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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO
NÚCLEO DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO
CARLOS FREDERICO SANTIAGO DE FREITAS
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE GUINDASTES HIDRÁULICOS MÓVEIS
Recife
Dezembro/2006
iii
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO
NÚCLEO DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO
CARLOS FREDERICO SANTIAGO DE FREITAS
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM GUINDASTES HIDRÁULICOS MÓVEIS
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade de Pernambuco, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Especialista em Segurança do Trabalho ORIENTADOR: Prof. Béda Barkokebas Jr., PhD.
Recife
Dezembro/2006
iv
Carlos Frederico Santiago de Freitas
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM GUINDASTES HIDRÁULICOS MÓVEIS
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do Título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade de Pernambuco.
Recife, 21 de dezembro de 2006.
Prof. Dr. Béda Barkokebas Jr., PhD Coordenador do Curso
Banca Examinadora
____________________________________ Prof. Béda Barkokebas Jr., PhD.
Orientador
____________________________________ Profa. Emilia Rahnenamy Rabbani , PhD.
____________________________________ Profa. Juliana Claudino Véras , MSc.
v
Aos meus pais Ana e Caio, que com muita
luta, mas principalmente com muita dedicação e amor me deram a educação sem a qual eu não teria chegado a lugar algum. À minha esposa Daniella pela motivação, companheirismo e pelo constante apoio que sempre me dá. Às minhas filhas Júlia e Luíza por darem sentido à minha vida.
vi
AGRADECIMENTOS
A conclusão deste trabalho é resultado de muito esforço e dedicação de minha parte. Mas também contou com valiosa contribuição de pessoas que ao longo desses anos estiveram sempre ao meu lado. Às pessoas abaixo, minha eterna gratidão:
• A Deus.
• Aos meus pais.
• A Daniella, minha esposa.
• A Júlia e Luíza, minhas filhas.
• A Mário, meu primo e amigo.
• Ao Prof. Dr. Béda Barkokebas Jr., meu orientador, extensivo a todos os professores e colaboradores do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Escola Politécnica de Pernambuco.
vii
Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-
se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.
As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!
Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade
aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não
enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.
viii
Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
"Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada".
Fernando Pessoa
ix
SUMÁRIO
Página
Lista de Figuras xii Lista de Tabelas Xiii Resumo Xiv 1 - INTRODUÇÃO 01 1.2 OBJETIVOS 03 2 - METODOLOGIA 04 3 - ASPECTOS RELATIVOS AO LOCAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO 05
3.1 Características do Local de Trabalho 05 3.1.1 Montagem Industrial e Contrução Civil 05 3.1.2 Trabalhos offshore 07 3.2 Acessos e Locais de Movimentação de Cargas 09 3.2.1 Resistência do Terreno 09 3.2.2 Instalações Subterrâneas 09 3.2.3 Instalações Aéreas 10 3.3 Condições Ambientais 10 3.3.1 Condições de Iluminação 11 3.3.2 Ruídos 11 3.3.3 Gases e Vapores 12 3.3.4 Condições Climáticas 13 3.4 Regime de Trabalho 13
4 - ASPECTOS RELATIVOS À OPERAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 14 4.1 Verificação Prévia das Condições do Local de Trabalho 14 4.1.1 Redes Elétricas 14 4.1.2 Condições do Solo 14 4.1.3 Redes Subterrâneas 14 4.1.4 Obstáculos 15 4.1.5 Rampas 15 4.1.6 Pessoas 15 4.2 Tabela de Cargas 15 4.2.1 Raio de Trabalho 16 4.2.2 Comprimento de Lança 16 4.2.3 Quadrante de Operação 16 4.2.4 Exemplo Típico de Tabela de Cargas 17 4.2.5 Passos Para Utilização Correta da Tabela de Cargas 18 4.2.6 Observações Sobre a Tabela de Cargas 18 4.3 Cuidados na Operação 19 4.3.1 Condições de Apoio do Terreno 19 4.3.2 Nivelamento 21 4.3.3 Comprimento de Lança 22 4.3.4 Raio 23 4.3.5 Giro 23 4.3.6 Aproximação de Veículo/Pessoas 24 4.3.7 Esforços Laterais 24
x
4.3.8 Cabos de Aço 24 4.3.9 Sinalização 25 4.3.10 Trabalhos Próximos a Redes Elétricas 27 4.3.10.1 Procedimento de Emergência em Caso de Contato com Redes Elétricas
28
4.4 Recomendações Finais 31 4.5 Causas Mais Comuns de Acidentes 32 4.6 Resumo das Condições Seguras de Operação 34
5 - ASPECTOS RELATIVOS AO EQUIPAMENTO E À MANUTENÇÃO 35 5.1 Pedido do Equipamento 40 5.2 Seleção do Equipamento 40 5.3 Caracterização da Operação 40 5.3.1 Armazenamento por Períodos Extensos 40 5.3.2 Acessórios não Montados 40 5.4 Transporte e Entrega do Equipamento 41 5.4.1 Dimensões do Guindaste e Seus Acessórios 41 5.4.2 Pesos para Transporte 42 5.4.3 Condições de Percurso 43 5.4.4 Planilha de Transporte 43 5.4.5 Encarretamento e Amarração do Guindaste 46 5.4.5.1 Encarretamento Através de Rampa com Plataforma 46 5.4.5.2 Encarretamento Através de Gaiola de Dormentes 46 5.4.5.3 Encarretamento Através de Outro Guindaste 46 5.4.5.4 Amarração do Guindaste 46 5.4.5.5 Carregamento da Lança 47 5.4.6 Desencarretamento do Guindaste 47 5.5 Inspeção e/ou Recebimento 47 5.5.1 Documentos do Guindaste 47 5.5.2 Ficha de Inspeção 47 5.5.3 Testes Operacionais 48 5.6 Relatórios: 50 5.6.1. Área de Manutenção/Operação: 50 5.6.1.1. Relatório de Inspeção e Teste de Liberação. 50 5.6.1.2. Certificado de Teste de Capacidade da Máquina. 50 5.6.2. Área de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho: 58 5.6.3. Área Empreendimento/Obra: 59 5.7. Análise dos Relatórios: 61 5.8. Operação Segura: 61 5.8.1. Plano de Movimentação de Cargas (Estudo do Rigging) 61 5.8.2. Memória de Cálculo do Peso de Levantamento: 62 5.8.3. Memória de Cálculo da Verificação da Resistência Estrutural da Carga:
62
5.8.4. Memória de Cálculo de Acessórios de Levantamento: 63 5.8.5. Memória de Cálculo de Movimentação de Carga sobre o Terreno: 63 5.8.6. Relatório de Prova de Carga: 63 5.8.7. Fases de movimentação de Carga: 63 5.8.8. Segurança Operacional : 63
xi
5.9 Inspeções Periódicas: 64 6- RESULTADOS (MANUAL DE OPERAÇÃO) 65 7 - CONCLUSÃO 71 8 - REFERÊNCIAS 72
xii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 4.1: Raio de Trabalho e Comprimento de Lança 16
Figura 4.2: Definição dos Quadrantes de Operação 17
Figura 4.3: Representação de Tabela de Cargas 17
Figura 4.4: Formas de Apoio das Sapatas Sobre Pranchas 19
Figura 4.5: Uso Correto e Incorreto das Patolas 20/21
Figura 4.6: Nivelamento do Guindaste 21/22
Figura 4.7: Utilização do Comprimento de Lança 22
Figura 4.8: Efeito da Deflexão da Lança 23
Figura 4.9: Efeito do Giro 24
Figura 4.10: Distribuição dos Cabos de Aço nas Roldanas 25
Figura 4.11: Posicionamento do Sinaleiro 26
Figura 4.12: Sinalização Manual Para Orientação do Operador 27
Figura 4.13: Distâncias de Segurança Para Redes Energizadas 28
Figura 4.14: Procedimento de Abandono da Máquina Energizada 30
Figura 4.15: Representação do Solo Energizado 30
Figura 4.16: Isolamento da Área de Operação 31
Figura 4.17: Pessoas Sobre ou Sob a Carga 32
Figura 4.18: Efeitos da Sobrecarga 32
Figura 4.19: Condições Seguras de Operação 34
Figura 5.1: Fluxograma dos Processos Envolvidos Na Manutenção
Segura/Operação
39
Figura 5.2: Dimensões do Guindaste American 5530 41
Figura 5.3: Pesos Para Transporte do Guindaste American 5530 42
Figura 5.4: Planilha Para Transporte do Guindaste American 5530 44/45
Figura 5.5: Relatório de Inspeção 49
Figura 5.6: Relatório de Inspeção Detalhado 51 a 57
Figura 5.7: Check -List Para Inspeção de Segurança 58
Figura 5.8: Relatório de Avaliação de Produtividade 60
xiii
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 3.1 Limites de Tolerância Para Ruído Contínuo ou Intermitente 12
Tabela 5.1 Indicação das Áreas Envolvidas Nos Processos de
Manutenção/Operação Segura
36 a 38
Tabela 6.1 Distâncias de Segurança para Redes Elétricas Energizadas 69
xiv
RESUMO
Considerando que a utilização de Guindastes Hidráulicos vem crescendo em ritmo
acelerado, principalmente em decorrência de novos métodos construtivos e da redução
dos cronogramas das obras, evidencia-se como sendo de fundamental importância o
adequado tratamento aos aspectos ligados à segurança, uma vez que a experiência
prática tem demonstrado uma elevada incidência de acidentes que implicam em graves
repercussões econômicas e sociais.
Neste trabalho, adotou-se como premissa que Segurança na Operação de Guindastes,
não pode ser tratada como sendo fator circunstancial, analisado apenas no momento de
se executar uma determinada tarefa, mas sim, o resultado de um processo no qual
segurança, manutenção e adequação técnica do equipamento e da mão de obra
envolvida estejam intimamente ligados.
