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1 Cartilha Sindical 2010 A OCB/ES - Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo, como legítima representante da categoria econômica das cooperativas em todos os seus ramos de atividade no Estado do Espírito Santo, edita a presente cartilha, com o objetivo de esclarecer às cooperativas sobre a organização sindical como um todo, a atuação dos sindicatos patronais, bem como as contribuições da espécie previstas na legislação.

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Cartilha Sindical 2010

A OCB/ES - Sindicato e Organização das Cooperativas

Brasileiras do Estado do Espírito Santo, como legítima representante da categoria econômica das cooperativas em

todos os seus ramos de atividade no Estado do Espírito Santo,

edita a presente cartilha, com o objetivo de esclarecer às

cooperativas sobre a organização sindical como um todo, a

atuação dos sindicatos patronais, bem como as contribuições da espécie previstas na legislação.

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Índice

1. A OCB/ES

2. A FECOOP/SULENE

3. Breve História do Movimento Sindical

4. Organização Sindical Brasileira

4.1 Unicidade Sindical

4.2 Criação e Registro de Sindicatos

4.2 Conceito de Sindicato

4.3 Tipos de Sindicatos

4.4 Enquadramento Sindical

5. Receitas do Sindicato

5.1 Contribuição Sindical

5.2 Contribuição Confederativa

5.3 Contribuição Assistencial

5.4 Contribuição Associativa

6. Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho

6.1 A importância das negociações coletivas

6.2 Convenção Coletiva de Trabalho

6.3 Acordo Coletivo de Trabalho

6.4 Dissídio Coletivo

7. Funções do Sindicato

7.1 Função de representação

7.2 Função negocial

7.3 Função assistencial

7.4 Função arrecadatória

8. Perguntas mais freqüentes

8.1 Quais as penalidades que a cooperativa pode sofrer pelo não pagamento da contribuição sindical?

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8.2 As demais contribuições (confederativa e assistencial) são obrigatórias?

8.3 Para qual sindicato devo recolher a contribuição sindical dos empregados?

8.4 Se for recolhida à contribuição sindical dos empregados para determinado sindicato, caso ele firme alguma convenção coletiva, as cláusulas são obrigatórias para a minha cooperativa?

8.5 Da mesma forma, se for suscitado dissídio coletivo pelo sindicato que representa os empregados da minha Cooperativa, em que a OCB/ES não figure como parte do

processo, somos obrigados a acatar as decisões da sentença?

8.6 Quando inexistir convenção firmada pela OCB/ES no ramo a qual pertence a minha cooperativa, como devo proceder em relação às normas de trabalho dos meus empregados?

8.7 Como preencher a guia de Contribuição Sindical Patronal?

9. Tabela da Contribuição Sindical

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1. A OCB/ES

A OCB/ES- Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado

do Espírito Santo foi criada, nos termos propostos pela Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB/Nacional, no dia 04 de setembro de 1972, nessa época denominada OCEES - Organização e Sindicato das Cooperativas do Estado do Espírito. Foi constituída em decorrência de um crescimento significativo do número de cooperativas no estado na década de 70, com o objetivo de realizar estudos, promover a divulgação do sistema cooperativista, fomentar a constituição de novas cooperativas, prestar

assessoria técnica, manter a integração com outros órgãos do cooperativismo e defender e representar o Sistema Cooperativista do Estado do Espírito Santo perante as autoridades de uma forma genérica.

Nos anos que se seguiram a OCB/ES passou por três reformas estatutárias: a primeira em 29 de novembro de 1993, na qual agregou as atribuições de Sindicato Patronal; a segunda em 07 de maio de 1999, onde modificou sua denominação,

passando à Organização e Sindicato das Cooperativas do Estado do Espírito Santo, mantendo a sigla OCEES; e a última em 02 de março de 2004, onde modificou seu nome e sigla, passando a ser: OCB/ES- Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo. A OCB/ES tem a função de representar, defender, promover, assessorar e integrar as Cooperativas Capixabas, zelando pela sua existência, crescimento e aplicação da doutrina e princípios universais

do cooperativismo.

