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Livrinho sobre a história de Leopoldina.

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Uma viagem no tempo

Leopoldina: povoamento, café e atualidades

Por:

Lucilene Nunes da SilvaMestre em Saúde Coletiva (UFRJ)

Especialista em História e Escrita (FAFIC)Professora da Rede Municipal de Ensino de

Leopoldina e de Cataguases

Natania Aparecida da Silva NogueiraEspecialista em História do Brasil – concentração

em História Regional (UFJF)Professora da Rede Municipal de Ensino de

Leopoldina

IlustraçõesIgor Bastos

RevisãoAna Cristina Miranda Fajardo

Secretaria Municipal de Ensino de LeopoldinaPrefeitura Municipal de Leopoldina

2008

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SILVA, Lucilene Nunes, NOGUEIRA, Natania A. Silva. Uma viagem no tempo - Leopoldina: povoamento, café e atualidades. Leopoldina (MG): Secretaria Municipal de Educação de Leopoldina, 2008.

Bibliografia.ISBN:

1. História – Zona da Mata - Leopoldina

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Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer a oportunidade para desenvolver este trabalho. Um trabalho que nos trouxe muita satisfação e que nos fez sentir uma grande vontade de pesquisar ainda mais sobre a nossa cidade.

Agradecemos às pessoas que colaboraram conosco, seja através de entrevistas, seja nos indicando ou emprestando material de pesquisa.

Agradecemos a nossa família e a nossos colegas de trabalho, que nos deram o incentivo de que precisávamos.

Agradecemos, enfim, a todos que querem conhecer e preservar um pouco mais a história da nossa Leopoldina.

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Aos professores

Esperamos que este pequeno livro seja um guia para um conhecimento ainda maior e que vocês, nossos colegas, possam ser mensageiros da nossa história e ajudar a fazer dela a grande história de um grande povo que, desde pequeno, já sabe o valor de lembrar e preservar aquilo que foi construído com o trabalho de quem veio antes de nós.

Aos alunos

Que vocês possam viajar na nossa história, usando sua imaginação e descobrindo coisas novas sobre nosso município. Que o prazer da descoberta os ajude a crescer como pessoas responsáveis e que sabem dar valor a tudo que os cerca.

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Índice

Apresentação

Viajando na História

Parte I – A ocupação de Minas Gerais1.1 – Minas Gerais, a terra do ouro1.2 – Os Sertões Proibidos1.3 – Os primeiros habitantes, os índios

Parte II – O nascimento de Leopoldina2.1 – O arraial do Feijão Cru2.2 – Leopoldina: uma cidade rumo ao progresso2.3 – O café em Leopoldina2.4 – A decadência econômica de Leopoldina

Parte III – Quem trabalha em Leopoldina?3.1 – O escravo3.2 – O imigrante3.3 – A colônia Constança

Parte IV – A cultura popular da nossa terra

4.1 – Nosso folclore e tradições4.2 – Memória de nossos carnavais

Parte V – A Leopoldina de hoje!5.1 – Como é formado um município?5.2 – O Poder Executivo5.3 – O Poder Legislativo5.4 – O Poder Judiciário

AnexosHistória e ciência Trabalhando com imagensHistória da nossa músicaSímbolos da nossa cidadeOs prefeitos de LeopoldinaNossas Escolas MunicipaisNossas Unidades de Saúde

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Apresentação

Este livro veio como um desafio que tivemos que enfrentar em poucos dias, dias estes em que tentamos colocar no papel um pouco daquilo que há cerca de dez anos temos lido, estudado e pesquisado em Leopoldina.

Não se trata, exatamente, de um livro completo, com tudo que a história de Leopoldina pode nos oferecer. Trata-se de um breve resumo da nossa história, uma introdução ao estudo da história de Leopoldina, que é construída e redescoberta a cada dia.

Para tentar melhor introduzir esta história a nossos alunos, pedimos ao desenhista Igor Bastos que criasse três personagens, símbolos da nossa cidade. Feijó, representando os colonizadores que para cá vieram, na primeira metade do século XIX; Princesa Leopoldina, em homenagem à Dona Leopoldina, a quem a cidade deve o nome; e João Feijão, um símbolo da nossa cidade, do nosso povo.

João Feijão é o nosso mascote mais querido. Um representante deste povo mestiço que é o povo de Leopoldina, um município que se fez através do trabalho de escravos africanos, de imigrantes europeus e de homens vindos de várias partes de Minas Gerias e do Brasil, ainda no início do século XIX.

Sempre com um sorriso nos lábios, João Feijão fala da nossa história. Vamos aprender com ele e seus companheiros a manter viva a nossa memória.

Uma boa leitura!As autoras

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VIAJANDO NA HISTÓRIAIgor Bastos

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PARTE I

A OCUPAÇÃO DE MINAS GERAIS

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1.1 – Minas Gerais, a terra do ouro

No final do século XVII, os bandeirantes paulistas (colonos que se dedicavam à caça e à escravidão dos índios e também à procura de metais preciosos) finalmente encontraram ouro no Brasil, para felicidade da Coroa Portuguesa. As pessoas passaram a se referir ao local como a região das "minas dos Cataguás" ou "minas dos Cataguases". Eram tantos os lugares com ouro, que logo as pessoas começaram a chamar a região como as "minas do ouro" ou as "minas gerais".

Milhares de pessoas, de várias partes da colônia e de Portugal, para lá se dirigiram em busca de fortuna. Mas, naquele sertão, não havia plantações ou criação de animais, nem mesmo estradas pelas quais pudessem ser levados mantimentos para os mineradores. Foram tempos muito difíceis, onde pessoas morriam de fome, com os bolsos cheios de ouro. Durante muito tempo, a produção de ouro foi muito grande, mas ela diminuiu fazendo com que as vilas e cidades mineradoras se esvaziassem, e muitas famílias procurassem outras regiões para morar e trabalhar. Assim, Minas Gerais começou a crescer e a aumentar seu território. No fim do século XVIII, começou a ocupação das atuais regiões da Zona da Mata, Norte de Minas, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

Mineiros do centro minerador - http://www.tratosculturais.com.br/

Coroa Portuguesa: referente ao rei de Portugal e a sua corte.Colônia: território administrado por outro país.Sertão: área inexplorada.Cataguás: índios coroados

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HORA DE ESTUDARApós ler o texto, responda estas perguntas em seu caderno:

1 - Feijó foi para as Minas Gerais, virou garimpeiro, mas está triste... por que será? Explique com suas palavras:

UM POUCO MAIS.....2 – Leia este texto com muita atenção e faça o que se pede:

a) Monte uma ficha do documento, anotando os seguintes dados.• Nome do autor.• Assunto. Nome da obra.b) Quais as pessoas que se dirigiam às minas?c) De onde elas vinham?d) O que aconteceu com a chegada de tanta gente à região das minas deve ter provocado?

e) Por que será que os mineradores levavam índios para a região das minas?

“Cada ano vem nas frotas quantidade de portugueses e de estrangeiros, para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil, vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem. A mistura é de toda a condição de pessoas: homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, [...] religiosos de diversos institutos, muitos dos quais não têm no Brasil nem convento nem casa”.

André João Antonil. Cultura e opulência do Brasil. São Paulo: Nacional, s.d. p.

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PARA APRENDER MAIS...

2 - Leia o trecho abaixo e responda as perguntas:

a) Cite os riscos que o trabalho nas minas causava à saúde dos escravos.b) Imagine como era um dia de trabalho dos escravos nas minas. Escreva um pequeno texto sobre o que você imaginou e ilustre com um desenho.c) Você já foi a uma mina de ouro? Será que existe alguma aqui perto? Vamos pesquisar?

OS ESCRAVOS NA MINERAÇÃOEm Minas Gerais da época do ouro, a maior parte da população era for-

mada por escravos de origem africana. Eles trabalhavam principalmente na mineração.

O trabalho nas minas era exaustivo. Trabalhando no leito dos rios, os escravos passavam longas horas com os pés na água, o que causava sérias doenças pulmonares. Nas galenas subterrâneas, eles estavam sujeitos à contaminação por gases e aos riscos de desabamento.

Os escravos expressaram, de diversas maneiras, sua revolta contra a escravidão. As fugas e a formação de quilombos foram as formas de luta

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1.2 - Os Sertões Proibidos (ou áreas proibidas)

Inicialmente conhecida como Sertões Proibidos, a Zona da Mata era utilizada pelos contrabandistas de ouro como caminho para levar o ouro tirado das minas, escondido do governo para assim não pagar imposto. Para evitar o contrabando, o governo Português proibia a colonização da região, dizendo que os índios habitantes daqui eram extremante perigosos.

O nome da Zona da Mata está ligado à presença da mata Atlântica que cobria as encostas da serra da Mantiqueira.

A Zona da Mata passa a ser um importante centro de desenvolvimento de Minas, com a redução da extração do ouro. O início da chegada de pessoas para morarem na Zona da Mata se faz a partir do Caminho Novo, estrada que ligava Minas Gerais à capital do país. Por este caminho levava-se ouro e buscava-se mantimentos e escravos para as minas de ouro. São construídos nesse caminho locais de parada para atender os viajantes que passavam pelo interior das Gerais. As famílias que queriam morar aqui recebiam a doação de uma sesmaria. O sistema de Sesmaria foi criado pelo governo português, no ano de 1375, para organizar a distribuição de terras doadas pelo rei. Sesmaria era o nome que se dava a um pedaço de terra que era doado a uma pessoa (o sesmeiro) ou a uma família. Nesta terra ele deveria produzir alguma coisa: criar gado, cultivar, etc.

HORA DE ESTUDAR

1 - Com a ajuda de seu professor, desenhe em seu caderno o mapa de Minas Gerais e localize nele a Zona da Mata.

2 - Explique com suas palavras por que a Zona da Mata era chamada de Sertões Proibidos.

3 - Escreva o que foi o sistema de sesmarias:

4 - Procure no vocabulário as palavras que você não entendeu e escreva seu significado no caderno.

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5 - Aponte os municípios vizinhos de Leopoldina, que aparecem no mapa:

Fonte: http://www.amweb.com.br/filgueiras/mapas_mg.html

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2.1 Os primeiros habitantes, os índios

Apesar de serem grandes inimigos, os índios Puris (descendentes dos Goitacazes) e Coroados habitavam a região da Zona da Mata, onde hoje estão localizados os municípios de Viçosa, Coimbra, Ervália, São Geraldo, Visconde do Rio Branco, Guiricema, Ubá, Tocantins, Rio Pomba, Cataguases, Miraí, Miradouro, Muriaé, Laranjal, Santana de Cataguases e Leopoldina.

