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CARTA PASTORAL DO IRMÃO SUPERIOR GERAL · conversando sobre suas expectativas, que pareciam ter ... Retornando a Lucas, vemos que Jesus se aproximou e caminhou junto com os dois

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CARTA PASTORAL DO IRMÃO SUPERIOR GERAL

- NATAL DE 2017 -

PÕE-TE A CAMINHO DEPRESSAAssociação para a Missão Lassalista

Ir. Robert Schieler, FSC Superior Geral

25 de dezembro de 2017

Tradução: Ir. Antônio CantelliRevisão: Ir. Edgar Genuino Nicodem

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“A magnitude e a urgência desse desafio evangélicopodem levá-lo a um estado de inquietação, ao analisarcom franqueza a desproporção entre seus recursos e astarefas imensas que seu compromisso demanda. Graçasa Deus que, nas últimas décadas, você encontrou, comhumildade realista, a maneira adequada de aumentarseu potencial apostólico. Face aos bons resultados, vocêestá vendo cada vez com maior clareza que as pessoasque trabalham ao seu lado podem ser, não só seuscolaboradores no trabalho educativo, mas também

colaboradores em sua missão e no legado carismático doSanto Padroeiro de todos os educadores.” 1

1 Homilia, Cardeal Eduardo Martinez Somalo, 42° Capítulo Geral, 5 de abril de1993.

Querido Irmão:

Nossas histórias são realmente importantes. Elas são ovínculo que nos mantêm unidos. Nossas histórias mantêmvivas nossas recordações e essas recordações são portadorasde graça. Pense em como nossas vidas de Irmãos sãocelebradas e transformadas em potencial de futuro.

A partilha do carisma lassalista é, para nós, um claro “sinaldos tempos”, que emergiu com força no 39° Capítulo Gerale com a publicação da Declaração. Minhas viagens pelomundo lassalista, meus encontros com Irmãos ecolaboradores que assumem com entusiasmo a Associaçãopara a Missão me inspiram e me enchem de esperança.

As histórias que estão emergindo da Associação Lassalistasão manifestações da graça de Deus, que nos move aaumentar nosso potencial apostólico. Há relatos sobre amisteriosa atuação da graça, que respeita a condiçãohumana, como bem o sabemos. Há muitas narrativas decolaboradores e Irmãos caminhando juntos como faróis deesperança para as crianças e jovens, especialmente ospobres, os vulneráveis e os marginalizados. Também hárelatos de Irmãos que estão inteiramente comprometidoscom nossa missão de educação humana e cristã, mas que,ao mesmo tempo, sentem-se ansiosos e confusos face àsnossas circunstâncias atuais.

Vá e venda o que tem!

Irmão, lembro-lhe, e a todos os Irmãos, que a finalidadedeste Instituto é proporcionar uma educação humana e

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cristã ao jovem. Hoje, para respondermos a essa missão quenos foi confiada pela Igreja, você e eu devemos sersuficientemente desprendidos para podermos nos adaptaràs circunstâncias atuais e irmos além de nossas fronteiraspara nos encontrar com os pobres.

Por favor, faça agora uma pausa para ler e refletirsobre Marcos 10, 17-22.

“O homem poderia ter feito parte de uma comunidade de partilhae poderia ter tido a segurança que provém da confiança em seusirmãos e irmãs – e em Deus. Porém, ele não estava suficientemente‘desapegado’ para dar esse passo.” 2

Você está suficientemente desapegado para “ir e vender tudo oque você tem”?

Em outras palavras, você tem suficiente confiança em Deus eem seus Irmãos para abandonar modelos antigos de missão e

de gestão da missão, a fim de aumentar nosso potencialapostólico com a incorporação prática e efetiva de nossoscolaboradores em todos os níveis de atividades da missão?

Você está suficientemente desapegado, de modo a ser capaz deir “além-fronteiras” para encontrar o pobre?

Irmãos e Colaboradores sem limites – sem fronteiras – é maisque uma metáfora geográfica: em primeiro lugar e,principalmente, ela se refere ao chamado para a transformaçãopessoal e comunitária; ela se refere também à transformação denossas comunidades educativas, onde a “principal preocupaçãosão as necessidades educativas daqueles cuja dignidade e direitosfundamentais não são reconhecidos. Em sua missão, o Instituto

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2 Nolan, Albert Jesus Today, A Spirituality of Radical Freedom, Orbis, 2008, p. 128.

procura proporcionar-lhes a oportunidade de viverem dignamentecomo filhas e filhos de Deus. O Instituto cria, renova e diversificasuas obras, segundo as necessidades do Reino de Deus” 3.

“A transformação pessoal começa quando seguimos a Jesus nodeserto, reservando tempo para o silêncio, a solidão,...Também necessitamos de tempo para ler, refletir, orar epermitir que o espírito de Jesus penetre até a medula de nossosossos” 4. Quando cada um de nós, e todos nós juntos, entramosna dinâmica da conversão, nossas comunidades são tambémtransformadas.

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3 Irmãos das Escola Cristãs, Regra, Roma, 2015, Art. 13.4 Nolan, p. 99.

Estou convencido de que uma contribuição valiosa daAssociação para a Missão é a voz persuasiva de nossoscolaboradores, que nos desafia à conversão pessoal ecomunitária, indispensável para o desapego que nospermite ir além-fronteiras. Ao longo dos anos, oscolaboradores certamente me desafiaram a cooperar com oprojeto de Jesus para o Reino de Deus, em consonânciacom as orientações dos documentos de nosso Instituto.

