Células-tronco e Espiritismo

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  • 7/24/2019 Clulas-tronco e Espiritismo

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    CONGELAMENTODEEMBRIES, FECUNDAOINVITROEUTILIZAODE

    CLULAS-TRONCO. UMAANLISESOBATICADADOUTRINAESPRITA

    Cincia

    ASPECTOS ESPIRITUAIS DA

    REPRODUO AS

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    ompreende-se como reproduo assistida a todosos procedimentos e tcnicas empregados paraauxiliar as mulheres que no esto conseguindo

    engravidar pelos mtodos naturais.O ano de 1978 marcou um fato importante para areproduo humana. Nasceu naquele ano, na Inglater-ra, Louise Brown, o primeiro beb de proveta, ou seja,um beb que iniciou sua vida num tubo de ensaio,acenando com uma nova possibilidade para os 15% decasais infrteis do mundo.

    Desde ento, vrias tcnicas foram surgindo, que voda inseminao artificial, passando pela fertilizao in vitro(os chamados bebs de proveta), o GIFT, o ZIFT, as gesta-es de substituio (barrigas de aluguel) e por ltimo, re-centemente, j se conseguiu a reproduo de um animal(ovelha) atravs de uma clula adulta (clonagem), com pos-

    sibilidade de ser efetuada na raa humana.

    A viso espritaO homem, servindo de instrumento da Misericrdia

    Divina, tem auxiliado a mulher na nobre tarefa de pro-criar por diversas maneiras.

    O que acontece, freqentemente, que muitasmulheres e homens ainda carregam um certo grau dedesequilbrio e desarmonia no chacra gensico, conse-qncia de um passado de negligncias, nesta ou emoutras vidas, e, embora possam estar arrependidos e

    superados daqueles erros e desvios, isso ainda no foitraduzido num restabelecimento completo do seu apa-relho reprodutor. Dessa forma, necessitam do auxlio detcnicas e procedimentos laboratoriais para que alcan-cem o xito de gerar o seu prprio filho.

    Considerando que os desequilbrios energticos nochacra gensico so freqentemente causas de insuces-so nas tentativas de engravidar, o primeiro passo seriase harmonizar, se equilibrar, buscando os recursos demeditao, do autocontrole, da orao, do trabalho

    junto s crianas carentes e do auxlio atravs do passemagntico e tratamento espiritual ministrados nos cen-tros espritas.

    Por Wilson Ayub Lopes

    CCCCC

    ISTIDA Associao Mdico-Esprita do Brasil

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    Geralmente, o processo de reproduo, seja elenatural ou no, possui assistncia do Plano Espiritual.Assim, o termo reproduo assistida poderia ser esten-dido a todas as formas de reproduo, sob o aspectoespiritual.

    Vemos nas citaes de Andr Luiz, no livro Mission-rios da Luz, que existe no Plano Espiritual um departa-mento que cuida do processo reencarnatrio, que ele

    denominou de Ministrio da Reencarnao. Ele relatou,na sua obra, como a Espiritualidade Superior interferiu nareencarnao de Segismundo, preparando o casal que oiria acolher, estabelecendo sintonia vibratria do espri-to reencarnante com a futura me, logo a seguir com ovulo, magnetizando-o envolvendo-o pelos seus fluidosperispirituais. Por sua vez, o espermatozide que ser oeleito, entre milhes contidos numa ejaculao, parafecundar o vulo, ser aquele que mais sintonizar ener-geticamente com o mesmo, sintonia essa que vai deter-minar no o mais apto, mas o que carrega a carga genti-ca mais apropriada para aquela futura reencarnao.

    Esse fato j vem sendo demonstrado pela Cincia

    oficial. O jornal O Globo,em uma edio de 1991,estampou a seguinte manchete: vulos falam comespermatozides. A matria tratava do trabalho reali-zado por cientistas dos Estados Unidos e Israel, desco-brindo que vulos maduros comunicam-se com esper-matozides, enviando-lhes sinais para gui-los at strompas de Falpio, propiciando a fecundao.

