87
Caroline Buss Relações entre fase cefálica da digestão, consumo alimentar e reatividade microvascular de indivíduos saudáveis Rio de Janeiro 2010 Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico Faculdade de Ciências Médicas

Centro Biomédico Faculdade de Ciências Médicaslivros01.livrosgratis.com.br/cp151693.pdf · Microcirculação - Teses. 2. Digestão - Fisiologia - Teses. 3. Insulina - Teses. 4

Embed Size (px)

Citation preview

Caroline Buss

Relações entre fase cefálica da digestão, consumo alimentar e reatividade

microvascular de indivíduos saudáveis

Rio de Janeiro

2010

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro Biomédico

Faculdade de Ciências Médicas

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

1

Caroline Buss

Relações entre fase cefálica da digestão, consumo alimentar e reatividade microvascular de

indivíduos saudáveis

Tese apresentada, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora, ao Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar

Coorientadora: Prof.a Dra. Eliete Bouskela

Rio de Janeiro

2010

2

Caroline Buss

Relações entre fase cefálica de secreção da insulina, consumo alimentar e reatividade

microvascular de indivíduos saudáveis

Tese apresentada, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora, ao Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Aprovada em: 13/12/2010

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar (Orientador) Faculdade de Ciências Médicas - UERJ

Profa. Dra. Beatriz D’Agord Schaan Faculdade de Medicina - UFRGS

Profa. Dra. Denise Pires de Carvalho Faculdade de Ciências Médicas - UFRJ

Prof. Dr. Egberto Gaspar de Moura Faculdade de Ciências Médicas - UERJ

Profa. Dra. Maria Alice Neves Bordallo Faculdade de Ciências Médicas - UERJ

Rio de Janeiro

2010

B981 Buss, Caroline.

Relações entre fase cefálica da digestão, consumo alimentar e reatividade microvascular de indivíduos saudáveis / Caroline Buss.- 2010.

82 f.

Orientador : Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar. Coorientadora : Eliete Bouskela.

Tese (Doutorado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Ciências Médicas, Pós-graduação em

Fisiopatologia Clínica e Experimental.

1. Microcirculação - Teses. 2. Digestão - Fisiologia - Teses. 3. Insulina - Teses. 4. Consumo de alimentos - Teses. 5. Microcircullação - Fisiologia - Teses. I. Aguiar, Luiz Guilherme Kramer de. II. Bouskela, Eliete. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Ciências Médicas. IV. Título.

CDU 612.133

CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CB-A

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta

tese/dissertação, desde que citada a fonte.

__________________________________ ____________________________

Assinatura Data

3

DEDICATÓRIA

Ao meu pai, meu guia eterno, sempre presente na mente e no coração.

À minha mãe, amor em pessoa.

Sem vocês eu nada seria.

4

AGRADECIMENTOS

Meu imenso agradecimento aos professores Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar e Eliete

Bouskela. Guilherme, muito obrigada por toda ajuda, ensino, paciência, apoio e incentivo durante

todo o Doutorado, e, principalmente, nesta fase final. Profa. Eliete, obrigada por abrir as portas

do laboratório, pela oportunidade de aprender mais, pelo entusiasmo, pelo exemplo acadêmico.

Aos dois, obrigada pela orientação tão presente e participativa.

Aos meus colegas de pesquisa, sem eles este trabalho não teria acontecido: Priscila Alves

Maranhão, Diogo Silva Francisco, Maria das Graças Coelho de Souza, Yasmine Rangel Vieira,

Monique Pacheco Duarte Carneiro, Carolina Marinho. Obrigada também a toda equipe, Eliza,

Waldicio, Edileuza, demais colegas e professores do BioVasc, pela convivência prazerosa e

solução dos mais diversos problemas.

Ao CNPq, pelo suporte financeiro, e aos voluntários, por tornarem possível esta pesquisa.

Aos professores do PG-Fisclinex, por todo o ensino transmitido durante o curso. Obrigada

à Amélia, secretária, pela prontidão, apoio e flexibilidade na resolução de tarefas.

Aos professores componentes da Banca Examinadora, Profa. Dra. Beatriz D’Agord

Schaan, Profa. Dra. Denise Pires de Carvalho, Prof. Dr. Egberto Gaspar de Moura e Profa. Dra.

Maria Alice Neves Bordallo, por disporem do seu precioso tempo e conhecimento para a

avaliação deste trabalho.

À minha família amada, a minha conquista é a nossa conquista!

Aos meus queridos sogros, Pedro e Sandra, pelo acolhimento, dedicação e atenção a mim

dispensados. Ao Pedro Paulo e à Fabiana, pelo apoio tão fundamental na minha chegada ao Rio, e

pelas caronas à UERJ!

Aos meus amigos, aqui, em Porto Alegre, e nas mais variadas distâncias, por encurtarem-

nas e manterem-se sempre presentes, dividindo as alegrias, expectativas, e realizações da vida.

Ao Juliano, meu amor, pelo incentivo incondicional, por ser, por estar, por me fazer feliz.

5

Don’t be afraid of a little bit of pain;

Pleasure is on the other side.

John Legend

6

RESUMO

BUSS, Caroline. Relações entre fase cefálica da digestão, consumo alimentar e reatividade

microvascular de indivíduos saudáveis. 2010. 82 f. Tese (Doutorado em Fisiopatologia Clínica e Experimental) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

A fase cefálica de secreção de insulina (FCSI) ocorre dentro da fase cefálica da digestão, em aproximadamente dez minutos entre a estimulação oro-sensorial pelo alimento e o início da absorção deste e determina um incremento rápido dos níveis basais de insulina. A FCSI parece ser importante para a tolerância normal à glicose. A hipótese deste estudo é de que a insulina secretada na fase cefálica da digestão teria ações direcionadas para o tecido microvascular, com conseqüente recrutamento capilar. Estudos recentes com indivíduos sadios têm mostrado a associação entre função microvascular e componentes dietéticos. Padrões alimentares saudáveis e intervenções nutricionais com alimentos específicos representam estratégias preventivas e terapêuticas não-farmacológicas para redução da inflamação e do risco metabólico e cardiovascular associados. O estudo de consumo alimentar inserido nesta pesquisa objetivou identificar associações entre componentes dietéticos e a função microvascular em indivíduos saudáveis. Após avaliação clínica e laboratorial, 39 voluntários saudáveis foram submetidos a dois exames de videocapilaroscopia do leito ungueal, com um intervalo de dez minutos entre os mesmos. Neste intervalo, conforme randomização, uma refeição com ótima apresentação e aroma foi apresentada (estímulo sensorial) ou não (controle). Coletas sangüíneas foram realizadas aos 3, 9 e 15 minutos após a apresentação do estimulo, para avaliação dos níveis de insulina e polipeptídeo pancreático (PP), marcadores bioquímicos da fase cefálica da digestão. Durante todo o exame medidas de fluxo e vasomotricidade foram realizadas pela técnica de laser-Doppler fluxometria. Após o exame, foi realizada iontoforese transdérmica de insulina. Todos os participantes responderam a um questionário de freqüência alimentar (QFA), relativo ao hábito de consumo dietético dos últimos 12 meses. O estudo da resposta microvascular à fase cefálica comparou as diferenças de densidade capilar funcional e fluxo capilar nos grupos experimental e controle, antes e após o estímulo sensorial, e sua correlação com a variação de insulina e PP. O estudo de consumo alimentar avaliou correlações entre componentes dietéticos e recrutamento capilar no exame basal (antes do estímulo) em toda amostra. Após o intervalo, o grupo que recebeu o estímulo sensorial teve sua densidade capilar funcional (DCF) aumentada. A variação de insulina não diferiu entre os grupos e a de PP foi maior no grupo estimulado, sendo também correlacionada positivamente como aumento na DCF. A velocidade máxima de perfusão pós-isquemia também aumentou no grupo estimulado, enquanto o tempo para alcançar esta velocidade máxima diminuiu. O estudo do consumo alimentar revelou associações positivas entre o consumo de cálcio, selênio e laticínios e recrutamento capilar na amostra total. Em conclusão, o consumo alimentar de cálcio, selênio e laticínios foi associado com maior recrutamento capilar em indivíduos sadios. Nestes indivíduos a microcirculação cutânea respondeu ao estímulo da fase cefálica da digestão com recrutamento capilar e aumento de fluxo sanguíneo microvascular.

Palavras-chave: Microcirculação. Fase cefálica da digestão. Insulina. Consumo alimentar. Reatividade microvascular.

7

ABSTRACT

The cephalic phase of insulin secretion (CPIS) occurs within the cephalic phase of digestion, in approximately ten minutes between the oral-sensorial stimulation elicited by the food to be consumed and the beginning of its absorption. It determines a rapid increase in insulin levels. The CPIS is believed to be important for normal glucose tolerance. The hypothesis of this study is that insulin secreted during cephalic phase would also have actions targeting microvascular tissue, with resulting capillary recruitment. Recent studies with healthy subjects have shown an association between microvascular function and dietary factors. Healthy eating patterns and nutritional interventions with specific food items represent non-pharmacological preventive and therapeutic strategies for reducing inflammation and cardio-metabolic associated risk factors. The study of food intake included in this research aimed to identify associations between dietary intake and microvascular function in healthy subjects. After clinical and laboratorial assessment, 39 healthy men underwent two nailfold videocapillaroscopies, with an interval of 10 minutes between them. In this interval, according to randomization, they were subjected to a great-looking breakfast tray (CPIS group) or to nothing (control group). Blood samples were drawn at 3, 9 and 15 minutes after the stimulus presentation to assess insulin and pancreatic polypeptide (PP) levels, which are markers of cephalic phae of digestion. Throughout the exam, microflow and vasomotion were measured by laser-Doppler flowmetry. After the exam insulin iontophoresis was performed. All participants answered a food-frequency questionnaire (FFQ) regarding their dietary intake in the last 12 months. The assessment of microvascular response to CPIS compared differences in functional capillary density (FCD) and microflow in the CPIS and control groups, pre- and post-stimulus and their correlations with changes in insulin and PP. The study of food intake attempted to identify correlations between dietary factors and functional capillary recruitment pre-stimulus in the total sample. After the interval, the CPIS group had significantly increased basal and peak FCD. Insulin variation was not different between groups. PP was significantly increased in the CPIS group and its variation was positively correlated with FCD increase. Resting red blood cell velocity (RBCV) and peak RBCV were also significantly increased and time taken to reach peak RBCV, decreased. The study of food intake revealed positive associations between calcium, selenium and dairy intakes and functional capillary recruitment in the total sample. In conclusion, skin microcirculation is activated during cephalic phase of digestion. Selenium, calcium and dairy intakes are positively associated with capillary recruitment in healthy men.

Keywords: Microcirculation. Cephalic phase of digestion. Insulin. Food intake. Microvascular reactivity.

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Figura 5

Figura 6

Figura 7

Representação esquemática da microcirculação.....................................

Cascata de sinalização celular da insulina nos tecidos vascular e

metabólicos com efeitos sinergicamente acoplados................................

Alterações fisiopatológicas da sinalização intracelular da insulina,

decorrente do estado pró-inflamatório....................................................

Potenciais efeitos da adoção de hábitos alimentares saudáveis ou

aterogênicos.............................................................................................

Etapas do estudo......................................................................................

Desenho do estudo..................................................................................

Imagem do estímulo sensorial.................................................................

15

21

27

28

34

38

39

9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGLs

DCV

DM2

eNOS

EO

EROs

FCSI

GLUT4

IL

IMC

IRS-1

MCP-1

NO

PAI-1

PCR

PDK-1

PI 3-kinase

PKCζ

RI

SM

TNFα

TOTG

Ácidos Graxos Livres

Doença Cardiovascular

Diabetes Mellitus tipo 2

Óxido nítrico sintase endotelial

Estresse Oxidativo

Espécies Reativas de Oxigênio

Fase Cefálica de Secreção de Insulina

Glucose Transporter type 4

Interleucina

Índice de Massa Corporal

Insulin Receptor Substrate 1

Monocyte Chemotactic Protein-1

Nitric Oxide

Plasminogen Activator Inhibitor-1

Proteína C Reativa

Phosphoinositide Dependent Kinase-1

Phosphatidylinositol 3-kinase

Protein kinase C zeta

Resistência Insulínica

Síndrome Metabólica

Tumor Necrosis Factor alfa

Teste Oral de Tolerância à Glicose

10

SUMÁRIO

1

1.1

1.2

1.2.1

1.2.2

1.3

1.4

1.5

1.6

1.7

2

2.1

2.2

3

3.1

3.2

3.3

3.4

3.4.1

3.4.2

3.5

3.6

3.7

4

4.1

INTRODUÇÃO.......................................................................................................

DESENVOLVIMENTO.........................................................................................

A microcirculação e seu emprego no diagnóstico, acompanhamento e

pesquisa de doenças metabólicas...........................................................................

Fisiologia da digestão..............................................................................................

Fase pré-ingestiva ou cefálica da digestão................................................................

Fase cefálica de secreção de insulina e sua importância para a tolerância à

glicose.......................................................................................................................

Insulina e sua ação metabólica...............................................................................

Insulina e sua ação hemodinâmica não-metabólica.............................................

A microcirculação em doenças metabólicas.........................................................

O endotélio normal e patológico............................................................................

Função endotelial e componentes dietéticos.........................................................

OBJETIVOS............................................................................................................

Objetivo primário...................................................................................................

Objetivo secundário................................................................................................

MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................

Seleção da amostra..................................................................................................

Critérios de inclusão...............................................................................................

Etapas do estudo......................................................................................................

Métodos de investigação da microcirculação cutânea.........................................

Capilaroscopia do leito ungueal................................................................................

Laser-Doppler fluxometria cutânea e iontoforese transdérmica de insulina............

Desenho do estudo...................................................................................................

Caracterização do estímulo empregado................................................................

Método estatístico e análise....................................................................................

RESULTADOS........................................................................................................

Artigo1 - Relações entre fase cefálica da digestão e microcirculação................

12

14

14

16

16

18

18

19

20

23

25

28

31

31

31

32

32

33

34

35

36

37

38

38

39

41

41

11

4.2

5

Artigo 2 - Associações entre componentes alimentares e recrutamento

capilar.......................................................................................................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................

REFERÊNCIAS......................................................................................................

60

73

75

12

INTRODUÇÃO

No tecido vascular, a insulina tem ação hemodinâmica e em concentrações fisiológicas

atua como um potente vasodilatador, efeito este mediado pelo endotélio. Na fase pré-ingestiva da

digestão de um indivíduo sadio, a secreção de insulina ocorre por estímulo cefálico permitindo

com isso a sensibilização precoce dos tecidos à insulina, com ativação de seus receptores de

membrana e início da cascata de sinalização intracelular. Esta fase precoce de secreção da

insulina é considerada fundamental para a tolerância normal à glicose. Supondo-se que a insulina

da fase pré-ingestiva também teria funções direcionadas para o tecido vascular, esta secreção

precoce causaria vasodilatação principalmente no tecido microvascular, com conseqüente

recrutamento capilar. Tal ação prepararia os tecidos para o aporte de substratos provenientes da

digestão e, em tecidos-alvos da ação da insulina, como músculo, tecido adiposo e fígado,

aumentaria a superfície de troca celular por aumento da perfusão tecidual facilitando sua ação.

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2), a síndrome metabólica (SM) e a obesidade abdominal

são condições clínicas que apresentam diminuição da sensibilidade à insulina como alteração

fisiopatológica comum. A resistência insulínica (RI) e a hiperinsulinemia secundária são

sabidamente fatores causais de disfunção endotelial e microvascular. Classicamente está descrito

que a RI ocorre principalmente secundária a defeitos no receptor de insulina e também pós-

receptor, ao nível intracelular. Entretanto, existem sugestões atuais que demonstram

indiretamente que a disfunção endotelial pode ser fator causal de RI. Conseqüentemente haveria

um defeito pré-receptor que diminuiria a disponibilidade da insulina para sua ação no receptor

celular, e conseqüentemente do seu substrato (glicose) para os tecidos.

O tecido cutâneo não é um tecido-alvo para a ação de insulina, e na fisiopatologia do

DM2 não há descrição de sua importância. Entretanto, há descrição de recrutamento capilar em

tecido cutâneo secundário à ação de insulina, porém de origem exógena, o que não expressa

integralmente a secreção fisiológica de insulina. Este estudo teve como objetivo avaliar na fase

pré-ingestiva da digestão, sob influência da secreção fisiológica de insulina secundária ao

estímulo cefálico em indivíduos saudáveis se ocorre o recrutamento capilar no tecido cutâneo.

Acreditou-se que se tal hipótese fosse pela primeira vez comprovada, estudos posteriores das

interações entre secreção fisiológica endógena de insulina e recrutamento capilar em estados

13

patológicos como DM2, SM e obesidade abdominal poderiam trazer avanços para um

entendimento mais amplo da fisiologia e fisiopatologia da homeostase da glicose.

Estudos recentes com indivíduos sadios têm mostrado a associação entre função

microvascular e componentes dietéticos. Alimentos específicos, micronutrientes, e diferentes

tipos de refeições e seus efeitos pós-prandiais sobre a função endotelial têm sido estudados.

Padrões alimentares saudáveis e intervenções nutricionais com alimentos específicos representam

estratégias terapêuticas não-farmacológicas para redução da inflamação e riscos metabólicos e

cardiovasculares associados. Dentro da pesquisa central desta tese, a análise do consumo

alimentar dos voluntários objetivou identificar associações entre componentes dietéticos e

reatividade microvascular em indivíduos saudáveis.

14

1 DESENVOLVIMENTO

1.1 A microcirculação e seu emprego no diagnóstico, acompanhamento e pesquisa de

doenças metabólicas

A microcirculação é a porção do leito vascular que se inicia nas arteríolas com diâmetro

interno médio de até 100µm e se estende até as vênulas pós-capilares, incluindo neste intervalo as

arteríolas terminais (15µm) e os capilares (figura 1). É o sítio da nutrição tecidual e sua fisiologia,

bioquímica e farmacologia variam de acordo com o tamanho da porção estudada e sua

localização nos diversos tecidos corporais. Diferenças importantes são encontradas entre o

endotélio microvascular de acordo com o segmento vascular analisado(1;2). Observam-se

mudanças importantes na parede vascular já que as células musculares lisas tendem a diminuir

com a redução no diâmetro arteriolar, sendo os capilares compostos exclusivamente de uma

camada única de células endoteliais apostas à membrana basal. Estas mudanças na estrutura são

também acompanhadas de alterações nos mecanismos bioquímicos reguladores da função

microvascular. Sugere-se, que em microvasos, a vasodilatação é menos dependente de óxido

nítrico (NO), estando mais relacionada com o fator hiperpolarizante derivado do endotélio à

medida que há redução do diâmetro arteriolar(3). De maneira semelhante, a reatividade a agonistas

específicos é também variável de acordo com o diâmetro do vaso(4).

O uso da microcirculação cutânea como método de investigação diagnóstica da

microcirculação tem sido empregado há muitos anos. Nos últimos anos, há dados que

demonstram sua importância já que correlacionam disfunção microvascular cutânea com maior

risco coronário(5)e ainda a sua ocorrência com maior prevalência em portadores de síndrome

cardíaca X(6;7), condição esta sabidamente relacionada com disfunção microvascular coronária.

Um estudo de Sax e colaboradores (1987)(8) identificou que o grau de déficit na vasodilatação

periférica apresentava boa correlação (r = 0,74, p < 0,005) com aquele observado na

vasodilatação coronária. Demonstrou-se com isso que pacientes com angina microvascular

apresentavam um déficit vasodilatador que afetava tanto a circulação coronária quanto a

periférica, sugerindo que a disfunção microvascular é um processo sistêmico. Está descrito

15

também em hipertensos que alterações na função microvascular de músculo esquelético ocorriam

em paralelo com as alterações microvasculares cutâneas(9;10). Considerando que alterações da

microcirculação em vasos de resistência são o sítio de origem para o controle dos níveis

pressóricos, foi sugerido que as alterações da microcirculação cutânea se assemelhavam com

aquelas observadas no tecido muscular.

