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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E PESQUISA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO FABIANO BENTO DE SÁ O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DE CAFÉ: um estudo no município de Belo Horizonte Belo Horizonte 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E PESQUISA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

FABIANO BENTO DE SÁ

O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DE CAFÉ: um estudo no município de Belo Horizonte

Belo Horizonte

2013

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FABIANO BENTO DE SÁ

O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DE CAFÉ: um estudo no município de Belo Horizonte

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado

Profissional em Administração do Centro

Universitário UNA, como requisito parcial à

obtenção do título de Mestre.

Área de Concentração: Inovação e Dinâmica

Organizacional.

Linha de pesquisa: Redes Empresariais, Inovação e

Competitividade.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Viana Carvalho de

Paiva

Coorientador: Prof. Dr. Gustavo Quiroga Souki

Belo Horizonte

2013

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Ficha catalográfica desenvolvida pela Biblioteca UNA campus João Pinheiro

S111c Sá, Fabiano Bento de

O comportamento do consumidor de café: um estudo no município de Belo Horizonte. – 2013.

145f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Viana Carvalho de Paiva

Coorientador: Prof. Dr. Gustavo Quiroga Souki Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário UNA, 2013. Programa de

Mestrado Profissional em Administração. Bibliografia f. 130-141

1. Comportamento do consumidor. 2. Café. I. Paiva, Ricardo Viana Carvalho. II. Souki, Gustavo Quiroga. III. Centro Universitário UNA. IV. Título.

CDU: 338.486.3

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Dedico este trabalho à minha querida família, que me ensinou a batalhar

pelos meus sonhos e à Karina, minha amada esposa, que sempre esteve

ao meu lado com amor, carinho, apoio e compreensão.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pela força, sabedoria e bênçãos proporcionadas à minha vida, sobretudo, pela saúde

para realização deste trabalho.

Ao professor Ricardo Paiva, que com paciência, dedicação e apoio nas minhas escolhas foi

fundamental para realização desta dissertação.

Aos professores do Centro Universitário UNA, que contribuíram para o meu desenvolvimento

acadêmico e pessoal.

Ao professor Fabrício Ziviani, que, como um bom educador, instigou a busca pelo

conhecimento, incentivando o meu ingresso no mestrado.

Aos meus pais, João e Telma, pela compreensão dos momentos ausentes.

Aos colegas de curso, pela convivência e troca de experiências, em especial, ao Ronaldo Faria,

amigo e companheiro das longas conversas após as aulas.

Aos colegas de trabalho que ouviram com paciência, durante anos, o meu entusiasmo com o

mundo acadêmico.

À Karina, esposa e colega de mestrado, que sempre esteve presente, motivando e contribuindo

durante toda a jornada.

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para realização deste trabalho.

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“Um homem é o que lê,

como e bebe na vida.

Logo, deve escolher a melhor leitura,

a melhor comida e a melhor bebida, o café...”

(Johann Wolfgang von Goethe)

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RESUMO

O café é um produto importante e de destaque no Brasil desde sua chegada ao país, em meados

do século XVIII, até os dias atuais. O setor da cafeicultura é um dos grandes pilares econômicos

do desenvolvimento nacional e sua história confunde-se a própria história do país. O Brasil é o

maior produtor e exportador mundial, sendo o estado de Minas Gerais o maior produtor

nacional, com geração de aproximadamente dois milhões de empregos. Além disso, o Brasil é

o segundo maior consumidor de café, com números crescentes ao longo dos anos. Diante de tal

relevância, o presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de descrever o comportamento

dos consumidores de café do munícipio de Belo Horizonte, Minas Gerais. Para tal, foi realizado

um levantamento do tipo survey, de natureza descritiva, com um corte transversal e variáveis

quantitativas. Foram coletados 459 questionários válidos, com a realização da técnica de

amostragem bola de neve. Os resultados da pesquisa possibilitaram concluir que a maioria dos

respondentes desconhecem vários dos benefícios proporcionados pelo café, reconhecendo

apenas a capacidade do café em fornecer maior disposição e melhoria da memória. Como

malefícios percebidos no consumo de café foram identificados os efeitos de causar

dependência, dificultar o sono e acarretar azia. Identificou-se que são percebidos como

significados do consumo de café a habitualidade, o fato de a bebida proporcionar bem-estar,

servir como momento de pausa, relaxamento e união com a família. Os entrevistados afirmaram

que o consumo da bebida está associado aos termos “levanta”, “deixa ligado”, “anima/agita”,

“aumenta a concentração” e “melhora o humor”. Verificou-se que os consumidores buscam

informações sobre o produto por meio das experiências anteriores, anúncios no ponto de venda,

propagandas na televisão, panfletos e internet. Já os grupos de influências utilizados na compra

do café são predominantemente constituídos por familiares seguidos de amigos e conhecidos.

Os principais fatores encontrados como influências na decisão de compra foram: (i) a

importância dos aspectos do produto, (ii) da marca e tradição, (iii) do meio ambiente e selo de

qualidade, (iv) da disponibilidade e oferta e (v) da importância da embalagem. Em relação às

marcas, a maioria dos consumidores listaram o café Três Corações como o primeiro a ser

considerado na compra. Verificou-se ainda que as marcas consideradas pelos entrevistados

foram: Três Corações, Fino Grão, Barão, Pilão, Melita, Bom Jesus, Caboclo, Nescafé e Dom

Pedro. Ao abordar especificamente a compra e consumo, constatou-se que os principais

produtos substitutos do café são os sucos, achocolatados, leite, chás, água e vitaminas. Os

principais locais de compra do café são supermercados e hipermercados, assim como mercados

de bairro, sendo que o consumo ocorre em casa, no ambiente de trabalho e na casa de parentes

e amigos. Sobre a intensidade do consumo, constatou-se que os jovens consomem com menor

frequência e as mulheres, funcionários públicos e profissionais liberais em maior frequência. O

café torrado e moído é, normalmente, consumido no café da manhã com frequência igual ou

superior a cinco vezes semanais, enquanto os demais tipos de café geralmente são consumidos

sem horário e frequência definida. Finalmente, examinou-se a associação do café ao cigarro e

foi identificado que a maioria dos entrevistados não utilizam a bebida em conjunto com o

cigarro.

Palavras-chave: Comportamento do consumidor; Café; Decisão de compra.

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ABSTRACT

Coffee is an important and prominent commodity in Brazil since its arrival in the country in the

mid-eighteenth century, to current days. The coffee sector is a major economic pillar of national

development and its history is intertwined with the history of the country. Brazil is the word’s

largest producer and exporter, and the state of Minas Gerais, the largest producer of Brazil,

generating approximately two million jobs. In addition, Brazil is the third largest coffee

consumer, with numbers increasing over the years. Faced with such relevance, the present work

was developed with the aim of describing the behavior of coffee consumers in the municipality

of Belo Horizonte, Minas Gerais. To this end, a survey was conducted, of descriptive nature,

with cross-sectional quantitative variables. 459 valid questionnaires were collected, with the

technique of snowball sampling. The survey results permit to conclude that the majority of

respondents are unaware of the various benefits provided by coffee, only recognizing the ability

of coffee to provide greater willingness and memory improvement. As perceived harm in coffee

consumption were identified addictive effects, hamper sleep and result in heartburn. Perceived

meanings identified of coffee consume are habituality in consumption, the fact that the drink

provides a wellness feeling, serve as a moment of respite, relaxation and togetherness with

family. Interviewees said that the consumption of the drink is associated with the terms "get

up", "leave it on", "cheer / shakes", "increases the concentration" and "improve mood". It was

found that consumers seek information about the product through the previous experiences,

announcements at the point of sale, television advertisements, pamphlets and internet. The

influence groups used to purchase coffee are predominantly comprised of Family followed by

friends and acquaintances. The main factors found to influence the purchasing decision were:

(i) the importance of the aspects of the product, (ii) the brand tradition, (iii) environmental and

quality seal, (iv) the availability and supply and (v) the importance of the package. Regarding

brands, most consumers listed coffee Três Corações as the first to be considered when

purchasing. It was also found that brands considered by respondents were: Três Corações, Fino

Grão, Barão, Pilão, Melita, Bom Jesus, Caboclo, Nescafé and Dom Pedro. When specifically

addressing the purchase and consumption, it was found that the main substitute products to

coffee are juices, chocolate milk, milk, tea, water and healthy drinks. The main places to buy

the coffee are supermarkets, as well as neighborhood markets, as well as consumption occurs

at home, in the workplace and the homes of relatives and friends. On the intensity of

consumption, it was found that young people consume less frequently and women, civil

servants and professionals more frequently. The roasted and grounded coffee is usually

consumed at breakfast with frequency greater than or equal to five times weekly, while other

types of coffee are usually consumed without time and frequency set. Finally, we examined the

association of coffee and cigarette, and it was identified that the majority of respondents do not

use the drink in conjunction with the cigarette.

Keywords: Consumer behavior; Coffee; Purchase decision.

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1: Evolução do consumo de café no Brasil ............................................................ 16

FIGURA 2: Organização dos modelos integrativos de comportamento do consumidor ......... 27

FIGURA 3: Modelo de Nicósia ............................................................................................ 29

FIGURA 4: Modelo de Howard - Sheth ............................................................................... 31

FIGURA 5: Modelo do processo de decisão do consumidor (EBM) ..................................... 34

FIGURA 6: Hierarquia nas Atitudes - Aprendizado, Emoção e Baixo Envolvimento ........... 54

FIGURA 7: Escolas e teorias da aprendizagem .................................................................... 57

FIGURA 8: Estágios do processo de tomada de decisão dos consumidores .......................... 60

FIGURA 9: Reconhecimento da necessidade ....................................................................... 61

FIGURA 10: Conjunto conhecido, evocado e considerado ................................................... 64

FIGURA 11: Processo de avaliação pré-compra ................................................................... 66

FIGURA 12: Fases do estágio de compra no processo decisório........................................... 70

FIGURA 13: Dimensões do Consumo.................................................................................. 72

FIGURA 14: Paradigmas para a análise da teoria social ....................................................... 77

FIGURA 15: Cálculo amostral ............................................................................................. 80

FIGURA 16: Fórmulas para calcular as estatísticas .............................................................. 89

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ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1 - Estrutura da Dissertação ................................................................................ 21

QUADRO 2 - Evolução da escola de comportamento do consumidor .................................. 23

QUADRO 3 - Descrição dos grupos de consumidores do VALS 2 ....................................... 44

QUADRO 4 - Lista de Valores............................................................................................. 46

QUADRO 5 - Escala de envolvimento para aplicação no Brasil ........................................... 51

QUADRO 6 - Fatores que tendem a aumentar a busca de informações ................................. 65

QUADRO 7 - Classificação dos principais tipos de pesquisa ................................................ 78

QUADRO 8 - Variáveis utilizadas na concepção do instrumento de coleta de dados ............ 82

QUADRO 9 - Tipo das variáveis empregadas na pesquisa ................................................... 86

QUADRO 10 - Estatística descritiva e forma de apresentação dos resultados para cada uma das

variáveis empregadas na pesquisa ........................................................................................ 90

QUADRO 11 - Critérios para adequação da solução fatorial encontrada .............................. 92

QUADRO 12 - Interpretação da intensidade do coeficiente da correlação ............................ 93

QUADRO 13 - Síntese do comportamento do consumidor de café ..................................... 127

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Gênero dos entrevistados .............................................................................. 95

GRÁFICO 2 - Faixa etária dos entrevistados ........................................................................ 96

GRÁFICO 3 - Renda familiar dos entrevistados ................................................................... 96

GRÁFICO 4 - Nível de escolaridade dos entrevistados......................................................... 97

GRÁFICO 5 - Estado civil dos entrevistados........................................................................ 97

GRÁFICO 6 - Ocupação funcional dos entrevistados ........................................................... 98

GRÁFICO 7 - Regional onde os entrevistados residem ........................................................ 98

GRÁFICO 8 - Fontes de busca de informações sobre os tipos de café existentes, marcas de café

disponíveis no mercado, preços etc. utilizadas pelos entrevistados ..................................... 103

GRÁFICO 9 - Grupos de influência na busca de informações sobre os tipos de café existentes,

marcas de café disponíveis no mercado, preços etc. utilizadas pelos entrevistados .............. 104

GRÁFICO 10 - Marca de café comparada Top of Mind ...................................................... 108

GRÁFICO 11 - Conjunto considerado das marcas de café comparadas .............................. 109

GRÁFICO 12 - Análise descritiva da frequência de consumo do café ................................ 110

GRÁFICO 13 - Análise descritiva do momento de consumo do café .................................. 110

GRÁFICO 14 - Análise do consumo do café de diferentes tipos de café ............................. 111

GRÁFICO 15 - Bebidas citadas como substitutas do Café .................................................. 112

GRÁFICO 16 - Quantidade de cigarros que os entrevistados fumam .................................. 113

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ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 - Tamanho médio dos conjuntos considerados ................................................... 66

TABELA 2 - Análise descritiva dos benefícios do consumo do café .................................. 100

TABELA 3 - Análise descritiva dos Malefícios do consumo do café .................................. 101

TABELA 4 - Análise descritiva dos significados do consumo do café ................................ 102

TABELA 5 - Análise descritiva das reações do indivíduo ao consumo do café ................... 102

TABELA 6 - Análise fatorial dos atributos considerados na decisão de compra de Café..... 105

TABELA 7 - Análise fatorial dos atributos considerados na decisão de compra de Café..... 106

TABELA 8 - Análise dos quartis dos fatores considerados na decisão de compra de Café .. 107

TABELA 9 - Análise descritiva da frequência de compra do Café nos seguintes locais para

consumo na residência ....................................................................................................... 109

TABELA 10 - Análise descritiva da frequência de consumo do café por tipo de café ......... 111

TABELA 11 - Análise descritiva do momento de consumo do café por tipo de café ........... 112

TABELA 12 - Análise descritiva da frequência de consumo do Café nos seguintes locais .. 113

TABELA 13 - Análise descritiva da frequência de consumo do Café antes ou após o fumo do

cigarro ............................................................................................................................... 114

TABELA 14 - Correlação entre a frequência de consumo geral e os benefícios do consumo do

Café ................................................................................................................................... 114

TABELA 15 - Correlação entre a frequência de consumo geral e os malefícios do consumo do

Café ................................................................................................................................... 115

TABELA 16 - Correlação entre a frequência de consumo geral e os significados do consumo

do Café .............................................................................................................................. 115

TABELA 17 - Correlação entre a frequência de consumo geral e as reações provocadas no

indivíduo pelo consumo do Café ........................................................................................ 116

TABELA 18 - Correlação entre a frequência de consumo geral e os fatores de importância na

decisão de compra do Café ................................................................................................. 116

TABELA 19 - Correlação entre a frequência de consumo geral e a idade, nível de escolaridade

e renda familiar .................................................................................................................. 116

TABELA 20 - Teste de diferença de Mann-Whitney U para verificar a diferença no nível de

consumo geral de café de acordo com o gênero dos entrevistados ...................................... 117

TABELA 21 - Teste de diferença de Kruskal-Wallis H para verificar a diferença no nível de

consumo geral de café de acordo com a ocupação funcional dos entrevistados ................... 117

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TABELA 22 - Teste de diferença de Kruskal-Wallis H para verificar a diferença no nível de

consumo geral de café de acordo com a regional de Belo Horizonte onde os entrevistados

residem .............................................................................................................................. 118

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15

1.1 Problema de pesquisa e justificativa ............................................................................ 17

1.2 Objetivos .................................................................................................................... 19

1.2.1 Geral .................................................................................................................... 19

1.2.2 Específicos ........................................................................................................... 20

1.3 Estrutura da Dissertação ............................................................................................. 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 22

2.1 Comportamento do consumidor .................................................................................. 22

2.2 Visão geral dos modelos de comportamento do consumidor ....................................... 26

2.2.1 Modelo de Nicósia ............................................................................................... 28

2.2.2 Modelo de Howard-Sheth ..................................................................................... 30

2.2.3 Modelo de Engel, Blackwell e Miniard................................................................. 32

2.2.3.1 Variáveis que influenciam o comportamento do consumidor .......................... 35

2.2.3.1.1 Influências ambientais ............................................................................. 35

2.2.3.1.2 Diferenças individuais ............................................................................. 42

2.3.3.1.3 Processos psicológicos ............................................................................ 55

2.3.3.2 Processos de tomada de decisão do consumidor ............................................. 60

2.3.3.2.1 Reconhecimento da necessidade .............................................................. 60

2.3.3.2.2 Busca de informações .............................................................................. 63

2.3.3.2.3 Avaliação de alternativas pré-compra ...................................................... 65

2.3.3.2.4 Compra ................................................................................................... 70

2.3.3.2.5 Consumo ................................................................................................. 71

2.3.3.2.6 Avaliação pós-consumo ........................................................................... 73

2.3.3.2.7 Descarte .................................................................................................. 74

3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 76

3.1 Tipo de pesquisa e metodologia .................................................................................. 76

3.2 População e amostra da pesquisa ................................................................................ 79

3.3 Métodos e técnicas para coleta de dados ..................................................................... 81

3.4 Procedimentos de análise dos dados ............................................................................ 85

3.4.1 Classificação das variáveis utilizadas na pesquisa ................................................. 85

3.4.2 Técnicas de análises descritivas ............................................................................ 88

3.4.3 Análise fatorial ..................................................................................................... 91

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3.4.4 Análise de correlação ........................................................................................... 93

4 APRESENTAÇÃO, TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ................................... 95

4.1 Caracterização da amostra da pesquisa ........................................................................ 95

4.2 Análise dos dados de acordo com as fases do processo de decisão do consumidor ...... 99

4.2.1 Análise da fase de reconhecimento da necessidade ............................................... 99

4.2.2 Análise da fase de busca de informações ............................................................ 103

4.2.3 Análise da fase de avaliação de alternativas pré-compra ..................................... 104

4.2.4 Análise da fase de Compra / Consumo ............................................................... 109

5 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 119

5.1 Reconhecimento da necessidade ............................................................................... 119

5.2 Busca de informações ............................................................................................... 122

5.3 Avaliação de alternativas pré-compra ....................................................................... 123

5.4 Compra / Consumo ................................................................................................... 124

5.5 Limitações e sugestões para pesquisa futuras ............................................................ 128

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 130

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA .......................................................... 142

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15

1 INTRODUÇÃO

O estudo do comportamento do consumidor é importante para as empresas que atuam

em um mercado competitivo. Wilkie (1994) define o comportamento do consumidor como o

resultado das atividades físicas, mentais e emocionais, que ocorrem quando as pessoas

selecionam, compram e utilizam um produto ou serviço para satisfazer necessidades ou desejos.

