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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE TURISMO PAULO ROBERTO MENEZES LOPES HOTEL GRAN MARQUISE: AVALIAÇÃO DA COMPATIBIDADE ENTRE A VISÃO DE QUALIDADE DO HOTEL E A VISÃO DE QUALIDADE DO HÓSPEDE UM ESTUDO DE CASO FORTALEZA 2013

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  • 1

    CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

    FACULDADE CEARENSE

    CURSO DE TURISMO

    PAULO ROBERTO MENEZES LOPES

    HOTEL GRAN MARQUISE: AVALIAÇÃO DA COMPATIBIDADE ENTRE

    A VISÃO DE QUALIDADE DO HOTEL E A VISÃO DE QUALIDADE DO HÓSPEDE

    UM ESTUDO DE CASO

    FORTALEZA

    2013

  • 2

    PAULO ROBERTO MENEZES LOPES

    HOTEL GRAN MARQUISE: AVALIAÇÃO DA COMPATIBIDADE ENTRE

    A VISÃO DE QUALIDADE DO HOTEL E A VISÃO DE QUALIDADE DO HÓSPEDE

    UM ESTUDO DE CASO

    Monografia submetida à

    aprovação Coordenação do Curso

    de Turismo do Centro Superior do

    Ceará, como requisito parcial para

    obtenção do grau de Graduação.

    FORTALEZA

    2013

  • 3

    PAULO ROBERTO MENEZES LOPES

    HOTEL GRAN MARQUISE: AVALIAÇÃO DA COMPATIBIDADE ENTRE

    A VISÃO DE QUALIDADE DO HOTEL E A VISÃO DE QUALIDADE DO HÓSPEDE

    UM ESTUDO DE CASO

    Monografia como pré-requisito para obtenção do titulo de Bacharel em Turismo, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores.

    Data de aprovação:____/____/____

    BANCA EXAMINADORA

    ___________________________________________________________

    Professora Ms. Maria Elia dos Santos Vieira

    ___________________________________________________________

    Professor Esp. Mansueto da Silva Brilhante

    ___________________________________________________________

    Professor Esp. Paula Roberta de Oliveira Leite

  • 4

    A Cristo que morreu para que eu tivesse vida e vida em abundância.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, o qual me amou primeiro, me possibilitou chegar até aqui e

    certamente continuará a caminhar comigo me indicando o melhor caminho para

    que assim eu possa agradá-Lo e glorificá-Lo pelo que Ele é. Toda a glória é tua

    meu Deus, não apenas hoje, mas para todo o sempre.

    À Lays Lemos, a maior e melhor inspiração para a minha vida que

    se faz presente em cada momento e que também é um presente abençoado

    que Deus me deu e que em momento nenhum me deixou sozinho. A ela, que

    certamente foi responsável pelo o aperfeiçoamento dessa e de outras

    conquistas em minha vida, eu não poderia deixar de dizer: você é o exemplo de

    vida que me esforço para seguir, um alguém de quem Deus deve ter orgulho.

    Tão pouco poderia deixar de ressaltar que sem você essa conquista não teria

    sentido, ou melhor, não teria existido. Foi por você que eu cheguei até aqui e

    pretendo ir além acreditando no Deus que não nos abandona. Eu te amo minha

    linda.

    À minha família que me educou e me formou com caráter.

    Às pessoas desconhecidas do transporte público que se negam a

    me auxiliar levando minha mochila pesada, deixando-me em pé e ainda não

    facilitando para que eu possa me segurar com maior facilidade. Não

    permanecer mais nessa situação me fez ter ânimo para concluir o curso. Logo

    sairei dessa realidade de transporte público com fé em Deus.

    Aos meus professores da época do ensino médio que vez ou outra

    diziam que eu não seria ninguém e me colocavam para fora da sala de aula,

    mesmo eu não tendo feito nada (sim, obrigado, lembrar dessas histórias me fez

    chegar até aqui).

    Ao Hotel Gran Marquise, que me possibilitou ter acesso a

    documentos e me auxiliou com tudo o quanto necessitei para a produção deste

    estudo. À Aline Aragão e ao Felipe Santiago. Um Gran hotel com uma Gran

    Equipe. Somos 5 estrelas.

    À minha orientadora por aceitar me auxiliar.

  • 6

    “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo eu venci o mundo”. (Jesus Cristo)

  • 7

    RESUMO

    De forma crescente a qualidade tem adquirido maior importância no setor

    hoteleiro, adotando o papel de fator motivacional na escolha do consumidor

    acerca de qual meio de hospedagem é referência em qualidade. Diante disso,

    empresas hoteleiras dedicam tempo e investimento na melhoria continua de

    seus métodos, capacitando seus colaboradores, utilizando canais de

    comunicação com o cliente e mensurando a qualidade de suas atividades para

    desenvolver um plano estratégico adequado para atingir o público que busca

    qualidade no meio de hospedagem. Contudo, não há certeza se as empresas

    hoteleiras têm direcionado corretamente os seus esforços gerenciais, ou seja,

    permanece a dúvida quanto aos hotéis ofertarem ou não serviços de qualidade

    que atendam às expectativas dos seus hóspedes. Nesse sentido, o presente

    estudo investiga se existe compatibilidade entre a visão de qualidade do Hotel

    Gran Marquise e a visão de qualidade sob a perspectiva do hóspede. Para

    essa investigação, foi comparada a visão do hotel sobre qualidade com os

    resultados de uma pesquisa documental com o mesmo tema, aplicada aos

    hóspedes. Os resultados apontam para a inexistência de compatibilidade entre

    o Hotel Gran Marquise e os seus hóspedes, durante o período analisado nesse

    estudo de caso.

    Palavras Chaves: Qualidade. Gestão da qualidade. Hospedagem. Hóspede.

  • 8

    ABSTRACT

    Increasingly the quality has acquired greater importance in the hospitality

    industry , adopting the role of motivational factors in consumer choice about

    which way of web hosting is reference quality. Therefore , hotel companies

    devote time and investment in continuous improvement of its methods ,

    empowering employees , using channels of communication with the client and

    measuring the quality of its activities to develop an appropriate strategic plan to

    reach the audience that seeks quality in the middle of hosting . However , there

    is no certainty that the hotel companies have properly directed their managerial

    efforts , ie , the question remains as to whether or not lodging an offer quality

    services that meet the expectations of its guests . In this sense, the present

    study investigates whether there is compatibility between the vision quality of

    the Gran Marquise and vision quality from the perspective of the guest. For this

    investigation , we compared the vision of quality hotel on the results of

    documentary research with the same theme applies to guests . The results

    point to the lack of compatibility between the Gran Marquise Hotel and its

    guests , during the period analyzed in this case study .

    Keywords: Quality. Quality management. Hosting. Guest.

  • 9

    LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    FIGURA 01 - Enfoque sistêmico da hotelaria................................................. 24

    FIGURA 02 - Determinantes da qualidade percebida do serviço................... 35

    FIGURA 03 - Diferenças entre expectativa do consumidor e a percepção

    da empresa sobre o serviço......................................................

    37

    FIGURA 04 - Fachada do hotel Ceasar Park................................................. 38

    FIGURA 05 - Imagem ilustrativa de um modelo de veículo de divulgação do

    hotel...........................................................................................

    39

    FIGURA 06 - Imagens ilustrativas dos selos de certificação obtidos pelo

    hotel...........................................................................................

    40

    FIGURA 07 - Imagem ilustrativa do selo GPTW............................................. 41

    FIGURA 08 - Imagem ilustrativa da logo Gran Class..................................... 41

    FIGURA 09 - Demonstração de suíte luxo..................................................... 42

    FIGURA 10 - Demonstração do livro de comemoração dos 20 anos do

    hotel...........................................................................................

    42

    FIGURA 11 - Imagem ilustrativa da placa de certificação do prêmio

    TripAdvisor................................................................................

    43

    FIGURA 12 - Troféu Jacaré de Ouro.............................................................. 43

    FIGURA 13 - Fachada atual do Hotel Gran Marquise.................................... 44

    FIGURA 14 - Apresentação de apartamentos................................................ 59

    FIGURA 15 - Limpeza e arrumação dos apartamentos.................................. 61

    FIGURA 16 - Café da manhã – qualidade dos alimentos............................... 62

    FIGURA 17 - Restaurantes – Qualidade dos alimentos................................. 63

    FIGURA 18 - Room Service – Qualidade dos alimentos................................ 64

  • 10

    LISTA DE QUADROS

    QUADRO 01 - Características de serviço............................................................. 28

    QUADRO 02 - Categorias de oferta no mercado.................................................. 29

    QUADRO 03 - Dimensões da qualidade no serviço............................................. 36

    QUADRO 04 - Metodologia utilizada nesse estudo.............................................. 46

    QUADRO 05 - Vantagens e limitações de uma entrevista.................................... 52

    QUADRO 06 - Relação entre problema de pesquisa, objetivos, hipóteses e

    indicadores.................................................................................... 54

    QUADRO 07 - Metas de qualidade estabelecidas pelo Hotel Gran Marquise...... 57

    QUADRO 08 - Comparativo da satisfação do cliente........................................... 58

    QUADRO 09 - Comparativo de avaliações de qualidade..................................... 65

  • 11

    LISTA DE GRÁFICO

    GRÁFICO 01 - Gráfico demonstrativo da evolução da satisfação do cliente........ 56

    GRÁFICO 02 - Gráfico demonstrativo de avaliações de qualidade....................... 66

  • 12

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    CQEA - Controle de Qualidade Empresarial Amplo