    Religio x CinciaExistem muitas pessoas e seitas religiosas que so

    contrrias ao emprego desses mtodos auxiliares dafecundao, alegando que os homens esto violandoum processo natural. Argumentam que so tcnicas fri-as, realizadas em laboratrio, carecendo do amor e darelao sexual entre os parceiros. Mas, s quem con-vive com um casal que passa por cima de vrios obst-culos para ter um filho que tem capacidade de quan-tificar o Amor que depositam neste ato, afirmou o bi-logo Irineu Degasperi, da Clnica de ReproduoHuntington, em Vitria.

    O avano das tcnicas de reproduo assistida e daengenharia gentica visto com naturalidade pela dou-trina esprita. Kardec deixou claro que o espiritismocaminharia junto com a Cincia, portanto, no h por-

    Cincia

    que se opor ao seu desenvolvimento. Deus, atravs daevoluo intelectual da humanidade, permite que sur-

    jam tcnicas novas para auxiliar a natureza no seu pro-cesso criativo. O homem evolui intelectualmente, des-cobrindo e compreendendo como funciona a natureza,em suas vrias manifestaes, e, atravs do conheci-mento das leis naturais, passa a interferir e contribuircom Deus, tornando-se co-criadores. Contudo, os cien-

    tistas devem ter a humildade de reconhecer que estosomente manuseando e favorecendo processos naturais,mas no criando vida.

    A doutrina esprita ressalta que as descobertas devemservir para o bem da humanidade e as pesquisas devemter a finalidade de enobrecer o ser humano. Infelizmen-te, muitas vezes o homem as utiliza de forma inadequa-da. Em O Livro dos Espritos, pergunta n 780, encon-tramos que o progresso moral segue o intelectual, masnem sempre imediatamente. medida que progredimoscom as descobertas cientficas, torna-se maior a nossaresponsabilidade. Assim aconteceu com a energia nu-clear, que inicialmente foi utilizada para fins blicos

    (bomba atmica) e atualmente serve como fonte riqus-sima de energia, e com outras descobertas cientficas.

    As descobertas cientficas no so boas ou ms emsi mesmas. Bom ou mal o uso que se faz delas.

    No livro Uma Janela para a Vida, Emmanuel foi in-quirido sobre se os espritos que reencarnavam atravsda reproduo assistida vinham precedidos de um pre-paro espiritual, e ele respondeu que sim, desde que aCincia, na Terra, evitasse abusos e extravagncias nassuas experimentaes.

    Certa vez, perguntaram a Chico Xavier se o ser hu-mano seria desenvolvido no laboratrio. Ele respondeu:Olha gente, a Cincia vai desenvolver o ser humanono laboratrio. Eles (os cientistas) vo fabricar um enor-me tero no laboratrio e a dentro vo gerar o ser.Levaro talvez de duzentos a quatrocentos anos atconseguirem realizar. Mas vo realizar. A, libertaro amulher do parto.

    E tem outra coisa. Nesse tero, os espritos vo re-encarnar, tudo direitinho, sem problema. Esse fato novai alterar coisa alguma, a Cincia vai conseguir isso.Ora, o avano da Cincia obra da Espiritualidade atra-vs dos missionrios. Esse fato foi narrado por Ranierino livro: Chico Xavier o Santo de Nossos Dias(2edio 1973).

    A DOUTRINAESPRITARESSALTAQUEASDESCOBERTASDEVEM

    SERVIRPARAOBEMDAHUMANIDADEEASPESQUISASDEVEM

    TERAFINALIDADEDEENOBRECEROSERHUMANO

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    No importa de que modo a criana tenha vindo aomundo, se por meio naturais ou no; o que importa se vai ser bem recebida e criada com amor e dedicao.

    O congelamento de embriesDurante o procedimento da fertilizao in vitro (FIV),

    geralmente so fecundados diversos vulos, com a for-mao de um nmero excessivo de embries. Como alei brasileira s permite que sejam implantados no te-ro materno, no mximo quatro embries por vez, osembries excedentes so congelados a uma tempera-

    tura de 196C. Podero ser utilizados posteriormentena prpria me doadora do vulo ou serem implanta-dos em outra me receptora.