Você já foi desafiado de maneira similar pelos seusColaboradores, seus alunos?

Partilhar nossa missão com tantas mulheres e homens quedesejam caminhar conosco como educadores lassalistas é umagrande bênção. Nossos colaboradores cristãos vivem sua missãocomo expressão de seu compromisso batismal com Jesus e comseu Reino. Nossos colaboradores de outras tradições espirituaissentem-se inspirados a aprimorar suas atividades profissionaispelo exemplo de São João Batista de La Salle e seus Irmãos.

Animados pelo Espírito Santo, que penetra no mais íntimode nós, e escutando atentamente as vozes de nossoColaboradores, podemos ouvir novos convites à conversão.Nesse sentido, creio que nós, Irmãos, devemos criar novasdinâmicas de encontro e diálogo entre nós e com os demaislassalistas. Devemos tomar a iniciativa de sermos sinais deesperança de futuro da Missão Lassalista. “Os líderes deesperança criam novas formas e estruturas para um novotipo de organização...: e a liderança torna-se umempreendimento cooperativo. Nós devemos imaginarnossas organizações estruturadas em novos formatos" 5.

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5 Doohan, Leonard, Courageous Hope, Paulinas, 2001, p. 113.

Abra seu coração! Esteja pronto para mudar sua mente!

Nós, a exemplo dos discípulos de Emaús, devemos abrirnossos corações, mudar nossa mentalidade, e pôr-nos acaminho já, para anunciar o Evangelho aos pobres.

Antes de continuar, faça uma pausa e leia Marcos 24,13-15.

O Caminho de Emaús é o relato pós-ressurreição mais longoe mais denso de ação nos evangelhos. A história narra umaexperiência de graça. Lucas descreve os discípulos estandotão impressionados que rapidamente retornaram paracontar a seus amigos o que havia sucedido no caminho paraEmaús.

Guiados pelas ideias do Irmão Miguel Campos, eminenteestudioso lassalista e antigo Conselheiro Geral, vamos usarum tempo para refletir sobre a Associação Lassalista para aMissão, à luz do relato de Lucas.

O relato inicia com os dois discípulos conversando entre si.Suas bocas estão abertas e podemos ouvir seu relato sobre

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tudo o que tinha acontecido em Jerusalém nos últimos dias.Estavam discutindo sobre sua própria compreensão doplano de salvação para seu povo. E partilhavam suasesperanças e sonhos sobre o Reino prometido por Yahwehpara os israelitas. Podemos dizer que eles estavamconversando sobre suas expectativas, que pareciam termorrido com a crucificação de Jesus.

Vamos refletir sobre a cena em que os dois discípulosestavam conversando entre si sobre tudo o que haviaacontecido. Imagine que os dois discípulos fossem doisIrmãos conversando sobre as decorrências do 39º CapítuloGeral. No início, eles estavam entusiasmados com asdecisões do Capítulo e com a mensagem inspiradora daDeclaração. Estavam cheios de esperança e sonhavam comum futuro brilhante.

Contudo, em poucos anos, milhares de Irmãosabandonaram o Instituto e a fonte das vocações foirapidamente secando. Suas expectativas, como as dosdiscípulos, pareciam ter morrido. Esses dois Irmãos,contudo, fiéis a seu voto de estabilidade, estão aindaconosco. Mais velhos e mais sábios, são coautores dacontinuidade de nossa história.

Hoje, os dois discípulos podem ser um Irmão e umColaborador lassalista, conversando sobre seu entusiasmocom nossa missão partilhada da educação humana e cristã;conversando sobre as oportunidades de formação naespiritualidade lassalista e a participação nas estruturas degoverno da missão; ou recordando seu apreço pelaparticipação dos colaboradores como consultores, no 43°

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Capítulo Geral. E poderiam, também, estar dizendo um aooutro que “não estamos convencidos de que o atual estilo eformato do Capítulo Geral serão apropriados para o futuro,dada a crescente participação dos Colaboradores em todo oInstituto” 6. O Espírito foi até a medula de seus ossos e elesse maravilham do plano de Deus para a Missão Lassalista.

Nos exemplos acima, lembramos a experiência do Institutoem relação à realidade de nossas rápidas mudançasdemográficas, e vislumbramos o sinal encorajador de nossotempo, que é a Associação Lassalista para a Missão. Mesmono meio da tumultuosa década de 70 que o Institutoatravessou, foi no 40º Capítulo Geral (1976) que osmembros de Signum Fidei fizeram sua primeiraconsagração ante as relíquias de São João Batista de La Sallee na presença do Irmão Superior Geral José Pablo. Duranteesses mesmos anos, o Conselho Geral publicou importantesCirculares sobre nossa vida de Irmãos. As Circulares, juntocom os programas de formação lassalista, as assembleias eCapítulos, podem ser consideradas como sendo os doisdiscípulos contando a história sobre nosso crescente apreço

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6 Boletim do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs. Roma, Nº 246, 2000, p. 44.

pela nossa vocação, à luz da Associação Lassalista para aMissão. Esses escritos e experiências são expressões denossas expectativas iluminadas pelo Espírito, em relação àMissão Lassalista contemporânea.

Retornando a Lucas, vemos que Jesus se aproximou ecaminhou junto com os dois discípulos; porém seus olhosnão puderam reconhecê-lo. O “estranho” começa a falare, enquanto vão escutando a história do plano desalvação de Deus, seus olhos e ouvidos se abrem.Começam a harmonizar suas expectativas com arealidade emergente.

Da mesma forma que os discípulos, somos chamados aadequar nossos sonhos e expectativas com os planospensados por Deus para nós e para nossa MissãoLassalista de educação humana e cristã.

