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26º. Congresso Estadual da FETEMS - Federação Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado de Mato Grosso do Sul Euzébio Garcia Barrio “A gente muda a Educação. A Educação muda o mundo” Nova Andradina/MS, de 2015

CARTA DE CAMPO GRANDE - Sindicato … · Web viewO governo, por sua vez, acabou elevando seu déficit e chegando a situações contraditórias, como a maior taxa de emprego da história

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26º. Congresso Estadual da FETEMS - Federação Trabalhadores e

Trabalhadoras em Educação do Estado de Mato Grosso do Sul

Euzébio Garcia Barrio

“A gente muda a Educação. A Educação muda o mundo”

Nova Andradina/MS, de 2015

Texto Base da Direção(texto provisório)

RETRATO DO ARTISTA QUANDO COISA

Manoel de Barros

A maior riquezado homem

é sua incompletude.Nesse pontosou abastado.

Palavras que me aceitamcomo sou

— eu não aceito.Não aguento ser apenas

um sujeito que abreportas, que puxa

válvulas, que olha orelógio, que compra pão

às 6 da tarde, que vailá fora, que aponta lápis,

que vê a uva etc. etc.Perdoai. Mas eu

preciso ser Outros.Eu penso

renovar o homemusando borboletas.

Manoel de Barros, um dos mais aclamados poetas contemporâneos brasileiros. Nascido em Cuiabá em 1916, mudou-se para Corumbá e depois Campo Grande/MS. Manoel de Barros estreou em 1937 com o

livro “Poemas Concebidos sem Pecado”, escreveu 18 livros, além de obras infantil, relatos autobiográficos e recebeu diversos prêmios literários. Faleceu em 13 de novembro de 2014.

Sumário

Apresentação

1. Conjuntura Internacional

2. Conjuntura Nacional

3. Conjuntura Estadual

4. Política Educacional

5. Política Sindical

6. Políticas Permanentes

7. Balanço da FETEMS

8. Plano de Lutas

9. Estatuto

26º. Congresso Estadual da FETEMS - Euzébio Garcia Barrio

“A gente muda a Educação. A Educação muda o mundo”

PROGRAMAÇÃO

10.09.15 / Quinta-feira

A partir das 10h00 – Credenciamento

18h00 – Apresentação Cultural

19h00 – Abertura Oficial

20h00 – Plenária de Aprovação do Regimento do 26º. Congresso Estadual.

11.09.15 / Sexta-feira

08h00 – Apresentação Cultural.

08h30 – Painel I: Conjuntura Internacional, Nacional e Estadual.

Painelistas:

12h00 – Almoço

13h30 – Apresentação Cultural.

14h00 – Painel II: Movimento Sindical atual: desafios e possibilidades.

Painelistas:

19h00 – Mesas Temáticas

Mesa 1: Funcionários (as) Administrativos (as) da Educação: organização, avanços e desafios.

Mesa 2: Aposentados (as) da Educação: organização, avanços e desafios.

12.09.15 / Sábado

08h00 – Apresentação Cultural.

08h30 – Painel III: Sistema Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, Plano Estadual e Planos Municipais de Educação: Diretrizes e Estratégias de Ação.

Painelistas:

12h00 – Almoço

13h30 – Apresentação Cultural.

14h00 – Painel IV: Política Educacional e Gestão Democrática: Piso Salarial, Diretrizes Nacionais de Carreira, Desenvolvimento Profissional, Reconhecimento Social e Melhorias nas Condições de Trabalho, Meritocracia na Educação.

19h00 – Confraternização

Painelistas:

13.09.15 / Domingo

08h00 – Apresentação Cultural.

09h00 – Plenária Final→ Aprovação das emendas do Documento

Base.→ Aprovação das emendas ao Estatuto da

FETEMS.

12h30 – Encerramento.

“Minha esperança é necessária, mas não é suficiente.Ela só, não ganha à luta, mas sem ela a luta fraqueja e titubeia”

Paulo Freire Apresentação

A FETEMS realiza no período de 12 a 13 de setembro de 2015, o seu 26º. Congresso Estadual - Euzébio Garcia Barrio com o tema: “A gente muda a Educação. A Educação muda o mundo”

Estamos realizando mais um Congresso. Portanto, momento de novos sonhos e desafios. Neste Congresso trazemos a memória as lutas, as bandeiras, as defesas e compromisso do professor Euzébio Garcia Barrio um dos fundadores e primeiro presidente da entidade que nos deixou no mês de junho passado. Continuando a luta de Euzébio Barrio e de tantos outros companheiros (as), é tempo de investimento e semeadura. Este é um momento promissor de muitas lutas e estamos todos convocados (as) a continuar a nossa contribuição na construção coletiva de conhecimentos e fortalecimento de todas as lutas por educação de qualidade, mais cidadania e solidariedade e contra todo e qualquer forma de preconceito e discriminação.

A FETEMS, historicamente trabalha e luta pela melhoria da escola pública, pelos direitos educacionais da população e, fundamentalmente, pelos direitos e necessidades dos (as) trabalhadores (as) em educação. Entretanto, não é indiferente à nossa luta, nem poderia ser, o projeto político e educacional a ser implementado pelos Governos municipais, do Estado e federal, pois ele afeta diretamente a nossa vida profissional e as políticas educacionais.

Este Congresso acontece em um momento muito importante da educação no Brasil. Nós estamos, desde 2010, em debates permanentes sobre a educação, desde as I e II Conferências Nacionais, precedidas de conferências estaduais, intermunicipais e municipais de educação. E, no atual momento todas as discussões, propostas, metas e estratégias debatidas nas conferências foram consolidadas e aprovadas no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005, de 24 de junho de 2014), no Plano Estadual de Educação (Lei 4.621, de 22 de dezembro de 2014) e, estão sendo aprovados os Planos Municipais de Educação.

Participamos ativamente da construção de todo este processo e, vemos nele, a grande possibilidade para avançarmos na universalização do atendimento escolar, na valorização dos profissionais da educação, na gestão democrática e no financiamento da educação.

Durante os quatro dias do Congresso, serão discutidos temas como análise da conjuntura internacional, nacional e estadual; os atuais desafios do movimento sindical; os planos nacional, estadual e municipais de educação; a gestão democrática; a valorização dos profissionais; o balanço da nossa última gestão e o plano de lutas para o próximo período.

O Congresso é um momento e um espaço fundamental e privilegiado para refletir, debater, propor e aprovar diretrizes para a FETEMS e dizermos à sociedade qual modelo de educação queremos.

Conclamamos a todos e todas, para que: “...continuemos na luta e façamos dela... esperança, força, doação, solidariedade, compromisso, coragem, sonho. Que não desfaleçamos antes da hora, corporal ou espiritualmente. E, que saibamos abraçar as causas maiores, as causas da justiça, da libertação,

da ecologia, da política e da paz.Quem não sonha alto, dificilmente vai ter uma vida generosa, uma vida que valha a pena. É a hora de definir a vida... Poderá ter tropeços, perder o caminho, perder-se de vez em quando, mas se sonhou

alto, encontrará o caminho de novo...” Parte de uma fala de Dom Pedro Casaldáliga.

Que continuemos sonhando alto!

Bom trabalho a todos e a todas.

Diretoria da FETEMS

I – CONJUNTURA INTERNACIONALCrise do capitalismo

1. Num mundo mergulhado na crise do capitalismo, em que o desemprego atinge mais de 200 milhões e com previsão de aumentar segundo a Organização Internacional do Trabalho - OIT, o imperialismo busca via guerras aos povos e ataques aos direitos e conquistas dos trabalhadores impor sua política de pilhagem e desagregação.

2. É a crise mais longa e intensa desde a depressão mundial do final dos anos vinte do século passado, causada pelas contradições do processo de acumulação hegemonizado pelo capital financeiro, especulativo e predatório. A concorrência entre grandes corporações capitalistas define as medidas adotadas para o enfrentamento da crise sistêmica. Arrasta nações e blocos regionais para a rivalidade industrial, comercial, financeira e militar. Ingressamos numa fase aguda de conflitos em que as fronteiras e identidades nacionais sucumbem aos interesses das grandes corporações que se confrontam no terreno do sistema mundial financeirizado. Destaca-se, nesse processo, o poder da rede de organizações transnacionais, sobretudo dos bancos, na determinação dos rumos da economia internacional. Cerca de 147 supercorporações detêm o controle de 60% operações financeiras envolvendo a produção e venda de mercadorias e serviços em todo o mundo.

3. No bojo da crise do sistema capitalista, o ideário neoliberal se impõe como pensamento dominante, definindo como solução um conjunto de políticas que restringem o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e regulador do mercado, impõem a retirada de direitos e a precarização do trabalho e restringem os gastos públicos em políticas sociais.

4. Neste cenário, a luta de classes intensifica-se e apresenta contornos mais nítidos, demonstrando as questões que colocam em campos opostos os setores da sociedade e definindo os espaços em que elas se movimentam como forças políticas em defesa de seus interesses. Para a classe trabalhadora, esse é um momento crucial.

Intervenção imperialista e desestabilização de regimes democráticos

5. Uma nação imperialista, como os Estados Unidos, torna-se mais perigosa quando corre o risco de perder sua hegemonia do que quando está expandindo seu império. A ação dos serviços de espionagem como a CIA e a NSA, fazendo monitoramento das comunicações de telefones ou mensagens eletrônicas de líderes mundiais, mostra que não existem limites ao governo norte-americano para impor seus interesses. Sua ação imperialista continua, em várias partes do mundo, visando impedir o crescimento influência de países que possam prejudicar seu domínio. Usa diretamente a intervenção militar ou recorre a outros mecanismos, como o financiamento de organizações e institutos que propagam ideias gerais como a defesa da democracia, da liberdade e o combate à corrupção para fomentar movimentos de massa, mobilizados pelas redes sociais e apoiados pela mídia tradicional.

6. Foi o que ocorreu na Ucrânia, onde a União Europeia e os Estados Unidos tinham interesse em combater a influência russa. Não tiveram pudor de se aliar a grupos neonazistas para a derrubar um presidente eleito e fomentar uma guerra civil.

7. No norte da África e no Oriente Médio, o imperialismo buscou tirar proveito das convulsões sociais conhecidas como Primavera Árabe para expandir o seu poder e desestabilizar governos que não atendiam plenamente seus interesses, mesmo que o resultado dessa intervenção saísse de seu controle. Em alguns casos, buscou fomentar e influenciar nos rumos de mobilizações já existentes.

Em outros, “fabricou” mobilizações para a opinião pública, com apoio das poucas agências de notícias de alcance global, para legitimar o financiamento a grupos armados opositores, a mobilização de mercenários e bombardeios. Síria e Líbia são os dois principais exemplos dessa estratégia, países que agora estão fragmentados por guerras civis e veem o aumento do fundamentalismo religioso. Iniciativas dessa natureza, além da invasão e destruição do Iraque, favoreceram o surgimento do Estado Islâmico.

8. Na América Latina e no Caribe, não tem sido diferente. Não é segredo para ninguém que, sempre que pode, usando o surrado pretexto de “promover a liberdade e a democracia” e promovendo amplas campanhas de propaganda regadas a dinheiro farto, o imperialismo dos EUA desestabiliza e derruba governos quando os vê como estorvo aos interesses de suas multinacionais, como aconteceu em Honduras e no Paraguai.

9. Usando método semelhante, estendem essa estratégia para a Argentina, a Venezuela e o Brasil. Na Argentina, partidos opositores da direita, pautados pelos “acontecimentos” da conspiração que matou um procurador federal, tentam desestabilizar o governo argentino num período que antecede as eleições presidenciais em 2015.

10. Na Venezuela, intensificam-se as pressões para que o governo de Maduro implemente ajustes fiscais, aumente a s concessões às empresas e retire direitos e benefícios dos trabalhadores conquistados com a reforma da Lei Orgânica do Trabalho, durante o governo Chávez em 2010. As leis recentemente aprovadas pelo governo Obama, de sanções a funcionários do governo venezuelano, combinam-se com a criação de um fundo especial do Departamento de Estado dos EUA, de 5 milhões de dólares, cujo objetivo é ajudar a direita oposicionista no trabalho sujo de aumentar a instabilidade política no país.

11. No Brasil, as manifestações de rua organizadas pelos setores da sociedade que não aceitaram os resultados do segundo turno das eleições presidenciais contaram com a participação ativa de entidades cujos dirigentes foram treinados e receberam recursos financeiros de organizações norte-americanas. Elas alimentam nas redes sociais a campanha pelo impeachement da presidente Dilma, fomentam o ódio e a criminalização do PT, dos sindicatos e dos movimentos sociais que atuam no campo da esquerda.

Agenda neoliberal: ofensiva do capital contra o trabalho

12. Em boa parte do mundo, a adoção de políticas neoliberais provocou a recessão, o corte de direitos e/ou diminuição do emprego e da renda. Nos países europeus da zona do euro foi aplicada a fórmula neoliberal instituída pela troika (Banco Central Europeu, Conselho Econômico Europeu e FMI. A “receita” não tem dado certo e a crise econômica manifesta-se de forma mais aguda na Grécia, Espanha, Irlanda, Portugal e Itália. Os patrões buscam deliberadamente transferir e jogar o ônus da crise financeira nas costas dos trabalhadores.

13. Essa ofensiva torna-se mais nítida desde 2014, quando os empregadores, apoiados nos governos, levantaram-se contra o Direito de Greve dos Trabalhadores em uma reunião da OIT. Com o falso argumento de que a Convenção 87 (que trata da liberdade de organização sindical dos trabalhadores sem a interferência de governos e patrões) não fala explicitamente em Direito de Greve, a ofensiva dos patrões visou questionar esse direito fundamental dos trabalhadores.

Reação de governos e setores populares

14. A ofensiva imperialista e as políticas de ajuste neoliberal enfrentam, no entanto, a resistência da classe trabalhadora em dos países mais afetados pela crise econômica. Na Grécia, a reação popular

foi decisiva na eleição do Syriza (sigla para Coalizão da Esquerda Radical) que chegou ao governo prometendo combater a austeridade e fortalecer as políticas sociais, mas que ainda enfrenta grandes dificuldades para implementar sua agenda, devido à falta de autonomia econômica, pelo fato do país fazer parte da Zona do Euro.

15. Na América Latina, a eleição de presidentes progressistas em importantes países permitiu a substituição do modelo neoliberal por uma política estado-desenvolvimentista, gerando empregos, proporcionando redução da pobreza, melhor distribuição de renda, ampliação dos espaços de participação popular e colocando o Estado como indutor da economia.

16. O Brasil continuou com sua agenda de fortalecimento das relações Sul-Sul e construção de um sistema global multipolar nesses últimos anos, desafiando os interesses das potências centrais. Entre suas principais ações podemos destacar: a) o enfrentamento aos EUA após a descoberta que este espionava diversas autoridades, cidadãos e cidadãs do Brasil; b) a criação do Banco dos BRICs, em parceria com Rússia, China e Índia, para ser um contraponto ao FMI; c) a liderança política que buscou impedir interferência externa em assuntos de países da América Latina, como foi a tentativa da OEA durante a crise na Venezuela no começo de 2014; d) a oposição à política norte-americana no Oriente Médio, em especial ao massacre israelense em Gaza e o bombardeamento no Iraque e na Síria ao longo de 2014.

17. A classe trabalhadora e os setores populares não deixaram de se mobilizar contra a ofensiva do capital, ainda que poucas vitórias concretas tenham sido alcançadas. Em vários países da Europa, o movimento sindical, em aliança com movimentos sociais, foi às ruas seguidas vezes nos últimos anos contra os pacotes de austeridade. Novas formas de organização e de luta surgiram na Espanha, onde buscaram impedir o despejo de pessoas de baixa renda de suas moradias, ou na Grécia, onde cooperativas de ajuda mútua foram formados para compensar a falta de políticas sociais para a população de baixa renda.

18. Nos EUA o próprio direito à sindicalização e à negociação coletiva foi atacado por alguns governos estaduais conservadores, gerando forte resposta por parte dos trabalhadores e das trabalhadoras. Apesar do quadro de estagnação econômica, o movimento sindical decidiu ir à ofensiva na luta por direitos. Diversa mobilização nacional tem sido levada a cabo pelo aumento do salário mínimo pelo sindicato nacional de comércio e serviços, onde se concentram os empregos mais precários. Mais recentemente, diversas cidades foram palco de manifestações contra o assassinato de negros, em especial de jovens, pela polícia, reflexo da persistente exclusão social das minorias na sociedade norte-americana, agravadas em período de crise econômica.

19. Na América Latina destaca-se a luta que no Brasil a CUT vem protagonizando, junto com centrais sindicais e movimentos sociais parceiros, em defesa dos direitos, da democracia, da Petrobrás e do projeto de desenvolvimento vitorioso nas eleições de 2014. A CUT continua sendo uma referência importante para o movimento sindical internacional, como revela o fato de ter conquistado a presidência da CSI. Deve continuar utilizando essa influência para reforçar as relações Sul-Sul com Centrais Sindicais comprometidas com a luta contra o imperialismo e o neoliberalismo, numa defesa intransigente dos direitos dos/as trabalhadores/as, dos direitos humanos, da democracia, da soberania das nações e do processo de desenvolvimento com inclusão social. Destaque deve ser dado à continuidade da ação da CUT na América Latina e na região do Caribe, onde desenvolve em parceria com a CSA projetos de cooperação visando o fortalecimento do movimento sindical.

Segundo Hegel...

“Não escolhemos as condições econômicas, sociais e institucionais nas quais evoluímos e, no entanto, elas determinam profundamente nossa maneira de ver ou o espírito dos povos em geral”.

II – CONJUNTURA NACIONAL20. Para entendermos a conjuntura turbulenta que vivemos, é importante analisar a recomposição do

setor conservador nos últimos anos, particularmente no Congresso, palco decisivo da luta pelos direitos. Se antes os ataques ao governo vinham principalmente dos partidos de oposição e da grande mídia, ao longo do primeiro governo Dilma novos setores foram se somando, incluindo partes que eram/são da “base aliada” mas nunca se contentaram com um Brasil sendo governado por forças populares.

21. Vimos, num primeiro momento, a ofensiva dos grandes bancos e grandes empresas, através de ataques públicos por parte de seus presidentes ou do uso a de seu poder econômico para frear o desenvolvimento brasileiro (contenção de crédito e locaute de investimentos, por exemplo). No Congresso Nacional, deputados fundamentalistas religiosos, com apoio da bancada ruralista, buscaram disputar espaços para implementar e dar visibilidade para sua agenda reacionária, como foi o caso da eleição do pastor Marcos Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Por fim, diversos setores do Judiciário atenderam as exigências da mídia com o objetivo de desestabilizar o governo. O julgamento da Ação Penal 470, levado a cabo com base da teoria do “domínio do fato”, condenando sem provas reais, e a Operação Lava Jato com seus vazamentos seletivos para criminalizar o Partido dos Trabalhadores são os dois maiores exemplos do alinhamento do judiciário às forças políticas interessadas em desestabilizar o governo.

22. A vitória de Dilma no segundo turno das eleições não apagou o fato de que o Congresso eleito ainda no primeiro turno (05 de outubro) ser o mais reacionário desde o fim da ditadura militar. A eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados foi mais um capítulo da ofensiva conservadora. Longe de ter sido uma vitória garantida apenas por sua capacidade de articulação política, esse já era um projeto gestado anteriormente. Eduardo Cunha conseguiu o apoio de diversos grandes empresários prometendo implementar os projetos do interesse desse setor e em troca conseguiu que financiassem uma rede de deputados de diversos partidos, o que foi fundamental para sua vitória.

23. Essa maioria conservadora no Congresso já mostrou a que está disposta, aprovando o projeto de redução da Maioridade Penal, que degrada a relação do Estado com a juventude; a “ PEC da Bengala” que eleva para 75 anos a idade em que os juízes devem se aposentar, impedido a renovação do Supremo durante o segundo mandato de Dilma e criando uma relação de cumplicidade entre o poder judiciário e o poder legislativo.

24. Foi emblemático o empenho de Eduardo Cunha no encaminhamento do PL 4330 que libera a terceirização para atividade-fim e provoca um processo generalizado de precarização das relações de trabalho. Sob pressão dos empresários, manipulou o regimento interno da Câmara, impôs o regime de urgência na votação do projeto, impediu a entrada de dirigentes e militantes sindicais no Congresso (teoricamente a Casa do Povo) e reprimiu com violência as manifestações populares do lado de fora.

25. A CUT, a CNTE, a FETEMS e os SIMTEDs darão continuidade a luta contra a aprovação o PLC/15 (antigo PL4330) no Senado, exigindo que sejam contempladas na sua regulação questões fundamentais: a proibição da terceirização na atividade fim, o reconhecimento da responsabilidade solidária entre a empresa contratante e a contratada, o reconhecimento da representação sindical pela categoria preponderante. Manterá vigilância e pressão sobre o Senado e fará o chamamento da greve geral se não forem levados em conta os interesses da classe trabalhadora. O movimento

sindical não aceitará jamais que a regulamentação da terceirização universalize a precarização que hoje já atinge cerca de 25% dos trabalhadores/as brasileiros.

A defesa da democracia

26. Ao não colocar em prática a agenda vitoriosa no segundo turno, o governo Dilma abriu espaço para a direita, com forte apoio midiático e de grupos organizados nacionais e internacionais, aumentar a mobilização na tentativa de impeachment da presidenta eleita, ou mantê-la acuada durante todo o mandato, paralisando o governo, aumentando a crise econômica e política. Ainda que as mobilizações tenham perdido força, os partidos de oposição ainda flertam com a possibilidade de dar um golpe na nossa democracia.

27. Para além do pedido de impeachment da presidenta, a direita quer é a destruição do PT porque sabe que é um instrumento fundamental de luta da classe trabalhadora. E na sequência, querem destruir a CUT, os movimentos sociais e os sindicatos, o MST, a UNE, todos que podem fazer um anteparo a essa avalanche de política conservadora que se articula no Brasil. Então, temos que construir um processo de unidade da esquerda brasileira para enfrentamento de classe contra a direita. Uma derrota da esquerda abrirá flanco para direita mais conservadora, fascista, reacionária e violenta contra nossos interesses. Não há uma alternativa diferente.

28. Este cenário coloca também a necessidade de abrir um caminho para as mudanças de fundo que a nação exige e que seguem travadas pelas instituições que ainda mantém traços herdados da ditadura militar como o Congresso Nacional e o STF. O último período revelou a existência de um fosso entre o povo e as instituições no país, situação que exige profundas mudanças, principalmente no sistema político brasileiro.