Índios Puris e Croatas - http://www.tratosculturais.com.br/

Os Puris

Os Puris eram pacíficos e tinham uma vida muito simples, em contato com a natureza. Não conheciam a rede e dormiam no chão, em buracos cavados na terra. Suas tribos não possuíam ocas nem malocas. Procuravam fazer seus abrigos debaixo das grandes árvores para evitar os raios solares; fugiam o mais que podiam do sol, pois eles o consideravam prejudicial à saúde. Fisicamente eram miúdos e franzinos, possuindo uma estatura pequena.

Gostavam de pescar, usando para isto uma linha sem anzol, na ponta da qual amarravam minhocas. Em águas mais fundas, usavam redes feitas com o fio do tucum ou com a embira da embaúba branca.

Oca: habitação indígena brasileira.Maloca: conjunto de habitações de indígenas.Embira: casca ou cipó usados para amarrar.Embaúba: designação comum a várias espécies de árvores, podendo chegar a 15 m de altura. Pertence ao estrato das plantas pioneiras da Mata Atlântica. É também chamada de árvore da preguiça, pois seus frutos são alimento preferido por este animal. Timbó: planta cuja seiva é utilizada na pescaria para envenenar peixes.Balaios: cestos de palha ou cipó.

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Também pescavam com timbó ou com balaios de boca larga que possuíam uma armadilha para fechar a tampa quando o peixe entrasse. Nadavam muito bem e construíam jangadas.

Da terra tiravam favas de caratinga, batatas doces, bananas da terra e milho, mas não desenvolveram a agricultura. Alimentavam-se, também, de mel, frutas, raízes, principalmente a raiz do caratinga. Eram grandes corredores e muito bons caçadores. Andavam sempre agachados. Os índios Puris só tinham como arma a flecha e o bodoque. Alguns furavam orelhas, lábios e pintavam todo o corpo com uma tinta azul.

"EIVIR", "VIRU" ou "CATIPUERA" era o nome da bebida usada pelos Puris, e era preparada com farinha de milho fermentada. Tinha um gosto semelhante ao da cerveja, mas era muito mais forte. O uso dessa bebida fez com que os índios apreciassem a aguardente trazida pelos aventureiros e comerciantes.

Aos poucos foram se misturando aos brancos, e seus serviços eram pagos com cachaça, bebida na qual acabaram se viciando. O principal serviço era derrubar a mata. Desapareceram aos poucos, ou por emigrarem para o Espírito Santo ou por causa do sarampo. Leopoldina foi o último pouso dos índios Puris, exterminados pelo homem branco em menos de meio século.

Os Puris casavam-se por afeição, e casavam-se jovens, na puberdade. Como não possuíam instrumentos musicais, o único recurso de que dispunham para exprimir o ritmo era a voz. Suas danças eram acompanhadas de cantigas. As danças, de caráter religioso, eram Tipos de cabanas ou choças indígenas

Caratinga: nome dado a várias espécies de trepadeiras ornamentais, de raízes comestíveis.Botoque: arco para atirar bolas de barro endurecidas ao fogo, pedrinhas, etc, também chamado de atiradeira.Aguardente: cachaça.Puberdade: é uma parte da adolescência; compreendendo o período das transformações físicas em meninos e meninas até que o corpo complete seu desenvolvimento e a parada do crescimento. A idade de início da puberdade ocorre entre 10 e 14 anos, variando de meninos para meninas.

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em louvor ao sol, à lua e às estrelas.

de_chocas_e_cabanasFonte: http://www.bibvirt.futuro.usp.br/

Os Botocudos

Os índios Botocudos eram diferentes dos Puris, sendo um grupo muito violento. O termo botocudos é a denominação dada pelos portugueses aos indígenas que usavam botoques labiais e auriculares (peças arredondadas, às vezes grandes, que fixavam nos lóbulos das orelhas e nos lábios, conferindo-lhes aparência particularmente assustadora).

Índio com Botoques labiais e auriculares

Também chamados Aimoré, pertenciam a um grupo não-tupi que vivia do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo e região do vale do rio Doce, em Minas Gerais. Ainda há Botocudos nas bacias dos Rios Mucuri, Pardo e Doce.

Atacavam as aldeias dos Puris, seus adversários tradicionais, ou caravana de viajantes e até fazendas, incendiando o que encontravam no caminho. Habitavam o litoral. Com a colonização dos portugueses, fugiram para o interior do Brasil, para escaparem da escravidão. O casamento acontecia de acordo com a vontade do casal e de seus pais, sem cerimônia. Poderia acabar com muita facilidade. As mulheres e os filhos trabalhavam muito e obedeciam ao marido e ao pai. Além da colheita e da pesca, a mulher construía a cabana e transportava objetos pesados, inclusive os filhos pequenos, carregados às costas ou pelas mãos. Quanto à religião, há

Aldeia de índios coroados – Fonte: : http://www.tratosculturais.com.br/

Tupi: designa os povos indígenas que habitavam a estreita faixa da planície litorânea atlântica, desde o Estado do Rio Grande do Sul, para o Norte, até o Estado da Bahia.

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poucos registros sobre suas crenças, sabe-se apenas que a lua era venerada como Iam. Os Botocudos eram muito supersticiosos e atribuíam aos Puris todas as desgraças que lhes aconteciam. Até mesmo a morte de um membro da tribo era atribuída aos Puris. Para vingar seus mortos, os Botocudos faziam grandes caminhadas através da mata para encontrar os Puris e matá-los, vingando, assim, os seus parentes falecidos.

PARA APRENDER MAIS

1 - Anote em seu caderno quais objetos os índios utilizavam e quais ainda são usados por você em sua casa.

3 - Os índios Puris tinham cuidado em não tomar muito sol. Hoje, nós fazemos o mesmo? Por quê?

4 - Quais os cuidados que devemos ter com os raios solares?

5 – Faça um desenho ou uma produção de texto sobre nossos índios. Procure destacar suas qualidades, seus hábitos e suas características físicas.

PARA OBSERVAR E CONCLUIR

5 – Observe a tirinha abaixo e responda ao que se pede:

a) Quem são os homens que estão entrando na mata?b) Se você fosse um índio, o que estaria pensando sobre estas

pessoas estranhas?

VAMOS PESQUISAR?

6 – Será que temos algum antepassado indígena? Procure saber se na sua família há ou houve alguém de origem indígena.

Tirinha mostrando a chegado dos colonizadores, com suas mulas carregadas de objetos e os índios escondidos observando curiosos e/ou assustados

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Parte IIO nascimento de Leopoldina

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2.1 – O Arraial do Feijão Cru

Mapa do Município de Leopoldina

Localizado na Zona da Mata Leste, o município de Leopoldina ocupa atualmente uma área de 942,74 km². Em 1828, os primeiros exploradores chegaram ao território que hoje pertence ao município  de Leopoldina, que ficou inicialmente  conhecido com Arraial do Feijão Cru.

Essa história é narrada de forma folclórica, pela Lenda do Feijão Cru, tida como marco do surgimento de Leopoldina, encontra-se representada em um painel pintado pelo artista Funchal Garcia, no centro da Cidade de Leopoldina, na Praça Felix Martins.

Sabemos, no entanto, que o processo de nascimento do município foi bem mais complicado.

São considerados seus  fundadores, e receberam as primeiras sesmarias, o tenente Joaquim Ferreira de Brito  e seu genro Francisco Corrêa de Lacerda. Em 1831, eles doaram terras de suas sesmarias para que fosse construída a  primeira igreja (onde hoje está a Igreja do Rosário) e as duas primeiras casas do arraial. No entanto, existe uma dúvida sobre quem deu início à ocupação de Leopoldina: se a família Almeida ou a família Monteiro de Barros. A  lei que teria criado o distrito de paz e policial foi  a de  30 de setembro de 1830, por época da elevação da localidade a distrito da Vila de São Manuel do Pomba , em 1837,  tendo  pertencido,

Leopoldina Teresa Francisca Carolina Miguela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon (1847 - 1871), princesa do Brasil, Princesa de Saxe-Coburgo-Gota, Duquesa de Saxe (ou na Saxônia.Fonte: http://pt.wikipedia.org

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anteriormente, a Barbacena e mais tarde a Mar de Espanha.

Em 1854, o município de Leopoldina foi separado do município de Mar de Espanha e, no dia  27  de abril daquele ano, através da Lei  666,  criou-se  o município da vila de Leopoldina. Sua  instalação ocorreu no ano seguinte, no  dia  20  de janeiro. Em  1861,  a vila de Leopoldina, sede  do  município,  é elevada à categoria de cidade.

Leopoldina de ontemLeopoldina de hoje

O primeiro recenseamento realizado no Brasil foi em 1872, por ordens de D. Pedro II, e encontrou na província de Minas Gerais 3.184.099 habitantes e na Paróquia de São Sebastião de Leopoldina, tínhamos 4.835 habitantes. O município possuía 481 casas.

A dificuldade em estudar, devido à falta de escolas, fez com que 3.386 pessoas fossem analfabetas, sendo a maior parte mulheres. Em Leopoldina, no ano de 1872, havia apenas 160 estudantes, dos quais 97 eram homens. Nessa época a mulher era criada para ser apenas obediente ao homem, portanto, para elas não era fácil aprender.

Já no ano de 1890, Leopoldina possuía uma população de 13.942 habitantes, destes 2.586 sabiam ler e escrever, continuando grande o número de pessoas que não podiam estudar.

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A luz elétrica chega a Leopoldina em 1908, com o início do funcionamento da Companhia Força e Luz Cataguases Leopoldina, também atendeu aos municípios vizinhos, como São João Nepomuceno, Cataguases e Rio Novo.

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PARA OBSERVAR E CONCLUIR

1 - Depois de ler este documento, responda:

a) De qual empresa estamos falando?b) Qual sua função?c) Você acredita ser importante para sua família e para a cidade de Leopoldina os serviços que são prestados por ela?d) Você já ouviu falar ou conhece alguém com um dos sobrenomes citados acima? Qual?e) Quantos anos se passaram depois dessa notícia?

