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Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Rio-2016 Cultura F5 Sobre Tudo Últimas notícias 'Nude' de Justin Bieber e fim da carreira de Biel marcaram a semana; vej Buscar... buscar PUBLICIDADE PUBLICIDADE Celebração de obra mostra miséria de nosso debate, diz Jessé Souza SYLVIA COLOMBO 07/08/2016 02h07 Para Jessé Souza, cientista político e ex-presidente do Ipea, a celebração contínua do livro "Raízes do Brasil" contribui para esconder discussões mais importantes sobre a história do país. Leia a seguir os principais trechos da entrevista que concedeu à Folha. Folha - Como o sr. avalia o legado de Sergio Buarque de Holanda, nesse aniversário de 80 anos de "Raízes do Brasil"? Jessé Souza - Sérgio Buarque construiu a interpretação do Brasil mais influente até hoje. Em grande medida, ela advém de Gilberto Freyre (1900-87), como a noção de identidade nacional baseada nos afetos e nos sentimentos supostamente trazida de Portugal. Cientificamente, a validade dessa interpretação é, no entanto, nula. E sua celebração até hoje mostra apenas a miséria de nosso debate acadêmico e, por consequência, de nosso debate público. Por quê? O sr. contesta também a questão do legado ibérico exposta no livro, poderia explicar? Primeiro, o Brasil não vem de Portugal. Essa é uma leitura de senso comum, é como alguém se imaginar italiano porque o avô o era. Se as condições sociais forem outras, ele não tem nada de italiano, a não ser o código genético. Humanos são construídos por influência de instituições. Pensemos na família, na escola, no mercado de trabalho. Disposições fundamentais para o comportamento, como a disposição à disciplina, ao autocontrole, ao pensamento prospectivo são ensinadas por meio de prêmios e castigos não necessariamente físicos. É assim que somos construídos. No Brasil, a instituição que englobava todas as outras era a escravidão, que não existia em Portugal, a não ser de modo muito tópico e passageiro. Nossa forma de família, de economia, de política, de justiça foi toda baseada na escravidão. Aliás, como a herança da escravidão nunca foi criticada entre nós –por culpa dos Buarque da vida, que a tornaram invisível– ela continua até hoje. Por conta disso temos uma elite econômica da rapina de curto prazo, sem projeto de país, como acontece com toda elite escravocrata. Uma porção expressiva da classe média que odeia pobres e os relega ao abandono também faz parte dessa herança. Aceita-se que haja "sub-gente", sem chances e sem direitos como os escravos de todas as cores, o que ainda é o nosso único real problema social e econômico. Por que acredita que a teoria da cordialidade não se sustenta? A interpretação de Sérgio Buarque torna todos os nossos conflitos reais invisíveis ao construir o "homem cordial" –o homem emotivo e, portanto, potencialmente corrupto– como "singularidade brasileira", já que dividiria o mundo entre amigos e inimigos, e não do modo impessoal que ele imagina, em uma idealização descabida e infantil, existir em algum lugar. O Estado "patrimonialista" seria a principal herança do homem cordial e principal problema nacional. Está criada a ideologia do "vira-lata" brasileiro. Sob cartilha ideológica, governos reforçam o que mais querem combater Escola sem Partido não resolve o problema e torna o professor refém Leia trecho do romance Um Carretel de Linha Azul, de Anne Tyler Mundo passa por um redesenho desglobalizatório, defende diplomata + LIDAS + COMENTADAS + ENVIADAS ÚLTIMAS 1 Leia texto de FHC sobre as raízes democráticas de Sérgio Buarque 2 Celebração de obra mostra miséria de nosso debate, diz Jessé Souza 3 Edição crítica celebra 80 anos de "Raízes do Brasil" Sociólogo francês fala sobre a revolução do novo Edição impressa Fotos Vídeos Relatos PUBLICIDADE PUBLICIDADE RECEBA NOSSA NEWSLETTER EM ILUSTRÍSSIMA A Radiografia do Golpe Em livro, Jessé Souza critica a trama do impeachment de Dilma Rousseff De R$ 34,90 Por R$ 29,90 Comprar PUBLICIDADE PUBLICIDADE DOMINGO, 7 DE AGOSTO DE 2016 12:05 Logout Assine a Folha Atendimento Versão Impressa PUBLICIDADE 18ºC SÃO PAULO ilustríssima leia também envie sua notícia siga a folha Digite seu email... enviar ! BATE-PAPO " E-MAIL # BUSCA $ UOL HOST PAGSEGURO CURSOS ONLINE Compartilhar 48 Mais opções Refrigerador Brastem... à vista R$ 3.899,00 Wal-Mart EVOLUA SEU LADO PICAPE COM A NOVA S10 Celebração de obra mostra miséria de nosso debate, diz Jessé Souz... http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2016/08/1799284-celeb... 1 of 4 07/08/16 12:08

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Celebração de obra mostra miséria denosso debate, diz Jessé SouzaSYLVIA COLOMBO

07/08/2016 02h07

Para Jessé Souza, cientista político e ex-presidentedo Ipea, a celebração contínua do livro "Raízes doBrasil" contribui para esconder discussões maisimportantes sobre a história do país.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista queconcedeu à Folha.

