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CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO

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CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO

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EXPEDIENTE

Prefeita de FortalezaLuizianne de Oliveira Lins

Secretária Municipal de EducaçãoAna Maria de Carvalho Fontenele

Comissão Provisória deImplementação do Fórum Municipal dos Conselhos Escolares de FortalezaAna Aline Santos da Silva Cefisa Maria Sabino Aguiar Iracilda de Souza Duarte Magda Maria Pereira dos Santos Maria Virgínia Eloy Guimarães Rosa Maria da Silva Lucas Sônia Régia Pinheiro de Moura.

Edição e RevisãoAssessoria de Comunicação da SME

Edição de arteNorton Falcão

IlustraçãoRafael Limaverde

Tiragem3.000

ImpressãoMarcograf

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Conselhos Escolares em Movimento

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Caros (as) Conselheiros (as) Escolares,

Uma escola democrática implica no fortalecimento do exercício da Cidadania. Entre os mecanismos de participação presentes no interior da escola encontra-se o Conselho Escolar enquanto organismo colegia-do, campo pedagógico de aprendizado das noções de direitos e deveres; base da compreensão e desenvol-vimento do conceito de cidadão consciente.

É fator determinante para uma efetiva atuação do Conselho Escolar que este seja participativo e trans-parente em suas ações e procedimentos, alertando cada conselheiro para sua real função e o exercício desta de maneira responsável.

Não basta a simples junção de pessoas para se dizer que existe um Conselho Escolar. Ele cria vida e movimento quando existe um processo sistêmico e orgânico, favorecendo o desenvolvimento integral da comunidade escolar. Dessa forma, a escola demo-crática, autônoma e inclusiva que queremos depende muito da participação integral de seus membros.

A Secretaria Municipal de Educação e o Fórum Mu-nicipal de Conselhos Escolares de Fortaleza com a fi-nalidade de formar Conselhos Escolares atuantes, com cidadãos críticos e conscientes que contribuam para o fortalecimento da autonomia da escola, apresentam nesta Cartilha orientações e reflexões necessárias à organização e funcionamento desses conselhos nas escolas da rede municipal de ensino.

Ana Maria de Carvalho FonteneleSecretária Municipal de Educação

APRESENTAÇÃO

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Introdução......................................................................101. Fórum Municipal dos Conselhos Escolares de Fortale-za: Conselhos Escolares em Movimento....................122. O processo de autonomia da escola.......................163. A gestão democrática é um processo de aprendizado coletivo...........................................................................204. O que é o Conselho Escolar?...................................265. Por que ter o Conselho Escolar?.............................286. Funções do Conselho Escolar.................................307. Dinâmica de funcionamento do Conselho Escolar...........................................................348. Conselho Escolar e o acompanhamento da prática pedagógica.....................................................................389. A democratização da Gestão Financeira Escolar...4210. Algumas questões para reflexões..........................48Referrências...................................................................50

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A gestão democrática implica a efetivação de novos processos de organização e gestão basea-dos em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão.

Nesse sentido, quando se pensa em gestão democrática na escola, a participação constitui uma das bandeiras fundamentais a serem imple-mentadas pelos diferentes atores que constroem o cotidiano escolar.

Para que a participação seja realidade, são ne-cessários meios e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente autoritários, de distribuição do poder no seu interior. Dentre os meios e as condições fa-voráveis à participação, destaca-se a qualificação dos conselheiros escolares para que entendam a participação como um processo a ser construído coletivamente e o implemente na escola.

Esta Cartilha que você tem em mãos foi elabo-rada pela Comissão Provisória de Implementação do Fórum Municipal dos Conselhos Escolares de Fortaleza a partir de demandas desses conselhos da rede municipal de ensino que suscitaram algu-mas reflexões e orientações para o fortalecimento da atuação dos conselheiros no âmbito da escola e da cidade.

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Assim, a Cartilha Conselho Escolar em Movi-mento é um instrumento fundamental para o de-sempenho das funções de conselheiro escolar. Inicialmente é apresentado o Fórum Municipal dos Conselhos Escolares de Fortaleza, ambiente integrador dos Conselhos Escolares da rede mu-nicipal de ensino e interlocutor do diálogo entre a sociedade e a Secretaria Municipal de Educação. Após reflexões sobre o processo de autonomia da escola e os fundamentos da gestão democrática escolar, é conceituado o Conselho Escolar e apre-sentada a sua dinâmica de funcionamento, para posteriormente serem sugeridas possibilidades de atuação na gestão pedagógica e na gestão fi-nanceira da escola. No final da Cartilha há ques-tões para reflexões coletivas que convêm serem sistematizadas e encaminhadas à Secretaria Exe-cutiva Regional.