De acordo com Granato (2009) e Swarbrooke e Horner (2002), ao entender o comportamento

de compra e consumo dos clientes é possível traçar estratégias para o lançamento de novos

produtos e desenvolver novas características, preços, canais e outros elementos.

Mowen e Minor (2003) afirmam que a compreensão do processo de consumo e dos

consumidores proporciona uma série de benefícios, dentre os quais pode-se apresentar: (i)

auxílio à tomada de decisões pelos responsáveis da gestão de marketing; (ii) fornecer uma base

de conhecimento dos públicos, permitindo segmentação dos mercados e fornecendo indicativos

para o posicionamento das ofertas; (iii) auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas que

abrangem o desenvolvimento de leis e regulamentos que exercem impacto sobre os

consumidores no mercado; (iv) auxiliar o consumidor no entendimento do seu procedimento de

compra, propiciando-lhe decisões mais sábias no que tange a compras e consumo.

O café é um produto importante e de destaque no Brasil desde sua chegada ao país em

meados do século XVIII até os dias atuais. De acordo com informações do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (MAPA, 2013), a cadeia produtiva de café é

responsável por gerar mais de oito milhões de empregos no Brasil. O café é um dos grandes

pilares econômicos do desenvolvimento nacional, responsável pelo crescimento e pela riqueza

de diversos municípios, estando sua imagem no mundo vinculada ao Brasil. A história do café

confunde-se com a própria história do país (MAPA, 2013; PIRES NETO, 2008).

O café chegou ao Brasil, em 1727, proveniente da Guiana Francesa, e seu cultivo, para

atender o mercado interno, difundiu-se rapidamente devido às condições climáticas. Em um

espaço de tempo relativamente curto, o café passou de uma posição secundária para a de

produto-base da economia brasileira. No final do século XVIII o Brasil aumentou

significativamente a sua produção e, embora ainda em pequena escala, passou a exportar o

produto com maior regularidade. Por quase um século o café tornou-se a grande riqueza

brasileira, e as divisas geradas pela economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do Brasil

e o inseriram nas relações internacionais de comércio. Apesar da crise de 1929, a cafeicultura

nacional reorganizou-se e os produtores, industriais e exportadores voltaram a se estabelecer.

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16

A busca pela região ideal para a cultura do café estendeu-se por todo o país, firmando-se em

regiões do Estado de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Bahia e Rondônia. O

café continua, hoje, a ser um dos produtos mais importantes para o país (ABIC, 2012).

O Brasil é o maior produtor de café do mundo, responsável por mais de um terço da

produção mundial (35,12%), posição que ocupa há 150 anos. O país também é o principal

exportador do produto e o segundo maior consumidor da bebida, atrás dos Estados Unidos

(EMBRAPA, 2012). Segundo informações do DECAF (2013) o consumo de café entre os

brasileiros é crescente. No ano de 2012 o consumo estimado foi de 20,3 milhões de sacas,

representando um acréscimo de 3,1% em relação ao ano de 2011, que foi de 19,7 milhões de

sacas. O consumo per capita, em 2012, foi de 6,2 kg de café torrado por habitante,

aproximadamente 83 litros para cada brasileiro por ano, uma evolução de 2,1% em relação ao

ano anterior (ABIC, 2012). A FIG. 1 apresenta a evolução do consumo de café no Brasil a

partir do ano de 1997.

FIGURA 1: Evolução do consumo de café no Brasil

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados do DECAF (2013; 2011; 2009).

O consumo per capita, concretizado em 2012, superou o do ano de 1965, tornando-se o

maior consumo já registrado no Brasil, 6,2 kg/hab./ano, o equivalente a aproximadamente 13

pacotes de 500 gramas de café por habitante durante um ano (ABIC, 2012; DECAF, 2013). A

pesquisa de orçamentos familiares realizada pelo IBGE (2011a) também indicou que o café é o

alimento mais consumido diariamente por 78% da população acima de 10 anos (ABIC, 2012).

11,512,2

12,713,2 13,6 14,0 13,7

14,915,5

16,317,1

17,718,4

19,119,7

20,3 21,0

4,34,5 4,7 4,8 4,9 4,8 4,7

5,0 5,1 5,3 5,5 5,6 5,86,0 6,1 6,2 6,4

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

56789

10111213141516171819202122

1997

199

8

199

9

2000

200

1

200

2

200

3

200

4

200

5

200

6

200

7

200

8

200

9

201

0

201

1

201

2

201

3*

Kg

/hab

itan

te/a

no

Mil

es d

e sa

cas

* Estimativa

Consumo interno de café

Consumo per capita

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17

A área plantada no Brasil equivale a 2,1 milhões de hectares de café, com cerca de 5,8

bilhões de pés de café, sendo mais da metade concentrados no Estado de Minas Gerais

(CONAB, 2013; DECAF, 2013). O Estado de Minas Gerais é responsável pela maior produção

de café no País, com mais de um milhão de hectares plantados, respondendo por

aproximadamente 55,8% da safra brasileira. O café é o principal produto de exportação do

agronegócio mineiro e é vendido para mais de 60 países (SEAPA, 2012; SEAPA, 2013). A

partir de tais dados tem-se ideia da dimensão da importância do café para a economia do Brasil

e, mais especificamente, de Minas Gerais, tornando-se o estudo do comportamento do

consumidor desta bebida relevante por promover a geração de conhecimento para profissionais,

consumidores, instituições e Governo.

Com base no exposto, a presente pesquisa se propõe a entender o comportamento do

consumidor de café no município de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. Optou-se por

realizar a pesquisa no Estado de Minas Gerais devido à importância da cafeicultura para a

economia mineira, que gera aproximadamente dois milhões de empregos em 600 municípios

do Estado (SEAPA, 2013).

1.1 Problema de pesquisa e justificativa

Entender o comportamento do consumidor é importante para o sucesso do negócio. De

acordo com Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 32), conhecer o que querem os consumidores e

como eles tomam suas decisões sobre a compra e a utilização de produtos é atividade importante

para que as organizações tenham sucesso em seus mercados.

As empresas que querem se manter competitivas devem buscar constantemente entender

o perfil de seu cliente, que pode sofrer alterações ao longo do tempo. Richers (1984) e Christino

(2004) salientam que o homem é capaz de aprender, e alterar, os comportamentos por meio da

ampla utilização de sua experiência passada. Por isso, é crucial entender e verificar

constantemente o seu comportamento de compra e consumo. É importante destacar que o

comportamento dos consumidores pode diferenciar-se devido à idade, gênero, estilo de vida, e

outras variáveis (EVANS; JAMAL; FOXALL, 2006; SOLOMON, 2011).

Este estudo buscou identificar o comportamento de compra e consumo de café no

município de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. Os estudos brasileiros realizados

sobre o café possuem foco nos quesitos agronômicos, com raras pesquisas que abordam a

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percepção e os comportamentos dos consumidores (PIRES NETO, 2008). Os principais estudos

brasileiros sobre o café estão disponíveis no Sistema Brasileiro de Informação do Café

(SBICafé1), um repositório com o objetivo de unificar e facilitar o acesso à produção científica

de instituições brasileiras, que conta com mais de 3000 estudos catalogados. Dentre os trabalhos

disponíveis no SBICafé, os assuntos estão relacionados ao: (i) Controle de Pragas, (ii)

Combinação de Cultivos, (iii) Agroclimatologia e Fisiologia do Cafeeiro, (iv) Aproveitamento

de Resíduos do Café, (v) Café e Saúde, (vi) Cafeicultura Irrigada, (vii) Colheita e Qualidade do

Café, (viii) Doenças e Nematóides do Cafeeiro, (ix) Industrialização e Qualidade do Café, (x)

Manejo da Lavoura Cafeeira, (xi) Pragas do Cafeeiro, (xii) Química, (xiii) Solos e Nutrição do

Cafeeiro, (xiv) Transferência e Difusão de Tecnologia e (xv) Socioeconômica, Mercados e

Qualidade Total na Cadeia Agroindustrial do Café. Em pesquisa no último assunto citado,

relacionado ao comportamento de compra e consumo, que possui estudos datados de 1966 a

2012, foram encontrados mais de 180 trabalhos, dos quais apenas 15 abordam diretamente o

comportamento do consumidor (SBICAFÉ, 2013). Os principais trabalhos que abordam

assuntos alinhados a esta pesquisa foram elaborados com a participação de Ricardo de Souza

Sette e Rosemar Martins Luna, que versam sobre a análise de marcas, o consumo de café entre

jovens, a origem do produto e o comportamento de consumo de forma ampla (CARVALHO et

al., 2000; SETTE, 2000; LUNA; SETTE; SALAZAR, 2001; CAMPOS; LUNA; SETTE, 2001;

LUNA et al., 2003; MARIO et al., 2003; FARIA; MANTOVANI; LUNA, 2005). Embora

existam muitos estudos acerca do café, um número reduzido destes dedicou-se à compreensão

dos comportamentos de compra e consumo.

Diante do exposto, este trabalho visou abordar a lacuna existente na pesquisa acadêmica

sobre café, diferenciando-se de outros estudos, que possuem o foco na qualidade, plantio,

produção e estratégias na cadeia de distribuições. Além de abordar o comportamento de compra

e consumo especificamente, e com viés quantitativo, este estudo buscou renovar as informações

sobre a percepção dos consumidores, justificando esta contribuição devido às constantes

alterações que interferem nas decisões de consumo, principalmente para um produto tão

expressivo para o país e o para o estado pesquisado. Minas Gerais é responsável por mais de

50% da produção de café do Brasil e exporta o produto para mais de 60 países, demonstrando,

assim, a importância deste produto para o Estado mineiro.

1 SBICafé: é o Sistema Brasileiro de Informação do Café, repositório temático da produção científica de

instituições integrantes do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (SBICAFÉ, 2013).

Disponível em: <http://www.sbicafe.ufv.br/>. Acesso em: 05 de jan. 2013.

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Este estudo também se mostra importante por caracterizar o consumidor de café, o que

se faz necessário para o desenvolvimento de estratégias futuras e para o incremento do produto

no mercado interno. Pesquisa da ABIC (2010) demonstra que, embora o consumo de café se

mostre crescente com o passar do tempo, 4% dos entrevistados deixaram de consumir o produto.

Neste sentido, esta pesquisa irá identificar quais são os produtos substitutos do café, bem como,

investigar os atributos mais valorizados pelos consumidores, para que, dessa forma, as empresas

possam utilizar as informações obtidas para melhorar os produtos de maneira que não só

mantenham os consumidores atuais, como conquistem novos clientes.

É importante também identificar, dentre os principais tipos de cafés, qual a frequência

e intensidade do consumo por parte dos entrevistados, para que se possam desenvolver

estratégias de marketing coerentes com o perfil do consumidor de cada tipo de café e para que

possa entender as necessidades dos consumidores e criar produtos e serviços que despertem

desejos e atendam essas necessidades.

É inegável que entender o comportamento do consumidor é importante para as empresas

que buscam o sucesso do negócio. Também é verificável a importância que o café representa

para o Brasil e principalmente para o Estado de Minas Gerais, que é o responsável por mais da

metade da produção nacional. Diante do exposto, a presente dissertação propõe a seguinte

pergunta: Qual o comportamento dos consumidores de café no município de Belo Horizonte,

no estado de Minas Gerais?

1.2 Objetivos

O presente trabalho apresentou os seguintes objetivos:

1.2.1 Geral

Descrever o comportamento dos consumidores de café do município de Belo Horizonte.

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20

1.2.2 Específicos

Reconhecimento da necessidade:

o Investigar os benefícios e malefícios percebidos com o consumo de café;

o Identificar os principais significados e reações provocadas pelo consumo de café;

Busca de informações:

o Levantar as fontes de informação e os grupos de influência utilizados no processo de

decisão de compra do café;

Avaliação de alternativas pré-compra:

o Verificar os atributos considerados importantes pelos consumidores na sua decisão de

compra de café;

o Listar as principais marcas de café compradas para consumo em casa;

Compra e consumo:

o Identificar os produtos substitutos ao café na percepção dos consumidores;

o Verificar os principais locais em que os entrevistados compram e consomem café;

o Conhecer a frequência e momento de consumo dos principais tipos de café;

o Examinar a associação do consumo de café ao cigarro;

1.3 Estrutura da Dissertação

Este trabalho possui a estrutura apresentada no QUADRO 1. Primeiramente, debateu-

se nesta introdução a contextualização, a problematização, a definição dos objetivos e as

justificativas da pesquisa. Em sequência, o estudo expõe o referencial teórico, apresentando o

comportamento do consumidor, uma visão geral dos modelos de comportamento do

consumidor, os fatores que influenciam o comportamento do consumidor e o processo de

tomada de decisão do consumidor. Na terceira etapa, são apresentadas questões referentes à

descrição do tipo de pesquisa, suas delimitações, definição dos instrumentos e métodos de

coleta de dados, assim como os procedimentos para análise dos dados. Na quarta etapa, os dados

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coletados são apresentados e analisados com a aplicação dos métodos estatísticos descritos.

Finalmente, na última parte, são apresentadas as conclusões deste trabalho.

QUADRO 1 - Estrutura da Dissertação

Capítulo Conteúdo

1 Introdução Contextualização, problematização e justificativas da pesquisa, objetivos.

2 Referencial Teórico

1 Comportamento do Consumidor.

2 Visão geral dos modelos de comportamento do consumidor

3 Fatores ambientais que influenciam o comportamento do consumidor

4 Processos de tomada de decisão do consumidor

3 Metodologia Descrição da metodologia utilizada.

4 Apresentação, tratamento e

análise dos dados

Os dados coletados são apresentados, tratados e analisados com os métodos

estatísticos descritos na metodologia.

5 Conclusões Apresentação das respostas ao problema de pesquisa e aos objetivos,

limitações e recomendações para pesquisas futuras.

6 Referências Referencial utilizado.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para a construção do referencial teórico, este trabalho apresenta a seguinte composição.

Primeiramente, no item 2.1, realizou-se uma discussão sobre o Comportamento do Consumidor.

Posteriormente, no item 2.2, é apresentada uma visão geral sobre os modelos de comportamento

do consumidor. Dentro do item 2.2.3 são discutidos os fatores que influenciam o

comportamento do consumidor. Finalmente, ainda no item 2.2.3 são abordados os processos de

tomada de decisão do consumidor.

2.1 Comportamento do consumidor

O objetivo do marketing é criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que têm valor para

os clientes, parceiros e sociedade em geral (GUNDLACH; WILKIE, 2009, p. 262). Para isso,

faz-se necessária a compreensão sobre os comportamentos nas decisões dos consumidores.

Richers (1984, p. 46) afirmou que “nenhuma faceta do marketing mereceu, até hoje, tanta

atenção pela pesquisa científica quanto o comportamento do consumidor”. Esta afirmação ainda

apresenta-se como significativa, uma vez que o ambiente mercadologia atual é caracterizado

por alta competição entre as organizações e entender o comportamento presente e futuro dos

consumidores, mesmo que parcialmente, pode colocar empresas em posição de vantagem

competitiva (LOPES; SILVA, 2011). Sauerbronn e Ayrosa (2010) reforçam ainda que a

ampliação das opções metodológicas disponíveis para a pesquisa acadêmica em marketing é

um desafio para melhor compreensão do comportamento do consumidor.

