Cartilha Pis Cofins

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Cartilha sobre Tributao pelo PIS e COFINSInformaes sobre as leisN 12.058/09 (Carne Bovina) N 12.350/10 (Carne Suna e Aves)

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ApresentaoColega supermercadista, A Associao Brasileira de Supermercados (Abras) idealizou e realizou essa cartilha com o propsito de esclarecer e orientar os supermercadistas sobre as alteraes na tributao pelo PIS e Cofins (no-cumulativo) incidente sobre carnes bovina, suna e de aves e sobre como proceder diante dos diferentes sistemas de tributao. Novas regras tributrias tm sido impostas cadeia da carne. Primeiro, a lei N 12.058/09 determinou a suspenso do PIS e Cofins devido pelos frigorficos nas operaes com carnes. Agora entra em vigor a lei N 12.350/10, que determina o mesmo para aves e sunos. O fato que as novas regras impostas impactam o setor, reduzem a margem de comercializao do varejo, promovem a desigualdade comercial entre empresas supermercadistas e os concorrentes que no se submetem ao sistema de tributao no-cumulativo, mas principalmente contribuem para o aumento do preo do produto ao consumidor. Desde que a Lei 12.058/09 foi aprovada, em outubro de 2009, o varejo tem arcado com um aumento no custo tributrio de 6,12% sobre a comercializao da carne bovina. Depois da lei, passaram a contar apenas com um crdito presumido de 3,7% para abater do valor de compra. Diferentemente do que pretendia o governo, no se verificou a reduo nos preos praticados pelos frigorficos em funo da suspenso das contribuies. Ao contrrio, alegando a reduo da rea de pasto e do rebanho com o abate de matizes provocado pela crise, e o aumento do custo de produo do gado de corte pela elevao do preo de fertilizantes, raes e suplementos, o setor produtivo vem praticando preos cada vez mais altos. A nova Lei 12.350/10, de dezembro de 2010, para sunos e aves, agrava ainda mais a situao para o consumidor. A medida elevou o custo da carne em 8,97%, j que o crdito de 9,25% a que o supermercado tinha direito foi reduzido a 1,11%. Pequenos mercados e aougues esto enquadrados em outros sistemas tributrios, como o Simples. Portanto, ficam fora dessa regra, diferentemente dos supermercados que esto sujeitos sistemtica no-cumulativa e abastecem a grande maioria do mercado nacional. Esperamos com essa cartilha contribuir com todo o setor, orientar sobre como proceder e mostrar os impactos que essas alteraes na legislao tm em seus negcios.

Sussumu Honda Presidente da Abras

ExpedienteCoordenao rea Institucional da Abras

Assessoria Tcnica Neves, Soares & Battendieri Advogados Associados

Diagramao Jeferson Moreira (coordenao) Fbio Queiroz (assistente)

Realizao

ndice 1.) Consideraes Iniciais: A No-Cumulatividade do PIS e da Cofins ......................................7 a. b. c. d. e. Aspectos Gerais ................................................................................................ 7 Fato Gerador ...................................................................................................... 7 Contribuintes do PIS e Cofins ...................................................................... 7 Sistemticas de Apurao............................................................................. 7 Sistemticas No-cumulativa ...................................................................... 8

2.) A Questo das Carnes ...............................................................10 a. A sistemtica prevista na Lei n 10.925/04 ...........................................10 b. A alterao introduzida pela Lei n 12.058/09 e seu impacto nas operaes com carnes bovinas ...............................................................12 c. A alterao introduzida pela Lei n 12.350/10 e seu impacto nas operaes com Carnes Sunas e de Aves .............................................15 3.) Concluses .................................................................................17 4.) Legislao Bsica Aplicvel ......................................................18

