12
Artigo Completo XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde 27 a 30 de novembro - Goiânia - Brasil 989 www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL Pamela Muratt 1 , Raphael Simões Alves 2 , Welisson Wilson Oliveira 3 , Luis Fernando de Almeida 4 1,2,3,4 Departamento de Informática/Universidade de Taubaté, Taubaté, Brasil Resumo: Apesar do constante crescimento do uso da tecnologia nas diversas áreas, ainda existem processos não infor- matizados, dependendo exclusivamente do uso da caneta e do papel, exemplo disso é a carteira de vacinação no Brasil. Em vários postos de saúde, os processos de registro da vacinação, desde o registro de quantas vacinas chegaram ao posto até o controle de quantas vacinas foram aplicadas diária e mensalmente são realizados através de fichas preenchidas manualmente pelos colaboradores destes postos. Esses procedimentos geram: inconsistência e perda de informações, difícil acesso a informações, dentre outros. Este artigo propõe um protótipo de carteira de vacinação virtual com o obje- tivo de propiciar o acesso ágil às informações registradas, armazenar informações de forma centralizada e organizada, permitindo a consistência e integridade de dados. Para isso, utiliza-se um cartão inteligente combinado a um ambiente web proporcionando acesso imediato e integral ao registro do histórico de vacinação de todo cidadão. Palavras-chave: Vacinas. Cartões Inteligentes de Saúde. Interface Usuário-Computador. Sistemas de Informação em Saúde. Abstract: Despite the steady growth in the use of technology in different areas, there are still not computerized pro- cedures, depending exclusively the use of pen and paper, example is the vaccination card in Brazil. In several health centers, all of vaccination registration processes, since the registration of all vaccines reached the post until track of how many vaccines were applied daily and monthly are performed through bookmarks manually filled by employees of these stations. These procedures create: inconsistency and loss of information, difficult access to information, among others. This paper purposes a prototype a virtual vaccination card in order to provide an agile access to recorded in- formation, store information in a centralized and organized manner, allowing consistency and data integrity. For this, we use a combined smart card to web environment providing immediate and full access to the record of the vaccination history of all citizens. Keywords: Vaccines. Health Smart Cards. User-Computer Interface. Information Systems in Health. Introdução A busca para a solução dos problemas da saúde pública no Brasil é constantemente discutida, principalmente, em relação à otimização no atendimento, acompanhamento do paciente e acesso a informações desses pacientes 1 . A saúde pública no Brasil teve seu início em 1808, porém, foi com a criação do Ministério da Saúde, em 25 de julho de 1953, que a saúde pública brasileira começou a ser estruturada 2 . Um dos aspectos que tangem a saúde pública é a imunização, sendo uma das medidas que mais contribui para a prevenção e erradicação de doenças infecciosas, reduzindo as taxas de morbidade e mortalidade. A importância da imunização no Brasil foi notada com a erradicação da febre amarela urbana em 1942 3 e da varíola, em 1973 4 . Em 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), foi criado. Posteriormente a criação do PNI, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o certificado de interrupção da transmissão dos vírus selvagens da poliomielite (paralisia

CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

Artigo Completo

XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde27 a 30 de novembro - Goiânia - Brasil

989www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

Pamela Muratt1, Raphael Simões Alves2, Welisson Wilson Oliveira3, Luis Fernando de Almeida4

1,2,3,4 Departamento de Informática/Universidade de Taubaté, Taubaté, Brasil

Resumo: Apesar do constante crescimento do uso da tecnologia nas diversas áreas, ainda existem processos não infor-matizados, dependendo exclusivamente do uso da caneta e do papel, exemplo disso é a carteira de vacinação no Brasil. Em vários postos de saúde, os processos de registro da vacinação, desde o registro de quantas vacinas chegaram ao posto até o controle de quantas vacinas foram aplicadas diária e mensalmente são realizados através de fichas preenchidas manualmente pelos colaboradores destes postos. Esses procedimentos geram: inconsistência e perda de informações, difícil acesso a informações, dentre outros. Este artigo propõe um protótipo de carteira de vacinação virtual com o obje-tivo de propiciar o acesso ágil às informações registradas, armazenar informações de forma centralizada e organizada, permitindo a consistência e integridade de dados. Para isso, utiliza-se um cartão inteligente combinado a um ambiente web proporcionando acesso imediato e integral ao registro do histórico de vacinação de todo cidadão.