    O que fazer com esses embries? Essa pergunta vemintrigando cientistas, mdicos, religiosos e juristas domundo todo. A polmica se acendeu na Inglaterra, ondeexiste uma lei em vigor desde 1991, que estabelece umprazo mximo de cinco anos para a conservao des-ses embries. Os primeiros lotes j foram dissolvidos emgua e lcool.

    No centro da polmica, est a complicada questosobre o momento em que comea a vida. Embrieshumanos podem ser destrudos impunemente, comoum objeto qualquer, um subproduto de laboratrio ouestaramos diante de um aborto?

    Ns sabemos, atravs da pergunta 344 de O Livrodos Espritose do captulo XI, de A Gnese, que aunio da alma ao corpo comea no momento da con-cepo, quando o esprito se sente atrado por umafora irresistvel e se liga ao corpo por um lao fludi-co, que nada mais que uma expanso do seu peris-prito. Sabemos tambm que essa unio definitiva,no sentido de que um outro esprito no poder subs-tituir aquele que est designado para este corpo.

    Por outro lado, vamos encontrar na pergunta 356

    que podem existir natimortos que jamais tiveram esp-ritos designados para os seus corpos, podendo inclusi-ve chegar a termo, porm no sobrevivem.

    descrito que embries congelados podem perma-necer viveis por vrios anos, com relato do caso deuma mulher que gerou um filho a partir de um embriocongelado por cinco anos. Como a unio do esprito aocorpo se faz no momento da concepo, deduzimosque o esprito permaneceu ligado a esse corpo (em-brio), durante todo esse tempo.

    O esprito que est ligado ao embrio pode tambmrecuar diante da prova, e romper os laos que o pren-

    de; nesse caso, o embrio no sobrevive.Na pergunta 351 de O Livro dos Espritos vamos

    encontrar que o esprito, durante o desenvolvimento dofeto, goza parcialmente de suas faculdades no planoespiritual. Ele se encontra num estado de perturbaoque vai crescendo at o nascimento, medida que olao fludico vai se apertando.

    Conforme a doutrina esprita, o esprito que vai ani-mar aquele corpo tem existncia fora dele, ou seja, eleainda no est encarnado, mas apenas ligado ao novocorpo. Ento, conclumos que, como o esprito reencar-nante est apenas ligado por um cordo fludico aoembrio, ele usufrui de certo grau de liberdade, de acor-do com o seu estado evolutivo, como confirma Emma-nuel no livro O Consolador. Isso permite que, mesmo seencontrando com certo grau de perturbao, ele possadesenvolver algumas atividades no plano espiritual.

    Outra possibilidade, aventada por Raul Teixeira numartigo publicado na Revista Esprita Allan Kardec, seriaque entidades espirituais devedoras da sociedade seoferecem para vir atender ao progresso da Cincia. Des-sa forma, so ligadas a esses embries para que vivamhermeticamente vinculadas a eles, num processo demutismo, enquanto o embrio estiver congelado. Nessetrabalho de servir Cincia, possam conseguir o progres-

    A fertilizao atravs da reproduo assistida

    Durante o procedimento da fertil izao in vitro (FIV), geralmente so fecundados diversos vulos,com a formao de um nmero excessivo de embries. Podero ser utilizados posteriormente na prpriame doadora do vulo ou serem implantados em outra me receptora

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    Alguns companheiros espritastm se manifestado receosos emrelao questo das clulas-tronco, pelo fato de um espritopoder estar ligado ao embrio.Como o senhor analisa essas pes-quisas que a Cincia vem desen-volvendo na rea?

