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Privação da liberdade de escolha em adolescente portadora de ambiguidade genital: relato de caso em bioética clínica Marcela de Oliveira Costa Roberta Bertulino de Farias Módulo O Médico e seu Trabalho II da Faculdade de Medicina de Alagoas da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), Maceió, AL Maceió, AL 2009

Caso clinico - Exemplo 1.pptx

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A perda da autonomia em paciente testemunha de Jeov: relato de caso em biotica clnica

Privao da liberdade de escolha em adolescente portadora de ambiguidade genital: relato de caso em biotica clnicaMarcela de Oliveira CostaRoberta Bertulino de Farias

Mdulo O Mdico e seu Trabalho II da Faculdade de Medicina de Alagoas da Universidade Estadual de Cincias da Sade de Alagoas (UNCISAL), Macei, ALMacei, AL20091. Introduo1.1. ContextoDistrbios genitais questes complexas;Grande impacto ;Equipe multidisciplinar;Medo da rejeio;Definies a serem consideradas:Sexualidade - caracteres prprios de cada sexo; Gnero - definido no nascimento;Identidade de gnero - maneira como a pessoa se reconhece. 2/221.2. Objetivo

Relatar um caso de privao de liberdade de escolha em paciente adolescente portadora de ambiguidade genital.

3/2232. Relato de caso2.1. Tipo de estudoRelato de um caso em biotica clnica

2.2. LocalHospital Professor Alberto Antunes ((HUPAA) tercirio,pblico, federal, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Macei, AL).4/222.3. Relato do caso2.3.1. Aspectos clnicos2.3.1.1. AnamneseIdentificaoAdolescente, sexo feminino, 14 anosSolteiraResidente, natural e procedente de Pariconha, ALQueixa principalDor na genitlia5/22Histria da doena atualNascimento massa bilateral em grandes lbios;No houve correo cirrgica;(06/06/2008) ginecologia apresentando desconforto genital;(16/06/2008) - Avaliao gentica, solicitado caritipo;(18/06/2008) Exames hormonais;(21/06/2008) Ultrassonografia Plvica.

Antecedentes pessoaisParto normal e a termo;Nega doenas comuns da infncia.

6/22Antecedentes familiaresPais consanguneos;Pais em idade de risco no momento da fecundao;Irm portadora do mesmo distrbio, corrigido cirurgicamente. Antecedentes scio-econmicosAlfabetizada;Residente em zona rural;Pai lavrador rural;Me invlida;Baixo nvel cultural e econmico da famlia.

7/222.3.1.2. Exame fsicoProporcional e simtrica; Sem dismorfias;Trax largo; Padro masculino de musculatura de MMSS;Plos no trax e em MMII;Plos axilares escassos;Distribuio ginecide de plos pubianos;Massas labiossacrais palpveis, semelhantes a tecido testicular;Estado de amenorria.

8/2282.3.1.3. Hipteses diagnsticasDiagnstico sindrmicoSndrome de Morris ou Hiperplasia da supra-renalDiagnstico anatmicoPseudo-hermafroditismo masculinoDiagnstico etiolgicoDeficincia da enzima 5-alfa-redutase tipo II (CID 10: Q56.0)

9/22http://www.esquilamedica.hpg.ig.com.br/CID2.htm#Q00-Q072.3.1.4. Exames complementaresExames hormonais (18.06.2008): H M Testosterona 300,0 ng/dl 280 a 800 ng/dl 6 a 82 ng/dlFSH 5,4 mUI/ml 1,5 a 12,4 um/.L at 3,3 mUI/LProgesterona 330 pg/ml at 1400 pg/ml at 800 pg/mlLHEstradiol

Ultrassonografia Plvica (21.06.2008):Ausncia de tero e ovrios. 10/222.3.1.5. Condutas e evoluo

Caritipo 46,XY;Avaliao cirrgica;Acompanhamento psicolgico;Ateno de equipe multidisciplinar: gentica, ginecologia, urologia, psicloga, consultoria biotica.

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2.3.2. Aspectos da biotica clnica2.3.2.1. Identificao do problemaO mdico deve informar a paciente sobre sua ambiguidade genital, garantindo, assim, sua liberdade de escolha e autonomia, ou deve respeitar o ncleo familiar, suas crenas, valores e desejos?12/222.3.2.2. Fatos no-mdicosFilha mais nova, numa prole de nove;Paciente sempre acompanhada dos irmos;No apresenta dificuldade de aprendizado;No conhece sua condio;Famlia ansia por correo cirrgica que sustente o sexo de criao; introspectiva durante s consultas;Crculo de amizades - meninas

13/222.3.2.3. Valores relevantes dos envolvidosPacienteLiberdade de escolha; Autonomia;Identidade sexual; FamliaCrenas e regras morais prprias;Atitude paternalista.EquipeObrigao de informar

14/222.3.2.4. Principal valor ameaadoLiberdade de escolha da paciente

Identidade sexual deve ser tomada por quem ir vivenci-la.

15/222.3.2.5. Possveis cursos de aoRevelar o diagnstico Garantir liberdade de escolhaDireito de personalidade e de identidade sexualNo revelar o diagnstico e dar procedimento cirrgico Respeitar o desejo da famliaManter apoio psicolgicoTrabalho de conscientizao da famliaRevelar gradativamente

16/222.3.2.6. Eleger um curso de aoManter apoio psicolgico

Diagnstico revelado paulatinamenteRisco de abandono do tratamento

17/222.3.2.7. Defender o curso de aoExigncia de equipe multidisciplinarPaciente - deciso consciente e prpria

tica da Razo ComunicativaInformao e comunicao

Piaget autonomia da criana e do adolescente aquisio de competncias progressiva opnio deve ser ouvida e respeitada18/222.3.2.7. Defender o curso de aoEstatuto da Criana e do Adolescente Art. 3 - A criana e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sem prejuzo da proteo integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento fsico, mental, moral, espiritual e social, em condies de liberdade e de dignidade.

http://www.palnalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm 19/222.3.2.7. Defender o curso de aoKantismoliberdade orientar-se por si mesmoDireito de Personalidademanifestao do pensamento, liberdade, privacidadeDireitos sexuaisdireitos universais (liberdade, igualdade, dignidade)

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2.3.2.7. Defender o curso de ao

tica das Virtudesa atitude do mdico pode ser baseada no conjunto de suas virtudesalteridade: co-responsabilidade

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2.3.3. Consideraes finaisParticipao de mltiplos profissionaisunir razo e sensibilidadegarantir identidade sexual e insero social.

Amplo espectro na formao sexualfatores intrsecos e ambientais

Tomada de decisodeve ser um ato voluntrio, deliberato e consciente 22