Para tanto, a trabalho foi dividido nos seguintes tópicos básicos:
• Aspectos Relativos ao Local e Condições de Trabalho.
• Aspectos Relativos à Operação dos Equipamentos.
• Aspectos relativos ao Equipamento e à Manutenção.
Como resultado da pesquisa, foi concebido um “MANUAL DE OPERAÇÃO”, que consiste num guia genérico voltado aos procedimentos de segurança necessários às atividades que envolvam a utilização de Guindastes Hidráulicos.
xv
1 - INTRODUÇÃO
Com os altos e baixos do cenário econômico brasileiro, a indústria de Guindastes
Hidráulicos Móveis tomou um golpe em meados da década de 80, onde parte dos
fabricantes fechou suas portas e outros praticamente pararam a produção se dedicando a
outras atividades. O ressurgimento da atividade só se deu com importância a partir do
início da década de 90, quando as locadoras voltaram a atender o mercado com maior
força e iniciaram um processo de estruturação e adequação à nova realidade, onde o
cliente consumidor deste tipo de equipamento começava a ter um nível de exigência
muito superior ao do passado.
A falta de treinamento é apontada como a principal causa de acidentes envolvendo o
segmento de Movimentação de Cargas com utilização de Guindastes Hidráulicos de
uma forma geral. O retrato nacional do setor é: operadores, motoristas e profissionais
que trabalham sem a devida qualificação, operam e trafegam com excesso de
velocidade, imprudência, desatenção, desconhecimento das conseqüências de um
acidente e maus hábitos de operação e direção, entre outros.
É do desempenho destes profissionais que depende, em sua maioria, o bom
funcionamento das obras e da indústria em geral.
Operar equipamentos cada vez mais sofisticados com comandos eletrônicos não é
exatamente um grande problema. A questão é que temos equipamentos e veículos com
tecnologia de ponta, operados por profissionais com formação técnica e profissional
inadequada. Uma melhor utilização destes equipamentos e veículos representa enorme
economia para o setor.
Não se pode apenas pensar nos benefícios econômicos, embora se saiba que por si só,
este argumento já é o suficiente para quebrar algumas barreiras bastante resistentes.
Estão ficando para trás as figuras do guindasteiro, do borracheiro e do mecânico de
beira de estrada que, em qualquer problema, abriam suas caixas de ferramentas e
xvi
garantiam a chegada de seu veículo até a oficina mais próxima. O Profissional deve
estar se sentindo ameaçado com tanta tecnologia surgindo no mercado.
É fundamental que exista um saber associado ao limite ao qual o profissional é exposto.
É preciso que ele compreenda o que lhe é imposto e/ou proibido. O Profissional deve
conscientizar-se da necessidade de estar treinado para operar o equipamento. Os
guindastes estão mais bem equipados, com muita tecnologia, o que facilita o cotidiano
do Profissional
O segmento de Movimentação de Cargas com utilização de Guindastes Hidráulicos é
um setor em franco desenvolvimento, e em função da complexidade de suas operações,
tem a necessidade de ter profissionais cada vez mais qualificados. Infelizmente esses
profissionais não são encontrados com facilidade no mercado de trabalho, fato que
coloca com única alternativa o investimento de forma efetiva na educação profissional
buscando sempre a valorização do ser humano, tendo como resultado desse trabalho a
redução de acidentes e o aumento da produtividade.
xvii
1.2 - OBJETIVO
Reunir dados, conceitos e experiências, visando a criação de um Manual de Segurança para operação de Guindastes que contenha parâmetros e procedimentos práticos que possam ser aplicados nas diversas operações que envolvam a utilização desses equipamentos.
xviii
2 - METODOLOGIA
O presente trabalho foi concebido em três fases:
1) Coleta de informações técnicas junto a fabricantes de guindastes.
2) Pesquisa de publicações específicas e normas técnicas.
3) Experiências de empresas que utilizam guindastes.
De posse dessas informações, os dados relevantes foram sintetizados na forma de um manual prático.
xix
3 - ASPECTOS RELATIVOS AO LOCAL E CONDIÇOES DE
TRABALHO
Os procedimentos a seguir, têm como objetivo orientar e estabelecer condições seguras
para utilização de Guindastes Hidráulicos Móveis, em função do local e condições de
trabalho.
Pensando em prevenir a ocorrência de um acidente, é necessário eliminar e minimizar as
variáveis que podem provocá-lo, adotando uma postura de reconhecimento dos riscos
que potencialmente podem gerar um acidente de trabalho.
O processo de "reconhecimento" pressupõe a disposição de todos os envolvidos no
sentido de estarem preparados para a percepção daquelas situações de risco potencial.
Desta forma o primeiro passo desse processo seria a percepção e o segundo o
reconhecimento da situação de fato. Neste sentido, procurou-se, a seguir, recomendar
uma série de cuidados no tocante ao local e condições de trabalho.
3.1 Características do Local de Trabalho
Em virtude da diversificação dos trabalhos, tais como montagem industrial, trabalhos
offshore, construção civil, etc., é necessário que se considere, para fins de avaliação de
risco, as particularidades de cada empreendimento.
Assim sendo, as orientações válidas para trabalhos em terra, nem sempre serão válidas
para as atividades na água e/ou no mar. Estas deverão ter uma apreciação em separado
daquelas atividades que podem se chamar de convencionais. Por isso, são destacados:
3.1.1 Montagem Industrial e Construção Civil
a) Nas obras de Montagem Industrial/Construção Civil, é comum o uso generalizado de
guindastes em apoio a diversas atividades, o que faz com que estes equipamentos sejam
submetidos a diferentes condições na execução dos trabalhos e a deslocamentos mais
freqüentes.
Para efeito de avaliação dos riscos nestes tipos de obras, devem ser consideradas,
obrigatoriamente, as condições dos acessos e dos locais de trabalho, com particular
atenção para os trabalhos no mar, para os trabalhos próximos a escavações e redes
xx
elétricas e para as interferências com outros serviços na mesma área.
b) Em obras de ampliação de unidades industriais em funcionamento, o uso de
guindastes requer ainda atenção especial com o pessoal, equipamentos e instalações do
cliente. Deslocamentos e trabalhos próximos a tubulações de produtos inflamáveis,
combustíveis, corrosivos ou tóxicos, devem ter procedimentos de segurança adequados
à situação.
c) Nas obras marítimas, o largo emprego de guindastes montados sobre flutuantes exige
uma análise cuidadosa de estabilidade do conjunto para evitar acidentes. Além dos
riscos normais de operação do guindaste, existe o risco de tombamento da máquina na
água e o operador deve não apenas obedecer à tabela de carga do equipamento, mas
também as limitações de estabilidade do flutuante.
É importante que o operador esteja atento aos movimentos do flutuante devido às ondas
durante as operações de posicionamento.
Com esta finalidade, é necessário um estudo prévio da estabilidade com previsão de
todas as variáveis que atuarão no sistema, tais como peso das cargas, raios de operação,
lastros, ação de ventos, etc., bem como da definição das limitações de trabalho, para
tornar a operação segura. Se o guindaste puder se deslocar no convés, esta situação
deverá ser prevista nos cálculos.
Não devem ser realizados trabalhos sob condições de mar agitado, ventos fortes ou de
descargas atmosféricas.
À noite, o flutuante deve permanecer ancorado por cabos de amarração e ter luzes de
sinalização noturna na lança do guindaste.
Deve-se estar atento também para a necessidade de um plano de lubrificação e
manutenção mais rigoroso, para atender às condições de agressividade do ambiente a
que estará submetido o equipamento.
d) O trabalho de guindastes em Serviços de cravação de estacas com martelo e guia
suspensa e na cravação de estacas-prancha também requer cuidados especiais com
relação aos acessórios usados e às operações de apoio realizadas por trabalhadores em
xxi
altura.
e) Em construções industriais e prediais, o uso de guindastes-torre para movimentação
de carga multi-direcional requer uma programação cuidadosa dos trabalhos realizados
na área de ação da lança. No caso de uso de mais de um equipamento, deve ser feita
uma análise da eventual interferência das lanças.
A estabilidade da torre deve ser assegurada por meio de estroncamento nas estruturas ou
pelo uso de estaiamento adequado.
3.1.2 Trabalhos Offshore
Os guindastes instalados em plataformas marítimas apresentam características
operacionais que exigem cuidados especiais relativos a:
a) Alterações Climáticas
As alterações nas condições de vento, chuvas e movimentação das ondas, se processam
geralmente muito rapidamente, exigindo um rigoroso controle e acompanhamento
dessas alterações de modo a permitir a operação segura dos equipamentos, o que é
realizado através de boletins meteorológicos e por meio de instrumentos, tais como
anemômetros, dinamômetros ou balanças de carga.
Como informação complementar ao operador, é importante constar na cabine do
equipamento, além das tabelas de carga, a indicação do limite máximo de velocidade de
vento admissível à operação do mesmo.
Nas situações de alterações climáticas desfavoráveis (chuvas e ventos fortes,
normalmente acompanhados de grandes ondas), ficam proibidos os serviços de
movimentação de carga, principalmente entre embarcações e a plataforma.
b) Comunicação
Torna-se imprescindível o uso de rádios comunicadores que permitam a comunicação
direta entre operador, rigger e sala de controle da plataforma.
Através desses rádios são transmitidas as informações relativas às alterações climáticas,
aproximação de helicópteros e instruções de movimentação de carga.
xxii
c) Transbordo de Materiais
O transbordo de materiais entre embarcações e a plataforma, deve ser feito com muito
cuidado, pois a movimentação das ondas e o conseqüente balanço das embarcações,
podem causar um brusco tensionamento dos cabos no momento do içamento, além de
poder também ocasionar o choque da carga com partes da embarcação, com
conseqüências algumas vezes graves.
