60
Duas das principais tendências para o setor automotivo têm potencial transformador inédito não apenas no mundo corporativo, mas também nos usos e costumes da sociedade. Black Friday é ação viável também nas lojas de autopeças Reparadores elegem melhores fornecedores Fórum da qualidade IQA debate perspectivas do setor automotivo Conheça os finalistas da primeira fase do Prêmio Inova 2016 pág. 40 pág. 12 pág. 36 pág. 28 pág. 14 jornal novo varejo, líder em comunicação para o varejo de autopeças ano 23 abril 2016 # 263 ano 23 outubro 2016 pág. 08 Andrea Securato, da Academia de Varejo, fala sobre oportunidades no setor Divulgação Carro conectado e compartilhamento de veículos anunciam próxima revolução no mercado Shutterstock Megapromoção ocorre em 25 de novembro

Carro conectado e compartilhamento de veículos anunciam próxima

Embed Size (px)

Citation preview

Duas das principais tendências para o setor automotivo têm potencial transformador inédito não apenas no mundo corporativo, mas também nos usos e costumes da sociedade.

Black Friday é ação viável também nas lojas de autopeças

Reparadores elegem melhores fornecedores

Fórum da qualidade IQA debate perspectivas do setor automotivo

Conheça os finalistas da primeira fase do Prêmio Inova 2016

pág. 40

pág. 12

pág. 36pág. 28

pág. 14

jornal novo varejo, líder em comunicação para o varejo de autopeças

ano 23 abril 2016

#263ano 23 outubro 2016

pág. 08

Andrea Securato, da Academia de Varejo, fala sobre oportunidades no setor

Divu

lgaç

ão

Carro conectado e compartilhamento de veículos anunciam próxima revolução no mercado

Shut

ters

tock

Megapromoção ocorre em 25 de novembro

2

3

44

Ano 23- # 263 - Outubro de 2016

Distribuição nacional

Tiragem 25.000 exemplares

Novo Varejo é uma publicação mensal da

Editora Novo Meio Ltda, de circulação dirigida

aos varejistas de autopeças. Tem como objetivo

divulgar notícias, opiniões e informações que

contribuam para o desenvolvimento do setor.

www.novovarejo.com.br

www.facebook.com/novovarejo

REDAÇÃO ([email protected])

Editor-chefe: Claudio Milan

Repórter: Lucas Torres

ARTE

Izabela Roveri Cruz

PUBLICIDADE ([email protected])

Diretor: Paulo Roberto de Oliveira

MARKETING ([email protected])

IMPRESSÃO

Prol Gráfica

Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade

exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação

a preço e qualidade. As matérias assinadas são de

responsabilidade dos autores.

Jornalista Responsável:

Claudio Milan (MTb 22.834)

Auditado pelo

PublisherRicardo Carvalho Cruz

([email protected])Diretor Geral

Claudio Milan ([email protected])

Diretor Comercial e deRelações com o Mercado

Paulo Roberto de Oliveira ([email protected])

Diretor de CriaçãoGabriel Cruz

([email protected])

INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

www.novomeio.com.br

FALE COM A GENTE

NOSSO ENDEREÇORua São Tomé, 119

8º andar

Vila Olímpia

04551-080 - São Paulo

NOSSOS TELEFONESGrande São Paulo

11 3089 0155

Outras regiões 0800 55 6247

REDAÇÃODúvidas, críticas e sugestões a

respeito das informações editoriais

publicadas no jornal.

Envie releases com os lançamentos de

sua empresa e notícias que merecem

ser divulgadas ao [email protected]

NOTÍCIAS Cadastre-se para receber notícias

do setor no seu e-mail. Acesse: www.novovarejo.com.br

PUBLICIDADEAnuncie no Novo Varejo e tenha

sua mensagem divulgada na única

publicação do mercado dirigida a 30

mil lojas de autopeças de todo o [email protected]

MARKETINGVincule sua marca aos projetos e

eventos mais criativos e importantes

do mercado de autopeças e reposição.

Informe-se sobre reprints das reporta-

gens publicadas no jornal.

[email protected]

fone 11 3089 0159

RECURSOS HUMANOSVenha trabalhar com a gente e encon-

tre espaço para mostrar seu [email protected]

editorial Por Claudio Milan [email protected]

Da ficção para seu balcão

Imagine uma rodovia munida de sensores ao longo de toda a sua extensão para estabelecer uma comunicação em tempo real com os automóveis e se encarregar de manter distâncias seguras entre eles, conduzindo de forma au-tônoma um a um a seu destino. Sim, porque estes veículos, mo-vidos a eletricidade obtida a partir de energia solar, não precisam de motorista. Aos passageiros, cabe apenas apreciar a viagem e dedi-car atenção a atividades mais pro-dutivas que o ato de dirigir.É fácil visualizar tal situação com as tecnologias que conhecemos hoje. Mas este cenário foi dese-nhado pela Ford na década de 60 do século passado. Apenas mais um entre centenas de exercícios de futurologia propostos pelas montadoras num momento em que a conquista do espaço ditava tendências de forma e conteúdo para a evolução do automóvel.Foi necessário esperar meio sé-culo, mas as previsões de muitos engenheiros do passado pare-cem finalmente caminhar rumo à realização. Os dias mirabolantes que encantavam os espectado-res dos filmes de ficção científica começam a fazer parte de nossa rotina pessoal e profissional.Escrever sobre o novo é um esti-mulante desafio. Ao longo de 22 anos de história, o Novo Varejo sempre dedicou especial atenção às transformações impostas ao

Estamos diante de uma revoluçãoque envolve, ao mesmo tempo, tecnologia, usos e costumes

mercado de manutenção veicu-lar, muitas delas decorrentes da evolução tecnológica dos auto-móveis. A mais significativa das últimas décadas ocorreu há qua-se 30 anos, quando surgiu no Brasil o primeiro nacional equipa-do com injeção eletrônica. Como de costume, na época muitos acreditavam que aquela inova-ção ficaria restrita aos modelos de nicho. Houve até oficinas ofe-recendo serviços de conversão ao carburador!Mas eis que a injeção eletrônica extrapolou o ambiente da ali-mentação de combustível e se emaranhou para um complexo sistema de rede de informações e dados que hoje gerencia boa parte do funcionamento de um automóvel e está no centro da próxima evolução tecnológica que, agora, caminha a passos muito rápidos.E a abrangência é tão grande que parece inadequado cha-mar essa transformação de evolução. Na verdade, estamos diante de uma revolução que envolve, ao mesmo tempo, tec-nologia, usos e costumes. Com óbvios e inevitáveis impactos em todo o trade automotivo, das montadoras à aplicação das pe-ças de reposição.Nunca o debate sobre o carro conectado e o compartilhamen-to de veículos esteve tão pre-sente. A recente Automechanika de Frankfurt acendeu uma luz amarela no painel de muitos em-presários brasileiros que lá esti-veram e flagraram a velocidade

com que as mudanças vêm acontecendo. Pouco tempo depois, a DPK – uma das principais distribuidoras de autopeças do Brasil – reu-niu fornecedores e impren-sa especializada para colo-

car o tema em discussão. O debate foi enriquecido ainda

pelo Seminário da Reposição Automotiva, em 11 de outubro.Nada mais natural, portanto, que trazer este assunto de extrema relevância para a reportagem principal do Novo Varejo. Mais do que isso, aprofundar de fato o conteúdo mostrando não ape-nas tendências, mas uma infini-dade de exemplos concretos do universo dos carros conectados e dos automóveis compartilha-dos. Caminhando lado a lado, ambas as tendências têm um potencial transformador gigan-tesco para o setor automotivo. E, ao contrário do que faziam as montadoras há 50 ou 60 anos, desta vez não se trata de exercí-cio de futurologia ou ficção cien-tífica. A revolução está aí.Um terceiro componente do pa-cote de mudanças ficou fora da reportagem: a propulsão híbrida e a propulsão elétrica. Este tema vem sendo tratado com periodi-cidade pelo Novo Varejo. Mas a bola da vez é mesmo conectivi-dade e compartilhamento.E não faltou assunto, como você vai comprovar na nossa mais que especial e abrangente reporta-gem de capa. O impacto desta revolução merece e justifica o es-paço a ela dedicado.Mas quando, afinal, a revolução chegará às lojas de autopeças e oficinas mecânicas? Esta é, ain-da, uma pergunta sem resposta. Estamos aí navegando no ocea-no das macrotendências. Porém, o carro conectado e os veículos compartilhados já estão nas ruas. Não é difícil prever que o mundo vai mesmo mudar de novo. Uma coisa é certa: não será preciso, nem de longe, esperar as déca-das decorridas entre a criação e a perspectiva de concretização do cenário descrito na abertura deste texto. Um admirável mun-do novo está cada vez mais dian-te de seus olhos.

5

66

HÁ 100 EDIÇÕES Prosperidade, mas com ressalvasHá 100 edições o Novo Varejo destacava o bom momento vivido pelo mercado de reposição na

região sul do Brasil

Ao contrário do que você pode imaginar, a Black Friday é uma ação de marketing que também cabe no varejo de autopeças.

28

40Quarta edição do Fórum da Qualidade promovido pelo IQA debate perspectivas de crescimento apesar da crise.

12Conheça os finalistas da primeira fase do Prêmio Inova 2016, que entrevistou 500 varejistasem todo o Brasil.

outubro de 2016

14Carro conectado e compartilhamento de veículos representam macrotendências que terão forte impacto no aftermarket.

Presidente da Academia de Varejo, Andrea Securato fala das oportunidades no setor e a importância de qualificar a mão de obra.

08

sumário

Duas das principais tendências para o setor automotivo têm potencial transformador inédito não apenas no mundo corporativo, mas também nos usos e costumes da sociedade.

Black Friday é ação viável também nas lojas de autopeças

Reparadores elegem melhores fornecedores

Fórum da qualidade IQA debate perspectivas do setor automotivo

Conheça os finalistas da primeira fase do Prêmio Inova 2016

pág. 40

pág. 12

pág. 20pág. 28

pág. 14

jornal novo varejo, líder em comunicação para o varejo de autopeças

ano 23 abril 2016

#263ano 23 outubro 2016

pág. 08

Andrea Securato, da Academia de Varejo, fala sobre oportunidades no setor

Divu

lgaç

ãoCarro conectado e compartilhamento de veículos anunciam próxima revolução no mercado

Shut

ters

tock

Megapromoção ocorre em 25 de novembro

Quinto maior país do mundo em extensão terri-torial e uma das mais pro-missoras potências do pla-neta, o Brasil é uma nação de opostos e registra uma das mais flagrantes taxas de desigualdade social. As diferenças culturais, históri-cas, sociais e econômicas em suas cinco regiões são evidentes também no setor automotivo como um todo e

na reposição independente de autopeças, onde se pode encontrar desde mercados modernos e com forte con-corrência até pequenas ci-dades em que o comércio de veículos está começando a crescer somente agora e, com isso, proporcionando o surgimento de pequenos ne-gócios de aftermarket. Com base nessa premissa, o Novo Varejo apresentava

na reportagem principal pu-blicada na edição 163 um panorama do mercado de reposição na região sul do país. Caracterizada por sua colonização europeia, a re-gião apresentava, naquele momento histórico, elevadas taxas de desenvolvimen-to urbano e qualidade de vida, renda per capita alta e expectativa de vida de 74,2 anos.

Há 100 meses a economia aquecida favorecia os ne-gócios na região. Porém, os empresários do mercado de reposição enfrentavam difi-culdades com a Substituição Tributária. A então recém--implantada sistemática de recolhimento do ICMS gera-va muitas dúvidas e insegu-ranças.Entre os desafios a serem superados havia ainda ques-

tões como concorrência com produtos chineses, falta de mão de obra especializada, excesso de produtos à ven-da, perda do mercado para os serviços oferecidos pelas montadoras e a disputa de clientes entre varejistas e dis-tribuidores. Com o aumento do volume e de marcas na concorrência, os comercian-tes viam a necessidade de aceitar margens menores.

7

88

outubro de 2016entrevista Por Lucas Torres [email protected] Fotos: Divulgação

Tradicionalmente o setor com maior índice de geração de empregos no país, o vare-jo tem vivido ao longo dos anos em uma espécie de ‘ilha de iso-lamento’ que o aparta das prin-cipais ações governamentais e da política educacional brasi-leira. Esse cenário, que se de-senhou pelo constante direcio-namento das políticas públicas nacionais ao setor industrial e ao agronegócio, provocou um amadurecimento tardio do va-rejo – sobretudo no aspecto de profissionalização de ges-tão e recursos humanos. Sem esmorecer diante dessas pe-dras no caminho, os varejistas nacionais foram aos poucos se organizando em instituições in-dependentes a fim de trazer a modernidade ao setor que, no

O varejo brasileiroainda é um jovem adulto comparado aos modelos internacionais

Brasil, ainda convive com uma boa escala de carências. Uma dessas instituições é o Institu-to Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR) que tem como um de seus pilares o ideal de capaci-tação e consolidação de uma mentalidade desenvolvimentis-ta. A principal ação desse pi-lar, a Academia do Varejo – ins-tituição de ensino que oferece cursos de graduação e pós--graduação exclusivas para o segmento – surgiu com o intui-to de mostrar aos colaborado-res varejistas que existe de fato uma oportunidade de cresci-mento profissional no setor, bem como tirar definitivamente o varejo brasileiro do que cha-mou de ‘era familiar’. Apoia-dor de ações que, como essa, transcendem a constante fal-ta de apoio do estado ao va-rejo nacional, o Novo Varejo foi

conhecer um pouco mais so-bre a instituição de ensino

varejista em uma conver-sa com a presidente da Academia de Varejo e di-retora Vogal do IBEVAR, Andrea Securato.

Novo Varejo – Como surgiu a ideia de dedicar

uma unidade acadêmica exclusivamente ao varejo?

Andrea Securato – Somos uma instituição de ensino dire-cionada pela excelência e as-pectos práticos da educação. A Academia de Varejo surgiu com o intuito de mostrar ao se-tor varejista a importância da capacitação. Os colaboradores que trabalham na área de vare-jo não olhavam o setor como uma oportunidade de cresci-mento profissional e carreira. Queremos mostrar o contrá-rio, que há uma oportunidade imensa para as pessoas que atuam neste setor. Hoje, pode-mos dizer tanto ao vendedor de loja que ele pode trilhar uma carreira profissional quanto ao profissional que já atua há mui-tos anos na área que ele pode se desenvolver na empresa em que trabalha. Sempre busca-mos oferecer o conhecimen-to aliado à pratica profissional, uma vez que os nossos profes-sores são atuantes no merca-do. Queremos aplicar conheci-mentos que vão além dos livros e exigimos, de nossos alunos, maior participação em sala de aula para que eles possam tro-car experiências de varejo.

NV – Historicamente, o va-rejo é o setor que mais em-prega no país. Entretanto, há dificuldades para profis-

sionalizar os gestores e co-laboradores do setor, uma vez que a política gover-namental foi, ao longo dos anos, prioritariamente volta-da à indústria. Esta tendên-cia está mudando?AS – Com certeza! Os gesto-res que atuam no varejo en-tenderam que apenas a ex-periência não contribui para o crescimento de um profissio-nal. É necessário capacitá-lo para um melhor desempenho dentro da empresa. Sabemos que o conhecimento aliado à pratica permite que o colabo-rador cresça e, consequen-temente, a empresa possa alcançar um patamar de exce-lência, resultando em um me-lhor ambiente de trabalho. Te-mos trabalhado com diversos treinamentos nas empresas varejistas e em diversas áreas. As empresas entenderam que investir na capacitação profis-

sional de seus colaboradores é algo valioso, pois profissionais capacitados geram melhores resultados que, por sua vez, geram crescimento.