    Os espritos nobres so unnimesem abenoar os esforos da Cinciaquando procura dignificar a criaturahumana, promovendo o progresso da

    sociedade e tornando o mundo melhor.Toda descoberta recente torna-se po-lmica porque esto, ainda, os inves-tigadores, nos prdromos de suas pr-prias propostas.

    natural que, no possuindo aindaresultados determinantes, tudo se en-contre no plano do plausvel e do pos-svel. Os espritos so unnimes emdizer que interromper a vida do ser emformao, seja sob qual pretexto que seapresente, aborto delituoso. No en-tanto, a prpria Cincia, que encontrano zigoto as clulas mais favorveis

    para a adaptao e a formao dos r-gos, j consegue detect-las na medu-la ssea do prprio paciente, assimcomo tambm no cordo umbilical dorecm-nascido.

    Aguardamos que no momento pr-prio os cientistas consigam novas des-cobertas que possam contribuir para li-bertar a criatura de carmas profunda-mente angustiantes, como anomaliasde diversas naturezas, mas sem que setorne necessrio para tanto a interrup-o da vida do ser em formao.

    E no caso de alguns seres de-senvolverem a formao de um

    corpo sem esprito unido (bebsnatimortos), como aborda a ques-to 136 de O Livro dos Espritos?

    A dificuldade saber discernir en-tre o corpo que apenas fenmenobiolgico da fatalidade molecular, da-quele que j traz o vnculo com o esp-rito. Desde o momento em que o esper-matozide invade o vulo e d lugar clula ovo, comea a reencarnao. Aplula do dia seguinte ou outro instru-mento qualquer que interrompa a vidaso considerados aborto.

    Kardec respondeu a essa questodemonstrando que a matria espont-nea e podem acontecer fenmenos emque os elementos moleculares se aglu-tinem e por falta de alma no tenhamvida. provvel que tambm tenha sereferido fecundao na trompa, quan-do normalmente acontece o que ns po-demos chamar de uma espcie de tumor,mas no nos licito generalizar.

    O senhor acredita que essa res-

    posta s vir quando existir umaunio maior entre a Cincia e aEspiritualidade Superior?

    No necessariamente. O que falta uma biotica para que sejam estabele-cidos os limites at onde a investigaoseja tica.

    Quando Adolf Hitler tornou-se oprimeiro mandatrio da Alemanha, em1935, de imediato tornou o aborto le-gal. Na chamada noite dos cristais eleliberou o assassinato em massa de mi-lhes de indivduos e a seguir, pediuaos pais que se tivessem filhos defici-

    entes, que os mandassem para ascmaras de gs. Ento, crianas forammortas em nome de uma super raaque estava apenas na imaginao de-lirante do psicopata.

    A funo da doutrina religiosa no dizer Cincia o que fazer. Quando oscientistas acreditarem na existncia deDeus, sabero onde avanar, mas nocabe aos espritos dizerem se determi-nado corpo em formao est ou nounido a um esprito. A tica ser: ma-tar jamais!

    A equipe da Revista Crist de Espiritismo aproveitou a presena do mdium e orador DivaldoPereira Franco no 3 Encontro Amigos da Boa Nova, realizado no dia 21 de abril, para pergun-

    tar sua opinio sobre a utilizao das clulas-tronco em pesquisas cientficas.

    so, ao invs de renascerem na Terra e sofrerem situaesde enfermidades variadas durante largos anos.

    De qualquer forma, analisando luz da doutrina es-prita, no podemos aceitar, sob qualquer pretexto, a eli-minao pura e simples desses embries, assim comosomos contra o aborto ou qualquer outro ato contrrio vida.

    Cincia

    Talvez, os cientistas consigam congelar vulos madu-ros e espermatozides, minimizando os problemas ti-cos e espirituais relativos ao congelamento de embries.

    Outra linha de pesquisa que j se comenta a pos-sibilidade de detectar se j existe um esprito ligado aoembrio, atravs das emanaes do seu perisprito, masainda no existe nada desenvolvido.

    A FUNODADOUTRINARELIGIOSANODIZERCINCIAOQUEFAZER. QUANDO

    OSCIENTISTASACREDITAREMNAEXISTNCIADEDEUS, SABEROONDEAVANAR

    A utilizao das clulas-tronco em pesquisas cientficas

    A tica ser: matar jamais!