©The McGraw-Hill Companies, Inc

Figura 1. Representação esquemática da microcirculação

Durante a hiperinsulinemia exógena fisiológica observa-se recrutamento capilar em tecido

cutâneo em indivíduos saudáveis(11) e em diabéticos tipo 1(12). Em obesos, a função microvascular

cutânea está alterada no estado basal(13;14) e também durante a hiperinsulinemia, pela técnica do

clampeamento hiperinsulinêmico euglicêmico, sendo esta associada com a diminuição da

sensibilidade à insulina(13). Portadores de síndrome metabólica, tendo como critério de exclusão a

ocorrência de qualquer alteração na tolerância à glicose, apresentam disfunção microvascular em

tecido cutâneo(14). Estes mesmos indivíduos, submetidos a um período de tratamento com

metformina, uma droga sabidamente sensibilizadora de insulina tiveram melhora importante em

todos os parâmetros microcirculatórios testados por videocapilaroscopia no leito ungueal(15).

16

Além disso, testados complementarmente com técnica que avalia a função endotelial

microvascular de arteríolas de resistência no leito braquial em sua maioria no sítio muscular,

obtiveram também melhora na vasodilatação endotélio-dependente(16). A associação destes dados

que demonstraram melhora da função microvascular em dois sítios distintos em portadores de

SM com o uso da metformina reforça os achados de outros autores(7;9;10;17;18) que sugerem que o

estudo da microcirculação cutânea reflete achado em outros sítios vasculares. Atualmente sugere-

se que a disfunção microvascular tem papel etiopatogênico na síndrome metabólica(19;20),

condição esta diretamente relacionada com a RI.

1.2 Fisiologia da digestão

1.2.1 Fase pré-ingestiva ou cefálica da digestão

A digestão é caracterizada fisiologicamente por três fases, relacionadas ao local de

estimulação pelo alimento. Assim, divide-se em cefálica ou neural, gástrica e intestinal. A fase

cefálica refere-se a um conjunto de respostas fisiológicas, endócrinas e autônomas do sistema

digestivo, que resultam da estimulação dos sistemas sensoriais cefálicos, especialmente na

cavidade orofaríngea(21). Embora estas respostas estejam prioritariamente associadas às

propriedades olfatórias e gustativas do alimento, a visão, ou antecipação do alimento, ou qualquer

situação relacionada com consumo alimentar, também pode estimular estas respostas(22). As

reações à estimulação cefálica são, geralmente, respostas transitórias e rápidas mediadas pelo

componente eferente do nervo vago(21).

Os eferentes vagais distribuídos por todo o sistema digestivo são ativados por centros

cerebrais estimulados pela informação visual ou orofaríngea, ou diretamente por aferentes

viscerais, sendo as respostas à fase cefálica intermediadas por fibras do núcleo dorsal motor do

nervo vago(22). Estudos sugerem, também, que as informações visuais e olfatórias, fundamentais

para a fase cefálica, podem indiretamente atingir o núcleo dorsal motor do nervo vago pelo

17

núcleo central da amígdala ou do córtex orbitofrontal(23). Não se sabe, no entanto, quais estruturas

cerebrais específicas controlam cada uma das respostas que ocorrem durante a fase cefálica.

O estímulo externo dado pelo odor, visão, sabor de uma refeição, é capaz de iniciar

respostas que vão determinar a secreção endócrina (gastrina, insulina, glucagon, polipeptídios

pancreáticos, entre outros) e exócrina (saliva e secreções gástricas e pancreáticas) primordiais

para a digestão. Quando uma refeição é administrada diretamente no estômago transpassando os

receptores sensoriais, a fase precoce da digestão não ocorre, o que demonstra que

fisiologicamente a fase de estimulação oro-sensorial é crucial para a secreção daqueles

componentes descritos. A estimulação vagal nesta fase é demonstrada em estudos nos quais ela é

abolida por vagotomia em animais(24) e humanos(25), indicando ser mediada primariamente por

inervação colinérgica parassimpática das ilhotas pancreáticas. Entretanto, há dados atuais que

demonstram também uma ação não-colinérgica(26).

A fase cefálica parece essencial para a digestão completa, sem distúrbios no trato gastro-

intestinal. Estudos clínicos e modelos animais demonstram que a administração gástrica ou

enteral do alimento, perpassando a estimulação orofaríngea, provoca retardo do processo

digestivo e prejudica a absorção e metabolismo de nutrientes(22), um problema clínico relevante

nos pacientes com suporte nutricional. Estudos em animais relatam um atraso de até uma hora na

liberação da secreção gástrica quando o alimento é inserido diretamente no estômago, e a falta de

secreção salivar também atrasa o esvaziamento gástrico, pois a ausência da amilase salivar

lentifica a digestão dos carboidratos(21). Da mesma forma, a ausência das secreções salivar e

gástrica, e assim correta digestão do alimento, provoca agressão na mucosa intestinal por ocasião

da administração enteral do alimento(27). A ausência da fase cefálica também resulta em

distúrbios pós-prandiais, conforme descrito na seção seguinte.

A resposta oral é a primeira reação ao estímulo cefálico, aumentando a secreção salivar

em até seis vezes(28), e diferentemente das demais secreções, é parcialmente controlada por fibras

simpáticas e parassimpáticas não vagais(22). A saliva tem um papel relevante no processo

digestivo, já que além de lubrificar e proteger a mucosa, ela dissolve as partículas alimentares,

ação fundamental para a percepção do sabor pelas papilas gustativas(29). A resposta gástrica se

reflete principalmente pela secreção rápida de gastrina, que por sua vez estimula a secreção de

ácido clorídrico. Estudos mostram que a fase cefálica contribui com aproximadamente 50% de

todo o ácido secretado durante o processo digestivo(22). Outras respostas gástricas à fase cefálica

18

são liberação de imunoglobulinas (IgA, como anti-corpo protetor da mucosa contra micro-

organismos exógenos ingeridos) e leptina (como agente no processo de saciedade)(30). A resposta

pancreática à fase cefálica ocorre nos níveis exócrino e endócrino. A ação exócrina decorrente da

estimulação orofaríngea inclui a secreção de enzimas digestivas (amilase, lipase, tripsina,

quimotripsina) e bicarbonato(21). A resposta endócrina produzida na fase cefálica inclui as

secreções de polipeptídeo pancreático, glucagon e insulina, todos mediados pelo nervo vago(25).

1.2.2 Fase cefálica de secreção de insulina e sua importância para a tolerância à glicose

A fase cefálica da secreção de insulina (FCSI) dura poucos minutos e inicia em até um

minuto a partir da estimulação oro-sensorial, tanto em animais experimentais como em

humanos(31-36). Este é o único estímulo fisiológico sensorial conhecido que produz secreção de

insulina diretamente estimulada por reflexos neuronais. Em humanos, esta fase dura

aproximadamente 10 minutos, e ocorre na ausência de níveis glicêmicos aumentados. Estudos

mostram um incremento de 20 a 25% dos níveis basais de insulina, porém a respostas são

variadas, e algumas vezes, até mesmo negativas(32). Em um estudo que comparou a resposta de

indivíduos obesos e saudáveis, a secreção de insulina foi até quatro vezes maior em obesos, ainda

que com grande variação intra-indivíduo em testes repetidos, sugerindo uma ligação com os

mecanismos envolvidos na obesidade e resistência insulínica(37). Atenção particular tem sido dada

a FCSI face à importância da insulina como um hormônio anabolizante e o seu papel fundamental

na homeostase da glicose. A FCSI parece ser de importância primordial para a tolerância normal

à glicose(38;39).

Estudos em indivíduos com peso normal, submetidos ao clampeamento hiperglicêmico,

demonstram que há uma forte correlação negativa entre as respostas individuais da FCSI e o

início do incremento da glicemia após a infusão intravenosa de dextrose e também entre as

respostas da FCSI e o índice de metabolismo da glicose (definido por: média do incremento da

glicemia/média da taxa de infusão da dextrose)(33). Estes dados corroboram a importância da

insulina, secretada na FCSI, na glico-regulação pós-prandial(26). Outros estudos demonstram uma

correlação negativa entre a resposta de secreção de insulina nos primeiros 30 minutos do teste

19

oral de tolerância à glicose (TOTG), como um marcador de secreção precoce de insulina e o valor

da glicemia nos 120 minutos do TOTG(40). Além disso, o uso de somatostatina como um

supressor da FCSI resulta em intolerância à glicose(39), e a simulação de uma refeição que

aumenta a insulina circulante, determinam uma melhora da tolerância à glicose após infusão

intragástrica de glicose(41).

A infusão rápida de insulina durante os primeiros quinze minutos da ingestão alimentar

melhora significativamente a tolerância à glicose em obesos(25) e em portadores de DM2(42). Em

obesidade humana, descreve-se que a supressão da FCSI diminui a termogênese pós-prandial e

pode ter um papel na gênese da obesidade(39). Adicionalmente há uma associação entre glicemia

de jejum elevada e insulinemia com respostas atenuadas da FCSI em obesos(43;44). Assim, as

evidências caracterizam claramente a necessidade fisiológica do aporte precoce da insulina aos

tecidos responsáveis pelo metabolismo da glicose, e tal fato deve ocorrer antes da absorção desse

substrato propriamente dito. Tais achados ressaltam a importância do estudo dessa fase precoce

da secreção de insulina e, devido à sinergia de suas ações metabólicas e vasculares (descritas

abaixo), sua interação com o tecido microvascular.

1.3 Insulina e sua ação metabólica

A insulina é um potente hormônio anabolizante que exerce seus efeitos metabólicos

primariamente no fígado, músculo e tecido adiposo. A insulina é capaz de aumentar o

armazenamento de energia por: 1) promover a síntese de glicogênio no fígado e músculo; 2)

aumentar a síntese de triglicérides no tecido adiposo e 3) aumentar a síntese de proteínas e inibir

a proteólise. Além disso, tem ação na oxidação de glicose com conseqüente formação de ATP e

liberação de energia para a célula. Em certas condições fisiológicas como puberdade e gestação e

em condições patológicas como obesidade, DM2, doença aguda e estresse, a ação celular da

insulina torna-se deficitária e a resistência insulínica (RI) se manifesta. A fim de compensar essa

resistência, o pâncreas aumenta a secreção de insulina, resultando em hiperinsulinemia(45).

A RI em adipócitos causa lipólise exagerada com subseqüente elevação nos ácidos graxos

livres (AGLs). O transporte aumentado de AGLs ao músculo, fígado e células β-pancreáticas

20

torna ainda mais deficitária a ação celular da insulina, aumentando a RI e diminuindo a secreção

pancreática de insulina, as duas principais características fisiopatológicas do DM2(45). Além

disso, a RI está associada a defeitos mitocondriais(46) que limitam a oxidação de AGLs e

favorecem o acúmulo intracelular de acil-CoA e outros produtos tóxicos provenientes do

metabolismo lipídico (ceramidas, diacilglicerol, etc.). Na presença de hiperglicemia, o malonil-

CoA intracelular se acumula, reduzindo ainda mais a oxidação de AGLs por inibição do sistema

de transporte da palmitoil-carnitina. Este sistema é necessário para o transporte de AGLs do

citosol para a mitocôndria, onde a β-oxidação de ácidos graxos acil-CoA de cadeia longa se

processa. O acúmulo destes agrava a ação, já deficitária, da insulina no músculo esquelético e

piora a RI. Essas são as bases bioquímicas que explicam a ação fisiológica e fisiopatológica da

insulina nos tecidos-alvos.

1.4 Insulina e sua ação hemodinâmica não-metabólica

Em adição às clássicas ações metabólicas descritas, que promovem o estoque de energia e

estimulam a oxidação de glicose, a insulina tem ainda mecanismos hemodinâmicos não-

metabólicos importantes. Descreve-se que este hormônio é capaz de promover o recrutamento

capilar, causar vasodilatação periférica e aumentar o fluxo sangüíneo regional(47-49). Estes efeitos

hemodinâmicos da insulina complementam a sua ação metabólica por aumentar a oferta de

glicose e a exposição do músculo esquelético previamente sub-perfundido à ação da insulina(50)

(figura 2).

21

Figura 2. Cascata de sinalização celular da insulina nos tecidos vascular e metabólicos com efeitos sinergicamente acoplados. Adaptada de Kim et. al., 2006(51).

Propõe-se que até 25% do efeito estimulatório da insulina na captação da glicose no

músculo esquelético esteja relacionado com sua ação hemodinâmica(52). Sua ação vascular é

exercida principalmente por aumentar a biodisponibilidade do óxido nítrico (NO) derivado do

endotélio, causando vasodilatação. O incremento de fluxo sangüíneo foi mais claramente

demonstrado após exposição prolongada e sob doses suprafisiológicas de insulina. A

vasodilatação per se com aumento do fluxo sangüíneo não se associa com aumento da captação

de glicose muscular. Entretanto, a captação de glicose aumenta quando esta vasodilatação foi

associada com o aumento do recrutamento capilar(50).

Em repouso, somente 50% do leito capilar muscular é perfundido com sangue total,

enquanto que o restante é preenchido unicamente com plasma(53). Logo, a ação metabólica da

insulina é aumentada por sua ação hemodinâmica diretamente na microvasculatura com

incremento do recrutamento capilar e fluxo sangüíneo microvascular total, e conseqüente

aumento da superfície de troca no leito capilar(54). Mesmo não sendo um tecido-alvo para a ação

22

da insulina, estudos demonstram a ocorrência de recrutamento capilar no tecido cutâneo

secundário à ação da insulina(12;55;56).

A ação da insulina no recrutamento capilar se dá por relaxamento de arteríolas terminais e

de resistência. Em estudos experimentais demonstrou-se que a insulina recruta rapidamente

capilares de músculo por ação dependente do óxido nítrico (NO)(49) e que a inibição da NO

sintase bloqueava por completo o recrutamento capilar dependente da infusão de insulina(57). Foi

também observado, em ratos, que o recrutamento capilar ocorria sem mudanças imediatas no

fluxo sangüíneo total da artéria femoral e que em concentrações fisiológicas esse recrutamento

precedia o aumento de fluxo sangüíneo local(58). Estes achados sugerem que, do ponto de vista

hemodinâmico, o recrutamento capilar é o primeiro mecanismo e teria como função o aumento da

superfície microcirculatória perfundida, o que supostamente aumentaria a captação de substratos

pelo tecido. Parece claro supor que os efeitos hemodinâmicos não-metabólicos da insulina com

aumento de recrutamento capilar e, posteriormente, do fluxo sangüíneo, tem um papel

fundamental na homeostase da glicose ao permitir um maior aporte de insulina e

conseqüentemente, uma maior captação de glicose secundária a essa ação no músculo

esquelético.

Em ratos obesos, tanto o recrutamento capilar mediado por insulina, quanto a captação de

glicose estão diminuídos(59). Recentemente foi descrito que em humanos portadores de obesidade

e submetidos ao clampeamento euglicêmico hiperinsulinêmico havia uma correlação inversa

entre o volume de sangue microvascular em tecido muscular, um índice de recrutamento capilar,

e o índice de massa corporal, sugerindo que a obesidade aboliria o recrutamento capilar mediado

por insulina(60). Outros autores(61), utilizando a mesma técnica de clampeamento associada à

microdiálise do músculo braquio-radial, observaram que homens obesos tinham uma demora no

início da ação da insulina ao compará-los com controles magros, sugerindo que havia um retardo

no transporte transcapilar da insulina, possivelmente por disfunção microvascular.

Em humanos, o estudo da microcirculação de tecido muscular é de difícil acesso e utiliza

técnicas invasivas, além de medidas indiretas do metabolismo microvascular(58). Apesar do

emprego de técnicas de avaliação da microcirculação em tecido cutâneo não expressar claramente

as alterações fisiológicas e fisiopatológicas manifestadas em tecido muscular, a inferência dos

achados em tecido cutâneo pode trazer novos conceitos para a homeostase da glicose e sua

relação com a microcirculação. Ademais, os estudos que demonstram ação hemodinâmica da

23

insulina foram realizados com infusão de insulina em concentrações consideradas fisiológicas ou

até mesmo suprafisiológicas. Entretanto, em nenhum estudo foi empregado o estímulo fisiológico

proveniente da secreção endógena de insulina.

1.5 A microcirculação em doenças metabólicas

A obesidade, definida como um índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30

kg/m2, é cada vez mais um importante problema de saúde pública, face ao aumento no risco

cardiovascular que impõe aos seus portadores. No Brasil, estima-se que 40% da população adulta

tenham sobrepeso ou obesidade(62). Além disso, descreve-se para esta última um incremento na

taxa de prevalência de 4,2 para 14,3% nos últimos 20 anos (63).

Dados da população norte-americana demonstram que, nos últimos 40 anos, o número de

indivíduos com sobrepeso (IMC entre 25 – 29,9 kg/m2) aumentou de 45 para 65% e com

obesidade de 13 para 31%. De maneira geral, o sobrepeso e a obesidade predispõem ou estão

associados a numerosas complicações cardíacas tais como doença arterial coronária, insuficiência

cardíaca e morte súbita em decorrência do seu impacto no sistema cardiovascular. Nos portadores

de sobrepeso com mais de 50 anos já há maior mortalidade total, entretanto naqueles com

obesidade esse risco aumenta em até 300%(64). A obesidade está definitivamente associada a um

maior risco de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral(65;66). Sugere-se

atualmente que nem todos os tipos de obesidade aumentam o risco cardiovascular(67), e este está

mais especificamente relacionado com o aumento de adiposidade intra-abdominal. Na

predominância deste acúmulo, há, na maioria dos casos, a ocorrência concomitante de RI e

hiperinsulinemia secundária.

Atualmente, estudos epidemiológicos sugerem que a relação entre DM2 e doença

cardiovascular (DCV) começa precocemente na progressão da doença, ainda em fase de

normotolerância para a intolerância à glicose e posterior DM2, estando relacionada a RI (68;69). A

presença de RI é o denominador fisiopatológico comum tanto do DM2 quanto da SM,

antecedendo o diagnóstico destas duas condições. A RI foi proposta também como a base

fisiopatológica mais precoce do processo aterogênico(68).

24

A SM é uma síndrome que associa diversos fatores de risco para aterosclerose e

conseqüente doença cardiovascular (diabetes mellitus, intolerância à glicose ou glicemia de jejum

alterada, obesidade central, dislipidemia, caracterizada por altos níveis de triglicérides e baixos de

HDL-colesterol e hipertensão arterial). A presença de estresse oxidativo, microalbuminúria e

disfunção endotelial também têm sido estudadas como constituintes da SM. Nem todos os

pacientes terão intolerância à glicose ou diabetes, e o estado pré-diabético pode ser encontrado

em muitos. A prevalência da SM aumenta com o envelhecimento, entretanto, o dado mais

relevante é o fato da sua prevalência aumentar com a gravidade da obesidade, podendo atingir

percentuais de 50% em obesos jovens(70). Observa-se que cada meia-unidade de aumento no IMC

está associado com o aumento significativo do risco de SM em indivíduos com sobrepeso e

obesidade. Independente do grau de adiposidade, a própria SM per se está associada com um

risco aumentado para o desenvolvimento de DM2 e DCV, além de aumentar a taxa de

mortalidade cardiovascular e total, independente de alterações na tolerância à glicose(70).

Já é bem descrito que o DM2 aumenta o risco de doenças macro e microvasculares.

Entretanto, nos últimos anos, diversos achados começaram a associar a maior ocorrência de

doenças macro(71-73) e microvasculares(74) também com a presença de alterações mínimas da

tolerância à glicose. Atualmente descreve-se que mesmo indivíduos somente com hereditariedade

para DM2 têm disfunção microvascular em tecido cutâneo(75). Entretanto, os achados mais

consistentes associam o dano vascular não somente à hereditariedade, mas também à ocorrência

de RI(76;77).

O tecido adiposo intra-abdominal é considerado um órgão altamente secretor e deletério

aos vasos sangüíneos, responsável parcialmente pela RI, com aumento de ácidos graxos livres, do

estresse oxidativo e liberação de diversas citocinas inflamatórias (adipocitocinas), as quais têm

um papel de importância no dano vascular, provavelmente anterior a própria hiperglicemia. Tais

achados revelam um novo conceito de que o dano endotelial precede a ocorrência de DM2 ou

mesmo da intolerância à glicose(68;69). Evidências recentes do nosso grupo de pesquisa reforçam

esta hipótese(14;78).