HORA DE ESTUDAR

2 - Qual o primeiro nome do nosso município? 3 - Em que ano Leopoldina se tornou um município?4 - A lenda do Feijão Cru conta a história da chegada dos nossos primeiros colonizadores. Faça um desenho representando este momento da nossa história:

UM POUCO MAIS...5 – Sugestão de atividade:- Junto com seu professor, faça um passeio pelo centro antigo da nossa cidade e observe as casas, lojas, igrejas e depois dê uma passada na praça Felix Martins e visite o famoso painel que mostra a ocupação de Leopoldina. Depois, faça uma produção de

Em 13/03/1904 “sob o título Força e Luz – Cataguases e Leopoldina está sendo organizada uma sociedade anônima para exploração industrial da eletricidade, em suas diferentes aplicações e o comércio de materiais elétricos, nos municípios de Cataguases, Leopoldina e outros.

São incorporadores os srs. coronel Araújo Porto, João Duarte Ferreira, major Mauricio Murgel e o Doutor Ribeiro Junqueira.(...)”. Gazeta de Leopoldina, 13/03/1904.

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texto dizendo como você viu nossa cidade (se estamos cuidando dela) e o que achou mais interessante:

6 - Após ler esta lei, faça em seu caderno as questões abaixo:

a) Com a ajuda de seu professor, reescreva essa lei, mudando a ortografia para a atual.

Após realizar a atividade anterior, responda:b) Do que fala a lei?c) Qual é a cidade?d) Qual a data da lei?e) Antes de ser elevada à Vila, a cidade possuía um nome, qual

era? E depois, qual nome passou a ter?f) Quais as localidades que fazem parte da nova Vila?g) Você conhece ou já ouviu falar delas?h) Se já, quais hoje são consideradas cidades?

“LEI Nº 666 _ de 27 de abril de 1854.

Lei declarando à cathegoria de Freguezia e de Villa o Districto de S. Sebastião do Feijão-Crú com a denominação de Villa Leopoldina, e contêm outras disposições a respeito. [...]

Art. 1º Fica elevado à Freguezia o Districto de S. Sebastião do Feijão-Crú do Municipio do Mar d’Hespanha.

Art. 2º Fica elevada à cathegoria de Villa com a denominação de _Villa Leopoldina_ a Freguezia de S. Sebastião do Feijão-Crú creada por esta lei.

Art. 3º O Municipio da Villa Leopoldina fica pertencendo à Comarca do Pomba e comprehenderá os Districtos da Villa, Piedade, Rio Pardo, Madre de Deos, S. José do Parahyba, Conceição da Boa-Vista, Capivara, Laranjal e Meia Pataca, desmembrados dos Municípios do Mar d’Hespanha e Presidio.

Sellada na Secretaria da Presidencia da Provincia em 29 de abril de 1854.

Antonio José Ribeiro Bhering”.

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2.2 – Leopoldina: uma cidade rumo ao progresso

Ferrovia Leopoldina Railway Ltda. Estação Ferroviária de Providência

No final da década de 1870, a Estrada de Ferro Leopoldina Railway foi construída na nossa região, ao mesmo tempo a produção de café aumentou muito. Essa ferrovia foi construída com dinheiro de fazendeiros da nossa região e seu trajeto acompanhou as fazendas do café.

A facilidade de transporte ajuda a aumentar a venda do café. Ela trazia novos trabalhadores para a lavoura cafeeira, os imigrantes. A ferrovia ajuda, também, a desenvolver o comércio local.

A ferrovia chega primeiro a Cataguases, e depois, a partir do ramal de Vista Alegre, chega a Leopoldina, nossa cidade. Em 1877, a Leopoldina Railway transportou 12,9 milhões de quilos de café de Além Paraíba, Leopoldina e Cataguases, para a cidade do Rio de Janeiro, onde era vendido para outros países.

A ferrovia levava o café e trazia mercadorias que eram vendidas na cidade, para aqueles que possuíam dinheiro – que eram poucos, pois o café não trouxe riqueza para todos. Os vagões do trem traziam, também, estudantes que, principalmente na década de 1910, entravam na cidade em grande quantidade, atraídos pela excelente rede de escolas particulares.

Entre 1896 e 1914, foram fundadas cerca de 12 escolas particulares, oferecendo diversos cursos,

Atenas: Cidade da Grécia, famosa por ser um centro cultural antigo.

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recebendo a cidade o apelido de Atenas da Zona da Mata.

Em 1907 foi criado o Grupo Escolar de Leopoldina que, mais tarde, em 1922, passou a se chamar Grupo Escolar Ribeiro Junqueira. Essa escola ficou conhecida em todo o Brasil por ter tido como diretor o professor paraibano Augusto dos Anjos, em 1914. Augusto dos Anjos morreu em Leopoldina, aos 30 anos, tendo publicado apenas um livro de poesias “Eu”, mas que o tornaria famoso em todo o país. Ele foi enterrado no cemitério de Leopoldina, onde há também um memorial em sua homenagem. Pessoas de todas as partes do Brasil vêm a Leopoldina para visitar seu túmulo.

Augusto dos Anjos –(1884-1914)

Fonte: http://br.geocities.com/edterr

anova/auguscar.htm

O teatro, a música e o cinema eram formas de arte e lazer muito apreciados pela população da nossa cidade. Era comum os jornais anunciarem a apresentação de companhias teatrais, saraus e filmes. A cidade crescia e prosperava, graças ao café. Em 1907, Leopoldina foi assim descrita pelo Jornal do Comércio, de Juiz de Fora:

“Leopoldina apresenta deslumbrante aspecto. Nas ruas, pelas quais se viam palmeiras, galhardes, flores, era enorme o movimento, notando-se a presença de grande número de pessoas vindas de fora. À entrada da rua Cotegipe, foi erguido um arco triunfal, no qual se lê o nome do sr. Dr. João Pinheiro, circundado de bandeiras da nossa nacionalidade. Essa rua, à noite, apresentava brilhante aspecto, pela sua profusa

Memorial: Escrito que recorda as coisas boas que uma pessoa fez.Companhias teatrais: Grupos de atores de teatro que viajam pelo país apresentando suas peças teatrais.Saraus: Festa noturna, em casas particulares, em clubes ou teatros, onde de declama poesias, toca-se instrumentos musicais, etc.

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Em 1913, o Almanack Hénault assim descrevia Leopoldina:

Na cidade viviam aproximadamente 10% do total de habitantes do município, enquanto que nos distritos rurais estava o restante dos leopoldinenses. Essa população que vivia no campo era formada, principalmente, por pequenos agricultores, agregados, ruralistas que trabalhavam em regime de meação ou em troca de um salário. Havia também imigrantes, principalmente italianos, que residiam na Colônia Constança, localizada a alguns quilômetros da sede do município, onde hoje é o bairro Boa Sorte. Estes eram os responsáveis por boa parte da produção de gêneros alimentícios comercializados na cidade.

A indústria de Leopoldina resumia-se (até 1913) em duas máquinas de beneficiamento de arroz e um engenho de café, estando mais próxima do campo do que da zona urbana. Os membros da elite agrária e os comerciantes limitavam-se a conquistar novos benefícios urbanos. Mas estes benefícios não eram para todos e não chegavam aos trabalhadores mais pobres.

Rua Sete de setembroFonte:

http://www.redenetmail.com.br/leofotos/pagina1.htm

Podemos afirmar, então, que havia uma Leopoldina moderna e uma Leopoldina atrasada.

“A cidade é toda iluminada à luz elétrica, calçada e conta com 4 jardins públicos. Sua população é calculada em 35.000 habitantes, dos quais 3.000 vivem na cidade, com 3.327 eleitores.”

Agregados: agricultor pobre que vive e trabalha em uma terra que não é sua, como empregado.Ruralistas: pessoas que trabalham e vivem na zona rural.Meação: quando o agricultor divide com o dono da terra onde trabalha os lucros do seu trabalho.Gêneros alimentícios: alimentos.Zona Urbana: referente ao espaço ocupado por uma cidade.Elite agrária: proprietários de terra ricos.

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Apesar de ser um município agrário, onde a economia girava em torno do café, leite e gêneros alimentícios como arroz, Leopoldina, a cidade, buscava acompanhar de perto a modernidade. A cidade representada era diferente dos distritos rurais. Ela estava sempre preocupada com os avanços do progresso.

José Monteiro Ribeiro Junqueira

O principal líder político de Leopoldina, naquela época, foi José Monteiro Ribeiro Junqueira (1871- 1946). Foi um dos homens mais importantes do nosso município. Foi banqueiro, promotor, advogado, empresário e fazendeiro. Fundou o Ginásio Leopoldinense, a Companhia Força e Luz, o Banco Ribeiro Junqueira, dentre outros empreendimentos. Na política foi deputado estadual, deputado federal e senador.

PARA TRABALHAR COM DOCUMENTOS

1 - Estes são os números da estação de ferro Leopoldina, leia-os:

Agora responda:a) Qual o local com maior número de estações?b) E em Minas Gerais, quantas eram as estações?c) Escreva em seu caderno o que você acha que os trens carregavam.d) De onde foram retirados esses números? Você já ouviu falar desse jornal?e) Você já andou em um trem de ferro ou viu um de perto? Onde?

Estação de Ferro Leopoldina número de estações da estrada de ferro:Redes extensões tráfego número de estaçõesFluminense 1.213.584 122Mineira 876.456 84Espírito Santo 37.900 3 2.127.940 209

Fonte: Gazeta de Leopoldina, 20/02/1896.

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f) Você sabe onde ficava a estação de trem de Leopoldina? Onde?

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UM POUCO MAIS...

2 - Leia este trecho de um poema e responda.

a) Como funciona a locomotiva descrita no poema?

b) O ritmo do poema lembra o movimento do trem. Você concorda? Explique.

PARA TRABALHAR COM DOCUMENTOS

3 - Este é um trecho de Dom Pedro II, Imperador do Brasil, quando visitou Leopoldina, no ano de 1881. Leia-o com atenção e depois responda ao que se pede.

“Na estação de Vista Alegre (10h 35') tomou-se o ramal da Leopoldina. Aí cheguei às 11 e meia à casa de um amigo (...).

Câmara e Cadeia - idem (sic). A casa não e má. Aula primária de meninos que não me desagradou. A sala é muito pequena. Colégio de meninas que não me pareceu mau, tendo a mestra fisionomia inteligente. Aula primeira de meninos do grau superior. Sofrível. A aula primeira de meninas não tem agora professora. O cura não explica doutrina aos meninos na igreja, como quase nenhum faz.

Oração na igreja de onde se goza de boa vista; subida íngreme; fomos de trole e de lá por boa ladeira para a estação.

Partida à 1h e três quartos. Chegada às 2h 10' a Vista Alegre. O estacionário é casado com uma filha do Gadele. (...). Seguimos cerca das 2h e um quarto”.

"Agora sim Bota fogoCafé com pão Na fornalhaAgora sim Que eu precisoVoa, fumaça Muita forçaCorre, cerca Muita forçaAi seu foguista Muita força.”

