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Celeiro da Patriarcal de Vila Franca de Xira

Catálogo da exposição "Favelão", de Gilvan Nunes

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Celeiro da Patriarcal de Vila Franca de Xira

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Sobre o Favelão Concebido em 2006 o Favelão de Gilvan Nunes não foi mostrado anteriormente em Portugal, num espaço classificado

de interesse público. Tampouco havia sido terminado.

Tratava-se de uma grande pintura, composta de dezenas de telas de tamanhos diferentes, pintadas cada uma de uma cor

(vermelha, rosa, laranja, preta, branca, sépia, azul, e verde) e carimbadas com rolos de pintar estampas em paredes*1 que

superpõe às superfícies monocromáticas padrões florais. Em algumas delas estão também pintadas as silhuetas de um

helicóptero, de uma metralhadora e a de um pintor ante um cavalete.

Finalmente com uma lógica semelhante aquela que brota do improviso e do arranjo que predomina na ocupação do espaço

social (nem sempre público) brasileiro e carioca, cujo maior emblema é a favela, Gilvan projetou esse trabalho para ser

arranjado, numa aglomeração densa e cromaticamente explosiva.

Nos dois últimos anos, compreendidos entre a idéia do Favelão e sua primeira exposição alguns traços recorrentes

na obra de Gilvan Nunes se consolidaram como elementos poéticos válidos para o conjunto de sua produção. Suas

pinturas promovem a fusão de duas genealogias historicamente opostas. Se por um lado, essas são intencionalmente

produzidas a partir de procedimentos impessoais como a apropriação, seus resultados, por outro, sugerem algo oposto:

o fazer pessoal e expressivo.

Ao apropriar-se de pinturas anônimas ou encomendá-las a pintores profissionais a partir de modelos escolhidos em livros,

revistas e fotografias, Gilvan reduz a esfera do fazer manual, tão cara aos seus colegas de geração, ao uso de processos

mecânicos (como carimbar, por exemplo). Uma pintura mínima nos processos, mas excessiva nos resultados, já que

os repertórios apropriados pertencem ao senso comum e ao gosto popular brasileiro. Favelão foi apresentado pela primeira

vez, ao público do Rio de Janeiro graças ao Projeto Iluminando o Novo, de Furnas, que escolheu Gilvan Nunes como seu

convidado especial de 2008. Entre a idéia inicial de 2004 e sua configuração atual, agora mostrada no Celeiro da Patriarcal

de Vila Franca de Xira, o Favelão foi aprimorado. Passou a incorporar pinturas, e trabalhos em azulejaria e porcelana

de outras séries do artista.

Fernando Cocchiarale

Curador

*1 Procedimento também utilizado pelo artista nos trabalhos da série caixa rendada na qual comprava pinturas acadêmicas anônimas

em brechós e rendava-as ao aplicar o rolo sobre todo o quadro.

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Sobre o Favelão no Celeiro da Patriarcal de Vila Franca de Xira

Entre telas com carimbos de padrões florais que caem das paredes e um chão

coberto de folhas de plátanos, a estética do Favelão no Celeiro da Patriarcal de Vila

Franca de Xira foi planeada para a existência de interacção entre público e obra,

sendo que o público sem se aperceber é co-autor da própria mutação da instalação.

Explosivo e cativante em cor e textura, Gilvan Nunes desenvolve o seu trabalho e

mostra de um modo inquietante neste Favelão, dezenas de decalques em porcelana

com motivos que reflectem a sua ligação com a paixão, a alegria e a força.

Santos, pássaros, flores e tio patinhas podem ser revelados decalcados em

jarros e corpos de mulher que ultrapassam sem medo a sua funcionalidade. Este

redimensionamento do objecto torna-o portador de uma mensagem não ingénua

mas em tudo irónica e divertida.

Pisando sempre as folhas de plátano que expressam a dinâmica e a mudança

contínua, o tempo assume então um papel de relevo nesta instalação. Por um

lado na sua forma orgânica, o reflexo da interacção do espectador com o pisar e

arrasar das folhas de plátano. Por outro, uma dezena de pratos colocados de modo

provocador sobre as telas carimbadas reflectem o tempo conceptual da ligação e da

relação com o casamento.

Toda esta cenografia permite ao artista de um modo coerente criar uma leitura ousada

e calculada da sua obra, permitindo mostrar vários elementos, desde porcelanas,

azulejaria, fotografia e óleos, transformando sempre o observador, num portador de

sentimentos, curiosidade e não indiferença.