    CQT - Controle de Qualidade Total

    EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo

    ES - Expectativa do Serviço

    FUNGETUR - Fundo Geral de Turismo

    GPTW - Great Place To Work

    ISO International Organization for Standardization/ Organização

    Internacional de Padronização

    Mtur - Ministério do Turismo

    PS - Percepção do Serviço

    UH - Unidade Habitacional

  • 13

    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 15

    2 HISTORIA DA HOTELARIA.............................................................................. 18

    2.1 Hotelaria no mundo........................................................................................ 18

    2.2 Hotelaria no Brasil.......................................................................................... 24

    3 SERVIÇOS E QUALIDADE............................................................................... 27

    3.1 Serviços na hotelaria...................................................................................... 27

    3.2 Gestão da qualidade na hotelaria.................................................................. 32

    4 HISTÓRICO DO MEIO DE HOSPEDAGEM..................................................... 38

    4.1 Histórico da organização................................................................................ 38

    4.2 Qualidade de produto e serviço..................................................................... 39

    5 ASPECTOS METODOLÓGICOS...................................................................... 46

    5.1 Metodologia.................................................................................................... 46

    6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.......................................................... 55

    6.1.1 Dados gerais sobre qualidade..................................................................... 55

    6.1.2 Qualidade de instalações............................................................................ 59

    6.1.3 Qualidade de serviços................................................................................. 60

    6.1.4 Qualidade dos alimentos - café da manhã.................................................. 62

    6.1.5 Qualidade dos alimentos - restaurantes...................................................... 63

    6.1.6 Qualidade dos alimentos - room service..................................................... 64

    7 CONCLUSÃO.................................................................................................... 68

  • 14

    REFERÊNCIAS.................................................................................................... 70

    APÊNDECE.......................................................................................................... 74

    ANEXOS............................................................................................................... 78

  • 15

    1 INTRODUÇÃO

    No contexto das atividades hoteleiras, a qualidade se destaca como

    um fator determinante na escolha do consumidor (hóspede/turista) quanto ao

    meio de hospedagem a ser utilizado. Porém, observa-se que as decisões de

    gestão da qualidade aplicada pelos hotéis muitas vezes não é compatível a

    concepção de qualidade daquele que usufruirá os serviços ofertados.

    Observa-se que a avaliação que o consumidor faz acerca do produto

    adquirido toma como base a capacidade que esta aquisição tem em satisfazer

    as suas necessidades, reforçando os seus próprios valores. Nesse sentido, o

    consumidor faz, de forma inconsciente, várias indagações (esse produto é

    importante? Ele está de acordo com os meus valores?). Diante disso, entende-

    se que a escolha de um produto é o reflexo de quando o indivíduo atinge os

    seus valores individuais, portanto, os produtos adquiridos pelos consumidores

    representam seus valores (URDAN e URDAN 2009).

    Essa linha de raciocínio se aplica ao mercado de hotéis, sobretudo,

    ao de hotéis de luxo que atende um hóspede exigente, com expectativa para

    uma experiência de consumo que vai além da simples ideia de uma viagem,

    ele anseia por status, praticidade, um tratamento diferenciado e não abre mão

    da qualidade nos serviços ofertados.

    Tomando como base essa realidade, é apresentado o seguinte

    problema de pesquisa: Existe compatibilidade entre a visão de qualidade do

    Hotel Gran Marquise e a visão de qualidade do hóspede?

    Como justificativa deste estudo, avaliar se o que o Hotel Gran

    Marquise oferta ao hóspede a partir da sua própria visão de qualidade é

    compatível ou não com as expectativas do cliente, possibilitará aos gestores

    enxergar onde o processo de oferecer serviço pode ser melhorado aumentando

    a satisfação do cliente, potencializando os lucros por meio de decisões mais

    acertadas para a elaboração de planos de ação mais eficazes (que visam

    enxugar processos), removendo aquilo que não agrega valor aos serviços

    ofertados ao cliente.

  • 16

    O presente estudo foi motivado inicialmente pela curiosidade de

    identificar se existe compatibilidade entre o que significa qualidade para o hotel

    e para o hóspede. Posteriormente, a realização desse estudo também surgiu a

    partir de uma experiência de trabalho junto ao Hotel Gran Marquise,

    acreditando poder colaborar com a melhoria e com o constante

    aperfeiçoamento da qualidade do serviço de hospedagem, visando à satisfação

    do hóspede.

    Considerando o contexto exposto até aqui e a necessidade de

    identificar se há compatibilidade ou não entre as visões de qualidade

    apresentadas pela empresa e pelo cliente, levantam-se os seguintes

    questionamentos:

    1. O hóspede e o hotel apresentam a mesma interpretação sobre aos aspectos

    relacionados à qualidade na apresentação do apartamento?

    2. O hóspede e o hotel apresentam a mesma interpretação sobre aos aspectos

    relacionados à qualidade dos alimentos ofertados?

    Considerando a revisão da literatura e a observação do autor, são

    levantadas as seguintes hipóteses acerca do tema em questão:

    H1: Não existe compatibilidade entre as avaliações do hóspede e do hotel

    quanto a conforto, conservação, limpeza e arrumação do apartamento.

    H2: Existe compatibilidade entre as avaliações do hóspede e do hotel quanto à

    qualidade dos alimentos em café da manhã, restaurantes e room service.

    O objetivo geral desse trabalho é Identificar se existe

    compatibilidade entre a visão de qualidade do Hotel Gran Marquise e a visão

    de qualidade do hóspede, conhecendo através da pesquisa o que significa

    qualidade para o meio de hospedagem e para o hóspede. No sentido de

    contribuir com que o Hotel Gran Marquise tome conhecimento e melhore a

    alocação de seus recursos, apresentam-se os seguintes objetivos específicos:

    (1) Verificar, segundo a pesquisa documental e a entrevista utilizada, se existe

    compatibilidade entre as avaliações do hóspede e do hotel quanto a conforto,

    conservação, limpeza e arrumação do apartamento e (2) Verificar, segundo a

    pesquisa documental e a entrevista utilizada, se existe compatibilidade entre as

    avaliações do hóspede e do hotel quanto à qualidade dos alimentos em café da

    manhã, restaurantes e room service.

  • 17

    O presente estudo está estruturado em seis capítulos, o primeiro

    refere-se à introdução e apresentação do tema. O segundo tem a premissa de

    apontar a origem e desenvolvimento da hotelaria no mundo, e apresenta um

    sub-tópico que aborda a história da hotelaria no Brasil, mostrando sua origem e

    sua evolução até os dias atuais. O terceiro capítulo trará informações

    relevantes sobre serviços em empresas de hotelaria e o sobre o emprego da

    gestão da qualidade nos meios de hospedagem. O quarto capítulo apresentará

    o histórico do hotel em estudo, trazendo informações sobre sua criação, sua

    estrutura organizacional, os serviços ofertados e sobre o as políticas de gestão

    da qualidade adotadas. O quinto capítulo apresenta os aspectos metodológicos

    adotados para a utilização da pesquisa como: sua finalidade, o tipo de

    pesquisa, a estratégia adotada para coleta de dados, entre outros detalhes

    além do delineamento desse estudo de caso. O sexto capítulo apresenta os

    resultados da pesquisa seguidas das interpretações do autor. O sétimo capítulo

    apresenta a conclusão obtida a partir das descobertas alcançadas por meio

    desse estudo de caso.

  • 18

    2 HISTÓRIA DA HOTELARIA

    O presente capítulo apresenta a revisão bibliográfica relacionada à

    hotelaria no mundo, expondo seu surgimento e expansão e na sequência será

    apresentada também a história da hotelaria no Brasil, abordando sua origem e

    desenvolvimento.

    2.1 Hotelaria no mundo

    Objetivando entender a história da hotelaria no mundo, é necessário

    apresentar alguns conceitos relevantes para este tema. A Organização Mundial

    do Turismo, OMT, organismo máximo de turismo no mundo, o define: “Turismo

    compreende as atividades que pessoas realizam durante suas viagens e

    estadias em lugares diferentes do seu local de residência, por um período

    consecutivo inferior a um ano, com propósitos de lazer, descanso, negócios ou

    outros”.

    Para Aldrigui (2007) pode-se visualizar essa definição de turismo

    apresentada pela OMT considerando os seguintes pontos:

    • Atividades: são as infinitas possibilidades oferecidas aos turistas, para

    que haja sentido na viagem, independente dos motivos que os levaram

    ao destino, ou seja, aquilo que ele faz dentro da viagem.

    • Propósitos: que para a autora são as razões que determinam a viagem,

    e que não se restringem apenas a lazer, descanso e negócios, hoje o

    turismo pode ainda ser apontado como fator de status.

    • A viagem: que se aproxima dos conceitos de meio de transporte, que

    podem ser apontados como os meios que levam o turista de seu local de

    residência ao destino desejado.

    • Estadias: a permanência do turista no destino selecionado para a

    viagem, que seguindo a definição apontada pela OMT, deve ser inferior

    a um ano.

    Nesse sentido quando se pensa em turismo entende-se que seu

    significado está ligado a viagens.

  • 19

    Badaró (2002) apresentando a definição de turismo criada pela

    Universidade de Berlim em 1911 cita: “o conceito que compreende todos os

    processos, especialmente os econômicos, que se manifestam na chegada, na

    permanência e na saída do turista, de um determinado município, estado ou

    país”. Essa definição vigorou por pouco tempo, pois conceitos mais

    consistentes surgiram em seguida.

    Este mesmo autor ainda afirma que as definições de turismo são

    muito pobres, pois se destinavam unicamente ao caráter econômico e comenta

    que uma boa definição seria aquela criada em meados de 1940 por Walter

    Hunziken e Kurt Krapf, que define turismo como uma relação de deslocamento

    de seu domicílio que não esteja relacionado a uma atividade lucrativa, ou seja,

    inicia no deslocamento.

    Aceita-se então que turismo pode ser compreendido como uma

    atividade, que é motivada por lazer, descanso, negócios ou outros, onde

    pessoas saem de suas residências, sem remuneração, permanecendo no

    destino turístico por um período inferior a um ano.

    Para Ignarra (2003) o fenômeno turístico ocorreu quando o homem

    deixou de ser sedentário, e passou a viajar (deslocar-se), motivado pela

    necessidade de comércio com outros povos e a exploração de novas terras. Ou

    seja, vê-se o turismo de negócios e de aventura em seu inicio. Ele ainda afirma

    que as cruzadas podem ser caracterizadas como primeiro registro de turismo

    religioso, além de citar as viagens a Roma que tinham como objetivo a busca

    de termas como um exemplo de turismo de saúde. Por fim ele ainda indica que

    os primeiros registros de turismo de esportes se caracterizam na Grécia com

    os jogos olímpicos.