NV – Muito se fala sobre o caráter selecionador da cri-se, ou seja, sobre a possibi-lidade de a crise brasileira acabar eliminando do mer-cado os menos preparados. Isso ocorre na prática?AS – É fato que profissionais mais capacitados terão desta-que dentro das empresas, pois é provável que aqueles que não buscarem conhecimento du-rante este período ficarão para trás. Nosso quadro de alunos conta com pessoas dos mais diferentes perfis em busca de uma recolocação no mercado e querem atualizar seus conhe-cimentos. Há também aqueles profissionais que estão à pro-cura de novos desafios dentro

Andrea Securato, presidente da Academia de Varejo, entende que há uma oportunidade imensa para os profissionais que atuam no setor

Profissionalizando recursos humanos do varejo brasileiro

Andrea destacaimportância da

capacitação.

9

1010

outubro de 2016entrevista

da empresa em que já traba-lham e, para isso, buscam se capacitar para apresentar resul-tados mais assertivos aos seus gestores e, com isso, conquis-tarem uma promoção.

NV – Qual é o perfil dos alu-nos da Academia de Vare-jo? O profissional recém--saído da universidade ou há, também, aquele vare-jista mais antigo que deseja se capacitar para profissio-nalizar a administração do seu negócio?AS – Temos os dois perfis. Temos alunos recém-forma-dos que estão buscando me-lhores resultados dentro da empresa e, por este motivo, querem entender melhor o setor varejista, e também os profissionais mais “antigos”, que possuem ampla expe-riência prática, porém, ne-cessitam entender os novos conceitos de mercado e con-sumo. Tanto o perfil mais jo-

uma crise financeira pela inse-gurança do brasileiro em inves-tir e comprar bens. Somente com a retomada da confiança, que depende da efetividade da adoção das medidas econô-micas propostas, é que o vare-jo voltará ao seu ritmo normal.

NV – É possível mensurar o envolvimento de varejistas de autopeças nos cursos da Academia de Varejo?AS – A reposição automoti-va, assim como muitos seto-res do varejo brasileiro, é ca-racterizada por empresas de gestão familiar, com base em princípios de replicação das estratégias implementadas pelos gestores anteriores. Os canais deste mercado tam-bém têm sofrido alterações com o aprendizado de que os conceitos de gestão são capazes de otimizar os pro-cessos de venda e estoques, garantindo, assim, maior re-sultado de curto e longo pra-zos. Algumas empresas de reposição automotiva têm modificado o mercado, com modelos de negócios diferen-ciados, baseados em e-com-merce, gestão compartilhada de estoques e entendimento dos comportamentos de con-sumo. É uma mudança do pa-radigma de reposição para o de solução para o cliente. Os cursos da Academia de Vare-jo são voltados para a forma-ção do profissional de varejo de qualquer setor. Em nossa faculdade, por exemplo, ve-mos líderes de negócios do setor automotivo e de con-cessionárias que necessitam desse aprendizado básico de gestão de operações de ma-neira prática e aplicada. No nosso “MBA Varejo, Distribui-ção e Mercado de Consumo”, temos como alunos donos e gerentes de lojas que desejam aprimorar a sua gestão e to-mada de decisão.

NV – Como você avalia a posição do varejo nacional em um contexto macro? Como ele está colocado na comparação com o va-rejo das principais econo-mias do mundo?AS – O varejo brasileiro ain-da é um jovem adulto compa-rado aos modelos internacio-nais. O modelo de varejo no Brasil surge, tal qual mode-lo de negócio, em 1994, após a introdução do Plano Real. O que se tinha antes era um modelo de negócios diferen-ciado, pautado em ganhos fi-nanceiros oriundos da infla-ção. Só para ter uma ideia, em alguns segmentos de va-rejo, como o de supermer-cados, era comum que 80% de seus faturamentos se des-sem em um único dia. Com a implantação do Plano Real e a estabilização da moeda, as empresas tiveram que se reinventar, com adaptação dos conceitos internacionais e criação de novos modelos de gestão. Por isso, dizemos que o varejo brasileiro ainda é jovem, já que, nesse forma-to, ele tem apenas 22 anos. Muitas empresas ainda estão aprendendo a lidar com este novo cenário, com o choque das gerações e de gestão, e necessidade de profissionali-zação. Em contrapartida, du-rante todo este tempo, os modelos internacionais se desenvolveram, pos-suindo graus de ma-turidade totalmen-te diferentes, bem mais evoluídos.

NV – O vare-jo nacional já se adaptou de forma satisfa-tória às platafor-mas digitais e às novas exigências do consumidor do sécu-lo XXI?

AS – O varejo nacional vem se modernizado ao longo dos anos. Temos falado e ouvido muito a respeito de e-com-merce, novos perfis de consu-mo, experiências de compra. Todos esses conceitos mos-tram o quanto é importan-te buscarmos conhecimento para este setor, tendo em vis-ta que, hoje, os consumidores não buscam apenas comprar, mas interagir com a empre-sa que vende os produtos e serviços que eles adquiriram. Aqui, na Academia de Varejo, temos buscado oferecer aos nossos alunos esse conheci-mento do novo “varejo nacio-nal”. Um dos nossos cursos, por exemplo, a pós-gradu-ação em “Varejo Físico e Di-gital” possui temas ligados a esse assunto como Compor-tamento do Consumidor, Ma-rketing Digital, Omnichannel Trade Marketing, entre outros, que levam essa questão das plataformas digitais aliadas à loja física e também às no-vas tendências de consumo. Sabemos que há muito para evoluir no varejo nacional e que, a cada dia, teremos que buscar novos conhecimentos. E no que depender da Acade-mia de Varejo, iremos contri-buir com as melhores práticas profissionais aos nossos alu-nos atuantes da área varejista.

vem quanto o mais “antigo” trazem para a sala de aula as suas experiências e conheci-mentos e ajudam a criar um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e prático. NV – Qual é sua avaliação sobre os principais sinais de recuperação do consumo no país? É possível adotar uma postura mais otimista?AS – Os especialistas apon-tam para uma retomada do varejo entre o fim de 2017 e o início de 2018. O momento exato, entretanto, é desconhe-cido, pois depende de fatores econômicos e políticos, bem como do setor de representa-ção. Setores que dependem mais de crédito e possuem flu-xo mais longo, como material de construção e eletros, por exemplo, tendem a demorar mais para voltar à normalida-de. A crise existente no varejo é uma crise de confiança, que, por sua vez, desencadeia em

Varejo mudou após plano real,

diz Andrea

Somente com a retomada da confiança,

que depende da efetividade da adoção

das medidas econômicas propostas, é que o varejo voltará

ao seu ritmo normal

11

1212

pesquisa Por Redação Novo Meio [email protected] Fotos: Editora Novo Meio

Saíram os finalistas da fase

de produtos do Prêmio Inova 2016

Quinta edição do estudo aponta as marcas mais citadas por 500 varejistas em todo o Brasil

Já estão definidos os finalistas da primeira fase do Prêmio Inova 2016 – Indústrias do Novo Varejo. O estu-do está sendo realizado pela quinta vez este ano. Nesta etapa, 500 va-rejistas de componentes para veícu-los leves em todo o Brasil elegeram as melhores marcas por segmento de produtos, sendo os vencedo-res apurados a partir do ranking da soma total dos votos recebidos. Não se trata de um estudo de par-ticipação de mercado, mas sim de lembrança e preferência de marca.O Prêmio Inova foi criado com o objeti-vo de apurar junto aos lojistas as mar-cas e os fabricantes de autopeças que mais se destacam no mercado através

de seus produtos e serviços. O estudo é dividido em duas fases. Na primeira, os 500 varejistas – sorte-ados no mailing do jornal Novo Varejo, composto por cerca de 35 mil lojas – respondem, em contato telefônico, a um questionário padrão com 15 que-sitos para apontar, segundo seus pró-prios critérios de seleção, as melhores marcas em cada um dos quesitos re-lativos a produtos. O questionário apli-cado aos varejistas entrevistados na primeira fase da Pesquisa Inova 2016 é o seguinte:

“Em sua opinião, entre as indús-trias de autopeças:1. Qual é a melhor em amortecedor?

15. Qual é a melhor

em vela de ignição?

A classificação final da primeira fase obedece à soma simples dos votos obtidos por cada marca de autope-ça em cada um dos quesitos pes-quisados. Nesta edição, o Novo Varejo apresenta, em ordem alfabética, as três marcas mais votadas em cada um dos quesitos. Os resultados finais se-rão conhecidos no evento que irá re-velar e homenagear os vencedores do Prêmio Inova 2016.

EM ORDEM ALFABÉTICA, OS FINALISTAS DA PRIMEIRA FASE DO PRÊMIO INOVA 2016

COFAP

MONROE

NAKATA

AMORTECEDOR

COFAP

KS

MAHLE METAL LEVE

ANEIS E PISTÕES

BOSCH

DELPHI

MAGNETI MARELLI

BICOS INJETORES

AXIOS

JAHU

SAMPEL

BORRACHAS DE

SUSPENSÃO

BOSCH

MAGNETI MARELLI

NGK

CABO DE IGNIÇÃO

2. Qual é a melhor em anéis e pistões?3. Qual é a melhor em bicos injetores?4. Qual é a melhor em borrachas de suspensão? 5. Qual é a melhor em cabos de ignição?6. Qual é a melhor em correias?7. Qual é a melhor em disco de freio?8. Qual é a melhor em embreagem?9. Qual é a melhor em filtros?10. Qual é a melhor em juntas e retentores?11. Qual é a melhor em pastilha de freio?12. Qual é a melhor em pivô e terminal?13. Qual é a melhor em rolamento?14. Qual é a melhor em sondas e sensores?

13

outubro de 2016

CONTITECH

DAYCO

GATES

CORREIAS

FREMAX

HIPPER FREIOS

TRW VARGA

DISCO DE FREIO

LUK

SACHS

VALEO

EMBREAGEM

FRAM

MAHLE METAL LEVE

TECFIL

FILTROS

SABÓ

SPAAL

TARANTO

JUNTAS E RETENTORES

DRIVEWAY

NAKATA

TRW

PIVÔ E TERMINAL

FAG

INA

SKF

ROLAMENTOS

BOSCH

MTE THOMSON

NTK/NGK

SONDAS E SENSORES

BOSCH

NGK

VELA DE IGNIÇÃO

COBREQ

FRAS-LE

SYL

PASTILHA DE FREIO

1414

Por Claudio Milan [email protected] Fotos Divulgaçãotendências outubro de 2016

Mercado amplia debate sobre impactos do carro conectado e o compartilhamento de veículosMacrotendências do setor automotivo começam a deixar o campo das perspectivas para ganhar as ruas. A consolidação das expectativas tem potencial transformador inédito para a sociedade

Você com certeza já ouviu falar em “internet das coisas”. A expressão está relacionada a uma revolução tecnológica que irá inserir e conectar na rede mundial de computado-res itens que fazem parte de nosso dia a dia. Quando isso acontecer, eletrodomésticos, roupas, óculos e, claro, au-tomóveis estarão interligados pela internet. Cada vez mais serão rompidas as frontei-ras entre os mundos físico e digital. Você pode estar se perguntando agora se, então, seus sites preferidos passarão a ser acessados através, por exemplo, da sua... geladeira! Não, a proposta não é essa. Apenas para ficar no mesmo exemplo, um refrigerador onli-ne poderá monitorar e dar bai-

xa nos produtos consumidos e, em contato com o super-mercado, solicitar a reposição sem a interferência da pren-dada dona de casa.Mas vamos sair da cozinha e levar a conversa para o que interessa: sua loja de auto-peças. Pode não estar muito visível neste momento, mas a “internet das coisas” é ape-nas um braço de uma gigan-tesca revolução que envolve tecnologias, usos e costumes que pode, em um futuro cada vez mais próximo, transfor-mar completamente não ape-nas sua empresa, mas tam-bém sua vida. A essência das mudanças está exatamente na fusão dos mundos físico e digital. Esta fusão já está em curso e muito longe de

Pesquisa recente realiza-da pela KPMG International Global Automotive Executi-ve Survey com 800 executi-vos do setor automotivo de 38 países e já divulgada pelo Novo Varejo revelou que a tendência número um em toda a cadeia a ser segui-da até 2025 aponta para a

terminar. Na verdade, sequer sabemos exatamente aonde ela vai chegar. Exagero? Defi-nitivamente, não.Foi o que comprovaram os visitantes da edição 2016 da Automechanika, a maior feira de autopeças e serviços auto-motivos do mundo, realizada em setembro na Alemanha. O evento foi um desfile de tendências que chamaram a atenção dos brasileiros que lá estiveram. “A indústria automo-bilistica está vivendo certamen-te uma das maiores revoluções tecnológicas de sua história. Os impactos das alterações que vi-rão para a sociedade como um todo serão profundos, a ponto de mudar a relação do homem com o automóvel. Conectivida-de, novas fontes de energia e

Conectividade e digitalização lideram tendências do setor

propulsão e o compartilhamen-to do carro são os três eixos que vão transformar toda a ca-deia produtiva e o trade auto-motivo”, anuncia o presidente do Sincopeças-SP, Francisco de La Tôrre, ainda encantado com o que viu em Frankfurt.Quando se fala em macroten-dências, a primeira impres-são é que as transformações levarão muitos anos, talvez décadas, para bater à nos-sa porta. Mas no mundo di-gital essa máxima esta cada vez mais em desuso. A nova realidade já está aí para ser apreciada. Pesquisa do insti-tuto independente SNS esti-ma que já no final de 2016 os serviços relacionados ao car-ro conectado serão respon-sáveis por US$ 14 bilhões

em receitas anuais em todo o mundo, recursos obtidos a partir de uma série de aplica-ções, entre elas informação e entretenimento, gestão de frota, navegação, diagnóstico remoto, notificação automáti-ca de falhas, seguro veicular e gestão do tráfego.É verdade que, para o mer-cado de reposição, as mu-danças não virão do dia para a noite. Mas, como você verá a seguir nesta reportagem es-pecial do Novo Varejo, tam-bém é fato que a revolução já se iniciou, inclusive no Brasil. Começa a clarear no horizon-te a perspectiva de que o car-ro deixará de ser um produto para se transformar em um serviço. E, se isso acontecer, nada mais será como antes.

conectividade e as soluções digitais. Como consequên-cia dessas perspectivas, para 82% dos executivos do setor, uma grande ruptu-ra no modelo de negócio é extremamente provável num prazo de cinco anos. E as transformações, ainda na vi-são dos executivos, chega-

rão sim ao aftermarket. “Os modelos de negócio devem estar focados para aten-der às necessidades atu-ais dos clientes. Os players do segmento devem notar que tornar-se um presta-dor de serviço direcionado ao consumidor é de extre-ma importância”, afirmou o

diretor de relacionamento da KPMG no Brasil para a indústria automotiva, Ricar-do Bacellar. Consumidores conectados ao mundo digi-tal cada vez mais exigirão produtos e serviços com interface digital agregados a seus automóveis.A troca de informações em

tempo real entre os fabrican-tes e proprietários de veícu-los ganhará relevância. “Uma forma de as montadoras agregarem valor e oferecer experiências customizadas aos clientes é utilizar ao má-ximo a grande quantidade de dados que tanto o carro como o cliente produzem”,

15

16

tendências outubro de 2016

16

acrescentou o executivo. De acordo com o estudo, a combinação inteligente entre os dados gerados pelo carro e pelo consumidor irá cons-truir as bases de um futuro modelo de negócios no se-tor automotivo. Entre estes dados estão, por exemplo, os serviços de manutenção realizados, interação com outros veículos ou infraestru-tura viária, uso de aplicativos e gadgets e até estabeleci-mentos de lazer frequenta-dos pelos usuários.A crescente dependência das

parcerias com desenvolvedo-res de hardwares e softwa-res também mudou o eixo da inovação no setor automotivo. Mais de um terço (35%) dos entrevistados prevê que as empresas automotivas tradi-cionais comandarão as inova-ções, seguidas pelas empresas de tecnologia de informação e comunicação (30%). Entretan-to, ao analisar apenas as res-postas das montadoras, estas acreditam que as empresas de tecnologia de informação e co-municação (35%) devem lide-rar as inovações.

