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Direito dos Portadores de TDAH
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DIREITO DOS
PORTADORES DE TDAH (Doutrina Jurisprudncia)
Esta obra foi elaborada pela Associao Brasileira do
Dficit de Ateno ABDA com o objetivo de transmitir
a todos os que se interessam pelo assunto,
esclarecimentos, sob o aspecto jurdico (doutrina e
jurisprudncia), da matria redigida na forma de
perguntas e respostas. As instrues contidas neste
texto visam esclarecer incertezas, mas no
substituem a consulta profissional, fundamental para
dirimir qualquer dvida profissional no campo jurdico
pertinente ao TDAH
Prlogo
Perguntas e Respostas
1) O que Constituio?
A palavra constituio tem vrios
significados como: constituio do
universo, Constituio da associao, da propriedade, da
famlia, etc.
A constituio, propriamente dita, sob o aspecto jurdico, a lei maior
que diz respeito organizao do Estado e s suas funes, que dispe
sob a forma de Estado e de Governo
e que disciplina e assegura a plena
proteo dos direitos individuais.
2) A Educao e a Sade so
direitos constitucionais?
So direitos disciplinados no art 6
da Constituio, a saber:
Art 6 - So direitos sociais a
educao, a sade, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurana, a
previdncia social, a proteo
maternidade e infncia, a assistncia
aos desamparados, na forma desta
Constituio.
3) Em que consiste o direito
Educao?
A educao, direito de todos e dever
do Estado e da famlia, ser
promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando o
pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o
trabalho (art 205 da Constituio
Federal).
4) Qual o princpio bsico do ensino
a ser ministrado, alm de outros
contidos na Constituio?
Igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola,
sem privilgios.
5) Todos tm garantia ao acesso
educao escolar, inclusive os portadores de TDAH?
Sim. A Constituio Federal assegura
esse direito, uma vez que a educao constitui condio
fundamental para o exerccio da cidadania.
Ademais a Constituio Federal veda
quaisquer formas de discriminao
(art 3 - inciso IV) e expressa no
art 228 inciso III que dever do
Estado garantir atendimento especializado aos portadores de
deficincia. Lembramos que o TDAH
no um simples transtorno, mas um problema grave de sade que
afeta aproximadamente 10% da populao mundial caracterizada
por uma combinao de dois tipos
de sintomas: Desateno e Hiperatividade Impulsividade. O
que caracteriza a deficincia, assim
entendida, de acordo com o
Dicionrio de Lngua Portuguesa,
Aurlio Ed.2010, a falta,
carncia, insuficincia (fsica ou
psquica). Portanto, no h como
deixar de considerar tal transformao grave de sade como
deficincia.
6) As escolas podem proibir o
acesso educao escolar aos
portadores do TDAH?
Alm da proibio de qualquer
discriminao contida
expressamente na Constituio a
prpria Lei de Diretrizes e Bases
para Educao Nacional reafirma o direito aos portadores de TDAH e
quaisquer diferenas que caracterizam a condio humana.
Cabe famlia, escola e demais membros da sociedade promoverem
o entendimento com vistas a criar
processos educativos e pedaggicos
a fim de coibir as diferenas por
ventura existentes.
7) As escolas devem desenvolver
projetos pedaggicos que contemplem a diversidade de
alunos?
Sim. requisito fundamental para
promover a educao escolar, a
criao de diretrizes bsicas para
incluso de pessoas com TDAH no
sistema de educao inclusiva.
8) Como agir em defesa dos direitos
do aluno?
Buscar primeiramente a conciliao junto instituio de ensino, no
ocorrendo, procurar o Conselho Tutelar, rgo permanente e
autnomo encarregado de zelar
pelo cumprimento dos direitos da
criana e do adolescente observado
o art.131 do Estatuto da Criana e
do Adolescente. Em cada municpio h no mnimo um Conselho Tutelar
composto de cinco membros escolhidos pela comunidade local.
9) Com relao aos profissionais de educao, como deve ser a
atuao?
O mundo contemporneo exige uma
formao continuada dos
profissionais de educao, objetivando torn-los conscientes
das diferenas existentes entre
alunos e visando, sempre, promover estratgias, mtodos e tecnologias
capazes de promover a integrao
de todos sem distino, o que
representaria a reprovao na
misso de educar.