Do ponto de vista clínico, as principais complicações microvasculares no paciente com

diagnóstico de DM2 são a neuropatia, a retinopatia e a nefropatia. Ainda hoje, não há consenso se

a RI está ou não associada com estas complicações na ausência de hiperglicemia e muitos autores

sugerem que os níveis elevados de glicemia têm papel fundamental em reduzir a vaso-reatividade

25

de pequenos vasos. Entretanto, esse conceito pode ser tecido-específico, já que somente a

neuropatia está definitivamente relacionada com alterações da glicemia. Apesar da falta de

consenso entre os clínicos, já há dados que demonstram que a obesidade per se aumenta o risco

de doenças microvasculares, como a retinopatia e a nefropatia(79-81). Atualmente, descreve-se a

disfunção microvascular como um processo sistêmico(8) e, apesar da pele não ser um órgão-alvo

relacionado com a fisiopatologia do DM2, seu estudo pode reproduzir alterações morfológicas e

funcionais da microcirculação de tecidos mais nobres.

1.6 O endotélio normal e patológico

O endotélio normal, através da secreção de óxido nítrico e prostaciclina (PGI2), exerce a

função de manutenção do tônus vascular, regulação da agregabilidade plaquetária e da

coagulação, modulação da fibrinólise e dissolução de trombos intravasculares formados,

modulação da inflamação, expressa por regulação da adesão e ativação leucocitária e de

quimiocinas. Lesões endoteliais promovidas pelo DM2, hipercolesterolemia e outros fatores de

risco para aterosclerose causam uma redução na síntese e secreção desses dois fatores protetores

e essas alterações propiciam um estado pró-constritor, pró-inflamatório e pró-agregante ao vaso

sangüíneo. Em decorrência da ativação do endotélio para um estado pró-aterogênico é possível

antes da observação de alterações estruturais na microcirculação, a observação de alterações na

reatividade microvascular(14;78). A hiperglicemia também se associa ao aumento de endotelina, o

mais potente vasoconstritor conhecido(82). Tais achados são consistentes com a diminuição na

capacidade vasodilatatória do vaso sangüíneo, expressa por diminuição da reatividade

microvascular.

A agregabilidade plaquetária está marcadamente aumentada em portadores de DM2 e

possivelmente contribui para o aumento no risco aterotrombótico da doença(83). Vários fatores de

coagulação estão aumentados no DM2, que incluem o fator de von Willebrand, fator VII, VIII e

fator tecidual, enquanto a antitrombina III está diminuída, todos contribuindo para um estado pró-

coagulante(84;85). A fibrinólise, um importante mecanismo de defesa vascular responsável pela

resolução de trombos e recanalização vascular, está alterada no DM2 e também em obesos por

26

aumento no PAI-1(86;87). A elevação do PAI-1 está diretamente relacionada a maiores eventos

cardiovasculares(88;89).

A geração de radicais livres, denominada estresse oxidativo (EO), é o processo final de

lesão celular da grande maioria dos fatores de risco cardiovascular(90). Caracteriza-se por uma

produção aumentada de espécies reativas de oxigênio (EROs), como o ânion superóxido, ou

ainda por uma redução das defesas antioxidantes. Estas alterações resultam em inativação da

produção do óxido nítrico endotelial, o que diminui seu efeito endotélio-protetor, reproduzido do

ponto de vista de pesquisa clínica, na menor resposta vasodilatadora endotélio-dependente. A

disfunção endotelial está definitivamente relacionada com estados pró-oxidantes diretamente

relacionados com o processo inflamatório vascular(91).

O endotélio normal não permite a aderência de leucócitos, porém nas fases precoces da

aterosclerose as células endoteliais começam a expressar moléculas de adesão, em função de

estímulos inflamatórios (IL-1, IL-6, IL-8, TNFα, PCR, MCP-1)(92), com recrutamento de células

inflamatórias, posterior migração transendotelial e penetração na íntima do vaso(93). A liberação

contínua de citocinas pelo endotélio e pelas células espumosas perpetuam o processo

inflamatório, o acúmulo de lipídeos e influenciam negativamente a atividade das células

musculares lisas da parede vascular. Sabe-se que a glicose, os macronutrintes, como gorduras e

proteínas, e a ingestão de refeições-mistas(94;95), são capazes de estimular a produção de EROs,

enquanto a insulina é capaz de suprimí-los(96). Não só o DM2, mas também a obesidade per se,

está associada a um estado inflamatório e de EO, reversível com restrição dietética(97).

Um importante determinante entre a disfunção endotelial e resistência insulínica é a

cascata da sinalização intracelular paralela existente em tecidos vasculares e metabólicos com

funções distintas(51). Como anteriormente mostrado na figura 1, a sinalização intracelular

decorrente da ativação do receptor de insulina regula tanto a translocação do GLUT4 e captação

de glicose no tecido muscular esquelético e adiposo, quanto a ativação da enzima óxido nítrico

sintase (eNOS) e produção de óxido nítrico. Em estados patológicos, os efeitos da insulina, ou

nestes casos, da resistência à insulina, estão envolvidos simultaneamente na fisiopatologia

vascular e metabólica. Fatores como as citocinas, que alteram ou inibem algum estágio destas

vias de sinalização, vão acarretar tanto a resistência à insulina, como a disfunção endotelial

(figura 3).

27

Figura 3. Alterações fisiopatológicas da sinalização intracelular da insulina, decorrente do estado pró-inflamatório. Adaptada de Kim et. al., 2006(51).

Assim, tendo em vista o relevante papel da insulina para a função vascular, este estudo

buscou investigar seus efeitos sobre a microcirculação sob influência da secreção fisiológica de

insulina secundária ao estímulo cefálico, na fase pré-ingestiva da digestão. O estabelecimento das

relações existentes entre fisiologia da secreção de insulina, homeostase da glicose e função

microvascular e endotelial em indivíduos saudáveis permitirá futuras investigações e elucidações

sobre os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nestas relações em estados patológicos.

1.7 Função endotelial e componentes dietéticos

28

Há evidências de que a função endotelial pode ser alterada dentro de algumas horas após o

consumo de certos alimentos, sugerindo que fatores dietéticos estão envolvidos na prevenção e

progressão da doença cardiovascular(98). Tem-se demonstrado que estratégias

farmacológicas(15;16) e não-farmacológicas(99) melhoram a função endotelial e microcirculatória.

Intervenções não-farmacológicas como atividade física, cessação do tabagismo, e fatores

nutricionais têm sido associados com melhor função endotelial, e dentro destes últimos, os ácidos

graxos, antioxidantes, L-arginina e proteína de soja têm sido umas das substâncias mais

estudadas(99). Os potenciais efeitos de alimentos específicos, dentro de hábitos alimentares

saudáveis ou associados com o processo aterogênico(100) são ilustrados na figura 4.

Figura 4. Potenciais efeitos da adoção de hábitos alimentares saudáveis ou aterogênicos(100).

Estudos recentes com pessoas sadias mostraram associação entre função endotelial e

fatores dietéticos(101). Em um estudo transversal com mulheres de 43 a 69 anos sem doenças

29

cardiovasculares, diabetes ou câncer, o consumo dietético de magnésio foi modesta e

inversamente associado com alguns marcadores de inflamação sistêmica e disfunção

endotelial(102). Um recente estudo com indivíduos brasileiros, saudáveis, idade média de 29 anos,

mostrou que uma carga lipídica, por exemplo, prejudica a função endotelial venosa, aumenta os

níveis de triglicerídeos, insulina e resistina e reduz a capacidade antioxidante, a reatividade

vascular e venodilatação máxima dependente de acetilcolina(103). Alterações pós-prandiais

também foram estudadas após uma carga de sal(104), mostrando que ela prejudica a função

endotelial, mesmo em indivíduos normotensos.

Um estudo de intervenção de longo prazo(105) avaliou os efeitos de duas dietas

hipocalóricas sobre a função endotelial de obesos. Os voluntários seguiram uma dieta

hipocalórica rica em ácidos graxos saturados ou uma pobre em gordura durante 12 meses. Ao

final do estudo, os dois grupos apresentaram resultados semelhantes em termos de perda de peso

e melhora de indicadores de função endotelial, como adiponectina, e-selectina e PAI-1. O grupo

que ingeriu a dieta rica em gordura saturada, no entanto, apresentou pior dilatação mediada por

fluxo da artéria braquial, sugerindo um efeito deletério de um alto consumo de gordura saturada

em longo prazo.

Um estudo italiano investigou os efeitos de várias doses de chá preto na função endotelial

dependente de óxido nítrico, enrijecimento arterial, pressão sangüínea e sensibilidade à insulina

em voluntários saudáveis. Em uma intervenção randomizada, duplo-cego, o estudo demonstrou

que o consumo de chá preto melhorou a dilatação mediada por fluxo da artéria braquial de

maneira dose-dependente e reduziu as pressões sistólica e diastólica aferidas em consultório, e

enrijecimento arterial(106).

Embora estudos controlados de nutrientes específicos sejam essenciais para o

entendimento dos mecanismos fisiológicos, é também de grande importância o estudo dos efeitos

de hábitos alimentares, para uma análise de alimentos ingeridos e sinergia entre nutrientes em

relação à doença. Há poucos estudos de padrões alimentares que incluem um marcador de função

endotelial como desfecho(98). Em uma ampla revisão da literatura, Esposito et. al. (2006)(107)

defendem que padrões dietéticos apropriados, por exemplo, os associados com a dieta

mediterrânea, representam estratégias terapêuticas para reduzir inflamação e os riscos

metabólicos e cardiovasculares associados.

30

Neste sentido, uma recente intervenção em 32 jovens saudáveis estudou os efeitos da dieta

Mediterrânea associada ao consumo de pistache(108). Os indivíduos consumiram somente a dieta

Mediterrânea por quatro semanas e após consumiram a dieta com substituição de 20% do valor

calórico dieta por pistache. Comparada à dieta Mediterrânea, a dieta com pistache reduziu os

níveis de glicose (-8,8 ± 8,5%), lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) (-23,2 ± 11,9%),

colesterol total (-21,2 ± 9,9%), e triglicerídeos (-13,8 ± 33,8%) e melhorou a vasodilatação

endotélio dependente (aumento relativo de 30%).

Dentro da pesquisa central desta tese, buscou-se também identificar possíveis associações

entre o consumo de nutrientes em longo prazo, refletindo o hábito alimentar, e função

microvascular em indivíduos sadios.

31

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Primário

Demonstrar a possível ocorrência de recrutamento capilar na fase pré-ingestiva da

digestão e sua correlação com o incremento de secreção de insulina em indivíduos saudáveis.

2.2 Objetivo Secundário

Investigar a associação entre consumo alimentar e reatividade microvascular em

indivíduos sadios.

32

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Seleção da amostra

Quarenta e oito voluntários saudáveis foram incluídos no estudo. Durante o recrutamento,

os voluntários foram submetidos a uma triagem, composta por exame clínico e laboratorial, após

a leitura e aceitação do consentimento informado e a elucidação de todas as dúvidas. O estudo foi

realizado no Laboratório de Pesquisas Clínicas e Experimentais em Biologia Vascular – BioVasc

– do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Centro Biomédico da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa/HUPE. Para

um poder estatístico maior que 0,8, com uma probabilidade de erro alfa de 0,05, para diferenças

na densidade capilar funcional, foi estimado um n = 14 por grupo. Foi estabelecido, assim, um

tamanho amostral de 40, para compor 2 grupos de 20 indivíduos (descritos nas seções

subseqüentes).

No primeiro dia de triagem, o exame clínico, foi realizada uma entrevista para

identificação de histórico clínico, e hábitos alimentares. Um questionário de freqüência de

alimentar, validado no Brasil em população semelhante(109), foi aplicado para investigar o

consumo nutricional nos últimos 12 meses. Foi realizada avaliação antropométrica,

compreendendo medidas de peso e altura, em balança aferida (Fillizola) e percentual de gordura

corporal através da aferição de dobras cutâneas(110), utilizando-se plicômetro científico Lange.

Após a primeira seleção clínica, os voluntários foram submetidos a exames laboratoriais

após jejum noturno de 12 horas, compreendendo dosagens de glicose, insulina, hemograma

completo, colesterol total e frações, triglicerídeos, aspartato aminotransferase, alanina

aminotransferase e creatinina. Os voluntários também foram submetidos a um teste de tolerância

oral à glicose de acordo com os critérios da Associação Americana de Diabetes(111). Tolerância

normal à glicose foi definida como glicemia de jejum < 100 mg/dl e de 2 horas após 75 g de

carga oral de glicose anidro < 140 mg/dl.

33

3.2 Critérios de inclusão

Foram incluídos voluntários saudáveis, do sexo masculino, com idade entre 18 e 30 anos.

Como saudáveis foram classificados os indivíduos que não apresentaram nenhum dos critérios

abaixo:

1. Diabetes mellitus, intolerância à glicose ou glicemia de jejum alterada;

2. Hipertensão arterial (PA sistólica ≥ 130 mmHg e PA diastólica ≥ 85 mmHg);

3. Índice HOMA maior ou igual a 2,71(112);

4. Dislipidemia (hipercolesterolemia, HDL-colesterol baixo e/ou

hipertrigliceridemia);

5. Doença renal, vascular coronariana ou periférica, hematológica ou hepática;

6. Fumantes;

7. Uso crônico de quaisquer medicamentos;

8. IMC abaixo ou acima da faixa de eutrofia (18,5 – 24,9 kg/m2).

9. IMC na faixa de sobrepeso (25,0 – 29,9 kg/m2) aceito somente em indivíduos com

percentual de gordura corporal abaixo de 15%(110).

34

3.3 Etapas do estudo

Figura 5. Etapas do estudo. TCLE: termo de consentimento livre e esclarecido; R: randomização

Estudo da Microcirculação Ensaio Clínico

48 pacientes incluídos

R

Videocapilaroscopia do Dorso do Dedo

n = 24

R

Videocapilaroscopia do Leito Ungueal

n = 24

R

Grupo Fase Cefálica

Grupo Controle

Grupo Fase Cefálica

Grupo Controle

9 pacientes perdidos

(amostras sangüíneas

perdidas) – 18.7%

n = 10 n = 10 n = 10 n = 9

Avaliação Clínica e Antropométrica

Triagem Questionário de Freqüência Alimentar

68 voluntários recrutados

Avaliação Laboratorial Triagem

12 pacientes excluídos

(exames alterados) – 17,6%

8 pacientes excluídos (desistência) – 11,7%

Convite para participação, assinatura do TCLE e elucidação de dúvidas

35

3.4 Métodos de investigação da microcirculação cutânea

No dia do estudo da microcirculação, os voluntários chegaram ao laboratório, em jejum

noturno de 12 horas e foram acomodados em uma sala com temperatura controlada (24oC±1). Os

mesmos foram orientados a evitar bebidas alcoólicas por 48 horas prévias ao exame e também a

evitar uso de medicamentos eventuais no dia anterior ao exame. A pressão arterial foi aferida

usando-se o método auscultatório padrão. Um cateter venoso foi inserido no braço contra-lateral

ao exame e mantido com solução salina sem infusão contínua, com a única intenção de manter

um acesso venoso patente para a coleta de amostras sangüíneas durante o exame. A investigação

da microcirculação foi inicialmente realizada em estado basal, após um período de aclimatação

de 30 minutos. Ao final do exame, o voluntário foi apresentado, conforme randomização, a um

estímulo sensorial (grupo experimental) – uma bandeja de café-da-manhã – ou permaneceu

somente em repouso (grupo controle) sem receber nenhum estímulo. Após 10 minutos, foi

realizada nova videocapilaroscopia, pelo mesmo método realizado no estado basal.

Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos, conforme o protocolo de

investigação da microcirculação [videocapilaroscopia dinâmica de leito ungueal; n = 24 ou

videocapilaroscopia do dorso do dedo (3mm abaixo da cutícula), n = 24]. Da mesma forma,

foram aleatoriamente divididos em dois novos subgrupos, o grupo experimental, que recebeu o

estímulo sensorial (n = 24), e o grupo controle, que não recebeu o estímulo (n = 24) – figura 5.

Foram coletadas amostras de sangue através do cateter venoso do braço contra-lateral para

dosagens de insulina e polipeptídeo pancreático, como marcadores da fase cefálica, em repouso

(antes do início do exame), e nos seguintes tempos após o recebimento ou não do estímulo: 3

minutos, 9 minutos e 15 minutos. No 9o minuto, foi iniciada a segunda avaliação da

microcirculação cutânea pela mesma técnica anteriormente realizada. A dosagem de glicose foi

realizada ao final do protocolo como uma medida de controle da glicemia.

Durante todo o exame foi realizado, de forma complementar, o estudo da vasomotricidade

pelo método de laser-Doppler fluxometria (LDF), através de um pequeno sensor fixado no pulso.

Ao final do exame, foi realizada a iontoforese transdérmica de insulina, também pela LDF. Este

exame foi realizado com o propósito de verificar a resposta da microcirculação cutânea à insulina

nos dois grupos.

36

3.4.1 Capilaroscopia do leito ungueal

Para o exame de videocapilaroscopia, o voluntário foi confortavelmente acomodado em

uma cadeira com o braço esquerdo colocado ao nível do coração. O antebraço e a mão esquerdos

(porção dorsal para cima) foram dispostos em repouso sobre uma plataforma acrílica e o 4o dedo

foi colocado sobre um pedestal montado em estado X-Y de um microscópio Leica DM/LM

(Wetzlar, Alemanha). O topo do dedo, distal ao leito ungueal, foi gentilmente imobilizado por um

grampo, para impedir mínimos movimentos. Os capilares do leito ungueal foram visualizados por

um microscópio usando epi-iluminação (100 W Xe lâmpada de arco) com um circuito de TV

acoplado a um gravador de DVD (Samsung, Seul, Coréia do Sul). Os exames foram realizados

com gravação contínua da temperatura da pele do dedo, onde um sensor de medição de

temperatura foi posicionado sobre a pele cerca de 1 cm proximal ao leito periungueal.

Medidas morfológicas e funcionais da microcirculação cutânea foram extraídas das

imagens obtidas, conforme o método utilizado. Na videocapilaroscopia dinâmica de leito

periungueal, os diâmetros luminais de alças capilares aferente, apical e eferente no estado basal

foram as medidas morfológicas acessadas e expressam a espessura da coluna de fluxo de

hemácias. Nesse mesmo período, as medidas funcionais acessadas foram: a densidade capilar

funcional, que é o número de capilares perfundidos por campo e a velocidade de deslocamento

das hemácias (VDH). A hiperemia reativa pós-oclusão foi realizada após isquemia de 1 minuto

da base do dedo. Para tal procedimento, na fase prévia ao início do exame, um manguito de

pressão (1 cm largura) foi disposto em volta da falange proximal e conectado a um manômetro de

mercúrio. Nessa fase foram medidos: o pico máximo de incremento da VDH acima do repouso

(VDHmax) e o tempo para alcançá-lo (TVDHmax), ambas as medidas diretamente relacionadas à

vasodilatação e ao recrutamento capilar. As medidas foram todas realizadas com o software

CapImage® e já foram previamente aceitas e publicadas(15).

Na videocapilaroscopia de dorso do dedo, realizada aproximadamente 3 mm abaixo do

campo central da cutícula, somente a medida de densidade capilar funcional é acessada, tanto no

37

estado basal quanto após a hiperemia reativa, fornecendo o dado de recrutamento capilar. Este

método é também bastante utilizado e validado em estudos de microcirculação(113;114).