29. Tem origem nos setores reacionários do Congresso o projeto de contrarreforma política, que institucionaliza o financiamento empresarial de campanhas eleitorais, origem de todo o problema levantado pela Lava Jato. O projeto só interessa aos grupos mais fisiológicos e tornaria nosso sistema político menos democrático. Devemos combater essa iniciativa fazendo a defesa de uma ampla reforma do sistema político brasileiro, a ser efetuada por uma Assembleia Constituinte exclusiva e soberana, livre das pressões do poder econômico e dos partidos políticos. A unidade de mais de 430 organizações sindicais, populares e partidárias (entre elas a CUT, a UNE, o MST) na Campanha do Plebiscito Popular por uma Assembleia Constituinte tem sido um passo importante, desde 2013. Milhares de militantes, centenas de manifestações, debates e reuniões culminaram numa votação histórica na semana da pátria (setembro 2014) com cerca de 7,5 milhões de votantes dizendo SIM para uma Assembleia Constituinte Soberana e Exclusiva para reformar o sistema político brasileiro.

30. A Democratização dos Meios de Comunicação, pauta fortemente defendida pela CUT, recebeu uma sinalização favorável do governo no início desse segundo mandato, para logo depois recuar, alegando que o clima político não dá abertura para tal iniciativa. Mas por outro lado, temos que lembrar que a mídia continua sendo oligopolizada atuando como partido de oposição e desrespeitando a diversidade. A mídia acha-se no direito de julgar, condenar e manipular em nome da liberdade de expressão. Por isso a CUT acha necessário a continuação na luta pela pluralidade e diversidade da informação, no qual os trabalhadores possam ter vozes, vezes e um novo marco regulatório das comunicações.

31. Esse paradigma da comunicação, voltado para o lucro e a serviço da manipulação política, precisa ser quebrado. É fundamental defender um outro paradigma, em que a Comunicação é concebida como política pública e como direito humano. Política pública que preserve a pluralidade, a representatividade e o interesse público. Direito humano que assegure o acesso aos meios de

comunicação, a liberdade de expressão e a participação social na construção do conteúdo e gestão do sistema de comunicação.

A defesa da educação

32. As greves dos professores da rede estadual e municipal de ensino em vários estados do país recolocaram no centro do debate nacional o tema da educação, priorizado como um dos temas estruturantes do 12º CONCUT (Trabalho, Educação e Democracia). Para além das questões corporativas, que demandam solução urgente, as greves também mostram a distância existente entre a centralidade da educação como política pública, expressa na consigna “Pátria Educadora” e a realidade das salas de aula das nossas escolas públicas. Por mais que tenha havido avanços e investimentos na política educacional nos últimos 12 anos (destinação dos royaltes do Pré-Sal para a Saúde e Educação, meta no PNE de atingir 10% do PIB para a Educação até 2024, PROUNI, FIES, Programa Ciências Sem Fronteira, PRONATEC, ampliação da rede de ensino técnico, ampliação do número de universidades federais) o país está longe de assegurar aos brasileiros/as a educação pública de qualidade como um direito universal.

33. Há muito tempo na sociedade brasileira existe um grande consenso sobre importância da educação como instrumento indispensável na construção da identidade nacional e no processo de enfrentamento das desigualdades, com elevação do conhecimento da classe trabalhadora, bem como na alavancagem de um novo padrão de desenvolvimento econômico e social.

34. Não por outra razão, o movimento sindical Cutista, liderado pelos profissionais da educação, investiu parte significativa da sua energia nos últimos anos na defesa da educação pública, laica, universal e de qualidade para todos e todas.

35. Foi a partir desta luta que se conquistou a realização de duas (2) Conferencias Nacionais que envolveram mais de quatro (4) milhões de pessoas em suas diferentes etapas, das quais resultou o Plano Nacional de Educação - PNE, onde se apontam as prioridades de investimentos para a próxima década, consolidadas através de suas vinte (20) metas.

36. Tais metas, aliadas a estratégia de implantação do Piso Salarial Profissional do Magistério, apontam a necessidade de um forte investimento na implantação de planos de cargos e salários, como parte do enfrentamento dos desafios referentes a luta pela valorização dos profissionais da educação. Além disso, uma das importantes conquistas do PNE, diz respeito a definição sobre o financiamento da educação com a decisão de se investir 10% do PIB e pela utilização dos recursos do pré-sal.

37. Apesar de todos estes avanços no Plano Nacional de Educação, o que estamos percebendo no cenário atual da educação brasileira é desalentador. Por um lado, o Governo Federal parece desconsiderar todo o processo de construção do PNE, que se deu com ampla participação da sociedade quando apresenta um documento apontando desafios e diretrizes para a educação, elaborado pela Secretária de Assuntos Estratégicos da Presidência, sem fazer menção alguma ao PNE.

38. Além disso, entre as propostas que constituem as medidas do ajuste fiscal, consta o contingenciamento de aproximadamente R$ 7 bilhões dos recursos da educação, o que representa um retrocesso no cumprimento das metas previstas no PNE. A redução de tais recursos, atinge potencialmente o financiamento das Universidades Públicas e a política de financiamento estudantil – FIES, o que penaliza parcela significativa da juventude trabalhadora que depende do crédito estudantil para ter acesso ao ensino superior.

39. No âmbito dos Estados e Municípios este quadro é ainda mais grave, já que Governadores e Prefeitos alegam não ter recursos para implementar a política do piso salarial profissional do magistério e os respectivos planos de cargos e salários reivindicado pelos (as) trabalhadores (as) da educação que têm recorrido à greve como último recurso na tentativa de serem ouvidos e abrirem espaços de negociação.

40. Da parte dos Governadores, os casos mais emblemáticos neste enfrentamento, vêm ocorrendo no Paraná e em São Paulo, estados governados pelo PSDB, onde as reivindicações dos (as) trabalhadores (as) da educação viraram caso de polícia. Além da negativa no atendimento das demandas, desencadeiam uma forte repressão, ultrapassando todos os limites de uma sociedade democrática na qual deve prevalecer a liberdade de organização.

41. Esta crise que atravessa a educação em todos os níveis no país, atinge também o programa nacional de acesso a educação profissional e tecnológica – PRONATEC. Para além de não representar um avanço na implementação de uma nova concepção educacional que supere o neotecnicismo sob a hegemonia da pedagogia das competências, tal programa se constituiu como mais uma fonte de transferência de recursos para a iniciativa privada – Sistema S e Universidades Particulares, cuja qualidade da oferta é, sem dúvida, questionável. Em muitas regiões do país, sente-se o descompasso entre o que se oferta frente a realidade do mercado de trabalho local, seja no meio rural ou urbano.

42. Por outro lado, não há controle social dos recursos do PRONATEC que são repassados para a iniciativa privada o que dificulta uma avaliação qualitativa dos impactos das ações deste programa frente as demandas dos trabalhadores e trabalhadores na busca pela melhoria das suas condições de vida. Em certa medida, o PRONATEC retoma a tese da empregabilidade e da culpabilidade do trabalhador pela sua condição de desempregado. Esta concepção precisa ser profundamente questionada e combatida se queremos que a educação profissional também seja um dos meios pelo qual o/a trabalhador/a deve tomar consciência da sua condição de classe no sistema capitalista.

43. Neste cenário, a CUT investir em um trabalho de conscientização do conjunto dos seus sindicatos que a defesa da educação pública e a luta pela valorização dos profissionais da educação, não pode ser uma tarefa apenas dos trabalhadores (as) da educação. Como uma dimensão social que interessa a todos e todas, deve-se investir em ações conjuntas para que esta luta ganhe a relevância que tem na constituição da consciência cidadã e no fortalecimento da ação sindical baseada no princípio da solidariedade de classe.

Defesa do desenvolvimento e do emprego

44. Enfrentamos no segundo mandato de Dilma um quadro econômico e político muito diferente daquele do seu primeiro governo, no qual aprofundou as políticas dos dois governos Lula, ainda que em condições mais adversas devido à crise econômica mundial. Entre os principais avanços podemos citar a continuidade da política de valorização do salário mínimo, a regulamentação de direitos para certas categorias, como foi o caso das trabalhadoras domésticas, o reconhecimento dos e das jovens como sujeitos portadores de direitos com a sanção do Estatuto da juventude, a aprovação da PEC do trabalho escravo, do marco civil da internet, a destinação dos royaltes do Pré-Sal para a Saúde e Educação, além da inclusão da meta no PNE de atingir 10% do PIB para a Educação até 2024 e do investimento em infraestrutura, com a continuidade do PAC.

45. Dilma também realizou enfrentamentos com o grande capital, mas foi só parcialmente bem-sucedida. Houve uma grande redução da taxa Selic, que atingiu seu menor patamar em décadas (7,25% a.a.), mas a reação dos banqueiros e rentistas foi violenta. O governo utilizou os bancos públicos, reduzindo suas taxas de juros e spread bancário, para forçar os bancos privados a

seguirem no mesmo sentido. A pressão sofrida fez o governo recuar e gradativamente voltar a taxa de juros a patamares aceitáveis pelo rentismo.

46. O crescimento da economia, do emprego e da renda foi garantido durante esses quatro anos, porém em patamares cada vez mais baixos. O governo buscou elevar o investimento privado através de políticas de incentivos e desonerações para as empresas, porém sem contrapartida trabalhista ou social. O empresariado aproveitou essas medidas para elevar sua taxa de lucro ao invés de investir mais. Também se utilizou de outras estratégias, como aumento da rotatividade, para reduzir custos e os ganhos dos trabalhadores e das trabalhadoras. O governo, por sua vez, acabou elevando seu déficit e chegando a situações contraditórias, como a maior taxa de emprego da história e, ao mesmo tempo, um aumento significativo de pedidos do seguro-desemprego.

47. A disputa eleitoral de 2014 expôs o grau de acirramento da luta de classes no Brasil. A vitória de Dilma (PT) foi arrancada nas ruas com muito esforço e garra da militância, contra a direita reacionária, processo no qual os movimentos sociais tiveram um papel fundamental. Frente ao acirramento da disputa, a campanha da Dilma optou por convencer o eleitorado fazendo uma guinada à esquerda, apresentando possibilidades para um quarto mandato de maior aprofundamento das políticas sociais e de democratização do Estado.

48. Na contramão deste discurso, no entanto, o governo editou no final de dezembro as MPs 664 e 665, que penalizam os/as trabalhadores/as com a perda de direitos. Foi o prenúncio de um plano de ajuste fiscal a ser executado por Joaquim Levy, novo Ministro da Fazenda e homem de confiança do mercado no atual governo. Se trata-se de equilibrar as contas públicas, deveriam ser adotadas medidas visando combater a sonegação fiscal, a tributação progressiva sobre o lucro das empresas e as grandes fortunas, a taxação da remessa de lucros das multinacionais para suas matrizes, assim como o fim das medidas de desoneração fiscal que contemplam alguns setores da economia em detrimento de outros e fragilizam a Previdência Social.

49. A opção de elevação da taxa de juros para conter a inflação levará o país à recessão em 2015, provocando o aumentando do desemprego que já se faz sentir em alguns setores da economia como a indústria, a construção civil e os serviços, além de atingir a maioria das regiões do país. Conhecemos de perto e de longa data os impactos do desemprego sobre a vida dos/as trabalhadores/as e como esse processo dificulta e fragiliza a ação sindical. Devemos nos preparar para enfrentar, mais uma vez, este desafio nos próximos anos. Além das ações imediatas para impedir as demissões, devemos travar no plano nacional o combate contra a política recessiva de ajuste econômico, defendendo o modelo de desenvolvimento contido na Plataforma da CUT para as Eleições, apresentada aos candidatos políticos em 2014.

Defesa do trabalho e dos direitos

50. A luta contra a aprovação no Congresso das MPs 664 e 665 e do PL 4330 levou a CUT a desenvolver uma das mais intensas campanhas de mobilização de suas bases dos últimos anos em defesa dos direitos ameaçados da classe trabalhadora, envolvendo paralisações no local de trabalho, manifestações de rua e atos públicos nas capitais dos estados e cidades do interior, pressão sobre os parlamentares nos estados de origem, nos aeroportos e dentro do próprio Congresso. Essas ações de massa contaram com o apoio efetivo de centrais sindicais e movimentos sociais parceiros, deram visibilidade à CUT no cenário político nacional. É uma luta essencialmente em defesa do trabalho e contra o retrocesso nos direitos que regulam as relações de trabalho. É uma luta que se estende aos limiares da fronteira da cidadania, desta vez num esforço dramático de resistência para que o trabalho não seja precarizado e a organização sindical não seja fragilizada.

51. Essa luta vai se estender no próximo período, e para a qual o movimento sindical deve se preparar, de cenário adverso de aumento do desemprego, de pressão permanente dos empresários sobre um congresso conservador e subordinado ao poder econômico, e de um governo fragilizado pela crise econômica e política.

52. Por fim, o atual cenário econômico e político no Brasil, muito adverso para a classe trabalhadora, contém desafios cuja natureza e complexidade exigirão da FETEMS, da CNTE e da CUT, um posicionamento firme e uma estratégia de alianças e de acumulação de forças para resistir à política de ajuste que transfere para os/as trabalhadores o ônus da crise econômica com a retirada de direitos (MPs 664 e 665) e o desemprego; para resistir e derrotar, com igual ímpeto, a ofensiva dos empresários no Congresso visando a precarização das relações do trabalho e o enfraquecimento dos sindicatos (PLC/15 da terceirização); para enfrentar, com igual veemência, a ofensiva da direita para desestabilizar a ordem democrática e, ao mesmo tempo, para exigir as mudanças necessárias ao fortalecimento da própria democracia brasileira como a reforma política, a democratização dos meios de comunicação e a reforma agrária, além da continuidade do projeto de desenvolvimento que promova o crescimento, fortaleça a educação, diminua as desigualdades, amplie a inclusão social.

53. Esses desafios colocam-se atualmente no centro da luta de classes no Brasil. Devem ser debatidos pelo movimento sindical da educação. Em defesa dessa agenda, a classe trabalhadora deve se colocar em movimento a partir do local de trabalho, ocupando praças e avenidas, construindo alianças com os movimentos sociais, envolvendo a sociedade, pressionando os patrões, o congresso nacional, o poder judiciário e o governo.

“É difícil lutar em favor da natureza, da ética universal do ser humano, como eu a chamo.Só que a história não se faz ao lado de sua vida, nem da minha.

Às vezes nem em 100 anos, só em 200. Eu me vejo muito e faço questão de trabalhar numa dimensão histórica em que me perco como

indivíduo...a dimensão histórica do meu, do nosso devir, é fundamental para nós. Não é fácil fazer isso.”

Paulo Freire

III – Conjuntura Estadual54. Compreender os fatos e acontecimentos ao nosso redor é fundamental para entendermos as

relações sociais, a política, a economia, o sindicalismo, os movimentos e outros aspectos da nossa realidade.

55. Vamos fazer aqui uma breve análise da conjuntura estadual com a finalidade de subsidiar os debates e as deliberações do nosso 26º. Congresso Estadual.

56. Mato Grosso do Sul, tem 38 anos de idade e a FETEMS tem 36 anos, sendo assim, desde o início do Estado de Mato Grosso do Sul, a entidade participa, mobiliza, acompanha, opina e incide sobre o cenário político, econômico, social e sindical estadual.

57. Com relação ao perfil socioeconômico do Estado.

58. População em 2010: 2.449.024 hab., sendo a população urbana: 2.049.697 hab. e rural: 351.789 hab. Já a população estimada em 2014 era de 2.619.657 habitantes.

59. Quadro 01: Mato Grosso do Sul – 2010 – Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade.

60. A população de Mato Grosso do Sul é composta por uma rica diversidade de origens e culturas, que inclui pessoas de diferentes nacionalidades, migrantes de todas as regiões do País, populações do campo (incluídos os acampamentos e assentamentos), comunidades em áreas indígenas e em áreas remanescentes de quilombos e povos das águas (populações ribeirinhas e pantaneiras).

61. Destaque-se que, no estado, está concentrada a segunda maior população indígena do País, com 77.025 pessoas (IBGE 2010), distribuídas em nove etnias: Atikum, Guarani/Kaiowá, Guarani/Ñandeva, Guató, Kadiwéu, Kamba, Kinikinawa, Ofaié e Terena.

Mato Grosso do Sul – aspectos políticos administrativos

62. Com relação aos aspectos políticos administrativos, nos primeiros vinte anos após a divisão do Estado, Mato Grosso do Sul, viveu um sistema revezamento entre famílias tradicionais da política local, basicamente os Barbosa Martins, Pedro Pedrossian e Marcelo Miranda no governo estadual.

63. Após este longo período, mais especificamente, no ano de 1998, houve uma ruptura com este modelo com a eleição de um sindicalista, bancário, o Zeca do PT. Assim, nos últimos dezesseis/dezessete anos, houve uma mudança significativa na política estadual, com a eleição e reeleição de Zeca do PT (PT) para os períodos de 1998-2001 e 2002-2005; eleição e reeleição de André Pucinelli (PMDB) nos períodos de 2006-2009 e 2010-2014 e, eleição de Reinado Azambuja (PSDB) em 2014.

64. Ao assumir o Governo, Zeca do PT, teve a difícil tarefa de (re) organizar o Estado, especialmente, economicamente e socialmente. Assumiu o Governo com receitas muito baixas, despesas altas e servidores com várias folhas de salários em atraso e defasados, além de inúmeros outros problemas. Durante os 8 anos de Governo, por um lado, vivemos um período de avanços nas pautas dos trabalhadores (as) em educação, conquistando o Plano de Carreira, recuperação salarial, eleição para diretores (as) de escola e uma relação uma relação mais respeitosa com as entidades e movimentos sociais. Com certeza, não conquistamos tudo o que reivindicávamos, mas com certeza, significou um avanço para as nossas lutas.

65. Hoje, podemos afirmar, com certeza que quem deu dignidade e condições para melhoria salarial para os trabalhadores (as) em educação de Mato Grosso do Sul, foi o Governo Zeca do PT. Quando Zeca assumiu o salário dos professores (as) era o 17º. e, quando, terminou o Governo, era o sexto no ranking nacional de salários do magistério. Uma conquista após o compromisso do Governo de moralizar a administração pública estadual e valorizar os (as) servidores (as) públicos (as).

66. Passados 8 (oito) anos do Governo de Zeca do PT, foi eleito e, depois, reeleito Governador, André Puccinelli. Desde o primeiro mandato, o Governo André deixou evidente quais seriam as marcas do seu governo. Assumiu dizendo que o Estado estava falido, que o governo Zeca havia entregado o Estado quebrado, o que não era verdadeiro. Suspendeu todos os programas sociais, suspendeu todas as obras de infraestrutura (estradas, escolas, etc), reduziu o papel do Estado em oferecer políticas sociais, aumentou impostos, foi muito duro com os movimentos, incentivou financeiramente empresas, apoiou fazendeiros contra sem-terra e contra indígenas, enfim, foi um governo conservador, (governou para a elite), centralizador (é ele que resolvia tudo sozinho, todas as decisões passavam por ele) e autoritário (truculento com os movimentos, com os servidores, desrespeitoso com seus interlocutores).

67. Entretanto, do ponto de vista da relação com a FETEMS, tivemos várias negociações a longo prazo que foram benéficas para a categoria e deu continuidade às políticas do Governo Zeca do PT de recuperação salarial dos professores (as) e funcionários (as) administrativos (as) e, sempre cumpriu todos os acordos e negociações salariais com a entidade.

68. Um dos compromissos do Governo André Puccinelli foi não deixar os salários dos professores (as) ficar abaixo do 6º. (sexto) no ranking nacional. Compromisso que foi cumprido e melhorado, uma vez que, ao deixar o governo, o salário dos profissionais do magistério estava como 3º. (terceiro) no ranking nacional.

69. Durante o Governo de André Puccinelli, foi aprovada da Lei 11.738/2008, a Lei do Piso. Desde o início, o Estado já cumpria, em termos de valores, a lei do Piso. Mesmo assim, o Governador, junto com mais cinco governadores, entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei do Piso e, acabou perdendo a ação no STF. É evidente, que esta não foi uma dádiva do governo,

mas, uma conquista da categoria arrancada com muitas mobilizações, manifestações, paralizações e duras negociações.

70. O mesmo aconteceu com relação a valorização dos (as) administrativos (as), que o Governo André manteve uma política de reajuste com melhoria salarial fez o compromisso de ampliar o Profuncionário iniciado no governo anterior e valorizar quem o fizesse.

71. No cenário político, nas últimas eleições de 2014, contou com 6 (seis) candidatos:1. Delcídio do Amaral (PT)2. Reinaldo Azambuja (PSDB)3. Nelson Trad (PMDB)4. Evander Vendramini (PP)5. Sidelvar Melo (PSOL)6. Marco Antonio Monje (PSTU)

72. Entretanto, a disputa foi polarizada entre os dois principais candidatos: Delcídio do Amaral, da coligação “Mato Grosso do Sul com a força de todos", formada pelo PT e por outros 11 partidos (PCdoB, PR, PDT, PROS, PSL, PRP, PV, PSDC, PTB, PTC e PPL) e, Reinaldo Azambuja, com a Coligação Novo Tempo, formada por 6 (seis) partidos (PSDB, PSD, PPS, DEM, PMN e SD).

73. No primeiro turno, Delcídio do Amaral, registrou 42,92% dos votos; Azambuja, 39,09%; Nelson Trad, 16,42%; Evander Vendramini, 0,82%; Sidelvar Melo, 0,59% e Marco Antonio Monje, 0,15% dos votos válidos

74. No segundo turno, Reinaldo Azambuja totalizou 54,34% e Delcídio do Amaral, registrou 44,66% dos votos válidos.

75. O movimento sindical e os (as) trabalhadores (as) apoiaram o candidato Delcídio do Amaral. Mesmo sendo favorito, Delcídio do Amaral não foi eleito. Além de não eleger o candidato favorito a Governador, os (as) trabalhadores (as) perderam representantes tanto na assembleia estadual como na câmara federal. Delcídio do Amaral (PT) somou 44,66% dos votos válidos.

Mato Grosso do Sul – aspectos econômicos

76. O Estado Mato Grosso do Sul tem economia baseada no agronegócio: boi, soja, milho, cana-de-açúcar e, mais, recentemente, eucaliptos. É um Estado altamente concentrador de rendas, como podemos perceber pelo ranking PIB per capita, que representa toda riqueza distribuída pelo número de habitantes. O PIB per capita, do Estado é de R$19.875,45, um pouco abaixo da média nacional de R$21.535,65. Como podemos observar no quadro abaixo, a relação dos 10 (dez) municípios com maior e os 10 (dez) municípios com menor PIB per capita, a disparidade é muito grande. Enquanto Chapadão do Sul tem PIB per capita de R$40.105,80, o de Japorã é de apenas R$6.494,63, ou seja, seis vezes menor.

Quadro 02: PIB a preços correntes e per capita - Municípios de MS 2011 - Ranking Per Capita

Ranking Municípios 77.Per Capita (R$) 78.

1º Chapadão do Sul 40.105,80 79.2º Corumbá 34.536,99 80.3º Costa Rica 32.632,41 81.4º São Gabriel do Oeste 31.381,79 82.

