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    SEGURANA E SADE DO TRABALHO PARA

    A INDSTRIA DO SETOR FRIGORFICO

    Apoio

  • SEGURANA PARA TRABALHAR E PRODUZIR

    Segurana e sade do trabalho para a indstria do setor frigorfico esse o tema desta cartilha que o Sistema FIEMG, em parceria com o SINDUSCARNE, coloca disposio das empresas e dos empresrios que atuam nesse setor. Nessa iniciativa, o que nos move a importncia econmica e social do tema e os seus impactos sobre a vida dos trabalhadores e das empresas.

    As estatsticas revelam que os acidentes do trabalho reduzem a produtividade dos trabalhadores e das empresas, afetando a competitividade do negcio: todos os anos, cada um dos 4,9 milhes de acidentes registrados no pas resulta em pelo menos trs dias de falta ao trabalho. O pas governo e empresas gastam cerca de R$ 14 bilhes anuais com os acidentes, que colocam o Brasil em 4 lugar no ranking mundial dos acidentes do trabalho.

    Reduzir os acidentes ao mximo possvel , portanto, o objetivo central do Programa de Segurana e Sade do Trabalho desenvolvido pelo Sistema FIEMG. A ideia apoiar as empresas industriais de Minas Gerais, sobretudo as de pequeno e mdio porte, a se prepararem para entender e cumprir a legislao que rege a questo da segurana e sade do trabalho, para que possam se adequar s exigncias dos rgos normatizadores e fiscalizadores.

    Nessa direo, esta cartilha contm informaes essenciais ao desenvolvimento de programas eficazes na rea da segurana e sade do trabalho, especialmente abordando aes, projetos e programas mantidos pelo SESI e pelo SENAI, instituies integrantes do Sistema FIEMG. O efetivo engajamento da indstria mineira em um amplo programa de sade e segurana do trabalho representa, por certo, ganhos importantes para Minas Gerais, para a indstria mineira, para as nossas empresas e para os nossos trabalhadores.

    A todos uma boa leitura!

    Olavo Machado JuniorPresidente da Federao das Indstrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG

  • PREZADOS INDUSTRIAIS,

    Ambientes seguros e saudveis oferecem ao trabalhador condies adequadas para a realizao de suas tarefas dirias e, dessa forma, favorecem a produtividade.

    Mais do que apenas cumprir a lei, empresas que adotam prticas de Segurana e Sade do Trabalho (SST) aumentam significativamente sua receita. Os ganhos esto refletidos em forma de aumento da produtividade, reduo de gastos com acidentes e doenas do trabalho, absentesmo e assistncia sade, o que consequentemente fortalece a imagem da empresa perante o pblico consumidor.

    Este trabalho desenvolvido pela rea de Segurana e Sade do Trabalhador do SESI/MG tem como objetivo esclarecer, de forma simples e objetiva, as Normas de SST para que empregadores, a partir da adequao legislao, desfrutem dos benefcios alcanados pela realizao de um trabalho seguro em suas empresas.

    A cartilha baseada em situaes reais encontradas na prtica das atividades exercidas no setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. Esta cartilha referencia vrias normas regulamentadoras do Ministrio do Trabalho e Emprego, porm no esgota o assunto, Segurana e Sade do Trabalho, o que no isenta a empresa da necessidade de consultar e aplicar as demais Normas Regulamentadoras e seus requisitos exigidos por lei, que muito mais abrangente do que o abordado neste material.

    O trabalho no se encerra aqui, sendo que SST deve ser uma prtica constante, estando as entidades do SISTEMA FIEMG, sempre prontas para atuar com e junto Indstria.

    SESI Servio Social da IndstriaGSE Gerncia de Sade Empresarial

    MARO DE 2015

  • S UM R IO

    Introduo .............................................................................................................................. 7

    NR.4 - Servios em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho .............................. 9

    NR.5 - Comisso Interna de Preveno de Acidentes CIPA .............................................11

    NR.6 - EPI ..............................................................................................................................16

    NR.7 - Programas de Controle Mdico de Sade Ocupacional PCMSO ..........................19

    NR.8 - Edificaes ................................................................................................................ 20

    NR.9 - Programas de Preveno de Riscos Ambientais PPRA ........................................ 21

    NR.10 - Segurana em Instalaes e Servios em Eletricidade ......................................... 23

    NR.11 - Transporte, Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais ................. 25

    NR.12 - Segurana no Trabalho em Mquinas e Equipamentos ........................................ 27

    - Algumas no conformidades encontradas durante as visitas .............................................39

    - Exemplos de mquinas do setor frigorfico adequadas com objetivo de atender a NR.12 .......................................................................................... 42

    NR.17 - Ergonomia concomitante a NR.36 Segurana e Sade no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados ................................... 45

    NR.23 - Proteo contra incndios .................................................................................... 65

    NR.24 - Condies Sanitrias e de Conforto nos Locais de Trabalho ................................ 70

    NR.36 - Segurana e Sade no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carne e Derivados .......................................................................................................... 73

    Referncias Bibliogrficas .................................................................................................. 82

  • 7I N T RODU O

    Esta cartilha tem o intuito de instrumentalizar os empresrios do setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados na tomada de decises para polticas, programas e aes especficas que possam contribuir para o atendimento aos requisitos legais de Segurana e Sade do Trabalho SST e consequentemente a promoo da qualidade de vida de seus trabalhadores.

    Foram utilizados itens das Normas Regulamentadoras do Ministrio do Trabalho e Emprego - MTE, bem como informaes coletadas nas empresas de abate e processamento de carnes em Minas Gerais.

    O CONTEDO DESTA CARTILHA NO ESGOTA O TEMA DE SEGURANA

    E SADE DO TRABALHO, DEVENDO A EMPRESA MANTER UM

    ACOMPANHAMENTO CONTNUO E SISTEMTICO DA LEGISLAO QUE,

    FREQUENTEMENTE, PASSA POR REVISES E ALTERAES.

  • 9Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    NR.4 SERVIOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANA E EM MEDICINA DO TRABALHO

    As empresas privadas e pblicas, os rgos pblicos da administrao direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judicirio, que possuam empregados regi-dos pela Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, mantero, obrigatoriamente, Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Traba-lho, com a finalidade de promover a sade e proteger a integridade do trabalha-dor no local de trabalho.

    O dimensionamento dos Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho vincula-se gradao do risco da atividade principal e ao nmero total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as excees previstas nesta NR.

    Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4, o dimensionamento dos servios referidos no subitem 4.2.5 obedecer ao Quadro II, anexo, conside-rando-se como nmero de empregados o somatrio dos empregados de todos os estabelecimentos.

    QUADRO IRelao da Classificao Nacional de Atividades Econmicas - CNAE (Verso 2.0), com correspondente Grau de Risco - GR para fins de dimensionamento do SESMT

    CNAE FABRICAO DE PRODUTOS ALIMENTCIOS GR

    10.1 Abate e fabricao de produtos de carne 3

    10.11-2 Abate de reses, exceto sunos 3

    10.12-1 Abate de sunos, aves e outros pequenos animais 3

    10.13-9 Fabricao de produtos de carne 3

  • Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

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    QUADRO IIDimensionamento do SESMT, baseado no grau de risco e o nmero de empregados

    ATENO : As empresas do setor que no possuem mais de 100 (cem) empregados se isentam da composio do SESMT, conforme dimensionamento constante da Norma. Porm as aes de segurana e medicina do trabalho se daro, em regra geral, pela prestao de servios por parte de empresas especializadas em sade e segurana. Quando da contratao desses servios, imprescindvel que o empresrio esteja alerta para as seguintes questes:

    Elaborao de diagnstico de segurana (PPRA) e do Programa de Sade (PCMSO).

    Contendo incorrees identificadas aps verificao fsica do estabelecimento, haver propostas de adequao e cronogramas de implementao, o qual dever ser acordado entre as partes e ratificado pelo empregador. Esse talvez seja o momento mais importan-te para o contratante do servio.

    No adianta pagar pelos programas e no l-los. Eles devem ser discutidos preferen-cialmente com quem tem o poder de deciso na empresa, porque envolvem medidas que tem custos e este investimento deve ser programado de acordo com a gravidade das situaes encontradas e possibilidades da empresa. O diagnstico de segurana dever ir alm dos riscos fsicos, qumicos e biolgicos, conforme determina a NR.9. O ambiente e o processo de trabalho como um todo devero ser analisados e verificados, de modo a propor a eliminao de situaes que possam ensejar acidentes de trabalho e riscos ergonmicos, dentre outras. A empresa contratada dever ser a responsvel pela promoo da sade e proteo da integridade do trabalhador no local de trabalho.

    Graude

    Risco

    N de Empregados no Estabelecimento

    Tcnicos 50a100

    101a

    250

    251a

    500

    501a

    1.000

    1.001a

    2000

    2.001a

    3.500

    3.501a

    5.000

    Acima de 5.000 para cada

    grupo de 4.000 ou frao acima

    de 2.000**

    3

    Tcnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 6 8 3Engenheiro Seg. Trabalho 1* 1 1 2 1Aux. Enferm. do Trabalho 1 2 1 1Enfermeiro do Trabalho 1

    Mdico do Trabalho 1* 1 1 2 1

    (*) Tempo parcial (mnimo de trs horas)(**) O Dimensionamento total dever ser feito

    levando-se em considerao o dimensionamento de faixas de 3.501 a 5.000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4.000 ou frao acima de 2.000.

    OBS: Hospitais, Ambulatrios, Maternidade, casas de Sade e Repouso, Clnicas e estabelecimentos

    similares com mais de 500 (quinhentos) empregados devero contratar um enfermeiro em tempo integral.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    Para melhor elaborao do diagnstico, os empregados devero ser ouvidos, inclusive representantes da CIPA, de modo que possam colaborar com informaes relativas dinmica, processo e ambiente de trabalho, muitas vezes invisveis aos olhos tcnicos, porm decisivas para a manuteno de sua segurana e sade no trabalho.

