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UMA VISÃO ESTRATÉGICA DO MACROAMBIENTE ECONÔMICO: CONDIÇÕES VIGENTES E CENÁRIOS PROVÁVEIS José Paschoal Rossetti 2010

Cenários 2011 Profº Rosseti

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Page 1: Cenários 2011  Profº Rosseti

UMA VISÃO ESTRATÉGICA DO

MACROAMBIENTE ECONÔMICO:

CONDIÇÕES VIGENTES

E CENÁRIOS PROVÁVEIS

José Paschoal Rossetti

2010

Page 2: Cenários 2011  Profº Rosseti

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.1. Megamudanças globais

1.2. Magnitude dos PNBs e do PNB: rankings dos países

1.3. Fatores de expansão

1.4. Fatores inibidores

2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

2.1. Condições antecedentes

2.2. Evolução dos cenários em 2009 e 2010

2.3. A recuperação da crise

2.4. Situação vigente em 2010

2.5. Situação vigente e perspectivas

3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA

3.1. Fatores de expansão

3.2. Pontos fortes e pontos fracos

3.3. Investimentos: a variável crítica da economia

CONTEÚDO

Page 3: Cenários 2011  Profº Rosseti

CONTEÚDO

4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE PÓS-CRISE

4.1. Condições antecedentes

4.2. Condições atuantes para superação da crise

4.3. A reativação em curso

4.4. Projeções macroeconômicas 2010-2014

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.1. Megamudanças institucionais

5.2. Megamudanças econômicas

5.3. Diretrizes estratégicas no período 1960-80

5.4. A transição: dois caminhos possíveis

5.5. A opção pela abertura e inserção global

5.6. A emergência de nova configuração ideológica

5.7. Redirecionamento em curso

5.8. Matriz de posicionamentos político e econômico

5.9. Trajetória pós-guerra – 1980

5.10. Trajetória 1980-2010

5.11. Alternativas: avanços ou retrocessos

5.12. O retrocesso institucional: fatores de riscos

6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

6.1. Cenário Mundial

6.2. Cenário Brasil

6.3. Modelo SWOT: potenciais, limitações e riscos

6.4. Cenários mundial e do Brasil

Page 4: Cenários 2011  Profº Rosseti

1

CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA

MUNDIAL

Page 5: Cenários 2011  Profº Rosseti

Dimensões

Variações anuais (%)

Média

1991-20002001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

• PRODUTO MUNDIAL BRUTO3,1 2,2 2,8 3,6 4,9 4,5 5,1 5,2 3,1 - 0,6

• Economias avançadas 2,8 1,2 1,6 1,9 3,2 2,6 3,0 2,7 0,8 - 3,2

Estados Unidos 3,3 0,8 1,6 2,5 3,6 2,9 2,8 2,0 1,1 - 2,6

Eurozona - 1,9 0,9 0,8 2,2 1,7 2,9 2,7 0,8 - 4,1

Japão 1,3 0,2 0,3 1,4 2,7 1,9 2,0 2,4 0,2 - 5,2

União Europeia 2,2 2,1 1,4 1,5 2,6 2,2 3,4 3,1 1,1 - 4,1

• Economias emergentes3,4 3,6 3,0 5,0 5,5 5,6 6,2 6,3 6,0 2,5

• COMÉRCIO MUNDIAL 7,1 0,3 3,5 5,4 10,7 7,7 9,2 7,2 2,9 - 11,0

Economias avançadas 7,4 -1,2 2,8 4,5 9,5 6,0 8,3 4,7 1,2 - 12,7

Economias emergentes 10,2 1,2 7,1 11,7 16,6 12,2 12,8 11,8 6,7 - 8,2

Expressões nominais em US$ Trilhões

• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 28,3 31,7 33,0 37,1 41,7 45,1 48,8 54,8 60,1 58,1

• COMÉRCIO MUNDIAL

Mercadorias 4,9 6,1 6,3 7,4 9,0 10,3 11,9 13,7 15,9 12,8

Mercadorias e serviços

6,1 7,6 7,9 9,3 11,3 12,8 14,8 17,1 19,7 15,9

Fonte: World Bank.

TRAJETÓRIA E DIMENSÕES DO CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL:

ECONOMIAS AVANÇADAS E EMERGENTES

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.3. FATORES DE EXPANSÃO

Page 6: Cenários 2011  Profº Rosseti

TRAJETÓRIA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL

Expressão absoluta e taxas anuais de expansão

58,1

28,3

31,733,0

37,1

41,7

45,1

48,8

54,8

60,1

25

30

35

40

45

50

55

60

65

2000 01 02 03 04 05 06 07 08 09

Taxas anuais de expansão

nominal 8,36%

real 3,89%

US$

Trilhões

Fonte: World Bank.

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.3. FATORES DE EXPANSÃO

(a) Redução decorrente da crise global, já estancada e em recuperação

Page 7: Cenários 2011  Profº Rosseti

AS DIMENSÕES DA ECONOMIA MUNDIAL: EXPRESSÃO E CRESCIMENTO ABSOLUTO SEM

PRECEDENTES HISTÓRICOS

PRODUTO MUNDIAL BRUTO

Critério de conversão dos PNBs em US$ pelas taxas médias ponderadas

de câmbio das economias nacionais

Expressão absoluta

em 2009

US$ 58,1 Trilhões

Crescimento anual

histórico (1991-2009)

3,5%

Significado do crescimento mundial a 3,5% anuais

Crescimento absoluto Significado

Anual US$ 2,03 Trilhões Um Brasil a mais a cada 10 meses.

Em dez anos US$ 23,86 Trilhões Um Estados Unidos a mais a cada 6 anos.

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.3. FATORES DE EXPANSÃO

Page 8: Cenários 2011  Profº Rosseti

DISTRIBUIÇÃO DO PRODUTO MUNDIAL BRUTO EM 2009

Altos potenciais de crescimento de novos mercados

Economias

segundo

níveis de

renda

Milhões

de

habitantes

PNBs

(US$

Bilhões)

Per capita

(US$ ano)

Alta renda 1.065 41.719 39.172

Renda média

alta851 7.282 8.554

Renda média

baixa3.479 8.715 2.505

Baixa renda 1.345 417 312

MUNDO 6.740 58.133 9.625

Distribuição do PMB

28,4%

Países de alta

e média

renda71,6%

Países de

média baixa e

de baixa

renda

19,1%

Países de

baixa e

média baixa

renda

80,9%

Países de

alta e média

alta renda

POPULAÇÃO

MUNDIAL

PRODUTO

MUNDIAL

BRUTO

Fonte: World Bank. World development Report 2010.