A última grande revolução tec-nológica do automóvel nasceu com a disseminação da eletrô-nica embarcada. Injeção eletrô-nica, freios ABS e controle de tração, entre tantas outras ino-vações relativamente recentes, hoje soam familiares ao mercado de reposição. Os sistemas con-versam entre si graças à chama-da rede CAN - Control Area Ne-twork. Os dados são acessados pelo OBD - On Board Diagnostic System, por meio de conec-tores. “O OBD é a conexão de diagnose, a partir dele você con-segue acessar todos os módu-los eletrônicos, genericamente chamamos de ECUs - Electronic Control Unit. Lá estão os siste-

Um exemplo prático do poten-cial das novas tecnologias de conectividade para a manuten-ção dos carros é o novo aplica-tivo Carrorama by Multilaser. O produto permite ao consumidor final ter acesso em tempo real ao aviso de uma série de fa-lhas e defeitos em seu veículo. “O aplicativo presta um serviço especialmente aos proprietários daqueles carros mais básicos, que não têm computador de bordo. Há diversas funções, mas o grande atrativo é o diag-nóstico de erros. Hoje, acende uma luz no painel e o motorista não sabe exatamente ao que ela se refere, não sabe se é neces-sário, por exemplo, encaminhar o carro ao mecânico com urgên-cia”, diz Eduardo Souza, um dos proprietários da Going2 Mobile, desenvolvedora do Carrorama by Multilaser. Com o aplicativo, a informação chega ao condutor por meio de alerta de texto sim-ples e um código universal.

Carro conectado vai transformar modelos de negócios no mercado

Principais tendências até 2025

Conectividade e digitalização 50,1%

Veículos híbridos e elétricos 49,5%

Veículos elétricos a bateria 46,5%

Crescimento nos mercados emergentes 46,3%

Veículos a célula de combustível 45,0%

Mobilidade como um serviço 41,8%

Dados dos consumidores / big data 41,1%

Plataforma de estratégias e sistemas de produção modular

38,5%

Veículos autônomos 37,6%

Downsizing e otimização do motor a combustão

36,8%

Fonte: KPMG International Global Automotive Executive Survey - GAES

Eletrônica embarcada é o ponto de partidamas de entretenimento, power-train, conforto, entre outros. Para reparar um carro, antes bastava uma ferramenta. Agora, é preci-so puxar um código de defeito”, resume o engenheiro Ricardo Takahira, membro da comissão técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE brasil.Pois o OBD é o ponto de partida para integrar as informações re-lativas à manutenção e ao con-trole de desgaste do veículo ao potencial uso de aplicativos para conectar o dono do carro com as montadoras. Novos disposi-tivos vêm sendo desenvolvidos para capturar as informações diretamente do OBD. “Com a conectividade e a internet das

coisas, onde maquinas conver-sarão com maquinas, as monta-doras terão em tempo real infor-mações sobre o desgaste dos componentes do automóvel”, prevê Francisco de La Tôrre.Hoje, a conexão já é feita atra-vés de um pequeno disposi-tivo chamado Dongle, basi-camente um adaptador que, plugado na tomada do OBD2, se comunica com o celular. Pronto. Está aberto o caminho para que cada vez mais as in-formações técnicas do veículo interajam com o smartphone de seu proprietário. E isso não é ficção. Os Dongles já exis-tem e podem ser facilmente adquiridos na internet.

Aplicativo para celular faz diagnóstico de defeitos do carro

A comunicação entre o carro e o aplicativo se dá exatamente por meio do dispositivo instalado no veiculo cujo conector tem o formato do OBD2. Via Bluetoo-th, ele transmite as informações do carro para o smartphone do motorista. São mais de dois mil erros diagnosticados. “As mon-tadoras são obrigadas a forne-cer as informações do padrão OBD2. É nesse padrão que o aplicativo atua. Naturalmente os scanners usados nas oficinas também acessam as chamadas informações do modo proprietá-rio, aquelas que as montadoras não costumam liberar. No nosso caso, trabalhamos com erros universais quanto ao código e à descrição, que o motorista passa para o mecânico”, explica Souza. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente no Google Play e o dispositivo de hardware co-nectado ao OBD2, vendido pela Multilaser, custa cerca de R$

129. O Carrorama by Multilaser possui um dashboard com as principais informações do ve-ículo e mais de 40 dados que podem estar disponíveis para o usuário, tais como: temperatu-ra e rotação do motor, tensão da bateria, nível de combustí-vel, quilometragem, número do chassi, posição do acelerador, entre outros.

Produto permite acesso em tempo

real a falhas no veículo

17

18

tendências outubro de 2016

18

Tecnologia e inteligência tornam efetivo contato entre montadorae cliente para estimular serviços nas concessionárias

Carros mais antigos estão na mira das montadoras e do mercado de reposição

Baseados em novas tecnologias e car-ros conectados, os players do mercado de reposição e novos entrantes estão competindo por acesso a dados de consumidores, desenvolvendo modelos de negócios a alta velocidade. Este é um dos impactos da digitalização no af-termarket automotivo segundo a Roland Berger. A visão da consultoria foi apre-sentada pelo executivo Frederik Eilers no 1º Fórum de Inovação DPK, realizado em outubro em São Paulo.

“A base dos futuros novos negócios é a conectividade do carro. Isso é visível de três formas: os dispositivos dentro do veículo, em que com seu smartphone o usuário pode fazer um carregamento sem fio; uma conexão na nuvem, que permite, por exemplo, usar serviços de navegação e mídias digitais; e o veículo se comuni-cando com outras pessoas e outros car-ros, o que ainda é muito caro, mas será muito relevante nos carros autônomos no futuro”, analisa o especialista.

Frederik Eilers entende que é importante o aftermarket saber o que já existe nas montadoras quanto ao compartilhamen-to de informações dos veículos e seus usuários. “Elas já enviam muitos dados para as matrizes, como as viagens que você faz, qual música você quer ouvir. Hoje existe uma inteligência muito maior

Os estudos da Roland Ber-

ger mostram que os carros

conectados ainda são ape-

nas um nicho na América La-

tina, com menos de 1% do

mercado mundial. A alta par-

ticipação de carros de entra-

do que há poucos anos. O fabricante pode saber, por exemplo, onde o carro está estacionado e em que período do dia. Com isso, é capaz de informar o mo-torista que ali perto existe uma conces-sionária da marca e fazer uma promoção especialmente para ele no período em que o veículo não está sendo usado”.

Para simplificar o raciocínio, o modelo funcionaria da seguin-te maneira, segundo a visão da Roland Berger:

• O sistema inteligente conec-tado faz um diagnóstico remo-to das condições e necessida-des do veículo.

• Via GPS, identifica a localiza-ção do motorista e pode dar sugestões de concessionárias próximas para solucionar ne-cessidades do veículo – poten-cial aumento da participação de concessionárias.

• Interface direta com cliente e oportunidade de parcerias.

Naturalmente, tal ciclo tem po-tencial para impactar o mercado independente. “No Brasil ainda prevalecem as oficinas indepen-dentes para a manutenção da frota. Mas, no futuro pode haver um forte impulso para as con-cessionárias em razão do carro conectado. Esse conhecimento do cliente, aliado a um canal de comunicação direto com ele, em nossa visão representa um risco para as oficinas independentes”, finaliza Frederik Eilers.

da resulta em baixa adoção

dos sistemas em compara-

ção a outros países. As pro-

jeções indicam que a frota

conectada deve triplicar em

2020, alcançando 1,7 mi-

lhão na região, sendo que

o Brasil responderá por 2/3

desses veículos, seguido da

Argentina.

Com o objetivo de acelerar

o ecossistema digital, tanto

as montadoras como o mer-

cado independente focam

Frederik Eilers participou do Fórum de

Inovação da DPK

19

2020

tendências outubro de 2016

em “conectar” os carros

mais antigos. “Para capita-

lizar as tendências é preciso

que o mercado de reposição

esteja pronto para um pro-

cesso de transformação. É

muito comum as empresas

do mundo analógico não

trafegarem bem no mundo

digital. Para se tornar um

sucesso no ambiente virtu-

al é preciso ter um mindset

mais focado no que o clien-

te quer e ser menos técni-

co, ter inovação rápida. As

Se a conectividade merece aten-ção dos estrategistas do merca-do, o compartilhamento de veí-culos também está no topo das

Nascidos a partir da década de 90 do século passado, os inte-grantes da chamada Geração Z são a primeira juventude global. Suas identidades são fortemen-te influenciadas pela internet e eles transcendem o espaço físico em que vivem. Graças à rede mundial de computadores e a suas inúmeras plataformas e mídias sociais, este jovem é um consumidor global. Fala pouco, digita freneticamente e acom-panha diversos assuntos ao mesmo tempo. É diferente da maioria das pessoas que fazem parte do dia a dia de uma loja de

Carro compartilhado muda relações entre fornecedores e clientes

Jovens perdem interesse pelo automóvel

tendências do setor automotivo. E, efetivando-se de maneira sig-nificativa, mudará as relações entre clientes e fornecedores

transformador profundo, já que os automóveis também têm proprietários individuais. No en-tanto, o crescimento do uso do aplicativo e similares ratifica o conceito de que o carro pode no futuro deixar de ser um pro-duto para se tornar um serviço na medida em que cresce o nú-mero de pessoas interessadas não no veículo em si, mas na mobilidade que ele proporciona, preferencialmente reduzindo ou eliminando os custos relaciona-dos à sua posse.

Uber é um exemplo do movimento

de “frotização”

Fern

anda

Car

valh

o/ F

otos

Púb

licas

autopeças hoje. Mas o principal vem agora: talvez você não te-nha se dado conta, mas o futuro de sua empresa depende muito deste jovem incrivelmente plural.Entender este público e suas necessidades é um dos maio-res desafios de todo o setor automotivo. E poucas empre-sas estão de fato atentas a isso. Um dos maiores obstáculos a vencer é tornar o automóvel um desejo de consumo da Geração Z. Se nas décadas de 70 e até 80 os adolescentes contavam os dias para completar 18 anos e tirar a habilitação, os jovens de

hoje pouco se interessam por automóveis. Usar o Uber é mui-to mais prático e econômico. O carro, para eles, é quase mais um eletrodoméstico. Tem utili-dade, mas não desperta desejo de posse. “Aqui no Brasil, nas grandes cidades a gente não sentia essa ameaça por causa da ineficiência do transporte pú-blico. Mas, agora há o fenôme-no do Uber, e a molecada faz as contas e chega à conclusão de que não precisa mais do carro”, analisa Francisco de La Tôrre, do Sincopeças.Levantamento feito nos Estados

Unidos com 3 mil consumidores nascidos entre 1981 e 2000 pela Scratch, divisão de pesquisas da MTV, perguntou quais eram as 31 marcas preferidas por este público. Nenhum fabricante de veículos ficou entre as 10 mais votadas – no topo se destaca-ram grifes como Google e Nike. Artigo do jornal New York Times que tratou do assunto destacou que 46% dos motoristas de 18 a 24 anos declararam que acham mais importante ter acesso a in-ternet a possuir um carro.Outra pesquisa, realizada pela agência Box 1824, concluiu que os jovens brasileiros de 18 a 24 anos estão mais preocupados

em resolver questões relaciona-das ao meio ambiente, mobilida-de urbana e sustentabilidade a comprar um bem como o auto-móvel. E, na hora de consumir, o que eles querem mesmo são smartphones, tablets, videoga-mes e outras traquitanas tecno-lógicas digitais que não emitem um único e outrora empolgante decibel pelo escapamento. O carro, que já representou um ideal de liberdade, corre o risco de virar um vilão poluidor e ge-rador de congestionamentos. É papel do setor automotivo tomar consciência dessas profundas transformações e trabalhar para reformar tal visão.

Fonte: Roland Berger Roland Berger - Novas tecnologias e tendências no mercado brasileiro de reposição | 36

na medida em que o cidadão cada vez mais estará disposto a abrir mão da propriedade do veículo. O resultado é um mo-vimento que hoje já começa a ser denominado “frotização”, ou seja, uma parte significativa dos veículos em circulação estaria vinculada a algum tipo de frota.Um exemplo clássico é o Uber, outra consequência do carro conectado. O aplicativo está dando nova cara à mobilidade nas grandes cidades. Pesquisa do Datafolha revela que em São

Paulo 25% dos paulistanos já utilizaram o serviço e 93% o con-sideraram ótimo ou bom. Não se sabe ao certo quantos carros o Uber tem em circulação. Na ca-pital da maior cidade do país, a Justiça determinou que o nú-mero seja de no máximo 5.000 veículos. Mas outros aplicativos com a mesma proposta estão surgindo, o que confirma a ten-dência de expansão desse mo-delo de transporte.Para efeito de manutenção, o Uber ainda não tem poder

empresas que enfrentam

pela primeira vez o mundo

digital não sabem por onde

começar e também como

fazer para dar os passos es-

truturais que permitem sus-

tentação do negócio ao lon-

go do caminho. No mundo

digital as pessoas pensam

em upgrade, as evoluções

ocorrem em meses e clara-

mente você precisa ter uma

nova visão de negócios”, re-

comenda Frederik Eilers, da

Roland Berger.

