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Municípios responsáveis Abril de 2014 CEIPC — informa Nesta edição: Edição n.º 3 CENTRO DE ESTUDOS E INTERVENÇÃO EM PROTECÇÃO CIVIL Municípios res- ponsáveis 1 Assembleia Ge- ral reuniu em 1 Algures no Mundo 2/3 SETLOG2014 Um exemplo a seguir 4/6 Vive-se uma nova era do poder local em Portugal. Com a limitação de manda- tos, foram eleitos vários autarcas de nova geração. Com a reforma das fregue- sias, força-se uma indispen- sável reflexão sobre estru- tura administrativa do país. Os novos mecanismos de responsabilidade financeira das autarquias, exigem mais racionalidade e outras prio- ridades. É neste contexto que urge provocar um profundo e empenhado debate sobre a politica municipal de Prote- ção Civil, convocando para ele os autarcas, os acadé- micos e os vários agentes do sistema. Pela nossa parte elegemos este tema como fonte de ação e intervenção privi- legiada. Queremos con- tribuir para fortalecer a base do sistema, porque é a este nível que identifica- mos a principal vulnerabi- lidade do mesmo. São bem vindos todos aqueles que nos quiserem acompanhar neste desíg- nio. Duarte Caldeira A assembleia geral do CEIPC reuniu no dia 15 de abril, nas instalações do Centro Municipal de Pro- teção Civil de Mafra. Da ordem de trabalhos cons- tavam o Relatório e as Contas relativos ao ano de 2013 e o Plano de Ativida- des e Orçamento para 2014. Os documentos em apreciação foram aprova- dos pela unanimidade dos associados presentes. Assembleia Geral reuniu em Mafra Por proposta do Conse- lho Fiscal, foi aprovado “um voto de louvor e confiança ao Conselho Diretivo pelo exemplar desempenho associativo e pela forma eficiente como tem vindo a exercer a gestão”. Nas ações previstas para o ano em curso, destaca- se a dinamização do pro- jeto Cidadão + Seguro, em parceria com os mu- nicípios que a ele vierem a aderir, bem como a or- ganização de um Seminá- rio para abordagem do tema “Proteção Civil e Desenvolvimento das Comunidades”. Na próxima edição dare- mos mais informação so- bre estas iniciativas. Ficha Técnica Coordenação Duarte Caldeira Paginação Gabriela Mata

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Municípios responsáveis

Abril de 2014

CEIPC — informa

Nesta edição:

Edição n.º 3

CENTRO DE ESTUDOS E INTERVENÇÃO EM PROTECÇÃO CIVIL

Municípios res-

ponsáveis 1

Assembleia Ge-

ral reuniu em 1

Algures no

Mundo

2/3

SETLOG2014

Um exemplo a

seguir 4/6

Vive-se uma nova era do

poder local em Portugal.

Com a limitação de manda-

tos, foram eleitos vários

autarcas de nova geração.

Com a reforma das fregue-

sias, força-se uma indispen-

sável reflexão sobre estru-

tura administrativa do país.

Os novos mecanismos de

responsabilidade financeira

das autarquias, exigem mais

racionalidade e outras prio-

ridades.

É neste contexto que urge

provocar um profundo e

empenhado debate sobre a

politica municipal de Prote-

ção Civil, convocando para

ele os autarcas, os acadé-

micos e os vários agentes

do sistema.

Pela nossa parte elegemos

este tema como fonte de

ação e intervenção privi-

legiada. Queremos con-

tribuir para fortalecer a

base do sistema, porque é

a este nível que identifica-

mos a principal vulnerabi-

lidade do mesmo.

São bem vindos todos

aqueles que nos quiserem

acompanhar neste desíg-

nio.

Duarte Caldeira

A assembleia geral do

CEIPC reuniu no dia 15 de

abril, nas instalações do

Centro Municipal de Pro-

teção Civil de Mafra. Da

ordem de trabalhos cons-

tavam o Relatório e as

Contas relativos ao ano de

2013 e o Plano de Ativida-

des e Orçamento para

2014. Os documentos em

apreciação foram aprova-

dos pela unanimidade dos

associados presentes.