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.3. FATORES DE EXPANSÃO

Page 9: Cenários 2011  Profº Rosseti

A

B

C

D

E

• Acesso fácil.• Produtos mais sofisticados.

MERCADOS DE BENS E SERVIÇOS FINAIS

População Renda Nacional

• Acesso facilitado.• Produtos mais simples.

• Upgrade de todas as classes socioeconômicas, especialmente B, C e D, quanto às aspirações e ao acesso

aos mercados.

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO, COM MUDANÇAS SOCIAIS E ASPIRAÇÕES EM ALTA (V)

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.3. FATORES DE EXPANSÃO

Page 10: Cenários 2011  Profº Rosseti

Anos

US$ trilhões correntesRelações %

PMB Produto

Mundial

Bruto (a)

Comércio mundial

Mercadorias

(b)

Mercadorias +

Serviços (c)(b)/(a) (c)/(a)

1970

1980

1985

1990

1995

2000

2005

2006

2007

2008

2009

Projeções(d)

2010

2020

3,3

11,2

13,9

21,8

27,0

31,2

44,3

48,2

54,3

60,1

58,1

61,9

87,3

0,3

1,3

2,0

3,4

5,0

6,0

9,1

11,9

13,8

15,9

12,8

13,7

24,5

0,4

1,5

2,4

4,3

6,2

8,1

11,3

12,9

14,8

17,2

15,9

17,1

32,1

9,1

11,6

14,4

15,6

18,5

20,5

20,5

24,6

25,4

26,4

22,0

22,1

28,1

12,1

13,4

17,3

19,7

22,9

26,0

25,5

26,7

27,2

28,6

27,4

27,6

36,7

Fontes: (a) World Bank. Projeções: crescimento geométrico de 3,5% ao ano.

(b) e (c) UNCTAD. Projeções: crescimento geométrico de 6,0 ao ano para mercadorias e de 6,5% para mercadorias mais serviços.

(d) Cenário de reativação moderada da economia global.

FLUXOS HISTÓRICOS DE COMÉRCIO: CRESCIMENTO

CONSISTENTE EM RELAÇÃO AO PMB

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.3. FATORES DE EXPANSÃO

Page 11: Cenários 2011  Profº Rosseti

Períodos

1984-89

1990-95

1996-99

2000-05

2010

2020

Relação % com PMB

1,04

1,24

2,18

2,67

3,24

4,02

IED por dia útil

US$ bilhões

0,5

1,1

2,6

3,7

6,7

12,6

A EXPANSÃO HISTÓRICA

DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.3. FATORES DE EXPANSÃO

130290

650

920

2.010

3.500

150

450

750

1050

1350

1650

1950

2250

2550

2850

3150

3450

3750

1984-89 1990-95 1996-99 2000-05 2010 2020

US$ bilhões

(Médias anuais)

Projeções

Fonte: UNCTAD.

Page 12: Cenários 2011  Profº Rosseti

ÍNDICES ACUMULADOS DE CRESCIMENTO, 1985-2009

Categorias

Variações %

Economia

mundial

Mercados

emergentes

• Consumo de derivados do petróleo

37,8 60,4

• Matérias-primas

Minerais 93,7 142,9

Fibras 63,0 129,3

Grãos 77,1 114,5

• PNBs

1985-2009 85,2 114,6

2002-2009 28,1 48,0

DESTINO DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS

PeríodosUS$ bilhões

(médias anuais)

% para dez

maiores países

emergentes

1984-89 131 4,1

1990-95 289 17,3

1996-99 652 21,4

2000-09 1.532 29,5

NOVAS REALIDADES

• China, segunda potência econômica mundial, critério PPC.

• Entre as 15 maiores economias:

8 avançadas

7 emergentes

• Maior peso dos emergentes na geração do crescimento mundial:

1990: 28,5%

2000: 36,4%

2008: 65,8%

Projeções

(Critério PPC)

PNB US$ Trilhões

(Valores de 2009)

15 anos 20 anos

EUA, crescimento anual de 3% 22,2 25,7

China, crescimento anual de 7% 24,5 34,4

• Dimensões dos mercados mundiais puxadas pelo peso crescente e pela dinâmica das

economias emergentes

OS PESOS CRESCENTES DAS ECONOMIAS EMERGENTES

DE ALTO POTENCIAL

1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL

1.3. FATORES DE EXPANSÃO

Page 13: Cenários 2011  Profº Rosseti

2

A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

Page 14: Cenários 2011  Profº Rosseti

A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL DE 2008-2009

Dimensões

Variações anuais (%)

Média

1991-19992001-03 2004-06 2007 2008 2009

• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 3,1 2,9 4,8 5,2 3,1 - 0,6

• Economias avançadas 2,8 1,6 2,9 2,7 0,8 - 3,2

Estados Unidos 3,3 1,6 3,1 2,0 1,1 - 2,6

Eurozona - 1,2 2,3 2,7 0,8 - 4,1

Japão 1,3 0,6 2,2 2,4 0,2 - 5,2

União Europeia 2,2 1,7 2,7 3,1 1,1 - 4,1

• Economias emergentes 3,4 3,9 5,8 6,3 6,0 2,5

• COMÉRCIO MUNDIAL 7,1 3,1 9,2 7,2 2,9 - 11,0

Economias avançadas 7,4 2,4 7,9 4,7 1,2 - 12,7

Economias emergentes 10,2 6,7 13,8 11,8 6,7 - 8,2

Expressões nominais em US$ Trilhões

• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 28,3 31,7 37,1 41,7 48,8 54,8 60,1 58,1

• COMÉRCIOMUNDIAL

Mercadorias 4,9 6,1 7,4 9,0 11,9 13,7 15,9 12,8

Mercadorias e serviços 6,1 7,6 9,3 11,3 14,8 17,1 19,7 15,9

2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

2.1. CONDIÇÕES ANTECEDENTES

Fonte: World Bank e IMF. World Economic Outlook.

Page 15: Cenários 2011  Profº Rosseti

Dimensões Projeções (variações reais)

2010 2011 2012-15

• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 4,8 4,2 4,0

• Economias avançadas 2,7 2,2 2,0

Estados Unidos 2,6 2,3 2,5

Japão 1,7 1,5 1,2

União Europeia 1,7 1,7 2,2

• Economias emergentes 7,1 6,4 6,5

• COMÉRCIO MUNDIAL 11,4 7,3 6,3

Economias avançadas 10,5 5,6 4,5

Economias emergentes 13,1 9,5 7,5

Expressões nominais em US$ Trilhões

• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 61,9 64,4 67,1 75,4

• COMÉRCIO MUNDIALMercadorias 13,7 15,1 16,1 19,3

Mercadorias e serviços 17,1 18,5 19,6 23,6

Fonte: World Bank e IFM, World Economic Outlook. December, 2009.

