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1 Noções Básicas dos gêneros ARTIGO DE OPINIÃO E CARTA ARGUEMENTATIVA

Carta argumantativa

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Carta argumantativa

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Noções Básicas dos gêneros

ARTIGO DE OPINIÃO E

CARTA ARGUEMENTATIVA

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O ARTIGO DE OPINIÃO

A todo instante temos de nos posicionar sobre certos temas que circulam socialmente. Por exemplo, a pena de morte é uma saída contra a violência? Uma mulher grávida deve ter o direito de interromper a gravidez de um feto anencéfalo? A televisão deve sofrer algum tipo de controle? Como resposta a essas e outras questões, são publicadas em jornais e revistas ARTIGOS DE OPINIÃO, nos quais o autor expressa um ponto de vista sobre o tema em discussão.

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CARACTERÍSTICAS DO ARTIGO DE OPINIÃO

Texto argumentativo que difunde opinião sobre um tema polêmico.

Circula nos meios de comunicação em geral, por exemplo, jornais, revistas, etc.

Tem como estrutura básica uma idéia central (que resume o ponto de vista do autor) e sua fundamentação com base em argumentos, construídos a partir de verdades.

Exige a variedade padrão da língua.

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COMO PRODUZIR O ARTIGO DE OPINIÃO Use a 1ª pessoa do plural ou a 3ª do singular. (Embora permitido por alguns autores, a maioria recomenda que o aluno não use a 1ª pessoa do singular) Verbos predominantemente no presente do indicativo. Construa períodos curtos, com no máximo duas ou três linhas, evitando orações intercaladas ou ordem inversa desnecessária. Empregue vocabulário escolarizado, evitando termos coloquiais, adjetivação desnecessária, gírias, afirmações extremas e generalizações.

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CARACTERÍSTICAS DA

CARTA ARGUMENTATIVA

Texto persuasivo que tem a finalidade de apresentar às autoridades um problema (carta argumentativa de reclamação) ou solicitar a solução de um problema (carta argumentativa de solicitação) Deve ser fundamentada por argumentos. Necessário usar tratamento adequado ao cargo do destinatário. Uso da variante padrão.

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COMO PRODUZIR

A CARTA ARGUMENTATIVA Na linha 1, na mesma margem que

você costuma marcar o parágrafo, escreva local e data.

Ex: Fortaleza, 3 de outubro de 2008.

Vírgula obrigatória após o nome da

localidade, o mês sempre com letra minúscula e o ponto, após o ano, é

obrigatório.

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Deixe a linha 2 em branco Na linha 3, na mesma margem do parágrafo, escreva o vocativo ( todas as palavras do vocativo devem ser iniciadas com letra maiúscula. O vocativo deve ficar todo na mesma linha. No vocativo, o pronome de tratamento deve ser o indicado ao cargo ocupado pelo destinatário. O vocativo não pode conter palavras abreviadas. Ex: Excelentíssimo Senhor Presidente da República ,

(Após o vocativo, coloque uma vírgula). Se a carta for para o presidente, nem mesmo no corpo da carta o aluno pode abreviar o pronome de tratamento) Deixe a linha 4 em branco

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Na linha 5, marque o parágrafo. Inicie com letra maiúscula. Toda carta deve ser iniciada por uma frase chamada ‘frase de contato’. Como o próprio nome diz, ela estabelece contato com o destinatário. Ex. Através dos meios de comunicação tomei conhecimento da crescente violência nas escolas brasileiras, por isso tomei a iniciativa de escrever a Vossa Excelência que sua.... As frases de contato no primeiro e no último parágrafo são obrigatórias. Ex. frases de contato para o final da carta : o que você espera, com que urgência as medidas devem ser tomadas, etc.

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Após a conclusão do corpo da carta, salte uma linha e escreva a despedida (com letra maiúscula) e vírgula. Ex: Atenciosamente, Se a carta for para o presidente, na despedida escreva Respeitosamente, Em hipótese alguma assine a carta. Local e data, vocativo e despedida contam linha escrita. Ao final, você deve contar, no mínimo, vinte linhas escritas.

Características da carta argumentativa

a) Estrutura dissertativa: costuma-se enquadrar a carta na tipologia dissertativa, uma vez que, como a dissertação tradicional, apresenta a tríade introdução / desenvolvimento / conclusão. Logo, no primeiro parágrafo, você apresentará ao leitor o ponto de vista a ser defendido; nos dois ou três subsequentes (considerando-se uma carta de 20 a 30 linhas), encadear-se-ão os argumentos que o sustentarão; e, no último, reforçar-se-á a tese (ponto de vista) e/ou apresentar-se-á uma ou mais propostas. Os modelos de introdução, desenvolvimento e conclusão são similares aos que você já aprendeu (e você continua tendo a liberdade de inovar e cultivar o seu próprio estilo!);

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b) Argumentação: como a carta não deixa de ser uma espécie de dissertação argumentativa, você deverá selecionar com bastante cuidado e capricho os argumentos que sustentarão a sua tese. É importante convencer o leitor de algo.