10) O que significa a prtica de
excluso, por parte de algumas escolas e faculdades?
Significa o descumprimento da Constituio, da Lei de Diretrizes e
Bases e violao do
exerccio pleno da cidadania.
11) Quais so as medidas de
proteo?
Sero aquelas aplicadas sempre que
os direitos reconhecidos por lei
forem violados ou ameaados por
ao ou omisso da sociedade ou do
Estado; por falta, omisso ou abuso
dos pais ou responsveis ou em
razo de conduta.
12) Nos casos de maus-tratos
sofridos por alunos, qual o
procedimento?
Cabe aos dirigentes do
estabelecimento de ensino
comunicar as ocorrncias ao
Conselho Tutelar.
13) A autoridade policial deve
tomar cincia dos maus-tratos?
Evidenciada essa prtica cabe ao
professor ou dirigente da escola
comunicar o ocorrido autoridade policial.
14) Onde est caracterizada tal prtica?
No art. 136 do Cdigo Penal que expressa:
Art. 136 Expor a perigo a vida ou
a sade da pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilncia,
para fim de educao, ensino,
tratamento ou custdia, quer
privando-a de alimentao ou cuidados indispensveis, quer seja
sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, quer abusando de
meios de correo ou disciplina
15) Cabe ao Conselho Tutelar encaminhar autoridade judiciria
os casos de sua competncia?
No somente ao Poder Judicirio,
mas ao Ministrio Pblico todos os
fatos que constituem infrao
administrativa ou penal contra os
direitos da criana e do adolescente.
16) A propositura de ao sempre
ter incio na denncia ao Conselho Tutelar?
No. garantido o acesso de toda a
criana ou adolescente Defensoria Pblica, ao Ministrio Pblico e ao
Poder Judicirio. A assistncia judiciria gratuita ser prestada aos
que dela necessitarem, atravs de
defensor pblico ou advogado
nomeado, desde que comprovem
insuficincia de recursos.
Lembramos que as aes judiciais de competncia da justia da infncia e
da juventude so isentos de custas e emolumentos.
17) Todo o problema que envolva portador de TDAH, na instituio de
ensino, tem que ser resolvido pelo
Conselho Tutelar ou pelo Poder Judicirio?
No. Devem ser esgotados todos os recursos no mbito escolar.
18) A preveno no seria o caminho para evitar os
questionamentos de ordem
administrativa e/ou judicial?
A preveno geral que consiste em evitar a ocorrncia da ameaa ou
violao dos direitos da criana e do
adolescente j est previsto nos
artigos 70 a 73 do Estatuto. A
preveno consiste em adoo de medidas e programas de
atendimento que evitem a
marginalizao, a discriminao e a caracterizao de risco pessoal.
19) H uma legislao especfica que dispe sobre o diagnstico e
tratamento do TDAH na educao
bsica?
Existe somente um projeto de Lei do
Senado de n402, de 2008, que
ainda no se transformou em lei.
Entretanto, lembramos que dentre
os direitos fundamentais assegurados pela constituio, que
a Lei Maior, est o direito vida e sade. A criana e o adolescente
que esto em fase de
desenvolvimento, devem merecer a
proteo especial da famlia, da
sociedade e do poder pblico, como
expressa a Carta Magna. O direito
vida reflete a mais importante das
reivindicaes do ser humano
atravs de padres de
comportamento biolgico, quando
se luta pela sobrevivncia e pelas necessidades orgnicas e
psicossociais, quando se busca a
coeso interna e sua prpria valorizao.
20) No tendo recursos pode o
portador de TDAH receber os
medicamentos gratuitamente?
Deve, cabe ao Poder Pblico
fornecer os medicamentos, quando
demonstrado a sua necessidade atravs da declarao mdica.
21) No estando a medicao na lista elaborada pelo Poder Pblico,
mesmo assim dever fornecer a
medicao?
Sim, uma vez que h
responsabilidade solidria da Unio, dos Estados e dos Municpios, de
acordo com o art. 6, 23, II, 24, XII, 194, 195, 196 e 198 da
Constituio, no que se refere ao
fornecimento de medicao, no estando includa sua
obrigatoriedade de constar na
listagem do Poder Pblico.
22) Caso no seja atendido o
pedido pelo Poder Pblico, a quem
recorrer?
