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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RS URGENTE Maria de Souza, brasileira, divorciada, corretora, inscrita no CPF sob o nº 123.456.789-12 e RG sob o nº 741258963, residente e domiciliada na Avenida Borges de Medeiros, nº 239, bairro Centro, nesta cidade, por suas procuradoras firmatárias, “ut” instrumento de mandato incluso, estabelecidas profissionalmente na Rua Riachuelo, nº 217, bairro centro, nesta capital, onde recebem intimações, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 798 e seguintes do Código de Processo Civil, propor AÇÃO CAUTELAR INOMINADA Contra Yacourt S.A., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ sob o nº 16.725.604/0003-93, estabelecida na Rua General Vitorino nº, 100, bairro Centro, pelos relevantes fatos jurídicos e de direito a seguir expostos 1 - DOS FATOS A requerente é corretora de imóveis e utiliza os serviços do provedor da empresa acima mencionada para a divulgação de seu trabalho. Durante três anos utilizou os serviços e pagou por eles, agindo sempre com coerência.

Cautelar Inominada - Maria

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CVEL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE RS

URGENTE

Maria de Souza, brasileira, divorciada, corretora, inscrita no CPF sob o n 123.456.789-12 e RG sob o n 741258963, residente e domiciliada na Avenida Borges de Medeiros, n 239, bairro Centro, nesta cidade, por suas procuradoras firmatrias, ut instrumento de mandato incluso, estabelecidas profissionalmente na Rua Riachuelo, n 217, bairro centro, nesta capital, onde recebem intimaes, vm respeitosamente presena de Vossa Excelncia, com fundamento nos artigos 798 e seguintes do Cdigo de Processo Civil, propor

AO CAUTELAR INOMINADA

ContraYacourt S.A., pessoa jurdica de direito privado, CNPJ sob o n 16.725.604/0003-93, estabelecida na Rua General Vitorino n, 100, bairro Centro, pelos relevantes fatos jurdicos e de direito a seguir expostos1 - DOS FATOSA requerente corretora de imveis e utiliza os servios do provedor da empresa acima mencionada para a divulgao de seu trabalho. Durante trs anos utilizou os servios e pagou por eles, agindo sempre com coerncia.Ocorre que no dia 10/04/2015 recebeu inmeras mensagens difamatrias annimas deste provedor, ofendendo seu direito de imagem e denegrindo a sua reputao. No bastasse o abalo psicolgico diante do ocorrido, seus clientes tambm receberam os mesmos e-mails que lhe prejudicaram a honra.O contedo das mensagens extremamente ofensivo, inclusive, contendo vdeos e imagens que no condizem com a realidade da vida particular da requerente. Nos referidos e-mails foram fornecidos alguns os dados pessoais da autora, fazendo referncia ao seu nome e ao seu negcio. Desse modo, junta inicial todos os e-mails recebidos impressos e de autoria desconhecida, mas provenientes do site da empresa Yacourt S.A., bem como as mensagens de seus clientes mais importantes, informando que no desejam mais manter qualquer vnculo profissional com a mesma.Assim, Maria perdeu grande parte de sua clientela, tendo um enorme prejuzo em seus rendimentos. De modo que, no conseguir cumprir com suas obrigaes diante de seus credores, em virtude de ter sido violada em sua intimidade e vida privada.Ademais, a Yacourt S.A tem condies de identificar o microcomputador de onde provm as ofensas atravs do endereo de IP (Internet Protocols), j que cada micro tem um IP diferente e para ser vlido precisa ter um dono. O endereo de IP fornecido pelo provedor de acesso, possibilitando, desse modo, o envio de informaes e arquivos de um computador para o outro. Em razo de tais fatos, informa a requerente que ajuizar a ao principal competente de Indenizao por danos morais e materiais, contra o autor das mensagens em questo.

2 - DO DIREITODO FUMUS BONI IURISOs e-mails juntados so provas incontestveis da ofensa ao direito que assiste Requerente; nesse caso, no h somente a fumaa do bom direito: h prova documental inequvoca de sua existncia, preenchendo assim os requisitos para a concesso da medida cautelar ora pleiteada.DO PERICULUM IN MORAA conduta do autor das mensagens abusiva e ilegal, no podendo o Judicirio permitir que seja realizada, uma vez que, se perpetuada, trar prejuzos irremediveis requerente, tais como possvel falncia e/ou insolvncia Civil.O direito da autora encontra amparo e guarida na legislao pertinente, na doutrina, bem como na mais farta jurisprudncia dos nossos Tribunais, como se v, verbatim:

Do Cdigo de Processo Civil:Art. 798 Alm dos procedimentos cautelares especficos, que este Cdigo regula no captulo II deste livro, poder o juiz determinar as medidas provisrias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra leso de grave e de difcil reparao.Art. 799 No caso do artigo anterior, poder o juiz, para evitar o dano, autorizar ou vedar a prtica de determinados atos, ordenar a guarda judicial de pessoas e depsito de bens e impor a prestao de cauo.Da Jurisprudncia:

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. AOCAUTELAR. RECURSO CONTRA DECISO QUE DETERMINA A REMOO DE CONTEDO DAINTERNET, VEICULADA ATRAVS DO YOUTUBE. ALEGAO DE IMPOSSIBILIDADE TCNICA. PRESENA DE ELEMENTOS NOS AUTOS QUE POSSIBILITAM A VERIFICAO DOS REQUISITOS NECESSRIOS CONCESSO DA TUTELA ANTECIPADA. Incapaz, vtima de ofensas atravs de um vdeo hospedado no site YouTube, mantido pela Google. Perigo de dano evidenciado, no caso, a partir da constatao objetiva do contedo existente no vdeo publicado pelo usurio, e que denigre os atributos fsicos e psquicos do incapaz. Verossimilhana dodireitoa legado que nasce da proteo que o ordenamento jurdico empresta dignidade da pessoa humana, sobretudo em se tratando de criana e adolescente que demandam, por parte do estado, uma especfica e imediata atuao no sentido de preserv-los de situao como a que se apresenta pela exposio do contedo alojado no site administrado pela agravante. Alegaes trazidas pelo agravante que no apresentam a relevncia e o fundamento necessrios para a reforma da deciso atacada. Impropriedade da alegao, no caso, dodireitoao sigilo de informaes queles que se utilizarem de sites de acesso pblico para expor a vida de terceiros, denegrindo suaimagemperante a comunidade local e causar danos sua integridade psquica, derruindo suaimagem. Agravo de Instrumento desprovido. Unnime. (Agravo de Instrumento N 70040511966, Dcima Cmara Cvel, Tribunal de Justia do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em 30/06/2011)RECURSO ESPECIAL - AO CAUTELAR DE EXIBIO DE DOCUMENTOS - INFORMAES ACERCA DA ORIGEM DE MENSAGENS ELETRNICAS DIFAMATRIAS ANNIMAS PROFERIDAS POR MEIO DA INTERNET - LIDE CONTEMPORNEA - POSSIBILIDADE DE IDENTIFICAO DO AUTOR - ACESSO AOS DADOS CADASTRAIS DO TITULAR DE CONTA DE E-MAIL - MANDADO JUDICIAL - NECESSIDADE - SIGILO DE DADOS - PRESERVAO - NUS SUCUMBENCIAIS - CONDENAO - IMPOSSIBILIDADE - AUSNCIA DE RESISTNCIA DO PROVEDOR - PRINCPIO DA CAUSALIDADE - AFASTAMENTO - NECESSIDADE -RECURSO ESPECIAL PROVIDO. I - A presente controvrsia uma daquelas questes que a vida moderna nos impe analisar. Um remetente annimo utiliza-se da Internet, para e por meio dela, ofender e denegrir a imagem e reputao de outrem. Outrora, a carta era um dos meios para tal. Doravante, o e-mail e as mensagens eletrnicas (SMS), a substituram. Todavia, o fim continua o mesmo: ofender sem ser descoberto. O carter annimo de tais instrumentos pode at incentivar tal conduta ilcita. Todavia, os meios existentes atualmente permitem rastrear e, portanto, localizar o autor das ofensas, ainda que no ambiente eletrnico. II - luz do que dispe o art. 5, inciso XII, da Constituio Federal, infere-se que, somente por ordem judicial, frise-se, a ora recorrente, UNIVERSO ONLINE S. A., poderia permitir acesso a terceiros ao seu banco de dados cadastrais. III - A medida cautelar de exibio de documentos ao e, portanto, nessa qualidade, devida a condenao da parte-r ao pagamento dos honorrios advocatcios, por fora do princpio da causalidade. IV - Na espcie, contudo, no houve qualquer resistncia da ora recorrente que, inclusive, na prpria contestao, admitiu a possibilidade de fornecer os dados cadastrais, desde que, mediante determinao judicial, sendo certo que no poderia ser compelida, extrajudicialmente, a prestar as informaes autora, diante do sigilo constitucionalmente assegurado. V - Dessa forma, como o acesso a dados cadastrais do titular de conta de e-mail (correio eletrnico) do provedor de Internet s pode ser determinada pela via judicial, por meio de mandado, no h que se falar em aplicao do princpio da causalidade, apto a justificar a condenao nos nus sucumbenciais. VI - Recurso especial provido. (REsp 1068904/RS, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/12/2010, DJe 30/03/2011).

3 - DOS PEDIDOSEm face do exposto, requer

a) digne-se a Vossa Excelncia de receber a presente, com fomento nos artigos 796 e seguintes do Cdigo de Processo Civil, para efeito de conceder LIMINARMENTE, inaudita altera pars, a determinao judicial atravs de mandado, para que a empresa Yacourt S.A fornea os dados cadastrais do titular da conta de e-mail que disparou as mensagens difamatrias annimas, bem como identifique a sua origem rastreando e localizando o autor das mesmas;b) seja determinada a citao da Requerida, para que conteste a presente, querendo, no prazo e forma legal, sob pena de revelia e confisso quanto matria ftica;c) a procedncia do pedido e a condenao da requerida ao pagamento do nus de sucumbncia na forma da Lei;d) protesta pela ampla produo de provas, requerendo, de imediato, o depoimento pessoal do Requerido, sob pena de confisso, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, etc.

D-se causa o valor de alada.

Nestes termos,Pede Deferimento

Porto Alegre, 29 de Abril de 2015.

Iris Raquel Schonewald Pereira Marisngela de Mello OAB/RS 11.205 OAB/RS 45E261