Nós o convidamos a enriquecer esta cartilha e a socializar suas práticas como conselheiro esco-lar no Fórum Municipal dos Conselhos Escolares de Fortaleza..

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FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES DE FORTALEZA: CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO1

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O fato dos Conselhos Escolares se reunirem em um Fórum de Conselhos Escolares para refletir sobre a democratização da

escola e da sociedade representa um exercício de cidadania emancipadora e evidencia uma inova-ção no contexto educacional e social brasileiro.

Anteriormente, falar em Conselho Escolar era reportar a uma escola cuidando unicamente dos interesses dela. Com a criação do Fórum, como um canal que articula o conjunto de conselheiros de uma rede de ensino, articula-se um movimento em que o Conselho não existe isolado, mas em rede. Assim, esse órgão ganha uma nova dimen-são, transcendendo os limites de uma escola e atuando na construção de políticas educacionais para a cidade.

Dessa forma, o Fórum de Conselhos Escola-res é uma política de gestão educacional em rede. Trata-se de um conhecimento elaborado a partir da necessidade de articulação dos Conselhos Es-colares da rede municipal de ensino em um am-biente que os permitisse compartilhar experiên-

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cias, evidenciando necessidades e soluções para melhoria do processo de ensino e processo de aprendizado nas escolas.

A constituição do Fórum deu-se a partir da ne-cessidade sentida pelos Conselhos Escolares de construir um diálogo e uma solidariedade entre si. Nesta perspectiva, o Fórum constitui-se em um es-paço democrático, que discute, propõe, acompanha e avalia as políticas públicas, no âmbito do Sistema Educacional, e propicia aos Conselhos Escolares condições para atuação junto à gestão escolar, vi-sando à qualidade educacional desejada.

O Fórum de Conselhos Escolares tem sua estrutu-ra direcionada para a construção coletiva com a parti-cipação de todos os segmentos do Conselho Escolar e da comunidade num processo que prima pelos pro-cedimentos básicos de diálogo e comunicação.

Cada Secretaria Executiva Regional possui uma Comissão do Fórum que trabalha integra-da com as demais Comissões Regionais e atua, também, no sentido de assessorar e fortalecer os Conselhos Escolares.

A sintonia entre a necessidade da comunida-de escolar de fortalecer a gestão democrática in-tegrando os Conselhos Escolares e as diretrizes governamentais vêm produzindo ganhos qualitati-vos para as escolas, por meio de um canal direto de comunicação com a Secretaria Municipal de Educação e para o governo na medida em que a implementação de suas políticas encontra em dispositivos como o Fórum a legitimidade política necessária a um governo democrático.

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PARTICIPE ATIVAMENTE DO FÓRUM MUNICIPAL DOS CONSELHOS ESCOLARES.

“JUNTOS FAZEMOS A DIFERENÇA!”

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2O PROCESSO DE AUTONOMIA DA ESCOLA2

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Ao falar de autonomia escolar, pode-se levar ao erro de acreditar que a escola pode re-solver seus próprios problemas sem preci-

sar de ninguém. Isso não é verdade. Se fosse, ela não precisaria do governo, nem da comunidade para realizar o seu trabalho. Da mesma forma, a autonomia não está limitada apenas à questão fi-nanceira dos recursos que a unidade de ensino recebe.

A escola é dependente de um órgão central, representado pela Secretaria Municipal de Edu-cação, e outro local que é a própria comunidade. Logo, é entre estes dois elementos que a escola deverá tornar-se autônoma por meio da capacida-de de tomar decisões compartilhadas e compro-metidas para a resolução dos problemas de ma-neira rápida, no momento certo, respondendo às necessidades locais.