Ao Poder Judicirio e no tendo
recursos para faz-lo, poder
efetiv-lo atravs da Defensoria
Pblica.
1
Tribunal De Justia Do Estado De Mato Grosso Do Sul
TJ-MS Inteiro Teor. Apelao Cvel AC 1238 MS2012.001238-7 (TJMS)
Data de publicao 23/02/2012
Deciso de ateno e hiperatividade (TDAH) e necessita do medicamento pleiteado no
podendo suspender seu uso ... Cuidar da sade e assistncia pblica, da proteo e garantia das
pessoas portadoras de deficincia... em acompanhamento no ambulatrio de neurologia infantil com diagnstico de TDAH, pelos critrios ...
Tribunal De Justia Do Estado De So Paulo
TJ-SP Apelao APL 45148120118260625-SP 0004514-81.2011.8.26.0625 (TJ-SP)
Data de Publicao 31/01/2012
Ementa MEDICAMENTOS. Impetrante portador de TDAH. Mandado de Segurana. Pretenso
ao fornecimento de medicamentos, prescritos por mdico da rede pblica de sade SUS.
Obrigao de fornecer. Segurana concedida. Recurso no provido.
Tribunal De Justia Do Estado De So Paulo
TJ-SP Apelao / Reexame Necessrio REEX 431748520098260053-SP
0043174-85.2009.8.26.0053 (TJ-SP)
Data de Publicao 10/08/2011
Ementa MEDICAMENTOS Impetrante portador de TDAH. Mandado de Segurana. Pretenso ao fornecimento de medicamento prescrito por mdico particular. Demonstrao da
hipossuficincia. Obrigao de fornecer o medicamento. Segurana concedida. Recurso no
provido.
Tribunal De Justia Do Estado De So Paulo
TJ-SP Apelao APL 1765200520068260000 SP
0176520-05.2006.8.26.0000 (TJ-SP) Data de Publicao 18/01/2011
Ementa MANDADO DE SEGURANA. Impetrante portador de TDAH Transtorno de Dficit de Ateno e Hiperatividade. Pretenso ao recebimento gratuito do medicamento Ritalina LA
20mg. Impossibilidade econmica da me do paciente Menor que tem direito assistncia
integral (ECA, art 11). Sentena de procedncia. Recursos no providos.
Tribunal De Justia Do Estado De So Paulo
TJ-SP 1765200520068260000 - SP
Data de Publicao 18/01/2011
Ementa MANDADO DE SEGURANA Impetrante portador de TDAH Transtorno do Dficit
de Ateno e
Listagem da Jurisprudncia sobre TDAH
2
Hiperatividade. Pretenso ao recebimento gratuito do medicamento Ritalina LA 20mg.
Impossibilidade econmica da me do paciente Menor que tem direito assistncia integral
(ECA, art 11). Sentena de procedncia. Recursos no providos.
Tribunal De Justia Do Estado De So Paulo
TJ-SP Apelao APL 990100820516 SP (TJ-SP)
Data de publicao 31/05/2010
Ementa MANDADO DE SEGURANA Prestao de servio pblico Fornecimento de
medicamento para portador de Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade (TDAH)
Alegado direito vida e sade, cabendo ao Estado propiciar o atendimento mdico do impetrante, fornecendo a medicao prescrita necessrio que esse direito venha a ser
respeitado e implementado pelo Estado, destinatrio do comando Constitucional Ordem concedida Recurso no provido.
Tribunal De Justia Do Estado Do Paran
TJ-PR Inteiro Teor Apelao Cvel e Reexame necessrio APCVREEX
5400951 PR 0540095-1 (TJPR)
Data de publicao 27/10/2009
Deciso diagnosticada como portadora de Transtorno de Dficit de Ateno e Hiperatividade
(TDAH) e necessita do frmaco ... de Ateno Hiperatividade (TDAH). A Magistrada ainda fixou as custas ao Impetrado, deixando de fixar ... fornecer o medicamento solicitado pelo
impetrante. O Apelo foi recebido apenas no seu efeito.
TJ-SP Apelao com Reviso CR 5593415600 (TJ-SP)
Data de publicao 19/12/2008
Tribunal De Justia Do Estado De So Paulo
Ementa S MANDADO DE SEGURANA Remessa oficial Obrigatoriedade No obstante as
alteraes introduzidas ao art. 475 do CPC pela Lei 10.352, deve ser aplicada a lei especial (art.