Atualmente (após a reforma estatutária de Setembro de 2009) o Conselho de Administração da OCB/ES tem a seguinte composição: Presidente Executivo: Esthério Sebastião Colnago; Vice Presidente: Ary Célio de Oliveira; Conselheiros de Administração: Antônio Joaquim de Souza Neto; João Marcarini Filho; José Suzano de Almeida; Laércio Lorenzoni; Mário Milton Soares e Welington Carvalho Branco Saldanha. Conselho Fiscal Efetivo: Áureo Cola dos Santos; Silvio José Casotti Vidaurre – Coordenador e Rolmar Botecchia; Conselho Fiscal Suplente: Lusmar Ferreira Silva; Guilherme Frederico Pedrinha de Azevedo e Pedro Carnielli. Conselho de Ética: Esthério Sebastião Colnago; Benjamim de Freitas Pinheiro; Romildo Silva; Francisco de Assis Pimassoni; Argeo João Uliana e Milton Octávio Costa. Diretoria Executiva: Presidente: Esthério Sebastião Colnago e Superintendente: Carlos André Santos de Oliveira.

2. A FECOOP/SULENE

A FECOOP/SULENE- Federação dos Sindicatos das Cooperativas dos Estados

de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina, foi constituída no dia 28 de agosto de 2002, como entidade sindical de segundo grau, sem fins lucrativos e com base territorial nos Estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina, com sede em Vitória - ES (na sede da OCB/ES).

Com o fito de representar os interesses gerais da respectiva categoria e seus filiados, na área de sua base territorial designando representantes para objetivos

específicos, colaborando com o poder público em suas diversas esferas, como órgão técnico e representativo, no estudo e solução dos problemas que se relacionem com o cooperativismo e suas atividades no que tange ao comportamento ético, técnico e doutrinário das sociedades cooperativas juridicamente regulamentadas pela Lei 5.764/71.

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Atualmente a administração da FECOOP/SULENE tem a seguinte composição, Diretor Presidente: Orlando Colavolpe (Presidente da OCB/BA); Vice Presidente Tesoureiro: Esthério Sebastião Colnago (Presidente da OCB/ES); Vice Presidente Secretário: Marcos Antonio Braga da Rocha (Presidente da OCB/AL); Vice Presidente: Ronaldo Ernesto Scucato (Presidente da OCB/MG); Vice Presidente: Neivor Canton (Presidente da OCB/SC); Conselho Fiscal: Membros Efetivos: Wiliam Bicalho da Cruz (Superintendente da OCB/MG); Geci Pungan (Superintendente da OCB/SC); José Alberto Batista dos Santos (Superintendente da OCB/BA); Membros Suplentes: Márcia Túlia Pessoa de Oliveira (Superintendente da OCB/AL); Carlos André Santos de Oliveira (Superintendente da OCB/ES) e Valdirene de Souza Menegardo

(Contadora da OCB/ES).

3. Breve História do Movimento Sindical

Desde os primórdios da humanidade, o homem tem procurado se reunir, seja para proteção, defesa ou desenvolvimento de interesses comuns. Na Idade Média predominavam as corporações de ofício, associações que surgiram a partir do século XII para regulamentar o processo produtivo artesanal, determinando qualidade, preço, quantidade produzida, margem de lucro e o aprendizado e hierarquia dos ofícios. No Brasil, a Constituição de 1824 determinou a abolição dessas corporações em razão das modificações sociais existentes na Europa, notadamente a Revolução Francesa. Por

volta do fim do século XIX, surgiram sindicatos que se denominavam ligas operárias, com influência dos trabalhadores estrangeiros que vieram prestar serviços no Brasil. Nessa época, os sindicatos eram essencialmente ligados à agricultura e à pecuária, sendo que em 1907 surge o primeiro sindicato urbano. Em 1930 foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio que atribuiu aos Sindicatos funções de poder público. A Constituição de 1937 possuía um artigo, copiado da "Carta Del Lavoro"

italiana que dispunha que somente o sindicato legalmente reconhecido e posto sob o controle do Estado tem o direito de representar toda a categoria dos trabalhadores ou dos empregadores.

Essa situação perdurou até o advento da Constituição Federal de 1988 que desvinculou definitivamente os Sindicatos do Estado. O caput do art. 8º da Lei Maior estabelece que é livre a associação profissional ou sindical. O inciso II do mesmo artigo dispõe que é proibida a criação de mais de um sindicato, federação ou

confederação na mesma base territorial, que não pode ser inferior a um município é a denominada unicidade sindical que será explicitada no item abaixo.

