2
Centro Social e Paroquial de São Mamede do Coronado 1 4 Vigararia Trofa / Vila do Conde BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO Poucas semanas após o encerramento do ciclo das festas natalícias, eis-nos, caros leitores, no começo da nossa caminhada quaresmal rumo à Páscoa, a festa central do cristianismo. O termo QUARESMA começou por designar o jejum de seis semanas, observado em Roma anteriormente ao ano 384 e que precedia o rigoroso jejum do Tríduo Pascal, que começava na Quinta-Feira Santa à tarde. A Quaresma é um tempo propício para a reflexão, a meditação e o encontro connosco mesmos. Tempo para cada um de nós parar para perguntar por si! Tempo para fazer silêncio! Como escreveu o “Recoveiro dos Pobres” (Pe. Américo), “as grandes transforma- ções do homem dão-se sempre no silêncio”. Retenho na minha mente uma quadra popular que, em menino, tantas vezes ouvia na minha terra, proferida pelos mais velhos: É o tempo da Quaresma, É o tempo do Senhor; Não se canta, não se dança Não se fala p’ró amor! Neste número do nosso Boletim Vicarial visita- remos o Centro Social Paroquial de São Mamede de Coronado, escutaremos atentamente a palavra de D. Pio Alves e o convite de Susana Oliveira, enfermeira no I. P. O., a descobrirmos o rosto de Cristo sofredor naqueles que, no dizer de São Paulo, completam na sua “carne o que falta à paixão de Cristo”. Duas jovens da nossa vigararia – a Juliana e a Filipa – falar-nos-ão da sua caminhada e do quão importante foi e é para elas a militância nos grupos paroquiais de jovens. Que belos testemunhos! ESCUTEMOS A VOZ DO SILÊNCIO! Por: Pe. José Ramos [email protected] fevereiro 2018 O Centro Social e Paroquial de S. Mamede do Coronado (CSPSMC), surge com a necessidade de dar resposta às famílias de S. Mamede do Coronado e às freguesias vizinhas, para apoiar a população mais idosa. A empreitada, sonhada pelo Sr. Pe. Manuel Domingues dos Santos e por muitos paroquianos iniciou no ano de 2008 e a sua conclusão estava prevista para Setembro de 2009. O equipamento social foi pensado para dotar a freguesia de um amplo espaço para internamento de 30 utentes, um centro de dia com capacidade para 40 idosos e apoio domiciliário para outros 30. Considerada pelos paroquianos como a maior obra desta área do distrito do Porto, o Centro Social e Paroquial de S. Mamede do Coronado foi construído num terreno com 19 mil metros quadrados, comprado há mais de uma dezena de anos. Os apoios para a concretização da obra vieram de todos os lados, desde a Câmara Municipal da Trofa, à Liga de Amigos do Centro Social (grupo constituído para ajudar na angariação de fundos para a construção da infraestrutura), à Comissão de Fábrica da Igreja e ao esforço de muitos. Contudo o Centro Social e Paro- quial de S. Mamede do Coronado teve ainda a ajuda do programa PARES- Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais do qual receberam um apoio de cerca de 783 mil euros. Em Agosto de 2012, o Sr. Pe. Rui Miguel da Mota Alves assume-se como novo Pároco desta freguesia e com a sua chgada surge um novo impulso, conseguindo concluir esta obra com o apoio da Direção que o acompanhou desde o início, apesar de todas as dificuldades e obstáculos nomeadamente a falta de licencia- mentos e uma dívida de mais de 800 mil euros. Em Outubro de 2013, o Centro Social Paroquial de S. Mamede abriu as portas à comunidade, com as três valências (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário) em funcionamento. Passados 4 anos de atividade, a análise que se faz é bastante positiva com todas as respostas sociais ocupadas. Continuando esta instituição a ter como missão apoiar as famílias no desem- penho das suas responsabilidades, nomeadamente, na promoção de cuidados e bem-estar dos idosos, e responder às necessidades e problemas sociais da comunidade. Porém ao longo destes anos de atividade, surge a necessidade de apoiar ainda mais idosos e consequentemente as suas famílias. Assim, e de forma a diminuir e a reaproveitar espaços físicos inutilizados o Presidente da Instituição e a sua atual Direção deci- diram aumentar as vagas de ERPI de 30 para 36, apoiando assim mais idosos. O excelente trabalho desenvolvido na vertente social por esta instituição deve-se a uma Direção que se dedica de forma total- mente gratuita procurando atingir o objetivo de ajudar o outro, bem como promover o crescimento das três valên- cias do CSPSMC. Os Órgãos sociais são representados pelo Senhor Padre Rui da Mota Alves, enquanto Presidente e pelos restantes membros que têm desempenhado as suas funções de forma igualmente humana e dedicada a esta causa social. Os colaboradores (41) e a equipa de saúde contribuem diaria- mente com todo o seu empenho e dedicação para que estes 100 idosos sejam tratados com dignidade, respeito e apreço. São estes colaboradores que fazem com que esta instituição seja apreciada e procurada por familiares que confiam no trabalho humano e profissional desempenhado neste Centro. É nosso anseio ser uma Instituição de referência e excelência, reconhecida como uma IPSS pioneira na implementação de políticas e práticas no âmbito da solidariedade. Desenvolver respostas sociais inovadoras, apostando na pres- tação de serviços qualificados e humanizados, tendo como meta principal a contínua satisfação dos nossos clientes e da comuni- dade envolvente. Iremos continuar a lutar diariamente para que esta Instituição seja um espaço de vida, de solidariedade e de comunhão. Oração sempre jovem Pio Alves, Bispo Auxiliar Quaresma é tempo de conversão. Por isso, de paragem, de silêncio, de reflexão. Para passar da teoria aos atos, a Igreja recor- da-nos os recursos fundamentais que temos à nossa disposição, e que são: a oração, o jejum e a esmola. Sem secundarizar nenhum destes meios, convi- do-te a parar na oração, na oração que vá para além das meras palavras. E, também, sem pôr ninguém de lado, faço este convite prioritariamente aos jovens. É que a Igreja quer refletir sobre a juventude, contando com a cooperação de todos, particularmente dos jovens. Convocou, para isso, um Sínodo dos Bispos que se reunirá em Roma no próximo mês de outubro e que tem por título Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. A preparação, que decorre há já bastantes meses, não tem tido a visibilidade que se justifi- caria: mais uma razão para a cuidar e incentivar. E nada melhor que refletir e rezar. Transcrevo, a seguir, a oração que o Papa Fran- cisco compôs para todos nós: “Senhor Jesus, a tua Igreja a caminho do Sínodo dirige o olhar a todos os jovens do mundo. Pedimos-te que, com coragem, assumam a própria vida, olhem para as realidades mais bonitas e mais profundas e conservem sempre um coração livre. Acompanhados por guias sábios e genero- sos, ajuda-os a responder à chamada que Tu diriges a cada um deles, para realizar o próprio projeto de vida e alcançar a felicidade. Mantém aberto o seu coração aos grandes sonhos tor- nando-os atentos ao bem dos irmãos. Como o Discípulo amado, também eles per- maneçam ao pé da Cruz para acolher a tua Mãe, recebendo-a como um dom de ti. Sejam testemunhas da tua Ressurreição e saibam reconhecer-te vivo ao lado deles anunciando com alegria que Tu és o Senhor. Amen”. Sugiro-te alguns tópicos, para reflexão: “Todos os jovens do mundo”: todos… são mes- mo todos! Não é apenas o grupo dos amigos mais ou menos certinhos. Também são os desalinhados. “Com coragem”: a vida não é fácil, nunca foi fácil. É, também por isso, que faz falta lutar, trabalhar, estudar (mesmo aquelas coisas chatas a que chamas seca). “Coração livre”: queres voar, não para o charco mas para o infinito. Solta as amarras que te pren- dem ao chão. “Acompanhados por guias”: pais, catequistas, padres, amigos. Acompanhados, não manipula- dos, atados, por quem quer que seja. Pede ajuda, mas decide tu. “Projeto (de Deus) de vida e alcançar a feli- cidade”: Deus é quem mais quer a tua felicidade. Cria espaços e tempos para O ouvir. “Atentos ao bem dos irmãos”: o mundo não termina em ti nem à tua porta. “Acolher a tua Mãe”: a Virgem Maria disse, sem medo, sim a Deus quando era jovem da tua idade e, por isso, foi feliz e fez-nos felizes. Desejo-te um tempo de quaresma mais refle- tido e mais rezado. Ana Oliveira (Diretora Técnica)

Centro Social e Paroquial de São Mamede do Coronado · Centro Social e Paroquial de São Mamede do Coronado 4 1 Vigararia Trofa / Vila do Conde BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO Poucas

  • Upload
    buianh

  • View
    224

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Centro Social e Paroquial de São Mamede do Coronado · Centro Social e Paroquial de São Mamede do Coronado 4 1 Vigararia Trofa / Vila do Conde BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO Poucas

Centro Social e Paroquialde São Mamede do Coronado

14

Vigararia Trofa / Vila do Conde

BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO

Poucas semanas após o encerramento do ciclo das festas natalícias, eis-nos, caros leitores, no começo da nossa caminhada quaresmal rumo à Páscoa, a festa central do cristianismo.

O termo QUARESMA começou por designar o jejum de seis semanas, observado em Roma anteriormente ao ano 384 e que precedia o rigoroso jejum do Tríduo Pascal, que começava na Quinta-Feira Santa à tarde.

A Quaresma é um tempo propício para a reflexão, a meditação e o encontro connosco mesmos. Tempo para cada um de nós parar para perguntar por si! Tempo para fazer silêncio! Como escreveu o “Recoveiro dos Pobres” (Pe. Américo), “as grandes transforma- ções do homem dão-se sempre no silêncio”. Retenho na minha mente uma quadra popular que, em menino, tantas vezes ouvia na minha terra, proferida pelos mais velhos:

É o tempo da Quaresma,É o tempo do Senhor;Não se canta, não se dançaNão se fala p’ró amor! Neste número do nosso Boletim Vicarial visita-

remos o Centro Social Paroquial de São Mamede de Coronado, escutaremos atentamente a palavra de D. Pio Alves e o convite de Susana Oliveira, enfermeira no I. P. O., a descobrirmos o rosto de Cristo sofredor naqueles que, no dizer de São Paulo, completam na sua “carne o que falta à paixão de Cristo”. Duas jovens da nossa vigararia – a Juliana e a Filipa – falar-nos-ão da sua caminhada e do quão importante foi e é para elas a militância nos grupos paroquiais de jovens. Que belos testemunhos!

ESCUTEMOS A VOZ DO SILÊNCIO!

Por: Pe. José [email protected]

fevereiro 2018

O Centro Social e Paroquial de S. Mamede do Coronado (CSPSMC), surge com a necessidade de dar resposta às famílias de S. Mamede do Coronado e às freguesias vizinhas, para apoiar a população mais idosa.

A empreitada, sonhada pelo Sr. Pe. Manuel Domingues dos Santos e por muitos paroquianos iniciou no ano de 2008 e a sua conclusão estava prevista para Setembro de 2009.

O equipamento social foi pensado para dotar a freguesia de um amplo espaço para internamento de 30 utentes, um centro de dia com capacidade para 40 idosos e apoio domiciliário para outros 30.

Considerada pelos paroquianos como a maior obra desta área do distrito do Porto, o Centro Social e Paroquial de S. Mamede do Coronado foi construído num terreno com 19 mil metros quadrados, comprado há mais de uma dezena de anos.

Os apoios para a concretização da obra vieram de todos os lados, desde a Câmara Municipal da Trofa, à Liga de Amigos do Centro Social (grupo constituído para ajudar na angariação de fundos para a construção da infraestrutura), à Comissão de Fábrica da Igreja e ao esforço de muitos. Contudo o Centro Social e Paro-quial de S. Mamede do Coronado teve ainda a ajuda do programa PARES- Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais do qual receberam um apoio de cerca de 783 mil euros.

Em Agosto de 2012, o Sr. Pe. Rui Miguel da Mota Alves assume-se como novo Pároco desta freguesia e com a sua chgada surge um novo impulso, conseguindo concluir esta obra com o apoio da Direção que o acompanhou desde o início, apesar de todas as dificuldades e obstáculos nomeadamente a falta de licencia-mentos e uma dívida de mais de 800 mil euros.

Em Outubro de 2013, o Centro Social Paroquial de S. Mamede abriu as portas à comunidade, com as três valências (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário) em funcionamento.

Passados 4 anos de atividade, a análise que se faz é bastante positiva com todas as respostas sociais ocupadas. Continuando esta instituição a ter como missão apoiar as famílias no desem-penho das suas responsabilidades, nomeadamente, na promoção de cuidados e bem-estar dos idosos, e responder às necessidades e problemas sociais da comunidade.

Porém ao longo destes anos de atividade, surge a necessidade de apoiar ainda mais idosos e consequentemente as suas famílias.

Assim, e de forma a diminuir e a reaproveitar espaços físicos inutilizados o Presidente da Instituição e a sua atual Direção deci-diram aumentar as vagas de ERPI de 30 para 36, apoiando assim mais idosos.

O excelente trabalho desenvolvido na vertente social por esta instituição deve-se a uma Direção que se dedica de forma total-

mente gratuita procurando atingir o objetivo de ajudar o outro, bem como promover o crescimento das três valên-cias do CSPSMC. Os Órgãos sociais são representados pelo Senhor Padre Rui da Mota Alves, enquanto Presidente e pelos restantes membros que têm desempenhado as suas funções de forma igualmente humana e dedicada a esta causa social.

Os colaboradores (41) e a equipa de saúde contribuem diaria-mente com todo o seu empenho e dedicação para que estes 100 idosos sejam tratados com dignidade, respeito e apreço. São estes colaboradores que fazem com que esta instituição seja apreciada e procurada por familiares que confiam no trabalho humano e profissional desempenhado neste Centro.

É nosso anseio ser uma Instituição de referência e excelência, reconhecida como uma IPSS pioneira na implementação de políticas e práticas no âmbito da solidariedade.

Desenvolver respostas sociais inovadoras, apostando na pres-tação de serviços qualificados e humanizados, tendo como meta principal a contínua satisfação dos nossos clientes e da comuni-dade envolvente.

Iremos continuar a lutar diariamente para que esta Instituição seja um espaço de vida, de solidariedade e de comunhão.

Oração sempre jovemPio Alves, Bispo Auxiliar

Quaresma é tempo de conversão. Por isso, de paragem, de silêncio, de reflexão.

Para passar da teoria aos atos, a Igreja recor-da-nos os recursos fundamentais que temos à nossa disposição, e que são: a oração, o jejum e a esmola.

Sem secundarizar nenhum destes meios, convi-do-te a parar na oração, na oração que vá para além das meras palavras.

E, também, sem pôr ninguém de lado, faço este convite prioritariamente aos jovens. É que a Igreja quer refletir sobre a juventude, contando com a cooperação de todos, particularmente dos jovens. Convocou, para isso, um Sínodo dos Bispos que se reunirá em Roma no próximo mês de outubro e que tem por título Os jovens, a fé e o discernimento vocacional.

A preparação, que decorre há já bastantes meses, não tem tido a visibilidade que se justifi-caria: mais uma razão para a cuidar e incentivar. E nada melhor que refletir e rezar.

Transcrevo, a seguir, a oração que o Papa Fran-cisco compôs para todos nós:

“Senhor Jesus, a tua Igreja a caminho do Sínodo dirige o olhar a todos os jovens do mundo. Pedimos-te que, com coragem, assumam a própria vida, olhem para as realidades mais bonitas e mais profundas e conservem sempre um coração livre.

Acompanhados por guias sábios e genero-sos, ajuda-os a responder à chamada que Tu diriges a cada um deles, para realizar o próprio projeto de vida e alcançar a felicidade. Mantém

aberto o seu coração aos grandes sonhos tor-nando-os atentos ao bem dos irmãos.

Como o Discípulo amado, também eles per-maneçam ao pé da Cruz para acolher a tua Mãe, recebendo-a como um dom de ti. Sejam testemunhas da tua Ressurreição e saibam reconhecer-te vivo ao lado deles anunciando com alegria que Tu és o Senhor. Amen”.

Sugiro-te alguns tópicos, para reflexão: “Todos os jovens do mundo”: todos… são mes-

mo todos! Não é apenas o grupo dos amigos mais ou menos certinhos. Também são os desalinhados.

“Com coragem”: a vida não é fácil, nunca foi fácil. É, também por isso, que faz falta lutar, trabalhar, estudar (mesmo aquelas coisas chatas a que chamas seca).

“Coração livre”: queres voar, não para o charco mas para o infinito. Solta as amarras que te pren-dem ao chão.

“Acompanhados por guias”: pais, catequistas, padres, amigos. Acompanhados, não manipula-dos, atados, por quem quer que seja. Pede ajuda, mas decide tu.

“Projeto (de Deus) de vida e alcançar a feli-cidade”: Deus é quem mais quer a tua felicidade. Cria espaços e tempos para O ouvir.

“Atentos ao bem dos irmãos”: o mundo não termina em ti nem à tua porta.

“Acolher a tua Mãe”: a Virgem Maria disse, sem medo, sim a Deus quando era jovem da tua idade e, por isso, foi feliz e fez-nos felizes.

Desejo-te um tempo de quaresma mais refle- tido e mais rezado.

Ana Oliveira (Diretora Técnica)

Page 2: Centro Social e Paroquial de São Mamede do Coronado · Centro Social e Paroquial de São Mamede do Coronado 4 1 Vigararia Trofa / Vila do Conde BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO Poucas

“Movidos por Deus no amor à criação”

Será este o mote pelo qual os jovens da Vigararia Trofa/Vila do Conde vão pôr os pés ao caminho, nas lagoas de Bertiandos, Ponte de Lima, nos dias 14 e 15 de abril.

O ritmo da caminhada dará lugar a ritmo de oração. O olhar sobre a natureza dará lugar à contemplação de Deus na criação.

Estão convocados todos os jovens, a partir dos 16 anos, dos vários grupos e movimentos,

Mais informações, junto dos párocos ou grupos de Jovens da Paróquia.

2 3

Ser Cristão será sempre Ser Amor

Ficha Técnica

Propriedade: Vigararia Trofa / Vila do CondeDirecção e coordenação: Pe. José da Rocha Ramos - E-mail: [email protected] | Pe. Rui Miguel da Mota Alves - E-mail: [email protected]ótipo (Boletim e Suplemento): Pedro Miguel Teixeira e Rui Sérgio Teixeira Logótipo (última página): Sofia Mónica Alves da SilvaIlustrações: Sofia Mónica Alves da Silva, Pedro Miguel Teixeira e Rui Sérgio TeixeiraFotografia: Pe. José RamosImpressão: Gráfica da Trofa - Martins & Ca., Lda – Rua das Indústrias, 946-960 – 4786-909 TrofaTiragem: 8.000 exemplares

Distribuição gratuita

Com o nome de Filipa, sou mais uma cristã que se afirma como tal sem qualquer receio. Há 18 anos, Deus concedeu-me a dádiva imensa que é a vida. A minha caminhada é ainda muito breve, mas a cada passo tento formar uma pegada que resista à erosão do tempo.

Desde o primeiro momento, sendo ele o Batismo, não me desviei do caminho de Jesus. Certamente, esse caminho por diversas vezes se bissetou e emergiram dificuldades; no entanto, percebi que enfrentando os desafios era capaz de criar atalhos que me devolveriam ao caminho certo. Sempre com um ritmo cauteloso fui encontrando respostas que até então eu não tinha ambição de procurar. Raramente me questionava: a minha posição sempre foi de aceitação plena e quando me provocavam com factos científicos, na tentativa de quebrar essa minha Fé inabalável, saíam da minha boca certezas com pontos finais e não havia espaço para uma dúvida que se estendesse pelas reticências.

Ao completar 16 anos, permiti que as questões me abalassem; permiti, de facto, que todas as incertezas surgissem. O meu objetivo era somente um: atingir uma maior compreensão perante Jesus Cristo e o próprio Deus. Neste sentido, entendi que fazer um questionário interior é plantar sementes num solo fértil. É através de perguntas inesperadas que o campo do nosso conhecimento se expande. No meu caso, as sementes tornaram-se um bom fruto – a minha Fé rejuvenesceu.

Dedico-me há 13 anos ao escutismo; há 10 anos, ao serviço da Eucaristia, sendo acólita e leitora; há 3 anos que sou catequista; mais recentemente, há 10 meses, ingressei num grupo de jovens – Jovens C’a Fé. Estes movimentos são a expressão visível da minha Fé. Todos eles me mostram rumos distintos, mas todos partilham a vontade de seguir Jesus. Deste modo, encontro a vivacidade que deve ser própria do cristão. Simultaneamente, encontro o abraço acolhedor do Silêncio que é tão necessário à introspeção e, consequentemente, ao crescimento da minha Fé.

Se, há séculos, os cristãos sofriam uma constante perseguição – infe- lizmente, ainda acontece em alguns lugares do mundo atual – hoje, há uma urgência em não nos esquecermos do que é acompanhar Jesus e, posteriormente, fazer uma partilha assídua, isto é, evangelizar firmemente. Ora, seguir Jesus é mais do que imitar as suas boas ações, é dedicar-lhe o nosso tempo. Tem de haver tempo para Deus, tal como tem de haver entrega repleta de pureza no momento em que iniciamos a oração.

As gerações impingem claramente a mudança, mas ser cristão sempre será ser Amor. Por que teimamos em fugir deste desafio que é o mais simples – amar? Todavia, para amar como Jesus amou, é preciso saber sofrer como Jesus sofreu para combater a cegueira daqueles que perderam o seu rumo, para terminar com a indiferença face à pobreza e essencialmente para (nos) perdoar.

Num mundo tão desregrado como o nosso, ser um discípulo de Cristo é atrair o bem de forma a fazê-lo convergir numa dimensão universal. Se cada Cristão cumprir a sua missão de peregrino, facil-mente encontraremos a harmonia pretendida, hasteando a bandeira da Boa Nova que Jesus tanto proclamou. Jamais nos esqueçamos de deixar uma pegada no mundo como um legado eterno de Cristo.

Olá, o meu nome é Juliana Car-

valho, sou da paróquia de Vairão

e venho partilhar um pouco da

minha experiência cristã.

A minha caminhada começou

há cerca de 14 anos quando iniciei

o meu primeiro ano de catequese.

Desde esse momento nunca mais

me separei da vida cristã.

Atualmente sou catequista do 4º ano e auxilio no 1º ano de

catequese. E nada me deixa mais feliz e realizada do que olhar

para todas as crianças e pensar “estes são os meus meninos".

Pertenço ainda ao grupo de leitores e sou membro do Grupo

de Jovens “Semeadores de Fé” da paróquia de S. Salvador -

Vairão.

Ao longo do meu percurso sempre fui bastante acompa-

nhada pelos meus pais e familiares, no entanto sempre tive

ideias claras sobre o meu futuro e por esse mesmo motivo

confirmei a renovei a minha fé no sacramento do crisma.

Após o crisma, o meu grupo de catequese não ficou

de braços cruzados e, com a ajuda de outros que a nós se

juntaram, fundamos o Grupo Semeadores de Fé, há 4 anos.

Hoje posso afirmar que este grupo é a minha família, o

meu porto de abrigo e que, sem ele, definitivamente não teria

este sorriso no rosto. Não é fácil a vida em grupo, mas com a

ajuda e o encorajamento de Jesus estamos no bom caminho

para marcar a diferença. Apesar deste grupo não ser grande

conseguimos alterar alguns padrões na nossa freguesia que

estava bastante estagnada. Realizamos diversas atividades,

como jantares de convívio, caminhadas solidárias, orações,

reuniões periódicas com temas importantes para a nossa

juventude. Uma das melhores experiências foi a ida ao Fátima

Jovem, na qual já participei por duas vezes.

Já dei muitas gargalhadas, já chorei e já criei memórias que

não seriam possíveis sem o auxílio de Deus. Ser jovem cristão

é isto e muito mais. É estar lá para o próximo, disponibilizar

e dar sempre o nosso melhor, difundir a nossa fé e acima de

tudo acreditar que com Deus tudo é possível. Às vezes somos

postos à prova e a nossa fé é abalada, talvez porque a nossa

sociedade é uma sociedade de aparências e que fantasia um

mundo perfeito repleto de bens materiais. Como bons jovens

cristãos tentamos ao máximo modificar esta perspetiva do

mundo atual e prezamos pelos bons valores da nossa religião.

Espero sinceramente que o mundo cristão onde atual-

mente residimos possa evoluir e que cada vez mais encoraje

os jovens a aparecer e dar a cara sem vergonhas, porque nós

somos o futuro e cabe-nos a nós fazer uma mudança positiva.

"Semeadores de Fé" é o meuPorto de Abrigo

Susana Oliveira

DIA VICARIAL DA CATEQUESE E DOS ACÓLITOSÀ semelhança dos anos anteriores, no dia 25 de Abril celebraremos

o dia vicarial da catequese. E, como aconteceu em 2017, neste ano também estarão presentes os acólitos das nossas paróquias. O local escolhido para o evento pelo clero da vigararia foi o Santuário de Santa Eufémia, na paróquia de Alvarelhos. Caso o tempo esteja chuvoso, o evento será transferido para o Pavilhão Dário Marques, do Grupo Cultural e Recreativo de Alvarelhos.

***CENTRO DE PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÓNIO

Estão a decorrer os encontros de preparação para o matrimónio, na cripta da igreja nova da Trofa, às 21:30 horas dos dias 02, 09, 16 e 23 de Fevereiro, 02, 09, 16 e 17 de Março.

***CELEBRAÇÃO MISTAGÓGICA VICARIAL E CANTO DO TE DEUM

No dia 8 de Abril (Domingo II da Páscoa ou da Divina Misericórdia), pelas 16 horas, na Igreja Nova de São Martinho de Bougado (Trofa), irá realizar-se uma celebração mistagógica vicarial com o canto de acção de graças Te Deum.

Trata-se de uma celebração festiva aberta a todas as comunidades paroquiais da nossa vigararia e será presidida por D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto, e contará com a presença dos padres e diáconos da vigararia Trofa / Vila do Conde. Esta celebração será um belo momento vicarial para celebrar em conjunto a Alegria do Evangelho e o dom do Ressuscitado, a Nova Páscoa. Movidos pelo amor de Deus, celebraremos a nossa Redenção que nos vem pela Divina Misericórdia. Por isso, será uma celebração de Acção de Graças na qual cantaremos um belo Te Deum.

A palavra “mistagogia” (e seus derivados) indica o mistério, o oculto. Refere-se a tudo o que ajuda a conduzir ao Mistério. No nosso caso, o Mistério de Cristo, celebrado na liturgia e vivido na existência cristã. O que na verdade nos guia e faz entrar em sintonia com o mistério salvador de Cristo é o Espírito Santo. Mas também se chama mistagogia à dinâmica interior e à pedagogia com que a própria celebração litúrgica e os seus agentes nos ajudam a celebrar em profundidade e, depois, a viver esse mistério

Muitas vezes me perguntam como consigo trabalhar em oncolo-gia, como consigo lidar permanentemente com a morte do outro? A verdade é que não é fácil! Vai-se aprendendo a lidar com morte e criando uma “espécie de escudo” que, pelo menos aparentemente, nos protege. E digo aparentemente, porque a verdade é que quando lidamos com a finitude dos outros, lidamos também com a nossa.

Em tempo de quaresma, e sendo esta a época que, pessoalmente, enquanto cristã, me diz mais, trabalhar com doentes oncológicos moldou certamente a minha visão do mundo e do que me rodeia. A quaresma é um tempo de reflexão, mas não é um tempo triste e depressivo. É antes um tempo de renovação interior e de escuta do nosso coração.

Pergunto-me, então, como se consegue ter forças para lutar sabendo-se, de antemão, que se pode morrer? Que se tem, à par-tida, uma vida pela frente, com sonhos e projetos que podem não se concretizar? Acredito que é na Fé em Jesus Cristo que se consegue. Quando olho para os meus doentes, não vejo apenas sofrimento, vejo também esperança, alegria e partilha.

Quando olho para os meus doentes, vejo Cristo neles, alguém que abraça o sofrimento todos os dias, que se questiona o porquê, mas que acaba por o aceitar e lutar cada dia… alguém que não esquece de quem mais ama… vejo Cristo neles sempre que em cada acordar sorriem para um novo dia… vejo Cristo neles sempre que cada obs-táculo é ultrapassado com coragem, força e sacrifício… vejo Cristo neles quando sinto que cresci porque eles fazem parte da minha vida… quando sinto a minha Fé renovada após cada encontro…

Em tempo de quaresma, este encontro é caminho que perdura todo o ano e que fazemos juntos para Cristo e com Cristo, na alegria, na esperança e na graça de vivermos mais um dia para estarmos com Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida!

Um hospital oncológico não é um sítio triste, é um

local onde se celebra a vida, onde as pequenas conquistas de cada dia nos dão ânimo e força para continuarmos. Se eu, enquanto enfermeira, tiver feito uma pequena diferença na vida de um doente, então já valeu a pena.

Boa Páscoa!

Quando olho para os meus doentes,vejo Cristo neles!