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Centro de Políticas Públicas RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2013

Centro de Políticas Públicas RELATÓRIO DE ATIVIDADES · 2018-09-03 · realizada pelo Centro de Políticas Públicas do Insper, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do

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Centro de Políticas Públicas

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

2013

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Conselho Consultivo

Claudio L. S. Haddad

Joaquim Levy

Marcos Lisboa

Naercio Aquino Menezes Filho

Conselho Diretor

Presidente - Claudio L. S. Haddad

Coordenador de Pesquisa - Naercio Aquino Menezes Filho

Professores Associados

Carlos Alberto Furtado de Melo

Eduardo de Carvalho Andrade

Marcelo Rodrigues dos Santos

Regina Carla Madalozzo

Rodrigo Menon Simões Moita

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Equipe do Centro de Políticas Públicas do Insper

Coordenador

Naercio Aquino Menezes Filho

Coordenador de Pesquisas

Bruno Kawaoka Komatsu

Estagiários

Ana Carolina Ballan Sebe

Caio Cesar Grecco Moraes

Caio de Castro Guerra Baldorini

Guilherme Denes

Leandro Seiti Anazawa

Nicolas da Silva Borsoi

Pedro Henrique Fonseca Cabanas

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Sumário

Seminário Internacional “Administrando uma Megacidade: São Paulo no Século XXI” ........... 4

3º Fórum Insper de Políticas Públicas – Vitimização na Cidade de São Paulo .......................... 8

Núcleo Ciência pela Primeira Infância (NCPI) ...................................................................... 13

Rede de Economia Aplicada (REAP) .................................................................................... 19

Seminário Internacional “Produtividade e Competitividade” .............................................. 23

Seminário Internacional “Políticas de Inovação e o Desafio da Competitividade – temas de

interesse para a construção de uma agenda positiva para a inovação no Brasil” .................. 26

Atividades Permanentes .................................................................................................... 29

CPP Debates .................................................................................................................. 29

CPP Lectures .................................................................................................................. 31

Clipping CPP................................................................................................................... 33

Pesquisas do CPP ........................................................................................................... 35

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Seminário Internacional “Administrando uma Megacidade: São

Paulo no Século XXI”

O Insper promoveu no dia 23 de maio o evento Administrando uma Megacidade: São

Paulo no Século XXI, em parceria com a Fundação Lemann, o Arq. Futuro, o Centro para

Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia e o Centro David Rockfeller para Estudos da

América Latina-Universidade de Harvard. Com auditório lotado, o evento foi aberto por

Claudio Haddad, presidente do Insper, Denis Mizne, diretor da Fundação Lemann e Frances

Hagopian, professora de Harvard. Claudio lembrou que o evento só foi possível graças à

cooperação entre os parceiros e que a escola já vem, há algum tempo, abraçando discussões

de alto nível em torno da sustentabilidade das grandes cidades, tratando de soluções para

seus principais problemas.

Em seguida, Edward Glaeser, professor de economia da Universidade de Harvard e

diretor do Centro Taubman para o Estado e o Governo Local, conduziu o painel mais esperado

“São Paulo no Contexto Global”. O pesquisador norte-americano, que tem se dedicado a

investigar a relação entre proximidade geográfica, inovação e economia criativa, pontuou que

estudos acadêmicos encontraram forte conexão entre densidade populacional e renda. “É

vantajoso estarmos próximos uns dos outros. No caso do Brasil, mesmo nas favelas com as

piores deficiências em infraestrutura, a satisfação dos moradores é maior do que em áreas

isoladas do Norte e Nordeste, por exemplo. A satisfação com a vida cresce, então, em paralelo

ao grau de urbanização”, defendeu enquanto apresentava dados de diferentes países sobre o

tema.

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Edward Glaeser durante a sua apresentação

Glaeser defendeu, ainda, que a riqueza central das cidades não são suas construções,

obras ou infraestrutura, nem mesmo suas indústrias. “Como mostram os exemplos de Detroit,

Boston e Nova York, as fábricas possuem existência no curto prazo. Já as habilidades, os

talentos, especialmente a capacidade empreendedora, são de longo prazo. Só elas

permanecem… E somos uma espécie social que fica mais inteligente ao redor de pessoas

inteligentes. Esse é o papel das cidades: aproximar as pessoas, movimentando a economia”,

frisou.

O debate no Insper prosseguiu ao longo do dia e contou também com participações de

Fernando Haddad, prefeito de São Paulo; Paula Louzano, professora da Faculdade de

Educação da USP; Leandro Piquet Carneiro, do Instituto de Relações Internacionais da USP;

Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper; Ciro Biderman, chefe de gabinete da Secretaria

Municipal de Transportes de São Paulo e José Luiz Portella, colunista da Folha de São Paulo.

O prefeito de São Paulo, Fernando

Haddad, defendeu que a solução para a

mobilidade urbana na capital paulista não

virá prioritariamente do transporte público.

“Nem BRT (Bus Rapid Transit) nem metrô vão

resolver problema de mobilidade”, disse o

prefeito.

Diariamente, segundo Haddad, uma

população igual à do Uruguai – 3,3 milhões

de habitantes – se desloca mais de 10 quilômetros para chegar ao trabalho na cidade,

contingente principalmente das zonas Leste e Sul. Com isso, Haddad voltou a defender que a

Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, durante a sua apresentação

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solução é combater a concentração de empregos e serviços na área central, uma das principais

bandeiras de campanha.

Neste momento, o governo municipal dá os últimos retoques para mandar à Câmara o

projeto que vai desonerar empresas que se instalarem na periferia de São Paulo. Um dos alvos

será o Imposto Sobre Serviços (ISS). Dados da Prefeitura mostram que 66% dos empregos

estão localizados em apenas 5 das 31 subprefeituras. Além de acabar com as viagens desses

trabalhadores, o governo acredita que a política vai estimular empresários a ficarem na capital.

“Se nós descentralizarmos os incentivos, porque ele (o empresário) iria para Barueri,

por exemplo, se ele pode ir para Itaquera, onde tem metrô?”, questionou o prefeito. A fala de

Haddad sobre o BRT e o metrô, porém, não quer dizer corte nos investimentos em

transportes. O plano da Prefeitura é transformar 120 quilômetros de corredores de ônibus da

cidade em BRT, um sistema mais eficiente de ônibus, e construir outros 280 ao custo de seis

bilhões de reais. O prazo, porém, considera um segundo mandato do prefeito, já que a

previsão é atingir o objetivo em oito anos.

Painéis

O painel sobre Educação,

apresentado pelo professor do Insper e

coordenador do CPP Naercio Menezes Filho,

abordou a evolução da educação na capital,

em relação a outros exemplos de cidades

brasileiros, e apontou recomendações de

políticas que podem ser aplicadas para

melhorar os resultados do ensino. O debate contou com a participação da professora Paula

Louzano, da Faculdade de Educação da USP, Denis Mizne, diretor executivo da Fundação

Lemann, e moderação de Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper.

Ciro Biderman, chefe de gabinete da

Secretaria Municipal de Transporte de São Paulo

e professor da Fundação Getúlio Vargas

apresentou, no segundo painel, alternativas para

tornar mais ágil o transporte na metrópole.

Moderado pelo presidente do Insper, Claudio

Haddad, o assunto foi debatido com o professor

e pesquisador do Insper Rodrigo Moita e com

Naercio Menezes e Marcos Lisboa durante o painel

Paula Louzano e Denis Mizne durante o painel

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José Luiz Portella Pereira, ex-secretário estadual dos Transportes Metropolitanos e de Serviços

e Obras de São Paulo e colunista da Folha de São Paulo.

