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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE TURISMO
JEANNE VIANA DE SOUSA
MUSEU DO CEARÁ: BUSCANDO O PERFIL DO TURISTA QUE PROCURA ESTE EQUIPAMENTO.
FORTALEZA
2013
1
JEANNE VIANA DE SOUSA
MUSEU DO CEARÁ: BUSCANDO O PERFIL DO TURISTA QUE PROCURA ESTE EQUIPAMENTO.
Trabalho apresentado à banca examinadora do Curso de Turismo da Faculdade Cearense – FAC, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Turismo.
Orientador: Prof. Mansueto Brilhante
FORTALEZA
2013
2
Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima CRB-3/1274
S725m Sousa, Jeanne Viana de
Museu do Ceará: buscando o perfil do turista que procura este
equipamento / Jeanne Viana de Sousa. – 2013.
50f. Il.
Orientador: Profº. Mansueto Brilhante.
Trabalho de Conclusão de curso (graduação) – Faculdade
Cearense, Curso de Turismo, 2013.
1. Turismo cultural. 2. Economia. 3. Sazonalidade. I
Brilhante, Mansueto. II. Título
CDU 338.485
3
JEANNE VIANA DE SOUSA
MUSEU DO CEARÁ
Trabalho apresentado à banca examinadora do Curso de Turismo da Faculdade Cearense – FAC, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Turismo.
Data da Aprovação ___/___/___
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
Mansueto da Silva Brilhante (Orientador)
Jacqueline Holanda Tomaz de Oliveira
Paula Roberta de Oliveira Leite
5
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, que iluminou meu caminho durante essa caminhada, me
dando forças para nunca desistir.
A minha família, em especial a minha mãe Maria Marly Viana que sempre contribuiu
para realização e concretização dos meus estudos e consequentemente, dos meus
sonhos, dedicando-se abnegadamente para me proporcionar sempre o melhor.
Aos meus professores que passaram pelo meu caminho acadêmico contribuindo
para a minha formação.
Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado e que sempre torceram pelo
meu crescimento profissional.
Ao meu supervisor Ricardo Duarte que sempre acreditou em mim, no meu trabalho,
e sei que o aprendizado que foi me passado por ele, vou levar comigo durante toda
a minha vida profissional.
Ao meu orientador Professor Mansueto Brilhante que me deu todo o apoio para a
realização dessa pesquisa. Obrigado pela paciência, e incentivo na execução desse
trabalho.
A todos, que direto ou indiretamente contribuíram para que esse trabalho fosse
realizado.
6
“O segredo não é cuidar das borboletas, é cuidar do seu jardim para que elas venham até você”. (Willian Shakespeare)
7
RESUMO
Está pesquisa tem como objeto de estudo o Museu do Ceará. Este trabalho fundamentou-se em uma metodologia onde foi feito uma abordagem histórica, a realização de entrevista com os visitantes, e o levantamento dos dados coletados com o intuito de descobrir o perfil do visitante que procura esse equipamento turístico. O intuito desta pesquisa é apostar no turismo cultural como um dos fatores diferenciado capaz de possibilitar o fortalecimento da economia e a minimizar a sazonalidade turística do Estado do Ceará. Espera-se ter colaborado através desse estudo como o desenvolvimento do potencial turístico desse equipamento, chegando a inclui-lo nas rotas do turismo cultural da cidade de Fortaleza, e contribuído para identificas os possíveis entraves que impossibilitam a viabilidade deste projeto.
PALAVRAS-CHAVES: Turismo Cultural, economia, sazonalidade.
8
ABSTRACT
This research aims to study the Museum of Ceará. This work was based on a methodology which was made a historical approach, conducting interviews with visitors, and survey data collected in order to find out the profile of the visitor looking for that tourist equipment. The purpose of this research is to bet on cultural tourism as one of the factors that may allow different strengthening the economy and minimize the seasonality of tourist state of Ceará. Expected to have collaborated through this study as the development of the tourism potential of this equipment, it includes reaching the routes of cultural tourism in the city of Fortaleza, and contributed to identify the possible barriers which hamper the viability of this project.
KEY WORDS: Cultural tourism, economy, seasonality.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
QUADRO 1: Atividades realizadas no âmbito do turismo cultural ........................ 16 QUADRO 2: Movimentação Turística no Ceará. .................................................. 21 QUADRO 3: Museus no mundo e o número de visitantes. .................................. 25 QUADRO 4:Principais Museus Brasileiros com Potencial Turístico. .................... 27 QUADRO 5: Quantidade de Museus por unidade da Federação. ........................ 30 FIGURA 1: Palacete do Senador Alencar (Museu do Ceará) .............................. 32 FIGURA 2: Parte interna do Museu do Ceará, destacando o estilo neoclássico.. 33 FIGURA 3: Sala de Exposição Temática. (Memorial Frei Tito de Alencar) ......... 34 FIGURA 4: Sala de Exposição Temática. (Fortaleza: Imagens da Cidade) ........ 34 FIGURA 5: Sala de Exposição Temática. (Povos Indígenas) .............................. 35 FIGURA 6: Sala de Exposição Temática. (Arte da Escrita) ................................. 35 FIGURA 7: Sala de Exposição Temática. (Escravidão e Abolição Negra) .......... 36 FIGURA 8: Sala de Exposição Temática. (Arqueologia Cearense) ..................... 36 FIGURA 9: Sala de Exposição Temática. (Símbolos e Emblemas do Poder) ..... 37 FIGURA 10: Sala de Exposição Temática. (Placas e Plantas de Fortaleza) ....... 37 FIGURA 11: Sala de Exposição Temática. (Caldeirão 80 anos) ......................... 38
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
OMT – Organização Mundial do Turismo.
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
SETUR – Secretária de Turismo do Estado do Ceará.
IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus.
SECULT/CE – Secretária de Cultura do Ceará.
SETFOR – secretária de Turismo de Fortaleza.
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2 TURISMO E CULTURA .................................................................................... 14
2.1 Patrimônio Cultural ...................................................................................... 18
2.2 Atividades Turísticas no Ceará ................................................................... 20
3 MEMÓRIAS E IDENTIDADE ............................................................................ 24
3.1 Museus .......................................................................................................... 25
3.2 Museus no Brasil .......................................................................................... 30
4 MUSEU DO CEARÁ ......................................................................................... 32
5 ANÁLISE DE DADOS ....................................................................................... 39
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 47
APÊNDICE ........................................................................................................... 49
12
1 INTRODUÇÃO
O hábito de viajar vem desde a antiguidade onde os nobres viajavam com
o propósito de adquirir status sociais, tornando uma atividade turística com o passar
dos anos.
Dentre os tipos de turismo há o Turismo de Aventura, Turismo Rural,
Ecoturismo, Turismo Religioso, Turismo Cultural dentre outros.
O Turismo Cultural é um dos segmentos turísticos onde seu atrativo
principal e a cultura e o patrimônio. O turista tem interesse não somente na
diversidade natural que muitas vezes o local tem a oferecer, mais na sua história,
seus costumes sua crença, suas manifestações artísticas, a sua história.
Um dos produtos associados ao Turismo Cultural cita-se os Museus,
locais que guardam a memória e a historia, que pode ser contada através de seus
objetos expostos.
