Casos de Penal - 1

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  • 7/25/2019 Casos de Penal - 1

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    QUESTES NOVAS A PARTIR DAQUI

    4) Haroldo, dedicava-se ao comrcio informal de objetos de ouro, os quais adquiria sem muitapreocupao com a origem dos mesmos. Assim, j havia adquirido algumas peas de ouro 12 de

    Fabrcio (que vivia de pequenos furtos), quando resolveu vend-las, em seu estabelecimento.

    Fabrcio, por sua vez, pretendia ampliar os seus negcios, dedicando-se a uma atividade mais

    lucrativa. Dessa forma, com o dinheiro que recebeu de Haroldo, pelas jias furtadas, abriu uma

    conta bancria, e comprou uma motocicleta usada que pertencia ao seu irmo Felipe. Como

    pagamento emitiu um cheque, tendo posteriormente sustado o seu pagamento para que Felipe

    no pudesse descont-lo. Para no ficar no prejuzo, Felipe, no sbado, procurou um colega e,

    alegando que precisava do dinheiro com urgncia, o convenceu a descontar o cheque para ele,

    e ficar na posse do ttulo at poder descont-lo no Banco na segunda-feira. Analisando a situao

    hipottica acima, responda:

    a) Tipifique as condutas de cada um dos personagens, considerando qualificadoras e causas de

    aumento e de diminuio de pena:

    Haroldo: praticou crime de receptao qualificada do art. 180, 1 c/c 2 (comrcio

    informal) e agiu, no mnimo, com dolo eventual

    Fabrcio: praticou crime de receptao do art. 180, bem como o crime de estelionato

    do art. 171, 2, VI (fraude no pagamento por meio de cheque)

    Felipe: praticou o crime de estelionato do art. 171, caput (no o mesmo crime de

    Fabrciofraude no pagamento por meio do cheque pois mero endossante do ttulo)

    b) Se Fabrcio, tivesse sustado o cheque apenas por ter tido a sua carteira furtada, e

    providenciasse o pagamento do cheque a Felipe, antes do recebimento da denncia, a ao

    penal prosseguiria? Por qu? E se Felipe, em conseqncia, tambm ressarcisse o prejuzo do

    terceiro de boa-f antes do recebimento da denncia, teria algum benefcio? Por qu?

    No caso de Fabrcio, a ao penal no prosseguiria, pois no haveria o dolo especfico

    de obter vantagem ilcita em prejuzo alheio. J no caso de Felipe, teria o benefcio de no ser

    punido em razo do arrependimento eficaz, pois o crime de estelionato no se teria

    consumado

    5) Bebel, com 16 anos de idade, trabalhava na Rua Garibaldi h alguns metros da Rodoviria de

    Porto Alegre. Ao final de cada dia de trabalho como profissional do sexo, Bebel era obrigada a

    pagar pelo ponto, entregando 70% do que recebia Jader, que passava o dia bebendo e jogando

    sinuca num boteco daquela rua, de onde acompanhava os passos de Bebel. Para evitar

    problemas com o Conselho Tutelar, Jader alterou o ano de nascimento de Bebel na sua carteira

    de identidade, de forma que parecesse que ela possua 18 anos. Diante dessa situao faa o

    enquadramento legal de Jader, justificando sua resposta:

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    Jader comete o crime de Rufianismo qualificado por ser cometido contra menor de 18

    anos (art. 230, 1). Alm disso, cometeu crime de falsificao de documento pblico do art.

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    6) Avalie as assertivas abaixo:

    I- Tanto o crime de estupro como o delito de estupro de vulnervel so hediondos em todas as

    suas modalidade (tentado ou consumado, simples ou qualificado); V

    II Somente o chamado assdio sexual por chantagem crime no Brasil, sendo atpico o

    chamado assdio sexual ambiental; V

    IIIO homem no pode ser vtima do crime de violao sexual mediante fraude. X

    Com base nas assertivas acima, assinale a alternativa correta:

    a) Apenas as assertivas I e II esto corretas; b) Apenas as assertivas I e III esto corretas; c)Apenas as assertivas II e III esto corretas; d) Todas as assertivas esto corretas; LETRA a

    7) Assinale a alternativa correta:

    a) A mulher que mantm conjuno carnal mediante pagamento comete crime de lenocnio; X

    b) A conduta do marido que sustentado pelos ganhos da esposa prostituta caracteriza crime

    de favorecimento da prostituio; Xcaracteriza crime de rufianismo

    c) A conduta da mulher que, depois de um mergulho no mar, sai com o biquini fora do lugar

    permitindo que os seios fiquem mostra caracteriza ato obsceno; X

    d) O agente que facilita o alojamento de pessoa, ciente de que a mesma ir exercer prostituio

    no territrio nacional, comete crime de trfico interno de pessoas; V

    Letra d

    8) Jos Manoel, casado h mais de 20 anos com Slvia, apaixonou-se por Lilian, uma moa de

    apenas 12 anos que vendida balas e biscoitos para sobreviver, passando a manter com ela um

    relacionamento s escondidas e iniciando sexualmente a moa por meio da prtica de coito

    vagnico e anal, com o seu consentimento. Diante do fato, indique que delito(s) Jos praticou,

    justificando sua resposta.

    Jos praticou o crime de estupro de vulnervel do art. 217-A.

    9) Num circo, o malabarista A projeta facas contra uma tbua qual se encontra encostada sua

    companheira B. Uma das facas atinge-lhe o pescoo, seccionando a cartida, vindo ela a falecer.

    Apura-se posteriormente que (faa o enquadramento legal em cada uma das hipteses):

    a) A estava embriagado, e por isso errara o arremesso; Praticou o crime de homicdio doloso

    do art. 121 (dolo eventual, porque ao embriagar-se assumiu o risco de produzir o resultado)

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    b) A efetivamente pretendera matar B; Praticou o crime de homicdio doloso do art. 121 (dolo

    direto), se matasse pelo fato de ela ser mulher, seria feminicdio

    c) A estava usando pela primeira vez um novo jogo de facas, sem certificar-se convenientemente

    de suas qualidades de peso, tamanho etc., da derivando o arremesso infeliz; Praticou o crime

    de homicdio culposo do art. 121, 3 (culpa consciente)d) A, que participava de tal espetculo h dez anos, com imensa habilidade, errara o arremesso.

    Praticou o crime de homicdio culposo (culpa inconsciente)

    10) A alugou um carro na Locadora de Automveis B, e foi jantar, s 22h 30min, num

    movimentado restaurante. Enquanto A jantava, C se aproximou do carro e, com o emprego de

    uma chave de fenda, apossou-se dos faris e das calotas. Quando C se afastava do veculo, foi

    percebido pelo guardador de carros, que saiu no seu encalo, vindo a det-lo a duzentos metros

    do local, com o auxlio de um guarda.

    a) Faa o enquadramento legal de C, fundamentando sua resposta: cometeu o crime de furto

    do art. 155 (se considerarmos que a consumao se d quando o bem sai da esfera de

    disponibilidade da vtima, o crime foi consumado; no entanto, se considerarmos que a

    consumao somente ocorre com a posse tranquila, teramos o crime de tentativa de furto,

    caso em que sua pena seria diminuda de um a dois teros)

    b) Qual o sujeito passivo do crime? Sujeito passivo A, pois detm a posse transitria da coisa

    c) Qual seria a situao, caso C fosse o proprietrio nico da Locadora de Automveis B, e,

    portanto dono do carro? Considerando que o veculo possua seguro, seria o crime de

    estelionato do art. 171, 2, V (fraude para recebimento de indenizao ou valor do seguro)

    d) Qual seria a soluo jurdica caso C houvesse subtrado o carro para dar um passeio,

    restituindo-o ao mesmo lugar antes de A regressar do restaurante? No teria cometido o crime,

    pois no caso seria um furto de uso, cuja conduta atpica por no estar presente o dolo de

    assenhoramento

    e) Figurar a hiptese em que C esposa de A: fica isenta de pena, com base no art. 181

    11) A, sabedor que certo caminho fora furtado num estado do sudoeste, dispe-se mesmo

    assim a compr-lo, Como no possui numerrio suficiente, induz B a associar-se na compra,

    assegurando-lhe que o baixo preo fruto de uma situao de necessidade do suposto

    proprietrio. B, apesar da evidente desproporo do preo, e das precrias condies pessoais

    de A, aceita a proposta, e o caminho adquirido. Faa o enquadramento legal de A e B, dizendo

    se h concurso de agentes:

    A: praticou o crime de receptao do art. 180, caput

    B: praticou o crime de receptao culposa do art. 180, 3

    No houve concurso de agentes, pois no h liame subjetivo (um doloso e outro

    culposo)

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    12) A ingressa no txi do motorista B, indicando-lhe, como destino, o subrbio. A meio caminho,

    A se dirige a B dizendo-lhe: Pare o carro e me entregue a fria do dia, ou sers um homem

    morto. B lhe entrega o dinheiro, A desce, e B se dirige a uma delegacia de polcia.

    a) Faa o enquadramento legal de A, figurando a hiptese em que ele estivesse armado com um

    revlver: praticou o crime de roubo do art. 157, 2, I (com a majorante do emprego de arma)b) Figurar a hiptese em que o revlver fosse de brinquedo: praticou o crime de roubo do art.

    157, caput (pois arma de brinquedo no apresenta potencial lesivo)

    c) Qual seria a soluo jurdica, se diante da resistncia de B, A lhe desferisse um tiro que

    produzisse leses leves? A teria praticado o crime de roubo do art. 157, 2, I (com a majorante

    do emprego de arma), mas no teria sua pena aumentada pelo fato de ter atirado contra a

    vtima, pois as leses causadas foram leves

    d) E se a arma de A tivesse disparado acidentalmente em face de seu nervosismo, produzindo

    leses graves em B? A teria praticado o crime de roubo qualificado do art. 157, 3 (no

    tentativa de latrocnio porque no houve inteno de matar do agente)

    13) A ingressa furtivamente na residncia de B, pelo telhado, e se apossa de valiosa antiguidade.

    Quando est prestes a retirar-se, surpreendido por B, que o interpela. A agride B a socos e

    pontaps, causando-lhe leses leves e foge, levando a antiguidade.

    a) Faa o enquadramento legal de A, dizendo qual foi o momento consumativo? A praticou o

    crime de roubo imprprio do art. 157, 1 (era para ser um furto que se transformou em um

    roubo). O momento consumativo se deu com o emprego da violncia

    b) Figurar a hiptese em que B, sofrendo leses graves, conseguisse dominar A: rouboimprprio do art. 157, 1

    14) A e B sequestram C, no dia 5 de julho, solicitando no dia 6, por telefone, a seu pai D, que

    deixe num local predeterminado certa importncia, como preo do resgate. D efetua o

    pagamento no dia 8, e C libertado no dia 9.

    a) Faa o enquadramento de A e B, indicando o momento consumativo: A e B cometeram o

    crime de extorso mediante sequestro qualificado do art. 159, 1 (sequestro durou mais de

    24 horas). O momento consumativo se deu no dia 5, quando ocorreu a privao da liberdade

    da vtima

    b) E caso C sofresse leses graves num acidente do carro que o transportava? Nesse caso, A e B

    teriam cometido o crime de extorso mediante sequestro do art. 159, 2 (leses graves)

    15) A, servindo-se de um talo de cheques que encontrara na rua, ingressa na loja de B e compra

    algumas mercadorias. B aceita o pagamento por cheque, ento emitido por A, ponderando

    todavia que entregaria no mesmo dia as mercadorias em casa. Para que nada transparecesse, A

    concorda e vai embora. No Banco, B informado de que o cheque no pertence ao emitente e

    B no remete as mercadorias para a casa de A.

    a) Faa o enquadramento legal de A: A teria cometido o crime de tentativa de estelionato do

    art. 171, caput, no se consumando o crime pelo fato de que A no obteve a vantagem

    indevida (no se aplica o estelionato do art. 171, 2, V, pois esse s pode ter como sujeitoativo o emitente do cheque)

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    b) Figurar hiptese em que as mercadorias fossem entregues no ato da compra: nesse caso, A

    teria cometido o crime de estelionato do art. 171, caput, tendo o crime se consumado, pois a

    vantagem indevida foi obtida

    c) Figurar hiptese na qual o cheque pertena a A, mas no disponha de suficiente proviso de

    fundos. Determine o momento consumativo do delito. Nesse caso, teria A cometido o crime deestelionato do art. 171, 2, VI (fraude no pagamento por meio de cheque), tendo o delito se

    consumado quando o sacado (banco) recusou o pagamento