PIS/COFINS SOBRE CARNES OS IMPACTOS DAS RECENTES ALTERAES NA LEGISLAO 1. Consideraes Iniciais: A No-Cumulatividade do PIS e da Cofins a. Aspectos Gerais O PIS e a Cofins so contribuies sociais de competncia federal destinadas, respectivamente, ao custeio do seguro-desemprego e do abono aos empregados com mdia de at dois salrios mnimos de remunerao mensal e ao financiamento da seguridade social em sentido amplo. b. Fato Gerador O fato gerador do PIS e da Cofins o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurdica, independentemente de sua denominao ou classificao contbil. c. Contribuintes do PIS e da Cofins So contribuintes do PIS e da Cofins as pessoas jurdicas de direito privado. d. Sistemticas de Apurao H duas sistemticas de apurao destas contribuies: l Sistemtica Cumulativa: pela qual no permitido o aproveitamento de crditos nas aquisies para abatimento do dbito gerado, apurado a partir da aplicao sobre a base de clculo da alquota total de 3,65%; l Sistemtica no-cumulativa, pela qual permitido o aproveitamento de crditos nas aquisies para abatimento do dbito gerado, apurado a partir da aplicao sobre a base de clculo da alquota total de 9,25%. 7

Regra geral, as pessoas jurdicas optantes pelo Lucro Real (apurao do IRPJ e CSLL) esto includas na sistemtica no-cumulativa de apurao do PIS e da Cofins, enquanto as pessoas jurdicas tributadas pelo Lucro Presumido ficam sujeitas cumulatividade. Excepcionalmente, a legislao elenca determinadas receitas auferidas pelas pessoas jurdicas, ainda que tributadas pelo IRPJ com base no Lucro Real, que continuam, obrigatria ou opcionalmente, sujeitas s normas do PIS e da Cofins cumulativos. e. Sistemtica No-Cumulativa Base de Clculo De acordo com o artigo 1 das Leis n 10.637/02 e 10.833/03, a base de clculo do PIS e da Cofins consiste no faturamento mensal, assim entendido como o total das receitas auferidas pela pessoa jurdica, independentemente de sua denominao ou classificao contbil. O total das receitas compreende a receita bruta decorrente da venda de bens e servios nas operaes em conta prpria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurdica, tal como de aluguis, de venda de ativo imobilizado, entre outras. Excluem-se, contudo, da base de clculo, as seguintes receitas: l Receita na venda de ativo permanente; l Recuperaes de provises e crditos baixados como perda, que no representam o ingresso de novas receitas; l Resultado positivo da avaliao de investimentos pelo valor do patrimnio lquido; l Lucros e dividendos decorrentes de investimentos avaliados pelo custo de aquisio; l Receitas Financeiras (exceto juros sobre o capital prprio); l Receitas isentas ou no-alcanadas pela contribuio; e, l Vendas canceladas e descontos incondicionais concedidos. 8

Alquotas Para determinao do valor do PIS e da Cofins devidos aplicar-se-o sobre a base de clculo apurada, respectivamente, as alquotas de 1,65%, e 7,6%, perfazendo o total de 9,25%. Crdito Ordinrio Do valor devido das contribuies, o contribuinte poder descontar crditos de PIS e da Cofins calculados a partir da aplicao da alquota total de 9,25% sobre os seguintes custos, despesas e encargos: l Aquisio de insumos utilizados na fabricao ou produo de bens destinados venda, bem como na prestao de servios; l Aquisio de bens destinados revenda; l Energia eltrica; l Aluguis de prdios, mquinas e equipamentos pagos a pessoa jurdica, utilizados na atividade da empresa; l Valor das contraprestaes de arrendamento mercantil; l Mquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, destinados locao a terceiros ou utilizao na produo de bens destinados venda ou na prestao de servios; l Edificaes e benfeitorias em imveis prprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; l Bens recebidos em devoluo; e, l Armazenagem e frete nas operaes de venda. Para que tais itens ensejem o crdito das contribuies, a legislao taxativa ao exigir que os bens e servios (i) tenham sido adquiridos junto a pessoas jurdicas domiciliadas no pas e (ii) tenham se sujeitado ao pagamento das contribuies.