21

2222

tendências outubro de 2016

GM já testa programa de compartilhamento no Brasil

Alternativas de locomoção fariam 37% dos proprietários abrirem mão dos veículos

Veículo autônomo representa auge das transformações

Um projeto piloto de compar-tilhamento de veículos criado pela General Motors está em funcionamento desde março no país. Denominado Maven, o programa foi lançado nos Estados Unidos em janeiro e o Brasil é o segundo mercado a adotá-lo. Inicialmente, os tes-tes vêm ocorrendo na fábrica de São Caetano do Sul (SP). O programa consiste em dispo-nibilizar uma frota de veículos que pode ser alugada por hora, por exemplo, para um trajeto da casa ao trabalho do usuá-rio. Neste momento, apenas os

As iniciativas de compartilha-mento da GM têm como base pesquisa global mostrando que 37% dos donos de carros abri-riam mão da propriedade do veículo se houvesse outras so-luções para a locomoção, sem incluir o modelo tradicional de transporte. Dos entrevistados, 55% acham que as opções de mobilidade hoje são insufi-cientes. Apesar desses indica-dores, a montadora avalia que o aumento de programas de compartilhamento não repre-senta uma ameaça ao negócio da marca. A visão é de que ha-verá uma transferência de ven-das para empresas frotistas que

800 funcionários da montadora inscritos têm acesso às sete unidades do Chevrolet Cru-ze disponíveis. O interessado pode baixar o programa no ce-lular para fazer a reserva e tam-bém destravar e travar a porta do carro. A chave fica no inte-rior. “Não estamos assistindo só de longe ao debate sobre mobilidade; estamos sendo atores”, diz o vice-presidente da GM, Marcos Munhoz.No final do ano, a montadora pretende inaugurar os testes junto aos consumidores. A ideia é iniciar o serviço em um

grande condomínio de São Paulo com dez carros. A etapa seguinte, ainda sem data para implantação, prevê a retira-da ou entrega de veículos em pontos específicos da cidade, nos mesmos moldes do que já ocorre hoje com as estações para locação de bicicletas. “Para isso será necessário fazer parcerias com as prefeituras a fim de obter vagas específicas para os carros”, diz Samuel Russel, diretor dos programas OnStar e Maven da GM. A etapa mais evoluída do pro-jeto vislumbra adotar o sistema

existente na Europa, em que o usuário pode pegar e entregar o carro em qualquer parte da cidade, o que exigirá, segundo a GM, um cadastro com núme-ro compatível de clientes e áre-as em que o programa pode ser viabilizado.No projeto piloto em anda-

mento em São Caetano, o interessado paga R$ 35 por hora de uso do carro ou R$ 210 pela diária, tarifas que já incluem combustível e seguro. Desnecessário dizer que, nes-sa frota, a manutenção ficará a cargo da GM e sua rede de concessionárias.

Nesta fase de testes, locações custam R$ 210

por dia ou 35 por hora

prestarão os serviços.Nos Estados Unidos, onde o Maven foi originalmente lan-çado, o programa está mais adiantado. Num período infe-rior aos quatro meses iniciais, milhares de usuários já tinham percorrido mais de 1,6 milhão de quilômetros com os veículos oferecidos em cidades como Nova Iorque, Boston, Chicago e Washington.Projetando o programa para o cenário global, a General Mo-tors estima que por volta de 2020 mais de 25 milhões de consumidores já tenham aderi-do a algum modelo de mobili-dade compartilhada.

Nada simboliza com tanta cla-reza a revolução em curso no universo automotivo como o carro autônomo. Os sistemas e aplicativos que reduzem a in-terferência do condutor já são uma realidade e, em diversos países, os testes estão avan-çados. Praticamente todas as montadoras têm protótipos em circulação por ambientes fecha-dos ou mesmo nas ruas.Uma das consequências desta tecnologia é a entrada de novos protagonistas no setor automo-tivo. Montadoras e sistemistas ganharão a parceria ou a con-corrência de empresas como Google, Apple, Tesla e Sam-sung, entre outras.O Google, gigante mundial de serviços online, é um dos pio-neiros no desenvolvimento do carro autônomo. Basicamen-te, o protótipo funciona graças a um sistema integrado que reúne inteligência artificial, os mapas de Google Street View, GPS, câmeras de vídeo e uma série de sensores que monito-ram pedestres, ciclistas e os demais veículos, enviando os sinais para o cérebro eletrônico

Programa opera desde o começo do

ano nos EUA

que controla sistemas como di-reção, aceleração e freios – al-gumas soluções semelhantes já estão presentes em automóveis em produção. Embora o cére-bro esteja na câmera localizada no teto, o desenvolvimento do software que gerencia a opera-ção recebeu bastante atenção dos criadores.Após rodar mais de 500 mil quilômetros com seus protó-tipos adaptados nos híbridos Toyota Prius, o Google apre-sentou recentemente seu pró-prio veículo elétrico sem moto-rista. Trata-se de um pequeno automóvel de dois lugares ra-dical em sua proposta de auto-nomia no deslocamento: não tem pedal de freio, acelerador e nem mesmo volante de dire-ção. Os ocupantes serão, de fato, meros passageiros.E que tal reunir em um único

pacote montadora, carro autô-nomo e compartilhamento de veículos? Em agosto, a Volvo e o Uber anunciaram acordo de parceria para o desenvol-vimento de carros autônomos que receberá investimentos de US$ 300 milhões.Se você ainda não está con-vencido da viabilidade das propostas, preste atenção a este dado: o estudo “Implan-tando Veículos Autônomos”, divulgado pela consultoria EY com exclusividade ao site iG, prevê que em 2035 os carros sem motorista responderão por 75% das vendas de veí-culos no mundo. Para que tal índice seja atingido no prazo estimado, naturalmente estes automóveis estarão circulando por aí em grande escala muito antes disso. O carro do futuro já está saindo da garagem.

Volvo e Uber investirão US$ 300 milhões

no desenvolvimento do carro autônomo

23

2424

tendências outubro de 2016

As alternativas para o mercado independente caminhar junto com a revoluçãoApós ler esta longa reporta-gem, talvez você esteja dire-cionando palavras pouco sim-páticas ao texto e seu autor. Seríamos nós os cavaleiros do apocalipse? Claro que não. Uma das missões do Novo Varejo é apontar tendências e preparar seus leitores para as transformações. Gostemos ou não, o futuro é inevitável.Também é fato que a imensa frota de veículos convencio-nais vai continuar deman-dando peças e serviços por muitas décadas. Portanto, o mundo vai sim mudar, mas não vai acabar.

Para que o mercado de reposi-ção caminhe em harmonia com as transformações, serão ne-cessárias adequações. “A Euro-pa e os Estados Unidos têm leis que garantem ao consumidor livre escolha para realizar a ma-nutenção dos veículos e a opção pelas peças. No Brasil falta uma legislação que assegure essa li-berdade”, adverte Francisco de La Tôrre. “Essa é a maior preo-cupação que eu trouxe da Ale-manha. Entendo que isso é uma ameaça se nós não nos posicio-narmos”, acrescenta.Embora concorde que a de-manda pela manutenção vai

continuar, o presidente do Sincopeças-SP avalia que a relação de forças na disputa pelo consumidor não será mais como hoje. E defende a ade-quação dos modelos de negó-cios às novas exigências. “Es-tamos falando em mudanças de logo prazo, talvez décadas. Mas existe um processo em andamento no Brasil que en-volve os modelos de negócios das empresas, principalmente nos grandes centros urbanos. É um processo de formalização da reposição, já num estágio avançado, e a gente percebe que haverá o aprofundamento

da concentração, esse mercado bas-tante pulverizado vai diminuir, vamos ter um processo de encurtamento da cadeia, que é o ca-minho encontrado por outros segmen-tos para garantir rentabilidade, margem e taxa de investimento”, prevê.Como forma de fortalecer o mercado, de La Tôrre defende a união entre os elos. “É uma visão um pouco utópica, mas a melhor saída é termos uma entidade que represente a re-posição como um todo, o que exigiria uma solução legal. Outro aspecto seria uma participação mais efetiva das empresas junto

a suas entidades, esse é um fe-nômeno que está acontecendo na própria sociedade. Também é importante valorizar as parcerias e uma ferramenta tecnológica que temos hoje, o Carro 100%, que conversa com o consu-midor. Finalmente, fortalecer o GMA, trazendo inclusive novas entidades, além de atuar em fa-vor da aprovação da inspeção veicular ampla”.

Francisco de La Tôrre defende união do mercado

para enfrentar desafios

25

2626

Por Redação Novo Meio [email protected] Foto: Shutterstocklançamentos outubro de 2016

A linha de amortecedo-res HG, marca premium da Nakata, com tecnologia ori-ginal do primeiro amortece-dor pressurizado do Brasil, destaca lançamento para 20 aplicações que incluem veículos nacionais e impor-tados, como Frontier, HB20, Etios, Civic, News Fiesta Ha-tch, March, IX35, Soul, Jour-ney/Fremont. A lista comple-ta de aplicações e os códigos do produto estão disponíveis no www.nakata.com.br/Con-tent/nakata/files/catalogos/amortecedor_hg_lancamen-tos_out_2016.pdf. Desen-volvidos com qualidade ISO 14001, os amortecedores

HG Nakata possuem rigoro-sos processos de qualidade na fabricação de todos os componentes para ofere-cer alta performance. Para acompanhar a evolução do mercado, a fabricante tam-bém trabalha para aumentar cada vez mais o seu portfó-lio, proporcionando aplica-ções para cobertura da frota de veículos em circulação. Os amortecedores HG Naka-ta contam com o selo do In-metro e garantia de 2 anos ou 50.000 km para carros de passeio (leve) e de 6 meses ou 50.000 km para veículos comerciais (leve ou pesado), o que vencer primeiro.

Com a nova determinação do Código de Trânsito Brasileiro que obriga o uso de faróis bai-xos durante o dia nas rodovias e atenta à segurança no trân-sito e maior conveniência para os motoristas, a Magneti Marelli Cofap Autopeças anuncia o lançamento do Relé Automoti-vo para Acendimento Automá-tico de Faróis. O componente tem como objetivo garantir o cumprimento da lei, sanciona-da pela presidência da Repú-blica, que exige o acendimento de faróis baixos a todos os car-ros que trafegam pelas estra-das nacionais e túneis, mesmo durante o dia. O componente acende automaticamente os

Nakata apresenta amortecedores HG para 20 aplicações

Novo relé da Magneti Marelli Aftermarket aciona automaticamente os faróis baixos

faróis baixos, em aproximadamente cinco segundos depois de o motor ser colocado em funcionamento, independente-mente da ação do motorista. Esse produto também apaga os faróis automatica-mente cerca de sete segundos após o desligamento do motor, evitando, assim, o descarre-gamento da bateria. Detalhe importante: o funcionamento do relé está vinculado ao acio-namento das lanternas – ou luzes de posição –, isto é, só funciona se elas estiverem des-

ligadas. O relê pode ser aplica-do em qualquer veículo, desde que observadas eventuais res-trições impostas por equipa-mentos ou recursos eletrônicos pré-instalados. Por isso, a sua aplicação deve ser realizada por profissionais especializa-dos, seguindo rigorosamente as instruções de instalação.

Shut

ters

tock

27

2828

outubro de 2016marketing Por Lucas Torres [email protected] Fotos: Shutterstock

Veja alternativas para não ficar de fora do evento que pode ser um marco da retomada do varejo nacional

Black Friday é ação viável também para lojas de autopeças

Surgida nos Estados Unidos como mega ação de liquidação de estoque por meio de des-contos especiais, a Black Fri-day chegou ao Brasil no ano de 2010 e, desde então, tem se es-tabelecido como uma das datas mais importantes de consumo no comércio varejista.Para se ter uma ideia do suces-so da ação no mercado brasilei-ro, mesmo em meio à crise que

já assolava a economia nacional em novembro passado, o Black Friday de 2015 movimento mais de R$ 1,5 bilhão, com tíquete médio R$ 492,00. Outro dado importante é que 2015 apresen-tou aumento de 76% no valor arrecadado pelos varejistas du-rante a data em relação ao ano anterior, quando o bolso e a con-fiança dos brasileiros estavam, em teoria, em melhor situação.

Em 2016 o evento está marca-do para o dia 25 de novembro e já mexe com a cabeça de con-sumidores e lojistas. De acordo com pesquisa publicada pela Zoom, em uma amostra de 15 mil pessoas entrevistadas em diferentes regiões brasileiras, 99% afirmaram estar dispostas a comprar no dia. Mais impac-tante é o fato de que metade delas revelou a intenção de gas-tar mais de R$ 1.000,00.Durante o evento Thanks God It’s Black Friday (ou Obrigado,

R$ 1.536.580.634

R$ 492 3.122.843

76%valor movimentado durante o evento. Fonte: ClearSale

Ticket Médio aumento de 18% para 2014

Quantidade de pedidos aumento de 40% para 2014

aumento de 2014 para 2015***

Fonte: blackfriday.com.br

meu Deus, é Black Friday), o Google e a Cielo reforçam o ca-ráter de esperança trazido pela edição 2016 da ação, tida como uma espécie de marco da reto-mada no varejo brasileiro. Para as mega empresas, a próxima edição deve superar largamente o ano passado em faturamento, tíquete-médio e lojas participan-tes; e promete ter um grande volume de vendas de produtos como smartphones, notebooks, eletroportáteis e eletrodomésti-cos. O varejo agradece.

A data na reposição automotivaToda a excitação em torno da Black Friday ainda não che-gou às lojas de autopeças. Tradicionalmente o segmento tem baixíssimo – quase ne-nhum – envolvimento com a iniciativa. A razão principal desse distanciamento é o fato de que a motivação do con-sumidor para a compra de autopeças é muito mais rea-tiva do que proativa. Ou seja, as pessoas em geral só com-pram peças quando há algum problema a ser solucionado e não simplesmente porque de-sejam aproveitar uma oportu-nidade promocional.Fica claro, portanto, que o varejo de autopeças não é lá terreno dos mais férteis para o chamado ‘dia oficial das com-pras’. Entretanto, na visão do especialista em varejo e con-sumo Fred Rocha, as lojas de autopeças não precisam se excluir completamente da Bla-ck Friday e podem aproveitar a data para estreitar laços com as oficinas mecânicas.Para Rocha, apesar de as autopeças constituírem uma espécie de ‘remédio para veículos’ no imaginário po-pular, é possível estabelecer estratégias para o aumento do consumo durante a Black Friday. Nesse sentido, o con-

sultor afirma que o primeiro passo é lembrar que as lojas têm majoritariamente três tipos de clientes: o mecânico que costumeiramente frequenta a loja; o mecânico que frequenta esporadicamente; e o usuário final que compra a peça direta-mente no balcão. “Entenden-do isso, você começa a con-solidar abordagens diferentes e percebe que o primeiro é o cliente com maior potencial para promoções desse gêne-ro”, indica.Assim, uma boa opção para os varejistas é criar promo-ções que permitam aos mecânicos rentabilizarem futuramente uma compra es-pontânea, ou seja, sem de-manda do cliente. “Estabele-cer condições especiais para produtos que têm alto giro de comercialização – aqueles que o mecânico sabe que irá utilizar – como pastilhas de freio, óleo e limpadores de para-brisa é um caminho inte-ressante”, conjectura.Outra ação sugerida pelo entrevistado é a criação de kits de peças destinadas aos veículos mais vendidos nos últimos anos e que, con-sequentemente, possuem maior frota circulante. “As al-ternativas são limitadas, mas

existem. Operar uma Black Friday com peças de repo-sição é uma atividade desa-fiadora e complexa. A ideia é que o foco se direcione aos produtos de maior giro para garantir ao mecânico a utili-dade de uma compra anteci-pada”, analisa.Uma última opção dada por Fred Rocha é correlacionar produtos no momento da venda. Ou seja, no dia 25 de novembro o cliente que comprar um radiador, por exemplo, ganhará também um líquido de arrefecimento; ou ainda, aquele que com-prar discos de freio ganhará o kit de reparos. “No fundo, o foco não tanto na magnitu-de de ação, mas na impor-tância de se criar condições para utilizar o nome Black Friday para estreitar a rela-ção com o cliente e poten-cializar a marca”.Outra oportunidade aberta pela data ao varejo de auto-peças diz respeito à promo-ção de itens para limpeza e embelezamento do carro. Nesse caso, o lojista estará fortalecendo um canal direto com o consumidor final e se valendo do apelo natural da Black Friday, que é a compra por impulso.

