37
A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE SUCO DE LARANJA

Catálogo Citrus BR

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Associadas

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louis dreyfus commoditieswww.ldcommodities.com.br

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1

Das laranjas cultivadas no Brasil,

é produzido o suco mais bebido no mundo.

Três a cada cinco copos consumidos no planeta

saem das fábricas brasileiras.

3

ÍND

ICE

Carta do Presidente 5

História 6

Cinturão CitríCola 10

12 Cinturão Citrícola Brasileiro

Plantio e ColHeita 16

19 Nasce um Pomar

20 Tecnologia de Plantio

21 Pesquisa e Desenvolvimento

23 Colheita dos Frutos

26 Relações de Trabalho

27 Um Pomar de Leis

ComerCialização 28

30 Formas de Comercialização da Laranja

31 Formação de Preços

ProCessamento 32

35 Etapas de Produção

36 Produção de Suco Concentrado – FCOJ

37 Produção de Suco Não Concentrado – NFC

logístiCa 40

43 A Viagem de um Suco Global

44 Logística e Distribuição

Consumo 48

50 Consumo Mundial

53 Exportação

sustentabilidade 56

58 Suco de Laranja e Sustentabilidade

62 Indústria Moderna, Humana e Sustentável

64 InfográficodaCadeiaCitrícolaIntegrada

glossário 68

Créditos 69

CitrusBR

Associação Nacional dos

Exportadores de Sucos Cítricos

Rua Iguatemi 448 sl 701

01451-000 São Paulo SP Brasil

T +55 11 2769.1205

www.citrusbr.com

[email protected]

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O Brasil detém mais de

50% da produção mundial

de suco de laranja,

exporta 98% do que

produz e é responsável

por 85% das exportações

mundiais do produto.

O Brasil já é um dos líderes mundiais na produção

de alimentos, consequência de trabalho intenso,

competência científica e bioma único que permite

produzir muito, em pouca área, preservando

a natureza.

A liderança da citricultura brasileira é fato reconhecido

em todo o mundo. Nós da CitrusBR, Associação Nacional

dos Exportadores de Sucos Cítricos, somos a entidade

representativa das indústrias brasileiras produtoras e

exportadoras de sucos cítricos.

Fundada em 2009 pelas empresas Citrovita – Grupo

Votorantim, Cutrale, Citrosuco – Grupo Fischer e Louis

Dreyfus Commodities, a CitrusBR tem como principal

finalidade defender os interesses coletivos do setor em

escala nacional e internacional, interagindo com outras

entidades do agronegócio e promovendo o consumo e a

imagem do suco de laranja brasileiro.

Nas próximas páginas, o leitor poderá compreender a

complexidade da cadeia citrícola, desde os pomares até o

mercado consumidor mundial.

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Christian LohbauerPresidente [email protected]

7

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Co Mais que uma bebida, o suco da laranja tem sido um amigo

da humanidade. Na época das grandes expedições marítimas,

a fruta se tornou “garota-propaganda” no combate ao escor-

buto, doença que afetava marinheiros carentes de vitamina

C. Segundo pesquisadores, vem dessa época a fama da fruta

como fonte de saúde.

Mesmo presente no Brasil há quatro séculos, a grande trans-

formação começou em 1920, quando no interior de São Paulo

começou a se estruturar o cinturão citrícola. Naquela época

surgiam os primeiros esboços de uma indústria processadora

de suco, nos arredores da cidade de Limeira. Os primeiros

embarques de suco de laranja tiveram como destino Argentina,

Inglaterra e outros países europeus. Aos poucos a região se

consolidou como grande produtora de laranjas no país.

Hoje, a laranja faz o caminho inverso de 400 anos atrás e, em

vez de vir para as Américas, é das Américas que sai o suco

mais bebido do mundo. Três em cada cinco copos consu-

midos no mundo são fabricados no Brasil e, a exemplo das

antigas caravelas que desbravavam o mar, modernos navios

levam 1,2 milhão de toneladas de suco para as mais distantes

partes do mundo (em FCOJ equivalente).

Este catálogo trata de uma indústria cuja

história começou há mais de 40 anos e que

hoje é responsável por produzir um dos

mais saborosos, consumidos e sustentáveis

sucos de fruta de que já se ouviu falar.

Esse é o mundo da laranja brasileira.

Nascida na Ásia e hoje encontrada nas mais

diferentes regiões do mundo, a laranja se

tornou, há séculos, a fruta mais globalizada

de que se tem notícia. Da China, partiu para a

Turquia, chegando à Espanha e Portugal.

Da Península Ibérica seguiu para as Américas,

quando chegou ao Brasil, há mais de 400 anos.

A história da laranja no Brasil

1 1501

Portugueses trouxeram da Espanha as primeiras

plantas cítricas para o Brasil com o objetivo de criar

abastecimento de vitamina C – antídoto contra

escorbuto. A adaptação da árvore no país foi tão favorável

que ela chegou a ser confundida com plantas nativas.

2 1873

Mudas de laranja baía foram levadas para a

Califórnia (EUA) de onde se espalharam pelo

mundo todo. Esta variedade surgiu no Brasil,

provavelmente a partir de uma mutação da

variedade seleta.

3 1889

Favorecida pela proximidade do mercado consumidor

e por condições como clima, solo e temperatura, a

citricultura ganhou força no Centro-Sul do Brasil.

4 1927

O governo de SP criou o Serviço de

Citricultura, vinculado ao Instituto

Agronômico de Campinas e à ESALQ-USP.

5 1939

A Segunda Guerra Mundial paralisou quase completamente

as exportações brasileiras de laranja in natura, o que

acarretou uma super oferta da fruta no Brasil. Neste período

inicia-se a produção de suco de laranja pelo sistema

hotpack para atender aos pedidos do exército britânico.

6 1961

A citricultura se expandiu para regiões

de Araraquara e Bebedouro, no interior

do Estado de São Paulo.

7 1963

Instalada a primeira fábrica de suco

concentrado e congelado (FCOJ) do Brasil. No

primeiro ano de funcionamento mais de 6 mil

toneladas de suco foram exportadas.

8 1970

Expansão dos pomares paulistas impulsionada pela

indústria de sucos e pelos estímulos à exportação,

levando o Brasil a ocupar espaço no mercado

internacional.

9 1981

Inovação no sistema de transporte

do FCOJ ao substituir os tradicionais

tambores de aço por caminhões-

tanque e navios de carga a granel, além

da construção de terminais portuários

próprios em 1985.

10

1984

Severa geada nos pomares

da Flórida nos EUA inicia fase

de grande prosperidade da

citricultura brasileira.

11 2003

Inovação no mercado de sucos

com o desenvolvimento e

início das exportações de suco

NFC (Not From Concentrate).

12 2006

Preço do suco de laranja no mercado

internacional atinge patamares recorde.

13 2010

Mais de 50% de todo o suco

de laranja consumido no

planeta sai do Brasil.

Imagem da década de 30, quando se iniciou a indústria produtora de suco

de laranja no Brasil.

9

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BRA

SIl A afirmação de que a laranja encontrou no Brasil o lugar ideal

para se desenvolver pode ser comprovada pela amplitude do

período de colheita. Entre os meses de maio e janeiro é possível

encontrar a fruta em ponto de colheita em alguma região.

Contudo, isso não quer dizer que a produção seja homogênea

ao longo do ano, ao contrário. Entre os meses de setembro e

novembro há uma grande concentração na entrega de fruta

para a indústria.

Mesmo considerando que exista mundo afora uma incrível

variedade de laranjas, no Brasil oito espécies são predomi-

nantes. Nessa conta, há frutas cuja colheita é mais precoce,

assim como há as mais tardias. Hamlin, Pera, Valência e

Pera-Natal são as mais comuns, enquanto variedades como

Baía e Lima são normalmente destinadas ao consumo

in natura.

Atualmente, os pomares do Estado de São Paulo apresentam

55% das plantas com as variedades Natal e Valência e outras

variedades tardias; 23% Hamlin e outras precoces; e 22% com

Pera e outras variedades de meia-estação.

Com variedades diversificadas, o país

consegue ter colheita de laranja em

quase todos os meses do ano

Das laranjas cultivadas no Brasil

é produzido o suco mais bebido no mundo.

Três de cada cinco copos consumidos no

planeta saem das fábricas brasileiras.

A preferência dos citricultores pelas variedades tardias, em

função da sua maior produtividade, ocorreu em detrimento das

variedades de meia-estação, que são bem aceitas no mercado in

natura, levando a um déficit de oferta de fruta principalmente no

mês de setembro e, consequentemente, a uma maior compe-

tição entre a indústria e o mercado in natura nesse período.

Além de ter uma boa aceitabilidade no mercado in natura, a

variedade Pera apresenta maior teor de sólidos solúveis, que

nada mais são do que os açúcares que constituem a matéria-

-prima para o suco concentrado. Esses dois fatores somados ao

déficit de produção exatamente na época em que a laranja pera

está produzindo fazem com que esta variedade consiga preços

mais altos do que o das demais destinadas à indústria.

Com o objetivo de reduzir o período de déficit de oferta, os

produtores estão mudando o perfil dos seus pomares com

o aumento de plantas precoces e redução das tardias. Nos

pomares com plantas entre 0 a 2 anos as variedades precoces

representam 23%. As variedades de meia-estação representam

22% da safra total, ficando com as tardias uma fatia de 53%.

O plantio de diferentes variedades é também uma forma de

manejar o controle de doenças e reduzir os impactos das adver-

sidades climáticas. O aprimoramento das variedades citrícolas

vem sendo feito com técnicas tradicionais de melhoramento.

No cinturão citrícola, uma área de 300 municípios entre São

Paulo e Minas Gerais, no Sudeste Brasileiro, estão localizados

diversos institutos de pesquisa dedicados à laranja, que buscam

soluções para prevenir e combater doenças, e para melhorar a

qualidade das frutas.