Alguns erros comuns são observados em uni-dades escolares quando a matéria é a autonomia escolar. Vamos ver:

• É comum alguns diretores de escola acharem

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que a autonomia é apenas financeira. Não é. Pois a Escola deve fazer um planejamento coletivo para a execução das verbas que recebe e prestar contas aos órgãos superiores e a comunidade em geral;

• Algumas pessoas acham que autonomia é a capacidade de agir independentemente do siste-ma. Também é outro engano. A escola faz parte de um sistema maior, portanto, devem ser respei-tadas as determinações, a hierarquia e a autorida-de dos órgãos superiores.

Para que a prática da autonomia escolar seja exercida plenamente, alguns elementos combina-dos são necessários:

• A existência de estrutura de gestão colegiada, que garante a gestão compartilhada;

• Processo democrático de escolha de diretores; • E a ação em torno de um projeto político-

pedagógico; Vale ressaltar que a autonomia da escola não

se constrói com normas e regulamentos, mas com princípios e estratégias, amplamente discu-tidos com todos que fazem a escola, aplicados às circunstâncias do momento em que os fatos acontecem e sempre valorizando a criatividade, a iniciativa na resolução dos problemas. Vamos observar algumas características que ajudam na construção da autonomia na escola:

• A autonomia é um processo de construção:Ela é construída no dia-a-dia, com a participa-

ção de todos e com a superação das barreiras na-turais que aparecem.

• A autonomia expande o processo decisório: A decisão não está concentrada apenas nas

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mãos de uma única pessoa, mas de todos os gru-pos que fazem a escola, dentro ou fora dela.

• A autonomia é um processo de interdepen-dência:

Deve existir um entendimento amplo entre to-dos que fazem a escola, bem como a colaboração mútua. Deve-se também equilibrar os diferentes interesses envolvidos.

• A autonomia é responsabilidade e transpa-rência:

Deve-se assumir responsabilidades, responder pelas ações, prestar contas dos atos.

• A autonomia implica gestão democrática: A autonomia é um processo coletivo e participa-

tivo. As tomadas de decisões devem ser comparti-lhadas e o comprometimento deve envolver todos.

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32A GESTÃO DEMOCRÁTICA É UM PROCESSO DE APRENDIZADO COLETIVO.3

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A democratização da gestão da esco-la implica o aprendizado e a vivência do exercício de participação e tomadas de de-

cisões. Trata-se de um processo a ser construído coletivamente e que deve considerar a especifici-dade as condições sócio-históricas de cada esco-la e município.

O processo de participação não se efetiva por decreto, portarias ou resoluções, mas é, acima de tudo, resultante das concepções de gestão, parti-cipação e de condições objetivas para o trabalho coletivo.

Princípios da gestão democrática:

Descentralização - A administração, as deci-sões, as ações devem ser elaboradas e executa-das de forma não hierarquizada;

Participação - Todos os envolvidos no cotidia-no escolar devem participar da gestão: professo-

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É resultado de um processo eminente-mente pedagógico e coletivo que en-

volve, entre outros, o conhecimento da legislação, a discussão, o engajamento, o acompanhamento ao PPP, a implanta-ção e consolidação de mecanismos de participação, tais como Conselho Esco-

lar e grêmio estudantil.

Gestão Democrática Escolar

É uma possibilidade de gerir uma ins-tituição escolar de forma processual e

de maneira que favoreça a participação, a transparência e a democracia.

É um permanente e cotidiano prazeroso desafio para a escola, sua equipe gesto-

ra e para o Conselho Escolar.

res, estudantes, funcionários, pais ou respon-sáveis, pessoas que participam de projetos na escola, e toda a comunidade do entorno da escola;

Transparência - Qualquer decisão e ação tomada ou implantada na escola tem que ser de conhecimento de todos;

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O processo de gestão democrática é compre-endido pela administração escolar como uma ati-vidade, um meio e reunião de esforços coletivos para a implementação dos fins da Educação. Des-sa forma, ela parte da compreensão e aceitação de que a educação é um processo de emancipa-ção humana, norteado pelo Projeto Político Peda-gógico (PPP) da Escola.

