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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ GEANE MÁRCIA DE OLIVEIRA SAMPAIO EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS MACAPÁ-AP 2008

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

GEANE MÁRCIA DE OLIVEIRA SAMPAIO

EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS

MACAPÁ-AP

2008

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GEANE MÁRCIA DE OLIVEIRA SAMPAIO

EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Direito do Centro de Ensino Superior do Amapá-CEAP, para obtenção do grau de Bacharel em Direito, sob orientação do Prof. Elias Salviano

MACAPÁ-AP

2008

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Ata da Sessão de Avaliação da Monografia de Conclusão de Curso

O trabalho de conclusão de curso intitulado: A Responsabilidade Civil pelo

Dano Moral na Relação Conjugal: A Reparação pela Ofensa Moral, elaborado pela

acadêmica GEANE MÁRCIA DE OLIVEIRA SAMPAIO, com matrícula nº.

______________, apresentado em sessão pública de argüição e avaliação, em ____

de ____ de 2008, às _____:_____ horas, perante a Banca Examinadora formada

pelos membros abaixo assinados, tendo obtido aprovação com nota ____

(__________), o que a torna apta à obtenção do título de Bacharel em Direito,

consoante o art. 9º da Portaria nº 1.886, de 30 de dezembro de 1999 – MEC, bem

como as determinações advindas da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Macapá – AP, ___ de _________ de 2008.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Orientador: Elias Salviano

_______________________________________

Membro

_______________________________________

Membro

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À minha mãe, Jandira, que sonhou

comigo este sonho possível.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas bênçãos que tornaram possível a realização de meus sonhos. Aos meus irmãos, cunhadas e sobrinhos, em especial ao Giulliam, que sempre estiveram presentes e dando força para a consecução de meu objetivo. À “Liga da Justiça”, por embalar a motivação necessária à continuidade da caminhada, mesmo diante das dificuldades. Ao valoroso mestre, Prof, Salviano, sempre atento e pronto a disseminar seu saber, tão importante para a feitura deste trabalho.

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O homem é bom por natureza, amante da

justiça e da ordem.

(Rousseau)

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RESUMO

O presente trabalho, através de pesquisa bibliográfica, busca conhecer os aspectos jurídicos que envolvem os empréstimos consignados, assim como compreender a atuação do Banco Central do Brasil na regulação da economia e, por conseqüência, contribuindo também para regular, através da jurisprudência, as ações das instituições financeiras, no que se refere à oferta de empréstimos consignados, salientando o papel dos aspectos jurídicos como fundamentais para o modelo econômico vigente, na garantia da adimplência de empréstimos consignados. Esta prática tem sido crescente no mercado econômico brasileiro, tendo uma elevação significativa nos últimos anos, em razão da política econômica adotada, da fixação de um teto máximo de juros e da competitividade imprimida às instituições financeiras que, ao sabor de novos negócios e clientes potenciais, ofertam taxas diferenciadas e cada vez menores, permitindo o acesso da população a recursos financeiros a juros mais baratos. As pesquisas efetuadas confirmaram a estreita relação existente entre os aspectos econômicos e o direito, no sentido de complementaridade e necessidade de interação entre ambos, pois a economia é regida por regulamentos, normas, contratos, dentre outros, que permitem sua atuação no contexto da sociedade, de maneira a dar consecução à política monetária brasileira. Efetuada a constatação de que a macroeconomia relaciona-se diretamente à globalização e que isso influencia o comportamento das pessoas, principalmente no que se refere à fixação das taxas de juros, as quais conduzem as práticas do mercado, percebeu-se que o sucesso dos empréstimos consignados está intrinsecamente ligado à política monetária praticada no mercado brasileiro, sendo um aspecto significativo, na legislação, o estabelecimento de regras sobre incidências, verbas consignáveis e percentual a serem considerados. Evidenciou-se dessa maneira, a notoriedade do aspecto jurídico atinente às práticas monetárias brasileiras, como imprescindíveis à regulação das relações vivenciadas entre organismos e pessoas que interagem, tanto na oferta de serviços como na recepção dos mesmos, que influenciam diretamente no modo de vida da sociedade. Palavras-chave: empréstimo consignado – economia - legislação

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ABSTRACT

This work, through literature search, search know the legal aspects involving the loans reflected, as well as understand the performance of the Brazilian Central Bank in regulating the economy and, consequently, contributing also to regulate, by law, actions financial institutions, regarding the provision of loans reflected, stressing the role of the legal aspects as fundamental to the current economic model, in ensuring the adimplência of loans reflected. This practice has been growing in the Brazilian economic market, with a significant increase in recent years, owing to the economic policy adopted, the setting of a maximum ceiling of interest and competitiveness of financial institutions to printed, the taste of new businesses and potential customers , Ofertam different rates and ever smaller, allowing the population access to financial resources to interest cheaper. The research conducted confirmed the close link between economic aspects and the right in the sense of complementarity and the need for interaction between them, because the economy is governed by regulations, standards, contracts, among others, allowing their actions in the context of society, in order to achieve the Brazilian monetary policy. Efetuada the finding that the macroeconomy is directly related to globalization and that influences people's behaviour, especially as regards the setting of interest rates, which lead the practices of the market, realized that the success of loans set is intrinsically linked to the monetary policy practiced in the Brazilian market and is a significant aspect in the legislation, the establishment of rules on impact, money and consignáveis percentage to be considered. There was this way, the reputation of the legal aspect regards the Brazilian currency practices, as essential to regulate relations between bodies and experienced people who interact, both in providing services and the receipt of them, that influence directly in the way of life society. Keywords: loan enshrined - economy - legislation

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

I - EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS E SEUS ASPECTOS ECONÔMICOS E

JURÍDICOS CONTEXTUAIS ............................................................................ 11

1.1 Banco Central do Brasil ................................................................................ 15

1.1.1 Competências ................................................................................................ 17

II - OS EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS E SUA OCORRÊNCIA NO

MERCADO ECONÔMICO BRASILEIRO ......................................................... 18

2.1 Política Monetária ........................................................................................... 18

2.2 Empréstimo Consignado ............................................................................... 20

2.3 Taxas de Juros Praticadas nos Empréstimos Consignados ..................... 22

III– JURISPRUDÊNCIA DOS EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS .......................... 27

3.1 Lei nº 1.046/50 .................................................................................................. 27

3.2 Lei nº 10.953/2004 ........................................................................................... 28

3.3 Decreto 4.840/06 ............................................................................................... 29

3.4 Decreto nº 5.892/06 .......................................................................................... 29

3.5 As novas definições trazidas pela Jurisprudência aos Empréstimos

Consignados .................................................................................................... 30

3.6 Orientações gerais para Tomadores de Empréstimos ................................ 38

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 41

ANEXOS................................................................................................................... 44

- RANKING DAS TAXAS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO CLASSIFICADAS

POR ORDEM CRESCENTE DE TAXA........................................................... 45

- LEI Nº 2.853, DE 28 DE AGOSTO DE 1956 ................................................... 48

- LEI NO 10.820, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2003 ........................................... 49

- LEI NO 10.953, DE 27 DE SETEMBRO DE 2004 .......................................... 53

- DECRETO Nº 5.892 - DE 12 DE SETEMBRO DE 2006 ................................ 54

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 61

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INTRODUÇÃO

O fenômeno da globalização é mundial e o Brasil não se furta aos processos

trazidos à baila, em nome da mundialização da economia e, neste sentido, os

profissionais, tanto da área da economia como do direito, têm uma estreita relação,

considerando que a integração é necessária, já que o direito traz normas que partem

dos anseios e necessidades oriundos do seio da sociedade, como forma de

organizá-la.

Normas e contratos regem as relações pessoais e institucionais e, desta

maneira, a qualidade dos processos envolvidos e que geram tais normatizações

estão diretamente relacionadas, uma vez que concorrem tanto para o crescimento

econômico do país quanto para mediar as relações envolvidas.

Levando-se em conta que os aspectos jurídicos são fundamentais para o

modelo econômico vigente, pelo seu papel garantidor no cumprimento de contratos,

tratando-se de empréstimos consignados, esta prática tem sido crescente no

mercado econômico brasileiro, tendo um crescimento acentuado nos últimos anos,

em razão da política econômica adotada, da fixação de um teto máximo de juros e

da competitividade imprimida às instituições financeiras que, ao sabor de novos

negócios e clientes potenciais, ofertam taxas diferenciadas e cada vez menores,

permitindo o acesso da população a recursos financeiros a juros mais baratos.

Essa demanda crescente traz à baila justamente a questão jurídica envolvida

nas negociações, tema principal deste trabalho. Desta maneira, através das

pesquisas bibliográficas, busca-se conhecer os aspectos jurídicos que envolvem os

empréstimos consignados, assim como compreender a atuação do Banco Central do

Brasil na regulação da economia e, por conseqüência, contribuindo também para

regular, através da jurisprudência, as ações das instituições financeiras, no que se

refere à oferta de empréstimos consignados.

Com a pesquisa, visa-se obter e socializar informações sobre o tema, uma

vez que a prática de empréstimos consignados vem se tornando uma fonte de

captação de recursos, contribuindo inclusive para os cofres públicos.

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Buscando atender estes objetivos, o primeiro capítulo tratará dos aspectos

econômicos brasileiros ligados ao contexto financeiro dos empréstimos consignados,

em seu direcionamento macrosistêmico. No segundo capítulo tratar-se-á mais

especificamente dos empréstimos consignados e sua ligação à política nacional

monetária e às taxas de juros praticadas. O terceiro e último capítulo buscará

evidenciar as principais legislações atinentes ao tema.

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CAPÍTULO I - EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS E SEUS ASPECTOS

ECONÔMICOS E JURÍDICOS CONTEXTUAIS

Há pouco mais de dez anos, quando o Plano Real emitia sinais de sucesso,

começou no Brasil um processo de construção institucional que, entre outras

características, deveria resultar numa taxa de juros para financiar investimentos de

longo prazo. Em dezembro de 2006, o Conselho Monetário Nacional finalmente

definiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) - usada nos financiamentos do

BNDES - para o primeiro trimestre de 2007 em 6,5% ao ano. É a menor desde que

ela foi criada, em 1994. Em termos reais, descontada a inflação projetada pelo

Banco Central para o próximo ano, a TJLP chegou a 2,5% ao ano.

Descontada a expectativa de inflação em 12 meses, a taxa de juros de curto

prazo usada como referência em empréstimos bancários e na correção da dívida

pública, a Selic, chegou em dezembro a 8,7%, aspecto este bastante significativo,

principalmente quando se leva em consideração que a queda dos juros advém de

ambiente de inflação baixa e estabilidade na contabilidade das relações entre o

Brasil e o resto do mundo. Para a Wikipédia (2007), o Sistema Especial de

Liquidação e de Custódia (SELIC), “é um sistema informatizado destinado ao

registro, custódia e liquidação de títulos públicos federais, bem como de títulos

públicos estaduais e municipais emitidos até 1992”. O sistema opera em tempo real

e somente as instituições credenciadas no mercado financeiro têm acesso. Após a

efetivação de uma operação, os operadores das instituições, transferem essas

operações via terminal para o Selic. O título é transferido diretamente para o

comprador e o credito é efetuado na conta do vendedor. Ambas as partes tem

certeza da validade da operação. Os principais títulos públicos negociados são:

Letra Financeira do Tesouro, Letra do Tesouro Nacional, Nota do Tesouro Nacional,

Bônus do Banco Central, entre outros.

No passado, existiram juros reais baixos, porém mais como conseqüência do

descontrole do câmbio e das contas públicas, entretanto, o quadro atual é bastante

diferente. Os riscos de descontrole como resultado da queda na taxa de juros são

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mínimos. O Banco Central construiu uma reputação de austeridade, por meios que

se tornaram dolorosos para a grande maioria da população, mas que não pode ser

ameaçada, pois, abrir mão do sistema de metas inflacionárias é uma política não

condizente com a situação do país neste momento.

Restam dúvidas quando o assunto é o efeito da queda dos juros no Brasil. De

um lado, os bancos precisam repensar seus modelos de negócios. De outro, os

agentes econômicos, poupadores ou tomadores de recursos, já começam a procurar

alternativas. Tanto no lado da oferta quanto no da demanda por recursos

financeiros, a cultura, os comportamentos e as regras sofrem mudanças.

A velocidade e a escala desse impacto dependem menos de fatores

macroeconômicos e mais das reformas microeconômicas, na legislação e nas

instituições. Temas como autonomia do Banco Central, compromisso com as metas

inflacionárias e aumento da competição no sistema bancário dominam os

questionamentos sociais e econômicos.