CRISE DE ECONÔMICA MUNDIAL DE 2008-2009: A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE (II)

Reversão dos macroindicadores

2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

2.3. A RECUPERAÇÃO DA CRISE

Page 16: Cenários 2011  Profº Rosseti

ContinentesValor de mercado em US$ Trilhões

1990 1995 2000 2005 2007 2008 2009 2010(a)

Américas 3,4 7,6 16,5 21,1 24,3 13,9 18,9 20,2

Europa, Oriente Médio e

África2,0 4,4 9,6 12,8 16,7 9,2 16,0 15,8

Ásia e Oceania 3,5 5,1 4,9 9,1 19,8 9,5 13,0 14,2

Totais 8,9 17,1 31,0 43,0 60,8 32,6 47,9 50,2

Total mundial de companhias e valor

médio em US$ Milhões

Número 21.585 25.050 29.300 38.262 46.509 46.705 44.991 45.214

Valor médio 412,3 682,6 1.058,0 1.123,8 1.307,2 697,9 1.064,7 1.110,3

Fonte: World Federations of Exchanges.

(a) Final de setembro.

EVOLUÇÃO DO MUNDO CORPORATIVO E DO MERCADO DE CAPITAIS

Forte contração em 2008. Recuperação em 2009 e 2010.

2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

2.2. EVOLUÇÃO DOS CENÁRIOS EM 2009 E 2010

Page 17: Cenários 2011  Profº Rosseti

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS

Síntese das potencialidades

• Cúpulas mundiais de acompanhamento e controle dos efeitos da crise, com envolvimento do G8 e do G20. Adoção de fortes

medidas antidepressivas.

• Crescimento demográfico, com mudanças sociais e aspirações em alta:

Expansão anual de 74,3 milhões de habitantes, com mudanças sociais de alto impacto expansionista.

Acesso da baixa renda aos mercados de consumo e upgrade de todas as classes socioeconômicas.

• Fluxos da demanda agregada se mantêm, ainda que retraídos. Alta dispersão setorial dos efeitos da crise: raros mercados

atingidos “mortalmente”.

• Expansão do número de empresas entrantes em praticamente todos os mercados:

Acesso aberto a tecnologias de produção: invasão de mercados por marcas “talibãs”.

Nova dinâmica competitiva, entre grandes consolidados e pequenos guerrilheiros.

• Revoluções tecnológicas associadas à descartabilidade de produtos:

Rendição aos apelos do avanço tecnológico – obsolescência tecnológica antecipando-se à funcional.

Descartabilidade sem precedentes históricos.

• Desfronteirização:

Abertura de mercados.

Acirramento da competição globalizada – exposição das empresas a estruturas competitivas de preços.

Leque mais aberto de produtos finais e maior elasticidade-preço da procura.

• Mobilidade de capitais:

Investimentos estrangeiros diretos.

Fundos de private equity.

• Vigor e dimensões de economias emergentes de alto potencial.

2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

2.4. SITUAÇÃO VIGENTE EM 2010

Page 18: Cenários 2011  Profº Rosseti

CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS

Síntese das fragilidades

• Epicentro da crise: economias avançadas, com forte “efeito contágio” em todo o sistema mundial:

EUA e Eurozona: 39,5% do Produto Mundial Bruto.

Dimensões do mundo corporativo dos EUA (500 maiores empresas): US$ 9,7 trilhões, 40,7% das receitas operacionais

das 500 maiores do mundo.

• Estado macroeconômico dos EUA:

Altos níveis de endividamento: todos os agentes econômicos.

Desemprego alto e resistente.

• Impactos da crise nos países industriais maduros não totalmente recuperados: Comunidade Europeia, Japão e Tigres

Asiáticos.

• Forte contração das correntes mundiais de comércio: plena recuperação poderá demorar a ocorrer em 2011:

• Mercado acionário: ainda em contração, relativamente aos níveis anteriores a 2008 (postergação de emissões e de aberturas

de capital).

• Expansão do endividamento bruto (% em relação aos PNBs) dos governos dos países avançados: EUA 93,6% e Eurozona

86,3%.

• Regulação mais rigorosa das operações do sistema financeiro: desalavancagem e retração da liquidez.

2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

2.4. SITUAÇÃO VIGENTE EM 2010

Fluxos

(Bens e serviços)

Variações anuais (%)

2009 2010 2011

• Importações

Avançados

Emergentes

-12,7

- 8,2

10,1

14,3

5,2

9,9

• Exportação

Avançados

Emergentes

-12,4

- 7,8

11,0

11,9

6,0

9,1

Fonte: WEO, outubro 2010.

Page 19: Cenários 2011  Profº Rosseti

CONDIÇÕES EM 2010 E PERSPECTIVAS 2011-2012: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES

Potencialidades são estruturais, mas convivem com fragilidades que não são

apenas conjunturais. A volta aos padrões e níveis de crescimento do

quinquênio 2003-2007 requer ajustes nas contas fiscais das economias

avançadas, pleno restabelecimento de clima de confiança, redirecionamento

de recursos e forte expansão das economias emergentes.

Pela natureza das fragilidades e dos ajustes exigidos, a recuperação plena

não se dará em 2010, mas no biênio 2011-12, e ainda

sujeita a volatilidades.

2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL

2.5. SITUAÇÃO VIGENTE E PERSPECTIVAS

Page 20: Cenários 2011  Profº Rosseti

3

CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA

BRASILEIRA

Page 21: Cenários 2011  Profº Rosseti

PONTOS FORTES

Probabilidade de deterioração a médio prazo

Baixa Mediana Alta

• Importância geopolítica. ●

• Mercados expressivos. ●

• Peso e liderança econômica regional. ●

• Abundância e diversidade de capital natural. ●

• Mobilidade social ascendente. ●

• Estrutura produtiva diversificada. ●

• Modernização das plantas. ●

• Alta densidade de cadeias certificadas. ●

• Sistema financeiro: regulação e tecnologia operacional. ●

• Cadeias produtivas competitivas:

Primárias. ●

Industriais. ●

• Setor externo:

Reputação internacional. ●

Liquidez, “grau de investimento”. ●

Atratividade para investidores. ●

3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA

3.2. PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS

PONTOS FORTES INSTITUCIONAIS, REAIS E FINANCEIROS

Page 22: Cenários 2011  Profº Rosseti

PONTOS FRACOSProbabilidade de remoção a médio prazo

Baixa Mediana Alta

• Riscos de descontinuidade estratégica:

Agenda ideológica.●

Mudanças regulatórias. ●

• Instituições legais:

Lentidão processual.●

Baixo enforcement – impunidade. ●

Tolerância – revelações impunes. ●

• Economia no setor público:

Baixa eficiência.●

Rolagem onerosa da dívida interna. ●

Baixa relação investimentos/ carga tributária. ●

• Economia no setor privado:

Alta informalidade.●

Tolerância com inadimplência. ●

• Infraestrutura:

Gargalos em todos os modais de transportes.●

Riscos de suprimentos de energia. ●

Precariedade em saneamento básico. ●

3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA

3.2. PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS

PONTOS FRACOS INSTITUCIONAIS, REAIS E FINANCEIROS (I)

Page 23: Cenários 2011  Profº Rosseti

PONTOS FRACOSProbabilidade de remoção a médio prazo

Baixa Mediana Alta

• Baixa relação I/PIB. ●

• Custos sistêmicos:

Tributos. ●

Encargos trabalhistas. ●

Juros. ●

Transportes. ●

Cobertura de deficiências dos serviços públicos. ●

• Condições sociais:

Habitação. ●

Educação. ●

Níveis ainda altos de pobreza absoluta. ●

Violência e segurança. ●

• Elites descompromissadas. ●

• Proteção à propriedade. ●

• Inflexibilidade da política ambiental: ●

Formação bruta de capital fixo. ●

P&D. ●

3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA

3.2. PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS

PONTOS FRACOS INSTITUCIONAIS, REAIS E FINANCEIROS (II)

Page 24: Cenários 2011  Profº Rosseti

• Pontos Fortes

Condições estruturais estabelecidas.

Baixa probabilidade de deterioração: 10 dos 14 listados.

Pesos presumidamente inferiores aos dos pontos fracos.

• Pontos Fracos

Alta predominância de barreiras institucionais.

Todos são de alta relevância para o crescimento da economia.

Dificuldades para remoção a médio prazo: 15 dos 31 listados.

3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA

3.2. PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS

UMA TENTATIVA DE AVALIAÇÃO DOS PONTOS FORTES E FRACOS

Page 25: Cenários 2011  Profº Rosseti

Anos % em relação ao PIB Anos % em relação ao PIB

1990 20,66 2000 16,80

1991 18,11 2001 17,03

1992 18,42 2002 16,39

1993 19,28 2003 15,28

1994 20,75 2004 16,10

1995 18,32 2005 15,94

1996 16,87 2006 16,52

1997 17,37 2007 17,55

1998 16,97 2008 18,65

1999 15,66 2009 16,72

Médias ponderadas do período

Década de 90: 18,24%

2000-2009: 16,70%

1990-2009: 17,47%

Fonte: IBGC, Centro de Contas Nacionais

3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA

3.3. INVESTIMENTOS: A VARIÁVEL CRÍTICA DE ECONOMIA

INVESTIMENTOS NO PERÍODO 1990-2009

Page 26: Cenários 2011  Profº Rosseti

Países de alta renda Países emergentes

1. Espanha 31,1 1. China 42,8

2. Austrália 27,2 2. Índia 34,6

3. Irlanda 25,2 3. Estônia 31,9

4. Japão 23,8 4. Jordânia 30,5

5. Dinamarca 23,0 5. Romênia 30,5

6. Canadá 22,3 6. Bulgária 30,0

7. Nova Zelândia 21,8 7. Croácia 29,8

8. Suíça 21,4 8. Ucrânia 26,9

9. Bélgica 21,3 9. Tailândia 26,5

10. Itália 21,1 10. Eslovênia 26,4

11. França 21,0 11. Lituânia 26,3

12. Noruega 20,7 12. Grécia 26,2

13. Áustria 20,7 13. Eslováquia 25,7

14. Holanda 19,9 14. Venezuela 25,0

15. Suécia 18,9 15. Indonésia 24,7

16. Estados Unidos 18,7 16. República Checa 24,5

17. Finlândia 18,7 17. Polônia 23,1

18. Alemanha 18,6 18. Turquia 22,4

19. Reino Unido 18,1 19. Malásia 21,4

20. Luxemburgo 17,9 20. África do Sul 20,7

Média ponderada 21,3 Média ponderada 28,7

Brasil 16,9

Fonte: IMD World Competitiveness Yearbook. Lausanne: Institute for Management Development, edições de 2005 a 2010.

3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA

3.3. INVESTIMENTOS: A VARIÁVEL CRÍTICA DE ECONOMIA

INVESTIMENTOS: COMPARAÇÕES QUINQUÊNIO 2005-2009

Page 27: Cenários 2011  Profº Rosseti

4

A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE

PÓS-CRISE

Page 28: Cenários 2011  Profº Rosseti

QUATRO OBJETIVOS MACROECONÔMICOS FUNDAMENTAIS: CONDIÇÕES VIGENTES (I)

Objetivos Condições vigentes

CRESCIMENTO

ECONÔMICO

• Superação de longo período histórico em que o crescimento do PNB foi inferior ao PMB (1980-

2003). Período 2004-2010: variação do PNB superior ao PMB.

• Bom posicionamento entre os emergentes de grande potencial.

• Fundamentos expansionistas similares aos da economia mundial.

• Fundamentos positivos diferenciadores:

Abundância e diversidade de capital natural.

Alta diversidade da estrutura produtiva.

Potenciais para grandes projetos.

Cadeias produtivas com vantagens competitivas globais.

• Crescimento só não é “chinês” pela baixa relação investimentos/ PNB:

Baixa capacidade de investimento do governo.

Forte tributação do investimento.

Gargalos na infraestrutura: todos os modais de transportes e energia.

ESTABILIDADE DOS

PREÇOS

• Dominada. Longo período de estabilização (1994-2010).

• Êxito da política monetária definida pelo BC: metas de inflação como objetivo dominante.

• Baixa probabilidade de recaídas heterodoxas.

• Riscos de recrudescimento inflacionário:

Aceleração do crescimento acima do PIB potencial.

Variações importantes nos preços mundiais das commodities.

4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE

4.3. A REATIVAÇÃO EM CURSO

Page 29: Cenários 2011  Profº Rosseti

QUATRO OBJETIVOS MACROECONÔMICOS FUNDAMENTAIS: CONDIÇÕES VIGENTES (II)

Objetivos Condições vigentes

REPARTIÇÃO DA RENDA

E DA RIQUEZA

• Superação de longo período histórico de concentração da renda e da riqueza (1960-1995).