Sua comunidade prevê tempos e lugares para escutar o planode salvação de Deus? Você e seus Irmãos têm suficientesoportunidades para refletir sobre a melhor maneira deharmonizar suas expectativas sobre sua missão com a

realidade atual do Instituto? Você e sua comunidade recorremfrequentemente ao Evangelho, nossa primeira e principal

regra?

Em minha última Carta, falei sobre as muitas vozes atravésdas quais o Espírito Santo se comunica conosco. Você e suacomunidade estão prestando atenção a essas vozes? Você,

realmente, está escutando? O que estão dizendo tais vozes - ospobres, nossos Colaboradores, a Igreja, ... - sobre a melhor

maneira de aumentar nosso potencial apostólico?

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Abra seus ouvidos e escute!

Para aqueles de nós que estão comprometidos com a missãoapostólica da educação humana e cristã, eu insisto sobre aimportância de escutar. “Há um poder em escutar, porque,escutando o que eles verdadeiramente precisam, vocêvaloriza as necessidades dos outros. Escutamos paraaprender, para eliminar preconceitos, para encorajar ooutro, para defender a dignidade humana, trazer paz,conectar-nos e crescer. Nós devemos construirrelacionamentos globais, de modo a empoderarmos todas ascomunidades do mundo a viver com justiça, atuar comternura e caminhar humildemente em nossa missãopartilhada” 7.

Você e sua comunidade conseguem dedicar mais tempo paraescutar seus colaboradores falando de nossa missão e carisma

compartilhados?

No final do relato evangélico, há uma singela oração que osdiscípulos, de mãos abertas, expressam a Jesus no fim do dia,quando ele fez menção de seguir o caminho: “venha e fiqueconosco.” São João Batista de La Salle nos ensinou a oraçãoda simples atenção, como o momento mais forte da oraçãomental ou interior, e nos ofereceu práticas de nos colocarfrequentemente na presença de Deus.

A simples atenção à presença de Deus é a característica daespiritualidade lassalista e é um elemento de profunda vidainterior:

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7 Thompson, PJ, Lasallian Women Symposium, Auckland. Blog.

Uma das principais mensagens do 44º Capítulo Geralfoi o chamado a cultivar uma vida interior maisprofunda. Convidou encarecidamente todos os Irmãos aserem homens de vida interior na simplicidade doEvangelho. O texto capitular nos exortou a assumir comseriedade um processo de renovação espiritual, quehaverá de se traduzir em uma espiritualidade visível,acreditável e profética, que sustentará a dimensãocontemplativa de nossas vidas e vai nos levar a umarevisão de nosso modo de viver, para voltarmos a ser os“pobres Irmãos, ignorados e pouco considerados pelaspessoas do mundo, e somente procurados pelos pobres” 8.

Hoje, para serem visivelmente reconhecidas comoacreditáveis e proféticas, nossas comunidades devemestar intencionalmente abertas à Associação para aMissão Lassalista. O 44º Capítulo Geral nos estimula a“abrirmos a comunidade aos lassalistas que buscam crescerna fé e aprofundar a espiritualidade e a compreensão damissão, mediante a partilha com os Irmãos” 9. Necessita-se de tempos programados para Irmãos e lassalistas sereunirem para partilhar sua experiência da presença deDeus e discernir a vontade do Espírito para a missãoatual. Vamos nos comprometer a nós mesmos aconvidar nossos Colaboradores para que “venham efiquem conosco.” Vamos criar oportunidades para nosescutar uns aos outros e repartirmos o pão.

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8 Circular 466, Eles se Chamarão Irmãos, Roma, janeiro de 2013, pp. 43-44.9 Circular 455, Documentos do 44° Capítulo Geral, 15 de setembro, 2007, p. 21N.º 2.3.3.

Ponha seu coração a arder!

A história continua, e o coração dos discípulosfinalmente se abre: “não estava nosso coração ardendoquando ele nos falava pelo caminho e nos explicava asEscrituras?” Através de nossa oração e da atenção diáriaà presença de Deus, nós também o encontramos nasprofundezas de nosso coração.

O que mais você e sua comunidade podem fazer para queseus alunos e Colaboradores possam ver que nossos

corações estão inflamados com a Boa Nova?

Como os dois discípulos após a experiência da fração dopão, nós também somos impulsionados, com zelo

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ardente, a sair depressa e contar o que sucedeu. Essa énossa missão, nascida do encontro diário com JesusCristo, nosso irmão que chama, consagra, envia salva etransfigura.10

As experiências cheias de graça dos discípulos de Emaús,assim como o encontro ocasional de La Salle emParmênia, “representam um chamado e uma escolha.Para o Fundador, se tratava de permanecer emParmênia ou regressar a Paris; para os discípulos, eracontinuar dirigindo-se a Emaús ou voltar a Jerusalém.Em ambos os casos, era mais que uma mudança desentido do caminho: era uma mudança do coração. Eraum chamado a escolher a vida acima da morte, aesperança, ao desespero” 11.

Os discípulos não permaneceram em Emaús e João Batistade La Salle não ficou em Parmênia. E você? E nós?

Permanecemos como estamos ou adequamos nossasexpectativas à realidade e nos apressamos a anunciar o

Evangelho ao pobre de maneira mais eficiente?