Assembleia Geral reuniu em Mafra

Por proposta do Conse-

lho Fiscal, foi aprovado

“um voto de louvor e

confiança ao Conselho

Diretivo pelo exemplar

desempenho associativo e

pela forma eficiente como

tem vindo a exercer a

gestão”.

Nas ações previstas para

o ano em curso, destaca-

se a dinamização do pro-

jeto Cidadão + Seguro,

em parceria com os mu-

nicípios que a ele vierem

a aderir, bem como a or-

ganização de um Seminá-

rio para abordagem do

tema “Proteção Civil e

Desenvolvimento das

Comunidades”.

Na próxima edição dare-

mos mais informação so-

bre estas iniciativas.

Ficha Técnica

Coordenação

Duarte Caldeira

Paginação

Gabriela Mata

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Esta secção do CEIPC informa destina-se a trazer ao conhecimento dos interessados notícias sobre

eventos de caráter acidental e das suas consequências que tenham ocorrido algures no mundo. A sele-

ção dos eventos, seu tratamento e periodicidade de atualização não estão ainda definidos sendo da

exclusiva responsabilidade do Conselho Diretivo do CEIPC.

los diversos hospitais e apu-

rou um número de 64 pesso-

as admitidas nos serviços de

urgência como resultado do

acidente, entre as quais se

encontravam sete crianças,

uma das quais em estado

crítico.

Algures no Mundo

Presidente da Câmara de Nova Iorque Bill de Blasio: “é uma tragédia do pior tipo”

Página 2 CEIPC — informa

Três mortos como consequência de colapso de edifícios em

Nova Iorque após explosão de gás (Fonte BBC News - US & Canada)

Pelo menos seis pessoas per-

deram a vida e várias outras

foram dadas como desapareci-

das após a ocorrência de uma

explosão na sequência de uma

fuga de gás ocorrida no dia 12

de março de 2014, na cidade

de Nova Iorque, pelas 09:30

(hora local).

Os bombeiros tiveram grande

dificuldade em efetuar as ope-

rações de busca e de salva-

mento de eventuais vítimas

que se encontravam por baixo

dos escombros dos edifícios

que ficaram totalmente arra-

sados apenas tendo podido

iniciar estas operações ao final

do dia, após o incêndio que se

seguiu à explosão ter sido

declarado como extinto. Nas

operações de busca, além de

equipamento pesado como

sejam máquinas escavadoras e

pás carregadoras, os bombei-

ros utilizaram câmaras de ima-

gem térmica de modo a per-

mitir identificar a localização

de corpos ou bolsas de com-

bustão por entre o amontoa-

do de destroços dos dois edi-

fícios colapsados. Segundo os

bombeiros de Nova Iorque,

22 pessoas ficaram feridas

como consequência da explo-

são.

No entanto, a cadeia de tele-

visão ABC fez uma busca pe-

Também os transportes urba-

nos foram significativamente

afetados por este acidente e

o tráfego de comboios para o

Terminal Grand Central teve

de ser interrompido e só foi

restabelecido no dia seguinte.

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O presidente da câmara de

Nova Iorque, Bill de Blasio, in-

formou em conferência de im-

prensa que a fuga de gás tinha

sido comunicada ao operador

cerca de 15 minutos antes da

explosão. O porta-voz do ope-

rador (Com Edison) confirmou

que a companhia tinha recebido

a informação de um “cheiro a

gás” pouco tempo antes da ex-

plosão.

O incêndio que se seguiu à ex-

plosão originou uma espessa

pluma de fumo no céu de Nova

Iorque que reavivou algumas

más memórias e receios de

eventos ocorridos no passado

recente.

O FBI fez deslocar de imediato

meios para o local como medi-

da cautela tendo apurado, pas-

sado pouco tempo, que se tra-

tou de um acidente.

As ruas na envolvente do local

da explosão ficaram completa-

mente cheias de fragmentos da

explosão que provocou igual-

mente danos nos telhados de

edifícios próximos.