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2. A Questo das Carnes a. A sistemtica prevista na Lei n 10.925/04 De acordo com o disposto no artigo 8 da Lei n. 10.925/04 , as pessoas jurdicas que produzem mercadorias de origem animal ou vegetal destinadas alimentao humana ou animal podem deduzir crdito presumido de PIS e Cofins sobre os insumos adquiridos de pessoas fsicas, cerealistas, pessoas jurdicas e cooperativas que exeram atividade agropecuria. Trata-se de um benefcio fiscal concedido pelo legislador, que possibilitou o aproveitamento de crdito presumido de PIS e Cofins sobre as aquisies oriundas de pessoas fsicas (no contribuintes das referidas contribuies) e sobre aquelas realizadas junto a pessoas jurdicas, cujo pagamento das contribuies suspenso.Artigo 8 As pessoas jurdicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos captulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse captulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos cdigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os cdigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas alimentao humana ou animal, podero deduzir da Contribuio para o PIS/ Pasep e da Cofins, devidas em cada perodo de apurao, crdito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3 das Leis ns 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa fsica ou recebidos de cooperado pessoa fsica. 1 O disposto no caput deste artigo aplica-se tambm s aquisies efetuadas de: I - cerealista que exera cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos cdigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos cdigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM; II - pessoa jurdica que exera cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; e III - pessoa jurdica que exera atividade agropecuria e cooperativa de produo agropecuria. Em regra, conforme apresentado acima, as pessoas fsicas no geram direito a crdito de PIS e Cofins. Lei n 10.925/04: Art. 9 A incidncia da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda: I - de produtos de que trata o inciso I do 1 do art. 8 desta Lei, quando efetuada por pessoas jurdicas referidas no mencionado inciso; II - de leite in natura, quando efetuada por pessoa jurdica mencionada no inciso II do 1o do art. 8 desta Lei; e III - de insumos destinados produo das mercadorias referidas no caput do art. 8 desta Lei, quando efetuada por pessoa jurdica ou cooperativa referidas no inciso III do 1 do mencionado artigo. 1 O disposto neste artigo: I - aplica-se somente na hiptese de vendas efetuadas pessoa jurdica tributada com base no lucro real; e II - no se aplica nas vendas efetuadas pelas pessoas jurdicas de que tratam os 6 e 7 do art. 8 desta Lei. 2 A suspenso de que trata este artigo aplicar-se- nos termos e condies estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal - SRF.

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O crdito presumido, nesse caso, determinado mediante a aplicao, sobre o valor das aquisies, de percentual correspondente a: l 60% da alquota de 9,25%, para os produtos de origem animal classificados nos captulos 2 (CARNES) a 4, 16, e nos cdigos 15.01 a 15.06, 1516.10, da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), e as misturas ou preparaes de gorduras ou de leos animais dos cdigos 15.17 e 15.18 da referida Nomenclatura; l 50% da alquota de 9,25% para a soja e seus derivados classificados nos Captulos 12, 15 e 23 da NCM; e l 35% da alquota de 9,25% para os demais produtos. Por exemplo: 1a Etapa. A Pessoa Fsica vende por R$ 10.000,00 carne suna (posio 02.03) que processada na industrializao de linguia:* Pessoa Fsica: A receita bruta auferida na venda da carne suna no tributada pelo PIS e pela Cofins, j que as pessoas fsicas no esto sujeitas ao recolhimento dessas contribuies. * Frigorfico/Indstria: Tem direito ao crdito presumido de PIS e Cofins, correspondente a 60% das alquotas ordinrias das contribuies (60% de 9,25%). A frmula utilizada no clculo do crdito [(10.000,00 x 60%) x 9,25%] = R$ 555,00. Note-se, a rigor, pela redao das Leis n. 10.637/02 e 10.833/03, que o Frigorfico/Indstria no teria direito ao crdito, visto que (i) adquiriu a carne de pessoa fsica e (ii) tal aquisio no se sujeitou ao pagamento das contribuies. Todavia, o legislador, com o objetivo de desonerar o produtor, bem como o produto (leia-se destinados alimentao humana ou animal), permitiu-lhe o aproveitamento do referido crdito presumido.