5º Laguna Carapã 30.223,55 83.6º Três Lagoas 30.122,10 84.7º Maracaju 29.037,25 85.8º Rio Brilhante 27.474,09 86.9º Água Clara 26.965,91 87.10º Antônio João 26.577,71 88.68º Tacuru 11.456,83 89.69º Jardim 11.439,15 90.70º Guia Lopes da Laguna 11.435,60 91.71º Dois Irmãos do Buriti 11.313,57 92.72º Sete Quedas 10.718,04 93.73º Miranda 10.177,60 94.74º Anastácio 9.311,92 95.75º Coronel Sapucaia 7.906,32 96.76º Ladário 7.583,69 97.77º Paranhos 7.468,78 98.78º Japorã 6.494,63 99.

BRASIL 21 535,65 100.MATO GROSSO DO SUL 19 875,45 101.

Fonte: www.assomossul.com.br

Quadro 03 - Comparativo do PIB do Brasil, Centro-Oeste e Mato Grosso do Sul (R$ milhão)

Anos Brasil Centro-oeste Mato Grosso do Sul

2002 1.477.822 129.649 15.1542004 1.941.498 176.811 21.1052006 2.369.484 206.284 24.3412008 3.032.203 279.372 33.1432010 3.770.085 350.596 43.5142012 4.392.094 430.463 54.471

Fonte: IBGE/CONAC, SEMAC-MS/SUPLAN

102. Comparando a evolução do crescimento real da economia de Mato Grosso do Sul e do Brasil nos últimos cinco anos, 2008/2012, observa-se que o PIB de Mato Grosso do Sul evoluiu a uma taxa média de 5,89%, portanto superior aos 3,23% ao ano obtido pelo PIB Nacional.

103. Na análise do desempenho global da economia de Mato Grosso do Sul e do Brasil, tendo como ano base 2002, observa-se que a taxa de crescimento acumulada pelo PIB/MS nos últimos dez anos é superior em 21,54% ao acumulado pelo PIB Nacional, considerando os anos 2003 a 2012, conforme mostra o quadro anterior e ilustrado no gráfico seguinte, onde o PIB brasileiro apresentou um acumulado de 42,33% e a economia estadual acumula uma taxa global de 63,87%.

104. Mato Grosso do Sul contribuiu, em 2010, com 1,24% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, avaliado em R$ 54,4 Bilhões. No âmbito regional, sua participação foi de 12,4%, sendo a menor entre as unidades federativas do Centro-Oeste. Entretanto, o estado vem apresentando o maior crescimento econômico da região.

105. Este resultado é fruto do crescimento das produções do setor primário da economia, principalmente advindos da produção de milho, cana-de-açúcar e soja. Este contribuiu com 15,4% na composição do valor adicionado da economia estadual no ano de 2012 contra 14,04 em 2011.

106. A agropecuária é um elemento de fundamental importância para a economia estadual, pois ela impulsiona o setor industrial e de serviços. A agricultura se baseia nos cultivos de arroz, café, milho, feijão, mandioca, algodão, amendoim e cana-de-açúcar. Segundo dados do IBGE (2013), o Estado produziu: cana-de-açúcar: 45.399.659 toneladas. Área ocupada: 642.681 hectares milho: 7.573.324 toneladas. Área ocupada: 1.543.570 hectares soja: 5.780.519 toneladas. Área ocupada: 1.987.296 hectares arroz: 95.835 toneladas. Área ocupada: 15.508 hectares feijão: 27.563. Área ocupada: 21.078 hectares

107. Segundo dados da Secretaria de Estado de Finanças, do total de ICMS arrecadado pelo Estado: 62,8% provém do comércio e serviços; 15,4% da agropecuária; 21,7% vem da indústria.

108. No setor industrial, o Estado vem observando o avanço da indústria de transformação, principalmente nos segmentos de produção da celulose a partir do eucalipto (na região de Três Lagoas) e da indústria sucroalcooleira (em todo o Estado), o que ajudou o setor a crescer 7,2% em 2012. A Indústria da Construção Civil, cresceu 12,6%, apoiada principalmente na pavimentação de rodovia, construção de pontes de concreto e habitação popular. Mato Grosso do Sul também possui significativas jazidas de ferro, manganês, calcário, mármore e estanho, com destaque para o maciço de Urucum (na região de Corumbá), em que há uma expressiva jazida de minério de ferro e manganês. A Indústria Extrativa Mineral avançou 8,9%, com destaque para a extração do minério de ferro. No conjunto, a atividade industrial, que representa 21,7% do valor adicionado estadual, cresceu 8,87% em 2012.

109. O estado vem apresentando um intenso processo de industrialização. Assim como na maioria dos estados do Brasil, Mato Grosso do Sul concede incentivos fiscais para a instalação de indústrias. Os principais segmentos são o alimentício, têxtil, siderúrgico e químico, que estão instalados: Campo Grade – destacam-se os frigoríficos, curtumes, laticínios e indústrias de móveis; Dourados – apresenta indústrias de farelo, álcool, açúcar e têxtil; Corumbá – polo industrial de minérios e calcário, cimento e os estaleiros; Três Lagoas – está se diversificando a cada ano, porém, os maiores destaques são as cerâmicas,

curtumes, laticínios, bebidas, siderúrgicas e a produção da celulose.

110. Já o setor de atividade de comércio e serviços, contribui com 62,8% do valor adicionado da economia sul-mato-grossense e experimentou um crescimento de 6,7% do ano de 2011 para o ano de 2012. As atividades que mais contribuíram para esse desempenho foram: o Comércio, que cresceu 15,7%, os Serviços de Alojamento e Alimentação, que aumentaram 9,8%, as Instituições Financeiras com 8,8%, os Serviços de Informação com 8,6% e os Serviços Prestados às Empresas, crescendo a uma taxa de 7,5%.

111. A riqueza gerada na avaliação da produção de bens e serviços realizada pelo conjunto dos agentes econômicos, incluída a Administração Pública, gerou em Mato Grosso do Sul um Produto Interno Bruto estimado em R$ 54,4 bilhões para o ano de 2012, o que resulta em um PIB per capita de R$ 21.744,32. O desempenho global elevou a participação do Estado de 1,20% em 2011 para 1,24% em 2012 no Produto Interno Bruto Nacional, mantendo-se como a 17ª economia no ranking

brasileiro e detentor de 9º maior PIB per capita entre as Unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal.

112. Outro elemento de fundamental importância para a economia estadual é o turismo, em especial o turismo ecológico promovido no Pantanal e na cidade de Bonito.

113. Na pecuária, Mato Grosso do Sul detém o maior rebanho bovino do país, como 21.047.270 milhões de cabeça de bois. Atualmente, o estado é o segundo maior exportador de carne bovina do Brasil.

114. Em Mato Grosso do Sul o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,729, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) Educação é de 0,629 e o Índice de Desenvolvimento da Infância (IDI) é de 0,88, conforme UNICEF, 2004.

115. O cenário econômico mostra o Estado com forte crescimento. Entretanto, é um crescimento que beneficia poucos e privilegiados setores. O perfil econômico do Estado voltado para o agronegócio, a pecuária, as grandes monoculturas e, como já vimos, nos últimos anos, a indústria. Estes setores vêm crescendo e se fortalecendo, com as políticas de incentivos e benefícios fiscais e com redução na alíquota de impostos, com o discurso da geração de trabalho e emprego, que na verdade não passa de engodo para obter vantagens e financiamento público do governo e ter a população a seu favor.

116. A grande questão é, até que ponto, a renúncia fiscal beneficiaria a sociedade e o desenvolvimento do Estado em detrimento de outras atividades que certamente trariam, também, empregos e arrecadação de tributos, com um maior fortalecimento das empresas.

117. A renúncia fiscal é desprovida de qualquer preocupação com a melhoria da qualidade de vida da população, e, sem a presença na legislação, de contrapartidas e condicionantes, que advenham de um planejamento do conteúdo político buscando alcançar os objetivos fundamentais previstos na Constituição do Estado, dentre esses, a redução das desigualdades sociais e regionais.

118. Como se não bastassem estes, existem muitos outros problemas. O Agronegócio vem com o discurso de modernização e geração de empregos, agredindo o meio ambiente e causando impacto social, como: o êxodo rural e a implantação das monoculturas, que é um modelo que apesar de sua enorme capacidade de produção, não é capaz de resolver o problema de alimentação existente e usa os recursos naturais com imensos impactos ambientais, cuja ação vai contra princípios fundamentais da sustentabilidade ambiental, degradando a terra e prejudicando todo o sistema de produção agrícola e a vida humana. As leis ambientais, neste aspecto, são mais rigorosas para pequenos produtores e mais flexíveis aos grandes proprietários.

119. Quadro 03: Dados sobre o Estado de Mato Grosso do Sul.

Área de Atuação Política

Indicadores Brasil Centro Oeste

MS

Demografia Taxa de Fecundidade total 1,90 1,84 1,92Percentual da Dependência de Idosos (mais de 60 anos). 15,33 12,95 14,27

Previdência e Seguridade

Cobertura da População Idosa (maior de 60 anos). 15,33 12,95 14,27

Pobreza e desigualdade

Extrema pobreza 5,16 2,92 1,93Renda domiciliar per capita 631,71 756,48 664,61

Trabalho e Renda

Desemprego 8,16 7,57 6,59Média de anos de estudo (15 anos ou +). 7,55 7,86 7,36

Saneamento e habitação

Abastecimento adequado de água 87,72 90,55 92,32Acesso à energia elétrica 98,82 99,74 99,78

Desenvolvimento Agrário

Extrema pobreza (rural). 12,64 5,16 3,59Renda domiciliar per capita (rural). 314,25 430,99 417,09Rend. Médio do Trabalho (Salário/rural) 625,45 845,11 822,44Taxa de analfabetismo (15 a ou +, rural). 22,77 15,19 12,67

Fonte: Indicadores Sociais nos Estados Brasileiros, IPEA, Brasília/DF, 2012. Elaboração/Adaptação: DIEESE-ER/MS

Mato Grosso do Sul - Movimentos sociais

120. Os movimentos sociais organizados compõem o Fórum Unitário dos Movimentos Sociais e Sindical de Mato Grosso do Sul. Este fórum é composto por várias entidades: FETEMS – Federação dos Trabalhadores em Educação; MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra; CUT – Central Única dos Trabalhadores; partidos políticos de esquerda; movimento negro; movimento indígena; movimento de economia solidária, dentre outros.

121. Este Fórum tem coordenado os movimentos na luta de pautas comuns e tem realizados inúmeras ações, mobilizações, movimentos, atos e manifestos sobre os problemas que atingem a população.

122. Demarcação das terras indígenas - Um dos graves problemas que Mato Grosso do Sul, vem vivendo há alguns anos e que tem se destacando pela gravidade é a questão da demarcação das terras indígenas. O conflito entre os fazendeiros e as populações indígenas na luta pela demarcação de suas terras originárias vem se intensificando especialmente com a expansão do latifúndio e do agronegócio na produção do boi, soja e cana-de-açúcar. E, nesta cadeia de produção, a exploração do ser humano - especialmente os indígenas e da natureza entram também como parte de suas propriedades e seus bens.

123. Reforma Agrária - Outra pauta, urgente é a Reforma Agrária, que há alguns anos não tem caminhado. Os movimentos ligados à terra, reivindicam a reforma agrária como estratégia para a produção da agricultura familiar, para gerar trabalho e renda para quem vive do campo, para combater a concentração de terras pelo latifúndio, para combater a degradação ambiental e a violência no campo.

124. Reforma Tributária e Fiscal - a Reforma Tributária e Fiscal, necessária para distribuir renda, de modo a estabelecer justiça no pagamento de impostos, pela via da cobrança de impostos progressivos, Instituição do Imposto sobre Grandes Fortunas; taxação das remessas de lucros e dividendos ao exterior, taxação dos investimentos especulativos, revisão das desonerações e redução dos juros que originam o déficit nominal, ao mesmo tempo que se estabeleça uma política progressiva de correção da tabela do Imposto de Renda de modo a fortalecer o poder de compra dos/as trabalhadores/as assalariados.

125. Democratização dos meios de comunicação - Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. É preciso que seja garantida a maior pluralidade na difusão das informações, opiniões, ideias etc.

126. Defesa da Petrobrás - Contra toda e qualquer forma de privatização de empresas públicas e Defesa da Petrobrás, patrimônio do povo brasileiro. Foi conquistada na luta e será defendida na luta. Seus recursos devem ser aplicados no desenvolvimento do país, em especial na educação e na saúde.

127. Reforma Política - Reforma Política ampla e profunda, que contemple o aperfeiçoamento da democracia representativa e o fortalecimento da democracia participativa do povo brasileiro.

128. Corrupção - Combate à corrupção, investigação e punição dos corruptos e corruptores.

129. Além destas, outras pautas também têm sido debatidas nos movimentos sociais.

130. Pelo cenário, percebe-se que o futuro será de muitas lutas para os trabalhadores, para a CUT e para os movimentos.

131. Essa diversidade de demandas requer ação conjunta e coordenada dos movimentos e demandam políticas públicas que atendam às necessidades dos trabalhadores (as).

132. Como percebemos, os desafios são grandes, mas a FETEMS junto com os SIMTEDs continuarão na luta em defesa dos interesses da categoria, cumprindo seu papel de fiscalizar os atos governamentais, exigir ética na condução do patrimônio público, defender os interesses gerais dos (as) trabalhadores (as), informar e denunciar acordos e tratados que prejudicam a classe trabalhadora, mobilizar o conjunto dos (as) trabalhadores (as) em defesa da liberdade e autonomia sindical.

133. Neste cenário, a FETEMS, historicamente sempre contribuiu para a mudança da história da sociedade sul-mato-grossense e brasileira. Estabelecemos no Estado uma nova forma de fazer sindicalismo: combativo, autônomo, independente, de massa. Assim, se constituiu na maior e mais organizada entidade sindical do Estado e uma das mais importantes do país. Produziu lideranças sindicais e político-partidárias que fizeram a diferença no mundo do trabalho, nos parlamentos, poderes executivos, nas esferas municipais, estaduais e federais e ainda interferiu nas instâncias judiciárias, na defesa dos direitos dos trabalhadores (as). Faz parte da própria natureza da FETEMS o trabalho permanente e duradouro de organizar e mobilizar a categoria, visando sua valorização e conquista de direitos.

134. Assim, o nosso objetivo, como sempre, não poderia ser diferente: lutar para unificar os trabalhadores (as), porque, com certeza, os próximos anos exigirão da FETEMS, dos SIMTEDs, da CUT e dos movimentos sociais cada vez maior capacidade de mobilização, organização e luta.

“Quem passa pela vida e não tem um horizonte definido, que não tem um ideal pelo qual possa lutar e queira lutar está sujeito a pecha de mediocridade. Não vive, passa apenas pela vida”!

Apolônio de Carvalho

IV – Política EducacionalOs desafios da educação atual

135. A CUT e a CNTE vêm realizando as Conferências Nacionais de Educação (a CUT realizou a sua primeira em 2014, a CNTE já realizou várias) reunindo centenas de dirigentes sindicais da educação e de todos os setores para debater as propostas para a CONAE/2014 e para reafirmar sua concepção e bandeiras em torno da educação. Com o objetivo de que nossas bandeiras e pautas possam ser presentes e permanentes e contar com a defesa de todo o movimento sindical da CUT, as reafirmamos mais uma vez.

136. Ao longo da história, a educação escolar no Brasil se consolidou uma concepção dualista de educação: a concepção de que os filhos das pessoas mais abastadas deveriam estudar com vistas a adquirir conhecimentos para continuidade de seus estudos em nível superior para funções de “mando” e os filhos dos trabalhadores deveriam estudar e aprender questões relacionadas às suas necessidades de ganhar a vida, ou seja, deveria estudar para trabalhar. Daí a divisão sempre presente na educação brasileira, especialmente, no ensino médio: deveria fazer apenas a formação geral ou só profissional? Os dois juntos? A resposta é: como a educação sempre foi pensada a partir das necessidades humanas e as necessidades humanas numa sociedade capitalista, é produzir bens e riquezas para gerar lucros, quem define como será a educação são os donos do capital.

137. O sistema educacional, não incorpora outras dimensões da educação dos trabalhadores e não traz para seu currículo a educação dos trabalhadores que vem da sua vida cotidiana, das suas experiências e vivências, das suas lutas, das suas organizações políticas, sindicais, culturais e sociais. Entretanto, todas estas dimensões educacionais existem. E, ai que se insere a nossa concepção de educação dos trabalhadores. Uma concepção de educação integral que abrange toda a vida. Segundo Saviani (2000),

a. A educação integral do homem, a qual deve cobrir todo o período da Educação Básica que vai do nascimento, com creches, passa pela Educação Infantil, o Ensino Fundamental se completa com a conclusão do Ensino Médio por volta dos dezessete anos, é uma educação de caráter desinteressado que, além do conhecimento da natureza e da cultura envolve formas estéticas, a apreciação das coisas e das pessoas pelo que elas são em si mesmas, sem outro objetivo senão o de relacionar-se com elas.

138. Defendemos uma concepção de Educação Integral que deve contemplar as dimensões social, política, cultural e técnica, abrangendo a educação informal e formal, buscando continuamente o reconhecimento social e institucional do saber acumulado pelos trabalhadores e trabalhadoras, na vida em geral e no trabalho em especial. Uma educação e uma escola que tenham no trabalho seu princípio educativo, como diz Gramsci:

a. Escola única de cultura geral, humanista, formativa, que equilibre de modo justo o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente (tecnicamente, industrialmente) e o desenvolvimento das capacidades de trabalho intelectual [...] O advento da escola unitária significa o início de novas relações entre trabalho intelectual e trabalho industrial, não apenas na escola, mas em toda a vida social. (GRAMSCI, 2004, p.33;40).

139. Defendemos uma educação que leve em conta os interesses e os saberes dos trabalhadores (as), no sentido de despertar a consciência de classe; que seja um processo contínuo, permanente, planejado e sistematizado; que seja instrumento de reflexão crítica e de libertação; que seja um

instrumento objetivo de luta por mudanças de valores culturais e comportamentos que signifiquem a discriminação e exclusão de segmentos sociais determinados por condições gênero, étnico-raciais, necessidades especiais, opções sexuais, ideológicas e religiosas; que valorize e incentive solidariedade, a integração social e a luta pela igualdade de direitos e o respeito a todos sem distinções, dentre outros valores fundamentais para a sociedade que vivemos.

Plano Nacional de Educação, Planos Estaduais e Municipais

140. O plano, cuja lei foi sancionada em junho/2014, contém 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos. As metas, que abrangem do ensino básico ao ensino superior, tratam de questões como a ampliação de matrículas, a inclusão de pessoas com deficiência, melhorias na infraestrutura e a valorização dos professores e trabalhadores em educação. Entre elas está a destinação de 10% do Produto Interno Bruto para o setor.

141. Na próxima década as nossas entidades têm uma bandeira e uma agenda educacional definida que é a luta pela implementação de todas as metas do Plano Nacional de Educação.

142. Temos o desafio de participar ativamente da elaboração dos Planos Estadual e Municipais de Educação, como um espaço fundamental para garantir na Lei as nossas bandeiras educacionais: educação de qualidade para todos e todas em todas as etapas e modalidades, níveis e idades; gestão democrática; financiamento e valorização dos profissionais da educação.

143. Além disso, devemos participar dos Fóruns Estadual e Municipais de Educação, porque são os fóruns que farão o acompanhamento, a avaliação e a encaminhamentos para o sucesso dos planos.

Acesso à educação de qualidade em todos os níveis, etapas e idades

144. Nesta próxima década temos como tarefa somar esforços em todas as esferas (municipal, estadual e federal) para superar os problemas educacionais que o País apresenta. Em que pese, todas os avanços das políticas educacionais nos últimos anos, ainda temos grandes desafios a superar:a. A erradicação do analfabetismo;b. A universalização do atendimento escolar em todos os níveis e etapas, modalidades;c. As desigualdades educacionais e regionais;d. A melhoria da qualidade do ensino;e. A formação integral como base da formação para a vida e para o trabalho;f. A promoção da sustentabilidade sócio, econômica e ambiental;g. A promoção humanística, científica e tecnológica da educação;h. A valorização dos profissionais da educação com Piso Salarial, PCC, formação inicial e

continuada;i. A difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e gestão democrática da

educação;j. A aplicação de 10% do PIB em educação.

Ensino Médio, Profissional e PRONATEC

145. No tocante ao Ensino Médio e Educação Profissional já manifestamos anteriormente nossa concepção. Com relação ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC, que tem o objetivo a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio para estudantes que frequentam o ensino regular e de cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores (as), mesmo considerando uma iniciativa extremamente relevante no sentido da

expansão, interiorização e democratização do ensino técnico e da formação inicial e continuada, consideramos, alguns dos seus aspectos problemáticos.

146. O conjunto de ações previstas no PRONATEC, inclui vagas em escolas técnicas profissionais estaduais e federais, cursos no “Sistema S” (SESI, SENAI, SESC e SENAC), a ampliação do Fies. O programa abrange outras ações do governo, como o Brasil Profissionalizado, E-Tec Brasil, Expansão da Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica (EPCT) e a continuidade e expansão do Acordo de Gratuidade e Ampliação da Capacidade do Sistema S. Dessa forma, as escolas do SESI, SENAI, SESC e SENAC terão que receber estudantes das redes estaduais e municipais do ensino médio, que complementarão a sua formação com a capacitação técnica e profissional de forma concomitante. O PRONATEC também poderá ter parte de suas ações sendo desenvolvidas por Escolas Técnicas privadas que não tenham fins lucrativos.

a. Mesmo considerando o PRONATEC uma política importante, o mesmo não atende aos anseios do mercado que da formação dos (as) jovens trabalhadores (as), uma vez que o Projeto:

b. não dimensiona o papel do Estado na oferta pública e gratuita de educação profissional técnica de nível médio;

c. flexibiliza o compromisso do Estado para com a oferta da educação técnica de nível médio e estimula a reserva de mercado educacional;

d. contrapõe o recente acordo de expansão de matrículas gratuitas em âmbito do Sistema S;e. inibe a expansão de instituições públicas de formação técnica e tecnológica compromissadas

com a formação cidadã;f. fomenta o reducionismo curricular da formação para o trabalho; eg. condiciona o trabalhador, assistido por seguro-desemprego, a vínculo empregatício sem direito

de escolha.

147. Entendemos que os (as) trabalhadores (as) deveriam serem ouvidos no processo debate de todas as políticas educacionais, especialmente com relação ao Pronatec, para que o mesmo se torne um instrumento eficaz de combate à miséria e à pobreza, bem como de promoção da cidadania ativa, e não mais uma forma de se transferir significativos montantes de recursos públicos à iniciativa privada, sem compromisso com a democratização das relações de trabalho nas empresas beneficiadas.

Formação, Valorização e Carreira dos Profissionais da Educação.

148. Na nossa concepção, não há como oferecer uma educação de qualidade sem investimentos na formação, valorização e carreira dos profissionais, professores (as), funcionários (as) e gestores da educação.