A escola deve ser sensível às demandas e anseios da comunidade. Para isso, deve buscar meios de participação, onde cada segmento possa expressar suas idéias e necessidades, sendo um espaço público de construção da escola. Também cabe à unidade de ensino preparar a comunidade escolar para um modelo de gestão democrática competente e compromissada. Busca-se através da gestão democrática da unidade escolar, alcan-çar três objetivos principais:

· A participação efetiva de todos os grupos sociais que formam a escola tanto internamente como externamente;

· O compromisso de todos esses grupos com o desenvolvimento e o aprimoramento da qualidade do ensino;

· O fortalecimento da escola como um todo.Deste modo, o Fórum Municipal dos Conse-

lhos Escolares de Fortaleza tem como horizonte a consolidação de um Projeto Político Pedagógico que traga esses elementos constitutivos. Como pressuposto, organizando-se por meio de um mo-vimento dialético inserido numa realidade históri-ca concreta, com limites reais, mas podendo, ao mesmo tempo, constituir-se em possibilidade de ação decisiva e avanço na perspectiva da gestão

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democrática da escola.A criação de um ambiente participativo é uma

condição básica que a escola tem que assumir para permitir que as pessoas controlem o próprio trabalho, transformando-as como partes de um processo. Para dar sustentação à gestão demo-crática na escola, seus gestores e o Conselho Es-colar devem promover ações que:

1. Busquem o engajamento familiar e da co-munidade;

2. Garantam espaço de discussão e integra-ção de cada grupo social para encaminhamento de soluções, como, por exemplo, a formação de lideranças através dos grêmios de alunos, funcio-nários, pais e professores, visando o exercício da representatividade;

3. Garantam o processo democrático de esco-lha de diretores por todos os segmentos da comu-nidade escolar, qualificando e assegurando este processo, discutindo e redefinindo suas funções, papéis e relações com as diferentes instâncias do poder e a participação do Conselho Escolar.

4. Articulem a escola com diferentes parceiros para viabilizar suas propostas, valorizando aque-les que fazem parte da comunidade na qual está inserida.

5. Proporcionem um ambiente favorável ao de-senvolvimento da autonomia do cidadão, elimi-nando medidas punitivas e autoritárias, substituin-do por medidas educativas, buscando o respeito e a cidadania e não o medo;

6. Desenvolvam o compartilhamento da auto-ridade;

7. Promovam a delegação de poder;

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8. As responsabilidades sejam assumidas em conjunto;

9. Valorizem o trabalho em equipe;10. E que troquem a hierarquia tradicional por

redes de comunicação aberta a todos.

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O QUE É O CONSELHO ESCOLAR?4

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É um organismo colegiado composto pela re-presentação de estudantes, pais, professo-res, funcionários e comunidade local, tendo

o diretor escolar como membro nato, com respon-sabilidade compartilhada de gestão da escola, ge-rando uma nova forma de administração onde as decisões são integradas e coletivas.

Constitui-se em um lugar de participação; um espaço de discussão, negociação e encaminha-mento das demandas educacionais, possibilitando a participação social e promovendo a gestão de-mocrática. É também uma instância de discussão, acompanhamento e deliberação, na qual se busca construir uma cultura democrática, substituindo a cultura patrimonialista pela cultura participativa e cidadã.

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POR QUE TER O CONSELHO ESCOLAR?5

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• Para criar ambiente articulador da gestão de-mocrática escolar;

• Para favorecer a integração entre a comuni-dade escolar e local em prol do acompanhamento ao desempenho da escola;

• Para ser instância de escuta, reflexão e participação;

• Para desenvolver uma atitude democráti-ca, criando oportunidades para que todos os segmentos possam falar e defender os seus interesses coletivos;

• Para exercer o controle social da educação.

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432FUNÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR6

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O Conselho Escolar mobiliza, opina, decide e acompanha a vida pedagógica, adminis-trativa e financeira da Escola, desempe-

nhando as seguintes funções:

• Função normativa: orienta e disciplina ações e procedimentos do cotidiano escolar, por meio de normas, diretrizes e indicações de possibilidades sobre atitudes e comportamentos da/na comuni-dade escolar;

• Função consultiva: aconselha e emite opini-ões sobre questões, assuntos e problemas relacio-nados à escola. Assessora e encaminha as ques-tões levadas pelos diversos segmentos da escola e apresenta sugestões de soluções, que poderão ou não ser acatadas pela unidade escolar;

• Função deliberativa: examina as situações apresentadas ao Conselho Escolar com vista a uma decisão; aprova proposições, encaminha-mentos e prestação de conta;

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• Função fiscalizadora: acompanha, supervisio-na, monitora e avalia o cumprimento das normas da escola e a qualidade social do cotidiano escolar;

• Função mobilizadora: promove, estimula e articula a participação integrada dos segmentos representativos da escola e da comunidade local.

