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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PEDRO BOARETTO NETO VALDEMIR BALUTA RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO CASCAVEL-PR 2016

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PEDRO BOARETTO NETO

VALDEMIR BALUTA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO

CASCAVEL-PR

2016

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PEDRO BOARETTO NETO

CURSO TÉCNICO EM ELETRÔNICA

VALDEMIR BALUTA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO

Relatório apresentado ao curso Técnico

em Eletrônica do Centro Estadual de

Educação Profissional Pedro Boaretto

Neto como requisito parcial para obtenção

do Diploma de Técnico em Eletrônica.

CASCAVEL-PR

2016

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me dar a oportunidade e a

sabedoria para conseguir conciliar o trabalho, a família e os estudos, sempre me

dando forças e aumentando a cada dia mais o desejo de aprender e se qualificar.

Agradeço também em mesma intensidade aos meus pais Nelson Baluta e

Beatriz B. Baluta, por me darem até hoje exemplos de honestidade, incentivos e

forças para nunca desistir dos meus objetivos. A minha esposa Valdete Nunes e

meu filho Lorenzo Baluta, que sempre souberam entender a importância de todo o

meu esforço para que desta forma atingisse meus objetivos.

Não poderia de forma alguma também deixar de citar aqui os meus sinceros

agradecimentos, a todos os professores, coordenador de curso Gelson Leandro Kaul

e de estágio Ronan Medina, supervisor de estágio Ricardo Siebert, e colaboradores

da escola em geral, pois através de todos é que hoje me considero apto a exercer a

minha profissão.

E por último, deixo meus agradecimentos a todos os amigos que fiz até aqui,

os que por motivos importantes ou não, deixaram o curso, aqueles que permanecem

até agora, e são companheiros em sala ou fora dela, enfim, a todos que comigo

compartilham dos mesmos objetivos, estudar e se qualificar profissionalmente.

EPÍGRAFE

“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um

objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo

fará coisas admiráveis.”

(José de Alencar)

RESUMO

Neste relatório serão apresentadas algumas das principais atividades

desenvolvidas no período de estágio supervisionado, tendo como objetivo principal,

descrever de forma objetiva e clara, o passo a passo desde a entrada do

equipamento no departamento técnico, a avaliação e o diagnóstico dos defeitos em

componentes eletrônicos, bem como as soluções encontradas para soluciona-los.

O estágio foi realizado na empresa Hosp-Lab Biomédica, empresa que atua

como prestadora de serviços técnicos em manutenção e reparação de

equipamentos eletro médicos hospitalares, odontológicos e laboratoriais. As

atividades apresentadas aqui serão, a montagem e desmontagem de equipamentos

eletrônicos, a identificação de defeitos e falhas, em placas e componentes de

equipamentos laboratoriais, bem como a solução encontrada para cada caso.

No primeiro equipamento descrito, um processador de alimentos Cutter o

defeito reclamado era não ligar, após uma análise dos componentes do circuito, foi

identificado um regulador de tensão e um diodo zener defeituosos, foram

substituídos esses componentes e o equipamento voltou a ligar e realizar o

processamento das amostras.

No segundo caso, o equipamento era um Banho Metabólico Dubnoff, com

defeito na etapa de aquecimento, foram realizados testes e medições no circuito

desta etapa, e posteriormente identificado um Solid State Relay (SSR – Relé de

Estado Sólido) danificado, então realizamos a substituição do componente, alguns

testes no restante do circuito para tentar identificar mais algum outro componente

danificado, porém não foi encontrado outros defeitos, o equipamento então foi

montado e permaneceu em testes por um período de tempo e não mais apresentou

falhas.

No terceiro e último caso aqui relatado, o equipamento era um Destilador de

Nitrogênio que não possibilitava a programação da temperatura desejada. Durante o

processo de desmontagem, já identificamos um capacitor eletrolítico estufado no

circuito de alimentação do Dimmer, realizamos a troca deste componente, e o

defeito foi sanado liberando a programação da temperatura no teclado.

Palavras-chave: Estágio, falhas, diagnóstico, manutenção, componentes

eletrônicos, circuitos, equipamentos laboratoriais.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Logo Hosp-Lab Biomédica ........................................................................ 11

Figura 2 - Processador de alimentos Cutter .............................................................. 13

Figura 3 - Base com eixo vertical .............................................................................. 13

Figura 4 - Discos de corte ......................................................................................... 14

Figura 5 - Faca de corte e seu acoplamento ............................................................. 14

Figura 6 - CUTTER CR-4L-N .................................................................................... 15

Figura 7 - Diagrama elétrico CUTTER CR-4L-N ....................................................... 16

Figura 8 - Relé de segurança duplo canal ................................................................. 17

Figura 9 - Diagrama de blocos relé de segurança ..................................................... 18

Figura 10 - Regulador de tensão L7805 .................................................................... 19

Figura 11 - Circuito típico L7812 e L7912 ................................................................. 19

Figura 12 - Diagrama esquemático L7805 ................................................................ 20

Figura 13 - Diodo Zener e simbologia ....................................................................... 21

Figura 14 - Curva característica do zener ................................................................. 21

Figura 15 - Diodo zener como regulador ................................................................... 23

Figura 16 - Resistor limitador .................................................................................... 23

Figura 17 - Banho Maria ............................................................................................ 24

Figura 18 - Relé de estado sólido .............................................................................. 26

Figura 19 - Zero Crossing.......................................................................................... 27

Figura 20 - Esquema elétrico SSR ............................................................................ 27

Figura 21 - Destilador de Nitrogênio .......................................................................... 28

Figura 22 - Conexão de Kjeldahl ............................................................................... 29

Figura 23 - Dimmer microcontrolado ......................................................................... 30

Figura 24 - Zero Crossing.......................................................................................... 31

Figura 25 - Capacitor em corte .................................................................................. 32

Figura 26 - Capacitor eletrolítico ............................................................................... 32

Figura 27 - Capacitores Danificados ......................................................................... 33

Figura 28 - Botoeira Emergência ............................................................................... 35

Figura 29 - Abrindo o equipamento ........................................................................... 36

Figura 30 - Vista interna ............................................................................................ 37

Figura 31 - Capacitor Permanente ............................................................................ 37

Figura 32 - Especificações do Capacitor ................................................................... 38

Figura 33 - Descarga do capacitor ............................................................................ 38

Figura 34 - Teste do capacitor ................................................................................... 39

Figura 35 - Teste do termistor PTC ........................................................................... 40

Figura 36 - Teste de sensores magnéticos ............................................................... 40

Figura 37 - Teste sensor magnético com imã ........................................................... 41

Figura 38 - Relé de segurança duplo canal ............................................................... 41

Figura 39 - Central de controle e proteção ................................................................ 42

Figura 40 - Fonte chaveada ...................................................................................... 43

Figura 41 - Regulador 7805....................................................................................... 43

Figura 42 - Tensão de entrada no regulador ............................................................. 44

Figura 43 - Tensão de saída no regulador ................................................................ 44

Figura 44 - Teste diodo zener ................................................................................... 45

Figura 45 - Remoção de componentes danificados .................................................. 46

Figura 46 - Teste do regulador substituido ................................................................ 46

Figura 47 - Plaqueta de especificações do motor ..................................................... 47

Figura 48 - Preparação para teste de rotação ........................................................... 48

Figura 49 - Teste de rotação ..................................................................................... 48

Figura 50 - Equipamento reparado ............................................................................ 49

Figura 51 - Resistência ............................................................................................. 50

Figura 52 - Abertura da tampa superior .................................................................... 50

Figura 53 - Instruções de ligação do controlador ...................................................... 51

Figura 54 - Controlador digital ................................................................................... 52

Figura 55 - Teste de saída digital do controlador ...................................................... 52

Figura 56 - Atuadores e proteção .............................................................................. 53

Figura 57 - Teste de alimentação do SSR ................................................................ 54

Figura 58 - Dados do equipamento ........................................................................... 54

Figura 59 - Valor Ôhmico da resistência ................................................................... 55

Figura 60 - Teste do circuito de aquecimento ........................................................... 56

Figura 61 - Remoção do SSR ................................................................................... 56

Figura 62 - Instalação do SSR .................................................................................. 57

Figura 63 - Fluxo de corrente no circuito ................................................................... 58

Figura 64 - Verificação de temperatura ..................................................................... 59

Figura 65 - Banho Metabólico em teste ..................................................................... 59

Figura 66 - Ferramentas utilizadas em Banho Metabólico ........................................ 60

Figura 67 - Capacitor eletrolítico danificado .............................................................. 61

Figura 68 - Remoção do capacitor ............................................................................ 61

Figura 69 - Capacitor removido ................................................................................. 62

Figura 70 - Medição de capacitância ......................................................................... 62

Figura 71 - Capacitor substituído .............................................................................. 63

Figura 72 - Painel do destilador funcionando ............................................................ 63

Figura 73 - Caldeira aquecida ................................................................................... 64

LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SIMBOLOS

°C: Grau Celsius - Unidade de medida de temperatura.

A: Ampere - Ampére.

AC/DC: Alternate Current/Direct Current - Corrente Alternada/Corrente Contínua.

F: Unidade de medida da capacitância.

Hz: Hertz - Ciclos por Segundo.

Iz: Corrente de Zenner.

nF: Nanofarad.

pF: picofarad.

PIC: Programmable Integrated Circuit - Circuito Integrado Programável.

PID: Proporcional Integral Derivativo.

PTC: Positive Temperature Coefficient - Coeficiente Positivo de Temperatura.

Pz: Potência Zener.

RPM: Rotações por minuto.

SSR: Solid State Relay - Relé de Estado Sólido.

uF: Microfarad.

V: Volt - Tensão.

Vac: Volt Alternating Current - Tensão Corrente Alternada.

Vdc: Volt Direct Current - Tensão Corrente Contínua.

Vz: Tensão Zener.

W: Watt - Unidade de medida da potência elétrica.

Ω: OHM - Unidade de medida da resistência elétrica.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 HISTÓRIA/PERFIL DA EMPRESA ........................................................................ 11

2.1 SETOR DE ESTÁGIO ...................................................................................... 11

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 12

3.1 PROCESSADORES DE ALIMENTOS ........................................................................ 12

3.1.1 Funcionamento do Processador de Alimentos .......................................... 13

3.1.2 Cutter SKYMSEN CR-4L-N ....................................................................... 15

3.1.3 Relé de Segurança de Duplo Canal .......................................................... 17

3.1.4 Reguladores de Tensão ............................................................................ 18

3.1.5 Diodo Zener .............................................................................................. 20

3.2 BANHO MARIA ................................................................................................ 24

3.2.1 Banho Metabólico Dubnoff MARCONI MA-093/64 .................................... 25

3.2.2 Relé de estado sólido SSR ....................................................................... 25

3.3 DESTILADOR DE NITROGÊNIO TIPO KJELDAHL QUIMIS Q328S ...................... 28

3.3.1 Especificações .......................................................................................... 28

3.3.2 Processo de funcionamento ...................................................................... 29

3.3.3 Dimmer ...................................................................................................... 30

3.3.4 Capacitor eletrolítico.................................................................................. 31

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................................................... 35

4.1 MANUTENÇÃO EM PROCESSADOR DE ALIMENTOS CUTTER. ................. 35

4.2 MANUTENÇÃO EM BANHO METABÓLICO DUBNOFF .................................. 49

4.3 MANUTENÇÃO EM DESTILADOR DE NITROGÊNIO QUIMIS Q328S ........... 60

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 66

10

O estágio supervisionado descrito por este relatório, foi realizado na

empresa Hosp-Lab Biomédica, esta empresa atua como prestadora de serviços

técnicos especializados em manutenção e reparação de equipamentos

eletromédicos hospitalares, odontológicos e laboratoriais.

Neste documento serão relatadas algumas das principais atividades

desenvolvidas no período de estágio, tendo como objetivo principal, descrever de

forma objetiva e clara o passo a passo desde a entrada do equipamento no

departamento técnico, a avaliação, diagnóstico dos prováveis defeitos e as soluções

encontradas para soluciona-los.

As atividades descritas e ilustradas, estarão nos capítulos 3 e 4 deste

relatório, que são as Revisões Bibliográficas e Atividades Desenvolvidas. Nesses

capítulos serão apresentados dados sobre o funcionamento, baseados em manuais

técnicos, pesquisas em livros e sites, bem como as aplicações, defeitos e soluções

encontradas para os equipamentos e componentes defeituosos identificados durante

o período de estágio.

Serão relatadas as desmontagens de equipamentos laboratoriais, a

identificação de defeitos e falhas em placas e componentes eletrônicos, trazendo

ilustrações através de imagens das manutenções realizadas, mostrando como foram

identificados os defeitos, os equipamentos e instrumentos utilizados para o

diagnóstico e solução dos defeitos, bem como a forma utilizada para se chegar até

os componentes defeituosos.

Os equipamentos utilizados para a elaboração deste relatório, são de uso

laboratorial, destinados a análise de alimentos. Serão detalhadas a identificação e a

solução dos problemas em placas de controle e sistemas de parada de emergência

em Processadores de Alimentos Cutter, substituição de chaves estáticas em Banho

Metabólico Dubnoff e capacitores eletrolíticos, neste caso sendo utilizado uma placa

Dimmer para Destiladores de Nitrogênio.

1 INTRODUÇÃO

11

A empresa HOSP-LAB Biomédica foi fundada em 23 de maio de 2014. Está

situada na Rua Recife, 1588 - Centro - Cascavel-PR.

Atua nas área de manutenção e reparação de equipamentos eletrônicos.

Qualificada a avaliar, diagnosticar e solucionar problemas em equipamentos

destinados a análises laboratoriais, das mais diversas áreas, equipamentos

eletromédicos de suporte a vida e monitorização de parâmetros.

A empresa atende todo o estado do Paraná, oferendo soluções rápidas e

precisas, buscando sempre o aperfeiçoamento da prestação de serviços nas

modalidades preditiva, preventiva e corretiva.

2.1 SETOR DE ESTÁGIO

O departamento técnico da empresa, possui um espaço equipado com

bancadas de trabalho, ferramentas e equipamentos destinados a manutenção e

ajustes dos parâmetros exigidos pelo fabricante de cada equipamento.

Sendo sempre supervisionado pelo engenheiro ou gerente técnico, torna-se

um local apropriado para o desenvolvimento do aprendizado nesse segmento, desta

forma proporcionando ao estagiário, a oportunidade de se aplicar na prática todos os

conhecimentos adquiridos durante o curso.

Figura 1 - Logo Hosp-Lab Biomédica

(Fonte: autor)

2 HISTÓRIA/PERFIL DA EMPRESA

12

A seguir será apresentado por este relatório, as revisões bibliográficas

referentes ao funcionamento de Processadores de alimentos, Controles de parada

de emergência, Reguladores de Tensão, Diodos Zener, Banhos Metabólicos, Relés

de Estado Sólido SSR, Destiladores de Nitrogênio, Dimmers microcontrolados e

Capacitores eletrolíticos, equipamentos e componentes esses que fazem parte das

manutenções realizadas no período de estágio, e relatadas neste documento, bem

como uma breve descrição da aplicação de cada equipamento descrito aqui.

3.1 PROCESSADORES DE ALIMENTOS

Os processadores de alimentos, são equipamentos práticos e versáteis, que

rapidamente e com muita facilidade, podem cortar, fatiar, triturar ou moer

praticamente todo e qualquer tipo de alimento.

Apenas trocando seus acessórios, é possível mudar a configuração e as

funções realizadas por um processador, dessa forma alguns modelos são capazes

de preparar desde um suco de frutas até massas consistentes como massa para

preparo de pão por exemplo.

Foi introduzido no mercado norte americano em 1973 pelo engenheiro Carl

Sontheimer, que durante um ano construiu adaptações para transformar um

liquidificador industrial francês em um processador para a cozinha doméstica.

Hoje os processadores são fabricados em vários modelos e tamanhos,

entretanto seus componentes básicos são praticamente os mesmos:

Um motor elétrico, um recipiente com tampa, um tubo alimentador e um

conjunto de acessórios. (LEWIS, 2016).

A figura 2 apresenta um dos modelos industriais disponíveis no mercado.

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

13

Figura 2 - Processador de alimentos Cutter

(Fonte: http://new.siemsen.com.br/)

3.1.1 Funcionamento do Processador de Alimentos

O Motor é sempre alojado na base do equipamento, o que lhe garante

estabilidade e assegura que ele não se mova com o motor em funcionamento.

Saindo do motor estende-se um eixo vertical para acionar os acessórios,

como vemos na ilustração da figura 3. (LEWIS, 2016)

Figura 3 - Base com eixo vertical

(Fonte: autor)

14

Os acessórios, que são os discos para fatiar e triturar são mostrados na

figura 4.

Figura 4 - Discos de corte

(Fonte: http://casa.hsw.uol.com.br/)

Estes discos encaixam no eixo no interior do recipiente.

Local onde também se encaixa a faca de corte em forma de S, também

chamada de faca-haste.

A figura 5 mostra o formato e o encaixe de acoplamento da faca-haste.

Figura 5 - Faca de corte e seu acoplamento

(Fonte: autor)

15

Os discos ficam presos ao eixo na parte superior do recipiente de alimentos.

Então o usuário empurra os alimentos pelo tubo alimentador e estes entram em

contato com os discos, onde nesse momento são fatiados ou ralados.

A faca para trituração fica bem próximo a base do recipiente, dessa forma

conforme ela vai quebrando e cortando o alimento, os pedaços sempre estarão em

contato com a lâmina, por isso são totalmente triturados. (LEWIS, 2016)

3.1.2 Cutter SKYMSEN CR-4L-N

O Cutter (cortador), é um equipamento desenvolvido para o preparo de

alimentos como patês, molhos, pastas, purês, geleias, condimentos e outros.

Na figura 6 temos o aspecto físico do equipamento.

Figura 6 - CUTTER CR-4L-N

(Fonte: http://new.siemsen.com.br/)

Por ser um equipamento com lâmina de corte, que o operador tem fácil

acesso, o gerenciamento do processo para que este entre em funcionamento, conta

com vários dispositivos.

Entre esses dispositivos estão, dois conjuntos de duplos sensores

magnéticos, dispostos na tampa e no copo, e uma chave de emergência.

16

Esses dispositivos, além de interromper o funcionamento, no caso de

qualquer um que seja acionado, ainda fazem com que de forma eletrônica o eixo do

motor trave em fração de segundos. (METALÚRGICA SIEMSEN LTDA., 2013)

Na figura 7 temos o diagrama elétrico do sistema.

Figura 7 - Diagrama elétrico CUTTER CR-4L-N

(Fonte: http://new.siemsen.com.br/)

17

3.1.3 Relé de Segurança de Duplo Canal

Os relés de segurança de duplo canal são dispositivos ou controles de

parada de emergência.

Foram desenvolvidos para aumentar os níveis de segurança de sistemas de

parada de emergência em máquinas, equipamentos ou motores que ofereçam riscos

ao operador e demais pessoas envolvidas.

Esses componentes supervisionam os contatos de botoeiras de emergência,

de sensores magnéticos, chaves de fim de curso entre outros. (WEG Drives &

Controls - AUTOMAÇÃO, 2015)

A figura 8 apresenta um dos modelos disponíveis no mercado.

Figura 8 - Relé de segurança duplo canal

(Fonte: http://www.weg.net/br)

Possuem fonte chaveada que admite entrada de tensão de 90 a 240 Vac,

50/60Hz para gerar tensões de 12 ou 24 Vdc para o seu circuito eletrônico interno de

controle, e para o acionamento dos botões e sensores. As entradas de sinal são de

duplo canal, uma prevendo acionamento com sinal positivo e outra com sinal

negativo, sendo assim uma proteção para que não se faça um “jumpeamento” entre

elas. (WEG Drives & Controls - AUTOMAÇÃO, 2015)

18

A figura 9 apresenta o diagrama de blocos desse dispositivo.

Figura 9 - Diagrama de blocos relé de segurança

(Fonte: http://www.weg.net/br)

Em modo de operação, para a saída ser acionada é necessário habilitar as

entradas, e em seguida pulsar o botão “start manual”, evidenciando assim que o

acionamento das saídas são conscientes e intencionais. (WEG Drives & Controls -

AUTOMAÇÃO, 2015).

3.1.4 Reguladores de Tensão

Reguladores de tensão são circuitos integrados responsáveis por entregar a

uma determinada carga, uma tensão estabilizada, conforme suas especificações.

Existem basicamente dois tipos de reguladores, reguladores que fornecem

uma tensão específica na saída conforme seu projeto, e outros que fornecem

tensões variadas conforme configuramos a sua entrada.

Esses tipos de circuito integrado podem fornecer em sua saída, tensões

positivas ou negativas.

A série de reguladores 78XX e 79XX são as mais comuns e utilizadas,

podendo ser encontradas em diferentes invólucros de acordo com a corrente

tolerada e potência de dissipação. (BRAGA, 2012)

19

A figura 10 mostra o formato de um regulador de tensão em invólucro

TO220.

Figura 10 - Regulador de tensão L7805

(Fonte: www.robocore.net)

Os reguladores da série 78 regulam tensões positivas, enquanto que os da

série 79 estabilizam tensões negativas, mas ambos admitem em sua entrada um

valor mínimo e máximo, para que não se danifiquem e possam manter uma tensão

estabilizada em sua saída

A maioria deles necessitam de no mínimo 3 Vdc acima da tensão

especificada para saída e admitem no máximo 35 Vdc.

A figura 11 apresenta a forma típica de ligação desses componentes.

Figura 11 - Circuito típico L7812 e L7912

(Fonte: http://baudaeletronica.blogspot.com.br/)

20

As letras XX citadas acima, juntamente com a numeração da série do

circuito integrado, representam as várias tensões que estes são encontrados,

substituindo XX pelo numeral 05 por exemplo, saberemos que o regulador fornece 5

Vdc em sua saída, o 08 fornece 8 Vdc, o 12 fornece 12 Vdc, e assim por diante.

E o mesmo acontece com a série 79, mas ao invés de fornecer tensões

positivas estabilizadas, fornece tensões negativas estabilizadas.

Quanto a corrente que suportam, na maioria destes são de no máximo 1A, e

se for acima de 20% desse valor, já se faz necessário o uso de um dissipador de

calor, para garantir o seu funcionamento sem que se danifique por excesso de

temperatura em seu invólucro. (BRAGA, 2012)

A figura 12 mostra esquema elétrico interno de um regulador da série 78XX

Figura 12 - Diagrama esquemático L7805

(Fonte: http://www.datasheetcatalog.com/)

3.1.5 Diodo Zener

O Diodo zener é um componente que possui uma particularidade que o

difere dos diodos comuns.

É um componente de silício que foi projetado para trabalhar na região de

ruptura, por isso é conhecido também como diodo de ruptura.

21

Este tipo diodo é o principal elemento dos reguladores de tensão, que são

circuitos para deixar a tensão sempre constante em uma determinada carga,

independente da oscilação na tensão de entrada ou na resistência de carga.

(MALVINO A. P., 1995)

A figura 13 mostra o seu símbolo esquemático e seu aspecto físico.

Figura 13 - Diodo Zener e simbologia

(Fonte: http://www.ebah.com.br/)

Como os diodos comuns, o zener também começa a conduzir na sua região

direta próximo dos 0,7 Volts.

A figura 14 mostra sua curva característica.

Figura 14 - Curva característica do zener

(Fonte: http://www.netsoft.inf.br/)

22

A tensão zener ou tensão de ruptura, depende do processo de fabricação e

da resistividade do material semicondutor que ele foi fabricado, estando entre 2 e

200 volts.

Esses valores nominais são apresentados no próprio invólucro do

componente ou em seu manual técnico (datasheet).

Na maioria dos casos, é utilizado em polarização reversa, como regulador de

tensão em fontes, ou como referência de tensão para determinada parte de um

circuito. (MALVINO A. P., 1995).

Até um determinado valor de tensão inversa, o zener apresenta um bloqueio

de passagem, também como um diodo comum, porém após esse valor, enquanto

houver corrente inversa circulando por ele, a tensão em seus terminais se mantém

praticamente em seu valor nominal.

Esse importante componente é submetido a trabalhar polarizado

inversamente afim de que se mantenha constante a tensão em seus terminais.

Quanto a potência, ele funciona com um valor de tensão sobre seus

terminais, sendo percorrido por uma corrente inversa.

Desta forma, logo o componente dissipa potência em forma de calor, essa

potência é dada pelo produto da tensão e corrente:

Pz = Vz . Iz

Essa potência de dissipação também é uma característica técnica de cada

zener, sendo encontrados valores de 0,4W, 1W e 10W. com encapsulamento em

vidro ou plástico para potências de até 1W, e metálico para valores de potência

acima de 1W.

Então tendo o valor de sua tensão zener e o valor de potência suportada,

podemos facilmente determinar a corrente máxima que o zener pode suportar:

Izmáx = Pzmáx / Vz

O valor de corrente mínima é definido como sendo 10% do valor de corrente

máxima.

Como regulador de tensão o zener possibilita uma tensão constante a partir

de fontes que forneçam tensões variáveis ou mesmo com cargas de consumo

variável.

A figura 15 abaixo, mostra os três estágios de uma fonte regulada a diodo

zener.

23

Figura 15 - Diodo zener como regulador

(Fonte: http://www.ebah.com.br/)

Como vemos na figura 16, é necessário que se coloque um resistor que

limite a corrente do zener abaixo do valor de sua corrente máxima, para que este

não se danifique.

Figura 16 - Resistor limitador

(Fonte: http://www.ebah.com.br/)

Através deste resistor irá circular a soma das correntes do zener e da carga,

e sua queda de tensão é a diferença entre a tensão de entrada e a tensão zener.

Um circuito regulador utilizando o diodo zener, deve receber na entrada uma

tensão no mínimo 40% maior que o valor desejado na saída, para que a regulação

seja satisfatória. (EBAH, 2016).

24

3.2 BANHO MARIA

Os Banhos Maria, são equipamentos de grande importância em laboratórios

de análises clínicas, de água, solos e alimentícios.

São projetados com a finalidade de aquecer substâncias líquidas ou sólidas,

que não podem ser expostas diretamente ao fogo, ou seja, amostras que precisam

ser ou se manter aquecidas uniformemente.

Esse tipo de equipamento aquece de forma lenta e homogênea,

submergindo recipientes de material plástico, metálico ou vidrarias com as amostras,

que então ficam por um tempo determinado em contato indireto com outro liquido

aquecido pelo banho, normalmente água.

A figura 17 apresenta um dos modelos desse equipamento.

Figura 17 - Banho Maria

(Fonte: http://www.marconi.com.br/)

Existem vários tipos de banhos para aplicações variadas, como banho maria

sorológico, banho maria tipo dubnoff, banho maria com agitação, banhos

ultratermostatizados entre outros. (HIPER QUÍMICA, 2016)

Existem também os banhos maria ultrassônicos, que se diferem dos banhos

citados anteriormente, pois estes além do uso laboratorial, destinam-se a limpeza de

materiais e instrumentações cirúrgicas, em clínicas e hospitais.

25

Também sendo muito utilizados em oficinas mecânicas, para a limpeza e

desobstrução de peças como engrenagens e rolamentos, bicos injetores, válvulas

pneumáticas e de fluxo. (BIO ART SOLUÇÕES INTELIGENTES, 2012)

3.2.1 Banho Metabólico Dubnoff MARCONI MA-093/64

O banho metabólico dubnoff destina-se a parte do processo de estudo de

microbiologia e determinação de fibra alimentar, através de aquecimento e

homogeneização das amostras inseridas.

Sua estrutura é composta por uma cuba em aço e uma plataforma com

garras para inserção das amostras.

Essa plataforma possui movimento pendular, o que provoca a agitação e

consequente homogeneização.

O equipamento possui um motor elétrico acionado por um controlador

eletrônico de velocidade.

O aquecimento é feito através de uma resistência blindada de 4000 Watts.

E o controle de aquecimento e estabilização da temperatura é feito através

de um controlador eletrônico microprocessado PID, e sensor PT100. (MARCONI

EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO, 2016)

3.2.2 Relé de estado sólido SSR

Os SSRs, conhecidos como chaves estáticas ou relés de estado sólido,

visam fazer acionamentos de cargas de até 60 ampères.

São substitutos diretos das tradicionais contatoras, que fazem acionamentos

por contato mecânico, tendo assim várias desvantagens em relação aos

acionamentos estáticos, pois estas tem desgastes mecânicos, o acionamento é lento

comparado aos SSRs, geram interferências e ainda consomem mais energia.

Afigura 18 apresenta o aspecto físico de um SSR.

26

Figura 18 - Relé de estado sólido

(Fonte: http://www.digel.com.br/)

Os relés de estado sólido fazem o acionamento da carga em zero crossing

(passagem por zero).

Possuem proteção contra inversão de polaridade na entrada.

Sinalização por led quando a entrada é na alimentada.

Conta com isolamento óptico que separa a entrada da saída.

Mínimo consumo no disparo.

O funcionamento dos relés de estado sólido é bem simples, para fazer com

que este acione a carga, deve ser aplicada uma tensão que pode variar de 4 a 32

Vdc.

Quando se é aplicada esta tensão em sua entrada, um led ira acender

indicando que nesse momento a carga que está ligada em sua saída encontra-se

alimentada.

Como citado acima, os SSRs possuem sistema de chaveamento em zero

volt, o que significa que o acionamento da carga sempre será feito quando a tensão

passar por zero volt, evitando assim que ele se danifique ou danifique a carga.

A figura 19 apresenta uma imagem de passagem por zero, onde o relé

aciona e desliga a carga.

27

Figura 19 - Zero Crossing

(Fonte: http://labdegaragem.com/)

Este tipo de componente pode comutar a sua saída muitas vezes e em

maior velocidade, se compararmos as contatoras.

A figura 20 apresenta seu diagrama elétrico

Figura 20 - Esquema elétrico SSR

(Fonte: http://www.ssr.com.br/)

Podem ser utilizados em controladores com sistema PID com tempos de

chaveamento mais curtos, dando assim maior estabilidade ao sistema. (THOLS

SISTEMAS ELETRÔNICOS, 2016)

28

3.3 DESTILADOR DE NITROGÊNIO TIPO KJELDAHL QUIMIS Q328S

É um equipamento desenvolvido para destilação de nitrogênio total e

amoniacal pelo princípio de Kjeldahl, que consiste em realizar a destilação através

do arraste de vapor. Figura 21 (QUIMIS APARELHOS CIENTÍFICOS, 2012).

Figura 21 - Destilador de Nitrogênio

(Fonte: http://www.quimis.com.br/)

3.3.1 Especificações

O destilador Q328S é composto por uma caldeira de vidro geradora de

vapor, com enchimento automático;

Vidraria conexão de Kjeldhal, figura 22

Uma resistência elétrica tubular blindada controlada por Dimmer para

aquecimento da caldeira;

A caldeira deste equipamento conta com um sistema de proteção de sobre

aquecimento através de termostatos;

O equipamento possui em seu painel, um display que mostra a regulagem

programada para aquecimento;

29

No mesmo painel encontram-se os comandos das válvulas de alívio de

pressão e admissão de água. (QUIMIS APARELHOS CIENTÍFICOS, 2012).

3.3.2 Processo de funcionamento

Acoplar ao destilador o erlenmeyer contendo 20mL de solução de ácido

bórico 4% com 4 ou 5 gotas de solução de indicador misto;

Adaptar o tubo de Kjeldahl ao destilador;

Adicionar a solução de hidróxido de sódio 50% até obter uma solução de cor

negra (aproximadamente 20mL);

Proceder à destilação;

Recolher o volume necessário para a completa destilação da amônia.

Pode-se testar o ponto final da destilação com papel indicador de pH até que

não ocorra mais reação alcalina.

A solução coletora deve ser mantida fria durante a destilação.

(www.agricultura.gov.br, 2013)

Figura 22 - Conexão de Kjeldahl

(Fonte: autor)

30

3.3.3 Dimmer

Dimmers são dispositivos utilizados para variar a intensidade de

uma corrente elétrica média em uma carga. Eles consistem de gradadores que,

através da diminuição ou aumento da tensão valor eficaz e, portanto, um aumento

da potência média de uma lâmpada ou de uma resistência por exemplo, controlam a

intensidade da luz ou calor produzida pela mesma. Um Dimmer tem como objetivo

fazer com que aumente ou diminua a intensidade luminosa ou de calor através de

um potenciômetro, que auxilia nessa operação.

Em um Dimmer com sistema microcontrolado, o controle é baseado na

detecção de passagem da onda por zero, o Zero Crossing. (LAB DE GARAGEM,

2013)

A figura 23 a seguir apresenta o esquemático de um circuito Dimmer

montado.

Figura 23 - Dimmer microcontrolado

(Fonte: http://microcontrolandos.blogspot.com.br/)

A técnica conhecida como Zero Crossing, consiste em controlar o disparo

para acontecer exatamente no momento em que a senóide passar pelo valor de

tensão igual a zero. Assim, a subida de tensão na carga não será tão brusca e isso

31

evitará a emissão de interferências, reduzindo a geração de harmônicas e

diminuindo os problemas que são gerados pelo controle por fase. A figura 24 mostra

o Zero Crossing em uma onda senoidal de 60Hz.

Figura 24 - Zero Crossing

(Fonte: http://labdegaragem.com/)

O controle de disparo é composto por optoacopladores, que são constituídos

de um diodo emissor de luz infravermelho controlando um FotoTriac.

Além do optoacoplador, um Triac é o responsável pelo corte da onda

senoidal de saída, controlando a potência dissipada na carga. (LAB DE GARAGEM,

2013).

3.3.4 Capacitor eletrolítico

Capacitores em geral, são componentes capazes de armazenar cargas

elétricas.

São construídos basicamente de duas placas metálicas, as quais são

chamadas de armaduras. Essas armaduras permanecem separadas uma da outra

por um material isolante denominado dielétrico.

Nos capacitores eletrolíticos essas armaduras são enroladas em várias

voltas e também separadas entre si por seu dielétrico. Figura 25.

32

Figura 25 - Capacitor em corte

(Fonte: http://www.portaleletricista.com.br/)

O dielétrico dos capacitores eletrolíticos é o que difere dos demais, sendo

um preparado químico chamado de eletrólito, esse eletrólito sofre uma oxidação pela

aplicação de tensão elétrica, assim isolando uma armadura da outra.

Com o uso desse preparado químico a distância entre as armaduras podem

ser muito mais curtas, desta forma possibilitando maiores valores de capacitância.

Em contra partida, possui uma pequena desvantagem, a oxidação entre as

armaduras depende de aplicação de tensão em polaridade correta, então estes são

chamados de capacitores polarizados. Figura 26.

Figura 26 - Capacitor eletrolítico

(Fonte: http://www.eletrodex.com.br/)

33

Consequentemente terão sempre que ser alimentados respeitando essa

polaridade, caso contrário, em um pequeno espaço de tempo o eletrólito sofrerá um

processo de aquecimento que o faz ferver, podendo provocar a explosão do

componente pela formação de gases no seu interior.

A figura 27 apresenta a imagem de uma placa capacitores após explosão.

Figura 27 - Capacitores Danificados

(Fonte: http://ryan.com.br/)

Quanto capacitância, ela é a quantidade de cargas elétricas que um

capacitor pode armazenar, sua unidade de medida é o FARAD, representado pela

letra F, quanto maior a capacitância, maior a capacidade de armazenamento de

cargas.

A unidade FARAD é extremamente grande, por isso são usados sempre

seus submúltiplos, microfarad (uF), nanofarad (nF) e picofarad (pF).

Além da capacidade de armazenamento, os capacitores possuem uma outra

característica elétrica que não deve ser desprezada, que é a sua tensão de trabalho.

Essa tensão é máxima que o componente pode suportar entre as suas

armaduras, se aplicarmos uma tensão acima da tensão de trabalho máxima,

ocorrerá o rompimento do dielétrico, o que também danificará permanentemente o

componente.

34

Esses componentes também estão sujeitos a uma tolerância elevada no seu

valor de capacitância, que é bem maior que em outros componentes eletrônicos,

podendo ser de 20 até 30%.

Quando o capacitor eletrolítico permanece por um período sem utilização, o

dielétrico sofre um processo de degeneração, que altera muito a sua capacitância.

Por conta disso, ao utilizar um eletrolítico estocado a muito tempo, deve-se

conecta-lo a uma fonte de tensão contínua por alguns minutos, antes de aplica-lo ao

circuito, afim de permitir a reconstituição do dielétrico.

35

Neste capítulo serão abordadas as principais atividades do estágio

obrigatório, sendo elas: Manutenção corretiva em Processador de alimentos Cutter,

Banho Metabólico Dubnoff e Destilador de Nitrogênio.

4.1 MANUTENÇÃO EM PROCESSADOR DE ALIMENTOS CUTTER.

Equipamento deu entrada no laboratório, apresentando em sua Ordem de

Serviço solicitada pelo cliente, o defeito NÃO LIGA.

Inicialmente, como primeiro passo a ser tomado por orientação do supervisor

de estágio, verificamos a existência de um possível fusível queimado.

Como o equipamento não possui proteção por fusível, ao menos por acesso

externo, fizemos então uma inspeção visual de seu gabinete.

Onde facilmente detectamos a presença de uma botoeira de acionamento

rápido para emergência, que por sinal encontrava-se praticamente solta do gabinete,

como podemos ver na figura 28.

Também identificamos que na tampa e no recipiente onde o usuário insere

os alimentos, haviam sensores magnéticos.

Figura 28 - Botoeira Emergência

(Fonte: autor)

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

36

O detalhe importante que percebemos nessa botoeira, é que esta tratava-se

de uma botoeira com trava, ou seja, uma vez acionada, o usuário deveria puxá-la

para destravar e fechar os contatos.

Como esta botoeira de emergência estava pressionada, a destravamos e

novamente tentamos ligar o equipamento, pois poderia ter sido acionada

acidentalmente pelo cliente.

Mas mesmo assim, acionando o interruptor de liga/desliga o equipamento

permaneceu desligado.

Com o auxílio de uma chave de boca, retiramos a tampa inferior para

análise da parte interna do equipamento, como mostra a figura 29.

Figura 29 - Abrindo o equipamento

(Fonte: autor)

Retirando a base com os pés, foi possível o acesso aos principais

componentes e instalações elétricas do equipamento, como mostra a figura 30.

Como o equipamento não possui qualquer tipo de iluminação ou display,

indicando se está ou não ligado, com orientação do supervisor, começamos então

medindo a entrada de energia na chave geral.

Com o multímetro na escala de 600 volts para corrente alternada,

verificamos que havia a tensão da rede tanto na entrada, quanto nos bornes de

saída da chave geral, o que eliminou a possibilidade de ser o cabo de alimentação

quebrado.

37

Figura 30 - Vista interna

(Fonte: autor)

Utilizando o multímetro em escala para medir continuidade, e com o

equipamento já desconectado da rede, testamos se os contatos das chaves RESET,

PULSAR, LIGAR e EMERGÊNCIA estavam funcionando.

Como estava tudo certo com as chaves, puxamos o chicote elétrico para

verificar se por vibrações, não havia algum desconectado.

Ao puxarmos os cabos visualizamos o capacitor permanente do motor com

um dos cabos praticamente solto de seu borne, como podemos ver na figura 31.

Figura 31 - Capacitor Permanente

(Fonte: autor)

38

Como estávamos com o capacitor exposto, optamos por retirá-lo e medir se

estava bom. Na figura 32, é possível a visualização das especificações do capacitor

de partida:

Figura 32 - Especificações do Capacitor

(Fonte: autor)

Foi utilizada uma lâmpada incandescente de tensão nominal 220 volts,

ligada aos bornes do capacitor, para certificar-se de que este encontrava-se

descarregado. Figura 33.

Figura 33 - Descarga do capacitor

(Fonte: autor)

39

Com isso, se o mesmo estivesse com carga, essa carga seria descarregada

na lâmpada e não no capacímetro, dessa forma protegendo o aparelho de medição.

Usamos uma lâmpada para tal, pois provocando um curto circuito nos

bornes do capacitor, haveria também seu descarregamento, mas poderia assim

danificar o componente.

Colocamos então o capacímetro em escala de 20uF, e verificamos que este

também apresentava bom funcionamento, como podemos ver na figura 34.

Figura 34 - Teste do capacitor

(Fonte: autor)

Conectamos novamente o capacitor ao circuito e com o multímetro em

escala de tensão, energizamos novamente e constatamos que não havia

alimentação para o motor, a princípio descartando a possibilidade de ter defeitos.

Como o motor possuía suas quatro pontas e mais outros dois fios,

pesquisamos por seu modelo contido na etiqueta e verificamos que se tratava de um

termistor PTC, utilizado como proteção contra superaquecimentos no estator.

Utilizando o multímetro em escala ôhmica ligado aos fios do termistor e um

soprador térmico, constatamos que o mesmo não estava em curto ou aberto, e

variava sua resistência conforme mudava a temperatura.

Na figura 35, visualizamos a forma utilizada para simular o aquecimento no

estator.

40

Figura 35 - Teste do termistor PTC

(Fonte: autor)

Antes de partirmos para análise da etapa de controle eletrônico do

equipamento, ainda restava testarmos os sensores magnéticos, relatados

anteriormente.

Na figura 36 podemos observar que medindo o sensor ele apresenta valor

de resistência infinita, ou seja, encontrasse aberto.

Figura 36 - Teste de sensores magnéticos

(Fonte: autor)

41

Feito esse teste para os dois sensores magnéticos, confirmamos então que

ambos estavam funcionando perfeitamente

O que indicava que o problema estaria mesmo na etapa de controle.

Já na figura 37 a seguir, vemos que ao aproximar um imã do sensor, este

passa de resistência infinita para um valor muito baixo, ou seja, passa a conduzir.

Figura 37 - Teste sensor magnético com imã

(Fonte: autor)

Com um alicate de bico retiramos as porcas que prendiam a central de

controle do equipamento presa ao gabinete.

Figura 38 - Relé de segurança duplo canal

(Fonte: autor)

42

Como podemos observar na figura 38, essa central trata-se de um relé de

segurança de duplo canal.

Com o auxílio de uma chave Philips, abrimos esse relé para fazer a

identificação do problema.

Após abrirmos esse relé, constatamos que o controle do processo de

funcionamento do sistema era microprocessado através de um microcontrolador PIC

16f818 e seus periféricos.

Na figura 39 podemos observar as placas de controle e acionamento da

carga (motor).

Figura 39 - Central de controle e proteção

(Fonte: autor)

Como não tínhamos acesso ao esquema elétrico dessa etapa, por

orientação do supervisor, começamos também partindo do princípio entrada de

alimentação.

E logo visualizamos que a central possuía uma fonte chaveada, como

podemos ver na figura 40.

Por estar em um local de difícil acesso para medir as tensões de saída desta

fonte estando alimentada.

43

Figura 40 - Fonte chaveada

(Fonte: autor)

Optamos então por verificar as tensões de alimentação da placa de

processamento.

E logo visualizamos que havia um regulador de tensão da série 78XX, era

um regulador 7805. Figura 41.

Figura 41 - Regulador 7805

(Fonte: autor)

Utilizando o multímetro em escala para tensão de corrente contínua,

começamos medindo a alimentação de entrada do regulador.

Que conforme seu datasheet, era o pino 1 e sua referência era o pino 2

Na figura 42, podemos visualizar o resultado desse teste.

44

Figura 42 - Tensão de entrada no regulador

(Fonte: autor)

Como podemos ver na figura acima, a tensão de entrada estava presente no

regulador, o que a princípio garantia que a fonte chaveada estava oscilando.

Mas quando, utilizando-se da mesma referência, medimos o pino de saída

do regulador (pino 3).

Verificamos conforme a figura 43, que esta tensão estava em 0 volt, ou seja,

o componente, estava danificado.

Figura 43 - Tensão de saída no regulador

(Fonte: autor)

45

Como na maioria dos casos, um componente não se danifica simplesmente

sem uma causa.

Desligamos o equipamento da rede, e decidimos então medir alguns

componentes que estavam próximos ao regulador.

E por coincidência o primeiro componente que medimos utilizando o

multímetro em escala de continuidade, apresentava resistência muito baixa, próximo

a zero Ω.

Era um diodo zener de 5,1 volt, que após seguirmos as trilhas, constatamos

que este servia como referência de tensão para o pino RB6 do PIC.

Na figura 44 podemos observar a medição do diodo zener.

Figura 44 - Teste diodo zener

(Fonte: autor)

Com o auxílio do ferro de solda e do sugador, fizemos a remoção dos

componentes danificados, como mostra a figura 45.

Com os componentes já retirados da placa, foi solicitado ao supervisor de

estágio, as peças para reposição.

46

Figura 45 - Remoção de componentes danificados

(Fonte: autor)

E enquanto isso, continuamos analisando o restante dos componentes,

como resistores, transistores, capacitores e outros diodos, afim de identificar outro

componente também danificado.

Como não encontramos outro componente danificado, após a substituição

do regulador e do diodo zener, energizamos novamente o equipamento e realizamos

novamente a medição de tensão na saída do regulador.

Figura 46 - Teste do regulador substituido

(Fonte: autor)

47

Agora como podemos ver na figura 46, a tensão medida no pino 3 do

regulador condiz com a tensão especificada em seu datasheet.

Desenergizado e com o auxílio das ferramentas citadas anteriormente,

realizamos a montagem do equipamento para verificarmos se este ligaria.

E então constatamos o funcionamento, conforme previsto.

Conforme orientação do supervisor, era necessário que fizéssemos testes

de acionamento dos dispositivos de segurança.

E também verificar se a rotação do motor condiz com a rotação especificada

em sua plaqueta, já que este depende diretamente da velocidade para realizar o

processamento correto dos alimentos.

Como mostra a figura 47, a velocidade nominal especificada na plaqueta é

de 1.715 RPM a 60 Hertz.

Figura 47 - Plaqueta de especificações do motor

(Fonte: autor)

Retiramos então a faca de corte e o recipiente do equipamento, para deixar

apenas o eixo do motor exposto.

Colamos então um adesivo refletivo ao eixo, afim de utilizarmos um

tacômetro digital, que utiliza um feixe de luz para fazer a contagem das voltas do

eixo.

Colocamos também sobre os sensores magnéticos, os seus atuadores

(imãs) que retiramos da tampa e do recipiente de amostra.

48

Na figura 48 podemos observar como ficou essa configuração.

Figura 48 - Preparação para teste de rotação

(Fonte: autor)

Em seguida acionamos o botão liga do equipamento, e apontamos o

tacômetro para o eixo para efetuar a leitura.

Como podemos ver na figura 49, a leitura do tacômetro apresenta um valor

bem próximo ao especificado pelo fabricante do motor, algo entre 4 a 5% de

diferença

Figura 49 - Teste de rotação

(Fonte: autor)

49

Montamos novamente os atuadores em seus respectivos lugares, testamos

se ao abrir a tampa o equipamento desligaria, e então deixamos em teste por um

período de tempo.

A figura 50 mostra o equipamento em teste e as ferramentas utilizadas para

o reparo e verificação de funcionamento dos componentes envolvidos.

Figura 50 - Equipamento reparado

(Fonte: autor)

4.2 MANUTENÇÃO EM BANHO METABÓLICO DUBNOFF

Nesse caso o equipamento relatado deu entrada ao laboratório ligando,

porém o cliente reclamava que a temperatura não subia, permanecendo sempre em

temperatura ambiente.

Orientado pelo supervisor, realizamos o abastecimento da cuba com água e

então ligamos o equipamento a uma tomada energizada com 220 volts.

Configuramos o controlador para uma temperatura de 100 °C.

Aguardamos por um período de tempo, e a temperatura permaneceu

praticamente inalterada.

Desta forma, um dos prováveis defeitos seria a queima da resistência.

50

Mas como esta apresentava um bom aspecto físico, como mostra a figura

51, e difícil acesso a seus terminais, optamos por começar verificando a saída do

controlador.

Figura 51 - Resistência

(Fonte: autor)

Desconectamos o cabo de alimentação da rede elétrica.

Com o auxílio de uma chave Allen, iniciamos o processo de abertura do

equipamento pela parte superior para análise, como mostra a figura 52.

Figura 52 - Abertura da tampa superior

(Fonte: autor)

51

Com a parte superior do banho exposta, conseguimos ter acesso apenas ao

controlador de temperatura.

Retiramos suas travas que o prendem ao gabinete, e o empurramos para

fora para facilitar a identificação de suas conexões.

A figura 53 apresenta o esquema de ligação do controlador.

Figura 53 - Instruções de ligação do controlador

(Fonte: autor)

Como observamos na figura acima, o controlador possuía uma entrada para

o sensor PT100 nos bornes 10, 11 e 12.

E disponibilizava duas saídas, sendo uma a relé nos bornes 5 e 6, e outra

digital nos bornes 7 e 8.

Como não haviam cabos ligados aos bornes 5 e 6, então sabíamos que a

saída para controle do aquecimento teria que ser através de níveis lógicos contidos

nos bornes 7 e 8.

Conectamos novamente o equipamento à rede elétrica e o ligamos.

E ainda com o controlador exposto, utilizando o multímetro na escala de 20

volts de corrente contínua, aguardamos a inicialização do controlador.

Como podemos observar na figura 54, no display do controlador existe uma

inscrição OUT.

No momento em que esta indicação estiver acesa, indica que a saída que

queremos monitorar (digital) encontra-se ativa, ou seja, em nível lógico 1

52

Então com essa saída ativa, inserimos as ponteiras do multímetro aos

bornes 7 e 8.

Figura 54 - Controlador digital

(Fonte: autor)

E como podemos observar na ilustração da figura 55, vemos que o

controlador está alimentando essa saída, ou seja, está recebendo o sinal analógico

do sensor.

Figura 55 - Teste de saída digital do controlador

(Fonte: autor)

53

Está processando a informação de que a temperatura real está abaixo da

temperatura programada e com isso mandando nível alto na saída.

Com esse resultado, e orientação do supervisor, passamos então para a

etapa seguinte, que foi abrir a tampa inferior do equipamento para analisar o

restante do circuito.

Utilizando uma chave Philips, retiramos a base do banho e ficamos com os

atuadores e dispositivos de proteção e demais componentes expostos, como mostra

a figura 56.

Figura 56 - Atuadores e proteção

(Fonte: autor)

Ao abrirmos então esta etapa do equipamento, visualizamos então que o

atuador responsável por alimentar a resistência era um SSR.

Decidimos então começar medindo se a tensão nos bornes 3 e 4 do SSR

correspondia com a tensão anteriormente medida na saída digital do controlador.

Fazendo isso, eliminaríamos a possibilidade de um dos fios estar

interrompido entre o controlador e o SSR.

Na figura 57 é possível visualizar que exatamente a mesma tensão que

medimos na saída do controlador estava também na entrada do SSR.

Sendo assim, o defeito estaria provavelmente no próprio SSR, na

resistência, ou ainda em um cabo rompido.

54

Figura 57 - Teste de alimentação do SSR

(Fonte: autor)

Como a saída desse componente é de certa forma uma chave, ou seja,

quando alimentamos a entrada temos na sua saída um estado de condução.

Poderíamos então forçar um curto entre os bornes de saída pra ver se a

resistência aquecia.

Mas como a resistência por algum motivo poderia estar danificada ao ponto

de seus terminais estarem em curto.

Para evitar qualquer tipo de acidente ou queima de componentes, preferimos

medir o valor ôhmico da resistência e aplicar à Lei de Ohm, para certificarmos de

que esta estaria em boas condições.

Como podemos ver na figura 58, a potência do equipamento é de 4000

Watts, e é alimentado em 220 volts.

Figura 58 - Dados do equipamento

(Fonte: autor)

55

Com o equipamento novamente desenergizado, e sabendo-se que tensão

ao quadrado sobre a potência é igual a resistência. ( V² / W = R )

Logo 220V x 220V / 4000W = 12.1R

Fizemos o cálculo e comparamos ao valor medido com o multímetro no

conector que alimenta a resistência, e o teste mostrou valor muito próximo ao

encontrado pela fórmula, como vemos na figura 59.

Figura 59 - Valor Ôhmico da resistência

(Fonte: autor)

Sendo assim, poderíamos simular o funcionamento do SSR fazendo uma

ligação direta entre seus pinos 1 e 2.

Para garantir que estaríamos apenas energizando a resistência, com o

auxílio de uma chave Philips retiramos os cabos da saída do SSR.

Utilizando uma garra jacaré juntamos suas pontas dos cabos.

Certificando-se de que não havia contato desses cabos com qualquer outra

parte do equipamento o energizamos.

Esse teste está ilustrado pela figura 60.

Assim que o controlador entrou em funcionamento, percebemos o

desprendimento de calor na resistência.

Concluímos então que o problema estava mesmo no SSR.

56

Figura 60 - Teste do circuito de aquecimento

(Fonte: autor)

Desligamos o equipamento da rede elétrica.

Utilizando chaves de fenda e Philips, retiramos o componente danificado

como ilustrado na figura 61.

Foi solicitado então ao supervisor do estágio providenciar outro componente

de mesmas especificações.

Figura 61 - Remoção do SSR

(Fonte: autor)

57

Utilizando a própria chave de fenda, removemos a pasta térmica do

dissipador de calor, pois a pasta existente encontrava-se ressecada.

Motivo pelo qual, associado ao tempo de uso, talvez tenha sido o que

ocasionou a queima do SSR.

Com o novo SSR em mãos, e inserindo uma nova camada de pasta térmica

no dissipador, fixamos então o SSR ao dissipador, como vemos na figura 62.

Figura 62 - Instalação do SSR

(Fonte: autor)

Novamente então alimentamos o equipamento na rede elétrica e

conectamos o multímetro digital e o amperímetro ao SSR.

Apenas para nos certificarmos de que estava tudo certo com o circuito de

aquecimento.

Na figura 63 podemos visualizar o valor da corrente elétrica que percorre o

circuito, no momento em que se tem a entrada do SSR alimentada pela saída do

controlador.

Novamente aplicando a fórmula baseada na Lei de Ohm, onde:

Potência sobre Tensão é igual a Corrente ( W / V = I ).

Temos então um valor bem próximo ao valor lido pelo amperímetro.

( 4000W / 220V = 18,1A )

58

Figura 63 - Fluxo de corrente no circuito

(Fonte: autor)

A diferença de valor lido e calculado está ligado ao fato de que a rede

elétrica pode ter variações e devido ao desprendimento de calor na resistência, esta

pode também sofrer pequenas variações em seu valor ôhmico.

Estando certo do seu funcionamento, deligamos da rede e utilizando as

mesmas ferramentas citadas anteriormente, realizamos a montagem do

equipamento.

Após a montagem, por instruções do supervisor, realizamos todos os testes

de funcionalidades do equipamento.

Como programação do controlador, verificação e testes das chaves e

potenciômetro do painel, e ainda teste de controle de agitação, já que este

equipamento possui essa função.

Estando então com o equipamento montado, e abastecido com água em sua

cuba, foi necessário que fizéssemos a verificação se a temperatura estava correta.

Configuramos o controlador para 100 °C, e juntamente com um termômetro

digital aferido, acompanhamos a rampa de subida da temperatura, como vemos na

figura 64.

59

Figura 64 - Verificação de temperatura

(Fonte: autor)

Após acompanharmos a rampa de elevação da temperatura, e agora com a

tampa sobre a cuba, como mostra a figura 65, aguardamos a sua estabilização em

100 °C.

Figura 65 - Banho Metabólico em teste

(Fonte: autor)

Estando a um certo tempo ligado e com a temperatura estabilizada no valor

configurado por nós, encerramos os testes e realizamos a limpeza e a embalagem

do equipamento para posterior entrega ao cliente.

60

A imagem 66 mostra as ferramentas e materiais utilizados na manutenção

do equipamento acima citado.

Figura 66 - Ferramentas utilizadas em Banho Metabólico

(Fonte: autor)

4.3 MANUTENÇÃO EM DESTILADOR DE NITROGÊNIO QUIMIS Q328S

Equipamento deu entrada no laboratório apresentando falhas na etapa de

programação do aquecimento da caldeira.

Quando acionado o interruptor de liga/desliga, percebia-se que a iluminação

interna e a solenoide de abastecimento da caldeira entravam em funcionamento.

Porém a resistência não aquecia, pois como caracteres no display

permaneciam travados em um valor fixo, não era possível a programação da

temperatura no teclado.

Realizamos a abertura do equipamento para análise, e assim que retiramos

o painel, já avistamos que havia um capacitor eletrolítico com seu invólucro estufado

na placa controladora, como pode ser visualizado na figura 67.

61

Figura 67 - Capacitor eletrolítico danificado

(Fonte: autor)

Conforme sugestão do supervisor de estágio, retiramos a placa do gabinete

do equipamento, e com o auxílio do ferro e do sugador de solda removemos o

capacitor da placa, como mostram as figuras 68 e 69.

Figura 68 - Remoção do capacitor

(Fonte: autor)

62

Na figura 69 abaixo, é possível então a visualização do capacitor eletrolítico,

já removido da placa, para ser substituído por outro de igual valor de capacitância e

tensão de trabalho, podendo ser essa tensão igual ou superior a especificada.

Figura 69 - Capacitor removido

(Fonte: autor)

Mesmo sabendo que o componente em questão seria substituído, para

efeito de conhecimento ligamos o capacitor danificado a um capacímetro digital, que

fez a leitura de 074uF, como mostra a figura 70. Indicando que esse já seria o

defeito ou um dos defeitos do equipamento, já que este capacitor tem como

especificação do fabricante uma capacitância de 470uF.

Figura 70 - Medição de capacitância

(Fonte: autor)

63

Substituímos o capacitor por outro de mesmo valor e iniciamos o processo

de montagem do equipamento, para realização dos testes de funcionamento. Na

figura 71 é possível a visualização da placa já com o capacitor substituído.

Figura 71 - Capacitor substituído

(Fonte: autor)

Após a montagem, ligamos a uma tomada 220V e observando o display

percebemos que o mesmo voltou a apresentar os valores conforme deveria, ou seja,

inicializar em 0% para que o usuário configurasse o valor desejado para

aquecimento, a figura 72 mostra o painel do equipamento já em funcionamento.

Figura 72 - Painel do destilador funcionando

(Fonte: autor)

64

Através das teclas do dimmer selecionamos o valor de 80% da temperatura

máxima permitida para ajuste, e logo após a configuração já percebemos que a

resistência começou a desprender calor no interior da caldeira.

Na figura 73 é possível ver a água na caldeira já em processo de ebulição.

Figura 73 - Caldeira aquecida

(Fonte: autor)

Após termos constatado que o defeito havia sido resolvido, realizamos

alguns processos de destilação para testes de eficiência, e finalizamos a montagem

e a limpeza das vidrarias para posterior entrega do equipamento ao cliente.

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Este trabalho de conclusão de curso, teve como objetivo principal,

proporcionar um aprimoramento dos conhecimentos adquiridos em sala de aula,

buscando através das práticas realizadas durante o estágio e das referências

bibliográficas pesquisadas para a elaboração deste relatório, a complementação da

excelente base que o curso técnico em eletrônica nos transmitiu.

E esse objetivo foi alcançado de forma muito satisfatória, pois através das

práticas do estágio descritas no capítulo 4, associadas as pesquisas por referências

bibliográficas, referentes aos assuntos dessas práticas, possibilitaram a clareza de

assuntos que antes pareciam complexos.

O conteúdo que tivemos sobre fontes reguladas da disciplina de Eletrônica

Analógica, e sobre fontes chaveadas da disciplina de Sistemas Eletrônicos, foram

extremamente importantes, e ajudaram muito na análise e identificação do problema

apresentado pelo equipamento da primeira atividade, onde tínhamos um problema

de falta de alimentação em uma determinada etapa do circuito.

O assunto sobre acionamentos de cargas apresentado na disciplina de

Automação Industrial, associado aos conhecimentos sobre níveis lógicos da

disciplina de Eletrônica Digital, também foram de grande valia para a identificação do

problema apresentado pelo segundo equipamento, onde foram necessários testes

do nível lógico na entrada de um SSR e a comutação deste para o acionamento da

carga.

Com relação a terceira atividade apresentada por este relatório, novamente

créditos a disciplina de Eletrônica Analógica, com o assunto fontes, e também a

disciplina de Sistemas Microcontrolados, contendo o assunto microcontroladores,

pois nesse caso solucionamos o problema de filtragem da fonte, onde havia um

capacitor estufado causando anomalias no funcionamento do microcontrolador.

A expectativa com relação a carreira profissional é muito otimista após uma

qualificação profissional de nível técnico, pois para se chegar a esta qualificação,

foram necessários dias, meses e anos de estudo, tornando o profissional da área de

eletrônica, apto a desempenhar as atividades com excelência, que é exatamente o

que o mercado de trabalho atual busca, profissionais qualificados.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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