Apresse-se

Impulsionados por seus corações inflamados com aexperiência do Cristo ressuscitado, os discípulos logoforam anunciar aos onze e demais companheiros queeles haviam visto Jesus. Nós, juntamente com nossoscolaboradores, também somos chamados a partir e

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10 Irmãos das Escolas Cristãs, Regra, Roma, 2015, Cf. Art. 21.11 Circular 469, Documentos do 45º Capítulo Geral, 30 de novembro, 2014, 1.11.

anunciar a Boa Nova. La Salle recordou a seus primeirosIrmãos que o dom de sua missão e a experiência deDeus em suas vidas deviam ser partilhados: “este domgratuito que transformou vossas vidas não foi outorgado sópara vocês. Vocês têm a missão de partilhá-lo comoutros...” 12.

Pedi, pois, ao Espírito de Deus que vos dê a conheceros dons com que ele vos agraciou, para que possaisanunciá-los aos que deveis instruir, não com palavrasda sabedoria humana, mas com aquelas palavras queo Espírito de Deus inspira a seus ministros.13

As histórias são portadoras de graça. O relato de Lucassobre O Caminho de Emaús pode ajudar-nos aenriquecer nossa própria narrativa da Associação para aMissão. Assim como os dois discípulos, nós partilhamosnossos sonhos, preocupações e esperanças, e adequamosnossas expectativas à realidade. Através de conversas,assembleias, oração e Capítulos, estamos tratando dediscernir a melhor maneira de aumentar nosso potencialapostólico.

A Associação para a Missão com todos os lassalistasinflama nossos corações com zelo apostólico e nosprepara para a surpresa de uma graça inesperada. Asexpectativas dos discípulos em sua conversa e em sua

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12 Anunciar o Evangelho aos Pobres, Michel Sauvage, FSC e Miguel Campos, FSC. p. 57.13 Meditação 189, 1,2.

comunhão com Jesus foram iluminadas pela revelação.“Os discípulos abandonaram Jerusalém porque nãotinham experimentado o que esperavam. Eles voltarampara a cidade depois de experienciar o que não esperavam.O que aconteceu no meio do caminho foi revelação, foicomunicação, foi comunhão” 14.

Recorde e reflita!Nossas histórias são importantes. E o que é que estamosaprendendo sobre a Associação para a Missão através de

nossas conversas, de nossa comunhão com Jesus, dacomunhão entre nós e com nossos Colaboradores?

Vamos agora retornar ao início de nossa próprianarrativa do Instituto.

O evento fundacional que vincula o Instituto de hoje àssuas origens é o do dia 06 de junho de 1694, quando

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14 Upchurch, Cackie, in Give Us This Day, maio, 2014, p. 57.

João Batista de La Salle e doze companheiros seassociaram para dedicar suas vidas para à educaçãocristã das crianças pobres. Esse evento é também a fonteda Associação Lassalista da Itália entre leigos ereligiosos, que desejam associar-se à Missão Lassalista.Daqui se originam, em associação, novas respostas paraa missão.

Com os olhos da fé, vemos que a comunicação e acomunhão abrem as portas para receber a revelação.Uma breve revisão de nossa história dodesenvolvimento da Associação para a Missão éiluminadora.

Vinte anos atrás, em 1977, no documento do SuperiorGeral John Johnston “A Missão Lassalista de EducaçãoHumana e Cristã: Uma Missão Partilhada”, o ConselhoGeral sugeriu novas formas de associação, mas, semdúvida, a serem ainda inventadas:

“A Associação, tal como foi vivida pelos Irmãos, teveum impacto forte na organização e funcionamento dasescolas. Foi um fator decisivo, que ajudou a facilitarsua coesão, sua eficiência e sua criatividade. Hoje, sobnovas formas ainda a serem inventadas, o mesmoespírito de associação deve continuar inspirando edando vida às escolas lassalistas, onde os colaboradoresleigos são a grande maioria. O desafio, agora, para osIrmãos e para os outros educadores lassalistas, édescobrir juntos, em diálogo aberto, comofundamentar e promover, em novas fundações deobras educativas, as dimensões associativas de seu

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compromisso a favor da educação humana e cristã dajuventude, especialmente os pobres.” 15

Numa apresentação após 43º Capítulo Geral, o antigoSuperior Geral John Johnston resumiu assim a experiênciado Instituto com a Associação Lassalista: “É muitogratificante, para mim, ver que nós estamos nos movendo,gradual, prudente, mas decisivamente, em direção a umentendimento novo, criativo e dinâmico da AssociaçãoLassalista, uma Associação que:

• Expressa a comunhão internacional de Irmãos,colaboradores e associados, pessoas que vivem o carismalassalista de maneiras distintas e colaboram com amissão lassalista;

• Respeita inequivocamente as distintas vocações de todosos que vivem o carisma;

• Tem suas próprias estruturas de governo, em todos osníveis;

• Existe para a educação humana e cristã da juventude, ajuventude pobre em particular.” 16

O Superior Geral anterior, Irmão Álvaro Rodríguezescreveu em sua Carta Pastoral de 2001:

A meu ver, devemos ver a associação como um tempo degraça a renovação. Sabemos que o carisma nasceu de um

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15 A missão lassalista: educação humana e cristã – Uma missão partilhada. ConselhoGeral, Roma, 1997, n.º 3.31.

16 John, Johnston, FSC, Associated for the Educational Service of the Poor, May-June, 2000, p. 5.

movimento, e nós o fizemos dentro de uma instituição. Esseé um processo inevitável e necessário. Mas é importantereavivar o fogo que nos fez nascer, e reavivar o momentomístico de nossa origem.