Pretende-se com esse trabalho monográfico identificar o perfil do público
visitante do Museu do Ceará. O objetivo principal é mapear e definir o perfil dessa
demanda, como objetivos específicos de identificar o sexo, faixa etária, estado civil,
formação, profissão, mostrando as características mais presentes.
A pesquisa inicial foi baseada em fontes bibliográficas e documentais
como: livros, publicações do Ministério do Turismo, matérias jornalísticas, e sites.
Além disso, foi realizado um estudo de campo com observações e
registros, acrescido com aplicação de entrevistas aos visitantes do local.
Este trabalho está dividido em quatro partes, cada uma com
embasamentos metodológicos de acordo com a temática apresentada. Na primeira
parte são apresentados, definidos e comentados os seguintes temas: O surgimento
do turismo, suas definições, segmentação da atividade turística, turismo cultural,
patrimônio cultural e suas definições e as principais atividades turísticas do Estado
do Ceará.
Na segunda parte mostra a relação de cultura e museu, suas principais
definições, um pouco da história dos museus no Brasil.
13
Na terceira parte há a descrição do equipamento Museu do Ceará, com
informações históricas, e estruturais.
Na quarta é feita a analise das entrevistas realizadas onde são
ponderadas de modo qualitativas e quantitativas. Por fim são apresentadas a
considerações finais seguidos das referências bibliográficas.
14
2 TURISMO E CULTURA
Ao se falar em turismo, a primeira coisa que nos vêm em mente é viajar,
conhecer novos lugares. Para Castelli (2001), o turismo surgiu justamente com esse
propósito, oferecer ao homem algumas atividades que pudesse preencher o tempo
livre, que muitas vezes lhe servia apenas para o ócio, consequentemente esse
tempo destinado à realização dessas atividades incluía a realização de
deslocamentos, viagens turísticas e não turísticas.
Há vários conceitos para a definição de turismo, Dias afirma que, de
acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT),
Turismo é descrito como as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos do seu entorno habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, por negócios e outros motivos não relacionados ao exercício de uma atividade remunerada no lugar visitado (DIAS, 2005, p.18).
Porém o turismo é muito mais do que apenas visitar lugares, e o turista
tem o desejo sair do seu lugar habitual, fugir do cotidiano, agregar valores, status e
conhecimento. Com o passar do tempo, as motivações para a sua realização foram
se diversificando, e o turismo passa a ser educativo e com interesse cultural. A
procura pelo cultural vem desde a Antiguidade. Segundo Bermúdez (1997, p.40,
apud BARBOSA, 2002, p.30),
Os filhos dos nobres, burgueses e comerciantes ingleses deveriam completar seus conhecimentos culturais adquirindo em país com a realização de uma grande viagem pelos países de maior fonte cultural do velho continente e conseguir, assim, a consideração cultural que a sociedade impunha na Idade Moderna.
Na época quem realizava esse tipo de viagem recebia um diploma e
status social, para os nobres só eram considerados “seres culturais” quem tivesse
feito essa viagem.
Com o passar dos anos, o turista muda seu comportamento e, além de
procurar belezas naturais, também procura conhecer a comunidade que está
visitando, seus costumes, suas crenças, sua vida cotidiana e sua história, sendo
assim estimulado a motivações culturais.
15
Conforme Dias (2005), cultura e turismo estão intimamente relacionados
e os turistas estão procurando se informar e aprender cada vez mais sobre os
lugares que escolhem como destinos turísticos. Os turistas utilizam ferramentas que
possam lhes ajudar nessa busca, como a internet, que possibilita um conhecimento
prévio do local a ser visitado.
O turista está cada vez mais exigente, sempre procura serviços
qualificados que possam atender suas motivações e expectativas e está disposto a
pagar mais para ter suas preferências atendidas. De acordo com Dias,
A segmentação de mercado consiste na sua divisão em grupos de consumidores relativamente homogêneos em relação a um critério adotado (idade, interesses específicos etc.) com o objetivo de desenvolver, para cada um desses grupos, estratégias de marketing diferenciadas que ajudem a satisfazer a suas necessidades e conseguir os objetivos de atrações da demanda para determinado grupo receptor (DIAS, 2005, p.67).
Analisar o mercado turístico em segmentações não é apenas entender a
demanda dos turistas atuais e seus comportamentos de consumo, é também estar
atento às tendências e modificações que estão ocorrendo nos padrões de consumo.
Segundo Beni,
Segmentação é a técnica que permite decompor a população em grupos homogêneos, e também a política de marketing que divide o mercado em partes homogêneas, cada um com seus próprios canais de distribuição, motivação e outros fatores (BENI, 2007, p.171).
Conforme o Ministério do Turismo (2006), a divisão do turismo é realizada
por segmentos, como, por exemplo: turismo rural, náutico, religioso, de aventura, de
eventos e negócios, ecoturismo, de estudos e intercâmbio, de saúde, sol e praia,
aventura, dentre outros, o que possibilita à atividade turística um planejamento
adequado a curto, médio e longo prazo, para que cada segmento obtenha os
melhores resultados na satisfação do turista. A falta desse planejamento pode
acarretar desperdícios de recursos financeiros e impactos tanto econômicos, como
sociais e culturais para as comunidades receptoras, além da frustração de uma
viagem mal sucedida para o turista. Com isso os profissionais da área e todos os
fornecedores que compõem esse mercado de prestação de serviços precisam estar
bastante preparados para atender essa demanda de forma eficiente e eficaz.
16
Através da segmentação, o mercado será dividido com o objetivo de dar
condições para que cada esfera se desenvolva e ofereça o que tem de melhor para
o consumidor.
Um dos tipos que vem apresentando grande possibilidade de crescimento
e expansão é o turismo cultural. Segundo Dias,
Turismo cultural é uma segmentação do mercado turístico que incorpora uma variedade de formas culturais, em que incluem museus, galerias, eventos culturais, festivais, festas, arquitetura, sítios históricos, apresentações artísticas e outras, que, identifica uma comunidade e que atraem os visitantes interessados em conhecer características singulares de outros povos (DIAS, 2006, p.39).
Já em sua obra Swarbrooke aborda os principais atrativos culturais,
Os principais atrativos do turismo Cultural são: obras de arte, sítios históricos, edificações especiais, gastronomia típica, espaços e instituições culturais, música, dança, teatro, cinema, mercados tradicionais, eventos programados entre outros que se estão dentro da temática cultural (SWARBROOKE, 2002, p.36)
Entretanto, o turismo cultural abrange de forma ampla tudo de mais
valioso para humanidade, e através dele descobre-se a diversidade e a pluralidade
do patrimônio cultural.
No quadro abaixo há exemplos de atividade que podem ser realizadas no
âmbito do turismo cultural:
Atividade Descrição
Visitas a comunidades tradicionais e/ou étnicas
Visitas a comunidades tradicionais ou grupos étnicos (comunidades representativas dos processos imigratórios europeus e asiáticos, comunidades indígenas, quilombolas e outros grupos sociais que preservam seus legados étnicos como valores norteadores de seu modo de vida, saberes e fazeres), que permite a interação ou acompanhamento de atividades cotidianas ou eventos tradicionais de comunidades locais.
Visitas a sítios históricos Visitas a lugares de interesse histórico-cultural que representam testemunhas do cultural nacional, regional ou local.