3.4.2 Laser-Doppler fluxometria cutânea e iontoforese transdérmica de insulina

A fluxometria por laser Doppler LDF tem sido usada como medida do fluxo sanguíneo

microvascular há mais de 30 anos(115), inicialmente em tecido retiniano, mas posteriormente

estendido para outros sítios. A LDF é um método para a determinação não-invasiva contínua da

perfusão microvascular. Uma luz de laser de baixa potência incide na superfície do tecido

pesquisado e fótons migram através do tecido de maneira randômica. O padrão exato de imagem

é dependente das propriedades óticas do tecido pesquisado(116). A interação deste com um ou

mais objetos que se movem pelo campo pesquisado, por exemplo, hemácias, desvia os fótons

numa seqüência e em quantidade determinada por um ângulo de desvio, pelo comprimento de

onda da luz do laser e pela velocidade. A técnica permite informações sobre a velocidade das

hemácias no campo e a perfusão, definida como o número de hemácias multiplicado pela

velocidade média dessas células em determinado espaço (campo).

No estado basal, a vasomotricidade (variação rítmica e espontânea do diâmetro de

arteríolas, arteríolas terminais, meta-arteríolas e esfíncteres pré-capilares resultando em fluxo

sangüíneo intermitente nos capilares) parece ser responsável pela regulação do fluxo no leito

capilar. O regulador mais importante da vasomotricidade é a concentração de oxigênio

tecidual(21), mas já foi postulado que a insulina pode também modular a extensão de

vasodilatação e constrição das meta-arteríolas e esfíncteres pré-capilares, no sentido de prolongar

o período de perfusão(54). A investigação da vasomotricidade pode ser realizada através da LDF.

As ondas de vasodilatação e vasoconstrição são medidas em unidades de perfusão convencionais,

e, pela análise espectral, é possível identificar variações na amplitude destas ondas dentro de

diferentes intervalos de freqüências relacionados a fatores envolvidos na vasomotricidade, como

atividade endotelial (0,01–0,02 Hz), neurogênica (0,02–0,06 Hz), miogênica (0,06–0,15 Hz),

respiratória (0,15–0,4 Hz), e cardíaca (0,4–1,6 Hz)(117). Rossi e colaboradores (2005)(118)

sugeriram que a atividade vasodilatatória da insulina na microcirculação cutânea deve-se, em

38

parte, à sua atuação nas células musculares lisas dos vasos, devido ao aumento diferencial do

espectro miogênico decorrente da iontoforese de insulina.

A liberação de drogas ou substâncias por via transdérmica pode ser estudada por estímulo

iontoforético, que se baseia no conceito de que uma droga, usualmente, carreia moléculas

contendo carga. Esta droga é disposta sob um dos eletrodos colocados na superfície cutânea. Sob

a influência de forças eletro-repulsivas, as moléculas da droga são desviadas em direção oposta

ao eletrodo, para o interior da pele. Tal fato implica que uma droga que sabidamente carreia carga

positiva deverá ser disposta sob um eletrodo positivo (anodo), e opostamente uma droga de carga

negativa sob um eletrodo negativo (catodo). Conseqüentemente, a taxa de penetração de drogas é

bastante aumentada através do estrato córneo impermeável quando comparada à difusão

passiva(119). Neste estudo foi verificada a resposta da microcirculação cutânea à insulina, através

de uma corrente negativa.

3.5 Desenho do estudo

Figura 6. Desenho do Estudo. PA: aferição da pressão arterial.

3.6 Caracterização do estímulo empregado

O estímulo sensorial foi composto de uma refeição de café-da-manhã, com ótima

apresentação visual e aroma, composta por itens alimentares de preferência do indivíduo,

conforme relatado na consulta de triagem, através de pergunta direta ao indivíduo, sem o mesmo

39

saber o motivo da questão. No grupo experimental, a refeição foi posicionada em uma bandeja

bem próximo ao voluntário, no intervalo entre os exames de microcirculação (figura 7). Com

isso, o mesmo recebeu o estímulo sensorial da refeição (visual e olfativo) e foi informado que

poderia ingerir todo o café da manhã, mas somente ao término do segundo estudo da

microcirculação (antecipação do consumo alimentar). O voluntário foi também requisitado a

mascar um chiclete sem açúcar (estímulo oral). Antes do consumo do chiclete, no entanto, foi

realizada a medida de salivação, com um marcador de salivação oral padrão (Teste de Schirmer,

Ophtalmos, São Paulo), durante um minuto, para ser comparada com a mesma medida realizada

no período basal. O grupo controle não recebeu nenhum estímulo, ficando apenas na mesma

posição, até o início da segunda videocapilaroscopia.

Figura 7. Imagem do estímulo sensorial.

3.7 Método estatístico e análise

Todas as variáveis foram avaliadas para identificar a natureza de sua distribuição e testes

paramétricos e não-paramétricos foram aplicados de acordo. A comparação das variáveis clínicas

entre grupos foi realizada aplicando-se o teste t de Student. As variáveis microcirculatórias

tiveram distribuição não-paramétrica. Assim, diferenças intra-grupos pré- e pós-estímulo foram

avaliadas aplicando-se o teste pareado de Wilcoxon e medidas repetidas foram analisadas através

40

do teste de Friedman, com aplicação do teste post hoc de Dunn. As diferenças entre grupos foram

analisadas através do teste U de Mann-Whitney. Associações entre consumo alimentar e

recrutamento capilar foram avaliadas através do teste de correlação de Spearman. O nível de

significância adotado para as análises foi de 0,05.

41

4 RESULTADOS

4.1 Artigo 1: Relações entre fase cefálica da digestão e microcirculação

THE CEPHALIC PHASE OF DIGESTION IS ASSOCIATED TO MICROVASCULAR REACTIVITY IN HEALTHY MEN Caroline Buss, Luiz Guilherme Kraemer-Aguiar*, Priscila Alves Maranhão, Carolina Marinho, Maria das Graças Coelho de Souza, Nicolas Wiernsperger, Eliete Bouskela Clinical and Experimental Research Laboratory on Vascular Biology – BioVasc, Biomedical

Center, State University of Rio de Janeiro

ABSTRACT Objectives: To assess the occurrence of capillary recruitment secondary to cephalic phase of insulin secretion (CPIS) in healthy subjects.

Design and Method: This was a randomized clinical trial. After clinical and laboratorial assessment and a 12-hour fast, 39 healthy subjects with mean age of 23.4± 0.5 years (mean±SD) and BMI of 23.3±2.3 kg/m2 underwent two nailfold videocapillaroscopies, with an interval of 10 minutes between them. In this interval, according to randomization, they were subjected to a great-looking breakfast tray (CPIS group, n=20) or nothing (control group, n=19). There were no differences between baseline clinical characteristics between groups. Microcirculatory parameters assessed by dynamic nailfold videocapillaroscopy at resting and after 1 min ischemia (post-occlusive reactive hyperemia – PORH) were: basal functional capillary density (FCD), resting red blood cell velocity (RBCV), peak RBCV (RBCVmax) during PORH and time taken to reach it, as well as peak FCD. Results were obtained from DVDs analyzed by the CapImage® software by a trained researcher blinded to the stimulus received.

Results: Basal functional capillary density (FCD, cap/mm2) significantly increased in the CPIS group (19.2±9.2 to 21.6±9.5 or 12.2%, p = 0.005), as well as peak FCD (20.4±9.5 to 23.7±10.7, p=0.002), but not in the control group. Additionally, the CPIS group also showed an increase in RBCV (0.306±0.031 to 0.330±0.027 mm/s, p=0.005) and in RBCVmax (0.336±0.029 to 0.398±0.292 mm/s, p=0.005) while TRBCVmax decreased (4.9±1.5 to 3.5±1.2 s, p=0.01]. None of these microvascular variables changed significantly in the control group. Pancreatic polypeptide secretion was significantly increased in the CPIS group and positively correlated to the increase in basal functional capillary density (rho = 0.527, p=0.03).

Conclusion: The cephalic phase of digestion, expressing mainly endogenous physiological secretions and parasympathetic stimulation, without nutrient absorption bias, was associated to microvascular reactivity in healthy men, suggesting that microcirculation during this phase may play a key role in the physiology of digestion and glucose homeostasis.

42

Key-words: cephalic phase of digestion, insulin secretion, microvascular reactivity, functional capillary density Funding: The National Council for Scientific and Technological Development (CNPq). (141690/2008-9); The State of Rio de Janeiro Carlos Chagas Filho Research Foundation (FAPERJ); Financing Agency of Studies and Projects (FINEP) and Coordination for the Enhancement of Education Personnel (CAPES) ClinicalTrials.com ID: NCT01145027 *corresponding author

INTRODUCTION

The cephalic phase of digestion occurs before food consumption, lasting approximately

ten minutes(1-6). It results from the sight, smell, thought, or taste of food, and the greater the

appetite, the more intense is the stimulation(2). Neurogenic signals which originate in the cerebral

cortex and in appetite centers of the amygdala and hypothalamus are transmitted through the

vagus nerve to the stomach and pancreas. When the sensory stimuli reach the nucleus of the

solitary tract through neural transmission, by activation of vagal-efferent fibers, it elicits the

release of hormones from the endocrine pancreas. These released hormones through cephalic

phase reflexes are dependent on neural rather than nutrient-induced stimulation(6;7).

The cephalic phase of insulin secretion (CPIS) seems to have a fundamental role for the

establishment of normal glucose tolerance(3;8), as it is able to determine an increment on insulin

levels on pre-absorptive phase of digestion(9). This early secretion supposedly promotes tissue

sensitization to insulin and thus activation of membrane receptors which trigger the intracellular

signaling cascade, allowing the metabolic pathways for substrates from digestion and ATP

formation. Physiologically, CPIS is fundamental for nutrient digestion since it promotes an early

supply of insulin to tissues responsible for glucose metabolization(8), priming target tissues to the

metabolic action of insulin.

It has been described that insulin is able to promote capillary recruitment, peripheral

vasodilatation and regional blood flow increase(10-12). All available data result from exogenous,

yet in physiological levels, of insulin infusion. Increased nitric oxide (NO) bioavailability

secondary to insulin endothelial action is responsible for such actions(13). The hemodynamic

43

action of insulin is being considered fundamental for normal glucose tolerance. We have

previously published that microvascular dysfunction plays a role on glucose homeostasis(14) and

impaired capillary recruitment seems to be involved on insulin resistance due to impaired tissue

perfusion(15-17). Hence, hemodynamic and metabolic action of insulin are complementary and

coupled(18), promoting increased tissue perfusion and resultant glucose supply and its exposure on

target tissue, i.e. muscle; previously sub-perfused on its resting state(19).

Under basal conditions, vasomotion (the intermittent contraction of metarterioles and

precapillary sphincters every few seconds that leads blood to flow intermittently through

capillaries) appears to determine the extent of vasodilation of terminal arterioles and thus, the

extent to which a capillary bed is perfused. The most important factor that affects the degree of

opening and closing of metarterioles and precapillary sphincters is the tissue oxygen

concentration, but it has also been postulated that insulin may modulate their dilation or

constriction rate constantly, in order to extend the perfusion period (17).

Although hemodynamic effects of insulin have already been proved and well-

tested(18;20;21), studies investigating capillary recruitment due to endogenous human insulin

secretion are lacking and would definitely establish if real fine tune physiological insulin

secretion would act on the microvasculature. The objective of this study was to assess the

occurrence of capillary recruitment secondary to the cephalic phase of insulin secretion in healthy

male subjects.

METHODS

Study design, subjects and setting

This was a randomized clinical trial. Forty-eight healthy subjects aged between 18 and 30

years were selected after clinical and laboratorial assessment. The study was carried out in

Clinical and Experimental Research Laboratory on Vascular Biology at the State University of

Rio de Janeiro. Subjects went through a screening phase before being eligible to participate,

which consisted of clinical and biochemical assessment. All participants gave their written

44

informed consent. The study was approved by the institutional ethics committee. GPower 3.1.10

software was used for power analysis and sample size estimation. The statistical power for

comparisons between two dependent groups was above 0.8 with an α-error probability of 0.05

for functional capillary density, estimating a sample size of 14 per group.

On screening day one, subjects were asked about their medical history, family history of

diseases and eating habits. The anthropometrical assessment comprised measurements of weight,

height and percentage of body fat (Jackson and Pollock’s skin-fold thickness protocol(22)) by a

trained dietitian. Subjects who smoked, had high blood pressure (greater than or equal to 130 x

85 mmHg) or any clinical condition were not included in the study. Subjects with BMI lower or

higher than the limits of 18.5 - 24.9 kg/m2 were excluded and with BMI on the overweight range

(25.0 - 29.9 kg/m2) were included only if percentage of body fat was below average (<15%) for

male adults(22). On day two, after a 12-hour overnight fast, they went through biochemical

assessment. Fasting glucose and fasting insulin, haemogram, total cholesterol, triglycerides,

LDL-c, VLDL-c, HDL-c, alanine transaminase (ALT), aspartate transaminase (AST) and

creatinine were assessed. A 75-g oral glucose tolerance test was also performed. Subjects

presenting any degree of glucose intolerance according to ADA criteria(23), or any other altered

biochemical results, were excluded.

Forty-eight subjects were recruited. On the day of the trial, volunteers arrived at the

laboratory after a 12-h overnight fast. They were accommodated in a temperature-controlled

room (24 ± 1ºC), on the exam chair. Their blood pressure was checked using the standard

auscultatory method and a blood sample was drawn to assess basal levels of glucose, insulin, and

pancreatic polypeptide. After a 30-min acclimatization period, the experiment began. Subjects

underwent two nailfold videocapillaroscopies, with an interval of 10 minutes between them

(figure 1). During the interval, according to randomization, they were subjected to a sensorial

stimulus (CPIS group, n=24) or nothing (control group=24).

45

Figure 1. Trial design

Sensorial stimulation to trigger the cephalic phase of insulin secretion

The aim of the stimulus was to trigger the cephalic phase of insulin secretion. We have

used senses of sight and smell by placing in front of the volunteer a great looking breakfast tray,

where he could see and smell it continuously, but not eat it, except after the end of the exam.

Additionally, cognitive stimuli were attempted by stimulating thoughts and talking about the

volunteer’s food preferences.

A sugar-free chewing gum was also given to subjects presented to the sensorial stimulus

to elicit oral stimulation. A salivation marker (Shirmer Test Stripes, Ophtalmos) was used to

measure it during one minute at baseline and upon presentation of the stimulus (or at time 0 for

the control group). Blood samples were drawn at baseline and 3, 9 and 15 minutes after the

stimulus presentation (or after the end of the first videocapillaroscopy in the control group) for

assessing insulin and pancreatic polypeptide levels. This time frame was selected according to

literature evidence of insulin and pancreatic polypeptide peaks during the cephalic phase(24-26).

Glucose levels were also assessed for control basally and at minute 15.

46

Microvascular function assessment

Subjects were seated comfortably in a fixed, high-base chair with the left upper arm raised

at heart level. The forearm and hand (dorsal side up) were rested upon a pedestal and the fourth

finger supported on an acrylic base, 2 cm above the palm level, mounted on the x-y stage of a

three-eyepiece Leica DM/LM microscope (Wetzlar, Germany), equipped with an epiillumination

system (100 W Xenon lamp). A CCD video camera (Samsung, Seoul, South Korea) was coupled

to the microscope and connected to a DVD recorder (Samsung, Seoul, South Korea) and a Kodo

KBM1700E monitor (Seoul, South Korea). The fingertip was fixed to the acrylic base by a metal

loop to minimize movements. The skin temperature of the finger was monitored throughout the

examination with an YSI Precision 4000A digital thermometer (Dayton, U.S.A.) with the

thermistor probe taped within 1 cm proximal to the nailfold. A drop of mineral oil was spread

over the observation site to improve image quality by diminishing divergence of reflected light. A

pressure cuff (1 cm wide) was placed around the proximal phalanx and connected to a mercury

manometer. The exam was continuously recorded on DVDs for later measurements of

microcirculatory parameters using the CapImage software(27), always by the same observer

blinded to the stimulus (data entry records were codified, so at the time of analysis the observer

did not know to which group the patient was assigned).

Two different approaches were applied when recording the nailfold area, for which the

subjects were also randomized. The dynamic videocapillaroscopy recorded capillaries according

to a standardized, validated methodology on the fourth finger of the left hand(28;29), which

assesses functional capillary density (FCD), number of capillaries/unit tissue area (mm2) with

flowing red blood cells, using x250 magnification and an area of 3 mm of the distal row of

capillaries into the central portion of the nailfold. It also provides data on capillary diameters

[afferent (AF), apical (AP) and efferent (EF)], red blood cell velocity (RBCV) recorded at rest,

after 1 min arterial occlusion (RBCVmax) and the time taken to reach it (TRBCVmax) measured

with a final magnification of x680, before and during the post-occlusive reactive hyperemia

response. The other videocapillaroscopy method applied assesses only functional capillary

density (FCD). It has been validated and described elsewhere(30;31). Briefly, it estimates baseline

capillary density by counting the number of continuously erythrocyte-perfused capillaries during

47

a 15-second period. Post-occlusive reactive hyperemia is also used to assess capillary

recruitment after 4-min ischemia.

Skin microvascular blood flow

Laser Doppler instruments measure net red blood cell flux (in arbitrary units [PU]) as the

product of concentration of moving blood cells, and velocity, in a localized skin area of

approximately 1mm. The laser Doppler transmits low-power laser light (780 nm) to the tissue via

a fiber-optic probe and penetrates the skin into a depth of 0.4 to 1.0 mm. The extent of light

penetration allows evaluation of skin blood flow in capillaries, arterioles and venules, as well as

anastomosis of deeper blood vessels in the dermal layers of the skin. Thus, laser Doppler

flowmetry measures thermoregulatory (i.e., nonnutritive) skin blood flow (32). The laser Doppler

device was calibrated weekly against a PF1001 Motility Standard (Perimed AB, Stockholm,

Sweden), a colloidal suspension of latex particles, which provides a standardized perfusion value

equivalent to 250 arbitrary units ± 5%.

Skin microvascular vasomotion

Vasomotion was recorded throughout the experiment (approximately 30 minutes) using

laser Doppler Flowmetry, with the laser Doppler probe positioned at the dorsal side of the wrist

of the non-dominant arm. A bandpass filter with cut-off frequencies at 20 Hz and 20 kHz, and a

time constant of 0.2 s, was selected. Fast Fourier transform analysis was performed by means of

Perisoft dedicated software (PSW version 2.50, Perimed, Sweden) in order to determine the

contribution of different frequency components to the variability of the laser Doppler signal. On

the basis of recent studies(21;33), the frequency spectrum between 0.01 and 1.6 Hz was divided into

five frequency intervals which are respectively thought to contain: (1) endothelial (0.01–0.02

Hz); (2) neurogenic (0.02–0.06 Hz); (3) myogenic (0.06–0.15 Hz); (4) respiratory (0.15–0.4 Hz)

48

and (5) heart beat frequency (0.4–1.6 Hz) activities. The absolute amplitude variations within

each frequency band was analyzed, as well as normalized values, which are the interval mean

amplitude divided by the total spectrum mean amplitude(33).

Insulin Iontophoresis

All subjects were subjected, at the end of study protocol, to transdermal iontophoresis of

insulin [1.8 µl of solution: Humulin-R, Lilly, diluted (1/10) in deionized water], in order to check

their responses to exogenous insulin. The iontophoresis probe (PF-457) was placed on the

proximal side of the forearm, and insulin was delivered with a cathodal current during 12 doses

(0.2 mA for 20s) with 40s interval between each dose(34). Baseline skin blood flow was recorded

for 2 min before the protocol started. The increment in flow was calculated as percent increase of

area under the curve (AUC) subtracting baseline AUC from plateau AUC, reached in the last two

doses of insulin.

Laboratory Analyses

All laboratory measurements were performed in duplicate after a 12-h fast by an

automated method (Modular Analytics E 170 and P, Roche, Basel, Switzerland) except for

pancreatic polypeptide (PP), for which human enzyme-linked immunosorbent assay Kit

(Millipore, USA) was used. More specifically addressing the assays on the day of the trial, serum

insulin levels were analyzed by eletrochemiluminescence, plasma glucose levels by GOD-PAP

(enzymatic-colorimetric oxidase-peroxidase method) and serum PP by ELISA. Inter-assay

coefficients of variation were 10.6%, 1.1% and 8.5%, respectively.