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4. Organização Sindical Brasileira

4.1. Unicidade Sindical

A existência da Convenção nº 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que preconiza o sistema da pluralidade sindical, ou seja, a possibilidade de livre criação de quantos forem os interessados, sem qualquer tipo de restrição, o sistema que vigora em nosso país é o da unicidade sindical.

De acordo com o sistema sindical brasileiro, consagrado no inciso II do art. 8º da Constituição Federal, inexiste a possibilidade da criação de mais de uma organização sindical representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que não poderá ser inferior a um município. Assim, a Constituição Federal de 1988 dispõe que a unicidade envolve a base territorial, impedindo a criação de vários sindicatos de uma mesma categoria. Além disso, ressaltamos que existem sindicatos representantes dos trabalhadores e sindicatos representantes dos

empregadores ou patronais, como é o caso da OCB/ES. Em ambos os casos só é possível a existência de um sindicato representativo na mesma base territorial, que é definida pelo próprio sindicato. No caso da OCB/ES, verifica-se que sua base territorial é o Estado do Espírito Santo, representando nele a categoria econômica das cooperativas, em todos os seus ramos.

4.2. Criação e Registro de Sindicatos

A personalidade jurídica dos sindicatos nasce a partir do seu registro no Cartório de Registro de Títulos e Documentos, mas só ganha a personalidade jurídico-sindical com o registro no Ministério do Trabalho, pois somente este órgão tem condições de verificar a unicidade dos sindicatos na mesma base territorial. O Registro no Ministério do Trabalho é feito apenas para fins cadastrais e de verificação de unicidade sindical, sem qualquer interferência, intervenção ou autorização do Estado em relação às atividades do sindicato. O que prova, então, a representatividade do sindicato é a Certidão de Registro Sindical expedida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que antigamente era denominada Carta Sindical.

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4.3.Conceito de Sindicato

Sindicato é a associação de pessoas que exercem atividades econômicas ou profissionais, visando a

defesa dos interesses econômicos e individuais de seus membros.

Os sindicatos são pessoas jurídicas de direito privado, sendo vedada à interferência estatal em seu funcionamento, nos termos do art.8º, inciso II da

Constituição Federal.

4.4. Tipos de Sindicatos

a) Singulares - São aqueles que se enquadram no conceito acima descrito.

b) Federações - Agrupamento de no mínimo 5 (cinco) sindicatos. A constituição de uma federação só ocorre se houver deliberação em Assembléia da categoria, em cada um dos sindicatos que a comporão.

c) Confederações - As federações, no mínimo 3 (três), podem se organizar em forma de confederação, sendo que deverá também haver autorização por parte da categoria

em Assembléia Geral realizada nas Federações.

d) Centrais Sindicais - Apesar de não serem previstas na legislação que trata da organização sindical, elas são reconhecidas como organismos de coordenação de entidades sindicais e possuem grande poder de mobilização. São organizadas em forma de associação civil e têm como exemplos a CUT, CGT e a Força Sindical.

4.5. Enquadramento Sindical

O enquadramento sindical é a verificação de qual sindicato representa determinada categoria econômica ou profissional, seja por parte dos empregados, seja por parte dos empregadores. Antes do advento da Constituição Federal de 1988, o enquadramento era feito de acordo com as normas estabelecidas na CLT, em seus artigos 570 a 577. No entanto, tais dispositivos foram revogados, ficando a questão do enquadramento sindical de certa forma sem regulamentação. A atual liberdade de organização sindical não admite nenhum tipo de regulamentação legal para o enquadramento sindical, que deverá ocorrer por iniciativa autônoma dos empregados e

empregadores, respeitado o princípio da representação por categorias econômicas e profissionais conexas.

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A Constituição Federal de 1988 transformou o enquadramento sindical oficial em espontâneo. Em regra, o enquadramento do trabalhador decorre da atividade preponderante da empresa em que trabalha o empregado, verificada nos seus estatutos, mas há exceções como é o caso das categorias diferenciadas, que possuem sindicatos específicos.

São exemplos de categorias diferenciadas: motorista quando trabalha na sua profissão dentro de uma empresa que não tenha, como atividade principal, o transporte; contadores, cujo empregador não tenha a contabilidade como atividade preponderante; classificadores de produtos de origem vegetal; operadores de mesas

telefônicas; vendedores de produtos farmacêuticos; secretárias; tratoristas (excetuados os rurais); vendedores e viajantes do comércio.