R$ 10.000,00

R$ R$ 555,00

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2a Etapa. O Frigorfico/Indstria vende por R$ 15.000,00 a linguia aos supermercados:* Frigorfico/Indstria: A receita bruta auferida na venda da linguia tributada pelo PIS e pela Cofins alquota de 9,25%, podendo descontar o crdito presumido escriturado no momento da aquisio dos insumos (dentre eles a carne suna). A frmula utilizada no clculo do PIS e da Cofins a ser recolhido [(15.000,00 x 9,25%) 555,00] = R$ 832,50 * Supermercado: Tem direito ao crdito ordinrio de PIS e Cofins, calculado alquota de 9,25%. A frmula utilizada no clculo do crdito 15.000,00 x 9,25% = R$ 1.387,50

R$ 832,50

R$ 1.387,50

3a Etapa. O supermercado vende por R$ 16.200,00 a linguia aos consumidores finais:* Supermercado: A receita bruta auferida na venda da linguia tributada pelo PIS e Cofins alquota de 9,25%, podendo descontar, do valor apurado, o crdito ordinrio escriturado no momento da aquisio desta mercadoria para revenda. A frmula utilizada no clculo do PIS e da Cofins a ser recolhido [(16.200,00 x 9,25%) 1.387,50] = R$ 111,00

R$ 111,00

b. A alterao introduzida pela Lei n 12.058/09 e seu impacto nas operaes com carnes bovinas A Lei n 12.058/09 alterou a sistemtica de tributao prevista pelo artigo 8, da Lei n 10.925/04, supramencionado, especificamente em relao carne bovina, aumentando a carga tributria suportada pelo varejo, na venda de determinados produtos.

Artigos 32 a 37.

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Lei n 12.058/09: Carnes Bovinas NCM 02.01 0201.10.00 0201.20 0201.20.10 0201.20.20 0201.20.90 0201.30.00 02.02 0202.10.00 0202.20 0202.20.10 0202.20.20 0202.20.90 0202.30.00 0206.10.00 0206.2 0206.21 0206.29 0206.29.10 0206.29.90 0210.20.00 0506.90.00 Descrio Carnes de animais da espcie bovina, frescas ou refrigeradas. Carcaas e meias-carcaas Outras peas no desossadas Quartos dianteiros Quartos traseiros Outras Desossadas Carnes de animais da espcie bovina, congeladas. Carcaas e meias-carcaas Outras peas no desossadas Quartos dianteiros Quartos traseiros Outras Desossadas Da espcie bovina, frescas ou refrigeradas Da espcie bovina, congeladas: Lnguas Outras Rabos Outros Carnes da espcie bovina Outros 0506: Ossos e ncleos crneos, em bruto, desengordurados ou simplesmente preparados (mas no cortados sob forma determinada), acidulados ou degelatinados; ps e desperdcios destas matrias. Pncreas de bovino Sebo bovino

0510.00.10 1502.00.1

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Em sntese, de acordo com a alterao, os frigorficos de carnes bovinas foram beneficiados pela suspenso do PIS e da Cofins, enquanto os varejistas (i) deixaram de ter direito ao crdito ordinrio (9,25%) porquanto as aquisies deixaram de se sujeitar ao pagamento das contribuies - e (ii) passaram a ter o direito de apropriar um crdito presumido sobre tais aquisies. O crdito presumido, nesse caso, determinado mediante a aplicao, sobre o valor das aquisies, de percentual correspondente a: l 40% da alquota de 9,25%, para as carnes bovinas classificadas nas posies e cdigos NCM 02.01, 02.02, 0206.10.00, 0206.20, 0206.21, 0206.29, 0210.20.00, 0506.90.00, 0510.00.10 e 1502.00.1 descritos acima. Vejamos mais um exemplo: 1a Etapa. A Pessoa Fsica vende, por R$ 10.000,00, carne bovina (cdigo 0201.30.00) para um frigorfico que ir acondicion-la para venda:* Pessoa Fsica: A receita bruta auferida na venda da carne bovina no tributada pelo PIS e pela Cofins, j que as pessoas fsicas no esto sujeitas ao recolhimento dessas contribuies. * Frigorfico: No tem direito a nenhum crdito a ttulo de PIS e Cofins (nem presumido, nem ordinrio). R$ 10.000,00

