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30 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES Operação SC IV - Florianópolis/SC ADNano – Advanced Nanosystems ADVANCED NANOSYSTEMS LTDA ME Soluções avançadas com nanotecnologia sustentável A ADNano (Advanced Nanosystems), é uma empresa de Florianópolis fundada através da Operação IV do Sinapse da Inovação, em 2014. A partir de sua plataforma tecnológica – o NANO-MR, um fluido nanoestruturado –, a startup busca soluções em nanotecnologia mais sustentáveis para o mercado e para a sociedade. Produzido através de um processo ambientalmente amigável e com matérias-primas brasileiras que não geram resíduos tóxicos, o NANO-MR (Nanofluido Magnetoreológico) possui características vantajosas para o controle e gerenciamento de amortecimento e vibrações. No caso de amortecedores, por exemplo, o fluído proporciona maior controle, mais conforto e segurança, economia de combustível e consequentemente redução das emissões de CO2 e da necessidade de manutenção do veículo. “Hoje existem apenas três empresas fora do Brasil que produzem e comercializam materiais semelhantes, mas não são baseados em Nanotecnologia O Sinapse foi o primeiro e mais importante passo que possibilitou transformar nossas ideias inovadoras em realidade de mercado. Leandro Antunes Berti Diretor ADNano E M P R E S A O p e r a ç ã o S C I V

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30 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC IV - Florianópolis/SC

ADNano – Advanced NanosystemsADVANCED NANOSYSTEMS LTDA ME

Soluções avançadas com nanotecnologia sustentável

A ADNano (Advanced Nanosystems), é uma empresa de Florianópolis

fundada através da Operação IV do Sinapse da Inovação, em 2014. A partir de

sua plataforma tecnológica – o NANO-MR, um fluido nanoestruturado –, a startup

busca soluções em nanotecnologia mais sustentáveis para o mercado e para a

sociedade.

Produzido através de um processo ambientalmente amigável e com

matérias-primas brasileiras que não geram resíduos tóxicos, o NANO-MR

(Nanofluido Magnetoreológico) possui características vantajosas para o controle

e gerenciamento de amortecimento e vibrações. No caso de amortecedores,

por exemplo, o fluído proporciona maior controle, mais conforto e segurança,

economia de combustível e consequentemente redução das emissões de CO2 e

da necessidade de manutenção do veículo.

“Hoje existem apenas três empresas fora do Brasil que produzem e

comercializam materiais semelhantes, mas não são baseados em Nanotecnologia

O Sinapse foi o primeiro e mais importante passo que possibil itou

transformar nossas ideias inovadoras em realidade de mercado.

Leandro Antunes BertiDiretor ADNano

EMPRESA

Operação SC IV

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31ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Advanced NanosystemsFlorianópolis/SC - [email protected] | + 55 48 9801 8850

e o processo não é ambientalmente amigável. Além disso, a tecnologia NANO-MR é 100% brasileira, pois utilizamos somente insumos nacionais” afirma Leandro

Antunes Berti, diretor executivo da ADNano.

Atualmente, a empresa possui duas versões do produto: NANO-MR-A, aditivo nanocerâmico, com melhor fluidez e resposta de ação rápida; e o NANO-MR-C,

aditivo de nanoestruturas carbonosas, com melhor condutividade, rigidez e robustez.

HistóriaUma equipe multidisciplinar está à frente da ADNano. Leandro, doutor em Nanotecnologia, já em 2010 tinha em mente a ideia de desenvolver uma solução

nacional para produtos MR (magnetoreológicos). Após ser eleito Secretário Executivo do Arranjo Promotor de Inovação em Nanotecnologia (API.nano), da Fundação

CERTI, em 2013, conheceu Carlos Renato Rambo, doutor em Física e especialista em Nanoeletrônica, e Leila Cottet, doutoranda em Química especialista em química

de superfície e tecnologias de plasma.

Juntos, começaram a trabalhar por conta própria no material, nas horas vagas e fins de semana,

até que em 2014, com o impulso do Sinapse, fundaram a ADNano.

Próximos passosO foco inicial de mercado da ADNano é o setor automotivo, com a aplicação do NANO-MR em

amortecedores inteligentes. Mas a tecnologia desenvolvida pela empresa pode ser aplicada também

nos setores aeroespacial, naval, ferroviário, de robótica, mineração, próteses ortopédicas e até mesmo

de transmissão e distribuição de energia, devido às propriedades elétricas, magnéticas, térmicas e

reológicas do nanofluído.

Para ingressar no mercado automotivo, a ADNano conta com a parceria da Off-Limits, empresa

catarinense que produz amortecedores diferenciados. Juntas, trabalham no desenvolvimento e produção

de amortecedores inteligentes com fluído nanoestruturado. A ADNano pretende trabalhar, também, com

o fornecimento do nanomaterial diretamente para empresas do setor automotivo.

O plano da equipe para o futuro inclui o desenvolvimento, a partir da tecnologia NANO-MR,

de outros dois produtos inovadores: o ONI-T, Óleo Nanoestruturado Isolante para transformadores que

pode aumentar o desempenho do sistema em até 40%, aumentar a segurança de operação, redução

perdas elétricas, diminuição do custo de distribuição e redução do impacto ambiental – uma vez que

substitui óleos tóxicos, como o ascarel; e o hflNC – Nanocarbono Hidrofílico, material nanoestruturado

hidrofílico (mistura-se com facilidade à água), produzido a partir de rejeitos da indústria e ideal para

a aplicação como aditivo de reforço em cimentos, plásticos, cerâmicos e produção de novas ligas

metálicas.

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32 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC I - São Francisco do Sul e Joinville/SC

BIA TechnologyBIA TECHNOLOGY INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS CLÍNICOS- LTDA

Equipamento de análise da qualidade do leite

Um equipamento inovador para análise da qualidade e rastreabilidade do

leite está em desenvolvimento pela BIA Technology, empresa de São Francisco

do Sul com laboratório incubado no Parque de Inovação Tecnológica de Joinville

(Inovaparq). O produto tem como diferenciais a portabilidade, o baixo custo, a

rapidez no resultado e o uso da tecnologia de georreferenciamento. Essas

características facilitam o controle do leite in natura pelas indústrias de laticínios

durante a coleta entre os produtores rurais. Além disso, beneficia o consumidor

final, com padrões de segurança alimentar.

A BIA – sigla em inglês para análise da impedância bioelétrica – foi

contemplada na operação I do programa Sinapse da Inovação, em 2009. “Esse foi

o primeiro degrau para firmarmos o pé e construirmos o nosso próprio negócio”,

enfatiza o administrador e mestrando em Engenharia de Processos pela Univille,

Roberto Carlos Valicheski, que fundou a empresa de equipamentos clínicos em

2009, junto com a sua esposa, Ana Silvia Jacques. Ambos são de Concórdia,

município do Oeste Catarinense onde a pecuária leiteira é expressiva na economia.

“O Biamilk surgiu da necessidade de uma empresa de laticínios da região”, conta

O Programa Sinapse da Inovação foi o primeiro degrau para firmarmos o pé

e construirmos o nosso próprio negócio.

Roberto Carlos ValicheskiSócio da BIA Technology

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33ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

BIA TECNOLOGYSão Francisco do Sul e Joinville/SC - www.ctbia.com - www.bia.ind.br

[email protected] | + 55 47 3444 7061 | +55 47 3461 9255

o empreendedor.

Valicheski começou sua pesquisa no mestrado em Engenharia Elétrica na Udesc. Com peso

de apenas 800 gramas, o aparelho faz a quantificação de células somáticas (CCS) presentes no

leite. Essas células são originárias do úbere da vaca, onde defendem o organismo de doenças. A

tecnologia utilizada é a espectroscopia por impedância elétrica, que, em termos simplificados, consiste

na aplicação de uma corrente elétrica ao leite. Conforme o tempo e a frequência da resposta, pode-

se estimar a concentração de CCS. Quando esse número é alto, indica a existência de um processo

inflamatório no animal.

BenefíciosEm apenas dez segundos o laudo fica pronto e pode ser impresso e transmitido de imediato ao

banco de dados, via sinais de telefonia celular. A vantagem é evidente em comparação com o processo

convencional de remeter amostras a um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura e

aguardar até duas semanas pelo resultado. Outro benefício da nova tecnologia é que, graças ao uso

do Sistema de Posicionamento Global (GPS), é possível fazer o mapeamento geográfico da cadeia de

fornecedores e replanejar as rotas de visita às propriedades rurais, se necessário.

Mais que uma ferramenta para identificar a presença de agentes patogênicos, o Biamilk também

pode auxiliar no combate às fraudes, ao informar instantaneamente se o leite estiver adulterado.

“Estamos padronizando o processo e fazendo testes para que ele possa identificar, por exemplo,

soda, água e água oxigenada, entre outros”, informa Valicheski. Três pedidos de patente estão sendo

requeridos ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Os clientes em potencial do aparelho

são laticínios, produtores, transportadores de leite, órgãos fiscalizadores e demais interessados no

ramo lácteo.

Além de conquistar o Sinapse da Inovação, a BIA Technology ganhou em 2012 o edital Pappe,

Programa de Subvenção à inovação da FAPESC-Finep que destina recursos não-reembolsáveis para

pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos. Em 2013, a empresa foi contemplada pelo

Programa InovAtiva Brasil, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),

o que culminou com sua participação em um evento de startups

no Vale do Silício. Uma equipe de seis pesquisadores trabalha no

produto, que deve ser lançado comercialmente em 2015.

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34 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC IV - Itajaí/SC

BrastaxBRASTAX – TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS DE SANEAMENTO COM MICROALGAS LTDA

Geração de biomassa com microalgas em abatedouros de aves

Uma pesquisa inovadora desenvolvida por quatro estudantes de

Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) transformou-se em

um premiado empreendimento de biotecnologia que utiliza como combustível

a energia do sol. A ideia nasceu em 2012 quando os colegas Murilo Canova

Zeschau, Ariel Rinnert, Lucas Marder e Juliana Pellizzaro Correia montaram um

grupo de estudo sobre a ação de microalgas. Eles perceberam que seria possível

dar aplicabilidade ao conhecimento científico em processos industriais. Surgia

assim a Brastax, empresa dedicada a produzir biomassa a partir do tratamento de

efluentes líquidos produzidos pela indústria abatedora de frangos.

O diferencial dessa tecnologia é permitir o reaproveitamento do material

descartado, gerando um aditivo para a ração das aves. Isso é possível porque a

biomassa de microalgas é rica no antioxidante astaxantina, considerado o mais

forte na natureza, bem como em proteínas, minerais e ômega 3 e 6. Quando

adicionada ao alimento dos frangos, ela contribui com a sua nutrição e também dá

à carne uma coloração mais avermelhada, visualmente mais atrativa. O processo

reaproveita água para reuso industrial – consome-se em média 20 litros de água

potável por ave abatida – e capta gás carbônico, credenciando a indústria avícola

a vender créditos de carbono.

O Programa Sinapse fez com que nosso projeto fosse mais reconhecido e alavancado acima das projeções previstas na estratégia

da empresa.Lucas Marder

Sócio da Brastax

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35ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

BRASTAXItajaí/SC - [email protected] | + 55 47 9605 9632

Patente verdeEm 2013, a empresa depositou o pedido de patente no Instituto

Nacional de Propriedade Industrial (INPI), na categoria de patente

verde, por atender requisitos como o tratamento de efluentes e o

uso de luz solar. “O projeto visa adequar o abatedouro ao status de

empresa sustentável”, diz Lucas Marder. “Ao adotar um ‘sistema verde’

de produção que concilia saúde, bem-estar animal e responsabilidade

socioambiental, é possível obter certificações de sustentabilidade, com

o consequente destaque no mercado e a conquista da preferência de

clientes exigentes”. Ele acrescenta que a biomassa possui aplicabilidade

em outros setores, como o mercado de salmão e truta, pássaros, peixes

ornamentais, animais de estimação e até a suplementação humana.