Palavras-chave: Vacinas. Cartões Inteligentes de Saúde. Interface Usuário-Computador. Sistemas de Informação em Saúde.

Abstract: Despite the steady growth in the use of technology in different areas, there are still not computerized pro-cedures, depending exclusively the use of pen and paper, example is the vaccination card in Brazil. In several health centers, all of vaccination registration processes, since the registration of all vaccines reached the post until track of how many vaccines were applied daily and monthly are performed through bookmarks manually filled by employees of these stations. These procedures create: inconsistency and loss of information, difficult access to information, among others. This paper purposes a prototype a virtual vaccination card in order to provide an agile access to recorded in-formation, store information in a centralized and organized manner, allowing consistency and data integrity. For this, we use a combined smart card to web environment providing immediate and full access to the record of the vaccination history of all citizens.

Keywords: Vaccines. Health Smart Cards. User-Computer Interface. Information Systems in Health.

Introdução

A busca para a solução dos problemas da saúde pública no Brasil é constantemente discutida, principalmente, em relação à otimização no atendimento, acompanhamento do paciente e acesso a informações desses pacientes1. A saúde pública no Brasil teve seu início em 1808, porém, foi com a criação do Ministério da Saúde, em 25 de julho de 1953, que a saúde pública brasileira começou a ser estruturada2.

Um dos aspectos que tangem a saúde pública é a imunização, sendo uma das medidas que mais contribui para a prevenção e erradicação de doenças infecciosas, reduzindo as taxas de morbidade e mortalidade. A importância da imunização no Brasil foi notada com a erradicação da febre amarela urbana em 19423 e da varíola, em 19734. Em 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), foi criado. Posteriormente a criação do PNI, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o certificado de interrupção da transmissão dos vírus selvagens da poliomielite (paralisia

Page 2: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

Carteira de Vacinação Virtual

990 www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

infantil) em 1994, confirmando a conclusão da comissão nacional que havia anteriormente declarado o país livre desse vírus5.

Em 1988, o Sistema Unificado de Saúde (SUS) foi criado com o intuito de atender toda a população brasileira garantindo o acesso gratuito, integral e universal. O SUS é um dos maiores sistemas públi-cos do mundo6. O acesso às vacinas obrigatórias para prevenção das doenças citadas anteriormente foi garantido a toda população de forma gratuita.

Após o nascimento, toda criança recebe a caderneta de vacinação (documento pessoal e intrans-ferível que comprova a situação vacinal do indivíduo, onde constam os dados pessoais, tais como: nome completo, data de nascimento e endereço, a as informações do imunobiológico administrado (vacina): nome da vacina, número do lote da vacina, laboratório produtor, unidade de saúde onde a vacina foi administrada e o nome do vacinador responsável pela execução do procedimento), emiti-da, pelas unidades de saúde públicas e privadas devidamente cadastradas no âmbito do SUS, sendo responsabilidade destas unidades a atualização da mesma, conforme o Calendário Nacional de Vaci-nação, elaborado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que consiste no conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário a saúde pública brasileira7. Um importante aspecto para a eficácia da vacinação é o respeito ao período proposto pelo Calendário de Vacinação. Um estudo no munícipio de Cachoeirinha (RS) revelou que 23,3% da população estavam com alguma vacina em atraso, desta-cando a falta de controle das cadernetas de vacinação8.

A maioria das cadernetas de vacinação é confeccionada em papel, assim como todos os processos de registros nas unidades de saúde, ocasionando problemas, tais como: dificuldades no acesso, perda, ilegibilidade, fragilidade da informação, bem como do meio físico utilizado. Isso gera uma redundân-cia de informações e, em alguns casos, perda da caderneta de vacinação.

Como forma de amenizar o atraso vacinal e facilitar o gerenciamento das cadernetas de vacinação pelos pacientes, o Ministério da Saúde disponibilizou um aplicativo para os usuários de smartphones e tablets, no qual os próprios usuários controlam suas vacinas, a ferramenta possui uma função de lembrete que envia uma mensagem avisando qual será a data da próxima vacinação9. Contudo, as uni-dades de saúde não dispõem de um sistema informatizado para gerenciar/armazenar as informações da população, impossibilitando assim o acesso a registros pelo posto de saúde. Quantidade de vacinas recebidas e os agendamentos futuros são apenas dois exemplos de informações que o sistema poderia contemplar e já seriam de grande importância no processo de controle da informação.