    Definio de cronograma de visitas peridicas ao estabelecimento pelo prestador de servios, de modo a acompanhar as mudanas propostas, coletar e registrar dados / imagens para atualizao dos documentos, bem como verificar possveis riscos oriundos de novas instalaes e intervenes no ambiente de trabalho.

    NR.5 COMISSO INTERNA DE PREVENO DE ACIDENTES CIPA

    DO OBJETIVO

    A Comisso Interna de Preveno de Acidentes - CIPA tem como objetivo a preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promo-o da sade do trabalhador.

    DA CONSTITUIO

    Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mant-la em regular funciona-mento as empresas privadas, pblicas, sociedades de economia mista, rgos da administrao direta e indireta, instituies beneficentes, associaes re-creativas, cooperativas, bem como outras instituies que admitam trabalhado-res como empregados.

    DA ORGANIZAO

    A CIPA ser composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da norma NR.5, ressalvadas as alteraes disciplinadas em atos normativos para setores econmicos especficos.

    Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, sero por eles designados.

    Comentrio: a empresa indicar seus representantes na CIPA.

  • Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

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    Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, sero eleitos em escrutnio secreto, do qual participem, independentemente de filiao sindical, exclusivamente os empregados interessados.

    O nmero de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observar o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alteraes disciplinadas em atos normativos de setores econmicos especficos.

    Quando o estabelecimento no se enquadrar no Quadro I, a empresa designar um responsvel pelo cumprimento dos objetivos da NR.5, podendo ser adotados mecanismos de participao dos empregados, atravs de negociao coletiva.

    Comentrio: A empresa dever designar um empregado para ajudar na preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho. No necessrio eleio, mas o nome pode ser sugerido em acordo coletivo. O empregado designado no tem estabilidade como um membro CIPA eleito.

    O mandato dos membros eleitos da CIPA ter a durao de um ano, permitida uma reeleio.

    vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direo de Comisses Internas de Preveno de Acidentes desde o registro de sua candidatura at um ano aps o final de seu mandato.

    Sero garantidas aos membros da CIPA condies que no descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferncia para outro estabelecimento sem a sua anuncia, ressalvado o disposto nos pargrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.

    Comentrio: A empresa no pode mudar a atividade do membro da CIPA sem que este concorde.

    DO TREINAMENTO

    A empresa dever promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse.

    O treinamento de CIPA em primeiro mandato ser realizado no prazo mximo de

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    trinta dias, contados a partir da data da posse.

    As empresas que no se enquadrem no Quadro I, promovero anualmente treinamento para o designado responsvel pelo cumprimento do objetivo desta NR.

    O treinamento ter carga horria de vinte horas, distribudas em no mximo oito horas dirias e ser realizado durante o expediente normal da empresa.

    DAS ATRIBUIES

    A CIPA ter por atribuio:

    Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participao do maior nmero de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.

    Elaborar plano de trabalho que possibilite a ao preventiva na soluo de problemas de segurana e sade no trabalho.

    Participar da implementao e do controle da qualidade das medidas de preveno necessrias, bem como da avaliao das prioridades de ao nos locais de trabalho.

    Realizar, periodicamente, verificaes nos ambientes e condies de trabalho visando a identificao de situaes que venham a trazer riscos para a segurana e sade dos trabalhadores.

    Realizar, a cada reunio, avaliao do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situaes de risco que foram identificadas; divulgar aos trabalhadores informaes relativas segurana e sade no trabalho; participar, com o SESMT, onde houver, das discusses promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alteraes no ambiente e processo de trabalho relacionados segurana e sade dos trabalhadores.

    Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisao de mquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente segurana e sade dos trabalhadores.

    Colaborar no desenvolvimento e implementao do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados segurana e sade no trabalho.

    Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como clusulas de acordos e convenes coletivas de trabalho, relativas segurana e sade no trabalho.

    Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da anlise das causas das doenas e acidentes de trabalho e propor medidas de soluo dos problemas identificados.

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    Requisitar ao empregador e analisar as informaes sobre questes que tenham interferido na segurana e sade dos trabalhadores.

    Requisitar empresa as cpias das CAT emitidas. Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna

    de Preveno de Acidentes do Trabalho SIPAT. Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Preveno

    da AIDS.

    Nota: Sobre a elaborao do Mapa de Riscos, consultar a portaria n 25, de 29/12/1994.

    Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessrios ao desempenho de suas atribuies, garantindo tempo suficiente para a realizao das tarefas constantes do plano de trabalho.

    Cabe aos empregados:

    Participar da eleio de seus representantes. Colaborar com a gesto da CIPA. Indicar CIPA, ao SESMT e ao empregador situaes de riscos e apresentar

    sugestes para melhoria das condies de trabalho. Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendaes quanto preveno

    de acidentes e doenas decorrentes do trabalho.

    Cabe ao Presidente da CIPA:

    Convocar os membros para as reunies da CIPA. Coordenar as reunies da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando

    houver, as decises da comisso. Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA. Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria. Delegar atribuies ao Vice-Presidente.

    Cabe ao Vice-Presidente:

    Executar atribuies que lhe forem delegadas e substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporrios.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, tero as seguintes atribuies:

    Cuidar para que a CIPA disponha de condies necessrias para o desenvolvimento de seus trabalhos.

    Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA. Zelar para que os objetivos propostos sejam alcanados. Delegar atribuies aos membros da CIPA. Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; divulgar as

    decises da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento. Encaminhar os pedidos de reconsiderao das decises da CIPA. Constituir a comisso eleitoral.

    O Secretrio da CIPA ter por atribuio:

    Acompanhar as reunies da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovao e assinatura dos membros presentes; preparar as correspondncias; e outras que lhe forem conferidas.

    DO FUNCIONAMENTO

    A CIPA ter reunies ordinrias mensais, de acordo com o calendrio preestabelecido.

    As reunies ordinrias da CIPA sero realizadas durante o expediente normal da empresa e em local apropriado.

    As reunies da CIPA tero atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cpias para todos os membros.

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    Dimensionamento de CIPA - C-2 / ALIMENTOS

    QUADRO III Relao de classificao nacional de atividades econmicas CNAE, com correspondente agrupamento para dimensionamento da CIPA.

    CNAE DESCRIO GRUPO

    10.11-2 Abate de reses, exceto sunos C-210.12-1 Abate de sunos, aves e outros pequenos animais C-210.13-9 Fabricao de produtos de carne C-2

    Dimensionamento de CIPA

    QUADRO VI

    Gru

    pos N de Empregados

    no EstabelecimentoN de Membros da

    CIPA

    0a19

    20a29

    30a

    50

    51a

    80

    81a

    100

    101a

    120

    121a

    140

    141a

    300

    301a

    500

    501a

    1.000

    1.001a

    2.500

    2.501a

    5.000

    5.001a

    10.000

    Acima de 10.000

    para cada grupo de

    2.500 acrescentar

    C-2Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2

    Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1

    NR.6 EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL EPI

    Para os fins de aplicao desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteo Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no trabalho.

    O equipamento de proteo individual, de fabricao nacional ou importado, s poder ser posto venda ou utilizado com a indicao do Certificado de Aprova-o - CA, expedido pelo rgo nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho do Ministrio do Trabalho e Emprego.

    A empresa obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequa-do ao risco, em perfeito estado de conservao e funcionamento, nas seguintes circunstncias:

  • 17

    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    a) sempre que as medidas de ordem geral no ofeream completa proteo contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenas profissionais e do trabalho;b) enquanto as medidas de proteo coletiva estiverem sendo implantadas; e,c) para atender a situaes de emergncia.

    Cabe ao empregador quanto ao EPI:

    a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;b) exigir seu uso;c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo rgo nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho;d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso ade-quado, guarda e conservao;e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;f) responsabilizar-se pela higienizao e manuten-o peridica; e,g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade ob-servada;h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrnico.

    Cabe ao empregado quanto ao EPI:

    a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;b) responsabilizar-se pela guarda e conserva-o;c) comunicar ao empregador qualquer altera-o que o torne imprprio para uso; e,d) cumprir as determinaes do empregador sobre o uso adequado.

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    ATENO :

    A princpio, os ambientes de trabalho no deveriam oferecer riscos aos empregados. Quando isso ocorre e medidas de proteo coletiva no so possveis no momento, necessrio o uso dos EPIs, os quais somente devero ser disponibilizados caso no haja, ainda, controle efetivo dos riscos inerentes ao ambiente de trabalho. Os EPIs so forne-cidos gratuitamente aos empregados; logo, no podem ser descontados em seu salrio e devem ser substitudos sempre que necessrio. A relao dos EPIs adequados a cada funo, deve constar do PPRA da empresa, em razo dos riscos aos quais cada uma est submetida.

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    NR.7 PROGRAMAS DE CONTROLE MDICO DE SADE OCUPACIONAL PCMSO

    Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaborao e implementao do programa por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados, visando promoo e preserva-o da sade.

    O PCMSO deve incluir, entre outros, a realizao obrigatria dos exames mdicos:

    a) admissional;b) peridico;c) de retorno ao trabalho;d) de mudana de funo;e) demissional.

    Para cada exame mdico realizado, previsto no item 7.4.1 da NR.7, o mdico emi-tir o Atestado de Sade Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias.

    A primeira via do ASO ficar arquivada no local de trabalho do trabalhador, in-clusive frente de trabalho ou canteiro de obras, disposio da fiscalizao do trabalho.

    A segunda via do ASO ser obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via.

