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Cem Parlendas

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Page 1: Cem Parlendas

Cem parlendas 

A arara amarelaFalará a falaDo amarelo arara

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A casinha do vovôÉ coberta de cipóO café tá demorandoCom certeza não tem pó

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A galinha pintadinha e o galo carijóA galinha veste saia e o galo paletó A galinha ficou doente e o galo nem notouO pintinho inteligente foi chamar o seu doutorO doutor era o peru, a enfermeira era o tatuA agulha da injeção era a pena do pavão

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A vaca amarelaPulou a janelaTrês mexeuQuatro comeuQuem falar primeiroCome a bosta delaEu sou rainhaBebo o caldo da galinha

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Agá, agá, agáA galinha quer botarIjê, ijê, ijêMinha mãe me deu uma surraFui parar no TietêAlô, alôO galo já cantouAmarelo, amareloFui parar no cemitérioRoxo, roxoFui parar dentro do cocho

Page 2: Cem Parlendas

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Ai, Jesus, que eu vou morrerTanto trabalho tão pouco comerParrudo, parrudo, escou!Pega o veado, caçador!"

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Amanhã é domingo Pé de cachimbo Galo montês Pica na rês A rês é miúda Pica na tumba A tumba é de barro Pica no adro O adro é fino Pica no sino O sino é de ouro Pica no touro O touro é bravo Arrebita o rabo Mete-se a corte Já está arranjado

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Amanhã é domingo, Pé de galinha Areia é fina Que dá no sino O sino é de ouro Que dá no besouro O besouro é valente Que dá no tenente O tenente é valente Que dá na gente A gente é valente Que senta o bumbum no batente

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Amanhã é segunda, que preguiça imundaAmanhã é terça, você compareçaAmanhã é quarta, a saudade me mataAmanhã é quinta, malandro te fincaAmanhã é sexta, sele sua bestaAmanhã é sábado, vá ao povoadoAmanhã é domingo, acenda seu cachimbo

Page 3: Cem Parlendas

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Bango balangoSinhô capitãoPinga de vinhoPedaço de pãoCozido e assadoNo seu caldeirão

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Bão balalãoSenhor capitãoEm terras de mouroMorreu seu irmãoCozido e assadoEm um caldeirãoEu vi uma velhaCom um prato na mãoEu dei-lhe um tapaEla popo no chão

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Bão balalãoSenhor capitãoEspada na cintaAlfinete na mão""Bão balalãoSenhor capitãoEspada na cintaGinete na mão

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BorboletinhaTá na cozinhaFazendo chocolatePara a madrinhaPoti, potiPerna de pauOlho de vidroE nariz de pica-pauPau, pau

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Cachorrinho está latindoLá no fundo do quintalCala a boca, cachorrinho

Page 4: Cem Parlendas

Deixa o meu benzinho em pazCriô, lê, lêCriô, lê, lê, lá, láCriô, lê, lêNão sou eu que caio lá

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Carocha vendeu a saiaPor aguardente da praiaAgora minha carochaNem aguardente nem saia

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Chuva choveu,Goteira pingou,Pergunte ao papudoSe o papo molhou

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Chuva com solCasamento de espanhol

Chuva e ventoCasamento de jumento

Sol com chuvaCasamento de viúva

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Coco peladoCaiu no meladoQuebrou uma pernaFicou aleijado

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— Como estás, meu papagaio?"Como cativo, senhoraPreso nesta gaiolaEm grilhões estou metidoPor amar e querer bemNão estou arrependido"— Coitado do papagaio!Preso e cativoNão tem amigos

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Coroa, coroinhaSalsa, cebolinhaUm, dois, três

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Coroa, coroinhaUm, dois, três

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Corre, cotiaDe noite e de diaDebaixo da camaDa dona MariaCorre, cipóAtrás da avóEu tenho um cachorrinhoChamado TotóEle pula, ele dançaDe uma perna sóCocori-o-ri-ocó

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Currupaco, paco pacoA mulher do macacoEla pita, ela fumaEla toma tabacoDebaixo do sovaco

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Dango dalangoSenhor capitãoEspada na cintaSinete na mão

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Dedo minguinhoSeu vizinhoPai de todosFura boloMata piolho

Este diz que quer comerEste diz que não tem de que

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Este diz que vai roubarEste diz que não vá láEste diz que Deus dará

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Dedo miudinhoSeu vizinhoMaior de todosFura-bolosCata piolhos

Este diz que está com fomeEste diz não tem o queEste diz vai furtarEste diz que não vá láEste diz que Deus dará