O Brasil é o terceiro maior produtor e o primeiro exportador

mundial de frango, com 12,3 milhões de toneladas de carne produzidas

em 2013, segundo a União Brasileira de Avicultura. Desse volume,

31,6% se destinam ao mercado externo. Essa produção gera 130

bilhões de litros de efluentes por ano, que podem provocar problemas

ambientais como a poluição de rios. Esse contexto garante uma grande

demanda para soluções inovadoras de tratamento como a da Brastax.

Quase dois terços da produção brasileira de frango se concentram na

região Sul do país, o principal foco geográfico de atuação da empresa

no momento. Futuramente os sócios pretendem atuar no mercado

externo.

A atuação da Brastax foi reconhecida em várias premiações

nacionais e internacionais, que juntas renderam ao empreendimento

em torno de R$ 200 mil em fomento. Em 2012 a empresa ganhou

o Prêmio Santander de Empreendedorismo na categoria Biotecnologia

e Saúde. No ano seguinte, conquistou o Prêmio Ibero-Americano de

Inovação e Empreendedorismo e o Concurso Nacional de Plano de

Negócios, do Sebrae. A Associação Brasileira de Proteína Animal enviou

carta aos sócios, destacando a importância da pesquisa para o cenário

futuro do setor. Em 2014 a empresa foi contemplada pelo Sinapse da

Inovação.

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36 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC I - Florianópolis/SC

Cafundó Estúdio CriativoCAFUNDÓ ESTÚDIO CRIATIVO LTDA. ME

Tecnologia aplicada à arte e ao design

O Cafundó Estúdio Criativo, criado em 2008 pelo designer Leonardo

Minozzo em sociedade com dois amigos, é um bom exemplo de como o apoio na

hora certa pode fazer a diferença no rumo de uma empresa. De início, o foco era

apenas a prestação serviços em computação gráfica para produtoras de televisão

e agências de publicidade. Ele teve então a ideia de desenvolver aplicações

educacionais, publicitárias e de entretenimento usando realidade aumentada,

tecnologia que insere elementos virtuais no ambiente real. Com a aprovação de

seu projeto na Sinapse da Inovação, o negócio decolou e vem crescendo em

média 50% ao ano.

“O Sinapse permitiu que a gente começasse a pegar gosto por tecnologia

e não parasse mais”, diz o empreendedor. “Testamos novas formas de atuação

O Sinapse permitiu que a gentecomeçasse a pegar gosto por

tecnologia e não parasse mais.

Leonardo MinozzoSócio do Cafundó Estúdio Criativo

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37ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

e percebemos que, tendo um produto desenvolvido, seria possível conseguir receita recorrente e derivar para outras atividades”. O prêmio qualificou o Cafundó para

ganhar um edital do Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime), realizado pela Finep pela FAPESC, que faz investimentos não-reembolsáveis para a consolidação

de novos negócios. Com os recursos, a empresa contratou uma consultoria que a ajudou a definir aspectos como precificação e estratégia de marketing.

Três pilares sustentam as atividades do Cafundó: computação gráfica e animação, a origem da empresa; design, para dar refinamento estético aos produtos;

e tecnologia para viabilizar as ideias. Mais da metade do faturamento vem de fontes distintas da televisão – internet, games, aplicativos de entretenimento para

dispositivos móveis, e mídias offline. Um dos projetos realizados pela empresa foi a série de animação infantil Bruxinha Catarina, voltada à faixa etária de um a quatro

anos de idade. Outra série de animação está sendo negociada com investidores.

Interatividade “Focamos muito na interação do usuário com a mídia”, ressalta Minozzo. A maioria das demandas por produtos vem de agências de publicidade de médio e

grande porte. “Praticamente não atuamos mais no mercado catarinense, porque os nossos principais clientes, que nos possibilitam experimentar novas tecnologias e

aplicações, estão em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro”. No portfólio de clientes constam companhias do porte de LG, Electrolux e Boticário, entre outras.

O ambiente informal e acolhedor é uma característica da

empresa, a começar pela nova sede situada na Avenida das Rendeiras,

com vista privilegiada da Lagoa da Conceição. Nos amplos salões sem

divisórias, os computadores dividem espaço com diversos estímulos

sensoriais como pinturas, fotos e cartazes. Duas redes convidam a um

cochilo. Uma mesa de pingue-pongue e um espaço para a happy hour

compõem o conjunto de amenidades que estimulam os 20 membros da

“trupe cafundólica” a aproveitar o melhor de seu talento. O expediente

só começa a partir do meio-dia, mas engana-se quem pensa que isso

significa menos trabalho, pois há muitos desafios pela frente.

Em 2012 o Cafundó abriu escritório de atendimento em São

Paulo e no primeiro semestre de 2014, outro em Curitiba. Em setembro,

a empresa foi contemplada em mais um edital de inovação: o Programa

de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE), do

CNPq. Para os próximos dois anos, Minozzo ensaia voos mais altos:

“Pretendemos buscar o mercado externo, principalmente Estados Unidos

e Europa, um passo natural para quem produz séries de animação”. Cafundó Estúdio Criativo Ltda. MEFlorianópolis/SC - [email protected] | +55 48 3235 1030

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38 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação Piloto na Grande Florianópolis - Florianópolis/SC

ChaordicCHAORDIC SYSTEMS SA

Software de recomendações personalizadas para e-commerce

Quando uma ideia inovadora é valorizada, financiada

e acolhida em ambiente propício para amadurecer, os

resultados podem superar as melhores expectativas.

Essa conjunção de incentivos foi fundamental para o

desenvolvimento da Chaordic, startup nascida em 2009

na incubadora Celta – Centro Empresarial para Laboração

de Tecnologias Avançadas, da Fundação Certi, em

Florianópolis. Oito anos depois de tomar forma a partir de

um projeto desenvolvido na UFSC, a empresa hoje é líder

no mercado brasileiro de recomendações personalizadas

para comércio eletrônico, atendendo 17 dos 20 maiores

varejistas da internet.

Em 2006, o engenheiro de controle e automação

João Bernartt cursava um mestrado sobre mineração

de dados (data mining em inglês), processo que busca

identificar padrões em grandes quantidades de informação,

quando se deparou com o desafio de buscar dados reais

para trabalhar. Ele e seu parceiro de pesquisas João

Bosco Pereira Filho, graduado em ciência da computação,

decidiram então montar uma equipe de acadêmicos para

disputar o Netflix Prize, concurso da locadora de filmes

norte-americana que premiaria com US$ 1 milhão quem

melhorasse em 10% o seu sistema de recomendação. A

equipe catarinense chegou a 6%, melhor colocação na

América Latina.

A empresa nasceu a partir de um projeto de mestrado e hoje l idera o mercado nacional de recomendaçõespersonalizadas para o

comércio eletrônico de varejo.

João Bernartt, sócio da Chaordic

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39ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Chaordic Systems SAFlorianópolis/SC - [email protected] | + 55 48 3232 3200

“Depois do concurso, fomos atrás de recursos para transformar nossos

algoritmos em produtos e conseguimos captar R$ 1 milhão em investimentos

públicos”, lembra Bernartt. O plano de negócios da Chaordic contou com o apoio de

editais de inovação do CNPq, da Finep, do Sebrae e da FAPESC. Em seguida, a startup

catarinense se transformou em sociedade anônima ao vender 20% de participação

ao grupo DLM Invista. A aposta dos investidores no seu potencial de crescimento se

mostrou acertada.

ResultadosCom os recursos do novo sócio, a Chaordic dobrou o tamanho do time – hoje

são 110 pessoas em Florianópolis e São Paulo – e se preparou para conquistar o

mercado brasileiro de recomendações personalizadas. O primeiro grande cliente veio

em 2010. Ao integrar o sistema Chaordic Onsite em seu portal, a Livraria Saraiva

obteve crescimento de 40% na taxa de conversão, isto é, a divisão entre o número de

compras e o número de visitantes únicos. Esse é um dos indicadores mais relevantes

de desempenho no comércio eletrônico. O tíquete médio – valor total das vendas,

dividido pelo número de clientes atendidos – e a diversidade de produtos vendidos

também aumentaram.

Atualmente a solução Chaordic OnSite é utilizada por grandes varejistas da

internet como Walmart, Ponto Frio, Extra, Casas Bahia, Fastshop e Centauro. Por

meio de cálculos matemáticos, ela consegue identificar padrões de navegação de

cada usuário dos portais e combiná-los com outras informações de perfil, como faixa

etária e gênero. A partir do cruzamento desses dados, uma vitrina virtual é montada

automaticamente com produtos que têm alto potencial de venda para aquela pessoa.

Quanto mais frequente for o uso do software, mais refinadas e precisas vão se tornando

as recomendações.

A Chaordic tem crescido em média 70% ao ano e a meta de seus sócios

é manter o ritmo de dois dígitos por um bom tempo, pois entendem que ainda há

bastante espaço a ocupar. Para isso, pretendem ampliar as atividades em duas frentes:

o desenvolvimento de novos produtos mais acessíveis a pequenas e médias empresas

e a internacionalização. Argentina, Chile e México são as prioridades para os próximos

anos.

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40 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC II - Jaraguá do Sul/SC

DREI KDREI K ELETRÔNICA LTDA ME

Sistemas para iluminação inteligente

A Drei K foi fundada em abril de 2011 em Jaraguá do Sul, com

o objetivo de criar produtos eletroeletrônicos inovadores para iluminação e

monitoramento ambiental. Seus três sócios, o engenheiro eletricista João

Marcio Buttendorff, o tecnólogo em eletroeletrônica Eduardo Giese e o

engenheiro mecânico Wanderley Kneubuhler, montaram o empreendimento

a partir da ideia inicial de criar um relê fotoelétrico que reduzisse a potência

nas lâmpadas de rua depois da meia-noite para economizar energia elétrica.

No mesmo ano, a empresa ganhou o Sinapse da Inovação com outro projeto:

a chave-relê com acionamento na passagem por zero da tensão da rede

elétrica, que aciona diversas lâmpadas simultaneamente.

“Nossa chave-relê é barata, compacta e tem apenas um sexto do

volume da peça convencional”, explica Buttendorff, que aplicou na empresa

os conhecimentos adquiridos no seu mestrado em eletrônica de potência na

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O equipamento pode controlar

o acionamento e o desligamento de lâmpadas numa rua inteira, incorporando

em um único produto o relê fotoeletrônico e a chave relê.

A chave é fabricada em três versões que suportam correntes de 30,

40 e 60 amperes. Ela também pode ser aplicada em pontes, praças e outros

locais onde haja necessidade de controlar simultaneamente uma grande

quantidade de lâmpadas. O equipamento começou a ser comercializado

em 2012. Outra linha de equipamentos elétricos que tem encontrado boa

receptividade do mercado é a de sensores de presença para acionamento

automático de lâmpadas e alarmes.

Patente “O Sinapse foi fundamental para o desenvolvimento da empresa, pois

nos ajudou a investir em pesquisa, criar os invólucros e requerer a patente

da chave-relê”, diz o empreendedor. A Drei K concentra as vendas em

Santa Catarina e tem representantes comerciais em outros cinco estados:

Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Toda

a produção é terceirizada, para que os sócios e um funcionário possam se

dedicar aos projetos, compras e vendas.

Buttendorff conta que a estratégia dos sócios para a ampliação do

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41ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

O Sinapse foi fundamental para o desenvolvimento da empresa, pois nos ajudou a investir em pesquisa, criar os

invólucros e requerer a patente da chave-relê.

João Marcio ButtendorffSócio da Chaordic

negócio é agregar mais valor aos produtos. Um

dos destaques no portfólio é uma placa que faz a

comunicação de dados climáticos entre estações

meteorológicas e os computadores dos centros de

controle. Assim, informações como temperatura,

umidade, quantidade de chuva e nível da água do rio

podem ser monitoradas com mais eficácia. Quatro

estações com o equipamento já estão instaladas

em Jaraguá do Sul. O acompanhamento do clima é

fundamental no Vale do Itajaí, uma região sujeita a

enchentes, pois permite a rápida tomada de ações

preventivas.