Segundo Karsaklian (2004, p. 20), o estudo de comportamentos de consumo é uma

ciência aplicada, com origem nas ciências humanas e sociais, como a Sociologia, Psicologia,

Economia e Antropologia. Já Jacoby, Johar e Morrin (1998) afirmam que o estudo do

comportamento do consumidor tem suas origens mais especificamente na Psicologia,

originando a linha de investigação da Psicologia Social. Contudo, é certo que o interesse sobre

o estudo do consumidor não é algo novo, Marx teorizava sobre a essência da posse, que gerou

estudos sobre a sociedade de consumo (GIGLIO, 2010). Porém, foi na década de 1950 que a

escola do comportamento do consumidor desenvolveu-se, com estudos focados nos mercados

consumidores e nas informações demográficas destes (MIRANDA; ARRUDA, 2004, p. 45).

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A partir dos anos 1960, o campo foi marcado pelo desenvolvimento de modelos de

hierarquia dos efeitos da propaganda nos consumidores, além disto, ocorreu a proposição

memorável do modelo dos 4Ps (produtos, preço, promoção e praça) por McCarthy2 e o começo

das formulações de modelos integrativos de comportamento do consumidor por Nicósia,

Howard e Sheth (LOPES; SILVA, 2011).

Na década de 1970, ocorreu a publicação do notável artigo de Fishbein e Ajzen (1975),

“Belief, attitude, intention and behavior: an introduction to theory and research”, emergiram

novas tendências de pesquisa, algumas em decorrência dos desenvolvimentos da década

anterior, com destaque para o comportamento de consumo industrial (MIRANDA; ARRUDA,

2004).

Nos anos 1980, segundo Blackwell, Miniard e Engel (2005), evidenciaram-se assuntos

referentes a ritos e simbologia, de forma a alterar o foco de análise do comportamento do

consumidor para uma perspectiva da fantasia, religião e experimentos, com ênfase nas

pesquisas qualitativas.

Na década de 1990, os estudos expandiram-se com o desenvolvimento do marketing de

relacionamento, além disto, os softwares advindos da tecnologia tornaram-se ferramentas que

fortaleceram a utilização, análise e interpretação das pesquisas quantitativas (PINTO; LARA,

2007; COSTA, 2011).

A partir dos anos 2000, enfatizou-se a utilização das experiências que provocassem os

sentidos emocional ou físico e levassem em consideração os fatores sociais (VILAS BOAS;

SETTE; BRITO, 2006). Lopes e Silva (2011) completam que as pesquisas passaram a refletir

o interesse no processamento das informações focadas em: (a) emoções como fator

influenciador na atitude em relação a marcas, (b) identificação de fatores que afetam o

processamento de anúncios e (c) relacionamento entre os aspectos formais da atitude em relação

à marca. O QUADRO 2 apresenta a síntese da evolução da escola do comportamento do

consumidor.

QUADRO 2 - Evolução da escola de comportamento do consumidor

DÉCADA COMENTÁRIOS

Década de

1950

Nesta década, identificam-se três separadas áreas de pesquisa:

o Determinantes psicológicos do comportamento do consumidor;

o Determinantes sociais do comportamento do consumidor;

o Tomada de decisão por parte do consumidor

Continua

2 McCarthy, E. Jerome. Basic Marketing: a managerial approach. Homewood, IL: Richard D. Irwin, 1960.

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QUADRO 2 - Evolução da escola de comportamento do consumidor (continuação)

DÉCADA COMENTÁRIOS

Década de

1960

Estudiosos de diferentes áreas começaram a focar esforços para a área de comportamento do

consumidor. Linhas de pesquisas:

o Lealdade à marca de produtos de mercearias;

o Utilização do método de experimentos no campo do comportamento do consumidor;

o Teoria do risco percebido em comportamento do consumidor;

o Teorias compreensivas de comportamento de compra.

Nessa década, foi criada a mais conhecida teoria do comportamento do consumidor que foi

proposta por Howard e Sheth (1969).

Década de

1970

Nos anos da década de 1970, houve a consolidação da ACR (Association for Consumer Research)

que foi fundada em 1969. Também houve a organização do JCR (Journal of Consumer Research) em 1974. Novas linhas de pesquisas foram desenvolvidas:

o Comportamento de compra industrial;

o Estudo do comportamento de consumo de serviços públicos como cuidados da saúde,

transporte, nutrição etc.;

o Comportamento de compra familiar;

o Relacionamento entre atitude e comportamento;

o Processamento de informação

Década de

1980

Ênfase nas pesquisas sobre temas como rituais e simbolismo, comportamento de fantasia e

experimentação e o impacto da religião no comportamento do consumidor. Também, houve uma

corrente contra a mensuração quantitativa nas pesquisas e uma maior preferência por mais

pesquisas de tradição qualitativa.

Década de

1990

A partir dos anos 1990, ocorreu o desenvolvimento do marketing de relacionamento. Assim,

passou-se a discutir mais tópicos como atitudes de consumidores, relações pessoais, tendências de comportamento entre outros fatores socioculturais. Os estudos passam a se preocupar também

com a contextualização do ambiente. Pode-se assinalar também as melhorias das avaliações

quantitativas proporcionadas pelo avanço tecnológico e softwares poderosos de análise de dados.

Pode-se afirmar que nessa década, houve um crescimento nesse campo do movimento conhecido

como pós-modernismo - uma forma de investigação que inclui objetivos e métodos diferentes.

Década de

2000

A entrada do novo século estabelece uma perspectiva do comportamento do consumidor baseada

em um “marketing experiencial”, ou seja, a sensação de que os produtos e serviços proporcionam

aos consumidores experiências sensoriais, afetivas, cognitivas, físicas e sociais. Assim, estes

passam a ser os novos determinantes de novos estudos do comportamento do consumidor.

Fonte: Sheth, Gardner e Garrett (1988), Vilas Boas, Brito e Sette (2006), Engel, Blackwell e Miniard (2000) apud

Pinto e Lara (2008).

De acordo com Costa (2011), ao observar a evolução da escola do comportamento do

consumidor, é verificável que as pesquisas desenvolvidas são bases para o conhecimento de

mercado e orientam o desenvolvimento de produtos e serviços, por meio das análises

qualitativas e quantitativas das necessidades e expectativas dos clientes.

A complexidade do comportamento do consumidor é tamanha que podem ser

constatadas definições com diversos graus de abrangência entre os autores da área. A seguir são

apresentadas as principais definições acerca do comportamento do consumidor.

Howard e Sheth (1969, p. 25), ao analisarem o comportamento do consumidor,

afirmaram que ele envolve a decisão quanto à escolha das marcas, repetitivamente, abrange um

conjunto de motivos, marcas alternativas e os critérios de escolha pelos quais os motivos se

combinam às alternativas.

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Gade (1980, p. 2) argumentou que “o consumidor é o destinatário dos produtos que as

empresas industriais e a agricultura produzem e o comércio distribui”, desta forma, a

compreensão do seu comportamento é importante para entender a relação entre consumidores

e produtos. Esta definição restringe o comportamento do consumidor apenas aos produtos e sua

relação com o consumidor.

Posteriormente, Robertson, Zielinsk e Ward (1984, p. 2) propuseram que a definição do

comportamento de consumo relaciona-se ao entendimento sobre como e por que os

consumidores comportam da maneira como o fazem.

Assim como Robertson et al. (1984), Howard (1989, p. 6) definiu de forma mais

abrangente o comportamento do consumidor, como “o estudo de como e por que os

consumidores compram e consomem”. Contudo, o estudo do comportamento de consumo

suplanta os limites de como e por que, uma vez que na tomada de decisão dos consumidores

incluem-se os comportamentos expressos na procura, escolha e compra efetiva, na avaliação

pós-compra e descarte.

Neste sentido, Wilkie (1994) apresentou uma evolução em sua definição ao apresentar

o comportamento do consumidor como o resultado das atividades físicas, mentais e emocionais,

que ocorrem quando as pessoas selecionam, compram e utilizam um produto ou serviço para

satisfazer necessidades ou desejos.

Sheth et al. (2001, p. 29) definem comportamento do consumidor como o conjunto de

atividades físicas e mentais realizadas por consumidores que resultam em decisões e ações,

como a compra e utilização de produtos e serviços.

Mowen e Minor (2003, p. 3) definiram o comportamento do consumidor como “um

estudo das unidades compradoras e dos processos de troca envolvidos na aquisição, no consumo

e na disposição de mercadorias, serviços, experiências e ideias”.

De acordo com Solomon (2011, p. 33) e Kotler e Keller (2006, p. 172) o comportamento

do consumidor é o estudo dos processos que ocorrem quando indivíduos ou grupos escolhem,

compram, utilizam ou descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer

necessidades e desejos.

Para Schiffman e Kanuk (2009, p. 1) o comportamento do consumidor pode ser definido

como o comportamento apresentado pelos consumidores na procura, compra, utilização,

avaliação e destinação dos produtos e serviços que eles anseiam que satisfaçam às suas

necessidades.

Blackwell et al. (2005, p. 6-7) definem o comportamento do consumidor como o

conjunto de atividades de obtenção, consumo e eliminação de bens e serviços.

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A partir das definições apresentadas anteriormente, com suas contribuições, o presente

trabalho adota como definição do comportamento do consumidor: um processo individual ou

grupal que envolve atividades físicas, mentais e emocionais e resulta em decisões e ações

acerca da tomada de decisão para a escolha, compra, consumo, descarte e avaliação, com o

objetivo de satisfazer as necessidades e desejos.

A partir do entendimento da evolução da escola do comportamento do consumidor e da

sua definição, pode-se compreender que este campo de estudos é importante por diversos

motivos. Conforme Mowen e Minor (2003, p. 4) “compreender os consumidores e o processo

de consumo proporciona uma série de benefícios”. Dentre estes benefícios os autores destacam

(i) o fornecimento de uma base de conhecimento a partir da qual os pesquisadores de marketing

podem analisar os consumidores, (ii) o apoio aos legisladores e controladores na criação de leis

e regulamentos referentes à compra e à venda de mercadorias e serviços, (iii) o auxílio aos

gerentes em suas tomadas de decisões e o (iv) auxílio ao consumidor na tomada de melhores

decisões de compra.

Segundo Sheth et al. (2001, p. 32), conhecer o que querem os consumidores e como eles

tomam suas decisões sobre a compra e a utilização de produtos é atividade significativa para

que as organizações tenham sucesso em seus mercados.

Assim como Mowen e Minor (2003), Schiffman e Kanuk (2009, p. 6) apontam que,

como consumidores, nos tornamos mais sábios, ou seja, melhores consumidores, por usufruir

das percepções sobre nossas próprias decisões. Os autores destacam ainda que as empresas

tornam-se capazes de “predizer a probabilidade de os consumidores reagirem a vários sinais

informacionais e ambientais”, de forma a possibilitar o planejamento de suas estratégias de

marketing de forma mais coerente (SCHIFFMAN; KANUK, 2000, p. 6).

2.2 Visão geral dos modelos de comportamento do consumidor

Berger e Luckmann (1966) afirmam que os modelos são construtos sociais criados a fim

de expor a diferentes situações hipotéticas que permitam “interpretar a realidade”, visto que a

mesma é inapreensível enquanto objeto, pois a realidade é uma construção social.

Giglio (2010) destaca ainda que:

“[...] os modelos são provisórios e que o comportamento humano não pode ser

reduzido a um modelo. Entre os fatos e a teoria deve haver um diálogo constante, sem

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a ditadura de um dos lados. Fatos não se explicam por si, e explicações sem o apoio

dos fatos não se sustentam” (GIGLIO, 2010, p. 16).

Desta forma, ao longo dos anos, estudiosos do comportamento do consumidor têm

proposto modelos na tentativa de simplificar a realidade (LOPES; SILVA, 2011; VARGAS,

2010).

Goldstein e Almeida (2000), ao estudarem os modelos integrativos do comportamento

do consumidor3, classificaram estes em duas formas, (i) estímulos-reação e (ii) explicativos,

conforme apresentado na FIG. 2.

FIGURA 2: Organização dos modelos integrativos de comportamento do consumidor

Fonte: Adaptado de Goldstein e Almeida (2000, p. 15).

Os modelos estímulo-reação focam no resultado e não no processo que leva ao consumo.

Goldstein e Almeida (2000) criticaram os modelos deste tipo, que, apesar da boa capacidade

preditiva, possui limitado esclarecimento sobre o efetivo comportamento do consumidor, uma

vez que responde a perguntas específicas. Já os modelos classificados como explicativos

analisam as relações entre cada etapa do processo de compra. Este trabalho apoia sua pesquisa

na linha explicativa dos modelos integrativos do comportamento do consumidor.

Foram muitos os modelos explicativos concebidos ao longo do desenvolvimento da

escola do comportamento do consumidor. Os principais modelos com viés explicativo para o

3 Modelos integrativos do comportamento do consumidor são aqueles que possuem como objetivo modelar todo

o comportamento de consumo de um indivíduo, desde o surgimento da necessidade, passando pela compra até o

pós-compra (GOLDSTEIN; ALMEIDA, 2010, p. 15).

Modelos integrativos do

comportamento do consumidor

Estímulo -Reação

Probabilístico

Incidência de Compra

Escolha da Marca

Estatístico

DinâmicosDeterminísticos

Explicativos

Nicósia

Howard-Sheth

Engel-Kollat-Blackwell

Sheth-Newman-Gross

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comportamento do consumidor foram idealizados por Howard (1963), Andreasen (1965),

Nicósia (1966), Engel et al. (1986), Howard e Sheth (1969), Markin (1974), Kerby (1975),

Bettman (1979), Holbrook e Hirschman (1982), Rao e Vilcassin (1985), Sheth et al. (1991)

(GOLDSTEIN; ALMEIDA, 2000).

Apesar das contribuições advindas dos modelos citados anteriormente, este trabalho

adotará como foco a compreensão dos modelos de Nicósia (1966), de Howard e Sheth (1969)

e o modelo de Engel et al. (1986). Nakagawa (2008, p. 42) realizou uma ampla pesquisa

relacionada ao comportamento do consumidor e constatou que o processo decisório de compra

tem passado por diversas releituras e adaptações, contudo, sem passar por mudanças

importantes em sua estrutura conceitual. Minciotti4 (1987 apud Goldstein e Almeida, 2000, p.

17) corrobora com esta definição ao afirmar que “diversos autores são concordes em apontar

três modelos de comportamento do consumidor como os mais complexos e abrangentes: o

Modelo Howard-Sheth, o Modelo Nicósia e o Modelo Engel-Kollat-Blackwell”. Os demais

modelos explicativos, além de possuírem características similares a estes três, não foram

amplamente discutidos na literatura, com menor nível de críticas, discussões e testes

(GOLDSTEIN; ALMEIDA, 2000, p. 12).

Este trabalho irá apoiar-se inicialmente, com maior riqueza de detalhes, nos modelos de

Nicósia (1966), Howard-Sheth (1969) e Engel-Kollat-Blackwell (1986).

2.2.1 Modelo de Nicósia

Nicósia (1966) tratou o comportamento de compra como um dos vários componentes

de um complexo processo de decisão. Um dos diferenciais do autor foi propor uma ênfase no

processo decisório e não no ato de compra propriamente dito.

O modelo de Nicósia foi desenvolvido na década de 1960, por Francesco Nicósia, com

estrutura inspirada em um sistema de computador, valoriza o tema da propaganda e da

fidelidade da marca (GIGLIO, 2010, p. 113; KARSAKLIAN, 2004, p. 173).

No modelo do autor o ato de decidir do consumidor tem origem em um processo que

pode ser divido em “campos de atividades” e depois de “subcampos”, conforme apresentado na

FIG. 3 (HERNANDEZ; OLIVEIRA, 2004, p. 110).

4 MINCIOTTI, Silvio A. Comportamento do consumidor: o grande desafio de marketing. Revista IMES, v. 4, n.

12, p. 26-33, maio/ago. 1987.

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FIGURA 3: Modelo de Nicósia

Fonte: Karsaklian (2004, p. 175).

Segundo Lopes e Silva (2011, p. 9) o modelo indica que o comportamento de compra

tem como antecedentes a pesquisa e a avaliação de informações. Defende ainda que estas

possuem como antecedentes a exposição a uma mensagem de cunho publicitário, formulada

por vendedores. O modelo é composto de quatro etapas, conforme apresentado a seguir:

o na primeira etapa, ocorre a constituição das atitudes5, após o sujeito receber os estímulos e

analisar por meio das predisposições anteriores (GIGLIO, 2010, p. 113);

5 Atitudes são predisposições das pessoas para responder de forma consistente, favorável ou desfavorável, a um

objeto. Estão associadas às avaliações de um objeto por meio das dimensões de “a favor ou contra”, “bom ou

ruim”, “gostar ou não gostar”, e assim sucessivamente (AJZEN; FISHBEIN, 2000).