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    O PCMSO dever ter carter de preveno, rastreamento e diagnstico precoce dos agravos sade relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclnica, alm da constatao da existncia de casos de doenas profissionais ou danos irreversveis sade dos trabalhadores.

    O PCMSO dever ser planejado e implantado com base nos riscos sade dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliaes do PPRA.

    NR.8 EDIF ICAES

    Figura 1 Figura 2

    Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho, onde houver perigo de escorregamento, sero empregados materiais ou proces-sos antiderrapantes (Figura 2).

    Os andares acima do solo devem dispor de proteo adequada contra quedas, de acordo com as normas tcnicas e legislaes municipais, atendidas as condi-es de segurana e conforto.

    As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de forma que impe-am a queda de pessoas ou objetos.

    Os pisos dos locais de trabalho no devem apresentar salincias nem depres-ses que prejudiquem a circulao de pessoas ou a movimentao de materiais.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    NR.9 PROGRAMAS DE PREVENO DE RISCOS AMBIENTAIS PPRA

    Esta Norma Regulamentadora (NR) estabelece a obrigatoriedade da elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que ad-mitam trabalhadores como empregados, do Programa de Preveno de Riscos Ambientais - PPRA, visando preservao da sade e da integridade dos tra-balhadores, atravs da antecipao, reconhecimento, avaliao e consequente controle da ocorrncia de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em considerao a proteo do meio ambiente e dos recursos naturais

    Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes fsicos, qu-micos e biolgicos existentes nos ambientes de trabalho que, em funo de sua natureza, concentrao ou intensidade e tempo de exposio, so capazes de causar danos sade do trabalhador.

    Consideram-se agentes fsicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: rudo, vibraes, presses anormais, temperaturas extremas, radiaes ionizantes, radiaes no ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.

    Consideram-se agentes qumicos as substncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratria, nas formas de poeiras, fumos, nvoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposio, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo atravs da pele ou por ingesto.

    Consideram-se agentes biolgicos as bactrias, fungos, bacilos, parasitas, protozorios, vrus, entre outros.

  • Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

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    Devero ser adotadas as medidas necessrias suficientes para a eliminao, a minimizao ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas.

    O estudo, desenvolvimento e implantao de medidas de proteo coletiva deve-ro obedecer seguinte hierarquia:

    a) medidas que eliminam ou reduzam a utilizao ou a formao de agentes prejudiciais sade;

    b) medidas que previnam a liberao ou disseminao desses agentes no ambiente de trabalho;

    c) medidas que reduzam os nveis ou a concentrao desses agentes no ambiente de trabalho.

    A implantao de medidas de carter coletivo dever ser acompanhada de trei-namento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a sua eficincia e de informao sobre as eventuais limitaes de proteo que ofe-ream.

    A RESPONSABILIDADE pela elaborao e implementao deste Programa ni-ca e total do Empregador, devendo ainda zelar pela sua eficcia, e cumprimento, principalmente das aes de controle e eliminao do risco e aes propostas no plano de ao. Sendo sua profundidade e abrangncia dependentes das ca-ractersticas, dos riscos e das necessidades de controle.

    Todo Programa, PPRA, tem vigncia de 1 (um) ano e as aes previstas no plano de ao devem ser executadas neste perodo. Sempre que houver mudanas importantes no ambiente de trabalho da empresa o PPRA deve ser revisado.

    Dever ser mantido pelo empregador ou instituio um registro de dados, estru-turado de forma a constituir um histrico tcnico e administrativo do desenvolvi-mento do PPRA.

    Os dados devero ser mantidos por um perodo de 20 anos.

    O registro de dados dever estar sempre disponvel aos trabalhadores interessa-dos ou seus representantes e para as autoridades competentes.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    NR.10 SEGURANA EM INSTALAES E SERVIOS EM ELETRICIDADE

    Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos e condies mni-mas objetivando a implementao de medidas de controle e sistemas preventi-vos, de forma a garantir a segurana e a sade dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalaes eltricas e servios com eletricidade.

    As empresas esto obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das ins-talaes eltricas dos seus estabeleci-mentos com as especificaes do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteo.

    Comentrio: Diagrama Unifilar a re-presentao grfica dos componentes eltricos e as suas relaes funcionais e contm apenas os componentes princi-pais dos circuitos representados por uma linha.

    Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Pronturio de Instalaes Eltricas, contendo, alm do disposto no subitem 10.2.3 da NR.10, no mnimo:

    a) conjunto de procedimentos e instrues tcnicas e administrativas de segurana e sade, implantadas e relacionadas a esta NR e descrio das medidas de controle existentes;b) documentao das inspees e medies do sistema de proteo contra descargas atmosfricas e aterramentos eltricos;c) especificao dos equipamentos de proteo coletiva e individual e o ferramental, aplicveis conforme determina esta NR;d) documentao comprobatria da qualificao, habilitao, capacitao, autoriza-o dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;e) resultados dos testes de isolao eltrica realizados em equipamentos de proteo individual e coletiva;f) certificaes dos equipamentos e materiais eltricos em reas classificadas;g) relatrio tcnico das inspees atualizadas com recomendaes, cronogramas de adequaes, contemplando as alneas de a a f.

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    O projeto deve definir a configurao do esquema de aterramento, a obrigatorie-dade ou no da interligao entre o condutor neutro e o de proteo e a conexo terra das partes condutoras no destinadas conduo da eletricidade.

    Comentrio: O projeto eltrico deve aplicar um esquema de aterramento definido de acordo com o que estabelece as normas tcnicas.

    As instalaes eltricas devem ser construdas, montadas, operadas, reforma-das, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurana e a sade dos trabalhadores e dos usurios, e serem supervisionadas por profissio-nal autorizado, conforme dispe esta NR.

    Comentrio: Este item determina a obrigatoriedade dos tomadores de servios eltricos de garantir a segurana e sade de todos os trabalhadores e usurios envolvidos nas instalaes eltricas. Tambm torna obrigatria a superviso de um profissional autorizado.

    As instalaes eltricas devem ser mantidas em condies seguras de funcio-namento e seus sistemas de proteo devem ser inspecionados e controlados periodicamente, de acordo com as regulamentaes existentes e definies de projetos.

    Comentrio: essencial que as instalaes eltricas sejam mantidas em per-feito estado de conservao, garantindo especialmente, as condies seguras de funcionamento, de forma a proteger os trabalhadores e usurios dos riscos caractersticos.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    QUADRO ELTRICO

    Os quadros eltricos tm como funo receber e distribuir a energia eltrica e so destinados a comandar, controlar e proteger instalaes eltricas.

    O acesso dever ser fcil e estar perma-nentemente desobstrudo.

    As portas so consideradas protees contra contatos diretos com elementos sob tenso devendo portanto estar fe-chadas chave e dotadas de sinalizao de aviso de perigo de eletrocusso.

    Os aparelhos montados nos quadros devem estar devidamente identificados com etiquetas ou com esquemas que permitam conhecer as funes a que se desti-nam ou os circuitos a que pertencem.

    NR.11 TRANSPORTE, MOVIMENTAO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS

    Os poos de elevadores e monta-cargas devero ser cercados, solidamente, em toda sua altura, exceto as portas ou cancelas necessrias nos pavimentos.

    Quando a cabina do elevador no estiver ao nvel do pavimento, a abertura deve-r estar protegida por corrimo ou outros dispositivos convenientes.

    Especial ateno ser dada aos cabos de ao, cordas, correntes, roldanas e ganchos que devero ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas.

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    Em todo o equipamento ser indicado, em lugar visvel, a carga mxima de tra-balho permitida.

    Na operao manual de carga e descarga de sacos, em um caminho ou vago, o trabalhador ter auxlio de um ajudante.

    Deve ser evitado o transporte manual de sacos em pisos escorregadios ou mo-lhados.

    ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS

    O material armazenado dever ser disposto de forma a evitar a obstruo de portas, equipamentos contra incndio, sadas de emergncias, etc.

    O material empilhado dever ficar afastado das estruturas laterais do prdio a uma distncia de pelo menos 0,50m (cinquenta centmetros).

    A disposio da carga no dever dificultar o trnsito, a iluminao, e o acesso s sadas de emergncia.

    O armazenamento dever obedecer aos requisitos de segurana especiais a cada tipo de material.

    ATENO :

    Art. 390 da CLT diz: Ao empregador vedado empregar a mulher em servio que deman-de o emprego de fora muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho contnuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    NR.12 SEGURANA NO TRABALHO EM MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referncias tcnicas, prin-cpios fundamentais e medidas de proteo para garantir a sade e a integridade fsica dos trabalhadores e estabelece requisitos mnimos para a preveno de acidentes e doenas do trabalho nas fases de projeto e de utilizao de mqui-nas e equipamentos de todos os tipos.

    PRAZOS PARA ADEQUAO PARA ATENDER A NOVA NR.12 A PARTIR DE 24/12/2010:

    ANEXO VII - MQUINAS PARA AOUGUE E MERCEARIAPrazos fixados por estabelecimento, em funo do tipo de mquina e nmero de trabalhadores.

    Para mquinas novas, o prazo de adequao ser de 6 (seis) meses, em qualquer situao.

    Tipo de mquinas

    At 10 (dez)empregados

    De 11 (onze)a 25 (vinte e cinco)

    empregados

    De 26 (vinte e seis) a 50 (cinquenta)

    empregados

    Acima de 50(cinquenta)empregados

    Serra de fita 36 (trinta e seis) meses30 (trinta)

    meses24 (vinte e

    quatro) meses 18 (dezoito) meses

    Moedor de carne 36 (trinta e seis) meses30 (trinta)

    meses24 (vinte e

    quatro) meses 18 (dezoito) meses

    Fatiador de frios 66 (sessenta e seis) meses66 (sessenta e

    seis) meses36 (trinta e seis)

    meses24 (vinte e

    quatro) meses

    Demais 66 (sessenta e seis) meses66 (sessenta e

    seis) meses60 (sessenta)

    meses48 (quarenta e oito)

    meses

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    ARRANJO FSICO E INSTALAES

    Nos locais de instalao de mquinas e equipamentos, as reas de circulao devem ser devidamente demarcadas e em conformidade com as normas tcni-cas oficiais.