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432DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DO CONSELHO ESCOLAR7

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A atuação do Conselho Escolar acontece, constantemente, no cotidiano da escola. Assim, a atividade do Conselho dá-se por

meio de reuniões ordinárias periódicas (no míni-mo mensais) e reuniões extraordinárias, sendo estas convocadas pelo presidente ou 1/3 de seus membros. Além disso, deve ser promovida bimes-tralmente uma Assembléia Geral.

O calendário de reuniões ordinárias e Assem-bléias Gerais, construído coletivamente pelos conselheiros, deve ser fixado em locais estratégi-cos da escola para ser visto pelo maior número de pessoas. Isso, porém, não dispensa a convoca-ção por escrito ou presencial a cada conselheiro e às pessoas cuja participação seja considerada im-portante para discussão dos assuntos em pauta.

Para evitar desperdício de tempo e fomentar a transparência e a participação de todos, sugere-se que a pauta seja construída coletivamente. Como estratégia, pode ser utilizado um espaço no mural do Conselho Escolar para colher junto à comuni-dade as sugestões de assuntos que devam cons-

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tar na pauta. Cabe ao Conselho Escolar organizar a prioridade de assuntos e selecionar a pauta, a qual deverá ser fixada no mural e amplamente di-vulgada com a comunidade escolar e local.

Qualquer pessoa pode participar das reuniões do Conselho Escolar para discutir conjuntamente todo e qualquer problema ou assunto relacionado à escola, seja de ordem pedagógica, administra-tiva ou financeira. No entanto, só terão direito a voto os membros eleitos e o membro nato.

Como realizar as reuniões:

• Priorizem o cumprimento do calendário de reuniões e assembléias;

• Organizem as reuniões de modo que elas se-jam, ao mesmo tempo, agradáveis e produtivas para atingir os objetivos;

• Evitem que todos falem ao mesmo tempo;

• Não realizem as reuniões em salas pequenas, mal ventiladas. Todas as pessoas devem se sentir bem acomodadas;

• Mudem de assunto logo que se esgote o pri-meiro;

• Prestem atenção na fala de cada um para evi-tar repetições;

• Expressem as idéias com clareza;

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• Oportunizem a todas as pessoas a expressão de suas idéias e considerações;

• Após as decisões aprovadas, deverão ser de-finidos os responsáveis pelos encaminhamentos;

• Registrem em ata toda a dinâmica da reunião, falas e encaminhamentos. Coloquem uma cópia da ata no mural do Conselho Escolar.

Legislação que dá suporte ao Conselho Escolar:

a) Constituição Federal;b) Legislação do Ensino (LDB N°9.394/96);c) Leio Orgânica do Município;d) Estatuto do Magistério;e) Estatuto da Criança e do Adolescente;f) Estatuto do Idoso;g) Estatuto dos Servidores Públicos do Municí-

pio de Fortaleza;h) Estatuto e Regimento do Conselho Escolar;i) Regimento da Escola.

A participação efetiva da comunidade escolar e local na gestão pedagógica, administrativa e financeira garante e

legitima a gestão democrática da escola e fortalece o Conselho Escolar.

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432CONSELHO ESCOLAR E O ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA8

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A efetiva participação do Conselho Escolar precisa estar ligada, prioritariamente, à es-sência do trabalho escolar. O acompanha-

mento do desenvolvimento da prática educativa, bem como do processo ensino-aprendizagem é a sua principal tarefa.

Assim, o Conselho Escolar deve refletir sobre as dimensões e os aspectos que necessitam ser avaliados na Educação para se construir uma es-cola cidadã e de qualidade.

Que dimensões e aspectos podem ser parâ-metros para esse acompanhamento?

• O contexto social no qual a escola está inserida;• As condições da escola para uma aprendiza-

gem relevante;• Os mecanismos utilizados na gestão demo-

crática da escola;• A atuação dos membros da escola, especial-

mente do professor, no processo educativo;• O desempenho escolar dos estudantes.

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O Conselho Escolar, no desenvolvimento de suas ações, sempre de forma co-responsável, coleta e analisa uma varieda-de de dados e informações sobre o processo educativo esco-lar. Essa análise certamente indicará ações que necessitam ser desenvolvidas e, com isso, estará contribuindo decisivamente para a construção de uma Educação emancipadora para toda a sociedade.