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR

Período de colheita por variedade e percentual da produção

Precoces (Hamlin, Westin, Rubi, Pineapple) Meia-estação (Pera) Tardias (Valência e Pera-Natal)

mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr

23%

22%

55%

11

As sete razões que fazem de São Paulo

o mais importante polo citrícola do Brasil:

1. Solo adequado,

2. Água disponível,

3. Chuvas em índices adequados,

4. Topografia,

5. Mão de obra disponível e qualificada,

6. Disponibilidade de insumos e

7. Infraestrutura local.

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Co

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13

Ao longo das bem conservadas rodovias paulistas, em

375 municípios, muitos deles envoltos pela cana de

açúcar, localiza-se o chamado cinturão citrícola. Dividida

em cinco grandes regiões, numa área de mais de 600 mil

hectares, a laranja é a terceira mais importante cultura do

Estado, atrás da de cana-de-açúcar e a pecuária.

a região é responsável por mais de 80% da laranja

do brasil.

Dentro do Estado, a pujança em termos relativos é

ainda maior e, de toda laranja produzida em São Paulo,

93% estão no cinturão. Essa distribuição geográfica da

produção gravita em torno de um estruturado parque

industrial, com quatro grandes indústrias que possuem

14 fábricas em 11 municípios, além de outras fábricas de

pequeno porte.

Historicamente, o Norte de São Paulo é a região mais

importante na produção da fruta, com destaque para

cidades como Bebedouro e Matão. Contudo, por conta de

doenças como o greening e uma significativa mudança

nos regimes de chuva, a citricultura na região Sul do

Estado de São Paulo tem crescido de forma exponencial.

Ao todo, o cinturão citrícola está dividido em cinco

macrorregiões: Centro, Sul, Norte, Noroeste e Castelo.

Em todas elas o clima exerce grande influência sobre

o vigor e a longevidade das plantas cítricas e também

sobre a qualidade e a quantidade de frutos. A laranjeira

(assim como outras plantas cítricas) se adapta melhor

em climas com temperatura entre 23°C e 32°C, com alta

umidade relativa do ar.

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NoRTE 25,81 milhões de árvores

BRASIl

São PAulo

CENTRo 76,28 milhões de árvores

Sul 30,66 milhões de árvores

CASTElo 41,57 milhões de árvores

A cultura da laranja emprega mais de 200 mil trabalhadores em ocupações diretas e indiretas.

A fruta é colhida num ponto correto de maturação para que o suco obedeça a um mesmo padrão de qualidade.

Caminhão carregado com a fruta corta fazenda no interior de São Paulo. Área de pomares no cinturão citrícola chega a 800 mil hectares e a laranja é a terceira mais importante cultura do Estado.

Os pomares convivem em harmonia com as reservas legais, espaços destinados à preservação da fauna e da flora locais. A legislação brasileira é bastante rigorosa e cada produtor deve deixar uma área de 20% de mata nativa preservada.

São PAuloAo longo de 300

municípios, na região Sudeste do Brasil, está a maior concentração de

laranjas do mundo.

Quantidade de árvores nas regiões do cinturão citrícola brasileiro

na safra 2009/10 quase 165 milhões de árvores produziram 397 milhões de caixas de laranja

em apenas 1,2% da área total plantada do país.

NoRoESTE 30,35 milhões de árvores

Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”, 2010.

15

Hoje são cerca de 165 milhões

de pés de laranja que produzem quase

400 milhões de caixas por ano.

A produção da laranja do cinturão citrícola e o seu destino

foram se alterando ao longo do tempo. Em relação à produção,

houve queda de 11% nos últimos 15 anos. Quando se verifica

o comportamento da distribuição desta produção ao longo

do mesmo período, é evidente o aumento da parcela desti-

nada para a indústria e, consequentemente, uma redução da

produção destinada ao consumo in natura.

A parte destinada à indústria saiu de 76% do total da produção do

cinturão em 1995 para 86% em 2009, ou seja, um crescimento

de 10%, ao contrário do que verifica com a fruta destinada ao

consumo in natura, que representava 24% em 1995 e passou

para 14% em 2009, uma redução de 10%.

858

982

1.051 1.006

960

1.001

8541.024

644

653577

783

732817

1.096 1.098 1.340 1.324 1.089 895 1.430 1.072 1.369 1.165 1.369 1.363 1.1331.153

2.4212.328

2.781

2.332

2.814

2.422

2.664

2.236 2.225

2.441

2.626

2.282

2.019

2.433

2.441

Produção São Paulo e Triângulo Mineiro Produção Flórida

1995-96 1996-97 1997-98 1998-99 1999-00 2000-01 2001-02 2002-03 2003-04 2004-05 2005-06 2006-07 2007-08 2008-09

563

1.065

2009-10

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

Produção Mundial

Principais produtores de laranja

Evolução da produção mundial de suco de laranja

Safra 2009-2010

Flórida e são Paulo detêm 81% da produção mundial de suco de laranja.

apenas o estado de são Paulo responde por mais de 53% do total.

Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”, 2010.

25,0% outros

3,3% Irã

3,4% Indonésia

4,9% Espanha

5,1% Egito

6,0% México

6,4% Índia

8,7% China

12,1% Estados unidos

25,2% Brasil

uso de terra no Brasilem milhões de hectares

Brasil - área total

Área plantada

Área plantada com laranja

Área plantada com cana-de-açúcar

Área plantada com café verde

Área plantada com soja

milhões de hectares

851.487

67.660

837

8.140

2.170

21.057

% do total

-

7,9%

0,1%

1,0%

0,3%

2,5%

% da área plantada

-

-

1,2%

12,0%

3,2%

31,1%

Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”, 2010.

17

Quase 165 milhões de árvores no Brasil.

Média de 850 árvores por hectare.

230% de aumento no adensamento dos pomares utilizados em 1980.

39% foi o aumento da produtividade de 1995 a 2008.Pl

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Mais do que plantas e frutas, o setor é uma verdadeira máquina de produzir novas tecnologias para conquistar os melhores padrões de qualidade.

19

1. Mudas são transportadas para as fazendas, onde serão plantadas para, três anos depois, começarem a produzir.

2. Estufas são utilizadas para que as mudas recebam os melhores cuidados quando ainda jovens.

3. Trabalhadora faz os tratos culturais da planta, antes que ela chegue ao ponto de ser levada para um pomar, quando começará sua vida produtiva.

4. Pomares adultos formam enormes labirintos de laranjeiras, dos quais milhões de caixas serão colhidas.

Desde meados da década de 1990 uma mudança estrutural tem

acontecido nos campos brasileiros. Com o avanço das novas

tecnologias de produção e o incremento de ferramentas de

gestão, houve uma sensível alteração na distribuição dos pomares.

Hoje, de toda a laranja fornecida para a indústria, cerca de 65% da

produção para suco vem de pouco mais de 5% dos produtores,

o que demonstra uma grande concentração no fornecimento da

fruta. A indústria, por sua vez, é proprietária de aproximadamente

35% dos pomares.

A vida média das árvores está em torno de 20 anos, o que demonstra

a necessidade de um planejamento de longo prazo. Quem entra no

mercado da laranja não pode pensar em um negócio de ocasião,

principalmente porque a amortização do investimento só começa

a partir do terceiro ano de vida de uma árvore, quando nascem os

primeiros frutos. Isso sem considerar cerca de dois anos, em média,

necessários para o planejamento total do negócio. Isso significa

que o retorno só chega alguns anos depois.

Ainda assim, a laranja tem se mostrado um bom negócio para

produtores mais especializados que trabalham em regime de

economia de escala.

Se comparados aos pomares de outrora, há muita diferença em

relação ao que se fazia 20 anos atrás, quando o número de árvores

era de aproximadamente 250 por hectare.

A principal mudança está na própria tecnologia de produção.

Atualmente, existe um número muito maior de árvores por hectare,

chegando a mais de 800, um incremento de 230%, o que reflete

na produtividade de uma propriedade. Isso porque, em média, uma

árvore produz duas caixas de 40,8 quilos.

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1 2 3 4

Tecnologia desenvolvida nos pomares brasileiros ajuda a incrementar a renda de produtores e indústria.

21

Em 1980, um citricultor conseguia produzir 500

caixas por hectare. Hoje, é possível chegar a mais

de 1.600.

Numa rápida conta, considerando os preços

de mercado spot praticados no Brasil, de

US$ 8,8 dólares por caixa na safra 2009-2010,

isso significa que um produtor com 250 caixas

conseguirá uma receita de US$ 2,2 mil por

hectare, enquanto aquele cujo pomar for aden-

sado alcançará US$ 7,4 mil no mesmo espaço.

Tratando-se de renda, houve também um incre-

mento de 233% só com o aumento do número

de árvores por hectare.

Outra tecnologia que vem ganhando os pomares

brasileiros, principalmente nas áreas mais secas

do Estado de São Paulo, é a irrigação.

Na citricultura existe a possibilidade de adoção

de diferentes sistemas mas, em média, a neces-

sidade hídrica dos citros varia de 900 a 1.200

milímetros de água por ano. A demanda por água

é elevada nos períodos de brotação, emissão de

botões florais, frutificação e início de desenvolvi-

mento dos frutos, sendo menor nos períodos de

maturação, colheita e de repouso. Atualmente,

cerca de 15% dos pomares de SP são irrigados.

Contudo, a necessidade de água, se comparada

à de outras culturas como soja, milho e café,

faz da laranja uma cultura com baixo consumo,

utilizando, basicamente, a chamada “irrigação

de salvamento”.

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O Brasil tem longa tradição

em solucionar problemas e

encontrar novas tecnologias.

3. Técnicos treinados buscam imperfeições e doenças a todo instante.

Muitos avanços na citricultura mundial nasceram

nos pomares brasileiros. O controle do cancro

cítrico, por exemplo, é fruto de pesquisas brasileiras

que ajudaram o mundo a livrar pomares dessa

terrível doença. Hoje, os esforços,em grande parte,

estão voltados para a cura do greening.

Diversos centros de pesquisa trabalham para

desenvolver novas variedades de fruta, assim

como novas tecnologias de produção e formas

de prevenir e combater doenças.

O Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura),

o Centro Apta Citros Sylvio Moreira, a Escola

Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ligada

à Universidade de São Paulo, assim como o

Instituto Agronômico de Campinas, do governo

de São Paulo, são referências na pesquisa e no

desenvolvimento de novas tecnologias.