Visitas a sítios arqueológicos e/ou paleontológicos
Visitas a sítios arqueológicos e paleontológicos com relevância histórico-cultural
17
Visitas a Espaços e Eventos Religiosos
Visitas a espaços e eventos cuja motivação principal seja a busca espiritual e a prática religiosa relacionada às religiões institucionalizadas, de origem oriental, afro-brasileiras, espíritas, protestantes, católica. Ex.: Peregrinações e romarias, retiros espirituais, festas e comemorações religiosas, visitação e espaços e edificações religiosas – igrejas, templos, santuários, terreiros – realização de itinerários de cunho religioso, apresentações artísticas de caráter religioso.
Visita a lugares místicos e esotéricos
Visitas a espaços e eventos cuja motivação principal seja a busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos. Ex.: Caminhadas de cunho espiritual e místico, práticas de energização.
Visita a monumentos e celebrações cívicas
Visitas motivadas pelo conhecimento de monumentos, acompanhar ou rememorar fatos, observar ou participar em eventos cívicos, que representem a situação presente ou da memória política e histórica de determinados locais.
Visita a Museus e Casas de cultura
Visita a locais destinados à apresentação guarda e conservação de objetos de caráter cultural ou científico. Ex.: Museu da Cachaça, Museu do Folclore etc.
Visitas Gastronômicas
Realização de passeios cujas essências sejam a visitação de roteiros, rotas e circuitos gastronômicos, a participação em eventos gastronômicos, a visitação aos bares, restaurantes e similares de um destino que represente as tradições culinárias da região.
Passeios para festas, festivais, celebrações locais e manifestações populares.
Realização de passeios para festas e festivais locais, para apresentações de formas de expressões culturais com fins de informação cultural ou recreação; para acontecimentos ou formas de expressão relacionada à música, dança, folclore, saberes e fazeres locais, práticas religiosas ou manifestações de fé. Ex.: rodas de viola, folia de reis, crenças, rezas, novenas.
Passeios para cinemas e teatros Realização de passeios culturais para teatros e cinemas, conforme programação local.
Quadro 1: Atividades realizada no âmbito do Turismo Cultural FONTE: BRASIL, MINISTÉRIO DO TURISMO. 2010
Conforme Barreto (2007), o turismo cultural traz benefícios para a
comunidade, pois estimula a preservação e a manutenção da identidade patrimonial
do local. Através da divulgação e do aumento da demanda, o governo passa a
contribuir com a prática de políticas públicas e a implantação de serviços, que
beneficiam não só o turista como também a comunidade, gera emprego e renda e
renova o orgulho da população por sua cultura.
Barreto (2007) afirma também que a cultura é um dos elementos que
compõe a formação da identidade social de cada indivíduo, a exploração da cultura
como atrativo turístico é uma das tendências do mercado e são inúmeras as
possibilidades de segmentá-la, como o turismo histórico, arqueológico, ferroviário,
18
de patrimônio industrial ou tecnológico, étnico, gastronômico, de eventos culturais,
dentre outros.
No contexto turismo cultural Macena (2006) afirma que, a essência é o
patrimônio cultural, pois é um dos fatores que motivam os turistas e incentivam a
busca por esse legado, seja ele material1 ou imaterial2.
Como afirma Dias (2006) o patrimônio cultural se tornou algo crescente
no Brasil devido à necessidade de afirmação da identidade do povo diante do
fenômeno globalização. A cultura e o patrimônio se torna algo valioso no turismo
cultural, pois pode ser utilizado como ferramenta para o desenvolvimento e
valorização da atividade turística. Assunto a ser explanado no próximo tópico.
2.1 Patrimônio Cultural
O conceito de patrimônio é bastante abrangente, conforme Barreto (2007)
envolve a dança, hábitos, costumes, crenças, monumentos, esculturas, pinturas,
músicas, artesanato, manifestações culturais, modos de vida, literatura, linguagem,
cidades históricas, ou seja, tudo que possa contar a história de um povo, que é
deixado para seus descendentes e repassado no decorrer dos anos sem perder sua
essência, além do valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou
antropológico para a humanidade.
Conceitua Lohomann e Neto (2009, p.437), de acordo com a Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – (UNESCO),
O patrimônio é o legado que recebemos do nosso passado, vivemos no presente e transmitimos às futuras gerações.
1 Patrimônio cultural material: é constituído de bens culturais móveis e imóveis. No primeiro caso, encontram-
se aqueles bens que podem ser transportados, tais como livros e obras de arte e, no segundo, os bens
estáticos, tais como prédios, cidades, ruas etc. Disponível em < http://portal.iphan.gov.br> acesso em 23 de
junho de 2013.
2 Patrimônio Cultural imaterial: dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam
em saberes, ofícios, e modo de fazer; celebrações, formas de expressões cênicas, plásticas e musicais ou
lúdicas, e nos lugares (como mercados, feiras, e santuários que abrigam práticas culturais coletivas). Disponível
em < http://portal.iphan.gov.br> acesso em 23 de junho de 2013.
19
Nosso patrimônio cultural e natural é fonte insubstituível de vida e inspirações, nossa pedra de toque, nosso ponto de referência, nossa identidade.
O patrimônio cultural é algo valioso, seja ele um legado material ou
imaterial, pois resgata a memória, a identidade e a riqueza das culturas. Na
Constituição Brasileira, o patrimônio é reconhecido pelo valor cultural a ele atribuído,
sendo assim descrito na Constituição de 1988 em seu artigo 216 (BRASIL, 2005):
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tombados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória, dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I. as formas de expressão; II. os modos de criar, fazer e viver; III. as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV. as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais; V. os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico; (BRASIL, 2005, p. 138 - 139).
O turismo cultural tem contribuído para a conservação, a revitalização, a
divulgação e a valorização desses bens culturais. Uma das formas de protegê-lo é
através do tombamento.
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN) 3,
O tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venha a ser destruídos ou descaracterizados.
O tombamento não é a única forma de preservação do patrimônio. O
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) 4 afirma que,
A constituição Federal estabelece que e função da União, do Estado e dos Municípios, com o apoio das comunidades, preservar os bens culturais e naturais brasileiros. O inventário é a primeira forma para o reconhecimento da importância dos bens culturais e ambientais, por meio do registro de suas características principais. Os Planos Diretores também estabelecem formas de preservação do patrimônio, em nível municipal, por intermédio do planejamento urbano. Os municípios devem promover o desenvolvimento das cidades
3 Disponível em < http://portal.iphan.gov.br> acesso em 01 de março de 2013.
4 Disponível em <http://portal.iphan.gov.br> acesso em 01 de março de 2013.
20
sem a destruição do patrimônio. Podem ainda criar leis específicas que estabeleçam incentivos a preservação.
A preservação do bem cultural passa a integra-se ao cotidiano da
comunidade, estimulando a participação de gestores públicos, autoridades locais,
organizações não governamentais, profissionais especializados e outros segmentos
da sociedade civil.
No Ceará temos um grande legado de bens culturais, porém ainda pouco
explorado como produto turístico de acordo com a SECULT5, como exemplo de
locais que podem ser incluídos na trilha cultural a Casa José de Alencar, o Museu da
Imagem e do Som, o Museu do Ceará, Museu Sacro São José de Ribamar,
Memorial da Cultura Cearense, Centro Dragão do Mar, Sobrado Dr. José Lourenço,
além dos centros históricos, como a cidade de Aracati, Sobral, Viçosa do Ceará e
Icó que são patrimônios tombados. A seguir se explana as principais atividades
turísticas do Ceará.