Dessa forma, a função político-pedagógica do Conselho Escolar expressa-se no olhar comprometido que desenvolve durante todo o processo educacional, tendo como foco privile-giado a aprendizagem, qual seja, no planejamento, na imple-mentação e na avaliação das ações da escola.

Alguns desafios apresentam-se durante o processo de acom-panhamento e merecem ser discutidos coletivamente:

• Como lidar com as diferenças que marcam os sujeitos que participam do processo educativo? Como a escola demonstra respeito a essas diferenças?

• Como garantir a unidade da prática social da Educação desenvolvida na escola?

• O que cabe ser avaliado na prática educativa? Quem deve ser avaliado?

• Como a escola vem construindo sua autonomia didática, financeira e administrativa?

• Como vem sendo implementado o Projeto Político Peda-gógico?

• Como socializar os dados e informações que o Conselho Escolar conseguiu obter durante o processo de acompanha-mento da prática educativa?

A partir dessas considerações, podem-se prever duas indi-cações possíveis para o uso dos dados e informações colhidos e das análises desenvolvidas:

a) Propor a manutenção das ações que tenham provocado

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atitudes e respostas positivas;b) Reorganizar e redimensionar as ações que não estão

sendo adequadas, identificando pontos de estrangulamento no processo pedagógico.

Todo esse esforço do Conselho Escolar para conhecer a es-cola na sua totalidade a fim de garantir um processo ensino-aprendizagem que atenda todos os segmentos da comunidade escolar constitui-se em um acompanhamento responsável das atividades da escola, o qual tem na solidariedade e na inclusão seus princípios fundamentais.

Firmar o envolvimento do Conselho Escolar com esse hori-zonte implica avançar nas discussões de propostas que carre-guem em seu núcleo o combate à manipulação e à exclusão, contribuindo para superação de formas antidemocráticas de gestão escolar.

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432A DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO FINANCEIRA ESCOLAR9

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O Conselho Escolar tem relevante papel na execução dos programas que repassam recursos financeiros para a escola. Ele é

o grande articulador para garantir a autonomia da gestão financeira na unidade de ensino e, as-sim, respeitar suas necessidades e contemplar as ações do Projeto Político Pedagógico.

O conjunto de programas, projetos e ações de-senvolvidas pelo Ministério da Educação (MEC), Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) e Fun-do Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) visam não só apoiar a oferta da Educa-ção, mas também a melhoria da qualidade educa-cional das ações desenvolvidas na escola.

Principais programas de repasse de recur-sos financeiros:

· PDDE – Programa de Dinheiro Direto na Es-cola (repasse federal do FNDE);

· PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola (repasse federal do FNDE);

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· PMDE – Programa de Manutenção e Desen-volvimento do Ensino (repasse com orçamento do Tesouro Municipal).

Na gestão dos recursos financeiros, a escola irá trabalhar, orientada da pela Portaria 444, de 13 de setembro de 2002, com 2(duas) categorias econômicas: Custeio e Capital.

Na categoria de custeio, enquadram-se as despesas com:

· Manutenção e conservação (pequenos repa-ros) da escola;

· Aquisição de material de consumo e de limpe-za, necessários ao funcionamento da escola;

· Capacitação e aperfeiçoamento de profissio-nais da educação;

· Avaliação de aprendizagem;· Implantação de projetos pedagógicos;· Desenvolvimento de atividades educativas

diversas.

Na categoria de capital, enquadram-se as des-pesas que, de algum modo, geram ou aumentam o patrimônio público.

Obrigações Sociais:A partir do momento em que o Conselho Escolar

assumiu o caráter também de unidade executora e passou a portar o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), ele adquiriu as obrigações legais de declarar o Imposto de Renda e a RAIS em pra-zos estabelecidos por lei. Caso não efetive essas declarações, serão implicados sérios prejuízos à

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unidade executora (Conselho Escolar), inclusive com penalidades e multas, conforme a legislação em vigor.

Datas:RAIS - janeiro/fevereiroImposto de Renda - maio/junho

Mudanças de Presidente e outros mem-bros:

Todas as vezes que houver mudanças de dire-tor e/ou presidente do Conselho deve ser regulari-zada a transferência de responsabilidade perante o CNPJ. Para isso, é elaborada a ata de posse do novo presidente e/ou diretor e registrá-la em car-tório. A orientação é que a regularização na Re-ceita Federal deve ser efetivada até o prazo de 15 dias a contar da data de registro da ata.