A indústria processadora e exportadora de suco

de laranja é parceira em muitos projetos, colabo-

rando financeiramente com pesquisas ou usando

os seus pomares como laboratório para novas

descobertas. Os desafios para os próximos anos já

estão definidos. Entre eles, combater as doenças

mais proeminentes, aumentar a produtividade

dos pomares e levar renda aos produtores de

laranja, importantes aliados da indústria. Manter a

citricultura como uma das mais rentáveis culturas

por hectare e seus altos índices de sustentabi-

lidade também estão entre os desafios para o

futuro – que já começou há mais de 40 anos.

1. A mão de obra para cuidar das plantas recebe treinamento especializado.

3. Viveiros especializados em mudas são uma parte importante do negócio.

1. Em pequenas bandejas, com substratos especialmente plantados, tem início a vida de um pé de laranja.

2. Os tratos culturais são importantes para a perfeita condução da planta à fase adulta, quando será transplantada para um pomar.

2. Depois de adulta, a planta floresce com vigor, produzindo frutos espetaculares.

23

A colheita da fruta é uma mistura de trabalho mecânico e manual, tendo os colhedores um papel fundamental neste processo.

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EITA

Do

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uTo

SNo Brasil, devido às condições climáticas e de solo,

há colheita de laranjas durante praticamente todo o

ano. A colheita é feita de forma manual. Em toda a

sua cadeia, o setor emprega mais de 200 mil traba-

lhadores, gerando uma massa salarial de mais de

US$ 600 milhões.

A segurança do trabalho é uma das principais preo-

cupações da indústria processadora e exportadora

de suco de laranja. O Brasil é dono de uma das legisla-

ções trabalhistas mais rígidas do mundo e o apoio ao

trabalhador é uma parte fundamental para o sucesso

desse setor.

Atualmente, a indústria é proprietária de 35% dos

pomares que produzem laranja para suco, dos quais

100% da mão de obra contratada está rigorosamente

enquadrada na legislação vigente. Não há trabalho

infantil ou qualquer tipo de exploração, sendo o setor

constantemente vigiado pelas autoridades compe-

tentes, como o Ministério Público, que garante o

cumprimento da lei.

Os outros 65% da produção estão nas mãos de

pequenos, médios e principalmente grandes produ-

tores. Nesses pomares a relação com os trabalhadores

é constantemente vigiada pelas autoridades brasi-

leiras, cujo combate a distorções nas relações traba-

lhistas tem contribuído para significativos avanços em

toda a cadeia.

Todos esses fatos dão ao consumidor do suco de

laranja brasileiro a certeza de que se trata de um

alimento fabricado com os mais rigorosos padrões

tecnológicos e sociais, gerando e distribuindo riqueza

dentro e fora do Brasil.

Colheita e processamentomaio a fevereiro

SãO PAULOBRASIL

FLóRIDAEUA

Colheita e processamentooutubro a maio

Ano safra

julho a junho

Ano safraoutubro a setembro

25

27

Em muitos países do mundo há severas diferenças entre as leis traba-

lhistas praticadas nas cidades e no campo. Mas não no Brasil, que no ano

de 2005 implantou a chamada Instrução Normativa 31, que trouxe uma

série de novas regras para que os trabalhadores do campo tivessem o

mesmo tratamento que os trabalhadores da cidade e das indústrias.

Quando um copo de suco de laranja produzido no Brasil é servido em

qualquer lugar do mundo, um conjunto de regras sociais é servido junto.

Contribuições sociais, tributos que vão garantir uma aposentadoria para

esses trabalhadores, rígidas normas de saúde e segurança do trabalho,

além de um sem-número de regras que constam na IN 31 viajam o

mundo com a bebida.

Para a indústria brasileira processadora e exportadora de suco de laranja,

nada é mais importante do que garantir que esse alimento tão apreciado

seja produzido em conformidade com os mais rígidos padrões éticos, tão

relevantes para consumidores cada vez mais exigentes.

Com uma massa de mais de 200 mil trabalhadores envolvidos direta ou

indiretamente com a indústria processadora e exportadora de suco de

laranja, há sempre um elo mais fraco que deve ser protegido. Os colhe-

dores de laranja desfrutam atualmente de avançadas condições de

trabalho, se comparadas à de muitos países até mesmo com a de setores

alheios à agricultura.

RElA

çõ

ES

DE

TRA

BAlh

o

As relações de trabalho no Brasil obedecem

a rígidos critérios que garantem as melhores

práticas trabalhistas existentes no mercado.

A citricultura gera, entre empregos

diretos e indiretos, um contingente de

mais de 200 mil postos de trabalho.

uM

Po

MA

R D

E lE

IS

Os equipamentos de proteção individual sofreram

grandes ajustes nos últimos anos. A roupa, desenvol-

vida para dar conforto até nas mais quentes regiões

tropicais do Brasil, protege da ação do sol. Óculos

escuros também fazem parte dos equipamentos,

assim como luvas e botas que oferecem segurança

contra diversos tipos de acidente.

As normas que regulamentam o trabalho no campo

foram desenvolvidas por uma comissão tripartite

composta por membros da Confederação Nacional

dos Trabalhadores Rurais, da Confederação

Nacional da Agricultura e do Ministério do Trabalho

e Emprego. As normas criadas em consenso entre

empresários e trabalhadores foram homologadas

pelo Ministério do Trabalho. Contudo, itens em que

não houve consenso tiveram seu conteúdo arbi-

trado, o que de certa forma transferiu para o campo

boa parte das normas exigidas no trabalho urbano.

Se por um lado isso representou um avanço para

o setor, por outro houve aumento no custo das

operações, o que corrói margens e exige muita habi-

lidade para cumprir regras pensadas para ambientes

urbanos e que necessitam de adaptações não

previstas no código legal.

Ainda assim, a indústria processadora e exportadora

de suco de laranja entende que apenas produtos

socialmente responsáveis têm espaço no mercado

mundial, algo que é cumprido há mais de 40 anos,

numa das indústrias mais tradicionais do País.

Na safra de 2009-10

a produção brasileira foi de

397 milhões de caixas de 40,8kg.

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são de uso obrigatório.

Trabalhadores são obrigados por lei a vestir equipamentos de segurança que são fornecidos pelo empregador.

29

Caminhões carregados de laranja fazem o percurso das fazendas para as fábricas,

milhares de vezes, em centenas de municípios. A logística é parte fundamental da cadeia.

Co

MER

CIA

lIZ

ão

31

A entrega da laranja para o processamento é um ritual que

acontece entre os meses de abril e dezembro. Contudo, há uma

grande concentração entre os meses de setembro a novembro,

quando grande parte da safra chega ao seu ponto de matu-

ração. A venda da fruta acontece na porta da fábrica e cada

produtor pode optar não só pela empresa para a qual deseja

vender como pelo tipo de contrato que atenda melhor às suas

necessidades.

Entre os tipos de contrato mais usados há dois grandes grupos.

A venda no mercado spot, em que o produtor recebe a cotação

do dia pela sua fruta, e os contratos de médio e longo prazo,

– neles o produtor pode optar por variáveis de preço mínimo

e máximo, dependendo da sua estratégia de comercialização.

Há ainda aqueles fornecedores de fruta que fazem os dois tipos

de negociação: travam seus custos com contratos de médio

e longo prazo e usam o mercado spot como uma forma de

apostar no mercado.

Cada tipo de contrato oferece riscos e vantagens. Nas safras de

2007-2008 e 2008-2009, produtores que possuíam contratos

de longo prazo foram beneficiados em relação àqueles que

optaram pelo mercado spot.

Já na safra 2009-2010 ganhou dinheiro quem optou por

vender a laranja no mercado físico. Não há um modelo perfeito

e o agricultor deve estudar os prós e contras de cada modelo e

optar pela estratégia que o remunere melhor.

Co

MER

CIA

lIZ

ão

FoRM

ão

DE

PREç

oSAssim como no mercado de outras commodities, o de laranja está influenciado pela lei

da oferta e demanda. Contudo, não é somente o consumo que determina a formação

dos preços, visto que em quase uma década não há grandes variações nos volumes

exportados pelo Brasil. O fator que mais determina o preço da caixa de laranja e do suco

por consequência é a oferta de fruta, influenciada pelos dois grandes parques citrícolas

no mundo: São Paulo (Brasil) e Flórida (EUA).

Conforme demonstra o gráfico abaixo, as altas e baixas tanto na caixa de laranja quanto

nas cotações do suco em Nova York estão diretamente atreladas a efeitos climáticos que

têm impacto sobre a oferta de frutas.

O valor que a indústria paga pela laranja é decorrente dos preços internacionais

correntes e futuros do suco, bem como das expectativas do mercado quanto à oferta e

à demanda futura de laranja, no momento em que cada contrato de compra de laranja

é negociado.

Outros fatores a serem considerados na competitividade são o imposto de importação

pago nos Estados Unidos e na Europa para a entrada do suco de laranja nacional e os

custos logísticos e portuários que incorrem sobre o produto brasileiro para ser transpor-

tado até esses destinos.

Alguns tipos de contrato:n Contratos de longo prazo com preços fixos predeterminados;

n Contratos de longo prazo com ou sem preço mínimo garantido e com gatilhos de preços indexados às médias auditadas, obtidas dos preços de venda das indústrias aos engarrafadores;

n Contratos de longo prazo com ou sem preço mínimo garantido diretamente ligado às cotações diárias e médias anuais do preço da commodity na Bolsa de Nova York;

n Contratos de compra de laranja durante o período da safra ao preço do dia, o chamado mercado spot ou portão; e

n Contratos de arrendamento ou parceria agrícola de longo prazo.

Destino da produção de laranja no cinturão citrícola

14%consumo in natura

86%disponível para indústria

Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”. Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR.