2.2 Atividades turísticas no Ceará
O Ceará é um dos destinos turísticos mais procurados no Brasil e no
Mundo, ao vender turismo no Ceará à oferta primordial é o binômio “Sol e Praia” 6,
prendendo-se apenas ao entorno do seu litoral, onde os turistas buscam dias
ensolarados, a hospitalidade e gastronomia diferenciada. Segundo a SETUR (2012),
a movimentação turística no Ceará tem tido um grande crescimento, como mostra o
quadro abaixo,
5 Disponível em <http://www.secult.ce.gov.br> acesso em 23 de junho de 2013
6 Turismo de Sol e Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou
descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor. Disponível em <
http://www.turismo.gov.br> acesso em 23 de Junho de 2013.
21
Quadro 2: Movimentação turística no Ceará 2000/11 FONTE: SETUR/CE 2012
Ao se deslocar para interior do Ceará, diferentemente do que pensa a
maioria dos turistas, que vão encontrar apenas a seca castigando o nordeste, pode-
se usufruir dos atrativos naturais como, banhos de cachoeiras, trilhas ecológicas,
turismo de aventura, temperaturas amenas nas serras, belas paisagens.
Conforme SETFOR- Secretária de Turismo de Fortaleza7, na região do
Cariri destaca como atrativo a Floresta Nacional do Araripe conhecido como “oásis
do sertão” que oferece ao turista contato direto com a fauna, trilhas ecológicas,
balneários e banhos terapêuticos em piscinas naturais. A romaria e o culto a Padre
Cícero, a festa de Santo Antônio popularmente conhecida como “Festa do Pau da
Bandeira” em Barbalha atraem milhares de fiéis ao Cariri. Nas serras de Aratanha e
Baturité o turista pode desfrutar a observação de pássaros e animais raros em seu
habitat natural, rios, cascatas, cachoeiras, espelhos d’água, a prática de esportes
como ciclismo, cavalgada, pesca, rapel, canoagem. No artesanato as peça
indígenas em madeira, cipó, palha de bananeira, bordados e crochês, e as
tradicionais cachaças, licores e doces caseiros destaca-se também como atrativo da
7 Disponível em <http://www.ceara.gov.br>, acesso em 28 de abril de 2013.
22
região. Em Ubajara encontra-se um dos locais mais propicio para prática do
ecoturismo, o Parque Nacional de Ubajara, onde por trilhas ou de bondinho o
visitante é levado a Gruta de Ubajara onde lá pode apreciar as belas formações
rochosas formadas pela água e pelo tempo. Na Serra de Baturité além dos inúmeros
atrativos naturais (cachoeiras, riachos, fauna e flora exuberante), a região é repleta
de engenhos de rapadura, alambiques, casas de farinha, cultura de frutas, flores,
hortaliças e café.
A riqueza do Ceará também está relacionada à sua história, que pode ser
contada através dos prédios antigos, manifestações folclóricas, a comunidade local
seus costumes, manifestações religiosas, e culturais e a história do nosso povo
dentre outros.
São poucos os turistas que procuram o Estado do Ceará somente com o
interesse específico na cultural de acordo com a SECULT8. O perfil do turista que
procura esse segmento é bem distinto, segundo Brasil (2006), os turistas possuem
alto índice de escolaridade, utilizam principalmente os meios de hospedagem
convencional, viajam acompanhados (amigos, família, casal), sendo a cultura o fator
de motivação da viagem.
Segundo Dias, o perfil desse turista é bastante diferenciado,
os turistas culturais, como nicho de mercado, formam um tipo particular de pessoas, geralmente com alto nível de consciência ambiental, com visão politicamente ampla e com interesses por cultural diferentes. São pessoas que viajam com frequência, que têm muita educação, grande energia que se mostram amigáveis em seus encontros com estrangeiros. (DIAS, 2006, p. 36).
O Estado do Ceará tem todo um potencial a desenvolver em relação à
segmentação do turismo cultural, em que a inclusão do produto cultural junto aos
pacotes turísticos iria beneficiar tanto as operadoras turísticas, como também o
crescimento econômico para o Estado, conforme afirma Brasil,
O Turismo Cultural não depende das condições climáticas, como o Turismo de Sol e Praia ou outros segmentos cujas atividades são realizadas integralmente ao ar livre. Por isso, as viagens desse segmento podem acontecer ao longo de todo o ano, sem grandes variações no fluxo de visitantes, sendo uma
8 Disponível em <http://www.secult.ce.gov.br> acesso em 23 de junho de 2013.
23
alternativa para redução da sazonalidade nos destinos. (BRASIL, 2010, p. 53)
Muitas vezes as políticas públicas e privadas priorizam apenas o
segmento de turismo “sol e praia”, com isso o turismo cultural se torna um diferencial
para quem deseja novas experiências e adquirir conhecimento. Conforme
BARRETO (2007) a cultura tem grande influência no funcionamento da cidade, tanto
que é possível falar em cultural política, cultural organizacional etc. Ou seja, a
cultura hoje faz parte da sociedade contemporânea onde o individuo procura cada
vez mais resgatar as suas memórias e buscar sua identidade.
24
3 MEMÓRIAS E IDENTIDADE
As lembranças, sensações vivenciadas, experiências de gostos, cheiros,
lugares particularmente ligados a uma lembrança, acontecimentos que marcaram a
história da sociedade, tudo isso é algo que está ligado à memória, algo essencial
para construção da identidade de um individuo ou comunidade.
Como afirma Martins (2003),
A percepção advinda das perguntas – de onde você é, ou quem é você – em fração de segundos percorre a memória e busca no todo do ser “o que é referencia”; na realidade trata-se do resgate de um fenômeno humano chamado de identidade. (MARTINS, 2003, p.42).
A identidade de um indivíduo ou grupo pode ser observada em uma
comunidade onde as normas de comportamento, vestuário, linguagem e ritos
diferenciam uma das outras.
Ainda conforme Martins (2003),
Manter a identidade significa algo vital para que as pessoas se sintam seguras, unidas por laços extemporâneos a seus antepassados, por um território, costume e hábitos que lhe passem segurança, que lhe indiquem suas origens para que lhes referenciem diante de um modelo social tão diverso. (MARTINS, 2003, p. 46).
Quando há a necessidade dessa memória adquirida por pessoas, grupos
ou até mesmo pela sociedade ser perpetuada e preservada, o lugar que se tem
como apropriado são as instituições museológicas.
Como afirma Abreu (2003), por intermédio da memória, os museus
desvendam as lógicas culturais que informam as diferentes experiências humanas e
suas relações com o espaço da cidade.
Os museus são um dos produtos turísticos pouco explorados não só no
Ceará como em todo o Brasil, enquanto que, em outros países, os turistas saem de
seu local de origem para visitar e apreciar as obras expostas nestes locais, como se
pode verificar quadro abaixo:
25
Quadro 3: Museus no mundo e o número de visitantes FONTE: BRASIL, MINISTÉRIO DA CULTURA. 2011.