149. Uma formação, que: a. articule a formação inicial e a continuada;b. com financiamento público;c. contribua para a formação da equipe gestora;d. formação como pré-requisitos para a valorização profissional;e. garanta a concepção de educação inclusiva;f. garanta a formação continuada em pós-graduação lato e stricto sensu;g. garanta padrão de qualidade;h. promova ampliação da profissionalização dos funcionários/as em nível médio e superior;i. promova integração e interdisciplinaridade, estimule a pesquisa;j. propicie a formação inicial na forma presencial;k. seja sólida, consistente e permanente e,l. seja referenciada na teoria x prática (ação-reflexão-ação).

150. Valorização Profissional, que contemple: a. o ingresso através de concurso público, b. a formação inicial e continuada e,c. o Piso Salarial Profissional Nacional, d. a jornada de trabalho com 1/3 de horas para planejamento,e. a planos de cargos e carreira.

151. Carreira, que contemple: a. a unificação de todos os profissionais da educação;b. a referência mínima do piso nacional para o vencimento inicial da carreira; c. a destinação de, no mínimo, 1/3 (um terço) da jornada para atividades de planejamento; d. a redução de jornada para os funcionários administrativos (para 30 horas), sem redução de

salários;e. a extensão dos dispositivos remuneratórios do piso aos aposentados.

Piso Salarial Profissional Nacional

152. O piso salarial profissional nacional (instituído por meio da Lei nº 11.738/2008), é uma luta histórica do movimento sindical da educação é ponto de partida, não é salário médio e nem remuneração.

153. A Lei vincula o vencimento inicial de carreira a jornada de trabalho, que pode ser de, no máximo, 40h semanais. Assim, estados e municípios, que já possuem, em seus planos de carreira, jornadas inferiores às 40 horas, deverão lutar por sua manutenção e pela aplicação do Piso.

154. Para qualquer jornada de trabalho dever-se-á observar, no máximo, 2/3 (dois terços) para atividades com os estudantes e 1/3 para o planejamento e a preparação das atividades, correção de trabalhos e provas, atendimento aos pais e mães e outras atribuições inerentes ao trabalho do professor (a).

155. Com relação a carreira, uma vez que vencimentos iniciais maiores ensejam diferenças menores entre níveis/classes da carreira (vertical e horizontal), devemos lutar pelos patamares mínimos de 50% entre níveis médio e superior.

156. É imperioso estabelecer relação professor-aluno (entre 20 e 25 alunos por professor), a fim de se ter controle sobre os profissionais contratados e para propiciar melhores salários à categoria.

157. O reajuste do Piso Salarial, deve ser de acordo com o artigo 5º, da Lei 11.738/2008:a. O piso deve ser reajustado anualmente;b. Todo mês de janeiro de cada ano;c. A partir de janeiro de 2009;d. Tendo como indexador o crescimento do valor aluno ee. Valor aluno fixado de acordo com o artigo 15 da Lei do FUNDEB, Lei nº 11.494/2007.

158. Entendemos que o MEC deve assegurar a complementação financeira ao PSPN a todos os estados e municípios que não conseguirem atingir o valor indicado pela Lei 11.738/2008.

Gestão democrática da educação

159. Com base nesses fundamentos, defendemos a gestão democrática das escolas, com eleição direta para diretor (a) e conselhos escolares, instrumentos essenciais para a qualidade social da

educação, inclusive para o combate à violência, na medida em que a comunidade escolar se envolve e passa a ser codirigente do processo. A gestão democrática das escolas não deve se limitar às eleições de dirigentes, mas também abranger a realização de conferências; a livre organização sindical, estudantil e da comunidade; o planejamento coletivo; a avaliação e o controle social.

Royalties do petróleo do pré-sal para educação

160. Os royalties do petróleo do pré-sal renderão à educação R$ 134,9 bilhões até 2022. Os recursos, porém, serão insuficientes para o País investir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na área - valor necessário para cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Para chegar ao montante, o governo precisa aplicar os lucros dos royalties, manter o crescimento atual do gasto no setor e injetar mais R$ 165 bilhões.

161. É tarefa de todos os (as) trabalhadores (as) a defesa da aplicação dos recursos do pré-sal na educação, pois o mesmo, eleva os recursos para a educação pública no sentido de compor as receitas de 7% do PIB em 2019 e 10% do PIB em 2024 para a educação. Sem a verba, dificilmente se alavancará este patamar, caso o ritmo de investimentos dos últimos dez anos se mantenha.

“Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois.

Prá melhor juntar as nossas forças é só repartir melhor o pão, recriar o paraíso agora, para merecer quem vem depois...”

(Beto Guedes)

V – Política SindicalMovimento Sindical da CUT

162. A CNTE e a FETEMS são filiadas à CUT. Por isso, a nossa concepção, organização, ação e estratégia sindical são as mesmas da CUT – Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras.

CUT - Base Sindical

163. A CUT conta hoje com 3.781 sindicatos filiados em todos Brasil, representando 25 milhões de trabalhadores na base e tem 7,9 milhões de sócios em seu cadastro (Dados de fev/15). Somos a maior central sindical no Brasil e a 5ª maior do mundo. Em relação à base de 25 milhões nos Estados brasileiros, a figura a seguir mostra que apenas 2 possuem mais de 3 milhões de trabalhadores (as) na base, São Paulo tem 3,9 milhões e Bahia possui 3,2 milhões. No Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e Pará o número de trabalhadores (as) na base fica entre 1 e 3 milhões. Em 8 estados (Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Maranhão e Amazonas) a base CUTista se situa entre 500 mil e 1 milhão, e em outros 11 (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá) a base da Central fica abaixo de 500 mil pessoas.

164. A filiação de trabalhadores (as) a nossa Central alcançou os 7,9 milhões de sócios, representando 31% da base total de 25 milhões. O índice mais elevado de filiados situa-se no estado de São Paulo com 13% dos filiados CUTistas, seguido de perto pela Bahia (11,7%). As menores bases estão nos estados do Amapá e Roraima com 0,26% e 0,31% respectivamente.

165. A grande maioria dos filiados da região Nordeste, concentra-se no Macrossetor Rural, situação semelhante à da região Norte. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste a maior parcela de filiados concentra-se no Serviço Público. O Macrossetor do Comércio, Serviços e Logística é forte nas regiões Sudeste e Centro Oeste, onde supera os Macrossetores da Indústria e Rural.

A Região Centro Oeste e Tocantins

166. Na região Centro Oeste e Tocantins, como visto anteriormente, há um total de 633 mil pessoas filiadas a entidades CUTistas. O Serviço Público concentra maior número de trabalhadores (as) filiados (as) na região, com 116 entidades e mais de 265 mil filiações. Os demais Macrossetores possuem entre 39 e 132 sindicatos e entre 26 a 179 mil sindicalizados (as). A Educação concentra, em 38 sindicatos, sendo o maior número de filiações do Macrossetor Serviço Público com quase 135 mil filiados, o que representa mais de 50% dos filiados da região.

167. Sindicalizados na região Centro-Oeste:a. Serviço Público: 265.576 filiados/as, sendo, 135 mil da educação.b. Comercio: 179.210 filiados/as.c. Rural: 162.349 filiados/as.d. Indústria: 26.262 filiados/as.

168. Sindicalizados por Estado e percentual com relação ao nacional.a. Distrito Federal: 922.377 (3,45%)b. Goiás: 518.991 (1,92%)c. Mato Grosso do Sul: 337.891 (1,01%) do total nacional.d. Mato Grosso: 157.440 (0,73%)e. Tocantins: 216.795 (0,88%)

169. A CUT/MS, conta hoje com mais de 130 sindicatos filiados, ligados aos setores:a. Educação pública estadual/municipal/federalb. Rurais e Agricultura Familiarc. Construção Civild. Indústrias de Alimentaçãoe. Bancáriosf. Saúde e Previdência g. Servidores federais h. Servidores municipaisi. Comerciáriosj. Vestuário

FETEMS na CUT/MS

170. Sindicatos filiados à FETEMS e filiados à CUT: 30. Não filiados: 43

171. A atual conjuntura exige dos (as) trabalhadores (as) uma organização para além de suas categorias, para se fortalecerem para ampliar direitos e enfrentar os desafios. Os Sindicatos da educação precisam assumir este desafio e se filiarem à CUT que é a Central Sindical que a FETEMS e a CNTE são filiadas. Queremos e devemos ampliar a filiação na CUT. Se possível, filiar todos os SIMTEDs.

172. A contribuição financeira para a CUT é de 6,2% do valor da mensalidade do Sindicato. A contribuição financeira, feita à FETEMS, CNTE e CUT é que ajudam a fortalecer e fazer a nossa luta em nível nacional e estatual.

Concepção de Organização Sindical

173. Nossa concepção de organização sindical é a de que a estrutura do sindicato não pode ser vista como um fim em si mesma. O sindicato é um instrumento, uma ferramenta para lutar pelos interesses, um meio para se atingir os objetivos da categoria e dos trabalhadores (as) em geral. Sendo assim, toda a sua estrutura física, administrativa, financeira e política devem de estar voltada para este fim. Para isso, defendemos a liberdade e autonomia sindical, a organização sindical a partir dos locais de trabalho e sindicatos de base, federações e confederações organizadas por ramo atividade econômica.

Ética, Liberdade e Autonomia Sindical.

174. A defesa da liberdade e autonomia é uma das bandeiras centrais do movimento sindical cutista e da educação. A Articulação Sindical da Educação entende que devemos atuar no sentido de fortalecer a nossa identidade sindical baseada nos princípios nos princípios éticos e de liberdade e autonomia sindicais, o que significa também a defesa pelo fim do imposto sindical.

175. O Imposto Sindical tem trazido práticas, não condizentes com os nossos princípios organizativos e éticos e de solidariedade, de mal-uso ou uso pessoal da contribuição/imposto sindical dos trabalhadores e trabalhadoras. O “anseio” pelo dinheiro fácil do Imposto Sindical tem produzido disputas acirradas na base sindical da educação em sindicatos cutistas. Em muitas, o centro é o Imposto Sindical e não a disposição e o compromisso de organizar os trabalhadores (as) para fazer a luta da categoria/ramo/setor para ampliar direitos e conquistas.

176. Os Sindicatos da Educação historicamente têm se constituído, se fortalecido, se organizado, se tornado as maiores organizações sindicais cutistas e feito a luta sem “receber” Imposto Sindical, utilizando apenas as contribuições voluntárias de seus filiados. Somente nos últimos anos é que, em muitos locais, os governos estaduais e municipais vêm descontando o Imposto Sindical dos profissionais da educação e repassando as nossas entidades.

177. A Articulação Sindical da CNTE, defende que os trabalhadores (as) é que devem definir, em suas instâncias de decisão, a forma e o valor da contribuição/mensalidade sindical para o seu Sindicato. Entende que, mesmo recebendo os recursos do Imposto Sindical, as nossas entidades devem considerar este “recurso” como transitório e, manter a nossa defesa histórica, contra o Imposto Sindical.

Organização no local de trabalho

178. Nos locais de trabalho, como o centro da ação sindical. É no local de trabalho onde se manifestam os problemas dos trabalhadores: doenças ocupacionais, excesso de trabalho, relações autoritárias, dentre outros. É onde a exploração da força de trabalho se dá na prática. Por isso, nossa ação deve ser permanente.

179. No movimento sindical da educação, a maioria dos sindicatos, possuem representantes sindicais nas escolas. Em alguns lugares, um representante por Escola, em outros, um representante por turno. Esta prática deve ser uma ação estratégica fortalecida com o objetivo de democratizar as relações de trabalho.

Organização por Ramo de Atividade.

180. A Articulação Sindical da CNTE como deliberação da CUT defende a organização dos sindicatos de base por ramo de atividade, constituindo Federações Nacionais, Regionais e Estaduais e as Confederações Nacionais por ramo de atividade econômica, com o objetivo de fortalecer o movimento sindical. Nosso RAMO é a EDUCAÇÃO, que reúne trabalhadores (as) em educação professores (as), funcionários (as) da educação e coordenadores pedagógicos/especialistas em educação da educação básica das redes estaduais e municipais de educação.

181. Todos os profissionais da educação básica, portanto, compõem o ramo da educação. E é neste sentido que a Articulação Sindical da Educação vai continuar, fortalecer e aprofundar sua organização sindical.

A nossa Ação Sindical:

182. Na educação: fortalecer a concepção de educação pública, laica, integral, com qualidade social, democrática, para todos e todas em todos os níveis e idades;

183. No movimento sindical: avançar na construção de uma estratégia organizativa que fortaleça a organização no local de trabalho e a identidade do ramo da educação com base nos princípios éticos e de liberdade e autonomia sindicais;

184. Nos movimentos sociais: participar ativamente das ações conjuntas da classe trabalhadora para defesa e/ou promoção de direitos humanos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, dentre outros;

185. Nos espaços institucionais: participar nos diversos conselhos, fóruns, comissões, grupos de trabalho, conferências de políticas públicas, etc., no âmbito internacional, nacional, estadual e municipal.

Qualidade no Serviço Público e Valorização dos (as) Servidores (as) Públicos (as)

186. O serviço público em todas as esferas, federal, estadual e municipal e a valorização dos servidores (as) públicos (as) é necessário para o País promover a qualidade de vida de todas as pessoas.

187. A qualidade do serviço público dentro da realidade brasileira, principalmente no âmbito municipal, apresenta-se como um desafio que demonstra a exigência de transformações urgentes. Mais de cinco milhões de trabalhadores (as) do Brasil fazem parte de uma categoria que está presente no cotidiano das pequenas às grandes cidades: os (as) servidores (as) públicos (as) municipais. São homens e mulheres que diariamente prestam serviços ao conjunto da população, nos mais diferentes espaços, e são fundamentais para o funcionamento das instituições brasileiras. Isso porque a luta pelo fortalecimento do Estado passa necessariamente pela valorização do (a) servidor (a) e dos serviços públicos.

188. A qualidade do serviço público e a valorização dos servidores públicos deve ser através da negociação coletiva, de piso salarial profissional nacional e de planos de carreira. Os servidores (as) públicos (as) ainda não tem regulamentado o direito à negociação coletiva e o direito de greve. Um passo importante já foi dado nesse sentido com a ratificação, por parte do Governo do Brasil, da Convenção 151 da OIT. Agora, é urgente e necessária a regulamentação da mesma.

189. Defendemos um serviço público de qualidade que passa por salário digno, oportunidades iguais para o desenvolvimento profissional e boas condições de trabalho. Compreende ainda que garantir profissionais capacitados (as), bem remunerados (as), sem sofrer qualquer tipo de discriminação, ou assédio, é fortalecer o compromisso do serviço público com a sociedade.

190. O Estado democrático deve: a. considerar o serviço público como direito humano fundamental; b. constituir ações para a universalização de todos os bens – saúde, educação, segurança,

previdência, moradia, trabalho, transporte, dentre outros - necessários a garantia de condições dignas de vida para todas as pessoas;

c. promover relações democráticas de trabalho por meio de Negociação Coletiva, com o objetivo de garantir todos os direitos civis, trabalhistas e sindicais.

Unidade com movimentos sociais

191. As mobilizações convocadas pela CUT em 13 de março e 15 de abril de 2015 que ocorreram por todo o Brasil tiveram acertado protagonismo ao construir uma aliança com os movimentos sociais comprometidos com a defesa da democracia, da livre manifestação e contrários ao golpismo orquestrado pela direita e estimulado pela mídia.

192. O lugar da central é nas ruas, consolidando a unidade com movimentos sociais e populares parceiros, cobrando a pauta da classe trabalhadora expressada na Plataforma da CUT para as eleições de 2014; defendendo as conquistas dos últimos 12 anos com os governos Lula e Dilma, que transformaram a vida do povo brasileiro com inclusão social, direitos e dignidade; e para reivindicar as reformas que avancem no projeto democrático e popular: política, agrária, tributária, urbana e de comunicação.

Democracia e direitos

193. A história da classe trabalhadora tem sido marcada pela luta em defesa da democracia e da ampliação de direitos. Ao mobilizar essa luta, a classe trabalhadora amplia as fronteiras da cidadania e fortalece a própria democracia. O princípio que norteia essa luta é que os direitos devem ser ampliados, nunca diminuídos.

194. A defesa por direitos e pela consolidação da democracia brasileira pressupõe a liberdade de expressão e da comunicação como um direito de toda a população, não apenas de donos da mídia. Porque a verdade da elite não é a verdade da maioria do povo brasileiro, e a pauta que interessa à elite não é a pauta da classe trabalhadora.

195. A opressão e a exploração das mulheres também dão sustentação ao capitalismo e às suas contradições. Portanto, é preciso ir além das ações e demandas com recorte de gênero, porque mudar a vida das mulheres significa transformar o mundo em que vivemos. Não há como transformar a vida da classe trabalhadora sem transformar a vida das mulheres, e não há como transformar a vida das mulheres sem pautar as lutas classistas.

196. A conjuntura brasileira mostra, mais uma vez, como o princípio de que direitos devem ser ampliados e a as mobilizações são atuais. É com luta e com ação de massas, com a classe trabalhadora nas ruas, que se faz a defesa do emprego e dos direitos trabalhistas. Devemos enfrentar a ofensiva dos empresários, do governo federal e do Congresso Nacional pela retirada dos direitos (MPs 664 e 665) e pela precarização das relações de trabalho (PL 4330).

197. As MPs 664 e 665, que alteram prazos de carência e diminuem o número de trabalhadoras e trabalhadores com direito ao seguro desemprego, ao abono salarial e pensão por morte e auxílio-doença, são ataques a direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora. No Congresso Nacional, a luta é também contra o PL 4330/2014, que libera a terceirização de um modo geral, no serviço público e nas empresas (públicas e privadas), e contribui para a retirar direitos trabalhistas, aumentar o emprego precário, reduzir salários e colocar em risco a vida dos trabalhadores e trabalhadoras.

Reforma Política

198. A posição da CUT, da CNTE e da FETEMS é: ”Corrupção se combate com Reforma Política e essa se faz com Constituinte Exclusiva”, com o fim do financiamento empresarial de campanha; voto proporcional em lista partidária, com alternância de sexo; fidelidade partidária e programática; tramitação diferenciada e prioritária dos projetos de lei de iniciativa popular; institucionalização do caráter deliberativo das Conferências de políticas públicas e dos Conselhos Nacionais; inclusão de mecanismos para a democratização do Poder Judiciário e impedimento da judicialização de conflitos; fim da imunidade parlamentar para crimes penais e de corrupção; proporcionalidade Congresso Unicameral (fim do Senado); e combate à corrupção, tornando-a crime inafiançável.

Em defesa da Petrobrás

199. A defesa da Petrobrás como patrimônio brasileiro vai além do combate à corrupção. A corrupção deve ser severamente punida, atingindo corruptos e corruptores. Os interesses por trás da Operação ‘Lava Jato’, tem como objetivo acabar com o regime de partilha do pré-sal e abrir as portas para a privatização da nossa maior empresa pública, responsável por cerca 13% do PIB brasileiro.

200. Os impactos já começam a aparecer. Com a paralisação de contratos e obras, por conta da operação da polícia federal, uma enorme onda de demissões e de desemprego nas 24 empreiteiras envolvidas na operação se organiza, o que deve impactar diretamente na geração de empregos, pois sozinhas essas empreiteiras são responsáveis pela geração de 14% dos empregos formais brasileiros.

201. Além desses impactos, o processo de subcontratação de trabalhadoras e trabalhadores pela Petrobrás, especialmente na questão alusiva à política de transferência gradativa das atividades de maior risco para as e os terceirizados, que se dão em condições de trabalho totalmente precárias, quando não degradantes. (COUTINHO, 2015). Por isso defender a Petrobrás é também defender as trabalhadoras e trabalhadores da estatal.

Melhoria das condições de trabalho e negociação coletiva

202. No setor público, ainda não é reconhecido o direito de negociação e o direito de greve, apesar da Convenção 151 da OIT ter sido ratificada pelo governo brasileiro em 2010. Geralmente, é preciso fazer a paralisação para forçar a negociação. A negociação, de fato, nem sempre acontece. Representantes do governo recebem representantes das trabalhadoras e trabalhadores, mas a pauta de reivindicações não é negociada, sob as mesmas alegações de sempre: limitações orçamentárias e da lei de responsabilidade fiscal, queda na arrecadação.

203. A questão salarial tem sido encaminhada com gratificações que não são incorporadas ao salário, nem à aposentadoria. Diante do não reconhecimento do direito de greve, as paralisações das servidoras e servidores públicos são afetadas pela crescente judicialização do conflito, cuja solução acaba sendo transferida ao poder judiciário. Este contexto torna mais do que urgente a demanda de regulamentação da Convenção 151 da OIT, que estabelece o princípio da negociação coletiva para trabalhadoras e trabalhadores do setor público.

204. Para avançar com um modelo de desenvolvimento sustentável, com valorização do trabalho e distribuição da renda defendemos ampliar os investimentos nas políticas sociais, na economia solidária, nas micro e pequenas empresas e no desenvolvimento regional e territorial.

205. Para finalizar, temos clareza de que no governo Dilma nem todas as nossas reivindicações serão atendidas, mas não podemos deixar de reafirmar que o respeito aos movimentos sociais, a criação de espaços de negociação e de participação dos trabalhadores e da sociedade na definição das políticas públicas, o reconhecimento e respeito às centrais sindicais e a absorção de demandas importantes dos trabalhadores e da população são condições fundamentais para o movimento sindical.

"Se nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não

temos outro caminho senão viver plenamente a nossa opção"...

Paulo Freire

VI - Políticas Permanentes de Gênero, Raça, Juventude, Aposentados, Saúde dos Trabalhadores/as, Orientação

Sexual

Igualdade de gênero, liberdade e autonomia

206. As relações de gênero e raça, historicamente e, mais recentemente, as relações geracionais e afetivas, têm um elo de ligação com a luta de classes, buscando enfrentar os problemas cotidianos do preconceito, da discriminação, da exploração, da miséria, da desigualdade social, política, econômica, cultural, racial sempre presentes na formação social brasileira e do movimento sindical.

207. A luta por direitos sociais de todas as pessoas acentuou-se nos últimos anos, por meio de movimentos em prol de educação, saúde, moradia, luta contra a discriminação de negros, homossexuais, jovens, idosos e mulheres, bem como a luta pela ecologia e pela paz. Essas lutas foram formando novos sujeitos, novas identidades políticas, sociais e culturais. O movimento sindical, especialmente a educação exerce um papel fundamental nessa nova construção de direitos, uma vez que critica e dialoga com a realidade de todos os sujeitos, tanto como profissionais da educação, quanto, como estudantes no dia-a-dia das escolas.

208. Apesar dos avanços indiscutíveis, a discriminação e a desigualdade dos direitos de mulheres, de negros e negras, de índios, de idosos, de homossexuais ainda são fortíssimas, embora, muitas vezes, de forma disfarçada, como podemos percebem nos dados abaixo.

A busca da igualdade de Gênero.

209. Segundo as estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU):a. as mulheres são responsáveis por 2/3 do trabalho realizado no mundo;b. as mulheres recebem 1/3 dos salários; c. as mulheres são detentoras de 1/10 da renda mundial; d. as mulheres representam 2/3 dos/das analfabetas do mundo; e. as mulheres detêm menos do que 1/100 das propriedades mundiais; f. dos quase 1,3 bilhão de miseráveis do mundo, 70% são mulheres.