É frente a esse cenário, que a proposta para o desenvolvimento de um Sistema de Controle de Vacinação (CONVAC), foi elaborada. A motivação para o presente projeto foi a necessidade de auto-matizar os procedimentos de registros de informação do processo de vacinação dos centros de saúde, onde, atualmente, a maioria dos registros é realizada manualmente, ocasionando: perda de informa-ções e inconsistência de dados, dada a fragilidade do meio de registro, o papel. Portanto, este artigo apresenta o protótipo de um sistema cuja proposta está na informatização destes procedimentos em um sistema que será acessado via web, onde as informações são armazenadas numa base de dados, permitindo a consistência de informações, além da disponibilidade da carteira de vacinação para o paciente, por meio de uma API, acessada via web, e de um cartão inteligente.

Espera-se com a proposta, oferecer uma contribuição efetiva no controle das vacinas de todo cida-dão. O protótipo proposto consiste nas seguintes funcionalidades:

• Tornar o processo, realizado manualmente, na maioria dos centros de saúde da cidade em um processo digital, facilitando o acesso às informações cadastrais, unificando e disponibilizando os dados por meio de um sistema online.

• Disponibilizar as informações da carteira de vacinação via web substituindo a carteira impres-sa em papel cartão.

• Proporcionar aos Centros de Saúde Pública, mecanismos de alerta que avisem/sinalizem a ne-cessidade de vacinação de cada paciente, propiciando uma melhor gestão dos recursos públicos destinados à saúde.

Page 3: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde – CBIS 2016

991www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

• Prover aos centros de saúde um controle efetivo e preciso de vacinas em estoque, datas de validade, cuidados especiais de acondicionamento e demais informações relacionadas a cada tipo de vacina.

• Gerar relatórios de vacinas tomadas e agendadas para acesso individualizado do paciente por meio da carteira virtual de vacinação.

Métodos

No que diz respeito ao entendimento da sistemática sobre o funcionamento do fluxo de informa-ções relacionado à carteira de vacinação utilizou-se como estudo de caso um posto de saúde da cidade de Taubaté. Nesse posto, por meio de seus colaboradores, foi possível mapear todo o “ciclo de vida” de uma carteira de vacinação bem como detectar as dificuldades existentes.

No âmbito do desenvolvimento do protótipo, foram adotadas duas metodologias ágeis, indicada para equipes menores, com conceitos similares, porém com focos diferentes e que se complementam: SCRUM e Extreme Programming (XP). A primeira é utilizada para atingir uma visão gerencial de um projeto de software, e a segunda visa práticas do desenvolvimento do software em si. O SCRUM (nome derivado de uma atividade do rugby) “é um modelo ágil de processo que foi desenvolvido por Jeff Sutherland e por sua equipe no início da década de 1990”10. Trata-se de uma metodologia ágil utilizada para a gestão e o planejamento de projetos de software, adequada para equipes pequenas e projetos que exigem constantes mudanças11. O Extreme Programming (XP) nasceu no fim da década de 90, nos Estados Unidos. O XP é uma metodologia de desenvolvimento de software ágil focado em12: projetos cujos requisitos são vagos e mudam com frequência; desenvolvimento de sistemas orientados a objeto; equipes pequenas, preferencialmente até 12 desenvolvedores; desenvolvimento incremental (ou iterativo), onde o sistema começa a ser implementado logo no início do projeto e vai ganhando novas funcionalidades ao longo do tempo.

As ferramentas utilizadas para o desenvolvimento deste projeto foram escolhidas levando-se em conta as seguintes características: segurança, robustez, gratuidade e multiplataforma. Nessa linha de pensamento o desenvolvimento utilizou as seguintes ferramentas, dentre outras:

• PostgreSQL: trata-se de um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) robusto objeto--relacional de código aberto, distribuído sob uma licença semelhante a BSD e MIT, que permite aos usuários realizem as mudanças que desejarem no código-fonte, porém sem a possibilidade de responsabilizar legalmente uma entidade ou pessoa por problemas no software. A licença sob a qual o PostgreSQL é distribuído deve estar presente em todas as cópias do software13.

