30

Caso Clínico 2 - · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

  • Upload
    trantu

  • View
    219

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM
Page 2: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

ANAMNESE

ID: L.R.N., 73 anos, natural de Uruburetama e procedente de Maracanaú, viúvo,

católico e aposentado (pedreiro).

Fonte da História: Paciente e revisão de prontuário.

QP: “Dor pra urinar”

Page 3: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

HDA: Paciente previamente hígido, há 2 anos refere disúria e falta de ar em repouso.

Nega hematúria e proteinúria. Procurou AM em Maracanaú, onde só receitaram-

no analgésicos. Há 3 meses, realizou, no HUWC, consulta com urologista com o

mesmo quadro. No dia 10/07, realizou RTU de próstata devido à HPB. No 1º PO,

pcte evoluiu com IAM sem supradesnivelamento de ST, edema agudo de pulmão

e IRA dialítico agudizada por urossepse, daí sendo encaminhado para UTI com

choque cardiogênico. Por volta de 10 dias depois, apresentou outro IAM sem

supra, novamente sendo encaminhado para UTI. Atualmente, pct não refere

nenhuma queixa e está na enfermaria há 20 dias.

Page 4: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

HPP: Refere HAS, DM e cardiomegalia. Refere também cirurgia de catarata e 2

transfusões sanguíneas. Nega acidentes ou traumas.

HF: Mãe falecida por AVC e pai falecido em acidente de trabalho. 3 irmãos falecidos

(1 em acidente de trabalho e os outros não sabe informar) e 1 irmã saudável.

Possui 1 filha hipertensa.

HPs: Mora com a filha em casa com boas condições hidrossanitárias. Possui uma

alimentação rica em gorduras. Refere etilismo(1L/sem) e tabagismo

(80maços/ano) pesados, porém parou há 20 anos.

IOA: Refere palpitações quando há falta de ar.

Page 5: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

EXAME FÍSICO

Sinais Vitais: FC: 70 bpm; PA: 110x70 mmHg; T: 36°C e FR: 24 irpm.

Geral: EGB, aaa, hipocorado (3+/4+), hidratado, emagrecido, orientado e cooperativo

ao exame.

AC: RCR, BNF, 2T, s/s.

AP: MVU com crepitações em terço médio E e terço inferior D.

Abd: Escavado, RHA +, flácido, sem VMG, traube livre, sem dor, hepatimetria: 9cm.

Ext.: ppp, sem cianose, com edema (2+/4+) com cacifo + em pés.

Page 6: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

HD: SCA evoluindo para EAP.

Conduta: Solicitado exames laboratoriais de rotina, ECG, enzimas cardíacas e ECO.

Atualmente pcte em uso de:

Hidralazina, ácido fólico, sinvastatina, carvedilol, sulfato ferroso, furosemida,

omeprazol, eprex, AAS e clexane.

Page 7: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA

Aumento benigno da próstata, que normalmente se inicia em homens com mais de

40 anos.

Hiperplasia das células do estroma e do epitélio da glândula prostática, resultando

no aumento volumétrico desta e na possibilidade de interferência no fluxo

normal de urina causada pela compressão da uretra prostática e pelo

relaxamento inadequado do colo vesical.

Pode gerar sintomas obstrutivos e irritantes.

Page 8: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

ANATOMIA

Page 9: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM
Page 10: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

ANATOMIA

Zona Central (desenvolve-se a HPB)

Zona de Transição (predomina HPB, porém 5% dos tumores)

Zona Periférica (CA de próstata- andrógeno dependente)

Page 11: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

HPB é uma condição frequente em homens idosos.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Até 30

anos

41-50

anos

51-60

anos

Mais de

80 anos

Prevalência de HPB

por idade

Page 12: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

CONSEQUÊNCIAS

Comprometimento da qualidade de vida

Retenção urinária aguda (2-20%)

Insuficiência renal aguda (1,7%)

Litíase vesical (3,4%)

ITU complicada

Page 13: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

FATORES DE RISCO

Intrínsecos: Idade e andrógenos

Extrínsecos: dieta, tabagismo, consumo de álcool, hábitos de higiene e modo de vida.

Page 14: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

Sintomas obstrutivos

oJato fraco

oEsforço miccional

oJato interrompido

oHesitação

oGotejamento

oIncontinência

oEsvaziamento

Sintomas irritantes oUrgência

oPolaciúria

oDor suprapúbica

oNoctúria

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (LUTS)

Page 15: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

AVALIAÇÃO DO PACIENTE

Anamnese cuidadosa e bem orientada

Escore IPSS (leve-0a7; moderado-8 a 10; grave-20 a 35)

Exame físico completo com exame digital da próstata

PSA (para pcts com expectativa de vida maior que 10 anos)

