Carlos eduardo nicoletti camillo. BIOTECNOLOGIA 1. Considerações iniciais A palavra biotecnologia,...
36
BIOTECNOLOGIA Carlos eduardo nicoletti camillo
Carlos eduardo nicoletti camillo. BIOTECNOLOGIA 1. Considerações iniciais A palavra biotecnologia, invariavelmente, está conectada à idéia de revolução
BIOTECNOLOGIA 1. Consideraes iniciais A palavra biotecnologia,
invariavelmente, est conectada idia de revoluo. E assim, pois os
avanos biotecnolgicos podem revolucionar diversos aspectos sociais
e, fundamentalmente, nossa relao com a natureza.
Slide 3
BIOTECNOLOGIA 2. Definies de biotecnologia No difcil definir o
que vem a ser biotecnologia, dados os termos bio e tecnologia.
Assim, consiste a biotecnologia na utilizao dos organismos vivos
para solucionar problemas ou desenvolver produtos novos.
Slide 4
BIOTECNOLOGIA 2.1. Histrico H milhares de anos utilizamos
microorganismos como leveduras e bactrias para a fabricao de
produtos alimentcios importantes como po, vinho, queijo, iogurte.
Na agricultura, utilizamos os microorganismos desde o sculo XIX
para o controle de pragas e tratamos o solo com bactrias fixadoras
de nitrognio para aumentar o rendimento das colheitas.
Slide 5
BIOTECNOLOGIA 2.2. Revoluo biotecnolgica Durante os anos 60 e
70 o conhecimento cientfico de biologia celular e molecular atingiu
um ponto onde fomos capazes a manipular organismos. Tirar proveito
da manipulao de microorganismos no novidade. O que novidade a
maneira pela qual esses microorganismos esto sendo manipulados por
meio do nvel molecular, o que nos permite direcionar com alta
especificidade o que se pretende.
Slide 6
BIOTECNOLOGIA 2.3. Definio moderna de biotecnologia: Conjunto
de tecnologias mediante a utilizao de clulas e molculas biolgicas
para a soluo de problemas ou desenvolvimento de produtos teis.
Molculas biolgicas so macromolculas nicas aos organismos vivos e
mais utilizadas so os cidos nuclicos (DNA, RNA) e as protenas.
Slide 7
BIOTECNOLOGIA 3. Algumas das tecnologias da Biotecnologia 3.1.
Tecnologia de anticorpos monoclonais Utiliza clulas do sistema
imune para a produo de protenas chamadas anticorpos. Nosso sistema
imune composto por diversos tipos de clulas que agem em conjunto
para localizar e destruir substncias que invadem nosso corpo.
Aplicao prtica = a substncia detectada, localizada e quantificada
pelo MCA permite sua aplicao em diagnstico de gravidez e de vrias
doenas infecciosas.
Slide 8
BIOTECNOLOGIA 3.2. Tecnologia de bioprocessamento Utiliza
clulas vivas ou componentes de sua maquinaria bioqumica para fazer
o que normalmente fazem: sintetizar produtos, degradar substncias e
produzir energia. Aplicao prtica = Fermentao e cultura de clulas de
mamferos.
Slide 9
BIOTECNOLOGIA 3.3. Tecnologia da cultura de clulas Crescimento
de clulas com nutrientes apropriados em erlenmeyers ou em
biorreatores. Aplicao prtica = cultura de clulas vegetais, cultura
de clula animal, cultura de clulas-tronco embrionrias.
Slide 10
BIOTECNOLOGIA 3.4. Tecnologia de engenharia de tecidos Unio
entre a biologia celular e cincia dos materiais nos permite
produzir tecidos semi-sintticos no laboratrio, cuja estruturao se d
mediante material biodegradvel e clulas vivas.
Slide 11
BIOTECNOLOGIA 3.5. Tecnologia de engenharia gentica Tecnologia
do DNA recombinante (rDNA) = feito pela ligao ou recombinao de
material gentico de duas origens diferentes. Variao gentica x
cruzamento seletivo Move-se um nico gene, cujas funes conhecemos,
de um organismo para outro.
Slide 12
BIOTECNOLOGIA Lei 11.105, de 24 de maro de 2005: Art. 1 o Esta
Lei estabelece normas de segurana e mecanismos de fiscalizao sobre
a construo, o cultivo, a produo, a manipulao, o transporte, a
transferncia, a importao, a exportao, o armazenamento, a pesquisa,
a comercializao, o consumo, a liberao no meio ambiente e o descarte
de organismos geneticamente modificados OGM e seus derivados, tendo
como diretrizes o estmulo ao avano cientfico na rea de biossegurana
e biotecnologia, a proteo vida e sade humana, animal e vegetal, e a
observncia do princpio da precauo para a proteo do meio
ambiente.