A Drei K também está desenvolvendo um sistema de monitoramento de temperatura e umidade

em ambientes que precisam ser controlados, como salas refrigeradas para servidores, câmaras frigoríficas

e locais para armazenamento de vacinas. Ele irá enviar sinais de alarme através de mensagem (SMS),

e-mail ou chamada telefônica e também poderá ser acessado em tempo real pela internet. “Existem

equipamentos importados que fazem isso, mas eles custam caro”, diz o empresário. “Nossa ideia é

fabricar um similar nacional por um valor acessível”. O primeiro protótipo está em testes e o produto

deve ser lançado comercialmente em 2015.

DREI K ELETRÔNICA Jaraguá do Sul/SC - www.dreik.ind.br

[email protected] | + 55 47 3058 4694

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42 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC I - Chapecó/SC

Edege HatchEDEGE EQUIPAMENTOS AGROPECUÁRIOS LTDA

Eletrônica de precisão na avicultura

Um nicho de mercado praticamente inexplorado no Brasil,

a revitalização de equipamentos de incubação em agroindústrias

avícolas, estimulou os colegas Alexandre Duarte Guarizo e Alexandre

Shiguetoshi Dohi a criar um negócio inovador. Eles trabalhavam

juntos em uma fabricante de equipamentos do ramo e, em maio

de 2008, decidiram montar o próprio empreendimento, com apoio

da incubadora de tecnologia da Universidade Comunitária da Região

de Chapecó (Unochapecó). Criada a partir da associação com a

fabricante de equipamentos Edege, de propriedade de Bento Zanoni,

a Edege Hatch ganhou o edital do Sinapse da Inovação.

Incubadoras avícolas são equipamentos de precisão que

regulam a temperatura e a umidade dos ovos férteis colocados

para chocar. Como a atualização tecnológica é fundamental para a

competitividade desse setor, os sócios perceberam que poderiam

reduzir os custos das empresas, atualizando as máquinas antigas que

já não atendessem as necessidades de produção. Os recursos foram

aplicados para desenvolver equipamentos de automação e custear a

sua instalação.

“Essas subvenções foram importantes para a consolidação

de nossa empresa como fornecedora de uma tecnologia inédita no

mercado”, reconhece Guarizo. Entre os clientes da empresa estão

grandes corporações como a BRF, fusão da Sadia com a Perdigão,

que abate 1,8 bilhão de aves por ano; a JBS Foods, controladora

As subvenções do Sinapse da Inovação foram importantes para consolidarmos a empresa como fornecedora de uma

tecnologia inédita no mercado.”

Alexandre Duarte GuarizoSócio da Edege Hatch

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43ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

das marcas Seara e Frangosul; e a Aurora Alimentos. A Edege Hatch também

presta serviços para companhias de porte médio e regionais no Norte e Nordeste.

Seus contratos incluem não só instalação dos equipamentos como também

manutenção preventiva e corretiva, cursos e atendimento de emergência.

Produtos O primeiro equipamento desenvolvido pelos sócios foi um termostato

eletrônico com controlador incorporado, que dá precisão e confiabilidade no

controle da temperatura e umidade dos ovos. Nessa atividade, o desvio máximo

possível que pode ocorrer sem afetar os embriões é de 0,1°C. O termostato

pode ainda ser utilizado como sistema de alarme, calibrador de temperatura e

monitor de ambientes climatizados. Outro equipamento que a empresa fornece

é um controlador dedicado para incubadoras. Ele serve para diversas funções,

entre elas a automatização da contagem de pintos e a desinfecção de salas de

produção.

No Brasil, a avicultura emprega 3,6 milhões de pessoas e responde por

quase 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Associação Brasileira de

Proteína Animal (ABPA). Desde 2004 o país é o maior exportador mundial de

frango, com clientes em mais de 150 países. Em 2009, a Edege Hatch dava os

primeiros passos quando enfrentou uma conjuntura internacional desfavorável,

pois a atividade sofreu os impactos da crise econômica de 2008 e da gripe

aviária na Ásia.

“Na época isso nos fez perder grandes negócios porque as indústrias

adiaram investimentos, mas o mercado já sinaliza uma boa melhora”, diz o

empreendedor. Os sócios têm como foco a consolidação da empresa no mercado

interno, onde há boas perspectivas de crescimento.

Edege Hatch Chapecó/SC - www.edegehatch.com.br

[email protected] | +55 49 3329 2351

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44 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC III - Caçador/SC

EXPRESS HAIREXPRESS HAIR MACHINE LTDA. ME

Equipamentos inovadores para aplicação de megahair

Os treinamentos via internet do Sinapse, com dicas de como

crescer e se organizar, deram um direcionamento muito importante

para a empresa.

Adolfo Sorgato

Um notável aspecto da inovação é o fato de ela poder ser cultivada e trabalhada nas mais diversas áreas da economia – do agronegócio à robótica – e, no caso

da Express Hair, equipamentos para o setor cosmético. Contemplada na Operação III do Sinapse da Inovação, a empresa tem uma história que serve como inspiração

para qualquer empreendedor.

Em meados de 2006, José Adolfo Sorgato trabalhava com seu pai em uma

fazenda de lavoura e gado no interior do Mato Grosso do Sul. Quando o gado da

propriedade foi vendido, ele passou a ajudar a esposa em seu salão de beleza na

cidade. “Fui literalmente de peão a salão. Fiz um curso para cabeleireiros iniciantes

e aprendi de tudo”. No entanto, alguns serviços

lhe pareciam desnecessariamente trabalhosos e

demorados – como o aplique de mega-hair para

alongar os fios de cabelo, serviço muito procurado

e que levava até oito horas para ser feito. Já de

volta a Caçador, no oeste do estado, Sorgato decidiu

desenvolver um equipamento que facilitasse o

processo.

Invenção e persistênciaCom seu apurado instinto de inventor, juntou um ferro de passar roupas

a um cortador de batatas e, muitas adaptações e 40 protótipos depois, chegou a

uma máquina que separava e preparava as mechas de cabelo para a colocação

do aplique. As peças necessárias para a montagem do equipamento iam sendo

produzidas por um amigo dono de uma oficina. Foram três anos e meio dedicados

ao desenvolvimento e mais um ano de testes, mas apesar do esforço, ao entrar

no mercado Sorgato não teve sucesso. O trabalho que a máquina executava era

feito nos salões manualmente e com um custo baixo de mão de obra baixo. Os

profissionais não estavam dispostos a investir na automatização do processo.

Persistente, o empreendedor apostou em uma máquina que agilizasse o

processo na etapa de aplique do mega-hair. A ideia era que essa segunda máquina

ficasse vinculada à primeira, de preparar as mechas, e que as duas funcionassem

com a queratina desenvolvida por Sorgato. Partindo da primeira máquina, em seis

meses o empreendedor chegou a um protótipo que, curiosamente, funcionava com

um sistema mecânico semelhante às pistolas de gatilho usadas para vacinar gado.

O equipamento aumenta consideravelmente a eficiência do processo

Page 16: Cases teste

45ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

tradicional: ao aplicar sete mechas de uma só vez, em menos de um minuto, reduz

o tempo de aplicação total de oito para pouco mais de uma hora. Com a máquina

é possível aplicar as mechas de maneira distribuída – dando uniformidade ao

mega-hair – e no sentido de crescimento do cabelo, o que evita volume na raiz.

E apesar de as mechas poderem ser fixadas mais próximas ao couro cabelo, o

cliente não sente dor durante ou após o procedimento.

Aos poucos, e a custo de muito trabalho de divulgação, as duas máquinas

desenvolvidas pela Express Hair conquistaram espaço e fama no mercado. Uma

aparição no programa de televisão Mais Você, em que Sorgato aplicou um mega

hair ao vivo em uma modelo e que foi ao ar até mesmo na Globo Internacional,

alavancou ainda mais os produtos. Através da internet, clientes de outros países

encontraram a empresa e adquiriram as máquinas. Em 2010, Sorgato conheceu

o Sinapse e se inscreveu no programa. “Em especial os treinamentos que fizemos

via internet, com dicas de como crescer e organizar o negócio, deram um

direcionamento muito importante para a empresa”, relembra.

SucessoEm 2014, a Express Hair já havia ultrapassado o número de 500

máquinas vendidas. A empresa possui clientes em diversos estados brasileiros

e em 16 países pelo mundo. O equipamento de aplique de mechas já está em

seu 9º modelo, e é disponibilizado em uma versão de gatilho e outra eletrônica,

desenvolvida em parceria com o SENAI e com as empresas Kintechnik e Máquinas

Kramer.

Sorgato registrou três patentes: a máquina de preparação de mechas,

a máquina de aplicação e a queratina utilizada no processo, desenvolvida

especialmente para os equipamentos da empresa. Os três produtos são vendidos

juntos, e todos os clientes que os adquirem passam por um curso de três dias

para aprender a manipular as máquinas. A fabricação das peças, o acabamento e

a pintura das máquinas é terceirizado, e na Express Hair é feita a montagem. Cada

vez menos peão e mais empreendedor, José Adolfo Sorgato segue revolucionando

salões pelo mundo.EXPRESS HAIR MACHINE Ltda. ME

Caçador/SC - [email protected] | +55 49 3567 5660

Page 17: Cases teste

46 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC III - Brusque/SC

Feelclean AbsoluteGRUPO FW - MARCELO ECCEL ME

Higiênico umedecido pioneiro e líder no mercado

Se Brusque, no norte do estado, é conhecida pela tradição no setor

de confecção de roupas, Marcelo Eccel preferiu o papel ao pano. Já com

experiência no beneficiamento de papel para produção de papel higiênico

e tolhas, ele queria inovar. Em

2003, a partir da observação no

dia a dia e da experiência com

os filhos pequenos, percebeu no

mercado a necessidade de um

produto que proporcionasse um

nível de higiene superior ao que o

papel higiênico tradicional oferece.

De outro lado havia o

Grupo FW, empresa em Blumenau especializada no segmento de lenços

e toalhas umedecidos, que precisava melhorar um dos seus processos

internos. Marcelo e Grupo FW, juntos, formaram uma parceria que resultaria

no Feelclean Absolute, cujo projeto inicial havia sido contemplado na

Operação III do Sinapse da Inovação.

Algo entre o papel higiênico e o lenço umedecido, o Feelclean é

feito de TNT (tecido não tecido com tecnologia spunlace) umedecido com

uma solução líquida higienizante, hipoalergênica e hidratante. Pode ser

usado por pessoas de todas as idades, inclusive recém-nascidos, e em

qualquer parte do corpo. Marcelo desenvolveu não só o produto em si, um

rolo de 10 cm de altura e comprimento variável (20 a 60 metros), mas

também um dispenser, recipiente que mantém o rolo úmido e protegido

e que pode ser encaixado no mesmo espaço de um rolo tradicional de

papel higiênico, garantido uso mais prático. Ainda em 2003 ele patenteou

as duas criações. O Grupo FW, por sua vez, dedicou-se ao projeto com

investimentos na melhoria do produto, compra de maquinário de última

geração, criação de uma embalagem sofisticada e investimento em mídia

e em feiras pelo Brasil e Mercosul.

Apesar da ótima aceitação do Feelclean no mercado atualmente,

o empresário percorreu um longo caminho até aperfeiçoar o produto. Ele

havia participado da Operação II do Sinapse da Inovação, mas não foi

O programa fez a diferença na viabil ização da minha ideia. Foi

através do Sinapse que cheguei ao Grupo FW, parceiro que tornou o

produto realidade.

Marcelo Eccel, inventor da solução para desenvolvimento do Feelclean Absolute

Page 18: Cases teste

47ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

selecionado. Com cerca de 90% do produto já desenvolvido, fez protótipos e tentou lançá-lo no mercado – tudo com recursos próprios. Sem parceiros, plano de

negócios ou estratégia de marketing, não obteve resultados positivos. Em 2011, aperfeiçoou o projeto e chegou à fase final do Sinapse.