E recomendável que os materiais sejam acondicionados em containers apropriados,
dotados de olhais de içamento previamente estropados, de modo a permitir a rápida
fixação ao moitão de içamento. Por outro lado, o operador deve procurar iniciar o
levantamento da carga durante o movimento ascendente das ondas, não parando até
afastar-se da embarcação.
No caso de descida de carga da plataforma para embarcações, o procedimento de
aproximação da carga é merecedor dos mesmos cuidados.
d) Transbordo de Pessoal
O transbordo de pessoal entre embarcações e plataforma na convencional "cesta", exige
os seguintes cuidados do operador:
-só transportar pessoal vestido com coletes salva-vidas;
-não fazer movimentos bruscos (horizontais ou verticais) com a cesta;
-não transportar mais de quatro pessoas de cada vez;
-não realizar o transbordo de pessoal em condições climáticas adversas.
e) Helicópteros
A aproximação de helicópteros às plataformas, deve ser comunicada com antecedência
ao operador, que deverá posicionar a lança do equipamento em seu cavalete, cinco
minutos antes do pouso da aeronave, ficando proibida a movimentação de carga até a
decolagem e afastamento do helicóptero da plataforma.
f) Sinalização Noturna
É necessária que seja mantida acesa durante toda a noite, a sinalização noturna da lança
xxiii
do guindaste, tendo em vista eventuais vôos noturnos.
g) Lubrificação e Manutenção
Devido à agressividade do meio ambiente, o plano de lubrificação e manutenção deve
ser rigorosamente seguido.
3.2 Acessos e Locais de Movimentação de Cargas:
Todos os acessos e locais de movimentação de cargas deverão ser inspecionados
previamente no tocante a:
3.2.1 Resistência do Terreno
Deverão ser verificadas as condições de suporte do terreno, visando garantir o acesso e
movimentação do equipamento, bem como, a operação do mesmo nas situações
exigidas pelo plano de serviços.
Em não se constatando as condições necessárias, deverão ser tomadas providências
visando assegurar as condições de segurança requeridas. Especial atenção deverá ser
dada a:
a) trabalhos realizados sobre terrenos arenosos:
b) trabalhos sobre aterros;
c) trabalhos sobre pontes e/ou viadutos;
d) trabalhos sobre pisos de concreto;
e) trabalhos offshore;
f) trabalhos envolvendo rios, riachos e/ou córregos.
3.2.2 Instalações Subterrâneas
Todas as instalações subterrâneas, tais como dutos e tubulações em geral, cabos
elétricos, redes de esgoto, etc., deverão ser identificados e sinalizados através de estacas
e placas indicativas, para prevenir que a ação de equipamento e sua carga danifiquem
tais instalações e/ou que, por efeito das mesmas, o equipamento venha a sofrer
xxiv
desequilíbrios e consequentemente sofrer ou causar acidentes.
3.2.3 Instalações Aéreas
Todas as instalações aéreas existentes nas áreas de movimentação do equipamento,
deverão ser inspecionadas e caracterizadas no Plano de Carga (Estudo de Rigging),
visando identificar eventuais interferências, bem como, possibilitar o remanejamento
com a devida antecedência daquelas que impõem condições de risco aos trabalhos
programados.
Especial atenção deve ser dada às redes elétricas, observando-se as distâncias mínimas
com relação às cargas, à lança, mastro, contrapesos, cabos, tag-Iines e/ou qualquer
componente do equipamento e acessórios de movimentação de carga.
OBSERVAÇOES:
1. Os ventos normalmente fazem com que as linhas "balancem" de tal forma que em
locais sujeitos a efeitos do vento, os eventuais balanços das linhas de transmissão de
energia elétrica, deverão ser considerados, aumentando-se as distâncias do equipamento
à rede.
2. Sob garoa ou chuva, apenas na necessidade imperiosa e inevitável de prosseguir a
tarefa, as distâncias mínimas recomendadas, deverão ser dobradas pois o campo de
indução estará aumentado.
3.3 Condições Ambientais
Em função da localização do empreendimento, deverão ser analisadas as características
ambientais onde serão desenvolvidos os serviços, uma vez que tais condições poderão
impor restrições ao plano de trabalho previsto.
Convém lembrar que áreas tais como refinarias, plantas de processamento de derivados,
ampliações de indústrias, geram normalmente agentes agressivos que devem ser levados
em consideração.
Por outro lado, os serviços offshore devem levar em conta o regime de trabalho
embarcado e situações de risco específicas.
xxv
3.3.1 Condições de Iluminação
Nos trabalhos noturnos ou diurnos em condições não satisfatórias de visibilidade,
devem ser previstas redes de iluminação com a utilização de refletores com potência
suficiente para que o operador e o rigger tenham perfeitas condições de trabalho, com
relação à operação que estiver sendo conduzida, bem como se recomenda a utilização de
coletes refletivos, lanternas e rádios comunicadores.
Deve-se sempre dar preferência, em termos de segurança, às operações diurnas.
3.3.2 Ruídos
O ruído, quando em excesso, interfere com o nível de audição e de atenção das pessoas,
dificultando a comunicação e predispondo-as à irritabilidade e consequentemente
aumentando a possibilidade de falhas.
Neste aspecto, se o local de trabalho se encontrar sujeito a tais condições, tanto o rigger
quanto o operador, deverão utilizar protetores auriculares enquanto persistir tal situação.
Os períodos de máxima exposição diária permissível aos diversos níveis de ruído,
constam da tabela abaixo, cujos valores são estabelecidos na Norma Regulamentadora
NR-15 da Portaria 3214 de 08/06/78 do Ministério do Trabalho e Emprego.
xxvi
Tabela 3.1 Limites de Tolerância Para Ruído Contínuo ou Intermitente
NPS dB ( A )
Máxima exposição
diária permissível
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102
104
105
106
108
110
112
114
115
08 horas
07 horas
06 horas
05 horas
04 horas e 30 minutos
04 horas
03 horas e 30 minutos
03 horas
02 horas e 30 minutos
02 horas e 15 minutos
02 horas
01 hora e 45 minutos
01 hora e 15 minutos
01 hora
45 minutos
35 minutos
30 minutos
25 minutos
20 minutos
15 minutos
10 minutos
08 minutos
07 minutos
Fonte: Portaria 3214/78 Ministério do Trabalho e Emprego.
3.3.3 Gases e Vapores
Antes da execução de serviços de movimentação de cargas em novas áreas, deve ser
feita, quando se justificar, uma inspeção prévia, para verificação da existência na área
de gases/vapores venenosos, tóxicos, irritantes, corrosivos e/ou explosivos. Na
constatação de um ou mais agentes críticos, deverão ser estudadas todas as necessidades
de ventilação/exaustão, proteção respiratória, esquemas preventivos anti-chama, etc.,
xxvii
e/ou inclusive, definir critérios específicos de abandono/fuga do local, em sintonia com
os procedimentos recomendados pelo cliente (quando houver).
3.3.4 Condições Climáticas
Ventos fortes, relâmpagos, chuva, garoa, neblina e poeira em excesso, são fatores que
em conjunto ou isoladamente, comprometem qualquer operação segura, principalmente
na movimentação de cargas.
Sob tais condições, não se recomenda prosseguir a tarefa. Sob tempestade com
relâmpagos e raios em hipótese alguma deverão ser permitidos operações com
guindastes pois as tag-Iines funcionariam como fios terra e as lanças dos guindastes
oferecem uma perigosa opção para o escoamento da corrente elétrica no caso de
descargas atmosféricas.
3.4 Regime de Trabalho:
A determinação do regime de trabalho (contínuo, intermitente ou ocasional), deverá
estar em sintonia com as limitações existentes sobre o equipamento e o homem em
função das agressividades existentes no local de trabalho, tais como gases, vapores,
ruídos, temperaturas extremas, atmosferas explosivas/inflamáveis, bem como em função
das movimentações dos equipamentos de processo (teleféricos, veículos industriais,
pontes rolantes, correias transportadoras, máquinas com movimentos alternantes, etc.).
Tais limitações, por outro lado, exercerão significativa influência ainda, sobre os esque-
mas de Manutenção do Equipamento, além de induzirem a eventuais rodízios de
operadores para se limitar os tempos de exposição aos riscos existentes.
xxviii
4 - ASPECTOS RELATIVOS À OPERAÇÃO DOS
EQUIPAMENTOS.
Este capítulo trata especificamente das informações necessárias para a correta e segura
operação de guindastes.
O operador deve conhecer todos os aspectos peculiares ao equipamento, evitando que
determinadas operações de levantamentos de cargas se configurem acima das limitações
do mesmo, como também acatar o princípio de sempre comunicar ao Setor de
Manutenção, o aparecimento de quaisquer problemas que tendam a dificultar a operação
do guindaste, evitando resolvê-los por conta própria, bem como também os problemas
de segurança que estejam envolvendo a operação, devem ser informados ao Setor de
Segurança.
4.1 Verificação Prévia das Condições do Local de Trabalho:
Antes de iniciar qualquer serviço, o operador deve executar uma inspeção prévia na área
de trabalho e pesquisar as características do local. Esta lista de verificação deverá
incluir:
4.1.1 Redes elétricas:
Verificação quanto à presença de cabos de redes elétricas ou cabos de fixação que
estejam dentro dos limites de segurança de altura ou alcance da máquina.
4.1.2 Condições do solo:
Verificar se o solo é firme o suficiente para suportar as cargas geradas pelas “patolas”.
Características como teor de umidade, composição e firmeza, determinarão a
estabilidade da superfície de trabalho.