• Java: é uma linguagem orientada a objetos, que há alguns anos recebe atenção de vários desen-volvedores do mundo todo, presente na lista das linguagens de programação mais utilizadas do mundo. O Java é uma linguagem adotada para atender muitas organizações, pela sua versatili-dade e compatibilidade com diversos sistemas operacionais e dispositivos móveis14.

• Eclipse Luna: é uma plataforma de desenvolvimento de software livre extensível, também co-nhecido como um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE), baseado em Java. Sendo uma estrutura e um conjunto de serviços para desenvolvimento de aplicativos15.

• Apache Tomcat: é uma tecnologia capaz de gerar páginas dinâmicas com Java – de código aberto, desenvolvido em linguagem de programação Java, pela Fundação Apache, distribuído sob a licença Apache License Version 2.0.

• Hibernate: é um framework que tem como função diminuir a complexidade dos aplicativos Java, que são baseados em orientação a objetos, que trabalham com banco de dados relacional, presente na maioria dos SGBDs.

• HyperText Markup Language (HTML): é utilizada para criação de páginas web. Os documen-tos HTML são interpretados pelos navegadores, que posteriormente criam uma página web

Page 4: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

Carteira de Vacinação Virtual

992 www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

com elementos visuais e/ ou auditivos associados. Em uma página web podem ser encontrados vários elementos multimídia, desde imagens a animações.

• Cascading Style Sheets (CSS): é uma linguagem, que possibilita vários efeitos visuais, usada para a apresentação e formatação de documentos HTML16. O CSS é uma tecnologia que per-mite a criação de páginas web de maneira dinâmica com estilo artístico nas composições de margens, letras, fundos, cores, entre outros componentes de uma página. O objetivo da utiliza-ção do CSS é a padronização, que viabiliza a rapidez de uma futura manutenção.

• JavaScript: é uma linguagem interpretada, ou seja, não é necessário compilar o código para que este seja executado. É utilizada para o desenvolvimento de aplicações web que executam do lado do cliente, ou seja, no próprio navegador do usuário.

Um aspecto importante no desenvolvimento de um software está relacionado à definição dos seus requisitos funcionais e não-funcionais. Os requisitos funcionais são declarações das funções que o sistema deve oferecer, além de especificar como o sistema deve reagir a específicas entradas de infor-mação e como deve se portar em determinadas situações e os requisitos não-funcionais são restrições dos serviços oferecidos pelo sistema17. A Tabela 1 apresenta os requisitos funcionais e não-funcionais para o protótipo desenvolvido..

Tabela 1: Requisito funcionais e não-funcionais.

Requisitos funcionais Requisitos não-funcionais

Cadastro de pacientes, postos de saúde, funcionários, lotes de vacinas, vacinas.Criação da carteira de vacinação e no cartão inteli-gente.Segurança de dados (por autenticação e restrição de acesso para pacientes e funcionários).Agendamento de vacinas.

1) Para a máquina cliente:É recomendado que a execução da aplicação seja realizada através do navegador Google Chrome.Leitora smart card.Smart card do modelo IDealCitiz S3 1.6.A máquina deve estar conectada à rede para execução da aplicação;JRE 8 update 6.0 para a aplicação smart card.Máquina que seja capaz de executar o JAVA EE.2) Para o servidor:Servidor que possua suporte a instalação da JVM (Java Virtual Machine), a partir da versão 1.8.Banco de Dados PostgreSQL, na versão 9.4.Hospedagem para a aplicação.O servidor deve estar conectado à rede para servir a aplicação, permitindo o acesso à Web Service.JRE 8 update 6.0 para a aplicação smart card.Servidor que seja capaz de executar o JAVA EE.Apache Tomcat, na versão 8.

Resultados e Discussão

O projeto proposto, denominado Sistema de Controle de Vacinação (CONVAC), abrange um siste-ma web, desenvolvido em JAVA EE, para o controle dos principais dados no processo de vacinação. Em conjunto com o sistema web, há uma API Java, capaz de disponibilizar a carteira de vacinação do paciente, via web, uma aplicação desktop, capaz de emitir e ler as informações de vacinação ar-mazenadas em um cartão inteligente e a representação cartográfica de postos de saúde e moradores. Portanto, o sistema é dividido nos seguintes módulos:

• Módulo “Web”: Cadastros e Consultas Gerais (Pacientes, Funcionários, Lotes de Vacinação, Níveis de Acesso, Vacinas e Postos de Saúde).