“O programa fez a diferença na viabilização da minha ideia e das ideias de outras pessoas ‘fora da caixa’ como eu. Foi através do Sinapse que cheguei ao Grupo

FW, parceiro que tornou o produto realidade”.

Parceria que fez a diferençaNo fim de 2012, procurado pelo Grupo FW, Marcelo Eccel firmou uma parceria com a empresa. Terceira maior fabricante de lenços e toalhas umedecidos do

país, a FW acreditou no projeto e encontrou no Feelclean uma inovação interessante e com excelente potencial. Os parceiros trabalharam unidos para encontrar uma

matéria prima e loção mais elaborada e para resolver problemas no processo industrial, buscando gerar conforto, praticidade e segurança ao cliente.

Hoje o Feelclean é comercializado em todo o território nacional. O

Grupo FW possui mais de 200 clientes ativos no país e já negocia expansão

para o mercado internacional. Marcelo Eccel segue explorando sua vontade

de inovar. Trabalha em outros produtos de higiene pessoal, com foco no

público feminino e também em ciclistas, que em breve devem chegar às

prateleiras.

Fellclean Absolute - Grupo FWBrusque/SC - www.grupofw.com.br

[email protected] | +55 47 9178 7946

Page 19: Cases teste

48 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC III - Florianópolis/SC

Háptica TecnologiaHAPTICA PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO EIRELI - ME

Bengala eletrônica para cegos

Um projeto desenvolvido na Universidade

do Vale do Itajaí (Univali), em parceria com outras

instituições, pode revolucionar a maneira como os

cegos se locomovem, dando-lhes mais autonomia e

segurança. A Bengala Longa Eletrônica funciona como

uma extensão do tato de seus usuários, por meio de

um sistema instalado dentro do punho do dispositivo.

O princípio é semelhante ao utilizado pelos morcegos

para se orientar. Quando o cego se aproxima de um

obstáculo localizado acima da linha da cintura, o eco

das ondas ultrassônicas emitidas pelo aparelho aciona vibrações e sons de alerta,

que se tornam mais frequentes à medida que aumenta o risco de colisão.

“Represento uma equipe de sete pesquisadores de design, física e engenharia

que trabalham na bengala desde 2002”, diz o coordenador do projeto, Alejandro

Rafael Garcia Ramirez, professor do curso de Mestrado em Computação Aplicada

da Univali. Este é primeiro aparelho do gênero do país, com patente requerida

em 2006. Entre as instituições que reconheceram sua relevância com prêmios e

subvenções estão Finep, CNPq, Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil), Museu da

Casa Brasileira e FAPESC.

“O Sinapse da Inovação nos abriu o caminho do mercado, de forma similar

ao apoio que uma criança precisa nos primeiros anos de vida”, afirma. O projeto será

viabilizado comercialmente pela empresa Háptica Tecnologia, cujo nome originário

do grego significa “sensível ao tato”.

AprovaçãoTodo o ciclo de desenvolvimento tem participação ativa dos usuários. O

presidente da Associação Catarinense para Integração do Cego (Acic), Jairo da Silva,

aprovou a tecnologia com entusiasmo e avalia que sua eficácia é indiscutível: “Aqui

nós recebemos muitos projetos mirabolantes e não é qualquer um que apoiamos”,

diz. Ele conta que, quando caminha pela rua com uma bengala comum, fica sempre

tenso: “Já esbarrei em orelhão, lixeira, bicicleta, carro de polícia estacionado na

calçada... Este equipamento vai ajudar muito no dia a dia das pessoas com deficiência

visual, porque nos dá mais proteção”.

O Sinapse da Inovação nos abriu o caminho do mercado, de forma similar ao apoio que uma criança precisa nos

primeiros anos de vida.

Alejandro Rafael Garcia Ramirez, sócio da HápticaSócio da BIA Technology

Page 20: Cases teste

49ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

O presidente da Acic destaca como diferencial da bengala eletrônica

o uso da tecnologia de ultrassom, que detecta obstáculos transparentes

como portas de vidro. Um dos ajustes sugeridos pelos usuários foi a redução

no alcance do aparelho: inicialmente era de quatro metros, mas, durante

os testes, chegou-se à conclusão de que apenas era necessário detectar

obstáculos a pouco mais de um metro de distância – aproximadamente a

mesma medida da haste de uma bengala. Com isso, evita-se excesso de

informação e a bateria de íon-lítio dura mais tempo, podendo funcionar alguns

dias sem recarga.

Outra instituição parceira na pesquisa está localizada em São Paulo:

a Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual

(Laramara), que contribui com os testes e doa as hastes das bengalas

produzidas. Desde 2006, participaram do estudo 30 voluntários das duas

associações e três professores de Orientação e Mobilidade. No final de 2014,

três usuários cegos estavam testando a terceira versão da bengala eletrônica,

produzida com o auxílio do Sinapse: um homem no Paraná, uma menina em

Santa Catarina e uma mulher em Angola. A intenção dos pesquisadores é

elevar esse número para 20 em 2015.

Atualmente o custo de produção está em torno de R$ 2 mil, porque

os componentes eletrônicos são importados e a produção não é seriada, mas

esse valor pode ser reduzido em até cinco vezes, calcula o empreendedor.

Ele lembra que a bengala brasileira se diferencia dos similares importados

pela ergonomia e simplicidade da solução, adequada à realidade do país. Sua

distribuição comercial está prevista para 2016.

Háptica TecnologiaFlorianópolis/SC

[email protected] | +55 48 9102 9107

Page 21: Cases teste

50 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC II - Camboriú/SC

Incorpore Foods - AllproxINCORPORE FOODS LTDA - ME

Allprox, bebida proteica para nutrição esportiva e clínica

De uma pesquisa desenvolvida no Departamento

de Engenharia de Alimentos da UDESC – Universidade

do Estado de Santa Catarina nasceu o Allprox, bebida

proteica voltada para a nutrição esportiva e clínica. Sob

coordenação do professor Juliano De Dea Lindner,

o protótipo do produto foi desenvolvido na própria

universidade, com apoio da FAPESC.

O Allprox é a primeira proteína líquida límpida

sem conservantes no mercado brasileiro. Os 17 gramas

de proteínas presentes na bebida são 100% isoladas e

purificadas a partir do soro de leite, o que garante maior

valor biológico e absorção mais rápida pelo organismo.

Apesar da proteína como ingrediente ser originária do

soro de leite, a bebida não contém lactose, podendo

ser consumida por intolerantes. A bebida também não

apresenta restrições para gestantes ou diabéticos e é

adequada para o consumo por vegetarianos e crianças.

Diferentemente da maioria das proteínas no mercado,

apresenta gosto e odor agradáveis – está disponível

nos sabores laranja, limão e morango.

Além do mercado de nutrição esportiva para a

Iniciativas como o Sinapse dão o apoio ne-cessário para que a inovação proveniente da

universidade seja transferida e convertida em oportunidade para novas empresas geradoras

de empregos.

Juliano Dea LindnerConsultor e responsável técnico da Incorpore Foods

Page 22: Cases teste

51ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

suplementação alimentar, desde o início de 2012 o Allprox é utilizado

também em dietas especiais nos hospitais. O Hospital Dona Helena,

em Joinville, identificou no produto uma alternativa para pacientes com

necessidades nutricionais especiais. Antes, era preciso diluir a proteína

em pó, mas a bebida resultante tinha gosto desagradável e era pouco

aceita pelos pacientes.

Em 2010, antes ainda de ser contemplado na Operação II do

Sinapse da Inovação, Juliano buscou parceria para produzir a bebida

e encontrou Anderson Adenio dos Santos, empresário que geria uma

empresa de bebidas energéticas em Balneário Camboriú. Iniciaram

desta forma a produção do primeiro lote teste de mercado do Allprox e

distribuíram a bebida incialmente em academias de ginástica.

Consolidação no mercadoEm 2011, com a subvenção recebida pelo Sinapse, os sócios

puderam transformar o protótipo do Allprox em um produto comercial

e fundaram a Incorpore Foods. “Iniciativas como o Sinapse dão o apoio

necessário para que a inovação produzida pela universidade possa ser

transferida e convertida em oportunidade para novas indústrias geradoras

de empregos”, opina Juliano. “Se não fosse pelo programa, teríamos que

ter buscado recursos de outras fontes, como bancos, mas não teríamos

feito pesquisas de campo e de mercado”, completa Anderson.

A Incorpore Foods atende a maioria dos estados brasileiros,

distribuindo para desde pequenos negócios até grandes redes, mas o

produto ainda se concentra em Santa Catarina. Um dos objetivos para os

próximos anos é, justamente, expandir o mercado no território nacional.

O processo de produção do Allprox é terceirizado, feito por uma empresa

de bebidas lácteas, assim como a produção das embalagens do produto.

A Incorpore Foods controla a compra da matéria-prima, a gestão do

processo e da qualidade e trabalha em inovações de produto. Incorpore Foods - AllproxCamboriú/SC - www.allprox.com.br

[email protected] | +55 47 3365 6272

Page 23: Cases teste

52 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC II - Florianópolis/SC

InPulsePNP SOLUÇÕES EM BIOENGENHARIA LTDA/ME

Soluções inovadoras de alto grau tecnológico para as áreas médica e veterinária

O trio de sócios da InPulse, Gabriel Veloso Paim, Jonatas Pavei e Lucas

Casagrande Neves, se conheceram na Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC) enquanto cursavam a graduação em Engenharia de Controle e Automação.

Ali nasceu uma parceria que, de amizade, virou vontade de empreender juntos. A

ideia de negócio, no entanto, só veio alguns anos depois, a partir de conversas

com um amigo da área da medicina: um marca-passo gástrico que, implantado no

organismo, induz a produção de hormônios que controlam a saciedade, resultando

na perda de peso e contribuindo para o combate da obesidade.

O Sinapse foi o impulso de que precisávamos, fundamental na transformação da ideia

inicial em um negócio.

Lucas Casagrande Neves, sócio/diretor financeiro

Page 24: Cases teste

53ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Os três começaram, então, a se aprofundar no tema, fazendo uma

verdadeira imersão na área da saúde e buscando o conhecimento necessário para

desenvolver o dispositivo. Com a ideia já estruturada, enxergaram no Sinapse da

Inovação um caminho para concretizar o PNPulse – inibidor implantável de apetite.

Em 2011, após aprovação na operação II do programa, fundaram a InPulse. O

dispositivo foi sendo aperfeiçoado e está fase de estudos pré-clínicos e em

aprovação nos órgãos governamentais responsáveis. O funcionamento se baseia

em eletroestimulação – plataforma que pode ser aplicada também em soluções

para o tratamento de outras doenças, tais como epilepsia, mal de Parkinson e dor

crônica.

ExpansãoCom o tempo os empresários avistaram mercado para outros produtos na

área da engenharia biomédica. Desenvolveram, então, o InCardio for Vets, solução

de eletrocardiograma para uso veterinário que inclui um equipamento portátil, um

software para aquisição e análise de dados e um sistema de telemedicina para a

troca de exames e laudos entre clínicos e cardiologistas. A principal diferencial do

produto é a praticidade – o dispositivo é sem fio, pequeno e portátil, e o sistema

de telemedicina possibilita a realização do exame em clínicas onde o veterinário

especialista em cardiologia não esteja presente. A InPulse possui clientes do

InCardio em diferentes estados do país, como Santa Catarina, Rio grande do Sul,

Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros.

Também ainda em validação e em teste em hospitais, o AFTscan – detector

de neuropatia diabética é o terceiro produto desenvolvido pela empresa. O sistema

capta os sinais biomédicos do paciente, como ECG, respiração e pressão arterial e,

utilizando algoritmos avançados de análise, é capaz de identificar o quadro clínico

de um diabético em três estágios diferentes – inclusive a neuropatia subclínica,

que não consegue ser detectada pelos métodos atuais utilizados pelos médicos.