O painel sobre segurança pública, apresentado pela coordenadora do Núcleo de

Estudos da Violência da USP, Nancy das Graças Cardia, contou com os comentários do

professor Leandro Piquet Carneiro, do Instituto de Relações Internacionais da USP, e Daniel

Cerqueira, diretor de estudos e políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do IPEA.

O debate trouxe a questão da abordagem multisetorial do combate à violência, por meio de

ações em diversas esferas do poder público.

Na discussão final, o professor Edward Glaeser voltou ao palco para comentar a

apresentação do secretário de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Fernando de Mello

Franco, que resgatou o processo de expansão de São Paulo no último século. Com moderação

de Frances Hagopian, professora do Centro de Estudos do Brasil, da Universidade de Harvard,

a discussão apontou os desafios da capital para continuar em desenvolvimento.

Para acessar as fotos do evento e para outras informações acesse:

http://www.insper.edu.br/administrando-uma-megacidade-sao-paulo-no-seculo-xxi/

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3º Fórum Insper de Políticas Públicas – Vitimização na Cidade

de São Paulo

O Insper realizou o 3º Fórum Insper de Políticas Públicas no dia 22 de outubro, onde

foram apresentados os resultados da Pesquisa de Vitimização na cidade de São Paulo,

realizada pelo Centro de Políticas Públicas do Insper, com apoio da Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Radar Pesquisas (responsável pelas entrevistas

em campo).

O estudo apresenta e compara taxas de vitimização dos anos de 2003, 2008 e 2013 dos

moradores da cidade de São Paulo. Entre os tipos de crimes analisados estão roubo e furto

contra pessoa e de automóveis, furtos em residências, agressões físicas com lesões graves e

crimes de estelionato (fraude bancária na internet ou no cartão de crédito, problemas com

sites de compras, lojas falsas, não recebimento de produtos e clonagem de celular).

Após a abertura do evento pelo presidente do Insper, Cláudio Haddad, o 3º Fórum

Insper de Políticas Públicas foi organizado em três blocos e contou com os seguintes

participantes:

Resultados da Pesquisa de Vitimização em São Paulo

O professor Naercio Menezes Filho (Insper e FEA-USP), coordenador do Centro de

Políticas Públicas do Insper, apresentou os resultados da Pesquisa de Vitimização em São Paulo

de 2013 e comparou com os resultados das edições anteriores da pesquisa. Foram destacadas

as mudanças que estão ocorrendo no padrão dos crimes na cidade de São Paulo, em que os

crimes cometidos na capital estão menos violentos. Isso decorre da leve queda dos roubos e

aumento dos furtos, além do grande aumento das fraudes financeiras contra cartão de crédito.

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O Secretário Fernando Grella

enfatizou a importância das pesquisas de

vitimização no auxílio à formulação de

políticas de segurança pública e comentou as

medidas que estão sendo tomadas pela

Secretaria de Segurança Pública do Estado de

São Paulo.

Luciana Guimarães discutiu a

possibilidade de uma mudança no comportamento dos portadores de arma de fogo, em que as

pessoas podem ter aumentado a procura por licenças de porte de arma emitidas pelo Exército

brasileiro. Cesar Faustino defendeu que as fraudes financeiras apresentam uma maior perda

de dinheiro da sociedade, mesmo que isso contribua para a diminuição da violência nos

crimes. O debate ocorreu em torno dessa mudança no padrão dos crimes na capital paulistana

e quais medidas poderiam diminuir a vitimização na cidade, como por exemplo, a unificação

dos boletins de ocorrência e/ou das forças policiais.

Cesar Faustino, Naercio Menezes e Luciana Guimarães durante o debate

Naercio Menezes Filho, professor e pesquisador do Insper e da USP.

Fernando Grella Vieira está no Ministério Público Estadual desde 1984. Já atuou nas áreas cível e criminal. Foi secretário da Procuradoria de Justiça Cível, secretário-geral da Confederação Nacional do MP e membro do Conselho Superior da instituição. Entre 2008 e março de 2012, exerceu o cargo de procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo. Em novembro de 2012, assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Fernando Grella durante a sua apresentação

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Luciana Guimarães é advogada com especialização em Direitos Humanos, fundadora e diretora do Instituto Sou da Paz. É membro do Conselho da Cidade de São Paulo, do Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp), da Comissão de Letalidade e da Câmara Técnica da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Associada ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, também trabalhou por seis anos na área pública em diferentes cargos de direção.

Cesar Augusto Faustino, especialista em Prevenção a Fraudes do Itaú/Unibanco e coordenador da Subcomissão Prevenção a Fraudes Eletrônicas da FEBRABAN.

Moderador: Marcos Lisboa, Vice-Presidente do Insper.

Gestão da Informação Criminal

Esse painel focou na discussão da gestão da informação

criminal, em que projetos voltados para a coleta e análise de dados

criminais podem ser eficientes na redução da violência. Cláudio Beato

apresentou resultados de um projeto de gestão de dados criminais

implementado em Minas Gerais que teve resultados positivos na

redução das taxas de crimes. Renato Sérgio de Lima discutiu a

presença de dados sobre violência e os empecilhos políticos na sua

obtenção.

Cláudio Beato durante a sua apresentação

Renato de Lima e Regina Madalozzo durante o debate

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Cláudio Beato Filho é professor titular do Departamento de Sociologia da

UFMG. Possui graduação pela UFMG, com mestrado e doutorado pela

Sociedade Brasileira de Instrução - SBI/IUPERJ. Atualmente é Coordenador

do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública (Crisp).

Recebeu a Comenda do Mérito Científico Nacional, concedido pelo

Ministério da Ciência e Tecnologia. Foi visiting scholar no David Rockfeller

Center for Latin American Studies, da Universidade de Harvard, e do

Centre of Brazilian Studies, da Oxford University. Membro do Conselho de Desenvolvimento

Econômico e Social de Minas Gerais. Tem atuado principalmente nos seguintes temas:

criminalidade e violência, segurança pública, políticas públicas de segurança, estatísticas da

criminalidade e polícia e análise urbana de crimes. É consultor em diversos estados brasileiros e

países da América Latina para o desenvolvimento de programas e projetos de controle e

prevenção da violência. Consultor do Banco Mundial, Banco Interamericano de

Desenvolvimento e UNODC das Nações Unidas.

Renato Sérgio de Lima é doutor em Sociologia pela USP. Também possui

Pós-Doutorado no Instituto de Economia da Unicamp. Atualmente é

Assessor Técnico da Fundação Seade e Pesquisador Associado do Núcleo de

Estudos da Violência - NEV/USP. Ex-secretário executivo e membro do

Conselho de Administração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do

Comitê Editorial da Revista Brasileira de Segurança Pública. Foi professor

do Departamento de Sociologia da USP.

Moderadora: Regina Madalozzo, professora do Insper

Redução da criminalidade: o que mostra a pesquisa acadêmica?

Rodrigo Soares e João de Mello apresentaram os

resultados de pesquisas acadêmicas sobre criminalidade.

Rodrigo falou sobre o caso das comunidades cariocas

localizadas em favelas, em que ainda não sabemos ao certo

o motivo pelo qual algumas crianças praticam atividades

ilegais. Mello levantou hipóteses explicativas para as

tendências mais recentes de crimes no Estado de São Paulo

e no Brasil, que tiveram queda nos anos 2000, após

elevação na década de 1990. Leandro Carneiro analisou as

cifras negras que são reveladas pelas pesquisas de

vitimização, ou seja, o número de pessoas que sofre um crime e não registra a ocorrência à

polícia. No caso de São Paulo temos dois momentos em que as pessoas deixam de registrar a

ocorrência: i) o policial que atende a ocorrência decide não levar adiante o caso; ii) o indivíduo

não vai até a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Segundo Leandro, é importante

adotar alguma medida para reduzir esses pontos de perda de informação.

Leandro Carneiro, João de Mello e Rodrigo Soares durante o debate

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Rodrigo Soares é professor titular na EESP/FGV. Possui graduação em

Economia pela UFMG, mestrado pela PUC-Rio e doutorado pela University

of Chicago. Antes de se juntar à FGV-SP, foi professor na PUC-Rio, na

University of Maryland e na Harvard School of Public Health (Department

of Population and Global Health). Sua pesquisa se concentra nas áreas de

Desenvolvimento Econômico, População, Crime e Microeconomia Aplicada.

Foi ganhador do Prêmio Haralambos Simeonidis da ANPEC, por três vezes:

em 2006 e 2009, pelo melhor artigo, e em 2002, pela melhor tese de doutorado. Foi também

ganhador, em 2006, do Prêmio Kenneth J. Arrow da International Health Economics

Association, pelo melhor artigo publicado internacionalmente na área de economia da saúde.

Tem artigos publicados em vários periódicos internacionais, incluindo American Economic

Review, Journal of Political Economy, Journal of Development Economics e Journal of Public

Economics. É editor associado do Journal of Human Capital e do IZA Journal of Labor &

Development, membro do conselho editorial da revista Pesquisa e Planejamento Econômico, e

do conselho do National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE International), do

Reino Unido. Rodrigo é research fellow do IZA (Alemanha) e research affiliate do J-PAL Latin

America (Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab, Latin America Office).

João Manoel Pinho de Mello possui graduação em Administração Pública

pela FGV- SP, mestrado em Economia pela PUC-Rio e Ph.D. em Economia

pela Stanford University. Foi professor assistente de Departamento de

Economia da PUC-Rio de 2005 até 2010. Desde então é professor

associado da mesma instituição. Em janeiro de 2014 assumirá o posto de

professor titular do Insper. Foi secretário-adjunto da Sociedade Brasileira

de Econometria; é membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências e

coordenador da America Latina Crime and Policy Network (AL CAPONE), da Latin American and

Caribbean Economic Association (LACEA). É bolsista de produtividade do CNPq, nível 2. É

Bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado - Faperj. Pesquisa nas áreas de microeconomia

bancária, organização industrial e antitruste, economia do crime e economia política.

Leandro Piquet Carneiro é professor do Instituto de Relações

Internacionais da USP, coordenador do programa de pesquisa em

segurança e criminalidade do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas

(NUPPs) e membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da

mesma universidade. Foi professor do Departamento de Ciência Política da

USP (2000 a 2009) e pesquisador visitante do Taubman Center da John F.

Kennedy School of Government, Harvard University (2006-2007). É

economista graduado pela UFRJ e tem especialização em métodos quantitativos de pesquisa

pelo Inter University Consortium for Political and Social Research (ICPSR) da Universidade de

Michigan. É Mestre e Doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, do Rio de Janeiro, e fez seu pós-

doutorado no Departamento de Ciência Política da USP. Foi membro do conselho editorial da

Revista Opinião Pública e do Conselho Consultivo do Centro de Estudos da Opinião Pública

CESOP, da Unicamp, entre 1994 e 2012.

Para obter o relatório da Pesquisa de Vitimização em São Paulo e para mais informações

acesse: http://www.insper.edu.br/cpp/3o-forum-insper-de-politicas-publicas-vitimizacao-na-

cidade-de-sao-paulo/

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Núcleo Ciência pela Primeira Infância (NCPI)

Desde 2011 o Centro de Politicas Públicas do Insper mantém parceria com a Fundação

Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), o Center on the Developing Child (CDC), da Universidade

de Harvard, o David Rockfeller Center for Latin American Studies (DRCLAS), também ligado à

Universidade de Harvard, e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

em um projeto inédito no país. Trata-se do Núcleo Ciência pela Infância (NCPI) que tem como

objetivo contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas direcionadas ao

desenvolvimento da primeira infância em todo o Brasil.

Considerado o período mais importante da formação do homem, a primeira infância

tem sido objeto de pesquisas científicas, inclusive no campo da neurociência. Estudos recentes

têm defendido mais atenção à criança nessa fase, visto que este seria o momento em que o

cérebro está mais suscetível a registrar estímulos externos – e em que as atividades sinápticas

acontecem de modo mais intenso. Segundo dados da Universidade de Harvard, experiências

de risco e situações de estresse prolongado nesta fase podem afetar o desenvolvimento futuro

ao alterar a estrutura genética, provocando mudanças físicas e químicas no cérebro que irão

perdurar pelo resto da vida. Tais vivências negativas estão relacionadas com problemas

nutricionais futuros, de convívio familiar e podem dificultar, sobremaneira, a efetividade de

políticas educacionais direcionados às fases posteriores da formação.

O principal eixo de atuação do NCPI concentra-se na “tradução” do conhecimento

científico, produzido pelas instituições de ensino e pesquisa, para uma linguagem acessível à

sociedade civil e ao setor público de modo que a contribuição oferecida pela ciência possa

começar a ser incorporada pelas políticas públicas nas três esferas de governo, bem como

entre as práticas profissionais cotidianas. Por meio do núcleo, dezenas de pesquisadores nas

áreas de neurociência, educação, psicologia, medicina e economia, mantêm cooperação

mútua na produção, disponibilização e difusão deste conhecimento. Públicos-alvo da iniciativa

têm livre acesso aos dados no site do NCPI. Outro eixo de atuação está na preparação de

líderes para alavancar o desenvolvimento da ciência da saúde na concepção e implementação

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de políticas e programas inovadores que reduzam as disparidades evitáveis no bem-estar de

crianças brasileiras.

Programa Liderança Executiva e Mesa-redonda do Núcleo

Ciência Pela Infância - NCPI

Entre 24 a 26 de junho, aconteceu no campus do Insper a

última etapa do Programa de Liderança Executiva em

Desenvolvimento da Primeira Infância, promovido pelo Núcleo

Ciência Pela Infância. O Programa tem o compromisso de oferecer

aos participantes o conhecimento mais recente para a formulação

de políticas públicas adequadas para o Desenvolvimento da Primeira Infância.

Participaram do Programa aproximadamente 50 gestores públicos, líderes sociais e

membros da academia. Entre eles, estão Ana Estela Haddad, professora da Faculdade de

Odontologia da USP e primeira dama do município de São Paulo, a secretária municipal de

Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, e a diretora de Relações Institucionais do

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrícia Costa.

Na primeira etapa, em março, os participantes tiveram uma semana de aula com os

mais destacados professores do mundo, na Universidade de Harvard, em Massachussetts

(EUA). Alguns dos professores do programa são Bette Hyde, Ph.D. e diretora do Washington

State Department of Early Learning, Hirokazu Yoshikawa, Ph.D. e professor de educação da

Harvard Graduate School of Education (HGSE) e Jack Shonkoff, M.D., diretor do Center on the

Developing Child, parceiro da iniciativa.

No segundo módulo do programa, em junho, os participantes levaram para análise e

discussão seus Planos de Ação, desenvolvidos entre abril e junho e que têm o objetivo de

promover o Desenvolvimento da Primeira Infância em suas respectivas áreas de atuação.

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Participantes do Programa Liderança Executiva durante uma sessão no campus do Insper

Esta etapa também tratou de questões relacionadas a pesquisas recentes sobre

primeira infância no Brasil, estratégias de comunicação da ciência do desenvolvimento infantil

e avaliação e monitoramento de programas e políticas públicas. No dia 25 de junho, os

participantes do Programa Liderança Executiva presenciaram uma palestra com Naercio

Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas, Rodrigo Soares, professor da

Escola de Economia da FGV-SP e Alicia Matijasevich, professora da Universidade Federal de

Pelotas, sobre “Desenvolvimento da Primeira Infância: Determinantes, Consequências e

Políticas”.

Alicia Matijasevich, Naercio Menezes e Rodrigo Soares durante a palestra

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Fórum Científico: Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância para o

Aprendizado

Nos dias 14 e 15 de agosto o Núcleo Ciência Pela Infância realizou o “Scientific Forum:

Impact on Early Childhood Development on Learning”, que teve como objetivo principal a

criação do 1º working paper do grupo. Nesses dias reuniram-se pesquisadores das áreas de

saúde, economia, educação e pediatria para discutir sobre as pesquisas científicas de cada área

e os seus resultados para o desenvolvimento na primeira infância, de modo que fosse possível

sistematizar esse conhecimento e transformá-lo em um working paper.

O objetivo do working paper é dar uma visão mais ampla sobre desenvolvimento

infantil aos formuladores de políticas públicas de diferentes esferas administrativas, assim

como ao público geral. Essas ideias incluem o impacto de uma infraestrutura precária (falta de

saneamento, água potável e condições de moradia) na criança, a importância dos primeiros

anos de vidas no desenvolvimento cognitivo e a tentativa de mostrar a criança como um ser

ativo (a criança tem papel ativo no seu próprio desenvolvimento, como por exemplo, a

interação entre bebês). Ao final do evento o grupo de pesquisadores construiu um documento

com as principais ideias sobre desenvolvimento infantil, que servirão como diretrizes para a

criação do working paper.

3º Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância

O Núcleo Ciência Pela Infância realizou o

3º Simpósio Internacional de Desenvolvimento

da Primeira Infância nos dias 2 e 3 de outubro,

em São Paulo. Os temas discutidos foram a

escalabilidade, inovação e avaliação dos projetos

voltados para a primeira infância. O evento

contou com a presença de pesquisadores e

gestores do Brasil e de outros países. A seguir

seguem trechos retirados do Boletim Bimestral da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal

(FMCSV), Edição Especial, outubro de 2013.

“No primeiro dia do Simpósio, coube ao economista Richard Kohl iniciar as reflexões

sobre implementação de projetos sociais em grande escala. Para isso, contou com a mediação

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do também economista Naercio Menezes Filho, Coordenador do Centro de Políticas Públicas

(CPP) do Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa.

Conhecido no mundo todo por seu trabalho relacionado à escalabilidade de projetos e

programas da saúde pública, educação, desenvolvimento da Primeira Infância, redução da

pobreza, dentre outros temas sociais, Kohl é também fundador e presidente do Center for

Large Scale Social Change (CLSSC).

Durante sua apresentação, ele denominou o cenário brasileiro atual como uma

“perigosa oportunidade”, já que os investimentos públicos existem para programas e políticas

públicas voltados à Primeira Infância. A questão é como lançar mão desses recursos para que

sirvam aos reais objetivos e às necessidades da criança pequena (...).

O primeiro painel do evento reuniu duas experiências em grande escala em realidades

bem distintas. De um lado, Tiago Falcão, Mestre em Desenvolvimento Econômico pela

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), à frente da Secretaria Extraordinária para a

Superação da Extrema Pobreza, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,

para falar sobre “A implantação em escala do Programa Brasil Carinhoso”. Do outro, Linda

Biersteker, chefe de pesquisa na Early Learning Resource Unit (ELRU), na Cidade do Cabo,

África do Sul, Mestra em Psicologia pela Universidade de Cape Town e uma respeitada

liderança na pesquisa e implementação de políticas públicas à Primeira Infância, que teceu

considerações sobre “A experiência da África do Sul” (...).

O último painel do (primeiro) dia trouxe dois casos de inovação em ações distintas:

uma municipal, na cidade do Rio de Janeiro, que parte da área da Educação, e outra nacional,

a Estratégia Brasileirinhos e Brasileirinhas Saudáveis, cujas iniciativas são protagonizadas pela

área da Saúde.

Simone de Jesus Souza, Bacharel em Licenciatura em Língua Portuguesa e Literatura

Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, professora de Educação Infantil e

Gerente de Educação Infantil, falou sobre “Inovação nas políticas de Educação: aprendizados

com a experiência na cidade do Rio de Janeiro” (...).

Na segunda parte do painel, “Inovação nas políticas de Saúde: aprendizado com a

experiência da Estratégia Brasileirinhos e Brasileirinhas Saudáveis”, Liliane Mendes Penello,

Mestre em Saúde Pública pela ENSP/Fiocruz, formuladora e propositora da Estratégia,

compartilhou sua experiência como Coordenadora Técnica do programa (...).

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(No segundo dia,) A palestra da Dra. Beverly Parsons, Diretora Executiva do InSites e

Presidente eleita do Conselho da American Evaluation Association (AEA), ampliou as reflexões

sobre avaliação e trouxe pontos concretos de como transitar pelo tema.

“Quando vamos avaliar a inovação social, precisamos passar de uma consideração a

posteriori para uma a priori. Para muitos, a avaliação é pensada no final, mas, é importante

fazê-la desde o início”, explica.

Para Beverly, hoje as situações são dinâmicas, as inovações precisam mudar e

acompanhar esse ritmo e muitas são complexas, multifacetadas. Para avaliá-las também é

preciso seguir novos padrões, saindo das ferramentas somatórias e formativas para adotar as

que promovam a avaliação do desenvolvimento (...).

Lisa Jordan é Diretora Executiva da Fundação Bernard van Leer, uma das mais

importantes organizações com atuação global voltada à Primeira Infância. Ela também é

executiva sênior no campo da filantropia, com vinte anos de experiência em ONGs, fundações e

governos.

Lisa abriu os trabalhos da parte da tarde do segundo dia do Simpósio falando das

experiências globais de escalabilidade, avaliação e inovação.

Para isso, compartilhou as ações da Fundação Bernard van Leer para reduzir a

violência contra todas as crianças, melhorar os serviços de saúde oferecidos a esse público e

levar a qualidade do aprendizado à escala.

Para Lisa, “nos últimos dez anos vivemos uma segunda revolução na Primeira Infância.

Hoje sabemos que as primeiras experiências afetam a arquitetura cerebral para o resto de

nossas vidas” (...).”

Para mais informações visite o site do NCPI: www.ncpi.org.br

Confira o Boletim Bimestral da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), Edição Especial,

outubro de 2013 em http://boletim.fmcsv.org.br/201310/index.html

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Rede de Economia Aplicada (REAP)

Trata-se de um projeto que reúne dezenas de pesquisadores proeminentes com os

objetivos de oferecer subsídios para a formulação de políticas públicas nas três esferas de

governo, contribuir com o debate público sobre questões importantes para a sociedade

brasileira e difundir a produção científica da área. Inspirada na NBER (National Bureau of

Economics Research), a REAP já está no ar, disponibilizando livremente vários estudos que

estão divididos em cinco linhas de pesquisa: Educação e Saúde; Trabalho, Pobreza e

Desigualdade; Organização Industrial e Crime; Macroeconomia e Crescimento Econômico; e

Economia Monetária, com os seus respectivos coordenadores de pesquisa:

Naercio Aquino Menezes Filho (Insper e FEA-USP) – Coordenador da Linha de Pesquisa

‘Educação e Saúde’.

André Portela Fernandes de Souza (FGV-EESP) – Coordenador da Linha de Pesquisa

‘Trabalho, Pobreza e Desigualdade’.

João Manoel Pinho de Mello (PUC-Rio) – Coordenador da Linha de Pesquisa ‘Organização

Industrial e Crime’.

Pedro Cavalcanti Ferreira (EPGE-FGV) – Coordenador da Linha de Pesquisa ‘Macroeconomia

e Crescimento Econômico’.

Carlos Viana de Carvalho (PUC-Rio) – Coordenador da Linha de Pesquisa ‘Economia

Monetária’.

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Encontro da REAP (Rede de Economia Aplicada) – Seminários de Junho – 19 e

20/06/2013

A REAP realizou uma série de seminários, nos dias 19 e 20 de junho, em que foram

apresentados e discutidos trabalhos nas cinco áreas de pesquisa: Educação, Economia do

Trabalho, Economia Monetária, Crescimento e Organização Industrial. Esses seminários

reuniram vários pesquisadores dessas áreas e que foram organizados a seguir:

19/06: Educação

“Information and School Choice: Experimental Evidence from Low-Income Markets”

Apresentador: Francisco Gallego (Universidade do Chile)

Debatedor: Sergio Firpo (EESP/FGV)

“Avaliação do Programa de Bônus para Professores de Pernambuco”

Apresentador: Claudio Ferraz – (PUC/RJ)

Debatedor: Vladimir Ponczek (EESP/FGV)

“Escolas Charter, Mecanismo de Mercado e Eficiência na Educação Pública”

Apresentadores: Reynaldo Fernandes (USP) e Naercio Menezes Filho (Insper e USP)

Debatedor: Miguel Foguel (IPEA)

19/06: Economia do Trabalho

“Heterogeneous Economic Returns to Postsecondary Degrees: Evidence from Chile”

Apresentador: Sergio Urzua (University of Maryland)

Debatedor: Daniel Santos (FEA\USP-RP)

“Avaliação do PROTEJO”

Apresentador: Ricardo Paes de Barros – (SAE)

Debatedor: Eduardo Rios Neto (Cedeplar-UFMG)

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20/06: Economia Monetária

"On the Optimal Size of Public Employment"

Apresentadores: Eduardo Zilberman (PUC/RJ) e Anna dos Reis (PUC/RJ)

Debatedor: Marcelo Santos (Insper)

"Capital Controls in Brazil: Effective?"

Apresentadores: Marcos Chamon (FMI) e Marcio Garcia (PUC/RJ)

Debatedor: Marco Bonomo (EPGE/FGV)

“Age-dependent Taxation with Endogenous Life-cycle Path for Wages"

Apresentadores: Carlos Eugenio Costa (EPGE/FGV) e Marcelo Santo (Insper)

Debatedor: Luis Araujo (EESP/FGV)

20/06: Crescimento

“Why Has Puerto Rico Performed So Poorly? Lessons from its Sugar Manufacturing Industry”

Apresentadores: Arilton Teixeira (Fucape), M. Maio (University of Minnesota), J. Schmitz (FRB

Minneapolis) e B. Bridgman (BEA)

Debatedor: Roberto Ellery (UnB)

“Política Comercial, Crescimento e Desigualdade”

Apresentador: Mauro Rodrigues Jr. (USP)

Debatedor: Samuel Pessôa (IBRE-FGV)

“Another Look at Panel Estimates of the Elasticity of Substitution”

Apresentador: Marcelo Mello (IBMEC-RJ)

Debatedor: Marcelo Moura (Insper)

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20/06: Organização Industrial

“Testando a Existência de Informação Assimétrica no Mercado Brasileiro de Seguros de

Automóveis”

Apresentador: Bruno Ledo (FEA-RP)

Debatedor: Rodrigo Moita (Insper)

"Price and Variety in Supermarkets: Can Store Competition Hurt Consumers?”

Apresentador: André Trindade (EPGE)

Debatedor: Cláudio Lucinda (FEA-RP)

“Misreporting in the Deployment of Wind Power in Brazil”

Apresentador: Dimitri Szerman (LSE)

“Do Patients Value Uncompensated Care Provision?”

Luciana Costa (FUCAPE)

“Least Square Estimator for Dynamic Games”

Fábio Miessi (FEA-USP)

Debatedor: Cláudio Lucinda (FEA-RP)

“Econometrics of Ascending Auctions by Quantile Regression”

Nathalie Sanches (University of London)

Debatedor: Leonardo Rezende (PUC-RJ)

Para mais informações, visite o site da REAP: http://reap.org.br/

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Seminário Internacional “Produtividade e Competitividade”

No dia 1º de agosto, o Centro de Políticas Públicas do Insper e a Prospectiva

Consultoria realizaram o seminário sobre produtividade e competitividade no Brasil. Com

grandes nomes como José Alexandre Scheinkman, Marcos Lisboa, Marcos Jank, Raul Velloso,

Regis Bonelli, Pedro Ferreira e Samuel Pessoa, o evento reuniu centenas de participantes,

entre empresários, economistas, jornalistas e alunos do Insper.

Durante as quatro horas de palestras e debates, foram discutidos os mecanismos que

podem aumentar a produtividade e a competitividade da economia brasileira, assim como a

experiência recente na agricultura e nos serviços financeiros.

Na abertura do seminário,

Claudio Haddad, presidente do Insper,

falou sobre a importância de discutir a

produtividade, considerado por ele um

dos temas mais relevantes relacionados

ao crescimento econômico e ao

desenvolvimento do Brasil. “O leigo, não

entende o que o termo produtividade

significa de fato, que é conseguir produzir

mais com os recursos que já se tem. O crescimento da produtividade é o que – em longo prazo

– gera o crescimento econômico de um país”, explicou.

Os painéis do dia começaram com a apresentação de um dos mais renomados

economistas do mundo: José Alexandre Scheinkman. Ele falou sobre os fatores da

produtividade e como o tempo de escolaridade dos trabalhadores podem influenciar nos

resultados. “Existe um enorme aumento na produtividade de quem estudou mais”, disse. Além

disso, Scheinkman disse que a preocupação com a qualidade da educação não é exclusividade

do Brasil. “É uma discussão que se tem em qualquer país do mundo”.

Claudio Haddad e José Alexandre Scheinkman

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José Alexandre Scheinkman durante a sua apresentação

Outro ponto abordado pela economista durante o evento do CPP foi o conceito de

produtividade total de fatores. “Você olha duas firmas, com mesmo numero de trabalhadores,

mesma educação, empregam mesmo capital e uma produz mais que a outra. Essa diferença é

a chamada produtividade total de fatores”, explicando que para se medir isso é preciso um

modelo econômico, não é simplesmente fazer o processo de mensuração.

No primeiro debate, o economista Pedro Ferreira abordou os temas centrais do

evento com foco na macroeconomia e exemplificou com a experiência brasileira. “Os períodos

de desenvolvimento rápido estão ligados à melhoria da eficiência. Os períodos de estagnação

são períodos onde a produtividade cai, como agora”. Já Samuel Pessoa, que falou na

sequência, acrescentou que os momentos políticos e econômicos do Brasil influenciaram

muito para a estagnação do crescimento.

Vice-presidente do Insper, Marcos Lisboa foi o

nome do segundo painel e falou muito sobre a

produtividade no Brasil, destacando que

avançamos muito pouco. Ele lembrou que, desde

a década de 50, o país teve alguns ciclos de

crescimento acelerado, seguidos de declínios.

“Salvo períodos curtos, como na década de 80,

nossa produtividade avança pouco”, ressaltou. As

reformas e micro reformas no país, também foram apontadas como determinantes para o

crescimento.

Na segunda rodada de debates, Regis Bonelli destacou em sua participação que a

contribuição puramente demográfica para o crescimento do PIB vai ser cada vez menor no

Marcos Lisboa durante a sua apresentação

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Brasil na próxima década. “Com isso, a gente parte com um PIB de 1% ao ano e esse número

só será maior de acordo com o crescimento da produtividade.” Naercio Menezes Filho,

coordenador do CPP, falou na sequência e trouxe para o debate a questão das políticas para

inovação, um ponto que pode influenciar muito o crescimento. “Novos produtos, novas

técnicas, aumentam a produtividade. No Brasil, os gastos com tecnologia são muito baixos se

compararmos com outros países do mundo, apesar dos incentivos do governo nos últimos

anos”. Ele mencionou ainda que investimentos em pesquisa deveriam estar mais presentes

nas empresas: “apesar de todas as políticas de incentivo os índices do Brasil ainda são

decepcionantes”.

Regis Bonelli à esquerda e Marcos Jank à direita

O engenheiro agrônomo Marcos Jank expôs aos presentes algumas lições da

agricultura e tudo o que foi feito para aumentar a produtividade, apontando motivos que

tornaram a agricultura nacional um verdadeiro case internacional. “Além da pesquisa e da

tecnologia, alguns pontos importantes contribuíram para isso, como: desregulamentação –

fundamental para que o agro desse certo –, a abertura do agro para o mundo, a migração dos

produtores pelo Brasil e a integração de cadeias produtivas”. Para encerrar os painéis, Raul

Velloso, da ARD Consultores Associados, expôs sobre a relação entre infraestrutura e

produtividade no Brasil, destacando a baixa qualidade e elevado custo dos transportes.

Para obter as apresentações dos palestrantes e para mais informações acesse:

http://www.insper.edu.br/cpp/produtividade-competitividade/

Para obter as informações dos palestrantes acesse:

http://arquivos.insper.edu.br/Desenvolvimento_inst/mkt_institucional/2013/cpp/01_

08_13_seminario_internacional_produtividade_e_competitividade_short_bios.html

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Seminário Internacional “Políticas de Inovação e o Desafio da

Competitividade – temas de interesse para a construção de

uma agenda positiva para a inovação no Brasil”

No dia 21 de junho, o Centro de Políticas Públicas do Insper e a Prospectiva Consultoria

promoveram o seminário Políticas de Inovação e o Desafio da Competitividade, em São

Paulo, no campus do Insper. Além de debater as principais políticas brasileiras de estímulo ao

setor (como os planos Brasil Maior e Inova Empresa), o seminário constituiu o primeiro passo

em direção à consolidação de uma agenda positiva – e efetiva – no campo da inovação,

pontuando questões estratégicas para o setor privado e o Poder Público. Os debates dão

continuidade à iniciativa lançada nos Estados Unidos, no ano passado, pela Prospectiva

Consultoria e Inter-American Dialogue com intuito de fornecer insumos e recomendações de

políticas capazes de ajudar o Brasil a inovar mais.

As áreas mais bem posicionadas e seus diferenciais; a experiência de outros países; a

posição do Brasil nos principais rankings e a eficiência dos programas lançados nos últimos

anos, inclusive suas repercussões no curto e longo prazo, foram debatidas por especialistas e

economistas.

O primeiro painel, intitulado A posição do Brasil em Rankings Internacionais, foi

apresentado por Robert Atkinson, fundador e presidente da ITIF (Fundação para Inovação e

Tecnologia da Informação). Atkinson mostrou dados de inovação no Brasil e a posição do país

em relação aos demais países. Na classificação internacional de políticas favoráveis para a

inovação, apresentada pelo palestrante, o Brasil situa-se em posições ruins.

O segundo painel, intitulado A Armadilha da Meia Renda: Desafios para o Crescimento,

contou com presença de Otaviano Canuto, Conselheiro Sênior para os BRICS no Departamento

de Economia do Desenvolvimento, do Banco Mundial. O economista tratou de países em

desenvolvimento que apresentam quadro similar de forte desaceleração do crescimento,

queda na produtividade, má distribuição da mão-de-obra qualificada e paralisia nas inovações.

Canuto apresentou uma série de políticas públicas que podem reverter este quadro, ajudando

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tais países a melhorarem seus indicadores econômicos, saltando do extrato da renda média

para a alta.

O terceiro painel, intitulado Educação, Inovação e Produtividade no Brasil, teve a

apresentação de Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do

Insper. O professor tratou do problema do baixo nível e lento ritmo de crescimento da

produtividade da economia brasileira, relacionados à baixa taxa de inovação das empresas no

Brasil. Levantando uma série de fatores explicativos, se destacaram a baixa qualidade da

educação e a baixa eficiência das práticas gerenciais.

ROBERT D. ATKINSON, Presidente - Information Technology and

Innovation Foundation (ITIF)

O Dr. Robert D. Atkinson é um dos principais pensadores de economia da

inovação dos EUA. Com ampla experiência em políticas de tecnologia, já

conduziu projetos de pesquisa verdadeiramente inovadores nas áreas de

tecnologia e inovação. Presta ainda serviços de assessoria para políticos

em nível estadual e nacional, além de ser um popular palestrante em

política de inovação nacional e internacionalmente. É autor dos livros Innovation Economics:

The Race for Global Advantage (Yale, 2012) e The Past and Future of America's Economy: Long

Waves of Innovation That Power Cycles of Growth (Edward Elgar, 2005). Antes de juntar-se à

ITIF, Atkinson foi Vice-Presidente do Progressive Policy Institute (PPI) e Diretor do Projeto de

Tecnologia e Nova Economia do PPI. Ele já testemunhou perante inúmeros comitês no

Congresso dos EUA e esteve presente em veículos de comunicação como CNN, Fox News,

MSNBC, NPR e NBC Nightly News. Robert é Ph.D em Planejamento Municipal e Regional pela

Universidade da Carolina do Norte (UNC) em Chapel Hill desde 1989.

RICARDO CAMARGO MENDES, Sócio Diretor - Prospectiva Consultoria

Bacharel pela PUC-SP e Mestre em Relações Internacionais pela

Universidade de Cambridge. Especialista em planejamento estratégico,

inteligência de negócios, política comercial e inovação para os setores de

saúde, bens de consumo, tecnologia da informação e infraestrutura. Foi

Analista de relações internacionais na Federação de Indústrias de São

Paulo (FIESP) e bolsista do governo britânico (Chevening).

OTAVIANO CANUTO, Conselheiro Sênior para os BRICS no Departamento

de Economia do Desenvolvimento – Banco Mundial.

O cargo de Conselheiro Sênior para os BRICS no Departamento de

Economia do Desenvolvimento foi criado pelo presidente do Banco

Mundial, Jim Yong Kim, para trazer um novo foco de pesquisa a esta área

cada vez mais crítica. Anteriormente, Canuto atuou como Vice-Presidente

do Banco e Chefe da Rede de Redução da Pobreza (PREM), uma divisão de

mais de 700 economistas e outros profissionais que lidam com política econômica, redução da

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pobreza, igualdade de gênero e trabalho analítico. Ele também atuou (entre 2004 e 2007)

como Diretor Executivo do Conselho de Administração do Banco Mundial. Fora do Banco,

ocupou posições de liderança no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), onde foi

Vice-Presidente do departamento de Países, e no governo brasileiro, onde foi secretário de

Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. Ele também tem uma extensa formação

acadêmica e atuou como Professor de Economia na Universidade de São Paulo e na

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

EDMUNDO OLIVEIRA, Diretor de Relações Institucionais - Associação

Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação

(Brasscom)

Graduado em Jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes (ECA/USP),

Edmundo Machado de Oliveira é também especialista em comunicação,

inovação tecnológica e veículos de financiamento, via fundos de Venture

Capital e Private Equity. Foi gerente de Programas Estratégicos da ABDI –

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Participou do grupo

técnico que negociou no Japão o Sistema de Televisão Digital adotado pelo Brasil. Trabalhou

como Assessor Especial para Assuntos Estratégicos do Ministro da Fazenda, entre janeiro de

2003 e abril de 2007. Foi Editor de Economia do jornal O Estado de S. Paulo e Editor de

Economia e Negócios da Revista Época e trabalhou em alguns dos principais órgãos de

imprensa de São Paulo.

Confira a programação do evento e as informações dos palestrantes:

http://www.insper.edu.br/cpp/politicas-inovacao/

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Atividades Permanentes

O Centro de Políticas Públicas do Insper promove um ciclo de atividades a cada ano,

que incluem: Debates, Lectures, Clipping e Pesquisas. As atividades de 2013 estão expostas a

seguir.

CPP Debates

Como uma de suas atividades permanentes, em 2013 o CPP promoveu uma série de

debates sobre temas relevantes da economia e sociedade brasileira, com exposições de

especialistas, seguidas de discussões com alunos e participantes. Foram realizados os

seguintes debates:

Evolução da Produtividade no Brasil

O crescimento da produtividade no Brasil tem sido bastante diferenciado entre os

setores da economia. A produtividade tem crescido muito nos setores de serviços, urbanos e

intensivos em mão de obra, mas o desempenho da indústria de transformação tem sido

decepcionante. Que fatores podem explicar essa diferença tão grande de desempenho entre

os setores? O que pode ser feito para retomar a produtividade?

Participaram desse debate Marcos Lisboa (Vice-Presidente do Insper), Samuel Pessoa

(professor da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, Chefe do

Centro de Crescimento Econômico no Instituto Brasileiro de Economia) e Andre Nassif

(Professor de economia internacional da Universidade Federal Fluminense e economista do

BNDES).

Transformações no comércio internacional e reflexos no Brasil

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O consultor de negócios e ex-embaixador do Brasil na Inglaterra e Estados Unidos,

Rubens Barbosa, apresentou no dia 06 de maio, em debate promovido pelo CPP, um novo

panorama para o comércio internacional e mostrou-se preocupado com a ausência de

políticas, planejamento e estratégias capazes de garantir a inserção do país no trade global,

nos próximos anos.

O debate foi mediado pelo professor e coordenador do CPP, Naercio Menezes Filho, e

contou com presença do presidente do Insper, Claudio Haddad, reunindo cerca de 30

participantes entre alunos, professores, colaboradores visitantes e imprensa.

Barbosa lembrou que dos 354 acordos de livre comércio vigentes na atualidade, o

Brasil participa de apenas três – assinados com Israel, Egito e Palestina, defendendo que o país

já vive uma espécie de ‘exclusão’ em relação a importantes tratados com negociações em

andamento ou já firmados.

Ele classificou como ‘revolução’ a tendência de um novo fluxo comercial baseado na

integração de cadeias produtivas globais, com concentração de fabricação de manufaturas em

alguns países e surgimento de ‘multipolarizações produtivas’ fora do âmbito da OMC

(Organização Mundial do Comércio). Lembrou, ainda, que OMC e OCDE (Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estão propondo novas métricas estatísticas para

dimensionar a movimentação internacional.

“Se o Brasil não se ajustar ao novo quadro, vai perder mercado. O país está fora de

uma série de negociações marginais que estão ocorrendo… Nossa situação não é boa. A

Embraer, por exemplo, é a única empresa brasileira que consegue produzir comprando peças

de outros países e inserindo-se em uma supply chain global”, exemplificou. No debate,

Barbosa tratou, ainda, de temas como Mercosul, China, Estados Unidos, desindustrialização,

Custo Brasil, competitividade, tarifas de importação e câmbio.

Conjuntura Econômica

No dia 26 de agosto, o Insper recebeu o CPP Debate Conjuntura Econômica reunindo

dois jovens economistas: Tatiana Pinheiro, Economista Sênior do Santander e alumna Insper, e

Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. A ideia foi abrir espaço para os analistas

falassem sobre o que acham que acontecerá a curto e médio prazo na economia brasileira.

Tatiana Pinheiro abriu a apresentação com um panorama mundial. Segundo ela, com a

recuperação da economia americana o crescimento mundial volta a girar em torno de 3%.

“Nos próximos anos teremos entre 2,5% e 3%, que parece bem mais razoável que os 5% de

começo de 2005 a 2010”, explicou a economista que classifica esse ‘novo normal’ de

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crescimento do mundo como primeiro fator do enfraquecimento de moedas com forte vínculo

em commodities, como o Real.

Já Bráulio Borges disse que os Estados Unidos e, em menor medida, o Japão parecem

estar tirando do buraco outras economias centrais. “Essa perspectiva de um G7 mais forte vem

suscitando ajustes pesados de taxas de câmbio, bolsa, preços de commodities, entre outras

coisas que são uma antecipação do que esperamos para os próximos anos, com essas

economias crescendo mais, um dólar mais fortalecido e de taxas de juros e liquidez

normalizadas nessas economias após essa adrenalina monetária colocada em prática nos

últimos cinco anos”. Para ele, a impressão é que a maior parte dos ajustes no preço de ativos

já ocorreu e que, agora, pouco mudará.

O economista da LCA explicou também que as economias emergentes são muito

diferentes do que eram há 15 anos e que a maior parte das que enfrentam o momento atual

têm regime de câmbio flutuante, acumularam reservas internacionais (apesar dos déficits

internos), têm um endividamento externo muito menor que no passado e sistemas financeiros

mais sólidos. “Sendo assim não enfrentamos uma crise de valores de pagamentos nas

economias emergentes. Esse ajuste é uma antecipação do cenário dos próximos anos, com

moedas das economias centrais voltando a se fortalecer.”

CPP Lectures

As Lectures são mini cursos voltados para os alunos do Insper, que visam

complementar a sua formação acadêmica e o conhecimento em tópicos relevantes de

economia.

Tópicos em demografia e suas implicações econômicas

Estas aulas foram direcionadas aos interessados em entender como a demografia afeta

a economia e o mundo dos negócios. As aulas foram ministradas por Cássio Turra e tiveram

três objetivos:

1. Apresentar conceitos e ferramentas para a análise de fenômenos demográficos;

2. Caracterizar o cenário demográfico atual e a importante transição em curso sob a ótica

dos modelos;

3. Discutir as implicações da transição demográfica para o ambiente de economia e

negócios.

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O curso foi dividido em quatro partes:

Cássio Turra, professor Adjunto do Departamento de Demografia da

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Presidente da Associação

Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP). Tem doutorado em demografia

pela University of Pennsylvania (2004) e pós-doutor pela Princeton University

(2006). É membro da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento,

vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal e

pesquisador reconhecido internacionalmente em técnicas de análise

demográfica, demografia econômica, políticas públicas e dinâmica

demográfica, e mortalidade e saúde adulta

7 de outubro Aula 1: A demografia da estrutura etária: efeitos de período e ciclo de vida.

8 de outubro Aula 2: Modelos de transferências intergeracionais.

9 de outubroAula 3: Mudanças demográficas e seus efeitos sobre crescimento econômico,

desigualdade de renda, gastos públicos e mercado de trabalho.

9 de outubro Seminário: A longevidade em uma perspectiva demográfica.

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Clipping CPP

O jornal Estado de São Paulo publicou no dia 20 de outubro no caderno Metrópole os

resultados inéditos da Pesquisa de Vitimização em São Paulo 2013. A matéria divulgou os

principais resultados do estudo, como por exemplo, o aumento dos furtos contra transeuntes,

aumento das fraudes contra cartão de crédito e a prevalência dos celulares como os itens mais

roubados e furtados na cidade de São Paulo. A seguir seguem trechos da matéria.

“[Por Bruno Paes Manso, O Estado de São Paulo, dia 20/10/2013, editorial Metrópole]”

“Na década, o tipo de crime que mais cresceu na capital foi a fraude eletrônica em

cartão de crédito. Em 2003, apenas 1,4% das pessoas entrevistadas para a pesquisa tinha sido

vítima desse crime. Após 10 anos, a fraude já atingia 5,9% dos entrevistados – aumento de

327,5%.

“O estudo mostra que houve uma alteração clara no padrão de vitimização ao longo do

tempo. Hoje em dia os crimes relacionados a cartões de crédito, fraudes bancárias e sites de

compras são bem mais comuns. Esses crimes são menos violentos e os criminosos correm

menos riscos, mas envolvem uma perda maior de dinheiro”, diz o professor Naercio Menezes

Filho, que coordenou a pesquisa. “A polícia e o Judiciário precisam se atualizar para lidar com

esse crime”.

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Como resultado, atualmente há mais pessoas que sofreram esse tipo de estelionato do

que vítimas de roubo – crimes contra o patrimônio com violência. Em 2003, segundo o estudo,

5,4% dos entrevistados relataram que foram roubados na capital pelo menos uma vez nos 12

meses anteriores à pesquisa, total que caiu para 4,6% em 2013.

“Os dados levantam a hipótese de que talvez a notificação de roubo esteja crescendo

mais do que o crime propriamente”, diz o sociólogo Renato Sérgio de Lima, conselheiro do

Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo estatísticas da Secretaria da Segurança

Pública de São Paulo, os casos de roubo são crescentes. “Os boletins eletrônicos podem ter

ajudado (a aumentar a notificação). A aparente contradição entre dados oficiais e respostas de

entrevistados revela como a pesquisa é importante”, afirma Lima.

Estudos de vitimização são considerados a melhor ferramenta para retratar a

fotografia da cena criminal na sociedade, uma vez que nem todas as vítimas registram

oficialmente na polícia os crimes que sofreram (...)”

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Pesquisas do CPP

O CPP realizou pesquisas científicas nas áreas de produtividade e educação, utilizando

dados de diversas fontes, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),

Pesquisa Mensal de Emprego (PME), Censo Escolar e Censo do Ensino Superior. Foram

produzidos quatro policy papers durante o ano de 2013.

I. Oferta e demanda por trabalho no Brasil – 2006 – 2015. Naercio Menezes Filho e Luiz

Guilherme Scorzafave.

II. Uma história sobre dois países (por enquanto). Marcos Lisboa e Samuel de Abreu

Pessoa.

III. A condição “nem-nem” entre os jovens é permanente? Naercio Menezes Filho, Pedro

Henrique Fonseca Cabanas e Bruno Kawaoka Komatsu.

IV. Mudança da situação de estudo e trabalho dos jovens no Brasil. Naercio Menezes

Filho, Marcos Ki Hyung Lee e Bruno Kawaoka Komatsu.

A seguir seguem resumos dos últimos dois policy papers.

A Condição “Nem-nem” entre os Jovens é Permanente?

Em contraste com o intenso recuo da taxa de desemprego entre jovens nos últimos

anos, há indícios de que parcela significativa e crescente desse grupo não estuda e não

participa do mercado de trabalho, uma situação frequentemente chamada de “nem-nem”.

Fonte: PME/IBGE. Elaboração própria.

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Ano

Figura 1 - Taxa de Desemprego e Proporção de "Nem-nem" entre Jovens (17 a 22 anos) - RMs, 2003-2011

Desemprego "Nem-nem"

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Para a economia como um todo, proporções menores de jovens que não se qualificam

e nem ganham experiência podem representar menor produtividade no futuro. Além disso, o

que pode ser mais grave, esses jovens podem ficar em situação de vulnerabilidade. O presente

estudo tem como objetivo examinar o recente crescimento da proporção de jovens “nem-

nem”, com uma desagregação da sua taxa em dois fatores: a taxa de entrada nessa situação e

sua duração média. Nossos resultados mostram que o aumento da duração média na situação

“nem-nem” explica o aumento ocorrido na taxa. Entretanto, a duração é em média curta e há

indícios de grande rotatividade dessa situação em relação ao mercado de trabalho. Dessa

forma, temos indicações de que a situação “nem-nem” é transitória em grande parte dos

casos. No entanto, observamos um nível preocupante da proporção de “nem-nem” entre

jovens de 17 a 22 anos sem formação completa no Ensino Fundamental, com taxas de entrada

e duração média significativamente maiores do que as de graus de escolaridade maiores.

Mudanças na Situação de Estudo e Trabalho dos Jovens no Brasil

Nos últimos anos temos observado grandes transformações no panorama de educação

e do mercado de trabalho que afetam especialmente a parcela jovem da população, com uma

redução da proporção de estudantes entre os jovens e um aumento da proporção de

trabalhadores no período 2003-2011.

Fonte: PNAD/IBGE. Elaboração própria.

Essas tendências geram preocupações, uma vez que podem estar associadas ao

abandono precoce dos estudos em favor da dedicação integral no mercado de trabalho. No

presente estudo procuramos identificar quais foram os determinantes desses movimentos.

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Ano

Figura 1 - Proporções (%) de Trabalhadores e de Estudantes entre Jovens (17 a 22 anos) - Brasil, 1995-2011

Trabalha

Estuda

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Nossa principal contribuição foi a realização de uma decomposição da evolução das

proporções de trabalhadores e estudantes ao longo do tempo, na tentativa de determinar os

fatores mais relevantes. Nossos resultados mostram que, além de variáveis relacionadas à

educação dos jovens e de seus pais, a renda média (ligada à dinâmica do mercado de

trabalho), foi um dos principais fatores que explicam a recente redução da proporção de

estudantes. Isso significa que o mercado de trabalho tem influenciado jovens a abandonar os

estudos. O aumento relativo de formados no Ensino Fundamental e a redução de mães com

pouca escolaridade afetaram no sentido oposto, do aumento da proporção de estudantes e

redução de trabalhadores.

Para obter os policy papers completos, acesse: http://www.insper.edu.br/cpp/policy-papers/

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Acesso aos dados

Além de disponibilizar pelo site seus estudos e relatórios, o Centro de Políticas Públicas

auxilia os alunos do Insper que estejam em busca de dados diversos. São fornecidos

microdados de educação (SARESP, Prova Brasil), PNADs, POFs e PMEs para alunos interessados

em elaborar estudos ou que necessitem destes dados para elaboração de projetos da

graduação, bem como elaboração de monografias.

Centro de Políticas Públicas do Insper – CPP

Site: www.insper.edu.br/cpp

Blog: http://blog.insper.edu.br/cpp/

Twitter: @cpp_insper

E-mail: [email protected]