Do total disponível para a indústria

15%utilizado para NFC

85%utilizado para FCOJ

Análise comparativa da produção e do consumo de suco de laranja em equivalente 66o brix e o preço do FCoj na Bolsa de Nova York

Produção Demanda Cotação NY

2.700

2.600

2.500

2.400

2.300

2.200

2.100

2.000

1.900 2003-04 2004-05 2005-06 2006-07 2007-08 2008-09 2009-10

Prod

ução

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66OBr

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uS$ 190

uS$ 170

uS$ 150

uS$ 130

uS$ 110

uS$ 90

uS$ 70

uS$ 50

2008-09 e 2009-10Duas safras pequenas tanto no

Brasil como na Flórida diminuem os estoques mundiais de suco

e elevam as cotações na bolsa a partir de meados de 2009

2003-04Estoques de suco muito elevados, em função de boas safras no Brasil e na Flórida, mantém cotações de Nova York baixas.

2004-05 e 2005-06Sucessivos furacões na Flórida diminuem a produção de suco na região, elevando as cotações em Nova York para patamares recorde.

2006-07 e 2007-08Combinação de boas safras no Brasil e na Flórida, além da queda na demanda de suco seguindo a tendência iniciada em 2004-05, elevam demasiadamente os estoques mundiais pressionando as cotações da bolsa para fortes baixas na safra 2008-09.

uS$ 66,95

uS$ 83,91

uS$ 124,30

uS$ 180,83

uS$ 127,92

uS$ 85,74

uS$ 122,55

Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”. Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR.

33

PRo

CES

SAM

ENTo

As fábricas estão equipadas para receber centenas de caminhões por dia.

Depois de descarregadas, as frutas são imediatamente armazenadas,

começando o processo de retirada e industrialização do suco de laranja.

35

Nas páginas seguintes será possível conhecer um pouco da

indústria brasileira responsável por fabricar o suco mais consu-

mido no mundo. Trata-se de um processo em grande escala,

que lança mão de modernas tecnologias de produção aliadas

a um dos melhores ambientes para se produzir a fruta em todo

o planeta.

A qualidade da bebida também é testada no que diz respeito

a contaminantes, sabor e aroma. Isso possibilita um padrão

de qualidade constante, mantendo sempre as mesmas

características.

As principais etapas são:

PRo

CES

SAM

ENTo

A indústria capta apenas 25%, em média, da água utilizada, o restante vem do processo de concentração do suco.

Moderna e sustentável: a indústria brasileira é pioneira em boas práticas agrícolas e industriais.

1. Recebimento da fruta Amostras de frutos são retiradas de cada caminhão para análise do rendimento do suco, grau Brix, acidez e cor.

2. Armazenamento nos bins Depois da recepção e da inspeção, os frutos são

armazenados nos bins, que são silos de estocagem.

3. Lavagem dos frutos Os frutos passam por mesas de lavagem onde há esguichos na parte superior e escovas de plástico na área inferior, para realizar a limpeza dos frutos mecanicamente, com ou sem o auxílio de detergentes.

4. Seleção e classificação Os frutos são escolhidos por operadores em mesas de seleção. Os danificados e amassados são removidos e

os demais vão para classificadores que os separam por tamanho e os encaminham às linhas de extração.

5. Extração Os frutos são separados de acordo com seu tamanho para que possam ser processados pelas linhas de extratoras adequadas ao tamanho da fruta, nelas o suco é extraído mecanicamente.

6. Mistura e homogeneização Após a extração e concentração, o suco é

avaliado tecnicamente segundo aparência e sabor ideais para exportação.

37

Estrela desse mercado, o suco concentrado é o grande

responsável pelo sucesso da bebida no mundo. A maior parte

da água é retirada da bebida dentro dos evaporadores. Esse

processo inativa os micro-organismos responsáveis pela

degradação do líquido.

Após o processo de separação, o suco vai para um evapo-

rador especialmente desenvolvido para a indústria de cítricos,

em que os componentes voláteis são separados e depois

recuperados.

Ao fim deste primeiro estágio, um produto que entrou com

níveis de açúcares (sólidos solúveis) totais de 10 a 11 Brix

termina com um teor de 66 ou 65 Brix – padrão do FCOJ.

No processo de concentração, o suco perde uma fração volátil

em que estão as essências.

Os componentes recuperados são as essências, em fase aquosa

e oleosa, que são vendidas para companhias que produzem

aromas e fragrâncias. Em alguns casos, o suco passa por um

processo de homogeneização, diminuindo sua viscosidade

para otimizar a evaporação.

O suco concentrado é refrigerado e misturado a outras quan-

tidades do mesmo produto para chegar a um padrão de quali-

dade ideal. Em seguida, vai para tanques de armazenamento

refrigerados em temperatura de congelamento. Ali pode

permanecer estocado por um período de até dois anos.

O sistema de estocagem a granel é chamado no setor de tank

farms. Nesses tanques o suco fica armazenado até o transporte

por caminhões-tanque para o porto.

o S

uC

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Do

o S

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ão

C

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TRA

DoEm meados dos anos 2000 uma novidade começou a chegar aos

terminais europeus. Um suco de laranja com características um

pouco diferenciadas das do tradicional suco concentrado. Esse é o

NFC – ou simplesmente suco pronto para beber.

Em vez de ter a água extraída no processamento para depois ser

reconstituída após ser comprada por engarrafadores, essa bebida é

pasteurizada com a própria água da laranja. Trata-se de um produto

de qualidade superior em termos de paladar, visto que se assemelha

ao suco espremido na hora, um privilégio que poucos países no

mundo podem ter.

O produto final é armazenado por até um ano, congelado ou

resfriado. Como o suco não concentrado ocupa um volume cinco

a seis vezes maior que o concentrado, o custo de armazená-lo

resfriado é alto. Além disso, sua cadeia de armazenagem e distri-

buição é asséptica.

Outra diferença do NFC em relação ao suco concentrado é

que ele torna-se sólido quando congelado, impedindo que seja

bombeado. Por isso, para pequenas quantidades exportadas, o

suco não concentrado é envasado em tambores, o que significa

um custo mais alto, se comparado às vendas a granel. Para grandes

quantidades de não concentrado, o armazenamento geralmente

é feito por meio de tanques assépticos com capacidade para até

quatro milhões de litros.

O suco deve ser agitado periodicamente para evitar a separação

entre o suco e os sólidos dissolvidos e manter a uniformidade do

grau Brix. No Brasil, onde a maior parte do suco é destinada para

exportação, os tanques assépticos são instalados nos terminais

portuários e não nas fábricas. Para evitar a repasteurização do suco

antes do embarque, foram desenvolvidas tecnologias que permitem

o transporte em navios especialmente destinados para este fim.

39

uM

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, M

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S PR

oD

uTo

SO negócio envolvendo a laranja vai além dos sucos concentrado e

não concentrado. Existe um mercado pujante, responsável por cerca

de 7,5% do negócio com a fruta, que diz respeito aos subprodutos.

Há três grandes grupos de subprodutos: os terpenos – responsáveis

pela fabricação de alguns tipos de resinas e solventes biodegradá-

veis–, os óleos essenciais – que dão origem aos aromas e fragrân-

cias – e por fim o bagaço – que pode se transformar em ração para

animais, entre outras utilizações.

Após a separação do suco e da polpa, essa passa ainda por um processo

onde são removidos componentes não desejados, como o bagaço e

as sementes. A polpa “limpa” é enviada para equipamentos em que há

um novo processo de pasteurização, ou tratamento térmico, sendo

em seguida congelada antes de ser enviada para armazenamento.

Se a polpa restante após a extração do suco não for utilizada para

fins comerciais, ela pode ser lavada para extrair substâncias dissol-

vidas no suco. Esse produto é chamado pulp wash, ou suco da

polpa, e pode, se a legislação permitir, ser misturado com o suco na

linha de produção, antes da concentração.

A emulsão de óleo e água proveniente do processo de extração do

suco possui também outras substâncias, como partículas de casca

e polpa, pectinas e açúcares. O objetivo é recuperar o óleo da casca

removendo as outras substâncias e perdendo o mínimo de óleo

possível nesse processo, que ocorre por meio de duas etapas de

centrifugação. É economicamente recomendável incluir um sistema

de prensagem e secagem da casca e resíduos sólidos da laranja em

grandes fábricas de processamento de suco. Os frutos rejeitados no

recebimento, a casca e o bagaço que resultam da extração, bem

como a polpa e outros sólidos, são enviados para o secador, onde

são secos e “peletizados” para servir de ração fibrosa para alimen-

tação animal.

os subprodutos da laranja e do suco de laranjaA cada 1.000 kg de laranja são extraídos 553 kg de suco, e o restante são subprodutos

% de suco nos diferentes tipos de bebidas:

o suco de laranja pode ser apresentado ao consumidor em três formas distintas:

Concentrado

Parcialmente desidratado, do qual foi

removida parte da água natural.

integral

Sem adição de açúcares e na sua

concentração natural.

reconstituído

A partir do suco concentrado, com adição de

água. Deve atender aos mesmos parâmetros de

qualidade do suco integral.

Fonte: The Orange Book, Tetrapak

suco553 kg1.000 kg

Polpa: 30 kg aroma essencial: 1,1 kg

óleo essencial: 0,1 kg

óleo da casca: 3 kg

Concentrado 65º brix: 100 kg

Casca, bagaço e sementes: 413 kg água evaporada : 452 kg

Partes da laranja

semente

segmento de óleo

segmento de suco

flavedo

núcleo central

albedo

parede do segmento

Aproveitamento da laranja:

0,5% fase aquosa

0,1% fase oleosa

2,7% gomos

0,9% d-limoneno

1,8% óleos essenciais

44,8% suco de laranja

49,2% pele, semente e

bagaço

suco

100% de suco puro,

extraído da fruta.

néctar

de 99% a 25% de

suco, dependendo da

legislação vigente.

refresco

abaixo de 25% de

suco, sendo que em

muitos países não

passa de 3% a 5%.

41

Das fábricas até os mais longínquos lugares,

o suco de laranja brasileiro é transportado

por indústrias produtoras com tecnologia

de conservação, refrigerada para o

concentrado e asséptica para o NFC.

As empresas se especializaram nesta logística

extremamente complexa.

Navios-tanque, especialmente destinados

ao transporte de suco de laranja, saem do Porto

de Santos, no Brasil, carregados com milhares

de toneladas de suco de laranja concentrado

e NFC. Essa é uma operação complexa,

na qual a bebida é movimentada das fábricas

para os caminhões-tanque até os terminais

de suco a granel no Porto de Santos e

bombeada para os navios de suco de laranja

sem contato com o ambiente externo.