49

Outcomes and Statistical analyses

The main outcomes of the trial were the differences between microvascular parameters

assessed pre- and post-stimulus, such as basal capillary density, peak capillary density at PORH,

afferent, efferent and apical diameters of the capillary loops, resting red blood cell velocity

(RBCV), peak RBCV during PORH (RBCVmax) and time taken to reach it (TRBCVmax) assessed

by nailfold videocapillaroscopy; and changes in non-nutritive microflow and vasomotion

frequencies assessed by laser-Doppler flowmetry. Increases in insulin, pancreatic polypeptide and

salivation were expected outcomes pointing to successful cephalic phase outcome.

All variables were checked for normality and appropriate tests were applied when

required. Clinical baseline variables had normal distribution and groups were compared using

Student T test. Most microvascular and biochemical outcomes were non-parametric. Differences

intra-groups pre- and post-stimulus were analyzed using Wilcoxon matched-pairs test and

repeated measures were analyzed using Friedman test followed by pos-hoc Dunn’s test.

Comparisons between groups were assessed through Mann-Whitney test. The significance level

adopted was 0.05. Results are presented as mean (standard deviation) unless stated otherwise.

RESULTS

Thirty-nine subjects, age 23.4±0.5 years, BMI 23.3±2.3 kg/m2 and body fat 13.6±5.2%,

were included in the analyses. At baseline, no significant differences in clinical characteristics

were noticed between the control and the experimental (CPIS) groups (table 1). Blood samples of

9 (18.7%) subjects [5 in the control and 4 in the CPIS group] were not assessed due to poor

sample quality. There were no differences between excluded and included subjects (data not

shown).

50

Table 1. Comparison of anthropometric and clinical characteristics between the control and

experimental (CPIS) groups at baseline.

Control Group (n=19)

CPIS Group (n=20)

Mean (SD) 95%CI Mean (SD) 95%CI

Age (y) 23.2 (2.7) 21.8 – 24.5 23.7 (3.4) 22.1 – 25.3

BMI (kg/m2) 23.3 (2.1) 22.3 – 24.3 23.3 (2.5) 22.1 – 24.5

Body Fat (%) 14.3 (5.1) 11.9 – 16.8 12.9 (5.3) 10.4 – 15.4

Waist Circumference (cm) 83 (5.3) 80.8 – 85.9 82.5 (6.6) 79.4 – 85.6

Fasting Glucose (mg/dl) 84 (5.3) 81.3 – 86.4 84 (5.8) 80.9 – 86.4

OGTT (mg/dl) 81 (18.6) 72.2 – 90.1 74 (18.8) 65.1 – 82.7

Insulin (µU /dl) 7 (2.3) 5.8 – 8.0 6 (1.9) 5.0 – 6.7

Total Cholesterol (mg/dl) 152 (29.0) 138.3 – 166.2 141 (26.4) 129.0 – 153.7

HDL-c (mg/dl) 49 (7.3) 46.2 – 53.2 48 (7.1) 45.0 – 51.6

LDL-c (mg/dl) 87 (24.6) 75.8 – 99.5 80 (25.2) 68.5 – 92.1

TG (mg/dl) 74 (29.0) 60.0 – 88.1 61 (17.4) 53.3 – 69.7

OGTT: oral glucose tolerance test; HDL-c: high density lipoprotein cholesterol; LDL-c: low density lipoprotein cholesterol; TG: triglycerides

Basal functional capillary density (FCD, cap/mm2) significantly increased in those

volunteers exposed to breakfast tray while it did not change in controls, respectively: 19.2±9.2 to

21.6±9.5 or 12.2% increment, p=0.005 and 15.6±9.9 to 16.1±9.9 or 3.2% increment, p=0.2. Peak

FCD during PORH increased in the CPIS group (20.4±9.5 to 23.7±10.7 cap/mm2, p=0.002) but

not in the control group (16.1±9.5 to 16.5±9.9 cap/mm2, p=0.38). Additionally, in the CPIS

group we could also demonstrate an increase in RBCV (0.306±0.031 to 0.330±0.027 mm/s,

p=0.005) and in RBCVmax (0.336±0.029 to 0.398±0.292 mm/s, p=0.005) while TRBCVmax

decreased (4.9±1.5 to 3.5±1.2 s, p=0.01). None of these microvascular variables changed in the

control group (table 2). No significant differences were detected between afferent, efferent and

apical diameters of capillary loops when analyzing data from the dynamic capillaroscopy. Skin

51

temperature of subjects, measured by the thermistor probe placed close to the recording site, did

not change significantly throughout the protocol (CPIS group, p=0.6; control group, p=0.5).

Table 2. Microcirculatory parameters in the control and experimental (CPIS) groups, pre- and

post-stimulus presentation.

Control Group

(n=19) CPIS Group

(n=20)

Pre Post Pre Post

Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD)

Resting FCD (cap/mm

2)

15.6 (9.9) 16.1 (9.9) 19.2 (9.2) 21.6 (9.5) a

PORH FCD (cap/mm

2)

16.5 (9.5) 16.5 (9.9) 20.4 (9.5) 23.7 (10.7) b

RBCV (mm/s)

0.329 (0.018) 0.328 (0.019) 0.306 (0.031) 0.330 (0.027) a

RBCVmax

(mm/s) 0.362 (0.021) 0.360 (0.023) 0.336 (0.029) 0.398 (0.030) a

TRBCVmax

(s)

3.7 (0.6) 3.8 (0.8) 4.9 (1.5) 3.5 (1.2) c

Peak Flow

(PU)

19.5 (9.0) 20.5 (11.0) 23.5 (14.3) 26.9 (15.8) c

FCD: functional capillary density; PORH: post-occlusive reactive hyperemia; RBCV: red blood cell velocity; RBCVmax: peak red blood cell velocity; TRBCVmax: time taken to reach RBCVmax; PU: perfusion units.

Differences pre- and post-stimulus: a p = 0.005; b p = 0.002; c p = 0.01

The assessment of blood flow by laser-Doppler flowmetry showed a significant increase

in peak flow (perfusion units) in the CPIS group (23.5±14.3 to 26.9±15.8, p=0.01), but not in the

control one (19.5±9.0 to 20.5±11.0, p=0.8) (table 2). Baseline peak flow was not different

between groups (p = 0.65). Vasomotion showed no significant differences in the frequency

intervals and total frequency spectrum between CPIS and control groups, respectively,

endothelial (0.97±0.79 vs. 0.85±0.35 PU/Hz, p=0.7), neurogenic (0.78±0.53 vs. 0.66±0.28

PU/Hz, p=0.9), myogenic (0.83±0.60 vs. 0.57±0.45 PU/Hz, p=0.1), respiratory (0.39±0.37 vs.

0.27±0.29 PU/Hz, p=0.3), heart beat (0.20±0.15 vs. 0.13±0.10 PU/Hz, p=0.1), and total

52

(58.3±42.5 vs. 41.3±31.3 PU/Hz, p=0.2) frequencies. These comparisons remained non-

significant after normalization of values(33). Microvascular responses to transdermal iontophoresis

of insulin were not different between CPIS and control groups, with both showing increments

respectively [as median (p25; p75)] of 126.5 (38.6; 354.4) % and 90.2 (34.3; 395.5) %, p=0.65.

Baseline biochemical markers of cephalic phase of insulin secretion were not significantly

different between control and CPIS groups. Respectively, insulin levels [as median (p25; p75)]

were 6 (5; 9) µU/ml and 6 (4; 8) µU/ml, p=0.7; and pancreatic polypeptide levels were 162.4

(72.3; 283.3) pg/ml and 439.6 (111.3; 1149.6) pg/ml, p = 0.08. From minute 3 to 15, when

markers were expected to rise, no significantly different changes were detected in insulin (table

3). However, PP significantly increased in the CPIS group while it remained unchanged in the

control one (median percentages: 2.4% and 0%, respectively; p=0.02). In addition, salivation, a

clinical marker of CPIS, which was also not different between groups at baseline (p=0.73)

significantly increased in the CPIS group but not in the control one (median percentages: 100%

and 0%, respectively; p<0.001). The groups showed no differences in glucose levels at 15

minutes (p=0.07).

Table 3. Changes in Markers of Cephalic Phase of Insulin Secretion, from minute 3 to 15.

Control Group (n=19)

CPIS Group (n=20)

Delta % Delta %

Median (p25; p75) Median (p25 ;p75) pa

Insulin (µU/ml)

0 (-1; 1) 0 (-17; 20) - 1 (-2; 1) -9 (-33; 20) 0.18

PP (pg/ml)

0.12 (-41; 15.3) 0 (-9.6; 4.5) 3.2 (-29; 32.3) 2.4 (-3.4; 6.3) 0.02

a Mann-Whitney Test Difference between groups; PP: Pancreatic Polypeptide

53

Analyses of correlation were performed in order to detect which changes in biochemical

markers of cephalic phase of pancreatic secretion were associated to changes in capillary

recruitment. These analyses revealed that changes in PP from minute 3 to 15 were positively

associated to changes in basal capillary density in the CPIS group (rho = 0.527, p=0.03), but not

in the control one (figure 2). PP results of four patients in each group did not reach the assay

sensitivity (12.3pg/mL) and were therefore excluded from the analyses, which did not

compromise balance between groups.

Figure 2. Spearman’s rank correlation between change in pancreatic polypeptide during

cephalic phase stimulation (minutes 3 – 15) and basal capillary density (BCD) between group

DISCUSSION

This study attempted to assess for the first time, to the best of our knowledge, the

association between physiological secretion of insulin during the cephalic phase of digestion and

microvascular reactivity in order to establish the involvement of microcirculation on human

physiology in the pre-absorptive phase of digestion. Our findings support that at pre-absorptive

stages of digestion there is not only an activation of gastro-intestinal endo- and exocrine

secretions but also, and concomitantly, an improvement of skin microflow. Although, for human

54

physiology, it seems to be evident the need of a higher amount of tissue perfusion to allow the

exchange of nutrients, until now there was no data demonstrating the microvascular role before

nutrients absorption. Rather than insulin, our data suggest that pancreatic polypeptide (PP) may

have a role in this phase.

In fact, one recent study in rats has shown that human PP evoked concentration-dependent

relaxation of mesenteric small arteries by activation of prejunctional neuropeptide Y1-like

receptors followed by release of calcitonin gene-related peptide and of endothelium-derived nitric

oxide (NO)(35). Another study in cats also provides evidence for a direct vascular action of

acetylcholine secondary to parasympathetic stimulation, as well as an indirect vasodilator effect

of vasoreactive intestinal peptide via NO formation(36). If the microcirculatory reactivity

demonstrated in our study is due to both effects, as well as some insulin action (although its rise

was not detected during cephalic phase) will be a subject of further investigation. But according

to our findings, possibly not only insulin(12) but other gastro-intestinal peptides, like PP, could

have their role on vascular tissue during cephalic phase of digestion.

The lack of rising of insulin levels on the experimental group was a disappointing

outcome. However, this was not unexpected, in light of previous and pioneering studies of

cephalic phase of insulin secretion, which have showed high-, low-, and negative responses of

insulin secretion to food sensorial stimulation in healthy subjects (2;37). The accentuated rise in PP

in the experimental group gives us evidence of successful stimulation of cephalic phase of

digestion. In fact, some studies show that even in the absence of insulin rise during cephalic

phase, PP increases(6). Its secretion is almost exclusively dependent on vagal stimulation, which

releases acetylcholine in the pancreatic islet cells, also promoting the secretion of insulin and

glucagon. The main clinical finding to assure that our experimental group was really stimulated

by the thought, sense or anticipation of food intake(9), corroborating the activation of

parasympathetic system, was the significant rise of exocrine secretion of the salivary glands.

The theoretical framework behind our study is that type 2 Diabetes Mellitus, metabolic

syndrome and abdominal obesity are clinical conditions with a common altered

pathophysiological key: reduced insulin sensitivity. Insulin resistance (IR) and its secondary

hyperinsulinaemia are known causal factors of endothelial and microvascular dysfunction(18). The

classical concept is that IR occurs primarily due to insulin receptor and post-receptor defects.

However, current evidence indirectly suggests that endothelial dysfunction may have reciprocal

55

cause-effect factor on IR not yet established(16). Consequently, there could be a pre-receptor

defect lowering insulin availability and hence substrate (mainly glucose) for the tissues(17).

Although the upcoming study in our research line is to assess possible microvascular

responsiveness disturbances due to cephalic phase of digestion in states of obesity and metabolic

syndrome, we first needed to assess it in healthy individuals.

Cutaneous blood flow is a dynamically fluctuating biological variable, which possesses

substantial spatial heterogeneity. Nonetheless, our results have demonstrated activation of

microcirculation in different sites assessed by distinct techniques, suggesting an involvement of

the microcirculation in the cephalic phase of digestion. Despite the fact that microcirculatory

assessment techniques in skin does not clearly expresses the physiological and

pathophysiological alterations displayed in muscle tissue, the inference of findings in cutaneous

tissue might bring new concepts in glucose homeostasis and its relation to microcirculation. As

wisely pointed out by Holowatz et. al.(38), cutaneous microvascular responses integrate neural,

endothelial and vascular smooth muscle contributions, and these complex interactions in vascular

signaling are the nature of in vivo human integrative physiology, regardless of the vascular bed is

being studied. Adding data to this point of view, we have previously demonstrated that

microvascular dysfunction tested on skin had a role on glucose homeostasis on women with

excessive adiposity but at non-glycemic milieu(14). In addition, the resulting increase in resting

functional capillary density following the sensorial stimulus is worth noting as a consequence of

the cephalic phase per se, apart from the compound stimulus involved in reactive hyperemia.

The confirmed involvement of microcirculation in the cephalic phase of digestion

observed in our study comes from the evidence of increased blood microflow and perfused

capillaries throughout different techniques applied. The assessment of nutritive skin

microcirculation by skin nailfold videocapillaroscopy was performed by two distinct methods

well-validated and used by research groups worldwide (15;30), in order to supply as many

parameters as possible for analyses, i.e. functional capillary density as well as the dynamic

assessment of capillaries microflow. Laser Doppler flowmetry measurements were applied for

analyses of flow at another site (wrist). Yet still measuring skin microvascular perfusion, laser

Doppler probes kept skin temperature constant, ruling out the possibility of having temperature as

a confounding factor on non-nutritive skin microflow. This technique confirmed the occurrence

of increased microflow following the sensorial stimulus. In addition, skin insulin iontophoresis

56

was performed on both groups at the end of the protocol. At this time point, we avoided

exogenous insulin disturbances on microvascular reactivity and confirmed that the healthy

volunteers, on both tested groups, had the same microvascular responsiveness to insulin. The lack

of differences in vasomotion between groups after the stimulus presentation may be due to the

absent response of insulin secretion in the CPIS group.

Physiologically, our results bring up an important novel finding but lacks to definitively

establish the role of endogenous insulin and its effect-cause relationship to microcirculatory

activation on the pre-absorptive phase of digestion and must be kept as a hypothesis, since the

clear exogenous insulin action on microcirculation at fasting state(17;21) has been already

described. This might be due to limitations in our study. A previous pilot protocol on the same

study subjects would have been useful to first assess responsiveness of subjects in terms of

insulin release to sensorial stimulus. Additionally, continuous blood sampling might also be

needed for more sensitive insulinemia measurements. Another possible explanation for the

improved microvascular reactivity observed is the effect of parasympathetic stimulus generated

by the sensorial stimulation of food, acting on microcirculation while it does so in exocrine

secretions of the gastro-intestinal tract(39). On the basis of our findings we might suggest that the

effect of endocrine secretions themselves, secondary to the same vagal stimulation(39), expressed

as pancreatic polypeptide, was positively correlated with an increase in basal capillary density. It

should be highlighted that our study was not designed to elucidate such mechanisms, and so,

according to our aims we demonstrated in humans for the first time that skin nutritive

microcirculation is activated even at pre-absorptive phase of digestion. Future protocols, perhaps

using unhealthy humans, especially those in states of insulin resistance should be tested to

establish the role of microvascular dysfunction and gastrointestinal peptides on this precocious

phase of microvascular reactivity and glucose homeostasis.

ACKNOWLEDGEMENTS

The authors wish to thank Diogo Silva Francisco, Yasmine Rangel Vieira, Monique Pacheco

Duarte Carneiro for excellent technical assistance.

57

REFERENCES

(1) Berthoud HR, Bereiter DA, Trimble ER, Siegel EG, Jeanrenaud B. Cephalic phase, reflex insulin secretion. Neuroanatomical and physiological characterization. Diabetologia 1981 Mar;20 Suppl:393-401.

(2) Bellisle F, Louis-Sylvestre J, Demozay F, Blazy D, Le MJ. Cephalic phase of insulin secretion and food stimulation in humans: a new perspective. Am J Physiol 1985 Dec;249(6 Pt 1):E639-E645.

(3) Bruce DG, Storlien LH, Furler SM, Chisholm DJ. Cephalic phase metabolic responses in normal weight adults. Metabolism 1987 Aug;36(8):721-5.

(4) Lucas F, Bellisle F, Di MA. Spontaneous insulin fluctuations and the preabsorptive insulin response to food ingestion in humans. Physiol Behav 1987;40(5):631-6.

(5) Ahren B. Autonomic regulation of islet hormone secretion--implications for health and disease. Diabetologia 2000 Apr;43(4):393-410.

(6) Teff K. Nutritional implications of the cephalic-phase reflexes: endocrine responses. Appetite 2000 Apr;34(2):206-13.

(7) Powley TL. The ventromedial hypothalamic syndrome, satiety, and a cephalic phase hypothesis. Psychol Rev 1977 Jan;84(1):89-126.

(8) Ahren B, Holst JJ. The cephalic insulin response to meal ingestion in humans is dependent on both cholinergic and noncholinergic mechanisms and is important for postprandial glycemia. Diabetes 2001 May;50(5):1030-8.

(9) Sahakian BJ, Lean ME, Robbins TW, James WP. Salivation and insulin secretion in response to food in non-obese men and women. Appetite 1981 Sep;2(3):209-16.

(10) Baron AD. Hemodynamic actions of insulin. Am J Physiol 1994 Aug;267(2 Pt 1):E187-E202.

(11) Liang C, Doherty JU, Faillace R, Maekawa K, Arnold S, Gavras H, et al. Insulin infusion in conscious dogs. Effects on systemic and coronary hemodynamics, regional blood flows, and plasma catecholamines. J Clin Invest 1982 Jun;69(6):1321-36.

(12) Vincent MA, Clerk LH, Lindner JR, Klibanov AL, Clark MG, Rattigan S, et al. Microvascular recruitment is an early insulin effect that regulates skeletal muscle glucose uptake in vivo. Diabetes 2004 Jun;53(6):1418-23.

(13) Muniyappa R, Quon MJ. Insulin action and insulin resistance in vascular endothelium. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2007 Jul;10(4):523-30.

58

(14) Kraemer-Aguiar LG, Maranhao PA, Sicuro FL, Bouskela E. Microvascular dysfunction: a direct link among BMI, waist circumference and glucose homeostasis in young overweight/obese normoglycemic women? Int J Obes (Lond) 2010 Jan;34(1):111-7.

(15) Kraemer-Aguiar LG, Maranhao PA, Cyrino FZ, Bouskela E. Waist circumference leads to prolonged microvascular reactive hyperemia response in young overweight/obese women. Microvasc Res 2010 Sep 15.

(16) Wiernsperger N, Nivoit P, de Aguiar LG, Bouskela E. Microcirculation and the metabolic syndrome. Microcirculation 2007 Jun;14(4-5):403-38.

(17) Barrett EJ, Eggleston EM, Inyard AC, Wang H, Li G, Chai W, et al. The vascular actions of insulin control its delivery to muscle and regulate the rate-limiting step in skeletal muscle insulin action. Diabetologia 2009 May;52(5):752-64.

(18) Kim JA, Montagnani M, Koh KK, Quon MJ. Reciprocal relationships between insulin resistance and endothelial dysfunction: molecular and pathophysiological mechanisms. Circulation 2006 Apr 18;113(15):1888-904.