5. Receitas do Sindicato

As fontes de receita das associações sindicais, de acordo com o art. 548 da CLT, são, além das contribuições descritas abaixo, os bens e valores adquiridos, as rendas produzidas, doações e legados, as multas e outras rendas eventuais.

A Constituição Federal de 1988 trouxe novas fontes de receita aos sindicatos como a contribuição associativa ou mensalidade sindical, contribuição assistencial,

contribuição confederativa e contribuição sindical.

5.1 Contribuição Sindical

Anteriormente chamado de imposto sindical, a contribuição sindical é devida por todos aqueles que participam de uma determinada categoria econômica ou

profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo.

No caso das cooperativas situadas no Estado do Espírito Santo, por exemplo, estas pertencem à "categoria econômica das Cooperativas", devendo recolher a Contribuição Sindical Patronal, que vence em 31 de janeiro de cada ano, em favor da OCB/ES - Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo. Tal recolhimento independe de filiação no Sindicato ou registro na OCB/ES.

A contribuição em tela tem caráter tributário e é obrigatória, independente da vontade dos contribuintes. Ela é recolhida mediante GRCS (Guia de Recolhimento de Contribuição Sindical) fornecida pelas entidades sindicais e poderá ser paga em qualquer instituição financeira até a data do vencimento (31/01/08) e após essa data somente nas agências ou Postos da CEF.

O cálculo é baseado de acordo com os artigos 588 e 589 da CLT, 60% (sessenta por cento) para o sindicato singular (OCB/ES), 15% (quinze por cento) para a Federação (FECOOP/SULENE), 5% (cinco por cento) para a Confederação (CNCOOP) e 20% (vinte por cento) são destinado ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador – Conta Especial de Emprego e Salário).

O atraso no pagamento sujeita o contribuinte a juros de 1% (um por cento) por mês ou fração de mês, correção monetária e multa. A multa será de 10% (dez por cento) para o primeiro mês de atraso, acrescida do percentual

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de 2% (dois por cento) por mês de atraso subseqüente ou fração de mês, de acordo com o disposto no art. 600 da CLT.

A importância do recolhimento da presente contribuição reside no fato de que ela foi instituída, a fim de atender os interesses das categorias. Além disso, o não pagamento pode impedir as cooperativas de participarem de licitações dos poderes públicos municipal, estadual e federal. Ademais, os sindicatos podem promover a cobrança judicial da contribuição em caso de inadimplência (art. 606 da CLT).

As cooperativas com especial gentileza encaminharão a cópia do GRCS (Guia de

Recolhimento de Contribuição Sindical) a OCB/ES, que poderá ser efetuado via fax ou correio aos cuidados da GEFIN – Gerência de Finanças e Contabilidade da OCB/ES, Maria Rosilene Favalessa (Rose), nº do telefax (27) 2125-3200. Endereço: Av. Marechal Mascarenhas de Morais n. 2501 – Bento Ferreira – Vitória/ES, CEP- 29052-625; e-mail [email protected]

5.2. Contribuição Confederativa

A contribuição confederativa é aquela instituída em Assembléia Geral e prevista no inciso IV do art. 8º da Constituição Federal, destinada a custear o sistema confederativo, visa auxiliar financeiramente a Confederação. Como já foi esclarecido, os sindicatos podem se organizar em federações e confederações. No caso da OCB/ES, como ainda não foi constituída uma Confederação, não foi deliberada a cobrança da presente contribuição.

5.3. Contribuição Assistencial

É também conhecida como taxa de fortalecimento sindical e advém de cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa e constitui uma obrigação por parte de pessoa pertencente à categoria em razão de custos despendidos para a conquista dos benefícios nas negociações coletivas.

5.4. Contribuição Associativa

É aquela paga apenas pelos associados ao sindicato, em via de regra por contraprestação a determinados serviços. Deve estar prevista no estatuto das entidades sindicais, o que não ocorre no caso da OCB/ES.

6. Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho

6.1. A importância das negociações coletivas

No direito brasileiro existem dois tipos de contratos coletivos de trabalho: os acordos e as convenções coletivas. Ambos são formas de auto-composição das partes, ou seja, formas de soluções de conflitos surgidos entre as classes dos trabalhadores e patronal, referentes às condições de trabalho, sem a intervenção estatal.