    As vias principais de circulao nos locais de trabalho e as que conduzem s sadas devem ter, no mnimo, 1,20m (um metro e vinte centmetros) de largura.

    As reas de circulao devem ser mantidas permanentemente desobstrudas.

    Os materiais em utilizao no processo produtivo devem ser alocados em reas especficas de armazenamento, devidamente demarcadas com faixas na cor in-dicada pelas normas tcnicas oficiais ou sinalizadas quando se tratar de reas externas.

    Os espaos ao redor das mquinas e equipamentos devem ser adequados ao seu tipo e ao tipo de operao, de forma a prevenir a ocorrncia de acidentes e doenas relacionados ao trabalho.

    INSTALAES E DISPOSITIVOS ELTRICOS

    As instalaes eltricas das mquinas e equipamentos devem ser projetadas e mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque eltrico, incndio, exploso e outros tipos de acidentes, conforme previsto na NR.10.

    As mquinas devem ser ATERRADAS, conforme as normas tcnicas oficiais vi-gentes, as instalaes, carcaas, invlucros, blindagens ou partes condutoras das mquinas e equipamentos que no faam parte dos circuitos eltricos, mas que possam ficar sobtenso.

    As instalaes eltricas das mquinas e equipamentos que estejam ou possam estar em contato direto ou indireto com gua ou agentes corrosivos devem ser projetadas com meios e dispositivos que garantam sua blindagem, estanquei-dade, isolamento e aterramento, de modo a prevenir a ocorrncia de acidentes.

    Os quadros de energia das mquinas e equipamentos devem atender aos se-guintes requisitos mnimos de segurana:

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    a) possuir porta de acesso, mantida permanentemente fechada;b) possuir sinalizao quanto ao perigo de choque eltrico;c) restrio de acesso por pessoas no autorizadas;d) ser mantidos em bom estado de conservao, limpos e livres de objetos e ferramentas;e) possuir proteo e identificao dos circuitos;f) atender ao grau de proteo adequado em funo do ambiente de uso.

    DISPOSITIVOS DE PARTIDA, ACIONAMENTO E PARADA

    Os dispositivos de partida, acionamento e parada das mquinas devem ser projetados, selecionados e instalados de modo que:

    No se localizem em suas zonas perigosas. Possam ser acionados ou desligados em caso de emergncia por outra

    pessoa que no seja o operador. Impeam acionamento ou desligamento involuntrio pelo operador ou por

    qualquer outra forma acidental. No acarretem riscos adicionais. No possam ser burlados.

    Os comandos de partida ou acionamento das m-quinas devem possuir dispositivos que impeam seu funcionamento automtico ao serem energizadas.

    As mquinas e equipamentos, cujo acionamento por pessoas no autorizadas possam oferecer risco sade ou integridade fsica de qualquer pessoa, de-vem possuir sistema que possibilite o bloqueio de seus dispositivos de acionamento.

    Os componentes de partida, parada, acionamento e outros controles que compem a interface de ope-rao das mquinas devem operar em extrabaixa tenso de at 25V (vinte e cinco volts) em corrente alternada ou de at 60V (sessenta volts) em corrente contnua.

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    SISTEMAS DE SEGURANA

    As zonas de perigo das mquinas e equipamentos devem possuir sistemas de segurana, caracterizados por protees fixas, protees mveis e dispositivos de segurana interligados, que garantam proteo sade e integridade fsica dos trabalhadores.

    Os sistemas de segurana devem ser selecionados e instalados de modo a atender aos seguintes requisitos:

    Ter categoria de segurana conforme prvia anlise de riscos prevista nas normas tcnicas oficiais vigentes.

    Estar sob a responsabilidade tcnica de profissional legalmente habilitado. Possuir conformidade tcnica com o sistema de comando a que so integrados. Instalao de modo que no possam ser neutralizados ou burlados. Manterem-se sob vigilncia automtica, ou seja, monitoramento, de acordo com a

    categoria de segurana requerida, exceto para dispositivos de segurana exclusi-vamente mecnicos.

    Paralisao dos movimentos perigosos e demais riscos quando ocorrerem falhas ou situaes anormais de trabalho.

    As transmisses de fora e os componentes mveis a elas interligados, acess-veis ou expostos, devem possuir protees fixas, ou mveis com dispositivos de intertravamento, que impeam o acesso por todos os lados.

    Bandeja proteo mvel intertravadaBocal de alimentao com proteo fixa

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    DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGNCIA

    As mquinas devem ser equipadas com um ou mais dispositivos de parada de emergncia, por meio dos quais possam ser evitadas situaes de perigo laten-tes e existentes.

    Os dispositivos de parada de emergncia no devem ser utilizados como disposi-tivos de partida ou de acionamento.

    Os dispositivos de parada de emergncia devem ser posicionados em locais de fcil acesso e visualizao pelos operadores em seus postos de trabalho e por outras pessoas, e mantidos permanentemente desobstrudos.

    A parada de emergncia deve exigir rearme, ou reset manual, a ser realizado somente aps a correo do evento que motivou o acionamento da parada de emergncia.

    O acionamento do dispositivo de parada de emergncia deve tambm resultar na reteno do acionador, de tal forma que quando a ao no acionador for descon-tinuada, este se mantenha retido at que seja desacionado.

    MEIOS DE ACESSO PERMANENTE

    So considerados como meios de acesso: elevadores, rampas, passarelas, pla-taformas ou escadas de degraus.

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    Os locais ou postos de trabalho acima do nvel do solo em que haja acesso de trabalhadores, para comando ou quaisquer outras intervenes habituais nas mquinas e equipamentos, como operao, abastecimento, manuteno, prepa-rao e inspeo, devem possuir plataformas de trabalho estveis e seguras.

    As passarelas, plataformas, rampas e escadas de degraus devem propiciar con-dies seguras de trabalho, circulao, movimentao e manuseio de materiais e:

    Ser dimensionadas, construdas e fixadas de modo seguro e resistente, de forma a suportar os esforos solicitantes e movimentao segura do trabalhador.

    Ter pisos e degraus constitudos de materiais ou revestimentos antiderrapantes. Ser mantidas desobstrudas. Ser localizadas e instaladas de modo a prevenir riscos de queda, escorregamento,

    tropeamento e dispndio excessivo de esforos fsicos pelos trabalhadores ao uti-liz-las.

    MANUTENO, INSPEO, PREPARAO, AJUSTES E REPAROS

    As mquinas e equipamentos devem ser submetidos manuteno preventiva e corretiva, na forma e periodicidade determinada pelo fabricante, conforme as normas tcnicas oficiais nacionais vigentes e, na falta dessas, as normas tcnicas internacionais.

    As manutenes preventivas com potencial de causar acidentes do trabalho devem ser objeto de planejamento e gerenciamento efetuado por profissional legalmente habilitado.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    As manutenes preventivas e corretivas devem ser registradas em livro prprio, ficha ou sistema informatizado, com os seguintes dados:

    a) cronograma de manuteno;b) intervenes realizadas;c) data da realizao de cada interveno;d) servio realizado;e) peas reparadas ou substitudas;f) condies de segurana do equipamento;g) indicao conclusiva quanto s condies de segurana da mquina; h) nome do responsvel pela execuo das intervenes.

    A manuteno, inspeo, reparos, limpeza, ajuste e outras intervenes que se fizerem necessrias devem ser executadas por profissionais capacitados, qualificados ou legalmente habilitados, formalmente autorizados pelo empregador, com as mquinas e equipamentos parados e adoo dos seguintes procedimentos:

    a) isolamento e descarga de todas as fontes de energia das mquinas e equipamentos, de modo visvel ou facilmente identificvel por meio dos dispositivos de comando;

    b) bloqueio mecnico e eltrico na posio desligado ou fechado de todos os dispositivos de corte de fontes de energia, a fim de impedir a reenergizao, e sinalizao com carto ou etiqueta de bloqueio contendo o horrio e a data do bloqueio, o motivo da manuteno e o nome do responsvel.

    O registro das manutenes deve ficar disponvel aos trabalhadores envolvidos na operao, manuteno e reparos, bem como Comisso Interna de Preveno de Acidentes - CIPA, ao Servio de Segurana e Medicina do Trabalho - SESMT e fiscalizao do Ministrio do Trabalho e Emprego.

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    SINALIZAO

    As mquinas e equipamentos, bem como as instalaes em que se encontram, devem possuir sinalizao de segurana para advertir os trabalhadores e ter-ceiros sobre os riscos a que esto expostos, as instrues de operao e manu-teno e outras informaes necessrias para garantir a integridade fsica e a sade dos trabalhadores.

    A sinalizao de segurana deve:

    a) ficar destacada na mquina ou equipamento;b) ficar em localizao claramente visvel; c) ser de fcil compreenso.

    As inscries das mquinas e equipamentos devem:

    a) ser escritas na lngua portuguesa - Brasil; b) ser legveis.

    As inscries devem indicar claramente o risco e a parte da mquina ou equipa-mento a que se referem, e no deve ser utilizada somente a inscrio de perigo.

    MANUAIS

    As mquinas e equipamentos devem possuir manual de instrues fornecido pelo fabricante ou importador, com informaes relativas segurana em todas as fases de utilizao.