A equipe da InPulse já conta com 12 componentes, a maioria com

formação em engenharia, e com a colaboração de diversos parceiros: o Instituto

de Engenharia Biomédica da UFSC, universidades nacionais e internacionais,

médicos e veterinários que atuam como consultores, e o MIDI Tecnológico, onde

estão incubados virtualmente há dois anos.

Subvenções, prêmios e investimentosAlém dos recursos concedidos pelo Sinapse da Inovação,

a InPulse foi contemplada no edital PAPPE – Programa de Apoio à

Pesquisa em empresas da FAPESC em 2013 e no RHAE do CNPq –

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em

2014. Em 2013, o projeto do AFTscan foi o mais bem avaliado do

país, entre outros mil, pelo programa Startup Brasil, tendo atingido nota

máxima pelo comitê avaliador. A empresa busca sua primeira rodada

de investimentos privados.

InPulseFlorianóppolis/SC - www.inpulse.med.br

[email protected] | +55 48 3721 8758

Page 25: Cases teste

54 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC II - Joinville/SC

MéderisMEDERIS SISTEMA LTDA ME

Sistema de suporte à medicina diagnóstica

Um software especializado na gestão de laboratórios de patologia é o

principal produto da Méderis, empresa de Joinville premiada em 2011 no edital do

Programa Sinapse da Inovação. Viabilizar a ideia demandou tempo e perseverança

a dois cientistas da computação, Márcio Clóvis Schaefer Filho e Rodrigo Bernardi.

Tudo começou em 2003 com uma sugestão dada por um amigo, o médico Hercílio

Fronza Júnior: criar um sistema que servisse ao mesmo tempo de suporte para

atividades gerenciais e de referência científica aos profissionais de saúde, com

base nas melhores práticas preconizadas pela associação profissional College of

American Pathologists (CAP).

“Na época, nós éramos assalariados e tínhamos somente a noite para

dedicar ao projeto”, conta Schaefer. Em 2009, o trabalho dos parceiros já havia

evoluído para um pré-produto que pôde ser aperfeiçoado na Softville, uma

incubadora de empresas de base tecnológica. “Isso foi um divisor de águas para

que a nossa startup pudesse crescer, pois nos permitiu ter acesso a treinamentos,

ambiente de trabalho inovador, incentivos para projetos, apoio jurídico e

jornalístico”. Dois anos depois, os pesquisadores receberam fomento do Sinapse

e abriram a empresa.

O sistema Méderis é bem mais que um emissor de laudos, explica o

empreendedor: “Nosso grande diferencial é dar agilidade na busca de informações

que facilitam a vida dos profissionais de medicina diagnóstica”. Estatísticas sobre

a ocorrência de doenças por período, região ou faixa etária, tabelas de pagamento

de planos de saúde, gráficos de produção e datas de recebimento de valores por

Page 26: Cases teste

55ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

exames realizados, entre outras referências úteis, podem

ser acessadas não apenas do consultório ou laboratório.

Por meio de uma senha individual, os pacientes também

podem visualizar os dados via internet. A empresa pretende

lançar em breve um aplicativo para dispositivos móveis.

IntegraçãoA interface foi construída no mesmo padrão

adotado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de

Santa Catarina (Dive-SC), o que facilita a notificação

obrigatória de patologias como o adenocarcinoma – câncer

originário do tecido glandular. Outra vantagem do software

é a compatibilidade com a Troca de Informações na Saúde

Suplementar (TISS), protocolo padrão para as trocas

eletrônicas de dados de atenção à saúde dos beneficiários

de planos privados. Assim, o faturamento pode ser enviado

de imediato à fonte pagadora, em substituição ao moroso

procedimento tradicional de digitar as informações em uma

planilha e enviá-la impressa pelo correio.

O Méderis é integrado ao Sistema de Informação

do Câncer do Colo do Útero (SisColo), dispensando a

redigitação de dados enviados para o Departamento de

Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus). Ele

também pode trabalhar em conjunto com softwares de

hospitais, o que permite agilizar a entrega de resultados de

exames aos pacientes. “Temos um módulo de captura de

imagem das lâminas, importante para a pesquisa científica e

para a apresentação de trabalhos em congressos médicos,

por exemplo”, informa Schaefer. Em um mercado potencial

de mil laboratórios de patologia no Brasil, a Méderis tem

20 clientes e sua meta é chegar a cem no prazo de cinco

anos.

O Sinapse da Inovação nos trouxe consultoria e recursos que foram aplicados no desenvolvimento e na manutenção de códigos para proporcionar um

ganho de produção no sistema.

Márcio Clóvis Schaefer FilhoSócio da Méderis

MéderisJoinville/SC - www.mederis.com.br

[email protected] | +55 47 3422 8700

Page 27: Cases teste

56 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC IV - Florianópolis/SC

MinsulinTechMINSULIN TECNOLOGIA LTDA-ME

Aplicativos para controle de glicemia por diabéticos

Milhares de diabéticos brasileiros estão ganhando mais saúde e

independência, graças à inventividade de dois médicos que agregaram tecnologia

de ponta à versatilidade dos dispositivos móveis. O endocrinologista Fábio Rogério

Copette e o anestesiologista Diógenes de Oliveira Silva desenvolvem produtos

para que os pacientes com diabetes dos tipos 1 e 2 possam controlar os níveis

de glicemia e se alimentar melhor. Seus projetos deram origem à MinsulinTech,

empresa selecionada em 2013 na quarta operação do programa Sinapse da

Inovação.

O diabetes acomete 134 milhões de pessoas no mundo, 13 milhões no

Brasil. Destas, em torno de 10% têm diabetes tipo 1, mais frequente em crianças,

adolescentes e jovens. A doença ocorre quando o pâncreas produz pouca ou

nenhuma insulina, hormônio que quebra as moléculas glicose, transformando-as

em energia. Os diabéticos do tipo 1 precisam tomar injeções diárias de insulina

para manter o nível normal de glicose do sangue. Caso contrário, estão sujeitos

a desmaios, cegueira, infartos e outras complicações que podem levar à morte.

Essas pessoas são o principal público-alvo do aplicativo Minsulin, que informa

quantas doses são necessárias a cada refeição.

Sem medoO software realiza um cálculo complexo a partir de informações disponíveis

em uma tabela com mais de 1.500 alimentos caseiros e industrializados, que

pode ser editada pelo usuário. Outras funcionalidades são o registro da glicemia –

o nível de glicose medido através da picada na ponta do dedo – e a transmissão

dos dados em tempo real para o médico. Os empreendedores se inspiraram no

epicurismo, sistema filosófico criado pelo ateniense Epicuro no século IV a.C.,

que prega a vivência do prazer tranquilo e sem excessos através da libertação

do medo.

“Nosso produto dá qualidade de vida a quem nasceu sem produzir insulina

e também para o diabético tipo 2, que é acometido pela doença depois dos 40

anos, por obesidade ou sedentarismo”, diz Diógenes Silva. Ele explica que as

doses do hormônio continuam sendo diárias, mas não precisam ser fixas e variam

conforme o que se comeu. O software interativo permite atualizar facilmente a

tabela: “Se um cupcake de banana, por exemplo, não estiver registrado, o usuário

pede e nós incluímos”.

Page 28: Cases teste

57ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Lançado em meados de 2013 na Apple Store, o aplicativo já

tem mais de 3 mil usuários e a meta da Minsulin é triplicar esse número

em 2015. “Com a subvenção do Sinapse, conseguimos engatinhar na

versão para a plataforma Android, que tem um desenvolvimento 25%

mais caro”, diz o médico. A empresa adota o modelo de negócio

freemium, em que o produto ou serviço é oferecido gratuitamente e

o usuário paga apenas por funcionalidades adicionais, como o acesso

ao banco de dados pelo nutricionista. Ao longo do tempo, o objetivo

é gerar renda por meio de big data que possa ser utilizado para

melhorar campanhas de prevenção e auxiliar em novos tratamentos.

A empresa também trabalha no Minsulin Web, que armazena

dados em nuvem. Outro dispositivo inovador que está na prancheta

dos pesquisadores é um sensor e transmissor de glicemia por meio

do fluido intersticial. A proposta é implantar sob a pele do paciente

um dispositivo que envia automaticamente medições de glicemia ao

médico, por meio de sinais de wi-fi. “Estamos buscando novas fontes

de financiamento”, informa o empreendedor.

MinsulinTechFlorianópolis/SC - [email protected] | +55 48 8833 1447

Iniciativas como o Sinapse dão o apoio ne-cessário para que a inovação proveniente da

universidade seja transferida e convertida em oportunidade para novas empresas geradoras

de empregos.

Diógenes Silva, sócio da Minsulin Tech

Page 29: Cases teste

58 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC II - Caçador/SC

NAS EletrotécnicaN.A.S ELETROTÉCNICA LTDA

Sistemas de automação industrial

Em 2010, o engenheiro eletricista Ricardo Schneider acabara de

retornar de um curso de especialização na Austrália quando identificou e

decidiu explorar um nicho de mercado no entorno de seu município de origem,

Caçador, no Meio-Oeste Catarinense. Apresentado por um amigo ao programa

Sinapse da Inovação, ele inscreveu o projeto de um sistema inteligente de

irrigação para a agricultura. A ideia foi aprovada e, um ano depois, nascia a NAS

Eletrotécnica, hoje uma referência em automação industrial.

“A vivência na Austrália e o trabalho na Sony como engenheiro de

produto me permitiram ter uma boa vivência em ambientes industriais e

processos produtivos, o que posteriormente me possibilitou prestar consultorias

e desenvolver um produto”, conta o empreendedor. “O Sinapse catalisou o

processo de criação da startup, ao dar o subsídio financeiro para investirmos

em pesquisa e desenvolvimento”.

O Sinapse catalisou o processo de criação da startup, ao dar o subsídio financeiro parainvestirmos em pesquisa e desenvolvimento.

Ricardo Schneider, sócio da NAS Eletrotécnica

Page 30: Cases teste

59ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Caçador tem economia agrícola e industrial, com empresas de plástico,

fios de cobre, metalúrgico e de transporte. Em um ambiente propício a ideias

inovadoras, a empresa diversificou seus negócios para atender indústrias

alimentícias, automobilísticas e de mineração. “Passamos a atuar na melhoria de

processos industriais, desenvolvendo projetos e sistemas como os de combate

a incêndios e de iluminação de emergência”, recorda. “Hoje o nosso forte não

é mais o agronegócio, e sim projetos elétricos e de automação industrial para

empresas de médio e grande porte”.

Linhas robotizadas A empresa desenvolve materiais, serviços e sistemas que tornam as

atividades industriais mais eficazes, diminuindo a demanda por recursos e

trazendo diferenciais produtivos. Esse tipo de investimento tem sido bastante

demandado por empresas que precisam se manter competitivas no mercado

internacional. Seus produtos incluem linhas automáticas, robotizadas,

ferramentas e equipamentos que integram diferentes ambientes e tarefas

industriais.

Com atuação em dez estados, a NAS tem entre seus clientes grandes

corporações como a BRF, uma das maiores empresas globais do ramo

alimentício; a Vale, líder global em atividades de mineração; e indústrias

automobilísticas como Volkswagen, Ford, Fiat e Troller. Atender necessidades

específicas das plantas industriais é um diferencial do negócio. A montadora

Caoa Hyundai, por exemplo, utiliza um sistema para tráfego de informações e

automação de processos que foi desenvolvido sob medida para a sua fábrica.

A equipe inicial da NAS, que era de apenas quatro pessoas no início,

saltou para 28 e deve chegar em breve a 40, além dos terceiros que se somam

à execução dos trabalhos. Em 2014, o faturamento dobrou em relação ao ano

anterior e a meta é manter um ritmo anual de 30% a 40% de crescimento.

Para melhor atender o mercado, a empresa abriu uma filial em Goiás e um

escritório em São Paulo. Uma sede própria de mil metros quadrados está sendo

construída em Caçador.