Slide 13
BIOTECNOLOGIA Art. 3 o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I organismo: toda entidade biolgica capaz de reproduzir ou
transferir material gentico, inclusive vrus e outras classes que
venham a ser conhecidas; (...) IV engenharia gentica: atividade de
produo e manipulao de molculas de ADN/ARN recombinante; V organismo
geneticamente modificado - OGM: organismo cujo material gentico
ADN/ARN tenha sido modificado por qualquer tcnica de engenharia
gentica; VI derivado de OGM: produto obtido de OGM e que no possua
capacidade autnoma de replicao ou que no contenha forma vivel de
OGM;
Slide 14
BIOTECNOLOGIA Art. 6 o Fica proibido: I implementao de projeto
relativo a OGM sem a manuteno de registro de seu acompanhamento
individual; II engenharia gentica em organismo vivo ou o manejo in
vitro de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo
com as normas previstas nesta Lei; (...) V destruio ou descarte no
meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as normas
estabelecidas pela CTNBio, pelos rgos e entidades de registro e
fiscalizao, referidos no art. 16 desta Lei, e as constantes desta
Lei e de sua regulamentao; VI liberao no meio ambiente de OGM ou
seus derivados, no mbito de atividades de pesquisa, sem a deciso
tcnica favorvel da CTNBio e, nos casos de liberao comercial, sem o
parecer tcnico favorvel da CTNBio, ou sem o licenciamento do rgo ou
entidade ambiental responsvel, quando a CTNBio considerar a
atividade como potencialmente causadora de degradao ambiental, ou
sem a aprovao do Conselho Nacional de Biossegurana CNBS, quando o
processo tenha sido por ele avocado, na forma desta Lei e de sua
regulamentao; VII a utilizao, a comercializao, o registro, o
patenteamento e o licenciamento de tecnologias genticas de restrio
do uso. (...)
Slide 15
BIOTECNOLOGIA Entende-se por organismo geneticamente modificado
(OGM) todo o organismo cujo seu material gentico foi manipulado de
modo a favorecer alguma caracterstica desejada. Um OGM um
organismos cujo material gentico foi manipulado e um transgnico um
organismo que possui um ou mais genes (uma poro de DNA que codifica
uma ou mais protenas) de outro organismo no seu material gentico,
ou seja, uma bactria, por exemplo, pode ser modificada
geneticamente para expressar mais vezes uma protena, mas no um
transgnico, j que no recebeu nenhum gene de outro ser vivo. Em
sntese, um organismo geneticamente modificado s considerado um
transgnico se for introduzido no seu material gentico parte de
material gentico de outro ser.
Slide 16
BIOTECNOLOGIA Direito sade corolrio do direito vida e da
dignidade da pessoa humana. Direito informao
Slide 17
BIOTECNOLOGIA
Slide 18
Slide 19
Patenteamento dos OGMs 1. Consideraes iniciais A biodiversidade
foi tema da Conveno sobre a Biodiversidade em 1992 (ECO/92),
realizada no Rio, oportunidade em que se deliberou sobre a manuteno
do meio ambiente ecologicamente equilibrado como a herana comum da
humanidade.
Slide 20
Patenteamento dos OGMs Todos os pases tm soberania no que
concerne aos seus prprios recursos biolgicos ou genticos, tendo
responsabilidade pela preservao da biodiversidade, pelo uso
sustentvel de sua flora, fauna e riquezas minerais, para atender s
necessidades de sade ou de alimentao da populao mundial, e pela
deciso legislativa tomada relativa ao acesso e a repartio dos
referidos recursos.
Slide 21
Patenteamento dos OGMs Bioprospeco = uso da biodiversidade como
fonte de recurso para aumentar a capacidade tecnolgico- cientfica.
Biopirataria ou Biocolonialismo = uso do patrimnio gentico de um
pas por empresas multinacionais para atender a fins industriais,
explorando, indevida e clandestinamente, sua fauna ou sua flora,
sem efetuar qualquer pagamento por essa matria-prima.
Slide 22
Patenteamento dos OGMs 2. Patenteamento e OGM No direito
brasileiro, deve ser observado o disposto no art. 225, 1, V, 218 e
5, XXIX, da CF.