29

30

31

3232

Por Redação Novo Meio [email protected] Fotos Divulgaçãomercado outubro de 2016

Antes da eleição municipal, 18 entidades de vários setores (órgãos de pesquisa, saúde, engenharia, normas técnicas, meio ambiente e automotivo) apresentaram documento aos candidatos à Prefeitura de São Paulo com dados que mos-tram a relevância da inspeção veicular, que inclui avaliação de emissões e fiscalização de itens de segurança de veículos, como já acontece nos Estados Unidos, União Europeia, Mé-xico, Chile, Canadá e Japão, para melhorar a qualidade do ar e reduzir acidentes de trân-sito. A iniciativa visou motivar a discussão sobre o Programa de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso do Município de São Paulo. Segundo Gábor János Deák, Conselheiro do Sindipeças, a intenção das en-tidades é sensibilizar o poder público para esta questão que envolve vidas e ajudar a buscar soluções para que o programa

Entidades se mobilizam pela inspeção em São Paulo

Magneti Marelli estreia sistema de partida a frio no Uno 2017

Diasmar comemora 27 anos de história

seja retomado e ampliado na próxima gestão. Com dados que comprovam a eficácia da medida, as entidades se mobi-lizam para que o prefeito elei-to, João Doria coloque a pauta na agenda de trabalho. O do-cumento destaca vários as-pectos relevantes à sociedade sobre a importância da inspe-ção veicular, entre eles, mostra que o número de mortes por acidentes no trânsito brasilei-ro equivale à queda de quatro aviões comerciais lotados por semana. De 10% a 20% des-sas mortes têm origem na falta de manutenção regular de veí-culo, segundo o Cita (sigla em inglês para International Motor Vehicle Inspection Commit-tee). Com relação ao meio ambiente, houve redução na emissão de poluentes tóxicos devido à melhoria da manu-tenção da frota que represen-ta a retirada de circulação de: 1,4 milhão de automóveis e

motos para monóxido de car-bono; 850 mil automóveis e motos para hidrocarbonetos; 36 mil veículos diesel (Cami-nhões, Ônibus, Vans, Picapes etc.) para material particulado (base ano 2012). Estudos da Faculdade de Me-dicina da USP revelam redu-ção dos poluentes, garantindo a diminuição da mortalidade na capital (559 mortes prema-turas) e a morbidade (1.515 internações foram evitadas anualmente). Dividindo o cus-to das inspeções pelo número de mortes evitadas, chega-se a R$10 mil por vida salva, o que caracteriza este progra-ma como o de maior custo/efetividade para a saúde pú-blica, gerando uma economia para os cofres públicos de cerca de US$ 79 milhões por ano. Esses benefícios seriam triplicados com a extensão do programa à Região Metropoli-tana de São Paulo.

O grupo Magneti Marelli marca forte presença no fornecimen-to de produtos e tecnologias para o Novo Uno. O modelo passa a ser equipado com seu inédito sistema de partida a frio, batizado de ECS (Etha-nol Cold System). Além des-sa novidade, a linha 2017 do Novo Uno mantém o câmbio automatizado Free Choice e quadro de instrumentos com display TFT, entre outros com-ponentes. O sistema de parti-da a frio, aplicado nos novos motores FireFly flex da FCA, é composto por coletor de ad-missão, corpo de borboleta

e válvula canister, galeria de combustível e bicos injetores, além da unidade de controle de aquecimento HCU (Heater Control Unit) e dois aquecedo-res de combustível. O desafio dos engenheiros da Magneti Marelli foi desenvolver um sis-tema alimentado unicamente por etanol e que permitisse a partida do veículo a baixas temperaturas (até - 8°C). O sistema ECS, além de garantir uma boa partida a frio, reduz sensivelmente as emissões de poluentes, colaborando com o atendimento aos novos re-quisitos de emissões.

Fonte: Relatório IPEA/PRF - Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras Caracterização, Tendências e Custos para a Sociedade.

Fonte: SIM/DATASUS - Sistema de Informações de Mortalidade

Número de mortes anuais no trânsito - Brasil50.000

45.000

40.000

35.000

30.000

25.000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Mortes

Acidentes em 2014800.000

700.000

600.000

500.000

400.000

300.000

200.000

100.000

Quantidade anual Custo por acidente

513.00

R$ 647.000

R$ 90.000

43.780

Mortes

Invalidez

Especializada em itens para suspensão em geral, a distribui-dora Diasmar está comemoran-do 27 anos. A empresa nasceu do sonho de um jovem, Mauro Dias, que mesmo sem experi-ência aceitou trabalhar em uma oficina mecânica como ajudan-te, “lavando” peças de motores desmontados observando to-dos os detalhes de sua mon-tagem. Com o tempo, sempre no meio de peças automotivas, trabalhou em concessionárias VW durante o dia e à noite dava aulas de motores no Senac. Tornou-se gerente em grandes lojas VW, como Cibramar, Jewa, Gaivota e São Paulo Veículos. Em dado momento, surgiu a

oportunidade de agregar seu conhecimento em autopeças com a experiência da Marly na área financeira e decidiu montar a Diasmar – a junção dos no-mes de ambos. Aquela então pequena distribuidora nasceu em 1989 no Bairro do Moinho Velho, em São Paulo. O tempo passou, a empresa cresceu se especializou no segmento de suspensão, sendo pioneira na confecção de kits de amortece-dores nacionais e importados: kits de homocinética, estabili-zador, coxins, buchas, articu-lações axiais, terminais, pivôs, pastilhas e sapatas hoje fazem parte de seu abrangente portfó-lio de distribuição.

Empresa nasceu de um sonho e não

parou mais de crescer

33

34

mercado outubro de 2016

34

Ford promove encontro com reparadores em São PauloA Ford promoveu um encontro com reparadores independen-tes de São Paulo e lideranças da categoria, como parte do pro-grama de relacionamento que a marca mantém com esses profissionais em todo o Brasil. O evento incluiu a apresentação do Grande Prêmio Motorcraft 2016 e eleição anual do melhor do Brasil. Cerca de 300 convi-dados participaram do encontro que contou com a presença de Fábio Rocha, diretor do Senai Ipiranga; Salvador Parisi, vice--presidente do Sindirepa-SP; Luiz Sérgio Alvarenga, diretor de relações institucionais e gover-namentais do Sindirepa; Rodol-fo Possuelo, gerente de Serviço ao Cliente da Ford; e Rode Al-ves, supervisora de Comunica-ção e Marketing de Pós-Vendas da Ford. Outro destaque foi

a presença de Ricardo Cramer, ven-cedor da pri-meira edição do GP Mo-torcraft, em 2014. O pro-grama inclui capacitação profissional, divulgação de in-formações técnicas e dos ca-nais de distribuição de peças originais Motorcraft. Além de Bauru, Salvador e São Paulo, os próximos encontros deste ano serão em Curitiba, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em formato de competição, o Grande Prêmio Motorcraft incentiva a participação dos reparadores com uma premia-ção especial: um New Fies-ta Hatch zero km. É aberto a

profissionais de todo o País pelo site www.reparadormotorcraft.com.br. O GP Motorcraft terá duas fases. A primeira con-siste em uma prova online de conhecimentos gerais da área automotiva. O teste de 30 ques-tões, assim como a inscrição, deve ser feito pela internet. Na fase seguinte, os dez melhores do país serão reunidos em uma prova prática, a ser realizada em dezembro, em parceria com o Senai em São Paulo.

Volkswagen anuncia novo plano de manutenção veicularA Volkswagen anuncia novos planos de manuten-ção e prazos de revisão para seus veículos nacio-nais e importados comer-cializados no Brasil. Desde 1º de outubro, os prazos para a revisão periódica passam a ser de 10.000 quilômetros ou 12 meses, o que ocorrer primeiro, de acordo com o processo de melhoria contínua dos produtos e serviços ofere-cidos pela marca Volkswa-gen. Na manutenção até os 60.000 quilômetros (seis serviços), por exemplo, as revisões do 1º, 3º e 5º ser-viços terão 18 itens checa-

dos no veículo. As revisões do 2º, 4º e 6º serviços te-rão, além daqueles 18 itens verificados, outros 12 itens checados no veículo. Além da verificação desses itens, em todas as revisões é re-alizada a troca de óleo do motor, além de eventuais serviços complementares, como trocas de filtros, flui-dos ou correias, depen-dendo da quilometragem. O plano engloba os mo-delos up!, Novo Gol, Novo Voyage, Nova Saveiro, Fox, CrossFox, SpaceFox, Spa-ce Cross, Golf, Jetta, Va-riant, Fusca, Tiguan, Novo Passat, CC e Touareg.

300 convidadosparticiparam

35

3636

outubro de 2016reparação Por Redação Novo Meio [email protected] Fotos: Divulgação

Categoriaouro

Reparadores elegem as melhores marcas do mercadoPrêmio Sindirepa-SP chega à 7ª edição com 27 categorias e vencedores revelados em evento na capital paulistaFoi realizada em São Paulo na noite de 3 de outubro a cerimô-nia em homenagem aos vence-dores da sétima edição do Prê-mio Sindirepa-SP – Melhores do Ano. Foram eleitas as marcas de destaque em 27 categorias de fornecedores, entre autopeças, produtos e serviços, conforme pesquisa realizada pela Cinau – Central Inteligência Automotiva – que contou com a participa-ção de 375 reparadores.

Assim como nas edições an-teriores do estudo, os três me-lhores de cada categoria e as empresas parceiras foram pre-miados. Um dos objetivos deste trabalho é evidenciar ao merca-do, principalmente aos fabrican-tes de autopeças, a importância do reparador na cadeia automo-tiva, não só como comprador de produtos, mas como forma-dor de opinião e influenciador nas decisões.

Segundo avalia o Sindirepa-SP, outro dado importante é que os fabricantes a cada ano têm ma-nifestado e atribuído relevância à conquista do prêmio através da presença maciça no even-to e utilização do selo em suas peças de comunicação, tanto no ambiente impresso, como digital.Também foram lembradas e receberam homenagem as fa-bricantes Kolbenschmidt (KS)

e Mahle Metal Leve pelo apoio oferecido que permitiu o início dos trabalhos para estender a premiação aos componentes de motor para veículos pesa-dos. Atualmente, a pesquisa abrange somente a linha leve em todas as categorias. Mereceram destaque as em-presas Bradesco Seguros e Te-xaco Lubrificantes, que foram reconhecidas como Parceiras da Reparação.

Categoriaprata

Categoriabronze

Segundo o presidente do Sindirepa-SP, Antonio Fiola, o prêmio é uma forma de des-tacar as marcas parceiras que contribuem com a melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados pelo setor de reparação de veículos. “É um reconhecimento do tra-balho desenvolvido por essas empresas e que tem reflexos positivos no mercado de repo-sição”, afirma Fiola.

Ganhadores do 7º Prêmio Sindirepa-SP – Melhores do Ano

SEGMENTO EMPRESA

PARCEIRA DA REPARAÇÃO BRADESCO SEGUROS | HAVOLINE / TEXACO

AMORTECEDOR 1º - COFAP | 2º - MONROE | 3º - NAKATA

ANEL 1º - MAHLE | 2º - COPAF | 3º - KS

BATERIA 1º - MOURA | 2º - HELIAR | 3° - BOSCH

BOBINA IGNIÇÃO 1º - BOSCH | 2º - MAGNETI MARELLI | 3º - DELPHI

BOMBA D’ ÁGUA 1º - URBA BROSOL | 2º - INDISA | 3° - AC DELCO

BOMBA DE COMBUSTÍVEL 1º - BOSCH | 2º - URBA BROSOL | 3° - MAGNETI MARELLI

BRONZINA 1º - MAHLE METAL LEVE | 2º - TAKAO | 3º - KS

CABO DE VELA 1º - NGK | 2º - BOSCH | 3º - MAGNETI MARELLI

CONDENSADOR 1º - VALEO | 2º - DELPHI | 3º DENSO

CORREIA 1º - DAYCO | 2º - CONTITECH | 3º - GATES

EMBREAGEM 1º - LUK | 2º - SACHS | 3º - VALEO

EQUIPAMENTO 1º - TECNOMOTOR | 2º - BOSCH | 2º - ALFATEST | 3º - NAPRO

FAROL / LANTERNA 1º - VALEO CIBIE | 2º - ARTEB | 3º - MAGNETI MARELLI

FERRAMENTA 1º - GEDORE | 2º - RAVEN | 3º - KING TONY

FILTRO 1º - FRAM | 2º - BOSCH | 3º - MANN | 3º - TECFIL

LÂMPADAS 1º - PHILIPS | 2º - OSRAM | 3º - GE

MOLA 1º - FABRINI | 2º COPAF

ÓLEO LUBRIFICANTE 1º - MOBIL | 2º - CASTROL | 3º - HAVOLINE

PASTILHA DE FREIO 1º - COBREQ | 2º - SYL | 3º - TRW VARGA

PISTÃO 1º - MAHLE METAL LEVE | 2º - KS | 3º - TAKAO

POLIMENTO 1º - 3M | 2º - LINCOLN | 3º - AUTOCOLOR

RADIADOR 1º - VISCONDE | 2º - VALEO | 3º - DELPHI

ROLAMENTO 1º - SKF | 2º - INA | 3º - FAG

SEGURADORAS 1º - PORTO SEGURO | 2º - ALLIANZ | 3º - BRADESCO

TINTAS 1º - LAZZURIL | 2º - PPG | 3º - SKYLACK

VALVULA TERMOSTÁTICA 1º - MTE-THOMSON | 2º - WAHLER | 3º - MAGNETI MARELLI

VELA DE IGNIÇÃO 1º - NGK | 2º - BOSCH | 3º - AC DELCO

37

38

39

4040

outubro de 2016qualidade Por Lucas Torres [email protected] Fotos: Divulgação

4º Fórum da Qualidade Automotiva promovido pelo IQA em São Paulo discute os desafios do setor e as perspectivas de retomada dos negócios no cenário recessivo.

Reformas determinarão crescimento do setor automotivo em 2017

O Instituto da Qualida-de Automotiva (IQA) pro-moveu em 19 de setembro na capital paulista a quarta edição de seu fórum anual, que teve como tema prin-cipal a “Qualidade do Setor Automotivo para o Mercado Global”. O encontro reuniu executivos da indústria, di-retores de instituições re-guladoras e lideranças de entidades representantes de toda a cadeia automotiva. A edição 2016 foi apimentada pelos ares recentes da reu-nião de lideranças do setor com o novo Governo Fede-ral que, entre outros assun-tos, buscou soluções para a renovação da frota no país, medida considerada funda-mental para o reaquecimen-to da atividade industrial.O encarregado de dar as boas vindas aos convidados foi o pre-

sidente do IQA, Ingo Pelikan. Durante o discurso de abertu-ra, o executivo – que também é coordenador da Comissão para Assuntos da Qualidade da An-favea – destacou a importância da reunião de diversos players do setor em busca da solução dos principais problemas da ca-deia de automóveis, sobretudo no momento que o país atraves-sa. Sobre a crise, aliás, Pelikan afirmou acreditar que o cenário atual, de pós-consolidação do impeachment, é propício para a retomada da normalidade no setor, em uma análise que des-tacou a máxima de que ‘o pior já passou’.