    Quando inexistente ou extraviado, o manual de mquinas ou equipamentos que apresentem riscos deve ser reconstitudo pelo empregador, sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    Manuais em Portugus do Brasil

    Razo social, CNPJ, endereo fabricante ou importadorTipo, modelo, capacidadeNmero de srie Normas observadas Descrio detalhada da mquina Indicao da vida til

    CAPACITAO

    A operao, manuteno, inspeo e demais intervenes em mquinas e equi-pamentos devem ser realizadas por trabalhadores habilitados, qualificados, ca-pacitados ou autorizados para este fim.

    Os trabalhadores envolvidos na operao, manuteno, inspeo e demais inter-venes em mquinas e equipamentos devem receber capacitao providencia-da pelo empregador e compatvel com suas funes, que aborde os riscos a que esto expostos e as medidas de proteo existentes e necessrias, nos termos desta Norma, para a preveno de acidentes e doenas.

    Os operadores de mquinas e equipamentos devem ser maiores de dezoito anos, salvo na condio de aprendiz, nos termos da legislao vigente.

    A capacitao deve:

    a) ocorrer antes que o trabalhador assuma a sua funo;

    b) ser realizada pelo empregador, sem nus para o trabalhador;

    c) ter carga horria mnima que garanta aos trabalhadores executarem suas atividades com segurana, sendo distribuda em no mximo oito horas dirias e realizada durante o horrio normal de trabalho;

    d) ter contedo programtico conforme o estabelecido no Anexo II desta Norma;

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    e) ser ministrada por trabalhadores ou profissionais qualificados para este fim, com superviso de profissional legalmente habilitado que se responsabilizar pela adequao do contedo, forma, carga horria, qualificao dos instruto-res e avaliao dos capacitados.

    A capacitao s ter validade para o empregador que a realizou e nas con-dies estabelecidas pelo profissional legalmente habilitado responsvel pela superviso da capacitao.

    A funo do trabalhador que opera e realiza intervenes em mquinas deve ser anotada no registro de empregado, consignado em livro, ficha ou sistema eletr-nico e em sua Carteira de Trabalho e Previdncia Social CTPS.

    O curso de capacitao deve ser especfico para o tipo de mquina em que o operador ir exercer suas funes.

    INVENTRIO DAS MQUINAS

    O empregador deve manter inventrio atualizado das mquinas e equipamentos com identificao por tipo, capacidade, sistemas de segurana e localizao em planta baixa, elaborado por profissional qualificado ou legalmente habilitado.

    As informaes do inventrio devem subsidiar as aes de gesto para aplica-o desta Norma.

    Toda a documentao referida nesta norma, inclusive o inventrio previsto no item 12.153, deve ficar disponvel para o SESMT, CIPA, sindicatos representantes da categoria profissional e fiscalizao do Ministrio do Trabalho e Emprego.

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    EXEMPLO DE INVENTRIO E SISTEMAS DE SEGURANA EXISTENTES NAS MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Mquina Descrio Qdte Marca ModeloAno de

    fabricaoCapacidade Origem

    Posiona planta

    Sistemas de Segurana existente

    Picador de Carne

    Mquina para picar

    carne utilizada

    em aougues.

    01 C.A.F 98 D/S inox 2013At

    700 kg/h Brasil P1

    Boto duplo Liga / Desliga.

    Emergncia. Boto Reset.

    Chave de Segurana Magntica Intertra-vando o equipamento

    com a bandeja. Chave Geral com

    trancamento manual. Interface de Segurana.

    Proteo fixa confeccionada em

    ao inox na bandeja.

    Inventrio de mquinas e equipamento NR.12 (Itens 12.153; 12.39) Portaria N 197 de Dez 2010

    IDENTIFICAO DOS SISTEMAS DE SEGURANA EXISTENTES NO PICADOR DE CARNE

    Picador de carne 98 D/S Inox Detalhe do equipamento

    OPERAO: 01 OperadorSISTEMA DE SEGURANA EXISTENTE:Boto duplo Liga / Desliga.Emergncia.Boto Reset.Chave de Segurana Magntica Intertravando o equipamento com a bandeja.Chave Geral com trancamento manual.Interface de Segurana.Proteo fixa confeccionada em ao inox na bandeja.Proteo no bocal de sada.

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    EXEMPLO DE PLANO DE AO DE ADEQUAO DAS MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Posi

    o

    na

    p lan

    ta Prazo: Meses jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 Responsvel

    Dias 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180

    Recomendaes P1 Serra de Fita

    A Instalar o boto de emergncia na mquina

    x Joo

    B Instalar o boto de reset na mquina x Joo

    C

    Realizar treinamento de capacitao sobre o uso correto da mquina, aps as modificaes.

    x Jos

    D Solicitar o manual de operao da mquina

    x Jos

    P2 Moedor de Carne

    A B C D

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    Orientao de Segurana do Trabalho para a Indstria do Setor de Abate e Processamento de Carnes e Derivados - Maro / 2015

    ALGUMAS NO CONFORMIDADES ENCONTRADAS DURANTE AS VISITAS

    SERRA DE FITA PARA CORTE DE CARNE E OSSO:

    No possui boto de rearme. No possui chave de segurana, com

    intertravamento, nas tampas superior e inferior, conforme itens 12.38 a 12.55 da norma e seus subitens. Ao abrir as protees, a mquina permanece em funcionamento.

    No possui chave geral que permita bloqueio manual.

    ESTEIRA DE TRANSPORTE:

    Boto de emergncia danificado, inoperante.

    No possui boto de rearme. Eixo do rolete desprotegido.

    QUEBRADOR DE BLOCOS DE CARNE CONGELADA:

    Mquina permite acesso ao rolo tritura-dor no possuindo distncia mnima de segurana.

    Proteo mvel de acesso ao rolo no possui intertravamento, permitindo que a mquina mantenha o movimento peri-goso ao ser movida a tampa protetora.

    No possui boto de rearme. Sem chave de bloqueio. Partes mveis expostas.

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    MOEDOR DE CARNE:

    Mquina permite ingresso dos membros superiores na zona da rosca sem fim

    AMACIADOR DE BIFES:

    Movimentos dos cilindros dentados e mecanismos sem proteo fixa ou mvel com intertravamento, conforme itens 12.38 a 12.55 e subitens da norma.

    MQUINA UTILIZADA NA LAVANDERIA DE FRIGORFICOS PARA HIGIENIZAO DE ROUPAS:

    Transmisses de fora sem proteo fixa ou mvel com dispositivos de intertravamento que impeam o acesso por todos os lados.

    ELETRICIDADE:

    Instalaes eltricas da mquina sem proteo, sem sinalizao e com fiaes expostas.

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    SINALIZAO:

    As inscries da mquina no esto escritas na lngua portuguesa Brasil e legveis.

    MANUTENO, INSPEO, PREPARAO, AJUSTE E REPAROS:

    As mquinas e equipamentos devem ser submetidos manuteno preventiva e corretiva.

    Mquina Ensacadeira Contnua a Vcuo faltando reparo em botes de controle.

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    EXEMPLOS DE MQUINAS DO SETOR FRIGORFICO ADEQUADAS COM OBJETIVO DE ATENDER A NR.12

    SERRA DE FITA PARA OSSO

    Canaleta regulvel deslizante deve enclausurar o permetro da fita serrilhada.

    Deve ser adotado brao articulado vertical, empurrador, com movimento pendular.

    A mesa fixa deve ter guia regulvel paralela serra fita utilizada para limitar a es-pessura do corte.

    Em mquinas novas, as mesas de corte devem possuir uma parte mvel.

    Deve ser utilizado dispositivo manual para empurrar a carne lateralmente contra a guia regulvel.

    No mnimo 1 boto de emergncia.

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    FATIADOR DE CARNE

    AMACIADOR DE BIFE

    Movimentos das lminas de corte e de seus mecanismos devem ser enclausurados por protees fixas ou protees mveis intertravadas.

    Bocal de alimentao deve impedir o acesso dos membros superiores atuando como proteo mvel intertravada dotada de, no mnimo uma chave de segurana com duplo canal, monitorada por rel de segurana, duplo canal.

    A abertura da zona de descarga deve impedir o alcance dos membros superiores na zona das lminas de corte.

    Os movimentos dos cilindros dentados e de seus meca-nismos devem ser enclau-surados por protees fixas ou protees mveis inter-travadas.

    O bocal de alimentao deve impedir o acesso dos membros superiores atuan-do como proteo mvel intertravada dotada de, no mnimo, uma chave de se-gurana com duplo canal, monitorada por rel de se-gurana, duplo canal.

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    PICADOR DE CARNE

    Os movimentos da rosca sem fim e de seus mecanismos devem ser enclausurados por protees fixas ou protees mveis intertravadas.

    O bocal de alimentao deve ser construdo de forma solidria bandeja, formando uma pea nica, que deve servir de proteo em funo de sua geometria, ou pos-suir proteo que impea o ingresso dos membros superiores na zona da rosca sem fim.

    A abertura da zona de descarga deve impedir o alcance dos membros superiores na zona perigosa da rosca sem fim.

    ATENO :

    Algumas protees apresentadas nesta cartilha, no podem ser seguidas e adotadas como padro, so apenas exemplos ilustrativos. Para definir qual a melhor proteo para as suas mquinas, necessrio fazer uma anlise de risco de cada mquina seguindo critrios tcnicos. Estas anlises devem ser feitas por um profissional legalmente habi-litado, que avaliar a viabilidade de proteo, considerando o tipo de mquina, a capaci-dade e o processo produtivo.

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    NR.17 ERGONOMIA CONCOMITANTE A NR.36 SEGURANA E SADE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS

    A Ergonomia em Evidncia na Indstria de Abate e Processamento de Carnes e Derivados

    APRESENTAO

    A partir de uma demanda especfica da Ergonomia na Indstria de Abate e Pro-cessamento de Carnes e Derivados, representada pela SINDUSCARNE, buscou-se estabelecer, de maneira prioritria, um entendimento aos empresrios sobre o conceito ergonomia, focando em itens pertinentes contemplados na NR.17 e respectivamente referenciados na NR.36. Logo, este material informativo servir como ponto de partida para a reflexo sobre o tema.