Page 5: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde – CBIS 2016

993www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

• Módulo “Carteira de Vacinação Virtual”: consiste em API Java, com as principais informações de vacinação do paciente, para acesso externo, via web.

• Módulo “Cartão inteligente com a Carteira de Vacinação”: aplicação desktop para emissão e leitura dos principais dados de vacinação armazenados no cartão.

• Módulo “Representação Cartográfica de Postos e Moradores”: possibilita a representação car-tográfica da localização dos moradores e dos postos de saúde da cidade na qual o cidadão se encontra.

Módulo “Web” – Esse módulo do sistema é destinado aos centros de saúde, no qual terão acesso: ao cadastramento de novas informações, consultas das informações armazenadas e atualização de dados, em suma, através deste módulo o centro de saúde poderá manipular as informações registradas das vacinas e dos pacientes, como:

• Gestão de Vacinas: permite o cadastro e consulta das vacinas que chegam ao posto de saúde, são solicitadas as seguintes informações: nome da vacina e a importância da vacina, os campos com (*) são de preenchimento obrigatório.

• Gestão de Postos: permite o cadastro e consulta das informações referentes ao posto de saúde, como seu código, endereço, unidade e telefones.

• Gestão de Lotes: Cadastro de Lotes: permite o cadastro e consulta das informações referentes aos lotes de vacinação que chegam até o centro de saúde.

• Gestão de Usuários: permite o cadastro e consulta das informações do funcionário do posto de saúde. Neste cadastro, são definidos: o nível de acesso do usuário e a senha para acesso ao sistema, além da vinculação deste funcionário com um determinado posto de saúde.

• Gestão de Pacientes: permite o cadastro e consulta das informações dos pacientes, como nome, data de nascimento, e-mail, senha de acesso a carteira virtual de vacinação, bem como telefo-nes, endereço, RG e CPF.

A Figura 1 ilustra uma interface gráfica desse módulo, no caso referente ao cadastro de Posto de Saúde.

Figura 1: Janela para cadastro de posto de saúde.

Além dos cadastros e consultas, é nesse módulo que a atualização da carteira de vacinação é realizada. Ao selecionar um paciente, sua carteira de vacinação é apresentada, sendo que as vacinas

Page 6: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

Carteira de Vacinação Virtual

994 www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

destacadas em verde foram tomadas, as vacinas destacadas em amarelo estão agendadas e as vacinas destacadas em vermelho apresentam atraso, conforme a Figura 2.

Figura 2: Carteira de vacinação – Sistema Interno.

Para alterar o status de uma vacina agendada para uma vacina tomada, é necessário clicar na vaci-na destacada em amarelo e preencher os dados apresentados. Além disso, é possível agendar uma pró-xima vacina, sendo, para isso, necessário clicar no ícone de adição e preencher os dados apresentados.

Módulo “Carteira de Vacinação Virtual” – Esse módulo do sistema é destinado ao paciente, no qual ele terá acesso, via web, a sua carteira de vacinação. A carteira de vacinação pode ser acessada por meio de qualquer navegador, preferencialmente o Google Chrome. Nesse módulo, o paciente fará a autenticação através de login e senha e encontrará seus dados pessoais (nome, Cadastro de Pessoa Física (CPF) e data de nascimento) e os dados vacinais cadastrados pelo centro de saúde. As informa-ções que serão visualizadas pelo paciente, via web, são similares as que são encontradas, atualmente, na carteira de vacinação impressa.

A carteira de vacinação virtual permite apenas a visualização para o paciente, pois como esclareci-do anteriormente, de acordo com o Ministério da Saúde, a responsabilidade da atualização da carteira de vacinação é da unidade de saúde que realiza a aplicação da vacina. A Figura 3 ilustra a interface referente à sua carteira de vacinação virtual.

Page 7: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde – CBIS 2016

995www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

Figura 3: Carteira Virtual de Vacinação – Vacinas Tomadas.