Página 3 CEIPC — informa

Operação de busca nos destroços dos edifícios colapsados

Operação de evacuação de sinistrados

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Page 4 CEIPC — informa

O CEIPC (Centro de Estudos e

Intervenção em Proteção Civil)

foi convidado pelo Serviço Mu-

nicipal de Proteção Civil e

Bombeiros (SMPCB) da Cama-

ra Municipal de Setúbal para

assistir como observador ao

Setlog2014 (Exercício Municipal

1.º Acantonamento de Prote-

ção Civil) realizado na cidade

de Setúbal nos dias 8 e 9 de

março de 2014.

Este exercício/simulacro sendo

uma das competências dos

SMPC da C.M. de Setúbal veio

demonstrar a dinâmica existen-

te nestes serviços e deve servir

de exemplo a seguir por todas

as Autarquias do País, pois é

através destas experiencias que

se tiram conclusões e aprendi-

zagens para que numa situação

real (que se deseja não aconte-

ça) os dispositivos respondam

com a celeridade e eficácia que

SETLOG2014 – Um exemplo a seguir

a todos irão beneficiar.

Na qualidade de observador do

CEIPC, deixo aqui o resumo da

minha observação “in loco” do

Exercício “SETLOG 2014” um

exercício ambicioso e que vinha

colocar à prova toda a capacida-

de de organização, eficácia e mo-

bilização dos SMPCB da C.M. de

Setúbal.

Para o desenvolvimento do

exercício SETLOG 2014 adotou-

se um cenário de ocorrência de

sismo.

“Deste cenário considerou-se a

ocorrência de um sismo com

epicentro na falha da Ribeira de

Coina, com uma magnitude de

6.4 da escala de Richter, que

corresponde ao cenário mais

gravoso para o município de Se-

túbal referido no estudo do ris-

co sísmico para a área metropo-

litana de Lisboa”.

O exercício começou com a

receção às entidades e convida-

dos na Escola Secundária 2/3

Lima de Freitas.

Na sala de Comando foi feita a

introdução, apresentação e in-

formação das “regras do jogo”

referentes ao exercício pelo

Assessor para o Serviço Munici-

pal de Proteção Civil e Bombei-

ros de Setúbal.

Como resultado imediato do

sismo, prevêem-se os seguintes

danos:

Cerca de 16 mortos;

Cerca de 750 feridos, dos quais

cerca de 500 na zona do centro

histórico da cidade de Setúbal;

Cerca de 3500 desalojados;

Cerca de 200 edifícios afetados.

Após o sismo, o Serviço Munici-

pal de Proteção Civil e Bombei-

ros (SMPCB) desencadeou as

ações necessárias com vista a

efetuar um reconhecimento dos

danos, tendo em conta as áreas

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Page 5 CEIPC — informa

mais vulneráveis (centro históri-

co da cidade de Setúbal e área

de Azeitão) com vista a obter

uma estimativa dos locais mais

afetados, número de vítimas e

sua localização, estado das vias

de comunicação, estado dos sis-

temas de comunicações e de

fornecimento de energia, água e

esgotos bem como à deteção de

eventos secundários, nomeada-

mente incêndios, fugas, derrames

e inundações.

Em função do resultado do reco-

nhecimento o Serviço Municipal

de Proteção Civil e Bombeiros

desencadeou o procedimento

para a convocação da Comissão

Municipal de Proteção Civil e

avaliação de ativação do Plano de

Emergência Municipal.

Na fase de planeamento e execu-

ção, o exercício foi dirigido pelo

Serviço Municipal de Proteção

Civil e Bombeiros de Setúbal.

Na fase de resposta (execução

do exercício) foi ativada a Co-

missão Municipal de Proteção

Civil que assumiu a função de

órgão de coordenação institucio-

nal, organizando-se nos núcleos

que configuram o Centro de Co-

ordenação Operacional Munici-

pal.

Os cerca de 200 participantes

envolvidos neste exercício inte-

gravam-se nas seguintes entida-

des:

Autoridade Nacional de Prote-

ção Civil

FEB (Força Especial de Bombei-

ros)

Serviço Municipal de Proteção

Civil e Bombeiros de Setúbal

Companhia de Bombeiros Sapa-

dores de Setúbal e Equipa de

Resgate

Piquetes para cortes e repara-

ção de eletricidade, água e gás

Bombeiros Voluntários de Setú-

bal

Corpo Nacional de Escutas

Centro Distrital de Segurança

Social

Cruz Vermelha Portuguesa –

Delegação de Setúbal

Santa Casa da Misericórdia

Cáritas Diocesana

Divisão de Inclusão Social

Divisão de Educação

Divisão de Cultura

Divisão de Administração Geral:

Equipa de limpeza

À medida que os cenários foram

sendo expostos eram tomadas as

medidas necessárias e adequadas

para lhes fazer face, intervindo

para tal as diferentes forças e

entidades envolvidas no Exercí-

cio.

É nosso entendimento que uma

grande eficácia e perfeita coorde-

nação logística são palavras que

se podem aplicar com toda a

propriedade a este exercício.

Observamos alguns detalhes que,

dada a envergadura de meios,

pessoas e materiais envolvidos,

são mínimos.

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www.ceipc.pt

Página 6

CENTRO DE ESTUDOS E INTERVENÇÃO EM PROTECÇÃO CIVIL

“O CEIPC tem por

objetivo a produção

e divulgação de in-

formação, bem co-

mo a realização de

estudos e trabalhos

de investigação que

contribuam para a

construção de uma

cidadania responsá-

vel e interventiva, no

âmbito da proteção

civil”

Artigo 3.º dos Esta-

tutos

[email protected]

Em reformulação

Entretanto gostaríamos de contribuir,

não com críticas, mas com as seguin-

tes sugestões:

Ativar esta ação 48 horas após o sis-

mo, parece-nos demasiado tarde, pois

implica cadáveres a entrar em decom-

posição com os consequentes perigos

para a saúde pública, assim como mui-

tos feridos serão tardiamente socorri-

dos.

Mobilizar de imediato o Grupo de

Intervenção Cinotécnico da GNR,

para se localizarem rapidamente feri-

dos soterrados nos destroços dos

edifícios colapsados.

Instalar sistema sonoro na sala de co-

mando para que toda a sala possa ou-

vir tudo o que vai sendo descrito pe-

las entidades coordenadoras e inter-

venientes no exercício.

Na sala de comando não existiam te-

lefones fixos.

Falha na rede de comunicações mó-

veis entre forças envolvidas no exercí-

cio (especialmente na zona do Viso),

onde a viatura do Bombeiros ficou

por pouco tempo sem rede.

Evitar reunir a cadeia de comando na

sala onde está a máquina do café, pois

isso causa perturbação com entradas

e saídas de pessoas. Em alternativa

vedar o acesso durante a reunião.

Posto isto, cumpre-nos felicitar os

SMPCB da C.M. de Setúbal e a todos

os agentes envolvidos pela eficácia,

disponibilidade e profissionalismo de-

monstrados.

Uma palavra de elogio para a popula-

ção que se disponibilizou a abandonar

o conforto dos seus lares e do descan-

so de um fim de semana para colabo-

rarem voluntariamente na execução

deste exercício, contribuindo para o

seu sucesso, assim como às superfícies

comerciais (supermercados) pelo for-

necimento de meios de primeira ne-

cessidade.

É evidente que esta adesão é fruto do

bom trabalho de sensibilização e mobi-

lização efetuados pelos SMPCB.

Bem está uma Cidade e a sua Autar-

quia que consegue ter estas decisões e

adesões.

Resta aos observadores, em nome do

CEIPC, agradecer aos SMPCB da C.M.

de Setúbal pelo honroso convite, as-

sim como felicitar pelo sucesso alcan-

çado e desejar que estes exercícios se

mantenham e que sejam sempre e ape-

nas exercícios.

Américo Henriques