Os planos de expansão não param por aí: “Nossa meta é abrir mais um

escritório avançado em Goiás ou Mato Grosso, pois estamos percebendo que

o Centro-Oeste possui posicionamento geográfico favorável e bom potencial para

negócios em fase de maturação”, diz Schneider. A confiança do empreendedor

de que está no rumo certo é expressa pelo lema da política institucional da NAS:

“Deixar que nossos produtos, clientes, serviços e mercado falem por si próprios!”

NAS EletrotécnicaCaçador/SC - www.nas.ind.br

[email protected] | +55 49 3567 9617

Page 31: Cases teste

60 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC III - Criciúma/SC

Nexxus Evolution SystemsNEXXUS EVOLUTION SYSTEMS LTDA ME

Softwares para gestão de indústrias alimentícias

Assim, em novembro de 2011, em uma sala de 17 metros quadrados

no município catarinense de Criciúma, nascia a Nexxus Evolution Systems.

“Percebemos que havia bastante demanda por esse tipo de solução, mas o

mercado só era atendido por empresas internacionais, com custo elevado e

sem adequação à realidade brasileira”, conta Deise Portal. No ano seguinte, a

empresa conquistou o edital do Programa Sinapse da Inovação, que viabilizou a

estruturação do negócio e o desenvolvimento do primeiro sistema.

O ES-MES é voltado para o setor alimentício, especialmente o de

esmagamento de sementes para produção de óleo vegetal de consumo humano

e margarina, bem como para indústrias de biodiesel. Deise explica que a principal

vantagem do sistema é auxiliar na tomada de decisões estratégicas com maior

precisão e agilidade, integrando o chão de fábrica com as informações gerenciais:

“É incrível como muitas empresas ainda fazem isso utilizando planilhas do Excel

ou mesmo anotações em papel”.

Os amigos Danilo Preve Menegaz, Deise Regina Portal, Leonardo Tasca

e Rodrigo Fernandes trabalhavam juntos havia dez anos em uma empresa de

automação industrial quando encontraram uma oportunidade de mercado que

os convenceu a trocar a segurança de seus empregos pelo desafio de montar

o próprio empreendimento. Eles decidiram apostar na ideia de criar um sistema

de computação que integrasse softwares de controle industrial aos de gestão

empresarial.

A participação no Programa Sinapse da Inovação foi de extrema

importância para dar o pontapé inicial no nosso negócio.

Deise Regina PortalSócia da Nexxus

Page 32: Cases teste

61ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

ParceriaUma parceria estratégica com uma empresa do Rio Grande do

Sul possibilitou a implantação do software para testes funcionais e a

adoção de ideias para dois novos módulos, o de tarefa e o de produção,

que não estavam previstos no projeto inicial. O sistema está funcionando

há dois anos na empresa gaúcha e é utilizado na realização de auditorias

tanto internas quanto as do Ministério da Agricultura.

Como complemento à subvenção, o Sinapse também viabilizou a

participação dos sócios em cursos de qualificação no Senai e contribuiu

para divulgar a Nexxus como empresa inovadora. Logo surgiram novas

oportunidades de mercado e a solução passou a ser demandada por

indústrias de outros estados. Outros dois sistemas fazem parte do

portfólio de produtos: o ES-FMS, dedicado ao controle e gerenciamento

de fábricas de nutrição animal, e o NX-EOS, para fábricas de óleos

vegetais e biodiesel.

Atualmente a Nexxus está instalada em uma sala de 75 metros

quadrados, conta com uma equipe de 11 pessoas e atende mais de

30 clientes em todo o país. Em sua maioria, são indústrias de médio

e grande porte, como a Bunge, uma das principais corporações de

agronegócios e alimentos do mundo, com presença em 40 países; a

Syngenta, uma das líderes globais de biotecnologia e sementes, e a

Petrobrás, maior empresa brasileira.

A startup catarinense tem recebido propostas de clientes da

América do Sul, em especial Argentina e Uruguai. Seus sócios pretendem

investir em breve na construção de uma sede própria. “Temos trabalho

garantido por bastante tempo”, garante a empreendedora.

Nexxus Evolution SystemsCriciúma/SC - www.nexxus-es.com

[email protected] | +55 48 3411 5047

Page 33: Cases teste

62 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC I - Luzerna/SC

OdemeODEME EQUIPAMENTOS MÉDICOS E ODONTOLÓGICOS

Soluções customizadas para pesquisa em Odontologia

Da universidade para universidades.

A Odeme Dental Research nasceu com um

bolsista de iniciação científica do CNPq,

Rafael Tiago Patzlaff, e hoje beneficia centenas

de outros pesquisadores pelo mundo.

Contemplada na Operação I do Sinapse da

Inovação, em 2009, a empresa desenvolve

soluções inovadoras e customizadas em

assessórios, dispositivos e equipamentos

para pesquisa odontológica. Já patenteou

sete produtos e tem outras duas patentes em

processo de depósito.

Os equipamentos desenvolvidos pela Odeme são utilizados para os

mais diversos testes de materiais odontológicos, isto é, auxiliam pesquisadores

a entender o comportamento de diferentes materiais em diferentes condições,

a fim de predizer se eles são bons ou não para uso nos consultórios de

dentistas. Um exemplo é o “Aparelho de permeabilidade dentinária”, que

auxilia os pesquisadores a realizarem estudos sobre a sensibilidade dentária.

O produto tem um papel importante no desencadeamento e no entendimento

de como ocorre a dor e/ou sensibilidade dos dentes. Outro produto de

destaque é o dispositivo e garra para teste de microtração, que auxilia na

avaliação da durabilidade das restaurações dentárias, isto é, o tempo que uma

restauração irá durar no dente.

Além de desenvolver os equipamentos, a empresa também já

desenvolveu soluções para consultórios odontológicos que foram licenciadas

a outras empresas do setor.

HistóriaO desenvolvimento de tecnologias para a pesquisa é um ramo pouco

explorado no Brasil. Quando de sua fundação, a Odeme era uma das únicas

empresas do país com soluções customizadas para pesquisadores e, ainda

hoje, entender e atender as reais necessidades desses pesquisadores segue

sendo uma prioridade.

Com o Sinapse veio a oportunidade de capitalizar recursos para

desenvolver protótipos, ganhar projeção e fazer parte de uma rede de

empreendedorismo.

Rafael Tiago PatzlaffDiretor da Odeme

Page 34: Cases teste

63ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Enquanto cursava Engenharia de Produção Mecânica, Rafael

T. Patzlaff trabalhou buscando soluções para problemas técnicos e

auxiliando na pesquisa em um laboratório do curso de Odontologia da

Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). A Odeme foi fundada

em 2005, com Rafael ainda na universidade. Os primeiros anos foram

dedicados ao desenvolvimento dos produtos. Nesse período, um dentista

se juntou ao projeto. Em 2008 a empresa começou efetivamente a

comercializar.

Com o Sinapse da Inovação, veio a oportunidade de capitalizar

recursos para desenvolver protótipos, ganhar projeção e fazer parte de

uma rede de empreendedorismo. Em 2011 a empresa se instalou na

Incubadora Tecnológica de Luzerna, onde segue até hoje.

Sucesso e perspectivas para o futuroO mercado foco da Odeme são faculdades de Odontologia que

possuem programas de mestrado e doutorado. A empresa mantém

pareceria com universidades nacionais e internacionais e possui clientes

em 11 países da América Latina, América do Norte, Europa e Ásia.

Além do Sinapse, a Odeme também foi contemplada em três

editais RHAE do CNPq, no PAPPE Subvenção da FAPESC/FINEP, no

programa Tecnova FAPESC/FINEP e no Edital Ciência, Tecnologia e

Inovação para o Desenvolvimento Regional do Estado de Santa Catarina

da FAPESC. Também venceu, em 2012, o Prêmio Stemmer de Inovação

na categoria micro-pequena empresa.

Em 2013 recebeu seu primeiro aporte de capital anjo para

organizar a produção. Os próximos passos são buscar ampliar o parque

fabril, a presença internacional e desenvolver novas linhas de trabalho.

OdemeLuzerna/SC - www.odeme.com.br

[email protected] | +55 49 3521 4016

Page 35: Cases teste

64 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC I - Lages/SC

Pratyko - Proeza AutomotivaPROEZA AUTOMOTIVA S/A

Veículo para uso autônomo por cadeirantes

A proposta de criar um meio de transporte prático, seguro e de baixo

custo para uso cotidiano de cadeirantes surgiu em 2005, a partir da necessidade

do técnico em informática Márcio David, morador de Lages. Ele usa cadeira de

rodas desde a infância e desejava ter mais autonomia nos deslocamentos. Assim,

em coautoria com João Francisco Gil, Sérgio Murilo Schütz e Gilberto Mesquita,

idealizou um veículo facilmente acessível pelo condutor, sem a ajuda de terceiros.

O Sinapse da Inovação é essencial para a operacionalização de projetos

inovadores e no nosso caso foi o start de uma grande ideia.

Márcio David, sócio da Proeza Automotiva

Page 36: Cases teste

65ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Em 2009, o projeto Pratyko foi contemplado pelo programa

Sinapse da Inovação, o que possibilitou a construção do primeiro

protótipo. Desde então, o sonho não para de evoluir. Com a subvenção,

David e Mesquita criaram em sociedade a empresa Proeza Soluções

Mercadológicas. Quatro meses depois, eles haviam concluído a montagem

de um carro completo. “Era artesanal, com motor de motocicleta, mas

funcionava”, recorda David. “Logo começaram a surgir pedidos de

entrevistas e propostas para levar o carro a exposições, feiras e eventos”.

Em 2011, o Pratyko foi exposto em São Paulo na Reatech,

maior feira de acessibilidade da América Latina, onde obteve grande

repercussão. No mesmo ano, a Proeza estabeleceu acordo com a Santa

Catarina Participações e Parcerias (SCPar), braço empreendedor do

governo do estado. Em 2012, a empresa se tornou sociedade anônima,

rebatizada como Proeza Automotiva. Dois novos parceiros se somaram

à iniciativa: a Weg, multinacional de origem catarinense que é referência

global em motores elétricos; e a Moura, de Pernambuco, uma das

maiores fornecedoras de baterias da América Latina.

Esses apoios viabilizaram a evolução do conceito de um carro

a combustão para o de um carro elétrico. No novo protótipo em

desenvolvimento, a entrada do motorista no veículo ocorre por meio

de um elevador na porta lateral, em vez da porta traseira como antes.

A aceleração e a frenagem irão funcionar em uma única alavanca, para

facilitar a manutenção de uma velocidade constante. Outra evolução é

que o carro terá dois lugares, em vez de apenas um. O projeto prevê

ainda um sistema de direção hidráulica para facilitar as manobras dos

condutores que tiverem perda de força muscular.

Baixo custo é um dos principais balizadores que orientam a

construção do carro, para torná-lo acessível a um número maior de

cadeirantes. Ele foi concebido para uso urbano diário, no asfalto ou em

estradas sem pavimentação, em velocidades entre 40 e 50 km/h. Nos

testes, a autonomia da bateria chegou a 100 quilômetros. Em 2012,

o Pratyko recebeu um prêmio da Associação Brasileira de Engenharia

Automotiva, na categoria responsabilidade social.

Apesar dos reconhecimentos, a empresa ainda enfrenta dificuldades para captar

recursos, o que não impede os sócios de continuar incorporando inovações ao projeto.

Eles estudam, por exemplo, a opção de fazer um veículo híbrido, com um pequeno gerador

de emergência a gasolina para recarregar o sistema elétrico. “Temos uma estimativa

plausível de produzir cem carros por ano”, afirma David. “Nossa ideia é construir a fábrica

aqui mesmo em Lages, para gerar empregos locais”.

Pratyko - Proeza AutomotivaLages/SC - www.pratyko.com.br

[email protected] | +55 49 9982 6595

Page 37: Cases teste

66 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC II - Florianópolis/SC

Séston BiotecnologiaSÉSTON BIOTECNOLOGIA /MEI

Produção e comercialização de biomassa de microalgas e seus derivados

A Séston Biotecnologia, empresa contemplada na Operação II do

Sinapse da Inovação, é pioneira no Brasil na produção e comercialização de

biomassa de microalgas e seus derivados. Na prática, a empresa aproveita um

processo que as microalgas já fazem naturalmente há milhões de anos para

transformar resíduos em bioprodutos de forma renovável e sustentável.