Não estaremos vivendo em um tempo de um novo frescorcarismático, com sangue novo e nova leitura que está sendofeita por pessoas leigas? Essa nova leitura não poderia seruma oportunidade de renovar nossa vida de comunidade?17

O Boletim 250, de 2005, ofereceu exemplos de como aAssociação tem sido vivida na Províncias, nas obraseducativas e nas comunidades. Ele nos lembra a necessidade

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17 Rodríguez Echeverría, FSC. Álvaro, Ser Irmão em comunidade: nossa primeira as-sociação, Carta Pastoral, 2001, p. 35.

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de criatividade e inovação. Os exemplos nos convidam asonhar, a não simplesmente repetir fórmulas do passado,mas inventar a associação lassalista do novo milênio comousadia e criatividade. Esse Boletim nos diz que aAssociação não existe para si mesma. Pelo contrário, suarazão de ser está na irresistível paixão por Cristo e paixãopelas crianças e jovens, que energizam as vidas daqueles quevão se associando à Igreja ao longo dos séculos.18

Dois anos mais tarde, fazendo eco à realidade acima, oantigo Superior Geral, Irmão John Johnston, em suamensagem aos capitulares do 44° Capítulo Geral (2007),disse:

“Nós, lassalistas, vivemos em unidade, uma unidademuito evidente neste Capítulo, porém vivemos emrealidades muito diferentes. Vários de vocês representamáreas que são abençoadas com vocações, olham para vossasinstituições e estão confiantes de que seu futuro estáassegurado.

Outros de vocês tiveram poucas ou nenhuma vocação naúltima década ou por várias décadas. Vocês todos têmnumerosas instituições lassalistas. Qual o plano de vocês?Pretendem passar as escolas a outros, que as dirijam semreferência direta à nossa herança lassalista? Ou estão emprocesso de criação de estruturas dinâmicas, criativas ecorajosas que assegurem que nossas instituições continuem

18 Associados para a Missão Educativa Lassalista, Boletim do Instituto N º 250, 2005,p. 4.

a ser lassalistas, com Irmãos de esperança, ou sem Irmãos,se for o caso. A criação dessas estruturas de governo e deformação lassalista é uma tarefa fantástica. Não temostempo a perder.” 19

A Circular 461 (2011) continuou a descrição de nossaexperiência:

“Na atualidade, não existe um sistema universal deassociação para os colegas que estão na MissãoEducativa Lassalista. O que existe é um caleidoscópio deexperiências vividas em diferentes países e culturas,acenando para novos horizontes de futuro. Essasexperiências aparecem em dois contextos globaiscomplementares: cristão e multi-religioso. Em ambos,estão surgindo novas formas de comunhão e departicipação no carisma lassalista. O desafio é encontrarformas de valorizar, reconhecer e, talvez, dar forma aessa ação do Espírito Santo. A oportunidade que temosé de, no futuro, ampliar essa presença nova esignificativa do carisma lassalista no mundo dosjovens, especialmente os pobres.” 20

Devido à diversidade cultural rica e complexa do Instituto,não pode haver um modelo universal de Associação.Estruturas de associação continuarão a se desenvolver deacordo com as realidades locais. Os protagonistas dessa

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19 44º Capítulo Geral, Boletim do Instituto Nº 251, abril-junho, 2007, p. 46.20 Circular 461, Associados para a Missão Lassalista... um ato de Esperança, ConselhoGeral, Roma 2011, p. 36.

evolução, os Irmãos, colaboradores, ou Irmãos ecolaboradores, continuarão a ser identificados pelaconversão, comunhão, revelação, progresso,...

Os Irmãos Michel Sauvage e Miguel Camposcomprovaram que a intuição do Fundador sobre a estruturaorganizacional do Instituto foi mantida viva na experiênciados primeiros Irmãos.

Nossa experiência vivida indica que o desenvolvimentoorgânico da Associação lassalista para a Missão deveria

continuar seu próprio ritmo. Ou será que deveríamos avançarpara um processo mais intencional, criando um modelo maisestruturado, embora culturalmente contextualizado, para a

Associação?

Faça parte da história!

Todos nós podemos participar da dinâmica “diálogo-comunicação-revelação” em relação à Associação.

Sugiro que, tanto sua comunidade, como sua comunidadecom os demais lassalistas, analisem cuidadosamente osseguintes temas:

• A rápida mudança demográfica do Instituto;

• O fato de que, até agora, a Associação lassalista para aMissão se desenvolveu com o apoio das estruturasorganizacionais do Instituto e com seu apoio financeiro;

• A sobrevivência e o florescimento da AssociaçãoLassalista para a Missão sem a presença ou com alembrança da presença dos Irmãos;

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• A sobrevivência e o florescimento da AssociaçãoLassalista para a Missão em uma comunidadeeducativa onde não há mais Colaboradores quetenham partilhado a missão com os Irmãos.

Os sopros do Espírito Santo, os convites da Igreja e asmudanças demográficas do Instituto, obviamente tornamurgente examinarmos logo essas questões, enquantotentamos discernir a melhor maneira de assegurar que ospobres, os vulneráveis e todos aqueles que buscam umaeducação humana e cristã continuem encontrandocomunidades educativas acolhedoras.

Signum Fidei, a Organização Internacional dasUniversidades La Salle (IALU), a Fraternidade La Salle naFrança, a Rede Educacional Lassalista (VLP) na Bélgica doNorte, Programas para os Lassalistas Voluntários noMéxico e RELAN, e comunidades de Irmãos eColaboradores na ARLEP e RELAN são alguns exemplosde inciativas de Províncias que fortalecem a Associação paraMissão. Quando a Província, Delegação e Região são ágeis,a missão se beneficia.