Subcampo 1 Atributos da empresa

Subcampo 2 Atributos do consumidor

(em particular

predisposições)

Mensagem Exposição

Atitude

Campo 2: Investigação

Avaliação das relações

instrumentais

Investigação Avaliação

Motivação

Experiência

Decisão (ação)

Campo 3: Ato de Compra

Comportamento

de Compra

Consumo

Armazenamento Campo 4: Feedback

Campo 1: Da fonte da mensagem à atitude do consumidor

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o o segundo estágio do modelo, conforme Karsaklian (2004, p. 174), é constituído pela

investigação das relações instrumentais (disponibilidade de marcas, produtos, serviços e

outros) e expectativas, que resultam no desenvolvimento da motivação específica e

situacional (propaganda em ponto de venda, atitude dos vendedores etc.);

o o terceiro estágio do modelo refere-se à transformação ou não em um ato da compra

(GIGLIO, 2010, p. 113);

o finalmente, a estocagem ou consumo dos produtos proporciona uma experiência para o

consumidor e para a empresa e, estas, por sua vez, alteram as características iniciais

(KARSAKLIAN, 2004, p. 174).

O modelo de Nicósia tem um valor histórico e representa um dos primeiros esforços

para integração de várias pesquisas com origem nas ciências sociais e na economia

(KARSAKLIAN, 2004, p. 174). Giglio (2010, p. 113) apontou ainda que o modelo, com uma

revitalização, alterando a metodologia causal para uma visão sistêmica com interações, poderia

contribuir para as discussões sobre as relações entre as propagandas e os consumidores.

Entretanto, algumas críticas ao modelo podem ser apontadas (MOWEN, 1993, p. 98):

o não considera as experiências anteriores do consumidor com o produto;

o pressupõe um consumidor racional;

o não define adequadamente as variáveis, e não possui clara indicação de como elas

interagem entre si;

o pressupõe que o processo inicia-se apenas a partir da empresa, desconsiderando que o

consumidor pode iniciar a busca por iniciativa autônoma;

o não reconhece as influências dos demais fatores ambientais, além da mensagem do

vendedor e das características do consumidor.

2.2.2 Modelo de Howard-Sheth

O modelo de Howard-Sheth foi desenvolvido em 1969 e possui como sustentação

teórica o behaviorismo, por propor a explicação de como o consumidor transforma os inputs

(estímulos) em outputs (decisões de compra), por meio de estruturas de aprendizagem, assim

como o modelo de Nicósia (GIGLIO, 2010, p. 113; KARSAKLIAN, 2004, p. 175).

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31

Para elaborar o modelo Howard e Sheth (1969, p. 467) adotaram os pressupostos de

que:

o o comportamento de compra é racional;

o a tentativa do modelo seria de construir uma teoria positiva e não normativa;

o o comportamento de escolha é assumido como sistemático, podendo-se observar

determinados padrões;

o se o comportamento é sistemático, ele é oriundo de algum estímulo no comprador ou no

ambiente.

Desta forma, os autores, argumentaram que os estímulos seriam a entrada para o sistema

e o comportamento de compra o seu resultado (HOWARD; SHETH, 1969). A estrutura do

modelo é apresentada na FIG. 4.

FIGURA 4: Modelo de Howard - Sheth

Fonte: Karsaklian (2004, p. 176).

Karsaklian (2004, p. 177), ao analisar o modelo, apontou que ele é constituído por

algumas classes de variáveis:

o a primeira classe são os inputs, composto por estímulos do ambiente comercial (produtos),

simbólico (propagandas) e social (comunicação boca a boca);

o a segunda classe é das variáveis hipotéticas, são os resultados do processamento dos inputs,

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32

que podem ser subdivididos em dois tipos. No primeiro tipo estão as variáveis (i)

sensibilidade à informação, (ii) vieses perceptuais e (iii) busca de informação. O segundo

tipo é resultado das interações dos inputs com as variáveis perceptuais, são relacionadas ao

conceito de aprendizagem: (i) motivações, (ii) “alternativas” ou marcas apresentadas no

“conjunto evocado”, (iii) critérios de escolha, (iv) predisposições com relação às marcas,

(v) fatores inibidores e (vi) nível de satisfação;

o a terceira classe de variáveis são os outputs, que constituem as respostas observáveis do

consumidor. Ela é composta pelas variáveis (i) atenção, (ii) conhecimento, (iii) atitudes,

(iv) intenção e (v) comportamento de compra;

o finalmente, a quarta classe é a das variáveis exógenas, aquelas externas ao processo de

compra que exercem influência. Dentre estas variáveis encontram-se: (i) a importância da

compra, (ii) a personalidade, (iii) a classe social, (iv) a cultura, (v) a organização, (vi) a

tempo disponível e (vii) a situação financeira.

Dentre os modelos desenvolvidos para as pesquisas de comportamento de compra, o

modelo Howard-Sheth é tido como o mais abrangente (KARSAKLIAN, 2004, p. 175; BRITO,

2006, p. 38). Entretanto, Goldstein (1997, p. 87) afirma que, na literatura, críticas são

direcionadas ao modelo por sua falta de clareza no encadeamento existente entre as variáveis.

Já Hernandez e Oliveira (2004, p. 112) analisam que a complexidade e dificuldade de teste

quanto aos relacionamentos propostos no modelo dificultaram sua ampliação e utilização em

outros estudos.

Karsaklian (2004, p. 179) afirma ainda que os testes realizados com o modelo não

garantem o seu valor de previsão, objetivo a que se propõem, sendo, atualmente, mais utilizado

como referência no estudo do comportamento do consumidor.

2.2.3 Modelo de Engel, Blackwell e Miniard

Em 1968 os pesquisadores Engel, Kollat e Blackwell, a fim de analisar as decisões de

compras de consumidores, desenvolveram um modelo inicialmente denominado EKB

(BLACKWELL et al., 2005, p. 73). Posteriormente, este modelo evoluiu, recebendo

contribuições dos estudos do professor Paul Miniard e, desta forma, foi renomeado para EBM.

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33

O modelo proposto pelos autores tem como objetivo analisar como os indivíduos

ordenam os fatos e as influências na tomada de decisão, ele apresenta características de um

modelo teórico científico (KARSAKLIAN, 2004, p. 179). A autora completa ainda que o

modelo de EKB é extremamente analítico, apresenta uma estrutura explicativa do

comportamento de compra do consumidor e estabelece relação entre as variáveis intervenientes

e sua expressão mensurável.

Para Blackwell et al. (2005, p. 73) o modelo de processo de decisão do consumidor pode

ser considerado um “mapa rodoviário das mentes dos consumidores para que os profissionais

de marketing e gerentes utilizem na concepção dos mix de produtos, das estratégias de

comunicação e de vendas”.

Giglio (2010) e Karsaklian (2004) afirmam que este modelo possui quatro módulos

principais, que são os (i) estímulos mercadológicos, (ii) as variáveis de influência (fatores

individuais, sociais e situacionais), (iii) processamento de informação (memória e

aprendizagem) e (iv) processo de decisão.

Este modelo pressupõe que o processo percorrido pelo consumidor na tomada de

decisão é composto por sete estágios (BLACKWELL et al., 2005, p. 73). Os estágios indicados

pelos autores são: (i) reconhecimento da necessidade, (ii) busca de informações, (iii) avaliação

de alternativas pré-compra, (iv) compra, (v) consumo, (vi) avaliação pós-consumo e (vii)

descarte.

Deve-se destacar ainda que algumas etapas do processo de compra podem ser

eliminadas e outras consideradas de maior importância, em função do envolvimento do

consumidor com a compra (PUTSIS; SRINIVASAN6, 1994 apud KOTLER; KELLER, 2006).

A FIG. 5 apresenta o modelo do comportamento do consumidor de EBM.

Giglio (2010, p. 113) resume que, neste modelo, o processo se inicia com as experiências

da pessoa relativas ao seu corpo, às suas ideias, emoções, relações sociais, relações com objetos

e relações com a passagem do tempo. Em sequência, as experiências formam um campo inicial

das expectativas7, conduzindo à busca de informações sobre os caminhos que satisfazem as

expectativas. A partir deste momento são identificadas as alternativas de produtos e a escolha

de um deles. Posteriormente, ocorre o julgamento sobre o do produto escolhido. Finalmente,

ocorre o consumo e a avaliação pós-compra.

6 PUTSIS, William P.; SRINIVASAN, Narasimhan. Buying or just browsing? The duration of purchase

deliberation. Journal of Marketing Research, v. 31, n. 3, p. 393-402, ago. 1994. 7 Expectativas são as crenças prévias sobre o que alguma coisa vai possuir ou oferecer (SHETH et al., 2001, p.

289). Giglio define também expectativas como o futuro que as pessoas gostariam de viver ou em que gostariam

de estar (GIGLIO, 2010, p. 114).

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FIGURA 5: Modelo do processo de decisão do consumidor (EBM)

Fonte: Blackwell, Miniard e Engel (2005, p. 86).

Este modelo assemelha-se ao de Howard e Sheth (1969), até mesmo em suas limitações.

Contudo, trabalha de forma mais adequada o processo de formação de atitudes e o

desenvolvimento da intenção de compra, com foco central no processo de decisão (LOPES;

SILVA, 2011). O modelo EBM será utilizado como base teórica para a condução deste estudo

por compreender que ele assemelha-se aos demais modelos apresentados. Além disso, ele se

fundamenta no entendimento do comportamento do consumidor como um processo em etapas,

o que proporciona maior capacidade didático-pedagógica, de forma a facilitar a compreensão

do comportamento dos consumidores.

A seguir serão descritas as influências e etapas relativas ao modelo de Blackwell et al.

(2005).

Reconhecimento da necessidade

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35

2.2.3.1 Variáveis que influenciam o comportamento do consumidor

Alguns fatores podem afetar o comportamento do consumidor, direta ou indiretamente.

Portanto, o objetivo deste item do referencial é demonstrar os principais conjuntos de

influências que afetam o comportamento de compra do consumidor final.

2.2.3.1.1 Influências ambientais

Este subitem irá abordar as influências ambientais. De acordo com Blackwell et al.

(2005) os fatores ambientais que podem influenciar o comportamento do consumidor são: os

fatores culturais, sociais, familiares, pessoais e situacionais. Cada um destes fatores será

detalhado a seguir.

2.2.3.1.1.1 Fatores culturais

Para Solomon (2011), o conceito de cultura é fundamental para entendimento do

comportamento do consumidor e faz uma analogia, comparando-a com a personalidade de uma

sociedade. Para o autor, o conceito de cultura está relacionado tanto com ideias, valores, ética,

quanto com objetos materiais, como carros, vestuário, comidas, que são elementos produzidos

por uma sociedade. Em resumo, o autor afirma que a cultura é um conjunto de símbolos,

crenças, rituais, normas e tradições compartilhadas por membros de uma sociedade. Para o

autor, é preciso compreender o contexto cultural do consumidor, pois ela é a “lente” pela qual

as pessoas enxergam os produtos e serviços.

Mowen e Minor (2003) afirmam que são múltiplas as definições de cultura, no entanto,

eles a entendem como um modo de vida. Os autores concordam com Solomon (2011) e

acreditam que a cultura inclui elementos materiais e imateriais de uma comunidade. Ainda de

acordo com os autores, a cultura é aprendida com as experiências vividas e transmitida pelos

membros de uma sociedade sendo passada de geração em geração. Ela também é adaptativa,

pois os membros de uma sociedade podem mudar seu comportamento em detrimento de novos

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problemas ou oportunidades vivenciados. Assim como os organismos vivos se transformam, a

cultura também pode sofrer alterações, assumindo novas características. Ela assume o papel de

reguladora de uma sociedade por meio de normas e valores e dita o que é considerado o modo

correto ou incorreto de agir e pensar. Cada cultura apresenta seu próprio conjunto de símbolos,

rituais e valores (MOWEN, MINOR, 2003).

Blackwell et al. (2005) afirmam que a cultura influencia no comportamento de compra

e consumo dos indivíduos, bem como, na estrutura de consumo, na tomada de decisão e na

comunicação em uma sociedade. Mowen e Minor (2003) enfatizam que os profissionais de

marketing podem vincular seus produtos e serviços a algum símbolo de dada cultura, com a

finalidade de criar associações que sejam convenientes.

Pires Neto (2008, p. 64), ao analisar a evolução dos resultados da pesquisa de tendência

de consumo, realizada pela ABIC, afirmou que vários fatores podem influenciar o estado

desejado ou pretensões dos consumidores, dentre estes fatores a cultura apresenta lugar de

destaque. Arruda et al. (2009, p. 761) completaram que, por uma questão cultural do Brasil, o

café é, tradicionalmente, consumido no café da manhã e no lanche da tarde.

2.2.3.1.1.2 Fatores sociais

Conforme Mowen e Minor (2003), classes sociais são camadas de uma sociedade que

se diferenciam por meio de status, riqueza, educação, posses e valores. Os autores explicam que

a sociedade é dividida hierarquicamente e as pessoas são separadas por classes. Alguns fatores

que distinguem essas pessoas são ocupações, estilo de vida, renda financeira, rede de amizades,

forma de falar e as posses.

Para Solomon (2011), a classe social em que a pessoa está inserida não determina apenas

o quanto ela pode gastar, mas também a maneira como os seus recursos são utilizados. Aquelas

pessoas que sempre possuíram muito dinheiro, não precisam provar isto, porém as pessoas que

migraram de uma classe social para outra mais alta têm a necessidade de mostrar o quanto

possuem, e desta forma acabam gastando mais recursos financeiros com o intuito de evidenciar

que têm dinheiro. Assim, as maneiras como essas pessoas irão gastar os seus recursos

financeiros são diferentes.

Segundo Blackwell et al. (2005) as pesquisas de marketing frequentemente focam nas

variáveis das classes sociais, pois estas determinam, em parte, o poder aquisitivo das pessoas e

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como elas utilizam os seus recursos financeiros, influenciando a compra e o consumo de

produtos e serviços.

A estratificação em classes sociais torna-se importante para as empresas, uma vez que

as pessoas de uma determinada classe social podem adquirir um produto por ele ser apreciado

pelos membros da mesma classe ou de uma superior, ou podem evitar comprar o produto por

acreditar que ele é de uma “classe mais baixa”. Por esta razão, muitas organizações buscam

segmentar seus produtos e serviços por classes sociais. Muitos pesquisadores foram capazes de

relacionar o consumo de determinados produtos e serviços com a participação em uma classe

social, como é o caso do consumo de café instantâneo na Europa. Enquanto os alemães creditam

que o café instantâneo é um produto para pessoas com alto poder aquisitivo, os franceses

consideram o produto barato e para pessoas com poucos recursos (SCHIFFMAN; KANUK,

2009).

Blackwell et al. (2005) afirmaram que analisar o segmento de mercado, com base nas

classes sociais e no perfil socioeconômico, auxilia no desenvolvimento de estratégias e

programas de marketing que atendam as preferências e o comportamento do público-alvo. Isso

poderá incluir características do produto, estratégia de mídia criativa, canais de distribuição e

preço.

2.2.3.1.1.3 Fatores familiares

Para Blackwell et al. (2005), as famílias são unidades consumidoras de fundamental

importância no entendimento do comportamento do consumidor, por utilizarem e adquirirem

vários itens de consumo e por influenciarem nas atitudes e comportamento dos indivíduos.

Segundo Schiffman e Kanuk (2009), não é fácil definir o conceito de família, pois os

papéis desempenhados por seus membros estão em constante mudança. Tradicionalmente o

conceito de família é entendido como duas ou mais pessoas relacionadas por laços sanguíneos,

relação conjugal ou adoção e que morem em uma mesma residência. Em um sentido mais

amplo, a família pode ser entendida como um grupo básico de pessoas que vivem reunidos e

interagem para atender suas necessidades pessoais e mútuas.

Blackwell et al. (2005) destacam três diferentes tipos de família. Os autores enfatizam

que a família nuclear é constituída por pai, mãe e criança(s) vivendo na mesma residência. A

família estendida é composta pelo núcleo familiar e outros membros, como avós, tios,

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cunhados, ou sogros. A família onde o indivíduo nasceu é denominada família de orientação e

a constituída pelo casamento é chamada de família de procriação.