Analisando o quadro pode-se verificar que o Brasil fica na 17º colocação
em relação ao número de visitantes aos museus em comparação com os outros
países inclusos na pesquisa. Os museus tem uma grande potencialidade turística,
que bem desenvolvida pode chegar a levar milhões de visitantes nacionais ou
estrangeiros a um destino turístico, onde o turista obtém o conhecimento e
dissemina com a cultura local. Por isso conhecer as instituições museológicas e algo
fundamental para inseri-la no contexto turístico. Assunto a ser abordado no próximo
capítulo.
3.1 Museus
História, memórias, documentos antigos, espaços culturais, locais que
cuidam da preservação da história, exposições, todas essas palavras nos vêm em
mente ao tentar descrever o que é museu.
26
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) 9 define
museu como
Uma instituição permanente, aberta ao público, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, que adquire, conserva, pesquisa, expõe, e divulga as evidências materiais e os bens representativos do homem e da natureza, com a finalidade de promover o conhecimento, a educação e o lazer.
Conforme Ramirez10, a definição e a origem dos museus vêm desde a Antiguidade,
A palavra Museu vem do grego mouseion, o templo das musas (na mitologia grega, deusas da inspiração e da aprendizagem e protetoras das artes). Um dos primeiros museus foi construído na Alexandria, Egito no século III a. C por Tolomeo II Filadelfo, o mais apto dos reis da dinastia tolemaica depois de Alexandre Magno. Alexandria tornou-se desta forma na cidade mais preeminente do conhecimento na área mediterrânea, e o museu telemaico desempenhou funções de biblioteca acadêmica, centro de investigação e retiro contemplativo.
Os primeiros relatos de museus no mundo, segundo a historiadora Letícia
Julião11, ocorreram por volta do século XV e XVII quando estudiosos buscavam
simular a natureza em gabinete e reuniam grandes quantidades de espécies, objetos
e seres históricos, vindo de terras distantes e que eram organizados de forma
caótica; com o passar do tempo, passou-se a organizá-los segundo critérios e uma
ordem atribuídos à natureza. A função exclusiva era apenas saciar a mera
curiosidade particular e de pessoas mais próximas, estudos e pesquisa. Somente no
final do século XVII os museus foram franqueados e abertos aos grandes públicos,
marcando o surgimento dos grandes museus.
No Brasil, a mais antiga experiência museológica, conforme BRASIL
(2007, p. 13),
remonta ao século XVII e foi desenvolvida durante o período da dominação holandesa, em Pernambuco. Constituiu na implantação de um museu (incluindo jardim botânico, jardim zoológico e observatório astronômico) no grande parque do Palácio de Vrijburg. Mais adiante já na segunda metade do século XVII, no Rio de Janeiro, surgiria a famosa Casa de Xavier dos Pássaros – Na verdade um museu de história natural – cuja existência prolongou-se até o inicio do século XIX.
9 Disponível em < http://portal.iphan.gov.br> acesso em 07 de março de 2013.
10 RAMIREZ, Jhovanna. Museus e a globalização. Em: < http://www.revistamuseu.com.br > acesso em 21 de
março de 2013. 11
JULIÃO, Letícia. Apontamentos sobre a História do Museu. Em: < http://www.museus.gov.br/museu/ > acesso em 07 de março de 2013.
27
Então, verifica-se que, no Brasil, a atividade social e cultural foi inserida
com a chegada da Corte Real Portuguesa. Segundo Rodrigues (2005, p. 19),
Em 1808, a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil implicou a criação de memórias – a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional -, que acabariam reforçados como instrumentos da constituição da nacionalidade brasileira após a independência, quando, em 1838, foram instituídos o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o Arquivo Nacional, responsáveis, respectivamente, pela criação da História e manutenção da memória histórica nacional.
Com isso nasce o interesse do povo brasileiro por uma identidade
nacional, e ao passar dos anos a tendência foi o crescimento dessas instituições que
buscam preservar a história.
As visitas aos museus podem ser bastante envolventes, chegando a
mexer com os sentidos e emoções dos visitantes, conforme Instituto Brasileiro de
Museus (IBRAM) 12,
Os museus são casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos, e instituição que ganham corpo através de imagens, cores, sons e formas. Os museus são pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos e culturas e pessoas diferentes. Os museus são conceitos e práticas em metamorfose. Aqui você pode observar esse processo de mudança através de uma pequena coleção de definição.
Incentivar as visitações e divulgar os museus nas rotas turísticas faz com
que haja uma valorização desse equipamento cultural urbano. No Brasil temos
vários museus com grande potencial turístico e de uma tipologia bastante
diversificada, conforme quadro abaixo:
Seleção de Museus Brasileiros com Potencial Turístico
Intituição Tipo Localização
Masp de Arte São Paulo/SP
MAC-USP de Arte São Paulo/SP
Pinacoteca do Estado de Arte São Paulo/SP
Fundação Maria Luísa e Oscar Americano de Arte São Paulo/SP
Museu Lasar Segall de Arte São Paulo/SP
Museu Paulista Histórico São Paulo/SP
Museu da Casa Brasileira Histórico São Paulo/SP
Museu de Arqueologia e Etnologia da USP Arqueológico São Paulo/SP
12 Disponível em < http://www.museus.gov.br/museu/ > acesso em 07 de março de 2013.
28
Museu Chácara do Céu de Arte Rio de Janeiro/RJ
Museu Nacional de Belas Artes de Arte Rio de Janeiro/RJ
Museu de Arte Moderna de Arte Rio de Janeiro/RJ
Espaço Museu da Vida (Fiocruz) de Ciência Rio de Janeiro/RJ
Museu Nacional de Astronomia de Ciência Rio de Janeiro/RJ
Museu Nacional de Ciência Rio de Janeiro/RJ
Casa de Rui Barbosa Histórico Rio de Janeiro/RJ
Museu da República Histórico Rio de Janeiro/RJ
Museu Paraense Emílio Goeldi de Ciência Belém/PA
Museu de Arte (Pampulha) de Arte Belo Horizonte/MG
Museu de História Natural UFMG Arqueológico Belo Horizonte/MG
Museu do Imigrante Histórico Bento Gonçalves/RS
Museu Portinari de Arte Brodósqui/SP
Museu do Barro e da Cerâmica de Arte Caruaru/PE
Museu Municipal Histórico Caxias do Sul/RS
Museu Paranaense Arqueológico Curitiba/PR
Museu de Arte Sacra dos Jesuítas de Arte Embu/SP
Museu de Antropologia Arqueológico Florianópolis/SC
Palácio Cruz e Souza Histórico Florianópolis/SC
Museu Antropológico - UFG Arqueológico Goiânia/GO
Casa Cora Coralina Histórico Goiás/GO
Museu Professor Hugo Daros Histórico Gramado/RS
Museu Histórico e Arqueológico Histórico Iguape/SP
Museu do Marajó Arqueológico Ilha de Marajó/PA
Museu Republicano Histórico Itu/SP
Museu Nacional da Imigração e Colonização Histórico Joinville/SC
Museu Arqueológico do Sambaqui Arqueológico Joinville/SC
Memorial do Padre Cícero Histórico Juazeiro do Norte/CE
Museu Mariano Procópio Histórico Juiz de Fora/MG
Museu de Arqueologia e de Mineralogia Arqueológico Lagoa Santa/MG
Museu do Imigrante Histórico Lauro Müller/SC
Museu Histórico Histórico Macapá/AP
Museu de Ciências Naturais da Amazônia de Ciência Manaus/AM
Museu Amazônico Arqueológico Manaus/AM
Museu do Índio Antropológico Manaus/AM
Museu de Arte Sacra de Arte Marechal Deodoro/AL
Casa Marechal Deodoro Histórico Marechal Deodoro/AL
Museu Arquidiocesano de Arte Mariana/MG
Museu Histórico Municipal Histórico Mossoró/RN
Museu Câmara Cascudo Antropológico Natal/RN
Museu de Arte Contemporânea de Arte Niterói/RJ
Museu de Arqueologia de Itaipu Antropológico Niterói/RJ
Museu de Arte Sacra de Arte Olinda/PE
Museu da Inconfidência Histórico Ouro Preto/MG
Casa de Contos Histórico Ouro Preto/MG
29
Museu de Mineralogia de Ciência Ouro Preto/MG
Casa Graciliano Ramos Histórico Palmeira do Índio/AL
Museu do Sertão de Arte Petrolina/PE
Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas Mário Neme Antropológico Piraju/SP
Museu das Lavras de Ouro ao Ar Livre Pinenópolis/GO
Museu de Arte do RS de Arte Porto Alegre/RS
Museu Júlio de Castilhos Histórico Porto Alegre/RS
Museu Ferroviário Histórico Porto Velho/RO
Museu do Homem do Nordeste de Ciência Recife/PE
Fundação Gilberto Freyre Histórico Recife/PE
Museu do Ouro Histórico Sabará/MG
Museu Carlos Costa Pinto de Arte Salvador/BA
Museu de Arte da Bahia de Arte Salvador/BA
Museu de Arte Sacra de Arte Salvador/BA
Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA Arqueológico Salvador/BA
Museu Histórico e Cultural Vicente Pallotti de Ciência Santa Maria/RS
Casa Anhangüera Histórico Santana do Parnaíba/SP
Museu do Centro de Preservação de Arte Indígena Arqueológico Santarém/PA
Centro Cultural João Fona Arqueológico Santarém/PA
Museu das Missões de Sítio Arqueo. Santo Ângelo/RS
Museu do Mar de Ciência Santos/SP
Museu de Arte Sacra de Arte Santos/SP
Museu Nacional do Mar de Ciência São Francisco do Sul/SC
Museu Regional Histórico São João Del Rei/MG
Casa Eucledeana Histórico Pardo/SP São José do Rio
Museu Visconde de São Leopoldo Histórico São Leopoldo/RS
Museu de Arte Sacra de Arte São Luís/MA
Museu Paleontológico e Arqueológico Walter Ilha Arqueológico São Pedro do Sul/RS
Praça de Sambaqui ao Ar Livre Saquarema/RJ
Museu do Homem Americano de Sítio Arqueo. São Raimundo Nonato/PI
Parque Nacional da Serra da Capivara ao Ar Livre São Raimundo Nonato/PI
Museu Arqueológico do RS Arqueológico Taquara/RS
Museu Histórico e Pedagógico- Sítio do Pica-pau Amarelo Histórico Taubaté/SP
Museu do Cangaço Histórico Triunfo/PE
Museu do Vinho Histórico Videira/SC
Museu Solar Monjardim Histórico Vitória/ES
Quadro 4:Principais Museus Brasileiros com Potencial Turístico. Fonte: Gomes, 2005
Apesar de não está incluso na lista, o Museu do Ceará se enquadra na
tipologia de Histórico possuindo também um grande potencial a explorar.
30
No Brasil a dificuldade de fazer com que as instituições museológicas
tornem-se um dos equipamentos com grande potencial turístico é a falta de políticas
públicas contínuas e estáveis voltados para a cultura, e a participação mais ativa da
sociedade civil. Apesar de um processo lento, mais hoje já é possível notar algumas
mudanças nesse paradigma, de que museus é apenas o lugar de exposição de
objetos velhos, e os museus passam a ser interpretados como um lugar onde se é
possível analisar as relações históricas junto aos objetos expostos.
3.2 Museus no Brasil
Os museus do Brasil possuem um acervo bastante rico e instituições
museológicas de vários aspectos, como de história, da arte, arqueológicos e de
ciências, distribuídas em todas as regiões, como podemos verificar no quadro
abaixo:
Quadro 5: Quantidade de Museus por unidade de Federação, Brasil, 2010 Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS - IBRAM / 2011.
31
Pode-se verificar que os museus são mal distribuídos, pois a maioria se
localiza nas regiões do sul e sudeste. Segundo BRASIL 2011, essa informação
contribui para estudos e reflexões sobre as desigualdades regionais na esfera
cultural e a acessibilidade a museus, que são pouco explorados tanto pelos turistas
como pela população local. Para que haja uma perfeita interação e um real
aproveitamento dessas instituições museológicas pela atividade turística, é
necessário que os órgãos governamentais desenvolvam ações de políticas públicas
voltada para atividade cultural. Como exemplos, investimentos em infraestrutura e
segurança, monitores qualificados, acesso adaptado a deficientes físicos,
exposições itinerantes, ingressos promocionais, horários acessíveis para visitação,
dentre outros.
Apesar dos vários problemas que os museus brasileiros enfrentam nos
últimos anos, muitos estão tentando mudar essa visão de que visitar museus é algo
entediante ou uma obrigação imposta. A matéria publicada pelo portal globo.com, de
04 de julho de 201113, destaca o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio,
que ficou em 14º no ranking internacional dos museus mais visitados do mundo, com
o público de mais de 2 milhões de visitantes em 2010. Em entrevista, o gerente de
programação do CCBB-RJ Danon Lacerda explica que na “realidade, é um trabalho
educativo que vem dos primórdios do CCBB. É quebra esse estigma de que a arte
só pode ser consumida ou só pode ser vista por aqueles que já detêm o
conhecimento prévio sobre ela”.
A relação dos museus e turismo, apesar de ainda ter muito que
desenvolver, é algo promissor para a atividade, pois os museus possibilitam a
aprendizagem e o conhecimento que são acrescentados na vida social e cultural do
individuo. No Ceará temos como destaque o Museu do Ceará, assunto a ser
explanado no próximo capítulo.
13
Reportagens exibida no Bom dia Brasil do dia 04/07/2011. Cinco museus brasileiros estão entre os mais visitados do mundo. Disponível em <http://g1.globo.com > acesso em 11 de março de 2013.
32
4 MUSEU DO CEARÁ
O Museu do Ceará é um dos locais que hoje guardam memória,
recordações, lembranças e história do povo cearense.
