Upload
vilma-dantas
View
12
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Material para concurso
Citation preview
PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE GOIS
PRO-REITORIA DE PS-GRADUAO E PESQUISA
COORDENAO DE PS-GRADUAO LATO SENSU
CURSO DE ESPECIALIZAO EM DIREITO E CONSULTORIA EMPRESARIAL
APLICABILIDADE DO CASO FORTUITO E FORA MAIOR COMO CAUSAS
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DE FATO DO
PRODUTO
Orientando: Otvio Braz Ribeiro Junior
Orientadora: Profa. M. Brbara Cruvinel
GOINIA
2012
OTVIO BRAZ RIBEIRO JUNIOR
APLICABILIDADE DO CASO FORTUITO E FORA MAIOR COMO CAUSAS
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DE FATO DO
PRODUTO
Artigo cientfico apresentado para obteno de
ttulo de Especialista em Direito e Consultoria
Empresarial pela Pontifcia Universidade Catlica
de Gois, PUC-GOIS, sob orientao da prof.
M. Brbara Cruvinel
GOINIA
2012
1
APLICABILIDADE DO CASO FORTUITO E FORA MAIOR COMO CAUSAS
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DE FATO DO
PRODUTO
OTVIO BRAZ RIBEIRO JUNIOR
Ps-graduando em Direito e Consultoria Empresarial pela PUC-GO
Orientadora Profa. M. Brbara Cruvinel
RESUMO
O presente trabalho tem por objeto o estudo da aplicabilidade do caso fortuito e fora
maior como causas excludentes de responsabilidade civil decorrente de fato do produto.
Chama a ateno o fato de alguns autores terem defendido a tese de que caso fortuito e
fora maior so conceitos inaplicveis em matria consumerista. Outro problema consiste
em verificar como tais eventos se determinam em uma sistemtica pautada na
responsabilidade civil objetiva. Para tanto, partiu-se essencialmente de pesquisa
bibliogrfica onde, aps acumular uma bagagem cognitiva relevante, utilizou-se dos mtodos
dialtico e comparativo na busca de uma soluo para o problema apresentado.
Primeiramente, delimitou-se a forma como a reponsabilidade objetiva est inserida no
Cdigo de Defesa do Consumidor e as teorias que influenciaram os doutrinadores em sua
concepo. A partir da, restou comprovado que somente os casos fortuitos e de fora
maior que no guardam relao com o ciclo produtivo-distributivo do empreendimento
que podem afastar o nexo causal. Tais eventos tem sido chamados pela doutrina e
jurisprudncia como caso fortuito externo. O objetivo desta exposio foi o de harmonizar
a aplicao de conceito, a priori doutrinrio ou civilista, com os princpios da
responsabilidade objetiva que norteiam o Cdigo de Defesa do Consumidor. Procurou-se
demonstrar, ainda, a importncia da aplicao destes conceitos no Direito do Consumidor
como meio adicional de verificao do nexo causal. A no aceitao destes eventos como
excludentes de responsabilidade civil poderiam resultar em sentenas injustas capazes de
atribuir responsabilidade queles que em nada contriburam para o evento danoso.
PALAVRAS-CHAVE: 1. Direito do Consumidor. 2. Caso fortuito. 3. Fora maior. 4.
Responsabilidade civil. 5. Acidente de consumo.
mailto:[email protected]
2
INTRODUO
Os conceitos de caso fortuito e fora maior tem assentada aplicao tanto no Direito
Civil quanto no Direito Penal como causas excludentes de responsabilidade. Entretanto, o
legislador ptrio, ao tratar da responsabilizao por fato do produto e do servio, no
incluiu tais institutos no Cdigo de Defesa do Consumidor. Da decorre a afirmativa de
alguns doutrinadores de que o Cdigo do Consumidor adota a responsabilidade objetiva
nos moldes da teoria do risco integral. Por ter adotado esta linha, segundo estes autores,
no admitiria quaisquer causas excludentes de responsabilidade, seno as expressamente
elencadas no prprio cdigo. Neste raciocnio, alguns chegam a negar a importncia da
verificao de ocorrncia de caso fortuito e fora maior nas relaes consumeristas. Outros
doutrinadores, por outro lado, defendem a tese da adoo de teorias mais brandas como a
do risco criado de modo a admitir causas excludentes de responsabilidade, bem como
verificao caso a caso do liame causal.
A hiptese de no se admitir o caso fortuito nas relaes consumeristas decorre,
dentre outras, de uma interpretao fundamentalmente gramatical da legislao. Tal
entendimento, na prtica, poderia levar imputao de responsabilidade quele que no
tem sua atividade ligada ao resultado danoso. Sendo assim, poder-se-ia tornar prescindvel
um dos elementos mais importantes da responsabilidade civil que o nexo causal. Situao
que s tem obtido guarida no Direito Brasileiro em casos bastante especficos como o do
risco pela atividade nuclear.
