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Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional de Pernambuco Fundada em 24 de fevereiro de 1972 Memorial da Medicina de Pernambuco Rua Amaury de Medeiros, 206, Derby, 52010-120 - Recife - PE Fone (81) 3423-0961 e-mail: [email protected] sobrames-pe.webnode.com ANO 15 Nº 171 MARÇO 2018 Casaca de Couro Casaca de Couro Boletim Sobrames Pernambuco Boletim Sobrames Pernambuco Sobre contos, novelas e romances Um aficionado do boxe possivelmente enxergará o conto como “peso-mosca”, a novela como “peso médio” e o romance como “peso pesado”. Mas esse ponto de vista pode ser contestado alegando-se que, para classificar narrativas ficcionais, não basta juntar as páginas e pesá-las; prova disso é que, embora “Dom Quixote” seja uma novela, mostra-se muito maior do que o romance “Iracema”, e este praticamente equipa- ra-se em tamanho ao conto “O Alienista”. Na verdade, “O Alienista” é uma exceção, a maio- ria dos contos são curtos; porém, diz-nos o professor Massaud Moisés, “não são contos porque têm poucas páginas, mas, ao contrário, têm poucas páginas porque são contos”. A configuração do conto tende a reduzir-lhe a ex- tensão. Nele, a ação é simples, os atos ou acontecimen- tos são partes de um único drama, de um único confli- to. Essa unicidade de ação reflete-se no tempo e no espaço. Passado e futuro têm importância secundária, o que importa é a época em que a ação ocorre, e esta ação, por ser simples, tende a se desenvolver em curto intervalo de tempo. Da mesma forma, embora possa haver deslocamentos dos personagens, a essência da ação ocorrerá em um lugar específico, por vezes tão restrito como uma sala ou um quarto. Em consonância com tudo isso, haverá um efeito final único, um clí- max dramático que causará no leitor impressão impac- tante. Naturalmente, dentro desse contexto, não costu- mam caber mais de dois ou três personagens de desta- que. A novela geralmente é maior do que o conto e menor do que o romance. Enquanto o conto apresenta uma única célula dramática, a novela apresenta múlti- plas ações concatenadas e, por isso, tende a ser mais longa; ela é apresentada em unidades que se dispõem sequencialmente, de forma que o conteúdo de cada uma não se esgota por inteiro, o canal de continuidade per- manece aberto e o leitor anseia saber o que está por vir. Não há distanciamento do tempo presente dos perso- nagens e, mesmo que a multiplicidade de células dra- máticas resulte em ações desenvolvendo-se em dife- rentes locais, espera-se que uma convergência espaci- al leve os indivíduos a se encontrarem. Os persona- gens são numerosos; alguns mudam o status ao longo da narrativa, outros são adicionados e até os mais pro- eminentes podem sair de cena. Henry James apresenta o romance como a “mais independente, a mais elástica e a mais prodigiosa” de todas as formas literárias. Por sua complexidade estru- tural, é obra extensa, não se faz um romance com dois dedos de prosa. Possuindo várias células dramáticas e podendo ter muitos personagens, é por vezes confun- dido com a novela; atente-se, portanto, às diferenças. Na novela, os episódios estão dispostos em sequência; no romance, observa-se simultaneidade dramática, di- ferentes conflitos acontecem ao mesmo tempo. O tér- mino da novela é aberto, a obra pode ser estendida pela adição de novos episódios; já o romance é fechado, sua conclusão tem caráter definitivo. Há pluralidade espa- cial no romance, os personagens deslocam-se livremen- te e o cenário cresce em importância; no conto e na novela, o que importa mesmo é a ação, pouco interessa onde ela ocorra. Além de assenhorear-se do espaço, o romancista também é senhor do tempo, ele pode abor- dar qualquer época na vida de um personagem. Toda tentativa de definir critérios classificatórios qualitativos para as composições de ficção em prosa descai no artificialismo e impõe o risco de submeter os autores ao jugo de estereótipos; por isso, tal qual no boxe, há quem prefira a simplicidade e objetividade da análise quantitativa, definindo como conto textos com até 20.000 palavras, romances os que têm mais de 40.000 palavras e novelas aqueles que se estendem entre esses dois limites. Voltando ao boxe, lembro que Julio Cortázar, grande contista e entusiasta do pugilismo, disse ter ouvido de um escritor conterrâneo que “no combate que se trava entre um texto apaixonante e o leitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto o conto deve ganhar por nocaute; acrescento que a no- vela também se destina a vencer por nocaute, porém só após muitos rounds. Luiz Coutinho

Casaca de Couro · do XXVII Congresso da Sobra-mes, que será realizado em São ... Quando se cobrem de verde as baraúnas Waldenio Porto nos apresenta, como nos mos-