4.1.3 Redes subterrâneas:
Verificação quanto à existência de cabos ou tubulações subterrâneos que possam
comprometer a estabilidade do guindaste durante o içamento.
xxix
4.1.4 Obstáculos:
Verificação quanto à existência de passarelas, postes, árvores etc. que possam interferir
na operação.
4.1.5 Rampas:
Verificar se a superfície é relativamente nivelada ou se há aterros, rampas, taludes ou
covas que possam causar problemas de estabilidade na máquina.
4.1.6 Pessoas:
Verificar se outros trabalhadores ou o público em geral permanecerão na área de
trabalho, ou em suas proximidades.
4.2 Tabela de Cargas
A tabela de carga do guindaste especifica capacidades de içamento que jamais poderão
ser excedidas, em todas as configurações possíveis.
A capacidade de entender e usar corretamente a tabela de cargas é fundamental para a
operação segura de um guindaste. Quando os operadores não conseguem entendê-la ou
usá-la corretamente, confiam na própria experiência ou em sinais que o guindaste
apresenta quando submetido a cargas extremas.
O problema consiste no fato de quando o guindaste apresenta estes sinais, ele já se
encontra trabalhando acima de sua capacidade, e muitas vezes o operador não terá
tempo hábil de reverter a situação, resultando conseqüentemente num acidente.
Faz-se importante também salientar que dependendo do raio de trabalho da operação, a
sobrecarga pode ter como conseqüência o colapso da estrutura. Ocasionando, por
exemplo, empenos de lança, quebras de mesas de giro, quebras de moitões etc, sem haja
qualquer sinal de levantamento das “patolas”.
xxx
As capacidades tabeladas são válidas somente se a máquina estiver perfeitamente
nivelada, apoiada sobre solo ou superfície firme e com as “patolas” totalmente
estendidas. Nunca se deve trabalhar fora dessas condições.
Para uma melhor compreensão da Tabela de Cargas, faz-se necessário o entendimento
de alguns conceitos fundamentais, conforme descritos a seguir:
4.2.1 Raio de Trabalho:
Entende-se como raio de trabalho, a distância medida na horizontal entre o eixo de giro
do guindaste (pino central do giro) ,e o moitão (centro de gravidade da carga).
Figura 4.1 Raio de Trabalho e Comprimento de Lança
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
4.2.2 Comprimento de Lança:
Distância entre o pino do pivô da lança e o pino da roldana de sua ponta.
4.2.3 Quadrante de Operação:
Entende-se como quadrante de operação, a área de içamento projetada sobre o solo,
conforme delineada pelo fabricante, para uma área específica do raio de giro.
xxxi
Alguns guindastes possuem tabelas diferentes para cada quadrante de operação. É
necessário, antes de efetuar o içamento, observar o quadrante no qual será feito o
içamento inicial, os quadrantes utilizados durante o giro, o finalmente o quadrante de
descida.
Fugura 4.2 Definição dos Quadrantes de Operação
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
4.2.4 Exemplo típico de Tabela de Carga de Guindaste Hidráulico:
Figura 4.3 Representação de Tabela de Cargas
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
xxxii
4.2.5 Passos Para Utilização Correta da Tabela de Cargas:
• Primeiro passo: Obter o peso da peça a ser içada e somar a este o peso do
moitão utilizado, o peso da lingada, cabos, vigas etc.
• Segundo passo: Medir o raio de trabalho.
• Terceiro passo: Verificar o comprimento de lança que será necessário utilizar.
• Quarto passo: Verificar os quadrantes que serão utilizados no içamento
(quadrante de levantamento, quadrantes que a carga passará durante o giro e
quadrante de descida da carga).
• Quinto passo: De posse dos dados adquiridos acima, verificar se o peso total a
ser içado nas condições estabelecidas, é inferior ao peso descrito na tabela. Se o
peso for superior, NÃO PROSSIGUIR, O GUINDASTE NÃO SUPORTARÁ A
CARGA !
4.2.6 Observações Sobre a Tabela de Cargas:
• As capacidades tabeladas são válidas para situações onde o guindaste
encontra-se “patolado” sobre solo firme e com as “patolas” completamente
estendidas. Jamais trabalhar fora destas condições
• Pesos de moitões, cabos de içamento, manilhas, vigas etc., devem ser
reduzidos das capacidades que estão impressas na tabela.
• Nunca arrastar lateralmente as cargas. (Os cabos do moitão sempre devem
estar na posição vertical).
• A carga deve ser içada utilizando-se o guincho, nunca levantar cargas usando
o cilindro de expansão ou inclinação da lança.
• Manter a carga o mais próximo possível do guindaste e do solo.
xxxiii
• Para se determinar o comprimento de lança que será utilizado, deve-se verificar
o diagrama de alcance que acompanha a tabela de carga fornecida pelo
fabricante do equipamento.
• Se o raio medido cair entre dois valores da tabela, utilizar a capacidade
correspondente ao raio imediatamente superior.
• Se o comprimento de lança cair entre dois valores da tabela, utilizar a
capacidade correspondente ao comprimento de lança imediatamente superior
• Sempre utilizar o menor raio possível, assim como o menor comprimento de
lança possível.
4.3 Cuidados na Operação.
4.3.1 Condições de apoio no terreno:
Caso o terreno não possua boa capacidade de suporte, faz-se obrigatório o uso de
pranchas sob as sapatas. Estas pranchas devem ser feitas em madeira maciça de boa
resistência, encostadas umas nas outras formando uma área pelo menos três vezes maior
que a área da sapata, cobrindo totalmente a área da mesma, conforme as figuras a
seguir:
Figura 4.4 Formas de apoio das sapatas sobre pranchas de apoio
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
xxxiv
As pranchas devem ser niveladas, garantindo que se mantenham perpendiculares (90º)
ao eixo do cilindro da sapata.
Segue abaixo, esquema representativo das formas corretas e incorretas de se apoiar as
“patolas” diretamente sobre o solo:
INCORRETO:
Armação instável das pranchas.
INCORRETO:
Armação instável das pranchas.
INCORRETO:
Nunca usar a armação de pranchas
sob os extensores das “patolas”. Isto
mudaria o ponto de apoio do
guindaste, reduzindo perigosamente
sua estabilidade.
INCORRETO:
As rodas estão suportando carga.
xxxv
CORRETO :
As operações devem ser executadas
com as “patolas” totalmente
estendidas, eliminando todo o peso
da máquina sobre os pneus.
Figura 4.5 Uso correto e incorreto das “patolas”
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
4.3.2 Nivelamento:
O nivelamento do guindaste deve ser observado em todos os içamentos.
Caso o guindaste não possua dispositivo indicador de nível, deve-se utilizar
alternativamente o método abaixo, objetivando assegurar seu correto nivelamento.
Neste procedimento, o cabo da carga passa a ser usado como uma linha de prumo.
Checar o nivelamento na traseira.
Nivelar o guindaste trazendo o moitão para o centro da
lança.
xxxvi
Girar para a lateral.
Nivelar o guindaste novamente, trazendo o moitão para
o centro da lança.
Figura 4.6 Nivelamento do Guindaste
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
4.3.3 Comprimento de lança:
Em qualquer operação, utilizar sempre o menor comprimento de lança possível.
Figura 4.7 Utilização do Comprimento da Lança
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
xxxvii
Não usar o Jib, a não ser que seja necessário aumentar a altura de alcance do gancho
acima da lança principal.
O Jib só deve ser empregado para aumentar a altura de içamento do guindaste, e não
para aumentar o raio.
4.3.4 Raio:
Não confiar somente no indicador de ângulo da lança. Confirmar a medida do raio no
local.
Observação:
Ao operar próximo do limite da tabela de carga, a lança sofre uma ligeira deflexão,
aumentando o raio.
Figura 4.8 Efeito da Deflexão da Lança
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
4.3.5 Giro:
Girar o guindaste rapidamente faz com que a carga saia do raio pré-estabelecido. O
aumento do raio poderá tombar a máquina.
xxxviii
É importante certificar-se que o freio da mesa de giro está operando corretamente. Giros
inesperados da lança podem ser perigosos.
Figura 4.9 Efeito do Giro
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
4.3.6 Aproximação de veículos/pessoas:
Certificar-se que a situação constatada inicialmente não se modificou após o giro da
máquina.
4.3.7 Esforços Laterais:
As lanças dos guindastes não foram projetadas para carregamentos laterais. As cargas
jamais poderão ser tracionadas lateralmente utilizando-se a lança.
4.3.8 Cabos de Aço:
É de fundamental importância assegurar-se da perfeita distribuição das pernas de cabo
entre as roldanas da lança e o moitão de carga.
xxxix
Certificar-se sempre ao levantar uma carga, de que os cabos não estejam emaranhados.
Verificar se há a necessidade de utilizar cintas ou outros dispositivos de içamento
Utilizar o número correto de pernas de cabo para levantamentos pesados, e verificar a
lingada quanto às fixações adequadas.
Figura 4.10 Distribuição dos Cabos de Aço nas Roldanas.
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
4.3.9 Sinalização:
A sinalização para o operador, deverá ser feita por uma única pessoa, empregando a
sinalização padrão indicada neste trabalho.
O sinaleiro deverá se posicionar de maneira a ser visto pelo operador, e suficientemente
perto se estiver fazendo uso de sinais manuais. Se possível, o sinaleiro deverá ter uma
visão total do guindaste e da carga, e em posição segura para não ser atingido pela
mesma.
xl
O operador deverá observar o sinaleiro e/ou a carga enquanto esta estiver se movendo.
No caso de ter de olhar em outra direção, a operação deverá ser paralisada
imediatamente.