(19) Coggins M, Lindner J, Rattigan S, Jahn L, Fasy E, Kaul S, et al. Physiologic hyperinsulinemia enhances human skeletal muscle perfusion by capillary recruitment. Diabetes 2001 Dec;50(12):2682-90.

(20) Baron AD, Steinberg HO, Chaker H, Leaming R, Johnson A, Brechtel G. Insulin-mediated skeletal muscle vasodilation contributes to both insulin sensitivity and responsiveness in lean humans. J Clin Invest 1995 Aug;96(2):786-92.

(21) Serne EH, Ijzerman RG, Gans RO, Nijveldt R, de VG, Evertz R, et al. Direct evidence for insulin-induced capillary recruitment in skin of healthy subjects during physiological hyperinsulinemia. Diabetes 2002 May;51(5):1515-22.

(22) Jackson AS, Pollock ML. Generalized equations for predicting body density of men. Br J Nutr 1978 Nov;40(3):497-504.

(23) ADA. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care 2004;27(suppl 1):S5-S10.

(24) Bellisle F, Louis-Sylvestre J, Demozay F, Blazy D, Le MJ. Reflex insulin response associated to food intake in human subjects. Physiol Behav 1983 Oct;31(4):515-21.

(25) Glasbrenner B, Bruckel J, Gritzmann R, Adler G. Cephalic phase of pancreatic polypeptide release: a valid test of autonomic neuropathy in diabetics? Diabetes Res Clin Pract 1995 Nov;30(2):117-23.

(26) Morricone L, Bombonato M, Cattaneo AG, Enrini R, Lugari R, Zandomenighi R, et al. Food-related sensory stimuli are able to promote pancreatic polypeptide elevation without evident cephalic phase insulin secretion in human obesity. Horm Metab Res 2000 Jun;32(6):240-5.

59

(27) Klyscz T, Junger M, Jung F, Zeintl H. [Cap image--a new kind of computer-assisted video image analysis system for dynamic capillary microscopy]. Biomed Tech (Berl) 1997 Jun;42(6):168-75.

(28) Kraemer de Aguiar LG, Laflor CM, Bahia L, Villela NR, Wiernsperger N, Bottino DA, et al. Metformin improves skin capillary reactivity in normoglycaemic subjects with the metabolic syndrome. Diabet Med 2007 Mar;24(3):272-9.

(29) Kraemer-Aguiar LG, Laflor CM, Bouskela E. Skin microcirculatory dysfunction is already present in normoglycemic subjects with metabolic syndrome. Metabolism 2008 Dec;57(12):1740-6.

(30) de Jongh RT, Ijzerman RG, Serne EH, Voordouw JJ, Yudkin JS, de Waal HA, et al. Visceral and truncal subcutaneous adipose tissue are associated with impaired capillary recruitment in healthy individuals. J Clin Endocrinol Metab 2006 Dec;91(12):5100-6.

(31) Serne EH, Stehouwer CD, ter Maaten JC, ter Wee PM, Rauwerda JA, Donker AJ, et al. Microvascular function relates to insulin sensitivity and blood pressure in normal subjects. Circulation 1999 Feb 23;99(7):896-902.

(32) Wipke-Tevis DD, Williams DA. Effect of oral hydration on skin microcirculation in healthy young and midlife and older adults. Wound Repair Regen 2007 Mar;15(2):174-85.

(33) Stefanovska A, Bracic M, Kvernmo HD. Wavelet analysis of oscillations in the peripheral blood circulation measured by laser Doppler technique. IEEE Trans Biomed Eng 1999 Oct;46(10):1230-9.

(34) Rossi M, Maurizio S, Carpi A. Skin blood flowmotion response to insulin iontophoresis in normal subjects. Microvasc Res 2005 Jul;70(1-2):17-22.

(35) Gradin KA, Li JY, Zhu H, Simonsen U. Blunted pancreatic polypeptide-induced vasodilatation in mesenteric resistance vessels from spontaneously hypertensive rats. Eur J Pharmacol 2008 Dec 28;601(1-3):118-23.

(36) Edwards AV, Garrett JR. Nitric oxide-related vasodilator responses to parasympathetic stimulation of the submandibular gland in the cat. J Physiol 1993 May;464:379-92.

(37) Sjostrom L, Garellick G, Krotkiewski M, Luyckx A. Peripheral insulin in response to the sight and smell of food. Metabolism 1980 Oct;29(10):901-9.

(38) Holowatz LA, Thompson-Torgerson CS, Kenney WL. The human cutaneous circulation as a model of generalized microvascular function. J Appl Physiol 2008 Jul;105(1):370-2.

(39) Zafra MA, Molina F, Puerto A. The neural/cephalic phase reflexes in the physiology of nutrition. Neurosci Biobehav Rev 2006;30(7):1032-44.

60

4.2 Artigo 2: Associações entre componentes alimentares e recrutamento capilar

LONG-TERM DIETARY INTAKE OF SELENIUM, CALCIUM AND DAIRY PRODUCTS IS ASSOCIATED WITH CAPILLARY RECRUITMENT IN HEALTHY YOUNG MEN Caroline Buss, Luiz Guilherme Kraemer-Aguiar*, Priscila Alves Maranhão, Carolina Marinho, Eliete Bouskela Clinical and Experimental Research Laboratory on Vascular Biology – BioVasc, Biomedical

Center, State University of Rio de Janeiro

ABSTRACT

Objectives: To identify associations between long-term (1 year) food intake and skin nutritive microvascular function in healthy subjects.

Design and Method: This was a cross-sectional study. A validated 88-item food-frequency questionnaire (FFQ) was administered to 39 healthy subjects aged 23.4±0.5 years, BMI 23.3±2.3 kg/m2 and 13.6±5.2% of body fat, who reported food intake during the last year and underwent a nailfold videocapillaroscopy exam. The main outcome variable was the increase in functional capillary recruitment (FCR), i.e., peak capillary density after post-occlusive reactive hyperemia subtracted from basal capillary density (caps/mm2). Microvascular parameters were obtained from DVDs analyzed by the CapImage® software. Associations between reported food intake and FCR were investigated.

Results: Daily average estimates of intake were: total energy (TE) (3745±1365 kcal), carbohydrates (60.1±5.9 % TE), lipids (22.1±4.4 % TE), proteins (17.8±4.1 % TE), fibers (33.9±18.5 g) and cholesterol (492.8±209.6 mg). Vitamin K, complex-B vitamins, calcium, magnesium and zinc intakes were above the dietary recommended values (DRIs), while anti-oxidant vitamins, such as C and E and minerals such as iron, copper and selenium were below DRIs. Positive significant correlations with capillary recruitment were found for selenium (as µg/d/1000kcal; rho=0.3412, p=0.038,) calcium (as mg/d/1000kcal; rho=0.3390, p=0.043), and percentage of TE from dairy (rho=0.3660, p=0.023).

Conclusion: Although being healthy, the sample presented poor dietary habits with high cholesterol intake and low intake of selected vitamins and minerals. Long-term intakes of selenium, calcium and dairy products were positively associated to capillary recruitment in skin nutritive microcirculation in healthy young men.

Key-words: food intake, capillary recruitment, functional capillary density Funding: National Counsel of Technological and Scientific Development (CNPq), (141690/2008-9); State Agency to Finance Research (FAPERJ) and Financing Agency of Studies and Projects (FINEP) *corresponding author

61

INTRODUCTION

The function of blood circulation is to service the needs of body tissues — to deliver

nutrients, to transport waste products away, to conduct hormones from one part to another, and,

in general, to maintain an appropriate environment for optimal survival and function of cells. It

is in the microcirculation where the most purposeful function of the circulation occurs: diffusion

of substances back and forth between blood and tissues(1).

The endothelium is a single layer of cells on the surface of the vascular wall. In response

to changes in the blood stream (shear stress, changes in lipid or hormone concentrations) it

secretes vasodilators (e.g. nitric oxide, prostacyclin) and vasoconstrictors (e.g. endothelin-1,

angiotensin II) to regulate vascular tone. The healthy endothelium is crucial for preventing early

steps in the development of diseases such as atherosclerosis and diabetes(2;3). Dietary factors

regularly ingested by healthy subjects have been associated to endothelial function, suggesting

that some antioxidant-rich food would highly influence endothelium homeostasis(4). Healthy

eating patterns such as the Mediterranean diet represent a therapeutic strategy to reduce

inflammation and associated metabolic and cardiovascular risks(5).

There are evidences that endothelial function may be altered within a few hours after

certain food items intake, suggesting that dietary factors are involved in the prevention and

progression of cardiovascular disease(2). It has been shown that pharmacological(6;7) and also non-

pharmacological(8;9) strategies are able to improve endothelial and microcirculatory function.

Non-pharmacological interventions such as physical activity, smoking cessation and nutritional

factors have been associated with enhanced vascular function(10). Among the latter, fatty acids,

anti-oxidants, L-arginine, folic acid and soy protein have been the most studied components of

diet(8;11).

The aim of this study was to assess, in healthy subjects, which nutrients regularly ingested

might exert some influence on microvascular function. In the absence of disease, the study of

such associations may add knowledge to prevention strategies regarding nutritional counseling, in

order to avoid early disturbances which might develop to microvascular dysfunction possibly

preventing cardiovascular disease and diabetes.

62

METHODS

This was a cross-sectional study. Thirty-nine healthy subjects aged between 18 and 30

years were included in the analyses. The study was carried out at the Clinical and Experimental

Laboratory on Vascular Biology at the State University of Rio de Janeiro. Before being enrolled,

the subjects went through a screening phase which consisted of clinical, biochemical and

anthropometrical assessment. During the clinical consultation they were asked about their

medical history, family history of diseases and eating habits. A validated(12) 88-item food-

frequency questionnaire (FFQ) was administered to assess eating habits during the last year. The

anthropometrical assessment included weight, height and estimated the percentage of body fat

through Jackson and Pollock’s skin-fold thickness protocol(13). Subjects who smoked or had high

blood pressure (greater than or equal to 140 x 90 mmHg) were not included in the study. Subjects

with BMI lower or higher than the following limits of 18.5 - 24.9 kg/m2 were excluded but those

classified as overweight (25.0 – 29.9 kg/m2) with a body fat below 15% were included. All

participants gave their written informed consent. The study was approved by the institutional

ethics committee.

On screening day two, after a 12-hour overnight fast, the subjects went through a

biochemical assessment. Fasting glucose, insulin, haemogram, total cholesterol, triglycerides,

LDL-c, VLDL-c, HDL-c, alanine transaminase, aspartate transaminase and creatinine were

assessed. A 75-g oral glucose tolerance test was also performed. Subjects with any altered

biochemical results were not included in the study. On the day of the exam, volunteers arrived at

the laboratory after a 12-h overnight fast. They were accommodated in a temperature-controlled

room (24 ± 1ºC), on the exam chair. Their blood pressure was checked using the standard

auscultatory method. After a 30-min acclimatization period, the experiment began. The subjects

underwent a nailfold videocapillaroscopy exam, by two different methods.

The dynamic nailfold videocapillaroscopy recorded the capillaries according to a

standardized, validated methodology on the fourth finger of the left hand(7;14), which assesses

functional capillary density [(FCD), number of capillaries/unit/tissue area (mm2) with flowing red

blood cells], using x250 magnification and an area of 3 mm of the distal row of capillaries into

the central portion of the nailfold. It also provides data on capillary diameters [afferent (AF),

63

apical (AP) and efferent (EF)], red blood cell velocity (RBCV) recorded at rest, after 1 min

arterial occlusion (RBCVmax) and the time taken to reach it (TRBCVmax) measured with a final

magnification of x680, before and during the post-occlusive reactive hyperemia response. The

other videocapillaroscopy method applied assesses only functional capillary density (FCD) at the

dorsal of the fourth finger. It has been validated and well-described elsewhere(15;16). Briefly, it

estimates baseline capillary density by counting the number of continuously erythrocyte-perfused

capillaries during a 15-second period. Post-occlusive reactive hyperemia is also used to assess

capillary recruitment after 4-min ischemia.

Daily intake of macro and micronutrients was calculated as reported in the FFQ(17), using

AvaNutri® software (AvaNutri, Brasil), which uses Brazilian Food Composition Table

Database(18). The subjects were asked about their eating habits during the last 12 months. For the

analyses of correlations among food intake and microvascular parameters, the relative intake of

nutrients per 1000kcal was calculated. The main outcome variable was the increase in functional

capillary recruitment (FCR), i.e., peak capillary density after PORH subtracted from basal

capillary density (caps/mm2). Spearman’s rank correlation was performed due to non-parametric

distribution of FCR, and significance level was set at 0.05 for all analyses.

RESULTS

Thirty-nine subjects were included in the analyses. Their mean±SD age was 23.4±0.5

years, BMI 23.3±2.3 kg/m2 and body fat 13.6±5.2%. All clinical and anthropometrical

characteristics fell into expected range for healthy men (table 1). Assessment of food intake

revealed an energy intake of 3745±1365 kcal/d. Carbohydrates, proteins and lipids intakes were

within the recommended proportions of total energy intake (TEI), respectively 60.1±5.9 %,

17.8±4.1 % and 22.1±4.4 % (table 2). On the counterpart, the proportion of different types of fat,

cholesterol and fiber intake did not meet recommended values. Cholesterol intake was

492.8±209.6 mg/d, almost 2.5 times higher than the recommended 200 mg/d.

64

Table 1. Anthropometrical and biochemical variables of 39 healthy men.

Mean (SD) Reference values for age

and gender(19;20)

Age (y) 23.4 0.5 (18 – 30)

BMI (kg/m2) 23.3 2.3 18.5 – 24.9

Body Fat (%) 13.6 5.2 15

Waist Circumference (cm) 82.9 5.9 < 94

Fasting Glucose (mg/dl) 83.7 5.5 75 – 99

OGTT (mg/dl) 77.4 18.8 < 140

Insulin (mU/dl) 6.3 2.1 2 – 13

Total Cholesterol (mg/dl) 146.7 27.9 < 200

HDL-c (mg/dl) 49.0 7.1 ≥ 40

LDL-c (mg/dl) 83.9 24.9 <100

TG (mg/dl) 67.6 24.3 < 150

Table 2. Daily food intake of macronutrients and fiber as reported in the FFQ, 39 healthy men.

Mean (SD) Reference values for age

and gender(20;21)

Energy (kcal/d) 3745 1365 2880 - 3200

Carbohydrates (% TEI) 60.1 5.9 45 - 65

Protein (% TEI) 17.8 4.1 10 - 35

Fat (% TEI) 22.1 4.4 20 - 35

Saturated fat (% TEI) 14.6 3.6 < 7

Polyunsaturated fat (% TEI) 2.7 0.9 Up to 10

Monounsaturated fat (% TEI) 6.3 1.5 Up to 20

Cholesterol (mg/d) 492.8 209.6 < 200

Fiber (g/d) 33.9 18.5 38

TEI: Total Energy Intake

65

The assessment of micronutrients intake revealed some nutritional discrepancies (table 3).

Vitamin K, complex-B vitamins, calcium, magnesium and zinc intakes met the dietary

recommended values (DRIs), with median (p25 – p75) respective daily intake of 414.6 (305.6 –

539.7) µg/d; 2.2 (1.6 – 3.2) mg/d – thiamin, 2.6 (2.1 – 3.6) mg/d - riboflavin, 1.4 (1.1 – 1.8) mg/d

– vitamin B6; 1063.9 (714.1 – 1538.8) mg/d; 660.0 (476.6 – 785.2) mg/d and 15.8 (13.5 – 22.1)

mg/d. Anti-oxidant vitamins, such as C and E did not meet the DRIs, as well as minerals such as

iron, copper and selenium. Sodium daily intake was estimated in 3.2 g/d, twice as high as the

recommended 1.5 g/d.

Table 3. Daily food intake of micronutrients as reported in the FFQ, 39 healthy men.

Median (p25-p75) Reference values for age

and gender(21)

Vitamin A (µg/d) 731.0 (242.3 – 1276.5) 900

Vitamin C (mg/d) 77.5 (35.6 – 190.9) 90

Vitamin D (µg/d) 1.7 (0.8 – 3.4) 5

Vitamin E (mg/d) 3.5 (2.5 – 5.6) 15

Vitamin K (µg/d) 414.6 (305.6 – 539.7) 120

Thiamin (mg/d) 2.2 (1.6 – 3.2) 1.2

Riboflavin (mg/d) 2.6 (2.1 – 3.6) 1.3

Vitamin B6 (mg/d) 1.4 (1.1 – 1.8) 1.3

Calcium (mg/d) 1063.9 (714.1 – 1538.8) 1000

Copper (µg/d) 770 (450 – 920) 900

Iron (mg/d) 6.9 (4.1 – 9.5) 8

Magnesium (mg/d) 660.0 (476.6 – 785.2) 400

Selenium (µg/d) 19.1 (13.4 – 24.6) 55

Zinc (mg/d) 15.8 (13.5 – 22.1) 11

Sodium (g/d) 3.2 (2.3 – 4.5) 1.5

66

When correlations of the increase in functional capillary recruitment (FCR) were

assessed, no macronutrients (as percentage of TEI) showed statistically significant associations

with it. On the other hand, two micronutrients showed positive significant correlations with

capillary recruitment, selenium (as µg/d/1000kcal; rho=0.3412, p=0.038,) and calcium (as

mg/d/1000kcal; rho=0.3390, p=0.043). When proportion of intake of different food groups (as

percentage of TEI) was assessed, the only group presenting statistically significant association

with capillary recruitment was dairy products (rho=0.3660, p=0.023 - figure 1).

DISCUSSION

This study assessed long-term food intake and its associations with microvascular

function in a sample of healthy young men. Although energy and macronutrients consumption

fell into expected ranges, intakes of different fat types, cholesterol, fiber and selected

micronutrients did not meet recommendations for their age group. Positive associations between

intakes of selenium, calcium and dairy products and functional capillary recruitment (FCR) were

found.

General distribution of macronutrients was in accordance with recommended ranges. The

types of fat consumed, however, showed a poor distribution of polyunsaturated, monounsaturated

and saturated fat, with excessive intake of the latter. This finding most likely reflects the kind of

food consumed by the sample, mainly composed by college students. High-frequencies of fast-

food and ready-to-eat meals were reported in the FFQ, which may also corroborate observed

excessive intake of cholesterol and sodium. One might also find the reported energy intake

somewhat excessive, but this may not be the case since levels of physical activity varied within

the sample, mostly being moderately physically active (data not shown).

67

Figure 1. Correlations with functional capillary recruitment (FCR - caps/mm2) with daily intake

of (a) selenium, (b) calcium and (c) dairy products [as percentage of total energy intake

(TEI)].

(a)

(b)

(c)

68

The assessment of micronutrients intake probably reflected their food choices. Subjects’

reported intakes of vitamin K, complex-B vitamins, calcium, magnesium and zinc were

satisfactory. These micronutrients main sources in the diet are, respectively, green leafy

vegetables, peas, tuna canned in oil; ready-to-eat cereals, sweet potato, rice, wheat flour, beef,

chicken, tuna; dairy; nuts, seeds, spinach, soybeans, beans; and meat, seafood, ready-to-eat

cereals(22). However, consumption of anti-oxidant vitamins, such as C and E, associated to fruits,

vegetables and nuts were below dietary recommended intakes (DRIs). Also, iron, copper and

selenium reported intakes failed to meet the DRIs. Their main sources in the diet are meat,

enriched flour; seafood, nuts; and Brazil nuts, fish, turkey; respectively(22).

The overall assessment of dietary intake allows us to state that, although being healthy,

these subjects present poor nutritional habits. Their food intake is meeting their energy

requirement, but on the basis of low nutrient-dense foods, i. e., a lot of calories and not enough

vitamins and minerals. It is worth noting that many of the subjects reported a shift in their eating

habits concomitantly with their entrance in college. Leaving their families’ house, relying on

themselves to cook or make food choices have apparently disrupted their dietary intake. These

transitional phases in life may lead young people to drop their healthy habits, and without proper

guidance, begin the route of development of diseases later in life.