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Ding-din-ding Seu João MancoDing-din-ding quem mancou?Ding-din-ding foi a pedraDing-din-ding cadê a pedra?Ding-din-ding está no matoDing-din-ding cadê o mato?Ding-din-ding o fogo queimouDing-din-ding cadê o fogo?Ding-din-ding a água apagouDing-din-ding cadê a água?Ding-din-ding o boi bebeuDing-din-ding cadê o boi?Ding-din-ding foi buscar o milhoDing-din-ding para quem?Ding-din-ding para a galinhaDing-din-ding cadê a galinha?Ding-din-ding está pondoDing-din-ding cadê o ovo?Ding-din-ding o padre bebeuDing-din-ding cadê o padre?Ding-din-ding está dizendo a missaDing-din-ding cadê a missa?Ding-din-ding já se acabou

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Dinglin, dingues, Maria Pires?Dinglin, dingues, estou fazendo papaDinglin, dingues, para quem?Dinglin, dingues, para João Manco

Page 7: Cem Parlendas

Dinglin, dingues, quem foi que o mancou?Dinglin, dingues, foi a pedraDinglin, dingues, cadê a pedra?Dinglin, dingues, está no matoDinglin, dingues, cadê o mato?Dinglin, dingues, o fogo queimouDinglin, dingues, cadê o fogo?Dinglin, dingues, a água apagouDinglin, dingues, cadê a água?Dinglin, dingues, o boi bebeuDinglin, dingues, cadê o boi?Dinglin, dingues, foi buscar o milhoDinglin, dingues, para quem?Dinglin, dingues, para a galinhaDinglin, dingues, cadê a galinha?Dinglin, dingues, está pondoDinglin, dingues, cadê o ovo?Dinglin, dingues, o padre bebeuDinglin, dingues, cadê o padre?Dinglin, dingues, foi dizer a missaDinglin, dingues, cadê a missa?Dinglin, dingues, já se acabou

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Domingo bebi uma pingaSegunda bati na pernaTerça escrevi um versoQuarta escrevi uma cartaQuinta matei o pintoSexta arriei uma bestaSábado arrebitei o rabo

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Era uma velha que tinha dez filhosTodos dez dentro de um fole;Deu o tango-lo-mango num deles,Desses dez, ficaram nove!

E esses nove, meu bem, que ficaramForam logo fazer biscoitoDeu o tango-lo-mango num delesDesses nove, ficaram oito!

E esses oito, meu bem, que ficaramForam brincar com o caniveteDeu o tango-lo-mango num delesDesses oito, ficaram sete!

Page 8: Cem Parlendas

E esses sete, meu bem, que ficaramForam fazer um bolo inglêsDeu o tango-lo-mango num delesDesses sete, ficaram seis!

E esses seis, meu bem, que ficaramForam à porta bater no trincoDeu o tango-lo-mango num delesDesses seis, ficaram cinco!

E esses cinco, meu bem, que ficaramCom o diabo fizeram um tratoDeu o tango-lo-mango num delesDesses cinco, ficaram quatro!

E esses quatro, meu bem, que ficaramForam aprender o portuguêsDeu o tango-lo-mango num delesDesses quatro, ficaram três!

E esses três, meu bem, que ficaramForam ao campo buscar cem boisDeu o tango-lo-mango num delesDesses três, ficaram dois!

Esses dois, meu bem, que ficaramForam ao mato caçar anumDeu o tango-lo-mango num delesE desses dois só restou um!

E esse um, meu bem, que ficouFoi brincar com lampiãoDeu o tango-lo-mango no talE acabou-se a geração

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Era uma vezUma vaca amarelaPulou a janelaSujou na panelaTrês comiamTrês mexiamA primeira que falarCome tudo dela

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Era uma vez, trêsDois piratas

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E um francêsO francêsPuxou a espadaOs piratasSe arrepiaramPensa que matou?Vou lhe contar o que se passou:Era uma vez, três

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Esta é a igrejinhaEsta é a sua torrinhaAbro a porta, há muita genteÉ domingo, estou contente

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Esta é a igrejinhaEsta é sua torrinhaAbro a porta, não há ninguémÉ dia de semana, oh meu bem

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— Feijão queimado— Quem queimou?— Ladrão dos porcos— Quer que prenda?— Prenda jáPrenda que prendaÉ um bom ladrãoLambari sem salSem gordura é bom

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— Feijão queimou— Quem queimou?— Ladrão dos porcos— Quer que queima?— Queima já, daqui pra láFulana casouE não me convidouComeu meladoE se lambuzou

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Galinha chocaComeu minhocaSaiu pulandoQue nem pipoca

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Hein, heinComo é bela!Arroz doceCom canelaBem-feitinhoPela mão delaDá-me um beijoMinha bela

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Hein, heinMeu bemVocê se vai?Quando vem?"Quarta-feiraÀ noite aquiEstá seu bem"— Uma banda assadaOutra de moquémDá-me um beijoMeu bem?