MontadorasNa sequencia, o presiden-te da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), An-tonio Megale, falou sobre a

política de planejamento na indústria automobilística. Na apresentação, ele destacou os desafios da indústria brasi-leira rumo à integração com o mercado mundial, se configu-rando como um dos centros

de fabricação de produtos que serão comercializados em todo o planeta. “Não de-vemos pensar a indústria au-tomotiva brasileira como algo apartado do resto do mundo. Não adianta produzirmos ve-

ículos estritamente nacionais para nosso mercado inteiro. A ideia é integrar uma cadeia global e sermos relevantes nela”, afirmou.Outro tema abordado pelo presidente da Anfavea foi a retomada do setor em 2017. “Vamos voltar a crescer no ano que vem, não há dúvida. Mas o que não sabemos ain-da é o tamanho desse cresci-mento”, projetou. Para Mega-le o volume de expansão está atrelado às reformas a serem implementadas pelo novo go-verno – algo que, para ele, tem caráter de urgência. “Sa-bemos que a questão política ainda vai demorar para se es-tabilizar, mas as reformas que precisamos não podem espe-rar uma completa estabiliza-ção desse cenário. É preciso que isso seja resolvido já nos próximos meses”, concluiu.

Montadoras em defesa das exportações

41

4242

outubro de 2016qualidade

Sindipeças pede ampliação do Inovar-Auto e leis trabalhistas mais flexíveis

O papel da qualidade no sucesso da cadeia de autopeças

Outros palestrantes que tra-taram da retomada dos índices de crescimento do setor – dessa vez sob a ótica de um aumento da competitividade – foram Ro-drigo Custódio, diretor da Ro-land Berger, e o presidente do Sindipeças, Dan Ioschpe.Para o primeiro, o setor automo-tivo deve buscar uma perenida-de de rentabilidade em oposição às bolhas de crescimento e re-tração com que tem convivido nos últimos anos. “Mesmo as piores crises de demanda po-dem ser superadas com os es-

tímulos corretos. Nesse sentido, políticas governamentais como inspeções veiculares regulares, programas de renovação da fro-ta, estabilidade de financiamen-to e o fortalecimento das legis-lações ambientais de segurança são ferramentas fundamentais”, pontuou Custódio.Além das políticas públicas de estímulo, o diretor da Ro-land Berger destacou que uma abertura maior do mer-cado para a competição in-ternacional seria de grande importância para o cresci-

mento do setor em atributos como eficiência, tecnologia e qualidade – algo que, na opi-nião dele, contribuiria para o aumento da participação da indústria brasileira nos mer-cados internacionais. “Cres-cendo nesses aspectos po-deríamos ter uma produção muito mais competitiva e, fi-nalmente, teríamos condição de adentrar mercados como o europeu, ou ainda o asiáti-co. Por enquanto nos limita-mos à América do Sul e isso ainda é pouco”, finalizou.

Já o presidente do Sindipe-ças, Dan Ioschpe, destacou os avanços na qualidade como as-seguradores da competitividade do produto nacional. Para ele, é preciso adotar um mindset (ou mentalidade) de que o pa-drão de qualidade precisa estar no nível dos países de primeiro mundo. “É preciso cuidar da au-tomação e da manufatura avan-çada, integrar as plataformas de inovação do mercado mundial

e, talvez o mais importante, trei-nar e melhorar continuamente nosso pessoal”, apontou.Ioschpe afirmou que a sim-ples recuperação dos índices de confiança do consumidor nacional já devem fazer com que o setor automotivo co-nheça uma recuperação no ano de 2017, mas que so-mente isso não é suficiente para fazer com que o país aproveite toda sua capacida-

de de produção.“Agora focando apenas na in-dústria, sabemos que boa par-te de nossas instalações con-tinuarão ociosas durante muito tempo. Para mudar esse ce-nário precisamos mudar muita coisa”, sentenciou, antes de sugerir: “Ampliar a Inovar-Auto para um período de pelo me-nos dez anos e flexibilizar as relações trabalhistas seria um belo começo”, finaliza.

A qualidade como principal fio condutor entre a satisfação do cliente, a competitividade da empresa e a eficiência da ges-tão foi o tema do painel com-posto pela gerente da qualidade corporativa da Saint Gobain, Alessandra Rhoden; a gerente de conformidade de produto e regulamentação técnica da Goodyear, Andrea Leal; e o ge-rente da qualidade corporativa da Bosch, Bruno Neri.Para os três executivos, os em-presários que colocam a quali-dade apenas em uma posição de apoio para a competitividade e o sucesso de suas empresas acabam cometendo um grave erro. Pois, sobretudo em uma época em que o cliente exige experiência e identificação com o produto adquirido, a qualida-de é o fator central – acima do preço proposto – na equação que determina o sucesso da empresa, pois é ela o principal agente de agregação de valor e de eficiência operacional.Para Andrea Leal, os três elos diferenciais que determinam a competitividade de uma em-presa estão acoplados nessa grande chave chamada quali-dade. São eles: excelência em inovação; inovação em marke-ting de vendas; e excelência operacional. “Para nós, da Goo-dyear, são esses três os fatores principais para a manutenção

de nossa competitividade. Pode parecer simples, mas só se con-segue isso com uma política de qualidade e processos conso-lidados, além de uma equipe muito bem preparada e identifi-cada com a empresa”, opinou.Já Alessandra Rhoden, da Saint Gobain, destacou a importância da qualidade para a gestão de uma empresa. De acordo com a executiva, é na qualidade que se situa o alicerce da gestão em direção ao que chamou de ‘fa-lha zero’, tanto na prevenção de desperdícios quanto na satisfa-ção do cliente. “Dar foco total para a qualidade é a única forma de se aproximar e alcançar a fa-lha zero de fato, ou seja, garantir o sucesso de seu produto no mercado e a satisfação do con-sumidor para além daquilo que ele venha a reclamar. É a forma de se garantir a satisfação ple-na, que é, por sua vez, diferente da não-insatisfação”, refletiu.Bruno Neri, por sua vez, atribuiu ao setor da qualidade a garantia da redução dos custos da ma-nufatura – algo que, trazendo para o varejo, podemos equi-parar à administração do esto-que, por exemplo. Além disso, o diretor da Bosch acredita es-tar na qualidade o segredo da proximidade do cliente com a empresa. “É ali que se configura a experiência de aquisição e o valor agregado”.

Painel reuniu fabricantes

43

4444

outubro de 2016qualidade

O quebra-cabeça da gestão Inmetro destaca perdascom falsificações

Em uma palestra para lá de ani-mada, que contou com núme-ros de ilusionismo e até pirotec-nia, o diretor da Quality Results Consultoria, Marcos Miklos, convidou os presentes para uma longa viagem rumo ao que cha-mou de diferencial competitivo.Utilizando as definições do di-cionário para a palavra Desa-fio – como ‘ocasião ou grande obstáculo a ser ultrapassado’ –, Miklos apontou a satisfação com a conformidade, e até com a eficiência, como os maiores bloqueios para o sucesso pleno de uma empresa.Estranho, não? Pode até pare-cer de início, mas conforme o palestrante montava o quebra--cabeça daquilo que para ele era a gestão ideal, tudo começava a tomar uma forma compreen-sível. Miklos separou a viagem que leva ao ‘paraíso da gestão’ em quatro etapas fundamentais:

- ConformidadeO empresário é desafiado a gerir seu negócio conforme as normas exigidas pela legisla-ção vigente no país. Ativida-des como o recolhimento de impostos no prazo estipulado

devem ser o foco.Miklos destacou que muitas em-presas param de evoluir em suas gestões logo ao alcançar a pleni-tude nesta etapa, algo extrema-mente perigoso – pois a simples manutenção da legalidade não garante resultado e tampouco sobrevivência no longo prazo. Portanto, o empresário deve se esforçar para partir o mais rapi-damente possível para a segun-da fase da viagem.

- EficáciaO empresário controla os indi-cadores de ganho e alcança de-terminado lucro com a atividade. Esta etapa já deve contar com a primeira sinergia de requisitos e de visão integrada, que acopla a manutenção da atividade legal e uma margem de lucro que per-mite a sobrevivência.Mas, de acordo com Miklos, plenitude em gestão exige muito mais do que isso. Por isso, ele sugere que os empresários par-tam assim que possível para a terceira etapa.

- EficiênciaO momento passa a ser o de garantir a maximização de

resultados por meio da iden-tificação de desperdícios e di-namização de procedimentos como, por exemplo, a adminis-tração do estoque.Fazendo isso de forma con-sistente o empresário poderá finalmente se colocar em uma condição de igualdade de com-petição com seus concorrentes e aumentar de forma substan-cial seus ganhos – podendo agora focar em questões que poderão leva-lo ao último de-grau da pirâmide da gestão.Este degrau, segundo o pales-trante, muitas vezes pode pa-recer próximo. Mas exige um esforço ainda maior do que o utilizado para chegar até aqui.

- Diferencial competitivo Na quarta etapa, a do paraíso da gestão, o empresário é im-pelido a produzir melhor do que seus concorrentes por meio do alinhamento de todos os pro-cessos de sistema de gestão e indicadores, juntamente com o planejamento estratégico.Aqui, o empresário descobre como utilizar recursos que outrora pareciam ainda nem existir para maximizar sua influ-ência sobre o mercado. Nesta etapa os desperdícios são re-duzidos a praticamente zero e a qualidade – como a de aten-dimento, por exemplo – agrega valor a produtos que os con-correntes tratam como simples produtos de giro. Além disso, é fundamental que todos os fun-cionários tenham uma aborda-gem alinhada, identificada com a visão macro da empresa.Para se chegar ao paraíso da gestão, em resumo, o grande desafio é alcançar a primazia da qualidade, tanto interna, quanto a percebida pelo cliente externamente.

Miklos: viagem rumo à gestão ideal

Há quem sinta algum temor quando se fala em fiscalização e padronização das autopeças pelo Inmetro. Pensando nisso, o 4º Fórum IQA convidou o presi-dente da instituição, Carlos Au-gusto de Azevedo, para desmis-tificar essa relação entre fiscal e fiscalizado e iniciar uma relação de parceria e interesse mútuo em garantir a competitividade do produto nacional no exterior, bem como fortalecer a confiança da sociedade brasileira no pro-duto nacional. “Quero deixar cla-ro que o papel do Inmetro não é atrapalhar a indústria, muito pelo contrário. É garantir que ela se mantenha competitiva tanto na circulação interna, quanto nas exportações”, afirmou Azevedo.O presidente do instituto forta-leceu a necessidade de se es-tabelecer uma relação de con-fiança para garantir a segurança do usuário, a sustentabilidade ambiental e veto a fraudes. De acordo com Azevedo, o gover-no brasileiro perde mais de R$ 100 bilhões anualmente em de-corrência de produtos fraudados e falsificados que acabam, por conseguinte, não recolhendo impostos. Assim como o Esta-do, disse o palestrante, a indús-tria também sofre perdas em decorrência dessa falsificação, tanto por meio de produtos que

acabam de certa forma perden-do a competitividade no mer-cado – em função do preço do falsificado acabar sendo subs-tancialmente menor, quanto pela perda de credibilidade advinda de produtos que carregam sua marca de maneira fraudulenta, pois não passaram por seu con-trole no momento da produção.Para além da questão do con-trole das normas legais, Carlos Augusto de Azevedo conta que o Inmetro está evoluindo na di-reção de fazer a chamada ‘eti-quetagem póstuma’, ou seja, uma etiquetagem que avalia a qualidade e a receptividade do mercado. “Há muito estamos percebendo que a etiquetagem inicial, a de funcionamento, não é plenamente suficiente. De modo que é preciso que come-cemos a atribuir uma etiqueta de certificação da qualidade do produto”, contou.Nesse sentido, Azevedo citou ações recentes das quais a ins-tituição está participando como o Programa de Avaliação da Conformidade de Veículos Pe-sados, que deve incluir ônibus urbanos nas próximas edições, e o Inovar-Auto, por meio do de-senvolvimento de critérios para a auditoria de 3ª parte, com o ob-jetivo de verificar o cumprimento de seus requisitos.

Desmistificando a relação entre fiscal e

fiscalizado

45

4646

outubro de 2016qualidade

Padronização expande qualidade na reparaçãoOutro órgão regulador que teve a

oportunidade de expor a impor-

tância do seu trabalho durante o

evento foi a ABNT – Associação

Brasileira de Normas Técnicas, que

tem envolvimento profundo com as

atividades do mercado de repara-

ção de automóveis.

De acordo com dados do Gru-

po de Manutenção Automotiva

(GMA), apresentados por um

de seus líderes, Edson Brasil, o

país possui uma frota de apro-

ximadamente 40 milhões de veí-

culos circulantes, dos quais 80%

fazem manutenção no mercado

independente.

Diante desse cenário, a ABNT

está buscando normatizar os

processos de manutenção, des-

de a limpeza das peças até a ma-

neira correta de instalá-las, a fim

de padronizar a atividade das ofi-

cinas brasileiras e facilitar a cha-

mada ‘gestão do conhecimento’,

ou seja, o treinamento e a troca

de informações entre profissio-

nais da área.

Além da tentativa de padronizar o

modo de se fazer a reparação em

todo território nacional, o órgão

regulador também disponibiliza

um manual que retrata minucio-

samente a composição das pe-

ças originais, de tal maneira que

o profissional desses estabeleci-

mentos pode identificar uma peça

falsificada comparando-a com as

normatizações descritas no ma-

nual de regulação da ABNT.

Parceiro da instituição nesse tra-

balho de auxílio ao reparador inde-

pendente, o Sebrae, representado

pela diretora da unidade de Bra-

sília, Hulda Giesbrecht, reforçou

a importância do fortalecimento

do pequeno empresário do after-

market automotivo e da seguran-

ça na frota brasileira. “Dados do

Sebrae mostram que 99% das

empresas ligadas à reparação de

automóveis no Brasil são pequenos

negócios, entre as quais muitas se

enquadram na categoria de Micro-

empreendedor Individual, ou seja,

trabalham com no máximo um fun-

cionário”, introduziu. “Quanto mais

padronizado for o trabalho dessas

pessoas que contam com uma es-

trutura muitas vezes precária, mais

benéfico vai ser para o dia a dia

delas, com mais eficiência e menor

chance de serem enganadas por

peças falsificadas, por exemplo.

Além disso, a sociedade como um

todo se beneficia com produtos e

métodos de qualidade comprova-

da”, analisou.

O último diálogo da TAKAO do ano será com a própria marca. Apresentaremos como foi 2016 e o que nos aguarda em 2017.

Você, leitor do Novo Varejo, verá a seguir alguns trechos do um bate-papo rápido que tivemos com Vinícius Borges – Diretor de Novos Negócios da TAKAO, e André Simões – Sócio Investidor da TAKAO.

1. Diante de uma economia de instabilidade, crise política e câmbio sensível, como a TAKAO está encerrando 2016? (Vinícius Borges)Estamos encerrando o ano na contramão da crise.2016 foi um ano para investir na qualidade de nossos serviços, treinamento da equipe, sistema de informações, parcerias com nossos clientes e, como o mercado deve

ter notado, desenvolvimento de novos produtos. Com esta visão e atuação, nossa previsão é chegar a 22% de crescimento até dezembro. Esse é um resultado excelente, visto que, de acordo com o Sindipeças, as vendas líquidas nominais do setor de autopeças de janeiro a julho deste ano foram 2,62% menores que as registradas em igual período de 2015.

2. Como a marca está se preparando para o próximo ano de 2017? Qual é a grande aposta? (Vinícius Borges)Para 2017 vamos fortalecer nossas parcerias, propondo um plano comercial de acordo com o perfil de cada realidade geográfica. Além disso, traremos muitos lançamentos para esse próximo ano. E novas linhas que irão impactar o mercado.