R$ 0,00

2a Etapa. O frigorfico vende, por R$ 15.000,00, a carne bovina acondicionada aos supermercados:* Frigorfico: A receita bruta auferida na venda da carne bovina no se sujeita ao pagamento do PIS e da Cofins, j que foi suspensa a incidncia das contribuies nesta etapa. * Supermercado: Tem direito ao crdito presumido de PIS e Cofins (40% de 9,25%), em detrimento do crdito ordinrio (9,25%). A frmula utilizada no clculo do crdito [(15.000,00 x 40%) x 9,25%] = R$ 555,00 R$ 0,00

R$ 0,00

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3a Etapa O supermercado revende por R$ 16.200,00 a carne bovina aos consumidores finais:* Supermercado: A receita bruta auferida na venda da carne bovina tributada pelo PIS e pela Cofins alquota de 9,25%, podendo ser descontado o crdito presumido escriturado no momento da aquisio para revenda. A frmula utilizada no clculo do PIS e da Cofins a ser recolhido [(16.200,00 x 9,25%) 555,00] = R$ 943,50

R$ 943,50

c. A alterao introduzida pela Lei n 12.350/10 e seu impacto nas operaes com carnes sunas e de aves Recentemente, com a publicao da Lei n 12.350/10, a sistemtica de tributao aplicada s carnes bovinas foi estendida a outras carnes (de aves e sunas). So elas: Lei n 12.350/10: Aves e Sunos NCM 02.03 0203.1 0203.11.00 0203.12.00 0203.29.00 0206.30.00 0206.4 0206.41.00 0206.49.00 02.07 0207.1 0207.11.00 Descrio Carnes de animais da espcie suna, frescas, refrigeradas ou congeladas Frescas ou refrigeradas: Carcaas e meias-carcaas Pernas, ps e respectivos pedaos, no desossados Outras Da espcie suna, frescas ou refrigeradas Da espcie suna, congeladas: Fgados Outras Carnes e miudezas comestveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, das aves da posio 01.05. De galos ou de galinhas: No cortadas em pedaos, frescas ou refrigeradas 15

0207.12.00 0207.13.00 0207.14.00 0207.2 0207.24.00 0207.25.00 0207.26.00 0207.27.00 0207.3 0207.32.00 0207.33.00 0207.34.00 0207.35.00 0207.36.00 0210.1

No cortadas em pedaos, congeladas Pedaos e miudezas, frescos ou refrigerados Pedaos e miudezas, congelados De peruas ou de perus: No cortadas em pedaos, frescas ou refrigeradas No cortadas em pedaos, congeladas Pedaos e miudezas, frescos ou refrigerados Pedaos e miudezas, congelados De patos, de gansos ou de galinhas-dangola: No cortadas em pedaos, frescas ou refrigeradas No cortadas em pedaos, congeladas Fgados gordos (foies gras), frescos ou refrigerados Outras, frescas ou refrigeradas Outras, congeladas Carnes da espcie suna

Embora a sistemtica seja equivalente aplicvel s carnes bovinas, o crdito presumido, nesse caso, determinado mediante a aplicao, sobre o valor das aquisies, de percentual correspondente a: l 12% da alquota de 9,25%, para as carnes de aves e sunos classificados nos cdigos 02.03, 0206.30.00, 0206.4, 02.07 e 0210.1. Exemplificando, temos que: 1a Etapa. A Pessoa Fsica vende ao frigorfico, por R$ 10.000,00, frango (0207.12.00) que ser acondicionado:* Pessoa Fsica: A receita bruta auferida na venda do frango no tributada pelo PIS e pela Cofins, j que as pessoas fsicas no esto sujeitas ao recolhimento dessas contribuies.