Kotler e Keller (2006) enfatizam que as famílias vêm passando por modificações, como

indivíduos que vivem juntos sem serem casados, pais divorciados que compartilham a custódia

dos filhos, pais e mães solteiros, e casais do mesmo sexo com ou sem filhos. De acordo com os

autores, os profissionais de marketing precisam voltar sua atenção para os hábitos de compra e

consumo desses novos grupos familiares e necessitam entender as influências e os papéis de

cada membro da família. De acordo com Santos e Bitencourt (2005, p. 15) entre os fatores

sociais que exercem forte influência sobre a decisão de compra do café a família é

preponderante.

São pelo menos cinco os papéis que envolvem as compras familiares e que podem ser

assumidos pelos esposos, crianças, ou outros membros do lar: (1) o iniciador, ou seja, a pessoa

que reúne informações para auxiliar na tomada de decisões; (2) o influenciador cujas opiniões

são procuradas para ajudar quanto aos critérios de compra; (3) o decisor que é a pessoa que

dispõe do recurso financeiro e que decide como e com o que o dinheiro da família será gasto;

(4) o comprador que efetua a compra e; (5) o usuário que utiliza o produto. O profissional de

marketing deve considerar cada um destes papéis para se comunicar com o consumidor,

lembrando que eles podem ser assumidos por diferentes membros da família dependendo do

momento e do produto (BLACKWELL et al., 2005).

2.2.3.1.1.4 Fatores pessoais

De acordo com Blackwell et al. (2005), os indivíduos sofrem influências de pessoas e

grupos, seja qual for sua nacionalidade, raça, gênero ou etnia, alterando a forma como se

comportam. A vontade de “pertencer” a um grupo afeta a forma como as pessoas fazem suas

escolhas e a maneira como elas adquirem produtos e serviços. A opinião advinda de pessoas

com as quais se identificam e as quais querem se parecer influencia também na tomada de

decisão e é um fator chave na mudança de estilo de vida ou aceitação de uma nova moda, por

exemplo.

Segundo Solomon (2011), os seres humanos, por serem indivíduos que precisam

conviver em sociedade, sempre pertencem a vários grupos. Geralmente as pessoas procuram

pertencer a algum grupo com a qual se assemelham e tomam atitudes com o intuito de conseguir

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a aceitação do mesmo. Por este motivo são muito influenciadas pelos grupos de referência e

frequentemente tomam suas decisões de compra baseadas na opinião destas pessoas.

Sheth et al. (2001, p.165) destacam que os “grupos de referência são pessoas, grupos e

instituições a que os indivíduos recorrem para uma orientação de seu próprio comportamento e

valores, e dos quais esses indivíduos buscam aprovação”. Um grupo que é referência para uma

pessoa não necessariamente será para outras, por exemplo, enquanto executivos de sucesso são

referências para algumas pessoas, para outras, as celebridades é que irão influenciar na tomada

de decisão de compra e consumo de determinados produtos e serviços.

Blackwell et al. (2005) enfatizam que os grupos de referência podem ser formados por

celebridades e atletas ou por pessoas com as quais os indivíduos se assemelham, como grupos

musicais e times esportivos. Os autores também afirmam que os indivíduos podem pertencer a

mais de um grupo e sofrer influência de vários deles.

Solomon (2011) informa que há grupos ou indivíduos que exercem maior influência do

que outros e afetam mais as decisões de compra. Os pais, por exemplo, exercem papel crucial

na formação dos valores em relação a várias questões como o casamento ou qual universidade

cursar. Este tipo de influência é denominado influência normativa, ou seja, o grupo de

referência auxilia no estabelecimento e reforço de padrões essenciais de conduta. A influência

comparativa é a que serve de parâmetro para atitudes ou comportamentos específicos, como

decisões sobre marcas ou atividades. Segundo Schiffman e Kanuk (2009), os grupos normativos

e os comparativos são muito importantes. Enquanto o primeiro influencia no desenvolvimento

de um código básico de conduta, o segundo influencia na expressão de certas atitudes e do

comportamento do consumidor.

Conforme elucidado por Blackwell et al. (2005), existem vários tipos de grupos de

referência. Os autores destacam os grupos primários e secundários, formais e informais, de

associação formal, aspiracionais, dissociativos e virtuais. Os grupos de referência primários,

geralmente, exercem maior influência e impacto nas pessoas, pois são aqueles com os quais os

indivíduos interagem e cujas opiniões, crenças e comportamentos consideram importantes. Nos

grupos secundários, o contato é esporádico e a influência no comportamento dos consumidores

é menor. Os grupos formais são aqueles que possuem uma estrutura definida com regras e

regulamentos por escrito. Os informais não possuem uma estrutura rígida e na maioria das vezes

são baseadas em fatores sociais como, por exemplo, um grupo de amigos. Os grupos de

associação formais são aqueles em que o indivíduo alega ser membro e é reconhecido pelo líder

ou membros-chave como tal. A associação formal pode acontecer em grupos informais como a

família ou formais como igrejas e associações comerciais. Os grupos aspiracionais são aqueles

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com que os indivíduos querem se parecer e associar, enquanto os dissociativos são aqueles com

que as pessoas tentam evitar parecer. Por fim, os autores destacam os grupos virtuais, criados

com o advento da internet, como é o caso das salas de bate-papo.

Além de entender os tipos de grupos é preciso conhecer as suas influências sobre os

comportamentos, compras e estilo de vida das pessoas. São três os principais tipos de

influências dos grupos: informacional, normativa e por identificação. A influência

informacional ocorre quando um indivíduo procura uma pessoa para obter mais informações

sobre determinado produto, por acreditar que ela conhece as características de desempenho do

produto a ser adquirido. A influência normativa acontece quando a decisão de compra do

indivíduo é influenciada pela vontade de atender as expectativas de outras pessoas. A influência

por identificação, chamada também de influência da expressão de valor, ocorre quando o

consumidor compra algo para se parecer com alguém ou grupo que admira e ao qual queira ser

associado (SHETH et al., 2001; BLACKWELL et al., 2005; MOWEN; MINOR, 2003).

Os líderes de opinião também exercem influência no comportamento de compra e

consumo dos indivíduos por serem pessoas que conhecem sobre o produto, não representam os

interesses de uma empresa e por isso são mais confiáveis, têm poder legítimo devido à sua

posição social que, geralmente, é um pouco maior do que a pessoa que o procura, e muitas

vezes são os primeiros a comprar o produto reduzindo o risco para aqueles que querem adquiri-

lo. Além disso, eles compartilham tanto as experiências negativas quanto as positivas em

relação a um produto.

A influência de grupo pode ser transmitida aos indivíduos de várias formas, como a

observação da forma como o outro se veste e se comporta. Uma das formas mais eficazes é a

comunicação boca a boca que é transmitida de indivíduos para indivíduos. Por serem

recomendações de pessoas que se conhece a confiança é maior do que se fosse transmitida por

meios formais de marketing. A influência da opinião de outros pode ser mais poderosa do que

as percepções individuais das pessoas. Por esse motivo, pode ser positiva ou prejudicial para os

profissionais de marketing, já que conversas informais entre consumidores podem construir ou

quebrar produtos e serviços (BLACKWELL et al., 2005; SOLOMON, 2011).

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2.2.3.1.1.5 Fatores situacionais

Segundo Blackwell et al. (2005), assim como os comportamentos, as situações mudam.

Algumas vezes essas mudanças são inesperadas e imprevisíveis como uma demissão do

emprego, alterando, assim, o comportamento de compra e consumo dos indivíduos. Os autores

também evidenciam que os fatores situacionais afetam a cada indivíduo de forma particular e

única.

Solomon (2011) enfatiza que uma situação de consumo é definida não somente pelas

características da pessoa ou do produto, mas por outros fatores situacionais que podem ser

comportamentais (entreter os amigos) ou perceptíveis (sentir-se deprimido). O autor destaca

que as pessoas adaptam suas compras a ocasiões específicas e a maneira como as pessoas se

sentem altera suas formas de comprar e consumir. Por meio da identificação sistemática de

importantes situações de uso, os profissionais de marketing podem segmentar os produtos e

serviços de forma a satisfazer as necessidades advindas dessas situações.

Para Mowen e Minor (2003), o estudo das situações é de fundamental importância para

os gerentes, pois os produtos podem ser definidos pelas situações em que serão usados. De

acordo com os autores são cinco os tipos de situações do consumidor: (i) o ambiente físico, (ii)

o ambiente social, (iii) o tempo, (iv) a definição de tarefa e (v) os estados antecedentes. O

ambiente físico é constituído pelos aspectos físicos e espaciais concretos do ambiente em que

se dará o consumo. Fatores como cor, ruído, iluminação, clima, a disposição de objetos e

pessoas, música ambiente, localização da loja e o layout podem influenciar o comportamento

do consumidor. O ambiente social refere-se aos efeitos que outras pessoas geram sobre um

consumidor durante uma situação de consumo. A ausência ou presença do fator tempo nas

atividades de consumo influencia na estratégia empregada para buscar informações, selecionar

e comprar o produto. A definição de tarefa pode ser compreendida como as razões que geram

a necessidade para compra ou consumo de um produto ou serviço. A compra pode ser motivada

por algum tipo de situação de troca de presentes como o natal, ou para satisfazer uma

necessidade individual, como uma bebida para saciar a sede. Por fim, as pessoas podem efetuar

compras ou consumir algo em função do seu estado de espírito temporário ou do estado

fisiológico. Dependendo do estado de sono, fome, alegria ou tristeza do indivíduo, o seu

comportamento de compra e consumo pode sofrer alterações.

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2.2.3.1.2 Diferenças individuais

Segundo Mowen e Minor (2003, p. 113), as variáveis relacionadas às diferenças

individuais descrevem a forma como os indivíduos distinguem seus padrões de comportamento.

De acordo com Blackwell et al. (2005, p. 88) são cinco as categorias de diferenças individuais

que afetam o comportamento do consumidor: (i) demografia, psicografia, valores e

personalidade; (ii) recursos do consumidor; (iii) motivação; (iv) conhecimento e; (v) atitudes.

Cada categoria será descrita a seguir.

2.2.3.1.2.1 Demografia, psicografia, valores e personalidade

A psicografia é composta pelas características dos indivíduos que as descrevem em

termos de sua constituição psicológica e comportamental (SHETH et al., 2001, p. 344).

Segundo Mowen e Minor (2003, p. 128) o termo psicografia refere-se à descrição das

características psicológicas dos consumidores, ou seja, a investigação quantitativa do estilo de

vida, personalidade e características demográficas do consumidor.

A demografia é um dos fatores que caracterizam as diferenças individuais dos

consumidores. A demografia pode ser definida como o tamanho, a estrutura e a distribuição da

população (BLACKWELL et al., 2005, p. 196). Schiffman e Kanuk (2009, p. 37) definiram a

demografia como estatísticas vitais e mensuráveis de uma população. Para Giglio (2010, p. 78)

a demografia é a divisão dos grupos humanos em algumas variáveis mensuráveis como idade,

sexo, estado civil, ocupação, renda, local de moradia, número de filhos, posição na família.

Para Blackwell et al. (2005, p. 196), são duas as utilizações da demografia, a descrição

de segmentos de mercado e a análise de tendências. Giglio (2010, p. 80) afirmou que, apesar da

magnitude das variáveis demográficas, elas podem ser agrupadas em (i) características

estruturais do corpo, (ii) funções do corpo, (iii) características socioeconômicas, (iv)

características amplas/geográficas e (v) frequências e forma de uso. O grupo de características

estruturais do corpo refere-se a dados como sexo, idade, altura, peso, cor da pele, cor dos olhos,

medidas. As funções do corpo apresentam dados mais amplos, como a saúde e as doenças da

população. O agrupamento de características socioeconômicas é composto pelas condições

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financeiras e sociais das pessoas, como a renda, profissão, escolaridade, número de irmãos,

posição social na família, hierarquia de gastos, religião e bens adquiridos.

Já o estudo das variáveis da personalidade auxilia na previsão de tendências duradouras

de adoção de tipos gerais de comportamento (MOWEN; MINOR, 2003, p. 114). Schiffman e

Kanuk (2009, p. 84) definiram a personalidade como “as características psicológicas internas

que determinam e refletem como uma pessoa reage a seu ambiente”. Allport (1927) definiu a

personalidade como a organização dinâmica dos sistemas psicológicos determinantes do

comportamento e pensamento do indivíduo. Braghirolli et al. (2002, p. 143) afirmaram que a

personalidade pode ser compreendida como o “conjunto total de características próprias do

indivíduo que, integradas, estabelecem a forma pela qual ele reage costumeiramente ao meio

ambiente”. Karsaklian (2004, p. 46) afirmou que a personalidade é específica de cada indivíduo,

estável e possibilita explicar determinadas ações. Para Carver e Connor-Smith (2010, p. 680) a

personalidade é de fácil observação, porém sua definição é complexa.

Schiffman e Kanuk (2009, p. 84) afirmaram que são três as principais teorias da

personalidade: (i) a teoria freudiana, (ii) a teoria neofreudiana e (iii) a teoria dos traços.

A teoria psicanalítica da personalidade (teoria freudiana) tem suas bases nos estudos de

Sigmund Freud. Esta teoria apresenta a personalidade como uma luta ativa entre impulsos

fisiológicos (como fome, sexo e agressão) e as pressões sociais para que sejam seguidas as leis,

regras e códigos morais (MOWEN; MINOR, 2003, p. 115). Os autores afirmaram que Freud

defendeu que as pessoas possuem consciência apenas de uma pequena parcela das forças que

impulsionam o comportamento.

Já na teoria neofreudiana os relacionamento sociais são colocados como fundamentais

para a formação e o desenvolvimento da personalidade (SCHIFFMAN; KANUK, 2009, p. 86).

Os autores apontaram que um dos principais trabalhos desenvolvidos com base na teoria

neofreudiana é de Horney8, que propôs que os indivíduos fossem classificados em três grupos

de personalidade: (i) submissos (aqueles que são induzidos pelos outros, que desejam ser

amados, queridos e apreciados), (ii) agressivos (estão sempre contra os outros, desejam

sobressair e conquistar admiração), (iii) desinteressados (aqueles que se afastam dos outros,

desejam independência, autoconfiança, autossuficiência e individualismo ou ausência de

obrigações).

Finalmente, a teoria dos traços, diferentemente da teoria freudiana e neofreudiana, tem

orientação quantitativa (SCHIFFMAN; KANUK, 2009, p. 86). Conforme Sheth et al. (2001, p.

8 HORNEY, Karen. The neurotic personality of four time. New York: Norton, 1937.

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235) “um traço de personalidade é um modo de comportamento consistente e característico”.

Esta concepção teórica possui maior preocupação em extrair dimensões úteis para a organização

dos indivíduos, alguns exemplos são os traços de Guilford, Gordon, Eysen, Adorno, Taylor,

Cattell e o Edwards Personality Preference Schedule (KARSAKLIAN, 2004, p. 44; SHETH et

al., 2001, p. 236-237).

Outra abordagem psicográfica para identificar as diferenças entre os consumidores é a

avaliação do estilo de vida. O termo estilo de vida representa simplesmente o modo como o

indivíduo vive (HAWKINS; BEST; CONEY, 1995). O estilo de vida pode ser definido como

o conjunto de padrões nos quais as pessoas vivem, gastam o dinheiro e tempo, refletindo as

atividades, os interesses e opiniões (AIOs) (ANDERSON; GOLDEN, 1984; SANDHUSEN,

2010). Kotler e Keller (2006) destacam que os indivíduos de uma mesma subcultura, classe

social e ocupação podem ter estilos de vida diferentes.

Para traçar os estilos de vida dos consumidores, foram desenvolvidos alguns

instrumentos de avaliação. Segundo Mowen e Minor (2003, p. 129) um destes instrumentos

mais utilizados é o VALS (diagrama de classificação de estilo de vida). O VALS foi constituído

com base na hierarquia das necessidades de Maslow e no conceito de caráter social para,

inicialmente, explicar a dinâmica das mudanças sociais (SCHIFFMAN; KANUK, 2009, p. 50).

Os autores afirmam que, em 1989, o sistema VALS foi aprimorado para explicar

especificamente o comportamento de compras do consumidor. Originou-se, então, o VALS 2,

que divide a população em oito grupos baseados na sua autoidentidade (que pode ser orientada

pelos princípios, status e ações) e em seus recursos (financeiros, materiais, físicos e

psicológicos). Os oito grupos do VALS 2 são apresentados no QUADRO 3.

QUADRO 3 - Descrição dos grupos de consumidores do VALS 2

Grupos de Consumidores Descrição

Inovadores

Altos recursos e foco em princípios e ação. Expressão ativa de bom gosto,

independência e caráter. São líderes de mudança, são mais receptivos a novas ideias

e tecnologias, são consumidores muito ativos, e suas compras refletem gostos

voltados para o alto padrão. A imagem é importante para os inovadores como uma

expressão do seu gosto, independência e personalidade.