Figura 4.11 Posicionamento do Sinaleiro
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
SINALIZAÇÃO MANUAL PARA ORIENTAÇÃO DO OPERADOR
Os seguintes sinais manuais são recomendados pela American Society of Mechanical
Engineers (A.S.M.E.), para orientação do operador do guindaste. O seu uso sistemático
contribuirá para uma maior produtividade, além de maior segurança durante a operação.
xli
Figura 4.12 Sinalização Manual para Orientação do Operador.
Fonte: American Society of Mechanical Engineers – A.S.M.E.
4.3.10 Trabalhos Próximos A Redes Elétricas:
Redes elétricas energizadas são a principal causa de acidentes fatais com guindastes.
Deve-se portanto, prestar muita atenção nas informações a seguir:
xlii
• Manter sempre a distância adequada à rede. Para cada linha de rede elétrica
existe uma área considerada como limite absoluto de aproximação. É
ESTRITAMENTE PROIBIDO aproximar a carga, cabo ou lança do guindaste
dentro desta área. A figura abaixo, determina a distância mínima permitida para
se trabalhar próximo às redes elétricas energizadas:
Figura 4.13 Distâncias de Segurança para Redes Energizadas
Fonte: Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF
• Considerar todas as linhas e equipamentos elétricos como “ligados”, até que
tenha informações confiáveis em contrário.
• O engenheiro responsável deverá ser notificado sempre que houver trabalho
perto de redes elétricas
• Além de respeitar as distâncias adequadas, é recomendável aterrar o guindaste.
A eficiência do aterramento é limitada pela medida do fio condutor utilizado,
pela voltagem, corrente, etc.
4.3.10.1 Procedimento de emergência em caso de contato com redes elétricas.
Em caso de contato acidental com rede elétrica energizada, deve-se proceder do
seguinte modo:
xliii
• Manter-se sentado na cabine. Não entrar em pânico. Se o operador do guindaste
está consciente do que aconteceu, provavelmente estará a salvo, onde se
encontra.
• Dar instruções ao pessoal para manterem-se afastados da máquina, dos cabos e
da carga. Além do guindaste e da carga, como também do terreno em volta da
máquina pois o mesmo deverá estar energizado.
• Sem auxílio, e sem que ninguém se aproxime da máquina, tentar remover o
contato. Mover a lança na direção oposta ao do movimento com que se deu o
contato. Uma vez formado o “arco elétrico”, ele poderá se manter mesmo a uma
distância considerável de afastamento da lança até se romper. Continuar pois se
afastando até pelo menos uma distância de 3 a 4 metros do contato.
Obs: se o cabo de aço do guindaste parecer estar “soldado” na linha, não tentar
soltá-lo. Manter-se sentado na cabine até que chegue auxílio, mantendo sempre
o pessoal afastado da máquina.
• Caso seja absolutamente necessário abandonar a cabine, pular livremente. Nunca
descer pela escada, pois uma parte do corpo ficaria em contato com o guindaste
e outra parte em contato com o solo. O contato com o guindaste e com o solo, ao
mesmo tempo, poderá fazer com que circule uma corrente (possivelmente
mortal) pelo corpo do operador.
xliv
Figura 4.14 Procedimento de Abandono da Máquina em Caso de Emergência.
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
O operador nunca deve abandonar o guindaste a não ser que seja ABSOLUTAMENTE
NECESSÁRIO, pelo seguinte fato:
O contato com a rede elétrica cria no solo zonas com diferentes potenciais elétricos. No
caso de abandono do guindaste, o operador deverá pular com os pés juntos, com
cuidado para não perder o equilíbrio. Andar calmamente, com passos curtos. Não dar
passos longos, pois isto possivelmente faria com que um pé ficasse numa área de maior
voltagem que o outro pé. A diferença de potencial (voltagem) entre os dois pés, poderá
fazer com que circule uma corrente (possivelmente mortal), pelo corpo.
Figura 4.15 Representação do “Solo Energizado”.
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
xlv
Após afastar o guindaste do local do acidente, faz-se necessária uma completa inspeção
na máquina quanto a possíveis danos causados pelo contato elétrico.
Cabos de aço que entraram em contato com a linha deverão ser cuidadosamente
inspecionados, uma vez que o “arco elétrico” pode ter soldado, derretido ou “cavado” o
cabo de aço.
4.4 Recomendações Finais:
• Sempre se deve isolar a área de operação com cones e fitas de isolamento, como
também impedir o tráfego de pessoas dentro da área de trabalho, ou nas
proximidades do guindaste.
Figura 4.16 Isolamento da Área de Operação
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
• Nunca girar a carga sobre o pessoal do solo
• Nunca permitir a existência de pessoas sobre ou sob a carga, quando esta estiver
sendo içada.
xlvi
Figura 4.17 Pessoas Sobre ou Sob a Carga
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
• A carga deverá ser controlada a todo momento. Para este fim deve-se utilizar
cordas de material sintético para auxiliar a “guiar” a carga. Cabos de aço
nunca deverão ser utilizados por serem altamente condutores de eletricidade.
• A operação deverá ser suspensa quando fatores adversos como chuvas
ventos fortes, falta de visibilidade etc., tornarem a operação insegura.
4.5 Causas mais comuns de acidentes:
Segundo o OPERATING ENGINEERS TRAINING INSTITUTE OF ONTARIO -
OETIO, as causas mais comuns de acidentes com guindastes são as seguintes:
• Sobrecarga:
Devido à Inobservância das capacidades de içamento prescritas na Tabela de
Cargas, resultando em:
Perda da estabilidade, ou...
ruptura da estrutura
Figura 4.18 Efeitos da Sobre-Carga.
Fonte: Operating Engineers Training Institute of Ontario - OETIO
xlvii
• “Patolamento” mal feito:
Utilização das “patolas” sem que estejam totalmente estendidas, mal apoiadas,
em desnível ou sem armação correta de pranchas.
• Acidentes com eletricidade.
Responsável pela maioria dos acidentes fatais.
• Problemas com a Lingada:
Amarração de cabos ou cintas de içamento mal feitos, sobrecarregados, em
más condições, gancho fora do centro de gravidade da carga etc.
• Falta de atenção do operador
• Trafegar com a carga suspensa.
• Excesso de velocidade.
• Ventos agindo sobre a carga
xlviii
4.6 Resumo das condições seguras de operação:
Figura 4.19 Resumo das Condições Seguras do Operação.
Fonte: Sociedade Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção – SOBRATEMA.
xlix
5 - ASPECTOS RELATIVOS AO EQUIPAMENTO E À
MANUTENÇÃO
Estes procedimentos têm como objetivo fixar as condições de manutenção e operação
do equipamento de movimentação de cargas objetivando a execução trabalhos seguros.
A tabela sintética a seguir, caracteriza os diversos passos a serem seguidos, como
também determina as respectivas áreas envolvidas na busca de uma operação segura do
equipamento:
l
Tabela 5.1 Indicação das Áreas Envolvidas nos Processos de
Manutenção/Operação Segura.
Atividades Áreas Envolvidas
1. PEDIDO DE EQUIPAMENTO
A análise do local e condições de trabalho influirá na
seleção do equipamento e na elaboração de planos
de manutenção preventiva, preditiva e de
lubrificação
Gerência de Empreendimentos
Gerência de Equipamentos
Gerência da Obra.
2. SELEÇÃO DE EQUIPAMENTO
Deverá caracterizar o equipamento em função das
necessidades do trabalho e consequentemente
determinará planos específicos de manutenção
preventiva, preditiva e de lubrificação.
Gerência de Equipamentos
Gerência de Empreendimentos
3. CARACTERIZAÇÃO DA OPERAÇÃO
Determinará a aplicação de planos específicos de
manutenção preventiva, preditiva e de lubrificação,
assim como influenciará na caracterização do
operador adequado.
3.A Análise do posto de trabalho
3.B Elaboração de padrão de exigências
3.C Seleção do operador
3.D. Treinamento de operador
Gerência de Empreendimentos
Gerência de Equipamentos
Gerência da Obra.
Depto. de Recursos Humanos
Depto. de Recursos Humanos
Recrutamento e
Seleção (Psicologia)
Área de Equipamentos
Segurança do Trabalho
Medicina do Trabalho
Área de Treinamento
Área de Equipamentos
li
Atividades Áreas Envolvidas
4.TRANSPORTE E ENTRGA DE
EQUIPAMENTOS NA OBRA.
O equipamento deverá ser entregue à obra,
juntamente com o Manual de Operação, Planos de
Manutenção preventiva, preditiva e de lubrificação,
simultaneamente à chegada do operador.
Área de Equipamentos
5. INSPEÇÃO E/OU RECEBIMENTO
Emissão de relatórios de recebimento
Manutenção da obra
Segurança do Trabalho da obra
Área de operação
Gerência da obra
6.RELATÓRIOS
Cópia para o arquivo técnico
Áreas envolvidas
7.ANÁLISE DOS RELATÓRIOS
7.A. Manutenção Corretiva
7.B. Correção de Condições de Trabalho
7.C. Correção de Falhas de Operação
Reciclagem do treinamento (3D) ou
Seleção de novo operador (3C)
7.D. Equipamento Inadequado
Pedido de novo equipamento (1)
Gerência da obra
Gerência de Empreendimentos
Gerência de Equipamentos
Gerência de Segurança, Higiene
e Medicina do Trabalho
Manutenção da obra
Gerência da obra
Gerência de Empreendimentos
Gerência de Segurança, Higiene
e Medicina do Trabalho
Gerência de Equipamentos
Gerência da obra
Depto. de Recursos Humanos
Gerência da obra
Gerência de Empreendimentos
Gerência de Equipamentos
lii
Atividades Áreas Envolvidas
8.0 OPERAÇÃO SEGURA
A operação segura será o resultado da aplicação, em
tempo hábil pelas áreas envolvidas das medidas
específicas citadas no itens 7A, 7B, 7C, e 7D,
determinados pela análise dos relatórios e/ou da
execução dos planos de manutenção preventiva,
preditiva e de lubrificação.