Neste contexto, muito se tem discutido sobre como estes eventos podem se
relacionar com o Direito do Consumidor. A aplicao do caso fortuito e fora maior no
Direito do Consumidor difere do usual por exigir um elemento de relao entre estes
eventos e a atividade do fornecedor. Assim, novas correntes, como aquela que divide o
caso fortuito em externo e interno, vem ganhando fora e aplicabilidade perante os
tribunais. Nesta acepo, o caso fortuito externo corresponde a um evento imprevisto e
inevitvel e que no guarda qualquer relao com o fornecedor e sua atividade. Em
contrapartida, o caso fortuito interno um evento imprevisto e inevitvel que ocorre
durante a fabricao do produto ou prestao do servio e que exime o fornecedor da
responsabilidade pelo fato de produtos e servios.
Conforme detalhado neste estudo, com foco no fato do produto, a aceitao no
Direito do Consumidor do caso fortuito e fora maior como excludentes de
3
responsabilidade plenamente possvel. Trata-se de verdadeira harmonizao com as
normas do Direito Civil e todo contedo doutrinrio que as norteia.
1. A RESPONSABILIDADE CIVIL POR FATO DO PRODUTO OU SERVIO NO
CDC
O nosso atual Cdigo de Defesa do Consumidor surgiu a partir do que se chama de
constitucionalizao do Direito do Consumidor. Equivale a dizer que com o advento da
Constituio Federal de 1998 o consumidor passou a ter o direito de ser protegido atravs
de normas de ordem pblica e de interesse social. Tal garantia foi consubstanciada no
artigo 5, inciso XXXII: o Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor.
Foi com base nesta imperatividade constitucional que se inseriu em nosso Cdigo
de Defesa do Consumidor uma sistemtica de responsabilidade civil objetiva, para melhor
amparar o consumidor, considerando sua vulnerabilidade em relao s grandes
corporaes e o consumo em massa de produtos industrializados.
A responsabilidade por fato do produto e servio est regulada no artigo 12, 13 e 14
do CDC e determina, em outras palavras, que o fornecedor responsvel, independente de
culpa, pelos danos causados decorrentes de defeitos em seus produtos ou servios. A
legislao equiparou como fornecedores os seguintes sujeitos da relao de consumo:
fabricante, produtor, construtor, importador e prestadores de servios em geral (exceto
profissionais liberais), sejam eles nacionais ou estrangeiros. Leonardo de Medeiros Garcia
esclarece bem o assunto ao dizer que:
O art. 12 trata da responsabilidade pelo fato do produto de todos os
integrantes do ciclo produtivo-distributivo, excluindo, primeira vista, o
comerciante, que somente ser responsabilizado nos moldes do art.
13.(GARCIA, 2009, p.109).
Diferentemente do que ocorre quanto aos vcios, o comerciante s
responsabilizado pelos acidentes de consumo quando o fornecedor no puder ser
identificado, quando o produto no tiver indicao clara do fornecedor e, ainda, quando for
armazenado inadequadamente.
Outro ponto que merece destaque a adoo da chamada teoria unitria da
responsabilidade, por meio da qual, o CDC deixou de diferenciar a responsabilidade
4
contratual da responsabilidade extracontratual para materializar em funo da existncia
de outro tipo de vnculo: a relao jurdica de consumo, contratual ou no (BENJAMIN,
2008, p. 113).
A aparente declarao de independncia do Direito Consumerista com o advento
do Cdigo do Consumidor causou grande perplexidade e ainda hoje alimenta grandes
debates, ainda mais pela adoo sistemtica da responsabilidade objetiva. Como bem
observa Sergio Cavalieri Filho:
Veremos que a responsabilidade estabelecida no Cdigo de Defesa do
Consumidor Objetiva, fundada no dever e segurana do fornecedor em
relao aos produtos e servios lanados no mercado de consumo, razo
pela qual no seria tambm demasiado afirmar que, a partir dele, a
responsabilidade objetiva, que era exceo em nosso Direito, passou a ter
um campo de incidncia mais vasto do que a prpria responsabilidade
subjetiva. (CAVALIERI FILHO, 2010, p. 17).
Em contraponto a este entendimento, pode-se citar a corrente defendida por Luis
Antnio Rizzatto Nunes (2008, p. 284 e 285), segundo o qual a responsabilidade prevista
no CDC, no s puramente baseada no risco integral, como tambm no admite causas
excludentes de responsabilidade. Segundo o autor, o CDC admite apenas as causas
excludentes de nexo causal previstas na prpria lei. Para subsidiar sua tese, o autor chama
a ateno para o fato de o legislador ter utilizado o advrbio s ao citar as causas
excludentes de responsabilidade (3 do artigo 12). Alm disso, destaca que o legislador
no recepcionou o caso fortuito e fora maior no CDC.
Assim como outros doutrinadores j citados nesta obra, de se discordar de tais
afirmaes. O simples fato de existirem causas excludentes de responsabilidade na lei j
demonstra a vontade do legislador em no adotar o risco integral e sim outra corrente
terica mais branda.
