8
Cartas_Festa_Penha_2015.indd 1 07/04/2015 17:56:54

Cartas Festa Penha 2015.indd 1 07/04/2015 17:56:54aves.org.br/wp-content/uploads/2015/04/CartasFestaPenha2015... · Cartas_Festa_Penha_2015.indd 2 07/04/2015 17:56:55. ... marcante

Embed Size (px)

Citation preview

Cartas_Festa_Penha_2015.indd 1 07/04/2015 17:56:54

2015 foi proclamado por unanimidade

na 52ª Assembleia da CNBB

como o Ano Da Paz.

A Arquidiocese de Vitória

do Espírito Santo abraçou esta

causa. Logo no início do Ano

Litúrgico (30 de novembro de

2014) os bispos, presbíteros,

religiosos e religiosas, leigos

e leigas consagrados (as), em

espírito litúrgico do advento as-

sumiram publicamente uma ati-

tude penitencial, em celebração

realizada na Basílica de Santo

Antônio, sinalizando para toda

Igreja de Vitória do Espírito

Santo, que o ponto de partida

para a conquista da paz vem

do Alto e imprime no

coração do homem

de fé o Dom da Paz.

Para o cristão, este é

o ponto de partida.

Comprometidos com a Paz

O cristão é introduzido pelo

Batismo no mistério pascal, no

ambiente por excelência da

Paz, a Família de Deus. Pela

atitude penitencial, o cristão

é fortalecido ou reintroduzido

neste ambiente pascal e, desta

maneira, torna-se apto para um

passo além, isto é, experimenta

o Dom da Paz e abre-se para a

comunicação missionária da paz.

É o núcleo familiar. A fa-

mília cristã torna-se o Lugar da

Paz. O casal cristão recebe, além

do Batismo, o Sacramento do

Matrimônio em vista da missão

sagrada de constituir um lar se-

gundo os desígnios de Deus, na

correspondência ao Dom Amor

que gera a Paz. A família cristã,

pela fé batismal e graça do sa-

cramento do matrimônio, torna-

-se o primeiro Sinal do Amor

Trinitário na história de todos os

dias. Pequenas igrejas de Deus!

Sinais do Reino e sinais profé-

ticos da Paz que a humanidade

tanto deseja conquistar.

As famílias cristãs juntas

formam a Comunidade Eclesial.

A Comunidade Eclesial torna-se

também um lugar mais amplo

da Paz que vem do Alto. As

Comunidades Eclesiais juntas

tornam-se lugar da Paz que vem

“A FAMÍLIA É O SANTUÁRIO DA PAZ, REPETIMOS

DURANTE TODOS

OS DIAS DA FESTA

DE NOSSA SENHORA

NO CAMPINHO DO

CONVENTO E NA

PRAINHA! A PAZ É UM DIREITO! A PAZ É UM DEVER!”

Cartas_Festa_Penha_2015.indd 2 07/04/2015 17:56:55

do Alto! Somos na Arquidiocese de Vitória do Espírito

Santo 1031 Comunidades Eclesiais! Somos no Estado

do Espírito Santo 3.464 Comunidades Eclesiais. Todas,

lugares para experimentar a paz e sair missionário da

paz!

Poderíamos especificar, ainda, dentro destas co-

munidades todas as associações religiosas, pastorais

e movimentos eclesiais, as ordens e congregações

religiosas, que fazem parte da dimensão carismática

da Igreja e são, também, ambientes da paz que vem

do Alto. Todos, na Grande Comunidade Eclesial,

Igreja Particular, Arquidiocese, Dioceses, Província

Eclesiástica, vivem anunciando e testemunhando a Fé

em Cristo Ressuscitado nesta Região que chamamos

com o belo nome de Estado do Espírito Santo, expe-

rimentando a paz e sendo missionários da paz!

Este Lugar da Paz, A Província Eclesiástica de

Vitória do Espírito Santo, reverencia a sua Padroeira

Rainha da Paz que nos doou o Príncipe da Paz, Nosso

Senhor Jesus Cristo. Esta Rainha e Mãe da Paz, nós a

veneramos e aclamamos como Senhora das Alegrias,

a Virgem da Penha!