Folha - Como o sr. avalia o legado de Sergio Buarque de Holanda,nesse aniversário de 80 anos de "Raízes do Brasil"?

Jessé Souza - Sérgio Buarque construiu a interpretação do Brasil maisinfluente até hoje. Em grande medida, ela advém de Gilberto Freyre(1900-87), como a noção de identidade nacional baseada nos afetos e nossentimentos supostamente trazida de Portugal. Cientificamente, a validadedessa interpretação é, no entanto, nula. E sua celebração até hoje mostraapenas a miséria de nosso debate acadêmico e, por consequência, de nossodebate público.

Por quê? O sr. contesta também a questão do legado ibéricoexposta no livro, poderia explicar?

Primeiro, o Brasil não vem de Portugal. Essa é uma leitura de senso comum, écomo alguém se imaginar italiano porque o avô o era. Se as condições sociaisforem outras, ele não tem nada de italiano, a não ser o código genético.

Humanos são construídos por influência de instituições. Pensemos na família,na escola, no mercado de trabalho. Disposições fundamentais para ocomportamento, como a disposição à disciplina, ao autocontrole, aopensamento prospectivo são ensinadas por meio de prêmios e castigos nãonecessariamente físicos. É assim que somos construídos.

No Brasil, a instituição que englobava todas as outras era a escravidão, quenão existia em Portugal, a não ser de modo muito tópico e passageiro. Nossaforma de família, de economia, de política, de justiça foi toda baseada naescravidão. Aliás, como a herança da escravidão nunca foi criticada entre nós–por culpa dos Buarque da vida, que a tornaram invisível– ela continua atéhoje. Por conta disso temos uma elite econômica da rapina de curto prazo,sem projeto de país, como acontece com toda elite escravocrata.

Uma porção expressiva da classe média que odeia pobres e os relega aoabandono também faz parte dessa herança. Aceita-se que haja "sub-gente",sem chances e sem direitos como os escravos de todas as cores, o que ainda éo nosso único real problema social e econômico.

Por que acredita que a teoria da cordialidade não se sustenta?

A interpretação de Sérgio Buarque torna todos os nossos conflitos reaisinvisíveis ao construir o "homem cordial" –o homem emotivo e, portanto,potencialmente corrupto– como "singularidade brasileira", já que dividiria omundo entre amigos e inimigos, e não do modo impessoal que ele imagina,em uma idealização descabida e infantil, existir em algum lugar.

O Estado "patrimonialista" seria a principal herança do homem cordial eprincipal problema nacional. Está criada a ideologia do "vira-lata" brasileiro.

Sob cartilha ideológica, governosreforçam o que mais queremcombater

Escola sem Partido não resolve oproblema e torna o professor refém

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Inferior, posto que percebido como "afeto" e, portanto, como "corpo",opondo-se ao "espírito" do americano e europeu idealizado, como se nãohouvesse personalismo e relações pessoais fundando todo tipo de privilégiotambém nos EUA e na Europa.

Também esconde a nossa hierarquia social, já que quem tem acesso a relaçõespessoais importantes é quem já tem capital econômico ou cultural anterior.Sua explicação nega, portanto, a origem de toda desigualdade que separaclasses com acesso privilegiado aos capitais econômico e cultural de classesque foram excluídas de todo acesso a esses capitais.

E ainda cria a "Geni" brasileira, que seria o Estado sempre corrupto. Omercado é "divinizado" e sua corrupção tanto "legal" –quando "compra" oLegislativo para passar leis de seu interesse, impor juros altos a toda apopulação e privatizar o orçamento e as empresas estatais– ou "ilegal"–quando manda para o exterior valores de evasão fiscal que superam emmuito a soma de toda a corrupção estatal da história– tornada invisível.

Ou seja, a cordialidade seria um argumento conservador?

Sim. É a ideologia perfeita da elite econômica. O 1% que não precisa dosserviços do Estado, mas que quer "privatizar", ou seja, enfiar no própriobolso, a riqueza de todos. Foi a leitura de Buarque que foi ensinada nasescolas e nas universidades de todo o país –como acontece até hoje– quetornou possível fazer do mote da corrupção apenas do Estado o núcleo deuma concepção de mundo que permite à elite mais mesquinha fazer todo umpovo de tolo.

E isso tudo ainda "tirando uma onda" de crítico, apontando o dedomoralizador sempre que o Estado possa ser usado, um pouquinho que seja,também para aliviar a enorme miséria da maioria.

SYLVIA COLOMBO, 44, é repórter especial da Folha.

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2 of 4 07/08/16 12:08

O sr jesse acusa a obra dos outros daquilo que a sua nunca teve nem terá: validade científica.Impossível provar a validade de qualquer teoria marxista

Jessé Souza como sempre cirúrgico! Parabéns pela lucidez!

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Paulo Costa (09h25) há 2 horas 0 0 Denunciar

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Adriano Alves (09h13) há 2 horas 0 0 Denunciar

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