De acordo com a Secretária de Cultura do Ceará (SECULT) 14, o Museu
do Ceará foi criado em 1932, pelo governador Roberto Carneiro de Mendonça, junto
com o Arquivo Público do Estado. Em 1951, o Arquivo Público foi transferido para o
Palacete Senador Alencar onde funcionava a Assembleia Legislativa, o Museu se
manteve no edifício da Praça da Sé até 1957, sob a tutela de Instituto do Ceará. Em
1955, houve a incorporação de novas peças ao acervo, as coleções indígenas do
antigo Museu do Instituto e do Museu da Rocha, reabrindo com a denominação de
Museu Histórico e Antropológico do Ceará. Posteriormente o Museu foi transferido
para Avenida Visconde do Cauype, onde ficou até 1967, quando foi para a Rua
Barão do Rio Branco. O Museu ainda seria deslocado por mais duas vezes: no ano
de 1971 para a Avenida Barão de Studart e no ano de 1973 para onde se encontra
atualmente, na Rua São Paulo, no Palacete Senador Alencar, (Figura 1) quando
ganhou o nome de Museu do Ceará. Sua principal missão é promover a reflexão
crítica sobre a História do Ceará por meio de programas integrados de pesquisas
museológicas, exposições, cursos, publicações e práticas pedagógicas.
Figura 1: Palacete do Senador Alencar (Museu do Ceará). Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
14
Disponível em < http://secult.ce.gov.br > acesso em 12 de março de 2013.
33
A instituição hoje se encontra em um imóvel de significativo valor
histórico, sendo tombado e mantendo suas características arquitetônicas originais do
estilo neoclássico, como mostra a (figura 2) a parte interna do Museu do Ceará.
Figura 2: Parte interna do Museu do Ceará, destacando o estilo Neoclássico. Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
O museu conforme a Secretária de Cultura do Ceará (SECULT15) possui
um acervo bastante variado com cerca de sete mil peças, entre moedas, medalhas,
quadros, moveis, peças arqueológicas, artefatos indígenas, bandeiras e armas,
coleção de cordéis, e objetos que se referem aos fatos históricos do Ceará.
Ainda conforme a SECULT16 Muitas peças estão organizadas em salas
temáticas , como as exposições fixas do Memorial Frei Tito de Alencar (FIGURA
3), onde encontra-se alguns objetos pessoais do cearense que tem com objetivo
provocar reflexões sobre a trajetória e vida desse frei durante a Ditadura Militar na
década de 1960 a 1980.
15
Disponível em < http://secult.ce.gov.br > acesso em 12 de março de 2013. 16
Disponível em < http://secult.ce.gov.br > acesso em 12 de março de 2013.
34
Figura: 3 Sala de Exposição Temática. (Memorial Frei Tito de Alencar) Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
Na sala de exposição, Fortaleza: Imagens da Cidade (FIGURA 4) estão
a planta da cidade no início da sua ocupação, a bandeira do Estado da época,
dentre outros objetos que contam a história da construção da cidade, e tem como
intuito estimular a reflexão dos tempos de vila até a atual metrópole.
Figura: 4 Sala de Exposição Temática. (Fortaleza: Imagens da Cidade)
Fonte: Acervo Pessoal- Março, 2013.
35
Na sala de exposição temática, Povos Indígenas (FIGURA 5), estão os
objetos expostos relativos à cultura indígena,
Figura: 5 Sala de Exposição Temática. (Povos Indígenas) Fonte: Acervo Pessoal – Março 2013.
A sala de exposição Arte da Escrita (FIGURA 6) tem como proposta
atrair a atenção do visitante acerta da produção da escrita de vários intelectuais
cearenses.
Figura: 6 Sala de Exposição Temática. (Arte da Escrita) Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
36
Na sala de exposição Religiosidade Popular, encontram-se algumas
peças referentes ao universo religioso de Padre Cícero e o Beato José Lourenço. Na
sala de exposição Escravidão e Abolição Negra (FIGURA 7), a finalidade é mostrar
as memórias construídas acerca da escravidão negra e do abolicionismo no Ceará.
Figura: 7 Sala de Exposição Temática. (Escravidão e Abolição Negra) Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
Na sala de exposição Arqueologia Cearense, (FIGURA 8) encontra-se
objetos pré-históricas e cerâmicas tupi-guarani que leva o visitante a refletir sobre o
modo de vida das populações que habitavam o território cearense antes da
colonização europeia.
Figura: 8 Sala de Exposição Temática. (Arqueologia Cearense) Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
37
Na sala de exposição Símbolos e Emblemas do Poder (FIGURA 9),
encontra-se diversos objetos que marcaram a nossa sociedade como símbolos dos
poderes públicos ou dos poderes privados.
Figura 9: Sala de Exposição Temática. (Símbolos e Emblemas do Poder). Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
A sala de exposição Placas e Plantas de Fortaleza mostra dispositivos
de orientação indispensáveis ao homem urbano (FIGURA 10).
Figura 10: Sala de Exposição Temática. (Placas e Plantas). Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
Na sala de exposição Caldeirão 80 anos (FIGURA 11) estão
objetos e imagens da vida e destruição da comunidade Caldeirão.
38
Figura 11: Sala de Exposição Temática. (Caldeirão 80 anos) Fonte: Acervo Pessoal – Março, 2013.
Além das exposições, o museu também promove cursos, oficinas,
palestras, publicação na área museológica e história, visitas orientadas, capacitação
para professores, exposições temporárias e lançamento de livros.
No entanto, percebe-se através das ilustrações o rico acervo exposto pela
arte, tradição, memória e cultura do povo cearense, além de se localizar em um dos
prédios de grande importância patrimonial da cidade de Fortaleza.
Por ser um equipamento de grande potencial turístico, o Museu do Ceará
seria melhor aproveitado para o turismo cultural, o que traria benefícios fortalecendo
seu desenvolvimento e preservação do patrimônio, conforme levantamento de
pesquisa exploratória realizada através de análises de dados.
39
5 ANÁLISE DE DADOS
A pesquisa de análise de dados foi realizada na quarta-feira dia 14 de
maio. A seguir serão apresentados os dados referentes à pesquisa de campo no
Museu do Ceará realizada com cinquenta e um visitantes.
Do total dos respondentes, 36 pessoas assinalaram ser do sexo feminino,
isto é, 71%, e 15, do sexo masculino, isto é, 29%, como mostra o gráfico a seguir:
GRAFICO: Sexo dos Visitantes.
Na faixa etária de 18 a 24 anos somam 15, isto é, 29%; 10, isto é, 20%,
na faixa etária dos 25 a 31 anos; 5, isto é, 10%, na faixa etária de 32 a 38 anos; 6,
isto é, 12%,na faixa etária de 39 a 45 anos; 8, isto é, 15%, na faixa etária de 46 a 52
anos; 7, isto é, 14%, possuem 60 anos ou mais. Tais valores encontram-se no
gráfico a seguir.
40
GRAFICO: Faixa Etária.
Solteiros somam 19, isto é, 37%, casados 22, isto é,43 %, divorciados 8,
isto é, 16%, 2 viúvos isto é, 4%. Como demonstra o quadro abaixo:
GRAFICO: Estado Civil.
No que diz respeito à formação dos respondentes, 30, isto é, 59%
possuem ensino médio completo, 6, isto é, 12%, possuem ensino médio incompleto,
41
12, isto é, 23%, possuem ensino superior incompleto, 2, isto é, 4% possuem ensino
superior completo, e 1, isto é, 2%, possui pós-graduação, como ilustra a seguir:
GRAFICO: Formação.