210. Segundo dados do Anuário de Mulheres do DIEESE (2011): a. Trabalhadores (as) por conta própria, homens são 66,5% e mulheres são 33,5 %; b. Empregadores (as), homens são 73,7% e Mulheres são 26,3%; c. Cargos de Chefia nas empresas, homens são 78,6% e Mulheres são 21,4%; d. Carga horária de Trabalho, homens trabalham em média 52 horas semanais com 10% em

trabalhos domésticos e mulheres trabalham em média 60 horas semanais com 22% em trabalhos domésticos.

211. Na política a participação das mulheres é ainda pior. Em 2014, temos a seguinte composição:a. dos 27 Governadores (as), apenas uma é mulher (3,7%); b. no Senado Federal, dos 81 Senadores (as), 12 são mulheres (14,8%); c. na Câmara Federal, dos 513 Deputados (as), 51 são mulheres (9,9%). d. No ano de 2012, foram eleitas 657 prefeitas (11,84%) e 7.630 vereadoras (13,32%).

212. Esse quadro mostra a importância de se trabalhar a formação com vistas ao empoderamento das mulheres para atuarem no trabalho, na política e na vida sindical em condições de igualdade. Um novo modelo de sociedade se constrói com igualdade entre homens e mulheres.

213. O princípio da igualdade é uma reivindicação histórica para garantir que mulheres e homens tenham as mesmas condições para decidir o que é melhor para suas vidas. Isso pressupõe que tenham as mesmas condições de acesso, permanência e ascensão no mundo do trabalho; acesso à justiça; à terra; às políticas públicas; e à participação nos espaços de representação formal nos sindicatos, partidos políticos, movimentos e organizações sociais.

214. O combate à violência contra as mulheres requer ampla articulação entre os movimentos sociais por transformações gerais na sociedade. As Leis Maria da Penha (n° 11.340/2006) e que tipifica o feminicício (n° 11.104/2015) representam grandes conquistas dos movimentos feministas para o combate, prevenção e punição da violência contra a mulher. Mas não é o suficiente. A violência deve ser enfrentada pelo conjunto da sociedade, como um problema político e social, não individual.

215. Um grave problema do atendimento à educação concentra-se na creche, etapa do e de grande importância não só para as crianças, mas também para mães e pais da classe trabalhadora. Apenas 21% das crianças de 0 a 3 anos contam com esse atendimento no Brasil. Outro desafio é o trabalho doméstico remunerado, ainda marcado pelas relações sociais escravocatas de classe, gênero e raça. A PEC das domésticas (n° 66/2012), que incorpora os direitos de trabalhadoras e trabalhadores domésticos no artigo 7° da Constituição Federal, regulamentada este ano, ainda precisa ser colocada em prática. Por isso a luta da CUT pela ratificação da convenção 189 e da recomendação 201 da OIT, que trata do trabalho decente para trabalhadoras e trabalhadores domésticos.

216. Para que se garanta igualdade de gênero, liberdade e autonomia para as mulheres trabalhadoras, a CUT defende: transversalidade de gênero em todas as políticas, atividades e espaços; ampliação e fortalecimento para a participação das mulheres; eliminação de práticas que excluem ou dificultam essa participação; inclusão das cláusulas de gênero nas mesas de negociação; e aplicação da política de igualdade de gênero na estrutura CUTista, delegações, congressos e todos os âmbitos de deliberação da central; pressionar os governos em suas distintas competências para que assumam o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres; creches públicas, gratuitas e de qualidade, como garantia dos direitos das crianças, das trabalhadoras e trabalhadores em educação e autonomia das mulheres.

Relações de Gênero e Orientação Sexual – Educar para vencer o Preconceito

217. Muitos são os mitos que envolvem a homossexualidade, em parte por preconceito, mas muito por desconhecimento.

218. Recentemente estamos assistindo o debate sobre as “relações sociais de gênero” e orientação sexual” muito presente no cotidiano da educação, especialmente, nos debates das políticas educacionais. Este tema foi muito debatido nas conferências intermunicipais e estadual em Mato Grosso do Sul e, também, na conferência nacional. O debate foi ainda, mais forte e agressivo nos seminários intermunicipais e estadual do Plano Estadual de Educação do MS e nos debates dos Planos Municipais de Educação. No âmbito do Congresso Nacional, a bancada conservadora conseguiu retirar do Plano Nacional de Educação, estes e outros termos similares também. Agora, a estratégia é travar a discussão e retirar os termos nos municípios.

219. Os Planos, nacional, estaduais e municipais apresentavam nenhuma discussão nova, apenas traziam estratégias, que tratam de temas como educação sexual nas escolas e diretrizes relacionadas à igualdade de gêneros, e combate ao preconceito contra diferentes identidades e orientações sexuais.

220. Em Mato Grosso do Sul em âmbito estadual e em várias câmaras municipais o debate foi extremamente acirrado e agressivo por parte de setores evangélicos e católicos, que se mobilizaram para participar das plenárias finais dos planos estaduais ou das votações dos projetos de lei nas câmaras municipais, tanto do nosso estado, quanto em várias capitais do País (São Paulo, Cuiabá, Recife, Campo Grande, dentre outras), pedindo para serem retirados os termos “relações sociais de gênero” e orientação sexual”.

221. Surgiram algumas opiniões recheadas de preconceito, tais como:

a. “Nós respeitamos as pessoas que têm esses desvios, esses problemas. Mas querer implantar isso aí como lei é um absurdo”.

b. “Essa discussão é uma aberração antinatural”.

c. “Somos contra qualquer conceito que não entenda família como um casal formado exclusivamente por um homem e por uma mulher”.

d. “Não sou contra a igualdade, mas a favor da igualdade de todos, do narigudo, do orelhudo, do gordo... só que a ideologia de gênero é nefasta, é contra a família”.

e. "Com isso, a família não teria o direito de educar os filhos e os pais que não querem educar os filhos de acordo com a ideologia de gênero que as crianças aprendem na escola são punidos. A nossa Constituição garante à família os direitos à educação da criança e a escola desempenha um papel de subsidiar os pais".

f. Em Cuiabá foi emitida uma nota pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), argumentando que o Papa Francisco já havia alertado que a 'ideologia de gênero é contrária ao plano de Deus, que é um erro da mente humana que provoca muita confusão e ataca a família'. 

222. Diante das mobilizações e da pressão, várias assembleias e câmaras municipais mantiveram os termos, mas, a grande maioria, retiram do texto dos planos os termos “relações sociais de gênero” e orientação sexual”.

223. Ao tratarmos do tema Orientação Sexual, entendemos que devemos considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa no ser humano, do nascimento até a morte. Relaciona-se com o direito ao prazer e ao exercício da sexualidade com responsabilidade. Engloba as relações de gênero, o respeito a si mesmo e ao outro e à diversidade de crenças, valores e expressões culturais existentes numa sociedade democrática e pluralista. Inclui a importância da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis/Aids e da gravidez não planejada na adolescência, entre outras questões polêmicas. Pretende contribuir para a superação de tabus e preconceitos ainda arraigados no contexto sociocultural brasileiro.

224. As manifestações da sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ignorar, ocultar ou reprimir são respostas habituais dadas por profissionais da escola, baseados na ideia de que a sexualidade é assunto para ser lidado apenas pela família.

225. Na prática, toda família realiza a educação sexual de suas crianças e jovens, mesmo aquelas que nunca falam abertamente sobre isso. O comportamento dos pais entre si, na relação com os filhos, no tipo de “cuidados” recomendados, nas expressões, gestos e proibições que estabelecem, são carregados dos valores associados à sexualidade que a criança e o adolescente apreendem. É no espaço privado, portanto, que a criança e o jovem recebem com maior intensidade as noções a partir das quais vai construindo e expressando a sua sexualidade.

226. O trabalho de Orientação Sexual compreende a ação da escola como complementar à educação dada pela família.

227. No meio sindical dos (as) trabalhadores (as) em educação, mesmo com avanços importantes na luta e reivindicações sindicais, permanece a ideia de que a luta de trabalhadoras (es) e os debates somente acontecem no que há de igual, de comum a toda a categoria: conjuntura, campanha salarial, condições gerais de trabalho, doenças profissionais, entre outros.

228. Nós da FETEMS, da CUT e dos movimentos sociais, lamentamos este retrocesso. Nos preocupa essa visão de que defender o direito das mulheres, dos homossexuais, de combater a violência e o preconceito é um ataque às famílias. A escola é um espaço privilegiado para educar as crianças e jovens a respeito dos temas relacionados à igualdade de gêneros e à diversidade sexual. É importante manter a discussão sobre esses temas nas escolas para que meninos e meninas cresçam com visão de igualdade entre homens e mulheres, isso ajuda a evitar que eles sejam futuros agressores e que elas se submetam a situações de violência. Não adianta só atuar na ponta, punindo agressores, mas também devemos trabalhar com a prevenção, educando as crianças.

229. Lamentamos, ainda porque muitos dos “representantes do povo” nos legislativos, que foram eleitos para garantir o cumprimento e a implantação das leis e daquilo que a sociedade decide, rasgou e jogou no lixo, os longos meses de discussão, de debates, de seminários, de plenárias e de construção coletiva em torno da educação. Porque, todos os planos, foram discutidos e elaborados pelos órgãos governamentais, pelos profissionais da educação, pelos pais, mães e estudantes e pelo conjunto da sociedade organizada. E o que foi aprovado, foi fruto do consenso construído nas instâncias corretas. Os legislativos não têm o direito de retirar dos planos municipais o que quer que seja.

230. Lamentamos, também, porque, estes setores nunca se organizaram para irem às câmaras fazerem a defesa de mais recursos para educação, da gestão democrática da educação, da valorização dos profissionais da educação, da cultura da paz e do fim da violência nas escolas. Mas, se unem no País, inteiro, para retirar dos planos termos que apenas garantem a democracia, o combate ao preconceito e a discriminação nas escolas.

231. O acirramento deste debate em torno dos planos de educação PME é reflexo de um debate mais geral que vem ocorrendo na sociedade. O chamado debate da “ideologia de gêneros está sendo feito de uma forma equivocada e vêm mostrando uma tendência ao conservadorismo no que tange a qualquer legislação que trate de igualdade de gêneros, direitos dos homossexuais e direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e de todas as pessoas.

232. O nosso objetivo com este debate é:

233. Promover reflexões e discussões de técnicos, profissionais da educação, equipes pedagógicas, bem como de estudantes, pais, mães e responsáveis, com a finalidade de sistematizar a ação pedagógica da escola no trato de questões da sexualidade.

234. Respeitar a diversidade de valores, crenças e comportamentos relativos à sexualidade, reconhecendo e respeitando as diferentes formas de atração sexual e o seu direito à expressão, garantida a dignidade de todas as pessoas.

235. Identificar e repensar tabus e preconceitos referentes à sexualidade, evitando comportamentos discriminatórios e intolerantes e analisando criticamente os estereótipos.

236. Reconhecer como construções culturais as características socialmente atribuídas ao masculino e ao feminino, posicionando-se contra discriminações a eles associadas.

237. Formar/construir/consolidar uma consciência crítica a fim de tomar decisões responsáveis a respeito de sua sexualidade.

Combate ao Racismo

238. A população brasileira é composta por 51,3% de negros (as), 47,8% de brancos (as) e 1% de amarelos e índios (IBGE/2010). Entretanto, infelizmente, existe até hoje um abismo entre as oportunidades que têm negros, pardos e brancos, uma herança da escravidão e da forma como a mesma foi abolida: sem nenhuma compensação ou garantia para os negros.

239. Hoje, pretos e pardos – 51,3% dos brasileiros – ocupam em torno de 30% do funcionalismo brasileiro, um outro forte indicador de desigualdade racial. A este, somam-se outros dados da participação dos negros e negras nas várias profissões (Censo das Ocupações do IBGE/2010):a. professores no ensino médio, 35%; b. professores no ensino superior, 25%; c. advogados, 19% e,d. engenheiros, 18%; e. médicos, 15%; f. juízes, 13%.

240. Em fevereiro de 2014, a renda mensal média dos brasileiros brancos foi de R$ 2.510,44 e a dos negros de R$1.428,79. Não há como negar que exista uma desigualdade racial no País, além do também inegável, preconceito racial. Além disso, em torno de 63% dos empregos domésticos são negros.

241. Proporcionalmente em relação aos brancos (as), a renda dos negros (as):a. 1995 a 1999 era de 43%, b. 2005, estava em 48% e,c. 2010, chega a 55%.

242. Na educação com relação a população negra, os dados não são mais animadores. No ano de 1992, apenas 1,5% dos jovens negros jovens de 18 a 24 anos estavam na universidade, em 2009, eram 8,3 % e hoje são 13,3%. Segundo um Perfil do jovem fora da escola (Censo Demográfico de 2010), 55,4% das crianças fora da escola com idades entre 4 e 5 anos são negros (as) e 61,2% dos jovens fora da escola com idades entre 15 e 17 anos, 61,2% são negros (as).

243. Neste sentido, a política de cotas nas universidades públicas, tema polêmico até mesmo entre nós, sindicalistas - visa aumentar a escolaridade e a renda de negros, pardos e indígenas. Muito questionada, as cotas, passas por critérios raciais e socioeconômicos: ter estudado em escola pública, renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo e proporcionalmente ao número de pretos, pardos e indígenas da população do Estado onde está instalada a instituição. Esta política é fundamental para permitir aos pardos, negros e indígenas ter mais acesso à educação e a novas profissões.

244. A concepção e ação da Articulação Sindical da CNTE vão no sentido de construir uma sociedade igualitária, justa e democrática para todas as pessoas. E que a luta das mulheres, dos negros e negras, dos índios, da juventude, dos homossexuais devem, portanto, serem parte da luta do conjunto da classe trabalhadora. Se queremos transformar de fato a sociedade, precisamos transformar as relações de desigualdades presentes na sociedade.

245. Neste sentido, a Articulação Sindical da CNTE, entende que as políticas relacionadas as mulheres, negros e negras e juventude devem ser tratadas como prioridade. Uma das ações fundamentais para superação das é a formação. E, para isso, deve ser fortalecido o programa de formação como um todo, mas, de forma especifica, a formação das mulheres, formação da juventude da educação e formação antirracismo:

Os desafios geracionais, especialmente, da Juventude.

246. Na educação se percebe nos últimos anos uma grande presença de jovens professores (as) e funcionários (as). Cada vez mais, vem ingressando novos (as) profissionais da educação nas nossas escolas, através de concursos ou mesmo de contratos temporários. Mas, o movimento sindical brasileiro envelheceu e o jovem trabalhador (a) em educação (como em outras categorias), têm cada vez menos interesse em participar de forma ativa na organização sindical. Diante disso, o movimento sindical da educação precisa também estar “antenado” nesta realidade para poder ser o primeiro a manifestar presença no início do trabalho e buscar a participação sindical destes jovens.

247. O jovem professor (a) e funcionário (a) enfrenta muitos desafios ao iniciar o trabalho: insegurança, medo do que vai encontrar, responsabilidade com a nova função e muitas vezes preconceito. Ele se vê obrigado a passar pela sempre presente aprovação dos alunos e também ganhar o “respeito” dos (as) colegas.

248. O desafio que temos é o de incorporar a energia transformadora da juventude ao movimento dos trabalhadores e trabalhadoras. O sindicato precisa se tornar-se parte da vida do (a) jovem trabalhador (a) da educação.

249. É necessário aprender com a experiência dos mais velhos para renovar. Mudar para melhorar não significa esquecer o passado, mas aprender com ele. As lutas dos trabalhadores da educação precisam de um novo fôlego, um novo gás, que pode ser adquirido com a maior participação dos jovens nas lutas desde o local de trabalho até as direções sindicais.

250. A formação deve ser no sentido de fortalecer a juventude para participar mais ativamente nas instâncias representativas do movimento sindical da educação e da CUT, além de se inserir nos conselhos, fóruns e outros espaços de discussão de políticas que fortaleçam o projeto nacional de desenvolvimento do País.

251. As nossas políticas devem voltadas para a superação das diferenças de gênero, raça e geração para termos maior igualdade. Esse debate deve ser de todos e todas, entre as diferentes categorias.

252. Por isso, a FETEMS está e estará sempre aberta aos novos professores (as) e funcionários (as). Eles representam novas energias, novas ideias e novas perspectivas para o nosso sindicato e para a educação pública no Estado e merecem a atenção e a acolhida da nossa categoria.

Os (as) Professores (as) Aposentados (as).

253. O processo de envelhecimento é um fenômeno mundial que comporta consequências para os indivíduos, seus estados e nações. Hoje já não é possível para qualquer estado pensar o seu desenvolvimento sem considerar a mudança no perfil da sua população.

254. O envelhecimento está se registrando de forma muito acelerada, no Brasil, no período de duas décadas, 1996 ao futuro próximo 2016, a proporção de idosos passará de 7% para 14% do total da

população. Os estudiosos trabalham com números que apontam que em 2020 o Brasil terá uma população idosa perto de 33 milhões de pessoas.

255. O Governo Lula realizou duas Conferências Nacionais da Pessoa Idosa e as deliberações das Conferências apontam a responsabilidade dos ministérios na manutenção de algumas ações que vem sendo implementadas, tais como, a concessão do Benefício da Prestação Continuada, ações da Saúde, Educação, Desenvolvimento Social entre outros, mas passa para os Estados e Municípios a realização das propostas que estão em seu âmbito.

256. Dessa forma, cabe ao estado implementar ações direcionadas ao processo de envelhecimento e à busca de alternativas para a construção de uma sociedade boa para se viver em todas as idades.

257. A CNTE realizou junto com o DIESE e com a participação do SINTEGO, em Goiás, nos anos de 2006 e 2007, uma pesquisa em nível nacional com o objetivo de possibilitar à CNTE e aos seus sindicatos filiados conhecer de forma mais aprofundada os trabalhadores (as) aposentados (as). Ao todo, foram entrevistados 6.577 aposentados da educação pública, de 24 redes estaduais e municipais (apenas capitais).

258. Dessa pesquisa foi possível levantar algumas das conclusões, que tem o objetivo de orientar a ação da CNTE e dos seus Sindicatos com relação as ações voltadas para os (as) professores (as) aposentados (as): a. a doença mais comum em todos os estados é a pressão alta, mas foi constatada a presença de

outras doenças comuns entre os idosos como varizes, dor de coluna e artrose, por exemplo;b. a maior parte dos entrevistados pertence à rede estadual;c. o principal motivo de aposentadoria é o tempo de serviço;d. a grande maioria exerceu o cargo de professor regente, mas há presença de especialistas,

administrativos e de diretores; e. na maioria dos estados, os aposentados (as) comprometem menos de 30% de suas rendas com

gastos de saúde;f. é comum o uso de crédito consignado para complementação a renda;g. a grande maioria não considera seus rendimentos suficientes para atender suas necessidades;h. a grande maioria ganha menos de R$ 2.000,00 de aposentadoria;i. a grande maioria é católica;j. expressiva proporção com ensino superior;k. a idade dos (as) aposentados (as) está entre 51 e 60 anos;l. as mulheres são a grande maioria entre os aposentados entrevistados.

259. Diante destes dados e com o aumento da população de aposentados (as) é certo que se faz necessário a construção de políticas sociais específicas para esse setor. Neste sentido, a FETEMS e o movimento sindical da educação e da CUT tem um papel fundamental a cumprir. A FETEMS e os SIMTEDs devem ter como tarefa não poupar esforços para que sejam preservados e conquistados direitos para um envelhecimento digno, um sistema previdenciário justo e a conscientização da população para que o nosso País possa tratar com dignidade as pessoas que tanto contribuíram com o seu desenvolvimento.

Em defesa da saúde dos (as) trabalhadores (as) em educação

260. Hoje, na rede estadual de ensino, há altos índices de professores (as) e funcionários (as) afastados da sala de aula em razão de doenças profissionais. Muitos adquirem a Síndrome de Burnout, Lesões por Esforço Repetitivo (LER), distúrbios da voz, distúrbios mentais e comportamentais e outras enfermidades, devido às más condições de trabalho e de higiene nas escolas, como inadequação das salas, pó de giz, indisciplina dos alunos, jornadas excessivas,

exposição a riscos físicos e químicos, dificuldade de aprendizagem dos alunos, pressão das diretorias, sobrecarga de atividades, salas superlotadas, violência na escola, achatamento salarial outros fatores.

261. Nossa proposta é a de lutar para aprovar leis que assegurem melhores condições, e que, as doenças acima descritas sejam diagnosticadas como doenças adquiridas no trabalho.

262. Para os professores (as), e mesmo para os funcionários (as), outra condição fundamental para melhorar as condições de trabalho diz respeito ao número máximo de estudantes por turma. É preciso a garantia das seguintes relações: a. I – Educação Infantil: Creche: de 0 a 2 anos, seis crianças e Pré-Escola, até15 alunos.b. II – Ensino Fundamental: do 1º ao 9º anos do ensino fundamental, até 20 alunos;c. III – Ensino Médio: do 1º ao 3º anos do ensino médio, até 25 alunos.

263. A superlotação também incide sobre a saúde dos (as) professores (as) e funcionários (as), porque sobrecarrega, causando faltas ao trabalho, adoecimento e queda no rendimento.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão, um dia viver, em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.

Eu tenho um sonho hoje!

Martin Luther King

VII - Balanço

FETEMS – 36 anosUma história de conquistas e desafios para os Trabalhadores em Educação.

264. Neste 26º. Congresso, ano em que a FETEMS completa 36 anos (03/03/2015) e que homenageia o seu fundador professor Euzébio Garcia Barrio, comemoramos uma trajetória de lutas, conquistas e muito aprendizado. Ao longo desse tempo, encontramos vários desafios e, sem medo, conseguimos superar a todos eles, transformando os obstáculos do caminho em oportunidades de melhora e crescimento. Agregamos forças, aprendemos que a organização é a melhor estratégia para alcançar objetivos comuns, entendemos que a ação política é parte necessária e essencial à vida sindical.

265. A atual gestão da FETEMS reflete um processo contínuo e gradativo de conquistas nas pautas educacionais, avanços na valorização dos profissionais da educação e fortalecimentos do patrimônio físico, político, social e sindical da nossa entidade iniciado por Euzébio Garcia Barrio (Campo Grande), Elson Lot Rigo (Três Lagoas), Cacildo... (Fátima do Sul), José Domingos Chionha (Bataguassu), José Carlos da Silva (Naviraí), José Antonio Zanqueta (Nova Andradina) e, tantos outros, que fizeram sua parte e já se foram... Mas, que deixaram um legado que precisamos continuar.

266. O movimento sindical da educação sempre se articulou em torno das bandeiras de luta mais amplas da sociedade e das bandeiras de lutas especificas da categoria. Em primeiro, lugar buscamos o entendimento, o diálogo e a negociação com os governantes, mas quando isso não ésuficiente, partimos para ações mais contundentes... sempre na defesa dos interesses da categoria.