    Realizando visitas tcnicas que envolveram todos os portes de empresas (gran-de, mdia, pequena e micro) e acompanhando atividade por atividade de cada setor, pde-se traar um panorama desse ramo industrial.

    No intuito de uma abordagem prtica, sero mencionados nesta cartilha alguns dos seguintes itens normativos, levantados nas visitas previamente realizadas: 17.2.4, 17.3.3, 17.3.5 e 17.5.3 da NR.17 (Norma regulamentadora que contempla a Ergonomia), e os itens 36.2.2, 36.2.6, 36.2.8, 36.4.1, 36.8.1, 36.9.2.1, 36.13.2 entre ou-tras da NR.36 (Norma regulamentadora que estabelece a Segurana e a Sade no Trabalho em Empresas de Abate e processamento de Carnes e Derivados, no qual a Ergonomia est inserida em grande parte desta especfica NR).

    Assim, independente do porte da empresa, todas elas apresentaram lacunas re-ferentes a esses importantes itens da NR.17 e da NR.36, ambos relativo Ergo-nomia e sua abrangncia. Logo, o resultado trar informaes especficas para o entendimento dos itens supracitados, considerando a postura do trabalhador, a atividade e o posto de trabalho no geral, de acordo com a NR.17 (1978), o Manual de Aplicao da Norma Regulamentadora N17 (2002) e as respectivas aborda-gens contidas na NR.36 (2013), todas editadas pelo Ministrio do Trabalho e Em-prego - MTE.

    Portanto, o entendimento do conceito ergonomia, o envolvimento do trabalhador e o bom senso do empresrio, sero quesitos fundamentais para a soluo dessa importante demanda em questo.

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    INTRODUO

    A Consolidao das Leis do Trabalho, de 1943, de forma intuitiva j adotava pre-ceitos ergonmicos quando referia que para se evitar a fadiga era obrigatria a disposio de assentos ajustveis altura do indivduo e funo exercida. Com a edio da Portaria 3.214/78 regulamentando a seo relativa preveno da fadiga surge a Norma Regulamentadora 17 Ergonomia, contemplando disposi-es para levantamento, transporte e descarga de materiais, utilizao de ban-cadas e mesas, escrivaninhas, painis e assentos ajustveis. Em 1990, tal Norma sofreu alterao inovando ao no restringir a ergonomia postura e mobili-rio, incluindo questes relacionadas organizao do trabalho no processo de adaptao da atividade laboral.

    A palavra Ergonomia detm um abrangente conceito quando se busca com-preend-la pelos diversos estudiosos. Assim, segue um conceito didtico ampla-mente divulgado:

    ergonomia uma disciplina cientfica relacionada ao entendimento das interaes entre seres humanos e outros elementos ou sistemas, e aplicao de teorias, princpios, dados e mtodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.

    Contudo, se pode dizer que a ergonomia uma cincia que busca o conforto, bem-estar e a sade do trabalhador e, em consequncia, o incremento produtivo. Com esse intuito de abranger tal conceito, tem-se a Anlise Ergonmica no qual seu objetivo estabelecer o entendimento de que os trabalhadores no devem apenas se adaptar ao trabalho, mas sim, o trabalho deve ser adaptvel s espe-cificidades dos trabalhadores; para que esses possam desempenhar suas ativi-dades com o mximo de conforto e eficincia, visando a sade e o bem-estar e, consequentemente, a otimizao do desempenho de suas tarefas e a execuo dos objetivos laborais.

    Desta maneira, o item introdutrio* da NR.17, publicado pelo Ministrio do Tra-balho e Emprego MTE descreve de forma geral o embasado conceito da Ergo-nomia, normatizando-a em busca do seu cumprimento, embora, esta obrigao repercuta na no realizao dos especficos servios de Anlise do Trabalho e respectivas aes, que tem como finalidade transformar o trabalho consideran-do a interao de duas lgicas, uma centrada no social e outra na produo, ou seja, contribuir na concepo de situaes de trabalho e nos objetivos econmi-cos determinados pela empresa.

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    *17.1. Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parmetros que permitam a adaptao das condies de trabalho s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um mximo de conforto, segurana e desempenho eficiente.

    Por fim, baseado nesse propsito que a NR.17 e, ainda, com o objetivo da pre-veno e SST, surge em abril de 2013 a NR.36 (Norma Regulamentadora para a Segurana e Sade no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Car-nes e Derivados). O histrico para o surgimento da NR.36 oriundo de um cres-cente acentuado nmero de Doenas Ocupacionais nos Frigorficos da dcada de 90, na qual desencadeou, em 1999, pelo DRT/SC (atual SRTE) o projeto Frigo, com fiscalizaes focadas para o ramo. Desde ento, diversas aes do MTE, MPT e dos sindicatos foram realizadas, assim como inmeras reunies, fruns do trabalho, consultas pblicas, construes de textos, anlise das propostas e respectivas validaes at a aprovao do que viria a ser a NR.36.

    Publicada pelo Ministrio do Trabalho e Emprego MTE, esta normativa a mais recente de todas e, inclusive, concentra em seu nome a especificidade do seg-mento industrial a ser aplicada, porm, sempre de acordo com o referido item introdutrio**:

    **36.1.1 O objetivo desta Norma estabelecer os requisitos mnimos para a avaliao, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indstria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurana, a sade e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuzo da observncia do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministrio do Trabalho e Emprego.

    POSTO DE TRABALHO E ORGANIZAO DO TRABALHO

    Embora a questo postural seja apenas um dos inmeros aspectos discutidos e abordados em ergonomia (NR.17 e NR.36), o foco prioritrio estabelecido pelo SESI/FIEMG no atendimento s Indstrias sobre o exposto normativo relativo sade do trabalhador em detrimento a sua relao com os postos de traba-lho; a manipulao manual de cargas e respectivas ferramentas, a iluminao e conforto trmico apropriado natureza da atividade dos setores frigorficos e, inclusive, a organizao do trabalho, na qual estabelece as boas prticas e a respectiva poltica da empresa.

    Antes de aprofundar nas questes relacionadas a alguns itens normativos des-tas NRs 17 e 36 em especfico, h que se conhecer o ramo da indstria de Abate

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    e Processamento de Carnes e Derivados, compreendendo a diviso por setores e as caractersticas das atividades. O trabalho na indstria de Abate e Proces-samento de Carnes e Derivados como o prprio nome diz, pode ser compreendi-do a partir da recepo dos animais (bovinos, sunos, aves, peixes, entre outros) como incio do processo no abate e/ou a partir do recebimento de carne pro-cessada e insumos para fabricao dos embutidos, etc. Seus setores e divises dependem do porte da empresa e o respectivo CNAE. Em cada um dos setores desse ramo podero ser realizadas tarefas com caractersticas distintas, em-bora algumas sejam comuns, h uma exigncia postural tambm diferenciada de acordo com a atividade, populao trabalhadora e a condio organizacional (poltica da empresa).

    Para exemplificar a relao da postura com as caractersticas da atividade, de acordo com a Nota Tcnica NT 060/2001 do Ministrio do Trabalho e Empre-go MTE, a postura em p justificada quando: a tarefa exige deslocamentos contnuos, manipulao de cargas com peso maior ou igual a 4,5 kg; alcances amplos frequentes para cima, para frente ou para baixo (no entanto, deve-se tentar reduzir a amplitude desses alcances para que se possa trabalhar sen-tado); quando a tarefa exige operaes frequentes em vrios locais de traba-lho fisicamente separados ou, quando a tarefa exige a aplicao de foras para baixo.

    Mostraremos alguns aspectos especficos dos setores da indstria de Abate e Processamento de Carnes e Derivados que possibilitam contribuir na interpre-tao das exigncias normativas da ergonomia (NR.17 e suas referncias para NR.36), inerentes postura, posto de trabalho, condio do conforto ambiental e a organizao do trabalho. Uma forma prtica de esclarecer a aplicao de alguns dos itens da NR.36: 36.2.1, 36.2.2, 36.2.6, 36.2.7, 36.2.8, 36.3, 36.4.1, 36.8.1, 36.9.2.1 e 36.13.2; e outros mais da NR.17: itens 17.2.4, 17.3.3, 17.3.5 e 17.5.3, onde estes ltimos esto pontuados no manual de aplicao do MTE como condies a serem adaptadas s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores e natureza do trabalho (leia-se, s exigncias da tarefa), levando em conta tam-bm sensao de conforto, isto , os trabalhadores tm de ser consultados e devero aprovar os equipamentos, as condies ambientais e a organizao do trabalho, pois s eles podem atestar seu conforto ou no.

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    MOBILIRIO E POSTOS DE TRABALHO: NR.17 CONCOMITANTE COM A NR.36

    36.2.1 Sempre que possvel, alternar a posio de trabalho em p com a posio sentada.

    A Anlise Ergonmica-AET deve avaliar a possibilidade da alternncia de posies.

    Havendo a possiblidade da alternncia, o posto de trabalho deve ser planejado e adaptado para possibilitar o trabalho nas duas posies (Figura 1).

    Durante as atividades de trabalho, diversas posturas podem ser adotadas, no entanto, as posturas comumente utilizadas so sentada ou em p durante toda a jornada, configurando a postura esttica, que extremamente prejudi-cial sade. Portanto a postura esttica, seja ela somente sentada ou somente em p, no se deve mant-la durante toda a jornada laboral.

    36.2.2 Para possibilitar a alternncia do trabalho sentado com o trabalho em p, o empregador deve fornecer assentos para os postos de trabalho de acordo com as recomendaes da Anlise Ergonmica do Trabalho - AET, assegurando, no mnimo, um assento para cada trs trabalhadores.