Outros exemplos dignos de menção são os programas deformação lassalista para os novos membros de nossascomunidades educativas. O 45º Capitulo Geral pediu aelaboração de critérios para fortalecer esses programas, afim de aumentar o sentido de pertença em qualquer missãolassalista. Nesse sentido, está se preparando umaDeclaração sobre a Educação Lassalista para o Século XXI.

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A maioria das pessoas atraídas pela espiritualidadelassalista e por nosso carisma não se identificam com asformas tradicionais de vida religiosa. Novas expressõesde vocações lassalistas estão emergindo. Devemosprestar muita atenção a essas nova formas de serlassalista. Como os dois discípulos, nós precisamos abrirnossos ouvidos, olhos e coração e estarmos prontos parasermos surpreendidos pelo plano de Deus. Em minhaexperiência, o plano de Deus para nossa missão éfrequentemente comunicado através da comunhão comnossos Colaboradores.

O Papa Francisco, na Evangelii Gaudium, nos recorda que:

“Um sinal claro da autenticidade de um carisma é suaeclesialidade, sua capacidade de integrar-seharmonicamente com a vida do santo e fiel povo deDeus, e para o bem de todos. Algo verdadeiramentenovo, suscitado pelo Espírito, não precisa ofuscaroutros dons e espiritualidades, para afirmar-se a simesmo. Na medida em que um carisma é melhordirecionado ao coração de Deus, sua vivência serámais eclesial. Em comunhão, mesmo que isso provoquedor, é onde um carisma se torna autêntico emisteriosamente fecundo.” 21

Nosso carisma e nossa vocação religiosa estãodirecionados ao coração do Evangelho e são, portanto,

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21 Papa Francisco, Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 24 de novembro, 2013,Nº. 130..

autênticos. Devido a seu caráter eclesial, eles estãoabertos à voz do Espírito. Cremos em nossa vida deIrmãos das Escolas Cristãs. Convidamos os jovens aestarem atentos à voz do Espírito e a responderemgenerosamente, se forem chamados a ser Irmãos.

Você pode imaginar formas novas e criativas para você esua comunidade convidar a jovens para que “venham e

vejam”? Você já pediu a seus companheiros que se unam avocê nesta missão?

A experiência de um voluntário lassalista constitui umexemplo de uma pessoa jovem escutando as inspiraçõesdos Espírito. Citando um membro de sua comunidade,o antigo Irmão Superior Geral Álvaro escreveu em umaCarta: “vocês são enviados àqueles a quem ninguémescutou quando choraram”22. Esse jovem fez aexperiência, através de seu contato com os Irmãos, deum chamado e de uma nova expressão da vocaçãolassalista: a de voluntário lassalista.

Devemos comprometer-nos a acompanhar todas asvocações lassalistas, tanto a de Irmão como as novasexpressões e histórias.

Desde o início da história lassalista, um chamado éouvido: é o grito que provém dos “filhos dos artesãose do pobre”, e é entoado por todas as crianças ejovens que necessitam de educação. E o grito não

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22 Rodríguez Echeverría, FSC. Álvaro, Consagrados pelo Deus Trindade, como co-munidade de Irmãos, para tornar visível seu amor gratuito e solidário, Carta Pasto-ral, 2007, p. 26.

diminuiu durante toda a história; na realidade, ele asustenta, ele põe em ação seus protagonistas e atrainovos atores a participar dessa história… Podemosassegurar que o relato se acabará quando se deixar deescutar esse grito.23

Você e eu estamos convidados a acompanhar os novosprotagonistas que se integram nessa história. Cada umde nós deve comprometer-se a acompanhar aqueles quesão chamados para a Missão Lassalista. Todos os níveisdo Instituto – Regiões, Províncias, Setores e,particularmente, as comunidades – são chamadas acontribuir para a criação de uma “cultura de

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23 Boletim do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, Roma, Nº. 250, 2005, 2.1.

acompanhamento” a todos os lassalista, e durante suavida inteira.24

Você e sua comunidade acompanham todas as vocaçõesLassalistas? Vocês convidam Colaboradores, jovens que se

sentem atraídos por nossa vida, voluntários e outrosLassalistas para conversas e comunhões que nos abrem

para a revelação?

Espero que esta Carta o encoraje a ser um participanteativo na evolução da história da Associação para aMissão. Convido-o a incluir o Boletim 250 e a Circular461 – Associados para a Missão educativa Lassalista – emsua agenda de reflexão, tanto na comunidade como namissão. Esses documentos podem ser encontrados emwww.lasalle.org.

As expressões concretas da Associação Lassalistaprecisam, certamente, ser encarnadas nas culturas ricase variadas de todo nosso Instituto. Esteja seguro de quevocê está ajudando a tornar a Associação relevante paraos Irmãos e Lassalistas em sua própria Província ouDelegação.

Ponha-se a caminho já. Seja um Irmão de esperança.Seja um Irmão que convida jovens a ser unirem a nossafraternidade. Seja um Irmão que encoraja seus colegas ase associarem conosco na Missão Lassalista. Seja umIrmão desapegado, disposto a sair e encontrar-se com ospobres.

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24 Circular 469, Documentos do 45º Capítulo Geral, novembro 30, 2014, proposição 30.

Lembre-se: “a esperança radical é apostólica e é umacaracterística de nossa história lassalista. A esperança édesestabilizadora e não permite permanecermos nainércia.” 25

Lembre-se de que os profetas não só anunciam ao povoum fim que a comunidade não consegue admitir, mastambém proclamam uma esperança que as pessoasdificilmente conseguem crer.26

Seja um sinal vivo da presença do Reino!