R$ 10.000,00

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* Frigorfico: No tem direito a nenhum crdito a ttulo de PIS e Cofins (nem presumido, nem ordinrio).

R$ 0,00

2a Etapa. O frigorfico vende, por R$ 15.000,00, o frango acondicionado aos supermercados:* Frigorfico: A receita bruta auferida na venda da carne bovina no se sujeita ao pagamento do PIS e da Cofins, j que foi suspensa a incidncia das contribuies nesta etapa. * Supermercado: Tem direito ao crdito presumido de PIS e Cofins (12% de 9,25%), em detrimento do crdito ordinrio (9,25%). A frmula utilizada no clculo do crdito [(15.000,00 x 12%) x 9,25%] = R$ 166,50 R$ 0,00

R$ 166,50

3a Etapa. O supermercado vende por R$ 16.200,00 o frango acondicionado aos consumidores finais:* Supermercado: Tem direito ao crdito presumido de PIS e Cofins (12% de 9,25%), em detrimento do crdito ordinrio (9,25%). A frmula utilizada no clculo do crdito [(15.000,00 x 12%) x 9,25%] = R$ 166,50 * Supermercado: A receita bruta auferida na venda do frango tributada pelo PIS e pela Cofins alquota de 9,25%, podendo ser descontado o crdito presumido escriturado no momento da aquisio para revenda. A frmula utilizada no clculo do PIS e da Cofins a ser recolhido [(16.200,00 x 9,25%) 166,50] = R$ 1.332,00.

R$ 166,50

R$ 1.332,00

3. Concluses Os supermercados sujeitos ao Lucro Real esto obrigados a recolher o PIS e a Cofins pela sistemtica no-cumulativa, o que implica, em sntese: (i) Tributar o faturamento alquota de 9,25%; e (ii) Descontar crditos do valor das contribuies apuradas, calculados tambm alquota de 9,25% sobre custos, despesas e encargos pre17

vistos pela legislao, dentre eles o custo de aquisio de mercadorias destinadas revenda. Antes da publicao das Leis n 12.058/09 e 12.350/10, o varejo tinha direito de apropriar crditos de PIS e Cofins sob o valor total das aquisies de carnes bovina, suna e de aves (conforme classificao NCM). No entanto, em virtude das alteraes introduzidas pelas mencionadas Leis: (i) Os frigorficos de carnes bovina, suna e de aves foram beneficiados pela suspenso do PIS/Cofins incidente nas vendas destes produtos; (ii) Os varejistas sujeitos sistemtica no-cumulativa permanecem obrigados apurao do PIS/Cofins alquota de 9,25%, incidente sobre a receita de venda destes produtos; e (iii) Do valor devido, apurado sobre a venda as carnes, os varejistas deixaram de ter direito ao abatimento do crdito integral das contribuies, passando a apropriar crdito presumido calculado sobre 40% (para carnes bovinas) e 12% (para carnes sunas e de aves) do valor das aquisies. Ou seja, o crdito de PIS/Cofins apropriado pelo varejo foi reduzido de 9,25% para 3,70%, no caso das carnes bovinas; e de 9,25% para 1,11%, no caso das carnes suna e de aves. 4. Legislao Bsica Aplicvel Abaixo, destacam-se as principais legislaes que disciplinam as contribuies: l l l l l l l l l Lei n 10.637/02; Lei n 10.684/02; Lei n 10.833/03; Lei n 10.865/04; Lei n 10.925/04; Lei n 10.996/04; Lei n 11.196/05; Lei n 12.058/09; e Lei n 12.350/10. 18