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Sociedade Brasileira de Médicos EscritoresRegional de PernambucoFundada em 24 de fevereiro de 1972

Memorial da Medicina de PernambucoRua Amaury de Medeiros, 206, Derby, 52010-120 - Recife - PEFone (81) 3423-0961 e-mail: [email protected]

sobrames-pe.webnode.comANO 15 Nº 171MARÇO 2018

Casaca de CouroCasaca de CouroBoletim Sobrames PernambucoBoletim Sobrames Pernambuco

Sobre contos, novelas e romancesUm aficionado do boxe possivelmente enxergará

o conto como “peso-mosca”, a novela como “pesomédio” e o romance como “peso pesado”. Mas esseponto de vista pode ser contestado alegando-se que,para classificar narrativas ficcionais, não basta juntaras páginas e pesá-las; prova disso é que, embora “DomQuixote” seja uma novela, mostra-se muito maior doque o romance “Iracema”, e este praticamente equipa-ra-se em tamanho ao conto “O Alienista”.

Na verdade, “O Alienista” é uma exceção, a maio-ria dos contos são curtos; porém, diz-nos o professorMassaud Moisés, “não são contos porque têm poucaspáginas, mas, ao contrário, têm poucas páginas porquesão contos”.

A configuração do conto tende a reduzir-lhe a ex-tensão. Nele, a ação é simples, os atos ou acontecimen-tos são partes de um único drama, de um único confli-to. Essa unicidade de ação reflete-se no tempo e noespaço. Passado e futuro têm importância secundária,o que importa é a época em que a ação ocorre, e estaação, por ser simples, tende a se desenvolver em curtointervalo de tempo. Da mesma forma, embora possahaver deslocamentos dos personagens, a essência daação ocorrerá em um lugar específico, por vezes tãorestrito como uma sala ou um quarto. Em consonânciacom tudo isso, haverá um efeito final único, um clí-max dramático que causará no leitor impressão impac-tante. Naturalmente, dentro desse contexto, não costu-mam caber mais de dois ou três personagens de desta-que.

A novela geralmente é maior do que o conto emenor do que o romance. Enquanto o conto apresentauma única célula dramática, a novela apresenta múlti-plas ações concatenadas e, por isso, tende a ser maislonga; ela é apresentada em unidades que se dispõemsequencialmente, de forma que o conteúdo de cada umanão se esgota por inteiro, o canal de continuidade per-manece aberto e o leitor anseia saber o que está por vir.Não há distanciamento do tempo presente dos perso-nagens e, mesmo que a multiplicidade de células dra-máticas resulte em ações desenvolvendo-se em dife-

rentes locais, espera-se que uma convergência espaci-al leve os indivíduos a se encontrarem. Os persona-gens são numerosos; alguns mudam o status ao longoda narrativa, outros são adicionados e até os mais pro-eminentes podem sair de cena.

Henry James apresenta o romance como a “maisindependente, a mais elástica e a mais prodigiosa” detodas as formas literárias. Por sua complexidade estru-tural, é obra extensa, não se faz um romance com doisdedos de prosa. Possuindo várias células dramáticas epodendo ter muitos personagens, é por vezes confun-dido com a novela; atente-se, portanto, às diferenças.Na novela, os episódios estão dispostos em sequência;no romance, observa-se simultaneidade dramática, di-ferentes conflitos acontecem ao mesmo tempo. O tér-mino da novela é aberto, a obra pode ser estendida pelaadição de novos episódios; já o romance é fechado, suaconclusão tem caráter definitivo. Há pluralidade espa-cial no romance, os personagens deslocam-se livremen-te e o cenário cresce em importância; no conto e nanovela, o que importa mesmo é a ação, pouco interessaonde ela ocorra. Além de assenhorear-se do espaço, oromancista também é senhor do tempo, ele pode abor-dar qualquer época na vida de um personagem.

Toda tentativa de definir critérios classificatóriosqualitativos para as composições de ficção em prosadescai no artificialismo e impõe o risco de submeter osautores ao jugo de estereótipos; por isso, tal qual noboxe, há quem prefira a simplicidade e objetividade daanálise quantitativa, definindo como conto textos comaté 20.000 palavras, romances os que têm mais de40.000 palavras e novelas aqueles que se estendem entreesses dois limites. Voltando ao boxe, lembro que JulioCortázar, grande contista e entusiasta do pugilismo,disse ter ouvido de um escritor conterrâneo que “nocombate que se trava entre um texto apaixonante e oleitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto oconto deve ganhar por nocaute”; acrescento que a no-vela também se destina a vencer por nocaute, porém sóapós muitos rounds.