Slide 23
Patenteamento dos OGMs NO SO PATENTEVEIS As tecnologias
genticas de restrio de uso, isto , qualquer processo de interveno
humana para gerao ou multiplicao de plantas geneticamente
modificadas para produzir estruturas reprodutivas estreis, bem como
qualquer forma de manipulao gentica que vise ativao ou desativao de
genes relacionados fertilidade das plantas por indutores qumicos
externos (art. 6, inciso VII e pargrafo nico, Lei 11.105/2005);
Conseqentemente, as tcnicas, processos ou procedimentos cientficos
usados para a obteno de certa espcie de OGM so patenteveis, desde
que haja carter inventivo e aplicabilidade industrial, seja ela
farmacolgica ou de biotecnologia.
Slide 24
Patenteamento dos OGMs TAMBM NO SO PATENTEVEIS O todo ou parte
dos seres vivos; Ressalva-se a patente dos microorganismos
transgnicos que atendam aos trs requisitos de patenteabilidade
novidade, atividade inventiva e aplicao industrial - e que no sejam
mera descoberta (art. 18, Lei 9.279/96).
Slide 25
Patenteamento dos OGMs 3. Eficcia A possibilidade da patente no
fomente o repasse da tecnologia, mas assegura, s empresas a
legitimidade para a contratao de seguros com instituies voltadas s
pesquisas cientficas e investimento no desenvolvimento do produto
ou da tcnica inventados, protegendo a sua propriedade intelectual,
impedindo a explorao por terceiros ou transferindo os direitos da
patente a terceiros, mediante compensao financeira, ou ainda,
concedendo licena da patente a terceiros, em troca do pagamento dos
royalties.
Slide 26
REPRODUO ASSISTIDA Legislao aplicvel: CF, art. 226, 7, Lei n.
9.263/96, CC, art. 1.597, incisos III a V. Nota: PL 1.184/2003
Normas deontolgicas: Resoluo 1.957/10 do CFM
Slide 27
RA e Res. 1.957/10 do CFM 1 - As tcnicas de reproduo assistida
(RA) tm o papel de auxiliar na resoluo dos problemas de reproduo
humana, facilitando o processo de procriao quando outras
teraputicas tenham se revelado ineficazes ou consideradas
inapropriadas. 2 - As tcnicas de RA podem ser utilizadas desde que
exista probabilidade efetiva de sucesso e no se incorra em risco
grave de sade para a paciente ou o possvel descendente. 3 - O
consentimento informado ser obrigatrio a todos os pacientes
submetidos s tcnicas de reproduo assistida, inclusive aos doadores.
Os aspectos mdicos envolvendo as circunstncias da aplicao de uma
tcnica de RA sero detalhadamente expostos, assim como os resultados
obtidos naquela unidade de tratamento com a tcnica proposta. As
informaes devem tambm atingir dados de carter biolgico, jurdico,
tico e econmico. O documento de consentimento informado ser
expresso em formulrio especial e estar completo com a concordncia,
por escrito, das pessoas submetidas s tcnicas de reproduo
assistida.
Slide 28
RA e Res. 1.957/10 do CFM 4 - As tcnicas de RA no devem ser
aplicadas com a inteno de selecionar o sexo (sexagem) ou qualquer
outra caracterstica biolgica do futuro filho, exceto quando se
trate de evitar doenas ligadas ao sexo do filho que venha a nascer.
5 - proibida a fecundao de ocitos humanos com qualquer outra
finalidade que no a procriao humana. 6 - O nmero mximo de ocitos e
embries a serem transferidos para a receptora no pode ser superior
a quatro. Em relao ao nmero de embries a serem transferidos, so
feitas as seguintes determinaes: a) mulheres com at 35 anos: at
dois embries); b) mulheres entre 36 e 39 anos: at trs embries; c)
mulheres com 40 anos ou mais: at quatro embries. 7 - Em caso de
gravidez mltipla, decorrente do uso de tcnicas de RA, proibida a
utilizao de procedimentos que visem reduo embrionria.
Slide 29
RA e Res. 1.957/10 do CFM II - PACIENTES DAS TCNICAS DE RA 1 -
Todas as pessoas capazes, que tenham solicitado o procedimento e
cuja indicao no se afaste dos limites desta resoluo, podem ser
receptoras das tcnicas de RA desde que os participantes estejam de
inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo, de acordo
com a legislao vigente.