12, pargrafo nico, da Lei 1.533/51), que prevalece sobre a regra geral MANDADO DE
SEGURANA Fornecimento de medicamento Ritalina 10 mg Impetrante menor, portador
de TDAH e Dislexia Impossibilidade financeira de sua me Dever da Administrao Pblica garantir o disposto no art. 196 da CF que se estende a todos os entes polticos da Federao
Aplicao dos artigos 4, 7 e 11 do ECA Sentena de concesso da ordem Recursos oficial e
voluntrio no providos.
Tribunal De Justia Do Estado De So Paulo
Apelao com reviso CR 6626985000 SP (TJ-SP)
Data de publicao 10/12/2008
Ementa Mandado de Segurana Impetrante portador de TDAH Transtorno do Dficit de
Ateno com Hiperatividade Fornecimento gratuito de medicamentos Liminar deferida para fornecimento dos remdios pleiteados Ordem denegada Apelo do impetrante
Argumentos convincentes Prescrio mdica atestando a necessidade do uso dos
3
medicamentos Respeito dignidade da pessoa humana e responsabilidade do poder pblico
quanto sade? Apelo provido, segurana concedida.
Apelao com reviso CR 8003815900 (TJ-SP)
Data de publicao 23/09/2008
Tribunal De Justia Do Estado De So Paulo
Ementa: Administrativo/Processual Civil Mandado de Segurana Impetrante menor que alega ser portador de Transtorno do Dficit de Ateno com Hiperatividade TDAH Pretenso
ao fornecimento pelo Estado de medicao para o controle do mal alegao de que o
medicamento pleiteado o nico eficaz no tratamento do menor Enfermidade e impossibilidade de substituio no delineadas, ausente relatrio mdico a respeito
Necessidade de dilao probatria Decisrio a conceder a segurana que se reforma, extinto o processo, a teor do art. 267 inciso VI da Lei dos Ritos Recursos oficial e fazendrio providos.
Deciso Monocrtica. Agravo de Instrumento AI-11059001674-ES
011059001674 (TJES)
Data de Publicao 05/07/2006
Tribunal De Justia Do Estado Do Espirito Santo
Deciso: em tela, o agravante com 11 anos portador do quadro clnico de Transtorno do
Dficit de
Ateno e Hiperatividade - TDAH, alm da m formao congnita de palato e pavilho auricular e surdez ...lquido e certo da impetrante concedido por perodo e quantidade suficiente ao
tratamento
Apelao Cvel n 2008.001.07819
Apelante: Municpio de Terespolis
Apelado: Gabriel Oliveira Cordeiro rep/p/Silvia de Rezende Simes
Relatora: Des. HELENA CANDIDA LISBOA GAEDE
Tribunal De Justia Do Estado Do Rio De Janeiro 14 Cmara Cvel
Apelao Cvel. Fornecimento gratuito de medicamentos destinados ao tratamento de sade do
autor, portador de DFICIT DE ATENO E HIPERATIVIDADE, j que no possui recursos para
custe-los. Direito vida e sade, constitucionalmente assegurados, responsabilidade solidria da Unio, dos Estados e dos Municpios, arts. 6, 23, II, 24, XII, 194, 195, 196 E 198, da CF/88.
Dever de fornecimento dos medicamentos que no se condiciona a estar includo em lista
elaborada pelo Poder Pblico. Demonstrada a sua premente necessidade. Comprovao.
Declarao mdica, com a devida prescrio dos remdios. O municpio tem o dever de
promover polticas pblicas, com verbas oramentria prprias, destinadas a garantir a sade dos cidados carentes. Parcial provimento do recurso do municpio para reduzir a condenao a
ttulo de honorrios advocatcios, mantendo-se, no mais, a sentena, em reexame necessrio.
2005.001.28094 APELAO CVEL, DES. CARLOS C. LAVIGNE DE LEMOS Julgamento:
21/02/2006 Stima Cmara Cvel
4
Sade pblica. Fornecimento de medicamentos a paciente hipossuficiente, portador de grave
doena. Direito fundamental que deve ser assegurado pelo poder pblico s pessoas carentes
que tem amparo nas constituies federal e estadual e na legislao infraconstitucional (lei
8.080/90), ainda que fornecida pelo ministrio da sade. A norma constitucional tem por escopo a proteo ampla sade e vida de todos os cidados. A sade est includa entre os
direitos sociais, sendo dever comum unio, estados, distrito federal e municpio, entes
polticos que tm responsabilidade solidria. Apelo improvido.