This study aimed to assess, in a healthy sample, which dietary factors might be related to

microvascular function. Although not meeting the DRI, selenium intake was positively associated

with FCR. The essential function of selenium in humans is protection against oxidative damage,

mediated by 25 selenoproteins that contain this mineral in the form of selenocysteine, including

glutathione peroxidase(23). A recent review(24) points out the anti-inflammatory effects secondary

to selenium intake or supplementation. Since oxidative stress plays a causative role in the

development of endothelial function, the study of nutrients directly involved in oxidative

protection has emerged in the past decades. However, few studies have evaluated selenium intake

effect on microvascular function in healthy subjects. A recent study by Hawkes and co-workers

(2009)(23) on selenium supplementation in healthy men suggests that a suboptimal intake of

selenium and antioxidants can impair endothelial function and increase the risk of cardiovascular

disease, but that a supranutritional intake confers no additional benefit on microvascular

responsiveness(25).

69

Correlations found between calcium intake as well as dairy products consumption and

FCR were also positive ones. These are naturally closely related, since dietary calcium main

sources are dairy products. Nevertheless, different factors might be involved in these

associations. Dietary calcium has been well established as an antihypertensive agent(26), due to

calcium involvement in normal muscle contraction and relaxation and, thus, in vascular

resistance and blood pressure control. For this function, supplementation of calcium has been

shown not be as effective as dietary calcium intake(27), and this might be related to other bioactive

components of milk(28). Some biological activities of milk proteins and peptides include

immunomodulatory (immunopeptides), hypotensive – angiotensin I-converting enzyme inhibition

(lactokinins, casokinins), antioxidant (peptides derived from α-lactalbumin and β-lactoglobulin),

hypocholesterolemic (peptides derived from β-lactoglobulin) and antithrombotic (casoplatelin)

properties(28). These physiological effects have been observed in vitro or in animal models(29) and

human clinical studies are limited, as well as their effect on microvascular response.

This study has limitations. Its observational design fails to establish a causative effect of

such nutrients on functional capillary recruitment. Notwithstanding, these associations are in

accordance with evidence describing selenium, calcium and dairy intakes positive overall effect

on improving markers of cardiovascular risk, such as oxidative stress and hypertension(28;29). If

they definitely possess actions towards vascular responsiveness remains to be elucidated with

further, accordingly designed investigations. One limitation regarding food intake report is over-

estimation characteristic of FFQs(30). We did not observe any extremely high intake in this

sample, and even high reported energy intakes might be feasible due to age and gender of

subjects. If over-estimation might have occurred, food intake of vitamins and minerals may be

even lower, drawing attention to the unhealthy eating profile of this sample. Moreover, in

comparison with short-term food records, which might provide a more accurate intake report, the

FFQ provides a better approximation of the habitual diet over a longer period(30).

This study observed positive associations between intakes of selenium, calcium and dairy

products and functional capillary recruitment on skin nutritive microcirculation in a sample of

healthy young men. Future assessments of dietary patterns, i. e. identification of main food

groups consumed in an individual’s diet, may additionally identify other associations, taking into

account the synergy among food components ingested. Further studies may also clarify the

mechanisms involved with these specific nutrients and microvascular responsiveness.

70

REFERENCES

(1) Pradhan RK, Chakravarthy VS. Informational dynamics of vasomotion in microvascular networks: a review. Acta Physiol (Oxf) 2010 Sep 30.

(2) West SG. Effect of diet on vascular reactivity: an emerging marker for vascular risk. Curr Atheroscler Rep 2001 Nov;3(6):446-55.

(3) Muniyappa R, Quon MJ. Insulin action and insulin resistance in vascular endothelium. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2007 Jul;10(4):523-30.

(4) Kay CD, Kris-Etherton PM, West SG. Effects of antioxidant-rich foods on vascular reactivity: review of the clinical evidence. Curr Atheroscler Rep 2006 Nov;8(6):510-22.

(5) Esposito K, Ciotola M, Giugliano D. Mediterranean diet, endothelial function and vascular inflammatory markers. Public Health Nutr 2006 Dec;9(8A):1073-6.

(6) de Aguiar LG, Bahia LR, Villela N, Laflor C, Sicuro F, Wiernsperger N, et al. Metformin improves endothelial vascular reactivity in first-degree relatives of type 2 diabetic patients with metabolic syndrome and normal glucose tolerance. Diabetes Care 2006 May;29(5):1083-9.

(7) Kraemer de Aguiar LG, Laflor CM, Bahia L, Villela NR, Wiernsperger N, Bottino DA, et al. Metformin improves skin capillary reactivity in normoglycaemic subjects with the metabolic syndrome. Diabet Med 2007 Mar;24(3):272-9.

(8) Cuevas AM, Germain AM. Diet and endothelial function. Biol Res 2004;37(2):225-30.

(9) Ribeiro MM, Silva AG, Santos NS, Guazzelle I, Matos LN, Trombetta IC, et al. Diet and exercise training restore blood pressure and vasodilatory responses during physiological maneuvers in obese children. Circulation 2005 Apr 19;111(15):1915-23.

(10) Wang J, Widlansky ME. Lifestyle choices and endothelial function: risk and relevance. Curr Vasc Pharmacol 2009 Apr;7(2):209-24.

(11) Sudano I, Spieker LE, Hermann F, Flammer A, Corti R, Noll G, et al. Protection of endothelial function: targets for nutritional and pharmacological interventions. J Cardiovasc Pharmacol 2006;47 Suppl 2:S136-S150.

(12) Sichieri R, Everhart JE. Validity of a Brazilian food frequency questionnaire against dietary recalls and estimated energy intake. Nutrition Research 1998;18(10):1649-59.

(13) Jackson AS, Pollock ML. Generalized equations for predicting body density of men. Br J Nutr 1978 Nov;40(3):497-504.

71

(14) Kraemer-Aguiar LG, Laflor CM, Bouskela E. Skin microcirculatory dysfunction is already present in normoglycemic subjects with metabolic syndrome. Metabolism 2008 Dec;57(12):1740-6.

(15) de Jongh RT, Ijzerman RG, Serne EH, Voordouw JJ, Yudkin JS, de Waal HA, et al. Visceral and truncal subcutaneous adipose tissue are associated with impaired capillary recruitment in healthy individuals. J Clin Endocrinol Metab 2006 Dec;91(12):5100-6.

(16) Serne EH, Stehouwer CD, ter Maaten JC, ter Wee PM, Rauwerda JA, Donker AJ, et al. Microvascular function relates to insulin sensitivity and blood pressure in normal subjects. Circulation 1999 Feb 23;99(7):896-902.

(17) Buss C, Nunes MA, Camey S, Manzolli P, Soares RM, Drehmer M, et al. Dietary fibre intake of pregnant women attending general practices in southern Brazil--the ECCAGE Study. Public Health Nutr 2009 Sep;12(9):1392-8.

(18) Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas - USP. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. http://www fcf usp br/tabela 2007

(19) ADA. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care 2004;27(suppl 1):S5-S10.

(20) Expert Panel on Detection EaToHBCiA. Executive Summary of the Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III) final report. Circulation 2002 Dec 17;106(25):3143-421.

(21) Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids. Washington, D.C.: The National Academy Press; 2005.

(22) Agricultural Department Service. Reports by single nutrients SR-23. United States Department of Agriculture 2010 September 30 [cited 2010 Nov 15];Available from: URL: http://www.ars.usda.gov/Services/docs.htm?docid=20958

(23) Hawkes WC, Laslett LJ. Selenium supplementation does not improve vascular responsiveness in healthy North American men. Am J Physiol Heart Circ Physiol 2009 Feb;296(2):H256-H262.

(24) Bressan J, Hermsdorff HH, Zulet MA, Martinez JA. [Hormonal and inflammatory impact of different dietetic composition: emphasis on dietary patterns and specific dietary factors]. Arq Bras Endocrinol Metabol 2009 Jul;53(5):572-81.

(25) Maranhao PA, Koury JC, Oliveira CL, Kuschnir MCC, Vieira YR, Souza MGC, et al. Brazil nuts consumption positively influenced lipid metabolism and microvascular dysfunction function in obese adolescents. American Journal of Clinical Nutritional (submitted) . 2010.

72

(26) McCarron DA, Reusser ME. Finding consensus in the dietary calcium-blood pressure debate. J Am Coll Nutr 1999 Oct;18(5 Suppl):398S-405S.

(27) Miller GD, DiRienzo DD, Reusser ME, McCarron DA. Benefits of dairy product consumption on blood pressure in humans: a summary of the biomedical literature. J Am Coll Nutr 2000 Apr;19(2 Suppl):147S-64S.

(28) Ebringer L, Ferencik M, Krajcovic J. Beneficial health effects of milk and fermented dairy products--review. Folia Microbiol (Praha) 2008;53(5):378-94.

(29) Erdmann K, Cheung BW, Schroder H. The possible roles of food-derived bioactive peptides in reducing the risk of cardiovascular disease. J Nutr Biochem 2008 Oct;19(10):643-54.

(30) Erkkola M, Karppinen M, Javanainen J, Rasanen L, Knip M, Virtanen SM. Validity and reproducibility of a food frequency questionnaire for pregnant Finnish women. Am J Epidemiol 2001 Sep 1;154(5):466-76.

73

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apresentados neste estudo trazem novas evidências ao estudo da

microcirculação humana e suas interações com o sistema digestivo e consumo alimentar. A fase

cefálica da digestão, fisiologicamente fundamental para o apropriado processamento e absorção

de nutrientes, parece ter influência sobre, ou ter como mecanismo envolvido, a microcirculação.

A hipótese inicial deste estudo, de que a insulina secretada nesta fase teria ações hemodinâmicas,

não teve suporte definido, seja pela ausência de efeito ou de detecção da sua variação. Contudo, o

polipeptídeo pancreático surgiu como um novo mediador neste processo, Se sua ação é

diretamente voltada ao endotélio, ou se sua correlação com a microcirculação é apenas fruto do

aumento secundário ao estímulo cefálico que pode estar atuando concomitantemente sobre a

microcirculação, será objeto de investigação futura.

Acredita-se que estes resultados tenham plausibilidade biológica, pois se as secreções,

tanto endócrinas quanto exócrinas, liberadas nesta fase têm o intuito de promover o processo

digestivo, para isto também é necessário um maior fluxo sangüíneo com maior perfusão tecidual

e maior aporte de substratos e secreções endócrinas aos tecidos. É importante ressaltar que esta

pesquisa trouxe evidências claras, e através de diferentes métodos de medidas, do aumento de

fluxo microvascular e recrutamento capilar na fase cefálica da digestão. O estudo da

microcirculação cutânea, mesmo não sendo um tecido-alvo para a atividade das secreções

liberadas durante a fase cefálica da digestão, apresenta boa correlação com outros leitos capilares,

e seus resultados são bem aceitos na literatura.

O aumento observado da densidade capilar funcional em repouso no grupo experimental

parece ter ocorrido secundariamente ao estímulo da fase cefálica. Deve-se ressaltar que a função

microvascular é muitas vezes estudada em termos do aumento do número de capilares

perfundidos após isquemia, concomitantemente com algum estímulo exógeno, por exemplo,

infusão de insulina. Diversos fatores estão envolvidos no recrutamento capilar nestes casos,

dificultando a separação do efeito da isquemia e estímulo. Neste estudo, a densidade capilar

funcional em estado basal foi maior após a apresentação do estímulo sensorial, representando o

aumento secundário à fase cefálica per se.

74

A correlação encontrada entre o aumento da secreção de polipeptídeo pancreático no

grupo experimental e o aumento da densidade capilar funcional é um achado inédito no estudo da

microcirculação humana. Estudos em animais já demonstraram efeitos vasodilatadores do

polipeptídeo, via estímulo da liberação de óxido nítrico derivado do endotélio. No presente

trabalho, contudo, a própria acetilcolina, também liberada pela ativação parassimpática na fase

cefálica, pode estar atuando sobre a microcirculação cutânea. Não podendo ser elucidado nesta

pesquisa, devido ao desenho do estudo, os mecanismos por trás deste achado serão objeto de

investigações futuras.

Futuramente, também, o mesmo protocolo será aplicado em indivíduos obesos, ou em

estados de resistência insulínica. Se, nestes indivíduos, a microcirculação não apresentar

responsividade à estimulação sensorial nesta fase precoce da digestão, pode residir aí um mais

um possível mecanismo fisiopatológico da homeostase glicêmica. O presente trabalho pretende,

assim, ser uma semente, para a geração de hipóteses, para a multiplicação futura dos

conhecimentos acerca da fisiologia e fisiopatologia de interações dos sistemas microvascular,

endócrino e digestivo.

A avaliação descritiva do consumo alimentar de jovens saudáveis e sua relação com a

atividade microcirculatória também trouxe evidências relevantes, de que mesmo em indivíduos

saudáveis, a função microvascular pode estar relacionada com fatores relacionados ao estilo de

vida, neste caso, o consumo alimentar. A ingestão de selênio e cálcio, bem como de produtos

lácteos, tem sido associada há muitas décadas, com proteção anti-oxidante e redução da pressão

arterial sistêmica, e nosso estudo, adiciona mais um dado positivo a estes achados, relacionando-

os positivamente ao recrutamento capilar. Embora nossos dados sejam provenientes de um estudo

observacional, acreditamos que estes achados acrescentam conhecimento à literatura médica

principalmente aos campos de estudo em prevenção da disfunção microvascular, a qual está

precocemente envolvida na fisiopatologia das doenças cardio-metabólicas.

75

REFERÊNCIAS

(1) Shimokawa H, Yasutake H, Fujii K, Owada MK, Nakaike R, Fukumoto Y, et al. The importance of the

hyperpolarizing mechanism increases as the vessel size decreases in endothelium-dependent relaxations in rat mesenteric circulation. J Cardiovasc Pharmacol 1996 Nov;28(5):703-11.

(2) Bundgaard M. Functional implications of structural differences between consecutive segments of microvascular endothelium. Microcirc Endothelium Lymphatics 1988 Apr;4(2):113-42.

(3) Pohl U, De WC. A Unique Role of NO in the Control of Blood Flow. News Physiol Sci 1999 Apr;14:74-80.

(4) Frame MD, Sarelius IH. Regulation of capillary perfusion by small arterioles is spatially organized. Circ Res 1993 Jul;73(1):155-63.

(5) Ijzerman RG, de Jongh RT, Beijk MA, van Weissenbruch MM, Delemarre-van de Waal HA, Serne EH, et al. Individuals at increased coronary heart disease risk are characterized by an impaired microvascular function in skin. Eur J Clin Invest 2003 Jul;33(7):536-42.

(6) Antonios TF, Kaski JC, Hasan KM, Brown SJ, Singer DR. Rarefaction of skin capillaries in patients with anginal chest pain and normal coronary arteriograms. Eur Heart J 2001 Jul;22(13):1144-8.

(7) Pasqui AL, Puccetti L, Di RM, Bruni F, Camarri A, Palazzuoli A, et al. Structural and functional abnormality of systemic microvessels in cardiac syndrome X. Nutr Metab Cardiovasc Dis 2005 Feb;15(1):56-64.

(8) Sax FL, Cannon RO, III, Hanson C, Epstein SE. Impaired forearm vasodilator reserve in patients with microvascular angina. Evidence of a generalized disorder of vascular function? N Engl J Med 1987 Nov 26;317(22):1366-70.

(9) Struijker-Boudier HA, Crijns FR, Stolte J, van EH. Assessment of the microcirculation in cardiovascular disease. Clin Sci (Lond) 1996 Aug;91(2):131-9.

(10) Rendell MS, Milliken BK, Banset EJ, Finnegan M, Stanosheck C, Terando JV. The effect of chronic hypertension on skin blood flow. J Hypertens 1996 May;14(5):609-14.

(11) Serne EH, Ijzerman RG, Gans RO, Nijveldt R, de VG, Evertz R, et al. Direct evidence for insulin-induced capillary recruitment in skin of healthy subjects during physiological hyperinsulinemia. Diabetes 2002 May;51(5):1515-22.

(12) Tooke JE, Lins PE, Ostergren J, Adamson U, Fagrell B. The effects of intravenous insulin infusion on skin microcirculatory flow in Type 1 diabetes. Int J Microcirc Clin Exp 1985;4(1):69-83.

(13) de Jongh RT, Serne EH, Ijzerman RG, de VG, Stehouwer CD. Impaired microvascular function in obesity: implications for obesity-associated microangiopathy, hypertension, and insulin resistance. Circulation 2004 Jun 1;109(21):2529-35.

(14) Kraemer-Aguiar LG, Laflor CM, Bouskela E. Skin microcirculatory dysfunction is already present in normoglycemic subjects with metabolic syndrome. Metabolism 2008 Dec;57(12):1740-6.

(15) Kraemer de Aguiar LG, Laflor CM, Bahia L, Villela NR, Wiernsperger N, Bottino DA, et al. Metformin improves skin capillary reactivity in normoglycaemic subjects with the metabolic syndrome. Diabet Med 2007 Mar;24(3):272-9.

76

(16) de Aguiar LG, Bahia LR, Villela N, Laflor C, Sicuro F, Wiernsperger N, et al. Metformin improves endothelial vascular reactivity in first-degree relatives of type 2 diabetic patients with metabolic syndrome and normal glucose tolerance. Diabetes Care 2006 May;29(5):1083-9.

(17) Antonios TF, Kaski JC, Hasan KM, Brown SJ, Singer DR. Rarefaction of skin capillaries in patients with anginal chest pain and normal coronary arteriograms. Eur Heart J 2001 Jul;22(13):1144-8.

(18) Ijzerman RG, de Jongh RT, Beijk MA, van Weissenbruch MM, Delemarre-van de Waal HA, Serne EH, et al. Individuals at increased coronary heart disease risk are characterized by an impaired microvascular function in skin. Eur J Clin Invest 2003 Jul;33(7):536-42.

(19) Wiernsperger N, Nivoit P, de Aguiar LG, Bouskela E. Microcirculation and the metabolic syndrome. Microcirculation 2007 Jun;14(4-5):403-38.

(20) Serne EH, de Jongh RT, Eringa EC, Ijzerman RG, Stehouwer CD. Microvascular dysfunction: a potential pathophysiological role in the metabolic syndrome. Hypertension 2007 Jul;50(1):204-11.

(21) Guyton AC, Hall JE. Textbook of Medical Physiology. Philadelphia: 2006.

(22) Zafra MA, Molina F, Puerto A. The neural/cephalic phase reflexes in the physiology of nutrition. Neurosci Biobehav Rev 2006;30(7):1032-44.

(23) Powley TL. Vagal circuitry mediating cephalic-phase responses to food. Appetite 2000 Apr;34(2):184-8.

(24) D'Alessio DA, Kieffer TJ, Taborsky GJ, Jr., Havel PJ. Activation of the parasympathetic nervous system is necessary for normal meal-induced insulin secretion in rhesus macaques. J Clin Endocrinol Metab 2001 Mar;86(3):1253-9.

(25) Teff KL, Townsend RR. Early phase insulin infusion and muscarinic blockade in obese and lean subjects. Am J Physiol 1999 Jul;277(1 Pt 2):R198-R208.

(26) Ahren B, Holst JJ. The cephalic insulin response to meal ingestion in humans is dependent on both cholinergic and noncholinergic mechanisms and is important for postprandial glycemia. Diabetes 2001 May;50(5):1030-8.

(27) Ramirez I, Tordoff MG, Friedman MI. Satiety from fat? Adverse effects of intestinal infusion of sodium oleate. Am J Physiol 1997 Nov;273(5 Pt 2):R1779-R1785.

(28) Richardson CT, Feldman M. Salivary response to food in humans and its effect on gastric acid secretion. Am J Physiol 1986 Jan;250(1 Pt 1):G85-G91.

(29) Pedersen AM, Bardow A, Jensen SB, Nauntofte B. Saliva and gastrointestinal functions of taste, mastication, swallowing and digestion. Oral Dis 2002 May;8(3):117-29.

(30) Konturek SJ, Konturek JW. Cephalic phase of pancreatic secretion. Appetite 2000 Apr;34(2):197-205.

(31) Berthoud HR, Bereiter DA, Trimble ER, Siegel EG, Jeanrenaud B. Cephalic phase, reflex insulin secretion. Neuroanatomical and physiological characterization. Diabetologia 1981 Mar;20 Suppl:393-401.