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6.2. Convenção Coletiva de Trabalho - CCT

Conforme disposto no art. 611 da CLT, "Convenção Coletiva é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito de suas respectivas representações, às relações individuais de trabalho”.

As convenções devem possuir a designação das partes convenentes, categorias ou

classes de trabalhadores abrangidos, prazo de vigência da norma, as cláusulas acordadas, normas para eventuais conflitos e divergências, formas para prorrogação ou revisão do ajustado, penalidade em caso de descumprimento, conforme estabelecido no art.613 da CLT.

Tem legitimidade para celebrar convenção coletiva os sindicatos, federações e confederações, de acordo com o art. 611 da CLT. No entanto, as federações somente têm legitimidade para as áreas onde não existam sindicatos. Na falta de federação, as confederações podem atuar.

Somente podem ser pactuadas as convenções coletivas mediante autorização dos interessados em Assembléia Geral.

Após assinado o documento, no prazo de 8 (oito) dias, uma das partes convenentes deverá providenciar o depósito de uma via na Delegacia Regional de Trabalho - DRT, para fins de registro e arquivo.

O reconhecimento da validade das convenções coletivas está previsto no art. 7º, inciso XXVI da Constituição Federal e artigos 611 e seguintes da CLT, sendo que seu prazo de validade não poderá ultrapassar 2 (dois) anos.

As convenções, cumprindo uma função normativa, abrangem toda a categoria representada pelos sindicatos convenentes, independentemente de filiação a eles, sendo que as cláusulas acordadas são consideradas "leis entre as partes".

6.3. Acordo Coletivo de Trabalho - ACT

O acordo coletivo de trabalho, via de regra, é celebrado entre um sindicato representante dos trabalhadores e uma ou mais empresas. São reconhecidos pelo disposto no art. 7º, inciso XXVI da Constituição Federal.

Da mesma forma que na convenção coletiva, os acordos coletivos, em consonância com as normas do art. 613 da CLT devem possuir a designação das partes convenientes, a categoria ou classe de trabalhadores abrangidas, o prazo de

vigência, as condições ajustadas, normas para a solução de eventuais conflitos, disposição para revisão ou outra alteração

qualquer, direitos e deveres das partes e penalidades pelo descumprimento. Também, conforme determina o art. 614, o acordo coletivo deve ser lavado no prazo de 8 (oito) dias para registro no Ministério do Trabalho. Em suma, as disposições arroladas para a

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hipótese de convenção coletiva são aplicáveis para o acordo, no que não for incompatível.

6.4 - Dissídio Coletivo

Ocorre quando não é obtido êxito nas negociações para a formalização de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho.

É o processo que vai dirimir os conflitos coletivos do trabalho, através de decisão do Poder Judiciário, criando novas condições de trabalho para determinada categoria ou interpretando norma jurídica. Quando é proferida a referida decisão por parte do Poder Judiciário Trabalhista, se cria o direito nesta decisão, substituindo o acordo ou convenção anterior ou os que não chegaram a ser concretizado.

Os conflitos coletivos são classificados em econômicos e jurídicos. Os conflitos de caráter econômico são aqueles em que os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho, principalmente referentes a salário. Os conflitos jurídicos ocorrem quando há divergência na interpretação ou aplicação de determinada norma jurídica.

A ação de dissídio coletivo é de competência originária dos Tribunais Regionais do Trabalho (Seção de Dissídios Coletivos, art. 2º da Lei 7.701/88).

Os efeitos da sentença normativa proferida em dissídio coletivo abrangem todas as organizações sindicais que figuraram como partes na ação. Além disso, a sentença pode ser estendida em relação a todos os empregados da mesma profissão, dos dissidentes de uma empresa ou a toda categoria profissional. Tal situação pode ocorrer por solicitação dos empregadores, por solicitação do sindicato dos empregados, de

acordo com determinação do Tribunal que proferiu a sentença ou por solicitação da Procuradoria do Trabalho.

7. Funções do Sindicato

A OCB/ES, Sindicato Patronal desde novembro de 1993 tem a função de defender os interesses da categoria econômica das cooperativas do Estado do Espírito Santo, em todos os seus ramos, excetuando-se as cooperativas de trabalho médico que já eram representadas por sindicatos anteriormente constituídos.