Apesar das semelhanças com a dissertação, que você já conhece, é claro que há diferenças importantes entre esses dois tipos de redação. Vamos ver as mais importantes:

a) Cabeçalho: na primeira linha da carta, na margem do parágrafo, aparecem o nome da cidade e a data na qual se escreve. Exemplo: Londrina, 15 de março de 2003.

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b) Vocativo inicial: na linha de baixo, também na margem do parágrafo, há o termo por meio do qual você se dirige ao leitor (geralmente marcado por vírgula). A escolha desse vocativo dependerá muito do leitor e da relação social com ele estabelecida. Exemplos: Prezado senhor Fulano, Excelentíssimo senhor presidente Luís Inácio Lula da Silva, Senhor presidente Luís Inácio Lula da Silva, Caro deputado Sicrano, etc.

c) Interlocutor definido: essa é, indubitavelmente, a principal diferença entre a dissertação tradicional e a carta. Quando alguém pedia a você que produzisse um texto dissertativo, geralmente não lhe indicava aquele que o leria. Você simplesmente tinha que escrever um texto. Para alguém. Na carta, isso muda: estabelece-se uma comunicação particular entre um eu definido e um você definido. Logo, você terá que ser bastante habilidoso para adaptar a linguagem e a argumentação à realidade desse leitor e ao grau de intimidade estabelecido entre vocês dois. Imagine, por exemplo, uma carta dirigida a um presidente de uma associação de moradores de um bairro carente de determinada cidade. Esse senhor, do qual você não é íntimo, não tem o Ensino Médio completo. Então, a sua linguagem, escritor, deverá ser mais simples do que a utilizada numa carta para um juiz, por exemplo (as palavras podem ser mais simples, mas a Gramática sempre deve ser respeitada...). Os argumentos e informações deverão ser compreensíveis ao leitor, próximos da realidade dele. Mas, da mesma maneira que a competência do interlocutor não pode ser superestimada, não pode, é claro, ser menosprezada. Você deve ter bom senso e equilíbrio para selecionar os argumentos e/ou informações que não sejam

óbvios ou incompreensíveis àquele que lerá a carta.  12

d) Necessidade de dirigir-se ao leitor: na dissertação tradicional, recomenda-se que você evite dirigir-se diretamente ao leitor por meio de verbos no imperativo (“pense”, “veja”, “imagine”, etc.). Ao escrever uma carta, essa prescrição cai por terra. Você até passa a ter a necessidade de fazer o leitor “aparecer” nas linhas. Se a carta é para ele, é claro que ele deve ser evocado no decorrer do texto. Então, verbos no imperativo – que fazem o leitor perceber que é ele o interlocutor – e vocativos são bem-vindos. Observação: é falha comum entre os alunos-escritores “disfarçar” uma dissertação tradicional de carta argumentativa. Alguns escrevem o cabeçalho, o vocativo inicial, um texto que não evoca em momento algum o leitor e, ao final, a assinatura. Tome cuidado! Na carta, vale reforçar, o leitor “aparece”.

e) Expressão que introduz a assinatura: terminada a carta, é de praxe produzir, na linha de baixo (margem do parágrafo), uma expressão que precede a assinatura do autor. A mais comum é “Atenciosamente”, mas, dependendo da sua criatividade e das suas intenções para com o interlocutor, será possível gerar várias outras expressões, como “De um amigo”, De alguém que deseja ser atendido”, Respeitosamente.

f) Assinatura: um texto pessoal, como é a carta, deve ser assinado pelo autor. Nos vestibulares, porém, costuma-se solicitar ao aluno que não escreva o próprio nome por extenso. Na maioria das vezes, o aluno deve escrever a inicial do nome e dos sobrenomes (J. A. P. para João Alves Pereira, por exemplo). Essa postura adotada pelas universidades é importante para que se garanta a imparcialidade dos corretores na avaliação das redações.

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Currais Novos/RN, 11 de setembro de 2008.

Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação,

Ao analisarmos os diversos problemas enfrentados pelos brasileiros, percebemos que a educação apresenta-se como um dos mais graves. Apesar da queda do analfabetismo na última década, ainda assumimos uma posição vergonhosa no “ranking” latino-americano. Essa questão torna-se complexa, pois está relacionada a diversos problemas nacionais como a desigualdade na distribuição de renda, a exploração do trabalho infantil, dificuldades no acesso às escolas, exploração sexual de crianças e adolescentes, perfazendo um conjunto de tristes realidades, que separam cada vez mais, as famílias em situação de vulnerabilidade social do sistema regular de ensino. As deficiências no processo de ensino-aprendizagem também merecem atenção, principalmente nos primeiros anos escolares. Metodologias de ensino inadequadas, carências de recursos humanos e materiais, péssimo sistema de transporte escolar, além de baixos salários, são elementos importantes que contribuem para a evasão escolar e para a má qualidade do serviço prestado. Diante de tal situação, precisamos, ainda, percorrer um árduo caminho para que possamos ter um país que veja a educação com a seriedade merecida. Sendo assim, a valorização do magistério, a informatização das escolas, a capacitação profissional, além de um melhor planejamento dos recursos aparecem como estratégias importantes, para transformar o Sistema Educacional em um serviço eficiente e eficaz.

Atenciosamente,

 

Educalson Brasileiro

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