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Os Servidores Públicos Municipais de Blumenau estão lutando por melhores condições de trabalho, melhores salários e pela valorização efetiva da categoria. No mês de maio, data base dos servidores, decretou “estado de greve”, quando considerou insuficiente a proposta econômica oferecida pelo governo durante as negociações. Embora a administração tenha cumprido com os itens negociados, efetuando alterações em leis, repassando o INPC do período (7,16%) e reajustando em R$ 1 o vale alimentação, não houve acordo. De modo responsável, os servidores conduziram o debate para um dos momentos mais importantes de uma administração: a construção do PPA – Plano Plurianual –, que por força de lei, deve ser feito no primeiro ano do mandato do prefeito e mostra as reais intenções do governo para um período de quatro anos. A maioria dos servidores entendeu que seria um desrespeito à população radicalizar com um governo que tinha pouco mais de quatro meses de mandato e eleito com 70% dos votos, ainda mais depois das notícias de corrupção e das informações de falta de recursos. O PPA é um instrumento de planejamento que visa dar segurança e transparência às ações públicas. Tudo que um governo quer e precisa fazer num período de quatro anos deve estar previsto neste documento. O PPA precisa ser votado pela Câmara de Vereadores até o dia 15 de setembro. Portanto, este é o momento oportuno. Havia uma promessa do prefeito de valorizar os servidores municipais. Durante as eleições do ano passado, Napoleão Bernardes assinou uma “Carta Compromisso” com a categoria, tomando conhecimento dos problemas que afligiam os servidores e se comprometendo com a “Plataforma por um Município Decente e Democrático”, documento que apontava as reivindicações dos trabalhadores. Agora, com a apresentação da proposta do PPA pelo governo, ficou claro que a nova administração repete o ex-prefeito João Paulo Kleinübing, e não trabalha com a possibilidade de pagamento de direitos, como a Avaliação por Desempenho, nem com a possibilidade de pagamento das perdas salariais históricas (acumuladas desde 1997, especialmente no mandato do ex- prefeito Décio Lima), que chegam a 30%. Um desrespeito para com o servidor. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê limites para despesas de pagamento de pessoal, indicando o índice prudencial de 51,3% e um teto máximo de 54% da receita líquida do município. O comprometimento da receita do município com a folha de pagamento dos servidores fechou o primeiro quadrimestre de 2013 em 43,68%. Com este cenário, de acordo com o DIEESE, Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Econômicas, é possível conceder, por exemplo, 17,45% de reposição salarial linear para todos, respeitando a lei. Queremos que o governo contemple no PPA uma política de pagamento de direitos negados aos servidores. Não podemos permitir que a Câmara de Vereadores aprove o projeto do PPA como está. É por esta razão que os servidores anunciam GREVE a partir do dia 11 de setembro. Uma greve pela garantia de direitos. O Sintraseb, Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau, pede a compreensão e o apoio da comunidade neste momento de luta dos servidores. Pela garantia de direitos, GREVE a partir de quarta, 11/9. Carta Aberta à População: Blumenau, 9 de setembro de 2013.

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Os Servidores Públicos Municipais de Blumenau estão lutando por melhores condições de trabalho, melhores salários e pela valorização efetiva da categoria. No mês de maio, data base dos servidores, decretou “estado de greve”, quando considerou insuficiente a proposta econômica oferecida pelo governo durante as negociações. Embora a administração tenha cumprido com os itens negociados, efetuando alterações em leis, repassando o INPC do período (7,16%) e reajustando em R$ 1 o vale alimentação, não houve acordo.

De modo responsável, os servidores conduziram o debate para um dos momentos mais importantes de uma administração: a construção do PPA – Plano Plurianual –, que por força de lei, deve ser feito no primeiro ano do mandato do prefeito e mostra as reais intenções do governo para um período de quatro anos.

A maioria dos servidores entendeu que seria um desrespeito à população radicalizar com um governo que tinha pouco mais de quatro meses de mandato e eleito com 70% dos votos, ainda mais depois das notícias de corrupção e das informações de falta de recursos.

O PPA é um instrumento de planejamento que visa dar segurança e transparência às ações públicas. Tudo que um governo quer e precisa fazer num período de quatro anos deve estar previsto neste documento. O PPA precisa ser votado pela Câmara de Vereadores até o dia 15 de setembro. Portanto, este é o momento oportuno.

Havia uma promessa do prefeito de valorizar os servidores municipais. Durante as eleições do ano passado, Napoleão Bernardes assinou uma “Carta Compromisso” com a categoria, tomando conhecimento dos problemas que afligiam os servidores e

se comprometendo com a “Plataforma por um Município Decente e Democrático”, documento que apontava as reivindicações dos trabalhadores.

Agora, com a apresentação da proposta do PPA pelo governo, ficou claro que a nova administração repete o ex-prefeito João Paulo Kleinübing, e não trabalha com a possibilidade de pagamento de direitos, como a Avaliação por Desempenho, nem com a possibilidade de pagamento das perdas salariais históricas (acumuladas desde 1997, especialmente no mandato do ex-prefeito Décio Lima), que chegam a 30%. Um desrespeito para com o servidor.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê limites para despesas de pagamento de pessoal, indicando o índice prudencial de 51,3% e um teto máximo de 54% da receita líquida do município. O comprometimento da receita do município com a folha de pagamento dos servidores fechou o primeiro quadrimestre de 2013 em 43,68%. Com este cenário, de acordo com o DIEESE, Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Econômicas, é possível conceder, por exemplo, 17,45% de reposição salarial linear para todos, respeitando a lei.