Seguem as descrições das funções que devem ser executadas por qualquer sindicato:

7.1. Função de representação

Fundamentada no art.513 da CLT, é uma das funções principais do sindicato. É a possibilidade do sindicato representar os interesses da categoria perante as autoridades administrativas e judiciárias. Ex: Possibilidade de impetrar Mandado de Segurança Coletivo, Intervenções Políticas em Prol das Cooperativas.

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7.2. Função Negocial

A função negocial é a que se observa na prática das convenções e acordos coletivos de trabalho. O sindicato participa das negociações coletivas que irão culminar com a

concretização de normas coletivas aplicáveis à categoria. Ex: É a possibilidade da OCB/ES negociar com os Sindicatos dos Empregados nos diversos ramos, a fim de firmar convenções coletivas. No caso da OCB/ES, atualmente, existem convenções firmadas abrangendo as cooperativas que têm como atividade principal à industrialização de laticínios.

7.3 Função assistencial

Compreende, no caso dos sindicatos patronais, essencialmente, assessoria na área jurídica e econômica.

7.4. Função arrecadatória

Compreende a arrecadação das contribuições descritas no item 4 desta cartilha. Assim, tendo como referência as funções estabelecidas na legislação vigente e em seu estatuto social, a OCB/ES busca implementar ações, a fim de defender os interesses

das cooperativas capixabas em todos os seus ramos.

8. Perguntas mais freqüentes

8.1. Quais as penalidades que a cooperativa pode sofrer pelo não pagamento da contribuição sindical?

Como já foi esclarecido no item 3.1, o não pagamento da contribuição enseja a proibição das sociedades inadimplentes de participarem nas licitações promovidas

pelos poderes públicos municipal, estadual e federal. Ressaltamos ainda que a cooperativa pode ser constrangida a pagar os valores devidos em juízo. Cumpre-se ressaltar que a contribuição recolhida fora do prazo legal deverá ser acrescida de juros e multa, conforme tabela em anexo.

8.2. As demais contribuições (confederativa e assistencial) são obrigatórias?

O entendimento predominante é que as respectivas contribuições não são obrigatórias para os não-sindicalizados. Espera-se que a reforma sindical venha pacificar os conflitos quanto à exigência delas.

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8.3. Para qual sindicato devo recolher a contribuição sindical dos empregados?

Deve-se observar a atividade preponderante desenvolvida pela sociedade e recolher

para o sindicato específico ou similar. No caso do ES, foi constituído o Sintracoop/ES – Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas do Estado do Espírito Santo, que abrange e representa todos empregados de todas cooperativas de qualquer ramo de atividade econômica do Espírito Santo.

8.4. Se for recolhida à contribuição sindical dos empregados para determinado sindicato, caso ele firme alguma convenção coletiva, as cláusulas são obrigatórias para a minha cooperativa?

As convenções coletivas são obrigatórias apenas no âmbito das partes signatárias. Isto é, se o sindicato patronal não houver participado da negociação e assinado a respectiva convenção, mesmo que o sindicato que representa os empregados da cooperativa tenha participado, o entendimento predominante é de que as cláusulas estipuladas não são obrigatórias para as cooperativas.

8.5. Da mesma forma, se for suscitado dissídio coletivo pelo sindicato que representa os empregados da minha cooperativa, em que a OCB/ES não figure como parte do processo, somos obrigados a acatar as decisões da sentença?

Segue o mesmo entendimento da questão anterior. Pode ocorrer, que na decisão proferida em dissídio coletivo exista uma cláusula de extensão abrangente, em que as

condições estipuladas sejam aplicadas a toda categoria de empregados daquela base territorial, conforme explicado no item 5.4 desta cartilha.

8.6. Quando inexistir convenção firmada pela OCB/ES no ramo a qual pertence a minha cooperativa, como devo proceder em relação às normas de

trabalho dos meus empregados?

Deve-se seguir as orientações da norma geral, ou seja, da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Qualquer dúvida, consultar a OCB/ES.

8.7. Como preencher a guia de Contribuição Sindical Patronal?

Informamos que a Guia da Contribuição Sindical Patronal referente a 2009 será emitida e enviada pela OCB/ES à todas as cooperativas, contendo os dados de cada uma.