Todas as áreas
9.0 INSPEÇÃO PERIÓDICA
Emissão de relatórios de inspeção (6). A
periodicidade será determinada de acordo com as
circunstâncias do local, condições de trabalho,
condições do equipamento e tipo de operação.
Manutenção da obra
Segurança do Trabalho da obra
Área de operação
Gerência da obra
OBSERVAÇÃO:
PLANOS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA,
PREDITIVA E DE LUBRIFICAÇÃO:
Estes planos serão elaborados a partir do arquivo
técnico, formado pelo manual do fabricante, pelas
Normas Técnicas existentes, pelas ordens de serviço
de manutenção e pelos relatórios de recebimento e
de inspeção periódica e outros controles, de acordo
com o local e as condições de trabalho e com as
operações a serem desenvolvidas, em um processo
dinâmico, de atualização permanente.
Gerência de Equipamentos
Fonte: N-1965 – Movimentação de Cargas com Guindastes – PETROBRÁS.
A seguir, é apresentado fluxograma que relaciona as áreas envolvidas na operação
segura/manutenção:
liii
Figura 5.1 Fluxograma dos Processos Envolvidos na Manutenção/Operação
SeguraFonte: N-1965 – Movimentação de Cargas com Guindastes – PETROBRÁS.
liv
5.1 Pedido do equipamento:
Caracteriza-se a partir da solicitação da máquina pelo Empreendimento/Obra.
5.2. Seleção do equipamento:
Por ocasião da elaboração da proposta técnica, considerando-se as características do
empreendimento, aspectos específicos dos trabalhos e aspectos operacionais, serão
definidos os equipamentos.
Quando da análise relativa ao atendimento do programa da Obra, deverá ser feito o
estudo de disponibilidade x locação de terceiros x compra/investimento.
5.3. Caracterização da operação:
Após a solicitação e seleção do equipamento, deverão ser analisados os aspectos
relativos aos planos de manutenção e lubrificação, bem como a definição do operador.
Os planos devem ser os específicos do equipamento e a sua aplicação adequada ao local
e condições de trabalho. O operador deverá estar qualificado e orientado com relação às
características do equipamento e situações do trabalho.
Cuidados especiais deverão ser tomados com relação ao equipamento e seus acessórios,
quando não em uso. Por exemplo:
5.3.1. Guindastes armazenados por períodos extensos:
O local deverá permitir dar-se partida, deslocar o guindaste; girar e elevar sua lança. O
Manual do fabricante deverá ser consultado sobre os cuidados referentes à lubrificação.
5.3.2. Acessórios não montados:
A. Os moitões, pinos, manilhas, estropos, etc. deverão estar devidamente
identificados e armazenados em locais limpos e secos.
B. Secções de lanças e pendentes deverão ser armazenados juntos, em locais
onde não haja tráfego de veículos e máquinas, para evitar-se choques mecânicos,
bem como deverão ser utilizados dormentes para isolá-los do solo.
lv
5.4. Transporte e entrega do equipamento:
O primeiro passo para o transporte do Guindaste, consiste em verificar se o mesmo
deslocar-se-á até o local de operação por seus próprios meios e/ou através de carretas.
As variáveis para seleção da carreta são dimensões e pesos do Guindaste e seus
acessórios, bem como as condições de percurso.
5.4.1. Dimensões do Guindaste e seus Acessórios:
Como exemplo, ser a seguir, os dados relativos ao guindaste sobre caminhão, de lança
rígida treliçada, American 5530.
Figura 5.2 Dimensões do Guindaste American 5530.
Fonte: American Crane and Equipment Corporation.
lvi
5.4.2. Pesos para Transporte:
Como exemplo, será apresentado dados relativos ao Guindaste sobre caminhão, de lança
rígida treliçada, American 5530.
Figura 5.3 Pesos para Transporte do Guindaste American 5530.
Fonte: American Crane and Equipment Corporation.
lvii
5.4.3. Condições de Percurso:
Atenção especial deverá ser dada quanto ao percurso, no transporte do Guindaste,
relativamente às restrições impostas por condições tais como: pontes, viadutos, túneis,
redes de eletrificação aérea, etc.
Tais restrições poderão alterar as características da Carreta, com relação ao número de
eixos, altura e largura da prancha.
5.4.4. Planilha de Transporte:
Como serão apresentados dados relativos ao Guindaste sobre caminhão, de lança rígida
treliçada, American 5530.
lviii
Figura 5.4 Planilha de Transporte do Guindaste American 5530.
Fonte: American Crane and Equipment Corporation.
lix
Figura 5.4 Pesos para Transporte do Guindaste American 5530. (Continuação)
Fonte: American Crane and Equipment Corporation.
lx
5.4.5. Encarretamento e Amarração do Guindaste:
O encarretamento do Guindaste poderá ser executado de uma das três formas a seguir:
5.4.5.1. Encarretamento através de "Rampa com Plataforma"
É a maneira mais fácil, mais rápida e mais segura, porém há necessidade de dispor-se
de uma rampa com plataforma, preferencialmente de concreto.
Em caso positivo, basta que um motorista habilitado suba a rampa com o Guindaste e o
coloque sobre a carreta. Havendo terreno adequado e máquinas de terraplenagem pode-
se preparar rampa com plataforma para a mesma finalidade. Há também, carretas que já
possuem rampa metálica basculante.
5.4.5.2. Encarretamento através de "Gaiolas de Dormentes"
Este sistema consiste em elevar o Guindaste do solo através de suas próprias “patolas”
sobre uma fogueira de dormentes de madeira, a uma altura superior a da prancha da
carreta. O veículo transportador (cavalo mecânico/carreta) coloca a prancha da carreta
sob as rodas do Guindaste.
Este abaixa suas “patotas” e posiciona-se sobre a carreta.
OBS.: Esta operação aplica-se somente aos Guindastes que possuam “patolas”.
5.4.5.3. Encarretamento através de outro Guindaste
Esta operação consiste em elevar-se o Guindaste que será encarretado através de outro e
posicioná-lo sobre a carreta; deverão ser tomados cuidados especiais para esta operação,
principalmente no que se refere à resistência estrutural do guindaste e aos pontos de
amarração.
5.4.5.4. Amarração do Guindaste
Após o encarretamento do Guindaste, deverá ser executada a operação de amarração,
que consiste em:
A. Imobilização dos pneus, colocação de calços de madeira e amarração dos
eixos na prancha da carreta.
lxi
B. Imobilização do Guindaste consiste em amarrá-lo com cabos de aço na
prancha da carreta.
5.4.5.5. Carregamento da Lança (Guindastes com Lança Treliçada)
Geralmente são utilizadas outras carretas para transporte das secções da lança. O
Guindaste quando se desloca por seus próprios meios, geralmente, sua lança é composta
por pé e ponta. Quando é encarretado normalmente, o pé fica montado. Nestas
condições os demais componentes da lança são transportados por carretas.
A carga desses componentes normalmente é feita por um guincho ou Guindaste de
pequeno porte.
Deverão ser tomados cuidados na hora da elevação e posicionamento, pois pequenos
choques poderão danificar as frágeis treliças tubulares ou cantoneiras, geralmente,
confeccionadas em aços especiais, que requerem técnicas apuradas e eletrodos especiais
na sua substituição. A amarração das secções das lanças nas carretas será feita através
de cabos de aço que não poderão tocá-las.
5.4.6 Desencarretamento do Guindaste:
Deverá ser seguido procedimento analogamente inverso ao de encarretamento.
5.5. Inspeção e Recebimento:
Quando da chegada do equipamento à obra serão verificados os seguintes itens:
5.5.1. Documentos do Guindaste:
A. Ficha de Identificação de Equipamentos de Movimentação de Cargas,
contendo código para identificação, características técnicas, relação de
acessórios, identificação do horímetro, origem do equipamento, data de
liberação e histórico de manutenção;
B. Catálogos de operação e manutenção;
C. Plano de Lubrificação da máquina;
D. Plano de manutenção preventiva e preditiva da máquina;
5.5.2. Ficha de Inspeção:
lxii
A ficha deverá conter informações sobre as inspeções a serem realizadas, abrangendo os
seguintes itens:
A.Cabine do equipamento de movimentação quanto a: funcionamento, trincas,
empenos, amassamentos;
B. Conjunto moto-propulsor (motor, conversor de torque e transmissão) quanto
a: funcionamento, vazamentos, trincas, amassamentos e regulagens;
C. Sistema de locomoção sobre esteiras quanto a: funcionamento, desgaste,
empeno e regulagens;
D.Mesa de giro, quanto a: funcionamento, desgaste, trincas e regulagens;
E. Lança, mastro e jib quanto a: desgaste, empeno e amassamentos;
F. Cabos de aço quanto a: desgaste, amassamentos, fios rompidos, redução de
diâmetro do cabo, corrosão, gaiola de passarinho, soltura de pernas e
dobramento;
G.Sistema elétrico quanto a: funcionamento de buzina, lanternas, faróis, etc.
H. Sistema pneumático quanto a: funcionamento, vazamentos internos e
externos e amassamentos;
I. Sistema hidráulico quanto a: funcionamento, vazamentos internos e externos,
desgastes e regulagens;
J. Transmissão do caminhão quanto a: funcionamento, vazamentos, desgastes,
trincas e empenos;
L. Direção hidráulica quanto a: funcionamento e vazamentos.
M. Extintor de incêndio: pressão e data de validade do carregamento.
5.5.3. Testes Operacionais dos Guindastes:
Devem ser executados conforme orientação no manual do fabricante e conter no
mínimo os seguintes itens:
A. Todos os freios;
B. Todas as embreagens;
C. Todos os controles;
D. Mecanismos de abaixamento e levantamento de carga;
E. Mecanismos de abaixamento e levantamento de lança;
lxiii
F. Mecanismo de giro;
G. Mecanismo de deslocamento;
H. Dispositivos de segurança;
OBS: Como exemplo, a figura 4.5 apresenta uma sugestão de Relatório de
Inspeção, que deverá ser assinado pelos responsáveis das áreas envolvidas.