    .

    17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mnimos de conforto: a) altura ajustvel estatura do trabalhador e natureza da funo exercida;b) caractersticas de pouca ou nenhuma conformao na base do assento;c) borda frontal arredondada;d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteo da regio lombar.

    Figura 1 - Posto de trabalho adaptado, possibilitando alternn-cia postural, e de acordo com o disposto do item 36.2.2.

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    36.2.6.1 Alm do previsto no item 17.3.3 da NR.17 (Ergonomia), os assentos devem:

    a) possuir sistemas de ajustes de fcil manuseio;b) ser construdos com material que priorize o conforto trmico, obedecidas as caractersticas higinico-sanitrias legais.

    36.2.6.2 Deve ser fornecido apoio para os ps que se adapte ao comprimento das pernas do trabalhador, nos casos em que os ps do operador no alcanarem o piso, mesmo aps a regulagem do assento, com as seguintes caractersticas:

    a) dimenses que possibilitem o posicionamento e a movimentao adequada dos segmentos corporais, permitindo as mudanas de posio e o apoio total das plantas dos ps;b) altura e inclinao ajustveis e de fcil acionamento;c) superfcie revestida com material antiderrapante, obedecidas as caractersticas higinico-sanitrias legais.

    36.3 Estrados, passarelas e plataformas:

    Quando tecnicamente invivel a colocao de guarda-corpo em plataformas ele-vadas, a exemplo das atividades com animais de grande porte; adotar medidas preventivas que garantam a segurana dos trabalhadores e o posicionamento adequado dos segmentos corporais. Por exemplo: Uso de cinto de segurana.

    No caso da figura 3, um posto previamente planejado para o cumprimento das especficas tarefas na Plataforma, faz-se com que o modo operatrio deste tra-balhador seja otimizado e de maneira segura (Item 36.3). Ainda, pode-se dizer que os fatores que determinam a melhor postura a ser adotada em determinado

    Figura 2 - Exemplo de Cadeira - adequada para o posto de trabalho, possibilitando o reveza-mento das posies sentada e em p, saindo da posio esttica (36.2.2). Verifica-se as possibi-lidades de regulagens do assento para uma efi-caz variao postural, incluindo o apoio para os ps. Um mobilirio que possibilita universalizar as variadas antropometrias dos trabalhadores, de acordo com as normas NR.36 e NR.17 (itens 36.2.6.1 e 17.3.3).

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    posto de trabalho so as caractersticas da atividade exercida. Contudo, a con-dio de se ter uma cadeira adaptada no posto de trabalho (Figura 3), NO significa garantia de utilizao e/ou adequao, pois NO se aplica s exign-cias da atividade. Caso uma Anlise Ergonmica do Trabalho - AET mencione a necessidade de uma cadeira, esta cadeira adaptada (Figura 3), NO atende-ria aos itens mnimos da 36.2.6 e 17.3.3.

    Quando as atividades so caracterizadas por deslocamentos frequentes que im-plicam em realizar o trabalho predominantemente na posio em p e/ou com determinada manipulao de carga (Figura 4), h de se caracterizar os compo-nentes da atividade e suas necessidades, antes de discutir a postura de trabalho.

    As atividades caracterizam-se por deslo-camentos frequentes e alcances amplos de cima para baixo (corte). Mesmo diante das caractersticas da atividade, os trabalhado-res devem ter a oportunidade de assentar-se para descanso, de acordo com o item 17.3.5. Esta vem de acordo com a Nota Tcnica 060/2001 do MTE, sendo que o posto que no necessita de assento em detrimento a ativi-dade, dever conter um conjunto de cadeiras adequadas e acessveis em local diferente ao posto de trabalho.

    Figura 3 - Trabalhador na plataforma - No setor previamente planejado, contm uma cadeira adap-tada (seta vermelha), porm no adequada.

    Figura 4 - Trabalhadores na rea do corte.

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    O corte realizado nas bancadas numa dinmica manual caracterstica da ativi-dade e na postura em p, poder ser preponderantemente determinado pela ha-bilidade e o hbito. Neste caso, somente a Anlise Ergonmica do Trabalho, sem se esquecer do item 36.2.2, determinar a necessidade das cadeiras para estes especficos postos no setor do corte.

    Em alguns casos, tem-se a presena do uso de fora muscular durante a realizao da tarefa, o que, de acor-do com a Nota Tcnica 060/2001, limi-ta a posio sentada.

    Quando isso ocorre, deve-se conce-ber no posto de trabalho aparatos que aliviem a sobrecarga na coluna, ou seja, barras de apoio para os ps para alternncia dos membros infe-riores, quando a atividade permitir (Item 36.2.7 c e item 17.3.5).

    36.2.7 Para o trabalho realizado exclusivamente em p, devem ser atendidos:

    a) zonas de alcance horizontal e vertical que favoream a adoo de posturas adequadas; b) espao suficiente para pernas e ps na base do plano de trabalho, para permitir que o trabalhador se aproxime o mximo possvel do ponto de operao;c) barras de apoio para os ps para alternncia dos membros inferiores, quando a atividade permitir;d) A existncia de assentos ou bancos prximos ao local de trabalho para as pausas permitidas pelo trabalho, atendendo no mnimo 50% do efetivo que usufruir dessas pausas.

    Figura 5 - Trabalhadores no corte / peas

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    Apesar de ser uma atividade dinmi-ca com os membros superiores, a exi-gncia da atividade possibilita a al-ternncia postural, ou seja, tanto em p quanto sentada em determinados momentos da fabricao dos embuti-dos, linguias, etc.

    Portanto, a necessidade de cadeiras adequadas com apoio para os ps ajustveis e/ou, de acordo com uma Anlise do Trabalho (AET) uma barra

    frontal adequada, podem ser evidenciados quando a trabalhadora faz prvio uso da barra lateral da bancada, aliviando a descarga de peso corporal (Seta verde), assim como aquela que utiliza a estratgia de alvio para a coluna, ao realizar a descarga de peso alternada entre os membros inferiores (Seta amarela).

    Percebe-se que, existe relao do Item 36.2.7 com o Item 17.3.5 e a NT 060/2001:

    17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de p, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.

    NOTA TCNICA 060/2001 - MTE :

    A escolha da postura em p s est justificada nas seguintes condies:

    A tarefa exige deslocamentos contnuos como no caso de carteiros e pes-soas que fazem rondas;

    A tarefa exige manipulao de cargas com peso igual ou superior a 4,5 kg; A tarefa exige alcances amplos frequentes, para cima, para frente ou para

    baixo; no entanto, deve-se tentar reduzir a amplitude destes alcances para que se possa trabalhar sentado;

    A tarefa exige operaes frequentes em vrios locais de trabalho, fisicamen-te separados;

    A tarefa exige a aplicao de foras para baixo, como em empacotamento.

    Figura 6 - Trabalhadores no setor de tripas / linguias.

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    Portanto, de acordo com a NT 060/2001 do MTE, o posto no necessita de assentos em detrimento desta atividade. Porm, o setor dever conter um conjunto de cadeiras ade-quadas (cadeiras do tipo sala de espera) com fcil acesso, para que todos os trabalhadores do setor possam us-las quando necessita-rem.

    Durante as atividades de trabalho, diversas posturas podem ser adotadas, no entanto, as posturas comumente utilizadas so sentada ou em p durante toda a jornada, configuran-do a postura esttica, que extremamente prejudicial sade. Portanto a postura es-ttica, seja ela somente sentada ou somente em p, no deve ser mantida durante toda a jornada laboral (Figura 7 e 8).

    Uma abordagem pela Anlise Ergonmica do Trabalho AET, faz com que se certifique a necessidade de uma cadeira adequada no posto de trabalho. Pode-se dizer que para a aplicao de um assento num posto, a tarefa no deve exigir grandes amplitudes dos mem-bros superiores, execuo da fora, deslo-camentos frequentes etc., como descrito na NT-060/ 2001. Caso contrrio, a exigncia de um assento deve seguir as diretrizes preco-nizadas na NR.17 concomitantemente com os itens da 36.13 e os conceitos da NT-060/2001.

    De maneira geral, na concepo dos postos de trabalho no se leva em considerao o conforto do trabalhador na escolha da postu-

    Figura 7 - Trabalhador no setor de Embalagem

    Figura 8 - Setor da produo / Linguia - Trabalhadora em posto concebido; assegurada de re-vezamento dos ps para acionamento no pedal da mquina (seta vermelha), saindo da posio esttica unilateral dos membros inferiores.

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    ra de trabalho, mas sim as necessidades da produo. Mesmo com um posto bem desenhado e adequado, a falta de orientao e treinamento para o trabalha-dor, torna a rotina laboral um vis para a produo segura e saudvel.

    A ao dos profissionais de segurana e sade ocupacional, CIPA e/ou SESMT deve privilegiar a busca conjunta de solues para reduzir a exposio do traba-lhador, aumentar o grau de satisfao por meio da reorganizao do trabalho ou de medidas tcnicas.

    Por fim, ao confrontar as caractersticas das atividades realizadas na Indstria de Abate e Processamento de Carnes e Derivados e o que est disposto na Nota Tcnica 060/2001, ressalta-se que a postura de trabalho adotada deve ocorrer em funo da atividade desenvolvida, das exigncias da tarefa (visuais, emprego de foras, preciso dos movimentos etc.), dos espaos de trabalho, da ligao do trabalhador com mquinas, equipamentos e ferramentas de trabalho, como o acionamento de comandos, carrinhos, serra de fita e facas. As amplitudes de movimentos dos segmentos corporais, como os braos e a cabea, assim como as exigncias da tarefa em termos visuais, de peso ou esforos influenciam na posio do tronco e no esforo postural, tanto no trabalho sentado como no tra-balho em p.