Nuno Olim Marote

Comissário e coordenador da exposição

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Sobre a Obra de Gilvan Nunes “A constante e permanente explosão de cores e texturas na pintura de Gilvan

Nunes transporta-nos de imediato para seu universo único, dotado de

umsentido caótico meticulosamente ordenado; A pintura de Gilvan é acima

de tudo alegria, por vezes convulsa e compulsiva, outras, suave e terna. Mais

do que o labor perpétuo de um artista tentando arrumar o seu caos interior, o

trabalho de Gilvan Nunes supera-se a si mesmo pela força e por um elevado

sentido de equilíbrio e de liberdade. Para ele a tela é o início de todos os

mundos possíveis e a cor é um universo infinito de sonhos, onde o medo

nunca existiu.”

Margarida Rebelo Pinto

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Tim Madeira, artista plastico convidado para interagir com Favelão

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Gilvan Nunes Nascido em Vermelho Novo, Minas Gerais, 1966

Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Graduação

1986 - 91 Escola de Artes Visuais do Parque

Lage (Professores: Charles Watson, Hilton

Berredo, Daniel Senise, Beatriz Milhazes e Milton

Machado), Rio de Janeiro, RJ

Exposições individuais 2010/2011 Favelão, Celeiro da Patriarcal de Vila Franca de Xira, Vila

Franca de Xira, Portugal

2010 Trabalhos Recentes. Largo das Artes. Rio de Janeiro, RJ.

Favelão. Galeria do Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos.

Porto, Portugal.

2009 Galeria Patricia Costa, Rio de Janeiro, RJ

2008 Favelão, Espaço Furnas cultural, Rio de Janeiro, RJ

2007 Art Gallery 100, Antwerp, Belgium.

2006 Galeria Monica Filgueiras, São Paulo, SP

2003 Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ.

2001 Galeria Thomas Cohn, São Paulo, SP.

Galeria Coletânea, Rio de Janeiro, RJ.

1998 Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ.

1995 Galeria do Centro Cultural Candido Mendes, Rio de Janeiro, RJ.

Exposições coletivas

2010/2011 Projecto1_Galeria Paulo Nunes-AC_Patriarcal VFX, Celeiro da

Patriarcal de Vila Franca de Xira, Vila Franca de Xiira. Portugal

2010 Liberdade é pouco. O que desejo não tem nome. Jardim

Botânico. Rio de Janeiro, RJ. Com afeto Rio. Galeria Oscar Cruz.

São Paulo, SP.

2009 SP Arte. Galeria Thomas Cohn. São Paulo, SP.

Auction Brazil Foundation. New York, NY.

2008 SPArte, Galeria Thomas Cohn, São Paulo, SP.

Auction Brazil Foundation, New York, NY.

Estranhamentos; Galeria Durex, Rio de Janeiro, RJ.

Art Gallery 100, Antwerp, Belgium

2007 SPArte, Galeria Monica Filgueiras, São Paulo.

Auction Brazil Foundation, New York, NY

2006 A Imagem do Som da MPB - Paço Imperial, Rio de Janeiro.

SPArte, Galeria Monica Filgueiras, São Paulo.

Vitrine Efêmera, Rio de Janeiro.

2005 SPArte, Galeria Monica Filgueiras, São Paulo.

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2004 Vintage show, Moja Modern Art Gallery, Johannesburg, South Africa.

2003 Brazilian Vintage, Feira de Arte de Buenos Aires, Argentina.

Brazil Foundation Auction, New York, NY.

2002 Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho – Castelinho do Flamengo,

Rio de Janeiro, RJ.

Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte, MG.

A Cultura em tempo de AIDS, Museu Nacional de Belas

Artes, Rio de Janeiro, RJ e bienal de Havana, Havana, Cuba

(projeto selecionado).

2001 Fundação Rômulo Maiorama, Belém, PA – prêmio de aquisição.

1996 XX Salão Carioca Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

Arte Experiência e pesquisa – Centro Cultural CM, Rio de Janeiro, RJ.

1995 Estranhos Frutos no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

1994 Contrastes EAV – Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ.

1993 XIII Salão Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ.

1991 M9-EAV Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ. XV Salão Carioca,

Rio de Janeiro, RJ.

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Favelão_Gilvan NunesCeleiro da PatriarcalVila Franca de Xira

De 18 de Dezembroa 6 de Fevereiro 2011

OrganizaçãoGaleria Paulo Nunes - arte contemporâneaNuno Olim Marote

Comissariado e CoordenaçãoNuno Olim Marote

Projecto GráficoJoão Bacelar

FotografiaJoão BacelarMaria Jacobetty Bacelar

ContactosNuno Olim Marote+351 91 875 74 [email protected]

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