2005.009.00313 DUPLO GRAU OBRIGATRIO DE JURISDIO DES. MARILENE MELO ALVES Dcima Primeira Cmara Cvel Deciso Monocrtica.
Responsabilidade civil do estado. Sade pblica. Portador de doena grave, que no tem condies financeiras para adquirir os remdios necessrios ao tratamento da doena. Os
direitos vida e sade so subjetivos, constitucionalmente assegurados e comuns unio, aos
estados e municpios. A constituio federal estabelece responsabilidade solidria entre essas pessoas jurdicas de direito pblico. irrelevante a existncia de fonte de custeio. No possvel
condicionar o cumprimento da carta da repblica a norma infraconstitucional. Inteligncia dos arts 6, 23, ii, 24, xii, 194, 195, 196 e 198 da cf 284 da constituio estadual e da lei 8080/90.
Apelao desprovida
2007.001.22132 Apelao Cvel, des. Roberto Felinto julgamento: 21/05/2007 Oitava
Cmara Cvel
Deciso monocrtica. Apelao cvel. Obrigao de fazer. Fornecimento de remdios. Obrigao
solidria dos entes polticos. o direito sade, consagrado nos artigos 6 e 196 da carta
republicana, obriga todos os entes integrantes do sistema nico de sade, estruturado na forma da lei n 8.080/90, nos termos da Smula n 65 do TJ/RJ; no socorre o Municpio a alegao de
que normas infra legais emanadas do Ministrio da Educao imponham repartio da obrigao constitucional de tais entes, atribuindo a cada um o dever principal de fornecimento
de determinados medicamentos. Tal ato normativo no pode se sobrepor Lei, nem tampouco
Constituio. Sua eficcia ser apenas entre os entes polticos, de modo que aquele que for condenado ao fornecimento de medicamento atribudo preferencialmente a outro poder,
futuramente, regredir em face deste, seguindo as regras gerais do instituto da solidariedade;
Outrossim, a condenao ao fornecimento de remdios no pode ser genrica, sob pena de invalidade. Assim, cumpre restringir os efeitos da condenao aos medicamentos descritos na
inicial ou, em homenagem ao princpio da eficincia e da impessoalidade, outros semelhantes ou genricos, desde que acompanhados de receiturio mdico, dispensando-se a realizao de
exames peridicos tendo em vista que o Mal de Parkinson reconhecidamente crnico; A
condenao da municipalidade ao pagamento dos honorrios sucumbenciais deve ser mantida,
considerando-se que a Defensoria Pblica integra a Fazenda Pblica Estadual, no devendo ser
confundido com a Municipal. No entanto, a verba arbitrada na sentena se revela excessiva,
diante da baixa complexidade da causa, j objeto de smula de jurisprudncia. Assim, impe-se
sua reduo para R$ 100,00; Razoabilidade da verba honorria fixada; JULGAMENTO
MONOCRTICO NO SENTIDO DA REFORMA PARCIAL DA SENTENA, A TEOR DA SMULA N 65 DO TJ/RJ
5
2007.001.21137 APELAO CVEL, DES. ERNANI KLAUSNER Julgamento: 22/05/2007
Primeira Cmara Cvel
Constitucional. Ao de obrigao de fazer. Fornecimento de medicamentos contra doena de
esquizofrenia e hidrocefalia- omisso do municpio em suprir a assistncia sade do doente hipossuficiente obrigao solidria das pessoas polticas da federao brasileira smula 65
do TJ/RJ provada a doena do autor e a necessidade do fornecimento do medicamento que
mencionou exsurge a procedncia do pedido matria corriqueira, de baixa complexidade a ensejar a reduo dos honorrios advocatcios para R$ 100,00 por ser mais condizente com a
realidade provimento parcial ao apelo com fulcro no artigo 557, 1.-a, do CPC.