Todos os respondentes são brasileiros, onde 25 são do Estado do Ceará
que correspondem a 48%; 4, isto é, 8% do Estado do Paraná; 2, isto é, 4%, do
Estado do Rio Grande do Sul; 6, isto é, 12% do Estado de Pernambuco; 2, isto é,
4% do Estado de São Paulo, 3, isto é 6%, do Distrito Federal, 4, isto é, 8% do
Estado do Maranhão, 2, isto é, 4%, do Estado de Manaus, 3, isto é, 6%, do Estado
de Santa Catarina. Como mostra o gráfico a seguir:
42
GRAFICO: Local de Origem.
Tratando da sua ocupação principal um total de 9 respondentes, isto é
18% exercem as profissões: analista de sistema, recepcionista, repositor, supervisor
de logística, segurança, porteiro, engenheiro, motorista, advogado. 6 de cada
respondente, isto é, 12% exercem as profissões: operador de telemarketing, auxiliar
administrativo, secretário(a). 16 dos respondentes, isto é, 31% são estudantes, 4,
isto é, 8% são professor, 8, isto é, 15% são aposentados; 5, isto é, 10% são
funcionários públicos; 3, isto é 6% são vendedores. Tal levantamento se encontra no
gráfico a seguir:
43
GRAFICO: Ocupação Principal.
Quanto à renda familiar dos visitantes, 21, isto é, 41% possuem renda de
1 a 3 salários mínimos; 19, isto é, 37% possuem de 2 a 3 salários mínimos; 8, isto é
16% possuem de 3 a 5 salários mínimos; 3, isto é, 6% possuem acima de 5 salários
mínimos, como mostra o quadro abaixo:
GRAFICO: Renda Familiar.
Na visita ao Museu do Ceará de acordo com os respondentes, 8, isto
é,16% foram sozinhos; 26, isto é, 51% foram com parentes, amigos ou colegas; 17,
isto é 33% foram com a família, como demonstra a seguir:
44
GRAFICO: Como Visitou.
Através de observações feitas por mim durante a pesquisa de campo
pode-se constatar que um dos fatores primordiais para o desenvolvimento de Museu
do Ceará e a inserção desse equipamento na rota do turismo cultural de Fortaleza e
a divulgação, que são feitos através de folders, jornais, guia turístico da cidade,
internet, mais não de maneira constante, pois ocorrem somente quando há um
artista conhecido ou uma exposição de renome.
O Museu do Ceará não cobra taxa de visitação, porém existe a
Associação dos Amigos do Museu que sugerem um valor de R$ 2,00, R$ 5,00 ou R$
10,00 como doação, na qual o visitante adquire livros e o valor e revertido na compra
de materiais de limpeza e de escritório quando houver necessidade.
Outra dificuldade encontrada no museu é a falta de estacionamento
adequado para visitantes e ônibus de turismo, o museu disponibiliza apenas de dois
estagiários do curso de história da Universidade Federal do Ceará, que fazem as
mediações nas visitas de grupos se forem agendadas, e tem o inglês como segundo
idioma. Os turistas que visitam o museu individualmente são orientados apenas na
recepção. O museu disponibiliza acesso para cadeirantes, porém deficientes visuais
a auditivos não tem como fazer a visita guiada devido à falta de monitores
capacitados, a maior parte da identificação do acervo é feito somente em português.
Os guias de turismo não tem um incentivo a levar seus grupos para o Museu do
45
Ceará, preferem as barracas de praia, pois são comissionados por cada grupo
levado.
Todos esses fatores influenciam negativamente para o desenvolvimento
cultural da nossa cidade, algo que pode ser facilmente modificado, com ações
publicas voltado para o setor cultural, despertando assim o interesse do setor
privado para divulgar e trabalhar melhor o turismo cultural resgatando e mantendo
viva a memória e identidade da cidade de Fortaleza.
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo dessa pesquisa foi identificar o público alvo do equipamento
Museu do Ceará. Onde foi realizada uma pesquisa quantitativa e qualitativa
referente à sua demanda.
O estudo constatou que os visitantes são na sua maioria do sexo
feminino, jovens na faixa etária de 18 a 24 anos, que possuem o ensino médio
completo, sendo a sua ocupação principal estudantes, possuem uma renda familiar
de 1 a 3 salários mínimos, e as visitas são feitas geralmente com amigos, colegas
ou parentes.
Verificar-se também que o Museu do Ceará é pouco procurado por
turistas que vem de fora, sendo que a maioria dos seus visitantes residentes do
Estado do Ceará. Isso se deve a falta de uma estratégia de marketing mais eficaz,
pois havendo uma melhor divulgação e promoção desse equipamento despertaria
no turista a curiosidade de conhecer um pouco da história de Fortaleza, que vai além
da sua costa litorânea.
A localização do Museu do Ceará é algo que beneficia o turista, pois se
localiza bem no Centro na Cidade, próximo a lojas, bancos, restaurantes. Havendo
um aumento da demanda, fortaleceria a economia ao entorno do museu, gerando
assim uma maior possibilidade de renda e oportunidades de emprego para o
fortalezense. Porém por não possuir um estacionamento próprio dificulta seu acesso
em carro próprio e ônibus de turismo, e coletivos onde são poucas linhas de ônibus
que fazem a rota próximo ao Museu. Sendo mais acessível a pé.
Sabe-se que os órgãos públicos e privados são capazes de realizar
grandes empreendimentos quando em parceria buscam o mesmo objetivo. Por isso
sugere-se a criação de uma parceria desses órgãos, objetivando a utilização do
Museu do Ceará em prol do turismo cultural, que hoje encontra-se bastante
esquecido, consequentemente inserido esse equipamento na rota cultural da cidade
de Fortaleza, despertando na população local, nos turista, tanto nacionais como
internacionais, a vontade de conhecer um pouco mais da cultura e da história
cearense.
47
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SWARBROOKE, John. Turismo Sustentável: Turismo Cultural, Ecoturismo e Ética. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2000. (Turismo).
49
APÊNDICE
PERFIL DO VISITANTE
Bom dia, Boa Tarde!
Estamos realizando uma pesquisa com os visitantes do Museu do Ceará para identificar
qual o perfil do turista que procura esse equipamento turístico.
Podemos contar com sua colaboração?
Assinale com um (X) a opção que corresponde ao seu caso.
1. SEXO
( ) Feminino ( ) Masculino
2. FAIXA ETÁRIA
( ) Menor que 18 anos ( ) 18 a 24 anos ( ) 25 a 31 anos
( ) 32 a 38 anos ( ) 39 a 45 anos ( ) 46 a 52 anos
( ) 53 a 59 anos ( ) 60 ou mais anos
3. ESTADO CIVIL.
( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) Divorciado(a)/ Separado(a)
( ) Viúvo (a)
4. NÍVEL DE ESCOLARIDADE
( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio completo ( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino Superior completo ( ) Ensino Superior Incompleto
( ) Pós graduação completo/incompleto
5. ONDE RESIDE?
50
Cidade____________________ Estado __________________ País _________________
6. QUAL SUA PROFISSÃO?
_________________________________________________
7. RENDA FAMILIAR
( ) Menos de 1 Salário Mínimo ( ) 1 a 2 Salários Mínimos ( ) 2 a 3 Salários Mínimos
( ) 3 a 5 Salários Mínimos ( ) Acima de 5 Salários Mínimos
8. COM QUE VISITOU?
( ) Sozinho(a) ( ) Parentes/ amigos / colegas ( ) Família
( ) Em excursões organizadas.