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Recente pesquisa di- vulgada pelo Instituto Na- cional de Ciências e Tecno- logias Analíticas Avançadas comprovou que a água de 19 capitais brasileiras está contaminada por cafeína e produtos de limpeza. Os estudos foram feitos com amostras de água recolhidas diretamente da rede de dis- tribuição, a mesma que sai de nossas torneiras, conside- rada potável pela legislação atual. As capitais com os maiores índices dessas subs- tâncias são Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Belo Horizonte e Vitória. Segundo a doutora em Química da UFMT, Eliana Freire Gaspar, a quantidade de substâncias encontra- das nos mananciais e que acabam indo parar no abas- tecimento vem do próprio consumo humano. Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do Sul R$ 3,10 - ANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013 www.copopular.com.br MAIS NA PÁGINA 2 MAIS NA PÁGINA 5 MAIS NA PÁGINA 8 MAIS NA PÁGINA 4 MAIS NA PÁGINA 7 MAIS NA PÁGINA 3 MAIS NA PÁGINA C3 Polêmica adiada EDITORIAL MAIS NA PÁGINA B1 Por Fernando Ordakowski Convênio de R$ 4,5 milhões sob suspeita Secopa faz pagamentos a Instituto Ação Verde para reflorestamento e neutralização de carbono, mas as mudas são fornecidas pela Empaer “VERDINHAS DA SECOPA” Cuiabá no ranking de contaminação d’água ABASTECIMENTO A cada três assassinatos no Brasil, dois são de negros Quatro municípios de MT são contemplados no Programa Cidades Digitais DESIGUALDADE RACIAL TECNOLOGIA Pratos leves e saudáveis na porta de casa BODYCHEF Em Cuiabá, o chef Mario Esposito apresenta a sua dieta delivery. Se no País a exposição da po- pulação à possibilidade de morte violenta já é grande, ser negro corresponde a per- tencer a um grupo de risco. Projeto do governo federal pretende modernizar gestão e acesso aos serviços públicos. Manobra judicial teria beneficiado MM e “Nei” MINA DE OURO Prefeito-empresário e seu sócio Valdinei Mauro de Souza – vulgo “Nei” - teriam adquirido mineradora que detém jazidas avaliadas em mais de R$ 700 milhões por uma bagatela. Ambos estão sob suspeita de terem sido beneficiados por uma nebulosa manobra judicial orquestrada no Nú- cleo de Conciliação da Justiça do Tra- balho em Mato Grosso que terminou na transferência à dupla da empresa Minérios Salomão. É de se observar que a Minérios Salomão não é um sim- ples “garimpo”. Ainda que com sérios problemas na gestão de seu pessoal, a firma tem imenso potencial econômi- co, já que controla reservas auríferas e outros recursos naturais. De acordo com Laudo Técnico 610/620, pro- duzido por solicitação do TRT, suas jazidas estariam avaliado atualmente em um montante de R$ 723.788.869, 11 - enquanto as dívidas trabalhistas somam pouco mais de dois milhões de reais. Para disputar o controle das cotas da empresa Minérios Salomão foram credenciadas as empresas IDE- PP Desenvolvimento de Projetos Ltda e a Bimetal Participações, esta de pro- priedade do prefeito-empresário. Por conta da atuação suspeita do juiz Luís Aparecido Ferreira Torres, aquilo que deveria ter sido resolvido pelo repasse das cotas para o autor da maior ofer- ta, transformou-se em uma grande confusão que já resultou em diversas ações nas quais é questionada a le- galidade de todo o procedimento. À caça de informações sobre o caso, a reportagem do Centro-Oeste Popular procurou entrevistar os principais envolvidos. TRIMEC O juiz José Arimatéia Neves da Costa, da 20ª Vara Cível da Comarca de Cuiabá negou medida cautelar requeri- da pelo empresário Wanderley Fachetti Torres – o “Dono de Mato Grosso” -, também proprietário da empreiteira Trimec Construções e Terraplenagem Ltda.

CENTRO OESTE POPULAR ED 581

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O JORNAL DO CENTRO OESTE... 24 PAGINAS MT-MS-DF.

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Page 1: CENTRO OESTE POPULAR ED 581

Recente pesquisa di-vulgada pelo Instituto Na-cional de Ciências e Tecno-logias Analíticas Avançadas comprovou que a água de 19 capitais brasileiras está contaminada por cafeína e produtos de limpeza. Os estudos foram feitos com amostras de água recolhidas

diretamente da rede de dis-tribuição, a mesma que sai de nossas torneiras, conside-rada potável pela legislação atual. As capitais com os maiores índices dessas subs-tâncias são Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Belo Horizonte e Vitória.

Segundo a doutora em

Química da UFMT, Eliana Freire Gaspar, a quantidade de substâncias encontra-das nos mananciais e que acabam indo parar no abas-tecimento vem do próprio consumo humano.

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mais na página 7

mais na página 3

mais na página c3

Polêmica adiadaeditorial

mais na página b1

Por Fernando Ordakowski

Convênio de R$ 4,5 milhões sob suspeitaSecopa faz pagamentos a Instituto Ação Verde para reflorestamento e

neutralização de carbono, mas as mudas são fornecidas pela Empaer

“VerdinHas da secopa”

Cuiabá no ranking de contaminação d’água

abastecimento

A cada três assassinatos no Brasil, dois são de negros

Quatro municípios de MT são contemplados no

Programa Cidades Digitais

desigualdade racial

tecnologia

Pratos levese saudáveisna porta de

casa

bodycHef

Em Cuiabá, o chef MarioEsposito apresenta a sua

dieta delivery.

Se no País a exposição da po-pulação à possibilidade de morte violenta já é grande, ser negro corresponde a per-tencer a um grupo de risco.

Projeto do governo federal pretende modernizar gestão e acesso aos serviços públicos.

Manobra judicial teria beneficiado MM e “Nei”

mina de ouro

Prefeito-empresário e seu sócio Valdinei Mauro de Souza – vulgo “Nei” - teriam adquirido mineradora que detém jazidas avaliadas em mais de R$ 700 milhões por uma bagatela. Ambos estão sob suspeita de terem sido beneficiados por uma nebulosa manobra judicial orquestrada no Nú-cleo de Conciliação da Justiça do Tra-balho em Mato Grosso que terminou na transferência à dupla da empresa Minérios Salomão. É de se observar que a Minérios Salomão não é um sim-ples “garimpo”. Ainda que com sérios problemas na gestão de seu pessoal, a firma tem imenso potencial econômi-co, já que controla reservas auríferas e outros recursos naturais. De acordo com Laudo Técnico 610/620, pro-duzido por solicitação do TRT, suas jazidas estariam avaliado atualmente

em um montante de R$ 723.788.869, 11 - enquanto as dívidas trabalhistas somam pouco mais de dois milhões de reais. Para disputar o controle das cotas da empresa Minérios Salomão foram credenciadas as empresas IDE-PP Desenvolvimento de Projetos Ltda e a Bimetal Participações, esta de pro-priedade do prefeito-empresário. Por conta da atuação suspeita do juiz Luís Aparecido Ferreira Torres, aquilo que deveria ter sido resolvido pelo repasse das cotas para o autor da maior ofer-ta, transformou-se em uma grande confusão que já resultou em diversas ações nas quais é questionada a le-galidade de todo o procedimento. À caça de informações sobre o caso, a reportagem do Centro-Oeste Popular procurou entrevistar os principais envolvidos.

trimecO juiz José Arimatéia Neves da

Costa, da 20ª Vara Cível da Comarca de Cuiabá negou medida cautelar requeri-da pelo empresário Wanderley Fachetti Torres – o “Dono de Mato Grosso” -, também proprietário da empreiteira Trimec Construções e Terraplenagem Ltda.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

O jogo político--eleitoral é todo per-sonalizado. Nesse sentido, as agremia-ções partidárias do país são semelhantes. Até porque pessoas se juntam a outras por interesses parti-culares e por espaço político, não em razão de programas e de projetos. Esta situa-

ção se repete em Mato Grosso.Por aqui, aliás, dois coronéis regionais

controlam e monitoram quase completamente o tablado da política. Nada, por exemplo, em relação à sucessão do Silval Barbosa, passa distante dos olhos de Blairo Maggi e José Riva. Ainda que eles não sejam candidatos.

Isso torna mais claro quando se leva em consideração que candidato algum conquista sozinho a vitória eleitoral. Para tal conquista, carece de apoios e de “articuladores”. Perso-nagens que, por outro lado, sofrem influên-cias ou, em sua maioria, são influenciados pelos ditos coronéis, os quais lhes têm re-compensados com vantagens e benefí-cios, próprios do mer-cado da política – cuja movimentação se dá pela troca. Relação antiga, remonta desde a antiga Grécia, fincou raiz nos regimes absolutistas e se consolidou nos Estados e unidades modernas.

Colocar-se alheio ao que passa nesse mercado é, em outras palavras, deixar escapar uma peça importante para o entendimento do jogo e do cenário político-eleitoral. Pior ainda, deixar-se levar pela onda da fantasia, pois ine-xiste figura política – com êxito nas disputas – desgarrada dos laços mercadológicos, bem como dos apadrinhamentos e de apoiadores.

O senador pedetista, por exemplo, se mostra arredio a determinados aliados, o que pode atrair eleitores, mas o deixa bastante fragilizado e facilmente sujeito ao processo de ser “fritado”. Possibilidade que se tornou real, aliás, conforme um dos sites locais. Tal-vez por essa razão, o Pedro Taques defende a reoxigenação do “MT muito mais” (PV, PPS,

PDT e PSB), com vistas a sua candidatura ao governo do Estado. Leia-se: Percival Muniz, Otaviano Pivetta e Mauro Mendes. Políticos – vale acrescentar - ligados ou próximos do Blairo Maggi que, quando no governo, tam-bém contou com o apoio do Partido Verde, mesmo diante das resistências dos ecologistas.

Foi nesse ínterim, que o Sachetti trocou o PDT pelo PSB. Há quem ache: por influ-ência do republicano, até para “enfraquecer a candidatura Taques em Rondonópolis”, e, por extensão, a todo o “Sul” do Estado. Tese, porém, destituída de fundamentação, embora se saiba da importância política do ex-prefeito na região.

Uma região, cujo cenário é todo loteado por políticos. E isso obriga os candidatos ao governo a se aproximarem de cada um deles. O Julier, a propósito, já tentou essa aproxima-ção. Caso saia candidato seria mesmo pelo PT – sigla ligada ao governador que, por sua vez, deve favores políticos ao Blairo – a despeito disso, o juiz conversou com parlamentares, entre os quais o próprio Riva. O Riva que, recentemente, teve longas conversas com Eraí Maggi – supostamente adversário do Blairo,

tanto nos negócios quan-to na política. A partir dessas conversas, tidas com o líder do PSD, que o empresário resolveu deixar o PDT, mas a sua opção pelo PP foi uma recomendação do primo--senador.

O primo que, no iní-cio, diante da proximidade do Eraí com o Riva, tratou logo de lançar a candidatura ao governo de Maurício Tonhá, dividindo, assim, politi-camente o setor do agronegócio, e também para funcionar como pressão contra o Eraí e o Pedro Taques. Então, não é de graça quando o ex-prefeito de Água Boa diz que “o Taques bem que poderia se juntar a ele”, Tonhá, “e ser” o seu vice.

Igualmente não são de graça as críticas do José Riva ao governo do Estado. Pois as tais críticas servem também para evitar que surja uma 3ª. via completamente longe do seu controle.

Percebe-se, então, uma “briga” – anti-ga – entre o Riva e o Blairo pelo controle do processo de sucessão do Silval Barbosa. Vale a pena, prezado (e) leitor, dar atenção a ela.

Um problema já grande, que parece estar assumindo proporções catastróficas: A difi-culdade de mobilidade nas maiores cidades do país. Congestionamentos gigantescos, Acidentes evitáveis, estão no topo de uma lista hipotética, onde listaríamos as consequências de um problema gravíssimo: A falta de plane-jamento por parte dos governos envolvidos.

Desde o começo. Reduzindo o IPI dos automóveis, o governo atestou sua fraca ca-pacidade de previsão estratégica. Com essa medida, o interesse pela compra do automóvel aumentou. Ao mesmo tempo em que se igno-rou o fato de que o espaço público poderia ser insuficiente para comportar tamanha frota. Para compensar seu prejuízo, alguns governos buscam meios de encarecer o uso do automó-vel, através de medidas como o aumento no preço dos combustíveis, e de propostas de pe-dágio urbano. Essas medidas desencorajariam uma parcela da população, que em teoria bus-cariam no transporte coletivo e no transporte não-motorizado, novas formas de locomoção.

O problema é que, na prática, temos uma sociedade “carrocra-ta” (neologismo que indica a dependên-cia do brasileiro em relação aos veículos motorizados, em es-pecial os carros), que prefere enfrentar en-garrafamentos a se submeter ao trans-porte coletivo e não--motorizado. E essas pessoas não deixam de ter razão. Não temos uma frota coletiva de alta qualidade e confiabilidade, aliada a uma rede de vias para o transporte não- motorizado que justifiquem tal migração.

Imagine um seguinte cenário hipotético. Uma cidade com um sistema de trânsito bem planejado e monitorado. Um pedestre precisa se locomover ao seu trabalho, distante 40 qui-lômetros de sua casa. Ele tem a disposição um carro, mas, nessa simulação, o transporte pú-blico é eficiente e com horários bem definidos, além de contar com equipamentos confortáveis e pouco poluentes. Ele então, pega sua bici-cleta, pedala na rede de ciclovia até o ponto de metrô (ex.) mais próximo. Ao chegar ao local, ele embarca no metrô com a bicicleta e a coloca

no espaço apropriado dentro do metrô. Este, por sua vez, o leva no tempo previsto até o local mais próximo de seu trabalho, onde ele desembarca e pedala até o bicicletário se-guro, onde ele deixa sua bike e segue até o seu escritório. Nesse percurso, ele levou 45 minutos. De carro, ele levaria 1h e 20min. Além de economizar e se exercitar pedalando, ainda chegou mais cedo. Tal cenário não é incomum em várias cidades do Japão, que contam com bicicletários subterrâneos e integração com metrô.

Entende-se que não há mais espaço para administração ignorar o planejamento estratégico. O estado já paga muito caro pelas falhas de previsão e planejamento. A começar pela pasta da Saúde, que paga pelos

acidentados (vítimas da falta de estrutura viária básica, aliada a uma fis-calização pífia e um trei-namento de motoristas insuficiente), e pelos que indiretamente contraem doenças relacionadas à poluição e ao estresse diário. Podemos citar também as perdas eco-

nômicas, geradas pelo tempo perdido pelos motoristas enfrentando congestionamentos quilométricos.

Os corredores de ônibus que estão sendo implantados em São Paulo são uma peque-na parcela do que deve ser feito. É de vital importância, que se crie um mecanismo de monitoramento e melhoria do trânsito, seguida da disponibilização de alternativas de locomo-ção de qualidade e confiabilidade. Alia-se a esse processo, uma fiscalização focalizada na prevenção de acidentes e a punição rigorosa dos infratores (muitos dos quais, provocam graves acidentes, e permanecem impunes, pois a lei ainda entende como acidentes, diversos tipos de crimes no trânsito, verdadeiros as-sassinatos).

Na primeira vez em que um especialista, cujo nome já esqueci, ousou cravar uma data (2043) como o ano em que circularia a última edição em papel do último jornal do planeta, dei de ombros: em 2043, teria 100 anos e já estaria morto ou, na pior das hipóteses, vivo mas aposentado.

O problema seria portanto da garotada que está começando, não meu.

Começo agora a ter segundos pensamentos. Talvez o papel não chegue a 2043, a julgar pela decisão do “Financial Times” de priorizar a edição digital em detrimento da edição impressa --ou como complemento, depende do ponto de vista.

O “FT” é ou era um das últimas publicações que eu esperava ver migrar do papel para o digital. Como eles têm certezas absolutas sobre a econo-mia de todo e qualquer país, sobre a economia internacional e sobre cada empresa mais ou menos relevante, imaginei que soubessem tudo também sobre o próprio negócio e, portanto, jamais seriam envolvidos pela crise que afeta a mídia no mundo inteiro.

O anúncio de que a estratégia --batizada de “digital first”-- vai mudar mostra que até essa bíblia do mundo financeiro sofre com a queda de circulação. O “FT” começou o ano com uma redução nas vendas de quase 4% em relação aos números com que fechara 2012.

Mas, atenção, o fim do jornal impresso pode ser antes de 2043, como muita gente diz, mas pode ser também depois, até mesmo na avaliação de Lionel Barber, o editor do “Financial Times” e principal porta-voz da mudança de estratégia. Vejam o que ele disse em entrevista de julho para a Columbia Review of Journalism:

Pergunta - Não haverá um momento em que fará sentido parar de imprimir o jornal? Uma porção de jornais está tentando adivinhar quando e se isso acontecerá...

Lionel Barber - Nunca entro nesse debate porque, primeiro de tudo, o impresso é valioso. É absolutamente óbvio para mim que um certo grupo de pessoas quer ler o jornal impresso. Acabo de passar três dias em Nova York. Tive entrevistas com pelo menos cinco líderes de firmas de Wall Street, e eles compram uma ou duas edições do jornal. Eles assinam, uma para casa, outra para o escritório. E não querem lê-lo no seu computador. Leem no papel. E, o que é interessante, dois deles disseram que acreditam realmente que ler um jornal é uma forma mais profunda de ler porque você se concentra mais no que está ocorrendo na página impressa [do que no computador].

Deus dê longa vida a esse tipo de pessoas porque o jornalismo precisa de tempo para de-senhar um modelo de negócios que permita ou a convivência papel/digital ou como ganhar dinheiro com jornalismo na internet.

Quando digo ganhar dinheiro, quero di-

zer dinheiro suficiente para manter redações pletóricas como as que existiram nos melhores momentos do jornalis-mo impresso.

Hoje, o que está havendo, nas redações do mundo inteiro, é um verdadeiro genocídio de postos de trabalho, até porque as demissões do pessoal do papel não são acompanhadas de contratações equiva-lentes no mundo digital. O próprio “FT” é um exemplo: ao anunciar o “digital first” no início do ano, deixou claro que ha-veria 35 demissões na redação-papel, para apenas 10 contratações para a área digital.

Ou seja, 25 vagas fo-ram para o espaço, em uma redação de aproxi-madamente 600 pessoas, o que dá um corte de cerca de 4%.

Não é difícil supor que haverá, agora, novos cortes, porque o “FT” su-primirá todas as edições regionais em papel, exceto a da própria sede, Londres.

O que há de positivo no novo modelo é que ele pretende romper a sabedoria convencional que diz que o digital é imediatista e o papel é o aprofundamento. Lionel Barber diz que o “FT” precisa ser rápido, o que é óbvio, mas “não mais rápido do que todo o mundo porque precisamos ser cuidadosos em não apressar julgamentos ou correr atrás do último rumor. Isso é perigoso”.

É uma tese que sempre defendo quando dis-cuto jornalismo com meus botões: o importante não é dar a notícia primeiro, mas dar bem a notí-cia. Se se puder fazer ambas as coisas ao mesmo tempo, tanto melhor, mas, do meu ponto de vista, qualidade é mais relevante do que o imediatismo para a credibilidade de uma empresa jornalística.

Acho até que ser o primeiro em noticiar algo é uma preocupação mais de jornalistas do que de leitores. Para estes, que diferença faz, por exemplo, quem anunciou primeiro que Cristina Kirchner seria operada? Mais interessante é saber as con-sequências da operação para o futuro político do país, certo?

Se o tão badalado “FT” firmar esse modelo de pressa sem açodamento, mas com qualidade, talvez as redações comecem de novo a ter um nú-mero de profissionais adequado para desenvolvê--lo todos os dias.

Nessa hipótese idílica, tanto faz se o papel sobreviverá ou não ao digital. O jornalismo --e os jornalistas-- sobreviverá, e isso importa mais do que a forma pela qual ele é apresentado ao público.

DiretorAntônio Carlos Oliveira

Diretoria ComerCialMax Feitosa Milas

editoria e reportagem-mtBeatriz Girardi - DRT - 1187-MT

editor e reportagem - mSJota Menon

reportagensBeatriz Girardi, Regina Botelho, Juliana Radel

estagiáriosAna Sampaio

[email protected]

editor de arte / DiagramaçãoMário Pulcherio Filho

Diagramação / Projetos Leonardo Arruda - 65 9233-9018

ChargeFernando Ordakowski

CirCulaçãoBrasília, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul

SedesAvenida Miguel Sultil, nº 4.353 - Areão Cuiabá - Mato Grosso - CEP: 78.010-500Fone (65) 3623-4300/e-mail: [email protected]

Endereço BrasíliaCLSW - 301 - Bloco A - Edifício Spaço Vip Sala 136 - Setor Sudoeste Fones: (61) 3028-1388/3028-1488

Escrtório Campo GrandeRua Joaquim Murtinho, nº 184 - Centro Campo Grande - Mato Grosso do Sul CEP: 79.002-100 Fone (67) 3029-4214 e-mail: [email protected]

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Opinião

Editorial artigos

O Superior Tri-bunal de Jus-t i ça dec id iu

suspender o julgamento do pagamento de pensão alimentícia de um homem à amante no interior do Rio de Janeiro. A Quarta Turma entendeu neces-sidade de substituição da mulher, já que ela faleceu durante os trâmites da apelação. A regularização do caso deve ocorrer com a entrada de um herdeiro no processo — no caso a filha originada da relação entre as partes. Dentro de 20 dias, o Judiciário deve voltar a julgar o mérito da ação. O relacionamento durou mais de 20 anos e, quando houve o rompi-mento, a amante estava gravemente doente, vindo a morrer mais tarde. Com

isso, o pagamento de cinco salários mínimos à mulher determinado pela justiça do Rio de Janeiro foi sus-penso. Mesmo assim, os valores foram depositados na conta da amante. O réu pede agora a devolução do dinheiro, pois defende que não há proteção legal a casos de concubinato.

Segunda família, fa-mília paralela, família si-multânea: as palavras re-forçam um conceito novo presente nas histórias de ações vencidas por aman-tes em luta por seus direi-tos em tribunais estadu-ais. Em Brasília, porém, o dogma do grupo familiar monogâmico resiste e en-fraquece reivindicações da terceira pessoa envolvida. Os defensores do avanço dos direitos dessa terceira

pessoa lembram das con-quistas dos homossexuais para sugerir que somente o tempo impede que Brasília passe a aceitar as mudan-ças também na questão dos amantes. Já os detra-tores da ideia consideram que o conceito de família monogâmica é imbatível. Há várias decisões sobre o assunto no país. No ano passado, a Justiça de Goiás decidiu que uma viúva de-veria dividir a sua pensão com a amante do marido, morto em 1994. A “outra” anexou ao processo fotos e documentos para provar a relação extraconjugal, que durou 15 anos, e o exame de DNA da filha que os dois tiveram. A dependência econômica da amante foi usada pelo juiz como pilar da decisão.

Polêmica adiada O jOrnalismO sObreviverá aO papel?

Uma briga à parte

pOr qUe nãO planejar?

política

Tanto faz se o papel sobreviverá ou não ao digital.

O jornalismo --e os jornalis-tas—sobreviverá

Riva e Blairo disputam o controle do

processo de sucessão

O Estado já paga muito caro pelas falhas de

previsão e planejamento

Reprodução

Clóvis ROssi é repórter especial e membro do conselho editorial da Folha, ganhador dos prêmios maria moors cabot (eUa) e da FUndación por Un nUevo periodismo iberoamericano

Reprodução

lOUREMBERGUE AlvEs é proFessor Universitário e

articUlista

Divulgação

RENATO sNOWAREsKi GOMEs

é estUdante de administra-ção e cicloativista

trimecO juiz José Arimatéia Neves da Costa, da 20ª Vara

Cível da Comarca de Cuiabá negou medida cautelar requerida pelo empresário Wanderley Fachetti Torres – o “Dono de Mato Grosso” -, também proprietário da empreiteira Trimec Construções e Terraplenagem Ltda.

trimec 2O “Dono de Mato Grosso”, felizmente, manda muito

no governo – nada de braçada em obras públicas -, mas nada manda no Judiciário matogrossense. A liminar pretendida era para que o Centro-Oeste Popular nada mais publicasse sobre as “ligações perigosas” do em-presário.

trimec 3“Observamos que inobstante a matéria publicada

na qual se percebe críticas perpetradas referindo a contratos firmados com o governo e sobre a existência de processos administrativos e judiciais envolvendo o nome do sócio Wanderley, não há como restringirmos o direito à livre manifestação do pensamento e opinião pessoal, quiçá da imprensa, ainda mais em se tratando de contratação de empresa para prestação de serviços públicos”, ensinou o magistrado ao negar a pretensão do “Dono de Mato Grosso”.

trimec 4Enquanto os cães ladram... Nas rodovias do interior

matogrossense não passa nem tatu de chuteiras, quanto mais caravana. Na região Noroeste – especialmente nos municípios de Juara, Juína e Colniza -, a situação é caótica. E a Trimec continua a receber milhões para a manutenção de rodovias, ao tempo em que mais de cinquenta prefeitos ouvidos pela coluna nunca viram as tais patrulhas mecanizadas em seus municípios.

cÂmara

Na Câmara Municipal de Cuiabá, o presidente João Emanuel continua a atravessar seu inferno astral. Depois do episódio do afastamento temporário e de ter sido apontado pelo Ministério Público na condição de integrante de uma quadrilha que atuava em favor de traficantes, o edil agora pode ter mais dores de cabeça por conta de possíveis fraudes imobiliárias. A conferir.

pacu

Falar em Câmara Municipal, primo Altamirando – aquele, do Stanislau Ponte Preta – disse que está errado o fabuloso projeto do vereador Mário Nadaf para distribuição de estimulantes da função erétil aos velhinhos cuiabanos. Referência a um dos símbolos da capital matogrossense, em vez de “Pinto Feliz”, poderia ser chamado “Pacu Feliz”...

pau de antaNa Praça Maria Taquara, o raizeiro “Rei da Medi-

cina” quer entrar na concorrência, à base de catuaba, ovo de codorna, pau de anta e raizadas congêneres...

maggi

O primo rico Blairo Maggi e o primo muito mais rico Eraí Maggi têm muito café no bule – ou soja no armazém, como queiram – pra encarar as eleições ano que vem.

parceria

Aquela famigerada Oscip ligada ao PSDB que tem convênio milionário no governo peemedebista teria feito estranha parceria com uma empresa de mapas. Deve ser o mapa do tesouro...

são luís i

Construtora que atualmente é agraciada com di-versas cartas convite da SETPU para reforma de ponte e manutenção de rodovia pavimentada simplesmente deve existir dentro de uma pasta, pois no endereço da tal empreiteira não existe nenhum escritório.

são luís iiExiste forte indício de que essa empresa estaria em

nome de laranjas. A Equipe de Inteligência do Centro--Oeste Popular está investigando. Já foram feitas diver-sas tentativas para localizar essa tal construtora, todas em vão. Com a palavra o MPE.

Aumento das penas e a inclusão de novos crimes

no rol dos hediondosCom emendas, avanços sobre aborto e drogas podem ficar fora da reforma do Código Penal

legislação reVista

Da Redação

Avanços sugeridos no anteprojeto do novo Código Penal em temas como a descriminali-zação do aborto e do porte de drogas em de-terminadas condições ficaram pelo caminho no substitutivo apresen-tado pelo senador Pedro Taques (PDT-MT) em agosto. Sexta-feira, 18, foi o último dia para se-nadores proporem mais emendas, e é pouco pro-vável que medidas mais “progressistas” sobrevi-vam até a elaboração do texto final, prevista para dezembro. Mas uma mu-dança de grande impacto é o aumento das penas e a inclusão de novos crimes no rol dos he-diondos.

Veja o que previa o projeto original e quais as alterações sugeridas até agora pelos parla-mentares:

1. AbortoComo é hoje: é per-

mitido aborto em casos de risco à vida da mãe ou quando a gravidez é fruto de violação sexual.

Projeto original: pas-sa a ser permitido aborto também por vontade da mulher até a 12ª sema-na de gestação, desde que médico ou psicólo-go constate que ela não apresenta condições psi-cológicas de arcar com a maternidade.

Alterações propos-tas: a permissão por von-tade da mãe até a 12ª semana de gravidez foi excluída. Foram man-tidas as demais possi-bilidades legais para a interrupção.

2. EutanásiaComo é hoje: homi-

cídio comum, com pena de reclusão de seis a 20 anos.

Projeto original: ti-pifica a prática como conduta própria, com pena de dois a quatro anos de detenção. Libera a ortotanásia (retirada de equipamentos ou me-dicações que prolongam a vida de doentes termi-

Com emendas, avanços sobre aborto e drogas podem ficar fora da reforma do Código Penal

nais), desde que atestada por dois médicos e com aval familiar.

Alterações propos-tas: classifica a euta-násia como homicídio e mantém a ortanásia como conduta atípica (não é crime), desde que o paciente ou a família autorize e dois médicos atestem.

3. Tempo de penaComo é hoje: o tem-

po máximo cumprimen-to de pena é de 30 anos, com progressão após um sexto da pena.

Projeto original: o tempo máximo segue em 30 anos. Se cometer novo crime, porém, o li-mite passa para 40 anos. A progressão ganhou uma escala, que vai de um sexto a três quintos da pena.

Alterações propos-tas: primários cumprirão um quarto antes da pro-gressão. A pena mínima para homicídio passa de seis para oito anos de prisão. Para homicídio culposo, que era de um a quatro anos, passa a ser de dois a seis anos.

4. Lei SecaComo é hoje: não

está previsto o conceito de culpa gravíssima para crimes de trânsito.

Projeto original: cria-se o conceito de culpa gravíssima para caracterizar os crimes

de trânsito. A gravíssima cabe quando o motoris-ta não teve intenção de matar, nem assumiu o risco, mas agiu com te-meridade. A pena varia de quatro a oito anos de prisão.

Alterações propos-tas: aumenta a pena máxima para o ato de conduzir veículo sob a influência de álcool ou substância de efeitos análogos, passando para até cinco anos de prisão.

5. DrogasComo é hoje: hoje o

consumo não é crime, mas o porte está sujeito a punição.

Projeto original: fica descriminalizado o porte de drogas leves para con-sumo pessoal. A quanti-dade será determinada levando em conta o con-sumo médio individual por cinco dias.

Alterações propos-tas: exclui a proposta de descriminalizar o porte de pequenas quantida-des que configurem uso pessoal. O argumento é que o dispositivo po-deria possibilitar que o traficante, passando-se por usuário, carregasse para comércio apenas pequenas quantidades.

6. Crimes contra ani-mais

Como é hoje: não há punição prevista para maus-tratos contra ani-

mais.Projeto original: es-

tabelece pena de um a quatro anos de prisão para maus-tratos, como lesão, mutilação e mor-te de animais. Omissão de socorro e abandono também ficam sujeitos a penas de até quatro anos de prisão.

Alterações propos-tas: descriminaliza prá-ticas como transporte inadequado, abandono e omissão de socorro diminui para seis meses a três anos as penali-dades. As penas foram consideradas excessivas e desproporcionais.

7. Crime cibernéticoComo é hoje: não há

tipificação de crimes.Projeto original :

surgem crimes como acesso indevido (dados são acessados, sem au-torização, em um siste-ma protegido, com pena de seis meses a um ano de prisão ou multa) e sabotagem informática (invasões, interrupções ou entraves de sistemas, com pena de até dois anos de detenção).

Alterações propos-tas: não faz diferença se o sistema é protegido para crime de acesso indevido. Pena é au-mentada para até qua-tro anos se resultar em prejuízo econômico ou contra a administração pública.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013 gEral4 5cidadEs

Garimpeiros denunciam mineradora no Congresso

Cuiabá ocupa 3º lugar no ranking de contaminação d’água

pepitas douradasabastecimento

A audiência pública reuniu aproximadamente 200 garimpeirosProliferação no rio por produtos de limpeza e cafeína é resultado do crescimento das cidades e de novos processos industriais

Veteranos de Serra Pelada acusam companhia canadense Colossus de usurpar o patrimônio deles;

protesto acontece no momento em que é lançado o filme Serra Pelada,

de Heitor Dhalia (foto)

Brasil 247

No momento em que é lançado o filme Serra Pelada, de Heitor Dhalia, garimpei-ros denunciam, na Câmara dos Deputados que estão sendo roubados por uma mineradora canadense. Só-cia majoritária da empresa Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), a Colossus desde 2007 vem sendo acusada de fraudes pela sócia minoritá-ria, a Cooperativa de Minera-ção dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que reúne quase 40 mil garim-peiros que participaram da exploração da maior mina de ouro do Brasil. As denúncias contra a holding estrangeira foram apresentadas na au-diência pública convocada pela Comissão do Trabalho,

Jornalismo investigativoO jornal Centro-Oeste Popular já vem investigando,

há seis meses aproximadamente, casos de empresas inter-nacionais instaladas em Mato Grosso que na exploração de minérios se utilizam de empresas brasileiras como ‘laranjas’. É estarrecedor que ambos, governo federal e estadual, não tenham o controle da quantidade de extra-ção de ouro e diamantes em Mato Grosso. Nos meses de junho e julho foram publicadas duas matérias falando da devastação do meio ambiente em Poconé (MT). Em agosto outra publicação foi feita. No entanto, foi consta-tado que os órgãos competentes não tomaram nenhuma providência quanto à problemática. A primeira reporta-gem revelou o tráfego de uma quantidade devassadora de mercúrio. “Na Coordenadoria de Mineração da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), por exemplo, não se tem sequer o controle do volume de mercúrio utilizado nos garimpos. Informa que a fiscalização do órgão resu-me-se a verificar as condições de segurança no manuseio do metal, de forma que não provoque contaminação do solo ou dos corpos d’água – desconhecem, no entanto, o fato de haver diversos garimpos que operam na mais absoluta clandestinidade, sem licenciamento ambiental ou qualquer controle por parte do Poder Público”, dizia um trecho da matéria. Na época, quem ocupava a cadeira da secretaria municipal de Meio Ambiente era o senhor Urbano Seni que apesar de questionado não tomou ne-nhuma medida para combater tal crime.

Administração e Serviço Pú-blico, da Câmara dos Depu-tados, no último dia 15.

O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) defendeu a abertura de uma comissão parlamentar mista de inqué-rito (CPMI) para investigar as denúncias de desvios de dinheiro pela empresa mi-neradora Colossus Geologia e Participações Ltda, em Serra Pelada (PA).

A principal reivindica-ção dos 38 mil garimpeiros associados da Coomigasp é de que seja honrado o contrato com a Colossus, aprovado em assembleia em 2007, estipulando 49% das ações para a Cooperativa e 51% das ações para a empre-sa canadense. Atualmen-te, segundo os garimpei-ros por meio de manobras fraudulentas comprovadas

por documentos, a Colossus teria usur-pado 24% das ações da Coomigasp, redu-zindo a participação dos garimpeiros a 25%.

Para presidente da Co-operativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, Vitor Albarado, a situação é insustentável e imoral. “Isso é uma agressão contra a comunidade garimpeira”, protesta o presidente da Coomigasp.

Irregularidades aponta-das pelo relatório do Comitê de Orçamentos Adminis-trativos e Financeiros da Receita Federal (COAF), entre a Colossus e a antiga diretoria da Coomigasp, como corrupção, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e formação de qua-

drilhas, também vieram à tona no debate.

“Tem muitas coisas erra-das no submundo do crime acontecendo em Curionó-polis com que o Ministério Público deveria se preocu-par”, aponta Vitor Albarado, eleito presidente da maior Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada, em junho deste ano, com quase 100% dos votos.

Da realidade para a fic-ção – Os imbróglios entre os garimpeiros do Pará e a mineradora canadense Co-lossus vêm à tona justamente no momento em que estreia nos cinemas de todo o país o

drama Serra Pelada. Dirigido por Heitor Dhalia e tendo no elenco os atores Wagner Moura e Juliano Cazarré, o filme, atração na festa de encerramento do Festival de Cinema do Rio de janeiro, conta com realismo e aven-tura, a história de quem um dia viveu o sonho de “bam-burrar” da noite para o dia.

Na trama, os amigos de

infância Juliano (Juliano Cazaré) e Joaquim (Júlio Andrade) deixam São Paulo rumo à Serra Pelada com a esperança de ganhar muito dinheiro explorando ouro na região. Com o tempo eles percebem que por trás do brilho das pepitas douradas escondem um enredo maca-bro de ganância desmedida, violência, vingança e traição.

site 247

Regina Botelho Da Redação

Recente pesquisa di-vulgada pelo Instituto Na-cional de Ciências e Tecno-logias Analíticas Avança-das (INCTAA), sediado no departamento de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), comprovou que a água de 19 capitais brasileiras está contaminada por cafeína e produtos de limpeza.

Os estudos foram feitos com amostras de água reco-lhidas diretamente da rede de distribuição, a mesma que sai de nossas torneiras, con-siderada potável pela legis-lação atual. As capitais com os maiores índices dessas substâncias são Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Belo Horizonte e Vitória.

Segundo a doutora em Química da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da área de contami-nantes, Eliana Freire Gaspar, a quantidade de substâncias encontradas nos mananciais e que acabam indo parar no abastecimento vem do pró-prio consumo humano. “Os produtos de limpeza vão pa-rar nos esgotos que por falta de tratamento adequado, acabam sendo despejados diretamente nos mananciais e alteram a tensão superficial

Estudos foram feitos com amostras de água recolhidas diretamente da rede de distribuição, a mesma que sai de nossas torneiras

Por falta de tratamento adequado, os produtos vão parar no esgoto e acabam sendo despejados diretamente nos

mananciais

da água”, explica.Eliana Gaspar diz ain-

da que apesar da popula-ção receber água tratada nas torneiras, o processo de tratamento não teve gran-des avanços. Para , a falta de saneamento adequado aumenta a concentração dessas substâncias, pois os produtos estão sendo joga-dos nos esgotos ‘in natura’ e a quantidade de produtos de limpeza usado nos lares da cidade é muito grande. “Usamos tanto para lavar roupa, tomar banho, limpar a casa. A quantidade dos produtos de limpeza usados pelos munícipes é elevado

e a concentração é alta. Te-mos uma coleta mínima e o tratamento menor ainda”, observa a pesquisadora.

POlUENTEs EMERGENTEs

No levantamento do INCTAA foram coletadas amostras de água de ma-nanciais e da água já tratada que chega à população das 19 capitais do Brasil e no Distri-to Federal (DF). O nível de cafeína na água é usado como indicador da presença de contaminantes que tem ação estrógena, isto é, um efeito semelhante ao do hormônio

A pesquisa revelou que algumas estações de trata-mento são capazes de re-mover até 99% da cafeína da água, por isso, mesmo quantidades muito pequenas podem indicar se o estresse do manancial por esgoto é alto.

OUTRO lAdO

Por meio de nota, a CAB Cuiabá informou que a em-presa atende a todos os parâmetros de controle de qualidade da água exigidos pela legislação, dentre eles a portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimen-tos de controle e de vigilân-cia da água para consumo

humano e seu padrão de potabilidade.

Segundo a nota todas as instalações utilizadas para tratamento de água em Cuiabá passaram por diversas ações de melhoria nos processos para adequar a água ao consumo huma-no. “O resultado dessas ações é auditado pela área de controle de qualidade da concessionária, bem como pelos órgãos de controle competentes que verificam a qualidade da água desde a estação de tratamento até os pontos de consumo. Desta forma, a água que chega às ligações das residências pode ser ingerida sem qual-quer tipo de tratamento adicional”, finaliza a nota.

feminino. De acordo

com os pesqui-sadores, existe uma dificulda-de química em achar, medir os compostos que têm ativi-dade estrogê-nica, porque são vários hor-mônios, vários detergentes, pesticidas que têm essa ativi-dade de con-fundir o siste-ma hormonal humano.

A educa-dora da UFMT

esclarece que a cafeína não faz mal à saúde, mas por semelhanças químicas sua presença na água sinaliza a existência dos poluentes emergentes, resíduos cada vez mais comuns nas águas.

Entre as substâncias está a fenolftaleína, que tem seu uso como laxante proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa), e o triclosan, um antisséptico usado em medicamentos, cremes dentais e desodoran-tes. Sua proliferação em rios e reservatórios é resultado do crescimento das cidades e de novos processos industriais.

A cada três assassinatos no Brasil, dois são de negros

Probabilidade do negro ser vítima de homicídio é oito pontos percentuais maior, segundo pesquisa

desigualdade racial

Da Redação

A cada três assas-sinatos registrados no Brasil, dois são de ne-gros. A probabilidade do negro ser vítima de homicídio é oito pontos percentuais maior, mes-mo quando se compara indivíduos com escola-ridade e características socioeconômicas seme-lhantes.

Os dados são da quarta edição do Bole-tim de Análise Político--Institucional (Bapi), apresentado pelo di-retor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Daniel Cerqueira, na manhã de quinta-feira, 17.

Conforme artigo as-sinado pelo pesquisador do Ipea Almir de Olivei-ra Júnior e a acadêmica da área de Direitos Hu-manos da UnB Verônica Couto de Araújo Lima, somando-se a popula-

Se no País a exposição da população à possibilidade de morte violenta já é grande, ser negro corresponde a pertencer a um grupo de risco

ção residente nos 226 municípios brasileiros com mais de 100 mil

habitantes, calcula-se que a possibilidade de um adolescente negro

ser vítima de homicí-dio é 3,7 vezes maior em comparação com os

brancos.Analisando o racis-

mo institucional dentro das polícias, os auto-res conceituam o termo como sendo o fracasso coletivo das institui-ções em promover um serviço profissional e adequado às pessoas por causa da sua cor.

No texto “Segurança Pública e Racismo Ins-titucional” os autores Almir de Oliveira Júnior e Verônica Couto de Araújo Lima falam da desigualdade de aces-so à segurança entre brancos e negros. Se no País a exposição da po-pulação à possibilidade de morte violenta já é grande, ser negro cor-responde a pertencer a um grupo de risco.

A pesquisa aponta que negros são maio-res vítimas de agressão por parte de policiais que brancos. A Pesquisa Nacional de Vitimização

mostra que 6,5% dos ne-gros que sofreram uma agressão no ano ante-rior à coleta dos dados pelo IBGE, em 2010, ti-veram como agressores policiais ou seguranças privados (que muitas vezes são policiais tra-balhando nos horários de folga), contra 3,7% dos brancos.

O Boletim de Análi-se Político-Institucional do Ipea é uma publica-ção que reúne artigos com foco em aspectos estruturais de algumas das instituições políticas brasileiras e a relação entre o desenvolvimen-to e os mecanismos de democracia represen-tativa e participativa. Além do racismo, desen-volvimento sustentável, as manifestações de ju-nho, a pacificação das favelas do Rio de Janei-ro e o acesso à educação profissional estão entre os temas abordados.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 20136 7política política

Convênio de R$ 4,5 milhões sob suspeita

“VerdinHas da secopa”

Secopa faz pagamentos a Instituto Ação Verde para reflorestamento e neutralização de carbono, mas as mudas são fornecidas pela Empaer

O desafio da agricultura familiardiagnóstico

AMM vai orientar municípios sobre elaboração de plano para identificar as cadeias produtivas locais, fortalecer o setor e oferecer melhores condições de trabalho para milhares de famílias

AMM orienta municípios na elaboração do Plano Municipal de Desenvolvimento da Agricultura Familiar para fortalecer o pequeno produtor rural

Reprodução

tura Familiar (Sedraf) e a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).

O presidente da AMM, Valdecir Luiz Colle, Chiqui-nho, disse que o planeja-mento é muito importante para fortalecer a agricultura familiar no estado, pro-fissionalizando procedi-mentos e garantindo mais investimento no setor. “A elaboração dos planos vai identificar as cadeias pro-dutivas locais, fortalecer o setor e oferecer melhores condições de trabalho para milhares de famílias que se dedicam à agricultura fami-liar”, assinalou.

O gerente de Desen-volvimento Econômico da AMM, Hudson Saturnino, explica que existe uma pre-ocupação em viabilizar a realização e implantação desses planos. Segundo ele, será apresentado e proposto o modelo já implantado em outros estados, que contem-pla ações planejadas e con-tínuas. Os municípios que

aderirem contarão com o acompanhamento da AMM e das instituições parceiras para a implementação das ações.

O secretário-adjunto de Desenvolvimento Regional da Sedraf, Renaldo Loffi, disse que dos 141 municí-pios, uma pequena parcela possui os planos munici-pais. Ele destacou que cerca de 142 mil famílias no esta-do dependem da agricultura familiar, mas muitas não possuem renda suficiente para se manter. “Os planos municipais de agricultura familiar vão direcionar os investimentos públicos e os financiamentos no setor”, assinalou, destacando que o objetivo da iniciativa é também garantir renda su-ficiente para que as famílias tenham qualidade de vida.

Outra proposta da AMM é a de organizar as secretarias municipais, capacitando o pessoal e criando, ou quando neces-sário, colocando em fun-cionamento os Conselhos

Municipais de Agricultura. Durante o evento a AMM vai apresentar um diagnóstico da situação da agricultura familiar em Mato Grosso. Os dados foram levantados pela equipe de técnicos da associação em assentamen-tos rurais.

O workshop, já tradi-cional na AMM, vai contar com a participação de repre-sentantes de várias regiões. A programação inclui ciclo de palestras, painéis, deba-tes, entrega de máquinas pelo ministério do Desen-volvimento Agrário para 73 municípios, oficinas de tra-balho, entre outros. Serão também instalados estandes de instituições para exposi-ção de produtos e serviços para os municípios.

As inscrições para o evento estão abertas no site www.amm.org.br. O Workshop é destinado a prefeitos, secretários mu-nicipais, presidentes de consórcios intermunicipais de desenvolvimento, entre outros.

Da Redação

Os municípios que ain-da não possuem o Plano Municipal de Desenvolvi-mento da Agricultura Fa-miliar poderão receber mais

informações sobre a elabo-ração do trabalho durante o IV Workshop de Secretários Municipais de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo, que será realizado de 22 a 25 de outubro, no auditório da

Associação Mato-grossense dos Municípios. O assunto será debatido no primeiro dia do evento (22), com a participação da Secretaria de Estado de Desenvol-vimento Rural e Agricul-

Ação conjunta promove desenvolvimento científico e institucionalTermo de Cooperação entre TCE-MT e UFMT abrange atividades nas diversas áreas do conhecimento a fim de auxiliar o Tribunal de Contas a cumprir com

as metas e aprimorar os serviços prestados à sociedade

parceria institucional

Da Redação

Com o objetivo de pro-mover o intercâmbio edu-cacional, técnico, científico e cultural, o Termo de Co-operação entre Tribunal de Contas de Mato Grosso e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com-pleta três anos. Neste perí-odo, foram desenvolvidas ações conjuntas, abrangen-do atividades nas diversas áreas do conhecimento. A UFMT, através da Fundação Uniselva, vem desenvolven-do pesquisas, diagnósticos, consultorias, cursos de ca-pacitação, seminários nas áreas de tecnologia da infor-mação, programa de estágio e serviços especializados em gestão de processos.

De acordo com o secre-tário de Gestão do TCE-MT, Manoel da Conceição da Sil-va conta que “a cooperação veio suprir a demanda do Tribunal de Contas quanto à atualização de conhecimen-tos específicos”. A primeira área de cooperação com a Uniselva foi na área de tec-nologia da informação do TCE-MT, a instituição ofere-ceu suporte técnico remoto e presencial, análise e de-senvolvimento de sistemas próprios e a infraestrutura do ambiente computacional.

O diretor-geral da Uni-selva, Cristiano Maciel, ex-plica que “a partir de diag-nósticos, a Uniselva ela-borou Planos de Trabalho, pautados no Planejamento Estratégico do TCE-MT, a fim de auxiliar o órgão a cumprir com as metas e aprimorar os serviços pres-tados à sociedade”. O TCE--MT operacionalizou os pro-cedimentos de qualidade em tecnologia de informação, disponibilizou instalações, laboratórios e recursos ma-teriais necessários à execu-ção das atividades que foram

Termo de Cooperação entre Tribunal de Contas de Mato Grosso e a Universidade Federal de Mato o Grosso completa

três anos com o objetivo de promover o intercâmbio educacional, técnico, científico e cultural

Divulgação

propostas pela UFMT.Entre as ações do Plano

de Trabalho, a Uniselva au-xiliou a melhoria da gestão de processos internos do TCE-MT e do Ministério Pú-blico de Contas. Anualmen-te, é realizado diagnóstico do perfil dos colaboradores para propor capacitações e pesquisas relacionadas às suas necessidades.

O TCE-MT trabalha com elevados níveis de exigência em segurança de informa-ção, uma vez que é o órgão responsável pela fiscalização de recursos públicos muni-cipais e estaduais. Assim, para atender à crescente demanda dos serviços de tecnologia da informação, foi desenvolvido o projeto “Serviços Técnicos Especia-lizados na área de TI”.

A parceria institucional ainda teve como fruto o pro-jeto “Os conselhos de Polí-ticas Públicas na Efetivação do Controle social”. Trata de curso, na modalidade Ensi-no a Distância (EaD), volta-do aos representantes dos Conselhos Municipais de Políticas Públicas de Mato Grosso que contou com o apoio de oito tutores que

auxiliaram 463 conselheiros inscritos nas discussões dos conteúdos.

Além disso, o órgão de controle externo consoli-dou-se como uma fonte de informações para o desen-volvimento de pesquisas científicas. Entre os traba-lhos que tiveram como fonte de informação do TCE-MT, está o artigo do professor do Instituto de Ciência da Com-putação e diretor-geral da Uniselva, Cristiano Maciel. Ele apresentou o trabalho “Transparency and Social Control via the Citizen’s Portal: A Case Study with the Use of Triangulation” em conferência internacional da editora Springer, publi-cado no periódico Lecture Notes in Computer Science (LNCS). O evento tratou de aspectos de sistemas de informação do governo eletrônico. A cada ano o evento reúne especialistas de universidades, da admi-nistração pública e indústria para discutir sistemas de informação de governo. O trabalho pode ser acessado pelo link: http://link.sprin-ger.com/chapter/10.1007%2F978-3-642-40160-2_10

Escravidão contemporâneaíndice global

Da Redação

O australiano Andrew Forrest, dono de uma fortuna estimada em US$ 4,3 bilhões, criou a Fundação Walk Free (WFF), determinada a erra-dicar o que chama de “escra-vidão moderna”. E, conforme informações da Bloomberg, seguiu a dica de Bill Gates — ambos integrantes do Giving Pledge, grupo de empresários que doam boa parte de suas fortunas à filantropia — tra-tou de medir o problema no mundo para poder agir de forma certeira. Assim surgiu o The Global Slavery Index (Índice Global de Escravi-dão), cujo primeiro relatório foi divulgado na quarta-feira, 16. Segundo a organização, compila e analisa de forma inédita o problema.

Entre os 20 países com a pior posição, 14 são africa-nos, embora 75% dos escra-vos vivam na Ásia. Porém, nem os países mais bem po-

sicionados no ranking, como a Islândia, estão livres da ex-ploração de seres humanos.

A campeã em números absolutos de escravos é a Índia, com pelo menos 13,3 milhões de escravos. A es-cravidão moderna, segundo a organização, manifesta-se em diferentes ambientes, seja sob a forma de venda e sequestro de pessoas, traba-lho forçado e tráfico humano (quando se refere à forma como a pessoa foi levada à exploração severa). A defi-nição de escravidão usada como base para o relatório inclui também práticas como casamentos forçados e explo-ração infantil.

Quando o problema é mensurado proporcional-mente à população, a Mau-ritânia, no Oeste da África, e o Haiti, no Caribe, estão no topo da lista. “O Haiti é um caso especial na região” por culpa “de uma história de mau governo, um forte

legado de escravidão e de ex-ploração”, explica o relatório que acompanha o índice, que levou um ano e meio para ser elaborado e reúne mais de 20 pesquisas globais sobre o tema e dados internos de cada país.

O australiano Forrest, produtor de minério de fer-ro, resolveu se engajar na causa depois que sua filha foi voluntária em 2008 em um orfanato no Nepal. Ele já doou US$ 260 milhões para a campanha e outras ações do tipo, segundo a Bloomberg.

A ideia é que o índice anual ajude os governos a vigiar o problema.

O estudo analisa em capítulos separados alguns países, entre eles o Brasil, que, apesar de figurar na 94ª posição e ter entre 200 mil a 220 mil escravos, apresenta iniciativas governamentais consideradas modelo no combate à chaga.

Reprodução

HAROLDO ASSUNÇÃO

Especial para o Centro-Oeste Popular Mais um mirabolante

projeto da Secretaria Extra-ordinária da Copa do Mundo FIFA 2014 (Secopa) precisa ser bem explicado ao contribuinte mato-grossense que tem pago a conta – essa, sim, para lá de extraordinária!

Trata-se agora de um tal “Projeto Copa Verde”, cujo objetivo seria o de “inventariar e neutralizar as emissões de gás carbônico da construção da Arena Multiuso Pantanal, através do plantio de árvores e da recuperação de áreas degradadas ao logo dos rios formadores do Pantanal”.

Para isso, a Secopa firmou com um certo Instituto Ação Verde - famigerada Organi-zação da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) – o fabuloso Termo de Convênio nº 002/2011, segundo o qual o governo de Mato Grosso assumiu o compromisso de repassar módicos R$ 3,5 mi-lhões para tão relevante ação ambiental.

A contrapartida do Insti-tuto Ação Verde seria a “dis-ponibilização do Viveiro de Produção de Mudas, com área total de três mil metros qua-drados, localizado na comu-nidade Barranco Alto I, no município de Santo Antonio de Leverger”.

Não bastassem as “verdi-nhas” asseguradas no convê-nio, a Secopa firmou este ano Termo Aditivo assegurando o acréscimo, por parte do

Tesouro Estadual, de quase R$ 1 milhão em repasses ao Instituto Ação Verde.

PARCERiA CARACUA reportagem do Centro-

-Oeste Popular saiu à caça de informações sobre o suspeito “Projeto Ação Verde” e consta-tou que pode se tratar de mais uma “parceria caracu” – aque-la, na qual a Oscip entra com a cara e o pobre contribuinte com o resto.

Em 2011, quando do lançamento da iniciativa – sob holofotes e câmeras de televisão – foi realizado o plantio de algumas centenas de mudas em comunidades ribeirinhas, às margens do rio Cuiabá, no município de Santo Antonio de Leverger. Desde então, não se tem mais notícia de a quantas anda o tal reflorestamento da bacia pantaneira...

O tal viveiro de produção de mudas, que ocupa cerca de mil metros quadrados está às moscas – conforme o zelador, Geraldo Magalhães, não há lá mais do que aproximadamen-te quinze mil mudas, muitas das quais já passaram da época adequada ao plantio.

Isso não bastasse, a reportagem descobriu que mesmo as árvores que foram plantadas nesses dois anos custaram muito pouco ao Instituto Ação Verde.

Isso porque a Oscip fir-mou Termo de Cooperação Técnica com a Empresa de Pesquisa Assistência e Ex-

tensão Rural (Empaer) para fornecimento das mudas ao “Projeto Copa Verde”.

A Empaer, nunca é de-mais lembrar, pertence ao governo estadual – é vincula-da à Secretaria de Desenvol-vimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf).

Trocando em miúdos: a Secopa paga ao Instituto Ação Verde para o reflorestamento com mudas produzidas pelo próprio governo estadual.

Na Empaer, a reporta-gem foi informada de que, até há bem pouco tempo, era a própria empresa que estava pagando insumos e trabalha-dores – apenas cerca de R$ 60 mil teriam sido repassados em 2012 pelo Instituto Ação Verde, que atualmente paga três trabalhadores cedidos à Empaer, além de parte dos insumos necessários à pro-dução de mudas.

Já a mão-de-obra para o plantio é gratuita – famílias de ribeirinhos. Pelo que se tem notícia, a iniciativa não foi além de algumas comuni-dades levergenses – Engenho Velho, Vereda, Bocaina, Bar-

ra do Aricá e Barranco Alto.

OUTRO lAdOO superintendente da

famigerada Oscip, Paulo Bor-ges, atendeu a reportagem via telefone e nos encaminhou à engenheira ambiental Ariane Birolo, coordenadora executi-va do projeto.

Ela justificou o elevado valor do convênio firmado com a Secopa sob o argu-mento de que as ações não se restringem ao plantio de mu-das – segundo ela, também é feito o transporte, a orientação técnica às comunidades, além de iniciativas em educação ambiental e até mesmo obras

tal a construção de muros de gabião na região da barra do Aricá, para conter desbarran-camento das margens.

Além disso, afirmou que o governo tem atrasado os repasses relativos ao convênio. “Em 2013, não houve nenhum repasse, estamos trabalhando ainda com dinheiro das parce-las de 2012”, disse.

Entretanto, evitou men-cionar valores. “Isso, quem pode dizer é o superintenden-te Paulo Borges ou o presiden-te Carlos Avalone”. Avalone, aliás, é um dos próceres do PSDB em Mato Grosso – e, conforme se pode perceber, mantém trânsito livre na Se-copa, mais precisamente no

gabinete do secretário.Informações contábeis

obtidas pelo Centro-Oeste Popular dão conta do recebi-mento de quase metade dos valores previstos no convênio, por meio do Fundo da Copa (Funcopa) – teriam sido mais de R$ 1,3 milhão em 2011, e cerca de R$ 1,1 milhão ano passado.

Procurados pela reporta-gem do Centro-Oeste Popular, o presidente do Instituto Ação Verde, Carlos Avalone, assim como o titular da Secopa, Mau-rício Guimarães, não foram localizados para quem sabe esclarecer o “cabuloso causo”.

Voltaremos à carga!

CO Popular

O viveiro de produção de mudas, que ocupa cerca de mil metros quadrados está às moscas – conforme o zelador, Geraldo Magalhães, não há lá mais do que aproximadamente quinze

mil mudas, muitas das quais já passaram da época adequada ao plantio

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 20138 cidadEs

Quatro municípios de Mato Grosso são contemplados no Programa Cidades Digitais

tecnologia

Projeto do governo federal pretende modernizar gestão e acesso aos serviços públicos

Juliana Radel Da Redação

Quatro cidades de Mato Grosso foram contempladas com os recursos do Programa Cidades Digitais, do Ministério das Comunicações. Ao todo, 262 municípios brasileiros foram favorecidos com a se-gunda etapa do programa. O projeto conta com a parceria do Ministério do Planejamento, da Telebrás, do Inmetro e do BNDES.

Conforme divulgado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 14 de outubro, os muni-cípios de Campinápolis, Col-niza, Nossa Senhora do Livra-mento e Rosário Oeste serão convocados oportunamente pelo Ministério para assinatu-ra do Acordo de Cooperação e recebimento de instruções básicas a cerca dos próximos passos do programa.

Segundo o Ministério das Comunicações, 1.901 municí-pios de todo Brasil se inscreve-ram no processo e 6,2 milhões de pessoas devem ser benefi-ciadas. O programa recebeu um investimento de R$ 100 milhões no orçamento de 2013.

Incluído ao Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC 2) do governo federal, o Cidades Digitais tem como finalidade criar e montar uma rede para interligar os órgãos da prefeituras, como também disponibilizar internet para a população das cidades de baixa renda.

Além disso, o objetivo da proposta é oferecer infraes-trutura básica para o desen-volvimento, inclusão digital, promoção à assistência social, aumento da arrecadação muni-cipal, captação de recursos e de incentivos fiscais e financeiros, como também o desenvolvi-

mento da cidade nos meios tecnológicos, cultural, educa-cional, econômico, comercial e autossustentável.

COMO FUNCiONA O PROGRAMA

Para que o projeto In-ternet para Todos aconteça, serão construídas redes de fibras ópticas para conectar órgãos municipais que devem

melhorar a comunicação com os cidadãos e fornecer acesso à internet para a população em áreas de grande movimento.

As prefeituras serão ca-pacitadas para usar aplicati-vos de finanças, tributação, educação e saúde. Empresas a serem contratadas pelo pro-grama serão responsáveis por fornecer equipamentos, instalá-los e prestar suporte técnico e capacitação, além de pesquisar e planejar a melhor tecnologia a ser usada, assim como a estrutura da rede e os meios os quais levarão internet

INTERNET PARA TODOS

As cidades beneficiadas com o programa são municípios com IDH mais baixo e menor índice de acesso da população à banda larga, com até 50 mil habitantes, distantes até 50 km do backbone (rede principal) da Telebrás ou que te-nham compromisso firmado com operadora privada para conexão à internet, conforme divulgou o Ministério das Comunicações.

A primeira seleção do projeto-piloto de Cidades Digitais foi em 2012, quando contemplaram 80 municípios com pro-jetos executivos para construção das redes de fibras ópticas pelas empresas vencedoras da licitação. A infraestrutura nessas primeiras localidades encontra-se em fase de im-plantação e tem conclusão prevista para fevereiro de 2014.

A velocidade da conexão disponibilizada depende da necessidade de cada cidade

aos locais.O programa deve começar

a funcionar somente em março de 2014, pois as companhias responsáveis só devem ser contratadas em janeiro do ano que vem, após pregão eletrônico.

As tecnologias de rede digitais de acesso utilizadas variam de cidade para cidade. As mais usuais são: Wi-Max (tecnologia de banda larga

sem-fio atua como alternativa às tecnologias como cabo e DSL e deve alcançar até 50 Km); Wi-Fi (é necessário es-tar em um raio de ação de um ponto de acesso conhecido por hotspot) e WiMesh (rede com-posta por várias antenas que por estarem próximas umas das outras ampliam a nuvem de transmissão). A velocidade da conexão disponibilizada depende da necessidade de cada cidade.

PREFEiTURAs

O presidente da Asso-ciação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Valdecir Luiz Colle, Chiquinho, des-tacou a importância do pro-grama Cidades Digitais para os municípios. “O programa vai contribuir com a moder-nização da gestão pública, ga-rantindo mais transparência, agilidade, eficiência e acesso da população às informações”, assinalou.

Para o prefeito de Col-niza, Assis Raupp (PMDB), o programa é algo novo para o município fundado há 14 anos. “Certamente a adesão ao programa Cidades Digitais vai trazer grandes benefícios para os moradores, como também integrar escolas, hospitais, comércio e casas ao mundo digital”, explica o prefeito. Raupp esclarece que não sabe

quando o programa vai come-çar a funcionar no município, mas que pelo menos 20 pontos da cidade serão instalados. “Temos que aguardar o repas-

Para o prefeito de Colniza, Assis Raupp, o programa é algo novo para o município fundado há 14 anos. Já para o prefeito de Nossa Senhora do Livramento, “Nezinho”, o programa

Cidade Digitais ajuda na transparência e organização da administração do município

Valdecir Luiz Colle, presidente da AMM: o programa vai contribuir com a modernização da gestão pública,

garantindo mais transparência, agilidade, eficiência e acesso da população à informaçao

Reprodução

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Nova versão do Plano de Controle de Queimadas

Grupo de Trabalho validou a versão final para consulta pública

agenda ambiental

Da Redação

Técnicos e represen-tantes da sociedade civil organizada participaram de mais uma etapa do processo de revisão do Plano de Prevenção e Con-trole do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ-MT). O Grupo de Trabalho vali-dou a versão final do Plano para consulta pública. O evento aconteceu no Au-ditório do Parque Estadual Massairo Okamura.

Foi a terceira reunião do grupo. No primeiro workshop, realizado em agosto, os técnicos tive-ram um nivelamento de informações sobre os pla-nos estadual e federal de prevenção e combate ao desmatamento, o per-fil dos desmatamentos e queimadas e a dinâmica da ocupação do território mato-grossense.

Na segunda reunião, em setembro, foi apresen-tada a versão preliminar e definidos os objetivos dos quatro eixos que integram o Plano: Ordenamento Fundiário e Territorial; Monitoramento e Contro-le; Fomento às atividades Produtivas Sustentáveis e Governança e Gestão Executiva e do Plano.

P a r t i c i p a r a m d o workshop membros da Comissão Executiva do PPCDQ-MT; representan-tes de órgãos do Governo Federal executores do Pla-no de Prevenção e Con-trole do Desmatamento na Amazônia (PPDCAm); representantes do governo estadual executores do PPCDQ/MT; Ministério Público Estadual; e repre-sentantes dos municípios mato-grossenses; de Or-ganizações Não-Governa-

se dos recursos do governo, dependemos disso para saber quando a população vai ter disponível a internet gratuita”, conclui.

Para o prefeito de Nossa Senhora do Livramento, Car-los Roberto da Costa (PP) “Ne-zinho”, o programa Cidade Di-

gitais ajuda na transparência e organização da administração do município. “O programa permite que os órgãos da pre-feitura tenham uma conexão avançada, o que agiliza nosso trabalho. Além disso, o projeto contribuiu para a população se comunicar”, explica.

mentais; das comunidades indígenas e dos setores produtivos.

O PlANO

O PPCDQ-MT foi lan-çado em outubro de 2012 e reúne ações desenvolvidas pelo Governo do Estado e também os anseios da so-ciedade. Um de seus eixos mais fortes é o que trata do Fomento às Atividades Sustentáveis. Nesse eixo estão previstas capacita-ções em técnicas de manejo florestal, sistemas agroflo-restais, agricultura e pe-cuária sustentáveis, além da recuperação de áreas degradadas e o incentivo a implementação de novas tecnologias.

Nos seus quatro eixos - Ordenamento Territorial, Monitoramento e Contro-le, Fomento a Atividades Sustentáveis e Governança Ambiental - foram pen-sados, desenvolvidos e definidos um conjunto de ações que refletem a reali-dade e os anseios dos dife-rentes setores em relação à prevenção, monitoramento e combate ao desmatamen-

to e queimadas no estado.São objetivos estabe-

lecidos no PPCD-MT a eliminação do desmata-mento ilegal e a redução nas emissões de CO2 e outros Gases de Efeito Es-tufa (GEE) associados ao desmatamento e queimada de vegetação nativa; a ge-ração de emprego e renda e o fortalecimento da equi-dade social, associados à conservação de florestas e à melhor utilização de áreas já desmatadas; O fortaleci-mento do sistema estadual de gestão florestal, com governança e transparên-cia, em consonância com as diretrizes do SISNAMA; Aumento da competitivi-dade de produtos do setor agropecuário e florestal de Mato Grosso, nos merca-dos nacionais e interna-cionais; e Envolvimento do Estado de Mato Grosso em novos mecanismos de cooperação internacional no âmbito das convenções das Nações Unidas so-bre mudanças climáticas (UNFCCC) e conservação da biodiversidade (CDB), articulado com a política do governo brasileiro.

Um de seus eixos mais fortes é o que trata do Fomento às Atividades Sustentáveis

desvirtuamento do processo do trabalho, não objetivou a quitação de créditos traba-lhistas”, acusa Brescovici.

PiAdA PRONTA 171

A investigação preli-minar que resultou na ins-tauração de Procedimento Administrativo Disciplinar em desfavor do juiz Luis Aparecido Ferreira Torres, além de revelar a mano-

bra que teria beneficiado Mauro Mendes e seu sócio, também apontou suposto recebimento de vantagem pelo magistrado.

Por meio de alvará judicial, Ferreira Torres autorizou o pagamento de R$ 185 mil ao corretor José Faria de Oliveira – que não prestara nenhum serviço no processo, pois a em-presa não foi leiloada, mas teve seu controle acionário transferido por meio da ad-judicação em favor da filha do empresário Valdinei Mauro de Souza, espécie de “laranja” na história.

Interrogado por oca-sião das investigações, o corretor confessou ter fi-cado com apenas R$ 20 mil daquele total. Mostrou extrato de depósito bancá-rio em conta de uma cons-trutora para pagamento de imóveis adquiridos por Ferreira Torres e confir-mou a entrega de outro tanto em dinheiro vivo ao pai do juiz.

O depoimento do cor-retor José Faria de Olivei-ra tem trechos de piada pronta. “De fato o depoente transferiu a importância de

R$ 95 mil para a constru-tora e entregou em espécie os R$ 70 mil ao pai do juiz Luis Aparecido, em uma casa no bairro Boa Espe-rança, recordando-se que a casa tinha o número 171”.

Para os incautos, vale lembrar que 171 é o artigo do Código Penal que tipifi-ca o crime de estelionato...

OUTRO lAdO

À caça de informações sobre o caso, a reportagem do Centro-Oeste Popular procurou entrevistar os principais envolvidos.

Na Justiça do Traba-lho, o corregedor-regional e presidente do TRT, de-sembargador Tarcísio Va-lente, assim como o juiz auxiliar Paulo Brescovici, não quiseram se pronun-ciar – por meio da asses-soria, informaram que se o fizessem incorreriam na incidência de suspeição.

O juiz investigado, Luis Aparecido Ferreira Torres – que foi afastado preven-tiva e temporariamente de suas funções jurisdicionais – não foi encontrado em sua residência, no luxuoso Condomínio Itália, nem atendeu ao telefone final 3393. A reportagem ainda enviou mensagem eletrô-nica, sem obter qualquer resposta (leia fac-símile).

Por meio do secretá-rio de Comunicação de Cuiabá, o prefeito Mauro Mendes informou que não atenderia ao jornal Centro--Oeste Popular.

O sócio dele, Valdinei Mauro de Souza, informou

que “está tudo na declara-ção de Imposto de Renda” e mais não quis dizer.

Já um dos advogados da Idepp Desenvolvimento de Projetos Ltda – empre-sa sediada em São Paulo que havia manifestado interesse na aquisição da mineradora e teria sido prejudicada pela mano-bra judicial em benefício de Mauro Mendes e seu sócio – comentou sobre

uma possível “negociata” para posterior venda das jazidas.

Os antigos sócios da Minérios Salomão tam-bém silenciaram – apenas Antonio Carlos Macha-do Matias, por telefone, disse que o “caso já está encerrado”. Indagado se recebera valores “por fora” dos proprietários da Maney Participações, saiu mis-teriosamente. “Nem sim, nem não”.

A reportagem ainda apurou que, além do pro-cedimento investigativo nº 07/2013 – que resultou na instauração do processo administrativo disciplinar contra o juiz Ferreira Tor-res -, há outra peça inquisi-tória, de nº 12/2013, a qual também tem por objeto o processo que envolve a Minérios Salomão – e que pode trazer à tona revela-ções mais “cabeludas”.

Sem falar em outra pilha de execuções que envolvem grandes empre-sas e somas astronômicas, conduzidas pelo mesmo juiz, no mesmo Núcleo de Conciliação...

Voltaremos à carga!

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013 POlítica - Mt B9

Manobra judicial teria beneficiado MM e sócio

dependência e desespero

Prefeito-empresário e seu sócio teriam adquirido mineradora que detém jazidas avaliadas em mais de R$ 700 milhões por uma bagatela; juiz é investigado por irregularidades no processo

Haroldo AssunçãoEspecial para o Centro-Oeste Popular

O prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) e seu sócio Valdinei Mauro de Souza – vulgo “Nei” – es-tão sob suspeita de terem sido beneficiados por uma nebulosa manobra judicial orquestrada no Núcleo de Conciliação da Justiça do Trabalho em Mato Grosso que terminou na transfe-rência à dupla da empresa Minérios Salomão.

O Núcleo de Concilia-ção agrega execuções tra-balhistas de grande monta – ali, depois das tentativas iniciais de resolução através de processos individualiza-dos, a Justiça do Trabalho concentra todos aqueles processos em que diversos trabalhadores reclamam por direitos sonegados por uma única empresa. Através des-ta totalização, a Justiça do Trabalho busca estabelecer negociações para beneficiar da melhor maneira os traba-lhadores que, após serem vi-toriosos na ação trabalhista, têm dificuldade de receber seus direitos.

Portanto, depois de jul-gar procedentes os pedidos de trabalhadores reivindi-cando direitos da Minérios Salomão, empresa com atu-ação na área da mineração em Chapada dos Guimarães – região denominada “Casa de Pedra” -, a Justiça do Trabalho concentrou os pro-cessos no Núcleo de Conci-liação que se encarregou de buscar formas para garantir o pagamento desses direitos já reconhecidos.

É de se observar que a Minérios Salomão não é um simples “garimpo”. Ainda que com sérios problemas na gestão de seu pessoal, a firma tem imenso potencial econômico, já que controla reservas auríferas e outros recursos naturais.

De acordo com Laudo Técnico 610/620, produzido por solicitação do TRT, suas jazidas estariam avaliado atualmente em um mon-

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tante de R$ 723.788.869, 11 - enquanto as dívidas traba-lhistas somam pouco mais de dois milhões de reais.

Para disputar o con-trole das cotas da empresa Minérios Salomão foram credenciadas as empresas IDEPP Desenvolvimento de Projetos Ltda e a Bime-tal Participações, esta de propriedade do prefeito--empresário.

Por conta da atuação suspeita do juiz Luís Apare-cido Ferreira Torres, aquilo que deveria ter sido re-solvido pelo repasse das cotas para o autor da maior oferta, transformou-se em uma grande confusão que já resultou em diversas ações nas quais é questionada a legalidade de todo o proce-dimento.

As cotas da Minérios Salomão tiveram seu valor fixado arbitrariamente pelo magistrado, sem passar por avaliador judicial, em R$ 4 milhões - mas acabaram sendo adjudicadas para Jés-sica Cristina de Souza, logo depois, por apenas R$ 2,8 milhões. Esta, por sua vez, logo em seguida as trans-feriu para a Maney Parti-cipações Ltda, empresa em que os sócios são o pai dela, Valdinei Mauro de Souza

Caro juiz Luis Aparecido Ferreira Torres,Meu nome é Haroldo Assunção, sou repórter do jornal Centro-Oeste Popular e fui designado para produzir matéria sobre o rumoroso caso que envolve execuções trabalhistas contra a empresa Minérios Salomão, em trâmite no Núcleo de Conciliação da Justiça do Trabalho em Mato Grosso.Tendo sido o senhor acusado de irregularidades na causa, temos a questionar o seguinte:1 – O senhor realmente foi beneficiado por R$ 165 mil do alvará levantado em favor do corretor de imóveis José Faria de Oliveira – ele teria depositado R$ 95 mil em conta de uma construtora para pagamento de apartamentos adquiridos pelo senhor e entregue outros R$ 70 mil, em dinheiro, a seu pai?2 – Quando o senhor determinou leilão para vender a empresa, apresentaram-se dois interessados – a Bimetal, do prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, e o Instituto de Desenvolvimento de Projetos (IDEPP). Posteriormente, o senhor cancelou o leilão judicial e procedeu adjudicação em favor de Jéssica Cristina de Souza – a qual vendeu a empresa à Maney Participações Ltda, de pro-priedade do pai dela Valdinei Mauro de Souza e do prefeito Mauro Mendes. Por quê o senhor adotou o procedimento que terminou por beneficiar Mauro Mendes e seu sócio?3 – As jazidas exploradas pela empresa Minérios Salomão estão avaliadas em mais de R$ 700 milhões. No entanto, o senhor dispensou perícia e avaliou a empresa em apenas R$ 4 milhões, terminando por proceder à adjudicação por R$ 2,8 milhões. O que o levou a tal depreciação patrimonial da empresa, que terminou por beneficiar Mauro Mendes e seu sócio?Sem mais para a ocasião, aguardamos seu contato.O telefone da redação é 3623-4300 e a reportagem será concluída nesta sexta-feira (18/10/13), até as 14h – será publicada na edição que vai às bancas domingo.Cordialmente,

Haroldo Assunção

e o empresário-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes.

Designado pelo presi-dente do Tribunal Regional do Trabalho em Mato Grosso (TRT/MT) – e corregedor--Regional -, desembargador Tarcísio Valente, o juiz auxi-liar Paulo Brescovici apontou a manobra levada a termo pelo magistrado Ferreira Torres quando responsável pelo Núcleo de Conciliação. “Observa-se que a adjudi-cação não passou de uma fraude processual urdida em defesa de interesses em-presariais. Num completo

“Nei” e o sócio-prefeito Mauro Mendes: manobras judiciais

Page 6: CENTRO OESTE POPULAR ED 581

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013POlítica - Mt POlítica-MtB10 B11

Deputados aprovam ResidênciasAssistidas para Deficientes

direitos

Programa proporciona cuidados, proteção e convivência para a inserção plena desse público na sociedade ALMT

Minirreforma eleitoral e as novas regras

polêmica

Uma das medidas fixa teto para gastos com alimentação e aluguel de veículos em campanhas

Da redação

A Câmara aprovou na noite de quarta-feira, 16, o texto-base do projeto de minirreforma eleitoral. Um dos pontos mais polêmicos foi retirado da proposta: a permissão de doações indi-retas de concessionários de serviços públicos.

Por 222 votos a favor e 161 contra, o plenário da Câmara dos Deputa-dos aprovou, o projeto da minirreforma eleitoral. O substitutivo do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a proposta oriunda do Senado retirou dispositivos do texto. Entre eles, a redu-ção, de 20% para 10%, do mínimo de recursos do Fun-do Partidário a ser aplicado na fundação ou instituto de pesquisa e educação política do partido.

Cunha relatou a matéria na Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania.

Devido à obstrução de vários partidos, a sessão foi encerrada sem votar alguns destaques. Um deles foi o que pretendia manter a permissão de propaganda em bens particulares com faixas, cartazes, bandeiras ou pinturas, por exemplo.

Mais cedo, uma emenda permitiu parcelar multas eleitorais em até 60 meses, com prestações limitadas a 10% da renda do candidato ou do partido punido. Como o texto foi alterado, terá de

Divergências adiam término da votação da minirreforma eleitoral na Câmara

passar por nova análise no Senado.

A aplicação das novas regras para as eleições de 2014 dividiu o plenário, uma vez que a lei determina que as normas sejam aprovadas até um ano antes — o pra-zo venceu no último dia 5. Diante disso, a palavra final deverá ser dada pela Justiça Eleitoral.

Contra o projeto orien-taram o PT, o PR, o PSB, o Pros, o PDT, o PCdoB e o Psol. O PV liberou sua bancada. A favor da matéria estão o PMDB, o PSDB, o PP, o PSD, o DEM, o SDD, o PTB, o PSC, o PRB, o PPS e o PMN.

A proposta limita a pro-paganda em bens parti-

culares (proibindo placas, cavaletes e envelopamento de carros) e fixa teto para gastos com alimentação e aluguel de veículos em cam-panhas.

FisCAlizAçãO

A proposta de minir-reforma eleitoral também limita a fiscalização das pres-tações de contas das legen-das ao dizer que a atuação da Justiça Eleitoral se destina exclusivamente a “identifi-car a origem das receitas e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante exame formal dos documentos con-tábeis e fiscais apresentados pelos partidos”.

O texto de Eduardo Cunha veda à Justiça Eleito-ral “a análise das atividades político-partidárias ou qual-quer interferência em sua autonomia”.

PUNiçõEs

A proposta também re-duz possibilidades de puni-ção aos partidos em caso de irregularidades.

O projeto diz que a san-ção de suspensão do repas-se de recursos do Fundo Partidário não poderá ser executada durante o se-gundo semestre do ano que se realizem as eleições. O objetivo do texto é garantir dinheiro às legendas para o pagamento de campanhas

eleitorais.O texto também auto-

riza cooperativas e associa-ções sem fins lucrativos a doarem para campanhas, quando não forem integra-das por concessionários de serviços públicos nem beneficiárias de recursos públicos.

PROPAGANdA

A proposta dá ainda maior liberdade a pré-candi-datos em período anterior à campanha eleitoral. O texto diz que não será considerada propaganda antecipada a participação de pré-candi-datos em entrevistas, pro-gramas, encontros e debates no rádio, na televisão e na internet, “inclusive com a exposição de plataformas e projetos político”.

A minirreforma veda propaganda eleitoral em ou-tdoors, inclusive eletrônicos. O texto prevê multa de R$ 5 mil a R$ 15 mil às empresas responsáveis pela publici-dade, partidos, coligações e candidatos.

O texto proíbe a veicula-ção de propaganda eleitoral em bens particulares, como fixação de faixas, placas, car-tazes, bandeiras, pinturas, e bonecos.

O projeto torna crime a contratação de pessoas com a “finalidade específica de emitir mensagens ou co-mentários na internet para ofender a honra ou denegris a imagem de candidato, partido ou coligação”. A pu-nição prevista pelo projeto é de 2 a 4 anos de detenção e multa de R$ 15 mil a R$ 50 mil.

A aplicação das novas regras para as eleições de 2014 dividiu o plenário

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Riva destaca alcance social com aprovação de projetoProposta aprovada no Senado estabelece novas regras para a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios

Vitória do municipalismo

Da Redaçãoc/Assessoria

Principal defensor da criação de novos municípios em Mato Grosso, o deputado estadual José Riva (PSD) comemorou a aprovação na noite de quarta-feira (16), do Projeto de Lei Complemen-tar do Senado (PLS-Comp) 98/2002, que estabelece no-vas regras para a criação, in-corporação, fusão e desmem-bramento de municípios.

De acordo com Riva, a aprovação do projeto é uma vitória do municipalismo. “É uma decisão importante para Mato Grosso, que é um estado que ainda está em processo de ocupação devido à sua dimensão territorial, ou seja, é um dos que mais tem municípios para ser criados. Alguns criticam as emanci-pações, mas esquecem de avaliar o alcance social dessa lei em função do cidadão ter o poder público mais próximo, tendo os principais pleitos atendidos”.

Perguntado sobre quan-tos municípios devem ser criados em Mato Grosso, o parlamentar disse que é pre-ciso analisar minuciosamente o conteúdo do texto do substi-tutivo aprovado pelo Senado. “O texto foi bastante alterado e então vamos fazer uma filtragem, mas o mais impor-tante é que o projeto propicia

a regularização das divisas municipais e estaduais, além de criar novos municípios”, opinou.

Para ser criado o novo município em Mato Grosso, um dos requisitos é que o dis-trito tenha aproximadamente seis mil habitantes.

O presidente da Associa-ção Mato-grossense de Áreas Emancipadas e Anexadas (Amaea), Nelson Salim Ab-dalla, afirmou que a apro-vação do projeto faz justiça social com os moradores dos distritos.

“Atualmente, existem cidadãos de primeira e ter-ceira categoria. Quem mora na sede do município, recebe os serviços essenciais. Já os moradores dos distritos, aguardam os recursos que mal chegam, ficando sempre com as sobras. A emancipa-ção proporciona mais em-prego, renda e qualidade de vida para a população. Além disso, a nova lei não onera a União em nenhum centavo, pois será feita a redistribui-ção dos recursos repassados aos municípios existentes”,

justificou.O projeto de autoria do

senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), foi aprovado com 53 votos a favor, 5 contrários e 3 abstenções. Agora, segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

EMANCiPAçãO O substitutivo da Câ-

mara condiciona a criação, incorporação, fusão e des-membramento de municípios à realização de Estudo de Viabilidade Municipal e de

plebiscito junto às populações dos municípios envolvidos. Com a nova lei, as Assem-bleias Legislativas voltam a examinar a criação de novos municípios, o que não acon-tecia há 17 anos.

Para a instalação de mu-nicípios em áreas de pro-priedade da União, de suas autarquias e fundações será necessário uma prévia auto-rização da União. Também não poderão ser criados mu-nicípios em áreas indígenas e de preservação ambiental.

Qualquer uma dessas ações terá início mediante requerimento endereçado à respectiva assembleia le-gislativa. O requerimento deverá ser subscrito por 20% dos eleitores residentes na área geográfica diretamente afetada, no caso de criação ou desmembramento, ou 10%, no caso de fusão ou incorpo-ração.

O cadastro do Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE) será a base de cálculo para o número de eleitores neces-sários à admissibilidade dos requerimentos de alteração de fronteiras político-admi-nistrativas.

Tanto o município a ser criado quanto o município pré-existente terão de ter população igual ou superior ao mínimo regional. O subs-titutivo propõe as regras para esse cálculo, uma para Norte

e Centro-Oeste, outra para Nordeste e outra para Sul e Sudeste.

O número mínimo de imóveis existentes no núcleo urbano do novo município deverá abrigar pelo menos 20% das famílias residentes no núcleo urbano original.

Os pré-requisitos popu-lacional e imobiliário serão indispensáveis para a realiza-ção do Estudo de viabilidade, que deverá abordar as viabili-dades econômico-financeira, político-administrativa, so-cioambiental e urbana, tanto do município pré-existente quanto do município a ser criado.

Depois de aprovado e homologado o estudo de via-bilidade, a Assembleia pedirá ao Tribunal Regional Eleito-ral a realização do plebiscito para consultar as populações dos municípios envolvidos. O plebiscito ocorrerá, preferen-cialmente, junto às eleições seguintes.

Se o plebiscito for pela rejeição, ficará vedada a re-alização de novo plebiscito para o mesmo fim no prazo de dez anos. Se o plebiscito for pela aprovação, a assem-bleia votará projeto de lei definindo nome, sede, limites geográficos, comarca judici-ária, limites dos respectivos distritos e forma de absorção e aproveitamento de servido-res públicos.

José Riva, deputado estadual: é uma decisão importante para Mato Grosso, que é um estado que ainda está em processo de ocupação devido à sua dimensão territorial

Assessoria

Da Redação

Os deputados aprova-ram em plenário, em pri-meira votação, a criação do programa “Residências Assistidas para Pessoas com Deficiência” em Mato Gros-so. A meta é proporcionar cuidados amplos e adequa-dos aos integrantes desse público e às suas necessi-dades, além de proteção e convivência para que eles possam estar plenamente inseridos na sociedade.

A resposta dos parla-mentares mato-grossenses à lacuna existente no esta-do, nesse campo, aconteceu exatos cinco anos após o Brasil ratificar a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU – a Organização das Nações Uni-das – e adotá-la com status de Emenda Constitucional. Com isso, Mato Grosso pode reforçar sua posição nesse contexto.

A atenção especial pro-posta está no Projeto de Lei n° 576/2012, do deputado Wagner Ramos (PR). Ela significa que o atendimento deve ser disponibilizado sempre quando existir situ-ação de vulnerabilidade ou de risco social.

Também, nos casos de semidependência para re-alização de atividades da vida diária e as famílias não

tenham condições de prover esses cuidados ou, ainda, quando pessoas desse grupo não possuam famílias ou tenham sido abandonadas.

“Essa atenção especial também deverá prevenir o isolamento e a institucio-nalização da pessoa com deficiência, a partir do forta-lecimento dos vínculos fami-liares – quando houver – e da sua reinserção na comunida-de da qual faz parte”, alertou Wagner Ramos. O projeto prevê ainda instalação de

residências apropriadas nas comunidades que ofereçam ao paciente infraestrutura adequada e inclusão social, com cuidados de profissio-nais especializados.

A mais recente edição relacionada à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU foi realizada em Brasília entre os dias 03 e 06 de dezembro do ano passado. O PL 576/2012 começou a ser analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

DeputadoWagner Ramos, autor do projeto de lei: essa atenção especial também deverá prevenir o isolamento e

a institucionalização da pessoa com deficiência, a partir do fortalecimento dos vínculos familiares – quando houver – e

da sua reinserção na comunidade da qual faz parte

Famílias e governantes brasileiros gastam pouco com cultura

Revela estudo do IBGE

dados

Da Redação

Tanto as famílias brasi-leiras quanto os governantes gastam pouco com cultura. Um estudo do Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na sexta, 18, mostra que nem o cidadão nem os políticos costumam investir grandes somas de di-nheiro próprio ou de recursos públicos em atividades cultu-rais — que receberam do órgão oficial um conceito amplo que abrange desde comprar livros até usar o telefone.

O levantamento, com a parceria do Ministério da Cul-tura, analisa despesas de todos os níveis de administração e das famílias brasileiras. A conclusão é de que os gover-nantes destinam apenas 0,3% dos gastos municipal, estadual e federal para o setor cultural.

Na análise dos gastos das famílias, o IBGE contabilizou uma ampla gama de produtos e serviços como cultura: apare-lhos de som, TV e informática, livros, gastos com cinema e te-atro, mas também com artigos

de decoração, festas, contas de telefone e brinquedos.

As tabelas, que não tra-zem dados regionais neste quesito, mostram que cada família brasileira gasta, em média, R$ 184,57 mensais com esses serviços ou produtos. Se for descontado o dinheiro apli-cado em telefonia (que inclui internet móvel), sobram R$ 106,31. Um brasileiro branco, porém, gasta quase o dobro

do que um negro em razão da desigualdade social.

Descontando-se também a despesa com a conta de tele-fone, o desembolso com bens e atividades culturais representa 5% do orçamento familiar, atrás de gastos considerados mais importantes como ha-bitação e alimentação, mas também vestuário — que fica com 5,3% do suado dinheiro da população ao final do mês.

Na análise dos gastos das famílias, o IBGE contabilizou uma ampla gama de produtos e serviços como cultura: aparelhos

de som, TV e informática, livros, gastos com cinema e teatro, mas também com artigos de decoração, festas,

contas de telefone e brinquedos

ALMT

Page 7: CENTRO OESTE POPULAR ED 581

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013B12 EcOnOMia-Mt

A cada cinco minutos uma empresa é aberta no Brasil

empreendedorismo

Hoje, três em cada quatro brasileiros querem empreender, mas desistem por falta de preparo e medoBeatriz Girardi

Da Redação

Hoje, o país já tem mais de 16 milhões de estabe-lecimentos. Do total, 296 mil estão em Mato Grosso, conforme o novo site Empre-sômetro – Perfil Empresarial Brasileiro (www.empreso-metro.com.br), criado pelo Instituto Brasileiro de Plane-jamento e Tributação.

O Empresômetro con-tabiliza em tempo real o número de novas empresas e apresenta estatísticas atu-alizadas por setor, atividade, tipo jurídico, Estado, cidade, matrizes e filiais. Do total, 45,19% das empresas é do setor de serviços, 41,79% do comércio, 7,17% são indús-trias e 4,24% são do agrone-gócio. A média de idade das empresas brasileiras é de 8,8 anos.

Nas regiões Sudeste e Sul, estão mais de 68% de

Felicidade no trabalho

O tema felicidade no trabalho, hoje, é a bola da vez no mundo corporativo e uma das prioridades das áreas de recursos humanos. Para tentar desvendar o significado de felicidade no trabalho, o Ateliê de Pesquisa Organizacional fez um estudo com gestores e não gestores de companhias para que eles indicassem o entendimento e a experiência que têm da própria felicidade no trabalho. Entre as principais conclusões, a pesquisa revela que a felicidade no trabalho para os profissionais ouvidos está ligada a ganhar dinheiro, relacionar-se com pessoas, ter desafios, trabalhar em equipe. É contar com relações seguras e confiáveis entre colegas, ser reconhecido, sentir-se motivado, satisfeito, competente e alegre na empresa, entre outros sentimentos. a questão da infelicidade no trabalho, os participantes da pesquisa apon-taram vários itens: ter disputas internas, sofrer pressões, ambiente tenso, colegas fingidos, adoecimentos, pouco tempo para coisas pessoais, ausência de reconhecimento e líderes inadequados, entre outros fatores.

vEjA ABAixO Os PRiNCiPAis REsUlTAdOs dO EsTUdO:

Felicidade em relação ao trabalhoPara 78%, o dinheiro é um fator que se sobrepõe a todos

os outros.Para 79% dos entrevistados, eles estão felizes ou muito

felizes em relação ao trabalho, apenas 7% consideram-se infelizes ou muito infelizes.

Para 46%, eles são os responsáveis e não a empresa pela própria felicidade no trabalho.

Entre as mulheres, 84% consideram-se felizes ou mui-to felizes em relação ao trabalho. Entre os homens, 75% consideram-se felizes ou muito felizes em relação ao trabalho.

Para 57%, trabalhar mais de 8 horas por dia é motivo de satisfação. Apenas 17% responderam que trabalhar além do horário é motivo de insatisfação.

O qUE dEixA FEliz NO TRABAlhOPara 49%, relacionar-se com pessoas é uma das situa-

ções que os deixa felizes no trabalho. Para 41%, trabalhar em equipe é a principal situação.

Para 68%, quando estão felizes no trabalho, sentem-se motivados.

Para 48%, a infelicidade no trabalho traz o sentimento de desmotivação.

Pesquisa mostra que, para 78%

dos profissionais, dinheiro é o mais

importante para ser feliz no trabalho

O número de empreendedoras está

crescendo a taxas chinesas no Brasil

296 mil estabelecimentos estão em Mato Grosso

Reprodução

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todas as empresas brasileiras e, no comércio varejista de artigos do vestuário e aces-sórios, se encontra o maior número de companhias, com mais de 1 milhão de estabelecimentos. No ano passado, o faturamento das empresas nacionais foi de R$ 7,2 trilhões. Os três esta-dos que mais têm empresas são São Paulo, com 29,11% do total, seguido de Minas Gerais, com 10,16%, e Rio de Janeiro, com 8,38%. Os três estados com menos empre-sas são Amapá, com 0,28% do total, Acre, com 0,27%, e Roraima, com 0,19%.

PERFil dE GêNERO

O número de empre-endedoras está crescendo a taxas chinesas no Brasil. Em 10 anos, o índice de aumento foi de 21,4%. A participação dos homens à frente dos micro e peque-

nos negócios, por sua vez, subiu 9,8% no mesmo perí-odo. De cada dez empresas em atividade no Brasil, três são comandadas por mulheres. Os dados fazem parte do Anuário das Mu-lheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, do Sebrae em parceria com o Dieese, que analisou o per-fil de gênero nos pequenos negócios - os que faturam até R$ 3,6 milhões por ano - entre 2001 e 2011. A Região Norte foi a que teve o maior crescimento de mulheres empreende-doras no país. Em 10 anos, o número de mulheres que montou um negócio cres-

ceu quase 80%. A Região Centro-Oeste apareceu em segundo lugar, com 43%. O estudo também revela que as mulheres que estão mon-tando o seu próprio negócio são bastante jovens: 41,3% têm entre 18 e 39 anos e 52% têm entre 40 e 64 anos. Além disso, cerca de 40% delas são chefes de família, sendo que a maioria (70%) tem ao menos um filho.

O setor que as mu-lheres mais empregam é o comércio, com 42% de empregos gerados, sendo a venda de roupas, acessórios e calçados, a atividade com maior concentração femini-na. Os setores de Serviços e indústria vêm em seguida.

Em 10 anos, o número de mulheres que montou um negócio cresceu quase 80%. A Região Centro-Oeste apareceu em

segundo lugar, com 43%

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Temporada de cruzeiros668 mil turistas no Brasil

turismo náutico

A temporada começa em novembro e vai até abril de 2014

Da Redação

Com crescimento de cerca de 600% na última década, o turismo náutico e de cruzeiros marítimos deve ter mais uma boa temporada a partir de novembro, prevê a Asso-ciação Brasileira de Cru-zeiros Marítimos (Abre-mar). Para a próxima temporada 2013/2014, serão pelo menos 668 mil passageiros nas 242 opções de roteiros em 12 transatlânticos que esta-rão navegando pela costa brasileira. A temporada começa em novembro e vai até abril de 2014.

A t é o m o m e n t o , a movimentação com maior impacto – R$ 1,4 bilhão na economia bra-

sileira- foi a da tempora-da (2010/2011), que teve um total de 20 cruzeiros navegando pela costa do país. Hoje, o Brasil hoje ocupa a sétima colocação no ranking mundial de transporte de passagei-ros em cruzeiros, mas já esteve em quinto, mos-tram dados do Ministério do Turismo.

Neste ano, Fernando de Noronha voltará a receber cruzeiros marí-timos com o navio Louis Aura, que tem capaci-dade para 700 pessoas. Estão previstas 21 esca-las na ilha, com cruzei-ros partindo de Recife, Natal, Fortaleza e João Pessoa. Os roteiros terão duração de duas a sete noites.

Crescimento de 9,6% no faturamento da agropecuáriaVolume bruto de produção de lavouras e da pecuária deve alcançar R$ 416,98 bilhões

safra cHeia

Da Redação

A colheita nas lavouras está chegando ao fim e es-tudos prévios avaliam um faturamento de R$ 416,98 bilhões em 2013, o que representa uma receita de 9,6% em comparação ao ano de 2012. Esse montan-te representa o faturamen-to das principais lavouras e da pecuária.

De acordo com o coor-denador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, os re-sultados anunciados devem sofrer pequena alteração até o final do ano, já que apenas algumas lavouras de inverno como de trigo, aveia, centeio e cevada es-tão na fase de colheita.

O valor da produção das lavouras deverá somar R$ 276,44 bilhões em 2013. Se comparado a 2012, o crescimento é de 9%.

“ Grande parte das la-vouras tem apresentado bom desempenho este ano, seja devido a preços melho-res ou a produções mais elevadas que em 2012. O valor obtido pelo estudo representa 66,3% da renda

total da agropecuária”, dis-se Gasques.

Os melhores desempe-nhos nas lavouras são do tomate, com aumento de 88,8%; da batata-inglesa, crescimento de 47,3%; da laranja, 32,9% e da soja, 19%. Em níveis mais baixos de aumento do volume bru-to de produção encontram--se o arroz, com elevação de 10,6%; a banana, 11,9%; o

feijão, 7%; o fumo, 14,7%; o milho, 8% e o trigo, com aumento de 14,3%. A pior atuação neste ano vem sen-do observado no algodão que apresenta 30,3% de queda e no café, 29,1%.

A pecuária deve obter um faturamento de R$ 140,57 bilhões, que cor-responde a 33,7 % do valor bruto da produção neste ano, ou seja, 10,8 % a mais

que no ano passado. A car-ne do frango lidera a lista de expansão com 23,3% de alta no VBP. Os ovos e os suínos também se des-tacam, com acréscimo no VBP respectivamente de 13,6% e 12,7%. O menor desempenho é da carne de bovinos, com 1,9% de au-mento. (Com informações do Ministério da Agricul-tura)

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 576 15/09 a 21/09 de 2013 GEral - Mt C13C13www.copopular.com.br

Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

Para História! Na última quinta, o advogado Eduardo Mahon, membro da Acadêmia de Letras ,recebeu mais de 200 amigos, no patrimônio

histórico dos imortais, onde lançou seu livro NEVRALGIAS, com direito a muitos autógrafos e majestoso Sarau. Aqui ao lado de Yasmin Nadaf

em momento emocionante!

Mais uma Primavera! Comemorou no maior alto astral, repleta de amigos maravilhosos, na última quarta, mais um ano de vida a poderosa Kátia ao lado do marido, o empresário Ricardo Matsuda e suas filhas Luana e Lara. Amor, diversão e absurdamente tudo

impecável.

O evento mais luxuoso dos últimos tempos, notadamente, foi da arquiteta Carolina Fagundes, celebrando a nova etapa como a mais novo membro da Revista Kaza Brasil, ao lado da amiga Fernanda Minosso recebeu a mais de 200 convidados de forma meiga e extremamente elegante no Espaço Àgora, Hotel Gran Odara.

Prestigiando noite memorável a cerimonialista Izis Dorileo ao lado dos pais, Sr. Benedito Pedro Dorileo e Dona Marlene.

A juíza Anglisley Solivan, a super querida Adriana Oliveira alegre toda vida e todo o brilho e luxo da amiga Luciana Marques Muller.

A bela Patricie Rother e o Dr. André Crepaldi

apaixonados pela obra!

Jamille Grunwald Guisardi

arrasando com seu novo look ao lado da

bela Juliana Barbour Sano.

Na mesma noite, engrandecendo a noite em homenagem ao Dr. Eduardo, duas gerações tradicionais, Bia e Marina Spinelli.

Quando o assunto é arquitetura e designer é com elas mesmas: Francielle Martins e Liara Buzetti que fez lindo no Morar Mais 2013.

Primorosamente chiques, o trio da nossa sociedade: Emily Giglio, Andréa Bedin e Suzana Figueiredo Cândia.

O casal Marcela e o Secretário de Governo de Cuiabá Fábio Garcia, ao lado do casal Juliana Navarro e o empreendedor Omar Maluf.

Lindos e cheios de muita energia, os amigos Luiza Miranda, Cleber Clemente e Jéssica Riva.

Page 8: CENTRO OESTE POPULAR ED 581

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

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Pratos leves e saudáveis na porta de casa

bodycHef

Em Cuiabá, o chef Mario Esposito apresenta a sua dieta delivery

Da Redação

Uma dieta persona-lizada e direcionada ao objetivo de cada cliente, com essa finalidade o jo-vem empreendedor chef Mario Esposito de 23 anos dedicou-se à gas-tronomia durante dois anos. Em busca de novas oportunidades, mudou--se para Vancouver, no Canadá, onde adquiriu amadurecimento pessoal e profissional. Trabalhou na cozinha de restauran-tes com diferentes estilos gastronômicos e comple-mentou a graduação de Gestão em Gastronomia com o curso Food Safe West Coast BC.

Criou a BodyChef, uma dieta delivery que traz praticidade às pes-soas que buscam uma alimentação saudável. “Todo mundo sabe que um bom resultado na academia deve estar as-sociado à nossa alimen-tação. Essa é a intenção da BodyChef, dar uma atenção a dieta de cada cliente de forma específi-ca e cuidadosa”, garante o chef de cozinha.

O cardápio é variado e as dietas são elaboradas de acordo com a vontade de cada cliente, sendo eles ganho de massa mus-cular, redução de gordura corporal ou reeducação alimentar. A BodyChef prepara tudo isso com orientação nutricional de especialistas. “Nosso cardápio é bem variado e temos como objetivo ofe-recer uma alimentação saudável, balanceada e com preparações atrati-vas”.

Conciliando o prazer de comer bem com as eternas cobranças de uma alimentação saudável e equilibrada, os ingre-dientes são todos sele-cionados com produtos integrais e orgânicos para oferecer saúde e sabor para quem procura qua-lidade com o diferencial de ser entregue em casa. “Hoje temos 64 clientes. Cada um tem sua dieta balanceada e direcionada às suas necessidades, sem falar no sabor”, conta o jovem empreendedor.

Uma alimentação li-ght não precisa ser sem graça. Isso é puro mito. Os cardápios BodyChef não deixam nada de fora, só as calorias. Peixes, frango, carnes magras, verduras, legumes, grãos e frutas são preparados de maneira saudável e servidos com muito sa-bor. A variedade é o gran-de segredinho do chef, para não deixar que a dieta caia na monotonia. Todo dia tem um prato diferente. Nada é con-gelado e as refeições são entregues diariamente para que o sabor e os nu-trientes de cada alimento sejam mantidos.

Utilizando os melho-res produtos e sempre

atentos quanto à quali-dade nutricional dos ali-mentos e segurança ali-mentar, a BodyChef conta com o preparo de uma equipe de profissionais de qualidade e com in-gredientes selecionados e temperos saborosos.

CONCEiTO BOdyChEF

O chef Mário Espó-sito fala sobre a dieta anti-aging. “Esta dieta consiste em hábitos que irão ajudar pessoas pre-ocupadas em atenuar as alterações físicas e men-tais do envelhecimento”, observa o empresário. Muitos estudos demons-tram que uma série de

nutrientes e alimentos devem ser consumidos regularmente, pois me-lhoram a saúde da pele e retardam o envelheci-mento precoce. A saúde da pele é muito abordada, pois ela é o maior órgão do corpo humano, pro-tege os órgãos internos das agressões externas, apresenta função estéti-ca, além de ser um reflexo exterior da boa nutrição e hidratação. Envelhecer é um processo natural e inevitável. Fatores como irradiação solar, fumo, estresse, álcool, má ali-mentação, dietas pobres em vitaminas, minerais e antioxidantes, podem agravar e acelerar esse processo.

“Diante desse fato, aqui na BodyChef, ofe-recemos um cardápio que util iza alimentos comprovados cientifica-mente que servem para combater os radicais li-vres (responsáveis pelo envelhecimento precoce), previnem a flacidez e o aparecimento de linhas de expressão e o mais interessante, alimentos que tem o poder anti--inflamatório”.

Para aproveitar as de-lícias oferecidas é muito simples. Primeiramente o cliente deve acessar o site do BodyChef: http://www.bodychef.net e es-colher qual menu se en-caixa melhor nas suas necessidades. Depois é só preencher o formulário por completo e enviar para o e-mail.

O cardápio foi mon-tado para cada dia ser entregue uma refeição diferente e balanceada de acordo com seus objeti-vos. Quem não come car-boidratos, recebe outro tipo de alimento. Quem não come carne verme-

Cada um dos 64 clientes da BodyChef têm sua dieta balanceada e direcionada as suas necessidades

Cardápio bem variado e uma alimentação saudável, balanceada e com ingredientes apetitosos e suculentos

lha, recebe outro tipo de proteína magra, e por aí vai.

As refeições são en-tregues na sua casa, ou no seu trabalho, diariamen-te, entre 10h30 e 12h30.

UM jOvEM EMPREENdEdOR

Oferecer um serviço que se diferencie dos de-mais é um desafio para aqueles que desejam en-trar no mercado atual-mente. Pensando nisso, o empreendedor Mario Esposito pesquisou e encontrou em uma ne-cessidade local a opor-tunidade para conquis-tar clientes em Cuiabá. Formado em gestão su-perior de gastronomia fez pós-graduação no Canadá – Safe Food West Coast –BC. “Conseguir ter emagrecido 35 kgs com exercícios físicos e uma boa alimentação me incentivou a ajudar as pessoas a viver de for-ma saudável com dietas balanceadas. Amo o que eu faço”.

Os cardápios BodyChef não deixam nada de fora,

só as calorias. Peixes, frango, carnes magras,

verduras, legumes, grãos e frutas são preparados de maneira saudável e

servidos com muito sabor

Empreendedor chef Mario Esposito cria dieta delivery e conquista clientes em Cuiabá

FOTOS: Divulgação

O maior campeonato de Várzea do Mundo

feirantes mercado do porto

Craques como Hulk, Kaká, Paulo Nunes e Imperador. Times equilibrados, transmissão pelo rádio e Ana Paula Oliveira no apito. O torneio dos feirantes de Cuiabá é uma joia do futebol brasileiro

Revista Placar

Os corredores do Mer-cado do Porto de Cuiabá es-tão praticamente desertos. A maioria das barracas está fechada, coberta por lona, e nas poucas abertas há mulhe-res do outro lado do balcão. O relógio marca 14 horas e o ter-mômetro, 16 graus, mas não é a tarde gélida para os padrões cuiabanos o que afasta os co-merciantes e clientes dali. É segunda-feira – e a segunda é o domingo do feirante que tem no fim de semana seus dias mais intensos de trabalho.

Pelos corredores vazios ecoa um som que raramente se ouve às segundas. “Ele toca agora pra Kaká, Kaká vai pra bola, volta para Kaká, agora pra Leandrinho, Leandrinho ajeitou, acabou saindo, é ar-remesso lateral para o Raça Pura!” Basta seguir o som para constatar que ele não vem de um aparelho de rádio, mas de um punhado de caixas de som empilhadas no terreno ao lado do mercado. É ali que todos estão concentrados para a disputa do Campeonato dos Feirantes do Mercado do Porto, que poderia tranquila-mente reclamar para si o título de melhor torneio de várzea do Brasil.

A afirmação inspira gran-de responsabilidade – afinal, são inúmeros os campeonatos amadores Brasil a fora. E, assim como boa parte deles, a pelada entre os feirantes nasceu do simples pretexto para reunir amigos e colegas de trabalho. “A gente queria organizar algo para unir mais os feirantes, mas não sabia exatamente o quê. Foi quando deram a ideia de um torneio de futebol, mas fiquei em dúvida, porque poderia dar confusão” diz Rosilma Tibaldy, coorde-nadora do Mercado do Porto.

Era o ano de 2006, e os feirantes conseguiram con-vencer Rosilma de que poderia ser uma boa ideia. O palco para o torneio já estava pron-to: ao lado do mercado, havia um campinho de futebol co-nhecido como Campo do Bode (devido a concentração de caprinos no local). A grama es-cassa contrastava com a altura do mato nos arredores. A área delimitada pela cal aparenta ter 50 x25 metros (nunca foi medida oficialmente), o que é suficiente para jogar com sete de cada lado.

Coube a dois açougueiros

do Mercado, Marquinhos, 37 anos, e Regis, 34, a orga-nização do campeonato, que acontece todos os anos entre maio e agosto, período em que há menos chuvas na cidade. A final do torneio é sempre programada para a segunda--feira mais próxima de 25 de agosto, dia do feirante. Em sua oitava edição neste ano, o Campeonato dos Feirantes virou o xodó dos trabalha-dores do Mercado – e é o retrato de como a essência do esporte teima em sobreviver, em uma cidade que o futebol profissional esta longe de ser bem-sucedido.

Os feirantes de Cuiabá alcançaram um grau de orga-nização de dar inveja a muitos campeonatos profissionais. O melhor exemplo veio em março deste ano, quando uma partida entre Vila Aurora e Luverdense, pelo Campeo-nato Mato-grossense, não aconteceu por falta de ambu-lância. No Campeonato dos Feirantes, ela nunca falha: sempre há uma unidade à disposição, oferecida por uma drogaria que viu no torneio a oportunidade de divulgar sua marca. “A gente até brincou que, se a federação precisar de uma força, a gente poderia ajudar”, diz Regis.

lEi ANTiPANElA

Mas o requinte na orga-nização começa bem antes, no sistema de divisão dos times. Desde o primeiro torneio, deci-diu-se que cada time teria seu presidente vitalício, mas que os jogadores seriam divididos por sorteio. “Foi o jeito que en-contramos de evitar panelinhas. Assim a gente evita também que tenha rixa entre açougueiro e peixeiro” diz Regis.

Todo ano, a organização abre inscrições para 100 joga-dores, que são sorteados entre

os dez times. Há jogadores de todas as idades, formas físicas e níveis de habilidade, mas já uma regra clara: só joga quem trabalha na feira. Evitam-se assim aqueles amigos que são convidados só porque jogam bem. Menores de idade a partir de 15 anos podem participar, desde que com autorização dos pais, caso sejam filhos de feirantes, ou do patrão.

Feito o sorteio dos jogado-res, as equipes são divididas em dois grupos, que jogam entre si. Os três primeiros classificados de cada chave se garantem au-tomaticamente na segunda fase. Os últimos colocados dispu-

tam uma repescagem, e ao fim formam-se outros dois grupos de quatro equipes, que jogam entre si. Os dois primeiros de cada chave fazem as semifinais. O sistema garante que boa parte das equipes continue jogando durante quase todo o torneio.

Não faltam referências ao mundo dos profissionais. Nas camisas, há nomes bem familia-res – Kaká, Hulk, Paulo Nunes, Andrezinho, Imperador e até um Macarrão. Dono de uma banca de frutas, Apolinário, 39, mostra com orgulho o escudo do Tigrão, que toma empres-

tadas as cores e ao mascote do Mixto. “Aqui é sempre assim, essa rivalidade de irmão contra irmão, e o Tigrão sempre baten-do no Operário. Quer dizer, no Tricolor!”, diz Apolinário. O ato falhotem seu motivo: Tricolor é o time presidido por seu irmão Carlinhos, inspirado nas cores e no escudo do Operário de Cuiabá.

Mas a maior rivalidade do torneio é entre as equipes Forta-leza e Até Cuiabano. “Acontece que a gente ganhou uma final deles nos pênaltis, mas a riva-lidade maior é pra ver quem tem o melhor camarote”, diz Regis, que além de coordena-dor do campeonato é também jogador, treinador e presidente do fortaleza. Por “camarote”, entendam-se as tendas que cada equipe monta ao redor do campo nos dias de jogos, onde servem churrasco, peixe frito e bebidas para amigos e familia-res. Quanto mais fartura tiver o camarote, maior o prestígio da equipe.

A rivalidade também é le-vada para as torcidas, que fazem de tudo para ganhar o título de mais animada do torneio. O

número de espectadores e de carros estacionados em torno do campinho vai aumentando durante a tarde – o torneio co-meça às 14h e vai até o entarde-cer, quando geralmente há uma banda para encerrar as ativida-des do dia. O campeonato tem até sua própria loteria esportiva: é a “Bodeira”, que aceita apostas a partir de 3,50 reais nos resul-tados de cada rodada.

TRiBUNAl RAdiCAl

Apesar do clima amisto-so, não há noticias de uma boa pelada que nunca tenha um entrevero. Mas entre os fei-rantes a turma do deixa-disso conta com um forte aparato legal para punir os brigões. “Quem briga fica suspenso por dois anos”, diz Marquinho.

A narração dos jogos é feita ao vivo, por uma equipe de até cinco radialistas da região – um deles se ocupa de também comentar resultados das séries A a D do Brasileirão. Tudo é registrado pela câme-ra de Carlos Fernandes, 31, conhecido como Bob, que ao

fim do campeonato organiza um DVD com os melhores momentos do torneio.

Neste ano, a procura pelo vídeo de Bob será grande. O motivo está estampada na capa: a final do campeonato, disputada entre Paim e Raça Pura, foi apitada pela ban-deirinha Ana Paula Oliveira. A tensão antes da partida para saber se os 7000 reais investidos no cachê seriam recompensados acabou tão logo ela chegou ao Campo do Bode. “Ela surpreendeu a gente, já desceu do ônibus e saiu cumprimentando todo mundo. Foi simpática demais da conta”, conta Regis.

A final, vencida por 4x0 pelo Paim, foi um sucesso de crítica e público – estima-se que havia 3000 pessoas no Campo do Bode. Mas acabou criando um grande problema par a organização. “Depois de trazer a Ana Paula, a gente já esta quebrando a cabeça para o ano que vem”, Diz Regis. “Tem gente querendo a Ana Paula de novo, mas se a gente fazer isso sempre vai acabar enjoando, né?”

Os feirantes de Cuiabá alcançaram um grau de organização de dar inveja a muitos campeonatos profissionais. O campeonato acontece todos os anos entre maio e agosto, período em que há menos chuvas na cidade

Afinal do campeonato, disputada entre Paim e Raça Pura, foi apitada pela bandeirinha Ana Paula Oliveira

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulR$ 3,10 - ANO XIII nº 581

20/10 a 26/10 de 2013www.copopular.com.br

Paradoxo governamental!editorial

Página 3Página 2

Quase certo

mais nas páginas 4 e 5

mais na página 6

mais na página 3

Delcídio percorrerá Estado com Azambuja para ouvir população

Aberta a temporada de“caça” ao mandato de Bernal

crise política

Empresas ligadas à gestão passada tem

contratos milionárioscom Bernal

Ex-diretorda Assomasul,

AloísioCorrêa morre

na Capital

morte sÚbita

Agricultores intensificam plantio da sojaque pode ter área recorde esse ano no Estado

safra 2013/2014

faturando alto

mais na página 6

corumbá

Orçamento de 2014 prevê R$ 179,2milhões para a

Saúde e Educação

mais na página 7

Com alguns vereadores literalmente “caçando” algo concreto que justifique a cassação do mandato do prefeito Alcides Bernal (PP), o noticiário desta semana, em praticamente todos os meios de comunicação de Campo Grande, foi pautado pela instalação da Comissão Processante na Câmara Mu-nicipal que tem poderes para tirar do prefeito o mandato que lhe foi outorgado pela população, caso se comprove algum desvio em sua conduta enquanto administrador do município. O clima arrefeceu tanto que alguns vereadores

anteciparam o resultado de um julgamento que pode demorar meses e terminar em pizza, como muitas CPIs e congêneres tem terminado nesse país. Caso de Edil Albu-querque (PMDB), presidente da Comissão, que afirmou: “Tenho certeza que o Bernal não acaba o mandato, porque ele não vai aguentar a pres-são e a cobrança”. Na tarde de quinta-feira, para embolar ainda mais o meio de cam-po, o promotor Alexandre Capibaribe pediu o imediato afastamento de Bernal de suas funções, acusando-o de improbidade administrativa.

Já se tornou comum nas rodinhas populares se afirmar que, no Brasil, entra governo, sai governo e os privilegiados com os gran-des contratos firmados en-tre administração pública e iniciativa privada benefi-ciam sempre os mesmos. É comum, também, se deixar claro nessas afirmativas que para toda regra existirá sem-pre uma exceção.

O plantio da safra bra-sileira de soja 2013/2014 ultrapassa a casa dos 8% da

área estimada, de acordo com levantamento da con-sultoria AgRuralf divulgado

na última segunda-feira (14), contra cerca de 3% verifica-dos no mapeamento apre-

sentado na semana passada.

O Projeto de Lei que es-tima a receita e fixa a despesa de Corumbá para o exercício financeiro de 2014 foi enca-minhado nessa semana para a Câmara de Vereadores. Em comparação com o orçamen-to de 2013, o crescimento no-

minal é de 12,19%. A estima-tiva da Prefeitura prevê para o próximo ano um montante de R$ 456 milhões, contra R$ 406,5 milhões deste ano.

Faleceu na madruga-da de quinta-feira (17), em Campo Grande, aos 68 anos de idade, o ex-diretor da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Aloísio Castro Cor-rêa. Ele foi encontrado caído no quarto do hotel Iguaçu, onde se hospedava.

Por Fernando Ordakowski

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O livro “Viver é coisa perigosa”, de Guilherme Schelb, conta que milhares de réus em processos administrativos, judi-ciais e inquéritos não conseguem provar sua

inocência por falta de cuidado em seus relacio-namentos pessoais e profissionais.

Um jantar, um brinde de final de ano, uma viagem patrocinada por um empresário futuramente indiciado em inquérito, uma foto comprometedora, tudo leva a presunções desfa-voráveis ao inocente no atual e minado mundo dos negócios.

Participei de um seminário sobre a nova lei anti-corrupção (12.846/13), que entra em vigor no início de 2014 e, ao que tudo indica, causará grandes mudanças no cenário ético brasileiro.

É muito mais difícil defender um inocente do que um culpado. Explico. O inocente pratica atos que julga válidos, corre-tos, sem observar o crité-rio legal, na boa intenção e boa fé, achando que por aí se há de defender.

Um cliente confessou que tinha comprado uma carta de habilitação no Detran, denunciou a autoescola e o instrutor que o ajudaram. Foi condenado por ser réu confesso e os que ele denunciou foram liberados, absolvidos, porque era a palavra de um contra o outro, sem prova, sem testemunhas.

O que meu cliente achou que era um com-portamento ético voltou-se implacavelmente contra ele.

Deveria ter consultado o advogado antes e não depois.

Um outro, administrador de uma entidade cultural pública, tinha de adquirir fios de alta tensão para instalar em uma megaestrutura de shows. Seu orçamento não previa esse gasto, ab-solutamente necessário para consecução de sua atividade. Solução do inocente: contratar uma famosa escritora peruana, “sem que ela preci-sasse comparecer ao evento”. O valor destinado á escritora era exatamente o mesmo devido pelos cabos elétricos. Até nos centavos! O problema é

DiretorAntônio Carlos Oliveira

Diretoria ComerCialMax Feitosa Milas

editoria e reportagens-mtBeatriz Girardi - DRT - 118-MT

editor e reportagem - mSJota Menon

reportagensBeatriz Girardi, Regina Botelho, Jota Menon

[email protected]

estagiáriosAna Sampaio

editor de arte Mário Pulcherio Filho

Diagramação Leonardo Arruda

ChargeFernando Ordakowski

CirCulaçãoBrasília, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul

SedesAvenida Miguel Sultil, nº 4.353 - Areão Cuiabá - Mato Grosso - CEP: 78.010-500Fone (65) 3623-4300/e-mail: [email protected]

Endereço BrasíliaCLSW - 301 - Bloco A - Edifício Spaço Vip Sala 136 - Setor Sudoeste Fones: (61) 3028-1388/3028-1488

Escrtório Campo GrandeRua Joaquim Murtinho, nº 184 - Centro Campo Grande - Mato Grosso do Sul CEP: 79.002-100 Fone (67) 3029-4214 e-mail: [email protected]

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exPeDienteé ProPrieDaDe Da

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Falou E dissE“Quem puxou o vagãozinho do PSDB foi o Andrézinho”.

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POLITICANDOJota menon - [email protected]

gOvernadOr andré puccinelli (pmdb) sObre O fatO de Os tucanOs terem disputadO as úl-timas quatrO eleições para gOvernO, aliadOs aO seu partidO

Caldo de galinha

semy alves ferraz (*)

é engenheirO civil e se-cretáriO de infraestru-

tura, transpOrte e habi-taçãO de campO grande.

jOãO CAMPOs

é advogado especialista em direito do consUmidor

Por que sou contra a aliança

EditorialParadoxo

governamental!

o que édemocracia?

ElizEU diONíziO

é vereador sdd

É muito mais di-fícil defender um inocente do que

um culpado

Fica uma incô-moda questão: En-

tão vale a Demo-cracia para o voto. Depois se vive a

Demagogia no poder?

Delcídio percorreráEstado com Azambuja

para ouvir população

Quase certo

Por essa razão, vou expor os moti-vos que me levam

a tornar públicas as minhas considerações sobre esta bizarra aliança

que os honorários “pagos” sem o serviço geraram processo contra o bem intencionado servidor público. E sua defesa era muito difícil pois os rastros de irregularidade eram flagrantes. Bastou uma ligação à escritora e a resposta cristalina foi: não é verdadeiro esse contrato, nunca estive no Brasil, etc.

Aquele Ministro (ou mesmo auditor) do Tribunal de Contas que vem fazer uma palestra patrocinada pelo órgão público que, no ano seguinte, será fiscalizado pelo TCU, um jantar entre funcionário público e gerente de banco, com direito a menção na coluna social ou no Facebook, a passagem para Miami paga pela empresa ao diretor de licitações da autarquia... tudo será motivo de questionamento ético.

Um outro exemplo de descuido é o email fazendo apologia de um produto, divulgando re-sultados ou prognósticos de uma licitação, enviado

a funcionários públicos, órgãos da administração e assim por diante. Na primeira investigação, a primeira coisa que se pede é o disco rígido do com-putador (HD). E mesmo os arquivos “apagados”, “deletados” podem ser re-cuperados por um perito.

Estão na moda tam-bém as gravações de áudio e vídeo (canetinhas, bottons, pingentes e até captadores de áudio fixados aos dentes) que provocam estragos em emplumadas reputações.

“A gravação não foi judicialmente autori-zada!”, vai dizer o inocente. Diga isso ao Wiki-Leaks, ao Youtube ou ao Instagram. Quando o vídeo vai ao ar o estrago está feito.

A possibilidade de você estar sendo gravado em um telefonema dentro de sua casa ou no escri-tório é, literalmente, 100%. Se você for um grande empresário que negocie com o governo, um alto funcionário público, um político importante esse índice é de 200%. E esqueça fios, conexões, etc., pois tudo hoje é wireless.

Há, inclusive, treinamento para empresários com palavras-chaves que devem ser evitadas (ou ditas) em telefonemas, mostrando que a conduta preventiva é a melhor defesa. Antes de realizar um negócio, consulte seu advogado ou alguém de confiança. Essa cautela valerá milhões.

A despeito de minha admiração por balu-artes do antigo MDB, partido em cujo seio se travou a luta pela democratização do País durante o período de trevas que se abateu sobre a vida política brasileira – entre eles Ulysses Guimarães, Marcos Freire e Pedro Simon, em nível nacional, e Plínio Barbosa Martins, em nível regional –, entendo temerária qualquer hipótese de aliança do Partido dos Trabalhadores com o agora PMDB sul-mato-grossense.

Antes de tecer maiores considerações, es-clareço que sou da geração que aprendeu a fazer política com o cérebro, a razão: eram tempos de chumbo, e qualquer erro político representava o fim, a morte de qualquer projeto coletivo em prol de uma sociedade melhor, mais justa, solidária e fraterna. Por essa razão, vou expor os motivos que me levam a tornar públicas as minhas con-siderações sobre esta bizarra aliança.

À luz da ética e dos mais caros valores da vida republicana e destituído de todo e qualquer preconceito, não é possível haver diálogo entre o pescoço e a guilhotina. Explico: o grupo político que desde que se apossou da legenda de Ulysses Guimarães em Mato Grosso do Sul tem demons-trado desprezo pelas li-berdades cidadãs e pelos princípios da convivência democrática, dirigindo com fortes evidências de tirania, ou mais precisa-mente fascismo explícito, as instituições às quais chegaram usando todos os meios, não tem apti-dão moral para integrar o arco de alianças com aqueles que num passado recente tripudiou, hostilizou e até negou de ma-neira intolerante e intransigente.

Não é demais trazer à lembrança o memorável gesto do Doutor Plínio, quando seu partido fez uma aliança, na sua abalizada opinião, espúria, e ele foi voto vencido na convenção, o que o levou a rasgar sua ficha de filiação e a fazer um discurso indignado, em que ensinava que não há como lutar pelos sa-

grados objetivos de levar democracia e legalidade quando pactuamos com os inimigos de nossos principais objetivo polí-ticos. Esse gesto entrou para a história, pois foi protagonizado diante das câmeras e dos prin-cipais dirigentes de seu partido em 1990, quan-do seu irmão mais velho havia afiançado uma coligação inimaginável sob a justificativa de derrotar o seu inimigo maior, o ex--governador Pedro Pedrossian. O resultado todos conhecem: o ex-governador, então celebrizado como o “homem de Miranda”, ganhou no primeiro turno, e o irmão do Doutor Plínio amargou, mais que a derrota eleitoral com todos os seus aliados de última hora, a saída do cenário político de uma das maiores reservas morais da política brasileira, o grande democrata que falecera oito anos depois.

Faço questão de reiterar que nestas consi-derações não há qualquer cunho subjetivo, de ranço pessoal, mas de fundo ético e de princípios

democráticos, dos quais nosso Partido não pode se distanciar sob pena de claudicar perante a socie-dade sul-mato-grossense, ainda mais num momen-to em que as forças vivas da nação saíram às ruas para clamar por respeito à vontade popular.

Hoje, quando a cida-dania tem acesso a informações antes inacessí-veis, graças ao avanço tecnológico, não podemos nem devemos subestimar a inteligência do cida-dão comum, atento e cada vez mais presente no cotidiano das instituições públicas. É nesse con-texto que a atividade política precisa ser desen-volvida, focando o bem comum, a transparência e a participação coletiva, como razão de ser de nossa vontade política.

A equipe econômica do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) tem tomado algumas atitudes que conflitam com a política estabelecida pela chefe do Executivo Nacional e que tem como principal objetivo fomentar o poder de compra do povo brasileiro.

Um exemplo dessa preocupação da presidente pode ser conferido nas suas medidas provisórias de redução da alí-quota do Imposto sobre Produtos Indus-trializados (IPI) cobrada dos produtos industriais da denominada linha branca.

Tais medidas visam interromper o desaquecimento do setor comercial a partir do momento em que os varejistas são “orientados”, pela grande mídia e pelo próprio Planalto, a repassar esse desconto ao consumidor final.

Estaria tudo certo até aí se, ime-diatamente depois de a presidente da República anunciar em tomo solene a re-novação da medida provisória de redução da alíquota do IPI, a equipe econômica não fizesse o que fez, ou seja, anunciar mais uma elevação na taxa de juro do país que, ao chegar a 9,5 pontos percentuais assume, novamente, a posição de maior taxa de juros do mundo. Até então, ainda perdíamos para os argentinos e chilenos.

Agora, nem isso.O paradoxo está bem claro nas

duas medidas oriundas de um mesmo governo, eis que uma visa estimular o consumo e a outra exatamente o contrá-rio, ou seja, refrear o consumismo para, consequentemente, evitar o aumento da inflação.

Em outras palavras, de um lado se a presidente da República necessitando tomar medidas doces para agradar a grande massa eleitoral e chegar a 2014 em condições de faturar a disputa de 5 de outubro no dia 5 de outubro e, de outro, os economistas que, com a cabe-ça no lugar e pouco se importando com as eleições que se avizinham tomam medidas amargas pra evitar a volta do fantasma da inflação descontrolada.

Nessa mistura de jogo de interesses quem se ferra é o povão que, impelido pela grande mídia comprometida com o discurso fácil do governo, acaba pas-sando os pés pelas mãos e acumulando dívidas por pensar que os preços baixa-ram, mas, na verdade, estará pagando mais do que antes da queda da alíquota do IPI, tudo por conta daquele meio pontinho percentual majorado na taxa oficial de juros do país.

Porque o sober-bo ditador e seus asseclas asseveram que foram demo-craticamente elei-

tos e depois de assumirem o poder esque-cem-se dos fundamentos e princípios dessa forma de governo?

Democracia exige constante prestação de contas para a sociedade, pois é o povo no poder. A observação dos seus valores e fundamentos deve ser perceptível e palpá-vel, e não apenas discursos inflamados na defesa do indefensável e completamente destituídos de conteúdo e compromisso, apenas um amontoado de frases de efeito sem sentido prático algum.

Fica uma incômoda questão: Então vale a Democracia para o voto. Depois se vive a Demagogia no poder?

Quem não quer se submeter às obri-gações e deveres decorrentes do Estado Democrático de Direito não pode viver neste nosso atual sistema político. Se a regra vale para Entrar... Então a regra deve valer para o Durante e, para os desobedientes de plan-tão, para o Sair.

Viver em socieda-de exige a submissão ao regramento des-sa organização social. Significa estar atento a TODAS as exigências que a lei, democraticamente estabelecida, impõe e deve-se segui-la. Não com inter-pretações convenientes e peculiares. A legislação deve ser obedecida. Gostem ou

não. Qual o comportamento observado hoje em nossa Capital? Antes de ter que se submeter a ela bradava-se eloquente-mente sua visão com alteração mágica da realidade.... depois da responsabilidade transferida, questiona-se a dureza que o código de regras significa e tem que enca-rar a realidade.

A realidade da vida é diferente da fa-cilidade de discurso. Ainda mais da vida pública, onde a prestação de contas é co-tidiana e implacável. Ainda mais quando as parcas realizações ficam recheadas de vícios, impropriedades, irresponsabilida-des e por fim ilegalidades.

O sistema de governo, de pesos e con-trapesos, assim delimita as competências de cada ente público.

Essa é a beleza da Democracia. Suas regras são claras. Não se admite a ar-bitrariedade. Fez errado. Tem que ser corrigido. E, em alguns casos, punido. E a punição pode ser o bilhete de saída pela perda das condições que o colocaram na

cadeira.As regras valem

para o Antes (Elei-ções) e para o Duran-te/Depois (Manda-to), principalmente.

“Os democratas” tem que aprender que o resultado das elei-ções não é um salvo--conduto para a ile-

galidade, mais sim um compromisso com a realidade. Respeitem-se o resultado das urnas e que se respeite a responsabilidade e as consequências que ao votado se impõe.

TOMA lÁ, dÁ CÁ!A presidente Dilma Rousseff pretende usar cerca

de 12 vagas deixadas por ministros que vão disputar as eleições em 2014 para amarrar o apoio do PP, PTB e PSD a seu projeto de reeleição. A reforma deverá ser feita no fim de dezembro ou em janeiro. Caso uma aliança formal com esses partidos não seja possível, sobretudo por conta dos palanques regionais, a ideia do governo é que as siglas seduzidas, se não apoiarem Dilma, ao menos não deem palanque para os adversários da petista.

TOMA lÁ, dÁ CÁ! (1)A estratégia é considerada fundamental para neu-

tralizar a capilaridade do PSDB, do senador Aécio Neves (MG), e do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, agora apoiado pela ex-ministra e ex-senadora Marina Silva. O governo não descarta que o PMDB, numa reforma ministerial, possa ceder mais espaço para partidos que ganharam mais importância com o troca-troca prota-gonizado por parlamentares até o último dia 5.

TOMA lÁ, dÁ CÁ! (2)Em nome do fortalecimento da chapa Dilma-Michel

Temer está sendo discutida dentro do Palácio do Planalto a possibilidade de o PMDB abrir mão de alguma das pastas que comanda para ajudar a recompor o jogo partidário na máquina. O senador José Sarney (PMDB-AP), que já não é mais presidente do Senado, ainda ostenta duas indicações ministeriais e poderia abrir mão de uma delas. Com a saída de seu apadrinhado Gastão Vieira do Turismo para disputar o Senado pelo Maranhão, a pasta pode ser repassada ao PP.

CANdidATíssiMOO presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), mi-

nistro Joaquim Barbosa, admitiu na última segunda-feira (14), no Rio de Janeiro, que não descarta se lançar candi-dato a um cargo eletivo no futuro. Barbosa participou de uma palestra sobre “avanços e retrocessos institucionais” durante o congresso promovido pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), realizado na ca-pital fluminense. A declaração do ministro foi dada após pergunta feita pelo repórter Fernando Rodrigues, colunista do UOL, que questionou se ele já cogitara seguir carreira política.

CANdidATíssiMO (1)Barbosa afirmou não ter “no momento intenções de

sair candidato à Presidência da República”, mas ressalvou que, “no futuro, a médio prazo, eu posso pensar sobre isso”. “Nunca cogitei [seguir carreira política], sempre tive carreira técnica. Quando eu deixar o Supremo, ainda terei tempo para refletir sobre isso”, disse Barbosa.

“EdUARdOU”?O governador André Puccinelli (PMDB) não garantiu

apoio do PMDB a reeleição da presidente Dilma Rous-seff (PT). Na manhã da última segunda-feira (14) ele foi questionado sobre o apoio do partido por conta do pro-vável confronto entre Nelsinho Trad (PMDB) e Delcídio do Amaral (PT) em 2014 e não garantiu o apoio da sigla. Puccinelli garantiu que ele, pessoa física, vai apoiar a pre-sidente em gratidão ao empréstimo autorizado por ela ao Estado, mesmo contra a vontade de alguns, que segundo ele, queriam prejudicar a negociação. Todavia, não garantiu que o partido vá apoiar a presidente.

“EdUARdOU”? (1)O governador disse que defendeu a reeleição de Dilma

mesmo quando ela caiu para a casa dos 30% nas pesquisas e continuará ao lado dela, fazendo campanha em um caixote no Centro de Campo Grande, se preciso for. Apesar de não garantir o apoio do PMDB a Dilma, Puccinelli disse que, se puder, já na reta final, vai palpitar e tentar fazer o partido seguir com a presidente em Mato Grosso do Sul. “Sei que minha opinião é forte. Por isso, vai ficar para o ano que vem, já no final”, garantiu.

“EdUARdOU”? (2)Além de Dilma, o PMDB tem como opção a aliança

com o pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos. Embora o partido não tenha ajudado o PMDB em nada, a aliança pode ser fechada em troca de apoio da sigla a candidatura de Nelsinho Trad (PMDB) na disputa pelo Governo do Estado.

CUTUCãOO governador aproveitou a oportunidade para alfinetar

o PSDB, que esteve com ele nas últimas quatro eleições: derrota de Marisa Serrano (PSDB) e Ricardo Bacha (PSDB) e eleição e reeleição dele ao Governo do Estado. “Quem puxou o vagãozinho do PSDB foi o Andrézinho”, provo-cou, lembrando que os candidatos do PSDB à presidência sempre ganharam, com o apoio dele, em Campo Grande.

REFREsCO?Foi aprovado por unanimidade, o Projeto de Lei n°

7.535/13, de autoria do Poder Executivo Municipal, que autoriza a abertura de crédito adicional suplementar no valor de R$ 40,263 milhões. O projeto foi aprovado em regime de urgência, durante sessão ordinária realizada na semana passada. Segundo o presidente da Comissão Per-manente de Legislação, Justiça e Redação Final, vereador Airton Saraiva, a aprovação foi muito importante. “Estamos votando favorável a esse Projeto, porque esse é o papel da oposição responsável. A votação atrasou porque o Projeto veio com erro. Ele voltou corrigido esta semana e já colo-camos em votação”. Será que Bernal está “engrenando” na Câmara da Capital?

vivA O PORCO!Mais três rodadas e já podemos dormir o sono dos reali-

zados, enquanto o desespero fica por conta de quem sonhava ver o Maioral afundando. Viva o Porco, seus energúmenos!

O PSDB e o PT cami-nham para fechar uma aliança para a eleição de 2014 em Mato Grosso do Sul. A dobradinha, que terá Delcídio do Amaral (PT) como provável candidato ao Governo do Estado e Reinaldo Azambuja (PSDB) concorrendo ao Senado, ti-nha programação que anun-ciava o início do trabalho de forma mais efetiva neste sábado (19), a partir de que Delcídio acompanhará o PSDB em boa parte dos nove seminários do “Pen-sando Mato Grosso do Sul”.

A informação foi con-firmada pelo deputado fe-deral Reinaldo Azambuja, que recebeu a informação de que os encontros terão a participação de Delcídio e de lideranças do Partido dos Trabalhadores. “Gru-pos do PT vão participar do Pensando Mato Grosso do Sul porque entendem que é bom para o Estado. Se conseguirmos pensar juntos, vamos aproximar ideias do que o povo pensa”, detalhou.

Azambuja é pré-can-didato do PSDB em 2014 para disputar o Governo do Estado ou o Senado Federal. Porém, ao que tudo indica,

Reinaldo Azambuja e Delcídio do Amaral

deve tentar a vaga de sena-dor, em uma aliança que terá Delcídio como cabeça de chapa.

“A decisão é para o ano que vem. Ninguém vai de-cidir isso este ano. Mas, es-tamos mais próximos hoje da campanha com o PT, ocupando a vaga de Senado. O PT tem sinalizado para

fazermos juntos um progra-ma comum de governo, que seria nos moldes do Pen-sando Mato Grosso do Sul. Esta possibilidade é muito maior”, contou. Segundo Azambuja, além do PT, os seminários contarão com a participação de filiados ao DEM e ao PSDB.

A aliança entre Delcídio

e Azambuja é vista como imbatível por filiados do PT e do PSDB. Porém, petistas, liderados pelo vereador Zeca do PT, avaliam como inviável, justificando que a aliança faria o PT eleger Azambuja, que pertence ao PSDB, principal opositor da presidente Dilma Rousseff (PT) em Brasília.

Ações de vândalos causam prejuízos e insegurança

para a população

corumbá

Fiscais da Prefeitura de Corumbá constataram novo ato de vandalismo na cidade que tem causado prejuízos aos cofres públicos e insegu-rança aos moradores. Desta vez a ação atingiu uma rede de iluminação pública na região da Nova Corumbá que tem se tornado uma rotina. Somente em um trecho da Rua Marechal Deodoro, en-tre a Alexandre de Castro e Rio Grande do Norte, cinco pontos estavam danificados.

“Moradores da região re-clamaram contra a escuridão do trecho e, ao checarmos, constatamos que em cinco pontos, as luminárias ha-via sido quebradas, devido a ações de vândalos. Isto acontece com frequência naquela região e, somente agora, o gasto para recuperar a iluminação, foi de R$ 1,3 mil”, afirmou Willian Zimi Padilha, superintendente de Serviços Urbanos.

Conforme ele, esta não é a primeira vez que a Pre-feitura é obrigada a intervir no trecho para recuperação dos pontos de iluminação. “Infelizmente, isto acontece com freqüência. Além dos

Recuperação é constante causando prejuízos aos cofres públicos

prejuízos aos cofres públi-cos, há também a questão de segurança. Apesar de não ter muitas casas no trecho, a iluminação pública e impor-tante. A Marechal Deodoro é a principal via que liga a Nova Corumbá aos residen-ciais da região sul da cidade, além da Escola Cássio Leite de Barros. A escuridão acaba causando insegurança para os moradores”, ressalta.

Zimi comentou ainda que outros trechos da cida-de sofrem o mesmo proble-ma, casos do Aeroporto e Jatobazinho. Uma alterna-tiva, conforme o superin-tendente, seria implantar um sistema de iluminação idêntico ao existente na área central.

“Como a iluminação pú-blica na parte alta é aberta, os vândalos acabam quebrando a lâmpada com maior facili-dade. Já o sistema do centro da cidade é fechado,com vidro temperado, bem mais resistentes às pedradas”, explicou, lembrando que a Prefeitura já faz estudos para levar o mesmo material utilizado na área central para os bairros da cidade.

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Ex-diretor da Assomasul, Aloísio Corrêa morre

na Capital

morte sÚbita

Aloísio iria completar 69 anos no dia 26

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roFaleceu na madrugada

de quinta-feira (17), em Campo Grande, aos 68 anos de idade, o ex-diretor da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Aloísio Castro Corrêa. Ele foi en-contrado caído no quarto do hotel Iguaçu, onde se hospedava.

Ao tomar conheci-mento do fato, o presi-dente Douglas Figueiredo decretou luto oficial e determinou suspensão do expediente na entidade nesta quinta-feira.

Nascido na cidade de Aquidauana no dia 26 de outubro de 1944, Aloísio

foi diretor da Assomasul no período de 1991 a 1995, nos mandatos dos presi-dentes Roberto Almeida (in memorian) e Valdir do Couto, prefeitos de Miran-da e Nioaque, respectiva-mente. Ele iria completar 69 anos no próximo dia 26.

Em agosto deste ano, ele foi eleito um dos di-retores da Acrissul (As-sociação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) na chapa encabeçada por Chi-co Maia, reeleito para mais um mandato. Aloísio foi casado com Marisa Corrêa e deixou três filhos – York, Daniel e Maria Fernanda.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 201320 21POlíticaPOlítica

cassação de bernal

Instalação de comissão temexoneração, readmissão, choro,

muito barulho e pouca açãoJota Menon

Campo Grande – MS.

Com alguns vereado-res literalmente “caçando” algo concreto que justifi-que a cassação do mandato do prefeito Alcides Bernal (PP), o noticiário desta semana, em praticamente todos os meios de comuni-cação de Campo Grande, foi pautado pela instalação da Comissão Processante na Câmara Municipal que tem poderes para tirar do pre-feito o mandato que lhe foi outorgado pela população, caso se comprove algum desvio em sua conduta en-quanto administrador do município.

O mais estranho, con-tudo, foi alguns posicio-namentos pessoais de ve-readores antecipando o resultado de um julgamento que pode demorar meses e terminar em pizza, como muitas CPIs e congêneres tem terminado nesse país.

O vereador e presidente da Comissão Processante, Edil Albuquerque (PMDB),

chegou a afirmar, numa en-trevista ao programa Tribu-na Livre da FM Capital, que o prefeito de Campo Gran-de, Alcides Bernal (PP), não chega ao fim do mandato. “Tenho certeza que o Bernal não acaba o mandato, por-que ele não vai aguentar a pressão e a cobrança” disse Edil antecipando o resulta-do de uma investigação que apenas começou. Depois, meio que voltando atrás, se tornou conselheiro do vereador Chiquinho Teles (PSD) para que ele não peça o afastamento imediato do prefeito.

Albuquerque declarou também que é seu desejo acelerar os trabalhos para que sejam concluídos antes do recesso do fim do ano. Ou seja, apesar de a Co-missão ter um prazo de três meses para a conclusão dos trabalhos, o próprio presi-dente da mesma antecipa o desejo de concluir os tra-balhos “no afogadilho” para dar uma resposta rápida à sociedade.

dORMiU NO PONTOO assunto Comissão

Processante foi tão “em-polgante” que o senador Delcídio do Amaral (PT), considerado o mentor da candidatura de Bernal, não perdoou a incompetência do pupilo no que concerne à viabilização do seu projeto administrativo.

Por meio do Facebook Delcídio se manifestou so-bre a abertura da Comissão Processante contra o chefe do Executivo, lembrando que o avisou quanto o risco de ficar isolado. “A história é implacável com quem

Alcides Bernal diz que Comissão Processante tem fundo político e quer enfraquecê-lo

Delcídio do Amaral afirma, no Facebook, que Bernal “dormiu no ponto”

Júnior Mochi: “Falta de harmonia prejudica Campo Grande”

dorme no ponto. Não foi por falta de aviso”, declarou o senador em sua página da rede social. Ele ainda postou uma figurinha que lembra alguém “dormindo no ponto”.

jUsTiçAO vereador Marcos

Alex (PT), que representa

o Executivo no Legislativo, garantiu, durante sessão comunitária realizada na quarta-feira que a Comis-são Processante que irá investigar possíveis atos e fraudes na gestão de Alcides Bernal acabará na Justiça. O argumento para o pedido de anulação será a parti-cipação do presidente da Câmara, que não deveria ter votado, no entendimento do vereador.

“Já sabíamos que iria ser aprovada a Comissão Processante. É uma lenda acreditar que vão investigar o prefeito. Na verdade, eles querem é cassá-lo. Vamos fazer um pedido na Justiça e utilizar como base o decreto 201, que não permite o voto do presidente da Casa das Leis, no caso Mário César (PMDB)”, afirma o Alex.

O pedido qualificará tal voto como sendo ile-gal. “Vamos disputar pal-mo a palmo a preservação do mandato. A Comissão Processante é apenas para fazer política e desgastar a imagem do prefeito”, avalia o parlamentar.

De acordo com enten-dimento de alguns analistas políticos, o presidente só votaria se o seu voto fosse necessário para decidir pela instalação ou não da comissão, o conhecido voto de Minerva.

GOlPE POlíTiCOJá o prefeito Alcides

Bernal declarou durante coletiva na manhã seguinte à derrota lhe imposta pela Câmara, que quem está por trás da abertura da Comis-são Processante, que pode cassar seu mandato, são os

adversários políticos. Para Bernal está evidente que é uma armação criminosa o que estão fazendo e o iní-cio de uma pré-campanha instalada para desgastá-lo enquanto prefeito.

Bernal citou que os ci-dadãos que entraram com pedido de instalação da Comissão Processante na Câmara, Luis Pedro Guima-rães e Raimundo Nonato, trabalharam na campanha de Edson Giroto (PMDB), candidato derrotado por ele nas urnas em 2012.

“Tudo isso é orquestra-do para gerar oportunidade para um golpe político. É uma grande armação crimi-nosa contra a democracia e contra o nosso município. Essas armações estão pre-judicando muito a adminis-tração de Campo Grande. Não pelo ponto de vista da sequência dos trabalhos da administração, mas de uma peça teatral muito triste. É lastimável”, afirmou.

Na avaliação do prefei-to esse ‘golpe político’ já é o início de uma campanha eleitoral. “Com certeza é a pré-campanha instalada para desgastar o prefeito de Campo Grande, porque eles (adversários políticos) não querem que seja suficiente-

mente forte para poder aju-dar e mostrar a verdade dos fatos. Querem fragilizar o prefeito para poder se forta-lecer e se possível excluir o prefeito do cenário político. Armação criminosa o que estão fazendo”, declarou, encerrando a coletiva.

RETAliAçãOA esposa do vereador

Waldecy Chocolate (PP), Cláudia Núbia Ferreira Duarte, foi exonerada na quarta-feira do cargo em co-missão que ocupava na Pre-feitura de Campo Grande. O fato aconteceu logo após o vereador votar a favor da abertura da Comissão Pro-cessante na Câmara para investigar a administração municipal.

Os vOTOsOs vereadores a favor

da investigação foram Edil Albuquerque (PMDB), Pau-lo Siufi (PMDB), Carla Ste-phanini (PMDB), Mario Cesar (PMDB), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Air-ton Saraiva (DEM), Pau-lo Pedra (PDT), Grazielle Machado (PR), Chiquinho Telles (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Alceu Bueno (PSL), Eduardo Romero (PTdoB), Flávio César (PTdoB), Otá-

vio Trad (PTdoB), Elizeu Dionízio (SDD), Chocolate (PP), Jamal (PR), Rose Mo-desto (PSDB), Juliana Zor-zo (PSC), Coringa (PSD) e Edson Shimabukuro (PTB).

Os vereadores contra a investigação foram: Zeca do PT, Alex do PT, João Rocha (PSDB), Cazuza (PP), Air-ton Araújo (PT), Gilmar da Cruz (PRB), Luiza Ribeiro (PPS) e Carlão (PSB).

dEPUTAdOs sE MANiFEsTAMA repercussão da insta-

lação da Comissão Proces-sante na Câmara chegou à Assembleia Legislativa.

Para alguns deputados,

será a chance do prefeito se explicar. “A Comissão vai dar a oportunidade dele dizer o seu ponto de vista, de justificar sobre as irre-gularidades”, disse Rinaldo Modesto (PSDB). Além dis-so, a Comissão confirmou a fragilidade do diálogo entre a Câmara e o Executivo.

“Ele precisa de fato governar a cidade e uma base ajuda para isso. Ele foi eleito para governar e ele tem que sair do gabinete e fazer isso”, alegou Cabo

Almi (PT). Para o também petista Pedro Kemp, a co-missão vai dar chance do prefeito se defender e rever seu comportamento que “ficou isolado”.

“A votação revelou esse problema de formar a base. Ele não conseguiu formar sua base de sustentação e agora será a oportunidade dele reverter esse quadro. Mas sem dúvidas a cidade vai perder com uma cassa-ção”, acredita Kemp.

Para Junior Mochi (PMDB), líder do Governo no Legislativo Estadual, a cidade também é a maior prejudicada pela possível cassação. “Essa falta de

harmonia prejudica Cam-po Grande. É lamentável que o Executivo não tenha sinalizado com o Legislati-vo uma base, uma união”, considerou.

Já Laerte Tetila, do PT, diz que dez meses de gestão é muito pouco para julgar o prefeito. “Emitir um juízo de valor sobre ele ainda é muito cedo, mas é claro que o papel do prefeito é buscar a boa relação com os poderes, não pelo prefeito, mas pelo bem da cidade”, concluiu.

Chocolate promete discursobombástico, mas só lamenta

e chora na tribuna

não bombou

Inconformado com a decisão do prefeito Alcides Bernal de demitir sua esposa de um cargo em comissão na administração municipal, o vereador Wanderley Cho-colate (PP) anunciou um discurso tão bombástico que chegou a ter até a interferên-cia do líder do prefeito, Alex do PT, tentando demovê-lo de tal ideia.

Chocolate, contudo, irredutível, foi á tribuna da Casa e, para surpresa de muitas, apenas “chorou as pitangas” e, literalmente, derramou lágrimas ao re-latar supostas humilhações de que teria sido vítima enquanto leal puxa-saco do prefeito Alcides Bernal.

Ele só não explicou quando é que sua esposa foi nomeada na prefeitura Municipal e, por se tratar de cargo em comissão, se isto não representaria a

Chocolate prometeu denúncia bombástica, mas ficou só na choradeira

prática de nepotismo, eis que parentes consanguíneos e colaterais até segundo grau de detentores de mandatos eletivos – e aí se insere a esposa – são proibidos de exercer cargos de confiança na administração pública.

Nepotismo ou não, o cer-to é que tão logo a “bomba”

anunciada por Chocolate foi trocada por algumas lágri-mas na tribuna e o discurso contando as dificuldades e agruras da infância, o pre-feito Alcides Bernal voltou atrás da decisão de ter exo-nerado a mulher do vereador Waldecy Chocolate e tornou sem efeito a publicação, con-

forme informações do Diá-rio Oficial do município da quinta-feira (17).

Cláudia Núbia Ferreira Duarte, mulher do vereador, diz que sequer foi informada da exoneração e a publica-ção também não revela qual seria o motivo do prefeito em deixá-la sem o cargo. A esposa de Chocolate é As-sessora-Técnica II, símbolo DCA-5, da Secretaria Muni-cipal de Governo e Relações Institucionais e trabalhava junto ao Fundo de Apoio à Comunidade – FAC.

Nos meios políticos, afirma-se que a exoneração foi uma forma de Bernal mostrar à população que Chocolate não era tão des-prestigiado pela adminis-tração municipal, tanto que uma das suas indicações para cargos em comissão no governo municipal foi exatamente da sua esposa.

Bernal anuncia conselhopolítico sugerido pelo PT

acordando

Azambuja diz que só participará de conselho político se Bernal deixar arrogância e prepotênciaO prefeito de Campo

Grande, Alcides Bernal, anunciou a criação de um Conselho Político Munici-pal já na manhã da quarta--feira (16) durante a coletiva convocada para se explicar sobre a Comissão Proces-sante instaurada pela Câ-mara de Vereadores.

“Vai ser um conselho amplo com políticas pú-blicas, sugestões. Vai ter como integrantes lideranças políticas, membros de mo-vimentos sociais e outras pessoas. Não vai ser para atender interesse da ban-cada partidária, mas sim o interesse público”, disse.

Bernal não disse quan-do nem como será feita a criação do conselho. Per-guntado por detalhes, ele afirmou apenas que a cria-ção será feita “em breve”.

Por seu lado, o deputa-do federal Reinaldo Azam-buja (PSDB), principal li-derança do PSDB em Mato

Reinaldo diz que Bernal tem de deixar de ser prepotente e se achar o onipotente

Grosso do Sul, não descarta a possibilidade de parti-cipar do conselho político

a ser criado pelo prefeito Alcides Bernal (PP) para ajudá-lo a administrar a ci-

dade. Porém, o deputado só participará se o prefeito, de fato, se interessar em ouvir

os conselhos.“Não fui convidado,

mas poderia até participar desde que o prefeito queira ouvir. Não vou participar se ele continuar com a arro-gância e prepotência como agiu até hoje, isolando par-tidos e achando que gover-na sozinho, sem aliados”, justificou.

Azambuja aprova a criação do conselho po-lítico por entender que é preciso ajudar com ideias para melhorar a máquina pública e resolver os pro-blemas de Campo Grande, que é o almejado por todos. O deputado federal, que foi candidato a prefeito em Campo Grande, lembrou que quando decidiu apoiar Bernal, o partido apresen-tou o programa de governo ao prefeito, que prometeu usar e não cumpriu.

“Estou pronto para dis-cutir e conversar sobre uma plataforma de governo para

melhorar a vida das pessoas de Campo Grande. Se for fa-zer parte só para marketing, cada um fica no seu lugar”, concluiu.

O PSDB já integrou a base de sustentação do prefeito Alcides Bernal na Câmara de Campo Grande, mas saiu por entender que o prefeito não estava seguin-do a plataforma defendida pelo partido e pela falta de espaço dada para a sigla.

Bernal chegou a indi-car dois filiados do partido para secretarias, mas sem o consentimento do diretório, o que acabou prejudicando--os. Na segunda-feira (14) o secretário de Educação de Bernal, José Chadid, foi expulso do PSDB por ocupar cargo sem autorização. A diretora da Fundação Muni-cipal do Esporte (Funesp), Leila Machado, também responde a processo e pode ser expulsa por desobedi-ência.

Edil, Flávio e Bueno são os integrantes da Comissão

Processante contra Bernal

só oposição

Após base desistir de in-vestigar em Comissão Proces-sante, opositores aceitaram fazer parte dos trabalhos. Primeiro sorteado, o vereador Edil Albuquerque (PMDB) fará parte da Comissão Pro-cessante para investigar o resultado da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote que pode cassar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal. Ele será o pre-sidente da comissão.

O segundo sorteado foi o vereador Flávio César (PTdoB) que será o relator. João Rocha (PSDB) foi o terceiro sorteado, mas renunciou participar. Waldecy Chocolate (PP) tam-bém foi sorteado e renunciou. Cazuza (PP) foi o terceiro sorteado e quando anuncia-do estava em uma ligação, renunciando posteriormente ao cargo.

Alceu Bueno (PSL) foi sorteado em seguida e aceitou ser membro da comissão.

ANTECiPAçãODepois de se antecipar às

investigações que nem bem começaram afirmando em en-trevista a uma rádio de Campo Grande que dificilmente o pre-feito Alcides Bernal chega ao final do mandato, o vereador Edil Albuquerque, acompa-nhado dos dois demais mem-bros da CP, deu mais uma demonstração que começou

Membros da Comissão Processante mostram muita vontade de cassar o mandato de Bernal

literalmente a temporada de “caça” ao mandato do prefeito da Capital.

O vereador Edil Albu-querque informou na manhã da quarta-feira, durante a primeira reunião da comis-são, que os vereadores vão adiantar os trabalhos e de-vem apresentar o relatório final até o dia 20 de dezem-bro e não nos 90 dias, prazo máximo determinado pela legislação.

Com o adiantamento dos trabalhos, segundo os verea-dores, Bernal corre o risco de ser cassado antes de comple-tar um ano de mandato. No prazo máximo de cinco dias o prefeito será notificado com a remessa de uma cópia da denúncia para que, no prazo de dez dias, possa apresentar defesa por escrito, indicar provas que pretende produzir e arrolar testemunhas.

O presidente da comis-são rechaçou as acusações do prefeito de que os vereadores estariam tramando um golpe. Ele afirmou que um golpe sem consistência jamais prospe-raria e questionou o medo do prefeito. “Quem não deve não teme. As denúncias estão todas fotocopiadas, digitali-zadas. Cabe a ele contestar e mostrar que está certo. Ele tem que vir e provar que está certo”, desafiou.

O relator da comis-

são, vereador Flávio César (PTdoB), também estranhou a “manobra” do prefeito para tentar descredenciar a comissão. Ele esclarece que a abertura da investigação não significa cassação, mas a concessão de direito de ampla defesa.

PRóxiMOs PAssOsTerminado o prazo

para defesa, a comissão emitirá em até cinco dias um parecer opinando pelo prosseguimento ou arqui-vamento da denúncia, que será submetida ao plenário. Se a Comissão opinar pelo prosseguimento, o presiden-te designará desde logo, o início da instrução, e deter-minará os atos, diligências e audiências que se fizerem ne-cessários, para o depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas.

A comissão emitirá um parecer final pela proce-dência ou improcedência da acusação e solicitará ao presidente da Câmara a con-vocação da sessão para julga-mento. Na sessão, serão lidas as peças requeridas pelos vereadores e denunciados e, a seguir, os que desejarem, poderão se manifestar pelo tempo de 15 minutos. Bernal, ou um procurador nomeado por ele, terão duas horas para produzir sua defesa oral.

Justiça recebe do MPEpedido de afastamento

imediato de Bernal

em cima da Hora

Promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha, que pediu o afastamento imediato de Bernal

No fechamen-to desta edição foi confirmado o pedido de afastamento do prefeito Alcides Ber-nal (PP). O pedido foi apresentado pelo promotor Alexan-dre Pinto Capiberibe Saldanha, da 30ª Promotoria de Jus-tiça do Patrimônio Público e Social do Ministério Público do Estado e a 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individu-ais Homogêneos de Campo Grande de-verá julgar o pedido de afastamento imediato do prefeito Alcides Bernal, sob a acusação de improbidade administrativa.

Em sua justificativa ao pedido, o promotor alega que a cont inuidade de Bernal no cargo de prefeito poderá “ocasionar dano irreparável ou de difícil reparação em detrimento da coletividade municipal, bem como as empresas fornecedoras e prestadoras de serviços à Prefeitura de Campo Grande, causando insegurança jurídica pe-rante os contratos vigen-tes”.

A ação civil apura dano ao erário, baseada em in-quérito do próprio MPE que, por sua vez, está las-treado no relatório final da CPI da Inadimplência da Câmara Municipal de Campo Grande.

Nas suas alegações, o representante do MPE afir-ma que “devido às condutas improbas do Prefeito Mu-nicipal de Campo Grande, Senhor Alcides Jesus Pe-ralta Bernal, apuradas pela CPI da Inadimplência e relatadas minuciosamente por este órgão ministe-rial, restou devidamente demonstrado o inadimple-

mento das obrigações da Prefeitura Municipal de Campo Grande para com os fornecedores e prestadores de serviço”.

Para Saldanha, “uma vez que liquidada a despe-sa, empresas, fornecedores e credores ficaram sem receber a ordem bancária e outras receberam os re-cursos públicos com atraso muito além do prazo razo-ável, sendo que em ambas as situações, o Executivo Municipal não apresentou processo administrativo formal que justificasse sua decisão”.

Depois de afirmar que determinadas empresas citadas pela CPI foram obri-gadas a fazer rescisão “ami-gável” de seus contratos, paralisando suas atividades e demitindo seus funcioná-rios, o promotor Alexandre Saldanha se reportou às contratações emergenciais de Bernal.

“Destaca-se ainda – diz o promotor – que em certas contratações dadas como ‘emergenciais’, a Prefeitura de Campo Grande/MS ad-quiriu produtos por preços superiores aos de mercado, bem como com preços su-periores aos de licitações

anteriormente realizadas, ocasionando prejuízo ao erário”.

Depois de citar a con-tratação da Salute, da Mega Serv e da Jagás como “si-tuações fabricadas e dadas como emergenciais”, o pro-motor afirmou que Bernal contratou as três empresas irregularmente, “imputan-do, assim, fator agravante e censurável do prefeito Municipal, o que vem cau-sando prejuízo irreparável ao Município”.

No seu pedido de afas-tamento do prefeito, o pro-motor também argumenta que “o Senhor Alcides Jesus Peralta Bernal poderá conti-nuar praticando atos de im-probidade administrativa em afronta à Constituição Federal, à Lei de Improbi-dade e a Lei das Licitações”.

Diante desse quadro traçado pelo promotor Ale-xandre Saldanha, o pedido de ‘Tutela Antecipada’ soli-cita concessão imediata de limiar para o afastamento do Bernal do cargo de pre-feito.

Saldanha estipula um prazo de 15 dias para que Bernal se defenda da acu-sação de Improbidade Ad-ministrativa.

Page 12: CENTRO OESTE POPULAR ED 581

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 2013

Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 201322 23EstadOEstadO

Empresas ligadas à gestão passada tem contratos milionários com Bernal

faturando alto safra 2013/2014

Agricultores intensificam plantio da soja que pode ter área recorde esse ano no Estado

Em Maracaju, maior produtor de grãos do MS, informações de técnicos dão conta de que plantio avança e já su-pera a marca dos 20% da estimativa de 230 mil hectares a serem cultivados com a oleaginosa

Jota MenonCampo Grande – MS.

O plantio da safra bra-sileira de soja 2013/2014 ultrapassa a casa dos 8% da área estimada, de acordo com levantamento da con-sultoria AgRuralf divulgado na última segunda-feira (14), contra cerca de 3% verificados no mapeamen-to apresentado na semana passada. No mesmo período do ano passado, o plantio no país chegava a 9% da área, informou a mesma fonte.

O “pequeno atraso”, em nível nacional, em relação ao mesmo período do ano passado, pode ser justifica-do pela demora na chegada de chuva em índices sufi-cientes para dar confiança ao agricultor na hora de levar a semeadeira para o campo.

No municípo de Ma-

racaju, maior produtor de grãos do Estado, segundo

As primeiras plantas da oleaginosa emergem no solo vermelho da fazenda dos Mazzochin

Máquinas estão sendo preparadas na propriedade de Genésio Mazzochin para o cultivo da soja

Propriedade de Mazzochin destaca-se também pela tecnologia do consórcio entre agricultura e pecuária

informa o engenheiro agrô-nomo Dirceu Luiz Bröch, da empresa de consultoria agrícola MS Integração, o

plantio avança em ritmo mais rápido do que o veri-

ficado nas demais regiões do país e estima-se que pelo menos 25% dos 230 mil hectares a serem cultivados já receberam as cultivares que se encontram em pro-cesso de emergência.

A explicação para esse fenômeno, que diferencia Maracaju das demais regi-ões do país, pode ser encon-trada nos pátios de máqui-nas dos produtores rurais maracajuenses. A maioria dos agricultores daquele município, segundo o agrô-nomo, pratica a agricultura utilizando tecnologias de última geração, o que inclui máquinas e equipamentos em número suficiente para realizar o plantio de gran-des áreas em curto espaço de tempo.

Outro fator que tem contribuído para o avanço no plantio são os registros

de chuvas intermitentes. Assim, a cada ciclo de es-tiagem é possível ver a mo-vimentação das máquinas nas propriedades rurais que devem somar uma área plantada que manterá o mu-

nicípio como maior produ-tor de soja do Estado e um dos maiores de todo o país.

É o que acontece na propriedade do agricultor Genésio Mazzochin, lo-calizada a cerca de cinco quilômetros do perímetro urbano maracajuense. Lá, as máquinas estão “a pon-to de bala” e, segundo o pessoal encarregado de se-mear a terra, uma pequena área já recebeu a semente que começa a “despontar”, como se pode conferir nas fotografias colhidas pela reportagem em área já plantada próxima ao Rio Brilhante.

Em contato com a im-prensa, o pessoal da fa-zenda, que fazia os últimos ajustes em uma plantadeira, informou que, a partir de agora, todo pequeno ciclo de estiagem será aproveita-

do para o plantio que deve estar concluído no máximo em duas semanas.

sOjA E CONsóRCiONa propriedade de Seu

Genésio Mazzochin, neste

ano, a prioridade agrícola é a soja. Segundo o pessoal encarregado da semeadura da terra, não será cultivada nenhuma área que não seja com a oleaginosa. A diver-sidade cultural na fazenda ficará por conta do consór-cio entre a agricultura e a pecuária.

Ou seja, algumas áreas que foram ocupadas com a soja, na safra de verão do ano passado e com o milho safrinha, no inverno, foram disponibilizadas, neste pe-ríodo para gado de corte.

Em contrapartida, as áreas que tinham gado no ano passado serão utiliza-das para o cultivo agrícola.

O consórcio agricultu-ra/pecuária, uma técnica desenvolvida por pesquisa-dores maracajuenses, a par-tir de experimentos trazidos da Europa por agricultores

holandeses, substitui com resultados altamente posi-tivos o sistema de rotação de culturas que tem por objetivo evitar a degradação do solo e melhorar os níveis de produtividade.

Estimativa mostra que Brasil pode setornar maior produtor mundial de soja

Produção agrícola deve ficar entre 191,9 milhões e 195,5 milhões de toneladas. Nú-meros são da primeira estimativa de safra divulgada pela CONAB

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A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) anunciou em Brasília a pri-meira estimativa para a safra de 2013/2014. O Brasil pode-rá se tornar o maior produtor mundial de soja. Esse é o primeiro levantamento da safra de grãos. Por isso, a companhia faz estimativas mínima e máxima.

A produção agrícola do período deve ficar entre 191,9 milhões de toneladas e 195,5 milhões de toneladas. Sobre a safra anterior, isso repre-senta um aumento entre 2,6% e 4,5%.

O algodão, que segue registrando crescimento, deve ter aumento de 28% em relação ao ano passado. O fei-jão deve crescer até 14,7%, na soma das três safras do ano. O arroz deve ter um aumento de 2,4% na safra.

Mas, o destaque mesmo da produção brasileira é a soja. Os produtores devem colher até 89,7 milhões de toneladas, com crescimento de 10%.

De acordo com a CO-NAB, os produtores estão preferindo plantar soja nas áreas onde antes tinha milho e pastagem. Se a estimativa

Em poucos dias o verde tomará conta dos campos com a emergência e crescimento da soja

para a safra se confirmar, o Brasil irá se tornar o maior produtor de soja do mun-do, superando os Estados Unidos.

“O mercado internacio-nal, os grandes consumi-dores ficam atentos a esse número. Então, isso é muito positivo sob o aspecto da política agrícola e sobre o aspecto econômico pro nosso

país”, diz Neri Geller, secre-tário de Política Agrícola.

O milho primeira safra está entre as culturas que terão queda na produção. A produção estimada é de até 34,5 milhões de mil tonela-das, com redução de 4% em relação à safra passada.

O diretor de Política Agrícola da CONAB diz que a menor oferta não será um

problema. “Nós teremos um estoque de passagem superior a 12 milhões de to-neladas, tanto de estoque pú-blicos como privados. Então, por mais que nós tenhamos problema na segunda safra do ano que vem, na safrinha, nós não teremos problema possivelmente de abasteci-mento”, diz Sílvio Porto.

Pelo último levantamen-

to da safra brasileira de grãos 2013/2014, divulgado pelo IBGE no último dia 9, a pro-dução deverá ficar em 187

milhões de toneladas, com aumento de 1,5% do obtido na safra anterior. (Globo Rural/G1)

Div

ulga

ção

Estado deve ter uma área 2,1 milhões de hectares cultivados com a soja

O plantio da soja efeti-vamente começou em Mato Grosso do Sul. É o que mostra a circular técnica do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga), da Associação dos Produtores de Soja do Estado - Aprosoja/MS.

A expectativa da institui-ção é que a área cultivada na safra 2013/2014 totalize 2,1 milhões de hectares, batendo recorde histórico novamente, com alta de 7,3% em relação à safra passada, quando o plantio ocupou 1,958 milhão de hectares.

De acordo com o as-sessor técnico do Sistema Famasul, Leonardo Carlotto, o destaque é a região Sul, cuja área avançou 5,4%, beneficia-do pelas condições climáticas. “Se o clima continuar osci-

lando entre chuvas e tempo seco o plantio será favorecido, podendo fechar a quinzena com 30% da área estimada plantada”, ressalta Carlotto.

Segundo a circular téc-nica, os municípios que mais progrediram no avanço do plantio, atingindo 10% da área destinada ao plantio da soja são Ponta Porã, Aral Mo-reira e São Gabriel do Oeste.

O Siga é desenvolvido por técnicos da Aprosoja/MS e Famasul com recursos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo - Seprotur, por meio do Fun-do de Desenvolvimento das Culturas do Milho e da Soja – Fundems. (Com informações da Famasul).

João Antônio De Marco continua operando na administração de Bernal

Já se tornou comum nas rodinhas populares se afirmar que, no Brasil, entra governo, sai governo e os privilegiados com os grandes contratos firmados entre administração pública e ini-ciativa privada beneficiam sempre os mesmos.

É comum, também, se deixar claro nessas afirma-tivas que para toda regra existirá sempre uma exceção. Porém, em Campo Grande, parece que não há exceção à regra, eis que empresas e empresários que faturaram horrores durante a adminis-tração passada simplesmen-te continuam fechando con-tratos pra lá de milionários com a atual gestão.

Em síntese, Alcides Ber-nal (PP) derrotou o candida-to do PMDB, mas, na prática, as empresas que tinham ba-ses sólidas na administração municipal durante os últimos anos, sedimentaram ainda mais suas pilastras na atual administração.

Na verdade, tratam-se de pequenas empreiteiras que iniciaram grandes con-tratos com a prefeitura de Campo Grande à época em que era secretário de Infra-estrutura o empresário João Antonio De Marco. A Selco Engenharia Ltda., Gradu-al Engenharia Ltda e JW Serviços e Engenharia Ltda continuam a faturar milhões na administração de Alcides Bernal. Todas, inclusive, ti-veram contratos aditivados pelo titular da Secretaria de Infraestrutura e Transportes, Semy Alves Ferraz.

“Antigamente, muda-vam as moscas e a m... con-tinuava a mesma, agora não mudam nem as moscas mais” ironizou confiável fonte do Centro-Oeste Popular que confidenciou as íntimas li-gações do ex-secretário De Marco com as três emprei-teiras. Ele informou também que certo Abimael Lozavero, emissário que tem trânsito confortável nos meandros políticos e empresariais sul--mato-grossenses é quem daria assessoria a cabeças coroadas da administração atual..

Lozavero é uma espécie de “sombra” – seu rosto não é conhecido, difícil de ser encontrado, mesmo via seu aparelho móvel pessoal, final 9115. Não faz muito tempo, a reportagem procurou por João Antonio De Marco na

sede das empreiteiras Juah Engenharia e Selco Enge-nharia – ambas no mesmo endereço e telefone. Sob o pretexto de conversar sobre o orçamento de uma obra, um funcionário do departamen-to de compras confirmou que De Marco é ligado à empresa, teria estado na empresa pela manhã logo cedo e saíra em seguida.

Na tarde do mesmo dia, o ex-secretário teve breve conversa telefônica com a reportagem e negou qual-quer envolvimento com as empresas. Foi ríspido. “Não tenho nada a falar, não tenho conhecimento e não negocio com órgãos públicos, eu saí do serviço público”.

Interrogado sobre as empresas, admitiu apenas ter sido sócio da Juah Engenha-ria, uma quarta empreiteira

do grupo, que tem contratos com a Agesul. Procurado novamente na semana pas-sada, o ex-secretário não quis atender.

O grupo supostamen-te organizado por João Antonio De Marco integra ainda os empresários Caio Trindade, Wilson Domin-gos Simioli (Gradual En-genharia), João Valter de Vasconcelos e Acir Maga-lhães (JW Serviços e Enge-nharia). Fechando o ciclo em relação bem familiar, Magalhães seria cunhado de Lozavero. Mera coin-cidência... Nenhum deles

foi encontrado pela repor-tagem.

AdiTivOsMiliONÁRiOs

Depois de faturar cifras astronômicas na administra-ção passada – apenas Selco e JW teriam abocanhado qua-se R$ 50 milhões desde 2010 -, mal se acenderam as luzes sob o governo do sucessor Alcides Bernal (PP) – exa-tos nove dias de gestão – o secretário de Infraestrutura, Semy Alves Ferraz firmou generosos aditivos contratu-ais de 25% com as empresas Selco Engenharia e Gradual Engenharia, para operações de tapa-buracos.

Os dois termos aditivos somam acréscimo de R$ 2,5 milhões, conforme os extra-tos publicados no Diogrande (Diário Oficial).

A primeira contemplada com o aumento foi a Gradual Engenharia Consultoria, com acréscimo de R$ 1,2 milhão – o valor contratual saltou de R$ 4,959 milhões para R$ 6,199 milhões. O segun-do termo aditivo foi entre a prefeitura a e Selco Enge-nharia, também de 25%, com aumento de R$ 1,337 milhão – salto de R$ 5,348 milhões para R$ 6,685 milhões.

Em fevereiro, foi a vez da JW Serviços e Engenharia, que abocanhou aditivo de R$

857,4 mil ao valor inicial do contrato n. 72, firmado em março do ano passado - R$ 3.429 milhões -, de forma que a conta bate em R$ 4.287 milhões.

A 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Pú-blico e Social da Comarca de Campo Grande instaurou inquérito civil para inves-tigar pelo menos uma das empresas e a prefeitura. O promotor Henrique Franco Cândia quer saber se houve ilegalidade em pagamentos à Gradual Engenharia – sem as devidas medições – em contratos executados ano passado.

A reportagem do Cen-tro-Oeste Popular também prossegue as investigações sobre o suposto esquema sob o comando de João Antonio De Marco e deve trazer à luz mais detalhes das engrena-gens que seriam movidas a tráfico de influência e – mui-to! – dinheiro público.

MAis liGAçõEsOutras ligações não mui-

to ocultas da atual adminis-tração relacionam negócios com a Proteco, empresa di-rigida pelo empresário João Amorim, principal operador da gestão passada. Mas, este é um assunto para a próxima edição quando voltaremos à carga!

Orçamento de 2014prevê R$ 179,2 milhões

para a Saúde e Educação

corumbá

Da RedaçãoCorumbá – MS.

O P r o j e t o de Lei que es-tima a receita e fixa a despesa de Corumbá para o exercício finan-ceiro de 2014 foi e n c a m i n h a d o nessa semana para a Câmara d e V e r e a d o -res. Em com-paração com o orçamento de 2013, o cresci-mento nominal é de 12,19%. A estimativa da Prefeitura prevê para o próximo ano um montante de R$ 456 milhões, contra R$ 406,5 milhões deste ano.

A receita decorrerá da arrecadação de tributos e de outras receitas cor-rentes e de capital, nas formas da legislação vi-gente. São R$ 270.827.100 provenientes do Tesouro e R$ 185.266.000 de outras fontes. Desse total R$ 98,6 milhões serão investidos na Saúde Pública, um aumento de 15% se comparado com os R$ 85,6 milhões atuais.

Na Educação serão aplicados outros R$ 80,6 milhões, sendo R$ 44,7 mi-lhões do Fundo Municipal de Manutenção e de De-senvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e R$ 35,9 mi-lhões do Fundo Municipal de Educação. A diferença para 2013 é de R$ 11,2 mi-lhões (16,1%).

Em ambos os setores os valores estão bem acima dos mínimos determinados pela Constituição Federal. Para

Em comparação com 2013, o crescimento é de 12,19%

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cim

ento

a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Serviços Públicos estão previstos investimentos de R$ 87,6 milhões.

Na elaboração do Proje-to de Lei foram observadas as regras estabelecidas na Por-taria Conjunta da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que aprova e atualiza os Procedimentos Contábeis Orçamentários e na Lei de Responsabilidade Fiscal (LR), bem como nas demais normas que disci-plinam a matéria e ainda os critérios utilizados pela União e Estado.

PlURiANUAlO Plano Plurianual

(PPA) 2014/2017 também já foi encaminhado para o Legislativo Municipal. O Projeto de Lei segue as determinações contidas na Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 (LRF), as normas e crité-rios utilizados pela União e pelo Estado, contidos em seus respectivos Planos Plurianuais, e as demandas

oriundas das audiências e as diretrizes contidas na pro-posta do Plano de Governo.

No PPA estão fixados cinco macrodesafios, con-tendo finalidades seme-lhantes aos onze fixados pelo Governo Federal e aos cinco do Estado de Mato Grosso do Sul. São eles: promover a geração de em-prego e renda; propiciar a inclusão social e o acesso aos serviços essenciais de saúde, educação, sanea-mento, infraestrutura, se-gurança, cultura, esporte e lazer;

Fomentar o desenvol-vimento econômico poten-cializando a vocação do ecoturismo e a utilização de forma sustentável dos recursos naturais, recupe-rando, conservando e pre-servando o meio ambiente; Implantar uma gestão ino-vadora, eficaz e eficiente que propicie a qualidade na prestação dos serviços públicos essenciais; e am-pliar a capacidade técnica e financeira de execução de obras de infraestrutura e de melhorias urbanas.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 581 20/10 a 26/10 de 201324 sOcial