    A postura mais adequada ao trabalhador aquela que ele escolhe livremente e que pode ser variada ao longo do tempo. A concepo dos postos de trabalho ou da tarefa deve favorecer a variao de postura, principalmente a alternncia en-tre a postura sentada e em p. O tempo de manuteno de uma postura deve ser o mais breve possvel, pois seus efeitos nocivos ou no, sero funo do tempo durante o qual ela ser mantida.

    MOVIMENTAO DE CARGA / USO DE FERRAMENTAS: NR.17 CONCOMITANTE COM A NR.36

    17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que no as leves, deve receber treinamento ou instrues satisfatrias quanto aos mtodos de trabalho que dever utilizar, com vistas a salvaguardar sua sade e prevenir acidentes.

    17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas devero ser usados meios tcnicos apropriados.

    36.4.1 O empregador deve adotar meios tcnicos e organizacionais para reduzir os esforos nas atividades.

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    Toda atividade onde requer movimentao de carga/produtos deve ser realizada com o incremento de carinhos, paleteiras (Figura 9) e continentes de produtos com boa pega, entre outros. Na figura 10, a especfica tarefa de movimentao de carga entre setores facilitada devido ao ambiente concebido com trilhos/ roldanas e, no outro (Figura 11) a movimentao da carga/produto a partir da operao de equipamento elevador, executor do carregamento propriamente dito. Todas as situaes mencionadas se tornam possveis quando a empresa adota meios mecnicos, tecnolgicos, adequao de leiaute, treinamentos e, contudo, orientao para facilitar o manuseio dos produtos e a movimentao de carga.

    Figura 9 - Trabalhador no uso de carrinho de mo e paleteiras

    Figura 10 - Trabalhador em distinta movimentao de carga.

    Figura 11 - Trabalhador em opera-o de mquina (atividade de movi-mentao de produto).

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    Observa-se o aparato do tipo gancho (Figura 12 - seta vermelha) que possibili-ta uma melhor estratgia para a espec-fica atividade do trabalhador no balco do corte. A dinmica e a habilidade com movimentao ativa dos membros su-periores exigem a postura em p, o que impossibilita ou dificulta a atividade ser realizada na postura sentada. O tipo de ferramenta (faca) para esse setor de-terminado pela caracterstica do corte a ser realizado. Assim, qualquer aparato e ferramenta oriunda das adaptaes dos trabalhadores, podero tornar-se ade-quados quando se percebe que toda es-tratgia de adaptao vem para otimizar a produo e, principalmente, prevenir leses ao reduzir a fora e a postura ina-dequada. Portanto, com a AET pode-se identificar lacunas na organizao do Trabalho, a fim de buscar sade e o in-cremento produtivo para a empresa.

    ORGANIZAO DO TRABALHO/CONDIES AMBIENTAIS: NR.17 CONCOMITANTE COM A NR.36

    Outro caso importante a se ressaltar dentro da ergonomia a relao do trabalho e a temperatura ambiente, na qual existe uma tabela da FUNDACENTRO e uma determinao dos termos do Art. 253 da CLT, item relativo a Pausa Trmica.

    PAUSA TRMICA:

    36.2.10.1.1 As cmaras frias cuja temperatura for igual ou inferior a -18C devem possuir indicao do tempo mximo de permanncia no local.

    Assim sendo, para o trabalho exclusivamente em cmaras frias com as tempera-turas determinadas neste item da NR.36, a diretriz :

    Figura 12 - Trabalhador no setor de corte Produo

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    -18C a -33,9C

    Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas, alter-nando-se 1 hora de trabalho com 1 hora para recuperao trmica fora do ambiente frio.

    -34C a -56,9C

    Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 hora, sendo dois perodos de 30 minutos com separao mnima de 4 horas para recuperao trmica fora do ambiente frio.

    36.13.1 Para os trabalhadores que exercem suas atividades em ambientes artificialmente frios e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de uma hora e quarenta minutos de trabalho contnuo, ser assegurado um perodo mnimo de vinte minutos de repouso.

    De acordo com o item 36.13.1.1, considera-se artificialmente frio, a temperatura que for inferior a zona climtica da regio, conforme mapa oficial do IBGE.

    Para o estado de Minas Gerais, o mapa climtico do IBGE aponta zonas climti-cas variadas de 12C a 18C.

    Assim sendo, todo local com refrigerao menor que a temperatura da zona cli-mtica da regio, dever seguir o item 36.13.1.

    EXEMPLOS: PAUSA TRMICA

    Trabalho efetivo de at 6h (360min.) = 2 pausas de 20 minutos.

    Trabalho efetivo de at 8h48 (528min.) = pausas de 60 minutos.

    Trabalho efetivo de at 9h20 (560min.) = pausas de 60 minutos

    TIPO DE PAUSA JORNADA PAUSA TEMPO (MINUTOS) - EXEMPLOS

    Trmica I 360 40 100 20 60 100 20 60

    Trmica II 360 60 100 20 100 20 100 20

    Trmica 528 60 100 20 100 20 68 100 20 100

    Trmica 560 60 100 20 100 20 100 100 20 100

    Trabalho Pausa Intervalo legal

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    36.13.2 Para os trabalhadores que desenvolvem atividades exercidas diretamente no processo produtivo, ou seja, desde a recepo at a expedio, onde so exigidas repetitividade e/ou sobrecarga muscular esttica ou dinmica do pescoo, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, devem ser asseguradas pausas psicofisiolgicas distribudas, no mnimo, de acordo com o seguinte quadro:

    JORNADA DE TRABALHOTEMPO DE TOLERNCIA

    PARA APLICAO DA PAUSATEMPO DE PAUSA

    at 6h at 6h 20 minat 7h20 at 7h20 45 minat 8h48 at 8h48 60 min

    36.13.2.1 Caso a jornada ultrapasse 6h20, excludo o tempo de troca de uniforme e de deslocamento at o setor de trabalho, deve ser observado o tempo de pausa da jornada de at 7h20.

    36.13.2.2 Caso a jornada ultrapasse 7h40, excludo o tempo de troca de uniforme e de deslocamento at o setor de trabalho, deve ser observado o tempo de pausa da jornada de at 8h48.

    36.13.2.3 Caso a jornada ultrapasse 9h10, excludo o tempo de troca de uniforme e de deslocamento at o setor de trabalho, deve ser concedida pausa de 10 minutos aps as 8h48 de jornada.

    36.13.2.3.1 Caso a jornada ultrapasse 9h58, excludo o tempo de troca de uniforme e de deslocamento at o setor de trabalho, devem ser concedidas pausas de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados.

    36.13.2.4 A empresa deve medir o tempo de troca de uniforme e de deslocamento at o setor de trabalho e consign-lo no PPRA ou nos relatrios de estudos ergonmicos.

    36.13.2.5 Os perodos unitrios das pausas, distribudas conforme quadro 1, devem ser de no mnimo 10 minutos e mximo 20 min.

    17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular esttica ou dinmica do pescoo, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da anlise ergonmica do trabalho, deve ser observado o seguinte:

    a) todo e qualquer sistema de avaliao de desempenho para efeito de remunerao e vantagens de qualquer espcie deve levar em considerao as repercusses sobre a sade dos trabalhadores; b) devem ser includas pausas para descanso.

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    ALGUNS EXEMPLOS: PAUSA PSICOFISIOLGICA

    Trabalho efetivo de at 6h (360min.) = pausas de 20 minutos.

    Trabalho efetivo de at 8h48 (528min.) = pausas de 60 minutos.

    Trabalho efetivo de at 9h20 (560min.) = pausas de 70 minutos (Seguir item 36.13.2.3)

    TIPO DE PAUSA JORNADA PAUSA TEMPO (MINUTOS) - EXEMPLOSQUALIDADE DA PAUSA

    Psicofisiolgica I 360 20 85 10 85 85 10 85 PAUSA BEM DISTRIBUDA

    Psicofisiolgica II 360 20 114 20 113 113 PAUSA MAL DISTRIBUDA

    Psicofisiolgica I 528 60 94 20 94 20 94 94 20 92 PAUSA MAL DISTRIBUDA

    Psicofisiolgica II 528 60 60 10 58 10 58 10 58 60 10 58 10 58 10 58 PAUSA BEM DISTRIBUDA

    Psicofisiolgica I 560 70 94 20 94 20 94 94 20 92 10 22 PAUSA MAL DISTRIBUDA

    Psicofisiolgica II 560 70 60 10 58 10 58 10 58 60 10 58 10 58 10 58 10 22 PAUSA BEM DISTRIBUDA

    Outro Item a ser mencionado nesta cartilha a relao da iluminao no campo de viso do trabalhador. A iluminao deve estar apropriada natureza da ativi-dade.

    17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminao adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada natureza da atividade.

    17.5.3.1. A iluminao geral deve ser uniformemente distribuda e difusa.

    A abordagem para verificar as condies de iluminamento inicia-se por uma fase exploratria realizada pelo responsvel da empresa. A situao de trabalho pode ser melhor compreendida pela Anlise Ergonmica do Trabalho-AET, que recorre ao trabalhador e as suas exigncias laborais. Contudo, o levantamento das caractersticas da iluminao, as caractersticas das superfcies do posto, a refletncia das paredes e do teto, entre outros, so itens complementares a serem abordados numa AET. Portanto, deve-se privilegiar a busca conjunta de solues para garantir ao trabalhador os nveis de iluminamento condizentes ao desempenho de suas tarefas e, respectivamente, o cumprimento de seus objeti-vos laborais (Figura 13).

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    A iluminao homognea as-segura o trabalhador contra os riscos segurana e sade no trabalho. Na figura ao lado, a iluminao garante a ade-quada hig