“O essencial não é saber se vamos sobreviver; o maisimportante é saber se estamos contribuindo para a criaçãodum mundo mais humano, baseado nos valores doEvangelho; o mais importante é explorar o dinamismo denosso carisma fundacional, sabendo correr riscos e olhandopara frente; o mais importante não é saber se temos futuro,mas que nosso presente tenha sentido, que nossa vida valhaa pena, que muitos, graças a nós, descubram o rosto do Paie sua ternura maternal, que o Evangelho seja anunciado aopobre e que os jovens encontrem em nós o apoio quenecessitam.” 27

Os Irmãos comprometidos com a oração pessoal ecomunitária diária estão ativamente comprometidos na

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25 Ibid. Nº 10.4.26 Massingale, Rev, Bryan N. “See, I am Doing Something New!” Prophetic Ministryfor a Church in Transition, http://www.jknirp.com/massin.htm.

27 Rodríguez Echeverría, FSC. Álvaro, Ser sinais vivos da presença do Reino, em co-munidade de Irmãos consagrados pelo Deus Trindade, Carta Pastoral, 2008, p. 30.

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dinâmica da conversão cristã. Eu encontro Irmãos que,como o Fundador, sabem que “a exigência de uma conversãopermanente está na base de todo caminho para Deus. Seduzidapor Deus que a chama para seu Serviço, a pessoa, no entanto,é constantemente tentada a silenciar a voz interior do seucoração e voltar-se egoisticamente sobre si mesma, fabricando eintroduzindo novos ídolos. Para continuar sua jornada emdireção a Deus, a pessoa deve incessantemente desvencilhar-sedas amarras que ela mesma criou para si e que paralisam seuentusiasmo” 28.

Eu me sinto pessoalmente encorajado por tantos Irmãoscujos corações estão ardendo de amor a Deus e a toda ahumanidade. Muitos de vocês me inspiram ao vê-loscruzarem fronteiras pessoais, a fim de viver plenamente suaconsagração à Trindade, para a gloria de Deus e o bem-estar de suas filhas e filhos.

28 Anunciar el Evangelio a los pobres, Michel Sauvage, FSC y Miguel Campos, FSC.Traducción de Guillermo Dagnino, FSC. Editorial Bruño, Lima, p. 147.

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Vá e anuncie o Evangelho!

Em maio, completei a visita pastoral à RELAF. A missãolassalista na África e Madagascar é dinâmica, vibrante ediversificada. A Região é abençoada com noviços eescolásticos de fala inglesa e francesa. Jovens de diferentespaíses rezam, estudam e vivem juntos em espírito defraternidade. Testemunham a realidade de que todos somosmembros de uma mesma família humana. O ConselheiroGeral Pierre Ouattara e eu ficamos particularmentesatisfeitos com o aumento de iniciativas educacionaisalternativas para o pobre e vulnerável, e com os programasde formação para meninas e mulheres. De modo especial,expresso meu apreço aos Irmãos e lassalistas daqueles paísesda África que não consegui visitar: Níger, Nigéria, Eritreiae Guiné Conacri.

A Região mantém seu compromisso de conseguirautossuficiência e maior colaboração entre Províncias eDelegação. Em agosto, realizou-se o segundo CIL regionalno Centro CELAF de Abidjan, Costa do Marfim. Oprograma de três semanas foi organizado em módulos deuma semana e aberto a Irmãos e Lassalistas. Os temasforam: Associação e Missão, Pastoral das Vocações eCatequese e Evangelização.

O Instituto recentemente assumiu a responsabilidade daUniversidade Católica La Salle da Etiópia, em Adis Abeba,Etiópia. Eu sou grato pela generosa colaboração daUniversidade Presidente Augustine Nicoletti (da ProvínciaLeste da América do Norte), grato à Província de Lwanga,à Diretoria da Associação Internacional das Universidades

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La Salle (IALU), e ao Irmão Amilcare Boccuccia –Secretario para a Solidariedade e Desenvolvimento. Osprovinciais da RELAF estão também pensando na criaçãode outra Universidade Lassalista na África.

Enquanto isso, a solidariedade com o Sudão do Sul, umprojeto conjunto da União de Superiores e SuperiorasGerais, continua a manter o compromisso com essa maisnova nação, envolvida em uma guerra civil que estáretardando o desenvolvimento humano e social do país. OIr. William Firmin (ANZPPNG) continua seu abnegadoserviço como administrador local. O término de sua gestãoera para ter sido no ano passado; contudo, ainda não foiencontrado um substituto. Nós somos gratos a ele, aoIrmão Joseph Alak Deng e ao Irmão Denis Loft, agora naUniversidade de Belém, pela contribuição para essa missãoimportante da Igreja.

Leve uma vida nova!

Eu fui abençoado por participar de dois simpósios paramulheres lassalistas: no México, em maio, e na NovaZelândia, em julho. Billums foi um dos presentespartilhados durante o Simpósio das mulheres lassalistas naNova Zelândia. O billum é uma sacola multiuso de PapuaNova Guiné. As mães normalmente carregam seus bebêsnum billum. O billum pode, creio eu, simbolizar duascoisas: levar crianças e, nas palavras de uma participante,“nós somos chamados a levar vida nova.” Em todo oInstituto, eu vejo Irmãos e Colaboradores trazendoesperança e “vida nova” para as filhas e filhos de Deus.

Aproximadamente 250 mulheres participaram dessessimpósios. Elas refletiram e celebraram o papel, aidentidade e as contribuições das mulheres na Missão

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Lassalista. Elas “trouxeram vida nova” para nós, para elasmesmas e para nossos alunos.