As excludentes de responsabilidade civil tanto podem estar relacionadas ao nexo
causal como culpa, se o sistema consumerista atual no admite perscrutar a culpa nada
impede que se mantenha o liame causal como condio para a exigncia de reparao do
dano. Toda sistemtica doutrinaria que se formou e que se ainda se amolda na concepo
de caso fortuito e fora maior no pode ser colocada de lado na investigao do nexo
causal.
Apesar de independente, o Direito do Consumidor no precisa ser alheio e avesso
s novas interpretaes e tentativas de harmonizao com outros ramos do nosso direito,
5
em especial o Direito Civil. Este parece ser o entendimento de Claudia Lima Marques
(2008, p. 87) em propor o dialogo das fontes, ou seja, um modelo de coexistncia e
aplicao simultnea e coerente do Cdigo de Defesa do Consumidor, do Cdigo Civil de
2002 e da legislao especial.
Vrias teorias e influncias doutrinrias so apontadas pelos autores como a gnese
do sistema de responsabilidade nosso CDC. No h que se negar que a forma como a
responsabilidade foi tratada no CDC em muito inovou ao ampliar a aplicao da
responsabilidade objetiva no mbito do direito privado. A adoo da responsabilidade
objetiva j havia sido ampliada em vrios aspectos com o advento da atual Carta Magna,
porm este entendimento ainda contrastava com o ento Cdigo Civil vigente e a tradio
aquiliana do nosso Direito.
O movimento do Direito Ptrio em direo responsabilidade independente de
culpa decorreu de anos de discusso doutrinria acerca da teoria do risco. A teoria do risco
em sua vertente mais fundamentalista defende a responsabilizao mesmo que no haja
nexo causal, conforme bem observa Rui Stocco:
Portanto a teoria do risco integral aquela pela qual qualquer fato
culposo ou no culposo impe ao agente o dever de reparar, desde que
identificado um dano efetivo, ainda que inexistente o nexo causal,
ficando afastada a ideia de culpa, mostrando-se desimportante as
circunstancias em que o dano se verificou. (STOCCO, 2007, p. 160, grifo
nosso).
No princpio chegou-se a considerar a responsabilidade objetiva algo muito
distante da nossa cultura, mas teorias menos radicais foram se amoldando de forma que
hoje temos vrias normas baseadas nestes princpios.
Entretanto h de se advertir, assim como tambm o faz Rui Stocco (2007, p.160 e
p.162) que o CDC no abrigou a teoria do risco integral. Segundo este autor a teoria
adotada foi do risco criado, apresentando tambm elementos das teorias do risco do
desenvolvimento, do risco da atividade, responsabilidade pelo fato do produto e do servio,
ou vcio do produto ou do servio e a do risco do empreendimento.
Partindo de uma anlise acerca do princpio da segurana como elemento essencial
em que se estrutura a reponsabilidade civil nas relaes de consumo, Sergio Cavalieri Filho
(2010, p.484, p. 485 e p. 486) defende a tese de que o dever jurdico tutelado que se
contrape ao risco o dever de segurana. Destaca desta forma a presena marcante da
6
teoria do risco do empreendimento no CDC, segundo a qual todo aquele que se disponha
a exercer alguma atividade no mercado de consumo tem o dever de responder pelos
eventuais vcios ou defeitos dos bens e servios fornecidos, independentemente de culpa.
Cludia Lima Marques (2010, p. 379), por sua vez, prope uma anlise do direito
comparado que serviu de base para o desenvolvimento do nosso CDC. Observa que dois
sistemas internacionais influenciaram o legislador brasileiro: o primeiro norte americano
fortemente focado no risco implcito assumido contratualmente pelo fornecedor e o outro
ligado Directiva (35/374/CEE, de 25.07.1985) da Comunidade Europeia, partindo de
uma ideia de antijuridicidade ligada ao ato do fornecedor em colocar no mercado produto
industrializado defeituoso. Em seu entendimento, estes sistemas deram origem ao que se
denomina por teoria da qualidade, conforme transcrito a seguir:
Assim, da aceitao de uma teoria da qualidade nasceria, no sistema do
CDC, um dever anexo para o fornecedor (uma verdadeira garantia
implcita de segurana razovel, como no sistema anterior norte
americano). Este dever ser anexo ao produto, isto , concentrado no
bem e no s anexo ao contrato. Por conseguinte seria um dever legal
de todos os fornecedores que ajudam a introduzir (atividade de risco) o
produto no mercado. Mas no sistema do CDC, s haver violao deste
dever, nascendo a responsabilidade de reparar os danos quando existir um
defeito no produto (por influncia europeia). No sistema do CDC, pode
haver o dano e o nexo causal entre o dano e o produto (exploso de um
botijo de gs), mas, se no existir o defeito (art.12, 3, II), no haver
obrigao de reparar para o fornecedor, arcando este, porm, com o nus
da prova da inexistncia do defeito de seu produto. (MARQUES, 2010, p.