Figura 5.5 Relatório de Inspeção
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxiv
5.6 Relatórios:
5.6.1. Área de Manutenção/Operação:
5.6.1.1. Relatório de Inspeção e Teste de Liberação.
Os relatórios de inspeção e teste devem ter o seguinte conteúdo mínimo:
A. Itens inspecionados (tipo, extensão e resultado da inspeção);
B. Testes Operacionais executados
5.6.1.2. Certificado de Teste de Capacidade da Máquina.
Este certificado deverá conter no mínimo as seguintes informações:
A. Configuração geométrica da lança (comprimento da lança, mastro, “patola”,
quando aplicável);
B. Raio de carga;
C. Cargas utilizadas;
D. Resultados obtidos;
OBS.: Checar de preferência, dois pontos da tabela de carga, um na região limitada pela
estabilidade e outro limitada pela resistência do material.
Como sugestão, é apresentado na Figura 4.6, Check-list de inspeção de guindastes, o
qual deverá gerar o relatório final da área em questão:
lxv
Figura 5.6 Relatório de Inspeção Detalhado.
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxvi
Figura 5.6 Relatório de Inspeção Detalhado (Continuação)
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxvii
Figura 5.6 Relatório de Inspeção Detalhado (Continuação)
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxviii
Figura 5.6 Relatório de Inspeção Detalhado (Continuação)
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxix
Figura 5.6 Relatório de Inspeção Detalhado (Continuação)
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxx
Figura 5.6 Relatório de Inspeção Detalhado (Continuação)
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxxi
Figura 5.6 Relatório de Inspeção Detalhado (Continuação)
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxxii
5.6.2. Área de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho:
A inspeção de segurança para guindastes, feitas, em geral pelos técnicos de segurança,
deve levar em consideração os aspectos relacionados com o equipamento, com o
operador, com o local de trabalho e evidentemente, a interação dos três fatores.
A Figura 4.7 apresenta uma sugestão de Chek-list dos itens de inspeção rotineira de
segurança feitas no campo, sobre o equipamento em pauta. Tal Chek-list, deverá gerar o
Relatório Final da área em questão.
Figura 5.7 Check-list para Inspeção de Segurança
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxxiii
5.6.3. Área Empreendimento/Obra:
No Relatório de Avaliação de produtividade, deverá ser dada ênfase aos aspectos com
relação à adequação do equipamento, à operação, à manutenção e à segurança do
mesmo.
-com relação à adequação do equipamento, deverá ser analisada a produção real x
prevista.
-com relação à operação, deverão ser analisados os períodos de parada por falta de
operador, incidências de quebra por falha operacional, operações de carga em desacordo
aos planos estabelecidos e atendimento aos serviços programados.
-com relação à manutenção, deverá ser avaliado se estão sendo executados os planos de
lubrificação e manutenção previstos, otimização dos tempos de parada do equipamento
para execução de serviços de manutenção corretiva e demais aspectos julgados
pertinentes.
-com relação à segurança, deverão ser analisadas as causas de eventuais acidentes
ocorridos, assim como, deverão ser avaliadas todas as providências que vêem sendo
tomadas na área, visando a condição de operação segura, bem como, da influência
dessas providências no sentido de minimizar os tempos de parada no equipamento e sua
interferência nos aspectos da produção.
Como exemplo, é apresentado na Figura 6.8, modelo de Check-list de avaliação de
produtividade, que gerará o Relatório Final da área em questão.
lxxiv
Figura 5.8 Relatório de Avaliação de Produtividade.
Fonte: Associação Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI.
lxxv
5.7. Análise dos Relatórios:
Após análise dos relatórios pelas áreas envolvidas, coordenadas pela Gerência da Obra,
deverão ser corrigidas todas as falhas observadas (manutenção corretiva, condições de
trabalho, operação e eventual inadequação do equipamento).
5.8. Operaçao Segura:
A operação segura resultará da aplicação pelas áreas envolvidas, do esquema proposto
nos itens anteriores.
Além das recomendações citadas, deverão ser elaborados Planos de Movimentação de
Carga (Estudo de Rigging) para as operações de maior responsabilidade. Tais planos
deverão conter, no mínimo, as seguintes informações:
5.8.1. Plano de Movimentação de Cargas (Estudo de Rigging):
A. Coordenadas e elevação da base do equipamento, construções e eventuais
obstáculos (atenção especial a redes elétricas e instalações subterrâneas) ;
B. Dimensões e elevações das extremidades do equipamento de movimentação
de carga (contra-peso, caminhão, lança, mastro e “patolas”/esteiras) ;
C. Detalhe de fixação e/ou estaiamento do equipamento de movimentação de
carga;
D. Lista indicando quantidades, especificações e capacidades de todos os
materiais e acessórios de movimentação a serem utilizados na operação;
E. Indicação dos pontos de amarração da carga;
F. Indicação do tipo de preparação do terreno na área de operação, indicando
inclusive a necessidade ou não do uso de pranchões ;
G. Seqüência de liberação do(s) equipamento(s) de movimentação de carga em
função da seqüência de montagem;
H. Posições iniciais e finais em coordenadas, dos centros de giro dos
equipamentos de movimentação de carga, envolvidos nas fases de
movimentação;
lxxvi
I. Indicação em metros, dos raios de carga dos equipamentos de movimentação
de cargas envolvidos;
J. Indicação do acesso e deslocamentos dos equipamentos de movimentação de
carga na área de operação;
L. Indicar a folga mínima do moitão com as polias da ponta da lança;
M. Vista(s) indicando a(s) seguinte(s) folga(s) mínima(s) : lança x carga;
lança(s) x obstáculo(s) ; cabo de carga x obstáculos; acessórios de
movimentação x lança e acessórios de movimentação x obstáculos;
N. Dimensões de posições da carga em cada fase de operação;
O. Peso da carga;
P. Peso de movimentação;
Q. Tabela indicando para cada fase de movimentação e para cada equipamento
de movimentação de carga envolvido, os seguintes dados:
-marca, modelo e capacidade nominal do equipamento;
-tipo e composição da lança;
-tipo e composição do mastro;
-tipo e composição do jib;
-raios de trabalho e correspondentes capacidades;
-tipo de contra peso;
-tabela-de carga utilizada;
-fatores de segurança utilizados nos cálculos de dimensionamento dos acessórios
de movimentação.
5.8.2. Memória de Cálculo do Peso de Levantamento:
Deverá ser executada memória de cálculo do peso de levantamento e do centro de
gravidade da carga, contendo os critérios adotados para cada plano específico.
5.8.3. Memória de Cálculo da Verificação da Resistência Estrutural da Carga:
Deverá ser executada memória de cálculo da verificação da resistência estrutural da
carga a ser movimentada em relação aos pontos de amarração, considerando todas as
fases da operação e contendo os critérios adotados.
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5.8.4. Memória de Cálculo de Acessórios de Levantamento:
Deverá ser elaborada memória de cálculo de acessórios de levantamento.
5.8.5. Memória de Cálculo de Movimentação de Carga sobre o Terreno:
Deverá ser elaborada memória de cálculo das pressões atuantes pelo equipamento de
movimentação de carga sobre o terreno.
5.8.6. Relatório de Prova de Carga:
Deverá ser elaborado relatório de prova de carga direta sobre o terreno de fundação nas
áreas de operação de movimentação de carga.
5.8.7. Fases de movimentação de Carga:
Deverá ser elaborado memorial descritivo abordando todas as fases de movimentação
de carga.
5.8.8. Segurança Operacional :
A. A área deve ser isolada às pessoas estranhas aos serviços de movimentação;
B. Os cabos de aço utilizados nos serviços de movimentação devem ser
inspecionados e substituídos quando constatadas irregularidades descritas no
ANEXO IV.
C. Os estropos deverão suportar a carga máxima estabelecida na tabela do
fabricante;
D. As manilhas devem ser inspecionadas quanto ao desgaste e devem ser
substituídas quando o desgaste for superior a 10% no diâmetro do pino ou da
região da curvatura. Deverão suportar a carga máxima estabelecida na tabela do
fabricante;
E. As soldas de fixação dos olhais à carga devem ser inspecionadas por ensaios
não destrutivos, conforme abaixo:
- 100% do exame visual de acordo com a Norma Petrobrás N-1597 -.
- 100% de exame por líquido penetrante de acordo com a Norma Petrobrás N-
1596
lxxviii
5.9 Inspeções Periódicas:
Periodicamente deverão ser emitidos relatórios com base no Item 4.8 e analisados no
sentido de que o esquema de operação segura seja continuamente monitorado. A
periodicidade será determinada de acordo as circunstâncias do local, condições de
trabalho, condições do equipamento e tipo de operação.
lxxix
6 – RESULTADOS
MANUAL DE OPERAÇÃO
6.1 Características do Local de Trabalho
Em virtude da diversificação dos trabalhos, tais como montagens industriais, trabalhos
offshore, construção civil, etc., é necessário que se considere, para fins de avaliação de
risco, as particularidades de cada empreendimento.
6.2 Inspeção Prévia
Antes de iniciar qualquer serviço, o operador deve executar uma inspeção prévia na área
de trabalho e pesquisar as características do local. Esta lista de verificação deverá
incluir:
• Redes elétricas:
Verificação quanto à presença de cabos de redes elétricas ou cabos de
fixação que estejam dentro dos limites de segurança de altura ou alcance da
máquina.