Exame de urina

Creatinina sérica e citologia urinária

Volume pós-miccional

Urofluxometria

Ultra-sonografia

Curva fluxo/pressão

Uretrocistoscopia

Uretrocistografia

Urografia excretora

Page 16: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

ESCORE IPSS

Page 17: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

TRATAMENTO

Expectante

Clínico

Minimamente invasivo

Cirúrgico

Page 18: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

TRATAMENTO EXPECTANTE

Sintomas leves

Moderados ou graves, sem complicações

Redução da ingesta de líquidos à noite, exercícios para treinamento vesical, redução

de álcool, café e cigarros

Page 19: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

α-bloqueadores

Inibidores da 5-α-Redutase

Fitoterápicos (estudos clínicos bem estruturados não estão disponíveis)

Terapia combinada

Page 20: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

Α-BLOQUEADORES

Inibe o aumento do tônus da musculatura lisa prostática, evitando o aparecimento de

sintomas obstrutivos.

Diminui a indicação de tratamento cirúrgico

Terazosina, alfuzosina, doxazosina, tansulozina

Efeitos colaterais: hipotensão ortostática, vertigem, astenia, problemas ejaculatórios

e congestão nasal

Page 21: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

INIBIDORES DA 5-Α-REDUTASE

Redução dos níveis séricos e intraprostáticos da di-hidrotestosterona, porém não

comparada à castração

Risco de disfunção sexual

Diminui o valor do PSA em até 50% após 6 meses de uso

Finasterida e dutasterida

Page 22: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

TERAPIA COMBINADA

Estudo publicado em 2003 apresenta resultados, mostrando que a utilização de

finasterida e doxazosina de forma combinada reduz os riscos de retenção

urinária aguda e da necessidade de procedimentos invasivos em pacientes com

HPB, quando comparada à utilização isolada destas drogas

Page 23: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

TERAPIAS MINIMAMENTE INVASIVAS

Termoterapia transuretral com microondas

Ablação transuretral com agulha

Endopróteses uretrais ou stents

Dilatação uretral com balão

Ultra-som focado de alta intensidade

Coagulação intersticial com laser

Termoterapia induzida por água

Injeção intraprostática de etanol

Page 24: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

TRATAMENTO CIRÚRGICO

Indicações:

o Retenção urinária persistente e refratária às tentativas de tratamento

o Uretero-hidronefrose, com ou sem alteração da função renal

o Insuficiência renal devido à hiperplasia prostática benigna

o Infecções recorrentes do trato urinário

o Hematúria macroscópica recorrente de origem prostática

o Cálculo vesical devido à hiperplasia prostática benigna

o Pacientes refratários a outras terapias

o Divertículos vesicais associados à infecção recorrente ou disfunção vesical

Page 25: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

TIPOS DE CIRURGIA

Ressecção Transuretral da Próstata (RTUP)

Eletrovaporização Transuretral da Próstata (ETUP)

Incisão Transuretral da Próstata (ITUP)

Terapia com Laser

Coagulação Transuretral com Laser

Vaporizaação Transuretral com Laser

Ressecção/Enucleação Transuretral com Holmium Laser

Cirurgia Aberta

Page 26: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

RESSECÇÃO TRANSURETRAL DA PRÓSTATA (RTUP)

Padrão-ouro entre as técnicas cirúrgicas

Melhora dos sintomas: 85% após um ano; 75% após três anos.

É uma manobra cirúrgica endoscópica, que se realiza com um ressectoscópio

introduzido através da uretra, que tem uma fonte de luz, um circuito para o

líquido de irrigação e uma aleta eléctrica que corta o tecido e coagula os vasos

sanguíneos. Os pedaços de tecido obtidos são removidos da bexiga no final da

cirurgia e enviados para estudo anatomopatológico.

Page 27: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

CONTRA-INDICAÇÕES

Volume prostático superior a 80mL

Cálculos ou divertículos vesicais

Estenose uretral

Anquilose importante de quadril

Page 28: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

COMPLICAÇÕES

Sangramentos durante a cirurgia (2,5%)

Tamponamento vesical no PO (3,3%)

Perfuração da cápsula prostática com extravasamento de líquido para o

retroperitôneo (2%)

Síndrome pós-RTUP (2%)- confusão mental, náuseas, vômitos, hipertensão,

bradicardia e distúrbios visuais, está relacionada à hiponatremia por absorção de

líquido na corrente sanguínea.

Page 29: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

BIBLIOGRAFIA

http://www.projetodiretrizes.org.br/5_volume/24-Hiperpla.pdf

http://www.apurologia.pt/pdfs/101P_HBP.pdf

Averbeck et al. “Diagnóstico e tratamento da hiperplasia benigna da próstata”.

Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 54 (4): 471-477, out.-dez. 2010.

Page 30: Caso Clínico 2 -   · PDF fileCaso Clínico 2 Author: Rafael Pinheiro Created Date: 9/19/2012 5:26:20 PM

“o Altíssimo deu-lhes a ciência da

medicina para ser honrado em suas

maravilhas.”

Eclo 38,6