Upload
duongdang
View
225
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
CC54Z - Hidrologia
Hidrograma unitário
Prof. Fernando Andrade
Curitiba, 2014
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
• Definir os principais conceitos e as
principais características do hidrograma
• Estudar a teoria do hidrograma unitário
(proporcionalidade, superposição)
• Calcular hidrogramas de eventos
complexos realizando convolução de
hidrograma unitário
Objetivos da aula
2
Chuva efetiva
• Fração da chuva ocorrida num evento que gera escoamento superficial
• Responsável pelo crescimento rápido da vazão de um rio
• Na aula passada usamos um método simplificado de estimativa: SCS
• Nem toda a chuva efetiva gerada numa bacia chega imediatamente ao curso d’água, o que gera uma defasagem do ietograma em relação ao hidograma
3
Defasagem do
hidrograma
• Medições realizadas no exutório da bacia
ou de uma determinada área de frenagem
• Com a ocorrência de uma chuva, a vazão
no exutório começa a aumentar, refletindo
a chegada da água que começou a escoar
na região mais próxima do exutório
• Só após algum tempo, a água da chuva
efetiva gerada na região mais distante da
bacia atinge o exutório 22
Forma do hidrograma
• A resposta de uma bacia a um evento de
chuva depende das características físicas
da bacia e das características do evento
• Por exemplo: (a) bacia montanhosas
tendem a gerar hidrogramas mais
pronunciados do que bacias planas, (b)
bacias urbanizadas e bacias circulares
possuem tempo de resposta menores que
bacias rurais e alongadas
24
Hidrograma unitário
• Objetivo: simplificar análises e facilitar os cálculos
• Conceitualmente o Hidrograma Unitário, HU, é o hidrograma do escoamento superficial causado por uma chuva efetiva unitária (por exemplo, uma chuva de 1 mm ou 1 cm)
• Por este motivo o método é chamado de hidrograma unitário
• A partir do hidrograma unitário admitir-se que existe uma relação linear entre a chuva efetiva e a vazão
26
Hipóteses do hidrograma
unitário
• Chuva efetiva unitária tem intensidade
constante ao longo de sua duração e
distribui-se uniformemente sobre toda a
área de drenagem
• Bacia hidrográfica com comportamento
linear: podem ser aplicados os princípios
da proporcionalidade e da superposição
de hidrogramas
28
Princípios do HU
• 1º - Constância do tempo de base: para chuvas efetivas de
intensidade constante e de mesma duração, os tempos de
escoamento superficial direto são iguais
31
Princípios do HU
• 2º - Proporcionalidade das descargas: chuvas efetivas de mesma duração, porém com lâminas diferentes, irão produzir em tempos correspondentes volumes de escoamento proporcionais
32
Princípios do HU
• 3º - Aditividade: o hidrograma total de duas ou mais chuvas efetivas é obtido adicionando-se as ordenadas de cada um dos hidrogramas unitários em tempos correspondentes.
33
Convolução de
hidrogramas
• A convolução permite calcular o hidrograma
de um evento complexo usando os princípios
da proporcionalidade e aditividade de HU
• Conhecido o HU (Lo=1mm, t) como calcular
hidrogramas de eventos complexos 34
Convolução de
hidrogramas
• Etapa 1: decompor o evento de chuva em
n eventos discretizados (E1, E2, E3,..., En)
• Sendo que cada evento possui uma
lâmina d’água e um tempo de duração,
En(Ln, t)
35
Convolução de
hidrogramas
• Etapa 2: para cada
evento, aplica-se o
princípio da
proporcionalidade
36
Hidrograma real
Hn = Ln x HU
Convolução de
hidrogramas
• Etapa 3: os
hidrogramas
resultantes são
somados
aplicando-se o
princípio da
aditividade
3
Convolução hidrogramas:
representação matricial
• Qt é a vazão do escoamento superficial no intervalo de tempo t,
• h é a vazão por unidade de chuva efetiva do HU
• L é a lâmina de precipitação efetiva do bloco i
• k é o número de ordenadas do hidrograma unitário, obtido por k = n – m +1, onde m é o número de pulsos de precipitação e n é o número de valores de vazões do hidrograma final
38
𝑄𝑡 = 𝐿𝑖𝑡𝑖=1 ℎ𝑡−𝑖+1 para t < k
𝑄𝑡 = 𝐿𝑖𝑡𝑖=𝑡−𝑘+1 ℎ𝑡−𝑖+1 para t ≥ k
m
m
Convolução hidrogramas:
representação matricial
• Exemplo: Calcule o hidrograma resultante
de uma chuva efetiva formada por 2
blocos de duração D cada um, ocorrendo
em sequência, e uma bacia cujo
hidrograma unitário para a chuva de
duração D é dado por 5 ordenadas de
duração D
39
Convolução hidrogramas:
representação matricial
m=2 (chuva definida por 2 blocos ou pulsos de precipitação com duração D)
k=5 (HU tem 5 ordenadas de h1 a h5)
n=k+m-1= 6 (o hidrograma final tem 6 intervalos de duração D)
Q1= L1h1 Q2= L2h1 + L1h2 Q3= L2h2 + L1h3 Q4= L2h3 + L1h4 Q5= L2h4 + L1h5 Q6= L2h5
𝑄𝑡 = 𝐿𝑖𝑡𝑖=1 ℎ𝑡−𝑖+1 para t < k
𝑄𝑡 = 𝐿𝑖𝑡𝑖=𝑡−𝑘+1 ℎ𝑡−𝑖+1 para t ≥ k
m
m
Exemplo 1
• Medições mostraram que uma pequena
bacia responde sempre da mesma forma à
chuvas efetivas de 10 mm de lâmina
d’água e meia hora de duração,
apresentando um hidrograma unitário
definido pela tabela A
• Calcule qual é a resposta da bacia
(hidrograma resultante) ao evento de
chuva definido pela tabela B
41
Exemplo 1
44
m= 3 (chuva efetiva definida por 3 blocos com intervalo de 0,5 horas)
k= 9 (HU tem 9 ordenadas)
n= k+m-1 = 11 (hidrograma final tem 11 intervalos de 0,5 horas)
𝑄𝑡 = 𝐿𝑖𝑡𝑖=1 ℎ𝑡−𝑖+1 para t < k
𝑄𝑡 = 𝐿𝑖𝑡𝑖=𝑡−𝑘+1 ℎ𝑡−𝑖+1 para t ≥ k
Exemplo 2
• Utilize o Excel para calcular o hidrograma de resposta de uma bacia com HU conhecido (tabela A), considerando conhecida a chuva total (não efetiva) sobre a bacia (tabela B). Considere que o valor do coeficiente CN é 94.
47
Limitações do uso do HU
• Uma questão primordial é o cálculo da chuva efetiva. Portanto o HU passa a ser dependente de uma boa estimativa da chuva efetiva
• Chuva uniformemente distribuída no espaço e no tempo implica em:
• Os resultados serão melhores para bacias relativamente pequenas
• Um limite superior de 1800 km² é sugerido na literatura [1,2,3]
48
Referências bibliográficas
[1] VILLELLA, S. M., MATTOS, A.. Hidrologia aplicada. São Paulo. Editora McGraw Hill do Brasil, 1975
[2] TUCCI, C. E. M.. Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre. Editora da Universidade, 4 ed. 2009
[3] PINTO, N. et al.. Hidrologia básica. São Paulo. Editora Edgard Blucher, 1976