Vamos fazer um balanço de 2016 3. Quais as expectativas de crescimento da marca TAKAO para o ano de 2017. (André Simões)A TAKAO está no mercado há 5 anos, é pouco tempo. Trabalhamos para crescer de forma consistente, gerando valor para o aplicador e dono do carro, que é quem temos que ter no foco de nossas ações.Para 2017 estamos projetando crescimento de 30%, é bastante, mas dentro do nosso planejamento estratégico contamos com uma série de ações importantes que teremos neste ano. Nesses primeiros 5 anos trabalhamos bastante internamente, para termos processos e gente bem alinhados e preparados para nossos desafios. O ano de 2017 será um ano importante na consolidação do que já foi realizado e o início de mais 5 anos com foco na maturação do trabalho.

47

4848

Por Lucas Torres [email protected] Foto Shutterstockvarejo outubro de 2016

Diretor da Perim é o entrevistado na segunda edição da série “O Varejo pelo varejista”Nova série de reportagens visa contribuir para a modernização e adoção de uma abordagem mais profissional no segmento

Inaugurada na última edição do Jor-nal Novo Varejo com o diagnóstico da goiana Bom Preço Autopeças, a série “O varejo pelo varejista” chega a São Pau-lo trazendo a análise do diretor da Auto Peças Perim, Carlos Eduardo de Olivei-ra. A loja foi a vencedora do I Prêmio da

Qualidade Novo Varejo, com Avaliação Técnica do IQA. O empresário comenta aqui o estágio de diferentes processos no varejo de autopeças brasileiro, atribuindo-lhes as classificações bom, ruim ou regular. Esta iniciativa do jornal Novo Varejo tem

O varejistaCarlos Eduardo de Oliveira, da Auto Peças

Perim- São Paulo (SP)

“É um caminho necessário e fundamental para quem quer permanecer atuante e crescer neste mercado, mas acredito que, embora tenha havido avanços, poucos estão explorando”.

“Isso é o mínimo. Mas, cada vez mais ser um ‘consultor’ das necessidades do cliente aliado à confiança e segurança na venda e no pós-venda tendem a ter mais peso na decisão de compra – acima do fator preço – para conquistar a fidelização do cliente”.

“Reter talentos requer um esforço continuo, política de cargos e salários clara e oportunidade de melhoria contínua nas condições de trabalho. Tais fatores, aliados a uma seleção criteriosa, amenizam a rotatividade e melhoram a produtividade. É isso que falta um pouco ao nosso setor, a tão falada profissionalização”.

“Todas as ferramentas disponíveis no mercado devem ser mensuradas e utilizadas através de medições de resultados, mas ainda estamos aquém do que poderíamos nos beneficiar nessa área”.

“Pouco desenvolvida em nosso mercado. Deveria ser quase uma missão de sobrevivência ter medições de todas as áreas da empresa, RH, compras, financeiro e outros, já que é fundamental para direcionar esforços e gerenciar toda a operação a fim de que se torne cada vez mais sadia, com processos bem definidos saindo da máxima de nosso mercado: compra e preço”.

• PRECISÃO ADMINISTRATIVAEm um mercado cada dia mais competitivoem que as empresas têm de minimizar desperdícios para lidar com as dificuldades impostas pelo ambiente, incluindo os efeitos ainda presentes da crise financeira nacional, os varejistas necessitam atingir excelência nesse quesito.

• FERRAMENTAS DE VENDASSomente as vendas no varejo físico não são mais suficientes para suprir a demanda da chamada geração millenium de consumidores. É preciso dar cobertura no e-commerce de maneira interativa e eficiente.

• QUALIDADE NO ATENDIMENTOIniciar o atendimento no balcão com um sorriso sincero é o primeiro passo para a

• TRABALHO EM EQUIPEA integração de todos os setores da empresa e o controle do turnover de funcionários são indispensáveis para a consolidação da identidade de um varejo. É preciso esforço conjunto contínuo para criar a tão falada cultura empresarial positiva.

• FOCO NA ESTRATÉGIAAnálises de indicadores como tíquete-médio, áreas da loja mais visitadas, produtos mais vendidos e até vendas por minuto são fatores primordiais para a formulação de estratégias de negócio.

• PROPAGANDA E MARKETINGAs ferramentas de propaganda e marketing são complexas nos dias atuais. É preciso cobrir diversas áreas do espectro midiático e contemplar as variadas ferramentas proporcionadas pela internet.

“A coleta de dados gerenciais em todas as áreas permite o cruzamento de informações que diminuem o tempo da tomada de decisões, tornando-as mais assertivas e minimizando os erros. Para isso é preciso um investimento robusto em informática, algo que, a meu ver, ainda é baixo em nosso ramo”.

“Faz parte da estratégia do nosso mercado e da nossa evolução, e é mais fácil de observar e mensurar. Acredito que estamos em bom nível nesse quesito”.

• ANÁLISE DOS CONCORRENTESObservar os pontos negativos e positivos dos concorrentes pode ser o primeiro passo para uma mudança no próprio negócio. Varejistas precisam estar sempre atentos às novidades do mercado para não ficar para trás.

a intenção não apenas de apurar as carências do segmento como um todo no país, mas visa, fundamentalmen-te, contribuir para sua modernização e para a adoção de uma abordagem mais profissional, enxuta e eficiente. Pois como dizia o filósofo alemão Ar-

thur Schopenhauer, quem tem o hábito de submeter suas ações e omissões a uma atenta e severa crítica trabalha sempre em prol da própria melhoria e do próprio aperfeiçoamento.Acompanhe a seguir o que tem a dizer o diretor da Perim, de São Paulo (SP).

consumação de uma venda e a fidelização do cliente. Embora a tecnologia venha ganhando importância no varejo, as relações humanas ainda são fundamentais.

Divu

lgaç

ão

49

5050

indicadores outubro de 2016

Land Rover vence duelo de manutenção dos jipesWrangler, Troller, Defender e Pajero estão entre os preferidos do público fora de estradaEles atendem aos que curtem uma trilha aos finais de sema-na, mas também fazem bonito no dia a dia das grandes cida-des. O comparativo dos cus-tos de manutenção deste mês destaca Jeep Wrangler, Troller RF, Land Rover Defender e Mit-subishi Pajero.O primeiro colocado foi o Trol-ler RF, que tem o custo de manutenção 48% mais barato do que o Defender. Para essa análise foram consideradas 8.583 ordens de serviços que juntas somam um valor de 5.429.411,00 reais.

A WorkGroup atua no mercado automotivo de reposição, através de software para gestão e catálogos eletrônicos.

Mais informações acesse: www.workmotor.com

Filtros

Suspensão

Escapamento

Serviços

Direção

Motor

Diversos

Pneus

Baterias

Lubrificantes

Acessórios

Injeção

Freios

Transmissão

Participação das famílias de peças no custo finalDEFENDER

Acessórios ..................................1,6%Baterias....................................5,6%Direção .......................................4,3%Diversos .........................................3%Escapamento ..................................0%Filtros .........................................4,8%Freios.......................................15,8%Injeção ......................................10,9%Lubrificantes ...............................2,1%Motor ........................................19,2% Pneus........................................0,3%Serviços ....................................11,3%Suspensão ..................................9,7%Transmissão..............................11,3%

PAJEROAcessórios ..................................3,2%Baterias.....................................6,8%Direção .......................................2,8%Diversos ......................................4,1%Escapamento ............................... .8,3%Filtros ..........................................5,6%Freios .......................................13,1%Injeção ...........................................8%Lubrificantes ...............................4,6%Motor ........................................13,4% Pneus.........................................1,1%Serviços ......................................7,2%Suspensão ................................13,3%Transmissão ..............................8,4%

WRANGLERAcessórios ..................................0,3%Baterias....................................7,8%Direção .......................................4,3%Diversos......................................4,3%Escapamento ..................................0%Filtros ..........................................4,2%Freios ...........................................12%Injeção ......................................11,4%Lubrificantes ...............................6,1%Motor ...........................................16% Pneus...........................................0%Serviços ....................................13,3%Suspensão ................................12,5%Transmissão ................................7,7%

RF

Custo de Manutenção entre os veículos

RFCusto de

ManutençãoR$ 818,38

12PAJERO

Custo de ManutençãoR$ 975,30

1.600

1.200

800

400

O primeiro colocado foi o veículo RF que tem a manutenção 48% mais barato do que o DEFENDER.Para essa análise foram consideradas 8.583 ordens de serviços que juntas somam um valor de 5.429.411,00 reais.

DEFENDER Custo de

ManutençãoR$ 1.208,73

4

A divulgação destes dados é resultado de parceira entre a Editora Novo Meio e o Work-Group, que apresentam men-salmente no jornal Novo Varejo informações sobre demandas no mercado de manutenção apuradas junto às ferramentas de tecnologia do WorkGroup, entre elas o WorkMotor, sis-tema de gerenciamento de oficinas mecânicas, centros automotivos e lojas de autope-ças; o Guia de Peças, catálogo eletrônico com 100 mil peças cadastradas que reúne dados de mais de 160 fabricantes,

gerando por volta de 3 milhões de aplicações; o CotaJÁ, fer-ramenta eletrônica de cotação expressa de autopeças que recebe as necessidades de compra das autopeças ou ofi-cinas; e o QueridoCarro.com, portal informativo com foco nos proprietários de veículos e frotistas que funciona como um CRM para estes públicos mantendo o histórico de ma-nutenção e compra autopeças e que hoje tem um alcance de 3 milhões de veículos e apro-ximadamente 40 milhões de itens cadastrados.

Acessórios0

250

125

500

375

Baterias Direção Motor Pneus

RF PAJERO WRANGLER DEFENDER

Diversos Escapamento Filtros Freios Suspensão Serviços Lubrificantes Injeção

Comparativo entre famílias de peças dos veículos700

Transmissão

Acessórios ..................................4,1%Baterias....................................5,9%Direção .......................................6,8%Diversos ......................................3,2%Escapamento...............................0,4%Filtros ..........................................4,6%Freios ..........................................9,5%Injeção ........................................8,5%Lubrificantes ...............................3,3%Motor ..........................................9,9% Pneus.......................................17,2%Serviços ....................................10,7%Suspensão ..................................7,9%Transmissão ................................8,1%

WRANGLERCusto de

ManutençãoR$ 1.145,10

3

51

5252

ano 12 outubro 2016

#132Por Agência Sebrae de Notícias

Foto: Charles Damasceno

Mutirão do Sebrae vai apoiar pequenos negócios no

refinanciamento de dívidasGuilherme Afif, presidente do Sebrae, afirma que instituição está preparada

para orientar os empresários no parcelamento de dívidas

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, de-fendeu em outubro, que a pró-xima iniciativa da instituição será iniciar uma campanha nacional para ajudar os donos de pequenos negócios no refi-nanciamento das dívidas. A declaração foi feita durante sessão solene em homena-gem ao Dia da Micro e Peque-na Empresa, realizada na Câ-

mara dos Deputados. “Nosso papel é comunicar aos empre-sários que agora eles têm esse direito conquistado na lei e fa-zer um mutirão pelo refinancia-mento dos débitos bancários, dos aluguéis e renegociar os débitos para as micro e pe-quenas empresas”.Em setembro, quase 700 mil empresas em débito com o Simples Nacional foram noti-

ficadas e podem ser desen-quadradas do regime, até janeiro de 2017. A aprovação recente do programa Crescer sem Medo amplia os limites de enquadramento de empresas no Supersimples, sistema de tributação diferenciada para micro e pequenas empresas, e oferece prazo maior para quitação de dívidas tributárias. “Vamos mobilizar o Brasil, com

Os pequenos negócios voltaram a ter um número maior de con-tratações do que o de demis-sões no último mês de agosto. Enquanto as médias e grandes empresas apresentaram um sal-do negativo de empregos, com o encerramento de 34 mil vagas, as micro e pequenas empresas tiveram um aumento de 623 va-gas. O setor que mais contratou trabalhadores foi o de serviços, que teve um incremento de 10,8 mil vagas, seguido pelo comér-cio, com 5,2 mil.Segundo o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, os pe-quenos negócios são os primeiros a dar respostas aos sinais positi-vos da economia. “Enquanto as

a ajuda de entidades, para que as empresas não sejam joga-das no inferno tributário que é o regime fora do Simples e possam se manter no jogo”, afirmou Afif.O deputado Jorginho Mello, presidente da Frente Parlamen-tar das Micro e Pequenas Em-presas, afirmou que “trabalhar pelo Simples é dar um passo importante para o crescimento

do Brasil”. A sessão, que teve a participação do corpo técnico do Sebrae, foi marcada por dis-cursos de combate à burocra-cia e de críticas às tributações estaduais que, segundo os defensores das micro e peque-nas empresas, neutralizam as conquistas constitucionais. Os presentes também lembraram que ainda existem alterações necessárias na Lei Geral.

Char

les

Dam

asce

no

Pequenos negócios voltam a gerar empregos

grandes empresas esperam sinali-zações do governo na questão ma-croeconômica, como a PEC do Teto dos Gastos e a Reforma da Previ-dência, as micro e pequenas em-presas avançam o sinal desde que haja crédito. O pequeno empresário é movido pela necessidade de so-brevivência do próprio empreendi-mento”, afirmou.No acumulado do ano, a geração de empregos continua a apresentar um saldo negativo, sendo que o número de vagas encerradas nas médias e grandes empresas é 12 vezes su-perior ao dos pequenos negócios. Entre janeiro e agosto, as médias e grandes empresas fecharam 620 mil postos de trabalho e as micro e pe-quenas empresas, 51 mil.

53

5454

Empresário brasileiro com experiência no país asiático avalia a evolução dos fornecedores nas últimas décadas

ano 12 outubro 2016

#130

Por Lucas Torres - [email protected] Fotos Shutterstock

Produto chinês atende a diferentes exigências de qualidade

Por muitos anos o produto chinês foi visto com grande preconceito ao redor do mundo. No Brasil não era diferente. Tal como o clássico estigma que chama de ‘paraguaia’ a mercadoria falsificada, o termo ‘ching ling’ era – e ainda é – comu-mente destinado a produtos de qualidade inferior à disposição dos consumidores por preços fora da realidade do mercado.A má fama advém de uma abertura de mercado que não mediu riscos, nem estrutura, no fim dos anos 70, início da chamada era pós-Mao Tse Tung, perío-do em que o país era um grande cantei-ro agrícola fechado para uma globaliza-ção às vésperas de consolidar-se.Sem contar com aparato tecnológico necessário, organização das institui-ções de trabalho e treinamento de mão de obra adequado, os primeiros anos de abertura chinesa exportavam mercadorias produzidas de forma amadora, muitas vezes na casa dos

fornecedores ou em grandes balcões improvisados.O cenário, entretanto, começou a mudar na metade dos anos 80, quando as principais multinacionais de todo o planeta enxergaram na for-ça de trabalho barata chinesa uma grande oportunidade de baixar cus-tos de produção.Grande parte desse barateamento, en-tretanto, era motivada pela falta de re-gulações trabalhistas, o que permitia a utilização de expedientes já ilegais na maior parte do mundo como trabalho infantil, jornadas de trabalho compará-veis às do século XVIII e até atividade escrava. Essas características não só feriam os direitos humanos estabele-cidos pela ONU, mas também preju-dicavam a qualidade das mercadorias chinesas, mesmo aquelas produzidas sob a supervisão de multinacionais já consolidadas em todo o planeta.