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9. Tabela da Contribuição Sindical Patronal

Tabela da Contribuição Sindical elaborada conforme o Art. 580, itens II e III,

parágrafos 1º ao 5º da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação dada pela Lei nº 7.047, de 01.12.82 e parágrafo 1º do art. IV do Decreto-Lei 1.166/71.

MÊS DE REFERÊNCIA: JANEIRO/2010 - Vencimento em 29/01/10

LINHA CLASSE DE CAPITAL SOCIAL

(em R$) ALÍQUOTA %

VALOR A ADICIONAR (em R$)

01 De R$ 0,01 a R$ 6.192,75 Contribuição Mínima 49,54

02 De R$ 6.192,76 a

R$ 12.385,50 0,8 - x -

03 De R$ 12.385,51 a

R$ 123.855,00 0,2 74,31

04 De R$ 123.855,01 a R$ 12.385.500,00

0,1 198,17

05 De R$ 12.385.500,01 a

R$ 66.056.000,00 0,02 10.106,57

06 De R$ 66.056.000,01 em

diante Contribuição Máxima 23.317,77

Instruções para cálculo

A cooperativa deverá verificar seu capital e ver seu enquadramento na tabela acima, como por exemplo:

� Capital Social R$ 100.000,00

Enquadramento linha 3 da tabela

Valor da contribuição: R$ 100.000,00 X 0,2% (alíquota) = R$ 200,00

R$ 200,00 + R$ 74,31 (valor a adicionar) = R$ 274,31

Valor da contribuição de R$ R$ 274,31

Notas:

1) As cooperativas cujo capital social seja igual ou inferior a R$ 6.192,75, estão obrigadas ao recolhimento da Contribuição Sindical mínima de R$ 49,54, de acordo

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com o disposto no parágrafo 3º do art. 580 da CLT (alterado pela Lei nº 7.047, de 01 de dezembro de 1982);

2) As Cooperativas com capital social superior a R$ 66.056.000,01, recolherão a

Contribuição Sindical máxima de R$ 23.317,77, na forma do disposto no parágrafo 3º do art. 580 da CLT (alterado pela Lei nº 7.047, de 01 de dezembro de 1982);

3) Base de cálculo conforme art. 21 da Lei nº 8.178, de 01 de março de 1991 e atualizado pela mesma variação da UFIR, de acordo com o art. 2º da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991.

Créditos:

Esta Cartilha Sindical foi elaborada pela OCB/MG – Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado de Minas Gerais.

As adaptações e adequações foram promovidas pelo Advogado Haynner Batista Capettini e as estagiárias bacharelando em direito Gabriela Anholetti Cipriano e Kellen Ferreira Lovati, todos membros da Assessoria Jurídica da OCB/ES. Dúvidas e esclarecimentos podem ser sanados através dos e-mails: [email protected] ou [email protected] ou pelo telefone: (27) 2125-3200, com a GEFIN-OCB/ES – Gerência de Finanças e Contabilidade (Rose ou Jaqueline) ou ASJUR – Assessoria Jurídica (Haynner, Gabriela ou Kellen). Vitória - ES, 29 de dezembro de 2009.

www.ocbes.coop.br

Contribuição Sindical recolhida fora do prazo legal

O Decreto nº 78.339 de 31/08/76, que alterou o artigo 600 da CLT, tem a seguinte redação:

“Art. 1º - A contribuição sindical que trata o capítulo II do título V, da Consolidação das Leis do Trabalho, recolhida fora dos prazos fixados nos artigos 586 a 587, da mesma Consolidação; e no Parágrafo único deste artigo, quando espontânea o recolhimento será acrescido de: I - Atualização monetária do seu valor, em UFIR; II – Multa; III - Juros de mora”.

Art. 3º - A multa prevista no item II, do artigo 1º, será de: I - 10% (dez por cento), a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento do prazo de recolhimento. II - Adicional de 2% (dois por cento) por mês ou fração de mês, a partir do primeiro bimestre ao do vencimento do prazo do recolhimento.

Art. 4º - Os juros de mora, a que se refere o item III, do artigo 1º, serão calculados a partir do primeiro mês subseqüente ao do prazo de vencimento do recolhimento, na base de 1% (um por cento) ao mês ou fração de mês.