    Entende-se que todos estes fatores motivavam o homem a sair de

    sua localidade e percorrer longas distâncias, demonstrando o surgimento da

    necessidade de criar de algo que se enquadre como ponto de descanso. Algo

    de tenha valor funcional.

    O Instituto Brasileiro de Turismo, Embratur, define hotel como o

    meio de hospedagem do tipo convencional e mais comum, normalmente

    localizado em perímetro urbano, e destinado a atender turistas, tanto em

    viagens de lazer quanto em viagens de negócios.

  • 20

    O hotel enquanto instituição deve ofertar dentre seus serviços a

    hospedagem, segundo Castelli (2003) ele é uma edificação preferencialmente

    urbana, que disponibiliza estrutura para lazer e negócios, além de 60% de suas

    Unidades habitacionais, UHs, possuírem um banheiro privativo. Contudo,

    observa-se que na modernidade ele ainda oferta alimentação e serviços

    agregados.

    Popp e Silva (2007) dizem que o hotel tem sua origem e

    desenvolvimento simultaneamente ao crescimento do comércio entre as

    cidades. As rotas comerciais na Ásia, Europa e África, na Antiguidade,

    originaram núcleos urbanos e, consequentemente, o surgimento de

    hospedarias para os viajantes.

    Falando sobre a história da origem do hotel, Andrade (2006) ressalta

    que o seu surgimento data da época dos jogos Olímpicos. O meio de

    hospedagem existente na época apresentava-se como um abrigo de grandes

    proporções, onde o autor denomina como Ásylon ou Asilo, que era um local

    inviolável, com a função de permitir o descanso, proteção e privacidade aos

    atletas de outros locais, que foram convidados a participar de cerimônias

    locais, as quais poderiam ser de teor religioso ou esportivo.

    Compreende-se então que desde o nascimento da hotelaria o homem

    busca as mesmas finalidades, que para o autor são: proteção, repouso,

    higiene, alimentação, privacidade e tranquilidade.

    Ainda sobre o nascimento da hotelaria, Pereira e Coutinho (2007) falam

    que na Roma antiga era possível visualizar dois tipos de hospedarias, a

    estalagem e o estábulo, que serviam para atender os viajantes que transitavam

    pelos gigantescos territórios romanos. Portanto, se percebe que os meios de

    hospedagem sofreram várias alterações ao decorrer da história.

    Nesse período, eram comuns as viagens dos Romanos para cidades

    litorâneas em busca de banhos medicinais. A talassoterapia, então, é datada

    de cerca de 500 (quinhentos) anos antes de Cristo. Foram os primeiros SPAs

    registrados na história da humanidade (IGNARRA, 2003).

    Vê-se que as estalagens atendiam geralmente esse tipo de

    demanda que buscava o que hoje pode ser classificado como turismo de

  • 21

    saúde. Uma demanda nobre, constituída principalmente por oficiais superiores

    das milícias, reforça o autor.

    Em uma visão geral apresentada por Andrade (2002) esse meio de

    hospedagem romano (que também pode ser designado como hospedaria) era

    formado por várias casas pequenas com uma única saída para a rua,

    totalmente discrepante da estrutura dos estábulos que eram grandes

    coberturas usadas para proteger dos rigores do tempo os plebeus, gado e

    animais de montaria.

    O autor ainda afirma que após a queda do Império romano esses

    plebeus passaram também a ocupar as estalagens, deixando assim os

    estábulos destinados ao uso por parte dos animais, dos criados que tratavam

    deles e dos servos que geralmente acompanhavam as comitivas.

    Diante do cenário da idade média pode-se pensar: o que se

    enquadrava como meios de hospedagem? O Ministério do Turismo (Mtur) diz

    que se pode citar que os mosteiros serviram a este fim.

    Dentro desse contexto, Pereira e Coutinho (2007), dizem que os

    viajantes que enfrentavam as perigosas estradas, motivados pela fé (hoje essa

    atividade pode ser considerada como turismo religioso), encontravam a virtude

    espiritual e moral necessária que buscavam acompanhada de descanso, uma

    vez que os mosteiros eram constituídos por cômodos, alas de celas e quartos

    reservados para esses forasteiros.

    Justifica-se o acolhimento de viajantes em mosteiros como uma das

    obrigações da caridade cristã. Possivelmente essa ação tem uma forte ligação

    com a viagem feita por Maria e José que seguindo uma obrigação civil tinham

    de se dirigir aos locais onde haviam sido registrados, gerando então o

    nascimento de Cristo em um estábulo (ANDRADE, 2002).

    A obrigação de hospitalidade cristã, para o autor supracitado, tinha a

    intenção de proteger ainda os irmãos que se deslocavam da Palestina à

    diáspora e vice-versa, isso em missões de catequização. Esse autor ainda

    apresenta uma referência histórica que atesta esse fato. O Pastor Hermas em

    140 depois de Cristo alerta aos bispos, que por dever de ofício deveriam ser

    acolhedores, alegres e responsáveis pela hospedagem dos cristãos e dos

    viajantes.

  • 22

    Essas grandes expedições foram responsáveis pelo primeiro registro

    de turismo de grupo, assim como o campismo, que é hoje um importante setor

    do turismo de lazer (IGNARRA, 2003).

    Andrade (2002) afirma que as marcas na estrada deixadas pelos

    cruzados tornaram-se rotas oficiais para viajantes e tal fato desencadeou o

    aumento do número de mosteiros e conventos masculinos e femininos que se

    dedicavam principalmente à hospitalidade, ou seja, voltados ao acolhimento e a

    caridade que era considerada uma obrigação cristã.

    O autor ressalta ainda, que no século XI os leigos (indivíduos alheios

    as obrigações cristãs) passaram a entrar na oferta de hospedagem e de

    recepção para atender o excedente que os religiosos não conseguiam suprir,

    seja por restrições religiosas (nos casos dos beligerantes, os suspeitos e os

    ameaçados de excomunhão e outras sanções religiosas e eclesiásticas que por

    segurança deveriam evitar ao máximo a aproximação das casas religiosas e

    clericais) ou por causa da enorme demanda.

    Entende-se, portanto que a hotelaria passou a ser rentável. (Hoje em

    dia a igreja ainda mantêm hotéis, em diversas partes do mundo, com

    finalidades baseadas no comércio) A caridade e a fraternidade entram apenas

    como um tempero ou perfume (ANDRADE, 2002).

    Deve-se ainda ressaltar que depois da evolução dos meios de

    transporte e a formação de vilas e cidades com certa distância uma das outras

    fez com que o número de viajantes aumenta-se e com ele estabelecimentos

    hoteleiros necessários para atender essa demanda, tanto no Oriente como no

    Ocidente (ANDRADE, 2002).

    Entrando no contexto da modernidade, Pereira e Coutinho (2007)

    dizem que a revolução industrial e a expansão do capitalismo apresentaram

    uma contribuição significativa para a história da hotelaria, uma vez que a

    hospedagem passou a ser tratada como uma atividade econômica e a ser

    explorada comercialmente, contudo a formação da padronizada que possui

    gerente e recepcionista apareceram somente no inicio do século XIX.

    Para as autoras supracitadas, a transformação radical ocorreu a

    partir da Segunda Guerra Mundial. Nesse contexto, o mundo passava por uma

    crescente expansão da economia, as rendas (principalmente nos países mais

  • 23

    desenvolvidos como os da Europa Central, EUA e Canadá) passavam por uma

    melhoria assim como no sistema de transporte e comunicação, além da

    introdução dos aviões a jato para passageiros. Ou seja, uma grande

    capacidade e um longo alcance criavam o cenário perfeito para gerar um

    progressivo fluxo de viagens regionais e internacionais, contribuindo para a

    ampliação do setor de turismo (principalmente o setor de lazer) e promovendo

    a rede hoteleira.

    Ainda que a hotelaria tenha progredido, evoluído e se expandido a

    ponto de transformar-se em um dos setores mais importantes de prestação de

    serviços na economia mundial, a consciência das dimensões dos serviços e

    hospedagem e a ideia de lucratividade não era entendida.

    Foi o Conselho Internacional de Hoteleiros, fundado em Colônia, na

    Alemanha, em 1870, que criou estatutos próprios e um código de ética para o

    setor até então inexistente. Vinte anos após essas criações, o Conselho se

    extinguiu, pois foi impossível se adequar as diferentes exigências de cada

    nacionalidade. Ou seja, a realidade nacional era diferente para cada país,

    dessa forma percebe-se o cenário novo que se formava no século XX, um

    momento onde deve existir uma maior prestação de serviços (Andrade, 2002).

    Ainda sobre a evolução da hotelaria, vê-se que “além de contínuos

    avanços tecnológicos e administrativos, o hotel deixou de ser somente um

    lugar para hospedar pessoas e passou a integrar seu entorno, oferecendo

    espaços multifuncionais e acolhendo eventos das mais diversas naturezas.”

    (PETROCCHI, 2007, p. 02).

    Este mesmo autor ressalta que na atualidade o hotel é influenciado

    de forma positiva e negativa pela trajetória do destino turístico, podendo

    beneficiar-se do prestígio e da procura do destino, porém, também pode

    enfrentar dificuldades provenientes de externalidades (problemas de segurança

    pública, situação das estradas, limpeza urbana, entre outros) mediante a

    correlação do hotel com o macroambiente, conforme ilustra a Figura 01

    apresentada a seguir:

  • 24

    HotelDestino de

    turismoMacroambiente

    FIGURA 01 – Enfoque sistêmico da hotelaria.

    Fonte: Adaptado de Petrocchi, 2007, p. 03.

    Na atualidade, Beni (2002) afirma que a empresa hoteleira é um dos

    elementos essenciais da infraestrutura turística, pois constitui um dos suportes

    básicos para o desenvolvimento do Turismo em um país.

    A partir da ideia de que as empresas hoteleiras são elementos de

    suporte básico para o turismo no país, entende-se que deve existir uma

    preocupação quanto ao tipo de atendimento e serviço ofertado. Ou seja, um

    atendimento direcionado a uma real preocupação com o conforto e a satisfação

    do hóspede.

    Confirmando essa ideia Pereira e Coutinho (2007) afirmam que a

    preocupação principal é a realidade no atendimento e a diversificação nos

    serviços oferecidos aos hóspedes. Funcionários são treinados e qualificados,

    em moldes de modernas técnicas direcionadas para o atendimento setorial,

    realidade que não ocorria no passado, onde serviçais domésticos eram quem

    atendiam, percebia-se então uma ausência de padrões de qualidade.

    Até aqui este trabalho apresentou informações sobre a hotelaria no

    mundo, esclarecendo ao leitor a evolução do turismo desde a antiguidade até a

    atualidade. A seguir apresentam-se informações sobre como ocorreu essa

    evolução no Brasil.

    2.2 Hotelaria no Brasil

    No Brasil, a hotelaria teve seu inicio logo depois do descobrimento,

    explicam Pereira e Coutinho (2007). Segunda as autoras coube aos

    mandatários das capitanias hereditárias a instalação das primeiras

    hospedarias, isso devido à necessidade de hospedar viajantes que estavam

  • 25

    quase que constantemente se deslocando. Geralmente, as hospedarias eram

    edifícios pequenos de três a quatro andares. Ainda nessa mesma época,

    existiam as pensões que se localizavam abaixo da residência do proprietário.

    Outra relevante informação apresentada por Pereira e Coutinho

    (2007) é que os viajantes do período colonial se hospedavam nas casas-

    grandes dos engenhos e fazendas, casarões, em conventos e principalmente

    em ranchos que existiam nas estradas.

    Com a chegada da corte portuguesa em 1808 no Rio de Janeiro, e

    em consequência da abertura dos portos, o fluxo de estrangeiros aumentou no

    Brasil. Estes vieram exercer funções de caráter diplomático, científico e

    comercial. A partir disso, surgiu a oportunidade de os brasileiros nativos

    possuírem seus próprios negócios. Vê-se então a criação de pequenas

    hospedarias e pensões, com a finalidade especifica de hospedar. Nos anos

    seguintes essas hospedarias e pensões passaram a utilizar a denominação de

    hotel (PEREIRA e COUTINHO, 2007).

    Segundo Campos (2005) foi a partir da segunda metade do século

    XIX que foram registrados os primeiros estabelecimentos construídos para

    atender, especialmente, a demanda do setor de hospedagem, inclusive

    ofereciam banho.

    Pereira e Coutinho (2007) afirmam que nesse período de meados do

    século XIX prosseguindo até o século XX ocorreu uma escassez de hotéis no

    Rio de Janeiro, tal problema levou o governo a criar o Decreto de número 1160

    de 23 de dezembro de 1907. Tal Decreto isentava os cinco primeiros hotéis

    que se instalassem no Rio de Janeiro do pagamento de emolumentos e

    impostos municipais por sete anos.

    A partir da década de 60 mais precisamente no inicio da década de 70, houve um progresso acentuado. Em 1996 é criada a Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), hoje transformada em Instituto Brasileiro de Turismo, mantendo a mesma sigla e, junto com ela, o Fungetur (Fundo Geral de Turismo), que atua através de incentivos fiscais na implantação de hotéis, promovendo uma nova fase na hotelaria brasileira, principalmente no segmento de hotéis de luxo, os chamado cinco estrelas (Pereira e Coutinho, 2007, p. 11 e 12).

  • 26

    Diante disso, observa-se que as relações comerciais envolvendo

    hotelaria no Brasil se desenvolveram até os dias atuais tomando como base a

    existência de uma relação consistente entre oferta e demanda.

    No decorrer desse capítulo foi possível visualizar que a relação entre

    turista e hotel é essencial para que exista turismo e que a evolução do turismo

    que foi apresentada reafirma essa ligação, visto que, à medida que o turismo

    evoluía e se adequava a uma nova demanda e a novas tendências, os meios

    de hospedagem também evoluíam para um modelo que se fazia presente aos

    moldes da época. Contudo, evidenciava-se que nem sempre a satisfação

    desse cliente (hóspede) era algo presente. Era preciso então se pensar em

    qualidade.

    No capítulo a seguir apresentam-se informações sobre serviços e

    qualidade, descrevendo detalhes sobre como funcionam os serviços na

    hotelaria e como ocorre a gestão da qualidade nessa realidade.

  • 27

    3 SERVIÇOS E QUALIDADE

    Neste capítulo serão abordados os conceitos de serviço e qualidade

    apresentados pela literatura, seguido de suas características, bem como e sua

    aplicação no setor hoteleiro. Em seguida, será exposta a definição de

    qualidade, apresentando um modelo de gestão da qualidade com as suas

    aplicações e a sua relação com a satisfação do cliente.

    3.1 Serviços na hotelaria

    A literatura oferece várias definições sobre serviço, algumas mais

    completas e outras mais objetivas, porém, em sua maioria é possível perceber

    que o serviço se apresenta com características próprias em relação a produtos.

    “Serviço é qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível,

    que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta na propriedade de

    nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um produto

    concreto” (KOTLER e KELLER, 2006, p. 397).

    Lara (2001) afirma que o serviço é definido como um benefício onde

    uma parte oferta a outra algo intangível, e que, por tanto, não resulta na posse

    de um bem físico. Ou seja, diferente de um produto o cliente não tem a

    disponibilidade que alterar aquele serviço recebido, uma vez que ele não o

    possui.

    Para que haja uma melhor compreensão acerca do conceito de

    serviço, apresenta-se como necessário conhecer as suas principais

    características, conforme demonstra o Quadro 01 apresentado a seguir:

  • 28

    QUADRO 01 – Características de serviço.

    Fonte: Elaborado pelo autor com base em Coordenação Sérgio Roberto Dias (2005).

    Indo de encontro aos conceitos mais conhecidos sobre serviço,

    Lovelock e Wright (2001) apresentam um conceito de serviço diferente onde

    lhe é atribuída a característica de tangibilidade, para esses autores existem

    duas categorias de processos de serviços que são classificadas em tangível e

    intangível. Eles explicam que nos processos de serviços tangíveis estão

    CARACTERÍSTICAS DE SERVIÇO DETALHES

    1. INTANGIBILIDADE O serviço não se apresenta com aparência ou consistência física,

    trata-se de uma experiência.

    2. VARIABILIDADE O serviço pode ser realizado por pessoas, portanto, torna-se difícil

    manter uma padronização.

    3. ABRANGE PERECIBILIDADE É impossível armazenar um serviço.

    4. AUSÊNCIA DE ESTOQUE Visto que não é possível armazenar um serviço, não haverá estoque.

    5. AUSÊNCIA DE PROPRIEDADE

    O cliente não passa a ser o dono serviço com a sua contratação,

    apenas poderá usufruir dos seus benefícios durante o período

    contratado, ou seja, caso o serviço seja novamente necessário deverá

    ocorrer uma nova contratação do mesmo.

    6. SIMULTANEIDADE: PRODUÇÃO DE CONSUMO O serviço é consumido no mesmo momento em que é produzido por

    estar relacionado a uma experiência e não com a posse.

    7. ENVOLVIMENTO DO CLIENTE NO PROCESSO

    O cliente é um elemento fundamental para a realização do serviço e

    pode a todo o momento gerar interpretações em relação ao que

    recebe e sobre o que contratou.

    8.PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS

    As pessoas (colaboradores, gerentes, gestores) fazem parte do

    serviço e precisam ter a sua participação bem definida para que haja

    sucesso no resultado.

    9.DIFICULDADE DE AVALIAÇÃO

    Mediante a característica de variabilidade e intangibilidade, é difícil

    para o cliente avaliar o serviço, visto que, a cada experiência de

    contratação pode haver diferenciação da experiência de consumo.

    10.IMPORTÂNCIA DE TEMPO

    O serviço precisa ser pontual em início e fim, ou seja, precisa estar

    disponível para o cliente no momento em que ele precisa.

    11.VARIEDADE DE SISTEMA DE ENTREGA

    Diante do desenvolvimento da tecnologia, hoje em dia, o serviço pode

    ser entregue ao cliente pessoalmente ou por meio eletrônico (via

    internet).

  • 29

    incluídos exemplos como: um corte de cabelo, um aparelho que apresente

    defeito e transporte. Para os intangíveis eles citam como exemplo: planos de

    saúde, serviços de consultoria, processos de informações relacionados a

    seguros (residencial, carros, vida).

    Concordando com Lovelock e Wright (2001), Kotler e Keller (2006)

    afirmam que o serviço embora apresente características de intangibilidade

    pode estar associado a algo tangível. Ao falar sobre as categorias de ofertas

    existentes no mercado, eles explicam que em algumas situações o serviço

    estará atrelado a um produto, conforme demonstra o Quadro 02 apresentado a

    seguir:

    QUADRO 02 – Categorias de oferta no mercado.

    Fonte: Elaborado pelo autor com base em KOTLER e KELLER (2006).

    Na hotelaria, o serviço é apresentado de forma semelhante às suas

    outras atribuições no mercado, destacando-se apenas alguns aspectos que

    fazem referência específica ao ramo hoteleiro.

    Ao entender-se o serviço na hotelaria como uma cadeia de

    acontecimentos, pode-se dizer que a aquisição de serviço de hotelaria coloca o

    TIPOS DE OFERTAS DETALHES EXEMPLOS

    1. BEM TANGÍVEL Quando a oferta consiste em um bem tangível e

    não está associada a nenhum tipo de serviço.

    Sabão

    Creme dental

    Sal

    2. BEM TANGÍVEL ASSOCIADO

    A SERVIÇOS

    Quando a oferta consiste em um bem tangível

    associado a um ou mais serviços.

    Carro + troca de óleo

    Computador + assistência

    técnica

    3. HIBRÍDA A oferta consiste tanto em bens como em

    serviços.

    Restaurante + serviço de

    atendimento

    4. SERVIÇO PRINCIPAL

    ASSOCIADO A BENS OU

    SERVIÇOS SECUNDÁRIOS

    A oferta consiste em um serviço principal com

    serviços adicionais ou bens de apoio.

    Serviço de transporte aéreo +

    comida e bebida

    Serviço de transporte aéreo +

    aeronave

    5. SERVIÇO PURO Oferta consiste essencialmente em um serviço.

    Atendimento médico

    Massagem

    Serviço de baby-sitter.

  • 30

    hóspede em duas situações similares ao apresentar a forma como ele inicia o

    contato com o serviço de hospedagem. A primeira forma de representação

    dessa cadeia inicia com a compra e negociação das estadias diretamente com

    o hotel, esse cliente por sua vez, também providencia para si mesmo os

    serviços de transporte e receptivo para, em seguida, consumir a estadia.

    A segunda forma de representação desta cadeia inicia com a

    aquisição de um pacote oferecido por uma agência de viagem, onde a empresa

    providenciará os serviços necessários, ou seja, o transporte, o receptivo e as

    estadias em um hotel. Pode-se dizer, então, que o nível de relacionamento com

    o hóspede existente no momento anterior a essa cadeia ocorria de forma

    indireta, passando a ser direto apenas a partir do momento de sua alocação.

    Segundo Petrocchi (2007) o serviço de hospedagem, embora ocorra

    associado às instalações físicas e infraestrutura, mantém a característica de

    intangibilidade, visto que, apresenta elementos que não podem ser tocados.

    Nesse contexto, entende-se que a hospedagem ocorre para o hóspede por

    meio de uma experiência de consumo do serviço de hotelaria, confirmando as

    características de serviço citadas anteriormente.

    Percebe-se que existem alguns elementos no meio de hospedagem

    que podem ser considerados fatores intangíveis associados ao serviço ofertado

    ao hóspede. “São os fatores intangíveis: a decoração, o clima de hospitalidade,

    do „sentir-se em casa' embora fora de casa, a assistência recebida, a cortesia

    revelada em cada gesto, o sorriso de um empregado da equipe, etc.”

    (PETROCCHI, 2007, p. 06).

    A hospedagem é completada pelo fornecimento de elementos

    tangíveis, como alimentos, bebidas, cama, lençóis entre outros, porém quando

    estes elementos se apresentam associados a um nível superior de qualidade

    (alimentos com controle de qualidade, travesseiros de pena de ganso, etc.) o

    serviço passar a ter um valor de natureza intangível e isso se evidencia acima

    de qualquer dúvida no fator humano, o qual é o principal recurso para a

    competitividade da empresa de hotelaria, conforme aponta Petrocchi (2007).

    Diante do que foi exposto até aqui, observa-se que os conceitos

    apresentados sobre serviços são facilmente aplicados a empresas hoteleiras

  • 31

    uma vez que as características gerais se mantêm, ocorrendo apenas a

    mudança no processo de serviço.

    Em função de obter destaque no mercado, as empresas que

    atendem a um segmento de clientes exigentes, adotam estratégias de

    diferenciação de serviço, modificando o seu preço, ressaltando aos olhos dos

    clientes os atributos e benefícios oferecidos. Também há o desenvolvimento de

    serviços agregados e a realização de investimentos para melhorar a imagem

    da marca (COORDENAÇÃO SÉRGIO ROBERTO DIAS, 2005).

    Nesse contexto, ressalta-se que pretendendo manter a fidelidade

    desse cliente os principais hotéis de luxo investem em campanhas de

    marketing, aquisições de certificações, infraestrutura, comodidade integrada à

    tecnologia e um relacionamento saudável com os fornecedores turísticos.

    Contudo, percebe-se que em alguns aspectos o setor de hotelaria ainda

    negligencia a qualidade na experiência de consumo oferecida aos hóspedes,

    não levando em conta que uma das principais características do serviço é que

    o seu consumo ocorre simultaneamente à sua produção, induzindo o hóspede

    a realizar um julgamento em tempo real acerca do benefício recebido

    comparando-o com a sua percepção de qualidade e com seus valores.

    Conforme informação publicada pelo Tribunal de Contas da União

    em 2011, o vice-presidente da Federação Brasileira de meios de Hospedagem

    e Alimentação, Ricardo Krüger, cobrou um maior investimento em qualificação

    para o setor hoteleiro, para ele esse é o principal passo que o Brasil deveria

    dar para obter êxito na Copa do Mundo de 2014. Embora o País tenha uma

    boa infraestrutura hoteleira, ainda há a necessidade de aperfeiçoar o

    atendimento para um público estrangeiro exigente.

    Observa-se que dentro desse contexto, o hóspede forma as suas

    primeiras impressões sobre o meio de hospedagem nesse momento percebe-

    se que uma nova cadeia de processos revelará um maior estreitamento do

    relacionamento entre cliente e o hotel. Esse contato mais próximo entre cliente

    e prestador de serviço inicia-se com o registro do hóspede, posteriormente com

    a alocação em uma Unidade Habitacional (UH) para, em seguida, usufruir dos

    serviços do hotel como: lavanderia, alimentos e bebidas, serviço de quarto,

    acesso à internet e outros.

  • 32

    Considerando os conceitos apresentados até aqui, pode-se afirmar

    que a partir do conhecimento sobre a experiência de aquisição e de

    consumação de estadias, revela-se a necessidade de atribuir relevância a

    percepções de qualidade provenientes do meio de hospedagem, a alta gestão

    promove estratégias de gestão da qualidade que se adéquam aos objetivos de

    manter-se no mercado competitivo enquanto satisfaz às expectativas do

    público-alvo, pois os hotéis de luxo que detém conhecimento acerca de como

    se inicia o contato com o hóspede, de quais são os serviços que fazem parte

    desse processo, do que significa um bom relacionamento com o hóspede e de

    quais são os fatores que influenciam positivamente a percepção do hóspede

    terão uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes.

    Nesse tópico foram apresentadas informações sobre serviços na

    hotelaria, demonstrando as suas características e como ocorre a sua oferta.

    Ainda foi apresentada a problemática atual da falta de qualificação para o

    mercado de serviços hoteleiros encerrando com a demonstração das etapas de

    aquisição de um serviço.

    A seguir apresentam-se informações sobre como ocorre gestão da

    qualidade na hotelaria, detalhando os conceitos e aplicações acerca desse

    assunto.

    3.2 Gestão da qualidade na hotelaria

    A necessidade de descanso vem aumentando ao longo dos anos e

    tornando-se cada vez mais algo vital ao ser humano. Que necessita do ócio e

    lazer. A hospitalidade cria não somente a abertura de espaços físicos, todavia,

    cria também a abertura de espaços emocionais e intelectuais. Ela se traduz em

    o acatamento de sugestões de ideias assim como a dedicação a sua clientela

    (CASTELLI, 2003).

    Nessa linha de raciocínio, Castelli (2006) afirma que dentre todos os

    serviços oferecidos pelas organizações, os que apresentam maior destaque

    são os de lazer, as viagens turísticas, por exemplo, tem ganhando uma

    dimensão nunca antes vista, vê-se que os meios de hospedagem representam

  • 33

    um ambiente favorável à prática do ócio e lazer, entretanto, o cliente (turista)

    busca qualidade. Pode-se dizer que a hotelaria deve criar conforto e ser

    acolhedora, mas é fundamental que o serviço ofertado seja de qualidade.

    Para Kanaane e Severino (2006) a qualidade é exigida

    mundialmente em bens e serviços, no cenário de um mundo pós-globalizado só

    haverá espaço para empresas capazes de oferecer produtos com qualidade.

    Contudo, se qualidade é a palavra de ordem em todas as indústrias modernas,

    evidencia-se então a necessidade de defini-la. Como ela é proposta? Entende-

    se, portanto, que indagações como essa podem agregar melhor compreensão

    ao tema.

    Qualidade é uma atitude, por isso não possui uma ordem, com um

    fluxo de começo, meio e fim, a qualidade deve ser vista como um produto, por

    isso ela é incorporada a ideia de continuidade, e deve estar atrelada a

    mentalidade de cada um dos colaboradores (CASTELLI, 2003).

    Swarbrooke e Horner (2002) citando o que diz Gummesson em seu

    artigo publicado em 1988, apresentam as definições de qualidade classificadas

    em duas categorias: a primeira considera que a qualidade deve estar

    diretamente ligada às especificações de produto estabelecidas pela empresa

    que o produz e, a segunda, que a qualidade deve estar ligada ao julgamento

    que o cliente fará ao passar pela experiência de consumo.

    Entretanto quando se fala sobre qualidade em serviços, deve-se

    ponderar que ela é impulsionada pelo mercado e orientada para o cliente,

    focalizando principalmente sua satisfação (SWARBROOKE E HORNER, 2002).

    Os princípios da qualidade são continuamente utilizados como um

    modelo de referência para a gestão de empresas, explica Kanaane e Severino

    (2006). Esse modelo gestão da qualidade foi denominado de Controle de

    Qualidade Total (CQT) ou Controle de Qualidade Empresarial Amplo (CQEA).

    A Qualidade Total segundo a International Organization for

    Standardization (ISO) 8402/1994 é definida como o modo de gestão de uma

    organização, centrada na qualidade, que se baseia na participação de todos os

    seus membros, visando sucesso a longo prazo, objetivando a satisfação do

    cliente e benefícios para a organização e sociedade.

  • 34

    Castelli (2006) apud K. Albrecht diz que a qualidade no serviço

    ofertado pelo meio de hospedagem é a principal força motriz da empresa. Para

    ele, a ideia de qualidade sendo apenas um setor não faz sentido, pois a

    responsabilidade pela satisfação do hóspede deve ser entendida como uma

    preocupação de todos que trabalham no meio de hospedagem, sendo assim, a

    criação de um setor de gestão da qualidade é necessária.

    A problemática atual é o modelo arcaico de gerenciamento de

    algumas empresas (em especifico as turísticas e hoteleiras), ressaltam

    Kanaane e Severino (2006). Em seus estudos, vê-se que a qualidade deve ser

    incorporada na rotina da empresa, seguindo um aperfeiçoamento continuo,

    pensando inclusive em treinamentos para funcionários, para controle de custos,

    volume de desenvolvimento de novos produtos e serviços.

    Lamprecht e Ricci (2001) concordando com o que diz Kanaane e

    Severino (2006), afirmam que a empresa deve possuir um sistema de

    treinamento, garantindo assim que os colaboradores possam cumprir com

    eficácia suas atividades, tendo em vista que serviços oferecidos com qualidade

    determinam se o turista voltará ou não para o hotel.

    Outro autor que acredita no treinamento para promover a qualidade

    em serviços é Serson (2000). Para ele, cabe ao administrador dos serviços e

    também ao responsável por orientar os colaboradores, treiná-los e

    conscientizá-los a fim de que ofertem um atendimento realmente de qualidade

    e satisfatório a demanda.

    Percebe-se que sem hotelaria não há turismo, assim como, sem

    estabelecimentos adequados não pode existir um turismo de qualidade. O que

    se pode dizer então sobre a ausência de bons serviços? Marques (2003) diz

    que sem prestadoras de serviços que se preocupam com o que é oferecido não

    pode existir um estabelecimento hoteleiro de qualidade, além de ressaltar que

    o hotel deve ser uma unidade completa que deve reunir em si, os requisitos

    necessários para que o cliente (turista ou não), descanso, alimentação e

    entretenimento.

    Todavia, para que o hotel possa contar com a conscientização dos

    colaboradores sobre qualidade é importante lembrar que o é necessário a

    existência de um bom clima de trabalho, que é fundamental para o crescimento

  • 35

    profissional e pessoal do funcionário assim como por consequência para a

    empresa (CASTELLI, 2003).

    Entende-se que no turismo, a qualidade está ligada diretamente à

    satisfação do turista, desta forma quando se pensa em qualidade para

    estabelecimentos hoteleiros, o CQT constitui-se em um processo que tem

    ações de identificar, assumir, satisfazes e superar constantemente as

    expectativas dos grupos envolvidos com as organizações turísticas, sejam eles:

    clientes, funcionários, diretores, proprietários, provedores e comunidades

    (KANAANE e SEVERINO, 2006).

    Um método eficiente para analisar as diferenças existentes entre a

    qualidade do serviço prestado pela empresa e a qualidade esperada pelo

    cliente é o SERVQUAL, conforme sugerem Lohmann e Netto (2008).

    Para esses autores, o método SERVQUAL pode ser usado como

    uma ferramenta eficiente para o processo de melhoria da qualidade no serviço

    prestado. Para a realização do método, primeiramente, a empresa deve coletar

    informações por meio de pesquisas realizadas com uma amostra de

    consumidores. O resultado obtido a partir das percepções desses

    consumidores é então comparado com o resultado de uma organização que é

    tida como referencial de excelência. Em seguida, a diferença entre esses dois

    julgamentos de valor levam a empresa a rever seus métodos em função de

    alcançar o objetivo melhorar o serviço prestado, conforme ilustra a Figura 02

    apresentada a seguir:

    CATALISADORES

    DA

    EXPECTATIVA

    RecomendaçõesNecessidades

    pessoais

    Experiências

    anteriores

    Expectativa do

    serviço (ES)

    Prestação do

    serviço (PS)

    Percepção da qualidade do serviço:

    Expectativa superada: ES < PS

    Expectativa atingida: ES = PS

    Expectativa não atingida: ES > PS

    Dimensões da qualidade do

    serviço

    AVALIAÇÃO DA

    EXPECTATIVA

    FIGURA 02 – Determinantes da qualidade percebida do serviço.

    Fonte: Adaptado de Lohmann e Netto, 2008, p. 197.

  • 36

    Lohmann e Netto (2008) ressaltam que originalmente a metodologia

    apontava dimensões para a qualidade no serviço, uma vez que a empresa

    compreende a importância dessas dimensões da qualidade poderá garantir

    excelência no serviço ofertado, ou seja, qualidade, conforme demonstra o

    Quadro 03 apresentado a seguir:

    QUADRO 03 – Dimensões da qualidade no serviço.

    Fonte: Elaborado pelo autor com base em Lohmann e Netto (2008).

    Lohmann e Netto (2008) defendem que existem 5 (cinco) tipos de

    diferenças sobre a expectativa do consumidor e a qualidade do serviço

    percebido, as quais podem ser identificadas na prestação do serviços,

    comprometendo a satisfação do cliente acerca do serviço prestado. Essas

    diferenças podem ser visualizadas na Figura 03 apresentada a seguir:

    DIMENSÕES QUALIDADE NO SERVIÇO

    1. ACESSIBILIDADE É fácil de ser contatado.

    2. COMPETÊNCIA Possuí as habilidades e conhecimentos próprios para a prestação do serviço.

    3. COMUNICAÇÃO Escuta o consumidor, da credibilidade a seus comentários, mantendo o consumidor

    informado em uma linguagem que ele possa entender.

    4. CONHECIMENTO DO CLIENTE Esforça-se para conhecer seus consumidores e quais as suas necessidades.

    5. CONFIABILIDADE Demonstra a habilidade que entregar o serviço prometido de forma apurada.

    6. CORTESIA Funcionários educados, respeitosos e que demonstram simpatia.

    7. CREDIBILIDADE Demonstra honestidade e confiabilidade.

    8. EMPATIA Provê cuidados e atenção individualizada aos seus consumidores.

    9. RESPONSIVIDADE Vontade de ajudar os consumidores e de entregar um serviço rápido.

    10. SEGURANÇA Ausência de perigos, de riscos ou dúvidas.

    11.TANGIBILIDADE Cuida da aparência das instalações físicas, dos equipamentos, do pessoal e do material

    de comunicação.

  • 37

    DIFERENÇAS NA

    PRESTAÇÃO DO

    SERVIÇO

    2. Diferença entre a percepção da administração de quais são as

    expectativas dos consumidores e

    especificação da qualidade do

    serviço apresentado.1. Diferença entre as expectativas

    do consumidor e da

    administração.

    3. Diferença entre a especificação da qualidade do serviço e a

    performance do serviço.

    4. Diferença entre a performance do serviço e a comunicação

    externa.

    5. Diferença entre a percepção do serviço e o serviço prestado.

    FIGURA 03 – Diferenças entre expectativa do consumidor e a percepção da empresa sobre o

    serviço.

    Fonte: Elaborado pelo autor com base Lohmann e Netto, 2008, p. 196.

    Nesse tópico foi possível entender o conceito de gestão da

    qualidade na hotelaria, ressaltando o quanto é fundamental que a empresa

    conheça como ocorre a avaliação do cliente acerca do que significa qualidade

    no serviço, em função de direcionar seus esforços e os seus recursos

    financeiros para estratégias de serviços que correspondam às expectativas do

    segmento alvo.

    O capítulo a seguir apresenta o hotel desse estudo de caso,

    informando sua origem, seu desenvolvimento e suas praticas envolvendo a

    qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

  • 38

    4 HISTÓRICO DO MEIO DE HOSPEDAGEM

    Nesse capítulo são expostas informações relevantes sobre o hotel

    citado neste estudo de caso. Dentre estas informações cita-se: o histórico da

    organização, abordando sua origem e desenvolvimento, sua estrutura

    organizacional, como funciona o setor de gestão da qualidade, quais são os

    serviços oferecidos e suas certificações. A fonte utilizada para essa coleta de

    informações foi o site do hotel desse estudo de caso.

    4.1 Histórico da organização

    Em 1992, Fortaleza conhecia o hotel Ceasar Park, que fora

    acompanhado com muita expectativa pela sociedade e trade cearense (Ver

    Figura 04). O empreendimento de marca estrangeira obteve a excelência e

    competência da Construtora Marquise para erguê-lo. O alto padrão exigido pela

    bandeira foi realizado com profundo detalhe e precisão pela construtora

    cearense. O luxo e requinte, além dos detalhes paisagísticos produzidos por

    Burle Marx estabeleciam um corte temporal na história do turismo cearense.

    FIGURA 04 – Fachada do hotel Ceasar Park.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

    O Hotel passou a ser referência em prêmios, certificados e

    inovações no segmento. Em 1993, o então restaurante Mariko, localizado no

  • 39

    piso M do prédio, tornou-se o primeiro espaço gastronômico de comida

    japonesa do Ceará. Em 1998, a empresa recebeu o primeiro certificado ISO

    9001 da região. No ano de 2005, o Grupo Marquise, que já operava com a

    bandeira Caesar Park resolve estabelecer uma nova parceria, desta vez com

    Sol Meliá, de origem espanhola.

    Após quinze anos de atuação com bandeiras internacionais, o Grupo

    Marquise entendeu ter adquirido a maturidade suficiente para operar, com

    identidade própria, a maior empresa da hotelaria cearense. Uma nova fase era

    iniciada e, cinco anos depois, a decisão mostrou-se acertada e lucrativa. Assim

    se estabelece a identidade única como Hotel Gran Marquise.

    4.2 Qualidade de produto e serviço

    O Hotel Gran Marquise aposta no segmento corporativo. É

    reconhecido pela realização de eventos sociais e pela hospedagem de

    qualidade. Ele consegue estabelecer de forma positiva receita e ocupação não

    somente na alta estação, mas também durante os 12 meses do ano. A Figura

    05, apresentada a seguir, ilustra um modelo de veículo de comunicação

    utilizado pelo hotel com objetivo de divulgação dos seus serviços.

    FIGURA 05 – Imagem ilustrativa de um modelo de veículo de divulgação do hotel.

    Fonte: Arquivo Gran Marquise.

  • 40

    Após dois anos de treinamento e dedicação dos colaboradores, além

    do investimento em tecnologia e infraestrutura, o Hotel recebeu a tão sonhada

    e cobiçada certificação de Gestão de Segurança de Alimentos, emitida pelos

    auditores da BRTÜV Avaliações da Qualidade S. A. O selo ISO 22000 foi

    conquistado no início de 2011, quando o parecer final foi dado pela instituição.

    Além desse novo reconhecimento, também renovou a certificação

    ISO 9001, que atesta a qualidade dos serviços e instalações da empresa.

    Pioneiro na hotelaria brasileira, ao receber o selo de qualidade em ISO 9001,

    em 1998, o hotel do Grupo Marquise repete o feito ao ganhar o selo ISO

    22000, conforme apresentação dos selos ilustrados na Figura 06 apresentada

    a seguir:

    FIGURA 06 – Imagens ilustrativas dos selos de certificação obtidos pelo hotel.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

    A ISO 22.000 é presente em algumas corporações do setor

    industrial, mas nenhuma empresa do ramo de hotéis havia passado por esse

    desafio. Não há literatura sobre o assunto no ramo. Teve-se que adaptar as

    recomendações do setor industrial para a realidade hoteleira. Foi um processo

    longo, minucioso, mas gratificante no final. Estabeleceu-se um novo padrão de

    Segurança Alimentar antecipando as exigências do mercado do futuro. Os

    colaboradores e o Gran Marquise Hotel saem vitoriosos deste processo. É

    importante ressaltar que para o alcance desse resultado, foi necessária a

    implantação de novos procedimentos de segurança alimentar.

    O primeiro passo foi a implantação das Boas Práticas de

    Manipulação de Alimentos. Depois foram levantados os pontos críticos de

    controle do fluxo produtivo. Os vários controles realizados pela produção visam

    à garantia de um produto seguro ao final da linha de processo.

  • 41

    A partir dessa certificação, a responsabilidade ficou ainda maior,

    pois o peso de uma certificação exigiu que os colaboradores e a empresa

    fossem ainda mais comprometidos não só com a manutenção do sistema, mas

    também com a melhoria contínua dele.

    Ainda em 2011, o Gran Marquise Hotel ainda foi eleito uma das 25

    (vinte cinco) melhores empresas do Ceará para trabalhar. O anúncio foi feito

    pelo instituto Great Place to Work, GPTW, (Ver Figura 07). Trata-se da única

    empresa do ramo da hotelaria presente na seleta lista. O GPTW se caracteriza

    pela pesquisa realizada entre os próprios colaboradores das companhias.

    FIGURA 07 – Imagem ilustrativa do selo GPTW.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

    Em 2012, o Hotel resolveu modificar sua marca e a sua estrutura de

    apartamentos. Além da identidade mais leve, criou o serviço Gran Class,

    conforme logo ilustrado na Figura 08 apresentada a seguir.

    FIGURA 08 – Imagem ilustrativa da logo Gran Class.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

    A nova estratégia adotada para de demonstrar qualidade ao

    hóspede foi a inserção do luxo dentro do luxo, onde o trato e acomodações são

  • 42

    personalizados aos clientes mais exigentes. Em 2013, o Hotel passa por

    reformas em todas as suas suítes, desde as laterais até o desejado espaço

    presidencial. O objetivo é iniciar 2014 com os 230 quartos do Hotel novos e

    preparados para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. A Figura 09

    exemplifica o padrão de qualidade oferecido pelo hotel em um quarto de

    categoria luxo.

    FIGURA 09 – Demonstração de suíte luxo.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

    No dia treze de dezembro de 2012, foi lançado um livro histórico

    (Ver Figura 10) com textos e imagens que resgatam momentos de luxo,

    inovação e a recorrente presença de hóspedes Vips, para celebrar os vinte

    anos do Hotel.

    FIGURA 10 – Demonstração do livro de comemoração dos 20 anos do hotel.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

  • 43

    Logo em seguida ao lançamento do livro, a premiação que marcou a

    história do hotel foi o prêmio de primeiro lugar no TripAdvisor, o qual é um site

    é referência internacional no segmento por acolher a opinião independente dos

    próprios hóspedes que visitam as empresas hoteleiras ao redor do mundo.

    Esse site certificou que esse hotel cearense foi bem avaliado e agora recebe o

    certificado e placa definitiva para o ano de 2012, conforme ilustra a Figura 11,

    apresentada a seguir:

    FIGURA 11 – Imagem ilustrativa da placa de certificação do prêmio TripAdvisor.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

    Em 2013, o hotel cearense recebeu o troféu “Jacaré de Ouro” como

    o melhor da região, na categoria “Eventos para Médio Porte”, conforme ilustra a

    Figura 12 apresentada a seguir.

    FIGURA 12 – Imagem ilustrativa Troféu Jacaré de Ouro.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

  • 44

    Reconhecido pela sua requintada estrutura e excelente localização,

    o Hotel Gran Marquise também investe alto no receptivo de eventos sociais e

    corporativos. Os números de 2009 comprovam a viabilidade da aposta. De

    janeiro a dezembro do ano passado, o hotel recebeu 367 (trezentos e sessenta

    e sete) eventos corporativos, como congressos, encontros e convenções e

    organizou 352 (trezentos e cinquenta e dois) eventos sociais, a exemplo de

    casamentos, confraternizações, bodas e aniversários de 15 (quinze) anos.

    Para obter esses números e premiações é necessário investimento

    em capital humano e infraestrutura. Por isso o hotel conta com departamentos

    internos e representantes externos para prospectar eventos sociais e

    corporativos. Uma equipe de 100 (cem) profissionais são empregados

    diretamente na área.

    Os espaços e os equipamentos também recebem constantes

    atualizações. Nos últimos três anos, o Gran Marquise inaugurou um andar com

    três novos salões, modernizou e reestruturou os salões do térreo, criou o

    departamento de catering e, para o início deste ano, já prevê a modernização

    do salão da cobertura. Atualmente, o hotel tem 10 (dez) salões e pode atender

    uma demanda de até 1.700 (um mil e setecentos) pessoas. A Figura 13

    apresenta a imagem atualizada da fachada do hotel citado neste estudo.

    FIGURA 13 – Fachada atual do Hotel Gran Marquise.

    Fonte: www.granmarquise.com.br

  • 45

    Diante de todas as informações expostas sobre o hotel neste tópico,

    visualiza-se um grande envolvimento e comprometimento com a realização de

    atividades com excelência, sobretudo, com a preocupação de elevar a

    qualidade em vários aspectos (instalações, serviços, comodidade, conforto) na

    tentativa de agregar valor e gerar satisfação para o hóspede.

    O capítulo a seguir aborda a pesquisa utilizada para a realização

    desse estudo de caso seguida da interpretação dos resultados alcançados por

    meio desta.

  • 46

    5 ASPECTOS METODOLÓGICOS

    Neste capítulo são abordados os aspectos metodológicos utilizados

    nesse estudo para o alcance dos objetivos propostos quanto ao tema

    abordado.

    5.1 Metodologia

    Este tópico detalha a metodologia utilizada para a realização deste

    estudo, conceituando e exemplificando os seus aspectos fundamentais O

    Quadro 04 traz, de forma sintética, as informações metodológicas aplicadas na

    ocasião.

    Dimensão Classificação do estudo

    Natureza Qualitativa.

    Finalidade Aplicada.

    Tipo/profundidade Conclusiva, de caráter descritivo.

    População e plano amostral

    • População: 6.353 hóspedes (mês Setembro).

    • Plano amostral: 295 questionários.

    Temporalidade Transversal.

    Coleta de dados Documental.

    Estratégia quanto à origem dos dados: sujeito e unidade observacional, forma de coleta, tipos de variáveis.

    • Documental, por os dados serem provenientes de um documento registro do próprio

    hotel em estudo; Entrevista, pela realização de uma entrevista para conhecer a visão

    do hotel sobre qualidade.

    • Sujeito: hóspedes do Hotel Gran Marquise do mês de setembro; representante do

    setor de qualidade entrevistado.

    • Unidade observacional: Hotel Gran Marquise.

    • Instrumento de pesquisa: pesquisa documental e formulário de entrevista.

    • Forma de abordagem aos sujeitos: análise de documento e entrevista.

    Estratégia quanto ao local de realização

    Hotel, durante sua estadia.

    Delineamento Correlacional.

    Análise Cruzamento realizado entre pesquisa documental e entrevista realizada com representante do setor de qualidade do Hotel Gran Marquise.

    QUADRO 04 – Metodologia utilizada nesse estudo

    Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Appolinário (2006), Malhotra (2006) e Mattar (2008).

  • 47

    Appolinário (2006) afirma que a pesquisa pode ser classifica sob

    duas dimensões quanto a sua natureza: qualitativa e quantitativa. A primeira

    prevê a coleta dos dados a partir de interações sociais entre o pesquisador e o

    fenômeno pesquisado e a segunda que prevê a mensuração de variáveis

    predeterminadas, visando explicar de forma impessoal a sua influência sobre

    outras variáveis.

    A pesquisa qualitativa proporciona uma melhor compreensão do

    contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa busca quantificar os

    dados e, dentro desse contexto, no caso dessa pesquisa objetiva-se

    proporcionar uma melhor compreensão sobre a visão de qualidade do Hotel

    Gran Marquise, por isso ela é caracterizada como qualitativa.

    Domingos e Santos (2003) afirmam que a pesquisa pode ser

    classificada sobre quatro dimensões quanto a sua finalidade: preliminar,

    teórica, aplicada e pesquisa de campo.

    A pesquisa preliminar, para os autores, é definida como um ponto de

    partida na tentativa de se identificar as hipóteses e a problemática, objetivando

    um conhecimento prévio sobre o assunto. Essa abordagem ainda é adotada

    uma vez que se pode apresentar uma indisponibilidade de recursos,

    principalmente financeiros.

    A pesquisa teórica por sua vez, é apresentada como uma tentativa

    de contribuir para o enriquecimento do conhecimento científico, ou seja, não

    objetiva sua utilização prática. (DOMINGOS e SANTOS, 2003)

    Para eles, a pesquisa aplicada, em detrimento a teórica, é realizada

    principalmente visando sua utilização pratica, seja na criação de novos

    produtos ou mesmo aumentando a eficiência dos que já existem. Como os

    autores ressaltam além de um carro ter conforto ele deve ser funcional. Ou

    seja, quanto de gasolina ele gasta para um quilometro.

    Domingos e Santos (2003) também afirmam que a pesquisa de

    campo, que tem como objetivo a observação dos fatos tal como ocorrem,

    visando cumprir objetivos previamente estabelecidos com análise de dados,

    coletados por meio de questionários ou entrevistas.

    Discordando com essa classificação, Appolinário (2006) afirma que

    quanto à sua finalidade, a pesquisa pode ser classificada apenas sobre duas

  • 48

    vertentes: básica ou aplicada. A primeira está ligada ao incremento do

    conhecimento cientifico, ao passo em que, a segunda é indicada a interesses

    comerciais, está voltada para o desenvolvimento de novos processos, produtos

    ou ao aprimoramento desses.

    No contexto desse trabalho, o tipo utilizado de finalidade é a

    pesquisa aplicada, pois se acredita que compreendendo a percepção de

    qualidade em hospedagem sob a visão do hotel é possível aumentar a eficácia

    do produto, que no caso é a qualidade.

    Quanto ao tipo de pesquisa, Appolinário (2006) apresenta dois tipos

    que se referem à estrutura básica da investigação, são elas: pesquisa

    descritiva e pesquisa experimental.

    Para esse autor, se a pesquisa busca descrever uma realidade, sem

    nela interferir, então será chamada de descritiva, contudo, se a pesquisa

    apresentar como objetivo principal explicar as causas de determinado evento,

    manipulando de forma deliberada algum aspecto dessa realidade, ela será

    chamada de pesquisa experimental. A pesquisa utilizada nesse estudo de caso

    caracteriza-se por ser do tipo descritiva, uma vez que, tem por objetivo

    identificar as percepções de qualidade em hospedagem sob a visão do hotel e

    do hóspede sem manipular a realidade existente.

    Malhotra et. al. (2005) aprofunda tais conceitos considerando que a

    pesquisa pode ser apresenta sob dois modelos: exploratório e conclusivo, este

    último pode ainda ser classificado como descritivo e causal.

    Para o autor, o modelo de pesquisa exploratória é caracterizado por

    conduzir a exploração da situação do problema em função de obter

    informações relacionadas a ele, utilizando métodos amplos e versáteis como: o

    levantamento em fontes secundárias, levantamento de experiências, estudos

    de casos selecionados e observação informal.

    A pesquisa conclusiva baseia-se na idéia de que o pesquisador já

    detém a compreensão do problema e cria hipóteses para ajudar o tomador de

    decisão a escolher o melhor curso de ação em uma determinada situação

    (MALHOTRA ET. AL., 2005). Além disso, ela “é caracterizada por possuir

    objetivos definidos, procedimentos formais, ser bem estruturada e dirigida para

  • 49

    a solução de problemas ou avaliação de alternativas de cursos de ação”

    (MATTAR 2007, p. 13).

    Tomando como base as definições apresentadas pela literatura,

    entende-se que este estudo é conclusivo de caráter descritivo, por apresentar

    clareza em seu objetivo, pela adoção de procedimentos formais e bem

    estruturados em função de identificar o melhor caminho a seguir, o qual é

    delineado a partir das hipóteses e as questões levantadas.

    Sobre a população do ambiente de pesquisa, Appolinário (2006) a

    define como uma totalidade, seja de pessoas, animais, objetos dentre outros,

    que possuem um conjunto de características comuns que os definem. Nesse

    estudo de caso entende-se que a população analisada é formada pelos 6.353

    (seis mil trezentos e cinquenta e três) hóspedes que estiveram no Hotel Gran

    Marquise durante o mês de setembro do ano de 2013, os quais possuem como

    característica em comum estarem hospedados no mesmo hotel, utilizando-se

    dos mesmos serviços.

    Este mesmo autor define a amostra como um subconjunto extraído

    de uma população, segundo ele, a maioria das pesquisas, com exceção do

    censo, utiliza-se de uma amostra para sua validação, tal estratégia quanto a

    origem dos dados é adotada devido a impossibilidade de analisar uma

    população inteira. A amostra desse estudo é constituída por 295 (duzentos e

    noventa e cinco) hóspedes respondentes da pesquisa de qualidade aplicadas

    durante o mês de setembro de 2013. Considerando o conceito de amostragem

    abordado até aqui, entende-se que todo o resultado obtido pela amostra é

    valido para a população como um todo. Ressalta-se que a pesquisa foi

    aplicada ao hóspede durante seu período de estadia no Hotel Gran Marquise.

    Sobre a temporalidade da pesquisa, Appolinário (2006) afirma que o

    pesquisador pode utilizar-se de duas formas para realizar sua pesquisa. Na

    primeira possibilidade ele deve acompanhar as variáveis relacionadas por um

    longo período de tempo com um mesmo grupo de sujeitos, a ela dar-se o nome

    de pesquisa longitudinal. Contudo, a segunda se diferencia da primeira quanto

    à urgência de obtenção de resultados, por isso ocorre um corte transversal na

    amostra da pesquisa a essa se atribui o nome de pesquisa transversal.

  • 50

    Considera-se que o hotel aplicou a pesquisa de qualidade utilizada

    nesse estudo durante o intervalo de um mês (iniciando em 01/09/13 e

    encerrando-se em 30/09/13) e que o grupo utilizado não se repete, evidencia-

    se que o tipo de pesquisa quanto à temporalidade é do tipo transversal.

    Appolinário (2006) define que coleta de dados é a obtenção de

    informações necessárias para pesquisa. O autor ainda ressalta que quanto à

    coleta de dados é fundamental entender qual é o sujeito da pesquisa, que pode

    ser um animal, uma empresa, uma cidade e etc. Para ele, ao falar de

    pesquisas do tipo descritivas o termo a ser utilizado é unidade observacional,

    enquanto para pesquisas do tipo experimental o termo correto é unidade

    experimental.

    Para esse autor, a pesquisa pode ser classificada em dois tipos

    quanto ao se local de aplicação: pesquisa laboratorial ou pesquisa de campo.

    Sendo que na primeira ocorre uma coleta de dados em uma situação

    controlada, por meio de um experimento, enquanto na segunda não existe um

    controle rígido na forma como os dados são coletados. O autor chama a

    atenção para que se entenda que o termo controle deve ser compreendido

    como monitoramento por parte do pesquisador.

    Quando a unidade de pesquisa, Appolinário (2006) afirma que se

    esta é baseada em um documento, a pesquisa leva o nome de documental.

    Nesse estudo de caso, entende-se que a unidade observacional é o

    hotel desse estudo. Evidencia-se que em função da utilização de um

    questionário de pesquisa de qualidade (Ver anexo A) esta pesquisa é do tipo

    documental. Porém, tem como auxilio a utilização de uma entrevista realizada,

    pessoalmente, com o setor de qualidade do hotel objetivando melhorar a

    compreensão da visão de qualidade do meio de hospedagem, pois a utilização

    de uma entrevista possibilita a coleta de dados que não se encontram em

    fontes documentais e que sejam de fontes seguras.

    Marconi e Lakatos (2010) definem entrevista como um encontro

    entre duas pessoas, que objetiva que uma delas obtenha informações a

    respeito de determinado assunto, por meio de uma conversa de natureza

    profissional.

  • 51

    Essas autoras ainda afirmam que este procedimento é utilizado na

    investigação social, seja para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico

    ou ainda no tratamento de um problema social.

    Entende-se que o uso de uma entrevista pode variar segundo ao

    propósito do entrevistador. Marconi e Lakatos (2010) classificam a entrevista

    em três tipos: padronizada ou estruturada, despadronizada ou não estruturada

    e painel.

    Padronizada ou estruturada, para as autoras, é aquela onde o

    entrevistador desenvolve a entrevista a partir de um roteiro prévio estabelecido.

    A escolha das perguntas é premeditada e a entrevista é realizada de acordo

    com um formulário.

    Marconi e Lakatos (2010) apud Lodi (1974) afirmam que a motivação

    da padronização é obter dos entrevistados respostas para as mesmas

    perguntas, objetivando que elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de

    perguntas, dessa forma vê-se diferenças entre os respondentes e não nas

    perguntas.

    A entrevista despadronizada ou não estruturada é aquela onde o

    entrevistador utiliza-se de liberdade para desenvolver cada situação

    (MARCONI e LAKATOS, 2010). A utilização desse tipo de entrevista pode ser

    direcionada a casos onde se pretende ter uma visão ampla sobre a questão

    pesquisada.

    Por fim, o tipo de entrevista painel é definido Marconi e Lakatos

    (2010) como aquela onde o entrevistador repete as mesmas perguntas de

    tempos em tempos às mesmas pessoas, objetivando estudar a evolução da

    opinião dos entrevistados.

    Diante da teoria exposta até aqui sobre o tipo de entrevista

    realizada, o modelo escolhido pelo autor foi do tipo padronizado, uma vez que,

    segue um roteiro pré-estabelecido, o qual pode ser observado ao verificar que

    as perguntas utilizadas no roteio de entrevista seguem os mesmos aspectos

    avaliados na pesquisa de qualidade aplicada pelo hotel. A entrevista realizada

    também pode ser definida como padronizada porque é controlada, ou seja, não

    foge do tema.

  • 52

    Por ser uma técnica de coleta de dados a entrevista oferece diversas

    vantagens assim como limitações para o pesquisador. O Quadro 05 as

    demonstra de forma sintética:

    VANTAGENS LIMITAÇÕES

    Pode ser utilizada com todos os segmentos da

    população, sejam analfabetos ou não.

    Dificuldade de expressão e comunicação de

    ambas as partes.

    Fornece uma amostragem muito melhor da

    população geral, o entrevistador não precisa

    saber ler ou escrever

    Incompreensão por parte do entrevistado, do

    significado das perguntas da pesquisa, que pode

    levar a uma falsa interpretação.

    Agrega maior flexibilidade, facilitando ao

    entrevistador repetir ou esclarecer perguntas,

    reformulá-las, de modo a ter garantia sobre ser

    compreendido.

    Possibilidade de o entrevistado ser influenciado,

    de forma consciente ou inconsciente, pelo

    entrevistador, sejam pelo seu aspecto físico, as

    suas atitudes, suas idéias ou opiniões.

    Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes

    e condutas. Possibilitando ao entrevistador o

    registro de reações, gestos etc.

    Disposição do entrevistado em dar as

    informações necessárias.

    Possibilita a coleta de d