• Redução do índice de Gini (indicador de concentração): 1990 = 0,616; 1995 = 0,592; 2000 = 0,574; 2005 =

0,532; 2009 = 0,512).

• Redução da pobreza absoluta: em 2003, 28,17% da população; em 2009, 15,54%.

• Aumento do rendimento real médio do pessoal ocupado: em 2003, R$ 1.174; em 2009, R$ 1.353.

• Política redistributiva de rendas : aumento real do salário mínimo, das pensões previdenciárias e do

programa de renda mínima (Bolsa Família).

• Mobilidade social ascendente: upgrade de todas as classes socioeconômicas, especialmente B, C e D.

• Níveis de emprego em rápida recuperação após crise mundial.

EQUILÍBRIO DO BALANÇO

INTERNACIONAL DE

PAGAMENTOS

• Alta liquidez internacional: níveis históricos recordes, superando US$ 280 bilhões.

• Balança comercial positiva, embora em queda nos últimos quatro anos.

• Alta atratividade do país para investimentos estrangeiros diretos:

Cadeias produtivas primárias competitivas.

“Grau de investimento” indicado por três agências de risco.

País emergente de alto potencial: mercados de massa em expansão.

Viabilização de TIR em patamares menores pela redução do risco país.

• Captações importantes de recursos externos via aberturas de capital das empresas.

• Linhas de crédito abertas.

• Condições que requerem atenção:

Déficit crônico alto na balança de serviços (superior ao superávit comercial).

Déficit em transações correntes (comércio < serviços).

4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE

4.3. A REATIVAÇÃO EM CURSO

Page 30: Cenários 2011  Profº Rosseti

Indicadores

Evolução recente Tendências

Fundamentos2007 2008 2009 2010

2011-

14

Investimentos/PIB (%) 16,5 18,7 16,7 18,5 20,0

• 1.200 grandes projetos de infraestrutura e indústrias de base definidos: R$ 330 bilhões.

• Forte ingresso de investimentos estrangeiros diretos.

• Foco do governo em ativação de grandes projetos:

Empresas estatais.

Programa habitacional.

Infraestrutura.

• Preparação para os jogos mundiais (2014, 2016): R$ 40 bilhões.

• Redução da taxa de juros.

• Expansão do setor de óleo e gás.

• Fim da capacidade ociosa gerada pela crise mundial.

Variação do PIB 5,4 5,1 - 0,2 7,5 5,0

• Recuperação mais veloz que a do Produto Mundial Bruto.

• Economia emergente de alto potencial.

• Números só não são mais expressivos por condições estruturais:

Fatores que retraem os investimentos privados.

Baixa capacidade de investimento do governo.

IPCA (%) 4,5 5,9 4,5 5,2 4,5• Retomada do crescimento econômico.

PIB mais veloz.

PMB mais suave.

• Assimetria de índices no atacado e varejo.

• Recuperação dos preços das commodities.

• Assimetrias nos investimentos.

IGPM (%) 7,7 9,8 -1,7 9,0 5,0

IGP-DI (%) 7,9 9,1 -1,4 9,5 5,0

SELIC (%)

(Final de ano)11,25 13,75 8,75

Esforços para

sustentação da

taxa média

anual abaixo de

“dois dígitos”

• Estabilização dos preços sob riscos:

Pressões das commodities.

Forte ativação do consumo.

Desarticulação de suprimentos básicos.

• Foco na recuperação do crescimento.

TENDÊNCIAS DA ECONOMIA BRASILEIRA NO QUINQUÊNIO 2010-2014

4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE

4.4. PROJEÇÕES MACROECÔNOMICAS 2010-2014

Page 31: Cenários 2011  Profº Rosseti

IndicadoresEvolução recente Tendências

Fundamentos2007 2008 2009 2010 2011-14

Câmbio médio

(R$/US$)1,95 1,84 2,00 1,75 1,80

• Fatores de apreciação:

Mercado cambial fortemente irrigado (IED e exigíveis).

Taxa interna de juros.

Atratividade do setor real da economia.

• Fatores de depreciação:

Pressões do segmento exportador.

Possível instabilidade institucional.

Agravamento do déficit em transações correntes.

Recrudescimento da crise mundial.

Balança

comercial

(US$ Bilhões)

40,0 24,7 25,3 18,0 10,0

• País importante fornecedor mundial de produtos básicos e alimentos.

• Sustentação do crescimento na China.

• Recuperação gradual da economia mundial.

• Estabilização da taxa nominal de câmbio compensada por ganhos em competitividade.

Transações

correntes

(US$ Bilhões)

3,5 - 28,3 - 20,0 - 50,0 - 65,0

• Superávit comercial decrescente.

• Pressão de déficits expressivos:

Serviços não financeiros fortemente deficitários.

Elevados níveis de remessas de lucros.

Juros da dívida externa em trajetória ascendente.

• Déficit em transações correntes compensados pelo ingresso de investimentos diretos.

• Redução das transferências unilaterais.

Investimento

estrangeiro

direto

(US$ Bilhões)

34,6 45,1 25,9 36,0 40,0

• Atratividade de longo prazo do país.

• Cadeias produtivas globalmente competitivas.

• Reconhecimento tríplice do “grau de investimento”.

Dívida externa

total193,2 198,4 202,3 245,0 250,0

• Linhas de crédito abertas.

• Perspectivas cambiais.

• Atratividade do país.

Reservas

internacionais180,3 206,8

Sustentação em níveis

próximos de 200,0

• Investimentos diretos compensam déficits em transações correntes.

• Reabertura gradual das linhas de financiamento.

• Reativação do mercado interno de capitais.

TENDÊNCIAS DA ECONOMIA BRASILEIRA NO QUINQUÊNIO 2010-2014

4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE

4.4. PROJEÇÕES MACROECÔNOMICAS 2010-2014

Page 32: Cenários 2011  Profº Rosseti

5

CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

Page 33: Cenários 2011  Profº Rosseti

Décadas de 60, 70 e 80 Anos 90

Século XXI

Primeira década

Tendências observadas

1. Fundamentos

ideológicos e

institucionais

• Extremismos. • Movimentos centrípetos.• Equilíbrio numérico entre

facções político-partidárias.

• Doutrina militarista de

soberania e segurança.

• Enfraquecimento da

doutrina militarista.

• Redirecionamento das

funções das forças

armadas.

• Sistema bipartidário. • Sistema pluripartidário.

• Nova lógica político-

partidária: interesses

plurais representados.