267. A história da FETEMS é uma história de muitas lutas e conquistas e de muitos (as) lutadores (as). Neste Congresso, ano em que a FETEMS completou 36 anos, vamos resgatar um pouco da nossa trajetória histórica para não esquecermos as nossas origens, de onde viemos e qual foi a construção sindical que nos trouxe até o momento. Para, como diz, Rubem Alves:

a. “... A pessoa (no nosso caso, a entidade) que fala sobre a vida humana, que muda com o passar dos anos, deve ter o cuidado de declarar aos leitores a sua idade. Isso para que os leitores, conscientes do tipo de olhos que está sendo usado por aquele que escreve, possam fazer os devidos ajustamentos nos seus próprios olhos”.

268. A FETEMS nasceu junto com o estado de Mato Grosso do Sul, com um movimento sindical de vanguarda, organizado pelos professores (as) da rede pública de ensino.

269. Fundada como Federação dos Professores de Mato Grosso do Sul (FEPROSUL), em 3 de março de 1979, teve como primeiro presidente o professor Eusébio Garcia Barrio. As primeiras reuniões da FEPROSUL foram feitas em uma casa cedida pela ex-prefeita de Campo Grande, Nelly Bacha. A casa ficava no bairro Amambaí, nas proximidades da Rua Engenheiro Roberto Mange, em Campo Grande.

270. O primeiro Congresso Estadual realizado pela FEPROSUL, chamado de SAMPROSUL, aconteceu no mesmo ano, na Câmara dos Vereadores, em Campo Grande.

271. Ao longo da nossa história, muita coisa mudou e muito avançamos:

272. Luta pela aprovação da Lei Complementar Nº 4, de 12 janeiro de 1981, primeiro Estatuto do Magistério do Estado de Mato Grosso do Sul.

273. Em 1980, lutamos pela realização do primeiro concurso público para professores (as)

274. Em 1981, realizamos a primeira passeata de trabalhadores (as) do Estado.

275. Em 1983, com pagamento do salário em atraso, a FEPROSUL e os professores (as) realizam a primeira greve no Estado. O lema da greve é: “Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”, música de Geraldo Vandré.

276. Em 1984, com muita negociação, entidade conquista a licença sindical. Os presidentes das entidades sindicais passam a ter direito a 22 horas-aula para trabalhar em prol da categoria.

277. Após muita luta, se consegue a realização do segundo concurso público para professores (as).

278. Em 1985, a Lei Complementar nº 35, que substitui a Lei Complementar nº 4 e atualiza o Estatuto do Magistério do Estado de Mato Grosso do Sul.

279. A entidade adquire a sede própria, na rua 26 de Agosto, no bairro Amambaí. A compra da casa só foi possível com a organização de uma rifa, que tinha como premiação um veículo fusca. A rifa foi vendida no estado inteiro. O ganhador residia no município de Ponta Porã.

280. Em 1987, a FEPROSUL comandou a paralisação das atividades na Rede Pública de Ensino por 30 dias, com a participação de 15 mil professores. Na pauta de negociações: eleição para diretor (a), Estatuto do Magistério e Piso Salarial de quatro salários mínimos.

281. Com muita luta se conquista o Piso de três salários mínimos. Publicada no Diário Oficial em 17 de dezembro de 1987, a Lei Complementar nº 807, de 16 de dezembro de 1987, fixa o Piso Salarial do Grupo do Magistério e dá outras providências.

a. Art. 1º - O piso salarial do Professor com carga horária de 22 horas semanais é fixado em:

I - 2.80 do salário mínimo, a partir de 1º de fevereiro de 1.988; II - 3.00 do salário mínimo, a partir de 1º de março de 1.988.

282. O valor real do salário não se manteve por muito tempo, em decorrência da instabilidade econômica do período.

283. Em 1988, o Governo deixa de pagar o Piso e, no mês de outubro, o suspende a licença sindical.

284. Em 1989, a FEPROSUL realizar o seu 16º Congresso Estadual, no município de Amambai. É neste Congresso que a entidade se filia à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Durante o Congresso, foi aprovada a unificação e, com isso, professores (as), especialistas em educação e funcionários (as) administrativos (as) passam a ser reconhecidos como trabalhadores em Educação e a entidade muda o nome para Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS).

285. No mesmo período, todas as Associações de Professores, também fazem a unificação e passam de associações municipais de professores para sindicatos municipais dos trabalhadores em educação – SIMTEDs.

286. No final do Governo Marcelo Miranda, a categoria conquistou um aumento de 104%, mas o Governo do Estado não conseguiu efetuar o pagamento, e os trabalhadores ficaram sem receber salários.

287. A década de 1990 foi marcada por greves, paralisações e manifestações.

288. Em 1990, aconteceram várias greves por falta de pagamento dos salários. Integrantes do movimento sindical ficaram 40 dias acampados na sede da governadoria, em Campo Grande, até o final do Governo.

289. O novo Governo Wilson Barbosa Martins, inicia a gestão com o Estado passando por dificuldades financeiras, que perduram os quatro anos de governo.

290. No início do Governo, com a aprovação da Lei nº 1.102/90, que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Mato Grosso do Sul, se garante o retorno da licença sindical.

291. Em 1991, acontece a primeira eleição para diretores (as) e colegiado escolar nas escolas estaduais.

292. Em 1993, mais uma greve, que dura 47 dias. No dia 17 de março, a categoria reúne 20 mil pessoas, entre trabalhadores em Educação e pais de alunos, num protesto que percorreu o centro de Campo Grande.

293. A década seguinte, inaugurou um período de conquistas e efetivação de direitos.

294. No ano de 1998, é eleito governador Zeca do PT, com um grande apoio dos servidores (as) públicos e da população em geral.

295. Em 2001, se consegue a aprovação da Lei Complementar nº 87, que substitui a Lei Complementar nº 35 e atualiza o Estatuto dos Profissionais da Educação Básica do Estado de Mato Grosso do Sul. Com a Lei Complementar nº 87, os trabalhadores em Educação passaram a ter um novo Plano de Cargos e Carreira.

296. No mesmo período, a FETEMS participa ativamente na formação da Caixa de Assistência aos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), primeiro plano de saúde de autogestão sindical do Brasil.

297. No ano de 2003, a FETEMS realiza um Encontro Estadual de Funcionários Administrativos da Educação, que teve como tema central a profissionalização desse segmento.

298. Em 2004, tem início a implantação do Projeto Pé de Cedro, voltado para a profissionalização dos funcionários administrativos da Educação.

299. Na última década, mais especificamente, desde o início do Governo Zeca do PT, a FETEMS, conseguiu construir uma política permanente de reajuste salarial a longo prazo, que estabelecia reajustes para dois, três ou quatro anos. Esta decisão, permitiu que a categoria melhorasse consideravelmente o nível salarial.

300. Em 2006, ao final do Governo Zeca do PT, a rede estadual de Mato Grosso do Sul, era o 6º. salário no ranking nacional.

301. Ao assumir o Governo, André Puccinelli, se comprometeu em não deixar os salários caírem abaixo do 6º. lugar no ranking nacional e, em função da pressão da categoria e das negociações da entidade, foi aprovada uma política salarial entre 2007 e 2010, que resultou em um reajuste de

91,78%, enquanto a inflação no período de cinco anos foi de 25,36%. Portanto, o ganho real conquistado pela política salarial implementada pela diretoria da FETEMS foi de 52,78%.

302. Em 2008, é aprovada a Lei 11.738/2008, que institui o Piso Salarial Profissional Nacional para os profissionais do magistério público da Educação Básica, e concretiza uma luta histórica dos trabalhadores e trabalhadoras em educação de todo o País.

303. No ano de 2009, a FETEMS inaugura a Casa do Trabalhador em Educação Elson Lot Rigo, que veio substituir os “alojamentos” que a entidade possui para acolher os presidentes de SIMTED quando vinham para Campo Grande para reuniões, encontros, cursos e outras atividades e, também, os trabalhadores (as) em educação quanto em tratamento médio. A Casa do Trabalhador em Educação, ou o Hotel da FETEMS, como é conhecido representa a conquista de um sonho da categoria de ter um espaço acolhedor, aconchegante, confortável quando necessitam permanecer em Campo Grande.

304. Em 2011, no dia 16 de março, a FETEMS e os SIMTEDs realizam paralisação em todo o Estado e Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Após paralisação e Audiência, a FETEMS se reúne com o governador para iniciar um processo de negociação em torno da política salarial, realização de concurso público e garantia das eleições diretas para diretor no prazo determinado pela lei.

305. Em 2012, após muita pressão e mobilização, o governador André Puccinelli manifestou formalmente, perante o STF e os demais Estados signatários da Adin nº 4.848, seu desinteresse na continuidade da referida ação. A Ação de Inconstitucionalidade – Adin n° 4848, contra a Lei do Piso, cujo Governador André Puccinelli e mais cinco governadores eram signatários, contestava o artigo 5º da Lei do Piso Salarial Nacional (Lei n° 11.738), que trata da atualização monetária anual do Piso.

306. Outra luta histórica, a unificação das carreiras de professores (as) e funcionários, foi conquistada com a mesma mobilização. Após muitas lutas e reivindicações, os (as) administrativos (as) da educação voltaram a fazer parte do Estatuto dos Profissionais da Educação, unificação da carreira de administrativos e professores (as) e acrescentando oito mil profissionais ao Estatuto da Educação Básica.

307. Outra grande briga foi pela implantação do § 4º do artigo 2º da lei 11.738/08, que estabelece 1/3 da jornada para o planejamento. O Governador André Puccinelli, não queria implantar. A entidade entrou com ação na justiça e por votação unânime, os desembargadores do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) deram ganho de causa à FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) em mandado de segurança, garantindo para os professores da rede pública estadual de ensino 1/3 de hora-atividade para planejamento de aulas, a partir do início do ano letivo de 2013.

308. Ainda assim, o Governo iria recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para adiar a implantação do direito. A FETEMS, em negociação, conseguiu o compromisso de implantar 1/3 da jornada para planejamento em 2013, em pecúnia, a receber no ano de 2015 em 11 parcelas. E, a partir de 2014, a implantação na carga horária, de forma que os profissionais do magistério cumprissem como determina a Lei do Piso, 2/3 da jornada com estudantes e 1/3 da jornada destina as horas de atividades.

309. No ano de 2013, após anos de negociações, mobilizações e pressões da FETEMS e de toda a categoria, o Governo concordou em estabelecer um cronograma para o pagamento do Piso Salarial para 20 horas. Foi assinado um acordo entre FETEMS e Governo do Estado, transformado na Lei

4464/2013, que estabeleceu o cronograma de reajustes que se iniciaria em janeiro de 2015 até janeiro de 2018. Com essa Lei, Mato Grosso do Sul passou a ser primeiro estado do país a garantir o piso salarial para os (as) professores (as) com base em jornada de 20 horas. Esta política o que significaria que, em quatro anos, o magistério teria mais de 100% de aumento.

310. Em 2014, o índice de reajuste para o magistério da Rede Estadual de Ensino, foi estabelecido em 8,5%, com a incorporação de 20% da regência no vencimento base. Início da implantação de 1/3 da hora-atividade. Reposição salarial do Administrativo de 11% no mês de dezembro e 5% a mais para quem tem o Profuncionário.

311. Em 2015, a FETEMS conta com 73 Sindicatos Municipais de Trabalhadores em Educação. É a maior entidade sindical do Estado.

312. Tem início o Governo de Reinaldo Azambuja (PSDB). O Governo desde que assumiu falando não haviam condições financeiras de atender o previsto na Lei 4464/2013. Lembrando que referida lei estabeleceu um reajuste gradativo para a categoria, iniciando em 2015 e chegando ao piso para 20 horas em janeiro de 2018. Com reajuste em torno de 20% a 25% a cada ano. Sendo em 2015, deveria ser concedido o reajuste do Piso Salarial Nacional, de 13,01%, mais, 10,98% que é o equivalente a ¼ do que falta para o Piso Salarial para 20 horas previsto na referida lei.

313. Em todas as negociações o governo insistia que não teria recursos para cumprir a Lei 4464/13, embora a FETEMS, apresentasse dados contrários a essas afirmações; reclamava do elevado número de convocados - maior que a quantidade de efetivos e, que precisava de tempo para avaliar as condições financeiras do Estado para conceder o reajuste.

314. No início de fevereiro, o governo fez uma proposta:

315. Pagamento do percentual de reajuste do Piso Salarial Nacional de 13,01% na folha de fevereiro, retroativo a janeiro de 2015.

316. Para fins de cumprimento do artigo 2° da Lei 4464/2013, o Governo do Estado (SEFAZ/SAD/SED e Casa Civil) e a FETEMS constituirão uma comissão para, até dia 15 de maio de 2015, estabelecer cronograma de cumprimento do percentual de 10,98% no ano de 2015, bem como a implantação do piso nacional, por 20 horas, até o ano de 2018.

317. No dia 15 de maio seria concluída uma minuta (documento) de comum acordo, em que se estabelecerão prazos e a forma de cumprimento dos índices previstos na Lei 4464/2013.

318. Durante o período de março a maio, várias reuniões aconteceram e o Governo sempre insistindo que não teria como pagar o Piso para 20 horas até 2018. Ao final do prazo de 15 de maio, apresentou um cronograma, estendendo o prazo para o cumprimento de Lei 4464/2013, até o ano de 2022.

319. Ao mesmo tempo, o mês de maio na data base dos administrativos e demais servidores do Estado, o Governo alegou que o reajuste seria “0” (zero), porque os administrativos e demais servidores haviam tido reposição salarial no mês de dezembro. Houveram várias reuniões de negociação da FETEMS, sobre a necessidade de um reajuste de, no mínimo, a inflação do período - sem sucesso.

320. A decisão do Governo de não cumprir a Lei 4464/2013 de reajuste dos salários dos professores (as) e de reajuste “0” para o administrativo levou categoria a decidir greve a partir do dia 27 de maio de 2015.

321. Uma greve difícil que se iniciou com um alto percentual de adesão, entre 60% a 70%, mas, com muita pressão e ameaça por parte do governo: envio de lista de nomes de quem aderiu à greve, ata registrando quem aderiu ou não à greve, corte ponto, rescisão de contratos dos convocados (as), avaliação negativa e demissão de concursados em estágio probatório, dentre outras. A FETEMS, por sua vez, colocou sua assessoria jurídica para acionar judicialmente toda prática antissindical contra os (as) trabalhadores (as) em greve.

322. No segundo dia de greve, o Governo do Estado entrou com Liminar pedindo a ilegalidade da greve. A justiça determinou que a greve era legal, entretanto, a FETEMS não representava o administrativo, que 60% dos professores (as) deveriam voltar a trabalhar e que a entidade seria multada em 25 mil/dia pela greve.

323. A categoria mobilizada reagiu a esta ação arbitrária e intensificou a paralisação e as manifestações grevistas com muitas atividades: assembleias, audiências públicas, passeatas locais e regionais, caminhadas, panelaços e recepção com manifestação às visitas do Governador e várias outras atividades de grande visibilidade.

324. No dia 02 junho, a FETEMS e os SIMTEDs realizaram uma grande manifestação em Campo Grande, com mobilização na Assembleia Legislativa e carreata pelo Parque dos Poderes e centro de Campo Grande. No mesmo dia, a o Tribunal de Justiça Estadual chamou uma Audiência de Conciliação entre as assessorias jurídicas da FETEMS e do Governo, onde foi apresentada a seguinte proposta:

325. 1 - Alteração da Lei n° 4.464/2013, integralizando o Piso Salarial dos Professores da Rede Estadual de Ensino em outubro de 2021, garantindo o reajuste anual do piso com acréscimo de 4,37% todo o mês de outubro, o que corresponderia a mais de 6% além do reajuste anual do Piso Nacional. Portanto a porcentagem de integralização do piso por 20 horas ficará da seguinte forma:

326. Porcentagem - Data69,42% Hoje73,78% 10/201578,15% 10/201682,52% 10/201786,89% 10/201891,26% 10/201995,63% 10/2020100% 10/2021

327. 2 - Abertura de negociação para antecipação da data base dos administrativos da educação para janeiro. Ficou estabelecido que o tema será debatido em um prazo de no máximo 90 dias, no Fórum "Dialoga" dos Servidores Públicos, que congrega representantes sindicais e uma comissão do governo.

328. 3 - Pagamento da diferença de 1/3 de hora-atividade, referente a 2013, previsto no artigo 23 § 3° da Lei Complementar 087/2000, a partir de janeiro de 2016, para os professores que estavam em sala de aula, em 11 parcelas.

329. 4 - Prorrogação do Concurso do Magistério. A FETEMS também conseguiu que o Concurso dos Administrativos fosse prorrogado.

330. 5 - Chamada do Concurso dos professores: 500 em julho de 2015 e 500 em janeiro de 2016.

331. 6 - Garantia de que os administrativos da educação possam disputar eleição para diretor de escola na Rede Estadual.

332. 7 - Eleição direta para as escolas em de tempo integral. A decisão sobre as indígenas e as da educação especial ficou para quando a FETEMS e governo retomarem o debate da minuta da lei que altera as eleições.

333. 8 - Garantia de não corte do ponto dos grevistas, ficando o compromisso de reposição das aulas conforme calendário de cada unidade escolar, como determina a legislação.

334. Após a manifestação e a audiência de conciliação do dia 02 de junho, a FETEMS realizou um Conselho de Presidente onde foi apresentada a proposta.

335. No dia 03 de junho, todos os SIMTEDs realizaram assembleias no período da manhã, debateram a proposta e retornaram para uma Assembleia Geral as 17 horas. A posição da ampla maioria dos municípios foi por aceitar a proposta e retornar às aulas.

336. Através do olhar histórico, percebe-se que muito foi feio ao longo desses 36 anos. Ao longo de mais de tres décadas o mundo mudou, o estado mudou, a FETEMS mudou, a categoria mudou, enfim, muita coisa mudou. Mas, em muitas coisas continuamos igual: no espirito de luta, na garra, na coragem, na disposição, na capacidade mobilização, de enfrentamento e de construir caminhos que consolidem a valorização dos profissionais e a melhoria da qualidade da educação.

337. Na atual gestão da FETEMS, não foi diferente. A Direção se posicionou sempre na defesa dos interesses da categoria, seja na luta por reajuste salarial, valorização profissional ou contra qualquer tentativa de flexibilização e/ou desregulamentação dos direitos dos (as) Trabalhadores (as); mantendo postura crítica diante do governo e seguindo os princípios de autonomia e independência que devem sempre caracterizar o movimento dos trabalhadores.

338. Muito trabalho foi feito. Participamos de reuniões com representantes dos Governos Estadual e Municipais; reunimo-nos em centenas de assembleias; estivemos presentes em atividades internacionais, nacionais, regionais e municipais; realizamos greves, mobilizações, paralisações, passeatas e panfletagens; participamos de debates educacionais; doamos, literalmente, o sangue pela Educação. Construímos e fortalecemos a CUT e a CNTE. Contribuímos na criação e nos tornamos referência na manutenção dos movimentos sociais e populares, consolidando a democracia em Mato Grosso do Sul e no Brasil. Enfim, mudamos a história.

339. Como resultado desse trabalho, conquistamos consciências, credibilidade e respeito, fruto de conquistas como a unificação das carreiras dos (as) professores (as) e dos (as) administrativos (as), a gestão democrática, o piso salarial do magistério, o Profuncionário, dentre outros importantes avanços, tanto na rede estadual como em várias redes municipais de ensino.

340. A FETEMS avançou muito no fortalecimento dos SIMTEDs, com apoio nos processos de negociação municipais, contratando uma assessoria que acompanha os processos de negociação salarial, de implantação do Piso Salarial e dos Planos de Cargos e Carreira, com acompanhamento das receitas e despesas dos municípios para subsidiar os processos de negociação salarial.

341. Politicas municipais, a secretaria de políticas municipais tem desenvolvido trabalhos de acompanhamento sistemático das negociações salariais nos municípios, fornecendo subsídios sobre os recursos destinados à manutenção, desenvolvimento e valorização dos profissionais da educação básica, instrumentalizando os SIMTEDs para os debates sobre as reformulações e atualizações dos

Planos de Cargos, Carreira e Remuneração com a inclusão do administrativo da educação. Estabelecendo percentuais com um diferencial especial entre os graus de formação, ampliação das classes tende em vista as regras atuais da aposentadoria.

342. Com relação às políticas de acompanhamento aos SIMTEDs, tem realizado, também, oficinas sobre os recursos da educação pública, orientando sobre os caminhos para realizar todos os levantamentos de dados através dos sites do FNDE, BB, Tesouro Nacional, Portais das Transparências estadual e municipal (quando possui e está atualizado). Isto tem auxiliado sobremaneira nas negociações salariais, e no trabalho de acompanhamento e controle social do Conselho do FUNDEB.

343. Um dos trabalhos fundamentais tem sido a organização dos Profissionais da Educação nos municípios que optam pela fundação do SIMTED, com as orientações de como fundar um sindicato, os trâmites legais, o estatuto, as publicações oficiais, comissão provisória, assembleia geral de fundação, preenchimento das atas e os encaminhamentos para registros cartorários, CNPJ, e para o MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, mecanismos e documentações necessárias para o Registro Sindical. Além disso, faz os encaminhamentos para a assessoria jurídica dos casos que a situação requeira frente as demandas dos sindicatos municipais, e as devidas providencias.

344. Tem acompanhado anualmente e periodicamente os avanços nas negociações salariais para atualizações no site da FETEMS do ranking salarial dos municípios de Mato Grosso do Sul e do próprio Estado.