Manuel Bandeira. Café com pão. Trem de ferro.

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a) O imperador do Brasil chegou a Vista Alegre utilizando qual meio de transporte?

b) Como ele viu o ensino na cidade?

c) “Oração na igreja de onde se goza de boa vista; subida íngreme; fomos de trole e de lá por boa ladeira para a estação”. A partir da leitura desse trecho, diga de qual igreja ele está falando.

PARA IR ALÉM...

8 – Sugestão de atividade:

– Augusto dos Anjos foi um importante poeta que viveu em Leopoldina. Vamos conhecer mais sobre ele? Faça uma pesquisa na biblioteca e monte um lindo memorial em sua homenagem. Tire uma aula para falar sobre poesia e declamar versos na sala de aula, junto com o professor.

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2.3 – O café em Leopoldina

O café veio trazido para o Brasil no início do século XVIII. Era plantado nos quintais das grandes propriedades, para uso dos moradores. Mas, a partir de 1870, tornou-se uma importante mercadoria para exportação.

Foi o Vale do Paraíba (que vai do Rio de Janeiro a Minas Gerais) que começou a produzir café, em 1830. Como essa região estava ligada à Zona da Mata de Minas, o café acabou chegando até nós. Era plantado principalmente no Sul e na Zona da Mata, e utilizava basicamente a mão-de-obra escrava. O plantio de café era feito em grandes propriedades de terra, grandes fazendas chamadas de latifúndios.

Fonte: http://br.geocities.com/fcpedro/vidaesc.html

Minas Gerais acabou se tornando um grande produtor de café, graças à presença de muitas terras livres para cultivo, além de trabalhadores para as lavouras, primeiro escravos, depois homens livres, com destaque para os municípios de Leopoldina, Juiz de Fora, Mar de Espanha, Cataguases e Ubá. Em um discurso feito à Assembléia Mineira, em 1859,  o Visconde  de Caravelas,  Carneiro Campos,  falava sobre a importância do crescimento da lavoura  de café nos  municípios  de Mar de Espanha e Leopoldina.

O município de Leopoldina se tornou um grande centro produtor de café, um dos mais ricos e importantes da Zona da

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Mata. Toda a produção de café era comercializada no Rio de Janeiro e de lá embarcada em navios para outros países.

As  fazendas  eram bastante numerosas. De 1883  a  1887,  em Leopoldina, existiam cerca de 42 unidades produtivas. Havia muitas pequenas propriedades, mas a maior parte da terra estava nas mãos dos grandes proprietários, que tinham melhores condições de expandir o cultivo.

APRENDER FAZENDO

1 – Quando o café chegou ao Brasil e onde ele era plantado?2 – O que é um latifúndio?3 – Qual foi a importância do café para Leopoldina?4 – Sugestão de trabalho em grupo na sala de aula:- Vamos fazer uma feira de café? - Forme um grupo de trabalho e pesquise tudo que puder encontrar sobre o café. Faça cartazes, consiga ramos de café. - Procure receitas, escolha uma e faça. O professor irá marcar um dia para que todos mostrem seus trabalhos e ao mesmo tempo possam dividir, em um grande lanche, as comidas gostosas que podemos fazer com o café.

Exportar: vender para outro país.Unidade produtiva: local onde se produz alguma coisa, pode ser um pedaço de terra, uma fábrica, etc.Pequenas propriedades: sítios.

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2.3 – A decadência econômica de Leopoldina

No início do século XX, o preço do café começou a baixar, porque a concorrência de outros países estava prejudicando o Brasil, e os fazendeiros perderam muito dinheiro. Minas Gerais era o segundo maior produtor de café do Brasil, perdendo apenas para São Paulo. Durante os trinta primeiros anos do século XX, o município de Leopoldina lutava para salvar a lavoura do café.

Em 1930, já não havia mais esperança para a cafeicultura e muitos fazendeiros perderam suas fortunas. Os municípios que dependiam do café também foram afetados, pois como o dinheiro começou a sumir, os impostos recolhidos também diminuíram. Foi o que aconteceu com Leopoldina, um município rico que acabou se tornando um município pobre.

Antigo parque de exposições – Fonte: http://www.redenetmail.com.br/l

Políticos como José Monteiro Ribeiro Junqueira passaram a incentivar a policultura e a criação de gado leiteiro, que se tornou mais tarde muito importante para nosso município. Em 20 de setembro 1900, foi criada a lei 353, criando a feira de gado de Leopoldina, com o objetivo de incentivar a produção oferecendo prêmios e comendas. A Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina tornou-se em pouco

tempo uma das maiores fornecedoras do produto para o Estado do Rio de Janeiro.

Leopoldina nunca conseguiu se industrializar, como a vizinha Cataguases, e a sua população foi aos poucos se reduzindo. O município que recebia trabalhadores e estudantes vindos de várias regiões de Minas e do Brasil e que, em 1872 possuía mais de 40 mil habitantes, foi esvaziando. Mas isso não

Impostos: tributo, contribuição, geralmente paga em dinheiro.Disponíveis: livres.Comendas: homenagens, condecorações.Industrializar: ter muitas indústrias, quando uma cidade é industrializada significa que a indústria produz mais riquezas do que a agropecuária.

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aconteceu apenas aqui: poucos foram os municípios da Mata que conseguiram sobreviver ao fim da cafeicultura na região.

HORA DE ESTUDAR

1 – Responda:a) Por que a cafeicultura acabou em Leopoldina?b) Que atividades passaram a substituir a produção de café?c) Para onde ia nossa produção leiteira?

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Parte III

Quem trabalha em Leopoldina?

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3.1 – O escravo

Nós sabemos que o Brasil foi um país escravista, ou seja, onde quase todo o trabalho era feito pelo escravo. Os primeiros escravos foram os índios, que foram tirados de suas aldeias para trabalhar em fazendas de cana-de-açúcar. Depois, vieram os negros africanos. Estes trabalhadores eram capturados na África e trazidos para o nosso país para trabalharem, primeiro nas plantações de cana-de-açúcar, na mineração e depois nas plantações de café. A escravidão é uma parte triste da nossa história, que durou mais de 300 anos.

Escravas pilando café Fonte: http://www.cliohistoria.hpg.ig.com.br

Muitas pessoas tinham preconceito contra o trabalho, que era tido como “coisa de escravo”, a maior parte das atividades realizadas na agricultura, na cidade ou nas casas eram feitas por escravos negros. A colheita do café também era feita pelos escravos. Eles arrancavam os grãos com as mãos e peneiravam para separar as folhas. Depois de colhido, era lavado e colocado para secar. Os grãos secos eram amontoados e ensacados.

Havia propriedades com muitos escravos, chegando a centenas, mas nas pequenas propriedades rurais, o número de cativos não passava de cinco. Em Leopoldina existiam pequenas e grandes fazendas.

Leopoldina teve muitos escravos, que trabalhavam nas lavouras de café. Em 1872, a população  do nosso município era de 41.886 habitantes, dos quais 15.253 eram escravos e 26.633 livres.  Os municípios que  possuíam mais escravos eram Juiz de Fora e Leopoldina. Em 1883, Leopoldina já era a segunda cidade com maior número de escravos de Minas Gerais, com 16.001.

África: A África é o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) e o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e das Américas).Cativos: escravos.

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Em 1876 nossa cidade possuía 15.253 escravos, passando para 16.001 em 1883. O aumento do número de escravos mostra o tamanho da riqueza produzida pelo café no município, pois o escravo era uma mão-de-obra muito cara. Por essa razão, os nossos senhores de escravos lutaram contra a sua libertação.

Apesar de viverem sem liberdade, obrigados a trabalhar e sem receber nenhum pagamento pelo seu serviço, os escravos podiam constituir famílias, se casavam com as bênçãos dos padres, tinham padrinhos em seus casamentos que poderiam ser outros escravos, seu proprietário, algum homem ou mulher branca, ou mesmo um escravo que já havia se libertado. Os filhos de escravos também eram batizados e tinham padrinhos livres ou escravos.

Os escravos trabalhavam e enriqueciam nossos fazendeiros, que viviam no luxo, possuindo tudo o que o dinheiro pudesse comprar, sempre imitando a moda do Rio de Janeiro. Os escravos moravam nas senzalas e possuíam apenas a roupa com que trabalhavam e recebiam uma refeição simples.

Escravo sendo castigado – Pintura de Debret.Fonte: http://postmania.wordpress.com/

Quando não trabalhavam direito, podiam ser castigados de forma cruel, com chicotadas e surras. Muitos de nossos fazendeiros lutaram contra o fim da escravidão, através de nossos representantes políticos na Corte. Mas nem todos os donos de escravos eram cruéis e nem todos os leopoldinenses defendiam a escravidão. A historiadora

Senzala: é um grande alojamento que se destinava à moradia dos escravos das fazendas no Brasil até o século XIX. Corte: (com a sílaba tônica cor pronunciada como em corpo) eram os nobres que viviam em torno do rei em Portugal e depois no Brasil. Costuma-se chamar de corte a cidade de onde o Rei governa. No caso do Brasil, a corte era a cidade do Rio de Janeiro.

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Nilza Cantoni nos conta que em Leopoldina havia pessoas que eram contra a escravidão. Um desses casos foi o do José Jeronymo de Mesquita, o Barão do Bonfim, proprietário da Fazenda do Paraíso que, em 15 de abril de 1888, alforriou 182 escravos e os levou para a cidade onde assistiram juntos a uma missa, como homens livres.

Segundo sua biografia, o Barão do Bonfim teria recebido a fazenda Paraíso como presente de casamento de seu avô. A fazenda de café possuía 300 escravos, que eram bem tratados e cujos filhos, inclusive, recebiam aulas. Ele chegou a construir uma sala de música para os escravos aprenderem a tocar instrumentos musicais.

Um dos grandes abolicionistas brasileiros, que morou e trabalhou em Leopoldina, foi o Dr. Antônio Augusto de Lima (1859-1934), jornalista, poeta, magistrado, jurista, professor e político. Nasceu em Congonhas de Sabará (hoje Nova Lima), MG. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 5 de fevereiro de 1903. Foi nomeado promotor do Termo de Leopoldina, e, em 1885, era juiz municipal. Chegou a ser governador de Minas Gerais, em 1895 (na época título de governador correspondia a “presidente do Estado”).

Princesa Isabel Leopoldina Bourbon de Bragança

Fonte: http://pt.wikipedia.org

Em 13 de maio de 1888, a Princesa Izabel assinou a Lei Áurea, que libertava todos os escravos do Brasil. Os donos de escravos leopoldinenses se sentiram prejudicados e realizaram vários protestos contra a monarquia, pois eles acreditavam que o governo brasileiro os havia prejudicado com tal lei e que eles deveriam, portanto, receber indenizações, pagamentos devido à perda da mercadoria deles. Mas bem antes disso, o trabalho do escravo já estava sendo substituído pelo trabalho livre do imigrante, vindo da Europa, em busca de uma nova vida no Brasil.

Alforiar: dar a liberdade a um escravo.Biografia: é a história da vida de uma pessoa.Abolicionistas: pessoas que lutavam pelo fim da escravidão.Academia Brasileira de Letras: A Academia Brasileira de Letras é o órgão lingüístico e literário mais importante do Brasil, fundada no Rio de Janeiro, a 20 de julho de 1897.Imigrante: pessoa vinda de outro país.

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PARA APRENDER MAIS....

1 – Responda:a) Quem foram os primeiros escravos do Brasil?b) De onde vinham os negros que eram escravizados?c) Onde os escravos trabalhavam?d) Todos os donos de escravos os tratavam mal em Leopoldina? Cite um exemplo:

2 – Faça uma história em quadrinhos falando sobre a escravidão em Leopoldina.

PARA INTERPRETAR DOCUMENTOS

3 – Leia o documento com atenção e depois responda no seu caderno o que se pede:

a) Quem é o autor do texto?b) Você saberia dizer o nome da obra?c) Qual o assunto do texto?d) Quem é o feitor? Onde ele trabalha?e) O que levava um escravo a ser punido?

PESQUISANDO PARA SABER MAIS

4 – Em Leopoldina havia muitos escravos. Você conhece alguma descendente de escravo? Procure uma pessoa que saiba alguma história sobre escravos em Leopoldina e conte para seus colegas e sua professora.

“Chama-se feitor, na roça, o encarregado pelo proprietário de fiscalizar o cultivo das terras, a alimentação dos escravos e a disciplina que deve reinar entre estes; estas funções dão-lhe o direito de castigá-los.

Os vícios punidos são: a embriaguez, o roubo e a fuga; a preguiça é castigada a qualquer momento com chicotadas ou bofetões distribuídos de passagem”.

Jean-Baptiste Debret. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo, Martins/Edusp, 1972, t. l, v. I e II. p. 195.

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3.2 – O imigrante

Com   o  fim  da  escravidão,  em  1888,  Minas Gerais tentou solucionar o problema da falta de trabalhadores para a lavoura. Já há alguns anos, fazendeiros estavam libertando seus escravos e substituindo o trabalho escravo pelo livre. Eles ofereciam aos seus ex-escravos a oportunidade de continuarem trabalhando nas fazendas, recebendo um salário. Eles também traziam para suas fazendas imigrantes.  

Os imigrantes vinham para o Brasil com suas famílias, fugindo da fome e das guerras que estavam acontecendo na Europa, principalmente entre os anos da década de 1870. A maioria deles era de italianos e alemães. Os imigrantes vinham em busca de trabalho e de terras. Muitos traziam toda a sua família e a maioria preferia trabalhar em São Paulo, onde o salário pago era muito maior do que o oferecido pelos fazendeiros de Minas Gerais. Imigrantes aguardando embarque em Gênova –

ItáliaFonte: http://www.imigrantesitalianos.com.br/

Minas Gerais era a região mais populosa do Brasil, ou seja, tínhamos mais habitantes do que outros Estados. Por esta razão, na Zona da Mata havia mais trabalhadores nacionais do que imigrantes, mas eles também foram muito importantes na construção da nossa história.  Os imigrantes alemães preferiam trabalhar nas cidades em pequenas fábricas ou abrindo pequenos comércios. Os italianos já eram mais ligados ao campo, e procuravam terras para cultivar.

Europa: Europa é a parte ocidental do supercontinente euroasiático. Trabalhadores nacionais: trabalhadores nascidos no Brasil.Comerciantes: pessoas que vivem do comércio, da compra e venda de mercadorias.

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Os primeiros imigrantes que chegaram em Leopoldina foram comerciantes, na década de 1850, quase sempre identificados como "turcos". A sala de suas casas era a loja. Entre eles estão os primeiros mascates, homens que visitavam as fazendas levando os produtos para serem vendidos. Entre 1860 e 1888, com a abertura da estrada que servia para transportar a produção de café, foi fundada a Companhia União e Indústria, que contratou engenheiros, técnicos e operários especializados na Alemanha em 1856. Muitos deles, juntamente com suas famílias, permaneceram na Zona da Mata.

A partir de 1877, com a chegada da ferrovia, o número de imigrantes em Leopoldina aumentou. Há relatos de que em Vista Alegre havia uma hospedaria de imigrantes, local onde os imigrantes descansavam até serem enviadas para fazendas ou cidades onde iriam morar e trabalhar.

Museu do Imigrante – São PauloAntiga Hospedaria de ImigrantesFonte: http://www.virtual.epm.br/

Com o fim da escravidão, em 1888, o número de imigrantes que aqui chegaram aumentou bastante. A partir de então, nossa região passou a receber agricultores, espanhóis e italianos. Diferentemente dos primeiros imigrantes que aqui chegaram, esses eram, em geral, pessoas de origem muito humilde, analfabetos em nossa língua e, por esta razão, acabaram por ser explorados pelos fazendeiros, muitos dos quais os tratavam como escravos e nem sempre lhes pagavam o salário devido.

Os primeiros que conseguiram se livrar dos abusos dos fazendeiros estabeleceram-se no trecho que ligava a sede do município a Tebas. Na Onça e na vizinha Fazenda da Constança, famílias de alemães e espanhóis haviam fixado residência e receberam os novos imigrantes sem dificuldades e,

Relatos: história contadas Hospedaria de imigrantes: estruturas especificamente criadas a partir da segunda metade do século XIX para receber cidadãos estrangeiros recém-chegados ao Brasil, que seriam posteriormente destinados a colônias e fazendas no interior do país ou mesmo a serviços urbanos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

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principalmente, sem o preconceito que os impedia de participarem ativamente da vida econômica da cidade.

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PARA APRENDER MAIS...

1 – Responda em seu caderno:a) Por que os imigrantes vinham para o Brasil?b) Para onde a maioria dos imigrantes se dirigia?c) Quais foram os primeiros imigrantes a chegarem em Leopoldina?d) Por que era fácil para os fazendeiros enganar os imigrantes?

2 - Após ler a tabela, junto com seu colega, responda:

Não sabem ler e escreverBrasileiros e estrangeiros

População

Homens

Mulheres

Total Total % Analfabetos

5.779 5.577 11.356

13.942 81,5

Fonte: Recenseamento Brasileiro de 31/12/1890.

a) Dos que não sabiam ler e escrever, qual o maior número: o de homens ou o de mulheres?b) Se a população total do município era de 13.942 pessoas, 11.356 não sabiam ler e escrever. Faça a conta e descubra quantas pessoas sabiam ler e escrever.c) Você achou muito pequeno ou grande o número de pessoas que sabiam ler e escrever?d) E as que não sabiam, o seu número era grande ou pequeno?

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3.3 - A Colônia Constança

Mapa mostrando a localização da Colônia Constança (1930) – Fonte: http://www.cantoni.pro.br/colonia/centenario11.html

A organização de colônias agrícolas, em Minas Gerais, surgiu da necessidade de oferecer vantagens que fixassem os imigrantes em seu território. Lembrem-se de que a maioria deles preferia ir para São Paulo, trabalhar nas lavouras de café ou na cidade. Oferecer lotes de terra para famílias cultivarem – mesmo que elas não fossem proprietárias – era uma maneira de atrair para nosso Estado trabalhadores.

Em Leopoldina foi criada a Colônia Agrícola Constança pelo decreto nº 280, em 12 de abril de 1910 e foi constituída inicialmente a partir das fazendas Constança, Boa Sorte, Onça e Puris, adquiridas pelo Estado. Foram divididos e distribuídos lotes de terra para imigrantes que desejassem produzir ali gêneros alimentícios variados, para serem vendidos na cidade ou na "venda de secos e molhados" do Sr. Augusto Timbiras, que ficava na entrada do Bairro Boa Sorte.

Os italianos que chegaram em Leopoldina vinham quase todos da região de Veneto, na Itália, e na chegada ao Brasil, em 1910, ficaram alojados na Hospedaria da Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, até que foram transferidos para a Colônia Constança. A partir de junho de 1910, eles passaram a ser o maior grupo residente na

Colônias agrícolas: propriedade geralmente dividida em lotes que recebiam famílias de imigrantes que desejassem trabalhar na produção de alimentos agrícolas.Veneto: O Vêneto (em italiano Veneto) é uma região do norte da Itália com 4,5 milhões de habitantes e 18 264 km², cuja capital é Veneza.

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Colônia, assim como o mais ativo. Um exemplo disso era que Leopoldina já possuía, um ano depois, um representante de Victor Manoel III, Rei da Itália naquela época.

Os imigrantes vinham para trabalhar na colheita do café e produzir gêneros alimentícios, mas desenvolviam, também, outras atividades, como a produção de telhas e tijolos, serviços de carpintaria, pedreiros, carreteiros, podadores, ferreiros e outros serviços. O dinheiro extra era poupado para, futuramente, a compra de uma pequena propriedade rural.

Foto de uma família de imigrantes que se fixou em Leopoldina

Fonte: arquivo particular de Nilza Cantoni

Muitos imigrantes que foram para Juiz de Fora, onde ficaram durante algum tempo na Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora, vieram para Leopoldina entre o final de 1888 e 1909, para trabalhar na Colônia Santo Antônio.

A Colônia Santo Antonio foi um núcleo organizado pela Câmara Municipal de Leopoldina, localizado nas proximidades da Igreja de Santo Antônio do Onça, e que durou pouco tempo. Estes imigrantes estiveram, quase sempre, ligados ao distrito de Tebas. Em 1917, a população da Constança chegava a 1065 habitantes, cerca de 15 pessoas para cada lote.

Um grupo de famílias de colonos alemães chegou a morar na colônia Agrícola da Constança, antes da primeira Guerra Mundial, mas não desejavam ficar no campo e sim trabalhar na cidade, por isto acabaram indo embora algum tempo depois. Tivemos também espanhóis, franceses, gregos, holandeses que se encantaram com nossa terra e por aqui permaneceram.

Carpintaria: trabalhar madeira, produzindo desde móveis, ferramentas, artigos para construção civil, entre outros.Carreteiro: Um carreteiro é uma pessoa (geralmente homem) que transporta produtos, mantimentos e artigos variados se valendo de carreta de bois. Ele sabe como lidar com os bois, como cangá-los ao carro, como manter a carreta, como guiá-la nos diferentes terrenos e bem acomodar a a carga para que não se estrague e nem se perca.Podadores: pessoa que poda e apara ramos de árvores ou arbustos.

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O inglês M. Lintz, pai da senhora Judith Lintz, é um exemplo de imigrante que veio para Leopoldina e por aqui ficou. Ele foi professor no Ginásio Leopoldinense (hoje chamado de Escola Estadual Professor Botelho Reis), que era considerado um dos melhores estabelecimentos de ensino particular do Brasil. Sua filha acabou tornando-se professora, também. Por sua dedicação ao magistério, o seu nome acabou sendo dado a uma de nossas escolas municipais, a Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado, localizada no bairro Bela Vista.

Em 1911, chegam diversos italianos a Leopoldina se dedicando à lavoura, depois passam a investir suas economias em pequenas oficinas. Outros são sapateiros, donos de bar, padres, sacristãos, açougueiros, alfaiates, jardineiros e exercem outras atividades.

Diversos portugueses também vieram morar em nossa cidade, dedicando-se a atividades diversas; entre elas, o comércio de atacado e varejo, dirigindo jornal, cuidando da agricultura, sendo médico, barbeiro e artistas.

HORA DE ESTUDAR...

1 – Responda:a) Onde se localizava a Colônia Constança?b) Quais eram as nacionalidades dos imigrantes que lá moravam?c) Cite as atividades exercidas pelos imigrantes em Leopoldina?

APRENDER FAZENDO

2 – Você é descendente de um imigrante? Vamos descobrir?1º - Faça uma pesquisa em sua casa, com seus parentes e procure saber quais sobrenomes sua família possui.2º - Pergunte aos mais velhos de onde veio sua família.3º - Por fim, faça uma lista, começando dos parentes mais velhos para os mais novos, até chegar em você, falando o que cada um foi ou fez. Ex:Meu avô: Joaquim da Silva, foi pedreiro, teve 4 filhos: João, Maria, Marta e JoséMinha avô: foi costureira e gostava de fazer docesMeu pai:...

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PARTE IV

A CULTURA POPULAR DA NOSSA TERRA

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4.1 – NOSSO FOLCLORE E TRADIÇÕES

Leopoldina é um município com mais de 153 anos. Ao longo de todo esse tempo, fomos criando e renovando nossas tradições dentro da nossa comunidade. Em nosso município, pessoas de todas as idades, ricas ou pobres, ajudam a preservar um pouquinho da nossa história através do folclore e das tradições populares.

Folclore é uma palavra de origem inglesa cujo significado é ''conhecimento popular''. O termo Folk-Lore foi usado pela primeira vez em 22 de agosto de 1846. Folk quer dizer povo; lore, o saber, o conhecimento, o costume. Pode-se afirmar: Folclore é o saber do povo. Não é transmitido através de escolas e nem de livros e sim por imitação ou por força de tanto ver e ouvir.

As manifestações da cultura de um povo, sejam através das suas lendas, da sua alimentação, do seu artesanato, das suas vestimentas e de muitos de seus hábitos originais, enriquecidos com novos hábitos. O folclore é passado de pais para filhos, geração após geração. As canções de ninar, as cantigas de roda, as brincadeiras e os jogos, e também os mitos e lendas que aprendemos quando criança são parte do folclore que nos ensinam em casa ou na escola.

O folclore é o meio que o povo tem para compreender o mundo. Conhecendo o folclore de um país, podemos compreender o seu povo. E assim passamos a saber, ao mesmo tempo, parte de sua História.

Em Leopoldina as tradições folclóricas resistem, aos poucos, às mudanças impostas pela modernidade e pela influência de meios de comunicação como televisão, rádio e jornal. Vamos conhecer um pouco do folclore e das pessoas que ajudam a divulgá-lo em nossa cidade?

A Dança

Tradição: é uma transmissão oral de lendas ou narrativas ou de valores espirituais de geração em geração. Uma crença de um povo, algo que é seguido conservadoramente e com respeito através das gerações. Uma recordação, memória ou costume.Preservar: cuidar.Manifestação: ato ou efeito de se manifestar, de mostrar, revelar.Lenda: é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos. As lendas combinam fatos reais e históricos com fatos irreais que são produtos da imaginação humana.Artesanato: é o próprio trabalho manual ou produção de um artesão.Geração: conjunto de pessoas nascidas em uma mesma época.Ninar: fazer dormir.

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O Grupo Folclórico Assum Preto – ligado ao CEFET/MG – Uned/Leopoldina - dedica-se a ensinar danças folclóricas e a fazer apresentações dentro e fora do nosso município. Ele foi fundado em 1984 e desenvolve um trabalho social de grande importância. Nesse grupo, jovens leopoldinenses de todas as origens sociais e também jovens de municípios vizinhos aprendem um pouco mais sobre o que é o folclore, sua importância e acabam por se tornar instrumentos importantes de transmissão deste conhecimento.

Roupas do usadas na dança AruanâFonte: acervo particular

No grupo, os jovens aprendem danças típicas como o mineiro-pau, a “congada”, o Aruanã (uma dança indígena), dentre muitas outras. O grupo existe graças à dedicação de seus componentes e consegue encantar a todos que assistem às suas apresentações.

A Folia de Reis e a Folia de São Sebastião

Folia de Reis é um festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do culto católico do Natal que, trazido para o Brasil, mantém-se vivo nas

Festejo: festa.

Crença: acreditar em alguma coisa.

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manifestações folclóricas de muitas cidades. A crença popular diz que, ao nascer na manjedoura, o menino Jesus foi visitado por três reis magos, cada qual de uma parte do mundo, guiados por uma estrela, e ofereceram ricos presentes ao menino Jesus.

O primeiro dia em que se toca a folia é 25 de dezembro e, a partir de 1º de janeiro, inicia-se a representação da viagem dos reis magos. Os devotos caminham durante 6 noites, de casa em casa, como se estivessem seguindo a estrela guia. Cantanto nas casas que visitam, contam a história do nascimento de Cristo, fazendo uma oração com cantos rimados e acompanhados por violas, pandeiros, caixas e bumbos:

No azul dos grandes passos/ Um raio de Luz seguiuUma luminosa estrela / Do firmamento fugiuOs três reis do oriente/ do vosso reino saiu

Guiado da mesma Estrela/Caminho de Belém seguiu.1

A Folia de Reis se transforma em Folia de São Sebastião, no dia 06 de janeiro, para poder, então, fazer homenagem a São Sebastião, santo católico padroeiro de Leopoldina, cuja consagração se comemora no dia 20 de janeiro.

As folias são uma forma de expressão da religiosidade dos leopoldinenses e delas participam pessoas de todos as idades. Leopoldina possui cerca de 23 folias de reis e essa é uma de nossas tradições mais antigas. Existe um grupo de folia, localizado na comunidade rural, chamada de Folia da Serra, que é mais antigo do que o próprio município: surgiu em 1817.

A Capoeira

Capoeiras era o nome das clareiras onde os escravos treinavam seus golpes, daí o nome da luta. Seus golpes, quase acrobáticos e com aspecto de dança, muito contribuíram para enganar os senhores de engenho, que permitiam a prática, julgando-a

1 Giovanni Junior, Oswaldo. Folguedos da Mata: um registro do folclore da Zona da Mata. Leopoldina: Do autor, 2005.

Devoto: pessoa que se dedica a um culto religioso.

Pandeiro: Pandeiro é um instrumento musical de percussão com rodelas (soalhas) duplas de metal enfiadas em intervalos ao redor de um aro de madeira. Pode ser brandido para produzir som contínuo de entrechoque, ou percutido com a palma da mão e os dedos.

Bumbo: Um bumbo ou bombo é um tambor cilíndrico de grande dimensão, de som grave e seco.

Acrobático: que usa acrobacias, saltos, piruetas, pulos

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como uma brincadeira dos escravos. O jogo da Capoeira é acompanhado por instrumentos musicais, comandados pela figura máxima do berimbau, o qual dá o tom e comanda o ritmo para a execução das cantigas: Cantos Corridos ou Ladainhas. No início, o berimbau servia para dar ritmo ao jogo, também servia para anunciar a chegada de um feitor, ou seja, a hora de transformar a luta em dança.

Ê berimbal, eê, berimbal.

Ê berimbal, eê berimbal.Ê berimbal, eê berimbal.A cabaça, um arame, um

pedaço de pau, como é gostoso tocar

berimbal.Ê berimbal, eê berimbal.Ê berimbal, eê berimbal.Ê berimbal, eê berimbal.A cabaça, um arame, um

pedaço de pau, como é gostoso tocar

berimbal.Ê berimbal, eê berimbal.

A capoeira é, ao mesmo tempo, uma luta, uma dança, uma arte, é também folclore, esporte, educação e lazer. Ela trabalha a criatividade, a coordenação motora, a agilidade, a habilidade de resolver problemas rapidamente, sendo ainda uma prática saudável e que ensina a valorizar nossa cultura e o respeito mútuo.

A capoeira, antes treinada livremente pelos escravos, é agora treinada dentro das academias. A primeira academia de capoeira de Leopoldina foi fundada em 1974, e chamava-se Kajucagi, tendo como professor o mestre capoeirista cataguasense Serginho Gafanhoto. A academia se localizava na antiga Capela do Colégio. Mais tarde, em 1978, surge uma segunda academia, sob a liderança do José Dimas de Sousa (mestre Dimas), o grupo Cobrinha

Coordenação motora: capacidade de coordenação de movimentos, decorrente da integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras dos músculos e articulações.Academia: aqui significa escola onde se ensina algum tipo de atividade física, como musculação, ginástica, capoeira, etc.

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Mansa, nome este dado em homenagem ao grande mestre de capoeira Cobra Mansa, que levou a capoeira para fora do Brasil.

Mestre Dimas nos conta que um dos registros mais antigos de prática de capoeira em Leopoldina é de 1890, quando um homem, José Francisco Peres, foi preso, no distrito de Cataguases, por prática de capoeira, que na época era uma das formas de auto-defesa, mais difundidas entre negros e mulatos.

Leopoldina atualmente conta com três grupos de capoeira. Além do Cobrinha Mansa, há também o grupo Nova Era – que trabalha junto à pastoral do menor – e o grupo Abadá, que funciona com apoio da Companhia Força e Luz. A capoeira de Leopoldina possui reconhecimento internacional, participando de eventos por todo o Brasil e em outros países.

HORA DE ESTUDAR...

1 – Sobre o folclore, responda:a) O que é folclore?b) Qual a importância do folclore?c) Procure no texto as manifestações do folclore, presentes em Leopoldina:

PARA APRENDER MAIS...

2 – Sugestão de trabalho extraclasse:- A Capoeira é uma das mais completas manifestações da nossa cultura popular. - Você já assistiu a uma roda de capoeira? -Vamos saber mais sobre ela? - Reúna-se com outro colega e faça uma entrevista com um capoeirista. Prepare um questionário com aquilo que você quer saber e depois faça um relatório para apresentar na sala de aula.

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4.2 - Memória de nossos carnavais

No Brasil, o primeiro carnaval surgiu em 1641, promovido pelo governador de Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, mas foi no final do século XIX que a festa começou a se popularizar. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está aí a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.

No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. Marchinhas são músicas curtas e ritmadas que alegraram durante muitos anos os bailes e blocos de carnaval. Composta em 1899, Ó abre alas é a primeira marcha registrada na História do Carnaval Brasileiro. Essa marchinha foi composta pela nossa primeira maestrina, Chiquinha Gonzaga.

Ó abre alasQue eu quero passar

Ó abre alasQue eu quero passar

Eu sou da LiraNão posso negar

Eu sou da LiraNão posso negar

Ó abre alasQue eu quero passar

Ó abre alasQue eu quero passar

Rosa de OuroÉ que vai ganhar

Rosa de OuroÉ que vai ganhar

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Carnaval antigo de Leopoldina

Leopoldina teve muitos carnavais, onde as pessoas se divertiam. Nossos carnavais mudaram muito, mas a animação do nosso povo continua a mesma. Em Leopoldina, era muito comum amigos se reunirem para comemorar o carnaval, em blocos. Ainda hoje se faz isso.

Um tipo de bloco de carnaval muito comum era o bloco dos sujos, onde as pessoas desfilavam com seus rostos tampados com um pano branco ou uma fronha de travesseiro velha, usando trapos como roupa, pregando sustos e fazendo brincadeiras com quem encontrassem nas ruas.

Nosso mais famoso carnavalesco foi Mestre Vitalino Duarte, conhecido em Leopoldina por promover festas populares. Nasceu no dia 15 de agosto de 1932. Em 1955 começou a se interessar pelo carnaval e, em 1959, fundou a Escola de Samba Acadêmicos de Leopoldina, da qual foi presidente. Morreu em 2003, depois de 47 anos como carnavalesco.

Em seus primeiros carnavais, Mestre Vitalino desfilava pela cidade com uma Baiana e uma burrinha, arrastando multidões e cantando:

Arranjei uma burrinha,Para brincar no carnaval,

Ai, ai, ai!Ai, ai, ai!

A orelha era de palhaE o rabo de jornal,

Ai, ai, ai!Ai, ai, ai!

Ê, ê, ê!Ê, ê, a,

Montado na Burrinha,Devagar eu chego lá!

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Atualmente nosso carnaval acontece nas ruas e nos clubes. Nas ruas ainda existem desfiles de blocos, alguns muito bem humorados, onde homens vestem-se de mulheres e aplicam trotes nas pessoas que assistem ao seu desfile, muitas vezes desorganizados. Há, também, blocos que reúnem pessoas de uma mesma profissão. O Bloco do Pó de Giz já ganhou espaço nos carnavais, contando com a presença dos professores da cidade e seus parentes. Outro bloco é o Bloco dos Fajardos, que reúne no carnaval os membros dessa família, uma das mais tradicionais de Leopoldina.

VAMOS PESQUISAR PARA SABER MAIS?

1 – Sugestão de atividade:- Em Leopoldina, temos muitos compositores que produzem todos os anos sambas-enredo e marchinhas de carnaval. - Vamos conhecer um pouco mais sobre eles? - Com ajuda do professor, faça uma pesquisa sobre músicas de carnaval tocadas em Leopoldina e apresente uma para seus colegas.

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Parte V

A Leopoldina de hoje!

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5.1 - Como é formado um município?

Prefeitura de LeopoldinaFonte: http://www.asminasgerais.com.br/

O Brasil, assim como outros países, é formado por estados. Os estados, por sua vez, são divididos em municípios. O município, que é a menor unidade administrativa utilizada na divisão do território brasileiro, é administrado por um prefeito e uma câmara de vereadores, é composto de uma área urbana e uma área rural.

Para administrar o município nós contamos com o prefeito, que recebe ajuda de seus secretários municipais, vereadores que compõem a Câmara Municipal e os juízes municipais.

O Poder Executivo

O prefeito faz parte do Poder Executivo, é ele quem executa as leis e é o responsável pela administração da nossa cidade e por resolver os problemas que nela surgem. Ele é a maior autoridade do Poder Executivo, é eleito pelas pessoas que moram em Leopoldina, e deve ficar comandando a prefeitura por quatro anos, podendo ser reeleito para mais quatro anos. É responsável também pelos serviços sociais como casas de cultura, postos de saúde, escolas e lazer, entre outros.

Um exemplo de ajuda para o prefeito governar é a Secretaria de Educação, que cuida dos assuntos ligados às escolas municipais de Leopoldina, devendo agir de acordo com o

Unidade administrativa: município, cidade ou Estado que possui um governo.

Administrar: gerir, organizar uma empresa, um município ou um Estado.

Plano de governo: é o planejamento feito por um governo onde ele determina o que deve ser feito durante um determinado período dando prioridade ao que mais se necessita.Prestar contas: tornar público, mostrar o que se está fazendo.

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plano de governo do município, mas deve prestar contas de suas ações ao prefeito. Quem governa nossa Minas Gerais é o governador que também é representante do Poder Legislativo, como também é o Presidente da República que é a pessoa que governa o Brasil.

HORA DE ESTUDAR....

1 - Você sabe quem é o prefeito de Leopoldina?2 - E quantos são os vereadores?3 - O que é uma prefeitura?4- Como é composto o Poder Executivo?5- Quem representa o Poder Executivo?

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O Poder Legislativo

O Poder Legislativo é aquele que elabora as leis, quem compõe o Poder Legislativo são os vereadores, também eleitos pelos leopoldinenses para um mandato de quatro anos, nos quais eles devem fiscalizar as ações do prefeito e elaborarem as leis do município.

Um vereador pode apresentar uma lei que pode ou não ser aprovada pelos outros vereadores, como também o prefeito pode enviar para a Câmara de Vereadores uma lei que será aceita ou rejeitada. Caso uma lei votada pelos vereadores não seja aceita pelo prefeito, ele pode vetá-la, mas somente uma vez; se os vereadores revisarem o projeto e esse for novamente aprovado, o prefeito é obrigado a assinar a lei. Quando o prefeito concorda com uma lei, ele a sanciona, ou seja, ele a aprova.

No Estado de Minas Gerais quem representa o Poder Legislativo são os deputados estaduais que trabalham na Assembléia Legislativa Estadual, em Belo Horizonte, e quem cuida das leis do Brasil são os deputados federais e senadores que atuam no Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado que ficam em Brasília.

UM POUCO MAIS...

1 - Como se dá a aprovação de uma lei?2 - O que é um projeto vetado e sancionado? Quem pode fazer isto?3 - Reúna com seus colegas e elaborem um projeto que na opinião de vocês seja muito importante para nossa cidade.4 – Sugestão de atividade:a) Dividir a sala em grupos, de acordo com o bairro, rua ou região de cada um.b) Cada grupo irá pesquisar o que tem e o que falta onde mora.

Fiscalizar: verificar se uma pessoa, uma empresa, um governante ou uma unidade administrativa está fazendo correntemente seu trabalho.Rejeitada: recusada.Projeto: plano.Sancionar: aprovar.Assembléia Legislativa: é o órgão que representa o poder legislativo em cada Estado.Congresso Nacional: o órgão constitucional que exerce, no âmbito federal, as funções legislativas e fiscalizatória do Estado Brasileiro, com funções típicas. Exerce, ainda, duas outras funções atípicas: administrar e julgar.Câmara dos Deputados: órgão onde os deputados que representam cada Estado do Brasil se reúnem para apresentar e votar novas leis.Senado: órgão que reúne os senadores e onde são discutidas as leis aprovadas pela Câmara dos Deputados.

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c) Em seguinda, irá eleger, em sala de aula, um “vereador” em cada grupo.d) Depois de eleitos, os vereadores de cada grupo irão participar de uma “sessão” e propor soluções para os problemas do lugar onde mora.

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O Poder Judiciário

Fórum de LeopoldinaFonte: Fonte: http://www.asminasgerais.com.br/

Quem é responsável por fiscalizar se as leis são cumpridas no município é o juiz municipal, ele é membro do Poder Judiciário. O juiz não é eleito pelo povo, ele alcança seu cargo por meio de concurso público. Nossa cidade é uma Comarca pois possui Fórum (local onde os juízes trabalham) e juiz. Quando uma pessoa não pode contratar um advogado, o Estado deve providenciá-lo, pois ninguém pode ficar sem defesa.

PARA IR ALÉM....

1 - Qual a importância do Poder Judiciário?2 - De quantos em quantos anos temos eleição para prefeito?3 - Quais são os problemas mais graves em nossa cidade de acordo com a opinião de vocês? Quem deveria resolvê-los?

Concurso Público: prova através da qual uma pessoa pode conseguir um emprego em algum órgão ligado ao poder legislativo, executivo e judiciário.

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Em 1902, a Gazeta de Leopoldina alertava a população sobre a tuberculose. Leia estes trechos.

“A tuberculose é produzida por um micróbio muito pequeno, visível somente ao microscópio de grande aumento, que vive muito bem na temperatura do corpo humano (37º graus) podendo atacar os pulmões e intestinos.

É a doença mais comum no mundo. Morrem a cada minuto 3.000 vidas e em cada ano 1.075.000. Em São Paulo, mata por ano 2.000 pessoas.

Ataca a qualquer um, mais aos pobres devido à falta de conforto e limpeza. Sendo as pessoas que ficam mais doentes os indivíduos entre 15 e 60 anos, é uma doença de jovens e idosos.

É uma moléstia de família, pois junto ao tísico se pega facilmente. O bacilo está na saliva, nas fezes, na urina e poeira, nos escarros. O escarro seco e a poeira transmitem a doença a longas distâncias.

As gotas de saliva (perdigotos) transmitem até a mais de um metro. Pode ser transmitida pela carne, leite, por isso deve-se ter o cuidado com a escolha das amas de leite.

O meio de se evitar a doença é fugindo da convivência com os tísicos, suprimindo as comidas suspeitas e os excessos que enfraquecem o corpo.

O micróbio vive muito bem nas casas velhas, sujas, sem ar e sem luz – devem ser desinfetadas. Existe cura para a doença, porém é mais fácil evitá-la.

Para se tratar o paciente deve ter hábitos higiênicos, como ficar mais tempo ao ar livre, respirar de dia e de noite o ar puro dos campos, repousar o corpo e o espírito, ter uma alimentação sadia, variada e abundante.”

HISTÓRIA E CIÊNCIA

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Da Revista Médica de São Paulo (Gazeta de Leopoldina).

Como você pode observar, a preocupação em prevenir doenças já existia em Leopoldina no início do século XX, agora responda a estas perguntas, se precisar peça ajuda a seu professor ou a algum adulto:

a) Qual a doença de que trata o texto? Você já ouviu falar dela?b) Como eram tratados os doentes? Você acha correto?c) E o tratamento, como era feito?d) Hoje, você conhece alguma campanha da prefeitura para evitar doenças? Cite-a.

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Você já ouviu falar do Serginho do Rock? Pois é, talvez não, mas com certeza seus pais já ouviram e, quem sabe até já cantaram suas músicas. Antônio Sérgio Lima Freire (Serginho do Rock) nasceu no dia 26 de outubro de 1940, em Leopoldina. Ele foi um dos nossos grandes compositores, sempre com músicas que falavam de Leopoldina e de sua gente.

Nesta música, Serginho do Rock declara seu amor a Leopoldina, a cidade onde nasceu, viveu e morreu. Preste atenção na letra:

Mineira Gostosa

Protegida pelos contrafortesDas altas montanhas de MinasDriblando o tempo, de maneira ladinaAinda parece menina

Isto é Leopoldina, sonora verdadeMineira Gostosa, minha cidade

De longe seus filhos lhe amamDe perto seus filhos reclamamCondenam sua vida tão calmaMas lhe querem no fundo da alma

Centenária vaidade, retendo o tempo

Sentindo saudades, seus melhores momentosÁguas passadas já são gotas de chuvaFilosofia de estrada, vã literaturaDe rimas quebradas

Rebuscando suas velhas históriasEra apenas um pontinho no mapaMais verde, mais culta, pacataAtenas da Zona da Mata

Alienada em função do futuroO ócio desprende do gênioDa bela da Mata que espera no escuro

A luz do terceiro milênio

HISTÓRIAS DA NOSSA MÚSICA

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Algumas pessoas brincam e dizem que em Leopoldina temos dois hinos: um oficial, composto pelo Cônego Gerardo Naves, que é tocado nas cerimônias cívicas da cidade; e outro não oficial, que é uma música composta por Serginho do Rock. Vamos comparar os dois?

Hino a Leopoldina

A cordilheira de desfez,Em mil pedaços a sorrir,E, na baixada, à luz do sol,Linda cidade viu surgir.

Como um sorriso de mulher,Como um anseio de menina,Surgiu no seio da terraEsta formosa Leopoldina.

Nasceu para vencerE ser como um padrão.Por isto, esta cidadeÉ grande por tradição.

E marcha sem temor,Buscando dirigirSeus filhos à luzDo bem que conduzA glórias em seu porvir.

Atenas a ensinarAos filhos do Brasil,A trilha seguraDo bem e do dever.

Não sabe silenciarÀ luz do céu de anil,O quanto procuraLutar pelo saber.

Morro Do Cruzeiro

Neste pedaço de serraO mundo é bem diferenteAqui eu vivo sempre contenteE a vida é pura e naturalSua paz envolventeMe faz bem conscienteDe viver longe do mal

Vivendo com os animaisDentro do meu quintalEm contato permanenteCom as coisas reaisPlantando e colhendo

Frutos naturais

Deixe os traumas lá embaixoE suba o Morro do CruzeiroVem ouvir o seu silêncioEste meu velho companheiro

Situado no ponto culminanteVejo o sol nascendo e se pondoPor trás da linha do horizonteLá embaixo, no vale que aparece

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Vejo apertada entre as colinas

Minha pequena Leopoldina

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Bandeira de Leopoldina

Brasão de Leopoldina

SÍMBOLOS DA NOSSA CIDADE

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Leopoldina teve muitos prefeitos, e todos eles deixaram sua marca na nossa cidade. Você sabe quem eles foram?

NOMES DE PREFEITOS PERÍODO DE GOVERNO

Francisco Andrade Bastos 1937 – 1945Dr. Oswaldo Vieira 1945 – 1947Francisco Barreto de Faria Freire 1947 – 1948José Ribeiro dos Reis 1948 – 1951Dr. Newton Monteiro de Barros 1951 – 1955José Ribeiro dos Reis 1955 – 1959Dr. Jairo Salgado Gama 1959 - 1963Dr. Joaquim Furtado Pinto 1963 – 1967Francisco Barreto de Faria Freire 1967 – 1971Darcílio Junqueira Reis 1971 – 1973Osmar Lacerda França 1973 – 1977Dr. Joaquim Furtado Pinto 1977 – 1979Wilson Pimentel (vice-prefeito que ocupou a vaga do Dr. Joaquim)

1979 – 1983

Osmar Lacerda França 1983 - 1988Dr. Antônio Márcio Cunha Freire 1989 – 1992Dr. José Roberto de Oliveira 1993 – 1996Dr. Antônio Márcio Cunha Freire 1997 – 2000Dr. José Roberto de Oliveira 2001 – 2004Dr. José Roberto de Oliveira 2005 - 2008

OS PREFEITOS DE LEOPOLDINA

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Escolas Urbanas Escolas RuraisEscola Municipal Botelho ReisPraça Professor Ângelo – Centro.

Escola Municipal Francisco Pinheiro de LacerdaRua Alto Distribuidora – Abaiba

Escola Municipal Ribeiro JunqueiraPraça Francisco Pinheiro de Lacerda, 47 – Centro.

Escola Municipal Joaquim Ferreira BritoArraial dos Montes – Povoado de São Lourenço

Escola Municipal Judith Lintz Guedes MachadoAvenida dos Expedicionários, s/n – Bairro São Sebastião.

Escola Municipal Arthur Dorigo TitoPovoado das Virgens - Palmeiras

Escola Municipal Professora Maria da conceição Monteiro de ResendeRua Sebastião Ferreira Lacerda, 20 – Bairro Eldorado.

Escola Municipal Afrânio Reis JunqueiraRua Principal, s/n – Povoado São Martinho – Providência

Escola Municipal Osmar Lacerda FrançaRua Nicácio Salles, 210 – Bairro São Cristóvão.

Escola Municipal Carlos Rubens de Castro MeirellesComunidade dos Coelhos - Tebas

Escola Municipal RotaryRua Manoel A. Almeida – Bairro Três Cruzes.

Escola Municipal Nova Usina MaurícioNova Usina Maurício - Piacatuba

Escola Municipal Dr. Aroldo MaranhaRua Antônio Lima dos Reis, 99Bairro Pedra Pinguda

Escola Municipal Vargem LindaFazenda da EPAMIG - Piacatuba

Centro de Educação Infantil Maria Aparecida da Silva ConteRua Nilo Colona dos Santos

Escola Municipal Maurício Lomba JuniorFazenda Bocaina – Ribeiro Junqueira

NOSSAS ESCOLAS MUNICIPAIS

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O Município de Leopoldina coloca à disposição da população postos de atendimento do Programa Saúde da Família. Saiba onde encontra-los:

Unidade Bairro/Localidade

PSF I Quinta Residência

PSF II Bandeirantes

PSF III São Cristóvão

PSF IV Bela Vista I

PSF V Bela Vista II

PSF VI Tebas/Piacatuba

PSF VII Providência/Abaiba/São Martinho/ Arraial dos Montes

PSF VIII Seminário

PSF IX Vale do Sol

PSF X Três Cruzes

PSF XI Ribeiro Junqueira

PSF XII Alto da Ventania/Copasa/Vila Miralda

NOSSAS UNIDADES DE SAÚDEPrograma Saúde da Família

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Bibliografia

ACAIACA, Centenário de Leopoldina. Leopoldina, 1954.

ALMANACK d’Arrebol. Ginásio Leopoldinense: 1906 -1986. Leopoldina: Arte & Cultura; n. 8, 1986.

ALMANACK, Renalt. Anuário Brasileiro Comercial Illustrado; Rio de Janeiro, anno 6; 1912-1913.

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ANDRADE, Rômulo. Cafeicultura na Zona da Mata. In: Revista Brasileira de História. São Paulo. n. 22, p. 93-131. 1992.

BLASENHEIN, Peter. Uma história regional: a Zona da Mata Mineira (1870-1906). In: Seminário de Estudos Mineiros: a República Velha em Minas. Belo Horizonte; UFMG/PROED, 1982; p. 73-90Jornal do Commercio, Juiz de Fora

------------------------------------ As ferrovias de Minas Gerais no século XIX. Locus: revista de História. Juiz de Fora: EDUFJF. v. 2 (2); p. 81/110, 1996.

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IGLÉSIAS, Francisco. Política econômica do Estado de Minas Gerais (1890 – 1930); In. Seminário de estudos Mineiros: a República Velha em Minas. Belo Horizonte UFMG/PROED, 1982. p. 145-164.

JOSÉ, Oiliam. O negro na economia mineira. [s.l.s.n]. 1993

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LAMAS, F. G., SARAIVA, L. F., ALMICO, R. C. S. A zona da Mata mineira: subsídios para uma historiografia. V Congresso Brasileiro de História. 2002.NOGUEIRA, Natania A. Silva. Ginásio Leopoldinense: mito político e formação de elites na Zona da Mata. Monografia de conclusão do curso de especialização em História do Brasil - área de concentração em História Regional - UFJF/ICHL, 1997.

OILIAN, José. Indígenas de Minas Gerais : aspectos sociais, políticos e etnológicos. Belo Horizonte : Imprensa Oficial, 1965.

PAULA, D. A. Passado, trilhos e esquecimento: A trajetória da estrada de ferro Leopoldina. Revista do Instituto histórico geográfico brasileiro. Rio de Janeiro, Jan-mar , pág. 37/62, 2002.

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Periódicos

A Gazeta de Leopoldina, diversos números, Leopoldina (1896-1914).

Page 80: CARTILHA_cópia pdf

Jornal do Comércio – diversos números, Juiz de Fora (1900 – 1917)

Links visitados

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