Queremos que o governo contemple no PPA uma política de pagamento de direitos negados aos servidores. Não podemos permitir que a Câmara de Vereadores aprove o projeto do PPA como está. É por esta razão que os servidores anunciam GREVE a partir do dia 11 de setembro. Uma greve pela garantia de direitos.

O Sintraseb, Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau, pede a compreensão e o apoio da comunidade neste momento de luta dos servidores.

Pela garantia de direitos,GREVE a partir de quarta, 11/9.

Carta Aberta à População:

Blumenau, 9 de setembro de 2013.

Page 2: Carta Aberta à População: Pela garantia de direitos, GREVE ...sintraseb.org.br/novo/wp-content/uploads/2013/09/Carta-aberta-Grev… · Blumenau, 9 de setembro de 2013. Muitas vezes

Muitas vezes o discurso dos políticos fica bem longe de suas práticas. As promessas de campanha ficam esquecidas e a sociedade paga um alto preço pelo descaso.

Ano passado, por ocasião das eleições municipais, o Sindicato promoveu a campanha pelo voto consciente. Com o tema “o cidadão elege o prefeito, o servidor escolhe o patrão” a estratégia teve o objetivo de ressaltar a dupla responsabilidade do voto dos servidores. No mês de setembro, realizou o “Encontro com os Prefeituráveis”, evento que permitiu aos servidores públicos municipais conhecer as propostas de cada candidato a prefeito. Foi neste encontro que o candidato Napoleão Bernardes (PSDB) recebeu do Sintraseb o documento “Plataforma por um Município Democrático e Decente”, onde constavam as reivindicações da categoria, e onde constava a “Carta Compromisso” que foi assinada pelo candidato.

Uma das principais propostas de Napoleão Bernardes (PSDB) era o “Programa de Metas”, que deveria ser apresentado oficialmente depois dos primeiros 90 dias de governo e que iria nortear e prever as ações da prefeitura para os próximos quatro anos. Era apenas uma proposta maquiada, pois o PPA, Plano Plurianual, previsto na Constituição Federal e na Lei de Responsabilidade Fiscal, determina a mesma coisa, prever as ações da prefeitura para o quadriênio 2014-2017.

No quadro abaixo estão as propostas específicas para o servidor, constantes no plano de governo do novo prefeito.

Valorização Já!Valorização Já!Sem servidor/a a cidade para.

‘’O nosso compromisso, o compromisso da coligação

Blumenau Quer Mais, com cada um dos colegas servidores, com cada uma das colegas servidoras,

é em relação às condições de trabalho e especialmente em relação ao investimento

na carreira do serviço público.Prefeito Napoleão Bernardes Neto,

Encontro com os Prefeituráveis, em 19/9/2012.

É preciso cobrar aspromessas dos políticos

Promessas Eleitorais

Cadê o Programa de Metas e valorização dos servidores?

Acesse a “Plataforma por um município decente e democrático”,a “Carta Compromisso” assinada pelo prefeito e o vídeo em:

www.sintraseb.org.br | www.facebook.com/sintraseb

Uma jornada de lutae responsabilidade

Como chegamos até aqui

• Iniciamos nossa jornada de luta em prol da valorização dos servidores no dia 19/9/2012, quando apresentamos aos candidatos a prefeito as necessidades e reivindicações da categoria. Realizamos o “Encontro com os Prefeituráveis”, no Viena Park Hotel, onde os candidatos assinaram uma “Carta Compromisso”. • Ainda em 2012, no dia 21/11, o prefeito eleito visita a sede do Sintraseb, reafirmando os compromissos assumidos. • Em 21/02/2013 realizamos nossa primeira Assembleia Geral, quando aprovamos a Pauta de Reivindicações construída em inúmeras reuniões da categoria. • As negociações foram abertas, e no dia 14/5 aconteceu a segunda Assembleia Geral, que rejeitou a proposta econômica apresentada pelo governo. • Não havendo avanços, em 22/5, na terceira Assembleia Geral, os servidores decidem decretar “estado de greve”, deliberando pela participação das Audiências Públicas sobre a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), sobre o Plano Plurianual 2014-2017 (PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), com o objetivo de ver materializado as reais intenções do governo. • No dia 28/5, data da inauguração da nova sede da Câmara, o Sindicato usa a tribuna do legislativo na sessão que votou a LDO. • Em 22/7 encaminhamos ofício à Câmara solicitando reunião com a Mesa Diretora e as Comissões de Constituição e Justiça e de Finanças, as quais analisam o PPA antes de encaminhar ao plenário para votação. • No dia 30/7, cerca de 120 representantes de locais de trabalho participam da Audiência Pública de apresentação do PPA 2014-2017. • Dia 29/8 realizamos a reunião com as comissões e a Mesa Diretora da Câmara solicitando que os vereadores apresentassem emendas ao projeto de lei garantindo a previsão de uma política de recuperação das perdas salariais e da Avaliação por Desempenho. No mesmo dia, os representantes de locais de trabalho participam da Audiência Pública de apresenta-ção da LOA 2014. • Não havendo avanços, no dia 5/9, na quarta Assembleia Geral, os servidores decidem anunciar GREVE a partir do dia 11 de setembro.