• Condições do solo:
Verificar se o solo é firme o suficiente para suportar as cargas geradas pelas
sapatas estabilizadoras. Características como teor de umidade, composição e
firmeza, determinarão a estabilidade da superfície de trabalho.
• Redes subterrâneas:
Verificação quanto à existência de cabos ou tubulações subterrâneos que
possam comprometer a estabilidade do guindaste durante o içamento.
lxxx
• Obstáculos:
Verificação quanto à existência de passarelas, postes, árvores etc. que
possam interferir na operação.
• Rampas:
Verificar se a superfície é relativamente nivelada ou se há aterros, rampas,
taludes ou covas que possam causar problemas de estabilidade na máquina.
• Pessoas:
Verificar se outros trabalhadores ou o público em geral permanecerão na
área de trabalho, ou em suas proximidades.
6.3 Utilização da Tabela de Cargas
A capacidade de entender e usar corretamente a tabela de cargas é fundamental
para a operação segura de um guindaste. Quando os operadores não a utilizam,
confiam erradamente na sua própria experiência ou em sinais que o guindaste
pode apresentar quando submetido a cargas acima de sua capacidade de
içamento.
O problema consiste no fato de que quando o guindaste apresenta estes sinais,
ele já se encontra trabalhando acima de sua capacidade, e muitas vezes o
operador não terá tempo hábil de reverter a situação, resultando
conseqüentemente num acidente.
Dependendo do raio de trabalho da operação, a sobrecarga pode ter como
conseqüência o colapso da estrutura. Ocasionando, por exemplo, empenamentos
de lança, quebras de mesas de giro, quebras de moitões etc, sem haja qualquer
sinal de levantamento das sapatas estabilizadoras.
lxxxi
6.3.1 Passos para Utilização Correta da Tabela de Cargas:
1. Obter o peso da peça a ser içada e somar a este o peso do moitão utilizado, cabos
de aço, cintas, vigas, espaçadores etc.
2. Medir o raio de trabalho.
3. Verificar o comprimento de lança que será necessário utilizar.
4. Verificar os quadrantes que serão utilizados no içamento (quadrante de
levantamento, quadrantes que a carga passará durante o giro e finalmente o
quadrante de descida da carga).
5. De posse desses dados, verificar se o peso total a ser içado nas condições
estabelecidas, é inferior ao peso descrito na tabela. Se o peso for superior, NÃO
PROSSIGUIR, O GUINDASTE NÃO SUPORTARÁ A CARGA !
6.3.2 Observações Sobre a Tabela de Cargas:
1. As capacidades da tabela de cargas são válidas para situações onde o guindaste
encontra-se estabilizado sobre solo firme e com as sapatas estabilizadoras
completamente estendidas. Jamais trabalhar fora destas condições
2. Pesos de moitões, cabos de içamento, manilhas, vigas etc., devem ser reduzidos
das capacidades que estão impressas na tabela, ou seja, devem ser somados ao
peso da carga.
3. Para se determinar o comprimento de lança que será utilizado, deve-se verificar
o diagrama de alcance que acompanha a tabela de carga fornecida pelo
fabricante do equipamento.
lxxxii
4. Se o raio medido cair entre dois valores da tabela, utilizar a capacidade
correspondente ao raio imediatamente superior.
5. Se o comprimento de lança cair entre dois valores da tabela, utilizar a
capacidade correspondente ao comprimento de lança imediatamente superior
6. Sempre utilizar o menor raio possível, assim como o menor comprimento de
lança possível.
7. Girar o guindaste rapidamente faz com que a carga saia do raio pré-estabelecido.
O aumento do raio poderá tombar a máquina
8. Ao operar próximo do limite da tabela de carga, a lança sofre uma ligeira
deflexão, aumentando o raio.
6.4 Condições de Apoio do Terreno
Caso o terreno não possua boa capacidade de suporte, faz-se obrigatório o uso de
pranchas sob as sapatas.
6.5 Trabalhos Próximos a Redes Elétricas
Segundo a O.E.T.I.O. (Operating Engineers Training of Ontario), redes elétricas
energizadas são a PRINCIPAL CAUSA DE ACIDENTES FATAIS COM
GUINDASTES. Deve-se pois, seguir as seguintes recomendações:
• Considerar todas as linhas e equipamentos elétricos como “energizados”, até que
se tenha informações confiáveis em contrário.
lxxxiii
• Para cada linha de rede elétrica existe uma área considerada como limite
absoluto de aproximação. É ESTRITAMENTE PROIBIDO aproximar a carga,
cabo ou lança do guindaste dentro desta área.
Tabela 6.1 Distâncias de Segurança para Redes Energizadas
Voltagem Distância de Segurança
Até 125.000 V 5,00 m
De 125.000 a 250.000 V 6.00 m
Acima de 250.000 7,5 m
Fonte: Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF
Além de respeitar as distâncias adequadas, é recomendável aterrar o guindaste.
6.5.1 Procedimento de Emergência em Caso de Contato com Redes Elétricas.
Na hipótese de contato acidental do guindaste com rede elétrica, é fundamental que
sejam seguidas as recomendações a seguir:
1. O operador deve manter-se sentado na cabine de operação. Não entrar em
pânico.
2. Dar instruções ao pessoal para manterem-se afastados da máquina, dos cabos,
da carga, como também do terreno em volta da máquina, pois O MESMO
DEVERÁ ESTAR ENERGIZADO.
3. Sem auxílio, e sem que ninguém se aproxime da máquina, tentar remover o
contato, movendo a lança na direção oposta ao do movimento com que se deu o
contato.
lxxxiv
4. Caso seja absolutamente necessário abandonar a cabine, pular livremente. Nunca
descer pela escada.
O operador nunca deve abandonar o guindaste a não ser que seja ABSOLUTAMENTE
NECESSÁRIO, pelo seguinte fato:
O contato com a rede elétrica cria no solo zonas com diferentes potenciais elétricos. No
caso de abandono do guindaste, o operador deverá pular com os pés juntos, com
cuidado para não perder o equilíbrio. Andar calmamente, com passos curtos. Não dar
passos longos, pois isso possivelmente faria com que um pé ficasse numa área de maior
voltagem que o outro pé. A diferença de potencial entre os dois pés, poderá fazer com
que circule uma corrente (possivelmente mortal), pelo corpo.
6.6 Comunicação com o Operador
• A sinalização deve ser feita por uma única pessoa utilizando a sinalização
manual padrão.
• O sinaleiro deverá ter visão total do guindaste e da carga.
• Utilizar rádios comunicadores quando necessário.
lxxxv
7 – CONCLUSÃO.
Da mesma forma que os guindaste são poderosas ferramentas quando utilizadas dentro
dos padrões de segurança, quando operados de maneira inadequada ou relapsa, podem
tornar-se armas letais.Dessa forma conclui-se que:
Segurança na operação de guindastes, não pode ser tratada como sendo fator
circunstancial, analisado apenas no momento de se executar um determinado
içamento, mas sim, o resultado de um processo no qual, segurança, manutenção,
adequação técnica do equipamento e da mão de obra envolvida estejam
intimamente ligados.
É oportuno salientar que não se pretendeu esgotar os assuntos tratados neste
trabalho, mas sim, torná-lo um guia genérico que, devidamente direcionado e
adaptado às características de cada obra, permitirá empresas e profissionais a
trabalharem dentro dos melhores padrões de segurança e desempenho.
lxxxvi
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN CRANE AND EQUIPMENT CORPORATION - Manual Técnico de Operação e Manutenção de Guindastes. ANDRADE, Antônio Sérgio – Palestra Legislação Atual e Proposições Referentes a Guindastes e Gruas – I SEMINÁRIO DE SEGURANÇA COM GUINDASTES DO MERCOSUL – São Paulo 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL (ABEMI) - Manual de Segurança Para Manutenção e Operação De Guindastes –São Paulo, 1989.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA PARA EQUIPAMENTOS E MANUTENÇÃO - SOBRATEMA - Manual Técnico Guindastes Móveis para Supervisores.
BRASIL, Norma Regulamentadora NR-11: Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.
BRASIL, Norma Regulamentadora NR-12: Máquinas e Equipamentos.
BRASIL, Norma Regulamentadora NR-18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
CAMPBEL, B.A. Sc, P. Eng - Guindastes Móveis Hoje. D.H.
CIMAF CABOS S/A. Boletim Técnico Critérios de Inspeção e Descarte de Cabos de Aço.
COMPANHIA HIDRELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO CHESF - Manual de Treinamento. – Os Perigos da Eletricidade.
EQUIPAMENTOS CLARK S/A - Manual Técnico de Operação e Manutenção de Guindastes
GROVE MANUFACTORING COMPANY. - Manual Técnico de Operação e Manutenção de Guindastes
MADAL PALFINGER S/A. - Manual Técnico de Operação e Manutenção de Guindastes
PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRÁS Norma N-1596
PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRÁS Norma N-1597
lxxxvii
PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRÁS Norma N-1965
RANDON S/A VEÍCULOS E IMPLEMENTOS.- Manual Técnico de Operação e Manutenção de Guindastes
CRANE ACCIDENTS. Disponível em <www.craneaccidents.com>. Acesso em 05.set.2006.
OETIO OPERATING ENGINEERS TRAINING INSTITUTE OF ONTARIO. Disponível em <www.oetio.com). Acesso em 05.set.2006.
A.S.M.E AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS . Disponível em <www.asme.org>. Acesso em 05.set.2006.
XCMG – XUZHOU CONSTRUCTION MACHINERY GROUP - Manual Técnico de Operação e Manutenção de Guindastes