• Estado ditatorial.• Reconstrução do Estado de

direito.

• Estado de direito sob

agressões e vigilância.

• Autoritarismo e centralismo

decisório.• Abertura política.

• Transparência: revelações

comprometedoras.

• Continuísmo. • Nova estrutura de poder.

• Projetos de poder

sobrepõem-se a projetos

de governo.

AS MEGAMUDANÇAS POLÍTICO-IDEOLÓGICAS E INSTITUCIONAIS

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.1. MEGAMUDANÇAS INSTITUCIONAIS

Page 34: Cenários 2011  Profº Rosseti

Décadas de 60, 70 e 80 Anos 90

Século XXI

Primeira década

Tendências observadas

2. Fundamentos

econômicos

• Protecionismo. • Abertura econômica.

• Propósitos de alta

representatividade e de

“protagonismo” global.

• Reservas de mercado. • Fim de reservas de mercado. • Mercados abertos.

• Estatização. • Privatizações.• Forte propensão

reestatizante.

• Introversão. • Extroversão: inserção global.

• Ganhos visíveis com

inserção e visibilidade

global.

• Exigíveis > IED. • IED + Portfólio > Exigíveis.• Superação da

vulnerabilidade externa.

• Auto-suficiência.• Adesão à lógica das cadeias

globais de suprimentos.

• Integração ampliada pela

demanda global por

suprimentos básicos.

AS MEGAMUDANÇAS ECONÔMICAS ALINHADAS ÀS INSTITUCIONAIS

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.2. MEGAMUDANÇAS ECONÔMICAS

Page 35: Cenários 2011  Profº Rosseti

Diretrizes 1990-2002 2003-2010

RELAÇÕES

INTERNACIONAIS

• Política externa: movida a

princípios diplomáticos.

• Política externa: forte influência de

bandeiras ideológicas.

• Adesão à onda liberalizante. • Dualidades: inserção global e

ligações estreitas com movimentos

“antiglobalização”.

• Pragmatismo nas relações

regionais movidas a interesses

recíprocos.

• Relações regionais sob alinhamentos

ideológicos.

• Reprovação de anacronismos

ideológicos.

• Tolerância e aproximação com

movimentos antidemocráticos.

• Integração regional como passo

para a continental.

• Limitações da integração regional à

Comunidade Sul Americana.

• Negociações da ALCA: esforços

construtivistas.

• Negociação da ALCA: indiferença e

morosidade.

• Foco nos eixos Sul-Norte. • Foco nos eixos Sul-Sul.

MUDANÇAS DE DIRECIONAMENTOS

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.7. REDIRECIONAMENTO EM CURSO

Page 36: Cenários 2011  Profº Rosseti

Diretrizes 1990-2002 2003-2010

DIMENSÕES E PAPÉIS

DO ESTADO

• Retração do Estado na

atividade produtiva e na

regulação dos mercados.

• Reversão do afastamento do

Estado.

• Controle do peso burocrático. • Aumento e aparelhamento da

estrutura burocrática.

• Reordenamento estratégico e

gestão macroeconômica como

missões essenciais.

• Ampliação das missões: o

Estado provedor, regulador,

indutor e empreendedor.

PRESENÇA DO

ESTADO EMPRESÁRIO

• Programa vigoroso de

privatizações:

Indústrias de base.

Infraestrutura.

Sistema financeiro.

• Fim do processo de

privatizações:

Propensão reestatizante.

Fortalecimento das estatais

remanescentes.

• Parcerias público-privadas

travadas.

MUDANÇAS EM DIRECIONAMENTOS

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.7. REDIRECIONAMENTO EM CURSO

Page 37: Cenários 2011  Profº Rosseti

Diretrizes 1990-2002 2003-2010

MODELO DAS

AGÊNCIAS

REGULADORAS

• Novos marcos

regulatórios:

• Mudanças nos marcos

regulatórios:

Criação de agências nacionais. Esvaziamento das agências

nacionais.

Autonomia para regulação

negociada. Regulamentarismo e dirigismo.

Descentralização decisória. Centralismo decisório.

INCLUSÃO E

MOVIMENTOS

SOCIAIS

• Inclusão social: • Inclusão social:

Orientação para ações estruturais. Orientação assistencialista e

distributivista.

Gestão dos conflitos gerados por

movimentos de massa

organizados.

Apoio explícito do Estado aos

movimentos de massa

organizados.

Gestão da diversidade: interação e

convivência.

Exposição de diversidades:

étnica, socioeconômica e

patrimonial. A divisão da nação

em classes.

MUDANÇAS EM DIRECIONAMENTOS

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.7. REDIRECIONAMENTO EM CURSO

Page 38: Cenários 2011  Profº Rosseti

Quadrante A Quadrante D

Quadrante B Quadrante C

Restritas Amplas

Performance

socioeconômica

Satisfatórias

Insatisfatórias

Liberdades

Políticas

UM MODELO DE REFERÊNCIA: POSICIONAMENTO E

A TRAJETÓRIA DAS NAÇÕES

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.8. MATRIZ DE POSICIONAMENTOS POLÍTICO E ECONÔMICO

Page 39: Cenários 2011  Profº Rosseti

Quadrante A

1968/80

Os anos do “milagre

econômico”

Plano Estratégico de

Desenvolvimento:

I e II PND

Quadrante DPós-guerra/1960

O desenvolvimentismo

industrialista

Plano Salte e

Plano de Metas

Quadrante B

1964/67

O autoritarismo de

ajuste

Programa de Ação

Econômica do

Governo

Quadrante C1961/63

O reformismo

socializante

Plano Trienal de

Desenvolvimento

Econômico e Social

Restritas Amplas

Performance

socioeconômica

Satisfatórias

Insatisfatórias

Liberdades

Políticas

A TRAJETÓRIA SUPERADA: CONSTRUÇÃO DO MODELO AUTORITÁRIO

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.9. TRAJETÓRIA PÓS-GUERRA – 1980

Page 40: Cenários 2011  Profº Rosseti

Quadrante A

1968/80Os anos do “milagre

econômico”

Plano Estratégico de

Desenvolvimento:

I e II PND

Quadrante DPerspectiva

2020Novo ciclo de

mudanças

estruturais.

Quadrante B

1981/84A queda do

militarismo

III PND

Quadrante C1985/2010

A restauração e a

consolidação do

pluralismo democrático.

A reorientação

estratégica.

