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Estação de Rádio Base: um problema interdisciplinar
Silvana de F. Ferreira ¹
As transformações no território
ocasionadas com o transcorrer dos anos,
principalmente pela demanda social causa
um transtorno em relação ao meio ambiente
proporcionando mudanças radicais à
paisagem. Nesse sentido, uma das
modificações está relacionada com “boom”
das telecomunicações, em especial a
telefonia móvel.
Durante a década de 1990, com o
advento das privatizações no Brasil começou
a operação do Sistema Móvel de Celular; e
decorridos vinte anos dessa tecnologia, a
telefonia celular supera a telefonia fixa
(residencial) estando, até o mês de setembro,
256 milhões de celulares ativos (c.a) no
Brasil². Para entender essa evolução,
quando começamos a nossa pesquisa em
2007, para a elaboração do artigo da
disciplina Planejamento e Organização do
Território³, eram 75,5 milhões de c.a , e ao
continuar a nossa pesquisa em 2011, para
apresentação em pôster 5 em outubro, 215
milhões c.a, e para a elaboração do Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC) 4 no mesmo
ano, teve um aumento de 227 milhões ² de
celulares ativos. Lembrando que a população
do Brasil, de acordo com o último censo
2010, é de aproximadamente 190 milhões de
habitantes.
A proposta desse tema apresentado
em formato de pôster 5, dando origem ao
título desta resenha, era verificar e discutir os
aspectos na ótica da Legislação Municipal,
ambiental, territorial e das comunicações,
para promover a inclusão de mais pessoas
nesse debate; haja vista que em função da
necessidade da ampliação da área da
cobertura da telefonia móvel para grandes
eventos que venham acontecer em Porto
Alegre, como por exemplo, o Fórum Social
Mundial, a Copa do Mundo, entre outros vai
ocorrer um aumento na infraestrutura, nesse
caso instalação de mais torres de celular ou
Estações de Rádio Base (ERBs)6. A própria
legislação municipal de Porto Alegre nº
8896/02, contempla o ordenamento para a
implantação das ERBs através de diretrizes
urbanísticas, sanitárias e ambientais.
Entretanto, a mesma legislação, já citada,
poderá ser revista para suprir a deficiência
nas áreas de cobertura da telefonia móvel
que estão com pouco ou sem nenhum sinal
transmissor para o funcionamento do
aparelho de celular. Quando realizamos o
TCC foi apresentado de uma forma
qualitativa e quantitativa para o tema
proposto., além de abordar o ordenamento
territorial para as ERBs, acercamos também
os tipos de poluição: visual (paisagística),
sonora, eletromagnética, já reconhecida pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e a
possível desvalorização imobiliária.
Durante o processo de elaboração
foi realizado um levantamento das Estações
de Rádio Base já instaladas nos dois bairros
de Porto Alegre, Menino Deus e Petrópolis,
uma visita no setor de licenciamento da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre para
obter mais entendimento sobre o processo
de ordenamento territorial para as torres de
celular, conseqüentemente as ERBs,
buscamos também informações com os
moradores, com os representantes do setor
imobiliário, e com os alunos e professoras de
Geografia de duas escolas do ensino
fundamental dois bairros em estudo.
Considerações Finais
Ao ordenar a implantação das
Estações de Rádio-Base (ERBs) no território
há a necessidade de ouvir a sociedade, pois
há inúmeras pesquisas mostram a eficácia
do aparelho celular e das ERBs; porém
outras pesquisas mostram-se os malefícios
causados pelas mesmas. Entretanto essas
pesquisas não são conclusivas, mas servem
de alerta.
Mas o desafio das operadoras será no
planejamento territorial para a inserção de
mais torres de celular para melhoria nos
serviços dessa tecnologia. Pois com a
tendência da globalização sócio-cultural, a
qual cito como GPS, TV, redes sociais, entre
outros, os quais fazem com que as pessoas
passem a buscar nesses aparelhos de
celular a rapidez nas informações, e por isso
adquirindo mais, ocasionando a excessiva
densidade de telefones celulares no Brasil.
Finalizamos com a seguinte citação
para uma reflexão: “os homens têm de tentar
prever a evolução de um fenômeno ou de um
processo, e, a partir deste conhecimento,
procurar se precaver contra os problemas
[...]”. (SOUZA E RODRIGUES, 2004, p.15-16)
Notas Explicativas
¹ Licenciada em Geografia pelo Centro Universitário La Salle (UNILSALLE). endereço eletrônico: [email protected] ou [email protected]
2- os dados utilizados são de estatísticas de aparelhos celulares pré-pago (%), celulares por tecnologia (GSM, CDMA, TDMA, AMPS) e por banda.(ANATEL apud TELECO, ago.2012);
3- sob a orientação da Dra. em Geografia Elaine dos Santos Oliveira;
4- Ordenamento Territorial e Telefonia Celular: indícios de desvalorização imobiliária nos bairros Menino Deus e Petrópolis, Porto Alegre, RS. Orientado pelo Esp. Leandro Lopes. Canoas, 2011, 29f.
5- apresentado no VII SEFIC- Semana Científica Unilasalle: Tema Responsabilidade Social, tendo como co-autor Bacharel em Direito Samuel Dani, na orientação do....e do Prof. Esp. Leandro Lopes.
6- É o nome técnico do local onde estão instaladas as antenas de rádio freqüência e os demais equipamentos de comunicação, algumas ERBS usam torres para sustentar as antenas, outras usam topos e /ou fachadas de prédios. (Movimento das Associações de Bairro de Porto Alegre, 2001, p.2)
Referências
MOVIMENTO DAS ASSOCIAÇÕES DE BAIRRO DE PORTO ALEGRE. Estações de rádio base e telefonia celular . 2011, p. 2.
TELECO. Densidade de Celulares no Brasil.Disponível em: < www. Teleco.com.br/ncel.asp>. Acesso em: 9 ago. 2012.
SOUZA. Marcelo Lopes, RODRIGUES, Glauber Bruce. Planejamento urbano e ativismos sociais. SP: UNESP, 2004.p-15-16
TELEFONIA Móvel no Brasil. Disponível em:<http://www.anatel.com.br>. Acesso em : 20 ago.2007.