(32) Bellisle F, Louis-Sylvestre J, Demozay F, Blazy D, Le MJ. Cephalic phase of insulin secretion and food stimulation in humans: a new perspective. Am J Physiol 1985 Dec;249(6 Pt 1):E639-E645.

(33) Bruce DG, Storlien LH, Furler SM, Chisholm DJ. Cephalic phase metabolic responses in normal weight adults. Metabolism 1987 Aug;36(8):721-5.

77

(34) Lucas F, Bellisle F, Di MA. Spontaneous insulin fluctuations and the preabsorptive insulin response to food ingestion in humans. Physiol Behav 1987;40(5):631-6.

(35) Ahren B. Autonomic regulation of islet hormone secretion--implications for health and disease. Diabetologia 2000 Apr;43(4):393-410.

(36) Teff K. Nutritional implications of the cephalic-phase reflexes: endocrine responses. Appetite 2000 Apr;34(2):206-13.

(37) Sjostrom L, Garellick G, Krotkiewski M, Luyckx A. Peripheral insulin in response to the sight and smell of food. Metabolism 1980 Oct;29(10):901-9.

(38) Bruce DG, Chisholm DJ, Storlien LH, Kraegen EW. Physiological importance of deficiency in early prandial insulin secretion in non-insulin-dependent diabetes. Diabetes 1988 Jun;37(6):736-44.

(39) Calles-Escandon J, Robbins DC. Loss of early phase of insulin release in humans impairs glucose tolerance and blunts thermic effect of glucose. Diabetes 1987 Oct;36(10):1167-72.

(40) Mitrakou A, Kelley D, Mokan M, Veneman T, Pangburn T, Reilly J, et al. Role of reduced suppression of glucose production and diminished early insulin release in impaired glucose tolerance. N Engl J Med 1992 Jan 2;326(1):22-9.

(41) Teff KL, Engelman K. Oral sensory stimulation improves glucose tolerance in humans: effects on insulin, C-peptide, and glucagon. Am J Physiol 1996 Jun;270(6 Pt 2):R1371-R1379.

(42) Bruttomesso D, Pianta A, Mari A, Valerio A, Marescotti MC, Avogaro A, et al. Restoration of early rise in plasma insulin levels improves the glucose tolerance of type 2 diabetic patients. Diabetes 1999 Jan;48(1):99-105.

(43) Teff KL, Mattes RD, Engelman K, Mattern J. Cephalic-phase insulin in obese and normal-weight men: relation to postprandial insulin. Metabolism 1993 Dec;42(12):1600-8.

(44) Karhunen LJ, Lappalainen RI, Niskanen LK, Turpeinen AK, Uusitupa MI. Determinants of the cephalic-phase insulin response in obese nondiabetic subjects. Metabolism 1996 Feb;45(2):168-73.

(45) Reaven GM. Role of insulin resistance in human disease. Diabetes 1988;37:1595-607.

(46) Richardson DK, Kashyap S, Bajaj M, Cusi K, Mandarino SJ, Finlayson J, et al. Lipid infusion decreases the expression of nuclear encoded mitochondrial genes and increases the expression of extracellular matrix genes in human skeletal muscle. J Biol Chem 2005 Mar 18;280(11):10290-7.

(47) Baron AD. Hemodynamic actions of insulin. Am J Physiol 1994 Aug;267(2 Pt 1):E187-E202.

(48) Liang C, Doherty JU, Faillace R, Maekawa K, Arnold S, Gavras H, et al. Insulin infusion in conscious dogs. Effects on systemic and coronary hemodynamics, regional blood flows, and plasma catecholamines. J Clin Invest 1982 Jun;69(6):1321-36.

(49) Vincent MA, Clerk LH, Lindner JR, Klibanov AL, Clark MG, Rattigan S, et al. Microvascular recruitment is an early insulin effect that regulates skeletal muscle glucose uptake in vivo. Diabetes 2004 Jun;53(6):1418-23.

(50) Coggins M, Lindner J, Rattigan S, Jahn L, Fasy E, Kaul S, et al. Physiologic hyperinsulinemia enhances human skeletal muscle perfusion by capillary recruitment. Diabetes 2001 Dec;50(12):2682-90.

78

(51) Kim JA, Montagnani M, Koh KK, Quon MJ. Reciprocal relationships between insulin resistance and endothelial dysfunction: molecular and pathophysiological mechanisms. Circulation 2006 Apr 18;113(15):1888-904.

(52) Baron AD, Steinberg HO, Chaker H, Leaming R, Johnson A, Brechtel G. Insulin-mediated skeletal muscle vasodilation contributes to both insulin sensitivity and responsiveness in lean humans. J Clin Invest 1995 Aug;96(2):786-92.

(53) Andersen P, Henriksson J. Capillary supply of the quadriceps femoris muscle of man: adaptive response to exercise. J Physiol 1977 Sep;270(3):677-90.

(54) Barrett EJ, Eggleston EM, Inyard AC, Wang H, Li G, Chai W, et al. The vascular actions of insulin control its delivery to muscle and regulate the rate-limiting step in skeletal muscle insulin action. Diabetologia 2009 May;52(5):752-64.

(55) Serne EH, Ijzerman RG, Gans RO, Nijveldt R, de VG, Evertz R, et al. Direct evidence for insulin-induced capillary recruitment in skin of healthy subjects during physiological hyperinsulinemia. Diabetes 2002 May;51(5):1515-22.

(56) de Jongh RT, Clark AD, Ijzerman RG, Serne EH, de VG, Stehouwer CD. Physiological hyperinsulinaemia increases intramuscular microvascular reactive hyperaemia and vasomotion in healthy volunteers. Diabetologia 2004 Jun;47(6):978-86.

(57) Vincent MA, Barrett EJ, Lindner JR, Clark MG, Rattigan S. Inhibiting NOS blocks microvascular recruitment and blunts muscle glucose uptake in response to insulin. Am J Physiol Endocrinol Metab 2003 Jul;285(1):E123-E129.

(58) Vincent MA, Dawson D, Clark AD, Lindner JR, Rattigan S, Clark MG, et al. Skeletal muscle microvascular recruitment by physiological hyperinsulinemia precedes increases in total blood flow. Diabetes 2002 Jan;51(1):42-8.

(59) Rattigan S, Clark MG, Barrett EJ. Hemodynamic actions of insulin in rat skeletal muscle: evidence for capillary recruitment. Diabetes 1997 Sep;46(9):1381-8.

(60) Clerk LH, Vincent MA, Jahn LA, Liu Z, Lindner JR, Barrett EJ. Obesity blunts insulin-mediated microvascular recruitment in human forearm muscle. Diabetes 2006 May;55(5):1436-42.

(61) Sjostrand M, Gudbjornsdottir S, Holmang A, Lonn L, Strindberg L, Lonnroth P. Delayed transcapillary transport of insulin to muscle interstitial fluid in obese subjects. Diabetes 2002 Sep;51(9):2742-8.

(62) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Rio de Janeiro, Brasil.: 2010.

(63) Popkin BM. The nutrition transition: an overview of world patterns of change. Nutr Rev 2004 Jul;62(7 Pt 2):S140-S143.

(64) Adams KF, Schatzkin A, Harris TB, Kipnis V, Mouw T, Ballard-Barbash R, et al. Overweight, obesity, and mortality in a large prospective cohort of persons 50 to 71 years old. N Engl J Med 2006 Aug 24;355(8):763-78.

(65) Hubert HB, Feinleib M, McNamara PM, Castelli WP. Obesity as an independent risk factor for cardiovascular disease: a 26-year follow-up of participants in the Framingham Heart Study. Circulation 1983 May;67(5):968-77.

79

(66) Manson JE, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC, Rosner B, Monson RR, et al. A prospective study of obesity and risk of coronary heart disease in women. N Engl J Med 1990 Mar 29;322(13):882-9.

(67) Kip KE, Marroquin OC, Kelley DE, Johnson BD, Kelsey SF, Shaw LJ, et al. Clinical importance of obesity versus the metabolic syndrome in cardiovascular risk in women: a report from the Women's Ischemia Syndrome Evaluation (WISE) study. Circulation 2004 Feb 17;109(6):706-13.

(68) Tooke JE, Goh KL. Endotheliopathy precedes type 2 diabetes. Diabetes Care 1998 Dec;21(12):2047-9.

(69) Hsueh WA, Lyon CJ, Quinones MJ. Insulin resistance and the endothelium. Am J Med 2004 Jul 15;117(2):109-17.

(70) Grundy SM, Cleeman JI, Daniels SR, Donato KA, Eckel RH, Franklin BA, et al. Diagnosis and management of the metabolic syndrome. An American Heart Association/National Heart, Lung, and Blood Institute Scientific Statement. Executive summary. Cardiol Rev 2005 Nov;13(6):322-7.

(71) Kuller LH, Velentgas P, Barzilay J, Beauchamp NJ, O'Leary DH, Savage PJ. Diabetes mellitus: subclinical cardiovascular disease and risk of incident cardiovascular disease and all-cause mortality. Arterioscler Thromb Vasc Biol 2000 Mar;20(3):823-9.

(72) DECODE Study Group. Glucose tolerance and cardiovascular mortality: comparison of fasting and 2-hour diagnostic criteria. Arch Intern Med 2001 Feb 12;161(3):397-405.

(73) Nielson C, Lange T, Hadjokas N. Blood glucose and coronary artery disease in nondiabetic patients. Diabetes Care 2006 May;29(5):998-1001.

(74) Singleton JR, Smith AG, Russell JW, Feldman EL. Microvascular complications of impaired glucose tolerance. Diabetes 2003 Dec;52(12):2867-73.

(75) Jorneskog G, Kalani M, Kuhl J, Bavenholm P, Katz A, Allerstrand G, et al. Early microvascular dysfunction in healthy normal-weight males with heredity for type 2 diabetes. Diabetes Care 2005 Jun;28(6):1495-7.

(76) Caballero AE, Arora S, Saouaf R, Lim SC, Smakowski P, Park JY, et al. Microvascular and macrovascular reactivity is reduced in subjects at risk for type 2 diabetes. Diabetes 1999 Sep;48(9):1856-62.

(77) Balletshofer BM, Rittig K, Enderle MD, Volk A, Maerker E, Jacob S, et al. Endothelial dysfunction is detectable in young normotensive first-degree relatives of subjects with type 2 diabetes in association with insulin resistance. Circulation 2000 Apr 18;101(15):1780-4.

(78) Kraemer-Aguiar LG, Maranhao PA, Cyrino FZ, Bouskela E. Waist circumference leads to prolonged microvascular reactive hyperemia response in young overweight/obese women. Microvasc Res 2010 Sep 15.

(79) van Leiden HA, Dekker JM, Moll AC, Nijpels G, Heine RJ, Bouter LM, et al. Blood pressure, lipids, and obesity are associated with retinopathy: the hoorn study. Diabetes Care 2002 Aug;25(8):1320-5.

(80) de Jongh PE, Verhave J.C., Pinto-Siestma S.J., Hillege H.L. Obesity and target organ damage: the kidney. Int J Obes Relat Metab Disord 2002;26(suppl 4):S21-S24.

(81) Kenchaiah S, Evans JC, Levy D, Wilson PW, Benjamin EJ, Larson MG, et al. Obesity and the risk of heart failure. N Engl J Med 2002 Aug 1;347(5):305-13.

80

(82) Park SW, Lee CW, Kim HS, Lee NH, Young D, Hong MK, et al. Effects of cilostazol on angiographic restenosis after coronary stent placement. American Journal of Cardiology 2000;86(5):499-503.

(83) FitzGerald DJ, Catella F, Roy L, FitzGerald GA. Marked platelet activation in vivo after intravenous streptokinase in patients with acute myocardial infarction. Circulation 1988 Jan;77(1):142-50.

(84) Monnier L, Follea G, Mirouze J. Antithrombin III deficiency in diabetes mellitus: influence on vascular degenerative complications. Horm Metab Res 1978 Nov;10(6):470-3.

(85) Takahashi H, Tsuda A, Tatewaki W, Wada K, Niwano H, Shibata A. Activation of blood coagulation and fibrinolysis in diabetes mellitus: evaluation by plasma levels of thrombin-antithrombin III complex and plasmin-alpha 2-plasmin inhibitor complex. Thromb Res 1989 Sep 15;55(6):727-35.

(86) Collen D, Lijnen HR. Fibrin-specific fibrinolysis. Ann N Y Acad Sci 1992 Dec 4;667:259-71.

(87) Juhan-Vague I, Morange P, Christine AM. Fibrinolytic function and coronary risk. Curr Cardiol Rep 1999 Jul;1(2):119-24.

(88) Garg R, Kumbkarni Y, Aljada A, Mohanty P, Ghanim H, Hamouda W, et al. Troglitazone reduces reactive oxygen species generation by leukocytes and lipid peroxidation and improves flow-mediated vasodilatation in obese subjects. Hypertension 2000 Sep;36(3):430-5.

(89) Ghanim H, Garg R, Aljada A, Mohanty P, Kumbkarni Y, Assian E, et al. Suppression of nuclear factor-kappaB and stimulation of inhibitor kappaB by troglitazone: evidence for an anti-inflammatory effect and a potential antiatherosclerotic effect in the obese. J Clin Endocrinol Metab 2001 Mar;86(3):1306-12.

(90) Griendling KK, FitzGerald GA. Oxidative stress and cardiovascular injury: Part I: basic mechanisms and in vivo monitoring of ROS. Circulation 2003 Oct 21;108(16):1912-6.

(91) Ceriello A, Motz E. Is oxidative stress the pathogenic mechanism underlying insulin resistance, diabetes, and cardiovascular disease? The common soil hypothesis revisited. Arterioscler Thromb Vasc Biol 2004 May;24(5):816-23.

(92) Dandona P, Aljada A. Advances in diabetes for the millennium: diabetes and the endothelium. MedGenMed 2004;6(3 Suppl):6.

(93) Szmitko PE, Wang CH, Weisel RD, de A, Jr., Anderson TJ, Verma S. New markers of inflammation and endothelial cell activation: Part I. Circulation 2003 Oct 21;108(16):1917-23.

(94) Mohanty P, Ghanim H, Hamouda W, Aljada A, Garg R, Dandona P. Both lipid and protein intakes stimulate increased generation of reactive oxygen species by polymorphonuclear leukocytes and mononuclear cells. Am J Clin Nutr 2002 Apr;75(4):767-72.

(95) Aljada A, Ghanim H, Mohanty P, Syed T, Bandyopadhyay A, Dandona P. Glucose intake induces an increase in activator protein 1 and early growth response 1 binding activities, in the expression of tissue factor and matrix metalloproteinase in mononuclear cells, and in plasma tissue factor and matrix metalloproteinase concentrations. Am J Clin Nutr 2004 Jul;80(1):51-7.

(96) Dandona P, Aljada A, Mohanty P, Ghanim H, Hamouda W, Assian E, et al. Insulin inhibits intranuclear nuclear factor kappaB and stimulates IkappaB in mononuclear cells in obese subjects: evidence for an anti-inflammatory effect? J Clin Endocrinol Metab 2001 Jul;86(7):3257-65.

(97) Dandona P, Mohanty P, Ghanim H, Aljada A, Browne R, Hamouda W, et al. The suppressive effect of dietary restriction and weight loss in the obese on the generation of reactive oxygen species by

81

leukocytes, lipid peroxidation, and protein carbonylation. J Clin Endocrinol Metab 2001 Jan;86(1):355-62.

(98) West SG. Effect of diet on vascular reactivity: an emerging marker for vascular risk. Curr Atheroscler Rep 2001 Nov;3(6):446-55.

(99) Cuevas AM, Germain AM. Diet and endothelial function. Biol Res 2004;37(2):225-30.

(100) Bressan J, Hermsdorff HH, Zulet MA, Martinez JA. [Hormonal and inflammatory impact of different dietetic composition: emphasis on dietary patterns and specific dietary factors]. Arq Bras Endocrinol Metabol 2009 Jul;53(5):572-81.

(101) Kay CD, Kris-Etherton PM, West SG. Effects of antioxidant-rich foods on vascular reactivity: review of the clinical evidence. Curr Atheroscler Rep 2006 Nov;8(6):510-22.

(102) Song Y, Li TY, van Dam RM, Manson JE, Hu FB. Magnesium intake and plasma concentrations of markers of systemic inflammation and endothelial dysfunction in women. Am J Clin Nutr 2007 Apr;85(4):1068-74.

(103) Signori LU, Vargas da Silva AM, la Mea PR, Geloneze B, Moreno H, Jr., Bello-Klein A, et al. Reduced venous endothelial responsiveness after oral lipid overload in healthy volunteers. Metabolism 2008 Jan;57(1):103-9.

(104) Tzemos N, Lim PO, Wong S, Struthers AD, MacDonald TM. Adverse cardiovascular effects of acute salt loading in young normotensive individuals. Hypertension 2008 Jun;51(6):1525-30.

(105) Wycherley TP, Brinkworth GD, Keogh JB, Noakes M, Buckley JD, Clifton PM. Long-term effects of weight loss with a very low carbohydrate and low fat diet on vascular function in overweight and obese patients. J Intern Med 2009 Oct 6.

(106) Grassi D, Mulder TP, Draijer R, Desideri G, Molhuizen HO, Ferri C. Black tea consumption dose-dependently improves flow-mediated dilation in healthy males. J Hypertens 2009 Apr;27(4):774-81.

(107) Esposito K, Ciotola M, Giugliano D. Mediterranean diet, endothelial function and vascular inflammatory markers. Public Health Nutr 2006 Dec;9(8A):1073-6.

(108) Sari I, Baltaci Y, Bagci C, Davutoglu V, Erel O, Celik H, et al. Effect of pistachio diet on lipid parameters, endothelial function, inflammation, and oxidative status: a prospective study. Nutrition 2010 Apr;26(4):399-404.

(109) Sichieri R, Everhart JE. Validity of a Brazilian food frequency questionnaire against dietary recalls and estimated energy intake. Nutrition Research 1998;18(10):1649-59.

(110) Jackson AS, Pollock ML. Generalized equations for predicting body density of men. Br J Nutr 1978 Nov;40(3):497-504.

(111) ADA. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care 2004;27(suppl 1):S5-S10.

(112) Geloneze B, Repetto EM, Geloneze SR, Tambascia MA, Ermetice MN. The threshold value for insulin resistance (HOMA-IR) in an admixtured population IR in the Brazilian Metabolic Syndrome Study. Diabetes Res Clin Pract 2006 May;72(2):219-20.

(113) de Jongh RT, Ijzerman RG, Serne EH, Voordouw JJ, Yudkin JS, de Waal HA, et al. Visceral and truncal subcutaneous adipose tissue are associated with impaired capillary recruitment in healthy individuals. J Clin Endocrinol Metab 2006 Dec;91(12):5100-6.

82

(114) Serne EH, Stehouwer CD, ter Maaten JC, ter Wee PM, Rauwerda JA, Donker AJ, et al. Microvascular function relates to insulin sensitivity and blood pressure in normal subjects. Circulation 1999 Feb 23;99(7):896-902.

(115) Riva C, Ross B, Benedek GB. Laser Doppler measurements of blood flow in capillary tubes and retinal arteries. Invest Ophthalmol 1972 Nov;11(11):936-44.

(116) Leahy MJ, de Mul FF, Nilsson GE, Maniewski R. Principles and practice of the laser-Doppler perfusion technique. Technol Health Care 1999;7(2-3):143-62.

(117) Stefanovska A, Bracic M, Kvernmo HD. Wavelet analysis of oscillations in the peripheral blood circulation measured by laser Doppler technique. IEEE Trans Biomed Eng 1999 Oct;46(10):1230-9.

(118) Rossi M, Maurizio S, Carpi A. Skin blood flowmotion response to insulin iontophoresis in normal subjects. Microvasc Res 2005 Jul;70(1-2):17-22.

(119) Singh P, Mailbach H. Iontophoresis: an alternative to the use of carries in cutaneous drug delivery. Adv Drug Rev 1996;18:379-94.

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo