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Catherine Marshall Oração

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Oração Catherine Marshall

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AAvveennttuurraass nnaa OOrraaoo Catherine Marshall Ttulo do original em ingls: Adventures in Prayer Traduo de Myrian Talitha Lins Quinta edio, 1981 Editora Betnia Digitalizado por guerreira para o Semeadores da Palavra e-books evanglicos HTTP://SEMEADORESDAPALAVRA.QUEROUMFORUM.COM CONTRA-CAPA Vocestprecisandodecura,sejaparaamenteouparaocorpo? Sente-se incapaz diante de problemas de emprego, ou de ordem econmica? Seularestdivididoomaridocontraaesposaeageraomaisvelha contraanova?Sente-sesolitrio,desejosodeumavidamaisplenade significado? Sim,vocdesejaorar,masaspalavrasnosaem.Sentequeprecisa daorao,mas,ldentro,comoquecambaleandosobopesodas dificuldades,ocoraoexclama:"OndeestDeus,quenooencontro nesta situao? Como conseguirei o auxlio e a orientao do Senhor?" "Oauxlionotarda"otemavibrantede"AventurasnaOrao". Deus,oeterno"EuSou",gloriosamentecapazdenosresponder,afirma nesta obra Catherine Marshall, que tambm autora de vrios outros livros inspirativos.Nestaspginas,elanosfaladesuasdescobertaspessoais nessecampo,deixando-nosentreveraaventurafascinantequeaorao podeser,eoquantoDeusdesejasejamprticaseespecficasasnossas oraes. AventurasnaOraocertamentesetornarumclssiconoassunto, poistraz-nosorientaohmuitonecessriacomrespeitoaosaspectos bsicosdaorao...faladotipodeprecequens,nestaidademoderna, mais do que nunca precisamos redescobrir... a orao de uma criana que, simplesmente, corre para o Pai celeste em busca de auxlio. PREFCIO Nossoingressonaescoladaoraosefazatravsdeumteste preliminarqueconstadeapenasduasperguntas.Aprimeira:temos realmenteumanecessidade?Easegunda:reconhecemosnossa incapacidade para resolver a questo por ns mesmos? Tudo que aprendi sobre orao resultou de ocasies em que dei, clara e decisivamente, respostas positivas a estas duas perguntas. Quando penso nomeupassado,vejoqueaquelashorasdifceisagorasesalientamcomo elevadospicosdemontanhas,enocomovalesdedesalento,comose poderiaesperar.Sopicosporque,emcadaumadaquelassituaes, aprendiumaliomuitoimportantearespeitodeDeus:elebemreal,e maravilhosamente capaz de atender s nossas peties. Umadestasexperinciasdeaprendizadomeocorreunainfncia, quando enfrentei um desesperado medo do escuro. Na juventude, a questo foiconseguirodinheiroparacustearmeusestudosnocursosuperior.As liesqueaprendinestasduasfasesdevida,relatoem"AOraoque Transforma os Sonhos em Realidade". Comaidadedevinteeseteanos,meugrandeproblemafoiuma enfermidadegrave.Alioaprendidanessaocasionarradaem:"A Orao de Renncia". Quando contava trinta e poucos anos, aprendi uma grande lio com amortesbitademeumarido,PeterMarshall.Comela,vieramoutros problemas menores: como criar um filho sem a presena do pai, conseguir emprego quela altura da vida sem treinamento especializado. Durante essa fase, aprendi a fazer a "Orao da Apropriao". Alguns anos mais tarde, aps meu casamento comLeonard LeSourd eoencargodetrscrianaspequenas,preciseivoltarescoladaorao. Comosempre,nofoidifcilpassarnotesteinicial.Adificuldadeera imensa,eminhainadequao,patente.Naquelesanos,aprendia"Orao do Necessitado". Naturalmente,namaioriadoscasos,asituaoquemecolocoude joelhosno era estritamente pessoal. Por vezes, tratava-se de problema de um amigo, ou ento de necessidade existente emalguma outra parte desse nossomundotoconturbadopelafomeepelaguerra.Masocritrioera sempre o mesmo: uma questo muitoimportante em confronto com nossa insuficincia de recursos para resolver o problema. Comotempo,houveoportunidadederelatarmuitasdeminhas descobertasnocampodaoraonarevistaGuideposts.Maistarde, reunimosseisdestesartigosparaapublicaodeumlivrete,oqualtem sidomuitoprocuradodesdeento.Recentemente,solicitaram-meque revisasse omaterial paraser colocado emformadelivro. Esta reviso era necessriaporquecadaartigohaviasidocondensadoeencurtadopara cabernolimitadoespaodequedispnhamosemGuideposts.Portanto, naspginasqueseseguem,aparece,pelaprimeiravez,otextooriginal completo dos seis artigos sobre orao. Este material pode ser considerado "clssico" apenas em um sentido: j passou pelo teste do tempo, depois de impresso. Em adio aos primeiros artigos, e como o tempo sempre nos ensina novas lies, acrescento mais dois captulos: "Orar Pedir" e "A Orao de Espera". Tambmescrevi,paraestevolume,umaoraoespecial acompanhando cada captulo. Todos ns temos momentos em que a orao parece brotar de nossos lbios espontaneamente e sem esforo. Mas h ou-tras vezes em que precisamos de auxlio para que o peso de nosso corao chegueatnossoslbios,eparataisocasiesqueapresentamosessas oraes escritas no como substituto para nossas prprias peties, mas como se fossem uma plataforma de lanamento para elas. lgicoquenemumaexistnciainteiraenemumlivromesmo que se tratasse de uma obra bemmais extensa que esta poderiamfazer mais que arranhar a superfcie de assunto to amplo e abrangente como a orao. Nestevolume,deixodemencionaraoraodeadorao,adeao degraas,delouvor,decontemplao,demeditaoeaoraoque apenas a elevao do corao humano ao encontro do Amado de sua alma, em comunho silenciosa. No que considere sem valor esses aspectos da orao;pelocontrrio;masque,atravsdossculos,vriosescritores, bem mais qualificados que eu, nos legaram clssicos sobre o assunto. Porestranhoqueparea,afaltaquesentinosmeusmomentosde necessidadeespiritualfoiorientaoquantoaomaishumildeeelementar tipodeoraoaoraodepetio.Aoraosimplesdacrianaque correaopaipedindosocorro.istoqueprecisamosredescobrirnestaera de perplexidades: como recorrer ao Pai. Nestadcadadesetenta,assalasecorredoresdaescoladaorao acham-se mais apinhadas que nunca: pois as necessidades pesam sobre ns compremnciacadavezmaior;acriseeconmicamundial,aintensi-ficao dos problemas do casamento, o aumento do conflito das geraes, ovciodedrogas,oalcoolismo,ocncerqueseespalhaempropores quase epidmicas. S podemos mesmo correr para a escola. Nossa sede profunda; nossa nsia de aprender, enorme. Que maravilha saber que nossa incapacidade a chave que escancara aportadacapacidadedivina!Quesempreesempreasedeeafomenos impulsionem para o Senhor, "provar e ver" como ele bom. Quem, seno Jesus, poderia ter formulado um plano to perfeito? Catherine Marshall Maro de 1975 CAPTULO UM ORAR PEDIR Recentemente uma amiga relatou-me o seguinte incidente. Sua filha, Elizabeth,arranjaraumempregoparaovero,afimdeconseguiro dinheiro necessrio para custear suas despesas na faculdade. Sua tarefa era prepararembalagensdecarneparaobalcofrigorficodeum supermercado. Certo dia, pouco antes de sair para o trabalho, Elizabeth deu pela falta de uma de suas lentes de contato. E embora sua me a auxiliasse na busca, no encontrou a lente em parte alguma. Apsamoahaversadoparaoservio,usandoosculos,ame assentou-separatomarumaxcaradecaf,ponderandoarespeitodo problema. Havia milhares de cantinhos onde aquela fina escama de plstico poderiatercado. Entoelapensou:"Serquedevo orararespeitodisso? Ouserqueoproblematrivialdemais?"Estaamiga,TibSherrill,tinha enormeaversoaoraesquetratamoCriadordouniversocomoseele fora um garoto de recados ou como um Papai Noel celestial. MasTibsabiaqueElizabethprecisariagastaraquartapartedo salrio para adquirir outra lente, e amoa contava com esse dinheiro para despesasnafaculdade.Issosignificariatambmmaisumasemanade desconfortonosalorefrigeradoondeelatrabalhavaemaisdedos queimados no arame quente da mquina de embalar. Acudiu-lhemente,ento,aparbolaqueJesusnarraraacercada mulherqueprocuraraumamoedadeprataperdidaumobjetovalioso. (Lc 15.8-10.) "Esta histria revela", pensou consigo mesma, "que Jesus seimporta com tais coisas, no porque sejam importantes em si mesmas, mas por que o so para ns. "Estbem,Senhor",concluiuela,"nsprecisamosdoteuauxlio nesta questo. Podes mostrar-me onde est a lente?" Semqualquerrazoplausvel,elaselevantoueencaminhou-separa obanheiro.Abaixou-seecorreuosdedoscuidadosamentepelasuperfcie peluda do tapete. Nada! Ergueu-se de novo e olhou para a pia. "Bem", pensou, "pode ter cado aqui e descido pelo cano." Levantouoralocromadoparaolhardentrodocano.Eali,bemna pontadopinocentraldoraloachava-sealentedesaparecida,agarradano metalcomoumagotculadegua.Aprimeiravezquealgumabrissea torneira, ela seria levada embora. "Transcorreramenosdeumminutodesdequeeufizeraaquela oraonacozinha",contou-meela."Eeupoderiaterprocuradoemtodos os lugares, mas nunca me ocorreria retirar aquela pea." Estamepassarapelaexperinciadeobterrespostaaotipomais elementardeoraoapetio.Quandonosencontramosem dificuldades,sejamelasdegrandeoupequenamonta,aceitandoapalavra deJesusdequeDeusrealmentenossoPai,achegamo-nosaele, contamos-lhenossoproblemadamaneiramaisdiretaefrancapossvel,e pedimos sua ajuda. Sealgumaindanoexperimentouaglriadereceberresposta definidaparaumaorao,ento,comodizoapstoloTiago,aculpa apenas sua: "Nada tendes, porque no pedis." (Tg 4.2.) TiagoaprenderacomoprprioSenhorJesusqueprecisopedir. AndandodealdeiaemaldeiacomoMestre,quantasvezeseleviraJesus forar a pessoa que lhe apresentava um pedido a exp-lo em termos claros e diretos. O Mestre no aceitava generalidades nem pedidos confusos. Um exemplodissoforaoqueaconteceraaosdoiscegosdeJeric.Osdois homenshaviamestadoarepetiraspalavras:"Senhor,FilhodeDavi,tem misericrdia de ns." (Mt 20.31.) A cegueira daqueles mendigos era bvia, tanto para Jesus como para osdiscpulos.Noentanto,oMestresilenciaraaquelapetiolamurienta com uma pergunta direta: "O que desejam que lhes faa?" Aquela pergunta direta como que sacudiu os dois, despertando-os de seuestadodeautopiedade."Senhor",disseram,agoracomdeciso, "queremos que nos abras os olhos." Namesmahora,Jesusatendeu.Maistarde,Tiagoeosoutrosiriam lembrar-sedaexpressodeamorecompaixoqueseestampavana fisionomia do Senhor em tais momentos. Como era intensa a sua solicitude! Ento,Jesustocara os olhosdecadaumdosmendigos,e,imediatamente, sua viso lhes fora restaurada. Aps observarem uma srie deincidentes semelhantes, os discpulos compreenderamqueomtododeJesuseraeste:"Diga-meexatamenteo que quer. Fale comigo. Pea-me." Umpontoqueeleenfatizouinmerasvezesemseuministriofoi justamente a importncia de expressarmos nossos pedidos ao Pai celestial. "...quanto mais vosso Pai que est nos cus dar boas cousas aos que lhe pedirem?" (Mt 7.11.) ''Pedi, e dar-se-vos-... pois todo o que pede recebe." (Mt7.7,8.)"Pedi,erecebereis,paraqueavossa alegria seja completa." (Jo 16.24.) Depoiseleensinouquequandopedimospo,norecebemosuma pedra.Sepedimosumovo,Deusnonos darumescorpio,comono o farianenhumpaiterreno.(Lc11-11,12.)Quandobatemosporta,ela abertadiantedens.Portanto,Jesusensinouquereceberrespostade orao receber o que pedimos. Eaoouviremosdiscpulostaisdeclaraes,serqueoimpetuoso Pedro,ouocticoTomperguntaramaoMestre:"Mas,Senhor,jqueo Paicelestialsabede tudoanosso respeitoeconhecenossasnecessidades, para que precisamos pedir?" ArespostadeJesusestimplcitaemmuitosdeseusensinosacerca da orao. Elemostrou a estreita ligao que h entre a orao e o fato de nos tornarmos como crianas. "QuemnoreceberoreinodeDeuscomouma criana,demaneiranenhumaentrarnele."(Mc 10.15.) QuantasvezesJesusiniciouumensinodirigindo-seternamenteaos seus discpulos, homens fortes e corpulentos, com a palavra "filhinhos..." E, naturalmente, a atitude caracterstica da infncia a do pedido direto. Ascriancinhasquenomostramhesitaoouconstrangimentoem pediraospaisascoisasdequeprecisam,esto,inconscientemente, revelandosuatotalcarnciaalmdedemonstraremquetmum relacionamentoperfeitocomospais.Domesmomodo,ofatodenos dirigirmosimediatamenteaDeus,apresentando-lhenossaspeties,nos coloca no relacionamento correto com ele. Isto uma aplicao prtica do fato de que ele o criador, a quem pertencem todos os bens e recursos de que precisamos, e ns somos as criaturas que necessitam de seu auxlio. tomaraposiodo"chapunamo",oquenosdesagrada,porquea julgamos depreciativa. Temos que abandonar um pouco do nosso orgulho, parachegarmosaopontodepedirsocorro,sejaaDeusouaoutroser humano. svezes,acontecimentoscorriqueirospemadescobertonosso orgulho e teimosia na questo de pedir casos como o de um homem, por exemplo,queviajadecarroporumaregiodesconhecida,eseperde.Na maioriadasvezes,elerodaquilmetrosequilmetros,perdendotempo, tentando encontrar o caminho por uma estrada, e depois por outra, em vez de parar e informar-se. Deusquerquenspeamos,noporqueelepreciseconhecernossa situao, mas porque ns precisamos dessa disciplina espiritual: pedir. Por outrolado,ofatodefazermosumpedidoespecficonosobrigaadarum passo de f.A razo por que muitos se atm a divagaes e generalidades em suas oraes no terem um conceito elevado de Deus, mas justamente ocontrrio.Receamosque,sefizemosumpedidodefinidoenoformos atendidos, a pequena f que temos se esvair. Por isso, preferimos seguir a rotamaisseguradasoraesaltamente"espirituais"otipodepetio que Jesus rejeitava, por no ser uma orao verdadeira, e sim uma espcie de monlogo, com que nos enganamos a ns mesmos. Emseufamosolivro,CartasdoInferno,C.S.Lewisfazum comentriooportunoarespeitodessasfalsasoraes,colocandonaboca do diabo, o Murcego, o seguinte conselho para o seu substituto, Cupim: "No h dvida de que impossvel impedir que ele ore por sua me, mas ns temos meios de tornar estas oraes ineficazes. Faa com que ore demaneirabem"espiritual",equeestejasempremaispreocupadocomo estado de sua alma do que com o reumatismo dela." estranhoquens,quetememostantoorarparaqueumador reumtica passe ou que umalente de contato perdida seja encontrada, no hesitemos em orar pela paz mundial, ou pela salvao de almas ou por um avivamentoquevenhamodificarafacedenossosdias.Nuncanosocorre que se o poder de Deus est ausente para atender a estas oraes cotidianas, estartambmparaatenderestaspetiesimensaseabrangentesque fazemos. Para termos certeza de que no estamos tentando evitar que nossa f seja posta prova, faamo-nos a seguinte pergunta: "Ser que eu realmente espero que alguma coisa acontea?" Isto impedir que faamos oraes que no passam de mera "contemplao de vitrines". s vezes bem agradvel "olhar vitrines", mas no passa disso. No nos custa nada. Estamos apenas olhando, sem inteno de fazer compras. Assim, no temos compra alguma paramostrar,apstodoaqueletempo.Muitasdenossasoraestanto empblicocomoasparticularessomerospasseiosporentreas petiesquepoderamosfazer;nonosdefinimos,absolutamente.Eno esperamosobternadacomestasoraes,anoser,talvez,umasensao de euforia. E quanto ao perigo de perdermos a f em Deus caso a orao no seja respondidaexatamentedomodocomoqueremos,serquealgumpode estarmaisinteressadonoestadodenossafqueoprprioDeus?Oseu desejo que confiemosnele, e mais que desejo, esse o grande anseio de seu corao de Pai. Ento, ns podemos transferir para ele qualquer temor quanto possibilidade de perdermos a f. Ealmdisso,serquetememosqueumarespostanegativanos coloque de costas contra a parede de nossas deficincias, de nosso erro em no corresponder s exigncias de Deus? E se assim for, no estaremos ns novamenteduvidandodequeDeuscapazdedar-nostudoquenos faltasejaf,perseverana,ouaquelaforainteriorparacumprirsuas exigncias? VriasvezesJesusfaloudeumgalardonoscus.Setendemosa repelirestaidiaporconsider-lademasiadomaterialista,talvezdevamos sermaiscautelosos,poispodemosestarsendomais"espirituais"queo Senhor. Umveteranoguerreirodasbatalhasdaorao,JohnR.Rice, expressou-sedeformadrsticaarespeitodaorao,emsuaobraAsking and Receiving (Pedir e receber). Ele disse: "A orao no um automvel bonitoparasedarumpasseiotursticopelacidade.Antes,elaum caminho que vai direto ao armazm de vveres, estaciona ali, carregado, e volta para casa com eles." Sepensamosquenuncaconseguiremosreunirfbastanteparafazer talorao,temostodarazo.Entretanto,ossantosdeDeusmais experimentados nestas questes nos dizem que Deus usa nosso passo de f, mesmohesitanteevacilante,comoportaabertaparaqueeleoperemuito almdaquiloque"pedimosoupensamos".Nsresolvemospedirseu auxlio para uma dificuldade pequena eimediata. A ao de pedir como darumpassoeentrarnumapequenaante-sala.Aodarmosessepasso hesitante, descobrimos que a ante-sala nos leva para o imenso salo real de recepo. E para nosso espanto, o prprio Rei vem ao nosso encontro e nos oferece um presente valiosssimo, que s poderia vir de um Rei: o dom de desfrutar da amizade do Senhor da glria por toda a vida. "Vocpediudinheiroparaoalugueldestems",dizelesorrindo. "Sente-se aqui aos meus ps e conversaremos sobre o aluguel, mas tambm sobre outrosassuntos.Tenhomuitascoisasparalhedizer.Sevocaceitar minhaamizade,euevocteremosnossafrenteanoseanosdeglorioso intercmbio.Tenhotantascoisasparaensinar-lhe,queprecisaremosde toda a eternidade para tratar disso." Nossasituaonosfazlembraradeumamulheraquem,hmuito tempo atrs, nosso Senhor pediu um pouco de gua, junto ao poo de Jac, emSicar.SoboolharpenetrantedaqueleEstranho,eporcausadesuas perguntasincisivas,eladescobriuqueasedequeaobrigavaadirigir-se diariamente quele poo era problema meramente superficial. O Rabi sabia de tudo a seu respeito e tinha conhecimento de todas as coisas erradas que praticara.E,noentanto,nohouvecondenaoalgumadesuaparte,mas somenteamorternoerestaurador,quelheindicavaassoluesdeseus problemas, solues que ela buscava havia tanto tempo. QuandopassamosateresterelacionamentopessoalcomJesus, damosaelecondiesderesolvernosnossosproblemasmateriaise fsicosmaisimediatos,mastambmnossosproblemasmaisprofundos, ocultos,queenvolvematitudeeemoessadias,motivaocertaea maneira de resolvermos nossos problemas de relacionamento. Pouco depois, descobriremos que pedir no implica apenas em expor necessidades.Nossoslbiosnemsempresabemexpressarcorretamenteo clamor denosso corao. Em alguns casos, isto se d porque nossas emo-esestodetalformaalheiasatuaodavontadequenossasoraes giramemtornodeirrealidades.svezes,estamosdivididosemnosso interiorenemsabemosexatamenteoquequeremos,eporissono podemos suplicar de todo o corao. Ou talvez ns nem mesmo saibamos o bastanteacercadenossasesperanasesonhosparafazermosumpedido definido. Ento conclumos que deve haver vrios nveis de petio. E h tanta coisa para se aprender a respeito da orao! "Senhor, ensina-nos a orar!" ORAO: EU PEO Senhor Jesus, tu que nasceste num estbulo efoste colocado sobre a palha;tuqueandasteporestradaspoeirentasesentistesede,edesejaste sentiraguafrescadescendopelatuagarganta;equeriste,ealgumas vezes verteste lgrimas amargas tu s quem est-me chamando de volta realidade.Agoraentendooqueeupensavaserumaelevada espiritualidade,aosteusolhos,apenasilusoeengano.Piorqueisso, muitas vezes tem sido uma capa para esconder meu receio de no receber o que peo. Tu,queestsmuitomaisvivodoqueeu,desejasircomigoato centroeajudar-meaencontrarumbompontoparaestacionarocarro,e relembrar-me onde foi que perdi aquele pedao de papel com o nmero de telefonequepreciso.Querestambmproporcionarminhaesposauma boa noite de sono; curar a artrite de meu vizinho e ajudar John a encontrar um bom emprego. A alegria invade meu corao quando me lembro de que tu s Homem, alm de seres Deus; e que tu j provaste, em essncia, toda e qualquer dificuldade que eu possa vir a encontrar. Tumeordenasqueeutefaledetodasasminhascarnciase prometesqueaalegriaeosteuspreciososdonsestoaomeudispor, bastando que eu pea. Senhor, eu preciso muitssimo de .................................... Gostaria de pedir-te tambm que .................................... Peo-tequemerevelestuavontadecomrespeitoaessespedidos. Ser que, sem que eu saiba, eles podem ser para mal e no para bem? Ser queeu tereidedarumpassodecrescimento,perdo ou obedinciaantes, paraquepossasatenderaomeupedido?Senhor,seeuprecisarde pacinciaparaaguardarotempocerto,peo-tequemedspacincia tambm. Jantegozando,comalegria,atuabno,esperotuaresposta. Obrigado, Senhor Jesus. Amm. CAPTULO DOIS A ORAO DO NECESSITADO Quando eu residiana capital, costumava notar a freqncia com que osjornaisdacidadenoticiavamamortedepessoasquesesuicidavam saltando da ponte da Rua Calvert. Isso vem acontecendo tantas vezes que o local conhecido como "a ponte dos suicdios". Sentindo o drama que havia por trs daqueles curtos relatos como no caso da esposa de um major da aeronutica, uma senhora de 31 anos de idade,quesofriadecncerinopervel,eodovelhinhoqueperderaa esposa havia pouco eu pensava muitas vezes que, provavelmente, todas aquelastragdiaspossuamumdenominadorcomum.Cadaumadaquelas pessoasdeviater-sesentido totalmentedesvalidaedesesperada. Epensei: "Se ao menos eu pudesse conversar com elas no momento da crise, poderia dizer-lhesqueaconscinciadedesamparo,deimpotncia,umdos maiores bens que um ser humano pode possuir." Eucreioqueaquelevelhoditado:"Deusajudaquelesquese ajudam"nosomenteenganoso,comotambm,emmuitoscasos, totalmente errado. Algumas das mais espetaculares respostas de orao que recebiforamjustamenteasdeoraesfeitasquandomesentiato impotenteparaagir,todesconcertada,quenopoderiafazerabso-lutamente nada em meu favor. Osalmistadiz:"Naangstiametensaliviado"(Sl4.1).Aospoucos eufuiaprendendoareconheceressaangstiacomoumdosmaisternos expedientesdequeDeuslanamoparamostrar-nosqueElereale gloriosamente capaz de resolver nossos problemas. Umadessasocasiesfoiquandoestavaescrevendomeuprimeiro livro.EnviuvararecentementedoRev.PeterMarshall,pastordaIgreja PresbiterianaEscocesaecapelodoSenadodosEstadosUnidos,e resolveraempreenderoaudaciosoprojetodeescreversuabiografia. Quando j me achava pelo meio do manuscrito, recebi crticas desoladoras por parte de uma pessoa cuja opinio eu muito prezava. "Vocnoconseguiudaraomenosumvislumbredoverdadeiro Peter Marshall", disse-me sem rodeios. E o pior de tudo que ele estava com a razo. O reconhecimento de minhainaptidocomoescritoranofoiapenasmental;foiemocional tambm,regadocommuitaslgrimas.Masessacriseresultouemgrande revelao para mim. Em minha insuficincia, no havia outra alternativa seno transferir a empresaparaasmosdeDeus.Oreiaele,entregando-lheolivroAMan Called Peter (Um Homem Chamado Peter 1), e os resultados tambm. E ambas as coisas ficaram com ele. Ainda me espanto quando penso nosmilhes de exemplares da obra que circularam pelomundo todo. Mas tantoissocomooenormesucessoobtidopelofilmeproduzidopelacom-panhiacinematogrfica20thCenturyFox,sodepoucamontaquando comparadossnotciasquerecebo,vezpor outra,a respeitodevidasque foram transformadas pelaleitura do livro, e de homens que se dedicam ao ministrio da Palavra por inspirao da vida de Peter Marshall. Muitosanosdepois,pudeveressaoraodonecessitadooperar numasituaomaiscorriqueiraocasoeraarranjarumaempregada domstica.Antesdecasar-mecomLeonardLeSourdnofinalde1959,eu estavamuitoanimadacomaperspectivadecuidardeseustrsfilhos pequenos.Meufilho,PeterJohn,estavaestudandoforahaviatrsanos,e eu me dedicara ao ministrio de escritora. Em seu esforo para animar-me, Leonardfalavaconfiadamenteemconseguirmosumaboaempregada domstica. TodaviadescobrimosqueconseguirumaempregadaemChappagua eraextremamentedifcil.Mesessepassaram.Umasenhoraficouconosco algumassemanas,edepoissaiu.Procuramosnosclassificados,massem sucesso.Oramospersistentementearespeitodoproblema,masasoluo no aparecia. Por fim, resolvi que eu mesma iria encarregar-me do servio. Mas logo descobri que cuidar de uma casa movimentada como a nossa era 1 Peter = Pedro, em ingls (N. da Revisora). um servio de horrio mais que integral. Durante vrias semanas, nem che-guei perto da escrivaninha. Eento,umavezmais,lanamosmodojconhecidorecurso:a oraodonecessitadooreconhecimentodequeeunopoderiafazer tudo, e tambma constatao de que minha responsabilidade principal era paracomolar.SeDeusdesejavaqueeuvoltasseaescrever,teriaque solucionar a questo. Apsterreconhecidominhatotalincapacidadepararesolvera situao,surgiu-nosLucyArsenaultumapessoafirme,leal, maravilhosa,plenamentedignadeconfiana,e,almdisso,excelente cozinheira. PorqueDeusfazquestodequecheguemosaopontode reconhecermos nossa incapacidade total, antes de responder nossas oraes? Umarazobviaquenossaincapacidadehumanaumfato.Deus realista,edesejaquenstambmosejamos.Enquantoestivermosnos iludindo, crendo que nossos prprios recursos podem atender os anseios de nosso corao, estaremos crendo numa mentira. E impossvel que nossas oraes sejam respondidas se baseadas em auto-iluso e mentira. Ento, qual a verdade acerca da situao humana? Nenhum dens tevequalquerparticipaonasdecisesrelativasnossaorigem.No escolhemos nosso sexo, nem deliberamos se seramos japoneses, russos ou americanos; se seramos brancos, negros ou amarelos. Tampouco pudemos escolher nossos ancestrais, nem nossas caractersticas fsicas. Depoisquenascemos,osistemanervosocentral,queautmato, passouacontrolartodasasnossasfunesvitais.Umaenergiaqueno entendemosbemmantmnossocoraopulsando,ospulmes funcionando, osanguecirculando,ea temperaturadocorpoentre36e37 graus centgrados. Umcirurgiopodecortartecidosdocorpohumano,masnopode absolutamente forar o organismo a religar os tecidos separados. E ns envelhecemos automtica e inexoravelmente. Auto-suficincia? Impossvel! Atmesmooplanetaondevivemos...notivemospartealgumana suacriao.OpequenoplanetaTerraseachaexatamentedistncia certa cerca de 140 milhes de quilmetros da estrela que sua fonte deluzecalor.Sechegassemaisperto,seramosdestrudospelaradiao solar;seseafastasseumpouco,morreramosporcongelamento.O equilbrio entre o nitrognio e o oxignio do ar atmosfrico ajustado para asustentaodavida;oselementosdosoloeacriaodedepsitosde pedrasrarastudoissoocorrereveliadohomemestehomem pequeninoquesemostra to orgulhosoesvezesesbravejatantosobrea superfcie da terra. Jesusfezalgumcomentrioacercadissotudo?Sim.Comosempre, elecolocou odedonomagodaquesto:"...semmimnadapodeisfazer" (Jo 15.5), disse ele. Nada?Istopodeparecerumpoucodeexagero.Afinaldecontas,o homemtemfeitograndesprogressos.Jconseguimosquaseeliminar algumasenfermidades,comoavarola,apestebubnica,atuberculose,a poliomielite,eamaioriadasdoenasinfecciosasinfantis.Aprendemosa controlar,emgrandeparte,omeio-ambiente;jenviamoshomenslua. Comopodemosconsideraristotudocomoincapacidade?Amaioriadas pessoas no aprecia muito essa idia. O culto do humanismo que existe em nossos diaslevou-nos a crer que somos aptos para controlar nosso prprio destino. Entretanto,Jesusnosomenteinsistiuemafirmarquesomos totalmente incapazes de tudo, mas ele sublinhou essa verdade dizendo que eletambmestavasujeitoaeladurantesuavidaterrena:"Eunadaposso fazerdemimmesmo",disseeleaosapstolos(Jo5.30).Nisto,comoem tudo o mais, ele apresentava o modelo do homem perfeito. AsEscriturasnosrevelam,pontoporponto,averdadeacercade nossa incapacidade tanto com relao vida espiritual, como vida fsica. Sentimos um impulso em direo a Deus. E ns pensamos que somos ns que estamos indo em busca dele. Mas isto no verdade. Jesus disse o seguinte: "Ningum pode vir a mim se o Pai que me enviou no o trouxer." (Jo 6.44.) Desejamossersalvosdenossospecadosepossuiravidaeterna.E pensamos que, de algum modo, podemos obt-la. No. A verdade que "... dom de Deus; no de obras, para que ningum se glorie" (Ef 2.8,9). Equantosvirtudesegraasdequeprecisamosparaobtermos vitriasnavidacristf,alegria,pacincia,pazdeesprito,a capacidadedeamarmosaspessoasinfelizesedesagradveisnoh nada que possamosfazer para criar emns tais qualidades. Paulo nos diz, emGlatas5.22,23,quetaiscoisassodonsdoEspritoSanto.Noh outromeiopeloqualelaspossamseradquiridas."Ohomemnopode recebercousaalgumasedocunolhefordada."(Jo3.27.)Estanfase dadanossaincapacidadetambmobservadanosescritosdosautores cristosde outraseras.Vemos,porexemplo,naquelajiadaliteraturado sculoXVII,nolivrodoIrmoLoureno"APrticadaPresenade Deus".Aimpotnciahumanaeraocentroemtornodoqualesseirmo carmelita fazia girar seu relacionamento com Deus: "Quandoselheapresentavaaoportunidadede praticarumavirtudequalquer,elesedirigiaaDeus dizendo:Senhor,eunopossofazerissoanoser quetumecapacites;eentoelerecebiaforamais que suficiente. "Quandoelefracassavanaquiloqueeraseudever, apenas confessavasuafalhaaDeus,dizendo: Seme deixares entregue a mim mesmo, no farei outra coisa seno errar; s tu quem deve impedir minha queda, e consertaroqueestivererrado.Depoisdisso,no pensava mais no fato." EmborapoucostenhamamaturidadeespiritualdoIrmoLoureno, contudohocasiesnavidaemquenosencontramosnumasituaoque est fora de nosso controle, e achamo-nos presos a circunstncias queno podemosabsolutamentemodificar.Quandoissoacontecer,acolhamostais situaesdebraosabertos!Muitasvezes,somenteaquens,espritos menores,penetramosnaverdadedadeclaraoqueJesusfeznodcimo quinto captulo de Joo: "Sem mim nada podeis fazer." ODr.ArthurGossip,queescreveuaexplanaodoEvangelhode Joo para o Interpretels Bible, fez um comentrio muito interessante acerca deste texto:"EstassoaspalavrasmaisanimadorasdasEscrituras...sem mimnadapodeisfazer.Poiscombasenoreconhecimentofrancode nossatotalincapacidade,semoSenhor,queCristo...nosdsuasgrandes promessas." Grandespromessas,comoagloriosapromessaseguinte,que suficientementepoderosaparasuplantarnossaincapacitaoemum milhodevezes:"...paraDeustudopossvel"(Mc10.27).Eleesta dizer-nos que um Deus onipotente, transcendente e eminente est acima de tudo e opera atravs de tudo com muito mais perfeio do que ns sabemos. Seficssemos apenas com anossaincapacidade, seramos como um pssaro que tentasse voar com uma nica asa. Mas quando acrescentamos a ela a outra asa a da capacidade divina ento o pssaro pode alar-se triunfantementeacimadosproblemaseatravessarasnuvensde dificuldades que at ento o tm derrotado. UmahistriaquesempremeimpressionoumuitofoiadoDr.A.B. Simpson,ofamosopregadordeNovaYork. Eleforasempreatormentado porumprecrioestadodesade.Sofreudoisesgotamentosnervosose aindatinhaproblemascardacos.Quandoestavacomtrintae oitoanosde idade, um mdico de Nova York disse-lhe que nunca chegaria aos quarenta. Adeclaraodaquelemdicosconseguiuacentuarseuestadode incapacidadefsica,queopastorjconheciatobem.Pregarera-lheum esforoagonizante.Subirladeiras,mesmoquefracas,causava-lhe sufocao e agonia terrveis. EmdesesperodoentenocorpoenoespritooDr.Simpson resolveurecorrerBbliaparaverexatamente o queJesustinhaadizera respeitodeenfermidades.DescobriuqueoSenhorsempreconsideraraa curacomoparteintegrantedeseuevangelhoparaaredenototaldoser humano. Numasexta-feira,poucodepoisdeteressarevelao,eleresolveu darumpasseioaocampo.Eraobrigadoacaminharlentaepenosamente, pois tinha o flego curto. Chegando a um bosque de pinheiros, assentou-se numa tora de rvore para descansar. Logo comeou a orar, falando a Deus desuatotalimpotnciacomrelaossuascondiesfsicas.Masaeste senso de incapacidade ele adicionou a certeza de que Deus sempre desejara uma sade perfeita para o seu povo. Mais uma vez, atuava aquela poderosa combinaoderealidadesminhatotalincapacidadeetuaperfeita capacidade.EntoelepediuaCristoparaentrarneleesetornarsuavida fsica e suprir todas as necessidades de seu corpo, daquele instante at que conclusse sua misso neste mundo. "Eali,naquelebosque,conseguiumcontatocomDeus",contouele maistarde."Sentiacadafibrademeucorpovibrarcomapresenado Senhor." Algunsdiasdepois,Simpsonescalouumamontanhademilmetros dealtitude."Quandochegueiao topo",relatouelealegremente,"omundo defraquezas e temores estava ameus ps. E daquelemomento em diante, passei a ter, literalmente, um novo corao dentro do peito." Etinhamesmo.Nostrsprimeirosanos,depoisdecurado,ele pregoumaisdemilsermes;edirigiu,svezes,atvintereuniespor semana.Seutestemunhoeradequeemnemumasocasiosesentiu esgotado.Epelorestodavida,elesetornouconhecidopelagrande quantidadedetrabalhoqueproduziutantoemsermescomoemlivrose ministrio pastoral. Viveu at a idade de setenta e seis anos. Alm disso, a obra de Simpson sobreviveu a ele. AAliana Crist e Missionria,porelefundada,aindahojeumaimensaforaespiritual; seuslivros ainda esto sendo reimpressos, e tm se constitudo embno para milhes de pessoas. Porquequeaoraosetornatoeficazquandoreconhecemos nossaincapacidadepessoal?Primeiro,comojvimos,porqueDeusfaz questodequeencaremosaverdadeacercadasituaohumana.Deste modo, ns edificamos nossas oraes sobre o firme fundamento da verdade, e no nas bases falsas do auto-engano e das iluses. Estereconhecimentodenossaincapacidadepessoaltambmse constitui no modo mais rpido de chegarmos atitude correta na orao, e que Deus considera essencial. Ele desfere um golpe mortal contra o mais grave pecado seu senso de independncia que leva o homem a ignorar o Senhor. Outra razo que enquanto estivermos confiados em ns mesmos ou emoutraspessoas,nopodemosaprenderdeDeusdiretamentecomo Ele,comoseuamorpornscomoindivduoseseupoderreal.Eo verdadeiroobjetivodavidaacomunhocomJesus,aqualtambmo nicofundamentoparaaeternidade.Estacomunhodiriaqueelenos oferece muito real. Portanto, se os seus planos e projetos fracassaram; se, uma a uma, as escorasdoapoiohumanorurameasportassefecharambemdiantede seusolhos,reanime-se.Deusestquerendoenviar-lheumamensagem.A mensagem a seguinte: "Pare de depender dos recursos humanos, que so to inadequados. Deixe-me tomar conta da situao." Queroapresentaraquitrssugestesparafazermosaoraodo necessitado. Primeiro,sejahonestocomDeus.Diga-lhequeestcientedeque, aos olhos dele, voc totalmente impotente para fazer o que quer que seja. PermitaqueDeuslherevelesuaincapacidade,noplanodossentimentos, seissoqueElequer.Lembre-sedequetalrevelaopodeserdolorosa. Masexistemboasrazespsicolgicasparaesteprimeiropasso.Seo grande potencial das nossas emoes no for tocada por Ele, como se um estopim ficasse apagado. Emsegundolugar,confieaDeusodesejodeseucorao.Vocj aceitou o fato de sua incapacidade. Agora agarre-se com a mesma fora de vontade f em que Deus pode operar atravs de voc aquilo que voc no pode. possvel que, durante algum tempo, voc tenha a impresso de que est pisando numvazio, pendendo sobre um abismo. No d ateno a tal sensao, e, calmamente, agradea a Deus pelo fato de ele estar operando. Terceiro, esteja atento para as portas que se abriro. Quando a porta certaseabrir,vocteracertezainteriordequeamodeDeusest girandoamaaneta.Chegouoinstantedevocagir,aoportunidadepara sua criatividade entrar em ao. Umbelodia,nofuturo,vocolharparatrseseucoraose encherdelouvoraDeus,aoverificarcomo oamoutantoquelhedeixou umassada:voltar-separaEle.Semessaprovidnciadiretivaeterna, vocnuncapoderiaterconhecidoporsimesmooadmirvelpoderda orao do necessitado. ORAO: ONDE ESTS, SENHOR? Senhor,comoeutenhosidoderrotadopeiascircunstncias!Jme senticomoumanimalacuadoemumcanto,semterporondeescapar.E ondequeestsemtudoisso?Anoiteescura. Noconsigosentira tua presena. Ajuda-meaentenderqueastrevasso,narealidade,"asombrada tuamoqueseestendeparaafagar"equeessa"angstia"vemdeti,pois talveznohouvesseoutromeiodeconseguiresminhaateno,nemoutro modo pelo qual eu te permitiria demonstrar tudo que podes fazer em minha vida. Agoravejoquequantomaisvaziomeucliceestiver,maisespao haverparaeureceberteuamorebnos.Senhor,euentregoatieste problema:.......................,pedindo-teque,daabundnciadeteusreser-vatrios,derramesatuasoluo,notempoquedeterminaresedaforma que quiseres. Quanto te agradeo, Pai celeste, por tuas riquezas estarem minhadisposio;nodevidoaosmeusmerecimentos,maspelosmritos deJesusCristo.Portanto,pelopoderdo teunomeeu tepeoestascoisas. Amm. CAPTULO TRS A ORAO QUE TRANSFORMA SONHOS EM REALIDADE Umadasverdadesmaisestimulantesparans,emminhaopinio, saberquecadaobjetocriadopelohomem,bemcomoamaioriadesuas atividades,comearamcomumasimplesimagemmental.Minhame ensinou-meisto,eaomesmotempodemonstrouvividamentecomoa orao que transforma os sonhos em realidade. Quandojovem,eudesejavaardentementefazerumcursosuperior. Mas atravessvamos os anos da depresso econmica, e a igreja a que meu pai servia na Virgnia Ocidental tinhamuitos problemasfinanceiros. Eu j havia sido aceita para matrcula na Faculdade Agnes Scott, em Decatur, na Gergia.Tinhaeconomizadoalgumdinheirodeprmiosescolares.Alm disso,receberaapromessadeumabolsadeestudosparaalunosque quisessem trabalhar na escola, mas ainda nos faltavam centenas de dlares. Certanoite,mamefoiencontrar-me,deitadadebruosnaminha cama, em prantos. Sentou-se ao meu lado para conversar comigo. "Vamos orar, ns duas, por esse problema", disse tranqilamente. Fomos para o nosso quarto de hspedes e nos ajoelhamos junto a um velholeitodouradodecarvalho.Aquelaforaaprimeiracamaquemeus pais haviam comprado para seu lar. "Euseiqueessaidiadevocirparaafaculdadeestcerta",disse mame."CreiotambmquefoiDeusquemcolocouessesonhoemsua cabea.Portanto,vamospedir-lheparanosdizeroquequepodemos fazer para que o sonho se transforme em realidade." Duranteaquelesinstantesdecalmaquepassamosnaqueleaposento, sentinovaconfianaeumafortedeterminaosurgiremdentrodemim. Minhametinhaumafcontagiante.Arespostaviria.Como,no sabamos. Continuei afazer os preparativos para ingressar na Faculdade Agnes Scott.Poucotempodepois,mamerecebeuumoferecimentodeum departamentoculturaldogovernoparaqueescrevesseahistriadenossa comarca. O dinheiro que ela ganhou foi suficiente para pagar a maior parte de minhas despesas com a faculdade. Houve um outro exemplo mais dramtico de como mame aplicava a oraoparaarealizaodesonhos.FoiocasodeRaymondThomas,um rapaz de "Radical Hill", o bairro mais pobre da cidade. Alm de pobre, ele fora criado por uma famlia do lugar, e nem sabia quem eram seus pais. Aquele moo era to pobre que no possua um terno. Todas as vezes quevinhaconversarcomminhame,trajavamacacodetrabalhoe calava botinas de cano alto; porm andava sempre impecavelmente limpo. Nos dias quentes de vero, ele se postava no degrau superior da escadinha denossavarandaensombrada,econversava...conversava...conversava... enquantomameseembalavanumacadeiradebalano,debulhando ervilhas,outirandoalinhadasvagens,ouremendandomeias.Empouco tempo,mamepercebeuneleumaenergiailimitadaeumagrande capacidade mental. Certatarde,eledeixouentreveromesmoanseiointeriorqueeu tivera cursar uma escola superior. Logo que seu sonho se revelou diante deles, brilhante e claro, mame ficou encantada de ver a expresso de anelo, que se estampava nos olhos castanhos de Ray, transformar-se na chama da esperana. "Mascomovouconseguiristo?"perguntouorapaz."Nodisponho de recursos econmicos, nem vejo perspectivas de arranjar dinheiro." Mame percebeu que, com Ray, a orao do sonho deveria sermais abrangente,incluindo,almdocursosuperior, todaumanovafilosofiade vida. "Raymond,qualquerquesejaasuanecessidade,Deusjpossuios recursospreparadosparavoc,conquantoquevocestejaprontopara receb-los. E nossa ptria ainda a terra da oportunidade, Raymond. Aqui, o cu o limite. Haver dinheiro para todo e qualquer sonho que voc tiver e que for certo para voc, para cada sonho pelo qual voc estiver disposto a lutar." Paraumaesposadepastorquedispunhadeparcosrecursos,esta maneiradepensareraumtantoaudaciosa.Masmamecrianisso,ejo provara muitas vezes. E aquelas verdades comearam a criar razes na vida de Raymond. Afinal,chegouodiaemqueRayaceitouopensamentodelasem reservas, e mame pde lev-lo a fazer a orao que transforma os sonhos em realidade. Depois de t-la ouvido orar por mim naquela situao, posso bem imaginar como foi sua orao por ele. "Senhor, tuconcedesteaRayumamenteprivilegiada.Cremossera tuavontadequeelasejadesenvolvidaequedesejasusarospotenciaisde Raymondparailuminaralgumaregiodesteteumundo.Ecomotodaa riquezaquehnaterratua,porfavor,ajudeoRaymond,paraqueele encontre tudo de que necessita para fazer esses cursos. "Pai, cremos tambm que tu tens projetos maiores para ele. Coloque emsuamenteecoraoimagensvividasesonhosespecficosarespeito dasatividadesquedesejasqueeleexeraapsafaculdade.Etambm, Senhor, d-lhe a alegria de sonhar uma grande alegria." E assim, com a carteira vazia, mas muita f em seu sonho, Raymond Thomasembarcouemumnibuscomdireofaculdade.Seeufosse relatar aqui como foi que ele conseguiu tudo de que precisava, iria alongar demasiadamente esta histria. Mame arranjou uma senhora que emprestou partedodinheiroparaele.Escreveu-lhecartasdeencorajamentoeorou muito por ele. Ray se disps a aceitar responsabilidades e tomou a iniciati-vadeconseguirtrabalho.Duranteosquatroanosdocurso,eletrabalhou emdozeempregos,manobrandootempoeodinheiro:tantashorasde aulas, tantas para estudo, igreja, lazer, etc. Mame ficou imensamente feliz eorgulhosanodiaemqueRayrecebeuseudiplomadeBacharelem Cincias, com distino. DuranteaSegundaGrandeGuerraenosanosqueseseguiram,no mantivemosnenhum contato com Raymond,massoubemos que elefixara residncia em Viena, na ustria. Nos meados de julho de 1958, quando me preparava para fazer uma viagem Europa, escrevi a Ray. QuandochegueiemRoma,encontreialiumacartadele,minha espera. "Preparei-lhe uma surpresa. Entreiem contatocoma ReverendaFabricadiSanPietro,eelesiroprocur-la.Aquestoaseguinte:somenteelespodem conceder-lhe permisso para ver o que, a meu ver, opontoaltodeRomaasescavaesdaruade tmulos, datando de mil e seiscentos anos atrs, que se acham sob o Altar Mor da baslica de So Pedro. H dois anos atrs, visitei o local, canto por canto..." DepoisfoiemFlorena;logoquemeregistreinohotel,o encarregado da recepo entregou-me uma carta de Ray. "Quando visitar a cpula do Duomo, lembre-se de que Brunelleschilevouquatorzeanosparaconstru-la.No inverno passado, subi ltima sacada e dei a volta ao redor da cpula..." Aestaalturaeujardiadecuriosidadeparasabermaiscoisasa respeitodeRay.Ohomemqueescreveraaquelascartasnopareciater qualquer semelhana com o rapazl do RadicalHill. Estava claro que ele conheciaaEuropacomopoucosamericanos.Aquelevigoreaquelegosto pela vida que se espelhavam em suas cartas intrigavam-me. E as cartas continuavam a chegar. Em Veneza: "Escrevi a um amigo da vidraaria Salviati, e pedi-lhe que enviasse uma gndola para busc-la. Voc precisa ver os sopradores de vidro trabalhando." E em Bad Gastein: "Creio que vai achar o lugar meio agreste. Eu esquiei numa colina prximo da." Em Viena, ele foi esperar-me no aeroporto, levando-me flores. "AsfloreseamsicasopartedavidadeViena", explicou."Aquisemprelevamosfloresparauma anfitri, mesmo que se tenha sido convidado para um simples jantar." E mais tarde, quando saborevamos sacher torte e caf, ele passou a responder s minhas perguntas. "Ofatodeeuter-me sentadona escadade suacasa e, sem ter dinheiro algum, ter sonhado com um curso superior,eterconseguidorealizarosonho,ensinou-meumacoisa.Parasimplificar,oquesuamedisse eraverdade;qualquersonhocertopodesetornar realidade.Osrecursosmateriaisrealmenteesto disposio de quem quiser sonhar. A orao nos ajuda a descobrir se o sonho certo, e ainda nos d a fora para persistir." Depoiseledescreveuosanosdeguerra:foraumdospoucos sobreviventes de um destrier torpedeado. Durante a convalescena, fizera projetos para o resto da vida. "Euqueriaserumaespciedecidadodomundo, parapoderservirameupasemtemposdepaz. Queria viajar muito, falar vrios idiomas muito bem, e ter um grau de doutorado." "interessantenotarcomovoctinhaprojetostoespecficos", comentei. Raysorveuocafdevagarinho,parecendoimersoemsuas recordaes, olhando para fora, pela janela. "Esteprocessodefazerprojetossfuncionaseeles forembemespecficos.Istoaconteceporquegrande parte da energia necessria para que o sonho se rea-lizederivajustamentedoquadromentalque formamos. E para criar esse quadro mental, preciso que tenhamos idias bem claras e precisas." Depois,elepassouafalar-medeseussonhosquejhaviam-se tornadorealidade:viajaraporsessentapases,conseguiraodoutoradoem Fsica,pelaUniversidadedeViena,oquesignificavaperfeitodomnioda lngua alem. Falava tambm espanhol, um pouco de francs e de italiano, holands,suecoeumpouquinhoderusso.Eleservesuaptriacomo funcionrio do Projeto de Energia Atmica dos Estados Unidos, na Europa. Uma histria como a de Ray mostra a ntima relao que existe entre osonhoconstrutivoeaorao. Pois,decertomodo,este tipodesonho umaorao.CertamentequeavontadedoCriadorqueosdesejose talentosqueelemesmocolocouemnssejamconcretizados.Deusest muitointeressadoemvermaterializar-seagrandepersonalidadequeele enxergaemcadaumdens.Elequerquenosconscientizemosdosalvos queeletemparans.Poisnissoexatamentequeconsisteaorao:os homensoperandoemuniocomDeusparatrazerdocuosplanos maravilhosos que ele tem para ns. Mas, infelizmente, muitas vezes, no nos apercebemos desses planos, porque,devidoaumacircunstnciaqualquer,nossacapacidadedesonhar seatrofiou,provocandoemnsumcomplexode pobreza.Aprimeiravez que notei isso foi em contato com uma ex-colega de faculdade, que sofrera muito por causa da infncia pobre que tivera. Dot era incapaz de visualizar seus interesses no campo vocacional. Entretanto,elaforaparaWashingtoncheiadeideaiscomrelaoa um cargo pblico. "Eunoqueroumcargoqualquer",explicou-mepoucodepoisque ali chegara. "Eu aceito a idia de que Deus tem um plano para a minha vida, mas acontece que eu ainda no descobri qual . Ento como que vou orar com relao a esse problema de trabalho?" "Qual seria a ocupao que lhe daria mais satisfao?" perguntei-lhe. "Geralmente, isso um bom ponto de partida para se saber o que fazer." Minha amiga olhou-me ligeiramente espantada, e abanou a cabea. "Vocnuncasonha?"insisti."Noexistealgumacoisaquevoc sempre quis ser?" "No. Nada." Esta jovemno tinha aspiraes porque, durante os anos de sua vida em que a me passara por dificuldades financeiras, ela ensinara filha que quemnoalimentamuitasesperanasnuncasofremuitasdesiluses.Na realidade,istonadamaiseraqueumaexcelentepreparaoparaesperar pobreza.Infelizmente,minhaamigaacabouficandonumserviode arquivistapblica,umtrabalhorotineiro,emqueelaempregavaapenas uma frao de suas muitas habilidades. Hojeseiqueexisteumasadaparaessasituao.Quando descobrimos que existem reas afetadas em nosso subconsciente, podemos apelar para o poder do Esprito Santo. Ele pode voltar conosco ao passado eextirpartodooveneno,aplanarosterrenosacidentados,ecriaruma estradaparaDeus,afimdequeelepossapenetrartriunfantementeem nossopresentecomaexecuodeseuplanoparanossavida,umplano muitas vezes quase esquecido e j em atraso. Nohlimitesparaoqueessaassociaodesonhoseoraopode realizar.Eujtenhovistoresultadosadmirveisemdiversostiposde experincia,como:encontrarocnjugecerto,ouoempregomais conveniente,encontraracasaideal,saberconduziracriaodosfilhos,e na formao de uma empresa. Fiquei conhecendo a histria da Olivetti anos atrs, quando visitei as belssimasinstalaesdasuafbricademquinasdeescrevere equipamentos de escritrio em Ivrea, no norte da Itlia, uma regio cercada pelosAlpes.Alieuvi22hectaresdeterreno,beloprojetodepaisagismo, comumaboaenfermariaparaosfuncionrios,umabiblioteca,fileirasde blocos de apartamentos pintados em cores claras. A empresa notvel no somentepeloseualcanceinternacional,mastambmpelaassistnciaque d aos empregados. Fiquei encantada ao descobrir que tudo aquilo nascera de um sonho... Anos atrs, umjovemitaliano que visitava afbrica da Underwood, emHartford,nosEstadosUnidos,deixara-seficarnoptiodaempresa olhandoaquelesedifciosdetijolosvermelhos.Umpassantequevisseo rapazassimabsortoteriaseadmiradocomisso,poisnohavianadade extraordinrionaquelasinstalaesimensasqueelecontemplavato atentamente: eram exatamente iguais a outros prdios de fbricas da regio. Entretanto,paraAdrianoOlivetti,aquelesprdiosrepresentavamo sonhodeumavida.Naquelapoca,Underwooderaomaiornomeem mquinasdeescrever.Algumdia,jurou,elepossuiriaumaempresacomo aquela, e o nome Olivetti teria o mesmo significado de qualidade que esse outro.Aoprocurarfixaremseucoraoementeosedifciosquetinha diante de si, ele criava umaimagemmental queserviria de alvo para suas oraes. Trintaequatroanosdepois,AdrianovoltouaosEstadosUnidos comoPresidentedaIng.C.Olivetti&Co.Dalitelefonouparaumcolega seunaItlia,afimdedar-lheaboanotcia:"Acabodecomprarumacoi-sa..."enestepontosuavozseembargoupelaemoo,"...compreia Companhia Underwood." Oitomilhesesetecentosmildlareshaviampassadodeumamo paraoutra.Comaaquisiodocontroledavelhacompanhiaamericana, Adriano Olivetti realizava um sonho que nascera havia trinta e quatro anos. Existem pessoas que fariam objees a esta orao que transforma os sonhosemrealidade,porquetmdvidasquantovalidadedeorarmos pelas necessidades materiais, como: o vesturio, o po, uma pescaria, ou para usarmos situaes mais atuais uma vaga para se estacionar o carro. Comtodaarazoindagam:"Serquenoerrado tentarutilizaropoder deDeuseosprincpiosespirituaisparaalcanarmosnossosobjetivos pessoais?" Ambasasperguntassomuitovlidaseprecisamserrespondidas. QuantoquestodeDeusquererqueincluamosemnossasoraes petiesarespeitodascoisasmateriais,certamenteCristoestava interessadotantonasnecessidadesmateriaisdohomemquantoemsua alma.Eleseinteressavaporsuasenfermidadesesuafomefsica.O cristianismoumadaspoucasreligiesdomundoqueconsideramas coisasmateriaiscomosendoverdadeiraseimportantestoverdadeiras que Cristo teve que morrer num corpo de verdade, numa cruz de verdade. Equantoaoperigodenossossonhosseremresultadodenossa vontade humana e egostica, existem testes para verificarmos isto. Somente depois que nossas aspiraes so aprovadas nesses testes e assim, antes de orarmos, estivermos certos de que o anseio de nosso corao tambm o de Deus s ento a orao que realiza os sonhos poder ser feita com f e, portanto, com poder. ComecemosporreconhecerqueasleisdeDeusestoemoperao emnosso universo, quer as aceitemos ou no. E ns temos que operar em harmonia com elas, e no desafi-las. Por exemplo, faamos a ns mesmos as seguintes perguntas: Serqueaconcretizaodessesonhoirpreencherostalentos, temperamento e tendncias emocionais com que Deus dotou meu ser? Estaperguntanomuitofcildeseresponder.Elaexigebom conhecimento prprio, conhecimento da nossa verdadeira personalidade, o que poucos de ns possuem. Serquemeusonhoimplicaremusurparalgumacoisaouem prejudicaralgumapessoa?Serquesuarealizaovaimagoar algum?Seassimfor,podemosestarquasecertosdequeessa aspirao no a vontade de Deus para ns. Ser que estou disposto a acertar meu relacionamento com outras pessoas?Setenhoressentimentos,animosidades,amarguras justificveisounoessessentimentosnegativoseerrneos nos separam de Deus, que a fonte de toda a criatividade. Alm disso,nenhumsonhopodeserrealizadoondenohajabom relacionamentohumano.Bastaumrelacionamentoerradopara obstruir o canal de comunicao da orao. Eudesejoarealizaodessesonhodetodoocorao?Eles geralmente no frutificamnuma personalidade dividida; somente umcoraointeiramentededicadoaeleestardispostoafazer integralmente a sua parte para a concretizao da aspirao. Serqueestoudispostoaesperarpacientementeotempo determinado por Deus? Minhasaspiraessoelevadas?Quantomaiselevadoforo sonho, maior o nmero de pessoas que se beneficiaro com a sua realizao,emaiorapossibilidadedeter-seoriginadonos infinitos desgnios divinos. Seodesejodoseucoraofoiaprovadonessestestes,entoslhe faltaagoradar opassofinalenecessrioparaaoraoque transformaos sonhosemrealidade.EntregueoseusonhoaDeus,edeixe-oaosseus cuidados. Parece haver perodos quando o sonho como uma semente que deve ser plantada na terra escura e deixada ali para germinar. Mas isto no significarpassividadedenossaparte.Hmuitascoisasquepodemos fazerfertiliz-la,irrig-la,roaromatoequeimplicamemmuito trabalho e autodisciplina. Mas o crescimento daquela semente, aquela misteriosa e irreprimvel germinaodevidanosrecnditosda terra,emsegredo,issoapartede Deusnoprocesso.Nsnopodemosficarescavandoosolo,acada momento para examinar como vai indo o progresso do sonho. No captulo seguinte vou abordar mais alguns detalhes sobre o poder da confiana e da espera em orao. Masnessenterim,bemantesdevermosafrutificaodenossas esperanas(alis,nomomentoemqueumsonhooriginadoemDeus plantadoemnossocorao),umaestranhafelicidadepenetraemns. Pensoque,naqueleinstante,todososrecursosdouniversosolibertados emnossofavor.Nossaorao,ento,estemperfeitaconsonnciacoma vontade de Deus e se torna um veculo para transmisso dos felizes e triun-fantes propsitos do Criador, para ns e para o mundo. ORAO: D-ME UM SONHO Senhor,outroraeparecequejfaztantotempoeutinha grandessonhos,etantasesperanasparaofuturo.Agora,nohmais horizonte minha frente a chamar-me; meus dias no tm brilho. Vejo to poucacoisadevalornarotinadiria!Ondeestoteuplanoparaminha vida, Senhor? Pai,sabendoquepossopediremconfianaaquiloquejdatua vontade dar-me (1 Jo 5.14,15), peo-te que coloques em meu corao meu sonho pessoal, a misso especial que tu tens para minha vida. E juntamente com o sonho, d-me a graa, a pacincia e a resistncia dequeprecisareiparaverosonhoserealizar.Seiqueistopodeimplicar emeuserenvolvidoporcircunstnciastalvezinesperadas.Masquero confiarmuitoemti,apontodeseguir-temesmoquesejaportrilhas desconhecidas. Reconheo que gosto bastante de certos aspectos da minha rotina diria. Mas sei tambm que as atitudes e atos habituais que parecem sercomoninhosconfortveisolhando-sedoseuinterior,do teuponto-de-vistapodemparecercelasdepriso.Senhor,setiveresdedeitarabaixo algumas dessas prises, peo-te que comeces o processo agora. Em alegre expectativa, amm. CAPTULO QUATRO A ORAO DE ESPERA Halgumtempoatrs,euestavafolheandoumavelhaBbliamuito amadaejcheiadeorelhas,queeunoutilizavajhaviaalgumtempo, quandodeicomalgunspequenospedaosdepapel,recortadosemforma oval. Sorri, ao relembrar-me do que se tratava. QuandomeufilhoPeterJohnerapequenoeeupassavaporaquela fase tpica de todas as mes de preocupar-me com ele em demasia, deparei comumartigoescritopeloDr.GlennClark, onde,comumasimplicidade quase infantil, ele ensinava como agir em tais situaes. Naquestodaoraoemfavordosfilhos,diziaele,parteda dificuldaderesidenademora,no temponecessrioparaalentamaturao denossaspeties.MasesteomtododeDeusparaosprocessosda natureza. Por exemplo, uma galinha tem que chocar os ovos pacientemente, durante o tempo de incubao, e somente depois que nascem os pintinhos. Comessailustraoemmente,oDr.Clarksugeriaqueospais passassem alguns minutos por dia, durante uma semana, pensando nos seus anseios profundos com relao ao futuro dos filhos. Aps escrev-los num pedao de papel, deviam pedir a Jesus quelhes revelasse seus planos para eles; retiramos tudo que fosse superficial ou egostico, at conseguir chegar ao cerne dos desejos e aspiraes do Esprito para cada filho, em particular. A seguir, continuava o Dr. Clark, escrevamessesanseios, emforma depetio,usandoparaissopapiscortadosemformato oval.Entreguem ento as oraes ao Pai, para que as responda no tempo e do modo que ele desejar.Paraauxiliaravisualizaodaidiadequeasrespostaspodem demorar bastante para se concretizar, coloquem as folhas de papel entre as pginasdaBblia,oquesimbolizaroatodedeixartudoaoscuidadosde Deus. Resolviseguirasugesto,masnocomenteinadacomningum, comreceiodeparecertola.Entretanto,hojeeupensoexatamenteo contrrio.Creioqueaquelespedacinhosdepapelfalamdeumprincpio espiritualmuitoprofundo.Poisquandoencontreiospedidosemminha Bbliavelha,descobriqueoPai,ternoeamoroso,haviaatendidoacada um deles. Por qu? O que haveria naquela forma de orao que Deus a honrara tomaravilhosamente?Certamente,noforaofatodeeuhaverrecortado aquelas folhas de papel, naquele formato, e tambm no havia poder algum emteremsidocolocadasentreaspginasdeumaBblia.Enquanto meditavanisso,ocorreu-mequepartedosegredoestavanaespera.A espera, em si, se posta em prtica de acordo com o mtodo bblico, parece serumestranhomasdinmicomeiodecomunicaoentreohomeme Deus. Aesperasempretemumpapelmuitorelevantenodesenrolarda histriadorelacionamentodeDeuscomohomem.Elaomtodo divinoqueoSenhorutilizafreqentementeparanosensinarqueo seupoderrealequeelepoderespondernossasoraessemquaisquer interferncias ou manobras nossas. Todavia, to difcil para ns remover do caminho a nossa vontade e o nosso senso de tempo. Muitas vezes agimos como a criana que leva um brinquedo ao pai para que este o conserte 2. O pai toma o brinquedo, e, de bomgrado,comeaaconsert-lo.Algunsinstantesdepois,aimpacincia infantil comea a se revelar. Por que est demorando tanto? Acrianaficaaliporperto,atrapalhando o trabalhodopai,fazendo observaesdesnecessrias,oucrticastolas.Finalmente,esgotadasua pacincia, ela arranca o brinquedo das mos do pai, e sai correndo, dizendo amargamentequejsabiaqueelenoconseguiriamesmoconsert-lo. Talvez ele nem queira consertar brinquedos. Poroutrolado,semprequeconfiamosnoPaiobastantepara deixarmoso"brinquedoquebrado"aosseuscuidados,noseven-tualmenteoreceberemosdevoltaconsertado,masobteremosuma surpreendentebnoadicional.Edescobriremos,pornsmesmos,oque ossantosemsticosafirmam:queduranteosombrioperododeespera, quandotodooesforopessoalcessa,hemnsumespantososurtode crescimento espiritual. Depois, notamos em ns qualidades, acrescentadas, como:maispacincia,maioramorpeloSenhorepelosquenosrodeiam, mais capacidade de ouvir sua voz, maior disposio de obedecer. 2 Uma ilustrao de que Peter Marshall muito gostava. Ele a mencionava para responder seguinte pergunta: "O que devo fazer para ajudar o Senhor a responder minhas oraes? e o que devo deixar inteiramente com ele?" Catherine Marshall: "Para Todo o Sempre". OdivinoAgricultortemestadoaensinar-nosaliodavidana Videira. Durante esse perodo de espera (que para a alma como uma noite negra) aprendemos o grande segredo de permanecer. Permanecer na videi-ra a chave que abre os tesouros celestes. (Jo 15.1-8.) Nosso condicionamento humano nos faz pensar que a espiritualidade consisteemalgoquefazemos."Noassim",dizJesus,"aminhavida emvoc."Oramodavideiranoprecisaseesticareseesforarpara crescereproduzirfruto.Seupapelsimplesmentepermanecerligado Videira,eficaraliparaqueaseivaquelhedvidapossacircular atravs dele. Somente ento que podemos produzir "muito fruto". JesustambmfaloubastanteacercadoscronogramasdeseuPai;o princpiodequeexisteumacertaseqnciaeumdeterminadondicede crescimento para tudo, na natureza que ele criou. "...primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o gro cheio na espiga." (Mc 4.28.) "O tempo est cumprido e o reino de Deus est prximo", disse Jesus. Equandoalgunsdiscpulostentaramfor-loaagirprematuramente:"O meu tempo ainda no chegou..." (Jo 7.6). E mais tarde, quando as sombras seadensavamaoredordacruz:"Omeutempoestprximo"(Mt26.18). Semprefalandodeseutempo.Masnsqueremosforarascoisase apressar a programao divina, com riscos para ns mesmos. Deusrealmentetemuma"plenitudedostempos"pararespondera cadaorao.Segue-seentoquesomenteeleconheceadimensodas transformaes que precisamser operadas emns antes que possamos ver nossosanseiosrealizados.Somenteelesabedasmudanaseoperaes externasquetmdeocorrerantesquenossaoraopossaserrespondida. Foi por isso que Jesus disse: "No vos compete conhecer tempos ou pocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade." (At 1.7.) Portanto,oSenhorpareceestarconstantementeusandoaespera como um instrumento para nos dar os melhores de seus dons. Ele deixou os filhosdeIsraelesperaremdurantevriasgeraes,atqueocorressesua libertaodaescravidodoEgito.Porcausadesuadesobedinciae obstinao,elestiveramqueaguardarquarentaanosparaentrarnaterra prometida.Aesperafoiatnicadoexlio.TodaahistriadoVelho Testamentoseresumeempacienteesperapela"plenitudedostempos", pelomomento do nascimento do Salvador. E aps a ascenso de Jesus, os quesereuniramnoCenculotiveramqueesperardezdiaspelavindado Esprito Santo. NodeseadmirarquealgumasdaspromessasdeDeussejam condicionadas a uma espera confiante do tempo de Deus: "BomoSenhorparaosqueesperamporele."(Lm 3.25.) "OsqueesperamnoSenhorpossuiroaterra."(Sl 37.9.) "MasosqueesperamnoSenhorrenovamassuas foras, sobem com asas como guias, correm e no se cansam, caminham e no se fatigam." (Is 40.31.) "Porquedesdeaantigidadenoseouviu,nemcom ouvidossepercebeu,nemcomosolhosseviuDeus alm de ti, que trabalha para aquele que nele espera." (Is 64.4.) "Enonoscansemosdefazerobem,porqueaseu tempo ceifaremos, se no desfalecermos." (Gl 6.9.) A espera parece ser uma espcie de dramatizao da orao, exigida denscomfreqnciaehonradaporDeus,coisaquesvimaentender depois que descobri a notvel "musculatura" espiritual de f que ela forma emns.Poisnoverdadequeaesperaexigepacincia,persistncia, confianaesensodeexpectao,todaselasqualidadesquepedimos continuamente a Deus? Lembro-medecertaocasioquandooSenhormeordenouque permanecessedelado,aguardandopacientemente,semdizernada,a soluo de um problema, embora estivesse convencida de que a conhecia. Mesmonumasituaodepequenaamplitude,eudeveriaaguardarahora determinadaporele,enquantoeleatuavaemoutrocoraohumano.Foi uma experincia grandiosa esperar em atitude de serenidade. Havia quase dois anos que eu no via Helen. Seu telefonema chocou-me profundamente, pois ela me disse que Steve, seu marido, iria abandon-la para unir-se a uma mulher mais jovem. Ela desejava conversar comigo. "Por favor, Catherine, posso ir falar com voc?" "Helen, eu no tenho muita habilidade para conselheira matrimonial", respondi. "Mas voc pode orar comigo?" Isso eu podiafazer, e disse-lhe que sim, semsaber a forma estranha que aquela orao iria tomar. QuandoHelenseapresentouportademinhacasaemBoynton Beach, na Flrida, olhei para ela com o corao pesado. Ela estava vestida descuidadamente,osolhossembrilhoeirritadosdetantochorar.Estava comexcessodepesoeseucabelolouroavermelhadoprecisavademais trato. Logoquenosacomodamosnosofdoliving,Helenlanou-seno relatodeumahistriaquegiravaemtornodeumstema:elaestava continuamentesedepreciando.Elestinhamtidotrsfilhos,masSteve quiseramais.Elepassavahorasehorasdiantedotelevisor,mastambm elanuncaforamuitoboaparaumaconversa.Haviaanosqueelenoa convidavaparasair,maselanoseimportavamuito.Helennoestava certadequemeraaoutramulher,massemdvidaseriaumajovemmais interessante que ela, e assim por diante. Eenquantoelafalava,descobrisubitamentequaleraacausada dificuldade. No que se precisasse de muita perspiccia para reconhec-la. Desde o momento em que Helen entrara, estivera a declarar, em alto e bom som,qualeraaraizdoproblema.Averdadequeelanogostavadesi prpria. E no instante em que compreendi isto, tive outra revelao: eu no deveria dizer nada. O Senhor falou claramente ao meu corao que eu teria que esperar. Teria que guardar para mim aquela revelao at que o Senhor acomunicassetambmaHelen,nahoraaprazadaedomodomais adequado.Oautocontrolequeaquiloexigiudemimfoiimenso,poisela ficoualiduashoras,expressando,dediversasmaneiras,umaverdadeque eu j conhecia. Mas incrvel tambm foi o senso de expectao que tive ao observaraoperaodivina.EletrouxeraHelenatmimcomoobjetivo nicodedar-lhetempotempopararaciocinarcomcoernciaecom lgicaacercadeseuproblema.Meupapelalieraapenasajud-laa conservarospensamentosnatrilhacerta.Helenprecisavaalcanarum entendimentodesiprpria,porsimesma,eoSenhorestava-medando umadosesobrenatural(pelomenosparamim)depacincia,enquanto encaminhava seu raciocnio ao ponto certo, com muito carinho. Com este dom da graa, as duas horas se escoaram rapidamente, tal o suspensequeseapoderoudemimdiantedagloriosaantevisodoque estava para acontecer. Aqueles momentos foram passados numa mistura de conversa, leitura bblica, silncio e ateno s palavras dela. Por fim, Helen perguntou-me se poderia ir ao jardim, e ficar a ss uns instantes. Quando regressou, as palavras se derramavam de seus lbios. "Aqueleversculo,Catherine,quedizqueJesusnosamouantesque ns o amssemos ultimamente tem sido to difcil acreditar que algum me ama. Maslno jardim eufiquei pensando. Quando ns realmente cre-mos que Deus nos ama pessoalmente, ento temos que amar a ns mesmos tambm." Acenei com a cabea, concordando, no me atrevendo a dizer nada, e ela prosseguiu. "Bem,ocorreu-meentoque,decertomodo,eu o tenhodesonrado, porter-medescuidadodemimmesmaedacasa.Querodizer,meu aumento de peso, refeies simplificadas, camas sempre por fazer..." Eenquantoeuaescutava,maravilhava-medaoperaodeDeus.Se eu tivesse procurado dizer a Helen aquelas coisas, no papel de amiga dando conselho,erabemprovvelqueelaseofendesseou,quandomuito,que aceitasse minhas sugestes com certa relutncia. Desnecessrio dizer que, taldescobertanoresolveuoproblemadeHelen,danoiteparaodia; seguiram-se muitos meses de duras provaes. Mas, eventualmente, depois que ela ps em ordem a casa e a simesma, varreu do corao os ressenti-mentoseasirritaesabafadas,epassouaenxergar-seasimesmacomo umapessoapreciosaaosolhosdeDeus,ocasamentotambmfoisalvo. Fiquei sabendo disso um ano depois, quando recebi um interurbano dela. "Acheiquevociriagostardesaber,Catherine;eueSteveestamos juntos novamente. Estamos viajando. uma espcie de segunda lua-de-mel. Passamos horas e horas conversando..." EntoaBbliavalorizaaespera,emparteporqueoexercciodela exigequalidadesqueDeusquercultivaremnscomoapacincia,de queeuprecisotanto.Mashumaoutra razo.Aesperatemumafuno; representaauniodeDeuscomohomemparaaobtenodeumfim desejado, e este fim sempre uma manifestao da histria da Pscoa. NuncameesquecideumincidenterelatadoporPattBarnes,de Milwaukee, que contou de umaidosavendedora deflores que conheceu e quelheensinouosegredodos"trsdias".Pattficoutoimpressionado comavisvelalegriadavelhinha,quecomentoucomelaquesuavida devia ser totalmenteisenta de problemas e dificuldades. No, no disse elativeraosmesmosproblemasquequalqueroutrapessoa,massabia quecadaumdelestinhadentrodesiumaforavivaderessurreio. Quando Jesusmorreu, tudo pareceu negro, mas trs dias depois, ocorreu a ressurreio. " por isso que sou feliz", disse ela. "Eu conheo o segredo. Quando lhe sobrevier qualquer dificuldade, d a Deus um voto de confiana: espere trs dias." Podemosfazercomqueumaderrotaaparentesetransformeem vitriaatravsdaconfiananoprincpiodaressurreio.Essetempode esperapodenoserexatamentetrsdias,maso princpioverdadeiro. E assim como o seu prottipo bblico (a Pscoa) no foi um evento passivo, assimtambmessetipodeespera.Nelatambm,algumacoisatemque morrergeralmenteapreocupaoouatentativaderesolvero problema ns mesmos. Algunsanosatrs,umaamigaminhadeWashingtonfalou-mea respeito da orao que ela estava fazendo em favor de seu filho, que ento tinha dez anos de idade. "EujestoucomeandoaorarparaqueDeusprepareumaesposa para Bobby a esposa certa. Peo a Deus que ela seja protegida do mal; peo em favor de seu crescimento, tanto fsico como espiritual", contou-me. Aquilo era novidade para mim. Mas a idia me pareceu to certa que comeceiafazeromesmo.Durantealgunsdias,todasasmanhs,eu trabalheinaformulaodaquelaoraocriativa,otipoque,eusabiapor experincia,Deusseagradaematender.Pergunteiamimmesma:"Quais seriamascaractersticasdeesprito,menteecoraodajovemidealpara meufilho?"Eunoestavamuitopreocupadacomexterioresseseria loura ou morena; naturalmente, a beleza interior se refletiria no exterior. Eassim,detalhepordetalhe,ecombastanteclareza,ostraosda moaideal,pormimimaginada,foramsendopostosnopapel.Omais importante era que ela conhecesse a Jesus Cristo pessoalmente, e o amasse detodoocorao.Deveriaserinteligenteeterculturabastanteparaque houvesseentreambosumestmulointelectual.Teriaqueteralegriade viver, sendo de humor, e aquele jeitinho especial, e assim por diante. Depois, quando o retrato j parecia estar completo, certa manh eu o confieiaoSenhor,pedindo-lhequecorrigisseasfalhas,eotornasse realidadeparaPeter,emseutempocertoesuamaneira.Aseguir,euo enterrei, por assim dizer, entre as pginas da mesma Bblia velha, como um lavrador coloca a semente na terra. Nosanosqueseseguiram,tivequelutarparanodesenterrara semente,vezporoutra,paravercomoestava-sesaindo,medidaqueas garotas iam passando pela vida de Peter. Muitas eram bonitas; outras eram maisdifceisdeseaceitar.Mas,porfim,otempodaesperacriativase encerrouquandoPeterJohnestavaameiodeseucursodoSeminriode Princeton. O nome da jovem era Edith. AlgumtempodepoisqueEdithePeterjestavamnoivos,encontrei aquelasanotaesepudever,comgrandeadmirao,quealiestava, detalhe por detalhe, uma descrio de Edith. E naturalmente, como sempre, Deus acrescentara mais alguns dividendos. Ela era alta, como Peter; loura, comoele,etimacozinheira.Quehomemnogostariadeumajovem assim?Elaerafortefisicamenteedonadeumaalegrevitalidade.Alm disso,gostavamuitodejardinagem,trabalhosmanuaiseoutros passatempos que ele tambm apreciava. Gostei dela imediatamente, e nun-cacessodeagradeceraDeusporumatomaravilhosarespostaparaa misteriosa e triunfante orao de espera. ORAO: ENQUANTO ESPERO SenhorJesus,tuqueresqueeufalepalavrassinceras;dequalquer