Luiz Coutinho

Sobrames naAcademia de Letras

A convite da Academia Per-nambucana de Letras, a Sobra-mes-PE fez parte das apresenta-ções em comemoração à Revo-lução Pernambucana de 1817com um recital de poemas do li-vro “Cancioneiro da Revolu-ção”, de autoria do sobramistaLuiz Coutinho, que foi premia-do este ano pela AcademiaPernambucana de Letras com“Menção Honrosa”.

Participaram do recital:Luiz Coutinho, José Arlindo,Paulo Camelo, Ana Cesar,Arimá Maranhão e Fátima Al-meida. Estavam presentes cer-ca de 20 participantes diretosou indiretos da Sobrames-PE.

A Sobrames-PE completa 46 anos

XXVII Congressoda Sobrames

A Sobrames Regional doMaranhão lançou o seu site commuitas informações sobre oCongresso em São Luís. Traz oRegulamento do Concurso, lo-cal do evento e hotel onde sehospedar, como se inscrever eoutras informações. O site é:sobramesma.com.br

Nova associadaNa reunião de março da So-

brames-PE tomará posse a novaassociada, amédica Ân-drea Chaves,que foi apre-sentada pelosobramis t aPaulo Came-lo na reuniãode 8 de janei-ro passado.

No dia 24 de fevereiro des-te ano a Sobrames de Pernam-buco completou 46 anos de fun-cionamento ininterruptamente.

O seu primeiro presidentefoi o Dr. Valdemar de Oliveira,que tomou posse por ocasião doIV Congresso Brasileiro de Mé-dicos Escritores realizado emSalvador, Bahia. Fazia partetambém da diretoria como vice-presidente o Dr. Orlando Pa-rahym e secretário-tesoureiro Dr.Luiz Ferreyra dos Santos. Erapresidente nacional da Sobrameso Dr. Inaldo Lyra Neves Manta,que trabalhava no Rio de Janei-ro, mas era pernambucano deJaboatão dos Guararapes.

Até esta data, já assumi-ram a presidência da Sobrames-PE 18 médicos, sendo o atual o

neurocirurgião Dr. Luiz Couti-nho Dias Filho. São cerca de 60associados.

Para suas comunicações aSobrames-PE publica um Bole-tim Informativo mensal, dispõede um site e publica regularmen-te, por ano, a Revista Oficina deLetras. Está instalada em umasala no prédio do Memorial daMedicina de Pernambuco, noDerby, Recife.

Este ano as comemora-ções de aniversário da Sobra-mes-PE acontecerão no dia 2 deabril, conjuntamente com o ani-versário nacional da Sobrames,em uma reunião dos presidentesdas regionais que serão convida-dos para fazerem a divulgaçãodo XXVII Congresso da Sobra-mes, que será realizado em SãoLuís do Maranhão de 20 a 22 desetembro de 2018. Todos estãoconvidados.

Foto: Carmen Camelo

Foto: Luiz Barreto

Foto: Luiz Barreto

Foto: Carmen Camelo

Lançamento delivro

Na reunião do dia 5 de fe-vereiro o jovem Douglas Mar-ques Moreira, de apenas 14 anos,foi convidado por seu avô Clau-dio Pina para fazer o lançamen-to do seu primeiro livro, com otítulo “As fabulosas aventurasdo Super D”. São interessantescontos fantásticos. Posterior-mente ele fez o lançamento dolivro na sua Escola, Colégio Di-vino Mestre, e para a comuni-dade.

Parabéns, Douglas, e tam-bém para sua mãe Armanda eseu avô Claudio Pina.

No Regaço de AtæginaA médica escritora

portuguesa Maria JoséLeal, membro da Sopeam,da Umem e da Umeal, es-tará participando do Con-gresso do Centenário denascimento de Dalila Pe-reira da Costa, que se re-alizará no Auditório Car-valho Guerra, da Univer-sidade Católica Portugue-sa, Porto, entre os dias 4e 6 de março.

Dentro do congresso,Maria José Leal fará olançamento de seu livro

de poemas “No Regaço de Atægina - em memó-ria de Dalila”, no dia 5 de março, pelas 18h30min.

Estudiosa, pesquisadora e inovadora, MariaJosé, para homenagear a poetisa lusa Dalila Pe-reira da Costa, cujo centenário de nascimento ocor-re nesse dia 4 de março, lança mão da mitologialusitana, trazendo a relevo a deusa Atægina, ouAtégina, a deusa do renascimento.

A apresentação do livro estará a cargo de Re-nato Epifânio, professor universitário luso, mem-bro do Instituto de Filosofia da Universidade doPorto e presidente do Movimento InternacionalLusófono – MIL.

Grito da VéiaNa sua tradicional saída pelas ruas do bairro

da Boa Vista, a troça “Grito da Véia” continuaarrastando foliões que, gostando do carnaval derua, acompanham esse desfile, sempre ordeiro ealegre.

À frente, como ocorre já há 8 anos, o estan-darte é carregado e apresentado pelo sobramistaPaulo Camelo.