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Hoje é domingo Pé de cachimbo Cachimbo é de barro Bate no jarro O jarro é de ouro Bate no touro O touro é valente Chifra a gente A gente é fraco Cai no buraco Buraco é fundo Acabou o mundo

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Hoje é domingo Pé de cachimbo O galo monteiro 

Page 11: Cem Parlendas

Pisou na areia A areia é fina Deu no sino O sino é de prata Deu na Marta A Marta é valente Deu no tenente O tenente é mau Deu no menino O menino é zarolho Furou seu olho

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Janela, janelinhaPorta, campainhaDing

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João balalãoSenhor capitãoEspada na cintaPorrete na mão

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João balalãoSenhor capitãoQueremos dinheiroPra nossa ação

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Lá em cima do pianoTem um copo de venenoQuem bebeu, morreuAzar foi seu…

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Lá na rua 24A mulher matou um gatoCom a sola do sapatoO sapato estremeceuA mulher morreuO culpado não fui eu

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Page 12: Cem Parlendas

Lagarta pintada quem te pintou ? Foi a velha cachimbeira que por aqui passou. No tempo de areia vazia poeira. Puxa lagarta por essa orelha

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Lagarta pintadaQuem te pintou?Foi a velha rabugentaPor aqui ela passouTempo de areiaSacode a poeiraPega esta lagartaPela ponta da orelha

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Meio-dia em ponto, quem não come, fica tonto

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Meio-dia, galo canta, macaco assobia

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Meio-dia, lenha no fogo, panela vazia

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Minhoca, minhocaMe dá uma beijocaNão dou, não dou, não dou

Minhoco, minhocoVocê beijou erradoA boca é do outro lado

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MoçaVelhaCasadaSolteiraViúva

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— Ó de casaÓ de fora

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— Quem é?É o fradeTamandaré"Entre, meu reverendo"— Papagaio está morrendo?"Ai, ai, ai!"— Que te dóiMeu papagaio?"Tudo me dóiE nada me curaSenão o remédioDo padre cura"

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— Ó de casaÓ de fora"Quem é?"— É um frade"Frade em casaNem uma hora

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O índio zuluAnda nu, anda nuUsa uma pena de urubuNo seu cu

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O macaco foi à feiraNão teve o que comprarComprou uma cadeiraPra comadre se sentarA cadeira esborrachouCoitada da comadreFoi parar no corredor

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O negócio é o seguinteO preço da égua é cento e vinteE o da mula?Você nem calcula!

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O rei mandou me chamarPra casar com sua filha

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Só de dote ele me davaEuropa, França e BahiaMe lembrei do meu ranchinhoDa roça, do meu feijãoO rei mandou me chamarÓ seu rei, não quero, não!

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Ó senhora, ó senhoraDo balaioDai um beijo no senhorDo papagaio

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Ovo chocoEstá rachadoQuem rachouFoi a galinhaCorre cotiaNa casa da tiaCorre cipóNa casa da vóChupando canaCom um dente sóSubindo o morroCom uma perna sóLencinho brancoCaído no chãoPosso correr?— Pode!

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Palma, palminhaPalminha de GuinéPra quando papai vierA mamãe dá papinhaA vovó bate o cipóNa bundinha do neném

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Papagaio do sertãoCome queijo e requeijãoSeu senhor é capitãoDá cá um beijo, coração?Um, como sabe!

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Beijos da moçaNa boca do frade

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Papagaio imperialNa c'roa traz o sinalTudo, tudo do BrasilNada tem de Portugal

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Papagaio já comeu?Papagaio não comeuMorreu!

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Papagaio louroDo bico douradoLeva-me esta cartaÓ meu bemAo meu namorado

Ele não é fradeNem homem casadoÉ moço solteiroÓ meu bemLindo como um cravo

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Papagaio não come saladaNem tão pouco cebola picadaPorque diz que lhe arde no bicoArre lá papagaio ridico

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Papagaio realPara PortugalQuem passa meu louro?É o rei que vai à caçaToca ferros que el-rei passaToca trombeta e caixa

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— Papagaio rei c’roadoSabes dançar o trocado?