Slide 30
RA e Res. 1.957/10 do CFM III - REFERENTE S CLNICAS, CENTROS OU
SERVIOS QUE APLICAM TCNICAS DE RA As clnicas, centros ou servios
que aplicam tcnicas de RA so responsveis pelo controle de doenas
infectocontagiosas, coleta, manuseio, conservao, distribuio,
transferncia e descarte de material biolgico humano para a paciente
de tcnicas de RA, devendo apresentar como requisitos mnimos: 1 - um
diretor tcnico responsvel por todos os procedimentos mdicos e
laboratoriais executados, que ser, obrigatoriamente, um mdico
registrado no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdio. 2 - um
registro permanente (obtido por meio de informaes observadas ou
relatadas por fonte competente) das gestaes, nascimentos e
malformaes de fetos ou recm-nascidos, provenientes das diferentes
tcnicas de RA aplicadas na unidade em apreo, bem como dos
procedimentos laboratoriais na manipulao de gametas e embries. 3 -
um registro permanente das provas diagnsticas a que submetido o
material biolgico humano que ser transferido aos pacientes das
tcnicas de RA, com a finalidade precpua de evitar a transmisso de
doenas.
Slide 31
RA e Res. 1.957/10 do CFM IV - DOAO DE GAMETAS OU EMBRIES 1 - A
doao nunca ter carter lucrativo ou comercial. 2 - Os doadores no
devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa. 3 -
Obrigatoriamente ser mantido o sigilo sobre a identidade dos
doadores de gametas e embries, bem como dos receptores. Em situaes
especiais, as informaes sobre doadores, por motivao mdica, podem
ser fornecidas exclusivamente para mdicos, resguardando-se a
identidade civil do doador. 4 - As clnicas, centros ou servios que
empregam a doao devem manter, de forma permanente, um registro de
dados clnicos de carter geral, caractersticas fenotpicas e uma
amostra de material celular dos doadores.
Slide 32
RA e Res. 1.957/10 do CFM 5 - Na regio de localizao da unidade,
o registro dos nascimentos evitar que um(a) doador(a) venha a
produzir mais do que uma gestao de criana de sexo diferente numa
rea de um milho de habitantes. 6 - A escolha dos doadores de
responsabilidade da unidade. Dentro do possvel dever garantir que o
doador tenha a maior semelhana fenotpica e imunolgica e a mxima
possibilidade de compatibilidade com a receptora. 7 - No ser
permitido ao mdico responsvel pelas clnicas, unidades ou servios,
nem aos integrantes da equipe multidisciplinar que nelas trabalham
participar como doador nos programas de RA.
Slide 33
RA e Res. 1.957/10 do CFM V - CRIOPRESERVAO DE GAMETAS OU
EMBRIES 1 - As clnicas, centros ou servios podem criopreservar
espermatozoides, vulos e embries. 2 - Do nmero total de embries
produzidos em laboratrio, os excedentes, viveis, sero
criopreservados. 3 - No momento da criopreservao, os cnjuges ou
companheiros devem expressar sua vontade, por escrito, quanto ao
destino que ser dado aos pr-embries criopreservados em caso de
divrcio, doenas graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e
quando desejam do-los.
Slide 34
RA e Res. 1.957/10 do CFM VI - DIAGNSTICO E TRATAMENTO DE
EMBRIES As tcnicas de RA tambm podem ser utilizadas na preservao e
tratamento de doenas genticas ou hereditrias, quando perfeitamente
indicadas e com suficientes garantias de diagnstico e teraputica 1
- Toda interveno sobre embries "in vitro", com fins diagnsticos, no
poder ter outra finalidade que no a de avaliar sua viabilidade ou
detectar doenas hereditrias, sendo obrigatrio o consentimento
informado do casal. 2 - Toda interveno com fins teraputicos sobre
embries "in vitro" no ter outra finalidade que no a de tratar uma
doena ou impedir sua transmisso, com garantias reais de sucesso,
sendo obrigatrio o consentimento informado do casal. 3 - O tempo
mximo de desenvolvimento de embries "in vitro" ser de 14 dias.
Slide 35
RA e Res. 1.957/10 do CFM VII - SOBRE A GESTAO DE SUBSTITUIO
(DOAO TEMPORRIA DO TERO) As clnicas, centros ou servios de reproduo
humana podem usar tcnicas de RA para criarem a situao identificada
como gestao de substituio, desde que exista um problema mdico que
impea ou contraindique a gestao na doadora gentica. 1 - As doadoras
temporrias do tero devem pertencer famlia da doadora gentica, num
parentesco at o segundo grau, sendo os demais casos sujeitos
autorizao do Conselho Regional de Medicina. 2 - A doao temporria do
tero no poder ter carter lucrativo ou comercial.
Slide 36
RA e Res. 1.957/10 do CFM VIII REPRODUO ASSISTIDA POST MORTEM
No constitui ilcito tico a reproduo assistida post mortem desde que
haja autorizao prvia especfica do(a) falecido(a) para o uso do
material biolgico criopreservado, de acordo com a legislao
vigente.