Restritas Amplas

Performance

socioeconômica

Satisfatórias

Insatisfatórias

Liberdades

Políticas

A RESTAURAÇÃO DO MODELO PLURAL E ABERTO

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.10. TRAJETÓRIA 1980-2010

Page 41: Cenários 2011  Profº Rosseti

Movimentos radicais

(Menor probabilidade)Trajetória de consenso

(Maior probabilidade)

1. Retrocesso institucional: a

radicalização.

2. Reordenamento socioeconômico

autoritário.

3. Reabertura política.

4. Consolidação do pluralismo democrático

• Projeto nacional sobrepõe-se a projeto

de poder.

• Processo de mudanças institucionais:

ampla negociação com a totalidade das

forças políticas.

Quadrante A

Quadrante D

Quadrante B

QuadranteC

(Posição

do Brasil)1

2 3

Quadrante A

QuadranteD

Quadrante B

Quadrante C

(Posição

do Brasil)

4

ENTRE O RETROCESSO MONOCRÁTICO E O MODELO PLURAL ABERTO

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.11. ALTERNATIVAS: AVANÇOS OU RETROCESSOS

Page 42: Cenários 2011  Profº Rosseti

• Gigantismo do Estado: inflexibilidades para redução.

• Dificuldades para reconstrução do Estado: aparelhamento da estrutura burocrática.

• Desencanto social com a classe política:

Projetos de poder claros, projetos de governo não bem definidos.

Desvios endêmicos em relação aos bons princípios e às boas condutas: os Três Poderes envolvidos.

• Crises de governabilidade: “loteamentos” como fator de sustentação.

• Cooptação dos Poderes Legislativo e Judiciário: progressivo afastamento das práticas de boa governança.

• Propósitos visíveis de desconsideração institucional.

• Resultados sociais: messianismo populista.

• Proposição de mudanças institucionais substantivas sob o manto do PNDH-3.

• Avanços do populismo autoritário na AL: governo brasileiro complacente.

• A divisão da nação em classes:

Privilegiados e excluídos.

Brancos e não brancos.

Proprietários por “via cartorial” e quilombos.

Latifundiários e sem terra.

Índios e colonizadores.

• Movimentos de massa organizados: doutrinação revolucionária e ações contundentes.

• Criminalidade, violência e insegurança: chances não desprezíveis de rendição da sociedade ao

“endurecimento do regime”.

FATORES DE RISCO (PROVAVELMENTE BAIXO)

DO RECRUDESCIMENTO AUTORITÁRIO

5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL

5.12. O RETROCESSO INSTITUCIONAL: FATORES DE RISCOS

Page 43: Cenários 2011  Profº Rosseti

6

UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

Page 44: Cenários 2011  Profº Rosseti

• Apesar de estarem superados os riscos de pânico financeiro e de depressão global

profunda, há pesadas heranças da crise de 2008-09 a ser digeridas:

Custos fiscais dos pacotes de socorro praticados nos países avançados.

Déficits e endividamento fortemente expandidos.

• O pacote de € 750 bilhões (embrião de um Fundo Monetário Europeu) afastou os riscos

de colapso na Zona do Euro a curto prazo. Mas medidas duras nos países mais

endividados devem ser praticadas nos próximos anos para recompor a relação dívida/

PNB dentro dos limites do Tratado de Maastricht).

• Os superávits fiscais primários nos países avançados, projetados para os próximos

anos, poderão ter efeitos contracionistas inevitáveis na Europa, com “efeitos-contágio”

globais.

• Mas, em contrapartida, é pouco provável que tenha chegado ao fim o “ciclo de

crescimento”. Permanecem ativos os fatores estruturais de expansão da economia,

que continuarão jogando a favor de recuperação consistente.

6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

6.1. CENÁRIO MUNDIAL

EXTENSÃO E DURAÇÃO DO “ESTADO DE CRISE”

Page 45: Cenários 2011  Profº Rosseti

• Recuperação conjuntural da economia em 2009-2010:

Rapidez de medidas anticíclicas – política de rendas, aumento da liquidez e desoneração

fiscal.

Reação positiva dos mercados financeiros e reais.

Expectativas favoráveis restabelecidas.

• Manutenção de bons fundamentos macroeconômicos.

• Bons indicadores econômicos: externos e internos.

• Reputação internacional:

Agências de risco.

Visibilidade em alta.

Propósitos de maior representatividade.

Presença marcante no G-20.

Sede de jogos de repercussão global.

• Jogam contra:

Questões institucionais mal equacionadas.

Ineficiência do Estado.

• Maiores preocupações são com o cenário político:

Reorientação estratégica mais contundente caso permaneça a atual estrutura de poder.

Riscos de desestabilização caso a oposição vença as eleições presidenciais.

MOVIMENTOS CONJUNTURAIS E CONDIÇÕES ESTRUTURAIS

6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

6.2. CENÁRIO BRASIL

Page 46: Cenários 2011  Profº Rosseti

Pontos Fortes Pontos fracos

• Importância geopolítica e presença relevante no cenário

mundial.

• Sistema político aberto, democrático.

• Abundância e diversidade de capital natural.

• Abundância e diversidade de fontes de energia não

renováveis e renováveis.

• Estrutura produtiva diversificada.

• Cadeias produtivas primárias competitivas.

• Alta densidade de empresas certificadas.

• Número crescente e ascensão de empresas transnacionais.

• Sistema financeiro quanto à solidez, regulamentação e

tecnologia operacional.

• Bancos oficiais e de fomento fortes e atuantes.

• Mercado de capitais em expansão.

• Mercado interno expressivo e de alto potencial de

crescimento.

• Mobilidade social ascendente.

• Gestão macroeconômica bem fundamentada: baixos riscos

de heterodoxias.

• Liquidez internacional.

• Instituições legais: complexidade e lentidão processual.

• Instituições políticas: representatividade e ineficiência.

• Inapetência dos três Poderes da República para promover

reformas estruturais: trabalhista e previdenciária,

administrativa, política e judiciária.

• Sistemas regulatórios instáveis, em amadurecimento.

• Carga tributária excessiva e complexa.

• Burocracia excessiva do setor público.

• Orçamentos do setor público comprometidos com gastos de

custeio.

• Baixa capacidade de investimento do governo.

• Baixa relação investimentos/ PNB.

• Custo elevado de financiamento do setor produtivo.

• Inexistência de financiamento de longo prazo de bancos

privados para investimentos.

• Inexistência de barreiras não tarifárias para proteção de

ataques hostis às empresas locais.

• Gargalos em infraestrutura.

• Baixos investimentos em P&D.

• Condições sociais: educação e sistema de saúde precários,

violência e segurança.

PONTOS FORTES E FRACOS

6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

6.2. CENÁRIO BRASIL

Page 47: Cenários 2011  Profº Rosseti

Oportunidades Ameaças

• Expressão crescente dos países emergentes no cenário

mundial.