Microalgas são fotossintéticas, ou seja, usam a energia luminosa do

Sol para gerar compostos orgânicos a partir de dióxido de carbono (CO2)

e outros insumos. Elas são colocadas em reatores com água – Séston, na

Ecologia, significa “partículas em suspensão” – e em poucos dias é possível

obter a biomassa, que, processada, pode se transformar em cápsulas de

suplementos alimentares ricas em ômega 3; pigmentos de alto valor nutricional

como a astaxantina; óleos; concentrados proteicos; entre outros compostos de

interesse das indústrias de alimentos humano e animal. A biomassa também tem

o importante potencial de se transformar em biocombustível e em insumo para

a indústria de cosméticos.

A Séston Biotecnologia nasceu de uma verdadeira sinapse que Fábio de

Farias Neves teve em meados de 2006. Durante sua graduação em Engenharia

de Aquicultura na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele trabalhou

com produção de peixes que utilizava microalgas como alimento para os

animais. Certa vez, ao observar as chaminés de uma termelétrica, lembrou-se

que o cultivo de microalgas utilizava CO2 artificial. Então veio a ideia: por que

não utilizar as emissões da indústria, ricas em CO2, para produzir microalgas?

Consolidação Após pesquisar sobre o assunto, Fábio descobriu que o processo que

ele havia imaginado já era feito por algumas empresas de fora do Brasil, mas

tudo ainda era bem incipiente. Para ajudá-lo na empreitada, buscou um parceiro

especialista em algas, outro especialista em emissões atmosféricas, e deu

início a um doutorado na área de Engenharia Ambiental, se dedicando ao tema

“fixação de carbono através do cultivo de microalgas nativas de Santa Catarina”.

Em 2010 a Séston foi fundada e no mesmo ano Fábio e os sócios

Bernardo Garrozi Cardoso e Rafael Silvério se inscreveram na Operação II do

Sinapse da Inovação. “O programa foi fundamental para incentivar e encorajar

O programa foi fundamental para incentivar e encorajar o empreendedorismo de nossa equipe.

Além dos recursos, recebemos capacitação e aumentamos nossas chances de sucesso.

Quem disse? Quem é?

Page 38: Cases teste

67ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

o empreendedorismo de nossa equipe. Além dos recursos, recebemos capacitação e

aumentamos nossas chances de sucesso”, opina.

A empresa firmou parceria com a UFSC para o desenvolvimento da planta piloto,

localizada em Florianópolis, e hoje mantém parcerias também com a ADD Studio para o

desenvolvimento de sistemas de produção de microalgas integrados à arquitetura, com a

EMBRAPA Suínos e Aves para o desenvolvimento de tecnologia de saneamento agrícola

através do cultivo de microalgas e com a Welle Laser para desenvolvimento de negócios.

O ano de 2014 foi o ano de início de faturamento da Séston. Em curto prazo, o

mercado da empresa são as indústrias de alimentação humana e animal, de suplementos

alimentares e de cosméticos. No entanto, os empreendedores possuem planos de, em médio

e longo prazo, expandir a atuação para a área de saneamento e para os segmentos de

biocombustíveis, biofertilizantes, bioplásticos e lubrificantes.

Prêmios e destaquesEm 2013 um projeto da Séston com foco em produção do pigmento astaxantina por

microalgas nativas foi aprovado no edital RHAE Pesquisador na Empresa, do CNPq e MCTI.

Através de seus parceiros, a empresa participou, ainda, de um projeto para a produção de

óleo renovável em fermentadores, aprovado na Operação III do Sinapse da Inovação, e em

outro que prevê a integração de sistemas de fotobiorreatores de microalgas a ambientes

urbanos contruídos, este aprovado na Operação IV do programa.

A Séston Biotecnologia já foi por diversas vezes notícia em veículos midiáticos locais

e destaque em reportagem da revista Veja sobre startups de sucesso no Brasil, publicada no

fim de 2013.

Séston BiotecnologiaFlorianópolis/SC - [email protected] | +55 48 9670 3300

Page 39: Cases teste

68 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC IV - Praia Grande/SC

Simples DentalONSYX INFORMÁTICA LTDA ME

Software odontológico que pode ser manipulado por meio de gestos e movimentos, sem contato físico com qualquer dispositivo

A tecnologia pode facilitar o dia a dia de profissionais de diferentes áreas,

mas para isso precisa se adaptar às particulares de cada uma delas. No setor da

saúde, por exemplo, a biossegurança é primordial. Para os criadores do software

Simples Dental, projeto contemplado na Operação IV do Sinapse da Inovação, em

2014, a preocupação com o risco de contaminação não só foi levada em conta,

como tornou-se o combustível para a principal inovação do produto.

Além da ajuda financeira, o Sinapse trouxe visibil idade para o produto,

criando uma série de novas oportunidade para a empresa.

Ramon da Silva MacielCo-founder

Page 40: Cases teste

69ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

O Simples Dental é um software odontológico que pode

ser manipulado apenas por gestos e movimentos, diminuindo

consideravelmente o risco de contaminação. Os profissionais da saúde

encontram dificuldade em utilizar sistemas durante o atendimento, devido

à contaminação de luvas e instrumentos quando tocam em objetos não

esterilizados como mouse, teclado ou telas touch screen.

Com o sistema, o profissional pode manipular imagens,

radiografias e tomografias dos pacientes, além de organizar e armazenar

todos os dados do atendimento e gerenciar os aspectos burocráticos e

financeiros da clínica e/ou consultório.

A sinapse e o SinapseA equipe de jovens empreendedores da Onsyx Sistemas,

empresa responsável pelo Simples Dental, é hoje formada por quatro

amigos: Lucas da Silva Carlessi e Gélio José da Silva Júnior dois

desenvolvedores de software, Marcos Cesar do Canto, designer, e um

dentista, Ramon da Silva Maciel, que assume também a gestão de

negócios. E foi justamente da experiência deste sócio que surgiu a ideia

para o Simples Dental. A empresa já havia, em 2012, desenvolvido um

software para despachantes – que não deslanchou no mercado, mas

trouxe experiências valiosas para os jovens empresários.

Durante sua graduação, Ramon Maciel conheceu alguns

softwares odontológicos, e ao perceber que os disponíveis no mercado

eram defasados, enxergou uma grande oportunidade para a empresa. Em

2013 desenvolveram o Simples Dental, e no mesmo ano se inscreveram

no Sinapse da Inovação.

“O programa foi muito importante pelo conhecimento adquirido

com os cursos e consultorias e pelos contatos e visibilidade que o

produto ganhou”, afirma Ramon. O Simples Dental também participou

da 3ª turma do Startup SC - programa do SEBRAE - o que garantiu ainda

mais suporte à iniciativa.

Mercado potencialHoje no Brasil existem aproximadamente 220 mil dentistas atuantes, o que

representa pelo menos 19% do mercado mundial. É esse mercado que estes jovens

empreendedores pretendem atingir com o Simples Dental. Outros possíveis clientes são

faculdades de Odontologia. Desde o início de 2013 o curso da Unesc – Universidade do

Extremo Sul Catarinense utiliza o sistema.

Instalada na Incubadora Insite, em Criciúma, a empresa busca seguir aperfeiçoando

o Simples Dental e com ele se tornar referência no mercado odontológico tanto nacional

quanto mundial.

Simples DentalPraia Grande/SC - [email protected] | +55 48 3532 1674

Page 41: Cases teste

70 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação Piloto na Grande Florianópolis - Florianópolis/SC

TNS NanotecnologiaTNS NANOTECNOLOGIA LTDA.

Nanotecnologia antibacteriana para uso industrial

A TNS Nanotecnologia surgiu em 2009 na incubadora Celta, da

Fundação Certi, a partir de projetos de pesquisa e desenvolvimento na área de

sustentabilidade. Contemplada pelo Sinapse da Inovação, hoje a empresa é

referência em nanotecnologia. Seu principal produto é um composto antibacteriano

com inúmeras aplicações industriais, utilizado no processo de produção de roupas,

calçados, utensílios domésticos e instrumentos hospitalares, entre outros.

“Nossa tecnologia utiliza apenas água como solvente e polímeros que dão

estabilidade a uma fórmula baseada em nanopartículas de prata”, explica Nunes,

que tem como sócios o engenheiro mecânico Gilberto Heinzelmann e o químico

César Franco. A fórmula, inspirada no uso milenar da prata como antimicrobiano,

dispensa o uso de amônia, arsênio e compostos clorados, que causam fortes

impactos ambientais. Um estudo do Instituto Hohenstein, da Alemanha, demonstrou

não haver risco dessas partículas à saúde nem ao ambiente.

A empresa atua em seis áreas distintas: médico-hospitalar, veterinária, têxtil,

cerâmica, tintas e polímeros – por exemplo, em maçanetas de portas, proteção

para colchões, utensílios domésticos e punhos para carrinhos de aeroporto. Alguns

Page 42: Cases teste

71ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

usos específicos ainda estão em análise pela Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelos clientes, tais como em

equipamentos de hemodiálise e em UTIs. “Sem o Sinapse, nada

teria sido criado”, afirma Nunes. “O prêmio foi a centelha que

motivou meus sócios a criarem a empresa e nos permitiu partir

para o mercado”.

Presença internacionalA TNS já abastece regularmente 14 clientes e está em

negociação com mais uma dezena. Uma multinacional que lidera a produção brasileira de tintas em pó já

utiliza o antimicrobiano. Peças de cama, mesa e banho tratadas com o produto são exportadas por uma

companhia catarinense para Portugal, Espanha e França. No Rio Grande do Sul, uma empresa utiliza a

nanotecnologia nos calçados e confecções que vende para Bolívia e Guatemala. Uma fabricante alemã de

interruptores elétricos está substituindo o antimicrobiano de origem americana pelo brasileiro.

Outras fontes de subvenção que apoiaram a expansão dos negócios da empresa foram os

programas Primeira Empresa Inovadora (Prime), da Finep; Recursos Humanos para Áreas Estratégicas

(RHAE), do CNPq e MCTI (duas vezes); Pappe Inovação, da FAPESC, e o edital Senai/Sesi de Inovação.

O caso da TNS Nanotecnologia foi selecionado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) como

destaque entre 22 empresas brasileiras que são modelos de inovação no país.

Em 2014, o faturamento do negócio cresceu em torno de 500% em relação ao ano anterior. A meta

dos sócios para os próximos quatro anos é tornar a TNS líder nacional no segmento de antimicrobianos.

“É preciso ser versátil e ter visão de futuro, pois só assim aplicaremos todas as potencialidades do nosso

produto”, ressalta Nunes. “Por exemplo, ainda não exploramos a nanotecnologia na agricultura, mas

sabemos do seu grande potencial”.

TNS Nanotecnologia Florianópolis/SC - [email protected] | +55 48 3239 2269

O prêmio foi a centelha que motivou meus sócios a criarem a empresa e nos permitiu partir para o mercado.

Gabriel Nunes, Sócio da TNS

Page 43: Cases teste

72 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC IV - Joinville/SC

VIRIDISEDUARDO DE MACEDO ARGENTA ME

Soluções para ampliar o uso de papel em substituição ao plástico nos processos de embalagem

Ao perceber a grande procura do mercado mundial por alternativas

“verdes” e sustentáveis, Ilson Argenta e Eduardo de Macedo Argenta partiram de

experiências na área de empacotamento para desenvolver um processo inovador

que substitui embalagens de plástico por versões de papel. Contemplados na

Operação IV do Sinapse da Inovação, em 2014 fundaram a VIRIDIS – “verde”,

em latim.

A empresa criou duas soluções inovadoras: um novo processo para a

fabricação de bobinas técnicas de papel soldável por calor e empacotadoras

verticais e horizontais capazes de embalar desde alimentos a granel até produtos

industriais utilizando papel.