forma,nenhumpensamentomeuestocultodeti.Ficoperplexocomo cronogramadoPai.Tusabeshquantotempoestouorandoacerca de............................ejtenteiserpacienteparaesperararesposta.Mas Senhor, por que a tua providncia se move to lentamente? Euseiqueasestaesvmevoemmajestosaseqncia.Aterra giraemtornodeseueixonumritmopredeterminado.Nenhumaorao podemodificarestasituao.EuseiqueosTeuscaminhosnosoos meuscaminhos;tuahoranoahoraqueeuescolheria.MasSenhor, como que eu, que sou to condicionado s coisas terrenas, posso chegar a uma unio perfeita com o ritmo da eternidade? Querosermalevel.ExistealgumacoisaqueTuqueresensinar-me, algumempecilho que queres remover, algumamudana que queres operar emmimouemminhasatitudes,paraqueaoraopossaserrespondida? D-meabnodeolhosparaver,deouvidosqueouamoquetensa dizer-me. Vem, Senhor Jesus, e habita emmeu corao. Como estou alegre de saber que a resposta de minha orao no depende absolutamente de mim. Equandoeupermaneoemti,serenamente,edeixotuavidafluirpara mim, que maravilha saber que o Pai no v minha pacincia em farrapos nemminhafinsuficiente,masapenasatuapacincia,Senhor,eatua confiana de que tudo est sob o controle do Pai. Em tua f, eu te agradeo desde j pela resposta minha orao, uma resposta que ser mais gloriosa do que eu imagino. Amm. CAPTULO CINCO A ORAO DE RENNCIA Comoamaioriadaspessoas,logoquecomeceiaterexperincias vivascomaorao,comeceiatertambminmerasperguntasedvidas no assunto, tais como: por que algumas oraes sinceras e agonizantes no so atendidas enquanto outras so? Mesmo agora, eu ainda fao perguntas. Os mistrios acerca da orao so sempre maiores que o conhecimento que temos e nos impulsionam, motivando-nos a buscar maiores experincias. Masumacoisaeusei,eaprendi-aatravsdeexperinciasdifceis. Hummododeorarquesempretemresultadoemgloriosasrespostas; gloriosasporque,acadavezquefeita,liberaumpoderimensoqueest alm do entendimento humano. a orao da renncia. Tive o meu primeiro vislumbre a este respeito em setembro de 1943. Haviaseismesesqueeuestavaenferma,sofrendodeumainfeco pulmonar,eocorpodeespecialistasquemeassistiaparecianoter condiesdecurar-me.Orarapersistentemente,fazendousodetodaaf que eu podia ter, mas tudo dera em nada. Eu continuava de cama. Certo dia, veio ter s minhas mos um folheto. Era a histria de uma missionria que fora invlida durante oito anos. Ela orava constantemente a Deus para que a restabelecesse, para que ela pudesse trabalhar para ele. Por fim, cansada daquela repetio intil, ela orou: "Estbem,Senhor.Eudesisto.Setupreferesqueeupermanea invlida, isto s concerne a ti. De qualquer modo, eu quero a ti muito mais do que desejo a sade. Deixo contigo a deciso." Da a duas semanas, ela estava de p, completamente curada. Issonofaziasentidoparamim;entretanto,no conseguiaesquecer ocaso.Nodia14desetembro,pelamanhnuncapodereiesquecer tal data! consegui colocar-me em posio de total aceitao. "Estoucansadadepedir",foiobradodemeucorao."Estou derrotada,acabada.Senhor,tutomarsadecisodoqueirsuceder comigo." Lgrimas corriam pelomeu rosto. No sentif alguma, pelomenos, no senti a f que conhecia; e no esperava nada. A entrega de meu corpo doente foi feita sem qualquer vestgio da graa divina. E oresultado?Foicomoseeuhouvesseapertadoobotoqueabria asjanelas do cu;foi como se a energia celestialcomeasse a fluir e fluir. Em questo de horas experimentei a presena do Cristo Vivo de uma forma quevarreutodaadvidaerevolucionouminhavida.Naqueleinstante, iniciou-se o meu restabelecimento. Atravsdesteincidenteedeoutrosqueseseguiram,Deusestava tentando ensinar-me uma lio muito importante a respeito da orao. Aos poucoseufuientendendoqueoespritoexigente,orientadopelavontade prpria,bloqueiaocaminhodaorao.Compreendiquearazodistoera queDeusabsolutamenteserecusaaviolentarnossolivrearbtrio,eque, portanto,anoserquenossavontadelhesejaentreguevoluntariamente, Deus no pode atender nossa orao. Comocorrerdotempo,fuicompreendendooutrosaspectosacerca daoraoderennciaatravsdaexperinciadeoutros,tantode contemporneos, como pelaleitura delivros. A orao de Jesus no Jardim do Getsmani, como vim a entender depois, um modelo para ns. Cristo poderiaterevitadoacruz.ElenoeraobrigadoairaJerusalmaquela ltimavez.Elepoderiatercontemporizado,entrandoemacordocomos sacerdotes;poderiaterfeitoumacordocomCaifs.Poderiaterapelado paraseusseguidores,outeragradadoaJudas,fundandoumimprio terreno.Pilatosquissolt-lo,esfaltouimplorar-lheparaquedissessea palavracertaquelhepermitiriafaz-lo.Mesmonojardim,nanoiteda traio,eletevebastantetempoeoportunidadedefugir.Masaoinvs disso,Cristousoudeseulivrearbtrioparadeixaradecisonasmosdo Pai. AtraduodosevangelhosfeitaporJ.B.Phillipsdumanfase especialspalavrasdeJesus:"Paiquerido,...todasascoisasteso possveis.Permitequeeunotenhaquebeberesteclice!Contudo,no seja o que eu quero, mas o que tu queres." (Mc 14.36.) A orao no foi respondida como desejava o Jesus humano; todavia, desde ento, o poder tem fludo de sua cruz. Mesmo no instante em que Cristo estava-se curvando possibilidade deumaterrvelmortenacruz,elenuncaseesqueceunemdapresenade Deus,nemdoseupoder.Existeumaprofundadiferenaentreaceitaoe resignao.Naoraoderenncianoexisteofatorresignao.A resignao diz: "Asituao esta, e eu me resigno a aceit-la como ." A seguir,elasedeitanopdeumuniversosemDeus,esepeaesperaro pior. A aceitao afirma: " verdade. Esta a minha situao no momento. Vou encarar a realidade dela sem pestanejar. Mas tambm abrirei asmos paraaceitardebomgradotudoqueoPaienviar."Eassim,aaceitao nunca fecha a porta para a esperana. Entretanto, mesmo tendo esperana, nossa renncia deve ser real e a deciso de renunciar vontade prpria o ato mais difcil que ns, seres humanos, temos que realizar. Lembro-medaagoniadeumabelajovemdenomeSara,queme confiou os problemas que estava enfrentando com seu noivado. "Eu amo Jeb", disse-me ela, "e sei que ele me ama. Mas o problema que elebebemuito. No que ele seja alcolatra, no. Mas a bebida uma espcie de smbolo dasidias que ele tem. Isto est-meincomodando bas-tante, e eu fico pensando se no justamente Deus querendo dizer-me para desistir de Jeb." Enquantoconversvamos,Sarachegouconclusodoquedeveria fazer.Estavacertadequeperderiaumbeminfinitamentepreciososeno decidissepeloidealmaiselevadoemelhor.Lgrimasbrilhavamemseus olhos quando disse: "Vou terminar o noivado. Se Deus quer que eu me case com Jeb, ele ter que modificar a situao a bebida e tudo o mais." Enaquelemomento,demodosimpleseincisivo,elaorouaDeus falando-lhedesuadeciso.ColocounasmosdoSenhorseussonhos desfeitos e seu futuro desconhecido. Jebnomodificounemsuasidiasnemseusideais,eSaranose casou com ele. Um ano depois, recebi dela uma carta em que transbordava de alegria. "QuasemorriquandotivequerenunciaraJeb,masDeussabiaque elenoeraohomemcomquemeudeveriamecasar.Recentemente,eu fiqueiconhecendoorapazcerto,evamosnoscasar.Ehojeeurealmente sei o que a sabedoria e a alegria de se confiar em Deus totalmente..." bomlembrarquenemmesmooGrandePastorpodeguiar,seas ovelhas,emvezdesegui-lo,preferiremcorrerfrenteetomarcaminhos desuaprpriaescolha.EssaarazodeCristoinsistiremexigir obedincia prtica: Por que me chamais, Senhor, Senhor, e no fazeis o que vosmando?(Lc6.46.)Obedecer...obedincia...confiar...soexpresses queencontramosfreqentementenosevangelhos.Amaleabilidadedeum coraoobedientedevesercompleta,desdeoatodeacertarmosnossa vontade com a de Deus, s aes resultantes. E se formos pensar bem, como que a obedincia pode ser genuna a menos que desistamos de nossa vontade prpria, em cada episdio da vida, medida que ela avana quer o entendamos ou no, e mesmo parecendo quefoiomalquemdeuorigemaoepisdioemquesto?porissoque no nos deve surpreender o fato de que a lei da rennciajazno mago do segredo da orao respondida. FoioquedescobriuaSra.NathanielHawthorne,esposadofamoso escritor americano, certa vez, quando teve quelutar em orao, no ano de 1860,emRoma.Una,afilhamaisvelhadocasal,estavamorte, gravemente atacada de malria. O mdico que a assistia, Dr. Franco, j lhes haviadito,naquelanoite,queseafebredagarotanoabaixasseantesdo amanhecer, ela morreria. Sentada beira da cama de sua filha, seu pensamento voltou-se para seumarido, que se encontrava no aposento anexo, e para o que ele dissera naquele dia: "Eunoagentomaisessevai-e-vementreesperanaetemor; portanto, estou tomando a deciso de no ter mais esperanas. Masamenoconseguiupartilhardamesmadesesperanade Nathaniel.Unanopodiamorrer,nodeviamorrer.Afilhaerato parecida com o pai; era dotada de grande inteligncia e tinha o carter mais complexodetodososfilhosdocasalHawthorne.Porquerazoalgum capricho da Providncia iria exigir-lhes que desistissem dela? Almdisso,agarotaestiveradelirantedurantevriosdias,sem reconhecerningum.Seelamorressenaquelanoite,elesnoteriamnem mesmo o consolo de uma despedida. Enquantoanoiteavanava,ameninacontinuavatoquietaque parecia estar na antecmara da morte. A me foi at janela e olhou para a praa. No havia luar; era um cu escuro e silente, carregado de nuvens. "Eu no suportarei esta perda; no posso, no posso..." Ento,subitamente,ocorreu-lheoutropensamento,demaneira inexplicvel. "Por que deveria eu duvidar da bondade de Deus? Que ele leve Una, seacharmelhorassim.Emaisainda:possoentreg-laparaEle.Eua entrego a ti, Senhor. No vou mais lutar contra ti." Foientoquealgoestranhoaconteceu.Depoisdeterfeitoeste grandesacrifcio,aSra.Hawthornepensouqueiriasentir-semaistriste. Em vez disso, porm, ela se sentiu mais leve, mais feliz e contente, que em qualquer outra ocasio, desde que a longa enfermidade de Una comeara. Algunsminutosdepois,elavoltouaoquartodameninaetocousua testa.Estavamidaefria.Opulsoestavacalmoeregular.Unadormia normalmente. E a me correu ao quarto contguo para contar ao marido que o milagre acontecera. No terreno da orao respondida, a progresso dos eventos na cura de Una no apresentou nada de extraordinrio. Pois nos anos que se seguiram, depois que ouvi o relato do acontecido com o casal Hawthorne, continuei a ouvirexperinciasestranhamenteparecidas.Aquerelatoaseguirmefoi contada por uma amiga, em uma carta. ...Nossofilhonasceuhtrsanosatrs.Aprincpio, ele parecia uma criana normal e saudvel. Mas, com apenasdozehorasdenascido,enquantoeuo segurava em meus braos, ele teve uma convulso, a primeira.Nosdiasqueseseguiram,tevevrias outras. Anicaexplicaodosmdicos eraqueeledeviater sofridoalgumalesocerebralnoparto.Isto intensificoumeuterror.Seelevivesse,talvezfosse cego, surdo, mudo ou aleijado, ou talvez ficasse com a mente afetada. Nunca me senti to s como naqueles primeiros dias. Euorava,maspensavaqueDeusnoseimportava maiscomigo.Porqueistotiveraqueacontecercom meu filho? Agorareconheoqueminhasoraesnoeram verdadeirasoraes,masacusaes.Euestava exigindo que Deus curasse meu filho. Ento,exaustanocorpoenaalma,pareidedar ordensaDeus,ecurvei-mediantedele.Disse-lhe simplesmente:"Leva-o,Senhor,seessaatua vontade. Qualquer que seja tua deciso eu a acatarei; se queres que ele seja aleijado ou retardado, ento eu tereiqueaprenderaaceitartuadecisoeasituao quedelaresultar."Eumecoloqueiinteiramentenas mos dele. Daquelemomentoemdiante,noapenasLarry comeouamelhorar,mastambmminhaslgrimas cessaram,emeustemoressedesfizeram.Umapaz inexplicvelencheumeucoraoeeutiveacerteza de que Larry no somente teria uma vida normal, mas tambm til... Bem,paraencurtarahistria,Larryagoraum meninonormalesadio.muito,muitointeligente,e se ele fosse um pouquinho mais ativo do que , ento eu que estaria aleijada. EstclaroqueashistriasdeLarryeUnatmmuitospontosem comum.Emambososcasos,amedesejavaumacoisa desesperadamenteavidaeasadedacriana.Asduasexigiramde Deusquerespondessesuapetio.Eenquantoesseespritodeexigncia predominou,Deuslhespareceuremotoeinaccessvel.Depois,ao constataremaevidenteinutilidadedaoraodeexigncia,ealiando-sea isso o cansao do corpo e do esprito, cada uma orou rendendo-se possi-bilidadedaquiloqueelamaistemia.Aqueleinstantefoiummomento decisivo.Sbitaeinexplicavelmenteotemordesapareceueapazsefez presente.Seguiu-se,ento,umasensaodelevezaegozo,quenotinha conexo alguma com as circunstncias externas. Aquele foi o ponto crtico. Daquele momento em diante, a orao comeou a ser respondida. Aquestoquenosintriga:qualosegredoouleiespiritualque atua na orao de renncia? Parte dele o seguinte: sabemos que o medo como uma tela que se ergueentrenseDeus,equeimpedeoseupoderdechegaratns.E como que nos libertamos do medo? Issonofcil,quandoestemjogoavidadeumentequerido, ou quandoestemjogoaquiloquemaisdesejamosnestemundo.Nessas ocasies,todasasnossasemoeseanseiosestoatreladosaoreceiodo quepossaacontecer.Evidentemente,somenteumaatitudedrsticapode destruiressetemorgigantescoeoespritodeexignciaquegeralmenteo acompanha. E em minha experincia descobri que tentar resolver a questo fazendoafirmaesdefnoadiantamuito;precisoumamedidamais enrgica. quandonosdeparamosfrenteafrentecomaleidarenncia.Ser que Jesus estava querendo nos ensinar a aplicar esta lei quando disse: "No resistaisaomal"?