Na Figura 3, é simulada a carteira de vacinação virtual de um cidadão destacando uma vacina em atraso (faixa em vermelho). O cidadão também tem acesso aos agendamentos efetivados pelo posto de saúde para as próximas doses das vacinas.

Módulo “Cartão inteligente com a Carteira de Vacinação” – Esse módulo é destinado aos centros de saúde, no qual terão a possibilidade de realizar a leitura e gravação das informações re-gistradas no cartão inteligente. O módulo é um complemento da carteira virtual de vacinação, por-tanto cada paciente receberá um smart card IDealCitiz S3 1.6, com memória total de 80kb, único e intransferível, com as informações vacinais de maior relevância. É necessário destacar que o módulo em questão é uma aplicação desktop disponível apenas para os centros de saúde, pois esses possuem a responsabilidade da atualização de informações vacinais dos pacientes.

A aplicação possui três telas: a de autenticação do usuário (Login e senha), o cadastro do paciente e a de leitura e gravação de informações. A Figura 4 ilustra a interface gráfica para a gravação das informações no cartão inteligente.

Page 8: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

Carteira de Vacinação Virtual

996 www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

Figura 4: Tela de Leitura e Gravação de dados – Aplicação Smart Card.

A atualização das informações vacinais do paciente é realizada através da sincronização da apli-cação smart card com o banco de dados.

Módulo “Representação Cartográfica de Postos e Moradores” – Esse módulo do sistema é des-tinado aos órgãos gerenciadores para auxilio na tomada de decisão. O módulo objetiva disponibilizar, através de uma representação cartográfica (representação por mapas), os locais onde estão localizados os postos de saúde e os pacientes de cada posto. Para acessar ao módulo, o funcionário deverá realizar a autenticação através de login e senha.

Ao acessar o sistema, o usuário tem a possibilidade de mapear os moradores, os postos de saúde, separadamente e por último conjuntamente. A Figura 5 ilustra um exemplo de mapa com a localiza-ção de postos de saúde e moradores, no caso para a cidade de Taubaté, objeto de estudo para a imple-mentação do protótipo.

Page 9: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde – CBIS 2016

997www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

Figura 5: Mapa da Localização dos Postos de Saúde e dos Moradores.

Conclusão

Este artigo propiciou a compreensão dos benefícios da informatização dos processos de vacinação na rotina de um centro de saúde, como: o acesso ágil na busca e no fornecimento de informações, consistência e disponibilidade dos dados armazenados, que previnem a redundância e perda de infor-mações fundamentais para o paciente e para o posto de saúde.

Nota-se que a carteira de vacinação virtual para o paciente é um novo meio de possuir suas in-formações vacinais sem a necessidade da carteira de vacinação impressa, podendo ser acessada de qualquer dispositivo que possua acesso à internet, independentemente da localização territorial do paciente e o cartão inteligente é um complemento da carteira virtual, contendo os dados vacinais do paciente que possuem maior relevância.

Com todas as funcionalidades que o sistema engloba há vantagens em sua adoção, tanto para o centro de saúde, quanto para o próprio paciente. Para o centro de saúde, outra vantagem, é custo do sistema em si, pois todas as ferramentas utilizadas para o desenvolvimento são gratuitas, dispensando a necessidade de licenças. E para o paciente, o sistema fornece a comodidade do acesso fácil suas informações vacinais, sem custo.

Futuramente, novas funcionalidades podem ser agregadas ao Sistema de Controle de Vacinação (CONVAC), como, por exemplo, a emissão de relatórios de vacinas aplicadas por região ou posto de saúde, o controle de estoque das vacinas que chegam ao centro de saúde como relatórios de estoque informando quais vacinas precisam ser solicitados e até mesmo a integração de dados do Sistema Unificado de Saúde (SUS) com o CONVAC, elevando a abrangência do sistema para âmbito nacional.

Para maior segurança da informação fornecida pelo Sistema de Controle de Vacinação (CON-VAC), a funcionalidade do certificado digital pode ser agregada aos relatórios do sistema, validando a informação emitida.

Além das funcionalidades que podem ser agregadas que beneficiam o usuário do posto de saúde, para os órgãos gerenciadores destes centros podem ser adicionadas outras funcionalidades que for-necem a visão gerencial do estado vacinal, como: gráficos gerenciais com percentuais de pacientes

Page 10: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

Carteira de Vacinação Virtual

998 www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

vacinados em relação ao total da população cadastrada no sistema, por bairro, microrregião e ma-crorregião, além do controle de evasões por faixa etária, vacinas com maior e/ou menor adesão pela população e a abrangência das campanhas efetuadas pelo município.