APELAO CVEL n. 2008.001.11510
Relator: Des. Marcos Alcino de Azevedo Torres
Apelante: Municpio de Valena
Apelado: Marcelo Teixeira de Mello Filho representado por sua me Maria Madalena Baptista
de Oliveira
Tribunal De Justia Terceira Cmara Cvel
Fornecimento de remdios, pessoa carente, portadora de rinite alrgica e Transtorno de
Hiperatividade com Dficit de Ateno. Necessidade comprovada do medicamento. Direito
sade. Precedentes no Supremo Tribunal Federal. Smula 65 deste Tribunal de justia.
Solidariedade passiva dos entes estatais.
APELAO CVEL n 15192/2009
Apelante: Municpio de Campo dos Goytacazes
Apelada: Viviane Colodete Guimares
Relator: Des. Roberto Ribeiro
Apelao Cvel. Fornecimento de remdio pelo municpio. Solidariedade. Smula n 65, TJRJ.
Autora portadora de Transtorno de Dficit de Ateno e Hiperatividade. Necessidade de uso
dirio de medicamentos. Impossibilidade financeira da autora para a compra dos medicamentos. Pagamento de honorrios pelo municpio defensoria pblica. Possibilidade.
Valor arbitrado em quantia excessiva reduzidos para R$ 200,00. Precedentes jurisprudenciais.
Sentena que se reforma parcialmente. Recurso provido.
A smula n 65, deste tribunal tambm pacificou a matria:
Direito sade
Antecipao da tutela de mrito responsabilidade solidria da unio, estados e municpios.
Deriva-se dos mandamentos dos artigos 6 e 196 da constituio federal de 1988 e da lei n
8080/90, a responsabilidade solidria da unio, estados e municpios, garantindo o fundamental direito sade e consequente antecipao da respectiva tutela.
APELAO CVEL N 15192/2009
6
Honorrios advocatcios em favor da defensoria pblica. Instituto da confuso. de
responsabilidade solidria dos entes da federao, art. 196, da CR, garantir assistncia mdica,
medicamentos e insumos necessrios ao restabelecimento da sade da populao. No h
condenao genrica na medida em que se determina ao fornecimento de medicamentos e
insumos que se fizeram necessrios ao tratamento da molstia de que a autora portadora. No h que se falar em ocorrncia do instituto da confuso na hiptese de condenao da
municipalidade em honorrios advocatcios em favor do centro de estudos jurdicos da Defensoria Pblica Geral do Estado - cejur dpge. Precedentes. Negativa de seguimento aos
recursos, na forma do artigo 557, caput, do cpc. 2008.001.29400 apelao cvel 1 ementa
Des. Cludio de Mello Tavares julgamento:
08/07/2008 11 cmara cvel.
Ao de obrigao de fazer. Medicamento. Dever de fornecimento pela administrao pblica.
Prova inequvoca da necessidade dos medicamentos e da hipossuficincia do autor. Impossibilidade do paciente em adquiri-los. Impe-se o seu fornecimento gratuito sob pena de
ofensa constituio da repblica. A ordem constitucional atribui aos entes federativos o dever
comum de garantir o exerccio do direito sade abrangendo toda a sociedade artigos 23, 196
e 198. Considerando este aspecto, dever da administrao pblica o fornecimento de
medicamento para pessoa que dele necessita para se manter vivo e no tem meios de adquiri-
lo. Solidariedade entre os entes da federao. Cabimento da condenao do municpio ao
pagamento de honorrios, vez que formada a relao processual opera-se a sucumbncia. Nego
seguimento ao recurso na forma do art. 557, caput, do CPC. 2008.001.18265 apelao cvel
1 ementa Des. Cleber Ghelfenstein julgamento: 14/07/2008 14 cmara cvel.
APELAO CVEL n 15192/2009
Verba Advocatcia. 2007.001.54768 Apelao Cvel Des. Antnio Carlos Esteves Torres
Julgamento: 05/11/2007
Deciso monocrtica. Apelao cvel em ao ordinria objetivando que o municpio de
Terespolis fornea medicamentos necessrios ao tratamento de sade da autora, que ostenta a qualificao de hipossuficiente, estando, alm do mais, demonstrada a necessidade que tem
do fornecimento do remdio. Obrigao solidria dos entes pblicos nas trs esferas da
federao, que reconhecida aps a criao do SUS. No assiste tambm razo ao apelante
quando se insurge contra a condenao ao pagamento de honorrios advocatcios, em favor do
CEJUR-DPGE, visto no existir nenhum bice. Saliente-se que, a reciprocidade de iseno de tributos, entre o apelante e o estado do rio de janeiro, refere-se ao instituto do tributo, que no
se confunde com o encargo da sucumbncia de pagar honorrios advocatcios; tambm no h
que se falar do instituto da confuso, visto serem federativos distintos. Sentena que corretamente, e consoante dominante jurisprudncia deste tribunal e do egrgio STJ,
reconheceu a obrigao do municpio. Recurso que se encontra em confronto com a
jurisprudncia dominante dos tribunais. Aplicao da regra do artigo 557 do CPC.