CenárioQuando pisou na China pela primeira vez em busca de motopeças para im-portar no ano 2000, era esse o cená-rio com que o diretor geral da Laquila, Eduardo Saul Trosman, se deparou. “Saímos de nossa primeira viagem as-sustados. Era tudo muito precário, sem estrutura e padronização. Tinha até tra-balho infantil”, conta. Apesar do susto inicial, o empresário enxergou o poten-cial de crescimento naquele país, o que acabou se consolidando.O empresário conta que já por volta de 2010 a situação era totalmente diferente e que, embora a mão de obra chinesa ainda fosse mais barata que a dos paí-ses mais desenvolvidos, já não existia ali um gap de qualidade. “Hoje o produto da China tem a qualidade que você qui-ser. É óbvio que ainda existe o produto paralelo ou ‘ching ling’, mas quem quer importar qualidade encontra produ-

tos iguais aos oferecidos pelo primeiro mundo”, afirma, antes de complemen-tar de forma enfática: “As multinacionais da Europa e Estados Unidos estão lá e estão muito mais estruturadas do que eram há 10 anos”.O crescimento da qualidade do pro-duto chinês, apontada pelo diretor da Laquila, foi possibilitada por dois fatores primordiais: a evolução estrutural da in-dustria no país e o aprimoramento da mão de obra.Naturalmente, o salto de qualidade re-sulta em elevação de custos, que já co-meçam a ser acrescidos no preço dos produtos chineses. “A mão de obra na China está ficando mais cara, o que en-carece a mercadoria produzida lá. Mas mesmo assim o preço chinês ainda é um dos mais competitivos do mundo e hoje, com a evolução da qualidade, apresenta uma relação entre custos e benefícios favorável”, finaliza Trosman.

Shut

ters

tock

Os impactos da criseDesde o ano de 1995 a China se consolidou como o único país do mundo a apresentar anualmente crescimento de dois dígitos em seu Produto Interno Bruto. A partir do ano passado, entretanto, a roda da economia chinesa parece estar co-

meçando a girar mais devagar.Em 2015 o PIB do país asiático cresceu 6,9%, menor alta em 25 anos, acenden-do a luz de alerta do mundo, sobretudo dos países emergentes/em desenvolvi-mento, caso do Brasil, para um possível arrefecimento da economia chinesa.

Para Eduardo Trosman, da Laquila, essa diminuição de ritmo se deve a uma crise global que reduziu a movimentação de mercados como o dos países da zona do euro e o dos Estados Unidos, e tem afetado de forma substancial o dia-a--dia dos chineses. “O mundo inteiro está comprando menos. Eu diria que o mundo inteiro está em crise. Muitas ve-zes nos é colocado que a crise chinesa

é pequena devido aos índices ainda po-sitivos, mas ela não é. Na minha última visita, no mês passado, pude ver algu-mas fábricas fechando por lá em razão dessa crise”, relata.Perguntado sobre os efeitos nas relações comerciais Brasil-China, Trosman afirma que eles ainda não ocorreram e as relações seguem saudáveis.

55

.

5656

uma nova publicação para um novo profissional

A maioria das pessoas já ouviu dizer que, quase como um chef de cozi-nha, cada bom vendedor tem seus próprios truques e raramente os re-vela a fim de manter seu diferencial no mercado.Com o avançar das ciências do marketing, entretanto, desenhou-se a tendência de que o domínio dessas técnicas capazes de produzir encan-tamento no consumidor das mais di-versas áreas deixe rapidamente de se concentrar na mão de poucos, para

Técnicas de neuromarketing reforçam poder de persuasão do vendedor

Segredo é ir direto ao grande comandante do cérebro do ser humano: o campo emocional

por Lucas Torres [email protected]

#ano 12 outubro 2016

133#

circular entre todos os vendedores de-vidamente treinados e atualizados.Um dos grandes pilares dessa mudan-ça de paradigma é representado pelo improvável casamento da neurociên-cia com o marketing – o hoje chamado neuromarketing.Surgida na década de 1990 na Uni-versidade de Harvard, nos Estados Unidos, a união tinha o objetivo inicial de desvendar os mistérios dos pro-cessos de decisão dos seres huma-nos por meio da análise dos estímulos

produzidos pelo cérebro no momento de uma escolha, com o objetivo de revelar aquilo que as pessoas ‘não sabem que sabem’.No entanto, logo nos primeiros anos de pesquisa os cientistas chegaram à conclusão de que a questão central não estava nas ‘coisas do saber’, mas definitivamente nas ‘do sentir’.Tal conceito foi formulado a partir da constatação de que a área do cére-bro que apresentava maior atividade durante o processo de decisão era a

do chamado ‘cérebro eptiliano’, região primitiva de nossa massa cinzenta. “Essa parte do cérebro, responsável pelos nossos sentimentos e que é to-talmente pré-verbal, tem mais de 500 milhões de anos. Enquanto a nossa região cognitiva tem apenas 4 milhões. Isso mostra quão mais desenvolvidos são nossos aspectos emocionais em comparação aos racionais”, afirma o diretor da Salesbrain, empresa que lidera o mercado mundial em neuro-marketing, Renato Sneider.

Venda com base nos sentidos e nas emoçõesA partir do momento em que neurociên-cia comprovou a sobreposição da emo-ção sobre a razão no momento da esco-lha, os cientistas do marketing passaram a desenvolver técnicas capazes de capi-talizar essa característica humana para maior efetividade nas vendas.De acordo com Sneider, o primeiro pro-cedimento a ser adotado pelos vende-dores nesse processo foi transferir todo o foco da venda para o cliente, algo que, segundo ele, inverteu uma roda tradicio-nal do mercado.“Com o neuromarketing se descobriu que é preciso falar muito menos so-bre a qualidade do produto, da marca e até da confiabilidade da loja. Agora, o vendedor precisa compreender que a emoção do ser humano é genuinamen-te egoísta, de modo que o cliente está concentrado em ver respondida uma única questão chave: como esse pro-

Shut

ters

tock

duto irá eliminar o meu problema?”.A emoção do egoísmo não é a única a ser explorada pelos vendedores. Questões como o envolvimento afetivo entre produ-to e consumidor são um prato cheio para a concretização de uma venda. O importante é que o cliente sinta que co-nhece aquele produto e, mais do que isso, sinta que aquele produto é feito quase como que ‘sob medida’ para suas neces-sidades. Que o fabricaram pensando nele e que a linha evolutiva da indústria automo-tiva contribuiu para que ele tivesse aque-le conforto.Pode parecer exagero, mas, quando bem contadas, quando uma “história” é bem e corretamente contada faz com que o clien-te inclusive ignore questões consideradas centrais em uma venda, como o preço do produto, por exemplo. “Eu gosto de reforçar que o neuromarke-ting descobriu que a emoção não é um

agregado que pode fazer a balança pender para um lado ou para o outro. Ela é o grande combustível da tomada de decisão. Se o sentimento disser que sim, outras questões se tornam secun-dárias”, acentua.O ponto, porém, não é se aproveitar da emoção do cliente para lhe empur-rar um produto de má qualidade ou mais caro do que ele precisa. Mas dar aquele empurrão derradeiro que irá reverter o simples ‘estou dando uma olhada’ para o ‘vou levar’.Por falar em empurrão definitivo, pro-dutos expostos de maneira atrativa no ponto de venda também são funda-mentais para capitalizar uma venda. Ainda que em menor grau, um aspec-to apresentável e asseado do vendedor também desempenha papel importan-te nesse processo.Isso porque, de acordo com o diretor da

Salesbrain, o senso comum de que a aparência é o cartão de visitas de qual-quer loja é comprovado cientificamente pelo neuromarketing. “O nervo ótico pro-cessa de 25 a 50 vezes mais rápido do que o nervo auditivo. Por isso, uma har-monia visual no momento da venda – so-bretudo na disposição dos produtos – pode ser ainda mais importante do que a conversa entre vendedor e cliente”.

Renato Sneider,da Salesbrain

57

5858

Américo José da Silva Filho é sócio diretor daCherto Atco Educação [email protected]

outubro de 2016atendimento

Um pobre homem, como não tinha nada para oferecer aos seus quatro filhos, pediu-lhes para irem mundo fora e apren-derem um ofício. Os quatro ir-mãos, ao chegar a um cruza-mento, decidiram separar-se, mas combinaram encontrar-se nesse mesmo lugar passados quatro anos.O irmão mais velho encon-trou-se com um homem que lhe perguntou onde é que ele ia. “Vou aprender um ofício”, respondeu. “Pois vem comigo que eu te en-sino a ser um mágico de circo”. O rapaz deixou-se convencer e, com o tempo, transformou-se num mágico muito habilidoso. O segundo irmão, encontrou um astrónomo que prometeu ensinar-lhe o ofício. Quando o aprendeu, o astrónomo disse--lhe: “Toma esta luneta que te será muito útil pois com ela podes ver o que os outros hu-manos não vêem à distância”.O terceiro irmão conheceu um caçador. Os seus ensinamentos foram tão bons que em pou-co tempo aprendeu o ofício na perfeição. Na despedida, o ca-çador deu-lhe uma espingarda, assegurando-lhe que com ela acertaria sempre no alvo.O quarto irmão encontrou-

-se com um homem que lhe perguntou se queria ser alfaia-te. Quando já era um alfaiate experiente, o homem deu-lhe uma agulha e disse-lhe: “Já podes ir pelo mundo fora. Com esta agulha e a tua habi-lidade, poderás coser tudo o que quiseres”.Passaram quatro anos e os irmãos voltaram a encontrar--se. Que alegria sentiram ao estar juntos de novo! Depois de se abraçarem, dirigiram-se todos para casa do pai.“Muito bem!”, exclamou o pai, orgu-lhoso. “Aproveitaram o tempo e todos são mestres nos vos-sos ofícios!”.Pouco depois, os quatro ho-mens ouviram a notícia de que o rei do seu país precisava de ajuda: um dragão tinha raptado a princesa. Os quatro irmãos decidiram, então, unir os seus esforços para salvar a jovem.Do barco onde viajavam, o astrónomo observava o hori-zonte com a sua luneta. Em pouco tempo viu a princesa numa ilhota próxima. Junto a ela estava o dragão que dor-mia ao lado da moça.“Posso disparar daqui”, disse o caçador, “mas se ferir o dragão e ele cair, vai ferir a princesa”.Então, o mágico atirou-se à

Os quatro irmãos habilidosos

água. Quando chegou à rocha, passou pelo dragão, e salvou a bela donzela, tão suavemente que o monstro feroz continuou a dormir profundamente.Quando o monstro acordou e viu que a princesa já não estava lá, foi à sua procura. Viu-a no barco e voou até lá para a ir buscar. Então, o caçador disparou acertando-lhe no coração, e o dragão caiu à água. Mas, quan-do todos pensavam que já es-tava morto, saltou para cima do barco e destruiu-o. Depois, afundou-se para sempre nas profundezas do mar. Felizmente, o alfaiate tinha levado a sua agulha maravi-lhosa. Começou a coser as tábuas umas às outras e com quatro pontos, construiu uma jangada. Sem perder tempo, regressaram ao palácio com a princesa sã e salva.O rei estava tão contente, que para recompensar os heróis pela sua proeza, pro-meteu-lhes a mão da sua fi-lha. “Só um pode ter a mão da minha filha. Por isso, vai casar-se com o mais valente dos quatro”.As palavras do rei provocaram um grande reboliço entre os quatro irmãos, pois todos eles queriam merecer essa honra.“Se eu não tivesse encontrado a princesa com a minha lune-ta, as vossas habilidades não tinham servido de nada!”, ex-clamou o astrónomo.“E se eu não a tivesse tirado de perto do dragão, o que é que teriam feito?”, perguntou o mágico.“Se a minha bala não o tives-se morto, teria acabado co-nosco!”, replicou o caçador.“E sem a minha arte, ter-se--iam afogado!”, acrescen-tou, por último, o alfaiate.Como a princesa não podia casar-se com os quatro, o rei ofereceu-lhes, em troca, me-tade do seu reino. E foi assim que os quatro irmãos juntaram de novo as suas habilidades para que as suas terras fos-sem ricas e prósperas.

(Conto dos irmãos Grimm)

Cada um dos irmãos havia de-senvolvido a excelência em sua respectiva atividade e, quando elas foram utilizadas, foi possí-vel salvar a princesa que esta-va aprisionada pelo dragão. E a maior sabedoria da fábula foi a do pai que sem ter o que ofe-recer a eles, obrigou-os a irem aprender um ofício.A palavra Excelência se origina do latim (excellentia) e signifi-ca superioridade de qualidade. Também é sinônimo de espe-cialidade e de primazia (ser o primeiro em algo). Já em ad-ministração e gestão entende--se como excelência aquilo que é feito continuamente com a mesma qualidade. Não basta que aconteça algumas vezes, é preciso que seja sempre. Outra característica de “exce-lência” é que ela deve ser per-cebida pelas outras pessoas. Ninguém é enxergado como excelente se não praticar essa qualidade continuamente. O filósofo grego Aristóteles dizia que “Somos aquilo que repeti-damente fazemos. A excelên-cia, portanto, não é um feito, mas um hábito”.Há ainda outro ponto importan-te: as empresas somente são consideradas como excelentes, se as pessoas que nela traba-lham agirem com esse objetivo. Só existem empresas, marcas e produtos excelentes se as pes-soas responsáveis por eles pra-ticarem a excelência.E como alcançar a excelência?Para o segmento de autope-ças tornar-se excelente, sig-nifica realizar continuamente alguns princípios.

1. Use de empatia. Para entre-gar qualidade é preciso saber o que a pessoa espera e para isso precisamos nos colocar no seu lugar - sentir o que ele sente. Não apenas entender o que precisa, mas sentir o que ela sentirá quando não for aten-dida como espera.

2. Servir. No varejo, assim

como em muito outras ativi-dades, nosso papel é servir as pessoas. Isto é básico e todos que trabalham em lojas de au-topeças precisam ter consciên-cia disso e praticar.

3. Aprender com o mercado. Saber o que os outros estão fazendo para atrair e manter clientes. Entre num varejo que você considere bem sucedido e dedique-se a observar e analisar com atenção. O que eles fazem para as pessoas irem lá e não em outras lojas?

4. Dê motivos para ser es-colhido pelo consumidor. No varejo não existe fidelidade absoluta. Seremos trocados pelos concorrentes sempre que o consumidor não enxer-gar, em nossa loja, um forte motivo para permanecer fiel. Esses motivos podem ser diversos (localização, aten-dimento, preço, variedade, ambiente, etc.) e precisamos ter pelo menos um deles. Se usarmos de empatia e obser-varmos o mercado, sabere-mos qual é mais significativo para nosso consumidor.

5. Melhoria contínua. A pala-vra japonesa Kaizen representa essa prática da melhoria contí-nua em todos os aspectos da vida (pessoal e profissional) e das empresas. É o compromis-so de melhoria gradual e contí-nua das mais simples às mais complexas atividades diárias. Da maneira como nos relacio-namos com nossos familia-res, logo pela manhã, com os funcionários e os clientes até os processos administrativos (abastecimento, layout, etc).

Nesse conto dos irmãos Grimm uma família numerosa e pobre pode alcançar a riqueza através da aquisição, desenvolvimento e prática de novas habilidades. Esse também é o caminho para a lojas de autopeças.

“Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!”

Shut

ters

tock

59

60