379 e p. 380).
Como se v, Cludia Lima Marques (2010) condiciona a necessidade de nexo
causal entre o defeito e o dano e no somente entre o produto e o dano para que se possa
responsabilizar o fornecedor. Este um elemento diferenciador que leva a crer que a teoria
adotada pelo legislador, ao editar o CDC, foi do risco empreendimento.
Tendo o CDC mantido a necessidade do liame causal entre a atividade empresarial
e o dano faz-se necessrio conceituar o que vem a ser nexo causal. Rui Stoco assim leciona
sobre o tema: nexo causal constitui um dos elementos essenciais da responsabilidade
civil. o vnculo entre a conduta e o resultado. Para direito do consumidor tal conduta o
agir contrariamente ao dever de segurana situao que se exterioriza pela existncia de
um defeito.
7
Neste contexto, cabe ao juiz sopesar as provas e interpret-las em conjunto a fim de
investigar tanto a ocorrncia do dano como o prprio nexo causal (STOCCO, 2007).
Portanto o fato de o CDC ter adotado a responsabilidade sem culpa no exclui, conforme
entendimento dominante, a necessidade de liame causal entre a conduta do fornecedor e o
dano. Essa conduta externada pelo defeito, sendo assim, para determinar se o fornecedor
descumpriu o dever de segurana, basta deve haver nexo causal entre o dano e o defeito.
Desta relao surge, independente de culpa, o dever de indenizar. Sendo o defeito elemento
to importante na responsabilidade civil decorrente de fato do produto, busca-se melhor
compreenso sobre o tema na exposio a seguir.
1.1 O defeito
A responsabilizao civil no CDC por fato de produto e servios tem por fato
gerador o defeito. Em linhas gerais o defeito difere do vcio por sua potencialidade em
produzir o acidente de consumo. Neste artigo, por ser focado na responsabilidade por
fato do produto e do servio, o elemento defeito tem maior destaque.
No se pode estudar a responsabilizao do fornecedor por fato do produto ou
servio sem esclarecer o que vem a ser defeito. Este o elemento gerador da
responsabilidade civil objetiva no regime do Cdigo (BENJAMIM, 2008, p. 123).
O prprio Cdigo (artigo 12, 1 e artigo 13, 1) apresenta viso conceitual
satisfatria acerca do tema:
1 O servio defeituoso quando no fornece a segurana que o
consumidor dele pode esperar, levando-se em considerao as
circunstncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a poca em que foi fornecido.
1 O produto defeituoso quando no oferece a segurana que dele
legitimamente se espera, levando-se em considerao as circunstncias
relevantes, entre as quais:
I - sua apresentao;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a poca em que foi colocado em circulao.
8
A caracterizao do defeito deve ser fruto de anlise caso a caso por parte do
magistrado, considera-se, dentre outros aspectos, o tipo de mercado para qual o produto ou
servio foi concebido e o contexto histrico em que se ele se desenvolveu. Um produto ou
servio considerado seguro h 30 anos pode no mais corresponder s expectativas de
nosso tempo. Da mesma forma um produto seguro para adultos pode no ser seguro para
crianas.
Por exemplo, se algum utilizando um veculo clssico de coleo sofre leses em
acidente por falta do encosto de cabea, a priori, no pode responsabilizar o fabricante do
automvel. Considera-se, neste caso, que o uso de encosto de cabea nos automveis
algo que se popularizou ou obrigou-se somente nas ltimas dcadas. Mas por outro lado, se
um veculo moderno apresenta fragilidade acima da mdia neste dispositivo, causando
leses nos passageiros, vtimas de um acidente de trnsito, o fabricante poder ser
responsabilizado.
O defeito ento a materializao da violao do dever de segurana. Sendo assim,
havendo nexo causal entre o acidente de consumo e o defeito, no final das contas, tambm
haver nexo causal entre a atividade do fornecedor e o dano. Srgio Cavalieri Filho (2010,
p. 490) explica com bastante propriedade esse sistema: [...] o fato gerador da
responsabilidade do fornecedor no mais a conduta culposa, tampouco a relao jurdica
contratual, mas sim o defeito do produto. Bastar o nexo causal entre o defeito do produto
ou servio e o acidente de consumo.
Entretanto, h que se consignar que cabe ao fornecedor o nus da prova de que o
defeito no existe, ou que no existiria caso o consumidor tivesse seguido as orientaes de
utilizao do produto. Quando o fornecedor busca comprovar que o acidente de consumo
no foi decorrente de defeitos em seus produtos, lana mo das causas excludentes de
responsabilidade conforme ser tratado a seguir.
1.2 Causas de Excluso da Responsabilidade
O CDC enumera as seguintes hipteses de excluso de responsabilidade por fato do
produto e do servio, ais quais cabe ao fornecedor o nus da prova de sua ocorrncia:
a) O fornecedor no tenha colocado o produto no mercado;
9
b) Embora haja colocado o produto no mercado ou prestado o servio, o defeito
inexiste e;
c) Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Todas essas hipteses so excludentes de nexo causal entre a atividade do fornecedor e
o acidente de consumo de modo que tambm podem ser relacionadas ao caso fortuito e
fora maior. Neste contexto, existe uma diviso doutrinaria do caso fortuito em interno e
externo que vem ganhando destaque na doutrina e jurisprudncia. Nesta corrente
doutrinria o caso fortuito externo mostra-se como verdadeira causa de excluso de nexo
causal nas relaes de consumo. O detalhamento deste assunto, tema central do presente
estudo, ser exposto no captulo seguinte.
2. CASO FORTUITO E FORA MAIOR E O DIREITO DO CONSUMIDOR
O caso fortuito e fora maior so figuras consagradas no Direito Brasileiro como
causas excludentes de responsabilidade civil. Estes dois eventos tem sido objeto que
interminveis discusses doutrinrias sem que tenha havido consenso satisfatrio sobre a
diferenciao entre eles. Existem, neste campo, dezenas de teorias e entendimentos. No
raro uma corrente terica tomar como caso fortuito o que outra toma como fora maior e
vice versa.
Gisele Leite, Doutora em Direito Civil pela USP, em recente artigo, esclareceu
quais so as principais correntes a respeito de caso fortuito e fora maior:
[...] vrios doutrinadores procuram estabelecer diferenas entre caso
fortuito e fora maior. Sintetizando as seguintes diferenas apresentadas
pela boa doutrina:
1. para uns, o caso fortuito oriundo da fora fsica ininteligente
enquanto que fora maior deriva de fato de terceiro;
2. outros procuram identific ar o caso fortuito como carter imprevisto
ao passo que a fora maior indica o carter invencvel do obstculo;
3. ainda h quem sustente que no caso fortuito a impossibilidade
relativa enquanto que na fora maior, a impossibilidade absoluta.
4. finalmente, temos uma corrente recente que no caso fortuito h
impedimento relacionado com a pessoa do devedor ou com sua empresa,
ao passo que a fora maior deriva de acontecimento externo.
Dessa ltima corrente surgiu a diferenciao de caso fortuito interno e
caso fortuito externo, para considerar que somente o ltimo exclui a
responsabilidade pelo inadimplemento da obrigao. O primeiro, por
10
dizer, respeito atividade do devedor, no exclui sua responsabilidade,
atribuindo somente ao fortuito externo esse poder. (LEITE, 2006).
Na prtica mostra-se desnecessrio diferenciar caso fortuito de fora maior, mesmo
que seja para extremar uma da outra, visto que em nossa legislao os termos tem sido
empregados como sinnimos e com os mesmos efeitos, assim como bem observa Rui
Stocco:
Estes e outros critrios diferenciais adotados pelos escritores procuram
extremar o caso fortuito da fora maior. Prefervel, todavia, no obstante
concordar que abstratamente se diferenciem, admitir que na prtica os
dois termos correspondem a um s efeito, pois nesse sentido marcham
nossos Cdigos Civis de 1916 e de 2002. (STOCCO, 2007, p. 181).
Mesmo que os doutrinadores citados tenham ressaltado em suas proposies o
carter imprevisvel e inevitvel dos eventos fortuitos, atenta-se para o fato de que em
teoria no h nada absolutamente imprevisvel ou inevitvel de modo que possa ser taxado
como evento necessariamente fortuito. Nesta linha de pensamento destaca-se, a seguir,
consagrado ensinamento doutrinrio de Arnoldo Medeiros da Fonseca:
[...] no h acontecimentos que possam, a priori, ser sempre considerados
casos fortuitos; tudo depende das condies de fato em que se verifique o
evento. O que hoje caso fortuito, amanh deixar de s-lo, em virtude
do progresso da cincia ou da maior previdncia humana. (FONSECA,
1958, p. 147 apud STOCCO, 2007, p. 181).
Pode-se dizer, com base nas lies de Caio Mrio da Silva Pereira (1998), que a
imprevisibilidade no requisito necessrio, porm deve ser considerada quando
determina a inevitabilidade. Da decorre dizer que a inevitabilidade pode ser diretamente
proporcional imprevisibilidade de um evento. Existem, ainda, eventos que por sua
prpria natureza so irresistveis.
O CDC, por sua vez, no traz expressamente o caso fortuito e fora maior como
causa de escusa de responsabilidade. Entretanto, vrios doutrinadores (STOCCO, 2007;
MARQUES, 2008; BEIJAMIM, 2008; GARCIA, 2009, CAVALIERI FILHO, 2010) tem
defendido a tese de que o CDC no afastou a ocorrncia de caso fortuito e fora maior
como excludente de responsabilidade. Este tambm tem sido o entendimento do STJ,
conforme o seguinte julgado:
11
Ao de indenizao. Estacionamento. Chuva de granizo. Vagas cobertas
e descobertas. Art. 1.277 do Cdigo Civil. Cdigo de Defesa do
Consumidor. Precedente da Corte.
1. Como assentado em precedente da Corte, o "fato de o artigo 14,
3 do Cdigo de Defesa do Consumidor no se referir ao caso fortuito
e fora maior, ao arrolar as causas de iseno de responsabilidade
do fornecedor de servios, no significa que, no sistema por ele
institudo, no possam ser invocadas. Aplicao do artigo 1.058 do
Cdigo Civil" (REsp n 120.647-SP, Relator o Senhor Ministro
Eduardo Ribeiro, DJ de 15/05/00).
2. Havendo vagas cobertas e descobertas incabvel a presuno de que o
estacionamento seria feito em vaga coberta, ausente qualquer prova sobre
o assunto.
3. Recurso especial conhecido e provido. (BRASIL, STJ. Ementa: Ao
de indenizao. Precedente da corte. Resp n. 330.523 SP. Relator:
Carlos Alberto Menezes. 27 de NOV de 2001. DJ 25/03/2002 p. 278).
Apesar de este julgado ser anterior promulgao novo Cdigo Civil, no h
motivo para suscitar mudana no entendimento do STJ sobre o tema, pois a disposio
sobre caso fortuito e fora maior praticamente a mesma tanto no artigo 393 do novo
Cdigo e quanto no artigo 1058 do Cdigo antigo, conforme transcrio dos artigos a
seguir:
Novo Cdigo Civil
Art. 393. O devedor no responde pelos prejuzos resultantes de caso
fortuito ou fora maior, se expressamente no se houver por eles
responsabilizado.
Pargrafo nico. O caso fortuito ou de fora maior verifica-se no fato
necessrio, cujos efeitos no era possvel evitar ou impedir (Cdigo Civil.
Lei 10.406 de 2002).
Cdigo Civil revogado
Art. 1.058. O devedor no responde pelos prejuzos resultantes de caso
fortuito, ou fora maior, se expressamente no se houver por eles
responsabilizado, exceto nos casos dos art. 955, 956 e 957.
Pargrafo nico. O caso fortuito, ou de fora maior, verifica-se no fato
necessrio, cujos efeitos no era possvel evitar, ou impedir. (Cdigo
Civil). Lei 3.071 de 1916 (revogada pela Lei 10.406 de 2002)
Cumpre, ainda, esclarecer que doutrina e jurisprudncia a respeito das relaes de
consumo no tem dado foco diferenciao entre caso fortuito e fora maior. Outra
distino que se faz entre caso fortuito interno e caso fortuito externo tem tido maior
destaque. Esta diferenciao mostra-se til, pois nem todo caso fortuito capaz de excluir
12
a responsabilidade do fornecedor, seno aquele fortuito que no guarda qualquer relao
com a atividade empresarial.
A ideia de fortuito externo por vezes tomada pelos magistrados e doutrinadores a
exemplo de Cavalieri Filho (2010, p. 503) por fora maior. Semelhana que s existe a
depender da corrente adotada pelos autores para diferenciar o caso fortuito e fora maior.
Em alguns casos, presentes na jurisprudncia, percebe-se que tratar-se de mero apelo
semntico para se extremar o evento e justificar sua aceitao como escusa de
responsabilidade. Essa noo acerca do tema remonta as lies de Agostinho Alvim um
dos precursores desta teoria:
Em face da teoria do risco, porm, subsistiria a responsabilidade, a
despeito da ausncia de culpa, por que esta no o seu fundamento. S se
excluiria a responsabilidade pela fora maior (caso fortuito externo), isto
, por um fato sem ligao alguma com a empresa ou negcio, como,
p.ex, fenmenos naturais (terremoto, geada), ordens emanadas do Poder
Pblico (fait de prince), e outros semelhantes. (ALVIM, 1955, p. 337).
Dizer que o fortuito externo traduz-se em fora maior e o fortuito interno
meramente caso fortuito, pode causar certa perplexidade, pois se o legislador nunca fez
distino entre elas no h motivo para se retornar velha dicotomia. Por outro lado,
partindo do princpio de que caso fortuito e fora maior apesar de diferentes produzem o
mesmo resultado poder-se-ia, por vezes, utilizar a expresso fora maior externa e fora
maior interna, o que no tem se visto. Este ainda um campo frtil a ser esclarecido pela
doutrina, ainda embrionria em matria consumerista.
A seguir apresenta-se a definio de caso fortuito interno e externo. Adverte-se,
conforme exposto anteriormente, que o Direito do Consumidor carece de maior discusso
doutrinria acerca do tema.
2.1 Caso fortuito interno e externo
Para definir o que vem a ser fortuito interno e externo, nos moldes aceitos pelos
nossos tribunais, pode-se recorrer aos claros os ensinamentos de Srgio Cavalieri Filho,
doutrinador que tem sido um dos principais defensores destes termos:
O fortuito interno, assim entendido o fato imprevisvel e, por isso,
inevitvel ocorrido no momento da fabricao do produto ou da
13
realizao do servio, no exclui a responsabilidade do fornecedor do
produto ou da realizao do servio, no exclui a responsabilidade do
fornecedor porque faz parte da sua atividade, liga-se aos riscos do
empreendimento, submetendo-se a noo geral de defeito de concepo
do produto ou de formulao do servio. (CAVALIERI. 2010. p. 502)
E sobre fortuito externo acrescenta:
Fortuito externo, assim entendido aquele fato que no guarda nenhuma
relao com a atividade do fornecedor, absolutamente estranho ao
produto ou servio, via de regra ocorrido em momento posterior ao da sua
fabricao ou formulao. (CAVALIERI. 2010. p. 502).
Em outras palavras, porm na mesma linha de raciocnio, Leonardo de Medeiros
Garcia (2009, p. 116) assim define o caso fortuito externo: [...] o fortuito externo
tambm fato imprevisvel e inevitvel, mas estranho organizao do negcio, no
guardando nenhuma ligao com a atividade negocial do fornecedor.
O fortuito externo tem sido aceito como verdadeira causa de excludente de
responsabilidade implcita no CDC. Assim tem sido o entendimento do STJ, conforme
julgado a seguir:
RECURSO ESPECIAL - DIREITO CIVIL E CONSUMIDOR
RESPONSABILIDADE CIVIL - INDENIZAO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS - FORNECEDOR - DEVER DE
SEGURANA - ARTIGO 14, CAPUT, DO CDC
RESPONSABILIDADE OBJETIVA - POSTO DE COMBUSTVEIS -
OCORRNCIA DE DELITO - ROUBO - CASO FORTUITO
EXTERNO - EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE -
INEXISTNCIA DO DEVER DE INDENIZAR - RECURSO
ESPECIAL IMPROVIDO.
I - dever do fornecedor oferecer aos seus consumidores a segurana na
prestao de seus servios, sob pena, inclusive, de responsabilidade
objetiva, tal como estabelece, expressamente, o prprio artigo 14,
"caput", do CDC.
II - Contudo, tratando-se de postos de combustveis, a ocorrncia de
delito (roubo) a clientes de tal estabelecimento, no traduz, em regra,
evento inserido no mbito da prestao especfica do comerciante,
cuidando-se de caso fortuito externo, ensejando-se, por conseguinte, a
excluso de sua responsabilidade pelo lamentvel incidente.
III - O dever de segurana, a que se refere o 1, do artigo 14, do CDC,
diz respeito qualidade do combustvel, na segurana das instalaes,
bem como no correto abastecimento, atividades, portanto, prprias de um
posto de combustveis.
IV - A preveno de delitos , em ltima anlise, da autoridade pblica
competente. , pois, dever do Estado, a proteo da sociedade, nos
termos do que preconiza o artigo 144, da Constituio da Repblica.V -
14
Recurso especial improvido. (Brasil. STJ. Ementa: Roubo. Fortuito
externo. Excludente de responsabilidade. REsp 1243970 / SE. Relator:
Massami Uyeda, DJe 10/05/2012).
To forte a aceitao do STJ acerca da diviso do caso fortuito em externo e
interno que recentemente foi editada a smula 479 afirmando que as fraudes praticadas por
terceiros no mbito das operaes bancria so casos fortuitos internos:
As instituies financeiras respondem objetivamente pelos danosgerados
por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticadospor terceiros no
mbito de operaes bancrias. (BRASIL, STJ, Smula 479, DJe
01/08/2012)
Como se pode perceber, vez ou outra o caso fortuito externo e interno comparado
culpa exclusiva de terceiro. Em outros casos, a doutrina tem comparado o caso fortuito
externo com a fora maior.
Portanto, para o Direito do Consumidor, a verificao do grau de imprevisibilidade
ou inevitabilidade de um fato necessrio tarefa secundria, pois a tarefa primordial
consiste em determinar se tal evento ocorreu durante o clico produtivo-distributivo. Neste
sentido, o caso fortuito externo, que exclui a responsabilidade, aquele evento alheio
atividade do empresrio. A partir dessa verificao, avalia-se o grau de segurana exigvel
em razo de determinada atividade, de modo que quanto maior o risco inerente atividade,
maior deve ser a inevitabilidade do evento para que se configure o verdadeiro fortuito
externo.
A caracterizao do caso fortuito externo ocorre aps anlise caso a caso,
confrontando fatos e provas, o contexto social em que a relao de consumo est inserida,
bem como o limite do dever de segurana exigvel do fornecedor.
CONCLUSO
O caso fortuito e fora maior podem ser aceitos como excludentes de
responsabilidade nas relaes de consumo. Apesar de no previstos expressamente no
CDC, estes dois institutos em nada confrontam com a responsabilidade objetiva do Cdigo,
pois buscam afastar o nexo causal e no a culpa. Ademais, o cdigo de defesa do
consumidor no adotou a teoria do risco integral e sim do risco empreendimento.
15
Grandes doutrinadores, o STJ e tribunais tem recepcionado o caso fortuito e fora
maior como excludentes de responsabilidade decorrente de fato do produto e do servio.
Este entendimento fundamentado, principalmente na aplicao subsidiria do Cdigo
Civil ao Direito do Consumidor. Em matria consumerista, a dicotomia doutrinaria que
gira em torno da diferenciao entre caso fortuito e fora no tem merecido destaque.
Atualmente a corrente doutrinria que divide o caso fortuito externo em interno tem
ganhado visibilidade em nossos tribunais. O fortuito externo seria aquele que no guarda
relao com a atividade empresarial e o fortuito interno aquele inerente ao ciclo produtivo-
distributivo. Somente o fortuito externo teria o condo de afastar a responsabilidade
decorrente de fato do produto. Esta diviso doutrinria til, pois permite constatar se o
evento imprevisto e inevitvel ocorreu dentro ou fora da atividade empresarial. Quando o
evento ocorre de forma conexa atividade empresarial (fortuito interno) no exclui a
responsabilidade, pois o fornecedor tem o dever de zelar pela segurana dos consumidores
em razo dos produtos e servios oferecido, independente de culpa.
Acredita-se que para aplicar esses conceitos nas relaes de consumo deve-se
buscar primeiramente determinar se sua ocorrncia guarda relao com a atividade do
fornecedor. Verificada esta relao, posteriormente avalia-se o grau de irresistibilidade do
evento. Esta anlise influenciada pelo dever de segurana atribudo ao fornecedor por
exercer determinada atividade. Deste modo, quanto maior o risco maior deve ser a
irresistibilidade do fortuito externo para que possa eximir a responsabilidade. Assim, cada
caso deve ser avaliado individualmente, com base nas provas, o contexto socioeconmico
em que a relao de consumo se insere, e o dever de segurana exigvel do fornecedor.
Portanto, restou provado que a o caso fortuito e fora maior podem perfeitamente
ser aplicados como excludentes de responsabilidade civil por fato do produto. Este
entendimento no contrasta com a vontade essencial do legislador, pois este no adotou a
teoria do risco integral e sim o risco do empreendimento. Alm disso, os conceitos de caso
fortuito e fora maior so de grande importncia na investigao do nexo causal, elemento
essencial da responsabilidade civil. Com este trabalho espera-se fazer coro ao
entendimento defendido, que felizmente tem sido o adotado pela jurisprudncia, por ser
aquele que melhor se aproxima da Justia almejada.
REFERNCIAS
16
ALVIM, Agostinho. Da inexecuo das obrigaes e suas consequncias. 2. ed. So
Paulo: Saraiva, 1955.
BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil, 1988.
BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Cdigo Civil, 2002.
BRASIL. Lei 3.071, de 01 de janeiro de 1916. Cdigo Civil dos Estados Unidos do
Brasil, 1916.
BRASIL. STJ. Ementa: Ao de indenizao. Precedente da corte. Resp n. 330.523
SP. Relator: Carlos Alberto Menezes. 27 de NOV de 2001. DJ 25/03/2002. p. 278. Acesso
em: 27/08/2012. Disponvel a partir de: http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia
BRASIL. STJ. Ementa: Roubo. Fortuito externo. Excludente de responsabilidade.
REsp 1243970 / SE. Relator: MASSAMI UYEDA DJe 10/05/2012. Acesso em:
27/08/2012. Disponvel a partir de: http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia
BRASIL. STJ, Smula 479, DJe 01/08/2012. Acesso em: 27/08/2012. Disponvel a partir
de: http://www.stj.jus.br
BENJAMIM, Antnio Herman; MARQUES, Cludia Lima; BESSA, Antnio Herman. V.
Manual de direito do consumidor. 2. tir. So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade Civil. 9 ed. So Paulo:
Atlas, 2010.
GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito do consumidor. 5. Ed. Niteri: Impetus, 2009.
HENRIQUES, Antnio; MEDEIROS, Joo Bosco. Monografia no curso de direito:
trabalho de concluso de curso: metodologia e tcnicas de pesquisa, da escolha do
assunto apresentao grfica. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2004.
LEITE, Gisele. Consideraes sobre caso fortuito e fora maior. Revista Jus
Vigilantibus, Domingo, 12 de fevereiro de 2006. Acesso em 20/08/2012. Disponvel a
partir de: http://jusvi.com/
17
MARQUES, Cludia Lima. Comentrios ao Cdigo de Defesa do Consumidor. 3. ed.
rev., atual. e ampl. So Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2010.
NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Curso de direito do consumidor: com exerccios. 3. ed.
rev. e atual. So Paulo: Saraiva, 2008.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Responsabilidade Civil. 8. ed. 3. tir. Rio de Janeiro:
Forense, 1997.
STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudncia. 7. ed. So
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007.