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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ Prof.ª Doutoranda Márcia Cristiane da Silva Galindo 24/03/2014 14:46 1 Leis: 10.639/03 e 11.645/08

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ · Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá ... para incluir no currículo oficial da rede de

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

Prof.ª Doutoranda Márcia Cristiane da Silva

Galindo

24/03/2014 14:46

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Leis: 10.639/03 e 11.645/08

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África/Brasil “EM QUE ESPELHO FICOU PERDIDA A MINHA FACE” (Cecília Meireles)

Amnésia Brasileira

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REFLEXÃO

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LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003. Mensagem de veto Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: "Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá

o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão

ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. § 3o (VETADO)"

"Art. 79-A. (VETADO)" "Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como „Dia Nacional da Consciência Negra‟." Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independência e 115o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque

Lei 10.639/2003

“Os 10 anos da Lei 10.639/2003: perspectivas

e desafios da implementação das Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação das

Relações Etnicorraciais para o Ensino de História

e Cultura Afrobrasileira e Africana e para

Educação Escolar Quilombola na educação

profissional e tecnológica”

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Lei nº 10.639/03 – 10 anos

Assinada para atender as reivindicações do

movimento negro da década de 70 e que a

partir da década de 80 tem as ações

intensificadas para:

- retratação

- reconhecimento

- valorização

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É preciso que a sociedade como um

todo se organize para “recontar/re-

falar” sobre o nosso povo.

A Lei 10.639/03 coloca-nos um dilema,

traduzido nas seguintes questões:

Qual é o seu perfil cultural?

Que referências culturais são

efetivamente utilizadas para

seu delineamento?

Que elementos Etnicorraciais

estruturam a sociedade

brasileira em termos culturais?

E como a escola se vê refletida neste

contexto, em relação ao seu currículo,

expectativas, expressão curricular da

diversidade existente?

Dentre dos moldes democráticos,

entende-se que a história de um

povo não pode ser silenciada.

OBS: ATÉ 2008, AS PALAVRAS ÉTNICO-RACIAL e AFRO-BRASILEIRA TINHAM HÍFEN;

HOJE ESCREVE-SE ETNICORRACIAL E AFROBRASILEIRA (NOVO ACORDO).

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As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das

Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e

Cultura Afrobrasileira e Africana

Apontam para:

• Práticas pedagógicas permanentes e cotidianas,

não se limitando as datas comemorativas como:

13 de maio e 20 de novembro.

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MARCOS LEGAIS

2003 – Lei nº 10.639 que inclui nos currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-brasileira; 2004 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana; 2009 - Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana; 2010 - Lei 12.288 – Estatuto da Igualdade Racial; 2012 – Lei 12.711 que institui cotas sociais e raciais para ingresso nas universidades federais em todos os cursos e turnos e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio; 2013 – Lei 12.796 que altera o artigo 3º da LDB, para inserir o inciso XII: consideração com a diversidade etnicorracial.

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• Descrição: Referenciais sobre a educação para as relações etnicorraciais,

contemplando a história e diversidade cultural Afrobrasileira e africana;

trajetórias do povo negro no espaço geográfico; identidade racial, relações

sociais e diversidade; autoestima e identidade Etnicorracial; História e cultura

dos povos ciganos no Brasil e a superação do racismo na escola.

• Parecer CNE/CP n.º 3, de 10 de março de 2004

Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-

Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana.

• Resolução CNE/CP n.º 1, de 17 de junho de 2004

Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações

Étnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana.

• Parecer CNE/CEB nº 2/2007, aprovado em 31 de janeiro de 2007 Parecer

quanto à abrangência das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-

brasileira e Africana.

Tema: Educação para as Relações Etnicorraciais

Educação como ponte estratégica Brasil-África

ESCLARECIMENTO

Objetivo – Afirmar o direito à diversidade

etnicorracial na Educação Escolar.

Alvo - Formação de educadores, mudanças da

qualidade social da educação.

A quem se destina?

Como foi construído?

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O QUE DETERMINA AS DIRETRIZES?

Ativas Ampliação do foco do currículo escolar;

Consciência histórica e política da diversidade;

Fortalecimento de identidades e direitos;

Ações educativas de promoção da Igualdade

Etnicorracial.

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COMO DAR VISIBIDADE ÁS

DIRETRIZES?

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Disponibilizar o parecer;

Construir uma bibliografia Etinocorracial;

Realização de atividade e projetos;

Estabecimento de Parcerias;

Exigir compromissos dos governantes;

Efetivação da Resolução 01/2004;

Compromisso dos educadores.

O SUCESSO DAS DIRETRIZES

DEPENDE DE: As condições para ensino e aprendizagem;

De trabalho conjunto;

De políticas públicas;

Dos movimentos sociais;

Da concepção do país referenciando na diversidade;

Reeducar para as Relações Etnicorraciais;

Não se trata de atribuir ao presente a culpa ao passado;

Não podemos improvisar;

Compreender que o racismo atinge a todos ;

A superação do racismo é tarefa de todos.

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Do bom selvagem ao herói sem

escrúpulos

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LEI Nº 11.645, DE 10 DE MARÇO DE 2008 • Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela

Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".

• O P R E S I D E N T E D A R E P Ú B L I C A • Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei: • Art. 1o. O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996,

passa a vigorar com a seguinte redação: • “Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino

médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena”.

• § 1o. O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

• § 2o. Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras." (NR)

• Art. 2o. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. • Brasília, 10 de março de 2008; 187o. da Independência e 120o. • da República. • LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

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• Descrição: Referenciais para a compreensão da história e

da cultura indígena, contemplando a história dos povos

indígenas no Brasil; a interculturalidade e territorialidade

indígena; as línguas indígenas; a afirmação cultural

indígena e específica dos diferentes povos indígenas.

• Parecer CNE/CEB nº 13/2012, aprovado em 10 de maio

de 2012 e Resolução - Diretrizes Curriculares Nacionais

para a Educação Escolar Indígena.

Tema: Educação Indígena

Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana (Indígena)

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Resolução CNE/CP nº 01/04 - Institui as Diretrizes Curriculares

Nacionais;

Lei Federal nº 11.645, de 10/03/08 - Altera a Lei 9.394/96,

modificada pela Lei 10.639/03;

Orientações curriculares: expectativas de aprendizagem para

educação Etnicorracial. São Paulo 2008.

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Lei Federal nº 11.645, de 10/03/08 - Altera a Lei 9.394/96, modificada pela Lei 10.639/03, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 03/1999

Fixa Diretrizes Nacionais para o

funcionamento das escolas

indígenas e dá outras providências

Construção da qualidade social

da Educação

Universalização da Educação

Básica/Acesso

Permanência

Conclusão

Democratização do Acesso à Educação

Superior

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Construção da qualidade social da

Educação: acesso universalizante,

com permanência pertinente à

idade/nível/etapas do aprendiz;

conclusão qualidade social com

relevância social

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IGUALDADE JUSTIÇA SOCIAL

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Formação 28

A Educação Escolar Brasileira compõe-se de dois níveis (art 21 da

LDB):

I – Educação Básica: formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e

Ensino Médio;

II – Educação Superior.

(0 a 5 anos de idade)

Creche

Pré - Escola.

O Ensino Fundamental é dividido em ciclos:

- Ciclo I – do primeiro ao quinto ano (de 6 a 10 anos

de idade);

- Ciclo II – do sexto ao nono ano (11 a 14 anos de

idade).

Como última etapa da Educação

Básica e com três anos no

mínimo de duração, esse nível

de ensino perdeu a

obrigatoriedade de habilitar

para o trabalho, formando

profissionais.

Ensino Superior

Tem como finalidades o estímulo a criação

cultural e o desenvolvimento do espírito

científico e do pensamento reflexivo,

desenvolver o ser humano no meio em que vive.

A interligação de saberes

O saber escolar é produto

de uma multiplicidade de

determinações

históricas,

políticas,

sociais,

psicológicas

É contraditório, sobretudo, quando observamos

as demandas relativas à prática docente, como

criatividade, atualização, qualidade e, por outro

lado, uma prática massacrada por uma

burocracia aprisionadora

História e Cultura Afrobrasileira

Diretrizes Curriculares

Garantir o conhecimento e reconhecimento da participação em segmento negro na história brasileira;

Referenciar a identidade cultural e histórico para os negros brasileiros;

Ensinar e aprender a história da África deve ser uma possibilidade metodológica assegurada dentro do currículo das disciplinas;

Reconhecer o fundamento das matrizes africanas na formação do povo brasileiro;

Conhecer a história da África é um campo de excelência e uma forma de reparação e afirmação dos direitos dos negros na sociedade e na reconstrução da autoestima na imagem brasileira.

CULTURA AFROBRASILEIRA

Africanos no Brasil conviveram com diversos grupos sociais- portugueses,crioulos, indígenas e africanos de diversos lugares da áfrica;

Integração com a irmandade católicas,praticaram o candomblé, batuque e capoeira;

Matrizes africanas

Culinária;

Língua Portuguesa;

Capoeira,maracatu e hip hop;

Oralidade;

Conhecer a África.

Reeducação das Relações

Etnicorraciais

Respeito mútuo pelas diferenças culturais;

Desconstrução do imaginário negativo do negro;

Aceitação e respeito das diferenças Etnicorraciais e Culturais dos outros;

Construção da identidade dos alunos negros positiva;

Reflexão e discussão sobre a diversidade;

Reeducação sobre o olhar de si mesmo e dos outros;

Projetos que conduzam a aprendizagem para negros, brancos e indígenas;

Excluir os estereótipos em relação aos negros e os índios veiculados nas piadas racistas e preconceituosas;

Valorizar a contribuição negra, a língua brasileira buscando palavras de reminiscência africana usada no cotidiano;

Curso de Formação Continuada, lato senso e stricto senso.

propõe-se uma educação antirracista, inclusiva e que contemple com dignidade a diversidade etnicorracial.

É fundamental a participação de toda a comunidade

escolar na escolha, seleção e organização dos assuntos

que possam integrar um planejamento curricular. CURRÍCULO

explícito,

sistematizado, que

está presente nos

planos de ensino,

cursos e aulas,

mas capilarmente articulado

com um outro submerso, oculto,

mas atual e presente,

representando um “corpus

ideológico” que acaba se

imbricando no cotidiano das

pessoas.

PARECER DO CNE/2004 – ENSINO

SUPERIOR

REGISTRO DA HISTÓRIA DOS REMANESCENTE DE QUILOMBO;

APOIO AO DOCENTE (PROJETO, PLANO, CONTEÚDO COM FOCO NA

HISTÓRIA DE CULTURA AFROBRASILEIRA E INDÍGENA);

MAPEAMENTO E DIVULGAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS;

PARCERIAS (ÓRGÃOS PÚBLICOS E PRIVADAS);

FORMAÇÃO CONTINUADAS (LEITURAS E PRODUÇÕES);

INCLUSÃO NO CURRÍCULO (AS RELAÇÕES ETNORRACIAIS);

EXEMPLOS DE DISCIPLINAS: MEDICINA – ANEMIA FALCIFORME,

MATEMÁTICA – RAIS AFRICANA (ETNOMATEMÁTICA),FILOSOFIA –

FILÓSOFOS AFRICANOS , EDUCAÇÃO FÍSICA – CAPOEIRA , HIP HOP, FREO

DENTRE OUTROS;

MANISFESTAÇÕES CULTURAIS;

BIBLIOTECA.

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Onde Estamos?

Alteração da LDB pela Lei n. 10.639/2003;

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana;

Lei 11.645/2008;

Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana;

Estatuto de Igualdade Racial.

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• A negação tem sido um elemento central para fazer o mito da democracia racial funcionar.

• Pesquisa realizada pela Fundação Perseu

Abramo mostrou que grande parte dos

brasileiros - 87% - admite que há

discriminação racial no país, mas apenas 4%

da população se considera racista.

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Como docentes ficamos no movimento pendular

de um lado marcados pela

pedagogia da falta, da

carência, da cópia, da

repetição que objetiva, em

última instância, a construção

de uma alma submissa e um

corpo docilizado, corpos e

almas disciplinados e

controláveis

por outro lado, ficamos motivados pela

pedagogia da potência, da afetividade,

das diferenças, que nos impulsiona a viver

a nossa paradoxal condição humana, na

qual transitamos pelo imponderável fluxo

da vida: amor/ódio, emoção/razão,

saúde/loucura, economia/consumo,

prosa/poesia, trabalho/ludicidade,

carência/potência.

ALGUNS EXEMPLOS DE RACISMO

• Cabelos de piaçava! Com medo de ser rechaçada em público, não contei à professora, a tal ponto que a raiva fazia com que a violência física fosse inevitável. Parti para cima do menino e desferi golpes de raiva em cima dele. As professoras não eram “amigas”, não entendiam que tal ofensa me era prejudicial. Deformavam-me por dentro, tinha raiva até do choro que não conseguia controlar (Ensino Médio).

• Cheguei a ouvir na escola que as famílias negras são desestruturadas, que as famílias negras não tem sentimento de família, deixam as crianças “soltas”, desgarradas das responsabilidades de pertencer a uma estrutura familiar. E por isso são “trombadinhas”, ladras, por isso todos eles são negros (Ensino Superior).

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ALGUNS EXEMPLOS DE RACISMO

• Crianças negras vivenciam cotidianamente nas escolas duas formas de violência: o silêncio sob as práticas racistas, não responder a xingamentos, não ter a quem contar os atos sofridos; e os atos de violência direta, no momento em que a reação se dá na esfera da luta física. As diretoras de escolas e professoras chamavam as mães das meninas e diziam: “Trancem os cabelos da menina, façam alguma coisa!” (Ensino Básico – Infantil).

• Não conseguia entender por que meu cabelo era “ruim” ou por que meu nariz era “feio”, principalmente porque na escola onde estudei sempre era o único aluno negro ou um dos únicos alunos negros da sala. Ironicamente, minhas notas sempre foram boas, talvez porque nesse sentido eu conseguia perceber que meu sucesso só dependeria de meus esforços e não do que os outros pensavam de mim, em todos os outros aspectos da minha vida, eu me considerava um jovem frustrado, era tímido, tinha poucos amigos, não tinha namorada e não me destacava nos esportes como os outros meninos. (Ensino Básico – Fundamental)

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ALGUNS EXEMPLOS DE PRECONCEITO

COM OS ÍNDIOS

Um jornalista no Brasil foi condenado por discriminação contra

indígenas, os quais ele descreveu como sendo „ignorantes‟ e

„sujos‟.

Em um artigo publicado pelo site de notícias Jornal NH, Ivar

Paulo Hartmann afirmou: „No Brasil de hoje, as tribos

remanescentes são compostas por indivíduos semicivilizados,

sujos, ignorantes e vagabundos, vivendo das benesses do poder

branco (…).‟

Hartmann foi condenado a cumprir dois anos de serviços

comunitários, e pagar uma multa para os índios Kaingang do sul

do Brasil.

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CONHECENDO A ÁFRICA PARA

RELAXAR

A ÁRVORE DA SABEDORIA

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Preconceito

Quero respeito pelos meus cabelos brancos e enrolados

Pelas marcar dos meus ancestrais

Quero viver o momento e tentar esquecer o passado

Passado, cruel... cruel..., cruel com a pele, com as vesti, com o amor

E hoje vejo você reparando no que visto, no que falo e represento

Reparando o meu cabelo branco e enrolado

Respeite-me seu moço

Sou índia, sou negra, sou branca, sou gente, sou povo brasileiro

Como o Governador, o advogado , o professor, o agricultor e o servente

Gente que fez e faz a nossa história

Respeite-me seu moço

Pare de julga-me, de acha-se melhor do que todos

Somos iguais, perante a lei da natureza

e diferente pelas leis dos homens

Que isso seu moço, que olhar é esse

Sou gente, tenho história e faço a minha história

Todos os dias, todos os anos e todas essas décadas de cegueira diante do meu povo

E você ,que me ouvi e não me vê

Que olha e não me enxerga

Que sabe a verdade, mas se esconde diante da hipocresia social

Eu estou aqui, com os meus cabelos brancos e enrolados

Esperando o trem na estação para continua fazendo a minha história

E com a esperança seu moço que você pare de olha-me, e que não haja, como se não

me enxergasse.

Márcia Cristiane da Silva Galindo – 09/10/2009

“A SABEDORIA É COMO O TRONCO DE UM BAOBÁ. UMA PESSOA SOZINHA NÃO CONSEGUI ABRAÇÁ-LO.”

MÁRIO LEMOS

Muito obrigada!

Obaobraços [email protected]

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