Cada uma das empresas exportadoras é

proprietária ou freta terminais e navios no Brasil,

Europa e Estados Unidos, principais destinos

do suco de laranja brasileiro. Mas o suco de

laranja brasileiro também chega a lugares mais

distantes como China e Oriente Médio. loG

ÍSTI

CA

43A v

IAG

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E u

M S

uC

o G

loBA

lUm navio pode transportar até 40 mil toneladas de suco

de laranja concentrado, partindo do Porto de Santos

– no litoral de São Paulo–, o Estado é o berço da citri-

cultura brasileira. Pela frente, terá de vencer o Oceano

Atlântico ou Pacífico até despejar a preciosa bebida em

distantes terminais na Europa, nos Estados Unidos, na

Ásia e na Oceania.

Desde que é produzido até chegar aos engarrafadores

que fazem seus blends e vendem a bebida para o varejo,

não há sequer contato da bebida com o ambiente

externo, o que faz também da indústria produtora de

suco de laranja uma indústria logística.

O transporte desse produto é geralmente realizado em

tambores refrigerados de caminhões-tanque ou navios-

-tanque. Uma pequena parte é embalada em sacos

assépticos que são acondicionados em tambores para

transporte posterior em contêineres refrigerados.

Os maiores processadores brasileiros possuem seus

próprios terminais no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos,

no Japão e na Austrália e há diversos navios desenvolvidos

exclusivamente para o transporte do suco concentrado

congelado e de outros produtos cítricos a granel.

Há duas maneiras de se transportar o suco não concen-

trado: congelado ou resfriado. Ambos sob condições

assépticas. O problema do transporte de NFC conge-

lado é que, diferentemente do suco concentrado, que

mesmo congelado fica viscoso, mas é ainda “bombe-

ável”, o suco não concentrado (NFC) se torna um bloco

de gelo, portanto, exige o transporte em contêineres

refrigerados, com uma logística diferenciada.

40 mil toneladas

é a capacidade máxima de transporte

de um navio de suco de laranja

45

Navios refrigerados levam o suco de laranja.

Caminhões termicamente isolados deixam a fábrica.

Caminhão-tanque em direção ao Porto de Santos.

Carregamento de navio sem contato com o ambiente externo.

Ininterruptos: a cada 10 minutos nos 365 dias do ano um caminhão de suco desce a Serra do Mar.

47

loG

ÍSTI

CA

E

DIS

TRIB

uIç

ão A expansão da produção de suco não concentrado (NFC) no

Brasil no final dos anos 90 levou ao desenvolvimento de trans-

porte marítimo a granel para suco resfriado. O mais comum é

utilizar sacos de uma tonelada, transportados em recipientes

que são colocados em contêineres refrigerados.

O transporte de suco concentrado e não concentrado para

outros continentes tem sido melhorado por meio de pesados

investimentos em novas tecnologias desenvolvidas pelos

grandes produtores de suco. Hoje em dia, o uso de navios

próprios para transporte dos sucos reduz custos e garante que

sua qualidade seja mantida até a chegada ao destino.

Em grandes portos da Europa, em Roterdã, na Holanda, Ghent

e Antuérpia, na Bélgica, há terminais exclusivos para o recebi-

mento de suco de laranja concentrado a granel. Esse tipo de

terminal é encontrado também na Flórida e em Nova Jersey, nos

Estados Unidos, no Porto de Toyohashi, no Japão, e no Porto de

New Castle, na Austrália.

Transporte do suco de laranja da fábrica aos engarrafadores

proc

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dust

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FCoj

Caminhão-tanque congelado

Caminhão-tanque congelado

Terminal congelado Terminal congelado

Navio-tanque

Caminhão refrigerado Caminhão refrigerado Blending houseTerminal congelado/refrigerado

Terminal congelado/refrigerado

Navio-tanque

Caminhão-tanque congelado/refrigerado

Caminhão-tanque congelado/refrigerado

Terminal congelado Terminal congelado

Navio-tanque

FCoj/NFC

NFC

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BID

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ENG

ARR

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A partir do navio-tanque, os produtos são bombeados para linhas

de recepção que alimentam tanques localizados no continente.

Destes tanques, são enviados para estações de mistura, em que

concentrados de diferentes tipos são misturados para atingir um

produto que atenda às demandas dos consumidores.

Nessa fase, podem ser adicionados outros ingredientes e,

posteriormente, o suco é bombeado para caminhões-tanque

que vão distribuí-lo.

No caso do suco não concentrado, também há terminais

específicos para recebimento e descarga do produto. Antes

da descarga dos navios, são recolhidas amostras dos tanques

internos para confirmar que o suco é microbiologicamente

aceitável. O sistema de encanamentos é esterilizado e o suco é

transferido dos navios para o armazenamento no porto. Na área

de recebimento do suco há equipamentos para pasteurização,

caso ela seja necessária.

49

O suco de laranja brasileiro é uma das

bebidas mais consumidas no mundo.

Na categoria de sucos tem 34% de

participação. Entre todas as bebidas,

tem 0,91% do mercado global.

Mas a cada dia o mesmo mundo que prefere

o sabor laranja diminui a sua demanda e

a queda tem sido de 1,6% no consumo

mundial, ao ano.

Co

NSu

Mo

Mu

ND

IAl

51

Co

NSu

Mo

Mu

ND

IAl Com uma participação de 34% no mercado de sucos,

o sabor laranja é uma das bebidas mais tomadas no

mundo. Entre todas as opções, é dono de 0,91% do

mercado global. Essa é uma liderança conquistada

graças a uma série de fatores que vão desde um sabor

mundialmente aceito até a possibilidade de abastecer

os diversos mercados no mundo com frequência. Mas

as notícias mais recentes não são tão boas assim. Na

última década, o consumo vem caindo a uma taxa de

1,6% ao ano. Nos EUA, responsáveis pelo consumo

de 38% de todo o suco bebido no mundo, a queda

na demanda por suco de laranja foi de quase 25% na

última década. Os motivos para essa inversão estão

diretamente ligados ao crescimento de outras bebidas

que vêm roubando participação de mercado. Nos

últimos anos, as águas engarrafadas são as bebidas que

mais crescem. A categoria de sucos também apresenta

crescimento, porém, o suco de laranja vem perdendo

mercado. Um dos grandes fatores é a entrada de novas

bebidas, como multivitamínicos e a expansão dos

sabores uva e maçã.

Na China, cuja numerosa população sempre se destaca

como um mercado potencial, alguns hábitos de

consumo barram o crescimento do suco de laranja. Tal

realidade implica num grande desafio aos produtores

de suco de laranja, que já observam a necessidade de

reposicionar o seu produto no mercado mundial.

Outro desafio está em contornar a concorrência

chinesa. Grande produtora de maçã, a China tem forne-

cido matéria-prima para a fabricação de diversos tipos

de suco dessa fruta, cujo paladar também consta entre

os favoritos do público europeu e acarreta uma disputa acirrada

com a laranja. O principal fator, porém, está no preço. Com uma

moeda desvalorizada, o produto chinês chega à Europa muito

mais barato, pressionando outras bebidas.

Outro ponto importante está nos hábitos culturais de países

emergentes, localizados no Oriente Médio e na Ásia. Essas

populações não têm o costume de consumir suco 100%.

Refrescos e néctares são mais comuns, o que gera impacto

sobre as vendas, pois contêm apenas uma porcentagem de

suco. A saída, portanto, é fazer com que europeus e ameri-

canos bebam ou voltem a beber mais suco de laranja, uma

missão difícil, mas factível.

O principal concorrente do suco de laranja

brasileiro é justamente o suco de maçã, cujo

sabor é apreciado principalmente na Europa e

nos Estados Unidos e é vendido a preços baixos

graças à China, principal produtor da bebida.

Evolução do mercado mundial de bebidas

Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”. Elaborado por Markestrat a partir de dados da Euromonitor.

Em bilhões de litros

Bebidas à

base de leite

outros

Café quente

Chá quente

vinho

Cerveja

Água

Refrigerantes

Refrescos

Sucos e néctares

leite

aromatizado

leite branco

20092003 2005 2006 20082004 2007

12,8%

1.567

4,0%

7,1%

8,2%

20,9%

11,2%

15,3%

12,5%

2,7%2,6%

3,3%

6,7%

9,0%

20,4%

11,2%

12,8%

14,0%

14,8%

2,2%2,8%

1.2703,5%

6,8%

8,6%

20,6%

11,1%

13,7%

13,5%

2,3%2,8%

14,1%

1.3663,9%

7,0%

8,2%

20,6%

11,5%

14,6%

13,1%

2,5%2,7%

13,3%

1.488

3,9%

7,1%

8,1%

20,6%

11,4%

15,0%

12,9%

2,6%2,7%

13,8%

1.524

3,7%

6,9%

8,4%

20,6%

11,4%

15,3%

13,3%

2,2%2,8%

13,7%

1.428

3,5%

6,8%

8,8%

20,5%

11,1%

13,2%

13,8%

2,2%2,8%

14,5%

1.310

53

Levando-se em conta os 40 países que mais compram

suco de laranja do Brasil, o que representa 99% do

consumo mundial do sabor laranja, uma análise deta-

lhada mostra que, dos 63,5 bilhões de litros consumidos

de bebidas de frutas prontas para beber, 20,4 bilhões

foram do sabor laranja e 7,5 bilhões do sabor maçã.

Entretanto, no período de 2003 a 2009, na categoria

de sucos, foi observada uma maior diversificação nos

sabores consumidos, com uma redução da demanda

anual pelos sabores laranja e maçã em, respectivamente,

1,6% e 2,3% e aumento da procura pelos sabores tomate

e multifrutas, respectivamente de 2,6% e 1,3%. No caso

dos néctares e refrescos, o volume do sabor laranja

cresceu, mas em menor proporção quando comparado

aos sabores pêssego, uva, manga e multifrutas.

Essa diversificação nos sabores consumidos e a conse-

quente perda da participação no mercado pelo sabor laranja

têm contribuído para a redução na demanda mundial de

suco de laranja, que registra uma queda de 1,6% ao ano.

A situação é ainda mais grave nos maiores mercados consu-

midores de suco de laranja, EUA e Alemanha, que entre 2003

e 2009 apresentaram queda de, respectivamente, 15% e

26% no consumo de suco de laranja (em FCOJ equivalente).

Esse comportamento não é o que se esperava analisando

os principais dados demográficos dos 40 países que

juntos representam 99% da demanda mundial do sabor

laranja. Ao contrário do consumo de suco de laranja que

caiu 6% no período, os índices demográficos mostraram

crescimento: a população aumentou 5%, o PIB total 51%,

o PIB per capita 43% e a renda líquida per capita 40%.

ExPo

RTA

çã

oDesde a década de 80, o Brasil é o maior produtor e exportador

de suco de laranja industrializado, produzindo mais de 50% do

volume mundial e exportando 98% de sua produção.

Aproximadamente 85% do suco de laranja exportado mundial-

mente é proveniente do Brasil. Em nenhum outro setor o Brasil

exerce uma posição de liderança tão isolada.

São exportados o suco de laranja concentrado e congelado ou

FCOJ (Frozen Concentrate Orange Juice) e o suco não concen-

trado ou NFC (Not From Concentrate). Para desenvolver tecno-

logias que permitissem exportar grandes quantidades a granel

por milhares de quilômetros de distância sem perder qualidade,

foram necessários anos de pesquisa e investimentos em infra-

estrutura e logística.

Os principais mercados consumidores do suco concentrado são

a Europa, que importa aproximadamente 70% do suco brasileiro,

e os Estados Unidos, que importam aproximadamente 13%. O

restante está dividido entre outros países, com destaque para

Japão e China. Entre os fatores que limitam uma maior diversi-

ficação nas importações estão questões de renda per capita,

logística e principalmente hábitos de consumo. Em alguns países

a preferência é pelos néctares e refrescos, produtos com pouca

quantidade de suco.

Apesar de sua liderança mundial, o suco de laranja brasileiro

enfrenta diversas barreiras tarifárias que diminuem sua compe-

titividade no mercado internacional.

Além disso, o suco brasileiro precisa atender a uma série de

exigências técnicas que envolvem questões fitossanitárias, de

embalagem, de consistência na qualidade do produto, regu-

laridade na entrega, conformidade com o Codex Alimentarius,

respeito às legislações gerais e locais para o comércio de

alimentos, entre outras.

26%

América do Norte

74%Europa

Destino do NFC brasileiro de 1990 a 2000

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil e SECEX/MDIC

* Outros: licor, chá, bebidas à base de café, bebidas energéticas, bebidas com sabor de fruta concentrada ou em pó.Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”. Elaborado por Markestrat a partir de dados da Euromonitor.

Consumo mundial de bebidas1.567 bilhão de litros (2009)

2,7%Refrescos

2,6%Sucos e néctares

0,9%Leite

aromatizado

participação de consumo

1,8%Vinho

4,0%Bebidas à

base de leite

8,2%Café quente

11,2%Cerveja

12,5%Refrigerantes

12,8%Leite branco

15,3%Água

7,1%Outros*

20,9%Chá quente

55

Evolução da quantidade e do valor financeiro das exportações de suco de laranja

1.619

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

Qua

ntid

ade

em m

il to

nela

das

NFC equivalente a 66oBrixFCOJ Valor Exportado (US$ milhões)

200

0

200

1

2002

2003

200

4

200

5

200

6

200

7

200

8

200

9

Val

or e

xpor

tado

em

US$

milh

ões2 .500

2.000

1.500

1.000

500

0

25

51 60

83 103

145 169 171

1.034845 1.041

1.193 1.058 1.111

1.469

2.2521.997

1.277 1.348 1.189 1.312 1.254 1.320 1.208 1.271 1.122 1.130

Destino do FCoj brasileiro por década e em 2009 América do Norte Europa Ásia Outros continentes

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%Década 1970 Década 1990 Em 2009Década 2000Década 1980

3%

64%

33%

2%

2%

43%

53%

2%9%

63%

26%

3%

11%

70%

16%

4%

13%

71%

13%

Alíquota de imposto de importação para o suco de

laranja brasileiro – 2009

País/região

Europa

Estados unidos

japãoCoreia do Sul

China

Austráliaoutros destinos

Alíquota do Imposto de Importação

FCoj 15,20%NFC 12,20%FCoj uS$ 415/ton.NFC uS$ 42/ton.25,50%54%7,5% para o suco abaixo de -18o e 30% para sucos na temperatura acima de -18o

5%isentos

O México tem isenção até alcançar o volume de 30 mil toneladas por ano. No entanto, as exportações mexicanas atuais para a Europa não atingem essa quantidade, ficando,

portanto, isentas de tributação.

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC.

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de dados da SECEX.

57

SuST

ENTA

BIlI

DA

DEO nome da ilha de Curaçao se origina da

palavra curação (arte de curar), nome dado por navegadores portugueses que viram ali a

cura dos doentes atacados por escorbuto que teriam sido salvos pelas vitaminas do fruto que

ingeriram na ilha, a laranja.

O tempo de vida de uma árvore de citros é de até 100 anos.

América do Norte e Europa respondem por 88% de todo suco de laranja

industrializado consumido no mundo.

59

SuST

ENTA

BIlI

DA

DEAinda em construção mundo afora, não existe um conceito de

sustentabilidade que seja totalmente aceito e não há fórmula para

determinar o que será desse conceito no futuro. Contudo, um

conceito bastante utilizado e aceito é o formulado pela Comissão

Brundtland em 1987, segundo o qual “desenvolvimento sustentável

é o desenvolvimento que atende às necessidades presentes sem

comprometer a habilidade de gerações futuras atenderem suas

próprias necessidades”. O campo de desenvolvimento sustentável

divide-se em três pilares: ambiental, econômico e sócio-político.

Para que um produto seja sustentável é preciso que não haja dese-

quilíbrio entre esses três pilares, ou seja, a produção deve ser social-

mente justa, ambientalmente correta e economicamente viável.

Se falta algum desses conceitos, a sustentabilidade não se aplica.

O Brasil é signatário dos principais tratados sobre meio ambiente,

tais como o Protocolo de Kyoto, e sua legislação ambiental é ampla-

mente reconhecida como sendo uma das mais rigorosas do planeta.

No caso do suco de laranja, é possível dizer que esse suco tão

conhecido é a bebida do futuro. Isso porque ele consegue agregar

uma série de valores desde a sua produção que culminam com a

criação de um alimento saboroso, nutritivo e que preserva o mundo

em que vivemos.

No processo de fabricação do

suco de laranja brasileiro, a água retirada

para a concentração da bebida é

reutilizada no sistema, incorporando

grandes benefícios ambientais.

Tendo o mercado europeu como seu principal importador, as

indústrias brasileiras são signatárias do código de conduta e

fazem parte do sistema de controle voluntário da SGF (Sure,

Global, Fair), entidade internacional fundada em 1974 e

baseada na Alemanha com a missão de promover segurança

e qualidade dos produtos à base de frutas, além de garantir

um comércio justo. A SGF possui mais de 600 membros em

60 países e realiza periodicamente inspeções nas instalações

industriais para avaliar aspectos de higiene e de sustentabili-

dade ambiental, social e econômica.

O código de conduta seguido por seus membros estabelece

padrões a serem seguidos com relação a aspectos traba-

lhistas, de acordo com o determinado pela Organização

Internacional do Trabalho. Em termos de sustentabilidade

ambiental, estabelece que devem ser identificados quaisquer

impactos negativos da cadeia de suprimentos sobre o meio

ambiente e utiliza do mínimo possível de agroquímicos.

No âmbito da SGF, a indústria brasileira foi pioneira na criação

do projeto QUISEE (Quality Initiative South and East European

Countries), criado em 2001 para promover o comércio

justo e o crescimento do mercado de sucos e

néctares no mercado europeu ampliado.

O suco do futuro,

direto do presente.

Como um setor exportador com 40 anos

de idade se reinventa e se torna o produtor

de uma das mais sustentáveis bebidas

de que se tem notícia no mundo.

61

A sua produção tem sido extremamente sustentável ao

longo dos últimos anos. Ao todo, os laranjais que fornecem

a fruta para a indústria processadora de suco de laranja

ocupam uma área de apenas 600 mil hectares. Isso corres-

ponde a 10% do total ocupado pela cana-de-açúcar e a

0,86% da área plantada no Brasil.

A produtividade nos pomares paulistas aumentou 39%

entre 1995 e 2008, como resultado de pesquisas e inves-

timentos. A produção citrícola está localizada no Estado

de São Paulo, e atende a rigorosas legislações ambientais

que exigem a preservação de mata nativa e a obrigato-

riedade de respeitar áreas de preservação permanente,

entre outras. A citricultura não desmata e não promove

mudanças diretas ou indiretas no uso da terra.

Do ponto de vista social, as cidades que possuem pomares

de laranja possuem seus índices de desenvolvimento

humano (IDHs) bastante elevados, se comparados ao de

cidades produtoras de outras commodities. Ao todo, mais

de 10 mil produtores tiram seu sustento da terra nego-

ciando laranja com a indústria, mas o que mais impressiona

na produção do suco de laranja é a relação da indústria

com uma das principais fontes da vida: a água. Nas fábricas,

procura-se usar o mínimo possível de água proveniente da

rede de abastecimento ou de cursos de água. Em média,

uma indústria capta apenas 25% da água necessária, ao

passo que o restante provém do processo de concen-

tração do suco, que exige que a água seja evaporada. Em

vez de simplesmente jogar fora esse patrimônio, a água

evaporada é reutilizada para diversas funções dentro da

própria estrutura industrial, tais como lavagem de frutos e

limpeza dos equipamentos.

Além disso, as fábricas possuem estações de trata-

mento para efluentes líquidos e não há geração de

resíduos sólidos, uma vez que todas as partes da

fruta são aproveitadas.

Outro ponto importante está na mensuração das

emissões de carbono, uma exigência dos consu-

midores preocupados com o destino do planeta.

Em 2010, a indústria brasileira realizou um estudo

em que praticamente todo o setor exportador de

sucos cítricos é mapeado. Da produção da fruta,

passando pelos processos agrícolas e industriais,

transporte terrestre, transporte marítimo até os

terminais europeus, tudo foi calculado. Contudo,

segundo especialistas, não é possível medir a

pegada de carbono com base apenas em uma

safra e novos cálculos serão feitos nos próximos

anos para que seja possível identificar um número

de toda a cadeia de produção citrícola.

Mundo afora diversos segmentos da economia vêm

buscando mensurar as suas emissões, mas o suco

de laranja brasileiro será o primeiro caso em que

todo um setor terá a sua medição. Esse é um passo

importante para mostrar a preocupação de produ-

tores brasileiros não só com a saúde de seus negó-

cios, mas com a saúde do planeta em que vivemos.

Para a saúde humana, o suco de laranja é um

grande aliado. Além dos já conhecidos benefí-

cios da vitamina C, é uma bebida que não possui

gordura, sódio e açúcar refinado, no caso do suco

100%. Bom para quem bebe, para quem produz e

para o planeta.

SGF - SURE, GLOBAL, FAIRA cada dois anos, as indústrias são visitadas para

verificar a conformidade de suas atividades com

o código de conduta. Na última visita (2009-10), a

SGF reportou que não encontrou trabalho infantil

ou forçado e que as indústrias brasileiras produtoras

de suco colaboram com as comunidades dos

locais onde estão inseridas, patrocinando eventos

culturais, apoiando projetos sociais e empregando

trabalhadores da região.

CARBON FOOTPRINTA CitrusBR possui um subcomitê de sustentabilidade,

formado por representantes das empresas associadas,

cujo objetivo é discutir, com atores nacionais e

internacionais, assuntos importantes relacionados à

sustentabilidade, tais como carbon footprint, uso

da água, utilização de resíduos, práticas agrícolas

sustentáveis, entre outros. O conceito de carbon

footprint é uma ferramenta importante para identificar

oportunidades para a redução da emissão de gases de

efeito estufa (GEEs) no setor que produz suco de laranja.

SGF

63

Reciclagem de LixoAs Unidades Industriais,

através de coleta seletiva,

captam e enviam para

reciclagem: papel, plástico,

vidro, latas metálicas, etc.

Todo o material é doado para

cooperativas associadas

às prefeituras, gerando renda,

emprego e desempenhando

um trabalho social

importante nos municípios

do cinturão citrícola.

Reciclagem dos Resíduos

Os resíduos gerados

na produção industrial

de suco são aproveitados

na fabricação de farelo

de polpa cítrica.

Dessa forma evita-se a

emissão de

resíduos sólidos.

Reúso da ÁguaA água residual

do processo de

concentração de suco

de laranja, também

chamada de

“condensado”, é usada

para ferti-irrigação,

lavagem de frutas

e em outros processos

industriais. O sistema

beneficia o

meio ambiente porque

reduz a necessidade

de captação de água

nos cursos de água ou

na rede de

abastecimento.

Poluição e Uso Racional da EnergiaO controle da poluição

do ar e sonora,

e a minimização de

impactos ambientais

também são observados

pelas empresas.

São realizadas pesquisas

e investimentos na

modificação de processos

de forma que as emissões

de poluentes, odores e

ruídos sejam reduzidas.

Indústria moderna, humana e sustentável

ReflorestamentoTodas as indústrias mantêm

viveiros que produzem mudas

de aproximadamente

30 espécies diferentes, destinadas

exclusivamente para reposição

de árvores nativas mortas

em áreas de reserva ou de

preservação permanente

das fazendas próprias.

Estas ações são complementadas

com contínuos processos

de cunho educativo voltados

para os colaboradores

das indústrias e seus familiares.

A Indústria de suco de laranja atua em duas frentes: conscientizando pessoas e agindo em coerência

com as melhores práticas de produção sustentável.

O objetivo é a conscientização dos colaboradores, terceiros e parceiros que, ao realizarem essas tarefas

incorporadas ao dia a dia, estão ajudando a si mesmos, a seus filhos e principalmente às futuras gerações.

Práticas SustentáveisAs indústrias brasileiras adotam

uma série de estratégias, práticas e condutas

econômicas, ambientais e técnicas que evitam

ou reduzem a emissão de poluentes sólidos,

líquidos e gasosos para o meio ambiente.

São ações preventivas que evitam a geração

de poluentes ou criam alternativas

para que sejam reutilizados ou reciclados.

Projetos SociaisAs indústrias apoiam e implementam

diversos projetos nas áreas de educação,

saúde e meio ambiente nos municípios

onde estão localizadas.

Educação e CidadaniaApoio a crianças e adolescentes

matriculados regularmente na rede

pública de ensino, por meio de doações,

fornecimento de material escolar,

uniformes e brinquedos, entre outros,

tanto individualmente quanto em parcerias

com instituições ligadas à proteção

dos direitos das crianças. Além disso,

são desenvolvidos projetos educativos

e profissionalizantes.

SaúdeApoio a projetos de prevenção,

campanhas educativas, tratamento

odontológico, oftalmológico

e atendimento médico gratuito,

inclusive em hospitais móveis.

TerminaisA certificação ISO 14001

dos terminais marítimos

atesta que as empresas

possuem um sistema

de gestão ambiental

mundialmente reconhecido,

mais abrangente

que o requerido pela

legislação brasileira.

Como funciona a indústria brasileira de suco de laranjaDesde o plantio até chegar ao consumidor final, o suco de laranja possui uma cadeia produtiva integrada e sustentável

Sustentabilidaden Utilizando apenas 1,2% de sua área cultivada, o Brasil responde por

mais de 80% do total de exportações de suco de laranja no mundo.

n Desde 2003 houve um aumento de 20% na produtividade dos pomares de laranja, sem aumento da área de plantio.

n Mais da metade de toda água utilizada nas fábricas é proveniente da própria fruta, obtida durante o processo de concentração do suco.

n Todas as partes da laranja que não vão para o suco são encaminhadas para a fabricação de diversos subprodutos, não havendo descarte de resíduos sólidos no meio ambiente.

n A energia empregada nas fábricas é proveniente de fontes renováveis, como hidrelétricas e queima de bagaço de cana.

n A frota leve das indústrias é movida a etanol. Em outros veículos é usada gasolina brasileira, com 25% de etanol, ou o diesel nacional, que leva 5% de biodiesel.

ColheitaA maior parte da produção brasileira de laranjas concentra-se no interior do Estado de São Paulo. Nas fazendas, a colheita é efetuada manualmente, tomando-se os cuidados para não danificar os frutos.

1 RecebimentoAs fábricas ficam estrategicamente localizadas para que as laranjas não percam qualidade entre a colheita e a extração. Os caminhões são elevados em rampas inclinadas para um rápido descarregamento.

2 InspeçãoAmostras são retiradas de cada caminhão para análise de qualidade em laboratório e liberação para processamento. Resultados dessa análise ajudam a identificar particularidades de cada safra.

2a 2b Silos de armazenamentoAs frutas são levadas por correias transportadoras até os silos de armazenamento.

touca árabe

sacola

botas

perneira

luvas

avental com mangas

óculos de proteção

EPIEquipamentos de Proteção Individual

Lavagem e seleçãoAntes da extração, as laranjas passam por um processo de lavagem com água e sanitizante para eliminação de impurezas. Em seguida, profissionais selecionam manualmente os melhores frutos para fazer o suco. Os descartados serão usados na produção de ração animal.

3

DesaeraçãoPor conter mais água, o NFC passa por um processo de desaeração em cámara a vácuo, para que seja retirado o oxigênio dissolvido no líquido. Dessa forma, impede-se que a vitamina C seja oxidada ao longo do processo.

7 FCOJA maior parte do suco que é usada na produção de FCOJ (Frozen Concentrate Orange Juice) segue até evaporadores para atingir um grau Brix 66, retirando-se parte da água e componentes voláteis. No mesmo equipamento, o suco é pasteurizado.

8 BlendersO FCOJ passa então por um processo de mistura e homogeneização para dar ao produto aparência e sabor ideais para a exportação. Nesta etapa são readicionados alguns aromas que se volatilizaram durante a evaporação.

9 Condições ideaisO FCOJ e o NFC ficam armazenados em tanques refrigerados e não têm mais contato com o ar até o fim da cadeia. Depois, são bombeados até caminhões especiais que fazem o transporte até o Porto de Santos.

10 Tanques refrigeradosNo porto, os produtos são novamente bombeados para grandes tanques especiais. Ali o suco é mantido em temperatura ideal até a chegada do navio – que também possui tanques refrigerados – que irá transportar o produto para o exterior com total segurança.

11Transporte marítimoOs navios comportam até 43 mil toneladas de suco e levam o produto aos principais portos estrangeiros, especialmente Roterdã (Holanda), Ghent e Antuérpia (Bélgica), Flórida (EUA), Newcastle (Austrália) e Toyohashi (Japão)

12ConsumoO NFC e o FCOJ são entregues aos clientes, engarrafadores de sucos e bebidas, que vão fabricar seus produtos com marcas próprias, de acordo com o gosto particular de seus países. Ao FCOJ serão adicionados água, açúcares, etc. Já o NFC é entregue pronto, e o cliente é responsável por embalar e distribuir. Só então o produto é disponibilizado para o consumidor final.

13 LiderançaO suco de laranja brasileiro é líder no mercado internacional, e está presente em mais de 90 países, principalmente na América do Norte e na Europa.

14

ExtraçãoAs extratoras são ajustadas para receber diferentes tamanhos de laranjas. Assim, cada fruto recebe pressão para que seja extraído o máximo de suco sem retirar componentes indesejados, que não devem ser misturados. O restante, como o bagaço e as sementes, é encaminhado para a fabricação de subproduto.

4 FinalizaçãoOs “finishers” retiram do suco, por separação, pequenos resíduos da extração, como sementes e gomos da polpa. Em seguida, o suco passa por centrifugação para padronização do produto final. A partir desse ponto, o processo divide-se entre a produção de suco de laranja concentrado e de suco não concentrado.

5

O Brasil exporta mais de 1 milhão de toneladas

de suco de laranja por ano.