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"Sim, senhora, dançareiMais galante que el-rei"— Dança lá, meu papagaio"Currupacos, papacoTire a velha do buraco

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Papagaio verde louroPés de prata, bico de ouroDá cá um beijo, meu louro?Um, como sabe!Beijos da moçaNa boca do frade

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Pisei na pedrinhaA pedrinha rolouPisquei pro mocinhoMocinho gostouContei pra mamãeMamãe nem ligouContei pro papaiChinelo cantou

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Pisei no rolinhoO rolinho rolouPisquei pro mocinhoO mocinho gostouFalei pra mamãeA mamãe nem ligouFalei pro papaiO chinelo cantou

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Pombinha brancaQue está fazendoLavando roupaPro casamentoVou me lavarVou me sentarVou na janelaPra namorarPassou um moçoDe terno brancoTão grande

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Senhor FernandesEncabuladoSenhor Bernardo

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Protestante, pé de pintoQuando morre vai pros quintoCatólico, pé de véuQuando morre vai pro céu!

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— Quanto custa o papagaio?"Quatro mil réis"- É muito caro"Menos, nem dez réis"

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— Que horas são?— Oração de São João"

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Sai, sai, sai, ô piabaSai lá da lagoaSai, sai, sai, ô piabaSai lá da lagoaBota a mão na cabeçaOutra na cinturaDá um remelexo no corpoDá um abraço no outro

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SalPimentaCebolinhaPimentão

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Salada, saladinhaBem temperadinhaCom sal, pimentaUm, dois, três

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Page 18: Cem Parlendas

Segunda não trabalheiTerça eu não fiz nadaQuarta fui passeá e briguei com a namoradaQuinta fizero enredoSexta fui descobertoNo sábado tiraro a limpoDomingo tudo que falaro é certo

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Serra, serra, serradorQuantas tábuas já serrou?Já serrou vinte e quatroUma, duas, três, quatro

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— Somos três mosquiteirosQue vieram da Europa.— Que vieram fazer?— Combater.— Combate pra nós ver

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Tempo seráDe seri-sericóLaranja da ChinaPimenta em póPinto que piaPi-pi-ri-pi-piGalo que cantaCo-co-ró-co-cóQuem é durãoSou eu sóOlha que te pegoNão és capazOlha que te pegoSe fores capaz

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Tigelinha de água friaQue caiu da prateleiraFoi nos olhos de MariaQue chorou segunda-feira

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Page 19: Cem Parlendas

Tim, tim, timQuem bate aí?Sou eu, minha senhoraO pintor de Jundiaí

Pode entrar e se sentarPode entrar e se sentarConforme as pinturasNós iremos conversar

Lá em cimaQuero tudo bem pintadoSó para as mocinhasDe sapato envernizado

Lá embaixoQuero um pé de laranjeiraSó para alegrarO coração da cozinheira

No portãoQuero sete cachorrõesSó para assustarA cara feia dos ladrões

Tim, tim, timJá deu seis horasAdeus, minha senhoraO pintor já vai embora

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— Três mocinhos da Europa— Que vieram fazer?— Muitas coisas maravilhosas— Pra você ver— Então mostre.

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Um doisSenhor capitãoEspada na cintaGinete na mão

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Um homenzinho tortoJá num caminho tortoAchou um dinheiro torto

Page 20: Cem Parlendas

Em cima de um pau tortoComprou um gato tortoQue achou um rato tortoE viveram todos juntosNuma casa torta

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Um, dois, trêsDama salete reisGalinha choca ovo pedrêsDo senhor reisEle pediu que contasse mais três

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Uma duas angolinhasFinca o pé na pompolhinhaO rapaz que jogo faz?Faz o jogo do capãoO capão sobre o capãoLá detrás do morondãoArrecolha o seu dedinhoQue lá vai um beliscão

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Uma véia muito véiaDo nariz cheio de barroFoi contá pra minha mãeQue eu pitava um cigarroMinha mãe me deu uma surraMe jogou no taquaralOnde havia muitos bichosEu não pude me salváPau porreteBengala caceteCasinha brancaVirou sorvete

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Vaca amarelaCagou na tigelaQuem falar primeiroComeu a bosta dela

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Vaca amarelaPulou a janelaCagou na panelaMexeu mexeuQuem falar primeiroCome a bosta dela

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Vaca amarelaPulou a janelaMexeu mexeuQuem falar primeiroCome tudo delaFora euQue sou o rei dela

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Vaca amarelaPulou pela janelaQuem falar primeiroTem que correr atrás dela

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Vaca amarelaTrepou na janelaCagou na panela

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Vaca pretaPulou a gavetaQuem conversar primeiroCome a bosta do capeta

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Vaca pretaPulou a gavetaQuem falar primeiroCome a bosta preta

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Você de lá e eu de cáRibeirão passa no meioVocê de lá dá um suspiroEu de cá suspiro e meio

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