Pensadores

Possuem muitos recursos e foco em princípios, são motivados por ideais. Têm

respeito moderado pelas instituições do status quo, são abertos a novas ideias e à

mudança social. Apesar de a renda permitir muitas escolhas, eles são consumidores

conservadores e práticos, olham para a durabilidade, valor e funcionalidade nos

produtos que compram.

Religiosos

São pessoas conservadoras, motivadas por ideais e com poucos recursos, mas suficientes para satisfazer a suas necessidades. Estes indivíduos possuem crenças

concretas baseadas na tradição. São conservadores, tradicionais e moralistas, vivem

um estilo de vida previsível ligado à família e à igreja e não são inovadores.

Continua

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45

QUADRO 3 - Descrição dos grupos de consumidores do VALS 2 (continuação)

Grupos de Consumidores Descrição

Realizadores

São pessoas motivadas pelo desejo de realização, possuem objetivos orientados

para o estilo de vida e com um profundo compromisso com a carreira e a família.

Estes indivíduos possuem recursos abundantes e foco em status. São bem-sucedidos, orientados pela carreira. Assumem riscos pequenos, respeitam a

autoridade e o status quo. A imagem é importante para eles, que buscam produtos

estabelecidos que carreguem significação de prestígio.

Esforçados

Eles possuem poucos recursos e foco em status. Buscam motivação, autodefinição

e estão preocupados com as opiniões e a aprovações dos outros. São amantes da

moda e da diversão, preferem produtos de estilo que imitam as compras das pessoas

com maior riqueza material. Como consumidores, são tão impulsivos quanto suas

condições financeiras permitirem.

Experimentadores

Possuem muitos recursos e foco na ação. Apreciam o que não é convencional, são

pessoas jovens, ativas e impulsivas, que buscam estímulos em coisas novas,

incomuns e arriscadas. São ávidos consumidores e gastam um volume

relativamente alto da renda em moda, entretenimento e socialização.

Executores

Poucos recursos e foco na ação prática. Vivem em um contexto tradicional de

família, trabalho prático, e recreação física, têm pouco interesse no que está fora desse contexto. Eles preferem valor ao luxo, preferem produtos que possuem um

propósito prático ou funcional.

Sobreviventes

São indivíduos pobres, com pouco estudo, possuem recursos reduzidos e priorizam

a sobrevivência a cada momento. Suas principais preocupações referem-se à

segurança, representam um mercado modesto e cauteloso, entretanto são leais a

suas marcas favoritas.

Fonte: Mowen e Minor (2003, p. 131), Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 353) e Schiffman e Kanuk (2009, p. 52).

Outra escala utilizada em substituição ao VALS e VALS 2 é a LOV (Lista de Valores)

que, apesar de não ser especificamente psicográfica, é adotada por pesquisadores em função da

disponibilidade de acesso (MOWEN; MINOR, 2003, p. 130). Segundo Rokeach (1968) os

valores podem ser compreendidos como crenças que direcionam ações e julgamentos por meio

de objetivos e situações específicas. A LOV identifica nove segmentos de consumidores

baseados nos valores que defendem, relacionando cada valor a diferenças em suas maneiras de

consumidor (SOLOMON, 2011).

A LOV foi utilizada por Homer e Kahle (1988), que estudaram o setor de alimentação,

e identificaram três dimensões dos valores (valores externos, internos e diversão/excitação). Já

Leão e Souza Neto (2003), ao estudarem diferentes setores (moda, avião e supermercados) no

mercado brasileiro, identificaram duas dimensões para os valores do LOV (valores do superego

e valores do id). O QUADRO 4 apresenta os valores da escala LOV distribuídos nas dimensões

de Homer e Kahle (1988) e Leão e Souza Neto (2003).

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QUADRO 4 - Lista de Valores

Valores Dimensões de Homer e Kahle Dimensões de Leão e Neto

Autorrespeito Interno

Valores do superego Sentimento de realização Interno

Segurança Externo

Ser bem respeitado Externo

Autorrealização Interno

Valores do id

Relações calorosas Externo

Sentimento de pertencer Externo

Diversão e prazer Diversão/Excitação

Excitação Diversão/Excitação

Fonte: Adaptado de Homer e Kahle (1988), Mowen e Minor (2003, p. 131) e Leão e Souza Neto (2003).

2.2.3.1.2.2 Recursos do consumidor

Sheth et al. (2001, p. 352) afirmam que “os recursos referem-se à toda a gama de meios

e capacidades psicológicas, físicas, demográficas e materiais”. Segundo Blackwell et al. (2005,

p. 88), os indivíduos possuem três recursos primários em cada situação de tomada de decisão:

(1) tempo, (2) dinheiro e (3) recepção de informação e capacidade de processamento (atenção).

Desta forma, os autores argumentam que os produtos podem ser vistos como tendo preços

econômicos, temporais e cognitivos que os consumidores têm de pagar durante o processo de

compra.

Segundo Kotler e Armstrong (2007, p. 120) a situação financeira do consumidor afeta a

sua escolha por produtos. Os autores argumentam, ainda, ser necessário compreender as

tendências relativas à renda pessoal, à poupança e às taxas de juros para ajustar e posicionar os

produtos de forma adequada. Katona9 (1994, apud Sheth et al., 2001, p. 129) classificou as

despesas domésticas em dois tipos, despesas necessárias e despesas opcionais. De acordo com

o autor, as despesas necessárias estão relacionadas à compra de produtos ou serviços

indispensáveis à sobrevivência mínima, enquanto as despesas opcionais referem-se às compras

que tornam a vida física ou psicologicamente mais aconchegada, ou seja, o que vai além da

sobrevivência. As despesas necessárias são representadas por produtos, em geral, relacionados

à alimentação e vestuário, já exemplos de despesas opcionais são o consumo de bens duráveis

como eletrodomésticos. Alguns estudos demonstram que, à medida que os consumidores

recebem mais dinheiro, tornam-se mais ocupados e aumenta o valor do tempo (BLACKWELL

9 KATONA, George. Consumer saving pattern. Journal of Consumer Research, n. 1, v. 1, p. 1-12, jun. 1994.

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et al., 2005, p. 156). O tempo vem tornando-se um recurso limitado, o termo vida líquida,

cunhado por Bauman (2005, p. 7), reflete a limitação do tempo na sociedade líquido-moderna.

De acordo com o autor, os indivíduos mudam num tempo mais curto do que aquele necessário

para a consolidação dos hábitos e rotinas, das formas de agir. Giddens (2002, p. 22), entretanto,

indica que todas as culturas tiveram ou têm de lidar com o tempo de alguma forma e situar-se

espacialmente. Nas sociedades os indivíduos têm sentido de futuro, presente e passado,

possuindo alguma espécie de marco espacial padronizado que indica a consciência especial de

lugar (GIDDENS, 2002).

Conforme Blackwell et al. (2005, p. 156), o tempo pode ser dividido em três blocos: (i)

tempo pago, (ii) tempo obrigatório e (iii) tempo discricionário. Segundo os autores, o tempo

discricionário é aquele relacionado ao lazer, em que “os indivíduos não têm obrigação ou

compromisso econômico, legal, social, moral ou físico”. O tempo obrigatório, ou não

discricionário, inclui as obrigações físicas (sono, cuidados pessoais e etc.), sociais e morais.

Finalmente, o tempo pago, é aquele relacionado às ocupações do trabalho (VOSS10, 1967 apud

Blackwell et al., 2005, p. 156).

O terceiro recurso do consumidor é a recepção de informação e capacidade de

processamento (atenção), ou recurso cognitivo. De acordo com Blackwell et al. (2005, p. 158),

estes recursos representam “a capacidade mental disponível para tomar para si várias atividades

de processamento de informação”. Para Mowen e Minor (2003, p. 52), os profissionais de

marketing devem fazer com que os consumidores prestem atenção à informação. Mowen e

Minor (2003, p. 52) definem a atenção como a capacidade cognitiva direcionada a um estímulo

de forma consciente. Portanto, obter a atenção dos indivíduos é uma tarefa primordial para os

profissionais de marketing, uma vez que os consumidores recebem diversos estímulos que

competem por sua limitada capacidade (BLACKWELL et al., 2005, p. 158).

2.2.3.1.2.3 Motivação e envolvimento

A palavra motivação tem origem no latim movere, que significa mover. De acordo com

Bergamini (1997, p. 31), “essa origem da palavra encerra a noção de dinâmica ou de ação que

é a principal tônica dessa função particular da vida psíquica”. De acordo com Hilgard, Atkinson

10 VOSS, J. The definition of leisure. Journal of Economic Issues, v. 1, n. 1, p. 91-106, jun. 1967.

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e Atkinson11 (1975 apud Mowen e Minor, 2003, p. 90), a motivação é “um estado alterado de

uma pessoa, o qual conduz a um comportamento voltado a um objeto”. Para Schiffman e Kanuk

(2009, p. 79), a motivação é uma “força impulsionadora dos indivíduos que os impele à ação”,

e é gerada por um estado de tensão desconfortável, resultante de uma necessidade insatisfeita.

Mowen e Minor (2003, p. 90) afirmam que a motivação é constituída de necessidades,

sentimentos e desejos que regem os indivíduos a esse comportamento, começa com um estímulo

que impulsiona o reconhecimento da necessidade. Para Karsaklian (2004, p. 24), o estudo da

motivação é essencialmente realizado sob a ótica psicanalítica. A autora cita Freud, que defende

que duas energias antagônicas determinam os comportamentos humanos: os instintos de vida

(Eros) relacionados à atividade sexual e os instintos de morte (Thanatos) expressos pela

agressividade e a tendência à destruição. Vários pesquisadores estudaram as motivações

humanas para compreender e explicar como elas orientam o comportamento humano.

De acordo com Karsaklian (2004, p. 26-34), são quatro as principais teorias da

motivação. A primeira teoria indicada pela autora é o Behaviorista, que propõe um estudo

objetivo do homem, determinando que a única fonte do comportamento humano é o

comportamento observável. O behaviorismo estuda os inputs e os outputs sem interesse pelos

processos do indivíduo. A escola behaviorista conta com os estudos de Watson, Guthrie, Hull

e Skinner. O ponto central da motivação é o conceito de impulso (força que impele à ação,

atribuível às necessidades primárias), por meio dele, o organismo é levado à ação, e os hábitos

são constituídos como forma de resposta ao esforço para reduzi-lo (KARSAKLIAN, 2004). A

segunda teoria indicada pela autora é a cognitivista, que considera os processos internos do

indivíduo, que preveem implicações de seu comportamento por meio de informações que

adquiriu e elaborou com suas experiências. No cognitivismo, acredita-se que as opções

realizadas pelas pessoas entre alternativas de ação dependem do grau relativo que têm as forças

atuantes sobre o indivíduo. Alguns autores desta escola são Kurt Lewin e Festinger. Outra teoria

da motivação é a Psicanalítica, que compreende que o comportamento humano é determinado

basicamente pela motivação inconsciente e pelos impulsos instintivos, portanto, a tendência de

comportamento mais forte não é necessariamente aquela que a pessoa decide que é a melhor

para ela. Os instintos foram classificados como instintos de vida (relacionados à

autoconservação como a fome e o sexo) e instinto de morte (comportamentos destrutivos como

a agressão). Na escola psicanalítica, a motivação do comportamento é proveniente do

inconsciente e o comportamento é resultante da interação conflituosa, ou não, dos três sistemas

11 HILGARD, Ernest; ATKINSON, Richard; ATKINSON, Rita. Introduction to psychology. 6. ed. New York:

Harcourt Brace Jovanovich, 1975.

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psíquicos (id, ego, superego). A teoria psicanalítica possui como fundador Sigmund Freud e

outros autores como Ernest Dichter (KARSAKLIAN, 2004). A última teoria apontada pela

autora é a Humanista, que propõe que o homem não se limita à sua fisiologia, nem é um

respondente mecânico ou cognitivo a estímulos ou a batalhas para impulsos e agressões. O

humanismo defende que o organismo é motivado, por meio de necessidades internas ou

externas, que podem estar manifestas no nível psicológico ou fisiológico. Os principais autores

do movimento humanista são Maslow e Rogers.

Algumas pesquisas foram desenvolvidas com foco específico de compreender as

motivações para o consumo de café. Dentre os benefícios apontados, Alves, Casal e Oliveira

(2009) identificaram que o café é uma das bebidas mais apreciadas em todo mundo por suas

inúmeras características percebidas pelos consumidores, assim como seus efeitos estimulantes.

São muitos os autores que defendem e explicam que esta característica estimulante tem como

fundamento as substâncias químicas existentes no café, que proporcionam estímulos ao sistema

nervoso (TRUGO; NOGUEIRA, 2003; BRENELLI, 2003; SMITH et al., 1999).

Lima (2003) indicou outros benefícios no consumo do café, afirmou que o consumo em

quantidades moderadas estimula a memória, atenção e concentração, de forma a melhorar a

atividade intelectual. Em testes realizados em seus estudos Smith et al. (2003), constataram que

as pessoas que consumiam café tinham melhor desempenho na codificação de novas

informações, apresentavam melhor memória espacial e sentiam-se mais calmos. De acordo com

Mccusker, Goldberger, Cone (2003), o café é considerado a principal fonte de cafeína, e esta

substância quando presente em quantidades significativas produz efeitos positivos na memória,

aumentando a capacidade física, metal e o estado de alerta (SMITH ET. AL., 1999; DÓREA;

COSTA, 2005; ALVES et al., 2009; LIMA, 1995; LIMA, 2000).

Outros estudos, com foco na saúde, destacam benefícios motivadores do consumo desse

produto. Lima (2000) destacou em estudos que o café possui substâncias que podem ajudar a

prevenir a depressão12 e suas consequências, como o consumo de drogas e álcool, pois causa

um bloqueio sobre a autogratificação que leva o indivíduo a esse comportamento. Para obter

este benefício é indicado o consumo diário de 4 xícaras de café (LIMA, 2003; LUCAS et al.,

2011). Freedman et al.13 (2012, apud Stokel, 2012, p. 56), por sua vez, realizou uma pesquisa

12 A depressão é uma doença crônica e recorrente que afeta duas vezes mais mulheres do que homens e a

identificação de fatores de risco para o seu desenvolvimento de novas estratégias de prevenção é uma prioridade

de saúde pública (LUCAS et al., 2011). 13 FREEDMAN, N. D.; PARK, Y.; ABNET, C. C.; HOLLENBECK, A. R.; SINHA, R. Association of coffee

drinking with total and cause-specific mortality. New England Journal of Medicine, v. 366, n. 20, p. 1891-1904,

maio 2012.

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com duração de 13 anos e acompanhou 5,15 milhões de pessoas por ano, um estudo de alto

poder estatístico, concluindo que existe uma forte associação entre o consumo de café e a

redução de mortalidade. Stokel (2012, p. 75), explicou que o café reduz o risco de mortalidade

ao prevenir doenças cardíacas e pulmonares, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e

infecções. Outros benefícios do café relacionados à saúde são o alto teor de radicais livres14, o

combate aos antioxidantes15 (DÓREA; COSTA, 2005; CARLSEN et al., 2010), a prevenção

do mal de Parkinson (HU et al., 2007), do câncer de próstata (STOKLE, 2012; YU et al., 2011),

a prevenção de diabetes do tipo 216 (ROSENGREN et al., 2004; VAN DAM; HU, 2005, p. 103;

SALAZAR-MARTINEZ et al., 2004) e do câncer de colo do útero (YU et al., 2011; TAVANI

et al., 1997).

Da mesma forma que se torna indispensável o entendimento dos benefícios percebidos

pelos consumidores de café, faz-se importante o entendimento dos seus malefícios. Um dos

principais prejuízos percebidos no consumo da bebida é que, quando administrada em doses

maiores, produz excitação, ansiedade, insônia, cefaleia, irritabilidade, tremores, náuseas e

diarreia (GUERRA; BERNARDO; GUITIÉRREZ, 2000; LIMA, 2000; LIMA, 2001). Felipe

et al. (2005), são concordes ao afirmarem que doses elevadas de café podem causar sinais

perceptíveis de indução a erros em tarefas intelectuais, ansiedade, nervosismo, tremores

musculares e confusão mental. As autoras, ao citarem Juliano e Griffiths17 (2004), indicaram

ainda que a suspensão súbita da ingestão de cafeína pode causar fadiga, ansiedade, depressão,

náuseas, vômitos, cefaleia e diminuição da concentração. Já Keiver et al.18 (1997 apud Froes,

Pereira e Negreli, 2002) afirmaram que o uso de cafeína apresenta indícios de influência da

densidade óssea, causando osteoporose. Os autores apontam que o consumo diário de mais de

duas xícaras de café produz este efeito a longo prazo. Dentre outros malefícios encontram-se o

aumento da pressão arterial causado pelo consumo exagerado (CAETANO et al., 2008),

dependência e queimações no estômago (ALVES et al., 2009).

O consumo também está relacionado ao envolvimento dos indivíduos com os produtos

e marcas. Para Sheth et al. (2001, p. 343), o envolvimento é um termo utilizado para definir o

14 Os radicais livres são moléculas liberadas por meio metabolismo com elétrons instáveis e reativos, que podem levar a doenças degenerativas de envelhecimento e morte celular (SINHORINI, 2010). 15 Os antioxidantes são substâncias que ajudam a reduzir os efeitos do estresse e da falta de oxigênio, formando

complexos que atenuam as reações produtoras de radicais livres (CÓRDOVA; NAVAS, 2000). 16 A diabetes tipo 2 é uma doença crônica associada a altas taxas de morbidade e mortalidade prematura (VAN

DAM; HU, 2005, p. 97). 17 JULIANO, L. M.; GRIFFITHS, R. R. A critical review of caffeine withdrawal: empirical validation of symptoms

and signs, incidence, severity, and associated features. Psychopharmacology, v. 176, n. 1, p. 1-29, out. 2004. 18 KEIVER, K.; ELLIS, L.; ANZARUT, A.; WEINBERG, J. Effect of prenatal ethanol exposure on fetal calcium

metabolism. Alcoholism: Clinical and Experimental Research, v.21, n. 9, p.1612-1618, dez. 1997.

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grau de importância que os indivíduos atribuem a um objeto, produto ou serviço para um

cliente19. Mowen e Minor (2003, p. 45), ao estudarem especificamente o envolvimento do

consumidor, afirmaram que este é definido como a importância percebida ou o interesse pessoal

em relação à conquista, ao consumo e à disposição de uma mercadoria, serviço ou ideia.

Segundo Sheth et al. (2001, p. 343), são dois os tipos de envolvimentos presentes na

literatura, (i) envolvimento duradouro e (ii) envolvimento situacional. O primeiro tipo de

envolvimento representa o interesse do cliente por um produto ou serviço em uma base regular.

Já o envolvimento situacional refere-se ao interesse em uma situação específica. Para mensurar

o envolvimento do consumidor no mercado brasileiro, Fonseca e Rossi (1998, p. 11), adaptaram

a escala de Jain e Srinivasan (1990) por meio do método de tradução reversa. A escala resultante

do trabalho de Fonseca e Rossi (1998, p. 11) é apresentada no QUADRO 5.

QUADRO 5 - Escala de envolvimento para aplicação no Brasil

Itens Fator

essencial - não essencial* Relevância

benéfico - não benéfico* Relevância

desnecessário – necessário Relevância

eu não acho prazeroso - eu acho prazeroso Prazer

não emocionante – emocionante Prazer

divertido - não divertido* Prazer

fala aos outros sobre mim (é a minha cara) - não fala aos outros sobre mim (não é a minha cara)*

Simbólico

serve para os outros me julgarem - os outros não o usariam para me julgar* Simbólico

não passa uma imagem de mim para os outros - passa uma imagem de mim para os

outros Simbólico

é realmente irritante fazer uma compra inadequada - não é irritante fazer uma compra

inadequada*

Importância de

risco

uma escolha ruim não seria um transtorno - uma escolha ruim seria um transtorno Importância de

risco

pouco a perder por escolher mal - muito a perder por escolher mal Importância de

risco

ao comprá-lo, estou certo (a) da minha escolha - ao comprá-lo, não estou certo(a) da

minha escolha

Probabilidade de

risco

nunca sei se estou fazendo a compra certa - eu tenho certeza de estar fazendo a compra

certa*

Probabilidade de

risco

eu me sinto um pouco perdido(a) ao escolher isto - eu não me sinto perdido(a) ao escolher

isto*

Probabilidade de

risco

* Nota: itens dispostos inversamente.

Fonte: Adaptado de Fonseca e Rossi (1998).

19 Sheth, Mittal e Newman utilizam em seus textos o termo cliente em substituição a consumidor, por entenderem

que desta forma ampliam o foco de análise, aplicando-se também ao mercado industrial. Com o termo cliente, os

autores referem-se, ainda, aos indivíduos que compram, consumem e pagam pelo produto ou serviço,

representando assim, em um único conceito, os diferentes papéis possíveis de serem desempenhados (SHETH et

al., 2001).

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2.2.3.1.2.4 Conhecimento

Segundo Blackwell et al. (2005, p. 88), o conhecimento, no contexto do comportamento

do consumidor, pode ser definido como o conjunto de informações guardadas na memória sobre

a disponibilidade, características, onde comprar, quando comprar e como utilizar produtos e

serviços. Alba e Hutchinson20 (1987 apud Mowen e Minor, 2003, p. 71) definem o

conhecimento do consumidor como a posse de experiências e informações relativas a

determinados produtos ou serviços.

O conhecimento dos indivíduos influencia fortemente como as decisões são tomadas e

pode determinar a escolha final (BLACKWELL et al., 2005, p. 270). Mowen e Minor (2003,

p. 71) afirmam que, quanto maior o conhecimento do consumidor, maior será o número de

dimensões e distinções na consideração entre alternativas. Segundo os autores, o aumento do

conhecimento dos consumidores torna-os mais organizados, eficientes e precisos no

processamento de informações sobre os produtos ou serviços conhecidos.

Para Blackwell et al. (2005, p. 270), são cinco os tipos de conhecimento dos

consumidores. O primeiro tipo é o da existência do produto: este conhecimento é essencial para

que os consumidores possam incluir os produtos, ou marcas, na formação do conjunto de

alternativas a serem avaliadas na pré-compra. O segundo tipo de conhecimento é o relativo aos

atributos e associações do produto, em que os consumidores, geralmente, identificam

características físicas do produto, assim como benefícios, sentimentos, símbolos e pessoas e,

por meio de associações, estabelecem a imagem do produto ou marca. Outro tipo de

conhecimento indicado por Blackwell et al. (2005) é o da compra que refere-se ao

conhecimento do consumidor sobre o preço do produto, o momento mais adequado para a

compra e onde comprar. Existe ainda o conhecimento de consumo e uso, que refere-se às

informações da memória, de como um produto pode ser consumido e o que é necessário para

utilizá-lo. O último tipo de conhecimento apontado pelos autores é o conhecimento da

persuasão, que está relacionado à identificação, por parte do consumidor, dos objetivos e táticas

utilizadas para persuadi-los.

Já Mowen e Minor (2003, p. 71) classificam os conhecimentos dos consumidores em

três tipos. O primeiro tipo é o objetivo, no qual a informação correta de um tipo de produto fica

armazenada na memória permanente, ou seja, é o quanto os consumidores sabem do produto.

20 ALBA, Joseph W.; HUTCHINSON, J. Wesly. Dimensions of consumer expertise. The Journal of Consumer

Research, v. 13, n. 4, p.411-454, mar. 1987.

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O segundo tipo de classificação do conhecimento proposto pelos autores é o subjetivo, no qual,

a percepção do consumidor sobre o seu conhecimento do produto, ou seja, é o quanto os

consumidores pensam saber do produto. Por fim, os autores indicaram a existência do

conhecimento sobre informações de outras pessoas, é o conhecimento sobre quais pessoas têm

conhecimento do produto.

2.2.3.1.2.5 Atitudes

O conceito de atitudes foi cunhado inicialmente por Allport (1935), sendo considerado

um dos mais importantes no estudo do comportamento do consumidor e da psicologia social.

Segundo o autor, a atitude é “um estado mental e neural de prontidão, organizado através da

experiência, exercendo uma influência direta ou dinâmica da resposta do indivíduo para todos

os objetos e situações que lhe são conexos” (ALLPORT, 1935, p. 784 apud KROSNICK;

JUDD; WITTENBRINK, 2005, p. 22). A atitude resulta de uma experiência direta com o

produto, informações adquiridas de outras pessoas ou da exposição a propagandas devido ao

fato de ser uma predisposição aprendida (GIRALD; MACHADO NETO; SANTOS, 2005).

Com base no pioneiro trabalho de Fishbein21 (1963) e aprimoramentos posteriores, as

atitudes são vistas como avaliações baseadas em três componentes de crenças sobre o objeto

atitude (sentimentos afetivos, comportamentais e intenções) que, por sua vez, influenciam três

modos de resposta, as cognitivas, as afetivas e as comportamentais (ZANNA, 1990). Sheth et

al. (2001) afirmam que as crenças são a base para formação das atitudes e estão na mente das

pessoas, além de serem aprendidas por meio de exposição a informações, produzindo, assim,

respostas conscientes. Bennett e Kassarjian (1975, p. 103) argumentam que as atitudes são

compostas por três componentes, um cognitivo, um afetivo e outro componente conativo. O

primeiro componente é o cognitivo, que “consiste no conjunto de crenças do indivíduo sobre o

objeto” (BENNETT; KASSARJIAN, 1975, p. 104; SOLOMON, 2011). As crenças, de acordo

com Mowen e Minor (2003, p. 141) são constituídas pelo conhecimento e as conclusões do

consumidor sobre os objetos, seus atributos e os benefícios que eles proporcionam. Sheth et al.

(2001, p. 368) afirmam que existem três tipos de crenças: (i) as descritivas, que vinculam uma

pessoa ou objeto a uma qualidade ou resultado; (ii) as avaliativas, que relacionam um objeto a

21 FISHBEIN, Martin. An investigation of the relationships between beliefs about an object and the attitude toward

that object. Human Relations, v. 16, n.1, p. 233-239, 1963.

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preferências, apreciações e percepções pessoais e; (iii) as normativas, que acarretam em juízos

éticos e morais para os atos dos indivíduos.

Conforme Bennett e Kassarjian (1975, p. 104), o segundo componente da atitude é o

afetivo, ou componente de sentimentos, relaciona-se às emoções ligadas ao objeto (bom/mau,

amor/ódio, positivo/negativo, gosta/não gosta). O afeto refere-se à forma como que o

consumidor se sente em relação a um objeto (SOLOMON, 2011).

Finalmente, o terceiro componente da atitude é o conativo, ou ação. Para Sheth et al.

(2001, p. 369), resume-se a uma ação desejada por um indivíduo em relação a um objeto.

Schiffman e Kanuk (2009, p. 173) corroboram com esta definição ao argumentarem que a

conação é a probabilidade ou tendência de uma ação, ou comportamento específico,

empreendido por um indivíduo em relação ao objeto da atitude. Assim como as atitudes são

compostas de três componentes, existem três diferentes formas destes se relacionarem,

estabelecendo assim a hierarquia nas atitudes, ou seja, a sequência de ocorrência dos

componentes da atitude (SHETH et al., 2001, p. 370). A FIG. 6 apresenta as três hierarquias na

atitude.

FIGURA 6: Hierarquia nas Atitudes - Aprendizado, Emoção e Baixo Envolvimento

Fonte: Adaptado de Sheth et al. (2001, p. 370-371).

No primeiro tipo de hierarquia, a de aprendizado, as cognições são o primeiro

componente a ser processado, seguido do afeto e da ação. Nesta hierarquia as pessoas

primeiramente pensam, posteriormente sentem e por último agem (SHETH et al., 2001, p. 370).

Conforme os autores, o segundo tipo, a hierarquia emocional, tem a sequência afeto, ação e

cognição, ou seja, as pessoas utilizam suas emoções para escolher ou evitar um objeto e por fim

com a experiência do uso aprendem sobre ele. Finalmente, no tipo de hierarquia de baixo

envolvimento, as pessoas tomam ações sobre o objeto para posteriormente sentir e pensar

(SHETH et al., 2001, p. 371).

Cognição (pensamento)

Afeto (sentimento)

Conação (ações)

Afeto (sentimentos)

Conação (ações)

Cognição (pensamentos)

Conação (ações)

Afeto (sentimento)

Cognição (pensamentos)

APRENDIZADO

EMOÇÃO

BAIXO

ENVOLVIMENTO III

II

I

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55

Para Kartz22 (1960 apud Mowen e Minor, 2003, p. 142), as atitudes podem exercer

quatro funções para os consumidores: (i) função utilitária: os indivíduos expressam sentimentos

para maximizar as compensações e minimizar as punições recebidas de terceiros; (ii) função de

defesa do ego: protegem os indivíduos de verdades a respeito de si mesmos ou fatos

desagradáveis do mundo; (iii) função de conhecimento: servem como diretrizes para simplificar

a tomada de decisão; (iv) função de valor: os consumidores podem expressar seus valores

centrais e o “conceito do eu” perante os outros.

2.3.3.1.3 Processos psicológicos

Para um completo entendimento das influências do comportamento do consumidor

deve-se ter a compreensão dos processos psicológicos que o cercam (BLACKWELL et al.,

2005, p. 89). Este subitem irá abordar os processos psicológicos básicos: (i) o processamento

da informação; (ii) a aprendizagem e; (iii) a mudança de comportamento e de atitude.

2.3.3.1.3.1 Processamento da Informação

Segundo Blackwell et al. (2005, p. 89) os estudiosos do marketing têm interesse sobre

como os indivíduos recebem, processam e fornecem sentido às comunicações mercadológicas.

O processamento da informação que ocorre na mente dos indivíduos está relacionado à

capacidade cognitiva e à complexidade das informações a serem processadas. Segundo

Schiffman e Kanuk (2009, p. 153), os consumidores processam as informações dos produtos

por meio dos atributos, comparações entre as marcas ou combinações destes fatores.

McGuire (1976), ao avaliar o processamento de informação, argumentou que a divisão

em etapas é relativamente arbitrária, entretanto, necessária para tornar possíveis esquemas de

análises. Desta forma, o autor dividiu o processamento de informações em oito etapas. A

primeira etapa é a exposição, na qual o consumidor deve receber a informação e comunicação

persuasiva para ativar os sentidos (BLACKWELL et al., 2005, p. 78). Segundo McGuire (1976,

22 KARTZ, Daniel. The functional approach to attitudes. Public Opinion Quarterly, v. 24, n. 1, p. 163-204, 1960.

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56

p. 303) esta etapa trata dos hábitos da pessoa, que determinam o tipo de informação a que ela

será exposta. A segunda etapa é a atenção (percepção), em que, segundo Blackwell et al. (2005,

p. 78), ocorre a alocação da capacidade de armazenamento e processamento da informação. A

atenção atribuída a determinadas mensagens é resultado da relevância da informação para o

indivíduo. Para Sheth et al. (2001, p .286) a atenção “é o processo pelo qual um indivíduo

seleciona, organiza e interpreta a informação que recebe do ambiente”. A terceira etapa é a

compreensão, estágio em que a mensagem é analisada com as categorias de sentido arquivadas

na memória do indivíduo (MCGUIRE, 1976, p. 303; BLACKWELL et al., 2005, p. 79). O

quarto estágio é a aceitação (concordância), em que as mensagens compreendidas podem

provocar resultados inaceitáveis e serem descartadas, ou não, e serem aceitas. As mensagens

aceitas podem gerar mudanças nas crenças ou atitudes existentes (MCGUIRE, 1976, p. 303;

BLACKWELL et al., 2005, p. 79). O quinto estágio é a retenção, momento em que ocorre a

persuasão e uma nova informação é aceita e guardada na memória para um acesso futuro

(MCGUIRE, 1976, p. 303; BLACKWELL et al., 2005, p. 79). Na sexta etapa, a recuperação,

o consumidor recupera do sistema cognitivo as informações para a decisão, no momento em

que for executá-la (MCGUIRE, 1976, p. 303). O sétimo passo do processamento de

informações é a tomada de decisão, que ocorre com base na informação recuperada e envolve

a escolha e a integração do material recuperado (MCGUIRE, 1976, p. 303). Finalmente, o

último passo é o cumprimento da decisão, neste estágio, são tomadas medidas para cumprir a

decisão, presumivelmente sobre a compra (MCGUIRE, 1976, p. 303).

Schiffman e Kanuk (2009, p. 153) destacam que os indivíduos diferem quanto à

capacidade de formar imagens mentais, e essas diferenças influenciam a capacidade de lembrar

informações. Assim, os autores indicam que a maior experiência do consumidor com uma

categoria de produtos torna maior a capacidade de fazer o uso de informações sobre os produtos.

2.3.3.1.3.2 Aprendizagem

O entendimento do comportamento de consumo aprendido auxilia na explicação de que

gostos e preferências não podem ser considerados estáticos, assim como preconizado na teoria

econômica (BENNET; KASSARJIAN, 1975, p. 43). Karsaklian (2004, p. 83) completa que a

contribuição da aprendizagem reside no entendimento do como os indivíduos desenvolvem a

compreensão do ambiente e a aplicam aos diversos atos de consumo.