Orientações para a Gestão Financeira dos Recursos Recebidos Diretamente na Escola:

1. Planejamento da execução dos recursos financeiros:

• Reunir os segmentos individualmente;• Elencar necessidades por segmento;• Encaminhar as necessidades para a reunião

do Conselho Escolar;• Reunir o Conselho Escolar; • Considerar as necessidades levantadas pelos

segmentos;• Realizar o levantamento de preços (contato

com os fornecedores: visitas, por e-mail etc.);• Elencar as prioridades de acordo com o PPP;• Elaborar o Plano de Aplicação Financeira – PAF.

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2. Recebimento do Recurso Financeiro:• Atentar para a data do depósito;• Retirar o extrato bancário;• Divulgar o recebimento do recurso finan-

ceiro e o PAF para a comunidade.

3. Execução dos recursos:• Gastar o recurso financeiro de acordo com o PAF;• Preparar planilhas para os três proponentes;• Conferir as certidões dos proponentes;• Emitir planilhas de Verificação do Menor Pre-

ço e Ordem de Compra;• Realizar a compra (menor preço);• Conferir nota fiscal;• Emitir recibo;• Emitir cheque nominal e cruzado com especi-

ficação de nota fiscal e programa, no verso;• Copiar o cheque;• Atestar o recebimento dos bens na escola;• Organizar e colecionar as documentações

para a prestação de contas;• Cumprir rigorosamente o prazo de execução

do recurso;• Colocar o número do convênio em todas as

notas e recibos.

4. Prestação de Conta do recurso financeiro:• Seguir o manual de orientação (SME);• Reunir o Conselho Escolar para analisar a

prestação de contas;• Assinar a Declaração de Regularidade da

prestação de contas;• Divulgar a prestação de contas para a comu-

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nidade (reunião, mural, e-mail, etc);• Divulgar os bens adquiridos pela escola.

Observações: • O Conselho Escolar deve registrar o tomba-

mento dos bens de capital e acompanhar a utiliza-ção dos bens adquiridos;

• As atualizações do Livro Caixa e do Livro de Tombamento devem ser realizadas após a execu-ção do recurso financeiro correspondente;

• Para a organização da documentação admi-nistrativa e financeira é importante arquivar cópia de todos os documentos, correspondência, pla-nos de aplicação, relatório, notas fiscais, recibos, em pastas e guardá-los no armário do Conselho Escolar.

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432ALGUMAS QUESTÕES PARA REFLEXÃO 10

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CONSELHOS ESCOLARES EM MOVIMENTO | 49

1. O que é necessário manter e/ou modificar na escola que você atua para que possa ser forta-lecida a gestão democrática?

2. Quais estratégias podem ser utilizadas para possibilitar a participação da comunidade escolar e local no acompanhamento ao dia-a-dia da escola?

3. Que ações o Conselho Escolar pode de-senvolver no sentido respeitar e garantir as falas dos diversos segmentos?

4. Como implementar/fortalecer o planeja-mento participativo na escola e melhorar a aplica-ção de recursos financeiros?

5. De que forma o Conselho Escolar pode promo-ver a elaboração coletiva e a implementação de um Projeto de Acompanhamento à Aprendizagem?

6. Que diretrizes/proposições/ações/ativida-des podem orientar o processo de elaboração do projeto de fortalecimento do Conselho Escolar no âmbito da escola e da rede municipal de ensino?

A síntese das discussões acima deve ser en-caminhada à Comissão Regional do Fórum Muni-cipal dos Conselhos Escolares de sua Secretaria Executiva Regional.

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REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, João Alves. Curso: Gestão Escolar: Gestão Administrativa.módulo 01.Disponível em: <http://www.fundacaojoseeliastajra.org.br/gestao-administrativa1.asp> Acesso em: 14 ago. 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Cadernos do Programa Nacio-nal de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Brasília: MEC/SEB, 2004. 10v.

PARO, Vitor Henrique. Por dentro da Escola Pública.2ªed. São Paulo,.Xamã,1996.

SOUSA, Silvana Aparecida. Gestão Escolar Com-partilhada: democracia ou descompromisso? Xamã. São Paulo.2001.

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