Referências

[1] Fazenda AL, Almeida LF, Evangelista LE, Motta LFG. Modelo de cartão-saúde baseado em tecnologia smart card. XII Congresso Brasileiro de Informática e Saúde – CBIS. 2010. Porto de Galinhas/PE.

[2] Ministério da Saúde. Do sanitarismo à municipalização. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/historico>. Acesso em: 07 abr. 2015.

[3] Costa ZGA, Elkhoury ANM, Romano APM, Flannery B. Evolução histórica da vigilância epidemiológica e do controle da febre amarela no Brasil. Revista Pan-Amaz Saude, 2011. 2(1). Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232011000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 abr. 2015.

[4] Gazêta AAB, Carvalho DM, Tura LFR, Gaze R. A campanha de erradicação da varíola no Brasil e a instituição do sistema nacional de vigilância epidemiológica. Caderno de Saúde Coletiva. 2005. 13(2): 323-338.

[5] Schatzmayr HG, Filippis AMB, Friedrich F, Leal MLF. Erradicação da poliomielite no Brasil: a contribuição da Fundação Oswaldo Cruz. História, Ciência, Saúde-Manguinhos. 2002. 9(1):11-24. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702002000100002> Acesso em: 08 abr. 2015.

[6] Ministério da Saúde. Entenda o SUS. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/entenda-o-sus>. Acesso em: 07 abr. 2015.

[7] SBIM. Calendários de vacinação SBIM. Sociedade Brasileira de Imunização. Disponível em: <http://www.sbim.org.br/vacinacao/>. Acesso em: 19 mar. 2015 às 17h48.

[8] Severino KR. Sistema informatizado de vacinação. 2011. 82 p. Trabalho de Graduação Interdisciplinar (Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas) - Departamento de Informática, Taubaté.

[9] Portal Brasil. Aplicativo disponibiliza caderneta e calendário completo de vacinas. 2013. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2013/11/aplicativo-disponibiliza-caderneta-e-calendario-completo-de-vacinas >. Acesso em: 19 mar. 2015.

[10] Pressman RS. Engenharia de software. 6. ed. São Paulo: McGraw-Hill; 2006.[11] Barros PVA, Almeida IR, D’Emery RA. SCRUM: uma metodologia ágil para projetos Web com

pequenas equipes. XI Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, VI Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, 2009. Disponível em: <www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/r1106-3.pdf> Acesso em: 26 mai. 2015.

[12] Teles VM. Extreme Programming: aprenda como encantar seus usuários desenvolvendo software com agilidade e alta qualidade. 1. ed., São Paulo: Novatec; 2004.

[13] Postgresql. What is PostgreSQL? How is it pronounced? Disponível em: <https://wiki.postgresql.org/wiki/FAQ#What_is_PostgreSQL.3F_How_is_it_pronounced.3F_What_is_Postgres.3F > Acesso em: 01 jun. 2015.

[14] Deitel PJ, Deitel HM. Java: how to program. 9th ed., New Jersey, Prentice Hall, 2012.[15] Aniszczyk C, Gallardo D. Introdução à plataforma Eclipse, 2012. Disponível em: <http://www.

ibm.com/developerworks/br/library/os-eclipse-platform/>. Acesso em: 02 jul. 2015.[16] Serra, RJM. Interfaces tácteis baseadas em HTML5/CSS3/JavaScript. 2011. 28 f. Dissertação

(Mestrado) - Curso de Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal.

Page 11: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde – CBIS 2016

999www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis

[17] Sommerville I. Engenharia de software. São Paulo: Pearson Education do Brasil; 2003.

Contato

Prof. Dr. Luis Fernando de AlmeidaProfessor Assistente III, Departamento de Informática, Universidade de TaubatéAvenida Marechal, 605, cep: 12080-000, Taubaté, São Paulo, Brasilfone: 3629-5982e-mail:[email protected]

Page 12: CARTEIRA DE VACINAÇÃO VIRTUAL

Carteira de Vacinação Virtual

1000 www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis