60
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS GLEICIANE MOURA DE LIMA A TERCEIRIZAÇÃO DA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE COMO VANTAGEM COMPETITIVA NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO DE CASO EM UMA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS SITUADA NO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ-CE. FORTALEZA 2013

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE … TERCEIRIZACAO... · estresse e de felicidade a cada ... 4.2 Estratégia e Vantagem Competitiva na ... refrigerantes e ainda pelos

Embed Size (px)

Citation preview

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

GLEICIANE MOURA DE LIMA

A TERCEIRIZAÇÃO DA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE COMO VANTAGEM

COMPETITIVA NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO DE CASO EM UMA

DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS SITUADA NO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ-CE.

FORTALEZA

2013

1

GLEICIANE MOURA DE LIMA

A TERCEIRIZAÇÃO DA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE COMO VANTAGEM

COMPETITIVA NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO DE CASO EM UMA

DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS SITUADA NO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ-CE.

Monografia submetida à aprovação Coordenação do Curso de Administração de Empresas, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação. Orientadora: Ms. Rosangela Soares de Oliveira.

FORTALEZA

2013

2

GLEICIANE MOURA DE LIMA

Monografia como pré-requisito para obtenção

do titulo de Bacharelado em Administração de

Empresas outorgado pela Faculdade Cearense

– FAC, tendo sido aprovada pela banca

examinadora composta pelos professores.

Data de aprovação: ................./2013

BANCA EXAMINADORA

ROSANGELA SOARES DE OLIVEIRA, Ms

Orientadora

NIDYANE COSTA DE SOUZA, Ms.

Membro

RICARDO CESAR DE OLIVEIRA BORGES, Ms.

Membro

VIVYANN BEZERRA BORGES, Esp.

Membro

3

Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais e aos

meus irmãos.

4

"A dedicação dá aos nossos sonhos asas para se

erguerem e a força para voar."

George Herbert

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, à Deus por ser a razão da minha existência e

todo o propósito somente pode ser alcançado no seu tempo e com a sua permissão.

Aos meus pais, por terem me dado uma base e incentivo em toda minha

vida estudantil e acadêmica, não me deixando desistir e me estimulando a continuar

sempre, sendo exemplo de perseverança, orando sempre e se mostrando

cuidadosos: Amo vocês incondicionalmente, obrigada!

Aos meus queridos irmãos: Armstrong e Glaydslâne, por colaborarem na

minha graduação, dividindo momentos de ansiedade nas épocas de prova,

estimulando, apoiando a continuar até conseguir alcançar essa graduação e subir

mais um degrau na minha vida profissional.

Agradeço ao meu namorado, Thiago Holanda, por toda motivação desde

o início do curso, por todo o auxílio com material de pesquisa, livros, artigos, pela

“co-orientação”, por estar ao meu lado e fazer parte dessa conquista.

Agradeço ao meu amigo e colega de trabalho, Antonio Forte, pela

sugestão do tema e auxílio no meu estudo de caso, bem como a toda a minha

equipe de trabalho, que cotidianamente, me acompanhou durante esse semestre,

pois mesmo com todas as mudanças que houveram durante esse período,

demonstraram companheirismo e a mesma alegria de sempre, em momentos de

estresse e de felicidade a cada etapa vencida, vocês são uns “amigões”!

Ao meu querido grupo de estudos da faculdade: Adriana, Mariane,

Priscila, Gardênia e Ana Célia, pessoas que caminharam comigo nessa jornada

sendo peças fundamentais para a conclusão desse curso, compartilhando todos os

momentos felizes e difíceis, suando por cada nota máxima alcançada. Tenho muito

orgulho de vocês que fizeram parte, inesquecível, da minha história durante esses

quatro anos de faculdade, contribuindo e ajudando a traçar esse árduo caminho e

conseguindo atingir o nosso alvo, parabéns à nós!

Agradeço à minha orientadora Rosangela Soares de Oliveira pelas ótimas

sugestões, incentivo e dedicação com a qual conduziu este trabalho.

Enfim, agradeço a todos por vocês pelo apoio e incentivo a mim

dedicados e que me permitiram ser quem sou hoje, mas só consegui essa grande

vitória graças a tudo o que citei acima.

Amo todos vocês e agradeço novamente por tudo!

6

RESUMO

A presente pesquisa teve como objetivo investigar se a terceirização de frota em uma empresa distribuidora de bebidas, reduz ou aumenta a competitividade dessa empresa. Este estudo teve como objetivos específicos demonstrar os processos existentes na Distribuidora de Bebidas; analisar se a terceirização e a competitividade traçam algum paralelo; e constatar se realmente os estudos sobre terceirização estão certos ao afirmarem que ela oferece vantagem competitiva as organizações. Para atingir os objetivos da pesquisa, primeiramente, fez-se uma pesquisa bibliográfica e, na busca da confirmação da teoria na prática, realizou-se um estudo de caso. Quanto ao propósito, optou-se por um estudo exploratório-descritivo e de abordagem ou natureza quantitativa. Na segunda etapa da pesquisa, as técnicas utilizadas para obtenção dos dados primários foi aplicação de questionário. O questionário foi aplicado em dez colaboradores em uma amostragem não probabilística utilizando-se o critério de amostragem intencional. Dessa forma, pode-se dizer que o objetivo geral e os objetivos específicos desta pesquisa foram atingidos, pois se verificou que para o setor de distribuição de bebidas, a terceirização não caracteriza-se como vantagem competitiva.

Palavras chaves: Logística, Terceirização, Competividade.

7

ABSTRACT

This work aimed to research whether outsourcing fleet in a beverage distribution

enterprise, reduces or increases the competitiveness of this company. This study

aimed to demonstrate the specific processes in existing distributor beverages;

analyze whether outsourcing and competitiveness draw any parallels, and see if

really studies on outsourcing is correct in saying that it offers competitive advantage

organizations. To achieve the research objectives, first, made a literature search and

the pursuit of confirmation of the theory in practice, we performed a case study. As

for the purpose, we chose an exploratory-descriptive approach or quantitative. In the

second stage of the research, the techniques used to obtain the primary data were a

questionnaire The questionnaire was administered in ten employees in a non-

probability sample using the purposive sampling criteria. Thus, one can say that the

general objective and the specific objectives of this research were achieved, as it

was found that for the beverage distribution industry, outsourcing is not characterized

as a competitive advantage.

Keywords: Logistics, Outsourcing, Competitiveness.

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Modais de Transporte........................................................................ 19

Figura 02 Modelo de concorrência e competitividade de Schumpeter………… 33

Figura 03 Vantagem competitiva e os “Três Cs”............................................... 35

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Logística e vantagem competitiva..................................................... 36

Gráfico 02 Adesão da terceirização................................................................... 48

Gráfico 03 Processo atual da empresa e visão sobre terceirização.................. 48

Gráfico 04 Redução de custos com adesão da terceirização………………….. 49

9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CLM Council of Logístics Management

ECR Efficient Consumer Response

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PIB Produto Interno Bruto

PSI Prestadores de Serviços Integrados

QR Quick Response

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 11

2 LOGÍSTICA E TRANSPORTE………………………………….................... 14

2.1 Conceituando e Contextualizando: Logística e Logística Empresarial….. 14

2.2 Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos............................................... 17

2.3 Estrutura dos Transportes......................................................................... 18

2.3.1 O Transporte Ferroviário............................................................................. 19

2.3.2 O Transporte Aeroviário.............................................................................. 20

2.3.3 O Transporte Aquaviário............................................................................. 21

2.3.4 O Transporte Dutoviário............................................................................. 22

2.3.5 O Transporte Rodoviário............................................................................ 22

3 TERCEIRIZAÇÃO E TRANSPORTES………………………………………. 25

3.1 Conceituando e Contextualizando: Terceirização…………………….......... 25

3.2 Terceirização na Logística.......................................................................... 27

3.3 Terceirização na Logística de Transporte................................................... 30

4 ESTRATÉGIA E VANTAGEM COMPETITIVA NAS ORGANIZAÇÕES.. 32

4.1 Conceituando e Contextualizando Estratégia e Vantagem Competitiva.... 32

4.2 Estratégia e Vantagem Competitiva na Logística....................................... 34

5 ESTUDO DE CASO………………………………………….......................... 39

5.1 Área Geográfica e Histórico do Município de Maracanaú-CE…................ 39

5.2 Caso: Distribuidora de Bebidas………….………………………………….. 40

6 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA.................................... 42

6.1 Natureza da Pesquisa................................................................................ 42

6.2 Tipologia da Pesquisa................................................................................ 43

6.3 Universo, População e Amostra................................................................. 44

6.4 Procedimentos e Instrumento de Coleta de dados.................................... 45

7 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.............................. 47

7.1 Perfil dos respondentes............................................................................. 47

7.2 Análise dos Resultados............................................................................. 47

CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………….. 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………… 54

APÊNDICE……………………………………………………………………… 57

11

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa consiste em um estudo de caso, realizado em uma

empresa Distribuidora de Bebidas, localizada no município de Maracanaú-CE, uma

organização privada, de capital fechado, que atua no ramo de comercialização de

bebidas, sendo distribuidora exclusiva dos produtos fabricados por uma empresa

nacional de refrigerantes, franqueado a uma grande marca internacional de

refrigerantes e ainda pelos produtos produzidos e fornecidos por uma cervejaria

alemã.

A escolha da empresa para a realização deste estudo, referente à

terceirização de logística de transporte rodoviário, partiu de um desejo particular da

pesquisadora em analisar se a terceirização oferece ou não, vantagem competitiva

para a Distribuidora de Bebidas.

A opção pelo tema, justifica-se devido ao crescimento do ramo de bebidas

nos últimos anos, o que traz uma concorrência mais acirrada, justificando, desse

modo, a necessidade de se estabelecer um foco maior em seu objetivo principal,

que é a comercialização de bebidas.

Atualmente, as empresas realizam suas atividades de transporte de

material, além das demais atividades decorrentes da logística, como uma parte

essencial de seus negócios, com o objetivo de prover seus clientes com os bens e

serviços que eles desejam e o que é de fundamental importância, satisfazendo suas

necessidades.

O atendimento dispensado ao cliente é um processo complexo que requer

atenção de todos os envolvidos no sentido de evitar falhas e desperdício de

despesas, otimização de recursos, trabalhando não só no essencial, que é a

comercialização de bebidas, mas também na entrega com a mesma rapidez e

agilidade, como se fossem sua própria frota. Diante desse contexto, é que se

justifica a terceirização da logística de transporte, com o intuito de conseguir focar na

venda e comercialização de bebidas, ao mesmo tempo em que a empresa

terceirizada manterá a mesma qualidade nos veículos para a entrega de seus

produtos.

12

A partir daí, propõe-se o seguinte questionamento: A terceirização da

logística de transporte, oferece vantagens competitivas nas organizações,

especificamente no setor de distribuição de bebidas no município de

Maracanaú-CE?

Com vista a dar resposta à problemática de partida, foi traçado como

objetivo geral:

Analisar se a terceirização de frota de uma empresa distribuidora de

bebidas no município de Maracanaú-CE, aumenta ou reduz a sua

competitividade na perspectiva de seus funcionarios.

Para atingir o objetivo geral, foi necessário delinear os seguintes objetivos

específicos:

Contextualizar os conceitos e teorias sobre logística, terceirização e

competitividade;

Investigar os processos existentes na distribuidora de bebidas, no

município de Maracanaú-CE;

Averiguar se a terceirização gera vantagem competitiva na logística de

transporte rodoviário.

A pesquisa tem fundamentação teórica baseada na bibliografia de autores

como Ballou (2006), Bowersox; Closs; Cooper (2007), Porter (1993), Giosa (2003),

dentre outros.

O presente trabalho está estruturado da seguinte forma: o primeiro

capítulo apresenta à introdução. O segundo capítulo contém a fundamentação

teórica voltada para os conceitos e histórico da logística, sua definição e importância

nas organizações, bem como os conceitos de transporte e a classificação de modais

de transporte.

O terceiro capítulo apresenta uma contextualização da terceirização na

logística de transporte, traçando um paralelo com a logística, através de

fundamentação teórica. Ainda, neste capítulo, foi abordada a busca das

organizações pela terceirização, se pode ser ou não uma boa estratégia, a ser

13

desenvolvida para trazer competitividade às organizações. O quarto capítulo contém

a fundamentação teórica refente aos conceitos de estratégia e vantagem competitiva

nas organizações e na logística.

O quinto capítulo apresenta um panorama da empresa pesquisada, bem

como sua localização, área de atuação e um breve histórico sobre a organização.

Aborda ainda, a visão, a missão e os valores da distribuidora de bebidas.

O sexto capítulo mostra a abordagem metodológica utilizada para o

desenvolvimento da pesquisa. Para atingir o objetivo da pesquisa, primeiramente,

fez-se uma pesquisa bibliográfica e, na busca da confirmação da teoria na prática,

realizou-se um estudo de caso. Quanto ao propósito, optou-se por um estudo

exploratório-descritivo. Quanto à abordagem ou natureza da pesquisa, optou-se por

uma pesquisa quantitativa.

Na segunda etapa da pesquisa, as técnicas utilizadas para obtenção dos

dados primários foram: coleta documental e aplicação de questionário. O

questionário foi aplicado em dez colaboradores capacitados a respondê-lo, em uma

amostragem não probabilística utilizando-se o critério de amostragem intencional.

O sétimo capítulo refere-se à análise e interpretação dos resultados, em

que são expostos e comentados os dados coletados na pesquisa aplicada na

Distribuidora de Bebidas, tais dados são apresentados por meio de percentuais e

gráficos.

Por fim, nas considerações finais, são apresentados os principais

resultados obtidos na pesquisa e sugestões de melhorias, tendo por base o

referencial teórico. São expostas também as limitações desse estudo e sugestões

para continuidade desta pesquisa.

14

2 LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Neste capítulo, são abordadas a evolução da logística, a definição e sua

importância nas organizações, bem como os conceitos de transporte e a

classificação de modais de transporte.

Apresenta ainda, os conceitos teóricos e a abordagem utilizada com o

intuito de sustentar uma percepção sobre o processo de produção em uma

organização, sendo necessário, primeiramente, compreender os termos

relacionados aos processos que interligam o assunto em estudo, na expectativa de

contribuir no enriquecimento do tema escolhido e no entendimento do processo.

2.1 Conceituando e Contextualizando: Logística e Logística Empresarial

Segundo Ballou (2006), a logística foi tratada por muito tempo como

forma de apoio nas organizações, onde sequer existia uma definição para a mesma,

surgiu como um termo militar para algumas atividades de planejamento de

operações militares.

Ainda conforme Ballou (2006), o conceito de Logística existe desde a

década de 1940, primeiramente, pelos militares e sua função era o abastecimento,

portanto, cadeia de suprimentos, que tratava desde a aquisição dos materiais até

sua distribuição, em que essas experiências militares foram de grande importância

para a logística empresarial.

O referido autor ressalta o militarismo como um fator influenciador para a

logística, pois a partir desse período, houve uma crescente evolução da logística,

que proporcionaria ganhos econômicos, otimização de custos, maximização de

recursos e principalmente a melhor distribuição e administração das atividades

logísticas.

Com o passar dos anos, houve uma evolução do pensamento

administrativo e Ballou (2006), afirma que deve-se pensar e gerenciar as funções

15

logísticas de forma coletiva, agregando a logística a um fator econômico, onde o

consumo e a produção tenham o menor custo possível.

A compreensão da logística em unificar as atividades relacionadas ao

fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva, têm sido uma

evolução natural do pensamento administrativo. As atividades de transporte de

material, além das demais atividades decorrentes da logística, iniciaram-se antes

mesmo da existência de um comércio ativo entre regiões vizinhas (BALLOU, 2006).

Conforme Bowersox, Closs e Cooper (2007, p. 03), “O que começou na

última década do século XX e continuará a se expandir no século XXI é o que os

historiadores chamarão de despertar da era da informação ou era digital.” Para

tanto, a logística deve ser tratada através de pedidos perfeitos e com a entrega com

o menor tempo possível e no local corretor, isso proporcionado através da era digital

BOWERSOX, CLOSS e COOPER (2007).

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007, p. 02), nos anos de 1990:

O tempo médio necessário para uma empresa processar uma mercadoria retirada do estoque de um armazém e entregar a um cliente variava de 15 a 30 dias, às vezes até mais. (...) Quando tudo ocorria dentro do planejado, o tempo médio para o consumidor receber os produtos comprados era longo.

O conceito fornecido por Council of Logistic Management (CLM) apud

Ballou (2006, p. 27):

Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviço e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender as

exigências do cliente.

Conforme Christopher (2007), a logística é o processo de gerenciamento

estratégico da aquisição, do transtorno e da armazenagem de matérias-primas,

elementos e produtos acabados (além dos fluxos de informação relacionados) por

parte das empresas e de seus canais de marketing, de forma que a lucratividade

atual e futura sejam maximizadas mediante a entrega de encomendas

acompanhadas pelo menor custo.

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007, p. 24), “a logística é o trabalho

necessário para transportar e posicionar o estoque ao longo de uma cadeia de

suprimentos.” Complementa ainda, que a logística é o ajuste do gerenciamento de

16

pedidos, do estoque, do transporte, da armazenagem, do manuseio de materiais e

da embalagem de uma empresa integrados por uma rede de instalações.

Para Christopher (2009, p. 38), logística é:

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007, p. 24), “o objetivo da logística

é apoiar as necessidades operacionais de compras, produção e atendimento às

expectativas do cliente”.

A importância da logística, conforme Ballou (2006, p. 33):

(...) trata da criação de valor – valor para os clientes e fornecedores da empresa, e valor para todos aqueles que têm nela interesses diretos (...) Produtos e serviços não tem valor a menos que estejam em poder dos clientes (tempo) e onde (lugar) eles pretendem consumi-los.

Nesse contexto, Ballou (2006) afirma que a logística deve atender a

necessidade do cliente, através da boa administração da logística e como cada

atividade é realizada até que chegue ao seu consumidor.

De acordo com Ballou (2006), é necessário compreender ainda, o que

vem a ser logística empresarial, esta trata-se de todas atividades de movimentação

e armazenagem, que promovem o fluxo de produtos desde a obtenção da matéria-

prima até seu consumo final, assim como dos fluxos de informação que alocam os

produtos em movimento, com fim de providenciar níveis de serviço que se adequem

aos clientes a um custo razoável.

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), a logística empresarial é

grande e importante, pois é através do processo logístico que materiais correm para

a capacidade produtiva de uma nação industrializada e produtos acabados são

distribuídos aos consumidores.

(...) o processo de gestão estratégica que vai desde a compra, passando pela armazenagem e transporte de matérias primas e produtos acabados por parte da organização e de seus fornecedores com o menor custo associado, de tal modo que a lucratividade sejam maximizadas diante do atendimento ao cliente.

17

2.2 Gestão da Cadeia de Suprimentos

Portanto, torna-se indispensável compreender o gerenciamento da cadeia

de suprimentos, que segundo Chopra e Meindl (2003), reunindo todos os estágios

envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido ao cliente,

representado por produtos ou suprimentos que se deslocam ao longo da seguinte

cadeia: fornecedores, fabricantes, distribuidores, lojistas e clientes.

Para Ballou (2006), cadeia de suprimento é a integração de atividades

relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias desde o estágio da

matéria-prima até o consumidor final, mediante relacionamentos aperfeiçoados na

cadeia de suprimentos, com o objetivo de conquistar uma vantagem competitiva.

Mentzer et al apud Ballou (2006) propôs uma definição mais ampla,

defendendo que o gerenciamento da cadeia de suprimentos é definido como o

arranjo estratégico sistemático das funções clássicas de negócios no campo de uma

determinada empresa e ao longo do negócios no campo da cadeia de suprimentos,

com fim de melhorar o desempenho a longo prazo das empresas isoladamente e da

cadeia de suprimentos como um todo.

Christopher (2009, p. 04) apresenta a seguinte definição de cadeia de

suprimentos: “A gestão das relações a montante e a jusante com fornecedores e

clientes, para entregar mais valor ao cliente, a um custo menor para a cadeia de

suprimentos como um todo”.

Bowersox, Closs e Cooper (2007, p. 04) acrescentam que, “A gestão da

cadeia de suprimentos consiste na colaboração entre empresas para impulsionar o

posicionamento estratégico e para melhorar a eficiência operacional.”

Analisam ainda, Bowersox, Closs e Cooper (2007) que a estrutura e a

estratégia da cadeia de suprimentos trazem como efeito de esforços para alinhar

operacionalmente uma empresa aos clientes, da mesma forma que as redes de

apoio de distribuição e fornecimento para atingir vantagem competitiva, notadamente

por meio dos transportes.

18

2.3 Estrutura dos Transportes

Transporte, segundo Chopra e Meindl (2003, p. 266) “significa o

movimento do produto de um local a outro, partindo do início da cadeia de

suprimento e chegando até o cliente”.

“O transporte é uma atividade fundamental na logística porque

movimenta os produtos através dos diversos estágios de produção, e por fim, até os

consumidores” (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2007, p. 207).

O transporte, conforme Bowersox, Closs e Cooper (2007) é um

componente muito aparente da logística, de grande importância, pois mobiliza os

produtos por meio de múltiplos estágios de produção, de modo que chegue até os

consumidores.

Ballou (2006) acrescenta que com o surgimento do serviço de transportes

a economia muda através da capacidade de locomoção, podendo contribuir na

competitividade do mercado.

A composição do transporte de cargas incide no direito preferencial de

passagem, veículos e transportadores que atuam dentro de cinco modais de

operação: ferroviário, aeroviário, aquaviário, dutoviário e rodoviário, em que cada um

tem atributos específicos que os tornam a opção mais adequada para uma

movimentação de carga específica (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2007).

“Um modal identifica um método ou forma básica de transporte.”

(BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2007, p. 192).

Segundo Ballou (2006), os modais podem ser classificados como no caso

dos tempos médios de entrega. A ferroviária tem a maior variabilidade no tempo de

entrega e o modo aéreo a menor, com transporte rodoviário estando entre esses

dois extremos. Se a variabilidade for determinada em relação ao tempo médio de

entrega, o transporte aéreo é o menos confiável e o rodoviário o mais confiável.

Percebe-se a importância de cada modal dentro da logística,

apresentando suas vantagens e desvantagens, conforme a necessidade das

organizações.

19

Figura 1 – Modais de Transporte. Fonte: Agência T1 (2012)

Conforme Ballou (2006), os cinco modais básicos que oferecem serviços

diretos aos usuários, serão apresentados a seguir:

2.3.1 O Transporte Ferroviário

Conforme o sítio do Ministério de Transporte (2013), o transporte

ferroviário é aquele sobre linhas férreas, com o fim de transportar pessoas e

mercadorias, no qual as mercadorias transportadas, através deste modal são de

baixo valor agregado e em grandes quantidades, como: minério, produtos agrícolas,

fertilizantes, carvão, derivados de petróleo, etc.

Historicamente, as ferrovias sempre manusearam a maior quantidade de

toneladas por quilometro (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2007).

“A ferrovia é basicamente um transportador de longo curso e baixa

velocidade para matérias-primas (...) e para produtos manufaturados de baixo-custo”

(BALLOU, 2006, p. 154).

Ballou (2006) afirma ainda, que a viagem através do serviço ferroviário,

média é de 712 milhas, à velocidade de 20 milhas por hora, na qual a distância

média percorrida é de 64 milhas, por vagão, por dia. As baixas velocidades e

pequenas distâncias percorridas refletem o fato de que o vagão gasta 86% de seu

tempo carregando e descarregando, locomovendo-se de um ponto a outro do

20

terminal, sendo classificado e agregado em composições ou mesmo ficando inativo

durante uma queda sazonal de demanda.

Bowersox, Closs e Cooper (2007, p.193), afirmam que:

a capacidade de transportar com eficiência uma grande tonelagem por longas distâncias é a principal razão de as ferrovias continuarem a

manipular uma tonelagem intermunicipal significativa.

Ballou (2006), complementa que o serviço ferroviário pode ser realizado

com carga fracionada ou carga cheia, onde as vantagens da carga fracionada são:

manobras mais rápidas e tempo menor para embarque e desembarque de cargas; e

para as cargas cheias as vantagens são: utilizam toda a capacidade do vagão,

porém a um menor custo, apresentando uma redução de 25 a 40% em relação as

tarifas de carga fracionada em fretes exclusivos. Em virtude dessas afirmações,

atualmente a tendência na modalidade ferroviária é realizada com fretes exclusivos

e de grandes volumes.

2.3.2 O Transporte Aeroviário

O transporte aéreo é o mais novo modal e historicamente, conforme

Ballou (2006), apresenta crescimento em sua demanda, como o serviço regular,

embora seu frete sejam mais de duas vezes superiores ao transporte rodoviário e 16

vezes mais caras que as do transporte ferroviário.

Ballou (2006) complementa ainda, que o serviço aeroviário é formado por

mais de uma dezena de empresas aéreas que oferecem serviços de carga

concomitantemente às suas operações normais de passageiros, porém as de carga

aérea são apenas de carga, com serviço realizado à noite e tarifas 30% menores

que as transportadoras de carga geral de linha.

Esta modalidade oferece como vantagem sua velocidade, principalmente

para longas distâncias. Jatos comerciais têm velocidade de cruzeiro entre 545 e 585

milhas horárias, mas a velocidade média entre dois aeroportos é menor, devido aos

21

tempos de taxiamento e espera em cada aeroporto e os tempos de ascensão até a

altitude de cruzeiro e de descida (BALLOU, 2006).

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), o custo fixo do transporte

aéreo é baixo, comparando-se a ferrovias, hidrovias e dutos, ficando atrás somente

para o transporte rodoviário, tem seus custos fixos do frete aéreo são associados à

compra de aeronaves e à necessidade de sistemas de manuseio especializados e

contêineres de cargas.

2.3.3 O Transporte Aquaviário

O transporte aquaviário, segundo o Ministério dos Transportes (2013), é

aquele realizado através de embarcações para deslocamentos de passageiros e

mercadorias, tendo como via o mar aberto.

Ballou (2006), apresenta o serviço de transporte aquaviário, como um

serviço limitado, pois estão confinadas ao sistema hidroviário interior, exigindo,

portanto, que o usuário ou esteja localizado em suas margens ou utilize outro modal

de transporte, combinadamente.

O referido autor apresenta como desvantagem nessa modalidade de

transporte, o seu tempo médio, que é mais lento que a ferrovia. Pode-se apresentar

o trajeto do sistema hidroviário do rio Mississipi, nos Estados Unidos, fica entre 5 a 8

milhas por hora, dependendo do intinerário.

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007), o modo de transporte

aquaviário tem seu serviço fornecido com custos de perdas e danos baixos em

relação a de outros modais, além de pode transportar um alto volume e perdas

referentes a atrasos não são sérias, pois quem compra nessa modalidade,

geralmente, armazena um grande estoque.

22

2.3.4 O Transporte Dutoviário

Conforme Bowersox, Closs e Cooper (2007, p. 197), “os dutos são uma

parte significativa do sistema de transportes nos Estados Unidos.” Pois são

responsáveis por quase toda a movimentação de petróleo em toneladas por

quilômetro, pela tubulação.

Para Ballou (2006), o transporte dutoviário tem seus serviços e

capacidades extremamente limitado. Petróleo bruto, derivados e gás natural são os

principais produtos que têm movimentação economicamente viável por dutos.

Conforme Bowersox, Closs e Cooper (2007), a movimentação via dutos é

bastante lenta, sendo apenas cerca de três a quatro milhas horárias. A lentidão é

contrabalançada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e 7 dias na

semana. Isto gera uma velocidade efetiva muito quando comparada com outros

modais. A capacidade é alta, pois um fluxo de 3 milhas horárias num tubo de 12

polegadas movimenta 338.000 litros por hora.

Embora apresente desvantagens citadas acima, segundo Ballou (2006), o

transporte por duto é o mais confiável de todos os modais, já que o tempo não é um

fator significativo e seu equipamento de bombeamento é altamente confiável. Além

de ter o índice de roubos e perdas reduzidos, devido seus líquidos e gases não

serem sujeitos a grau semelhante as dos produtos manufaturados e ser limitado o

risco e transporte por duto.

2.3.5 O Transporte Rodoviário

Segundo o Ministério dos Transportes (2013), o transporte rodoviário é o

realizado sobre rodas nas vias de rodagem pavimentadas ou não para transporte de

mercadorias e pessoas, utilizando-se de veículos automotores, como: ônibus,

caminhões, veículos de passeio, entre outros.

Historicamente, o transporte por rodovias se expandiu de forma

significativa, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Bowersox, Closs e Cooper

23

(2007) afirmam que isso foi resultado da velocidade e capacidade de operar

sistemas “porta-a-porta”.

Conforme Ballou (2006, p. 155):

As vantagens inerentes do transporte rodoviário são o serviço porta-a-porta, sem necessidade de carga ou descarga entre origem e destino, transbordo esse inevitável nos modais ferroviário e aéreos; a frequência de disponibilidade do serviço, e a velocidade e comodidade inerentes ao serviço porta-a-porta.

Ainda conforme Ballou (2006), pode-se averiguar que o modal de

transporte rodoviário para entrega de porta-a-porta é o mais indicado, haja vista que

o mesmo oferece a facilidade de entregar seu produto ou serviço de forma ágil e

acessível, portanto, tem maior flexibilidade do que as outras modalidade

anteriormente apresentadas.

Bowersox, Closs e Cooper (2007) também apresentam vantagens, tais

como a flexibilidade, pois os transportes rodoviários são capazes de operar em

várias rodovias e sua capacidade favorece os negócios relacionados à indústria e à

distribuição.

Chopra e Meindl (2003, p. 266) ressaltam a seguinte comparação: “O

transporte rodoviário é mais caro que o ferroviário, mas oferece vantagem do envio

porta a porta, além de um tempo mais curto”. Os referidos autores prosseguem

ressaltando que tem baixos custos fixos e para se começar o negócio basta apenas

possuir alguns caminhões.

Nesse sentido, Ballou (2006) afirma que em contraste com a ferrovia, o

serviço rodoviário é o transporte de produtos semi-prontos ou acabados com linha

de alcance médio de 717 milhas para carga fracionada e têm sempre o menor porte

que as ferrovias.

O referido autor, atesta ainda que modal de transporte rodoviário,

apresenta outra diferença entre este e o ferroviário. Nesta modalidade os caminhões

são capazes de manipular menor variedade de cargas, devido às restrições de

segurança rodoviária, que limitam tamanhos e peso de carregamentos, portanto,

podem transportar todos os tipos de carga e em qualquer quantidade. A maioria das

24

cargas não pode ter comprimento igual ao do caminhão padrão, que fica entre 40 e

45 pés (12,20 e 16,15 metros).

O modo de transporte rodoviário, apresenta ainda como vantagem a

velocidade de suas entregas, que são razoavelmente mais rápidas e confiáveis de

cargas parceladas. O carreteiro rodoviário necessita preencher apenas um veículo

antes de despachar a carga, enquanto a ferrovia deve lotar um trem de 50 ou mais

vagões (BALLOU, 2006).

No capítulo seguinte, são expostos os conceitos sobre terceirização,

ressaltando sua relevância na logística e apresentando as teorias que fundamentam

este trabalho.

25

3 TERCEIRIZAÇÃO E TRANSPORTE

Neste capítulo, são apresentados os conceitos de terceirização, bem

como a contextualização da terceirização na logística e terceirização na logística de

transporte, ressaltando suas vantagens e desvantagens.

Com o objetivo de compreender os termos relacionados aos processos do

presente em estudo, este capítulo aborda ainda, os conceitos teóricos e a

abordagem utilizada para esta pesquisa.

3.1 Conceituando e Contextualizando: Terceirização

Giosa (2003) relata que, historicamente, a terceirização iniciou-se nos

Estados Unidos da América, após a Segunda Guerra Mundial. O desafio das

indústrias bélicas era se concentrar no desenvolvimento da produção de

armamentos que seriam usados contra as forças do Eixo, onde surgiu a

necessidade de passar a delegar algumas atividades de suporte a empresas

portadoras de serviços mediante contratação.

Junior et. al (2003), complementa que somente na década de 1960, a

terceirização chegou ao Brasil, através das empresas multinacionais, porém as

empresas tomadoras de serviços de terceiros não viam o potencial da terceirização

e só recorriam, com o fim de economizar em atividades insignificantes, sem se

acreditar que poderiam alcançar ganhos de competitividade e eficiência. Do mesmo

modo, eram as empresas que prestavam serviços, sem nenhuma especialização ou

profissionalismo.

Para Soares (2002, p. 172), terceirização é:

[...] Uma técnica administrativa que possibilita o estabelecimento de um processo gerenciado de transferência a terceiros das atividades acessórias e de apoio ao escopo das empresas que é a sua atividade-fim, permitindo a essas concentrem-se no seu negócio, ou seja, no objetivo final.

26

Queiroz (2007) complementa que a terceirização é um modo de uma

organização estrutural, possibilitar a uma empresa transferir a uma outra empresa,

suas atividades meio, o que lhe permite maior disponibilidade de recursos para

aplicar em sua atividade fim.

O conceito fornecido por Giosa (2003), atesta que para a empresa que

terceiriza, poderá voltar-se para sua atividade principal, desenvolvendo seus

recursos e práticas para o compreender as metas e realizar treinamento de seus

talentos humanos, com o fim de atingir os resultados e desafios propostos a mesma.

Giosa (2003, p. 27) apresenta ainda, diretrizes para a terceirização, tais

como: “Terceirizar, primeiramente, atividades não diretamente relacionadas à cadeia

de valor; investir maiores recursos na atividade essencial da empresa, almejando

maior competitividade; racionar e otimizar os sistemas produtivos”.

São oferecidas ainda, algumas orientações relativas a empresa parceira,

com fim de atingir a melhor escolha. Portanto, a empresa necessita escolher

prestadoras de serviço que possam se ajustar às necessidades e especificações do

tomador de serviço; transferir o conhecimento para a empresa contratada, desde

que se transforme em benefícios futuros para a empresa contratante, e não surjam

desvantagens estratégicas posteriores; visitar e observar as instalações do

fornecedor; avaliar o relacionamento do prestador de serviço para com seus clientes

e fornecedores; enxergar um provável interesse do fornecedor em vir a ser um

parceiro (GIOSA, 2003).

Desse modo, Giosa (2003) prossegue orientando ainda, os custos

relacionados à contração de terceirização, sejam eles: confrontar os custos da

atividade a ser terceirizada, com seus custos após a terceirização; optar por

empresas-destino bem dirigidas, mas menos poderosas que a organização

contratada; observar a tecnologia de produção e de administração da empresa a ser

contratada; comparar os preços ofertados pela empresa prestadora de serviços;

certificar-se de que a terceirização não ocasionará aumentos de custos de

atividades para outros setores da empresa

Conforme Dória e Thiesen (2000, p. 7), o objetivo da terceirização se

caracteriza da seguinte forma:

27

A terceirização apresenta-se como uma ferramenta de gerenciamento para a obtenção de eficácia operacional das organizações, objetivando, em síntese, a redução de custos, a racionalização de processos e aumento de produtividade.

Kardec e Carvalho apud Queiroz (2007, p. 13) afirma que a terceirização

gera vantagem competitiva:

Terceirizar passa pelo pressuposto básico de uma relação de parceria, por atuação semelhante com o Contratante e, sobretudo, que seja uma relação de resultados empresariais para as partes envolvidas, trazendo uma vantagem competitiva para a empresa contratante, através de uma economia de escala e para a empresa contratada através de uma maior especialização, comprometimento com resultados e autonomia gerencial.

A terceirização, possibilita vantagens e desvantagens para as

organizações manterem-se no seu foco principal, segundo Oliveira (2006).

Nesse contexto, Giosa (2003) afirma que as vantagens atingidas pela

terceirização se dá por ser uma estratégia atuante na administração moderna,

assumindo um papel importante no cenário da administração e colaborando para o

tornar-se forte no novo conceito pelo qual é caracterizado o mercado atualmente.

Queiroz (2007) conclui que a terceirização é consequência da dinâmica

de mercados, gerando a criação de nichos de negócios, e nas empresas que a

adotam, diminui estruturas operacionais, bem como o custo.

3.2 Terceirização na logística

Ballou (2006, p. 160) afirma que “uma alternativa à terceirização de

transportes é a realização dessa atividade com frota própria ou por contratos”. Fleury

(2004) segue complementando que, optar sobre frota própria ao empregar ativos de

terceiros, na decisão estratégica no transporte é uma escolha muito importante.

Conforme Sader (2007, p. 8):

O processo de terceirização tornou-se bastante comum em nível mundial [...] a área de logística possui um impacto na performance da estratégia das empresas e também sofre impactos das mudanças de mercado geradas nos últimos anos, necessitando adequar-se a uma nova realidade para manter-se competitiva.

28

“Empresas terceirizadas de logística, normalmente denominada

prestadores de serviços integrados (PSIs), são capazes de assumir toda a

responsabilidade logística para a empresa” (BOWERSOX, CLOSS e COOPER,

2007, p. 246).

Costa, Rodriguez e Ladeira (2005) conceituam a parceria vista através de

uma relação que possua confiança mútua, abertura, riscos e recompensas divididos,

resultando vantagem competitiva e um bom desempenho que não seria alcançado

particularmente.

Prosseguindo desta análise, Ballou (2006) afirma que para um fornecedor

é continuamente difícil, estabilizar-se num ambiente de mudanças, competitivo, em

que os concorrentes oferecem serviços capazes de compensar as vantagens

esperadas pelos demais e a opção do serviço de transporte.

Queiroz (2007) afirma que os motivos para terceirizar atividades logísticas

podem estar pautados com: diminuição de custos e investimentos em ativos;

crescimento dos níveis de serviço logístico apresentado aos clientes e domínio das

atividades logísticas; obter eficiência na execução de atividades funcionais; konw-

how para a geração de novos resultados logísticos; alcançar melhores tecnologias

de informação empregadas e novos mercados.

Segundo Ballou (2006), o usuário acredita alcançar melhor desempenho

operacional, alargar a disponibilidade e a capacidade do serviço de transporte e

reduzir os custos. Em contra partida, torna-se necessário sacrificar um pouco da

flexibilidade financeira de vez que a empresa necessitará, se realmente ambicionar

concretizar essa meta, investir em capacidade própria de transporte ou escolher por

um pacto contratual de longo prazo, com todas os compromissos decorrentes do

mesmo.

Giosa (2003), aborda algumas vantagens para a logística em aderir a

terceirização, nas quais destacam-se, o foco dos negócios da empresa no seu

campo de atuação, redução de desperdícios, diminuição das atividades – meio,

acréscimo da qualidade, redução de custo, acréscimo de lucratividade e

crescimento, beneficiamento da economia de mercado, otimização dos serviços,

aumento da produtividade e competitividade, redução do quadro direto de

empregados e diminuição da ociosidade das máquinas, maior poder de negociação,

29

ganhos de mercado para as pequenas e médias empresas, possibilidade de

crescimento sem grandes investimentos, economia de escala, diminuição do risco

de absolência das máquinas.

Queiroz (2007, p. 19), aborda desvantagens ao optar pela terceirização

na logística:

Não redução dos custos totais; elevados preços cobrados pelos operadores logísticos; não redução dos ativos próprios das empresas; não cumprimento dos níveis de serviço desejados; não diminuição do tempo e esforço gerencial gastos com a logística; perda de controle das atividades logísticas; […] não utilização de TIs adequadas por parte dos operadores logísticos; necessidade de divulgar informações confidenciais da empresa e

dificuldades no relacionamento com o prestador de serviço.

Ballou (2006, p. 160) justifica que a terceirização, embora apresente

vantagens, pode trazer desvantagens, pelo motivo de que “transportadores comuns

trabalham para muitos clientes ao mesmo tempo e nem sempre tem condições de

suprir as necessidades de transporte características de determinados usuários”.

Embora existam vantagens e desvantagens para terceirizar. Queiroz

(2007) ressalta alguns fatores que influenciam a logística a aderirem a terceirização,

entre outras, estão a proliferação de produtos, que caracteriza-se pelo

desenvolvimento tecnológico e um relançamento de produtos a todo momento, no

qual a logística tem como papel fazer a entrega desses produtos na hora certa e no

local correto, onde a propagação de produtos gera maior complexidade e maiores

custos.

A globalização também pressiona a logística a aderir a terceirização, pois

a compra e venda do produto pode ser feita em qualquer local e a cada vez mais,

aumentam as distâncias a serem percorridas, representando desse modo uma maior

complexidade cultural e regulatória (QUEIROZ, 2007).

O referido autor prossegue ressaltando que destacam-se também como

fator de complexidade, a política de segmentação, onde há uma necessidade de

canais de distribuição diversos para o mesmo produto, e no estabelecimento de

padrões distintos para vários segmentos. Nessa análise, a logística precisa possuir

estruturas flexíveis, capazes de alcançar as mais diversas exigências, sem grandes

aumentos de custos.

30

Para Queiroz (2007) ainda sobressaem entre esses fatores, os menores

ciclos de vida, na qual existem inovações tecnológicas impactando no seu ciclo de

vida, refletindo na logística no sentido de aumentar o risco de manter um estoque

defasado, sendo desse modo, necessária a diminuição de tempos de ciclos de

produção e distribuição.

Resta ainda, um último fator de maior complexidade, que tem pressionado

a logística caracterizado pela maior exigência dos serviços: “Os movimentos just-in-

time na indústria, e ECR e QR no varejo são os sinais mais evidentes desta nova

tendência por parte dos clientes institucionais” (QUEIROZ, 2007, p. 19).

Queiroz (2007) relata que essa exigência se dá por conta da maior

uniformidade, frequência e velocidade da entrega, onde a demanda é pela

comodidade de poder fazer compras remotas, através de telefones, internet, entre

outros, e receber no local e hora desejados.

3.3 Terceirização na logística de transporte

Ballou (2006, p. 149) afirma que “o transporte normalmente representa o

elemento mais importante em termos de custos logísticos para inúmeras empresas”.

Chopra e Meindl (2003, p. 266) analisam que deve-se considerar o

transporte feito pela própria empresa e o terceirizado:

Os gerente devem estabelecer uma combinação adequada entre o transporte in-house e o terceirizado para atender as necessidades. Essa decisão baseia-se na capacidade de a empresa lidar com o transporte de maneira lucrativa e na importância estratégica do transporte para o sucesso da empresa. Em geral, a melhor opção é pela terceirização quando o tamanho da entrega é pequeno, ao passo que é mais aconselhável manter a própria frota de transporte quando as entregas são grandes e a responsividade é importante. [...] Uma transportadora terceirizada pode reduzir os custos agregando suas entregas com as de outras empresas.

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2007, p. 180), “os gerentes de

logística podem integrar transportes por frota própria com transportes contratados

para reduzir os custos.”

31

Bowersox, Closs e Cooper (2007) alegam que os departamentos de

transporte utilizam e administram mais de 60% dos gastos logísticos. Ballou (2007)

segue afirmando que quando uma frota é própria, o valor do serviço aparece na

alocação dos custos relevantes para uma determinada remessa, entre outros custos

figuram o combustível, salários, manutenção, depreciação do equipamento e custos

administrativos.

Bowersox, Closs e Cooper (2007) ressaltam ainda, a importância de

definir se os serviços de transporte serão realizados através de transportadora

própria ou contratada. Os autores prosseguem observando que quando se trata de

transportes, gera-se um alto impacto logístico e fazem uma análise, concluindo que

não existe transporte barato, se somado a uma administração desse transporte de

modo eficaz e eficiente.

Queiroz (2007) salienta que ao escolher a terceirização, as empresas

contratantes transferem ao fornecedor, a responsabilidade pela aquisição ou

renovação de frota, entre muitos outros serviços e controles, que somados geram

custos significativos e por já estarem incorporados ao serviço proposto, tornam esta

alternativa muito mais atrativa.

No capítulo vindouro, são abordadas os temas sobre a estratégia e

vantagem competitiva nas organizações e na logística. Teorias que representam

fundamental relevância para o presente estudo.

32

4 ESTRATÉGIA E VANTAGEM COMPETITIVA NAS ORGANIZAÇÕES

O presente capítulo, aborda a estratégia e vantagem competitiva nas

organizações, ressaltando a sua importância na logística. Apresenta alguns

conceitos, com análises e estudos de teóricos, a fim de atingir uma maior

compreensão sobre o assunto.

4.1 Conceituando e Contextualizando Estratégia e Vantagem Competitiva

Para Porter (1993) a estratégia é uma corrida para chegar a uma posição

ideal ou a criação de uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um conjunto

diferente de atividades. Porém para se chegar a esta posição exclusiva e valiosa, é

preciso que a organização crie uma vantagem competitiva, o que acontece por meio

de duas tipologias: a diferenciação e a busca de menores custos.

Conforme Henderson (1998), a estratégia é a busca por ações

estratégicas para desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma empresa,

cujo objetivo principal é a expansão de mercado, aumentando o escopo de sua

vantagem. Ainda segundo Henderson (1998), quanto mais rico o ambiente

competitivo, maior o número de variáveis capazes de proporcionar uma vantagem

exclusiva, porém ainda mais acirrada será a concorrência.

Pimentel, Carrieri e Silva (2000) argumenta que, no sentido dos

significados da palavra estratégia, existem dois conceitos básicos que se

complementam. O primeiro, que explora a origem militar da derrota do inimigo e é

baseado na palavra – strategos. Está relacionada com o cargo ocupado pelo general

que comandava exércitos e é um termo grego oriundo das batalhas entre

macedônios e gregos, mais precisamente da vitória dos exércitos macedônios,

comandados por Alexandre que formou um imenso império da antiguidade.

Pimentel, Carrieri e Silva (2000) prossegue ainda, afirmando que é deste

conceito que predomina a visão de que o oponente precisa ser derrotado,

33

conquistado ou exterminado, por isso, agir antes de tudo, antes de todos, para

alcançar os objetivos definidos.

Porter (1993), trata a estratégia competitiva através de cinco forças, que

dividem-se nas seguintes: A ameaça de novas empresas, a ameaça de novos

produtos ou serviços, o poder de barganha dos fornecedores, o poder de barganha

dos compradores, e a rivalidade entre competidores existentes.

As cinco forças competitivas determinam a lucratividade da indústria porque fixam os preços que as empresas podem comprar, os custos que tem de suportar e o investimento necessário para competir. A ameaça de novas empresas limita o potencial de lucro geral na indústria porque essas novas empresas trazem nova capacidade e buscam uma parcela do mercado, reduzindo as margens. Compradores ou fornecedores poderosos arracam para si os lucros. Intensa rivalidade competitiva corrói os lucros, exigindo maiores custos de competição (em publicidade, promoção de vendas ou pesquisa e desenvolvimento ou a transferência de lucros para os consumidores, na forma de menores preços (PORTER, 1993, p. 46).

Porter (1993) afirma que a vantagem competitiva vem da maneira pela

qual as empresas se organizam e realizam as atividades, menciona ainda que a

empresa para obter êxito deve buscar apenas uma estratégia e não várias.

Figura 2 Modelo de concorrência e competitividade de Schumpeter. Fonte: Benites (2004)

Para Benites (2004), a Figura 2 ilustra o modelo schumpeteriano de

concorrência, no qual as estratégias competitivas, tentam incessantemente alcançar

as mais variadas fontes de vantagem competitiva, visando sumariamente à

diferenciação. As estratégias são formuladas baseadas em fatores endógenos, onde

as empresas visam a inovação como fator crítico para o alcance de melhores

resultados.

34

Porter (1993), afirma que as empresas criam vantagem competitiva a

partir do momento em que as mesmas percebem ou descobrem novas e melhores

maneiras de competir.

Para Christopher (2007, p. 11), “o gerenciamento logístico tem potencial

para ajudar a organização a obter vantagem de custo e vantagem de valor”. O que

será analisado no tópico vindouro.

4.2 Estratégia e Vantagem Competitiva na Logística

Conforme Chopra e Meindl (2003, p. 25), “a estratégia competitiva de uma

empresa define o conjunto de necessidades do consumidor que ela pretende

satisfazer por meio de seus produtos e serviços”. Ainda para Chopra e Meindl

(2003), a estratégia da cadeia de suprimento atrela outras estratégias, estratégia de

fornecedor, de operações e logística.

Ballou (2006) menciona que é necessário para se alcançar uma boa

estratégia, manter o foco em quatro componentes: clientes, fornecedores,

concorrentes e a empresa, buscando se fazer uma análise de qual a sua visão a ser

atingida, para que sejam transformadas em projetos futuros.

Ballou (2006, p. 51) traça diretrizes para a formulação da estratégia, e

afirma que “uma estratégia logística inclui três objetivos principais: redução de

custos, redução de capital e melhoria de serviços”.

A redução de custos, é estratégia voltada para o enxugamento dos custos variáveis relacionados ao transporte e armazenagem. A melhor estratégia é quase sempre aquela derivada da avaliação das opções disponíveis. [...] A redução de capital é a estratégia voltada para o enxugamento do nível dos investimentos nos sistemas logísticos. Maximizar o retorno sobre os ativos é a motivação dessa estratégia. [...] Estratégia de melhoria de serviços normalmente admitem que os lucros dependem do nivelo dos serviços logísticos proporcionado. Embora os custos aumentem rapidamente com a melhoria dos níveis logísticos dos serviços ao cliente, os lucros igualmente maximizados podem ser mais significativos que o aumento dos custos (Ballou, 2006, p. 51).

35

Conforme Christopher (2007) a vantagem competitiva pode ser muito bem

conduzida, a partir da condução eficaz da logística e do gerenciamento da cadeia de

suprimentos, alcançando, desse modo, uma posição longa de superioridade em

relação aos concorrentes, em termos de preferência do cliente.

Christopher (2007) aborda ainda, um modelo entre uma companhia,

clientes e concorrentes, que pode-se visualizar na Figura 3.

Figura 3 Vantagem competitiva e os “Três Cs”. Fonte: Christopher (2007, p. 6)

Para Christopher (2007) a fonte da vantagem competitiva, primeiramente,

na capacidade da organização de se diferenciar, diante do cliente, de seus

concorrentes, e posteriormente, em operar a um custo menor e portanto, com maior

lucro. Portanto, é necessário entender a vantagem de custo e vantagem de valor,

onde “o sucesso comercial deriva ou de uma vantagem de custo ou de uma

vantagem de valor, ou idealmente de ambos” (CHRISTOPHER, 2007, p. 6).

Conforme a Figura 3, Christopher (2007, p. 6) ressalta que “em qualquer

setor, o concorrente que mais lucra tende a ser o produtor de um custo mais bairato

ou o fornecedor que entrega o produto com maior diferenciação percebida”.

36

Christopher (2007) apresenta ainda um gráfico com opções de vantagem

de valor e vantagem de custo:

Gráfico 1 Logística e Vantagem competitiva. Fonte: Christopher (2007, p. 10)

Conforme o Gráfico 1, Christopher (2007, p. 11) analisa que:

De fato, o desafio no gerenciamento é identificar a logística apropriada e as estratégias adequadas para a cadeia de suprimentos, e assim levar a organização para a parte superior da matriz.

O referido autor, prossegue atestando que as empresas que ocupam essa

posição tem melhores ofertas a oferecer e também são competitivas em termos de

custo. Trata-se claramente de uma posição relativamente forte, em “alto nível”,

extremamente difícil de ser atacada pelos concorrentes.

Ainda segundo o Gráfico 1, “as organizações líderes nos mercados do

futuro serão aquelas que buscaram e conseguiram atingir os dois picos de

excelência: obtiveram liderança de custo e liderança de serviço” (CHRISTOPHER,

2007, p. 12).

Ballou (2006) aborda que o planejamento estratégico procura sempre

alcançar respostas às perguntas sobre o que, quando e como. Este se desenvolve

em três níveis: estratégico, tático e operacional, nos quais sua diferença se dá

através do tempo de planejamento.

Ainda segundo Ballou (2006, p. 52):

O planejamento estratégico é considerado de longo prazo, com o horizonte temporal de mais de um ano. O planejamento tático tem um horizonte temporal intermediário, normalmente inferior a um ano. O planejamento operacional é o processo decisório de curto prazo, com decisões normalmente tomada a cada hora, ou diariamente. [...] Cada um dos níveis de planejamento requer uma perspectiva diferente.

37

Com intuito de atingir o alinhamento estratégico, Chopra e Meindl (2003),

identifica a necessidade de alinhar a cadeia de suprimento com a necessidade do

cliente, pois se não houver uma harmonia entre ambos, a sua estratégia deverá ser

alterada.

Segundo Christopher (2007), não há qualquer valor no produto ou serviço

até que chegue ao cliente ou consumidor, concluindo desse modo, que tornar o

produto ou serviço disponível é, primordial, sendo este o significado do papel

distribuição em uma negociação.

Ballou (2006) apresenta a importância do serviço logístico ao cliente,

salientando que em alguns momentos os gerentes de logística sentem-se

provocados a deixar de lado os serviços ao cliente, ressaltando que é função de

outros departamentos como marketing e vendas, porém o referido autor analisa até

que ponto os serviços importam sobre as vendas e guiam a fidelização do cliente.

Conforme Ballou (2006) existem provas mais definitivas de que a

logística dos serviços ao cliente gera um forte impacto sobre as vendas. Ballou

(2006) prossegue apresentando análises realizadas que comprovaram que, para os

clientes, os itens mais significantes dos serviços são no âmbito da logística,

ressaltando que:

...a distribuição, quando proporciona os níveis apropriados de serviços para satisfazer as necessidades dos clientes, pode levar diretamente a um aumento nas vendas e na participação no mercado, e finalmente, a uma crescente contribuição para os lucros e o crescimento (KRENN e SHYCON apud BALLOU, 2006, p. 101)

Christopher (2007) também ressalta a importância da logística para o

cliente, de modo que o serviço ao cliente é determinado pela interação dos fatores

que formam o serviço ao cliente, sendo eles: frequência de entrega e confiabilidade,

níveis de estoque e tempo gasto no ciclo dos pedidos, pelos quais afetam os

processos em que produtos e serviços são disponibilizados ao comprador.

Ballou (2006) apresenta ainda, os efeitos dos serviços na fidelização dos

clientes, buscando justamente avaliar a importância dos serviços e o seu custo para

alcançar essa fidelização.

38

Em média, custa seis vezes mais desenvolver um cliente novo do que conservar um antigo. Do ponto de vista financeiro, então, os recursos investidos em atividades de serviços ao cliente proporcionam retorno substancialmente mais alto do que os utilizados na promoção e desenvolvimento de outras ações de atração de clientes (BENDER apud BALLOU, 2006, p. 102).

Christopher (2007, p. 44) conclui que, “definir ‘vantagem competitiva’ é

simplesmente que as empresas bem sucedidas são aquelas que entregam mais

valor ao cliente do que seus concorrentes”.

No capítulo vindouro, será apresentado o estudo de caso e elementos

para a investigação do presente estudo.

39

5 ESTUDO DE CASO

O presente capítulo apresenta a empresa analisada neste trabalho, bem

como sua localização, área de atuação e um breve histórico sobre a organização.

Aborda ainda, a visão, a missão e os valores da distribuidora de bebidas.

5.1 Área Geográfica e Histórico do Município de Maracanaú-CE

Conforme o sítio oficial do município de Maracanaú-CE (2013), este tem

seu nome oriundo de uma palavra de origem tupi que significa lugar onde bebem as

maracanãs. Tem uma população de 209.057 habitantes, área de 106,648 km², com

os seguintes limites: Norte: Fortaleza/Caucaia; Leste: Pacatuba/Fortaleza; Sul:

Maranguape/Pacatuba; Oeste: Maranguape/Caucaia.

Ainda segundo o sítio oficial do município de Maracanaú-CE (2013), o

município de Maracanaú-CE, foi distrito de Maranguape-CE e teve seus primeiros

contatos com colonizadores em 1648, sendo apenas um povoado, depois vila até

tornar-se município. Possui apenas 30 anos de existência e surgiu da emancipação

com o município de Maranguape, em 05 de julho de 1983, através da Lei Estadual nº

10.811. Para que o município alcançasse a emancipação, foram necessárias várias

tentativas e após a quarta, através do “Movimento de Integração e Desenvolvimento

de Maracanaú”, conseguiram se emancipar onde passou a adotar o gentílico de

maracanauense. A cidade atualmente, é administrada pelo prefeito Firmo Camurça,

eleito no ano de 2012.

Conforme dados do IBGE (2010) Maracanaú-CE, possui a segunda maior

economia do Ceará. O Produto Interno Bruto (PIB) do Município, é acima de quatro

milhões de reais, está centralizado fundamentalmente no setor industrial, apesar da

participação do setor de serviços na economia, que também engloba o comércio,

cresceu bastante nos últimos anos.

Segundo o sítio oficial do município de Maracanaú-CE, este é o segundo

maior município exportador do Ceará, com os setores de agropecuária em 0,13%, a

40

indústria ocupa 58,02%, os serviços 41,85% e possuindo um PIB per capita (2006)

de R$ 12.124,27.

5.2 Caso: Distribuidora de Bebidas

A pesquisa de campo foi realizada em uma Distribuidora de Bebidas,

localizada no Município de Maracanaú-CE, situado na Região Metropolitana de

Fortaleza-CE e distante 15 quilômetros da capital.

A organização em estudo é uma empresa vendedora e distribuidora de

bebidas cearense, que optou por não divulgar seus dados e manter-se no

anonimato.

Conforme o coordenador de frota e o gestor financeiro, a empresa atua há

24 (vinte e quatro) anos no ramo de comercialização de bebidas, sendo distribuidora

exclusiva dos produtos fabricados por uma empresa nacional de refrigerantes,

franqueado a uma grande marca internacional de refrigerantes e ainda pelos

produtos produzidos e fornecidos por uma cervejaria alemã.

Segundo o gestor financeiro, a distribuidora de bebidas é uma

organização privada, de capital fechado. Concentra, anualmente, um faturamento

maior que R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), sendo considerada como uma

empresa de grande porte.

De acordo, com o coordenador de frota, a empresa tem por objetivo

principal distribuir com qualidade todos os seus produtos com o fim de manter o

cliente satisfeito, buscando ainda, a conquista de novos clientes.

A distribuidora de bebidas tem como visão ser reconhecida pelo mercado

como a empresa referência em distribuição, através do compromisso com a

qualidade e eficiência das práticas de negócios, dos processos internos, da gestão

de pessoas e da capacidade de surpreender pelos objetivos atingidos, segundo o

coordenador de frota e o gestor financeiro.

41

A empresa tem como missão levar ao cliente produtos de qualidade e

serviços de excelência contribuindo com o desenvolvimento dos parceiros

envolvidos, fortalecendo a paixão pela marca dos produtos vendidos.

Seus valores são: honestidade e transparência nas ações; disciplina e

perseverança na busca de objetivos; humildade associada ao desejo de superação;

respeito ao meio ambiente e a dignidade humana; paixão pelos produtos

comercializados, de acordo com o coordenador de frota e o gestor financeiro.

A distribuidora de bebidas trabalha com um prazo de entrega de produtos

de 24 (vinte e quatro) horas, após a efetivação do pedido, através de frota própria.

Para a comercialização e distribuição de bebidas, a empresa tem sua área de

atuação definida, para que outras distribuidoras autorizadas da marca não vendam

na mesma região, conforme o coordenador de frota e o gestor financeiro.

Seu campo de atuação é distribuído em 40 (quarenta) municípios do

Estado do Ceará e são delimitados por regiões (áreas) principais: Caucaia, Canindé,

Senador Pompeu, Baturité e Quixadá, onde estes municípios representam quase

27% do total de localidades atendidas no Estado do Ceará, segundo o coordenador

de frota e o gestor financeiro.

Atualmente, a sua carteira de clientes é voltada para os atacadistas de

todos os tamanhos, bares, lanchonetes, pizzarias, restaurantes entre outros. Seus

principais concorrentes são cervejarias e outras marcas de refrigerantes, de acordo

com o coordenador de frota e o gestor financeiro.

A distribuidora de bebidas deu alicerce ao estudo, bem como fortaleceu o

mesmo através da análise dos resultados que serão apresentados no capítulo 7.

No próximo capítulo serão apresentados os caminhos traçados para esta

pesquisa, através dos aspectos metotodológicos, abordados, a seguir.

42

6 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

O presente capítulo apresenta os métodos e as técnicas utilizadas neste

trabalho. Deste modo, seguem informações teóricas sobre o tipo de pesquisa, a

classificação quanto ao propósito e abordagem, as fontes e instrumentos de coleta

de dados, bem como o método para análise dos resultados.

Conforme Lakatos e Marconi (2006), os trabalhos para serem científicos

devem proporcionar a outro pesquisador a reprodução de experiências, de modo,

que tornem-se capazes de obter os resultados descritos e repetir as observações e

julgar as conclusões do autor.

6.1 Natureza da Pesquisa

A natureza da pesquisa, é caracterizada por uma pesquisa quantitativa.

Almeida (2011), aborda que nesse tipo de pesquisa, utiliza-se o emprego de

técnicas estatísticas na coleta de informações e tratamento de dados.

Segundo Silva e Meneses (2001, p. 20) “a pesquisa quantitativa considera

que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e

informações para classificá-las e organizá-las”.

Através da pesquisa de natureza quantitavida os dados coletados, foram

analisados, descritos e interpretados, permitindo a análise dos seus efeitos no

ambiente estudado.

Dessa forma, foi realizada uma pesquisa de natureza quantitativa e

através da mesma, foi desenvolvido um instrumento com o objetivo de coletar os

dados necessários para chegar ao objetivo desta investigação.

Com o fim de atender a pergunta de partida do presente estudo Vergara

(2009), afirma que toda discussão científica deve ter como base um problema ao

43

qual se deve oferecer uma solução provisória a que se deve criticar, a fim de

eliminar o erro.

6.2 Tipologia da Pesquisa

Segundo Vergara (2009), a pesquisa pode ser caracterizada em dois

aspectos: quanto aos fins e quantos aos meios. A presente pesquisa foi de tipologia

exploratório-descritiva, quanto aos fins, pois que se enquadra entre as pesquisas

que expõem características de uma determinada população ou de determinado

fenômeno, sem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora

sirva de base para essa explicação.

Quanto aos meios de investigação, esta pesquisa pode se caracterizar

como uma pesquisa bibliográfica e o método utilizado foi o estudo de caso. Com o

intuito de atingir o objetivo da pesquisa, inicialmente foi realizada uma pesquisa

bibliográfica através do material existente na literatura.

Conforme Bastos (2007), a pesquisa bibliográfica favorece o acesso às

informações já processadas por outros pesquisadores, também permite o confronto

entre o conhecimento do pesquisador e as novas informações adquiridas.

Para Lakatos e Marconi (2006), a pesquisa bibliográfica tem como

objetivo, colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou

filmado sobre determinado assunto.

Verificou-se também a limitação de estudos nesta área que abordem o

tema terceirização da logística de transporte como vantagem competitiva nas

organizações.

Após a pesquisa bibliográfica, realizou-se a pesquisa de campo. Segundo

Lakatos e Marconi (2006), a pesquisa de campo é aquela que busca alcançar

informações e/ou conhecimento referente a um problema, para o qual se procura

uma resposta, ou de uma hipótese, que se pretente comprovar, bem como descobrir

novos fenômenos ou as relações entre eles.

44

Conforme Gil (2007), o estudo de caso pode envolver o levantamento

bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o

problema e análise de exemplos.

Quanto ao propósito, optou-se por um estudo exploratório-descritivo, que

“Tem por objetivo descrever completamente determinado fenômeno, como, por

exemplo, o estudo de um caso para o qual são realizadas análises empíricas e

teóricas” (LAKATOS e MARCONI, 2003, p. 188).

A pesquisa de campo foi realizada em uma Distribuidora de Bebidas,

localizada no Município de Maracanaú-CE, município situado na Região

Metropolitana de Fortaleza, Estado do Ceará.

6.3 Universo, População e Amostra

O universo diz respeito ao objeto de estudo como um todo, onde a

amostra seria uma parte desse todo. Para Vergara (2009) trata-se de definir toda a

população e a população amostral.

Nesta pesquisa, o universo da pesquisa compreende os funcionários de

uma empresa de bebidas, localizada no município de Maracanaú-CE. De acordo

com Almeida (2011, p. 20), “população da pesquisa, ou seja, aqueles a quem se

refere o estudo”.

Quanto ao tipo de Amostra, Almeida (2011) afirma que existe a amostra

probabilística, em que seguem-se as leis de propabilidade e a não probabilística, na

qual busca-se com todo rigor adquirir dados que reflitam a realidade estudada.

Adota-se neste trabalho a amostragem não probabilística utilizando-se o critério de

amostragem intencional, tendo em vista que este tipo de amostra, possibilita o

pesquisador a escolher os elementos da sua população, com o fim de serem

capacitados a responder mais adequadamente sua investigação.

A presente pesquisa foi aplicada em uma amostra de dez colaboradores,

funcionários capacitados para responder o instrumento de pesquisa, que atuam

45

diretamente no foco da pesquisa, de modo a manter o grau de imparcialidade

necessário para realizar a análise dos resultados, distribuídos entre gerentes nos

setores do administrativo, especificamente no setor de logística, financeiro,

contabilidade e auditoria.

Os dados obtidos nesta pesquisa, serão apresentados no próximo tópico,

após definidos o universo e amostra para análise.

6.4 Procedimentos e Instrumento de Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa, os

dados secundários foram coletados através de pesquisa bibliográfica. Na segunda

etapa, foi utilizado o questionário como instrumento para obtenção dos dados

primários, bem como uma conversa informal com dois gestores, sendo um

coordenador de logística e outro gerente financeiro.

De acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 48), o questionário “refere-se a

um meio de obter respostas a questões por uma forma que o próprio informante

preenche”. Foi elaborado um único modelo de questionário, para ser aplicado aos

colaboradores.

Com a aplicação do questionário, foi possível atingir o objetivo geral desta

pesquisa, que foi analisar se a terceirização de frota em uma empresa distribuidora

de bebidas, reduz ou aumenta a competitividade dessa empresa, e ainda os

objetivos específicos: estudar e averiguar os conceitos e teóricos de logística,

terceirização e competitividade; investigar os processos existentes na Distribuidora

de Bebidas; e analisar se a terceirização e a competitividade traçam algum paralelo.

O questionário foi composto por 10 questões fechadas, aplicado no dia 23

de maio de 2013, em dez funcionários da empresa analisada.

O instrumento de pesquisa foi aplicado pela pesquisadora no período da

tarde na distribuidora de bebidas, sem a realização de pré-teste e através de uma

conversa informal com os colaboradores, que ocupam a função de coordenador de

46

frota e gestor financeiro, após responderem o questionário, foram fornecidas

informações relativas a história da empresa, bem como faturamento e demais

informações necessárias à pesquisa, pois a organização optou por não realizar

gravações e manter-se no anonimato.

Para analisar os dados coletados, foram elaboradas tabelas e gráficos

que serão apresentados no próximo capítulo.

47

7 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, são apresentados e interpretados os dados coletados na

pesquisa aplicada na distribuidora de bebidas. Os dados são expostos através de

percentuais e gráficos, com a finalidade de responder a problemática proposta e

atingir o objetivo geral e os objetivos específicos.

7.1 Perfil dos respondentes

Os dados apresentados a seguir, são resultados da pesquisa primária,

aplicada através de questionário, compostos exclusivamente por questões fechadas.

Quanto a caracterização dos respondentes, 80% são gerentes e 20%

ocupam outra função; 60% possuem curso superior completo e 40% são

especialistas; 80% são homens e apenas 20% mulheres; 80% trabalham na

empresa no período de 05 à 10 anos e somente 20% com mais de 10 anos. Desse

modo, todos os respondentes são pessoas capacitadas e conhecedoras dos

processos existentes na organização, todas aptas a responderem o instrumento de

pesquisa apresentado.

7.2 Análise dos resultados

Entre os respondentes do questionário, 100% responderam que a

empresa possui frota própria de caminhões, porém somente 20% informaram que a

empresa tem interesse em terceirizar sua frota e 80% afirmaram que a distribuidora

de bebidas não tem interesse em adotar a terceirização, desse modo, o Gráfico 2

pode ser caracterizado da seguinte forma:

48

Grafíco 2 Adesão da Terceirização

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Foi apresenta ainda, aos repondentes, questões quanto ao processo atual

da empresa e a sua visão sobre a terceirização, que pode-se visualizar conforme,

Gráfico 3.

Grafíco 3 Processo Atual da Empresa e Visão Sobre Terceirização

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Para 80% dos respondentes, a empresa em estudo tem o processo

logístico como um diferencial competitivo e ferramenta indispensável para o sucesso

de seu planejamento estratégico. Quanto aos ganhos com competitividade, através

da terceirização, 80% dos respondentes concordam que a terceirização ajuda a

alcançar ganhos de competitividade e eficiência.

49

A aplicação dos questionários revelaram que para 80% dos respondentes,

desconsiderando os períodos de sazonalidade, a organização trabalha de maneira

eficiente e eficaz o seu processo de entrega dos produtos vendidos, entretanto para

20% deles, mesmo não estando nos períodos de sazonalidade, a empresa não é

eficiente na realização do seu processo de entrega.

Quanto aos veículos utilizados para a realização da entrega dos produtos

vendidos, 100% dos respondentes concordam que estão em condições adequadas

para possibilitar um melhor aproveitamento de tempo e custo na realização do

processo logístico.

Os respondentes na sua totalidade, concordam que nos períodos de

sazonalidade ou em casos de pedidos extraordinários, o modelo de entrega atual

tem atendido a demanda, bem como, todos os respondentes, concordam que a

quantidade de caminhões atende a necessidade da empresa, de forma que a

organização consiga realizar a entrega aos seus clientes no tempo estipulado.

Conforme informado pelos respondentes, a empresa possui frota própria,

portanto, foram respondidas algumas questões referentes a adesão da terceirização.

Quanto aos custos, foi respondido pelos colaboradores, em que a terceirização

poderia reduzi-los, analisando as seguintes variáveis: combustível, manutenção,

pneus, quilometragem, impostos e seguro de caminhões, conforme Gráfico 4.

Grafico 4 Redução de Custos Com Adesão da Terceirização

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

50

Portanto, conforme exposto no gráfico cima, para 100% dos

respondentes, não haveria nenhuma redução com combustíveis, 60% concordam

que os custos com manutenção e pneus seria reduzido com a adesão da

terceirização de frota, porém 40% discordam dessa afirmativa.

Para os custos com quilometragem, somente 20% dos respondentes

acreditam que através da manutenção da terceirização de frota, haveira redução de

custos, onde 80% discordam dessa assertiva.

Com relação aos custos com impostos e seguro de caminhões, 80% dos

respondentes acreditam que haveria redução, entretanto, 20% concordam que não

haveria nenhuma redução desses custos.

Os custos com manutenção, torna-se elevado devido aos caminhões

excessivamente carregados e por percorrerem longas distâncias, nesse contexto,

apenas 40% dos respondentes afirmam que através da terceirização de frota, esses

custos seriam reduzidos e 60% acreditam que não haveria redução.

Atualmente, a depreciação de caminhões varia, em média, seis anos.

Adotando a terceirização de frota, 60% dos respondentes acreditam que o

investimento realizado na compra e/ou troca desses veículos poderia ser realocado

e melhor investido em outra área.

51

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo partiu da proposição de que terceirização da logística de

transporte, pode ou não trazer vantagem competitiva em uma distribuidora de

bebidas no município de Maracanaú-CE.

Levando em consideração a problemática que orientou esta pesquisa: A

terceirização da logística de transporte, oferece vantagens competitivas nas

organizações, especificamente no setor de distribuição de bebidas no município de

Maracanaú-CE.

O presente estudo, mostrou as vantagens e desvantagens da

terceirização de frota, as dificuldades existentes no seu processo de distribuição, na

redução de custos, na fidelização de clientes em potencial e na aquisição de novos

clientes.

No decorrer desta pesquisa confirmou-se desde as primeiras definições

de Ballou (2006), que a logística tem se mostrado como uma ferramenta estratégica

indispensável para o planejamento da empresa, tendo como foco para o estudo de

caso a distribuição de produtos de uma grande marca internacional. Deve-se

salientar a importância da busca de informações, a significância de expandir os

conhecimentos sobre os modais de transporte, aprofundado-se no modal que serve

como ferramenta para a realização de suas entregas, neste estudo, o rodoviário.

Os processos atuais existentes na distribuidora de bebidas, apresentados

através da percepção dos colaboradores quanto ao modelo atual de gestão logística

da empresa, informou que esta possui frota própria, encara a logística como

diferencial competitivo, frente a seus concorrentes e como uma ferramenta

fundamental para o sucesso de seu planejamento estratégico.

Desconsiderando os períodos de sazonalidade, a empresa trabalha de

maneira eficiente e eficaz o processo de entrega de seus produtos vendidos, possui

veículos adequados para a realização da entrega dos produtos vendidos, gerando

um melhor aproveitamento de tempo e custo na realização do processo logístico,

além do que, nos períodos de sazonalidade ou em casos de pedidos extraordinários,

o modelo de entrega atual tem atendido a demanda, através de uma quantidade de

52

caminhões que atende a necessidade da empresa, de forma que a organização

consegue realizar a entrega aos seus clientes no tempo estipulado.

No presente estudo, foi demonstrado também que através da adesão da

terceirização a empresa poderia reduzir alguns custos existentes relacionados à

frota, tais como: combustível, manutenção, pneus, quilometragem, impostos e

seguro de caminhões, gerando à empresa maior vantagem competitiva a mesma,

podendo investir em outras áreas da organização, dando-lhe uma maior precisão na

tomada de decisão para eventos futuros. Porém, em sua atual situação, como bem

colocado por 80% dos respondentes, ou seja a sua maioria, a empresa não tem

como necessidade, real e imediata, em adotar a terceirização para gerar

competitividade a mesma.

O objetivo da pesquisa foi concretizado, pois, mostrou que no caso

analisado, sobre a terceirização de frota em uma empresa distribuidora de bebidas

no município de Maracanaú-CE, embora esta gere grandes vantagens competitivas,

bem como a redução de custos, conforme o modelo de gestão atual, não aumenta a

competitividade dessa empresa, tornando-se desse modo, dispensável para a

solução dos problemas de logística de transporte desta empresa, visto que, não é

peça principal em sua estratégia, portanto, para uma distribuidora de bebidas com o

porte da empresa analisada, a terceirização de frota não visualiza-sa como

vantagem competitiva.

Percebeu-se que a empresa analisada tem como foco além da venda, a

distribuição de seus produtos, como visto no referencial teórico, Queiroz (2007),

atesta que a terceirização é um modo de uma organização possibilitar a uma

empresa transferir a uma outra empresa, suas atividades meio, o que lhe permite

maior disponibilidade de recursos para aplicar em sua atividade fim, porém a

empresa encara como atividade fim a distribuição de bebidas.

A presente pesquisa apresentou algumas limitações, dentre elas,

destaca-se a escassez de bibliografias específicas para terceirização de frota.

O resultado da presente pesquisa foi suficiente para produzir resposta à

problemática, ao objetivo geral e aos objetivos específicos propostos. Entretanto,

partindo da importância do assunto pesquisado, sugere-se que outras pesquisas, de

53

níveis mais aprofundados de estudos, sejam realizadas devido à necessidade das

organizações em manter-se competitivas no mercado que a cada dia busca

inovação, redução de custos, a racionalização de processos e aumento de

produtividade.

54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGENCIAT1, Brasil Corta Pouco Emissões de Transporte. Disponível em: < http://agenciat1.com.br/brasil-corta-pouco-emissoes-de-transporte/ > Acesso em 01 Set. 2012. ALMEIDA, Mario de Souza. Elaboração de projeto, TCC, Dissertação e Tese, Uma Abordagem Simples, Prática e Objetiva. São Paulo: Atlas, 2011. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. Tradução Raul Rubenich. 5 ed. Bookman, 2006. BASTOS, Núbia M. Garcia. Introdução à Metodologia do Trabalho de Pesquisa. Fortaleza: Nacional, 2007. BENITES, Anderson Teixeira Benites. Competitividade – Uma abordagem do Ponto de Vista Teórico. Campo Grande, 2004, Disponível em: < http://www.ufms.br/dea/oficial/HTM/artigos/administra%E7%E3o/Pol%EDtica%20de%20Neg%F3cios%20e%20Economia%20de%20Empresas/competitividade%20art.pdf > BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J., COOPER, Bixby: Gestão da Cadeia Suprimentos e Logística. 5 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, Estratégia, Planejamento e Operação. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003. CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Criando Redes que Agregam Valor. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2007. ___________________. Logística Empresarial. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. COSTA, J.C.; RODRIGUEZ, J.B.; LADEIRA, W.J. A Gestão da Cadeia de Suprimentos: Teoria e Prática. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. 25, 2005, Porto Alegre, Anais. Porto Alegre: ABEPRO, 2005. DORIA, A.C.; THIESEN, J.A.O. A Terceirização Como Ferramenta Gerencial Para Obtenção da Eficácia Operacional nas Organizações. São Paulo: Análise, 2000. FLEURY, A. C. C.; FLEURY, M. T. Estratégias Empresariais e Formação de Competências. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2004. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

55

GIOSA, A. Terceirização: Uma Abordagem Estratégica. 5 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. HENDERSON, B. D. As Origens da Estratégia. In: Estratégia – A Busca da Vantagem Competitiva. MONTGOMERY, C. A. e PORTER, M. E. (org.). Harvard Business Review Book. Rio de Janeiro: Campus, 1998. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contas Nacionais, número 39: Produto Interno Bruto dos Municípios. 2010. Disponível em: <http://downloads.ibge.gov.br/downloads_estatisticas.htm>. Acesso em: 31 mai.13. JUNIOR, E. C.; REZENDE, A. C.; GASNIER, D. G.; BANZATO, E.; MOURA, R. A. Atualidades na Cadeia de Abastecimento. 1 ed. São Paulo: IMAM, 2003. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MARACANAÚ, Prefeitura Municipal. História. Disponível em: <http://www.maracanau.ce.gov.br> Acesso em 20 Mai. 2013. OLIVEIRA, Otávio J. Gestão da Qualidade – Tópicos Avançados. 1 ed. São Paulo: Thomson, 2006. PIMENTEL, T. D; CARRIERI, A. de P; SILVA, A. R. L. Ambiguidades Identitárias na Feira Hippie/Brasil. Revista Comportamento Organizacional e Gestão (COG), v.13, n.2, p. 213-236, 2000. PORTER, Michael E. A Vantagem Competitiva das Nações. Rio de Janeiro: Campus, 1993. (Original: 1947). QUEIROZ, Leonardo Florence. Terceirização da Manutenção e Propriedade da Frota: Estudo de Caso Dhl Exel Suply Chain. Salvador, 2007, Disponível em: < http://www.sitedalogistica.com.br/news/terceiriza%C3%A7%C3%A3o%20da%20manuten%C3%A7%C3%A3o%20e%20propriedade%20da%20frota%3A%20estudo%20de%20caso%20dhl%20exel%20supply%20chain-/>. Acesso em: 20 abr. 2013. SADER, André Taylor. Terceirização Logística – Visões do Contratante e Contratado. São Paulo, 2007, Disponível em: < http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/5600/176005.pdf?sequence=1>. Acesso em: 27 fev. 2013. SILVA, E. L.; MENEZES. E. M. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. Florianópolis: UFSC, 2001. SOARES, R. Principais Aspectos da Terceirização. São Paulo: Abeu-Uniabeu, 2002. TRANSPORTES, Ministério do, Banco do Informações e Mapas de Transporte. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/> Acesso em 01 Jun. 2013.

56

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

57

Apêndice

58

FACULDADE CEARENSE Curso de Administração de Empresas Trabalho de Conclusão de Curso Instrumento de Pesquisa

Pesquisa orientada pela Prof. Msa. Rosangela Soares de Oliveira

Data: Maio / 2013

Este instrumento de pesquisa acadêmica tem a finalidade de levantar informações para subsidiar a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso. Objetiva-se mostrar, a luz dos conceitos de autores como Ballou (2006), Bowersox; Closs; Cooper (2007), Porter (1993), dentre outros, as informações sobre a terceirização da logística de transporte como vantagem competitiva nas organizações. CARACTERIZAÇÃO DO RESPONDENTE Função na empresa

Presidente Diretor Gerente Supervisor Outra

Sexo

F M

Grau de Instrução

Médio Superior Incompleto Superior Completo Especialização

Tempo de trabalho na empresa

Menos de 5 anos De 5 à 10 anos Mais de 10 anos

1. A Empresa terceiriza ou tem frota própria? ( ) Terceiriza ( ) Frota própria

Se tem frota própria, a empresa tem interesse em terceirizar sua frota? ( ) Sim ( ) Não 2. A Empresa encara o processo logístico como um diferencial competitivo frente a seus concorrentes e como uma ferramenta fundamental para o sucesso de seu planejamento estratégico? ( ) Sim ( ) Não 3. Você concorda que a terceirização ajuda a alcançar ganhos de competitividade e eficiência? ( ) Sim ( ) Não 4. Em sua atual situação, desconsiderando os períodos de sazonalidade, a empresa trabalha de maneira eficiente e eficaz o processo de entrega de seus produtos vendidos? ( ) Sim ( ) Não

59

5. Os veículos utilizados para a realização da entrega dos produtos vendidos, estão em condições adequadas para possibilitar um melhor aproveitamento de tempo e custo na realização do processo logístico? ( ) Sim ( ) Não 6. Nos períodos de sazonalidade ou em casos de pedidos extraordinários, o modelo de entrega atual tem atendido a demanda? ( ) Sim ( ) Não 7. A quantidade de caminhões atende a necessidade da empresa, de forma que a organização consiga realizar a entrega aos seus clientes no tempo estipulado? ( ) Sim ( ) Não

Responda as questões abaixo, caso a empresa, não possua frota terceirizada.

8. Com a implantação da terceirização, quais dos itens abaixo, haveria redução de custos? ( ) Combustível ( ) Custos com Manutenção ( ) Pneus ( ) Controle da Quilometragem ( ) Impostos de veículos ( ) Seguro de caminhões ( ) Depreciação dos Caminhões 9. O aumento de custos com manutenção, torna-se elevado devido aos caminhões excessivamente carregados e por percorrerem longas distâncias. Através da terceirização esses custos seriam reduzidos? ( ) Sim ( ) Não 10. Atualmente, a depreciação de caminhões varia, em média, seis anos. Adotando a terceirização de frota, o investimento realizado na compra e/ou troca desses veículos não poderia ser realocado e melhor investido em outra área? ( ) Sim ( ) Não

Obrigada por sua participação e colaboração!