Hoje, aproximadamente 1 trilhão de pacotes plásticos equivalentes a 1

kg são produzidos no mundo, sem contar pacotes maiores. O número impactante

indica a necessidade de se buscar soluções que afetem menos o meio ambiente

e que consumam matéria-prima diferente do petróleo. As projeções da VIRIDIS,

baseadas em pesquisas dos diversos segmentos envolvidos, indicam que será

possível substituir pelo menos 30% do plástico utilizado para empacotamento por

embalagens de papel.

O projeto da empresa prevê que a fabricação das bobinas possa vir a ser

feita nas unidades fabris de Santa Catarina e Paraná da empresa parceira Iguaçu

Celulose, e que o empacotamento, segunda etapa do processo, seja executado

no espaço do cliente final. As empacotadoras em desenvolvimento fazem tanto

o enchimento quanto o fechamento dos pacotes de papel. Os dois processos já

foram testados com ótimos resultados, e a expectativa é de que em meados de

2015 a empresa esteja estruturada e com os equipamentos prontos para entrar

no mercado.

ExperiênciaFormado em Engenharia Mecânica e com mestrado em Automação,

Ilson já havia trabalhado com a Iguaçu Celulose e com empresas do ramo de

empacotamento em Joinville, com foco justamente na busca pela inovação e no

desenvolvimento de tecnologias. Eduardo, com formação em Administração na

EBAPE-FGV, assume a gestão da empresa. Sempre atentos a programas de apoio

a novos negócios, já conheciam o Sinapse e enxergaram nele o melhor caminho

para colocar seu projeto em prática.

Com o Sinapse os empreendedores receberam não só recursos para

trabalhar no desenvolvimento das máquinas. Ilson destaca a importância da

qualificação em gestão oferecida e ainda a visibilidade que o programa traz

aos projetos contemplados. O objetivo dos sócios é chegar às indústrias que

utilizam empacotamento automático e cujos produtos permitam a migração da

embalagem de plástico para o papel. Isso engloba indústrias de diversos setores

e de qualquer canto do mundo. A VIRIDIS pretende já nascer como um negócio

de abrangência global.

Page 44: Cases teste

73ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Parcerias e próximos passosAlém da Iguaçu Celulose, a VIRIDIS

firmou parcerias com o SENAI, que vai

contribuir para a fabricação dos protótipos

das máquinas e na execução dos testes

de enquadramento às normas NR-10 e

NR-12, que dizem respeito à segurança

no trabalho em máquinas. A Poli-Sac

Máquinas e Serviços, com unidades em

Santa Catarina e no Paraná, colabora no

desenvolvimento dos equipamentos para a

fabricação de bobinas técnicas.

Desde fevereiro de 2014 a empresa

está incubada na Softville, em Joinville. A

experiência, de acordo com Ilson Argenta,

é bastante positiva. “A integração com a

comunidade que pensa a inovação, a troca

de experiências e também as facilidades

estruturais são muito benéficas para uma jovem empresa”, comenta.

Após a consolidação da tecnologia os empreendedores pretendem partir para a busca de

investidores para a estruturação da empresa e implantação da unidade de fabricação das empacotadoras.

Daí em diante, a ideia é contribuir para uma verdadeira mudança de paradigma no ramo de embalagens.

VIRIDISJoinville/SC

[email protected] | +55 47 9701 1943

Com o Sinapse recebemos não só recursos para trabalhar no desenvolvimento das máquinas. Consideramos muito importantes também a

orientação em gestão e a visibil idade para o projeto.

Ilson Argenta, diretor da VIRIDIS

Page 45: Cases teste

74 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação Piloto na Grande Florianópolis - Florianópolis/SC

Welle LaserWELLE TECNOLOGIA LAZER LTDA

Manufatura de máquinas e equipamentos de precisão para marcação e gravação a laser

Os gêmeos Gabriel e Rafael Bottós estão à frente da Welle Laser com,

pode-se dizer, empreendedorismo em dobro. O interesse dos irmãos por tecnologia

já se manifestava na infância, especialmente quando passavam horas observando

os equipamentos a laser do consultório oftalmológico do pai. Mais tarde, eles

ingressaram juntos na faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal

de Santa Catarina (UFSC), onde fundaram um laboratório de processamento a

laser e se envolveram em um projeto de solda a laser considerado inovador na

época.

A experiência com laser na faculdade inspirou os Bottós a estudar em

uma das instituições mais importantes do mundo na área – o Instituto Fraunhofer,

em Aachen, na Alemanha, atualmente parceiro da Welle. Depois de trabalhar

com máquinas de corte e solda de alta potência em grandes empresas como

RollsRoyce e Audi, quando retornaram ao Brasil, em 2008, o passo seguinte foi

começar um negócio próprio.

No mesmo ano, Gabriel e Rafael Bottós foram contemplados na Operação

Piloto do Sinapse da Inovação. A empresa recebeu apoio também do Fundo Criatec,

e se tornou empresa incubada do CELTA – Centro Empresarial Para Laboração

de Tecnologias Avançadas, onde está instalada até hoje. Atualmente é apoiada

pelo fundo de investimentos em empresas de tecnologia do BNDES. A Welle aos

poucos foi se especializando na manufatura de máquinas e equipamentos de

maior precisão e durabilidade para marcação, gravação, micro usinagem, limpeza

e soldagem, tendo se tornado, hoje, líder absoluta nesse mercado.

Diferenciais A Welle tem ditado fortes tendências baseadas na tecnologia laser no

país, como a rastreabilidade industrial, em que é líder absoluta de mercado. Os

produtos da empresa utilizam prioritariamente laser de fibra, a tecnologia mais

robusta do mercado, e contam com soluções diferenciadas, como um painel de

comunicação instantânea e a possibilidade de assistência remota.

As soluções tecnológicas desenvolvidas internamente suprem gargalos de

produção antes não atendidos, como é o caso de uma máquina para gravação

de fogões da Brastemp, desenvolvida pela empresa para o cliente Whirlpool. É

o primeiro equipamento do mundo capaz de gravar 40 diferentes tamanhos de

tampos de fogão, com diferentes curvaturas.

“Não vendemos somente máquinas, mas o casamento de robustez,

eficiência e qualidade. Pensamos nestes pilares desde o projeto até a assistência

técnica”, afirma Gabriel Bottós, Diretor Técnico da empresa.

Em seu setor de P&D, a empresa está finalizando projetos de soluções

em inovação de alto impacto para mercados como os de corte e solda laser, e

Programas de incentivo como o Sinapse são ferramentas interessantes para auxil iar na formação

de bases empresariais. Se seguidas pela junção de outros fatores, como a formação de uma equipe competente, podem gerar resultados como os que

obtivemos na Welle Laser.

Gabriel BottósDiretor Técnico da empresa

Page 46: Cases teste

75ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

busca cada vez mais se posicionar como desenvolvedor da tecnologia laser nacional e

internacionalmente. Além do Instituto Fraunhofer IPT, são parceiros da Welle o Instituto

Europeu de Laser (LZH) e a unidade de Manufatura Laser do SENAI.

Crescimento e internacionalizaçãoEm 2012, a Welle foi apontada pelo BNDES como um dos 25 empreendimentos

com maior potencial de crescimento do Brasil. Naquele ano, a empresa registrou um

crescimento de 370%, que a colocou entre os cinco maiores crescimentos do ano no

país. Em 2013, manteve um crescimento muito acima do comumente registrado no

Brasil, passando do número de 100 máquinas de marcação entregues.

A empresa é hoje líder nacional em inovação laser no Brasil, atendendo às

indústrias metal mecânica, automobilística, de linha branca, naval, e empresas na área

de petróleo, joias, polímeros, tecidos e de metais. É responsável por equipar os parques

fabris de empresas e grupos como Bosch, GE, Docol, Weg, Whirlpool, Tramontina, entre

outras.

Em 2014, a Welle foi aprovada por unanimidade com a maior nota da história

do processo seletivo da Endeavor, uma das maiores organizações de fomento ao

empreendedorismo do mundo. No mesmo ano, foi eleita a empresa que mais cresceu

de 2011 a 2013 em todo o país, em avaliação feita pela consultoria Deloitte e pela

revista Exame PME, considerando pequenas e médias empresas.

Welle LaserFlorianópolis/SC - www.wellelaser.com.br

[email protected] | +55 48 3025 0700

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76 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

Operação SC I - Lages/SC

WLM Systems / Sistema MobWLM DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARES LTDA ME

Sistemas para pecuária e logística de transportes

Um sistema que auxilia no rastreamento e controle de rebanhos bovinos

deu origem à WLM Systems, empresa apoiada pelo Programa Sinapse da Inovação.

O projeto nasceu em 2008, durante a sétima fase da graduação de Wagner

Lusa Mendes no curso de Sistemas de Informação na Universidade do Planalto

Catarinense (Uniplac), em Lages –município do Planalto Serrano Catarinense com

forte tradição pecuária. Informações como vacinação, pesagem, cobertura de

As subvenções do Sinapse e do Prime foram primordiais para o desenvolvimen-to do projeto, pois possibil itaram que eu saísse da condição de empregado para a

de empresário empreendedor.

Wagner Lusa MendesSócio da Sistema Mob

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77ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES

vacas, parto e nascimento de bezerros são monitoradas pelo software,

que possibilita ao proprietário rural calcular com precisão suas despesas

e receitas e assim obter melhor rentabilidade.

“Já existem produtos semelhantes, mas no nosso é inovador, pois

tem custo bem menor para o usuário e pode ser instalado em qualquer

plataforma de computação”, diz Mendes. Em 2009 ele abriu a empresa

dentro da incubadora Midilages, vinculada à Uniplac. “As subvenções

do Sinapse e do Prime foram primordiais para o desenvolvimento do

projeto, pois possibilitaram que eu saísse da condição de empregado

para a de empresário empreendedor”, afirma. Em torno de 70 licenças

já foram vendidas e o sistema está sendo avaliado no projeto Produção

de Carne nos Campos de Araucária, realizado pelo Centro de Ciências

Agroveterinárias da Udesc em conjunto com o Sindicato Rural de Lages.

Mobilidade Entretanto, a empresa enfrentou um obstáculo: houve resistência

dos pecuaristas, pois o sistema introduz mudanças significativas na rotina

de trabalho de uma atividade tradicional. Por causa dessa dificuldade

em disseminar a nova tecnologia, a WLM precisou abrir caminhos

alternativos, atuando como fábrica de software. Em meados de 2013,

mudou o foco de atuação para a área de transporte e logística. “Fizemos

uma parceria com a Sistema Informática Empresarial, de Criciúma,

que fornece soluções para gestão do transporte a mais de mil clientes

no Brasil”, conta. “Passamos então a investir mais em sistemas de

mobilidade, uma área em que já atuávamos”.

Depois de firmada a parceria, o nome da WLM foi alterado

para Sistema Mob. O novo carro-chefe da empresa é uma central

de informações embarcada no caminhão, que se comunica com o

telefone celular do motorista e com uma central de controle na sede da

transportadora. Além da função de georreferenciamento, que fornece

a localização precisa do veículo, o equipamento faz o diagnóstico do

funcionamento de diversos sistemas, como freios, motor e câmara

frigorífica, quando há. A ideia é oferecer não apenas uma alternativa

para aumentar a segurança contra assaltos, como também garantir a

realização de manutenções preventivas e corretivas, evitando acidentes. Um protótipo está

em testes na estrada e o produto deve ser lançado em 2015.

A Sistema Mob passou a atuar também no mercado internacional, pois sua

parceira de Criciúma é desenvolvedora da plataforma SAP, um software alemão de gestão

corporativa adotado por mais de 183 mil empresas. “Agora contamos com mais de cem

parceiros no ecossistema SAP e os produtos e serviços desenvolvidos aqui em Lages

estão disponíveis em diversas partes do mundo”, comemora.

WLM Systems / Sistema MobLages/SC - www.wlmsystems.com.br

[email protected] | +55 49 3243 7410