Desde as técnicas de plantio até o armazenamento

em tanques próprios refrigerados nos

portos estrangeiros, em todas as etapas é

empregada tecnologia brasileira.

De cada 5 copos de suco de laranja consumidos

no mundo, 3 são de suco brasileiro.

Um navio comporta até 43 mil toneladas de concentrado,

o equivalente a mais de 32 milhões de garrafas de 1 litro.

A cada 10 minutos um caminhão-tanque de suco de laranja desce a Serra do Mar em direção ao Porto

de Santos, litoral de São Paulo.PORTO DE SANTOS

PORTO ESTRANGEIRO

O grau Brix é um padrão de

medida para determinar os sólidos solúveis ou açúcares

totais do suco

Tudo se aproveitaDe uma laranja podem ser extraídos até nove subprodutos

suco extraído da polpa

farelo de polpa cítrica

pectina

polpa

óleo essencial da casca

citrus base

álcool

essências

d-limoneno

NFCO suco que vai dar origem ao produto não concentrado (NFC – Not From Concentrate) passa por uma pasteurização, ou seja, é aquecido e resfriado para desativar enzimas que poderiam afetar a aparência e o sabor, além de retirar micro-organismos prejudiciais à saúde.

6

13

14

12

11

10

98

5

6

7

4

3

2

1

2b

2a

10

A Indústria de suco de laranja atua em duas frentes: conscientizando pessoas e agindo em coerência

com as melhores práticas de produção sustentável.

O objetivo é a conscientização dos colaboradores, terceiros e parceiros que, ao realizarem essas tarefas

incorporadas ao dia a dia, estão ajudando a si mesmos, a seus filhos e principalmente às futuras gerações.

Práticas SustentáveisAs indústrias brasileiras adotam

uma série de estratégias, práticas e condutas

econômicas, ambientais e técnicas que evitam

ou reduzem a emissão de poluentes sólidos,

líquidos e gasosos para o meio ambiente.

São ações preventivas que evitam a geração

de poluentes ou criam alternativas

para que sejam reutilizados ou reciclados.

Projetos SociaisAs indústrias apoiam e implementam

diversos projetos nas áreas de educação,

saúde e meio ambiente nos municípios

onde estão localizadas.

Educação e CidadaniaApoio a crianças e adolescentes

matriculados regularmente na rede

pública de ensino, por meio de doações,

fornecimento de material escolar,

uniformes e brinquedos, entre outros,

tanto individualmente quanto em parcerias

com instituições ligadas à proteção

dos direitos das crianças. Além disso,

são desenvolvidos projetos educativos

e profissionalizantes.

SaúdeApoio a projetos de prevenção,

campanhas educativas, tratamento

odontológico, oftalmológico

e atendimento médico gratuito,

inclusive em hospitais móveis.

TerminaisA certificação ISO 14001

dos terminais marítimos

atesta que as empresas

possuem um sistema

de gestão ambiental

mundialmente reconhecido,

mais abrangente

que o requerido pela

legislação brasileira.

A

Acidez – conteúdo ácido de um suco.

Albedo – a camada branca e espon-

josa que se localiza logo abaixo da

parte colorida da casca de laranja

(flavedo). O albedo é rico em pectina.

Aroma – odor com conotação positiva.

No caso do suco de laranja, a palavra

também é utilizada para referir-se a

parte do sabor (essence aroma).

Ácido ascórbico – vitamina

encontrada em plantas,

especialmente frutas e vegetais

verdes. Forma cristais brancos quando

purificado e desidratado. Também é

chamada de vitamina C.

B

Brix (grau) – unidade utilizada para

expressar a quantidade de sólidos

solúveis totais presentes no suco.

Brix corrigido – é o grau Brix obtido

após a correção do conteúdo ácido do

suco. Representa a concentração de

açúcares do suco.

C

Caixa – no caso das laranjas, é uma

medida equivalente a 40,8 quilos

de fruta fresca.

Carotenos – classe de pigmentos

amarelos, vermelhos e alaranjados

que ocorrem naturalmente em frutas

e vegetais.

D

Desaeração – processo pelo qual o

ar é removido do suco. Ar disperso

e bolhas livres são facilmente remo-

vidos, mas o ar dissolvido no suco

requer um processo de desaeração

para sua remoção.

Defeitos – o termo é utilizado para

indicar fatores que prejudicam a quali-

dade do suco, por exemplo presença

de pequenas sementes, acidez exces-

siva, entre outros.

D-Limoneno – principal compo-

nente do óleo encontrado na casca

da laranja, representando mais de

90% do óleo da casca. Pertence a um

grupo de hidrocarbonetos chamados

terpenos.

E

Endocarpo – parte interna da laranja.

Essência – são os componentes volá-

teis recuperados durante o processo

de evaporação. A essência é separada

em uma fase aquosa (essence aroma)

e uma oleosa (essence oil)

Essence Aroma – fase aquosa obtida

no processo de evaporação. É clara e

transparente e contribui para o aroma

e sabor da fruta.

Essence Oil – é a fase oleosa obtida

no processo de evaporação, tem cor

amarelada e é fonte de determinadas

notas de aroma de laranja.

Evaporação – processo para remover

água do suco utilizando fonte de

calor.

Extração – processo para extrair o

suco da laranja, tanto do fruto inteiro

quanto de metades, por meio de

pressão mecânica.

F

FCOJ – sigla que significa Frozen

Concentrate Orange Juice, ou suco

de laranja concentrado e congelado.

É o produto mais comum vendido

e transportado. Comercialmente, é

produzido de forma a obter um grau

Brix 66.

Finalizador – equipamento

utilizado para separar a polpa do suco.

Flavedo – a parte colorida e mais

externa da casca do fruto de laranja.

A cor característica deve-se à

presença de carotenos. O flavedo

possui também as vesículas que

contêm o óleo da casca de laranja.

N

NFC – sigla para o termo em Inglês

Not From Concentrate, ou seja, é o

suco que não passou por processo de

concentração ou diluição após sua

extração da laranja.

O

Óleos essenciais – termo geral para

descrever os óleos voláteis extraídos

de plantas, frutas e flores, com odores

característicos.

Organoléptico – relativo a proprie-

dades das frutas ou sucos que possam

ser percebidas por meio dos cinco

sentidos.

P

Pectina – tipo de polissacarídeo

encontrado principalmente no albedo,

mas também em outras partes do

fruto. Dá ao suco viscosidade e

textura.

Polpa – partículas sólidas presentes

no suco de laranja. Também é o nome

comercial do produto, que consiste

em pedaços do bagaço e dos gomos

que contêm suco de laranja, readicio-

nados ao suco final.

S

Suco da polpa – suco obtido através

de processo no qual sólidos solúveis

são recuperados da polpa por meio de

sua lavagem.

V

Vesícula de suco – outro nome para

os “gomos” dentro dos quais fica o

suco de laranja.

Glossário

63

69

Reciclagem de LixoAs Unidades Industriais,

através de coleta seletiva,

captam e enviam para

reciclagem: papel, plástico,

vidro, latas metálicas, etc.

Todo o material é doado para

cooperativas associadas

às prefeituras, gerando renda,

emprego e desempenhando

um trabalho social

importante nos municípios

do cinturão citrícola.

Reciclagem dos Resíduos

Os resíduos gerados

na produção industrial

de suco são aproveitados

na fabricação de farelo

de polpa cítrica.

Dessa forma evita-se a

emissão de

resíduos sólidos.

Reúso da ÁguaA água residual

do processo de

concentração de suco

de laranja, também

chamada de

“condensado”, é usada

para ferti-irrigação,

lavagem de frutas

e em outros processos

industriais. O sistema

beneficia o

meio ambiente porque

reduz a necessidade

de captação de água

nos cursos de água ou

na rede de

abastecimento.

Poluição e Uso Racional da EnergiaO controle da poluição

do ar e sonora,

e a minimização de

impactos ambientais

também são observados

pelas empresas.

São realizadas pesquisas

e investimentos na

modificação de processos

de forma que as emissões

de poluentes, odores e

ruídos sejam reduzidas.

Indústria moderna, humana e sustentável

ReflorestamentoTodas as indústrias mantêm

viveiros que produzem mudas

de aproximadamente

30 espécies diferentes, destinadas

exclusivamente para reposição

de árvores nativas mortas

em áreas de reserva ou de

preservação permanente

das fazendas próprias.

Estas ações são complementadas

com contínuos processos

de cunho educativo voltados

para os colaboradores

das indústrias e seus familiares.

PUBLICAção InstItUCIonAL

CitrusBr – Associação nacional dos Exportadores de sucos Cítricos

Presidente Executivo Christian Lohbauer

Coordenação GeralLarissa Popp AbrahãoMarta Martins DeVito

Coordenação EditorialIbiapaba Netto

traduçãoBTS

suporte e PesquisaLarissa Popp AbrahãoLetícia de Sena CaritáDebora Garcia Dezan

Planejamento e DesignMarta Martins DeVito

Edição de ArteTypoDesign

FotografiaLau Polinésio

Bob ToledoDouglas AptekmannDreamstimeIstock Photo

InfográficoDuo Dinâmico

ImpressãoPancrom

tiragem 3.000 cópias

CRé

DIT

OS

BIBLIoGrAFIA

The Orange Book

Tetra Pak, 2004

Caminhos para Citricultura

Markestrat (coord.), 2007

O Retrato da Citricultura Brasileira

Fava Neves, Marcos (coord.), 2010

Série P+L Cítricos

Cetesb 2005

Websites acessados em novembro 2010:

FDOC – Florida Department of Citrus (EUA)

Para produtores e processadores

www.fdocgrower.com

Florida Citrus (EUA) Website elaborado pelo

FDOC para consumidores

www.floridajuice.com

Ultimate Citrus (EUA)

www.ultimatecitrus.com

JPA - Juice Products Association (EUA)

www.juiceproducts.org

IFU – The International Federation of Fruit

Juice Producers

www.ifu-fruitjuice.com

AIJN – European Fruit Juice Association

www.aijn.org

SGF International

www.sgf.org

Fruit Juice Facts

www.fruitjuicefacts.org