2006.001.24398 apelao civil des. Maria Augusta Vaz- primeira cmara civil.
Tribunal De Justia Do Estado Do Rio De Janeiro
Dcima Quarta Cmara Cvel
7
Agravo de instrumento n 0022748-75.2010.8.19.0000
Agravante: municpio de cabo frio
Agravada: Yuri Martins silva Guimares rep por sua me Jaqueline Martins silva Guimares relator: desembargador Cleber Ghelfenstein
Deciso Monocratica
Agravo de instrumento. Fornecimento de medicamento. Deferimento de antecipao dos
efeitos da tutela pelo juzo. Impossibilidade econmica da parte agravada portadora de
transtorno de dficit de ateno, de arcar com o custo dos medicamentos. Aplicao dos princpios da razoabilidade e da dignidade da pessoa humana. Presena dos requisitos
ensejadores da antecipao de tutela. Nos termos da smula n 59 deste tribunal, somente se reforma a deciso que concede antecipao de tutela se teratolgica, contrria lei ou
evidente prova dos autos. Hipteses inocorrentes. Nego seguimento ao recurso na forma do art.
557 caput do CPC.
Lei 6308 de 2012 Institui na 1 semana de Agosto a Semana Estadual de Informao e Conscientizao sobre TDAH.
Lei Municipal 5416 de 2012 Dispe sobre as diretrizes adotadas pelo Municpio para
orientar Pais e Professores do Rio de Janeiro sobre caractersticas do TDAH.
Lei Municipal 712 de 2012 Dispe sobre as medidas para identificao e tratamento
de Dislexia e TDAH nas Redes Municipais e Privadas.
Lei Estadual (Amap) 116 de 2011 Institui a campanha de Informao sobre TDAH em
Agosto de cada ano.
PL 7081 de 2010 (Cmara dos Deputados) - Dispe sobre diagnstico e tratamento do
TDAH e Dislexia na Rede Pblica de Educao Bsica.
Tramitao: Na Comisso de Educao.
PLC 118 de 2011 (Senado Federal) Dispe sobre obrigatoriedade de exame fsico e mental para detectar o TDAH em motociclistas.
Tramitao: Na Comisso de Constituio e Justia.
PL 909 de 2011(Cmara dos Deputados) Dispe sobre a Poltica Educacional na Rede Pblica para alunos com transtorno de Aprendizagem.
Tramitao: Aprovada na Comisso Especial de Educao em 04/04/2014
PL 3092 de 2012 (Cmara dos Deputados) - Dispe sobre a obrigatoriedade de
fornecimento gratuito de medicamentos para TDAH atravs do SUS.
Tramitao: Aguardando parecer na Comisso de Seguridade Social.
Leis Recentes
Projetos de Lei em Tramitao
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Em 25/10/2007 (Cmara dos Deputados) Audincia requerida pela Deputada Alceni
Guerra para discutir o TDAH e suas consequncias na vida escolar e social do aluno. A ABDA foi
representada pela diretora executiva Iane Kestelman.
Em 29/08/2012- Audincia requerida pelo Senador Paulo Davm para debater o tema
Psicofobia crime, a fim de desmitificar os aspectos negativos que envolvem os transtornos
mentais.
Em 11/05/2012 Audincia na Cmara dos Vereadores do Rio de Janeiro para tratar de
diretrizes para acompanhamentos de alunos com TDAH na Rede Municipal de Ensino. A ABDA
foi representada pela presidente Iane Kesteman.
Edital do ENEM de 2012 e 2013 que contempla os portadores de TDAH como portadores
de necessidade especial durante o exame (tratamento diferenciado).
Audincias Pblicas
Outras Aes Favorveis ao TDAH