO.
PESO?( ) SIM ( ) NÃO.
Sesim Quantos? ______
________________________________________________________________________________________
P49
ALTURA UTERINA?( ) SIM ( ) NÃO.
Sesim Quantos? ______
BATIMENTO CARDÍACO FETAL?( ) SIM ( ) NÃO.
Sesim Quantos? ______
EXAME DAS MAMAS?( ) SIM ( ) NÃO.
Sesim Quantos? ______
________________________________________________________________________________________
P50
FOI REALIZADO TESTE RÁPIDO ANTI-HIV NA MÃE, DURANTE O TRABALHO DE PARTO?
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
116
FOI REALIZADO O TESTE VDRL NA MÃE, DURANTE O TRABALHO DE PARTO?
( ) SIM ( ) NÃO ( )IGNORADO
TIPO DE PARTO ( ) VAGINAL ( ) CESARIANA
Se vaginal P52
________________________________________________________________________________________
P51
QUAL FOI A INDICAÇÃO DA CESARIANA?
( ) SOFRIMENTO FETAL
( ) DESPROPORÇÃO CÉFALO-PÉLVICA
( ) DISTÓCIA DE APRESENTAÇÃO
( ) HEMORRAGIA MATERNA
( ) PARADA DE PROGRESSÃO
( ) ECLÂMPSIA
( ) PRÉ-ECLÂMPSIA
( ) PÓS-MATURIDADE
( ) MORTE FETAL
( ) DIABETES MATERNA
( ) REPETIÇÃO "CASO O PARTO ANTERIOR TENHA SIDO CESÁREA''
( ) LAQUEADURA TUBÁRIA
( ) OUTRO
________________________________________________________________________________________
P52
INDIQUE SE OCORREU DURANTE O TRABALHO DE PARTO: (MÚLTIPLA ESCOLHA)
( ) INDUÇÃO (OCITOCINA)
( ) ANALGESIA
( ) EPISIOTOMIA
( ) FÓRCEPS
( ) NÃO APRESENTOU NENHUM DOS EVENTOS ACIMA LISTADOS
________________________________________________________________________________________
P53
INDIQUE QUAIS DESSES EVENTOS FAZEM PARTE DA HISTORIA PATOLÓGICA PREGRESSA
E INTERCORRÊNCIAS DURANTE GESTAÇÃO E PARTO (MÚLTIPLA ESCOLHA).
( ) HIPERTENSÃO PRÉ-GESTACIONAL
( ) HIPERTENSÃO NA GESTAÇÃO
( ) PRÉ-ECLAMPSIA
( ) ECLAMPSIA
( ) CARDIOPATIA
( ) DIABETES PRÉ-GESTACIONAL
( ) DIABETES NA GESTAÇÃO
( ) NÃO APRESENTOU NENHUM DOS EVENTOS ACIMA LISTADOS
________________________________________________________________________________________
P54
( ) INFECÇAO URINÁRIA NA GESTAÇÃO
( ) AMEAÇA DE PARTO PREMATURO
( ) DESPROPORÇÃO CÉFALO PÉLVICA
( ) HEMORRAGIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE
( ) HEMORRAGIA NO SEGUNDO TRIMESTRE
( ) HEMORRAGIA NO TERCEIRO TRIMESTRE
( ) NÃO APRESENTOU NENHUM DOS EVENTOS ACIMA LISTADOS
________________________________________________________________________________________
P55
( ) ANEMIA CRÔNICA
( ) RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANA
( ) CIRCULAR DE CORDÃO
( ) ASFIXIA NEONATAL
( ) ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO
117
( ) NÃO APRESENTOU NENHUM DOS EVENTOS ACIMA
LISTADOS________________________________________________________________________________
________
P56
NOME DA CRIANÇA ______________________________________________________
DATA DE NASCIMENTO: ___/_____/_________.
SEXO DA CRIANÇA: ( ) MASCULINO ( ) FEMININO
PESO AO NASCER (EM GRAMAS): _________g (4 CARACTERES)
COMPRIMENTO (EM CM): _____,__cm (3 CARACTERES)
PERÍMETRO CEFÁLICO (EM CM): ______, ___ cm (3 CARACTERES)
________________________________________________________________________________________
P57
HÁ IG (CAPURRO)? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO
INFORMAR IDADE GESTACIONAL NO NASCIMENTO: _______SEMANAS
RELAÇÃO PESO/IDADE GESTACIONAL ( ) ADEQUADO(AIG) ( ) PEQUENO(PIG) ( )
GRANDE(GIG) ( ) IGNORADO
APGAR 1’: ______. ( ) IGNORADO
APGAR 5’: _______. ( ) IGNORADO
REANIMAÇÃO? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P58
PATOLOGIAS OBSERVADAS (MÚLTIPLA ESCOLHA):
( ) MEMBRANA HIALINA
( ) BRONCODISPLASIA PULMONAR
( ) ASFIXIA NEONATAL
( ) NEUROLÓGICAS
( ) HEMORRAGIA
( ) NÃO APRESENTOU NENHUM DOS EVENTOS ACIMA LISTADOS
________________________________________________________________________________________
P59 (MÚLTIPLA ESCOLHA)
( ) ICTERÍCIA NEONATAL/HIPERBILIRRUBINEMIA
( ) INFECÇÃO CONGENITA
( ) SEPSE NEONATAL
( ) ANOMALIA CONGÊNITA
( ) NÃO APRESENTOU NENHUM DOS EVENTOS ACIMA LISTADOS
O RN PRECISOU DE UTI NEONATAL? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO
________________________________________________________________________________________
P60
FOI REALIZADO O TESTE DO PEZINHO NO RECÉM NASCIDO? ( ) SIM ( ) NÃO ( )
IGNORADO
FOI REALIZADO O TESTE DA ORELHINHA NO RECÉM NASCIDO?( ) SIM ( ) NÃO ( )
IGNORADO
FOI REALIZADO O TESTE DO OLHINHO NO RECEM NASCIDO?( ) SIM ( ) NÃO ( )
IGNORADO
O RN FALECEU ANTES DESSA ENTREVISTA? ( ) SIM ( ) NÃO
118
SESIM, encerrar entrevista e gerar alerta para preencher questionário FINAL e concluir a pesquisa com a
criança.