A comitiva é de habitantes das redondezas,escritores, artistas, com suas famílias e amigos,que, não em número tão grande, esbanjam alegriaem profusão. A troça é organizada pelo escritorJacques Ribemboim, que a criou para, na alegriado carnaval, mostrar o bairro da Boa Vista, mui-

tas vezes esquecido pe-las autoridades.

Este ano o presi-dente da Sobrames-PE,Luiz Coutinho, se ajun-tou à multidão. E pro-mete continuar.

Fotos: Marcela Almeida

Foto: Paulo Camelo

Reunião da ALANEOcorreu no último sábado de fevereiro, dia

24, a partir das 10 horas na sede da UBE-PE, areunião mensal da Academia de Letras e Artes doNordeste.

Bem movimentada e concorrida, a reunião seestendeu até as 13 horas, quando foi servido umalmoço com pratos que os próprios acadêmicoslevaram.

Pequena homenagem ao DiaInternacional da Mulher

Sintam-se todas homenageadas

Fotos: Paulo Camelo

EXPEDIENTEDIRETORIAPresidente:

Luiz Coutinho Dias FilhoVice-presidente:

Paulo Camelo de Andrade AlmeidaSecretário:

José Arlindo Gomes de SáTesoureiro:

Paulo Afonso Correia de PaivaDiretor Cultural:

Cláudio Renato Pina Moreira

CORPO REDATORIALPaulo Camelo de Andrade Almeida

Luiz de Gonzaga Braga BarretoJosé Arlindo Gomes de SáLuiz Coutinho Dias Filho

EDITORAÇÃO ELETRÔNICAE IMPRESSÃO

Paulo Camelo de Andrade Almeida

Indicação de leituraQuando se cobrem de verde as baraúnas

Waldenio Porto nos apresenta, como nos mos-tra o estilo próprio do escritor, um romance histó-rico já quase pronto para a montagem de um vi-deo seriado.

“Quando se cobrem de verde as baraúnas”,que apresenta um subtítulo “História e estórias deCaruaru”, é, como o autor diz, um livro de ficção,de estórias, mas bem poderia ser um livro de His-tória, tamanhas as descrições, as sutilezas na suanarrativa, a ponto de o leitor, como num seriadotelevisivo, acompanhar as cenas e os personagenscomo eles se apresentam no correr do livro.

Apresenta-se como um romance (e o é), massua feitura é de um livro de contos. Seus capítulossão pequenos e seu enredo tem início e fim, dei-xando apenas alguns traços para serem colocadosem outro capítulo, armando a teia que vai do co-meço ao fim nessa feitura: contos e narrativas den-tro de um contexto maior de um romance.

A crítica não deixou brechas para maiores elo-gios. Mário Márcio – grande romancista, histori-ador e crítico literário – disse em seu prefácio:

“Quando se cobrem de verde as baraúnas é umromance que foge a todos os cânones da técnica novelística.É uma explosão. As cenas se sucedem numa celeridadealucinante. Não há uma linha condutora, apenas caminhosconvergentes, flashes rápidos, cenas que surgem edesaparecem como se vários episódios fossem evocados poruma câmera que filma de um carro em alta velocidade...”

Josué Montello, em sua êxtase, escreveu aoautor:

“Você, com suas memórias, me fez a melhorcompanhia, de ontem para hoje. Daí os agradecimentos e osaplausos pelo belo livro. Junte às suas saudades as deste seuadmirador.”

Composto por 45 capítulos curtos, à feiçãode contos, e só deles se afastando por deixar uma

nesga de infor-mações que sãocapturadas pelocapítulo seguinte(ou mais a se-guir), o livro étodo imagístico,todo sonoro,todo...

O vocabulá-rio, então, é deextasiar, comtantas palavras,locuções e ex-pressões regio-nais e até locais,que o leitor me-nos conhecedor do mesmo necessita de um dicio-nário à mão, e mesmo assim muitas vezes não asencontra, por não estarem dicionarizadas ou só oestejam em dicionário específico.

Leia (ou veja) um pequeno trecho:“As pingueiras, dentro dos quatros, denunciam

telhas mal ajustadas e determinam a providência dealguidares e panelas de barro, para evitar o alagamento.”

Assim como tem de enredo, tem de história.“ – Pra lhe dizer a verdade, participei, certa noite,

de uma reunião secreta no Caiucá, onde ele estava. Foi eleque mostrou uma carta que tinha recebido de NunesMachado, pedindo ajuda pra revolução. Ainda chegamos amandar dinheiro para Pedro Ivo, em Água Preta, antes deele marchar para tomar o Recife.”

É assim o livro: História e estórias, como oproprio autor disse.

PORTO, Waldenio - Quando se cobrem de verdeas baraúnas. Salvador: Contexto, 2000.