345. Quadro 04: Ranking do Piso Salarial Nacional – 2010 – MS (Piso Nacional – R$1.751,20)

No. Município C/H Salário base Regência Abono Remuneração1 CASSILÂNDIA 346.44 347.R$ 1.522,70 348.25% 349.R$ 380,67 350.R$ 1.903,372 CHAPAPADÃO DO SUL 351.40 352.R$ 1.759,62 353.0% 354.R$ 0,00 355.R$ 1.759,623 REDE ESTADUAL 356.40 357.R$ 1.246,86 358.40% 359.R$ 498,74 360.R$ 1.745,604 CAMPO GRANDE ACP 361.40 362.R$ 1.150,78 363.50% 364.R$ 575,39 365.R$ 1.726,165 FATIMA DO SUL 366.40 367.R$ 1.047,28 368.60% 369.R$ 628,36 370.R$ 1.675,646 MUNDO NOVO 371.40 372.R$ 1.236,00 373.30% 374.R$ 370,80 375.R$ 1.606,807 ALCINÓPOLIS 376.40 377.R$ 997,20 378.60% 379.R$ 598,32 380.R$ 1.595,528 NAVIRAI 381.44 382.R$ 1.358,58 383.0% 384.R$ 230,94 385.R$ 1.589,529 ANGÉLICA 386.40 387.R$ 1.092,80 388.40% 389.R$ 437,12 390.R$ 1.529,9210 PARANAIBA 391.40 392.R$ 1.254,68 393.20% 394.R$ 250,93 395.R$ 1.505,6111 IGUATEMI 396.40 397.R$ 1.202,26 398.20% 399.R$ 240,45 400.R$ 1.442,7112 TRÊS LAGOAS 401.40 402.R$ 1.199,48 403.20% 404.R$ 239,92 405.R$ 1.439,4013 DOIS IRMÃOS DO BURITI 406.40 407.R$ 1.080,09 408.30% 409.R$ 324,05 410.R$ 1.404,1414 CORUMBÁ 411.40 412.R$ 1.200,00 413.16,25% 414.R$ 195,00 415.R$ 1.395,0015 RIBAS DO RIO PARDO 416.40 417.R$ 914,76 418.50% 419.R$ 457,38 420.R$ 1.372,1416 PARANHOS 421.40 422.R$ 1.363,96 423.0% 424.R$ 0,00 425.R$ 1.363,9617 GUIA LOPES 426.44 427.R$ 1.066,40 428.25% 429.R$ 266,60 430.R$ 1.333,0018 TACURU 431.40 432.R$ 1.110,32 433.20% 434.R$ 222,06 435.R$ 1.332,3819 AMAMBAI 436.40 437.R$ 1.118,20 438.18% 439.R$ 201,26 440.R$ 1.319,4620 MIRANDA 441.40 442.R$ 1.140,00 443.15% 444.R$ 171,00 445.R$ 1.311,0021 IVINHEMA 446.40 447.R$ 1.225,28 448.5% 449.R$ 61,28 450.R$ 1.286,5622 ITAQUIRAI 451.44 452.R$ 950,02 453.35% 454.R$ 332,50 455.R$ 1.282,5223 CARACOL 456.40 457.R$ 1.068,00 458.20% 459.R$ 213,60 460.R$ 1.281,6024 BODOQUENA 461.40 462.R$ 1.060,00 463.20% 464.R$ 212,00 465.R$ 1.272,0025 ELDORADO 466.44 467.R$ 836,16 468.50% 469.R$ 418,10 470.R$ 1.254,2626 AGUA CLARA 471.40 472.R$ 1.250,80 473.0% 474.R$ 0,00 475.R$ 1.250,8027 BATAGUASSU 476.44 477.R$ 830,00 478.50% 479.R$ 415,00 480.R$ 1.245,00

28 ANAURILÂNDIA 481.40 482.R$ 828,26 483.25% 484.R$ 407,06 485.R$ 1.235,3229 BATAIPORÂ 486.40 487.R$ 950,00 488.30% 489.R$ 285,00 490.R$ 1.235,0030 ANASTÁCIO 491.40 492.R$ 1.024,66 493.20% 494.R$ 206,00 495.R$ 1.232,0031 RIO NEGRO 496.40 497.R$ 1.024,66 498.20% 499.R$ 204,92 500.R$ 1.229,5832 ARAL MOREIRA 501.40 502.R$ 1.024,00 503.20% 504.R$ 204,80 505.R$ 1.228,8033 JUTI 506.40 507.R$ 1.220,56 508.0% 509.R$ 0,00 510.R$ 1.220,5634 DOURADOS 511.40 512.R$ 1.064,98 513.14% 514.R$ 149,09 515.R$ 1.214,0735 LADÁRIO 516.40 517.R$ 1.000,00 518.20% 519.R$ 200,00 520.R$ 1.200,0036 APARECIDA DO TABOADO 521.44 522.R$ 1.040,00 523.15% 524.R$ 156,00 525.R$ 1.196,0037 BANDEIRANTES 526.40 527.R$ 950,00 528.25% 529.R$ 237,50 530.R$ 1.187,5038 BONITO 531.44 532.R$ 988,00 533.20% 534.R$ 197,60 535.R$ 1.185,6039 SIDROLÂNDIA 536.44 537.R$ 1.028,30 538.15% 539.R$ 154,24 540.R$ 1.182,5440 SONORA 541.40 542.R$ 945,08 543.25% 544.R$ 236,28 545.R$ 1.181,3641 JARAGUARI 546.40 547.R$ 840,00 548.40% 549.R$ 336,00 550.R$ 1.176,0042 SANTA RITA DO PARDO 551.40 552.R$ 1.018,74 553.15% 554.R$ 152,81 555.R$ 1.171,5543 ANTONIO JOÃO 556.40 557.R$ 858,00 558.35% 559.R$ 300,30 560.R$ 1.158,3044 SETE QUEDAS 561.36 562.R$ 924,92 563.25% 564.R$ 231,23 565.R$ 1.156,1545 PORTO MURTINHO 566.40 567.R$ 951,00 568.20% 569.R$ 190,20 570.R$ 1.141,2046 RIO BRILHANTE 571.40 572.R$ 1.085,30 573.5% 574.R$ 54,26 575.R$ 1.139,5647 COSTA RICA 576.40 577.R$ 1.137,60 578.0% 579.R$ 0,00 580.R$ 1.137,6048 INOCÊNCIA 581.40 582.R$ 1.020,00 583.10% 584.R$ 102,00 585.R$ 1.122,0049 DEODÁPOLIS 586.40 587.R$ 920,78 588.20% 589.R$ 184,15 590.R$ 1.104,9350 NIOAQUE 591.40 592.R$ 978,34 593.12,50% 594.R$ 122,29 595.R$ 1.100,6351 BELA VISTA 596.40 597.R$ 913,00 598.20% 599.R$ 182,60 600.R$ 1.095,6052 AQUIDAUANA 601.40 602.R$ 950,04 603.15% 604.R$ 142,50 605.R$ 1.092,5453 BRASILÂNDIA 606.44 607.R$ 861,84 608.25% 609.R$ 215,46 610.R$ 1.077,3054 MARACAJU 611.44 612.R$ 767,22 613.40% 614.R$ 306,88 615.R$ 1.074,1055 NOVA ALVORADA DO SUL 616.40 617.R$ 1.065,52 618.0% 619.R$ 0,00 620.R$ 1.065,5256 TERENOS 621.40 622.R$ 957,22 623.10% 624.R$ 95,72 625.R$ 1.052,9457 CAARAPÓ 626.40 627.R$ 1.052,24 628.0% 629.R$ 0,00 630.R$ 1.052,2458 JARDIM 631.44 632.R$ 912,00 633.15% 634.R$ 136,80 635.R$ 1.048,8059 CAMAPUÃ 636.40 637.R$ 790,28 638.30% 639.R$ 237,08 640.R$ 1.027,3660 PONTA PORÃ 641.40 642.R$ 1.024,66 643.0% 644.R$ 0,00 645.R$ 1.024,6661 ITAPORÃ 646.40 647.R$ 1.024,00 648.0% 649.R$ 0,00 650.R$ 1.024,0062 JATEI 651.40 652.R$ 1.011,80 653.0% 654.R$ 0,00 655.R$ 1.011,8063 NOVO HORIZONTE DO SUL 656.40 657.R$ 980,08 658.0% 659.R$ 0,00 660.R$ 980,0864 CORONEL SAPUCAIA 661.40 662.R$ 831,06 663.15% 664.R$ 146,68 665.R$ 977,7465 PEDRO GOMES 666.40 667.R$ 636,30 668.50% 669.R$ 318,15 670.R$ 954,4566 DOURADINA 671.40 672.R$ 950,40 673.0% 674.R$ 0,00 675.R$ 950,4067 GLORIA DE DOURADOS 676.40 677.R$ 617,48 678.50% 679.R$ 308,74 680.R$ 926,2268 TAQUARUSSU 681.40 682.R$ 578,56 683.51% 684.R$ 295,06 685.R$ 873,6269 VICENTINA 686.40 687.R$ 0,00 688.50% 689.R$ 0,00 690.R$ 0,0070 COXIM 691.40 692.R$ 0,00 693.0% 694.R$ 0,00 695.R$ 0,0071 RIO VERDE DE MT 696.40 697.* 698.* 699.* 700.*72 SÃO GABRIEL DO OESTE 701.40 702.* 703.* 704.* 705.*73 NOVA ANDRADINA 706.40 707.* 708.* 709.* 710.*74 FIGUEIRÃO 711.40 712.** 713.** 714.** 715.**75 LAGUNA CARAPÃ 716.40 717.** 718.** 719.** 720.**76 JAPORÃ 721.40 722.** 723.** 724.** 725.**77 ROCHEDO 726.40 727.** 728.** 729.** 730.**78 SELVIRIA 731.40 732.** 733.** 734.** 735.**79 CORGUINHO 736.40 737.** 738.** 739.** 740.*** Todos os professores da rede já possui Licenciatura Plena.** Municípios não informaram.

741. Quadro 02: Ranking do Piso Salarial Nacional – 2015 – MS (Piso Nacional – R$1.917,78)

CL. MUNICÍPIOS C.H.Piso

Salarial 1/3H/A. CL. MUNICÍPIOS C.H.Piso

Salarial 742.1/3H/A1 CAMPO GRANDE 40 3394,74 SIM 43 CEL. SAPUCAIA 40 1918,20 743.SIM2 ANGÉLICA 40 3025,10 SIM 43 PONTA PORÃ 40 1918,20 744.SIM3 REDE ESTADUAL 40 2662,80 SIM 46 CASSILÂNDIA 40 1918,18 745.SIM4 NAVIRAÍ 40 2478,54 SIM 46 BANDEIRANTES 40 1918,18 746.SIM5 PARANAÍBA 40 2409,72 SIM 48 IVINHEMA 40 1917,80 747.SIM6 RIBAS DO R. PARDO 40 2386,28 SIM 49 ALCINÓPOLIS 40 1917,78 748.SIM7 TRÊS LAGOAS 40 2340,44 SIM 49 TAQUARUSSU 40 1917,78 749.SIM8 ÁGUA CLARA 40 2332,98 SIM 49 PEDRO GOMES 40 1917,78 750.SIM9 BATAGUASSU 44 2272,27 SIM 49 DOIS I. DO BURITI 40 1917,78 751.SIM10 NOVA ALV. DO SUL 40 2213,85 SIM 49 ITAQUIRAÍ 40 1917,78 752.SIM11 JATEÍ 40 2205,66 SIM 49 CAMAPUÃ 40 1917,78 753.SIM12 FÁTIMA DO SUL 44 2179,24 SIM 49 DEODÁPOLIS 40 1917,78 754.SIM13 RIO BRILHANTE 40 2156,72 SIM 49 BRASILÂNDIA 40 1917,78 755.SIM14 CAARAPÓ 40 2144,07 SIM 49 TERENOS 40 1917,78 756.NÃO15 ARAL MOREIRA 40 2128,49 SIM 49 SETE QUEDAS 36 1917,78 757.SIM16 ELDORADO 40 2099,27 SIM 49 BATAYPORÃ 40 1917,78 758.SIM17 NOVO H. DO SUL 40 2080,72 SIM 49 S. GABRIEL OESTE 40 1917,78 759.SIM18 MARACAJU 40 2059,75 SIM 49 DOURADOS 40 1917,78 760.SIM19 IGUATEMI 40 2046,36 SIM 49 CORGUINHO 40 1917,78 761.NÃO20 COSTA RICA 40 2019,04 NÃO 49 JARDIM 40 1917,78 762.NÃO21 ANASTÁCIO 40 2017,78 SIM 64 RIO NEGRO 40 1916,32 763.NÃO22 ANAURILÂNDIA 40 2013,70 SIM 65 GUIA L. LAGUNA 40 1834,88 764.SIM23 FIGUEIRÃO 40 2013,38 SIM* 66 CHAPADÃO SUL 40 1834,00 765.SIM24 PARANHOS 40 2109,70 SIM 67 RIO VERDE DE MT 40 1699,03 766.SIM25 AP. DO TABOADO 40 1998,18 SIM 68 MIRANDA 40 1697,40 767.SIM26 SIDROLÂNDIA* 44 1989,30 SIM 69 BELA VISTA 40 1697,36 768.SIM27 SELVÍRIA 40 1984,54 SIM 70 DOURADINA 40 1697,00 769.SIM28 JAPORÃ 40 1970,88 SIM 71 COXIM 40 1597,20 770.SIM29 AMAMBAI 40 1968,60 SIM 72 MUNDO NOVO 40 1567,08 771.SIM30 BONITO 44 1937,00 SIM 73 LADARIO** 40 772.SIM31 VICENTINA 40 1936,26 SIM 74 GL. DE DOURADOS** 44 773.NÃO32 PORTO MURTINHO 40 1929,60 SIM 75 ROCHEDO** 40 774.NÃO33 LAGUNA CARAPÃ 40 1924,49 SIM 76 STA RITA PARDO* 40 775.NÃO34 AQUIDAUANA 40 1920,40 SIM 77 NOVA ANDRADINA* 40 776.NÃO35 ANTÔNIO JOÃO 40 1920,00 SIM 78 PARAÍSO ÁGUAS** 40 777.SIM35 INOCÊNCIA 40 1920,00 SIM 79 CORUMBÁ** 40 778.SIM35 JUTI 40 1920,00 SIM 80 CARACOL** Sem diferença entre níveis38 SONORA 40 1919,32 SIM *Municípios que não tem o nível médio e não houve reajustes.39 NIOAQUE 40 1919,08 SIM40 JARAGUARI 40 1919,00 SIM **Municípios que não efetivaram o reajuste ou sem informações.41 BODOQUENA 40 1918,80 SIM42 TACURU 40 1918,30 SIM SIM - Municípios que aplicam 1/3 de H/A 779.7043 ITAPORÃ 40 1918,20 SIM NÃO - Municípios que não aplicam 1/3 de H/A 780.10

781. Como podemos perceber pelos dois quadros acima, em 2010, apenas 3 municípios e a rede estadual pagavam o Piso Salarial de R$1.751,20. Hoje, em 2015, 61 municípios e a rede estadual pagam o Piso Nacional. Isso é fruto da luta organizada da FETEMS e dos SIMTEDs para exigirem o cumprimento de Lei do Piso pelos prefeitos.

782. Piso Salarial Profissional Nacional - A FETEMS e os SIMTEDs responsáveis em Mato Grosso do Sul por exigir o cumprimento e aplicação da Lei 11.738/08 tiveram um papel

fundamental para a garantia do pagamento do Piso e figuram como grande referência institucional na defesa do pagamento do Piso Salarial.

783. A FETEMS e os SIMTED vêm travando, uma luta incansável pela implantação da Lei do Piso em todos os municípios e em todas as redes. Acompanhando, participando e fazendo negociações município a município. Uma luta, que no início foi muito inglória e com poucos resultados, mas

que foi avançando e, hoje, 90% dos municípios pagam o Piso Salarial para seus professores (as). Uma das grandes estratégias usadas foi a publicação do ranking de salários.

784. A FETEMS iniciou no ano de 2008, a publicação de um ranking dos salários pagos pelas prefeituras municipais aos professores (as) no Estado de Mato Grosso do Sul. Foi uma decisão acertada e pioneira. O ranking passou a ser um “espelho” para olhar como andam os salários das nossas redes municipais, que inicialmente, interessava apenas a FETEMS e aos Sindicatos, mas com a periodicidade e o passar dos anos, passou a interessar, também, ao poder público, tanto municipal quanto estadual. O ranking é um instrumento importante para que os trabalhadores em educação comparem os seus vencimentos e cobrem dos gestores o pagamento justo.

785. Na luta pela implantação do Piso Salarial nas redes municipais foram feitas inúmeras mobilizações e inúmeras atividades: caminhadas, passeatas, manifestações em frente às Secretarias de Educação, Paço Municipal e Ministério Público, ação coletiva na Justiça, panfletagem, diálogo com a comunidade, assembleias permanentes, reuniões, atos públicos, dentre outros. Por outro lado, da parte das Prefeituras, houve muita pressão para que os trabalhadores (as) em educação voltassem ao trabalho especialmente os que possuem contratos temporários, estavam em estágio probatório e os com dobra de carga horária.

786. Fruto da luta incansável da FETEMS, hoje estamos com um dos melhores salários do País, conforme ranking publicado em veículo de comunicação nacional em vinte e cinco de junho passado.

787. Segundo a mesma publicação, em média, o professor da rede pública estadual formado em licenciatura (ou seja, com diploma do ensino superior), recebe 57% do salário mediano dos trabalhadores brasileiros com formação equivalente. Segundo uma comparação feita pelo Cadastro Central de Empresas (Cempre) com base em dados de 2013, e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada, o salário médio de trabalhadores com diploma de nível superior foi de R$ 4.726,21.

788. Mesmo estando com o maior salário nacional, para os professores (as) com nível superior (R$3.994,25), o nosso Estado, está muito abaixo do salário médio das demais profissões de nível equivalente de escolaridade.

789. É importante frisar a disposição da FETEMS em manter os canais de negociação com as Prefeituras e com o Governo do Estado, a fim de que o Estado e todos os municípios cumpram integralmente a Lei Federal nº 11.738, que instituiu, depois de séculos de luta dos/as trabalhadores/as em educação no Brasil, o Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério Público da Educação Básica.

790. Paralelo as lutas por melhores salários os (as) educadores (as) e a FETEMS também se preocuparam com o que acontece nas escolas e, por esta razão, acompanhou e cobrou melhorias tanto nas questões pedagógicas quanto nos espaços físicos das escolas. A FETEMS vem sempre cobrando a melhoria da qualidade da educação e para isso, são necessários, valorização dos profissionais, melhores condições de trabalho, estruturas físicas e materiais adequados e temos que continuar lutando para melhoria dos prédios escolares e oferecer as devidas condições de trabalho aos educadores e estudantes.

791. Conferências e Planos de Educação – A FETEMS participa do Fórum Estadual de Educação, que coordena as conferências e a elaboração dos planos educacionais. Assim, junto com os SIMTEDs participou ativamente da organização e dos debates de todas as conferências estaduais e intermunicipais de educação realizadas em 2010 e 2014. Como continuidade dos debates e acúmulos das conferências participou com destaque dos seminários estadual e intermunicipais de elaboração do Plano Estadual de Educação e vem contribuindo com vários municípios na elaboração do Plano municipal de Educação.

792. O momento atual de elaboração e aprovação dos planos nacional, estadual e municipais de educação se constitui em um momento riquíssimo de oportunidades de inserirmos nos planos lutas históricas sobre a valorização dos profissionais da educação, como o piso salarial por 20 horas, o Profuncionário, a gratificação pelo Profuncionário e outras pautas como a gestão democrática, o financiamento da educação, a universalização do atendimento e a qualidade da educação.

793. Gestão Democrática - Outra frente, que é uma bandeira estratégica a categoria é a Gestão Democrática. As eleições diretas para diretores (as) das escolas estaduais de Mato Grosso do Sul, foram instituídas em 1991 (Governo de Pedro Pedrossian). A partir de 1995, houve o acréscimo de uma avalição para quem quisesse concorrer ao cargo. No governo de Zeca do PT (PT), com aprovação de Lei Complementar 87/2002 (Estatuto dos Profissionais da Educação), funcionários (as) administrativos (as) com formação de nível superior passaram a poder serem candidatos e a avaliação, foi substituída por um curso de capacitação para os diretores (as) eleitos (as). Com André Puccinelli (PMDB) como governador, a prova para seleção de diretor foi retomada.

794. Este ano de 2015, o atual Governo Reinaldo Azambuja (PSDB) e a Secretaria de Estado de Educação decidiram alterar o processo de eleição de diretores que já vem há mais de 20 anos, encaminhamento para a Assembleia Legislativa Projeto de Lei, com o seguinte teor:

795. Prorrogar os mandatos dos atuais diretores (as), passando do mês de abril para o mês de novembro, com o que não concordamos porque a eleição deveria ter acontecido no ano de 2014 e foi prorrogada para abril/2015. Portanto, para nós, a eleição deveria ter ocorrido em abril como estava previsto.

796. Permitindo apenas uma reeleição, permitindo que, quem já está tem direito a se reeleger independentemente da quantidade de mandatos anteriores, mas, apenas esta vez. Com este ponto, concordamos.

797. Não permitindo a candidatura dos (as) funcionários (as) administrativos (as). Na lei atual tanto professores (as) quanto administrativos (as) podem concorrer e serem eleitos. A justificativa é a de que o exercício das funções de diretor e diretor-adjunto é privativa do profissional da Educação Básica ocupante do cargo de professor, nas funções de docência, coordenação pedagógica ou direção escolar e assessoramento escolar. Neste ponto não temos acordo. Este direito é questão de honra para nós.

798. A FETEMS e os SIMTEDs fizeram um forte enfrentamento e promoveu no dia 14 de maio, data que seria votado o Projeto do Governo na Assembleia Legislativa, uma grande manifestação, com mais de 3 mil trabalhadores (as) em educação. Como resultado, o Governo retirou o Projeto para negociar com a categoria. Além disso, as escolas estaduais indígenas, de tempo integral e de educação especial, também não elegeriam diretores (as), dentre outros pontos.

799. A FETEMS e os SIMTEDs sempre tiveram e continuam tendo participação decisiva na realização do processo de eleição de diretores de escola. E, mais uma vez, a pressão dos profissionais da educação e as negociações com o governador Reinaldo Azambuja fizeram com que o governo voltasse atrás e concordasse que os (as) funcionários (as) administrativos (as) pudessem ser candidatos ao cargo de diretor (a).

800. Nós defendemos a gestão democrática na escola, com o envolvimento efetivo de alunos (as), mães, pais e trabalhadores (as) em Educação, além de outros segmentos da sociedade civil. A eleição direta dos diretores de escolas, a construção democrática dos Projetos Políticos Pedagógicos, a participação efetiva dos colegiados escolares, a constituição de grêmios estudantis, abertura das escolas à comunidade, dentre outros, são fundamentais para uma gestão democrática nas escolas. Somos contra a municipalização do Ensino Fundamental, queremos que a comunidade escolha onde seus filhos devem estudar. A FETEMS considera uma conquista a eleição direta para diretor, diretor adjunto e colegiado escolar e não vai permitir retrocesso no processo democrático da educação em Mato Grosso do Sul.

801. Funcionários da Educação - Uma conquista proveniente de uma luta de longa data foi a implantação do Profuncionário para os (as) funcionários (as) administrativos (as) das redes estadual e municipal, que teve início em 2006 e, que hoje já acontece em 45 municípios, Uma formação profissional, que prevê 4 categorias de novos profissionais educadores na escola, com habilitação técnica de nível médio: 1 - Gestão Escolar; 2 - Alimentação Escolar; 3 - Infra-Estrutura Material e Ambiental e Multimeios Didáticos. Os cursos são ministrados na forma presencial e a distância nos polos dos Núcleos Tecnológicos de Educação.

802. A FETEMS contribuiu muito para que o Profuncionário se tornasse realidade e, para que os (as) funcionários (as) administrativos (as) tivessem gratificação salarial por cursarem o

Profuncionário. A conclusão do curso dará direito a gratificação salarial de 10% e continuidade dos estudos em nível superior.

803. No momento atual, como a grande maioria dos administrativos (as) já possuem o Profuncionário de nível médio, a luta é para que se implante o Profuncionário de nível superior.

804. Outro ponto de destaque foi à recuperação salarial dos funcionários (as) da educação, com isonomia de salários aos demais servidores do Estado, adicional por tempo de serviço até a letra H, promoção por tempo de serviço até a letra H e tabela salarial por nível de escolaridade.