Essa gradual substituição da cultura inflacionária por um ambiente

empreendedor exige, das instituições financeiras, uma adaptação estrutural. São

valorizadas, cada vez menos, como intermediárias na negociação de dívida pública

e cada vez mais como intermediárias na gestão da informação e do conhecimento

sobre indivíduos, empresas, setores, governos locais e arranjos produtivos. O

sistema financeiro encontra sua verdadeira vocação como intermediário de

informação, não como agente do Tesouro Nacional.

Os bancos estatais não escapam da mudança de regras. Novos conflitos pela

gestão e direcionamento da poupança nacional surgem; os Fundos, como o Fundo

de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), cujo investimento é, sobretudo, uma

decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), têm

sido reclamados pelo setor privado. Em vez do tradicional papel exercido por bancos

públicos, obrigados a digerir perdas colossais ou a subsidiar setores e empresas,

essa nova ótica reserva a essas instituições financeiras um cenário de maior

competição.

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A ação do Banco Central, que sempre esteve focada na gestão da taxa de

juros, deve cada vez mais, estar centrada na gestão dos fluxos de crédito na

economia, assim como na defesa de sua reputação como guardião da moeda.

Se, no passado, o nível de renda era a variável-chave para descortinar

horizontes de expansão do financiamento, do crédito e da poupança, a partir deste

ano o interesse vai migrar para a qualidade da informação como insumo básico no

sistema financeiro, no mercado de capitais e na formação da poupança. A renda

continuará aumentando, mas o risco do país, das empresas e dos indivíduos será

condicionado pela qualidade dos investidores, tomadores e poupadores.

No setor externo da economia, a regra também muda. Por causa dos juros

altos, o Brasil era visto como uma anomalia mesmo entre os países emergentes.

Hoje, o mercado faz a contagem regressiva para o dia em que a economia brasileira

será promovida a "grau de investimento", digna da confiança dos investidores de

longo prazo. Até hoje, os investidores, especialmente os estrangeiros, mantiveram

comportamento típico, de entrar e sair do mercado com extrema agilidade, muitas

vezes aprofundando as crises pelo rastro de instabilidade na taxa de câmbio, pela

suspensão de projetos e pela especulação cotidiana.

No passado, reduzir juros era um convite à desvalorização cambial.

Atualmente, a redução de juros já começa a ser interpretada como mais um sinal do

sucesso, atraindo mais investidores externos e ampliando a demanda doméstica por

bens e serviços externos.

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Figura 1 – ESQUEMA EVOLUTIVO DA TAXA DE JUROS NO BRASIL

2005/2006

Fonte: Revista Época, 2008

O resultado mais provável e que começa a se delinear é uma valorização do

real, e não sua desvalorização, efeito inevitável segundo as regras do jogo do juro

alto. Juros menores indicarão controle e, portanto, maior apetite externo não apenas

pelos mercados de capitais, mas também pelos produtos e serviços brasileiros.

A redução das taxas está vinculada à diminuição do spread (diferença entre o

que o banco paga ao investidor e o que cobra nos financiamentos).

Em outubro/2007, o volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional

chegou a R$ 880,803 bilhões, o que equivale a 34% do total dos bens e serviços

produzidos no país, o Produto Interno Bruto (PIB). Essa relação é a maior desde de

junho de 1995, quando a relação chegou a 34,7% do PIB (LOPES, 2008).

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1.1 Banco Central do Brasil

Segundo a Wikipédia (2008), antes da criação do Banco Central, o papel de

autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do

Crédito (SUMOC), pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional.

A SUMOC, criada em 1945 com a finalidade de exercer o controle monetário

e preparar a organização de um banco central, tinha a responsabilidade de fixar os

percentuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas do redesconto

e da assistência financeira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos

bancários. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a

política cambial e representava o País junto a organismos internacionais.

O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do governo, através

do controle das operações de comércio exterior, o recebimento dos depósitos

compulsórios e voluntários dos bancos comerciais e a execução de operações de

câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional, de acordo com as

normas estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e

Industrial.

O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda.

Após a criação do Banco Central, buscou-se dotar a instituição de

mecanismos voltados para o desempenho do papel de "banco dos bancos". Em

1985 foi promovido o reordenamento financeiro governamental com a separação das

contas e das funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional. Em

1986 foi extinta a conta movimento e o fornecimento de recursos do Banco Central

ao Banco do Brasil passou a ser claramente identificado nos orçamentos das duas

instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação

do Banco Central.

O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até

1988, quando as funções de autoridade monetária foram transferidas

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progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, enquanto as atividades

atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao fomento e à

administração da dívida pública federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional.

Assim, o Banco Central do Brasil é uma pessoa jurídica de caráter público, ou seja,

é uma autarquia responsável diretamente pelas políticas monetárias do país, é a

principal autoridade monetária

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a

atuação do Banco Central, dentre os quais destacam-se o exercício exclusivo da

competência da União para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo

Senado Federal, em votação secreta, após argüição pública, dos nomes indicados

pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição.

Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos

ao Tesouro Nacional.

A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192, a elaboração de Lei

Complementar do Sistema Financeiro Nacional, que deverá substituir a Lei 4.595/64

e redefinir as atribuições e estrutura do Banco Central do Brasil.

Foto 1: Edifício Sede do Banco Central do Brasil

Fonte: site do Banco Central do Brasil

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1.1.1 Competências

Basicamente, as funções do Banco Central do Brasil se concentram na

supervisão da política monetária e cambial do país e na fiscalização do Sistema

Financeiro Nacional, sendo de sua competência exclusiva:

� organização, disciplinamento e fiscalização do Sistema Financeiro

Nacional, do Sistema de Pagamento Brasileiro e do Sistema Nacional de

Habitação e ordenamento do mercado financeiro. emitir papel moeda e

moeda metálica;

� executar serviços de meio circulante;

� receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais ;

� realizar operações de redesconto e empréstimos de assistência à liquidez

às instituições financeiras;

� regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros

papéis;

� efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e

venda de títulos públicos federais;

� autorizar, normatizar, fiscalizar e intervir nas instituições financeiras;

� controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto

funcionamento do mercado cambial.

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CAPÍTULO II - OS EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS E SUA OCORRÊNCIA NO

MERCADO ECONÔMICO BRASILEIRO

Conforme orientações emanadas do Banco Central do Brasil (2008), o

empréstimo é um contrato entre o cliente e a instituição financeira pelo qual ele

recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao banco em prazo determinado,

acrescida dos juros acertados. Os recursos obtidos através do empréstimo não têm

destinação específica, no que se refere à sua concessão. O cliente procura a

entidade financeira, faz um empréstimo, mas não precisa dizer para o que servirá o

recurso emprestado.

O financiamento é também um contrato entre o cliente e a instituição

financeira, mas com destinação específica, como, por exemplo, para aquisição de

um computador, uma casa ou um veículo.

Empréstimos e financiamentos podem ser quitados antecipadamente, pois as

normas do Conselho Monetário Nacional garantem ao cliente o direito à liquidação

antecipada com redução proporcional dos juros. As instituições financeiras devem

informar as condições para essa antecipação.

Não existe um limite para as taxas de juros cobradas pelas instituições

financeiras. Elas são aquelas praticadas no mercado, variando de instituição para

instituição, conforme demonstrado na Tabela 1.

2.1 POLÍTICA MONETÁRIA

Política monetária é a atuação de autoridades monetárias sobre a quantidade

de moeda em circulação, de crédito e das taxas de juros controlando a liquidez

global do sistema econômico.

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A Política Monetária age diretamente sobre o controle da quantidade de

dinheiro em circulação, visando defender o poder de compra da moeda. Tal prática

pode ser expansionista ou restritiva. Em uma política monetária restritiva, a

quantidade de dinheiro em circulação é diminuída, ou mantida estável, com o

objetivo de desaquecer a economia e evitar o aumento dos preços. Em uma política

monetária expansionista, a quantidade de dinheiro em circulação é aumentada, com

o objetivo de aquecer a demanda e incentivar o crescimento econômico. Cabe

ressaltar que a política monetária expansionista visa criar condições para o

crescimento econômico, porém não o determina.

Para fazer política monetária, o governo dispõe de alguns instrumentos

básicos:

a) Emissão de papel-moeda: Depósito compulsório (percentual sobre os

depósitos que os bancos comerciais devem reter junto ao Banco Central);

b) Compra e venda de títulos da dívida pública: Redescontos (Empréstimos

do Banco Central aos bancos comerciais);

c) Regulamentação sobre crédito e taxas de juros.

O incentivo ou a restrição ao crédito são utilizados pelo governo como

instrumentos de desenvolvimento microeconômico. Assim, se o governo deseja

expandir o agro-negócio, cria incentivos para a concessão de créditos aos

produtores rurais. Caso deseje restringir o consumo de determinado segmento de

produtos, cria instrumentos que também restrinjam o acesso ao crédito para compra

de produtos desse segmento. Por não ser gerenciado pelo Banco Central, este deve

levar em conta os efeitos produzidos pelo incentivo ou pela restrição ao crédito na

quantidade de dinheiro em circulação, para poder calibrar a utilização dos outros

instrumentos no cumprimento dos seus objetivos.

Através da compra e da venda de títulos públicos, o Banco Central afeta

diretamente a quantidade de dinheiro em circulação. Ao comprar títulos do público, o

Banco Central promove política monetária expansionista, pois entrega dinheiro em

troca dos títulos. Ao contrário, para enxugar a liquidez do sistema, o banco central

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20

pode vender títulos de sua carteira própria, entregando papéis e recebendo dinheiro,

que é tirado de circulação.

Parte dos depósitos efetuados pelos clientes não bancários nos bancos

comerciais deve ser recolhido ao Banco Central, compulsoriamente. Esse

instrumento tem o objetivo de diminuir o poder que os bancos comerciais possuem

de multiplicar o dinheiro em circulação através dos empréstimos, possibilitando ao

Banco Central manter o controle da quantidade de dinheiro em circulação.

A Taxa do Redesconto é um tipo de taxa exigida pelo Banco Central para

cobrir os eventuais "buracos" nos caixas dos bancos comerciais. Se a taxa é baixa e

o prazo é longo, os bancos podem se expor a riscos maiores, aumentando os

empréstimos e, por conseqüência, a quantidade de dinheiro em circulação. Se a

taxa é alta e o prazo é curto, os bancos precisam exigir riscos menores, diminuindo

os empréstimos e, por conseqüência, a quantidade de dinheiro em circulação.

Na teoria, a taxa de juros tem efeito direto sobre a poupança,

influenciando a remuneração do capital, e sobre os investimentos, influenciando o

custo do capital. Assim, se o objetivo é uma política monetária restritiva, a elevação

da taxa de juros irá diminuir a quantidade de dinheiro em circulação, ao estimular a

poupança e elevar os custos dos investimentos. Ao contrário, para estimular o

consumo e os investimentos, as taxas de juros devem ser mais baixas.

2.2 EMPRÉSTIMO CONSIGNADO

De acordo com o Banco Central do Brasil (2008), empréstimo consignado é

uma modalidade de empréstimo no qual o desconto da parcela/prestação acordada

com a instituição financeira é feito diretamente na folha de pagamento ou benefício

previdenciário do contratante/tomador do empréstimo. O cliente deve conceder, à

instituição financeira, autorização prévia e expressa, por escrito, para que a

consignação seja feita em sua folha de pagamento ou benefício. Nos termos

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evidenciados acima, o empréstimo consignado não precisa de destinação específica

para sua aplicação, pelo seu tomador.

É ação das instituições financeiras efetuarem convênios com as empresas ou

órgãos, para que os descontos sejam efetuados em folha de pagamento. Esta é uma

alternativa contratual para garantir o repasse dos valores descontados dos

servidores.

Não existem normas expressas do Banco Central ou do Conselho Monetário

Nacional que tratem do disciplinamento específico para a concessão de

empréstimos consignados

No caso de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do

Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), em virtude de vários problemas

ocorridos quanto à sua concessão, foi criada uma norma específica para orientar

entidades financeiras e o próprio tomador do empréstimo, a fim de diminuir a

ocorrência de situações nas quais os aposentados ou pensionistas eram lesados.

Dessa forma, o Banco Central do Brasil (BCB) possui um link em seu site de

internet, para esclarecer e prestar informações sobre os cuidados para a contratação

do empréstimo consignado.

A instituição financeira deve informar, previamente, no mínimo:

� Valor total financiado.

� Taxa efetiva mensal e anual de juros.

� Todos os acréscimos remuneratórios, moratórios e tributários que

eventualmente incidam sobre o valor financiado.

� Valor, número e periodicidade das prestações.

� Soma total a pagar com o empréstimo.

No caso de aposentados e pensionistas, relativamente à obtenção do

empréstimo consignado somente em banco onde recebem seus benefícios

previdenciários, o BCB informa que o beneficiário não está obrigado a obter

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empréstimo no banco em que recebe seu pagamento. Pode optar pela instituição

financeira que melhor lhe convier e que lhe oferecer as melhores condições.

Além disso, o BCB aponta cuidados que se deve ter antes de se contratar um

crédito, ou seja, sempre que se fizer qualquer operação bancária. Esses mesmos

cuidados devem ser tomados antes da contratação de um empréstimo consignado.

� Não se deve nunca fornecer o cartão magnético ou senha do banco a

terceiros.

� Não é prudente contratar empréstimos sem pesquisar as taxas de juros

e condições oferecidas por outras instituições.

� É fundamental saber se a instituição financeira está autorizada a

funcionai pelo Banco Central e, no caso dos empréstimos consignados

para aposentados e pensionistas do INSS, se a instituição está

conveniada com o INSS.

� Não se deve aceitar a intermediação de pessoas com promessas de

acelerar o crédito.

� O interessado em contratar um empréstimo consignado deve lembrar-se

que esse tipo de operação representa dívidas que poderão afetar a

administração da renda pessoal e familiar futura, em razão do

comprometimento mensal dos benefícios com o pagamento do

empréstimo.

2.3 TAXAS DE JUROS PRATICADAS NOS EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS

O Banco Central do Brasil (2008) salienta que o Custo Efetivo Total (CET)

representa o custo total de uma operação de empréstimo ou de financiamento. O

CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual, incluindo todos os

encargos e despesas das operações.

No que se refere às medidas adotadas buscando a redução do spread

bancário no país, o BCB passou a divulgar, em outubro de 1999, as taxas de juros

praticadas pelas instituições financeiras nas contratações das operações de crédito

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realizadas com recursos livres. As informações são construídas a partir de cada tipo

de encargo (prefixado, pós-fixado, taxas flutuantes e índices de preços) e com a

categoria do tomador do empréstimo (pessoas físicas e jurídicas).

Tal disponibilização apresenta as taxas de juros de cada instituição financeira,

que representam médias geométricas ponderadas pelas concessões observadas

nos últimos cinco dias úteis, período esse apresentado no ranking de cada

modalidade de operação de crédito. Como, em geral, as instituições praticam taxas

diferentes dentro de uma mesma modalidade de operação de crédito, a taxa média

pode diferir daquela cobrada de determinados clientes. Nesses casos, o cliente deve

procurar a instituição financeira respectiva para obter maiores esclarecimentos.

Os juros efetivos mensais são formados pela capitalização das taxas efetivas-

dia informadas pelas instituições financeiras, pelo número de dias úteis existentes no

intervalo de 30 dias corridos, excluindo-se o primeiro dia útil e incluindo-se o último.

Caso o vencimento ocorra em dia não útil, considerar-se-á o primeiro dia útil

subseqüente.

A taxa de juros total representa o custo da operação para o cliente, sendo

obtida pela soma da taxa média e dos encargos fiscais e operacionais.

Os encargos fiscais representam o custo do Imposto Sobre Operações de

Crédito, Câmbio e Seguro (IOF) incidente nas operações de crédito. Diversos fatores

como o prazo da operação, a clientela a quem se direciona o crédito e o

financiamento deste encargo pelas instituições financeiras explicam a variação

observada nos valores apresentados. Além disso, para cada modalidade, os valores

dos encargos fiscais são médias geométricas ponderadas pelas concessões

realizadas no período.

As taxas mínimas e máximas buscam espelhar a política operacional da

instituição em cada linha de crédito. A taxa mínima divulgada para cada modalidade

é a menor das taxas mínimas observada no período de cinco dias úteis e a taxa

máxima a maior das taxas máximas observada para o mesmo período.

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Em geral, existe uma relação inversa entre as taxas de juros e os volumes

das operações de crédito, em função das garantias envolvidas na operação.

Grandes operações tendem a apresentar taxas mais baixas, enquanto as operações

de pequeno valor, sem a exigência de garantias, tendem a apresentar taxas mais

elevadas.

Com referência ao cheque especial é recomendável a sua utilização somente

por curto período. Caso o cliente necessite de recursos por um prazo mais longo, o

crédito pessoal é uma opção que oferece taxas de juros bem menores.

Os rankings de taxas são apresentados em ordem alfabética de instituição ou

por ordem crescente de taxa de juros total. Determinadas instituições concedem

abono de prazo na utilização do cheque especial. Todavia, isso não é considerado

para efeito das informações prestadas ao Banco Central do Brasil e estas

instituições se encontram assinaladas no ranking das taxas de cheque especial. As

instituições não relacionadas nos rankings não operaram ou não prestaram

informação ao Banco Central do Brasil para o respectivo período, estando, nesse

segundo caso, sujeitas às penalidades previstas na legislação vigente.

Os dados apresentados através do Anexo 1, mostram que há competição

entre os bancos, a fim de ofertarem menores taxas, demonstrando a dinamicidade

do mercado: aquele que oferece as melhores condições consegue incrementar seus

negócios, entretanto, o Banco Central regula a taxa de juros. Nesse sentido, o

Banco Central brasileiro encarrega-se de fiscalizar os montantes utilizados em

operações financeiras pelos bancos, com a finalidade de obter dados para a

regulação da economia e da atividade de cada instituição bancária, assim como para

controlar a arrecadação de impostos financeiros decorrentes da efetivação dos

empréstimos e financiamentos.

Através dos dados constantes do Anexo 1, depreende-se que a competição

mercadológica não se restringe aos bancos privados, mas que também os bancos

públicos e considerados de economia mista (Caixa Econômica Federal e Banco

Brasil, respectivamente) participam dessa concorrência.

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Para Gonçalves (2007), as taxas de juros do Brasil são consideradas

extremamente elevadas, talvez as mais altas do mundo. Esta situação cria uma

serie de problemas, como a redução do crescimento econômico do país, pois inibe o

investimento da indústria, diminuindo assim sua competitividade e ocasionando

desemprego. Juros altos também significam aumento dos gastos do governo com os

juros pagos sobre a divida interna, diminuindo os investimentos do setor publico e

gastos sociais. As taxas de juros altas proporcionam uma alta concentração de

renda, pois a remuneração do capital das pessoas mais ricas é muito elevada.

As taxas de juros elevadas no Brasil já levaram até mesmo a medidas

desesperadas, como a colocação de um limite máximo na Constituição Federal de

1988:

CAPÍTULO IV DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Artigo 192: § 3º - As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar. Revogado pela Emenda Constitucional nº. 40, de 29.5.03.

Existem vários motivos para que os juros sejam altos no Brasil. O poder

político e monopólio dos bancos, impostos elevados, escassez de poupança

doméstica, o governo com altas dívidas e talvez a principal seja a atuação

independente e conservadora do Banco Central, que toma a decisão com relação à

taxa Selic (GONÇALVES, 2007).

O autor referido ainda conclui que um banco central independente tem

como objetivo estabilizar a economia. E através da política monetária controlar a

demanda agregada para que este não ultrapasse a capacidade de produção do

país. Se a demanda for maior que a produção, ocasionará inflação e, posteriormente

uma redução da demanda e da produção. Evitar esse círculo vicioso é papel

fundamental do Banco Central, que é alvo de criticas quanto a política de baixar

juros.

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Para a Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN (2007), a queda dos

juros não depende simplesmente de um ato de vontade política. Os juros são vão

cair de forma crescente quando o governo controlar a inflação, cortar gastos e gerar

superávits para reduzir a dívida pública. As reformas trancadas no Congresso

Nacional, principalmente da Previdência, contribuiriam muito para diminuir o déficit

publico.

Juros baixos também contribuiriam para reduzir o alto índice de inadimplência

que tem peso significativo no spread bancário – a diferença entre o que os bancos

pagam para captar recursos dos investidores e o que cobram para emprestar as

pessoas e empresas. O spread bancário é alto, embora venha caindo nos últimos

anos. Os bancos vêm debatendo entre si uma forma de redução gradual do spread,

mas é um processo lento.

Outra alternativa para baixar os juros, é a redução do cunho fiscal e tributário.

Redução nos impostos como IR, CPMF, IOF, Contribuição Social, PIS, COFINS,

INSS, FGC entre outros diminuiriam os custos sobre os empréstimos, possibilitando

menores juros para o tomador final.

A lei de Falências, aprovada pelo Congresso, também deve ajudar a reduzir

os juros, pois ela possibilita a cobrança de garantias em caso de inadimplência, o

que antigamente era muito difícil. Essas e outras medidas contribuiriam muito para

reduzir riscos para o mercado financeiro e, em conseqüência diminuir as taxas de

juros no Brasil.

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CAPÍTULO III – JURISPRUDÊNCIA DOS EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS

3.1 Lei nº 1.046/50

A Lei nº 1.046, de 2 de janeiro de 1950, trata da consignação em folha de

pagamento, sendo que seu artigo 1º estabelecia as incidências que podem ser

consideradas para tal. Este artigo foi reformado pela Lei 2.853/56, ficando assim

determinado: “Art. 1º É permitida a consignação em fôlha de vencimento,

remuneração, salário, provento, subsídio, pensão, montepio, meio-sôldo e

gratificação adicional por tempo de serviço”.

A Lei 2.853/56 também trouxe alterações ao art. 21 da Lei 1.046/50, através

do seu art. 2º, no que se refere ao percentual incidente e tomado como margem

consignável, passível de efetivação de consignação, sem desconsiderar casos

especiais, como pensão alimentícia e moradia:

Art 2º O art. 21 e parágrafo único da Lei nº 1.046, de 2 de janeiro de 1950, passam a ter a seguinte redação: "Art. 21. A soma das consignações não excederá de 30% (trinta por cento) do vencimento, remuneração, salário, provento, subsídio, pensão, montepio, meio-sôldo, e gratificação adicional por tempo de serviço. Parágrafo único. Êsse limite será elevado até 70% (setenta por cento) para prestação alimentícia, educação, aluguel de casa ou aquisição de imóvel destinados a moradia própria".

As demais disposições da Lei 1.046/50 tratam dos consignantes, dos

consignatários, e da limitação dos juros a 12% ao ano, além de casos para

empréstimos para imóveis.

3.2 Lei nº 10.953/2004

A Lei 10.953/2004, em seu Art. 1º, deu nova redação ao artigo 6º da Lei

10.820/03, a fim de instituir a possibilidade dos aposentados e pensionistas do

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Regime Geral de Previdência Social poderem autorizar a retenção, por instituições

financeiras, de valores recebidos por crédito de seus benefícios para pagamento de

prestações derivadas de empréstimos, financiamentos e operações de

arrendamento mercantil realizados perante essas mesmas instituições.

Tal reformulação legal, sem dúvida, visou permitir ao aposentado um acesso

mais fácil e barato ao crédito, diante da eliminação dos riscos da inadimplência, fato

que permite aos bancos a concretude do recebimento dos valores emprestados.

Art. 1º O art. 6º da Lei no 10.820, de 17 de dezembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 6º Os titulares de benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral de Previdência Social poderão autorizar o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS a proceder aos descontos referidos no art. 1o desta Lei, bem como autorizar, de forma irrevogável e irretratável, que a instituição financeira na qual recebam seus benefícios retenha, para fins de amortização, valores referentes ao pagamento mensal de empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil por ela concedidos, quando previstos em contrato, nas condições estabelecidas em regulamento, observadas as normas editadas pelo INSS. .................................................................. § 2º Em qualquer circunstância, a responsabilidade do INSS em relação às operações referidas no caput deste artigo restringe-se à: I - retenção dos valores autorizados pelo beneficiário e repasse à instituição consignatária nas operações de desconto, não cabendo à autarquia responsabilidade solidária pelos débitos contratados pelo segurado; e II - manutenção dos pagamentos do titular do benefício na mesma instituição financeira enquanto houver saldo devedor nas operações em que for autorizada a retenção, não cabendo à autarquia responsabilidade solidária pelos débitos contratados pelo segurado. § 3º É vedado ao titular de benefício que realizar qualquer das operações referidas nesta Lei solicitar a alteração da instituição financeira pagadora, enquanto houver saldo devedor em amortização. ................................................................... § 5º Os descontos e as retenções mencionados no caput deste artigo não poderão ultrapassar o limite de 30% (trinta por cento) do valor dos benefícios. § 6º A instituição financeira que proceder à retenção de valor superior ao limite estabelecido no § 5o deste artigo perderá todas as garantias que lhe são conferidas por esta Lei”.

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3.3 Decreto 4.840/06

O Decreto nº. 4.840, de 17 de setembro de 2003 estabelece que a base de

cálculo para o desconto em folha de pagamento é a remuneração disponível do

empregado. A lei conceitua como remuneração disponível o valor que restar da

remuneração básica, após efetuadas as deduções de contribuição para a

Previdência Social oficial; pensão alimentícia judicial; imposto sobre rendimentos do

trabalho; decisão judicial ou administrativa; mensalidade e contribuição em favor de

entidades sindicais; e outros descontos compulsórios instituídos por lei ou

decorrentes do contrato de trabalho.

A lei também determina que seja considerada como remuneração básica a

soma das parcelas pagas mensalmente ao empregado, excluídas: diárias; ajuda de

custo; adicional pela prestação de serviço extraordinário; gratificação natalina;

auxílio-natalidade; auxílio-funeral; adicional de férias; auxílio-alimentação, mesmo se

pago em dinheiro; auxílio-transporte, mesmo se pago em dinheiro; e parcelas

referentes à antecipação de competência futura ou pagamento retroativo.

Sintetizando, a remuneração disponível é a resultante da subtração da

remuneração básica e dos descontos (consignações legais). O percentual de

desconto em folha é de 30% da remuneração disponível, condicionado ainda ao

máximo de 40% da mesma remuneração, além dos descontos autorizados pelo

empregado (consignações voluntárias), além dos legais.

3.4 Decreto nº 5.892/06

O Decreto nº 5.892, de 12 de setembro de 2006, em seu Art. 1º, acresce um

parágrafo ao art. 4º do Decreto no 4.840, de 17 de setembro de 2003, que

regulamenta a Medida Provisória nº 130, de 17 de setembro de 2003, o qual dispõe

sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento,

relativamente a empréstimos e financiamentos imobiliários:

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Art. 1º O art. 4º do Decreto no 4.840, de 17 de setembro de 2003, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo: “§ 7º-A. Nas hipóteses de concessão, ao amparo deste Decreto, de empréstimo ou financiamento imobiliário no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação ou de outros sistemas ou programas destinados à aquisição de imóveis residenciais, as prestações e seus reajustamentos obedecerão às disposições contratuais celebradas entre as partes, sendo permitida a estipulação de prestações variáveis.”

3.5 As novas definições trazidas pela Jurisprudência aos Empréstimos

Consignados

A popularidade trazida aos contratos relativos a empréstimos consignados,

realizados através de descontos em folha de pagamento gerou uma corrida dos

interessados aos Bancos, principalmente aqueles mais endividados ou mesmo

outros que desejavam obter algum produto que não estava ao seu alcance

financeiro, em função de preço mais alto que o salário mensal.

El Bayeh (2007) salienta o fato da consignação em folha de pagamento não

ser um instituto novo e, em não sendo, certamente traz adaptações características

da realidade econômica e social atual, lembrando que não somente os funcionários

públicos, aposentados e pensionistas incluem-se nessa prerrogativa legal, mas

também os celetistas fazem parte daqueles que podem utilizar tal recurso. Ocorre

que, em virtude da estabilidade que os funcionários públicos possuem e da

regularidade no pagamento de aposentados e pensionistas, o maior e claro

direcionamento aos empréstimos consignados é a eles destinado, em razão do

baixo risco de inadimplência.

A autora ainda esclarece que consignações em folha de pagamento são os

descontos efetuados nos vencimentos, proventos ou pensões dos servidores

públicos, aposentados, pensionistas e celetistas, por imposição legal ou por sua

expressa autorização, sendo as primeiras denominadas consignações compulsórias

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e as segundas denominadas facultativas, conforme conceitos definidos no Decreto

nº 4.840/2003.

De acordo com o que ensina El Bayeh (2007), são consideradas

consignações compulsórias os descontos e recolhimentos efetuados por força de lei

ou mandado judicial, como as contribuições para a previdência social, imposto de

renda, pensões alimentícias, reposições e indenizações ao erário, todos eles

impostos ao servidor, e chamados de compulsórios porque independem da vontade

e portanto da prévia autorização para sua efetivação. Consignações facultativas são

aqueles descontos efetuados com a anuência do servidor para aquisição de bens,

produtos ou serviços contratados com empresas e instituições previamente

cadastradas junto ao órgão público pagador.

As consignações facultativas não se constituem em novidade no ordenamento

jurídico brasileiro, considerando que, há algum tempo, as mensalidades referentes a

associações e sindicatos vêm sendo descontadas dos vencimentos, proventos e

pensões não apenas dos servidores públicos mas também dos empregados

celetistas, seja de órgãos públicos, seja de empresas privadas (EL BAYEH, 2007).

Dessa forma, fica demonstrado que o instituto da consignação em folha é tão

antigo como o é a necessidade de não permitir que a inadimplência no pagamento

de impostos, encargos, benefícios, dentre outros, cause a evasão de receitas ou o

pagamento regular de obrigações previstas em lei, a exemplo da pensão alimentícia.

O instituto da consignação, perpetrada sua existência, adapta-se aos tempos

contemporâneos do capitalismo, no qual o consumo apresenta-se configurado como

uma necessidade humana, seja para a subsistência, seja para lograr melhor conforto

na vida diária, não sem antes mencionar a economia como fator de desenvolvimento

de um país como o Brasil, no qual as taxas de juros, o consumo, a produção, dentre

os demais fatores, são medidas importantes. Nesse sentido, baixas taxas de juros

aliadas à produtividade em expansão certamente levam ao consumo e, desta

maneira, a consignação em folha reaparece como um recurso para alcançar as

necessidades humanas, proporcionando a rotatividade do mercado, sem esquecer o

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controle do Banco Central do Brasil na regulação das taxas de juros, a fim de não

permitir um descontrole da economia.

Levando em conta os fatores sociais e econômicos, a remodelagem do

conceito referente à consignação em folha de pagamento traz inovações, no que se

refere às novas modalidades passíveis de desconto em folha de pagamento, a

exemplo do empréstimo consignado ou crédito pessoal.

A abertura mais ampla dessa modalidade, inicialmente aos funcionários

públicos e, em seguida, aos celetistas, trouxe consigo uma queda na taxa de juros

“que não foi alcançada com idéias muito mais elaboradas, e porque não dizer

mirabolantes, já testadas com o mesmo intuito, e nunca com o mesmo êxito” (EL

BAYEH, 2007).

Segundo a autora, a simplicidade da idéia talvez traduza, em parte, seu

sucesso. Não sendo instituto novo, a consignação em folha de pagamento já

possuía operação e regime próprio e, portanto, a inclusão de novas modalidades,

tais como o empréstimo pessoal, o que fez aquecer o mercado do crédito.

Atrevemos-nos a dizer que não foi apenas a abertura da modalidade empréstimo pessoal que fez o tema das consignações alçar o prestígio e destaque que saboreia hoje em dia uma vez que a previsão legal para empréstimo pessoal consignado já existia em alguns órgãos públicos. Não obstante não tinha o vulto da atualidade, por questões menores, mas que encareciam este crédito. Por exemplo, o repasse referente a esses descontos não era efetivado de forma direta, mas sim intermediado, o que encarecia, por demais, o custo da operação. Posteriormente a Lei 7492/86 passou a coibir a prática da intermediação financeira, e sendo legislação federal auto-aplicável, culminou no soterramento dos empréstimos consignados intermediados (EL BAYEH, 2008)

.O ressurgimento da possibilidade de efetuar consignações de empréstimos

em folha de pagamento foi uma composição de detalhes pequenos, mas

significativos, como: a eliminação da intermediação, a determinação de um teto para

o comprometimento dos salários (denominado margem consignável) e a concepção

e implantação de sistemas que, ao tempo em que imprimem maior segurança e

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celeridade às operações financeira, trazem a possibilidade de aumentar o

gerenciamento e controle do órgão pagador, de modo que as consignações em folha

de pagamento deixem de ser meros descontos efetuados em vencimentos para

galgarem o status de benefício trabalhista.

A distinção entre mero desconto e benefício trabalhista é crucial para a vida

do servidor, motivo pelo qual os legisladores buscaram ampliar as possibilidades

para realização de operações de crédito voltadas ao empréstimo consignado, como

também favorecer tanto a economia quanto estender benefícios trabalhistas,

voltados à melhoria de vida.

Ribeiro (2006) aponta que a procura pelo empréstimo consignado em folha de

pagamento, também rotulado de crédito consignado, dentre outros títulos, se deve a

uma concepção política do governo, que visou a ampliação do crédito e de

oportunidades à sociedade, em relação ao consumo de bens. O autor afirma que,

mesmo antes de empossado, o atual Governo mostrou disposição para alargar o

crédito e reduzir os spreads bancários1. Medidas foram adotadas com a aprovação

da Lei de Recuperação de Empresas e da Lei de Instrumentos Financeiros. Mas

nenhuma iniciativa foi tão efetiva quanto a criação do Crédito Consignado, por meio

da Medida Provisória 130/03, imediatamente convertida pelo Congresso Nacional na

Lei nº 10.820, de 17 de dezembro de 2003.

Ribeiro (2006) traz informações que dão conta de que, já no ressurgimento

desse instrumento de crédito, que começava a ser aplicado pelo mercado brasileiro,

uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, de julho de 2004, lançava dúvidas

sobre a juridicidade da modalidade de empréstimo. O voto condutor do julgamento,

naquela oportunidade, indicava que os salários gozam da prerrogativa de não

poderem ser penhorados e desta forma não poderiam servir de garantia para o

crédito (Processo: Resp 5 50871 – 3 ª Turma). E de fato o Código de Processo Civil

veda a execução de dívidas com a penhora do salário, como forma de preservar seu

caráter alimentar.

1 Spread bancário é a diferença entre o custo do dinheiro para os bancos e as taxas que eles cobram para

emprestá-lo aos clientes (TROSTER, 2003).

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A dúvida persistiu, sem desencorajar o mercado de crédito que mês após mês

incrementou as operações de crédito consignado, o que levou essa modalidade de

empréstimo a representar a maior contribuição para que a relação crédito/PIB

passasse de 24% para 27%, no ano passado, e alcançasse algo em torno dos 30%,

no final de 2005.

Mas já em junho do corrente ano, ao rever um outro processo sobre o mesmo

tema (Resp 728563/RS), o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento da 2 ª Seção

(Direito Privado), por 5 votos a 2, concluiu que a consignação das parcelas de um

empréstimo em folha de pagamento de salários ou de benefícios previdenciários não

se constituía em penhora, mas em modalidade de liquidação de obrigação,

livremente pactuada pelo tomador do crédito.

“Na verdade, a consignação em folha é da própria essência do contrato celebrado. É a ele inerente, porque não representa, apenas, uma mera forma de pagamento, mas a garantia do credor de que haverá o automático adimplemento obrigacional por parte do tomador do mútuo, permitindo a concessão de empréstimo com menor margem de risco, o que, concretamente, também favorece o financiado, seja por dispensar outras garantias como o aval, seja por proporcionar, exatamente pela mesma segurança da avença, uma redução substancial na taxa de juros e prazos mais longos, tornando significativamente menos oneroso o financiamento. “ Esta é parte do voto do Ministro Relator Aldir Passarinho Júnior, que foi complementado, por ele mesmo, com o seguinte esclarecimento: “ Apurei, dados de hoje, que no empréstimo consignado as taxas variam em um mesmo estabelecimento bancário oficial, de 1,88% ao mês com crédito consignado, a 4,41%, sem consignação e se o mutuário não receber salário ou remuneração via aquele banco. No caso da taxa mais alta, ainda soma-se que o financiamento é de até 12 meses (o consignado vai até 36) e ainda se exige avalista. Portanto, na prática, se há vantagem para a instituição financeira, que tem a segurança do recebimento da dívida, também, inegavelmente, ela existe, muito concretamente, em favor do financiado, traduzida, como antes destacado, em juros substancialmente menores, prazo mais longo e dispensa de outras garantias, como aval de terceiros.”

Como esse julgamento da Seção de Direito Privado, é unifica o entendimento

do Superior Tribunal de Justiça sobre a matéria. Assim sendo, os processos que

tenham por finalidade desconstituir a autorização para débito das prestações em

folha de pagamento, poderão ter julgamento monocrático, diretamente pelo Ministro

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Relator do processo, desde que no mesmo sentido, o que garante aos mais de R$

10 bilhões de empréstimos consignados a estabilidade e segurança jurídica

necessária para manutenção desse benefício em favor dos assalariados e

pensionistas.

Os votos discordantes não invalidavam a cláusula de desconto automático,

apenas admitiam que, em circunstâncias especiais e caso a caso, ela pudesse ser

revista pela Justiça.

Ribeiro (2006) ainda reconhece que, muito embora o voto vencedor não tenha

mencionado expressamente, sua lógica vai ao encontro do que dispõe o Art. 421, do

Novo Código Civil – “ A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites

da função social do contrato .” Apesar de muitos interpretem a função social do

contrato como se socializante fosse, dando ao mesmo uma conotação de função de

equidade e mais além de distribuição uniforme dos bens terrenos entre os habitantes

do nosso planeta, o certo é que o Código referiu-se, de fato, ao sentido da justa

posição das partes, no conjunto de relações entre si, observado o sistema

estabelecido na sociedade.

No caso específico dos empréstimos com consignação em folha, a

fundamentação necessária para que ele fosse institucionalizado legalmente teve por

finalidade permitir que as instituições financeiras pudessem ter mecanismos para

ofertar crédito de uma maneira simples, segura e sem burocracias desnecessárias.

Assim, aos cidadãos pode ser disponibilizada a oportunidade de acessar recursos

financeiros, de forma mais barata e com prazos maiores, para que eles possam

honrar seus compromissos, com a facilidade de não ter que se deslocarem

mensalmente à instituição financeira para quitar as parcelas relativas ao empréstimo

e, em contrapartida, a instituição financeira tem garantido o desconto mensal,

através do empregador.

Na busca de um verdadeiro justiciamento, tais operadores do direito,

assalariados do Estado e pagos pela Sociedade Brasileira, pretendem que mais de 5

milhões de beneficiários do INSS, que já optaram por essa forma de empréstimo,

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permaneçam, como antes ocorria, à margem do mercado de crédito. Não

entenderam de função social do contrato e menos ainda das suas funções na

Sociedade.

Ribeiro (2006) avança na discussão sobre a validade dos descontos, em

razão de questionamentos gerados ao Judiciário. Muitos contratantes alegavam a

ocorrência, no negócio, do defeito jurídico conhecido como lesão. A lesão traduz um

prejuízo decorrente da desproporção entre as prestações do negócio jurídico, em

virtude do abuso, da necessidade (econômica) ou da inexperiência de uma das

partes. Exemplo clássico de negócio viciado pela lesão é o contrato de empréstimo

de dinheiro com juros abusivos. Porém, os tribunais superiores vêm decidindo que o

contrato de empréstimo consignado em folha de pagamento não configura lesão,

sendo, portanto, lícito. Recente Instrução Normativa do INSS tentou deixar mais

clara essa espécie de negócio e não permite mais contratar o empréstimo por

telefone, por exemplo.

Há, no Código Civil, referência ao princípio da boa-fé, que prega que as

partes do negócio jurídico devem agir de forma a prestar as informações

necessárias com veracidade, sem enganar o outro contratante. Nos contratos de

empréstimo consignado (também chamados contratos de crédito pessoal),

especialmente no caso dos aposentados e pensionistas do INSS, a doutrina diz que

o contratante deve ter ciência da obrigação que está assumindo, ou seja, a outra

parte deve esclarecer todos os pontos do contrato e evitar o uso de termos técnicos,

em razão do dever de informação ao usuário.

A cláusula que autoriza o desconto é da essência do contrato, não podendo

ser suprimida pela vontade do devedor, porque tais contratos contam com taxas de

juros menores do que as praticadas pelo mercado, como já decidiu o Superior

Tribunal de Justiça (STJ). O procedimento do desconto em folha facilita a obtenção

do crédito e integra a garantia contratual de contraprestação do mútuo. Há, então,

crédito do trabalhador perante seu empregador, a cada mês, e débito desse

trabalhador perante o agente financeiro, também mensal. No empréstimo concedido

por uma instituição financeira, portanto, o interesse econômico é confrontado com o

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interesse do empregado à livre fruição da remuneração, derivada de sua natureza

alimentar.

Ribeiro (2006) salienta que, para os julgadores, a consignação em folha não

representa apenas uma forma de pagamento, mas a garantia do credor de que

haverá o automático adimplemento obrigacional por parte do tomador do mútuo. Isso

permite concessão de empréstimos com menor margem de risco para a instituição

financeira, o que acaba favorecendo o financiado, pois há dispensa de apresentação

de outras garantias, como aval (normalmente exigidas em outras espécies de

empréstimo). Além disso, pela segurança da avença, há ainda uma redução

substancial na taxa de juros e prazos mais longos.

Em alguns dos contratos desse tipo, que são levados ao Judiciário, o devedor

costuma alegar que, no caso de funcionário público, a legislação proíbe a penhora

de vencimentos (em razão de sua natureza alimentar), e o contrato de empréstimo

seria equivalente, pois há o desconto em folha de pagamento. Têm, os tribunais

superiores, decidido que se trata de situações diferentes: nesse tipo de contrato não

há penhora de vencimentos de funcionário público, pois não há processo de

execução forçada. Há apenas exercício de livre disposição contratual, comum em

operações dessa natureza, até em razão das taxas inferiores à média de mercado.

Assim, não haveria ilegalidade no desconto em folha.

Os julgadores também consideram que se alguém obtém financiamento com

taxas menores, por ter optado por uma modalidade de consignação em folha de

pagamento, que, além disso, o dispensou de oferecer garantia suplementar e

ofereceu prazo mais elástico, com redução de cada parcela, e, depois, quer excluir a

cláusula por considerar expropriação abusiva, o propósito seria apenas de deixar de

cumprir com a obrigação avençada. O credor, naturalmente, sempre terá direito a

receber pelo empréstimo que concedeu. Para se ter uma idéia, no empréstimo, as

taxas variam, em um mesmo estabelecimento bancário oficial, de 1,88% ao mês

com crédito consignado, a 4,41%, sem consignação e se o mutuário não receber

salário ou remuneração via aquele banco. No caso da taxa mais alta, o

financiamento é de até 12 meses (o consignado vai até 36) e ainda é exigido

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avalista. Além disso, a obtenção do crédito é facilitada e mais ágil no caso de

desconto em folha de pagamento.

Se fosse retirada a cláusula do desconto em folha, o credor (cooperativa,

banco, dentre outros) ficaria sem garantia nenhuma, pois não há avalista: já

emprestou a juros mais baixos, por prazo mais longo e a garantia que tinha (a

consignação) seria perdida ao argumento de que se trata de penhora de salário. E o

mutuário, que obteve tais vantagens, se retirasse, unilateralmente, a obrigação de

consignar, dificultaria a cobrança – o que, em tese, acabaria por gerar mais risco ao

emprestador, que diluiria esse custo nos empréstimos seguintes, acabando por

onerar todos os tomadores.

3.6 Orientações gerais para Tomadores de Empréstimos

A situação financeira, desde que surgiu o sistema monetário, aflige os

cidadãos, que buscam não perder oportunidades ou satisfazer suas necessidades,

muitos deles utilizando o recurso de emprestar dinheiro. Atualmente, além das

formas convencionais de empréstimo pessoal, existem opções de credito

consignado para trabalhadores e de empréstimo especial para aposentados.

O empréstimo pessoal pode ser realizado nas instituições bancárias,

utilizando-se o empréstimo consignado, pelas facilidades, em termos de menor

burocracia, como também pela redução na taxa de juros, em relação a outras

modalidades, sendo necessário verificar as condições da operação a ser realizada:

se o valor da prestação é compatível com a renda e o suprimento das necessidades

básicas, ter consciência do valor a emprestar e total a pagar com os juros, se a

quantidade de parcelas cabe no orçamento

No empréstimo consignado, as prestações são descontadas diretamente na

folha de pagamento do trabalhador, o que garante índices mais baixos de

inadimplência e, portanto, o credor pode conceder juros menores. Esse tipo de

credito consignado pode ser feito através da empresa empregadora ou pelo próprio

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empregado. Também existem sindicatos que oferecem essa modalidade de

empréstimo. O trabalhador interessado pode procurar pelo credito consignado no

banco em que possui conta corrente ou procurar seu sindicato ou departamento de

pessoal de sua empresa e se informar sobre as condições do empréstimo.

A partir de 2004, o empréstimo consignado foi estendido também aos

aposentados e pensionistas do INSS. No caso de aposentados e pensionistas, como

não possuem mais o vínculo com empresas ou sindicatos, a única maneira de

conseguir o credito é através de instituições financeiras que estão autorizadas pelo

Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) a oferecer essa modalidade.

Os juros não são tabelados e, por isso, o aposentado deve fazer uma

pesquisa entre as instituições para verificar quais as que oferecem as melhores

condições. Os valores que podem ser tomados e os prazos também variam

conforme a instituição e, é claro, o salário do aposentado. Em todo caso, há um

limite para o comprometimento da renda – as prestações não podem ser superiores

a 30% do salário liquido mensal do aposentado ou pensionista e devem ser sempre

pré-fixadas.

O empréstimo para aposentado não precisa ser feito na agencia em que o

aposentado recebe o beneficio. Pode ser feito em qualquer uma das instituições

credenciadas pelo Ministério da Previdência e Assistência social.

É fundamental sempre ler bem o que se esta assinando e comparar as

condições antes de se comprometer com alguma instituição. O empréstimo

consignado pode ajudar quem precisa, mas deve ser feito com critério e inteligência

O MPAS elaborou roteiro sobre procedimentos relativos a empréstimos

consignados, que pode servir de parâmetro, no intuito de orientar qualquer tomador

de empréstimo consignado, que pode ser acessado através da pagina do INSS na

internet.

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O site do Banco Central do Brasil, na internet, possui link que informa

diariamente as taxas praticadas pelas instituições de crédito, que pode orientar

aqueles que desejam efetuar empréstimos consignados, buscando as menores

taxas para obter menores juros,

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CONCLUSÃO

As pesquisas efetuadas confirmaram a estreita relação existente entre os

aspectos econômicos e o direito, no sentido de complementaridade e necessidade

de interação entre ambos, pois a economia é regida por regulamentos, normas,

contratos, dentre outros, que permitem sua atuação no contexto da sociedade, de

maneira a dar consecução à política monetária brasileira.

Efetuada a constatação de que a macroeconomia relaciona-se diretamente à

globalização e que isso influencia o comportamento das pessoas, principalmente no

que se refere à fixação das taxas de juros, as quais conduzem as práticas do

mercado, percebeu-se que o sucesso dos empréstimos consignados está

intrinsecamente ligado à política monetária praticada no mercado brasileiro.

Tal sucesso não ocorreu à toa. O aquecimento do mercado brasileiro, o

controle do Banco Central do Brasil e a competitividade das taxas de juros

trouxeram um interesse maior pela aquisição de bens, através de empréstimos que,

até então eram timidamente praticados pelas instituições financeiras, em razão dos

riscos e da inadimplência.

Os empréstimos consignados, em virtude do diferencial de taxas de juros

menores e da maior abertura trazida pela legislação desde 2003, com a manutenção

de empréstimos para serem consignados em folha, favorecidos pela política do

governo de ampliação ao acesso de bens, sofreu um desenvolvimento muito maior

que antes, considerando três fatores favoráveis: o maior acesso de pessoas com

salários mais baixos a empréstimos, dentro de sua capacidade financeira, a livre

concorrência entre as instituições financeiras e o aumento na captação de impostos,

principalmente o Imposto sobre Operações Financeiras, para os cofres do Governo

Federal, sob o controle e fiscalização do Banco Central do Brasil.

Um aspecto que permeou as alterações na legislação refere-se à margem

consignável. Os legisladores, a cada avanço legal, buscaram aprimorar e detalhar as

incidências a serem consideradas quando da contratação de empréstimos

consignados, delimitando adequadamente inclusive o percentual a ser considerado

para se chegar a tal margem e, desta maneira, verificar o valor máximo que poderia

ser emprestado, sem comprometer o salário do tomador, principalmente na

satisfação de suas necessidades mais básicas.

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Desta maneira, o salário é resguardado, no sentido de não sofrer descontos

que comprometam sua aplicação nas necessidades básicas familiares, incluindo-se

aí a pensão alimentícia.

A Lei 1.046/50 apresentou as principais regras para que o funcionário público,

já naquele momento, tivesse acesso ao empréstimo consignado, sendo que a Lei

2.853/53 trouxe algumas alterações. A principal delas referia-se à estipulação do

percentual incidente sobre as verbas recebidas, para efeito de determinação de

margem consignável.

Em 2003, a Lei 10.820/03 disciplinou a aplicação dos empréstimos

consignados a trabalhadores ligados à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),

instituindo regras, conceitos (como de consignatário, deduções, verbas aplicáveis,

dentre outros), percentuais aplicáveis, tudo visando deixar clara a relação entre

tomador e concedente do empréstimo.

A partir dessa abertura, foi facilitada a aplicabilidade do empréstimo

consignado, decorrente da disposição governamental de aquecer o mercado

financeiro, trazendo a competitividade entre as instituições financeiras e, em

conseqüência, a procura por esta modalidade de empréstimo.

O aumento crescente da oferta desses serviços atingiu os aposentados e

pensionistas do Regime da Previdência Social, estabelecendo-se regras específicas

para essa clientela através da Lei 10.953/04, permitindo com que as relações entre

eles e as instituições financeiras pudessem ocorrer, pautadas em dispositivos

constantes da lei.

Definidas as regras, as relações mercadológicas encarregaram-se de pactuar

seus contratos, para atingir a pretensão governamental de aquecer a economia e

facilitar o acesso do cidadão a bens e serviços.

Nessa direção, surge o Decreto 5.892/06, que acrescenta, às consignações já

´possíveis de pactuamento, os financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação,

facilitando ainda mais as condições para a aquisição de moradia.

Nesse sentido, muito contribuiu a norma jurídica, quando trouxe ditames que

regularam as ações para os empréstimos consignados, seja para o funcionalismo

público, seja para celetistas, adaptando-se ao momento brasileiro vivido por sua

sociedade, de acordo com as necessidades vigentes.

Evidenciou-se dessa maneira, a notoriedade do aspecto jurídico atinente às

práticas monetárias brasileiras, como imprescindíveis à regulação das relações

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vivenciadas entre organismos e pessoas que interagem, tanto na oferta de serviços

como na recepção dos mesmos, que influenciam diretamente no modo de vida da

sociedade.

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ANEXOS

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ANEXO 1

Ranking das Taxas de Operações de Crédito Classificadas por ordem crescente de

taxa

Modalidade: PESSOA FÍSICA -

CREDITO PESSOAL Tipo: Prefixado

Período: de 20/05/2008 a 27/05/2008

Posi-ção

Instituição Taxa de Juros (sem encargos) Encargos Taxa Total

(4) = (1)+(2)+(3) Mínima Máxima

Média (1)

Operac. (2)

Fiscais (3)

1 BCO RIBEIRAO PRETO S A 1,00 4,02 1,02 0,00 0,30 1,33

2 BCO CRUZEIRO DO SUL S A

0,66 13,32 1,49 0,00 0,04 1,54

3 BCO ALFA S A 1,31 9,52 1,43 0,03 0,14 1,60

4 BANCO CALYON BRASIL S.A.

0,95 1,60 1,37 0,00 0,35 1,72

5 MÚLTIPLA CFI S/A 1,00 12,46 1,65 0,00 0,13 1,79

6 BARIGUI S A CFI 1,20 9,01 1,73 0,00 0,15 1,89

7 BESC FINANCEIRA S A CFI 1,65 1,95 1,93 0,00 0,06 1,99

8 UNILETRA S A CFI 0,13 9,51 1,91 0,00 0,10 2,01

9 BCO BVA S A 1,36 3,67 1,95 0,01 0,17 2,13

10 BCO MATONE S A 1,34 7,50 2,00 0,00 0,17 2,18

11 PARATI CFI S A 0,06 9,51 2,14 0,00 0,05 2,19

12 BRB CFI S A 1,38 5,10 1,84 0,18 0,17 2,20

13 BANCOOB 1,44 2,68 2,16 0,00 0,07 2,23

14 SANTINVEST S A CFI 1,00 5,50 2,06 0,00 0,17 2,24

15 BCO DAYCOVAL S.A 1,40 9,50 2,12 0,01 0,14 2,27

16 BCO ABC BRASIL S A 1,50 4,72 2,13 0,00 0,15 2,28

17 BCO MAXIMA S A 1,39 3,72 2,09 0,01 0,18 2,28

18 BCO DA AMAZONIA S A 1,45 3,87 2,02 0,19 0,11 2,32

19 BANCRED S A CFI 1,28 3,04 2,31 0,00 0,07 2,37

20 BCO BGN S A 1,30 20,03 2,18 0,00 0,21 2,39

21 BANCO SOFISA 1,52 14,00 2,21 0,01 0,19 2,40

22 BCO VOLKSWAGEN S A 1,58 2,53 2,19 0,02 0,21 2,42

23 BCO MERCANTIL DO BRASIL S A

1,18 7,44 2,29 0,00 0,17 2,46

24 BCO TRICURY S A 1,00 4,00 2,10 0,00 0,36 2,46

25 BCO BMG S A 1,54 7,05 2,29 0,01 0,20 2,51

26 BCO ARBI S A 1,61 7,98 2,22 0,00 0,30 2,52

27 BCO GE CAPITAL S A 1,47 4,50 2,51 0,00 0,02 2,53

28 BCO RURAL S A 1,74 8,40 2,34 0,02 0,20 2,57

29 BCO PECUNIA S A 1,50 6,49 2,39 0,01 0,20 2,60

30 BANCO BONSUCESSO S A 0,84 7,17 2,40 0,01 0,20 2,61

31 BCO INDUSTRIAL DO BRASIL S A

1,17 5,41 2,36 0,03 0,25 2,63

32 BCO CREDIBEL S A 1,80 4,50 2,46 0,00 0,19 2,65

33 BCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S A

1,05 7,60 2,27 0,16 0,23 2,66

34 BANCO MORADA S A 2,39 15,00 2,48 0,00 0,20 2,69

35 BANCO CR2 1,41 4,80 2,46 0,03 0,20 2,69

36 PARANA BCO S A 2,50 7,50 2,50 0,04 0,16 2,70

37 CAIXA ECONOMICA FEDERAL

0,36 5,16 2,44 0,11 0,21 2,75

38 BCO INTERCAP S A 2,10 2,90 2,54 0,01 0,21 2,76

39 BCO DO BRASIL S A 1,00 5,60 2,58 0,00 0,21 2,80

40 PERNAMBUCANAS FINANC S A CFI

1,63 11,40 2,39 0,00 0,41 2,80

41 BCO BANESTES S A 1,48 9,80 2,54 0,04 0,24 2,82

42 BCO DO EST DE SE S A 2,38 10,00 2,52 0,08 0,24 2,83

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43 BCO DO NORDESTE DO BRASIL S A

0,20 5,80 2,62 0,00 0,22 2,84

44 BCO PANAMERICANO S A 1,57 8,40 2,56 0,20 0,11 2,87

45 FINANC ALFA S A CFI 1,44 9,52 2,61 0,13 0,17 2,91

46 BCO SCHAHIN S A 2,12 6,16 2,74 0,00 0,22 2,97

47 BV FINANCEIRA SA CFI 0,56 16,47 2,27 0,62 0,20 3,10

48 BCO NOSSA CAIXA S A 1,50 7,10 2,84 0,04 0,25 3,13

49 ROTULA S/A SCFI 0,00 10,00 2,91 0,00 0,29 3,20

50 BANIF BRASIL 0,21 3,35 3,26 0,00 0,00 3,26

51 BCO DO EST DO RS S A 1,75 5,25 2,84 0,09 0,33 3,26

52 BANCO GMAC 0,00 9,00 2,81 0,00 0,47 3,28

53 BCO LUSO BRASILEIRO S A

0,95 5,00 2,96 0,03 0,32 3,31

54 BCO CACIQUE S A 1,00 16,00 3,19 0,00 0,20 3,39

55 BCO A J RENNER S A 1,59 4,76 2,88 0,28 0,25 3,41

56 BCO LA NACION ARGENTINA

1,90 3,20 3,20 0,09 0,18 3,47

57 INTERMEDIUM CFI S A 1,82 11,45 3,24 0,01 0,23 3,48

58 BANEX S/A CFI 2,84 9,39 3,12 0,10 0,28 3,50

59 BANCO SANTANDER S.A. 1,20 5,93 3,21 0,00 0,30 3,51

60 BCO ABN AMRO REAL S A 2,60 6,82 3,44 0,01 0,16 3,61

61 FINANSINOS S A CFI 1,70 7,00 2,64 0,65 0,32 3,61

62 UNIBANCO UNIAO BCOS BRAS S A

2,50 5,67 3,44 0,08 0,11 3,63

63 BCO FINASA BMC S.A. 3,10 12,00 3,20 0,19 0,24 3,63

64 BCO VR S A 1,50 7,00 2,61 1,00 0,25 3,86

65 HSBC BANK BRASIL SA BCO MULTIP

1,90 6,43 3,55 0,20 0,23 3,98

66 OMNI SA CFI 1,64 18,00 3,37 0,38 0,26 4,00

67 BCO FIBRA S A 1,06 6,35 3,69 0,05 0,28 4,01

68 BCO PAULISTA S A 2,53 9,50 3,52 0,23 0,27 4,02

69 BCO DO EST DO PA S A 1,02 5,49 4,08 0,00 0,26 4,35

70 BANCO SEMEAR 2,80 12,61 4,09 0,05 0,21 4,36

71 BCO SAFRA S A 0,91 12,00 3,61 0,54 0,29 4,44

72 PORTOSEG S A CFI 2,48 8,00 4,17 0,26 0,16 4,58

73 BCO BRADESCO S A 1,40 6,11 4,31 0,00 0,32 4,63

74 BRB BCO DE BRASILIA S A 0,90 6,00 4,07 0,27 0,32 4,66

75 BCO CITIBANK S A 3,10 9,20 4,60 0,00 0,18 4,77

76 SUL FINANCEIRA S A CFI 2,50 23,00 4,19 0,31 0,32 4,83

77 BCO ITAU S A 0,70 6,39 4,47 0,00 0,39 4,85

78 LECCA CFI 0,00 15,00 4,60 0,00 0,29 4,88

79 DIRECAO S A CFI 2,00 7,14 4,39 0,18 0,37 4,93

80 BCO PINE S.A. 2,79 7,27 4,59 0,32 0,39 5,29

81 BCO ITAUCARD 3,54 8,60 4,98 0,06 0,32 5,36

82 BCO CEDULA S A 3,81 13,50 5,11 0,00 0,35 5,46

83 BANCO CITICARD 3,72 9,50 5,29 0,04 0,36 5,68

84 FINAMAX S A CFI 2,55 8,29 4,97 0,68 0,32 5,97

85 ASB S A CFI 1,23 14,11 5,39 0,45 0,18 6,01

86 BCO DO EST DO PI S A 2,98 6,55 5,75 0,00 0,41 6,16

87 PORTOCRED S A CFI 1,19 15,50 5,65 0,00 0,57 6,22

88 QUERO QUERO S A CFI 0,00 20,55 5,37 0,99 0,52 6,88

89 CREDIFAR 1,00 15,00 6,18 1,21 0,36 7,75

90 AYMORE CFI 1,34 14,22 8,14 0,00 0,05 8,19

91 CIFRA S A CFI 6,00 14,00 7,51 0,00 0,70 8,21

92 BANCO AZTECA DO BRASIL S.A.

8,06 9,60 8,69 0,00 0,00 8,69

93 GRAZZIOTIN FINANCIADORA SA CFI

3,05 14,28 9,10 0,00 0,26 9,36

94 CETELEM BRASIL S A CFI 0,20 16,76 7,68 1,68 0,16 9,51

95 DACASA FINANCEIRA S A SCFI

0,00 13,13 9,36 0,28 0,41 10,04

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96 NEGRESCO S A CFI 0,20 14,50 9,62 0,69 0,59 10,90

97 KREDILIG 2,00 14,00 10,93 0,00 0,57 11,50

98 FAI S A CFI 4,00 12,90 10,35 2,50 0,59 13,45

99 BCO IBI S A BM 2,12 13,90 11,15 3,85 0,63 15,64

100 SAX CFI 6,97 11,71 10,52 4,89 0,39 15,81

101 BCO ITAUCRED FINANC S A

8,90 12,90 11,59 3,60 0,66 15,85

102 BPN BRASIL BM S A 0,00 15,00 13,30 1,98 0,66 15,95

103 FIN ITAU CBD CFI 0,00 14,99 12,08 3,32 0,72 16,12

104 BCO CARREFOUR S.A. 0,06 13,99 13,70 6,13 0,25 20,08

105 CREFISA S A CFI 2,50 20,66 15,31 4,35 0,53 20,19

Fonte: Banco Central do Brasil e Instituições financeiras

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ANEXO 2

LEI Nº 2.853, DE 28 DE AGOSTO DE 1956.

Altera a Lei nº 1.046, de 2 de janeiro de 1950 (Dispõe kgost consignação em kgost de pagamento).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art 1º O art. 1 da Lei nº 1.046, de 2 de janeiro de 1950, passa a ter a seguinte redação:

“Art. 1º É permitida a consignação de vencimento, remuneração, salário, provento, subsídio, pensão, montepio, meio-sôldo e gratificação adicional por tempo de serviço”.

Art 2º O art. 21 e parágrafo único da Lei nº 1.046, de 2 de janeiro de 1950, passam a ter a seguinte redação:

“Art. 21. A soma das consignações não excederá de 30% (trinta por cento) do vencimento, remuneração, salário, provento, subsídio, pensão, montepio, meio-sôldo, e gratificação adicional por tempo de serviço.

Parágrafo único. Este limite será elevado até 70% (setenta por cento) para prestação alimentícia, educação, aluguel de casa ou aquisição de imóvel destinados a moradia própria”.

Art 3º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, em 28 de kgosto de 1956; 135º da Independência e 68º da República.

JUSCELINO KUBITSCHEK Nereu Ramos Antonio Alves Câmara Henrique Lott José Carlos de Macedo Soares José Maria Alkmim Lúcio Meira Ernesto Dornelles Clovis Salgado Parsifal Barroso Henrique Fleiuss. Maurício de Medeiros.

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ANEXO 3

LEI No 10.820, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2003.

Dispõe sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, poderão autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o desconto em folha de pagamento dos valores referentes ao pagamento de empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, quando previsto nos respectivos contratos.

§ 1o O desconto mencionado neste artigo também poderá incidir sobre verbas rescisórias devidas pelo empregador, se assim previsto no respectivo contrato de empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil, até o limite de trinta por cento.

§ 2o O regulamento disporá sobre os limites de valor do empréstimo, da prestação consignável para os fins do caput e do comprometimento das verbas rescisórias para os fins do § 1o deste artigo.

Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se:

I - empregador, a pessoa jurídica assim definida pela legislação trabalhista;

II - empregado, aquele assim definido pela legislação trabalhista;

III - instituição consignatária, a instituição autorizada a conceder empréstimo ou financiamento ou realizar operação de arrendamento mercantil mencionada no caput do art. 1o;

IV - mutuário, empregado que firma com instituição consignatária contrato de empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil regulado por esta Lei; e

V - verbas rescisórias, as importâncias devidas em dinheiro pelo empregador ao empregado em razão de rescisão do seu contrato de trabalho.

§ 1o Para os fins desta Lei, são consideradas consignações voluntárias as autorizadas pelo empregado.

§ 2o No momento da contratação da operação, a autorização para a efetivação dos descontos permitidos nesta Lei observará, para cada mutuário, os seguintes limites:

I - a soma dos descontos referidos no art. 1o desta Lei não poderá exceder a trinta por cento da remuneração disponível, conforme definida em regulamento; e

II - o total das consignações voluntárias, incluindo as referidas no art. 1o, não poderá exceder a quarenta por cento da remuneração disponível, conforme definida em regulamento.

Art. 3o Para os fins desta Lei, são obrigações do empregador:

I - prestar ao empregado e à instituição consignatária, mediante solicitação formal do primeiro, as informações necessárias para a contratação da operação de crédito ou arrendamento mercantil;

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II - tornar disponíveis aos empregados, bem como às respectivas entidades sindicais, as informações referentes aos custos referidos no § 2o deste artigo; e

III - efetuar os descontos autorizados pelo empregado em folha de pagamento e repassar o valor à instituição consignatária na forma e no prazo previstos em regulamento.

§ 1o É vedado ao empregador impor ao mutuário e à instituição consignatária escolhida pelo empregado qualquer condição que não esteja prevista nesta Lei ou em seu regulamento para a efetivação do contrato e a implementação dos descontos autorizados.

§ 2o Observado o disposto em regulamento e nos casos nele admitidos, é facultado ao empregador descontar na folha de pagamento do mutuário os custos operacionais decorrentes da realização da operação objeto desta Lei.

§ 3o Cabe ao empregador informar, no demonstrativo de rendimentos do empregado, de forma discriminada, o valor do desconto mensal decorrente de cada operação de empréstimo, financiamento ou arrendamento, bem como os custos operacionais referidos no § 2o deste artigo.

§ 4o Os descontos autorizados na forma desta Lei e seu regulamento terão preferência sobre outros descontos da mesma natureza que venham a ser autorizados posteriormente.

Art. 4o A concessão de empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil será feita a critério da instituição consignatária, sendo os valores e demais condições objeto de livre negociação entre ela e o mutuário, observadas as demais disposições desta Lei e seu regulamento.

§ 1o Poderá o empregador, com a anuência da entidade sindical representativa da maioria dos empregados, sem ônus para estes, firmar, com instituições consignatárias, acordo que defina condições gerais e demais critérios a serem observados nos empréstimos, financiamentos ou arrendamentos que venham a ser realizados com seus empregados.

§ 2o Poderão as entidades e centrais sindicais, sem ônus para os empregados, firmar, com instituições consignatárias, acordo que defina condições gerais e demais critérios a serem observados nos empréstimos, financiamentos ou arrendamentos que venham a ser realizados com seus representados.

§ 3o Uma vez observados pelo empregado todos os requisitos e condições definidos no acordo firmado segundo o disposto no § 1o ou no § 2o deste artigo, não poderá a instituição consignatária negar-se a celebrar o empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil.

§ 4o Para a realização das operações referidas nesta Lei, é assegurado ao empregado o direito de optar por instituição consignatária que tenha firmado acordo com o empregador, com sua entidade sindical, ou qualquer outra instituição consignatária de sua livre escolha, ficando o empregador obrigado a proceder aos descontos e repasses por ele contratados e autorizados.

§ 5o No caso dos acordos celebrados nos termos do § 2o deste artigo, os custos de que trata o § 2o do art. 3o deverão ser negociados entre o empregador e a entidade sindical, sendo vedada a fixação de custos superiores aos previstos pelo mesmo empregador nos acordos referidos no § 1o deste artigo.

§ 6o Poderá ser prevista nos acordos referidos nos §§ 1o e 2o deste artigo, ou em acordo específico entre a instituição consignatária e o empregador, a absorção dos custos referidos no § 2o do art. 3o pela instituição consignatária.

§ 7o É vedada aos empregadores, entidades e centrais sindicais a cobrança de qualquer taxa ou exigência de contrapartida pela celebração ou pela anuência nos acordos referidos nos §§ 1o e 2o, bem como a inclusão neles de cláusulas que impliquem pagamento em seu favor, a qualquer título, pela realização das operações de que trata esta Lei, ressalvado o disposto no § 2o do art. 3o.

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Art. 5o O empregador será o responsável pelas informações prestadas, pela retenção dos valores devidos e pelo repasse às instituições consignatárias, o qual deverá ser realizado até o quinto dia útil após a data de pagamento, ao mutuário, de sua remuneração mensal.

§ 1o O empregador, salvo disposição contratual em sentido contrário, não será co-responsável pelo pagamento dos empréstimos, financiamentos e arrendamentos concedidos aos mutuários, mas responderá sempre, como devedor principal e solidário, perante a instituição consignatária, por valores a ela devidos, em razão de contratações por ele confirmadas na forma desta Lei e seu regulamento, que deixarem, por sua falha ou culpa, de serem retidos ou repassados.

§ 2o Na hipótese de comprovação de que o pagamento mensal do empréstimo, financiamento ou arrendamento foi descontado do mutuário e não foi repassado pelo empregador à instituição consignatária, fica ela proibida de incluir o nome do mutuário em qualquer cadastro de inadimplentes.

§ 3o Caracterizada a situação do § 2o deste artigo, o empregador e os seus representantes legais ficarão sujeitos à ação de depósito, na forma prevista no Capítulo II do Título I do Livro IV do Código de Processo Civil.

§ 4o No caso de falência do empregador, antes do repasse das importâncias descontadas dos mutuários, fica assegurado à instituição consignatária o direito de pedir, na forma prevista em lei, a restituição das importâncias retidas.

Art. 6o Os titulares de benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral de Previdência Social poderão autorizar os descontos referidos no art. 1o nas condições estabelecidas em regulamento, observadas as normas editadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

§ 1o Para os fins do caput, fica o INSS autorizado a dispor, em ato próprio, sobre:

I - as formalidades para habilitação das instituições e sociedades referidas no art. 1o;

II - os benefícios elegíveis, em função de sua natureza e forma de pagamento;

III - as rotinas a serem observadas para a prestação aos titulares de benefícios em manutenção e às instituições consignatárias das informações necessárias à consecução do disposto nesta Lei;

IV - os prazos para o início dos descontos autorizados e para o repasse das prestações às instituições consignatárias;

V - o valor dos encargos a serem cobrados para ressarcimento dos custos operacionais a ele acarretados pelas operações; e

VI - as demais normas que se fizerem necessárias.

§ 2o Em qualquer hipótese, a responsabilidade do INSS em relação às operações referidas no caput restringe-se à retenção dos valores autorizados pelo beneficiário e repasse à instituição consignatária, não cabendo à autarquia responsabilidade solidária pelos débitos contratados pelo segurado.

§ 3o É vedado ao titular de benefício que realizar operação referida nesta Lei solicitar a alteração da instituição financeira pagadora enquanto houver saldo devedor em amortização.

§ 4o É facultada a transferência da consignação do empréstimo, financiamento ou arrendamento firmado pelo empregado na vigência do seu contrato de trabalho quando de sua aposentadoria, observadas as condições estabelecidas nesta Lei.

Art. 7o O art. 115 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes alterações:

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"Art. 115. ......................................................................

.....................................................................

VI - pagamento de empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, públicas e privadas, quando expressamente autorizado pelo beneficiário, até o limite de trinta por cento do valor do benefício.

§ 1o Na hipótese do inciso II, o desconto será feito em parcelas, conforme dispuser o regulamento, salvo má-fé.

§ 2o Na hipótese dos incisos II e VI, haverá prevalência do desconto do inciso II." (NR)

Art. 8o O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei.

Art. 9o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho Ricardo José Ribeiro Berzoini

Publicado no D.O.U. de 18.12.2003

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ANEXO 4

LEI No 10.953, DE 27 DE SETEMBRO DE 2004.

Altera o art. 6o da Lei no 10.820, de 17 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 6o da Lei no 10.820, de 17 de dezembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 6o Os titulares de benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral de Previdência Social poderão autorizar o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS a proceder aos descontos referidos no art. 1o desta Lei, bem como autorizar, de forma irrevogável e irretratável, que a instituição financeira na qual recebam seus benefícios retenha, para fins de amortização, valores referentes ao pagamento mensal de empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil por ela concedidos, quando previstos em contrato, nas condições estabelecidas em regulamento, observadas as normas editadas pelo INSS.

..................................................................

§ 2o Em qualquer circunstância, a responsabilidade do INSS em relação às operações referidas no caput deste artigo restringe-se à:

I - retenção dos valores autorizados pelo beneficiário e repasse à instituição consignatária nas operações de desconto, não cabendo à autarquia responsabilidade solidária pelos débitos contratados pelo segurado; e

II - manutenção dos pagamentos do titular do benefício na mesma instituição financeira enquanto houver saldo devedor nas operações em que for autorizada a retenção, não cabendo à autarquia responsabilidade solidária pelos débitos contratados pelo segurado.

§ 3o É vedado ao titular de benefício que realizar qualquer das operações referidas nesta Lei solicitar a alteração da instituição financeira pagadora, enquanto houver saldo devedor em amortização.

...................................................................

§ 5o Os descontos e as retenções mencionados no caput deste artigo não poderão ultrapassar o limite de 30% (trinta por cento) do valor dos benefícios.

§ 6o A instituição financeira que proceder à retenção de valor superior ao limite estabelecido no § 5o deste artigo perderá todas as garantias que lhe são conferidas por esta Lei." (NR)

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de setembro de 2004; 183o da Independência e 116o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho

Amir Lando

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ANEXO 5

DECRETO Nº 4.840 - DE 17 DE SETEMBRO DE 2003 - DOU DE 18/9/2003 - Alterado

Alterado pelo DECRETO Nº 5.892 - DE 12 DE SETEMBRO DE 2006 - DOU DE 13/9/2006.

Regulamenta a Medida Provisória no 130, de 17 de setembro de 2003, que dispõe sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Medida Provisória no 130, de 17 de setembro de 2003,

DECRETA:

Art. 1o Regem-se por este Decreto os procedimentos para autorização de desconto em folha de pagamento dos valores referentes ao pagamento das prestações de empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil a empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.

Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se:

I - empregador, a pessoa jurídica assim definida pela legislação trabalhista;

II - empregado, aquele assim definido pela legislação trabalhista;

III - instituição consignatária, a instituição mencionada no art. 1o autorizada a conceder empréstimo ou financiamento ou realizar operação de arrendamento mercantil;

IV - mutuário, empregado que firma com instituição consignatária contrato de empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil regulado por este Decreto; e

V - verbas rescisórias, as importâncias devidas em dinheiro pelo empregador ao empregado em razão de rescisão do seu contrato de trabalho.

§ 1o Para os fins deste Decreto, considera-se remuneração básica a soma das parcelas pagas ou creditadas mensalmente em dinheiro ao empregado, excluídas:

I - diárias;

II - ajuda de custo;

III - adicional pela prestação de serviço extraordinário;

IV - gratificação natalina;

V - auxílio-natalidade;

VI - auxílio-funeral;

VII - adicional de férias;

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VIII - auxílio-alimentação, mesmo se pago em dinheiro;

IX - auxílio-transporte, mesmo se pago em dinheiro; e

X - parcelas referentes a antecipação de remuneração de competência futura ou pagamento em caráter retroativo.

§ 2o Para os fins deste Decreto, considera-se remuneração disponível a parcela remanescente da remuneração básica após a dedução das consignações compulsórias, assim entendidas as efetuadas a título de:

I - contribuição para a Previdência Social oficial;

II - pensão alimentícia judicial;

III - imposto sobre rendimentos do trabalho;

IV - decisão judicial ou administrativa;

V - mensalidade e contribuição em favor de entidades sindicais;

VI - outros descontos compulsórios instituídos por lei ou decorrentes de contrato de trabalho.

§ 3o Para os fins deste Decreto, são consideradas consignações voluntárias as autorizadas pelo empregado e não relacionadas no § 2o.

Art. 3o No momento da contratação da operação, a autorização para a efetivação dos descontos permitidos neste Decreto observará, para cada mutuário, os seguintes limites:

I - a soma dos descontos referidos no art. 1o deste Decreto não poderá exceder a trinta por cento da remuneração disponível definida no § 2o do art. 2o; e

II - o total das consignações voluntárias, incluindo as referidas no art. 1o, não poderá exceder a quarenta por cento da remuneração disponível definida no § 2o do art. 2o.

Art. 4o A concessão de empréstimo, financiamento ou arrendamento será feita a critério da instituição consignatária, sendo os valores e demais condições objeto de livre negociação entre ela e o mutuário, observadas as demais disposições deste Decreto.

§ 1o Poderá o empregador, com a anuência da entidade sindical representativa da maioria dos empregados, firmar, com uma ou mais instituições consignatárias, acordo que defina condições gerais e demais critérios a serem observados nos empréstimos, financiamentos ou arrendamentos que venham a ser realizados com seus empregados.

§ 2o Poderão as entidades e centrais sindicais firmar, com uma ou mais instituições consignatárias, acordo que defina condições gerais e demais critérios a serem observados nos empréstimos, financiamentos ou arrendamentos que venham a ser realizados com seus representados.

§ 3o Uma vez observados pelo empregado todos os requisitos e condições definidos no acordo firmado segundo o disposto no § 1o ou no § 2o, não poderá a instituição concedente negar-se a celebrar o empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil.

§ 4o Para a realização das operações referidas neste Decreto, é assegurado ao empregado o direito de optar por instituição consignatária que tenha firmado acordo com o

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empregador, com sua entidade sindical, ou qualquer outra instituição consignatária de sua livre escolha, ficando o empregador obrigado a proceder aos descontos e repasses por ele contratados e autorizados.

§ 5o Os acordos mencionados nos §§ 1o e 2o poderão definir critérios mínimos, parâmetros e condições financeiras diferenciados por situação cadastral e demais características individuais do empregado.

§ 6o Dos acordos referidos no § 2o poderá constar, ainda, a diferenciação por empresa de critérios mínimos, parâmetros e condições financeiras.

§ 7o Os contratos de empréstimo, financiamento ou arrendamento celebrados ao amparo deste Decreto preverão obrigatoriamente prestações fixas ao longo de todo o período de amortização.

§ 7o-A. Nas hipóteses de concessão, ao amparo deste Decreto, de empréstimo ou financiamento imobiliário no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação ou de outros sistemas ou programas destinados à aquisição de imóveis residenciais, as prestações e seus reajustamentos obedecerão às disposições contratuais celebradas entre as partes, sendo permitida a estipulação de prestações variáveis (acrescido pelo DECRETO Nº 5.892 - DE 12 DE SETEMBRO DE 2006 - DOU DE 13/9/2006.)

§ 8o Os acordos referidos nos §§ 1o e 2o deste artigo poderão delegar à instituição consignatária a responsabilidade de receber, processar e encaminhar ao empregador as autorizações referidas no inciso III do § 3o do art. 5o.

Art. 5o Para os fins deste Decreto, são obrigações do empregador:

I - prestar ao empregado e à instituição consignatária, mediante solicitação formal do primeiro, as informações necessárias para a contratação da operação de crédito ou arrendamento mercantil, inclusive:

a) a data habitual de pagamento mensal do salário;

b) o total já consignado em operações preexistentes;

c) as demais informações necessárias para o cálculo da margem disponível para consignação;

II - tornar disponíveis aos empregados, bem assim às respectivas entidades sindicais, as informações referentes aos custos referidos no art. 10;

III - efetuar os descontos autorizados pelo empregado em folha de pagamento e repassar o valor à instituição consignatária na forma e prazo previstos em regulamento.

§ 1o É vedado ao empregador impor ao mutuário e à instituição consignatária qualquer condição que não esteja prevista neste Decreto para a efetivação do contrato e a implementação dos descontos autorizados.

§ 2o Os descontos autorizados na forma deste Decreto terão preferência sobre outros descontos da mesma natureza que venham a ser autorizados posteriormente.

§ 3o A liberação do crédito ao mutuário somente ocorrerá após:

I - a confirmação do empregador, por escrito ou por meio eletrônico certificado, quanto à possibilidade da realização dos descontos, em função dos limites referidos no art. 3o;

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II - a assinatura, por escrito ou por meio eletrônico certificado, do contrato entre o mutuário e a instituição consignatária; e

III - a outorga ao empregador, por parte do mutuário, de autorização, em caráter irrevogável e irretratável, para a consignação das prestações contratadas em folha de pagamento.

§ 4o A autorização referida no inciso III do § 3o será outorgada por escrito ou por meio eletrônico certificado, podendo a instituição consignatária processar o documento e mantê-lo sob sua guarda, na condição de fiel depositária, transmitindo as informações ao empregador por meio seguro.

§ 5o Exceto quando diversamente previsto em contrato com a anuência do empregador, a efetivação do desconto em folha de pagamento do mutuário deverá ser iniciada pelo empregador no mínimo trinta dias e no máximo sessenta dias após o recebimento da autorização referida no inciso III do § 3o.

§ 6o A autorização referida no inciso III do § 3o é nula de pleno direito na hipótese da não liberação do crédito ou do bem arrendado ao mutuário no prazo máximo de cinco dias úteis contados da data da outorga.

§ 7o A repactuação do contrato de empréstimo, financiamento ou operação de arrendamento mercantil que implique alteração do número ou do valor das prestações consignadas em folha observará o procedimento referido no § 3o.

Art. 6o O empregador é o responsável pela retenção dos valores devidos e pelo repasse às instituições consignatárias, o qual deverá ser realizado até o quinto dia útil após a data de pagamento, ao mutuário, de sua remuneração mensal.

Art. 7o O empregador, salvo disposição contratual em sentido contrário, não será co-responsável pelo pagamento dos empréstimos, financiamentos ou arrendamentos concedidos aos mutuários, mas responderá sempre, como devedor principal e solidário, perante a instituição consignatária, por valores a ela devidos, em razão de contratações por ele confirmadas na forma deste Decreto, que deixarem, por sua falha ou culpa, de serem retidos ou repassados.

Art. 8o Caberá à instituição consignatária informar ao mutuário, por escrito ou meio eletrônico por ele indicado no ato da celebração do contrato, toda vez que o empregador deixar de repassar o valor exato do desconto mensal.

Art. 9o Na hipótese de comprovação de que o pagamento mensal do empréstimo, financiamento ou arrendamento foi descontado do mutuário e não foi repassado pelo empregador à instituição consignatária, fica ela proibida de incluir o nome do mutuário em qualquer cadastro de inadimplentes.

Art. 10. É facultado ao empregador descontar na folha de pagamento do mutuário os custos operacionais decorrentes da realização da operação objeto deste Decreto.

§ 1o Consideram-se custos operacionais do empregador:

I - tarifa bancária cobrada pela instituição financeira referente à transferência dos recursos da conta-corrente do empregador para a conta-corrente da instituição consignatária;

II - despesa com alteração das rotinas de processamento da folha de pagamento para realização da operação.

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§ 2o As tarifas bancárias mencionadas no inciso I do § 1o deste artigo deverão ser iguais ou inferiores às praticadas pela instituição financeira mantenedora da conta-corrente do empregador em transações da mesma natureza.

§ 3o Cabe ao empregador, mediante comunicado interno ou mediante solicitação de empregado ou de entidade sindical, dar publicidade aos seus empregados dos custos operacionais mencionados no § 1o deste artigo previamente à realização da operação de empréstimo ou financiamento, os quais serão mantidos inalterados durante todo o período de duração da operação.

§ 4o Poderá ser prevista nos acordos referido nos § 1o e 2o do art. 4o, ou em acordo específico entre o empregador e a instituição consignatária, a absorção total ou parcial dos custos referidos no § 1o pela instituição consignatária, hipótese na qual não caberá o desconto na folha do mutuário.

§ 5o No caso dos acordos celebrados nos termos do § 2o do art. 4o, os custos de que trata o inciso II do § 1o deste artigo deverão ser negociados entre o empregador e a entidade sindical, vedada a cobrança de custos superiores aos previstos nos acordos celebrados pelo mesmo empregador nos termos do § 1o do art. 4o.

Art. 11. Cabe ao empregador informar no demonstrativo de rendimentos do empregado, de forma discriminada, o valor do desconto mensal decorrente de cada operação de empréstimo ou financiamento, bem como os custos operacionais definidos no art. 10 deste Decreto.

Art. 12. Até o integral pagamento do empréstimo ou financiamento, as autorizações dos descontos somente poderão ser canceladas mediante prévia aquiescência da instituição consignatária e do empregado.

Art. 13. Em caso de rescisão do contrato de trabalho do empregado antes do término da amortização do empréstimo, ressalvada disposição contratual em contrário, serão mantidos os prazos e encargos originalmente previstos, cabendo ao mutuário efetuar o pagamento mensal das prestações diretamente à instituição consignatária.

Art. 14. Na hipótese de entrada em gozo de benefício previdenciário temporário pelo mutuário, com suspensão do pagamento de sua remuneração por parte do empregador, cessa a obrigação deste efetuar a retenção e o repasse das prestações à instituição consignatária.

Parágrafo único. O contrato de empréstimo, financiamento ou operação de arrendamento mercantil celebrado nos termos deste Decreto conterá, obrigatoriamente, cláusula que regulamente as relações entre o mutuário e a instituição consignatária na situação prevista no caput.

Art. 15. O desconto da prestação para pagamento do empréstimo, financiamento ou arrendamento concedido com base neste Decreto será feito diretamente em folha de pagamento e o valor correspondente creditado a favor da instituição consignatária, independentemente de crédito e débito na conta-corrente dos mutuários.

Art. 16. Os contratos de empréstimo, financiamento ou arrendamento de que trata este Decreto poderão prever a incidência de desconto de até trinta por cento das verbas rescisórias referidas no inciso V do art. 2o para a amortização total ou parcial do saldo devedor líquido para quitação na data de rescisão do contrato de trabalho do empregado.

§ 1o Para os fins do caput, considera-se saldo devedor líquido para quitação o valor presente das prestações vincendas na data da amortização, descontado à taxa de juros contratualmente fixada referente ao período não utilizado em função da quitação antecipada.

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§ 2o Na hipótese referida no caput, deverá a instituição consignatária informar ao mutuário e ao empregador, por escrito ou meio eletrônico certificado, o valor do saldo devedor líquido para quitação.

§ 3o Quando o saldo devedor líquido para quitação exceder o valor comprometido das verbas rescisórias, caberá ao mutuário efetuar o pagamento do restante diretamente à instituição consignatária, assegurada a manutenção das condições de número de prestações vincendas e taxa de juros originais, exceto se houver previsão contratual em contrário.

§ 4o Havendo previsão de vinculação de verbas rescisórias em mais de um contrato, será observada a ordem cronológica das autorizações referidas no inciso III do § 3o do art. 5o.

Art. 17. É facultada a contratação pelo mutuário de seguro em favor da instituição consignatária, junto a ela própria ou a outra instituição de sua escolha, para cobertura do risco de inadimplência nas operações de que trata este Decreto em caso de morte, desemprego involuntário ou redução de rendimentos.

Art. 18. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de setembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Bernard Appy

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ANEXO 6

DECRETO Nº 5.892 - DE 12 DE SETEMBRO DE 2006 - DOU DE 13/9/2006.

Acresce parágrafo ao art. 4o do Decreto no 4.840, de 17 de setembro de 2003, que regulamenta a Medida Provisória no 130, de 17 de setembro de 2003, que dispõe sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.820, de 17 de dezembro de 2003,

DECRETA: Art. 1o O art. 4o do Decreto no 4.840, de 17 de setembro de 2003, passa a vigorar

acrescido do seguinte parágrafo:

“§ 7o-A. Nas hipóteses de concessão, ao amparo deste Decreto, de empréstimo ou financiamento imobiliário no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação ou de outros sistemas ou programas destinados à aquisição de imóveis residenciais, as prestações e seus reajustamentos obedecerão às disposições contratuais celebradas entre as partes, sendo permitida a estipulação de prestações variáveis.” (NR)

Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 12 de setembro de 2006; 185o da Independência e 118o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Guido Mantega

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BIBLIOGRAFIA

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