Por isso, nos últimos anos, temos clamado “Basta

de Violência”! Queremos Paz! E, de maneira especial,

este ano de 2015, em sintonia com a CNBB e com o

Papa Francisco, escolhemos para tema da Festa de

Nossa Senhora “Maria, mãe da família, santuário da

paz! 2015 é o Ano da Paz, diz a CNBB! A família é o

espaço onde se aprende a conviver na diferença, afirma

o Papa Francisco na Exortação “Evangelii Gaudium,

66”. A família é o santuário da paz, repetimos durante

todos os dias da Festa de Nossa Senhora no Campinho

do Convento e na Prainha! A Paz é um direito! A Paz

é um dever!

Mas, como missionários não podemos fechar-nos Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc.

Arcebispo Metropolitano de Vitória ES

“FAÇAMOS A EXPERIÊNCIA DA PAZ QUE

VEM DO ALTO E SEJAMOS MISSIONÁRIOS

DA PAZ! A PAZ É UM DOM! A PAZ É UM DIREITO! A PAZ É UM DEVER!”

em nossas famílias de sangue e eclesial. É mais do que

justo colaborarmos com nosso país e nosso estado por

políticas de paz.

Igrejas, empresas de boa vontade, escolas, associa-

ções, comunicadores devem somar com as autoridades

constituídas para que se estabeleça um ambiente de paz

no Estado do Espírito Santo. Chega de mera denúncia!

Precisamos de ações propositivas. Façamos a nossa

parte, na nossa família, na nossa comunidade eclesial,

em nosso ambiente de trabalho, na escola, nos espaços

públicos de convivência. Façamos a experiência da

paz que vem do alto e sejamos missionários da paz!

A paz é um dom! A paz é um direito! A paz é um dever!

Em dezembro de 2014 e janeiro de 2015 publi-

quei na Revista Vitória dois textos sobre a paz. No

primeiro sugiro que o caminho da paz siga o exemplo

de Deus que se faz pequeno perante um mundo que

se fez guerreiro para destruir o semelhante e, aponto

o Natal do Senhor, como um marco da paz no meio

de nós. No segundo faço uma releitura da história e

resgato os sinais de paz que nos acompanham desde a

origem da colonização, mas não conseguem impor-se

à violência.

Aconselho-o a ler esses dois artigos e tomar hoje

a decisão de fazer da sua casa um santuário da paz.

Cartas_Festa_Penha_2015.indd 3 07/04/2015 17:56:57

Cada ano os cristãos celebram, com muito

entusiasmo, o Natal de Nosso Senhor Jesus

Cristo. Cada povo com sua cultura e seu jeito

especial de expressar a fé cristã, sem no entanto, ferir o

dogma de fé , mas revestido de uma veste cultural dos

povos de toda a terra. É um evento tão especial e tão

marcante na história que não só se tornou inesquecível

como a fé cristã se enriquece, em cada celebração, com

um apelo novo para a vivência e o testemunho da Boa

Notícia ou Boa Nova que os cristãos têm a comunicar

a quem ainda não a recebeu.

Não nos esqueçamos: são milhões de pessoas que

ainda não tiveram a dádiva de ouvir, tomar conheci-

mento e descobrir esta Boa Nova. Ouvindo, conhecendo

a Boa Nova, estas milhares de pessoas descobrem o

sentido da vida, e, consequentemente, comunicam,

com entusiasmo, a outras pessoas, esta experiência

inefável : “Eu vos comunico uma Bela Notícia”!

O Natal do Senhor é Solenidade celebrada em

dois profundos movimentos. De um lado, a Memória

do Grande Evento em que Deus se faz próximo, qual o

Samaritano, descrito no Evangelho segundo São João;

e, de outro lado, o impulso natural de quem faz uma

experiência maravilhosa e ao mesmo tempo sente-se,

como que, um arauto de uma Boa Nova, para quem,

ainda não fez a experiência pessoal e eclesial que ele

acaba de fazer.

A raiz do ser humano é tocada pela Graça de Deus

que se faz próximo dele.

Sinto que, neste ano, dezembro de 2014, o Mis-

tério do Natal do Senhor, Mistério da Encarnação do

Verbo de Deus, atinge o coração do discípulo ou da

discípula, em todos os cristãos, provocando-lhes um

apelo tão antigo quanto Novo. É o apelo da Paz!

Um desejo do coração humano, um desejo do Coração de Deus

A humanidade, desde o desentendimento dos ir-

mãos Caim e Abel, desaprovou a violência. O desejo

de paz está no coração humano. Desde a introdução

do pecado vivemos as contradições que nos humilham,

embora queiramos e desejemos a paz, muitas vezes

acabamos fazendo o que não queremos. A humanidade

continua violenta. A violência é um dos problemas

que mais nos preocupa. Basta lermos estatísticas que

aparecem na imprensa especializada ou na mídia.

Ora, o Natal do Senhor vem ensinar-nos o cami-

nho da paz e a vitória sobre a violência que tanto nos

aflige.

Que caminho é este que parece desconhecido da

humanidade que almeja tanto a paz?

O caminho da paz é a Palavra de Deus. Ela veio

até nós, ensinando- nos que o ser humano só se realizará

plenamente como ser humano se abandonar o método

e a atitude de Caim.

Como podemos afirmar que o Natal do Senhor

vem ensinar-nos o caminho da paz?

Enquanto o ser humano se fez grande e forte,

“DESEJO INATO NO CORAÇÃO DO

HOMEM E DA MULHER A PAZ PODERÁ SER CONQUISTADA PELA FORÇA QUE VEIO DO ALTO E PELA ACOLHIDA QUE BROTA DO E NO CORAÇÃO HUMANO. A PALAVRA DE DEUS,

JESUS CRISTO, RENASCE NO CORAÇÃO

DESEJOSO DE DEUS. ‘MINHA ALMA TEM SEDE DE DEUS.’”

Cartas_Festa_Penha_2015.indd 4 07/04/2015 17:56:58

guerreiro, destruidor de seu

semelhante a Palavra de Deus,

Criadora e Onipotente, se faz

pequena. Usa a única arma que

destrói qualquer poder: o Amor!

O Amor faz parte de sua essên-

cia criadora e redentora!

A arma destruidora do ser

humano é invenção do pecado

que atingiu a raiz de seu ser,

mas não conseguiu apagar o

seu desejo de origem, o desejo

do Amor e da Paz!

A Palavra Criadora veio

ensinar ao ser humano que não

se conquista a Paz com a guerra,

a destruição de seu semelhante.

A Palavra Criadora veio ensinar

à Sua criatura o caminho da

Paz, não através da violência

que destrói o semelhante, que

destrói a natureza, mas atra-

vés da força do Amor, expressa

na pequenez, na fraqueza e na

humildade do Menino Deus,

nascido no lugar dos desco-

nhecidos cujo primeiro leito

foi uma manjedoura, A Palavra

Criadora se fez carne, se fez

“húmus”, barro, e engravidou

o universo, desde a sua raiz,

libertando toda a criação da

escravidão do mal.

O Amor gera a Paz porque Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc.

Arcebispo Metropolitano de Vitória ES

“A PALAVRA CRIADORA VEIO ENSINAR À SUA CRIATURA O CAMINHO DA PAZ, NÃO ATRAVÉS DA

VIOLÊNCIA QUE DESTRÓI

O SEMELHANTE, QUE

DESTRÓI A NATUREZA,

MAS ATRAVÉS DA

FORÇA DO AMOR, EXPRESSA NA PEQUENEZ, NA FRAQUEZA E NA HUMILDADE DO MENINO DEUS.”

o Amor é a Paz! O Natal do

Senhor é o Marco da Paz no

meio de nós! A partir do fato da

Encarnação do Verbo de Deus

que culmina na Ressurreição,

a Paz foi instaurada no meio

da humanidade! A partir deste

Marco a Paz é possível! O de-

sejo inato no coração do homem

e da mulher, a paz, poderá ser

conquistada pela Força que veio

do Alto e pela acolhida que bro-

ta do e no coração humano. A

Palavra de Deus, Jesus Cristo,

renasce no coração desejoso de

Deus. “Minha alma tem sede de

Deus” (Sl. 62)!

A paz é possível! Feliz Na-

tal! A paz é possível! Deus está

no meio de nós! Deus caminha

conosco, pois, Ele se revelou

para nós como Caminho! Feliz

Natal, em seu coração! Feliz

Natal, no coração de sua famí-

lia! Feliz Natal, no coração do

povo brasileiro que sofre tanta

violência! Feliz Natal! Igreja de

Deus! PAZ! PAZ! PAZ!

Cartas_Festa_Penha_2015.indd 5 07/04/2015 17:56:59

Oprimeiro dia deste ano é muito especial. Ini-ciamos o ano civil nas mãos de Maria, Mãe de Deus e nossa querida Mãe. Com ela oramos

de maneira, também especial, pela paz no mundo.Já no início do Ano Litúrgico eclesiástico, a CNBB, Conferência dos Bispos do Brasil, instituiu o novo Ano Litúrgico como “O Ano da Paz”! Aos olhos de muitos de nós, brasileiros, o nosso querido país é visto como um país pacífico, com um povo dócil e acolhedor. Porém, se este país é tão dócil e tão pacífico por que há tanta violência entre nós? E, não é só o Estado do Espírito que vive uma onda de violência incontrolável. É o país todo que sofre violência de todos os tipos. É jovem matando jovem, é crime contra as mulheres e todo tipo de barbaridades contra a família que se avolumam no meio de nós. Vivemos uma cultura de violência ou uma cultura de morte. Mas, por que isto acontece se aparentemente somos tão bons, dóceis e acolhedores ? Não nego a bondade natural ou de origem cristã, a docilidade que realmente fazem parte de nossa cultura brasileira, ou digo, mesmo, latino-americana. Precisamos, no entanto, refletir seriamente sobre este problema que atinge nossa sociedade que se mata, aos milhares por ano para podermos superar esta re-alidade tão negativa, mais aguda em certos lugares e menos em outros. Não podemos ignorar que a violência está bem perto de todos nós. Não basta apontarmos os outros, como que a livrarmo-nos de nossa responsabilidade. É importante

A paz é possível

conhecermos a nós mesmos, enquanto nação que vem se formando nestes últimos cinco séculos. Conhecendo a nossa história poderemos detectar as causas da vio-lência que nos amedronta e, quiçá, assumirmos uma indignação coletiva contra a violência em busca da paz que todos almejamos. Queiramos ou não, nossa origem, como nação, é origem violenta. Violência que se desenvolveu a fio da espada e sob o fogo dos fuzis e canhões. Antes dos colonizadores, nossos antepassados, chegarem a esta terra que, “em se plantando dá”, havia milhões de ha-bitantes autóctones, distribuídos em inúmeros povos, os quais levavam uma vida primitiva no litoral leste, oceano atlântico e oeste, oceano Pacífico. Os povos andinos surpreenderam os colonizadores por sua cul-tura, que em certos casos, era mais avançada do que a cultura dos invasores. Os invasores eram mais cultos no cultivo da guerra e mais organizados para matar. Do lado andino eles conseguiram entrar e dominar os povos autóctones porque eles estavam divididos e em guerra. Do lado leste não houve tanta resistência. Porém, o desejo das riquezas naturais era tão forte que a violência imperou. Paradoxalmente, entre eles estavam os capelães das fragatas. Em seguida à invasão, ou, com eles, vieram os missionários, imbuídos do ardor apostólico de anunciar o Evangelho e catequizar os novos povos. Sem dúvida algum estes homens de Deus significavam pelo seu testemunho, anúncio e catequese uma força não violenta, contra violência. Contribuíram e formaram as pessoas no caminho da paz. Imbuídos da Palavra de Deus os missionários cristãos empenhavam-se em humanizar colonizadores e introduzir os novos povos na vivência do Mistério da fé cristã. Assim, desde o início, as novas nações do Conti-nente Americano cresceram nesta forte contradição. De um lado, a violência dominadora e feroz, devido à ganância da conquista das riquezas naturais das novas terras, custe o que custar. De outro lado, o Evangelho da paz, da justiça e da caridade, ensinado pelos mis-sionários e pela Igreja que educava na fé e bondade nativos e colono como também povos, aqui trazidos

“A PAZ DEPENDE DE NOSSO EMPENHO POR UM MUNDO MELHOR, DESDE O NOSSO

CORAÇÃO, O CORAÇÃO DE NOSSAS

FAMÍLIAS E DE POLÍTICAS PÚBLICAS

PELA PAZ PROMOVIDAS PELOS NOSSOS

GOVERNANTES. FELIZ 2015 PARA TODOS!

A PAZ É POSSÍVEL!”

Cartas_Festa_Penha_2015.indd 6 07/04/2015 17:57:01

pelo mundo mercantilista daquele tempo, com o negócio de escravos. Com a vinda dos povos escravos que, para esta terra foram deportados pela força dos mercantilistas, introduziu-se o sincretismo religioso, quando oprimidos que foram até na própria religião, uma nova cultura surgiu com a riqueza dos diversos povos desde os au-tóctones nativos nesta terra aos que vieram da Europa e da África. Cresce juntamente com a mistura das diversas culturas o sentimento e desejo de liberdade e justiça social. Porém, o fato é que a violência nunca deixou de ser um elemento forte na formação da nação brasilei-ra, seja pessoal, familiar ou em grupo. Os quilombos têm muito a contar sobre o sofrimento nos primeiros séculos de convivência e escravidão. A igreja cresceu com a bandeira do Evangelho. Organizou-se enquanto instituição, mas não conseguiu impor-se à violência pelo cultivo da paz que vem do Evangelho. No entanto, o fermento na massa continua operando com bons resultados. A reação coletiva contra a violência instituída só tomou vulto na história do Brasil nos séculos XVIII século e XIX com os trabalhos dos Jesuítas no sul do país, no Paraguai com as “reduções” e no sudeste e nordeste com a abolição da escravatura quando poetas e intelectuais começaram a se organizar com forte indignação diante das graves injustiças sociais. Tais iniciativas coletivas aumentaram a violência ins-titucionalizada. É evidente que estes movimentos não nasceram de uma hora para outra. Já estava forte nos quilombos e em outras reações de pequenos grupos em diversos lugares da nação que ia se constituindo. Hoje estamos assustados com tanta violência, convivendo com um falso colorido de povo pacífico. A mesma violência dos primeiros séculos continua conosco, qual erva daninha que custa a ser extirpada do meio da boa plantação. O que fazer, então? A resposta está, também, em nossa história, desde o início. Intensificar o testemunho do Evangelho da paz! Criar e desenvolver convicções

pessoais e coletivas de que só o amor constrói! A paz é resultado da revolução do amor! Este valor não se consegue com as armas dos violentos, mas com uma nova cultura, cuja arma deve ser a cultura da não vio-lência ativa. O cuidado com a natureza, o lixo reciclado, o respeito no trânsito podem ser sinais de uma nova cultura, a cultura da paz que cuida da vida. Este ano da paz, proclamado pela CNBB, pode contribuir para a conquista deste valor humano e divino. Nossa contribuição pessoal, familiar e Comunitária, comprometendo-nos com a não violência ativa pode ser uma alavanca para a paz em nosso país! O que significa “não violência ativa”? É começar por você! É começar por nós mesmos: no seu coração, no coração de nossa família! Todos, abrindo-se à Paz que vem Alto! “Vence o mal com o bem” (Rom. 12,21). “O que não gostas não faças a ninguém”. Você poderá ser um comunicador da Paz! A contra violência ativa começa no seu coração, indignado com tanto ódio ao seu redor. Da mesma forma a contra violência ativa deve acontecer em sua família, em nossas famílias. Consequentemente, é a corrente positiva que irá expressar-se, organizadamente em grupos a serviço da paz, contra a violência. Todo este esforço, com certeza, deverá culminar com políticas públicas pela paz. Nosso país é violento e sofre violência. Mas pode se transformar num país verdadeiramente pacífico se todos nós formos não violentos ativos, e, se nossos governantes empenharem--se em promover políticas públicas pela paz. A paz depende de nosso empenho por um mundo melhor, desde o nosso coração, o coração de nossas famílias e de políticas públicas pela paz providas pelos nossos governantes. Feliz 2015 para todos! A paz é possível!

Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc.Arcebispo Metropolitano de Vitória ES

Cartas_Festa_Penha_2015.indd 7 07/04/2015 17:57:02

Cartas_Festa_Penha_2015.indd 8 07/04/2015 17:57:04