________________________________________________________________________________________
P61
QUANTAS PESSOAS MORAM NA SUA CASA (INCLUINDO O RECÉM NASCIDO? _______.
QUANTAS CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS MORAM NA SUA CASA (INCLUINDO O
RECÉM NASCIDO)?_______.
QUANTAS PESSOAS COM 10 ANOS OU MAIS MORAM NA SUA CASA (MARCAR NO BOTÃO
ESCALA)? _____.
________________________________________________________________________________________
PARA CADA MORADOR COM 10 ANOS OU MAIS DE IDADE.
________________________________________________________________________________________
P62
PRIMEIRO NOME: _____________________________________________
SEXO ( ) MASCULINO ( ) FEMININO
IDADE: _______ anos.
GRAU DE PARENTESCO COM O RECÉM NASCIDO: ( )PAIS ( ) AVÓS ( ) IRMÃOS (
)OUTROS
OCUPAÇÃO ( )SEM OCUPAÇÃO( ) PROFESSOR( ) AGENTE INDÍGENA DE SAÚDE (AIS OU
AISAN)
( ) MERENDEIRA( ) VIGILANTE( ) PEDREIRO( ) ENFERMEIRO( ) AGRICULTOR( )
TÉCNICO DE ENFERMAGEM OU DE HIGIENE DENTAL( ) MOTORISTA( ) TÉCNICO FUNAI( )
APOSENTADO
( ) OUTROS
LOCAL DE TRABALHO( )DENTRO DA ALDEIA( ) FORA DA ALDEIA( ) NÃO SE APLICA
RENDA REGULAR NO ÚLTIMO MÊS (SALÁRIO DE EMPREGO FORMAL):
( ) NÃO SE APLICA( ) ATÉ R$200
( ) R$201-R$400( ) R$401-R$600
( ) R$601-R$800( ) R$801-R$1000
( ) R$1001-R$1200( ) R$1201-R$1400
( ) R$1401-R$1600( ) R$1601-R$1800
( ) R$1801-R$2000( ) R$2001-R$2500
( ) R$2501-R$3000( ) R$3001 OU MAIS
APOSENTADORIAS E PENSÕES (INSS, FUNRURAL, OUTROS):
( ) NÃO SE APLICA ( ) ATÉ R$200
( ) R$201-R$400( ) R$401-R$600
( ) R$601-R$800( ) R$801-R$1000
( ) R$1001-R$1200( ) R$1201-R$1400
( ) R$1401-R$1600( ) R$1601-R$1800
( ) R$1801-R$2000 ( ) R$2001-R$2500
( ) R$2501-R$3000 ( ) R$3001 OU MAIS
BOLSA FAMÍLIA:
( ) NÃO SE APLICA ( ) ATÉ R$200
( ) R$201-R$400( ) R$401-R$600
( ) R$601-R$800( ) R$801-R$1000
( ) R$1001-R$1200( ) R$1201-R$1400
( ) R$1401-R$1600( ) R$1601-R$1800
( ) R$1801-R$2000 ( ) R$2001-R$2500
( ) R$2501-R$3000 ( ) R$3001 OU MAIS
VENDA DE ARTESANATO:
( ) NÃO SE APLICA ( ) ATÉ R$200
( ) R$201-R$400( ) R$401-R$600
119
( ) R$601-R$800( ) R$801-R$1000
( ) R$1001-R$1200( ) R$1201-R$1400
( ) R$1401-R$1600( ) R$1601-R$1800
( ) R$1801-R$2000 ( ) R$2001-R$2500
( ) R$2501-R$3000 ( ) R$3001 OU MAIS
OUTRAS RENDAS (SEGURO DESEMPREGO, AUXÍLIO MATERNIDADE, PENSÃO
ALIMENTÍCIA, VENDA DE PRODUTOS DE AGRICULTURA, CAÇA, COLETA E PESCA,
PRODUÇÃO CULTURAL, OUTROS):
( ) NÃO SE APLICA ( ) ATÉ R$200
( ) R$201-R$400( ) R$401-R$600
( ) R$601-R$800( ) R$801-R$1000
( ) R$1001-R$1200( ) R$1201-R$1400
( ) R$1401-R$1600( ) R$1601-R$1800
( ) R$1801-R$2000 ( ) R$2001-R$2500
( ) R$2501-R$3000 ( ) R$3001 OU MAIS
REPETIR AS MESMAS PERGUNTAS DA PÁGINA 62 PARA CADA MORADOR COM MAIS DE 10
ANOS DE IDADE. NESTE CASO, IMPRIMIR UMA CÓPIA DAS DUAS ÚLTIMAS PÁGINAS PARA
CADA MORADOR E ANEXAR AO DOCUMENTO.
120
ANEXO A - PARECER DE APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
DA ENSP
121
122
123
124
125
126
127
ANEXO B - PARECER DE APROVAÇÃO CONEP
128
129
130
131
132
133
134