A qualidade e quantidade de mulheres que sustentam amissão é uma riqueza particular de nossa AssociaçãoLassalista. As mulheres são a maioria dos educadores nastrês das cinco Regiões e aproximadamente a mesmaproporção, em uma quarta Região. São vozes importantesque requerem nossa escuta atenta, como escreveu umaparticipante:

“Eu pensei muito sobre o que realmente significa ‘partilharnossa história’ como mulheres lassalistas e levar à frente essetrabalho importante... inspirar-me verdadeiramente nashistórias de outros e servir de inspiração para que outrossejam vistos e escutados. Uma verdade muito simples é queninguém conhecerá tua história a não ser que acompartilhes. Por isso, tomei a decisão de participar desteevento, organizar um grupo de estudos, falar a algum grupoou assistir a conferencias e partilhar sobre ela, pelo menosduas vezes ao mês. Fui a vários lugares e conversei sobre aimportância de nossa tradição lassalista ou apresentei aoutros o que significa ser lassalista. É minha forma simplesde partilhar com os demais o que aprendi, e dar a conhecerquem somos. Posso difundir a consciência de nossa tradiçãolassalista.” 29

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29 Thompson, SJ, E-mail, Outubro 25, 2017.

Viva com entusiasmo!

Encontros anuais de Jovens Irmãos, da Juventude Lassalistae Jovens Lassalistas, organizados por Províncias e Regiões,são boas contribuições para a vitalidade da missão.

Castletown, Irlanda, em 2017, sediou a assembleia dosJovens Lassalistas profissionais da Província e Delegação daRELEM. Eu estava feliz em estar com aproximadamente 40jovens mulheres e homens entusiasticamentecomprometidos com o tema da assembleia: Espiritualidadelassalista no século 21. Juntos refletimos sobre a consciênciada lembrança da presença de Deus, sobre o desejo de fazerexperiências de comunhão, e sobre outras oportunidadesque dão mais sentido às nossas vidas.

Aprecie e se encoraje!

Em abril de 2017, o conselho Geral e eu tivemos umencontro com os Provinciais da RELAF, na conclusão davisita pastoral. Em junho e outubro, participei daconferencia de Provinciais da RELEM, e, em agosto, estivecom os Provinciais da PARC. O Irmão Jorge Gallardo,Vigário Geral, participou da Conferência de Provinciais daRELAL e nessa ocasião, foi feita uma reunião por vídeoconferência com os Provinciais da RELAN. Esses sãoencontros fraternais importantes que nos possibilitamagradecer e encorajar nossos líderes. Os Provinciais tambémnos pediram para estarmos atentos às conclusões do 45ºCapítulo Geral e à implementação de suas proposições.

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Ponha-se a caminho depressa, Irmão! Convide outros a sejuntar a você. Continue a anunciar o Evangelho ao pobre!

Deixe nossa história fundacional e seus subsequentescapítulos serem uma fonte de graça e esperança para você,pois:

Sem pensar em voltar atrás, João Batista de La Salle eseus Irmãos abriram caminhos de santidade para todosos educadores. Os Irmãos são os primeiros responsáveisdos Colaboradores que desejam aprofundar oconhecimento do Fundador, revelado em sua vida,espiritualidade e trabalho.

O crescimento da associação de homens e mulheres quecaminham lado a lado, e hoje se identificam como filhose filhas de João Batista de La Salle, é visto pelos Irmãoscomo um sinal dos tempos que os enche de esperança.

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Como consequência, os Irmãos sentem que têm umaresponsabilidade especial de partilhar sua herançapedagógica e espiritual com todos aqueles com quemtrabalham. Através dessa partilha, eles recebem o chamadodo Espírito para hoje serem Irmãos que escutam:• O chamado a ser irmãos deles e viver a fraternidadecomo um sinal para todos os educadores lassalistas;

• O chamado a ser para eles e com eles um canal de luzatravés do qual Deus mesmo “ilumina os coraçõesdaqueles que ele destina a anunciar sua palavra àscrianças”;

• O chamado a ser entre eles e com eles o coração, amemória e a garantia do “carisma lassalista”30.

Irmão, eu agradeço a meu Deus cada vez que penso emvocê; e sempre rezo por todos vocês. Eu rezo com alegria,lembrando o quanto você ajudou a difundir a Boa Novadesde o primeiro dia que você a ouviu e até hoje.31

Vamos rezar juntos

Pai, que possamos reconhecer que o dom do serviçoeducacional ao pobre que oferecemos ao mundo, provém deti. Abençoa nossa missão pastoral, enviando mais vocaçõesde Irmãos e Lassalistas, de modo que possamos ser capazesde promover vossa gloria e fazer muito mais, através de

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30 Irmãos das Escolas Cristãs, Regra, Roma, 2015, Art. 157.31 Carta de São Paulo aos Filipenses 1, 1-3.

nossa missão para nosso mundo pós-moderno, que parecenão a conhecer.

Pai Justo, ajuda nossos Irmãos e a grande família lassalistaa conhece-te da forma como Jesus te conheceu, com aqueleamor que tiveste por nós antes da criação do mundo. Nósestamos tentando, através de nossos frágeis esforços, tornarconhecido teu amor por eles. Que o amor com que tu nosamaste esteja verdadeiramente neles. Amém.

De uma oração feita pelo Conselheiro Geral Irmão Victor Franco, FSC,no encerramento do 44º Capítulo Geral.

Ir. Robert SchielerSuperior General

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Anotações:

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