• Crescente visibilidade do país em mercados internacionais.

• Posição inversa às das economias avançadas: mercado

interno com excesso de potencial de demanda em relação à

capacidade efetiva de oferta.

• Demanda mundial crescente de produtos básicos originários

da diversidade e abundância de capital natural.

• “Explosão” do mercado interno de massa.

• Atratividade para alto e crescente ingresso de investimentos

estrangeiros diretos.

• Potencial (1.200 projetos) para investimentos em

infraestrutura: energia, telecomunicações, transportes,

saneamento básico.

• Alto potencial para investimentos em indústrias de base:

mineração, óleo e gás, siderurgia, celulose, petroquímica.

• Eventos de repercussão mundial: Copa 2014 e Olimpíadas

2016.

• Alongamento ou agravamento do “estado de crise” na

economia mundial.

• Diretrizes da política externa: questionável orientação para o

desenvolvimento de novos negócios.

• Instabilidade e tendências políticas em países vizinhos da

América Latina.

• Conflitos de focos estratégicos nos núcleos de poder do

governo.

• Progressivo afastamento das práticas de boa governança no

setor público.

• Déficit crônico na balança de serviços do balanço de

pagamentos.

• Dependência de movimentos positivos de capital para

compensar déficits em transações correntes no balanço de

pagamentos.

• Concorrência predatória de fornecedores estrangeiros

eventuais : falta de equanimidade em termos mundiais.

OPORTUNIDADES E AMEAÇAS

6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

6.2. CENÁRIO BRASIL

Page 48: Cenários 2011  Profº Rosseti

OPORTUNIDADES – Opportunities (O)

MUNDIAIS

• Expressão dos emergentes.

• Atratividade para IEDs.

• Demanda de produtos básicos.

BRASIL

• Potenciais para grandes projetos: infraestrutura e indústrias de base.

• Eventos de repercussão mundial.

AMEAÇAS – Threats (T)MUNDIAIS

• Alongamento do “estado de crise”.

• BRASIL

• Diretrizes da política externa.

• Governança do Estado.

• Déficits em transações correntes no balanço de pagamentos.

• Dependência de movimentos de capital para equilibrar balanço de pagamentos.

• Concorrência predatória de fornecedores estrangeiros.

PONTOS FORTES – Strenghts (S)• Importância geopolítica e sistema democrático.

• Capital natural, fontes de energia e estrutura produtiva.

• Transnacioalização de empresas nacionais.

• Sistema financeiro como um todo.

• Dimensões e potenciais do mercado interno.

• Gestão macroeconômica.

• Liquidez internacional.

PONTOS FRACOS – Weaknesses (W)• Instituições legais e políticas.

• Excessos burocráticos e ineficiência do governo.

• Carga tributária: complexidade, dimensões e destino.

• Baixa relação investimentos/ PNB.

• Condições sociais e oferta insuficiente de profissionais qualificados.

• Inapetência para reformas estruturais.

• Gargalos em infraestrutura.

• Custo elevado de financiamentos e falta de linhas de longo prazo de bancos privados.

• Inexistência de barreiras não tarifárias de proteção a ataques hostis às empresas locais.

Condições

externas

Condições

internas

POTENCIAIS A EXPLORAR

• Inserção global.

• Fluxos crescentes de IED na direção de emergentes.

• Abundância e diversidade de capital natural.

• Cadeias produtivas mundialmente competitivas.

• Explosão do mercado interno de massas.

• Projetos de investimento de grandes

• dimensões.

LIMITAÇÕES E RISCOS A REMOVER

• Diretrizes da política externa.

• Capacidade interna de investimento: desobstrução dos orçamentos públicos e criação de incentivos fiscais ao investimento do setor privado.

• Gargalos em infraestrutura.

• Política educacional e oferta insuficiente de capacitação profissional.

• Insegurança pessoal e patrimonial.

MATRIZ SWOT: POTENCIAIS, LIMITAÇÕES E RISCOS

6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

6.3. MODELO SWOT: POTENCIAIS, LIMITAÇÕES E RISCOS

Page 49: Cenários 2011  Profº Rosseti

MODELO DE REFERÊNCIA: CENÁRIOS MUNDIAL E NACIONAL

POTENCIALIDADES X FRAGILIDADES

Favorável

(Superação da contração nas economias avançadas; restabelecimento da expansão global)

Desfavorável

(Ilhas isoladas de prosperidade)

Cenários

mundiais

Ineficaz Eficaz

Administração das forças e fraquezas nacionais

A2

Perdendo a ondaA1

Na crista da onda

B2

Navegando de pedalinho

B1

Surfando a marola

C2

Naufragando

C1

Navegando contra a corrente

6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

6.4. CENÁRIOS MUNDIAL E DO BRASIL

Fonte: Modelo desenvolvido pelo MME/EPE, 2009. (Adaptação )

Cenário Brasil

Page 50: Cenários 2011  Profº Rosseti

CENÁRIOS NACIONAIS DE REFERÊNCIA: CARACTERÍSTICAS DOMINANTES

Cenários

Características

Crescimento do

PNB

Concentração da

renda

Estabilidade dos

preços

Equilíbrio do

balanço de

pagamentos

Infraestrutura

Competitividade

e produtividade

da economia

A1. Na crista da

ondaAlto PMB

Redução muito

significativa.

Sob riscos,

exigindo medidas

contencionistas.

Condições

francamente

favoráveis.

Redução

significativa

dos gargalos.

Ganhos elevados

e generalizados.

B1. Surfando a

marolaModerado PMB

Redução

relevante.

Dentro dos limites

fixados para o

núcleo da

inflação.

Sustentação da

liquidez e da

estrutura das

contas.

Gargalos

parcialmente

reduzidos.

Ganhos

importantes,

mas seletivos.

B2. Navegando

de pedalinhoBaixo PMB

Redução

pequena.

Baixa tensão

inflacionária.

Liquidez sob

riscos, na

dependência de

ingressos de

capitais.

Permanência de

gargalos

importantes.

Ganhos pouco

significativos e

concentrados em

alguns setores.

C2. NaufragandoEstagnação

perversaManutenção.

Riscos de

“estagflação”.

Deterioração das

condições

alcançadas no

período 2005-10.

Deficiências

relevantes.

Baixa, embora

com ganhos em

alguns setores.

6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE

6.4. CENÁRIOS MUNDIAL E DO BRASIL

Fonte: Modelo desenvolvido pelo MME/EPE, 2009. (Adaptação )