(Mt5.39Rev.eCor.)Paredefugirdessa probabilidade aterradora, e de neg-la. Encare de frente a possibilidade de acontecer o que voc mais teme. Nomomentodacrise,podeparecer-nosqueissoexatamenteo oposto da f, e temos vontade de dizer: "Senhor, tunodissestepara orarmoscomf?Estouconfusoagora. Serqueoprincpiodarennciasignificaquenuncapodemosorarcom segurana a respeito de questes bem definidas? Se assimfor, ento como isso pode ser f?" A todas essas peties de explicao, Jesus sempre d, pacientemente, a mesma resposta. "Obedea-me.Depoisento,vocsaberdetudoecomeara entender." E assim damos os primeiros passos da obedincia, que so, s vezes, topenosos.Eeisque,quandoparamosdedesviarosolhos,enos foramosacaminharaoencontrodotemor,eoencaramosdefrente nunca esquecendo que Deus e seu poder ainda so a realidade suprema o temor se evapora. drstico? Sim; mas um meio positivo de liberarmos o poder da orao para a soluo dos problemas humanos. Porvezes,omilagredaoraogloriosamenterespondidaocorre nesteponto.Emoutrassituaes, oBomPastornosconduzdarenncia compreensoconfiante.Noomesmoquetentarformularpensamentos positivosoufazerafirmaesdef;tambmnoumaatuaonossa; um dom de Deus. (Ef 2.8 e 1 Co 12.9.) Porvezesodomdafnosconcedidoatravsdeumversodas Escriturasqueparecesesalientardapginaquelemosounosvem memria,enosabrasaocorao.Acompreensoconfiante,outrasvezes, vemapsumarevelaointeriordeDeus,umapalavraconfirmadapelo EspritoSanto,quenosmostraoqueirsucedernaquelasituao.Na ocasio,possvelqueDeusnosdigaquenopodeconceder-nosaquilo quepedimos,comofoinocasodeSara.Evidentemente,enquantono aceitarmostalpossibilidade,noestaremossendosincerosemnossa orao de renncia. SemprequeoPainosoutorgaaquiloquepedimos,estapalavrade revelao aparece em circunstncias externas e o milagre acontece e ns compreendemos que as atitudes de renncia efno so contraditrias. A oraoderennciaacrianaabandonandosuarebeliocontra ofatode sercriana,colocandosuamonamopoderosaefirmedoPai,e confiando nele para conduzi-la pelo caminho de trevas que tem que passar. Naoraodef,nossamocontinuaunidadele.Nossocorao permaneceobediente.MasagoraoSenhornosfazsairdaescurido aterradorasentindonsapenasocontato tranqilizadordesuamona nossa e nos leva ao brilho da luz do sol. E fitamos o rosto da Pessoa que vai ao nosso lado, e vibramos de gozo ao reconhec-la a mo do Pai a mo de Jesus. E durante todo o trajeto nosso corao nos havia dito exatamente isso. Renncia? F? Apenas a coragem de confiar em Jesus. ORAO: EU RENUNCIO A ISSO Pai, h muito tempo j, eu venho rogando a ti por este anseio que h em meu corao: .................................................Entretanto,quantomaiseuclamopeloteuauxlio,maisdistantetu me pareces. Confessoque,nestaquesto,eusempredemonstreiumesprito exigente.Tenteiensinar-teomodocomoestaoraodeveriaser respondida.Paravergonhaminha,confessoqueat tenteifazerumatroca contigo. Contudo, sei que tentar manobrar o Senhor do Universo a maior insensatezquealgumpodecometer.Noadmiraquemeuespritoesteja to alquebrado e fatigado. Quero confiar em ti, Pai. Meu esprito sabe que estas verdades a teu respeito so vlidas, mesmo quando no sentimos nada: Que tu ests aqui. (Tu disseste: "Eis que estou convosco todos os dias." Mt 28.20.) Que tu me amas. (Tu disseste: "Com amor eterno eu te amei." Jr 31.3.) Que somente tu sabes o que melhor para mim. (Poisemti,Senhor,"todosostesourosdasabedoriaedo conhecimento esto ocultos". Cl 2.3.) Talvez,duranteessetempotodo,estivessesesperandoqueeu desistisse de esforar-me. E agora eu te desejo em minha vida mais do que desejo ................................................. Ento,agora,Senhor,porumatodevontade,eurenuncioaoque tantopedi,eoentregoati.Aceitareituavontade,qualquerqueelaseja. Graastedouporaceitaresesteatodeminhavontadecomosendominha verdadeiradeciso,mesmosabendoqueminhasemoesserebelaram contra ele. Peo-te que me fortaleas para que eu seja fiel deciso tomada. Peranteti,SenhorDeus,quesonicodignodelouvor,eumeprostro com gratido por saber que isto tambm cooperar "para o bem" (Rm 8.28). Amm. CAPTULO SEIS A ORAO SECRETA Emjulhode1960,visiteipelaprimeiravezaCapelaSistina,em Roma,eacheiinteressanteoqueouvisobreMiguelngeloBuonarrotie seumtododetrabalho.Duranteosquatroanosquelevouparapintara cpula da capela, o grande florentino passou muito tempo sozinho, a portas trancadas.Aindabemjovem,Miguelngelodescobriuque,paraele,era impossvel fazer um trabalho de valor sem certo sigilo. Quandoouviisso,lembrei-metambmdopoderqueexisteno aposento secreto. Aprendi a realidade disso comuma experincia que tive em conexo com meu primeiro livro, Um Homem Chamado Peter. Depois queoesboogeraldaobrafoiaprovadopeloseditores,veio-meum pensamentoinstintivodequeolivrodeveriasermantidonomaiorsigilo possvel, enquanto no o terminasse. Olhandoparaopassado,agora,vejopelomenosduasrazesparaa necessidade daquele cuidado. Eu sabia que a criatividade necessria para a produodaobraeracomoumaplantinhamuitodelicada.Elapoderia secar e morrer facilmente, se exposta ao desnimo ou crtica destrutiva. Sabia tambm que as idias de outras pessoas poderiam vir a anuviar asminhasepoderiamembaareconfundiraquelasconvicesinteriores, que eu deveria seguir para obter uma narrativa fiel. Muitosoutrosescritoresjdescobriramque,quandoexpem prematuramenteaoutremalgumaidiaquetmparaumartigooulivro, suacapacidadedecolocar,demaneiraclara,aquelaidianopapelfica prejudicada. ErnestHemingway,porexemplo,jdescreveuasdificuldadescom que se deparou quando trabalhava no manuscrito de The Sun Also Rises (O SolTambmNasce).OcenrioeraaaldeiadeSchruns,nosAlpes Austracos. Certa noite de inverno, ao p da lareira, ele cometeu o engano deleremvozaltaalgunstrechosdoromance.Operigoparaeleno consistiaemcrticadestrutiva,e,sim,emlouvoresexagerados,quepode-riamprejudicarseuprpriosensodejulgamento. Eledescreveuofatoem A Moveable Feast (Festa Mvel): Eenquantoelesdiziam:"Estmaravilhoso,Ernest, maravilhoso!"euabanavaacauda,todosatisfeito... Aoinvsdisso,eudeveriaterpensado:"Seeles... estoaplaudindo,oquehaverdeerradocommeu trabalho?"Eraissoqueeudeveriaterpensado,se agissecomoprofissional;mastambm,seeuagisse comoprofissional,noterialidoaqueles trechospara eles. Foi somente aps descobrir a importncia que o sigilo tem nas artes, que compreendi sua fora no campo da orao, que igualmente criativo. NoSermodoMonte,Jesusrevelaomisteriosopoderdogesto praticado em segredo. "Tu, porm, ao dares a esmola, ignore a tua esquerda oquefazatuadireita;paraqueatuaesmolafiqueemsecreto:eteuPai que v em secreto, te recompensar." (Mt 6.3,4.) Alm dos atos de caridade e das boas obras, Jesus aplicou o princpio dosigiloamaisduasreasa orao(Mt6.5,6)eaprticasespirituais, tais como o jejum (Mt 6.16-18). UmapessoaqueaceitouessasprescriesliteralmentefoiGeorge Mller,eoresultadodissofoiumavidadeoraoquedeslumbrouo mundo.Mller,umalemoquepossuaamente prticadeumhomemde negcios,estavaconvictodequedeviaestabelecerorfanatosparaas crianassemlar,naInglaterra,quenaquelapocasculoXIX apresentava poucas condies neste sentido. Tendoemvistaseupassadodehomemdenegcios,omtodoque eleresolveuusarparalevantarosfundosparaosustentodesuaobraera espantosoaoraosecreta.Seuscompanheirosficaramabismados quando ele lhes exps alguns dos detalhes: Ningumpoderiasolicitardinheiroaoutremdiretamente.O mtodoparaseconseguircontribuiesseriaunicamentea orao.Nenhumdosobreirospoderiacomentarcomninguma respeito de necessidades especficas. O nome dos contribuintes seria sempre mantido em segredo, e os agradecimentos,sempreemparticular.Nuncaseutilizariamde nomes de pessoas proeminentes para divulgar a instituio. Apesardeascondiespr-estabelecidasparecerempouco promissoras,nofariamdvidassobpretextoalgum.Todasas compras e demais transaes seriam a dinheiro. George Mller estabeleceu para si uma hora para orar diariamente. E pontualmente,comoumrelgiosuo,elesedirigiaparaseuquartono momento determinado. De joelhos, ele se concentrava em buscar o Senhor ederramarperanteEleseusanseios,aspiraesedesejoscomrelao obra e s necessidades dos rfos. Uma vez por semana, ele se reunia com seus associados para uma hora de orao tambm a portas fechadas. Ehaviaumelementotoirresistivelmentedesafiantenessafrmula de Mller que, apesar de toda a sua averso pela publicidade, as notcias se espalhavam, e as bolsas se abriam prontamente. Comeando com uma casa alugada, dois obreiros e quarenta e trs crianas, tempos depois ele contava comcincoprdiosnovos,centoedezobreirose2.050rfos.Aotodo, durante sua vida, ele abrigou, alimentou e educou 121.000 rfos, com um movimentodeummilhoemeiodelibrasesterlinas.(Mllermantinha umaescrituraodetalhadadecadatransaofinanceira.)Aobrade George Mller ainda continua hoje, como um tributo sua f. E no mago dela estava a orao secreta. SecaminharmoscomJesuspelanarrativadosevangelhos,veremos que muitas vezes ele mesmo aplica esse princpio: certa ocasio, ele curou umleproso,eoevangelistanosdizque:"Fazendo-lheentoveemente advertncia, logo o despediu, e lhe disse: Olha, no digas nada a ningum" (Mc 1.43, 44). Em outra oportunidade, quando ele ressuscitou uma menina dedozeanos,afilhadeJairo,lemosquearessurreiodelafezcomque seuspaisficassem"sobremaneiraadmirados.MasJesusordenou-lhes expressamente que ningum o soubesse" (Mc 5.42,43). A orao secreta no precisa entrar emconflito com a orao a dois nemcomaoraoemgrupo.QuandoJesusressuscitouafilhadeJairo, haviasetepessoaspresentes:amenina,ospaisdela,Pedro,Tiago,Jooe Cristo. Entretanto,logodepoisdetonotvelexperinciadegrupo,Jesus parece dizer que o poder ser liberado com mais intensidade se no houver comentrios a respeito do fato, fora do aposento da orao. NasprimeirasvezesqueliessesrelatosdoministriodeCristo, penseiqueeledesejavaquealgunsmilagresfossemmantidosemsigilo paraquenotivessequesehavercomasmul