805. Uma luta antiga e que caminha junto com a profissionalização dos funcionários (as) administrativos é a luta pela unificação do Plano de Cargos e Carreira nas prefeituras englobando professores (as), coordenadores (as), especialistas em educação e funcionários da educação. Os funcionários (as) tem participado em grande número e de forma bastante efetiva, com considerações e sugestões em todos os espaços, conscientes de que os funcionários (as) administrativos são educadores e têm papel fundamental nas escolas. Hoje, vários município já tem seus planos de carreira unificados.

806. A concepção da FETEMS é a de que a separação entre professores e funcionários não avança em nossas conquistas, motivo que entendemos que a profissionalização e consciência de classe, é que irão mobilizar conjuntamente a categoria para obtermos avanços que irão garantir a qualidade na educação que almejamos.

807. Concurso Público e Contratos Temporários (convocados) - Uma luta histórica da FETEMS e dos SIMTEDs é a realização de concursos públicos para o conjunto dos profissionais da educação, que apesar de ser uma exigência para a contratação de funcionários, os governantes resistem, e só o fazem sob pressão. Nos últimos anos, o número de professores (as) convocados tem aumentado sistematicamente, de forma, que atualmente a quantidade de convocados (as) é maior que a de efetivos (as). Graças à mobilização da FETEMS, o Governo vem fazendo a chamada de professores (as) e funcionários (as) concursados em anos anteriores (2013). Embora, com uma quantidade de vagas pequena, mas, com o compromisso do Governo do Estado de realizar novas chamadas e novos concursos para o preenchimento das vagas puras.

808. O atendimento Jurídico - A FETEMS conta um atendimento jurídico aos seus filiados (as), que atua em defesa dos direitos previstos nos estatutos, planos de carreira, regulamentos, resoluções e demais legislações educacionais de modo geral referentes aos professores (as) e funcionários (as) da educação e oferece informações, orientações, propõe ações judiciais e faz o acompanhamento de processos administrativos, junto às secretarias e autarquias dos governos estadual e municipais. A Assessoria Jurídica está composta de um escritório de advocacia, uma advogada que atende e um diretor Jurídico na FETEMS, para atendimento diário, na capital e interior.

809. Recentemente, a FETEMS tem tido várias vitórias judiciais, em uma delas, a FETEMS, obteve uma vitória histórica para os professores (as) convocados ou com aulas suplementares, que passam a ter o direito de usufruir ou ser indenizado ao período de férias proporcionais ao período de trabalho. Até este julgamento os professores (as) suplentes tinham apenas o direito de receber o abono de férias proporcionais. A FETEMS entrou com Mandado de Segurança Coletivo, o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), entendeu que ao pagar o abono de férias, proporcionalmente está reconhecido explicitamente que o direito às férias proporcionais, seja usufruída ou indenizada em pecúnia. Portanto, uma conquista para os (as) convocados (as).

810. A formação política e sindical - A FETEMS vem realizando o Programa de Formação Sindical de Dirigentes, juntamente com a CNTE, desde 2007, a 1ª. Etapa e, de 2011 a 2014 – 2ª. Etapa do Programa. Já foram realizadas inúmeras atividades formativas, distribuídos em três eixos. EIXO I – Concepção Sindical, com 05 Cursos: Introdução à Sociologia, Teoria Política, Economia Política, História do Movimento Sindical e Popular no Brasil e História do Movimento Sindical da Educação. No ano 2009, aconteceu o EIXO II – Formação de Dirigentes, também com 05 Cursos: Fundamentos da Filosofia, Teoria da Comunicação, Análise de Conjuntura, Estruturação e organização Sindical e Negociação Coletiva e, em 2010, aconteceram os cursos do EIXO III – Gestão e Planejamento Sindical, com 04 Cursos com os temas: Planejamento Estratégico, Gestão Sindical e Planejamento Sindical, Planejamento Estratégico da Ação Sindical e Sistema Democrático de Relações de Trabalho. Estes cursos estão sendo desenvolvido em todo o Brasil e conta com financiamento do Sindicato dos Educadores da Suécia, CNTE e em Mato Grosso do Sul da FETEMS e dos SIMTEDs.

811. A formação sindical, especialmente, em um momento de grandes desafios políticos, sociais, econômicos e geracionais que estamos vivendo é uma ferramenta fundamental para fortalecer as ações e as convicções dos (as) trabalhadores (as).

812. Além disso, a FETEMS possui representante na executiva da CUT/MS, ocupando a Secretaria de Formação e na Coordenação Geral da Escola Centro-Oeste de Formação da CUT, que são espaços importantes e privilegiados de formação sindical e política, onde a Direção da FETEMS e dos SIMTEDs participam ativamente.

813. As Aulas de cidadania, com publicações sobre gênero, campanha contra violência contra as mulheres, contra o preconceito e discriminação de raça e etnia contra os povos afrodescendentes e indígenas, combate a corrupção, reforma política, gestão democrática, dentre outras.

814. A FETEMS vem lutando pela implementação na prática cotidiana escolar da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares.

815. Reforçando esta luta, a FETEMS vem realizando, no mês de novembro, anualmente a “Aula de Cidadania” sobre o tema e, com isso, tem dado passos significativos rumo à igualdade étnico-racial no Estado e no país, com a responsabilidade que cabe ao movimento sindical a tarefa de puxar e fazer o debate sobre esta temática, inclusive propondo mudanças no seu estatuto com o propósito de criar uma secretaria da Igualdade racial para melhor desenvolver políticas neste sentido e atendendo orientação da CNTE e da CUT.

816. Atividades sindicais e educacionais - A FETEMS, em seis anos de gestão, realizou inúmeras atividades e eventos para discutir e encaminhar as questões relacionadas à categoria, tais como: congressos; conferências; encontros dos (as) funcionários (as) administrativos, dos (as) especialistas em educação, dos (as) aposentados (as) e sobre temas específicos como: saúde do trabalhador, relações sociais de gênero, antirracismo, financiamento da educação, planos nacional, estadual e municipais de educação; planejamento pedagógico; piso salarial profissional nacional; plenárias, assembleias gerais dos trabalhadores (as) em educação do estados e municípios.

817. Aposentados (as) - A FETEMS avançou na organização dos trabalhadores (as) em educação aposentados, contando com uma secretaria ativa, que vem promovendo a integração dos (as) aposentados (as) no cotidiano sindical. Além das atividades sindicais como encontros estaduais, regionais e municipais, reuniões periódicas, vem realizando as viagens com os (as) professores (as) aposentados (as), que fortalecem os laços destes com o Sindicato e com a FETEMS.

818. Assembleias Regionais e visitas municipais - A FETEMS vem realizando assembleias em todas as regiões do Estado para debater as questões e as bandeiras de lutas nacionais, estaduais e locais e realizou inúmeras visitas permanentes e sistemáticas a todos os Sindicatos municipais, participando de assembleias, reuniões, comemorações, confraternizações, negociações e outras atividades a convite dos Sindicatos.

819. Comunicação – Destacamos como importantes a realização de dois seminários estaduais; a publicação da Revista Atuação, trimestral, que debate assuntos do cotidiano dos trabalhadores (as) em educação e temas educacionais em destaque no momento. Outro momento importante foi o debate histórico com os candidatos a Governador do Estado e Senadores da República, em 2014. O debate com ampla participação da categoria na forma presencial e através de videoconferência, foi uma oportunidade para que cada candidato expusesse suas propostas sobre educação para toda a sociedade e os trabalhadores (as) em educação e debatesse com os presentes suas propostas.

820. Participações institucionais - A FETEMS participa de inúmeros movimentos, fóruns, conselhos e organizações sociais que contribuem para dar visibilidade, ampliar e potencializar as ações, proposições e políticas do Sindicato na categoria e na sociedade. Dentre estes espaços que participa, destacamos: Conselho Estadual de Educação; Fórum Estadual de Educação; Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos; Fórum Estadual de Formação Docente; Conselho Estadual do FUNDEB; Conselho Estadual de Alimentação Escolar (CAE); Conselho do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado – MS-PREV. Além disso, participa através dos SIMTED dos Conselhos Municipais de Educação; Conselhos de Alimentação Escolar; Conselhos da Saúde; Conselhos Municipais de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, dentre outros espaços de acompanhamento e controle social das políticas públicas de educação. Participa ainda, ocupando cargos nas direções da CUT estadual e nacional e da CNTE.

821. Processo eleitoral 2014 - As eleições de 2014, com eleição para Presidente, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais ocorreram em um cenário de intensa disputa de projetos e rumos para o Brasil, de um lado, um projeto mais progressista, mais alinhado as necessidades do povo trabalhador e, de outro, um projeto conservador e voltado aos interesses das elites. A FETEMS não fugiu à luta e, como sempre, participou e esteve envolvida em todos os debates políticos em nível estadual e nacional. Defendendo aquilo que entende ser o melhor para os (as) trabalhadores (as) em educação, para o Estado e para o Brasil.

822. A grande maioria das lideranças sindicais apoiaram a reeleição de Dilma Roussef para Presidente e Delcídio do Amaral para Governador, por entenderem que o Brasil e o Estado necessitavam avançar e ampliar direitos e conquistas para os trabalhadores (as) e, que Dilma e Delcídio, representam este projeto. Dilma foi reeleita e Delcídio do Amaral não foi eleito. Mas, a luta continua. Eleger nossos representantes faz parte da democracia que nós acreditamos e defendemos.

823. Mobilizações - Nestes últimos, a FETEMS participou de inúmeras mobilizações estaduais e nacionais, especialmente, as convocadas pela CUT e pela CNTE e realizou duas grandes passeatas em Campo Grande junto com os movimentos sociais, uma em julho de 2014 e outra em março de 2015. Ambas, em defesa de uma pauta coletiva: Fim do fator previdenciário; Reforma agraria; Igualdade entre homens e mulheres; Valorização dos aposentados; 10% do PIB para educação; 10% do orçamento da união para saúde; Correção da tabela de Imposto de Renda; Ratificação da Convenção 158 OIT; Regulamentação da Convenção 151 OIT; Ampliação do investimento público; pela demarcação das terras indígenas; contra os massacres de indígenas, dentre outras.

824. Patrimônio - A gestão da FETEMS é composta por uma estrutura organizativa, patrimonial, financeira e política que dá suporte as ações sindicais em todos os aspectos, pois o entendimento

que temos é o de que todas as pessoas, as estruturas e os recursos financeiros do Sindicato devem estar a serviço dos trabalhadores.

825. Assim como o patrimônio político e sindical, a entidade vem aumentando, também eu patrimônio físico e financeiro: melhorando as estruturas existentes, construindo novos espaços e adquirindo bens. Para atender às demandas dos filiados, a FETEMS dispõe de sede própria na região central de Campo Grande, com espaço administrativo; auditório com capacidade para 300 pessoas equipado com cadeiras confortáveis; salas de reuniões com capacidade para 30 e 60 pessoas equipadas; refeitório com cozinha e churrasqueira.

826. Na última gestão, a entidade adquiriu mais três terrenos (dois terrenos frente a atual sede e um terreno ao lado o Casa do Trabalhador em Educação), onde em breve será construída nova sede administrativa, mais moderna, com acessibilidade e espaços mais acolhedores para o trabalho cotidiano e para atender os filiados (as) e visitantes.

827. A entidade visando a segurança e bem-estar da Direção nas viagens ao interior e dos sócios e sócias quando em tratamento de saúde na capital, vem permanentemente fazendo a troca dos veículos usados por veículos novos. Recentemente, fez a substituição do micro-ônibus da saúde por um veículo, modelo “van”, menor, mais ágil e mais adequado ao transporte das pessoas em tratamento de saúde.

828. Casa dos Trabalhadores em Educação – a nossa hospedagem, equipada, com 144 leitos, cozinha e refeitório e toda a infraestrutura de hotel para atender os (as) filiados quando vem a Campo Grande para cursos, capacitações, questões pessoais, familiares, tratamento de saúde e reuniões da própria FETEMS já não está sendo suficiente. Já existe a demanda de ampliação das instalações para ampliar a quantidade de leitos e melhor atender os (as) filiados (as), seus dependentes e pessoas ligadas a entidades do movimento sindical e social (quando houver disponibilidade).

829. Equipe de Funcionários (as) - Para contribuir com a luta sindical e apoio nas ações, a FETEMS conta com uma equipe de 27 (vinte e sete) funcionários (as), sendo 13 (treze) no hotel e 14 (catorze) na parte administrativa. Temos orgulho de contar com uma equipe que “veste a camisa” da entidade e da luta sindical, contribuindo para os avanços da nossa entidade e da categoria.

830. Fizemos muito, mas ainda muito temos para fazer. Os nossos desafios continuam sendo grandes e exigindo de nós cada vez mais capacidade de organização, mobilização e de enfrentamento direto para garantir nossos direitos.

831. Um dos pontos que consideramos positivo é a política salarial que a entidade mantém com os (as) funcionários (as), que é a de conceder o mesmo percentual de reajuste da categoria. Assim, em 2015, a FETEMS concedeu a sua equipe de funcionários (as), em janeiro, o reajuste de 13,01%.

832. Movimento sociais – a FETEMS tem tido intensa participação e tem estado junto aos movimentos sociais do campo, da cidade, indígenas, mulheres, negros, homossexuais em um engajamento permanente em todas lutas da classe trabalhadora discutindo políticas de desenvolvimento, geração de emprego e renda, inclusão social, saúde, educação, meio ambiente, segurança pública, defesa da igualdade racial, dos direitos das mulheres ou de minorias sexuais, dentre tantas outras.

833. Com esta opção e concepção político-sindical a FETEMS construiu e consolidou uma grande credibilidade na categoria e na sociedade; protagonismo político e social; legitimidade para

dialogar e negociar com os governantes; transparência e objetividade nas ações e é referência para os trabalhadores (as) de todos os setores.

834. Muito já foi construído nestes 36 anos... é chegado o momento de novos desafios, de pensarmos o futuro, os próximos 35 anos... E, neste 26º. Congresso, iremos apontar políticas para o futuro da nossa categoria, da nossa entidade e das nossas lutas!

835. A nossa luta continua...

Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais...

Rubem Alves

VIII – Plano de LutasA luta pela valorização dos profissionais, qualidade, gestão democrática e financiamento da

educação.

836. Nós, trabalhadores e trabalhadoras em educação da rede estadual e municipal de ensino do Estado de Mato Grosso do Sul, temos um profundo compromisso com a qualidade da educação e com a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro e, para isso, lutamos em uma trincheira importante que é a educação.

837. Não há educação de qualidade sem a valorização dos profissionais da educação, mas o insubstituível papel do professor tem que ser reconhecido, respeitado e valorizado tendo em vista a sua dimensão social. Como instrumento fundamental de construção da cidadania e de inclusão social, a educação tem que ser a prioridade fundamental não apenas dos diversos governos, mas do Estado e da Nação.

838. Assim, neste 26º. Congresso Estadual da FETEMS, dentre outras reivindicações, lutamos e defendemos:

839. A valorização profissional permanente dos (as) trabalhadores (as) em educação.

840. A implantação de ações de formação continuada por meio de cursos de graduação, pós-graduação (mestrado e doutorado) e de programas de formação por área especifica de atuação.

841. A garantia de formação continuada, capacitação e qualificação para efeito de benefício financeiro na carreira.

842. A luta pela ampliação do Profuncionário para todos os municípios e redes (estadual e municipais) e para todos os Funcionários (as) Administrativos interessados (as).

843. A luta pela implantação do Profuncionário de nível superior para o grupo técnico-administrativo da educação.

844. A garantir licença integral para estudos em nível de pós-graduação (mestrado e doutorado), na área de atuação ou correlata, sem prejuízo financeiro.

845. A implantação de uma política salarial, estabelecendo que o piso salarial estadual e das redes municipais, nunca seja inferior ao piso salarial nacional.

846. A implantação e manter e 1/3 da Jornada para atividades de planejamento para a rede estadual e as redes municipais conforme aprovado pela Lei do Piso Salarial (Lei n. 11.738/16-07-2008).

847. A utar pela implantação do Piso Salarial Nacional para os/as Funcionários/as Educação.

848. A luta para garantir um Piso Salarial para os/as Funcionários/as Educação da rede estadual e das redes municipais, tendo como referência para quem tem o Profuncionário de nível médio, o Piso Salarial Nacional do magistério (enquanto não se aprova do Piso específico).

849. A luta por concurso público e ou nomeação de concursados sempre que houver 10% de vagas puras, tanto na rede estadual como nas redes municipais.

850. A luta para que a promoção funcional seja automática.

851. O fortalecimento da função da coordenação pedagógica.

852. O acompanhamento com vistas ao cumprimento de todas as metas a execução do PNE - Plano Nacional de Educação, do PEE - Plano Estadual de Educação e dos PMEs - Planos Municipais de Educação, observando: a. a ampliação dos recursos financeiros até atingir 10% do PIB;b. garantia do acesso de todos à educação Pública de qualidade em todos os níveis, etapas e

modalidades de educação;c. a erradicação do trabalho infantil e garantia de acesso e permanência na escola;d. o aumento significativo do número de vagas nas Instituições de Ensino Superior públicas;e. a gestão democrática, com eleição direta para diretores (as) de Escola;f. garantia de programas de formação continuada dentro da jornada e no próprio local de

trabalho;g. implementação do Sistema Nacional Articulado de Educação;h. implementação imediata das propostas aprovadas nas conferências nacional e estadual de

educação, dentre outros.

853. A ampliação do debate sobre o papel e a importância do Projeto Político Pedagógico das Escolas com o objetivo de melhorar a qualidade da educação.

854. A luta pela garantia da aposentadoria especial para diretores, diretores-adjuntos e coordenadores pedagógicos.

855. A luta para estabelecer, uma Política Salarial para a longo prazo para os funcionários (as) administrativos da educação.

856. A luta para estabelecer data-base única para todos os integrantes da categoria: professores (as), funcionários (as), da ativa e aposentados.

857. A garantia da valorização, respeito e dignidade aos professores (as) readaptados e aposentados (as).

858. A garantia da implantação de Plano de Cargos e Carreira unificados, incluindo os (as) professores (as) e os (as) Funcionários (as) Administrativos em todas as redes municipais.

859. O acompanhamento os municípios que não estão implementando planos de carreira e adoção de medidas cabíveis.

860. A implementação das diretrizes nacionais para os planos de carreira do magistério e para os planos de carreira dos funcionários da educação.

861. E reafirmarmos a defesa do Regime Jurídico Único para o funcionalismo público garantindo também aos “temporários” o direito a férias proporcionais e 13º salário.

862. A luta para garantir aos professores (as) convocados, a convocação no nível de habilitação.

863. A elaboração de uma proposta de Plano de Cargos e Carreira com parâmetros únicos para todas as redes municipais.

864. Assessoria jurídica permanente para assessorar com informações financeiras, dados e números os SIMTEDs nas negociações salariais.

865. Assessoria os SIMTEDs na implantação de regimes próprios de previdência nos municípios, para garantir a aposentadoria dos/as trabalhadores/as em educação.

866. A realização de encontros estaduais com os/as funcionários/as da educação; especialistas em educação e professores coordenadores; trabalhadores em educação das redes municipais, capacitação de conselheiros, aposentados, previdência, dentre outros que forem demandados pela categoria.

867. A ampliação das filiações dos trabalhadores (as) em educação das redes municipais.

868. E apoiamos a luta dos povos indígena e quilombola e dos movimentos dos trabalhadores (as) rurais sem-terra, de mulheres, dos negros (as), LGBT e outros.

869. E apoiamos os municípios que não possuem Planos de Saúde a negociarem para implantar Plano de Saúde junto a CASSEMS.

870. Avançar no processo de organização do movimento sindical e unir forças aos movimentos sociais que lutam em defesa dos direitos dos trabalhadores (as).

871. Manter a defesa dos princípios de autonomia e independência dos sindicatos, por um sindicalismo democrático, combativo e classista.

872. Os serviços públicos, principalmente nas áreas da Saúde, Educação, Segurança e Previdência Social.

873. O combate a perseguição e criminalização dos movimentos sociais.

874. A participação e a inserção nos movimentos sociais em defesa da escola pública, contra a violência, pelos direitos das minorias e por uma vida melhor para o povo brasileiro em campanhas conjuntas com outras entidades.

875. A manutenção e intensificação da participação nas mobilizações gerais organizadas e lideradas pela CUT e pela CNTE.

876. A modernização a estrutura administrativa da FETEMS, de forma a agilizar e tornar mais eficiente ainda o atendimento aos filiados (as).

877. Ser contrários a qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores (as) em educação e dos trabalhadores em geral.

878. A ampliação na FETEMS e apoiar os SIMTEDs nas atividades culturais e sindicais com os/as aposentados/as.

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros

engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos

pássaros é o voo.Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo.

Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Rubem Alves

Orientações para o Debate da Tese

Foram apresentados DOIS DOCUMENTOS, denominados:

1. Texto Direção da FETEMS.2. Estatuto da FETEMS.

Os dois documentos deverão ser amplamente debatidos com os trabalhadores e trabalhadoras em educação em todas as regionais, em todos os SIMTEDs, e, se possível nas escolas.

Roteiro para Propostas de emendas

Cada SIMTED vai organizar uma Assembleia para fazer o debate dos documentos e levantar propostas de alterações.

Apenas a Assembleia pode apresentar propostas de emendas Texto Base.

As emendas poderão ser: aditiva – substitutiva –– supressiva – modificativa.

A emenda para ser aprovada na Assembleia deverá obter, no mínimo 30%, dos votos dos/as presentes.

As propostas de emendas, aprovadas nas Assembleias deverão ser encaminhadas para a Comissão Organizadora do 26º. Congresso.

As propostas serão analisadas pela Comissão Organizadora e as que forem consenso serão incorporadas ao documento final que irá para o Congresso.

As propostas de emendas, aprovadas nas Assembleias, que não forem acatadas Comissão Organizadora irão para a Plenária Final do 26º. Congresso.

Para serem aprovadas na Plenária Final do 26º. Congresso, as propostas deverão obter, 50% mais um dos votos dos presentes.

As propostas aprovadas na Plenária Final do 26º. Congresso da FETEMS passarão afazer parte do Texto Base da Direção.

Prazo para envio das propostas aprovadas nas assembleias municipais: até o dia 05 de agosto de 2015.

Referências

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Publicações da CNTE.Publicações da CUT.Publicações da ECOCUT.Qual a e Educação que interessa aos Trabalhadores (as)? Sueli Veiga Melo – FETEMS/CUT Revista do Brasil. Edições de número 01 ao número 60 – 2006/2011.SADER, Emir. Gramsci – Poder, Política e Partido. São Paulo: Editora Expressão popular, 2005. SEMAC – Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia.Site da CNTE: www.cnte.org.brSite da CUT: www.cut.org.brSite da ECO/CUT: www.ecocut.org.brSite do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos da CUT.Site e dados do DIEESE. Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.Site e dados do IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.Texto Base da 11ª. Congresso Nacional da CUT.