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O aprendizado é base do comportamento humano e envolve teorias potencialmente

conflitantes, sustentando assim a dificuldade de uma definição precisa (BENNET;

KASSARJIAN, 1975, p. 42). Para Bennet e Kassarjian (1975, p. 43), o aprendizado ultrapassa

a fronteira dos fatos ou habilidades aprendidas, significa mais do que somente os atos abertos

do indivíduo, que podem ser observados. Segundo os autores, o aprendizado inclui mudanças

no comportamento verbal que podem indicar alterações mais fundamentais em atitudes,

motivos ou até personalidade. Segundo Schiffman e Kanuk (2009, p. 142), a aprendizagem

pode ser entendida como “o processo pelo qual os indivíduos adquirem o conhecimento e a

experiência das compras e do consumo que aplicam ao comportamento futuro relacionado a

isso”. De acordo com Karsaklian (2004, p. 81), pode-se entender por aprendizagem “uma

definição relativamente durável do comportamento em virtude da experiência passada”.

Bennet e Kassarjian (1975, p. 43) apontaram a existência de duas escolas que abordam

as teorias do aprendizado de forma conflitante. As teorias da aprendizagem das duas principais

escolas são apresentadas na FIG. 7.

FIGURA 7: Escolas e teorias da aprendizagem

Fonte: Karsaklian (2004, p. 83).

A primeira escola, behaviorista, defende que o aprendizado é resultado dos hábitos, ou

elos entre estímulos e respostas particulares (BENNET; KASSARJIAN, 1975, p. 44;

SOLOMON, 2011). Suas principais teorias são o condicionamento clássico e o instrumental. A

primeira teoria, o condicionamento clássico, é reconhecida pelas experiências de Ivan Pavlov,

em que é realizado um condicionamento por meio de um processo de associação entre dois

estímulos que permite a um deles, após repetições, adquirir a capacidade de provocar a resposta

que o outro sozinho não poderia desencadear (KARSAKLIAN, 2004, p. 85). A segunda teoria

do behaviorismo, o condicionamento instrumental, ocorre quando o consumidor memoriza

Teorias da aprendizagem

Escola Behaviorista

Escola Cognitivista

Condicionamento Clássico

Condicionamento Instrumental

Aprendizagem Intuitiva

Aprendizagem Associativa

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comportamentos com consequências positivas e descarta os demais (KARSAKLIAN, 2004, p.

87). Para Sheth et al. (2001, p. 301), por meio do condicionamento instrumental as pessoas

aprendem a responder de maneira específica por serem compensatórias, ou seja, é obtida uma

recompensa. Estes princípios do condicionamento instrumental foram elaborados inicialmente

por Burrhus Frederic Skinner (KARSAKLIAN, 2004, p. 87).

A segunda escola, a cognitiva, defende que os indivíduos aprendem as estruturas

cognitivas (BENNET; KASSARJIAN, 1975, p. 44). Segundo Mowen e Minor (2003, p. 72) a

aprendizagem cognitiva “é o processo responsável pelo modo como as pessoas estabelecem

associações entre conceitos, memorizam sequências de conceitos (por exemplo, aprender o

conteúdo de uma lista), resolvem problemas e têm ideias”. Karsaklian (2004, p. 90) afirmou

que no cognitivismo a aprendizagem não é automática, mas um processo de criação sustentado

por formulação de hipóteses e avaliação de resultados. São duas as teorias de aprendizagem

cognitivista. Uma destas teorias é da aprendizagem intuitiva, em que o indivíduo descobre

repentinamente, sem utilização de tentativas e erros, a solução para um problema

(KARSAKLIAN, 2004, p. 91). A autora afirmou ainda que um dos primeiros trabalhos desta

teoria foi de Kohler (1930) com chimpanzés que aprenderam a empilhar caixas, nas quais

subiam para pegar uma banana. A outra teoria cognitivista relacionada é a aprendizagem

associativa. Esta teoria tem como fundamento que os indivíduos recorrem a experiências

passadas para aplicação em novas situações, resultando no “desenvolvimento de um sistema

conceitual completo e generalizável, bem como o estabelecimento de uma categorização interna

que possibilita a distinção das diferenças e das semelhanças” (KARSAKLIAN, 2004, p. 91).

Conforme Bennet e Kassarjian (1975, p. 44), os estudiosos do comportamento devem

ser ecléticos quanto à definição de posicionamento teórico, uma vez que cada escola pode ser

mais adequada em situações específicas em detrimento a outras.

2.3.3.1.3.3 Mudança de comportamento e de atitude

Segundo Sheth et al. (2001, p. 373), o ato de moldar uma atitude refere-se à formação

de atitudes inexistentes, assim como a mudança de atitudes preexistentes.

De acordo com Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007), as modificações nas atitudes

podem ocorrer de diversas formas, por meio da alteração dos seus três componentes: (i)

cognitivo, (ii) afetivo e (iii) conativo. De forma complementar, deve-se ressaltar que os três

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componentes da atitude são interdependentes e mutuamente influenciados (HAWKINS et al.,

2007; SHETH et al., 2001, p. 372). Esta afirmação sustenta que a mudança em um dos

componentes da atitude gera alterações em todos os demais aspectos.

A mudança no componente cognitivo ocorre com uma associação do produto a uma

determinada propriedade, uma vez aceita esta associação, pelo consumidor, as crenças são

alteradas e, isto altera o componente cognitivo, que gera modificação nos demais componentes

e por fim nas atitudes (SHETH et al., 2001, p. 373). Ajzen e Fishbein (2000) afirmam que o

fato das atitudes serem formadas a partir das crenças faz com que qualquer alteração nestas gere

mudanças nas atitudes. A modificação do segundo componente, o afetivo, ocorre quando é

criado um vínculo emocional com o cliente no contexto do produto que está sendo promovido

(SHETH et al., 2001, p. 374). Finalmente, a mudança do terceiro componente, o conativo,

advém da oferta de incentivos, estruturação do ambiente físico, procedimentos de negócios,

determinações governamentais e estruturação de informações, ou seja, sustenta-se na premissa

de que é mais fácil que o consumidor experimente uma amostra e tenha atitude diferente, do

que convencê-lo a pensar ou sentir (SHETH et al., 2001, p. 375).

Já Schiffman e Kanuk (2009, p. 179) afirmam que as mudanças de atitudes são

aprendidas, motivadas pela experiência pessoal, por outras fontes de informação e pela

personalidade. Os autores destacaram a existência de cinco estratégias para a mudança de

atitudes. A primeira, é a mudança da função motivacional básica do consumidor, que consiste

na tentativa de tornar necessidades específicas mais importantes. Nesta estratégia de mudança

de atitudes, as necessidades são trabalhadas segundo as funções das atitudes propostas por Kartz

(1960). A segunda estratégia é a associação do produto a um grupo ou evento admirado,

normalmente, as atitudes são relacionadas a determinados grupos, eventos sociais ou causas.

Para Bennet e Kassarjian (1975, p. 116) os principais influenciadores da mudança de atitudes

são os grupos a que o indivíduo pertence ou almeja pertencer. A terceira estratégia é a resolução

de duas atitudes conflitantes, ela é utilizada para demonstrar ao consumidor que uma atitude

não possui conflito com outra atitude, induzindo assim os indivíduos a atitudes positivas. A

alteração dos componentes multiatributos, é a quarta estratégia de mudança de atitudes proposta

por Schiffman e Kanuk (2009), ela consiste na alteração da avaliação relativa de um atributo e

na alteração da classificação geral das marcas. A última estratégia proposta pelos autores é a

mudança das crenças do consumidor sobre as marcas concorrentes, por meio desta estratégia,

uma marca é comparada a outra, ou a uma categoria de produtos, demonstrando sua

superioridade.

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60

Sheth et al. (2001, p. 379) destacam ainda que as mudanças de atitudes estão

relacionadas às ações dos agentes externos e, em resposta a estas, os processos internos

(aprendizagem e processamento de informações) do indivíduo ocorrem para produzir a

alteração da atitude.

2.3.3.2 Processos de tomada de decisão do consumidor

Blackwell et al. (2005, p. 72) argumentam que, ao abordar o comportamento do

consumidor, a fim de assegurar sucesso em um ambiente hipercompetitivo, as empresas,

independentes de suas características, devem concentrar-se em compreender de que forma os

consumidores realizam suas decisões de seleção de produtos e de compra.

Conforme apresentado anteriormente, o processo que o consumidor permeia na tomada

de decisão é composto de sete estágios, (i) reconhecimento da necessidade, (ii) busca de

informações, (iii) avaliação de alternativas pré-compra, (iv) compra, (v) consumo, (vi)

avaliação pós-consumo e (vii) descarte, conforme apresentado na FIG. 8.

FIGURA 8: Estágios do processo de tomada de decisão dos consumidores

Fonte: Blackwell et al. (2005, p. 73).

2.3.3.2.1 Reconhecimento da necessidade

A identificação do problema, reconhecimento da necessidade, ou ainda, avaliação da

necessidade é o primeiro estágio do processo de decisão da compra. Nesse momento é

identificado que um problema pode ser resolvido, ou uma oportunidade obtida, com a aquisição

Reconhecimento

da necessidade

Busca de

Informações

Avaliação de

Alternativas

Pré-compraCompra

ConsumoAvaliação Pós-

consumoDescarte

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de um determinado produto (MOWEN; MINOR, 2003). Sheth et al. (2001, p. 485) afirmam

que o processo decisório inicia-se com o reconhecimento da necessidade.

Para Blackwell et al. (2005, p. 74), Solomon (2011, p. 328) e Schiffman e Kanuk (2009,

p. 382), o reconhecimento da necessidade ocorre quando é observada uma diferença ente o

estado real em comparação ao estado ideal ou desejado das coisas. Sheth et al. (2001, p. 486)

argumentam ainda que o problema para um cliente não é necessariamente físico, mas “qualquer

estado de privação, desconforto ou falta (seja física ou psicológica) sentido por uma pessoa”.

Desta forma, o reconhecimento do problema é a percepção, pelo cliente, de que precisa comprar

algo para voltar ao estado normal de conforto.

Mowen e Minor (2003, p. 196) acrescentam que “se a satisfação com o estado real

diminui, ou se o nível de estado desejado aumenta para além de um nível considerado crítico,

reconhece-se a existência de um problema que impulsiona o consumidor a agir”. A FIG. 9

ilustra o este processo de discrepância entre o estado real e o ideal.

FIGURA 9: Reconhecimento da necessidade

Fonte: Solomon (2011, p. 328).

Kotler e Armstrong (2007, p. 127) afirmaram que a necessidade pode ser acionada por

estímulos internos, quando é atingido um nível alto suficiente de uma das necessidades normais

da pessoa (fome, sede, sexo) a ponto de tornar-se um impulso. Mowen e Minor (2003, p. 196)

afirmam que o estado de espírito negativo também pode reduzir a satisfação com o estado real.

Já ao abordar a alteração do estado ideal ou desejado, os autores argumentam que este pode ser

afetado por influências como a cultura, subcultura, grupos de referência e tendências de estilos

de vida.

Pode-se também despertar a necessidade por meio de estímulos externos (KOTLER;

ARMSTRONG, 2007). Desta forma, Blackwell et al. (2005, p. 76), afirmam que os

profissionais de marketing não podem criar necessidades, mas podem comunicar e direcionar

Estado Ideal

Estado Real

Ideal

Ideal

Real

Real

NENHUM PROBLEMA RECONHECIMENTO DA OPORTUNIDADE

RECONHECIMENTO DA NECESSIDADE

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as atenções dos consumidores para problemas não percebidos anteriormente. Sheth et al. (2001,

p. 486-488) identificaram que os estímulos externos podem ser encontrados pelos clientes em

três estados mentais: (i) quando já reconheceram o problema e buscam uma solução; (ii) quando

o problema foi reconhecido no passado, mas não constituía uma prioridade no momento da

exposição da solução e; (iii) quando a pessoa não reconheceu a necessidade no passado,

entretanto a exposição ao produto ou solução a faz perceber que resolveria uma condição

percebida agora como problema.

O reconhecimento da necessidade pode ser despertado nos consumidores de café ao

relacionarem aos significados associados ao consumo, assim como as reações provocados no

consumidor. Como estímulos provocados, Sette (2000), ao analisar o consumo da bebida entre

jovens, identificou o poder estimulante do café como motivação para o consumo, além de que

o café é associado a um pequeno intervalo ou relaxamento. Já Quinlan, Lane e Aspinall (1997,

p. 170) afirmaram que a melhoria do humor é um dos efeitos atribuídos aos bebedores de café.

Dórea e Costa (2005, p. 778) legitimam as afirmações de Quinlan et al. (1997) ao discutirem

os benefícios do café para a saúde, afirmaram que o consumo da bebida é utilizado para o

engajamento social, lazer, melhoria do desempenho no trabalho e bem-estar. De forma

semelhante, Pires Neto (2008, p. 62) ao abordar o comportamento do consumidor de café em

pó, realizou análises da pesquisa de tendência de consumo da ABIC, de 2004 a 2007, e verificou

que o consumo é fortemente associado pelos consumidores aos termos “Levanta”, “Anima” e

“Reúne”. O autor analisou ainda que os termos “Esquenta” e “Levanta” possuem similaridade,

assim como “Anima” e “Liga”.

Alguns estudos discutiram o significado do consumo de café para os indivíduos, e os

autores defendem que o café chega a proporcionar efeitos psicológicos (GONÇALVES, 2009,

p. 49). Pires Neto (2008) afirmou que o consumo em casa, com a família, é uma das variáveis

que compõem o hábito de consumo do café. Autores destacam, ainda, que o café é associado

por todos os grupos ao hábito, prazer, família, amizade e trabalho (GONÇALVES, 2009, p. 49;

PIRES NETO, 2008). De acordo com Sette (2000), o hábito de consumir o café, entre os jovens,

é desenvolvido ao ingressar na vida profissional, tornando-se então, nas organizações, a

imagem antítese do prazer e saúde frente à vida moderna e estressante. Arruda, Ferreira e Minim

(2007) realizaram uma pesquisa para identificar o perfil dos consumidores de café residentes

em Viçosa/MG e constataram que as principais motivações para o consumo da bebida foram

relacionadas aos hábitos de consumo, prazer e sabor. O estudo verificou ainda que o café era

associado à descontinuidade da rotina (pausa), tanto no trabalho quanto em casa, além do

potencial de reanimar, relaxar, refletir e interagir com os amigos (ARRUDA et al., 2007;

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ARRUDA et al., 2009; MOORI; BIDO; OLIVEIRA, 2011; FONSECA et al., 2005; SETTE,

2000). O café em algumas ocasiões é consumido devido ao forte apelo social, simbólico,

cultural e místico que possuí (GONÇALVES, 2009, p. 50; SETTE, 2000). Estudos da ABIC

(2010) indicam também que um dos atributos associados ao consumo de café é o fato de que os

consumidores acreditam que faz sentir-se bem e proporciona um momento individual.

Finalmente, Arruda et al. (2007) acrescentou que o café é indicado como o finalizador da

refeição.

2.3.3.2.2 Busca de informações

A busca de informações é a segunda etapa do processo decisório de compra. Após

reconhecer um problema o consumidor precisa de informações adequadas para sua resolução.

Esse é um processo por meio do qual o consumidor pesquisa o ambiente à procura de dados

adequados para tomar uma decisão razoável (SOLOMON, 2011, p. 337). A busca “representa

a ativação motivada de conhecimento armazenado na memória ou a aquisição de informação

do ambiente relacionada à satisfação potencial de necessidade” (BLACKWELL et al., 2005, p.

110). Ela se inicia quando o consumidor percebe que uma necessidade pode ser atendida pela

compra e consumo de um produto (SCHIFFMAN; KANUK, 2009, p. 383). Os autores afirmam

que a busca de informações pode ser realizada por meio das lembranças de experiências

passadas ou, quando não há experiências anteriores, o consumidor deve prover uma busca

extensiva no ambiente externo para fundamentar a sua escolha. Para Blackwell et al. (2005, p.

77), variáveis como personalidade, classe social, renda, tamanho da compra, experiências

passadas, percepção da marca e satisfação dos consumidores definem a extensão e a

profundidade da busca de informação.

Sheth et al. (2001, p. 489) afirmaram que a busca de informações, normalmente, não

inclui todas as marcas existentes. Os autores argumentam ainda que os clientes realizam a

consideração das marcas de acordo com alguns conjuntos: (i) conjunto conhecido; (ii) conjunto

evocado e (iii) conjunto considerado. O conjunto conhecido é constituído pelas marcas que o

cliente tem conhecimento. O conjunto evocado são as marcas de que o cliente se lembra no

momento de tomar a decisão. Entretanto, algumas marcas podem não satisfazer às necessidades

dos clientes, constituindo assim, um subconjunto de marcas eliminadas da decisão. As marcas

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remanescentes compõem o conjunto considerado, aquelas que o cliente considerará na compra.

A FIG. 10 apresenta o conjunto conhecido e seus elementos.

FIGURA 10: Conjunto conhecido, evocado e considerado

Fonte: Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 490).

Blackwell et al. (2005, p. 76) destacaram que a busca de informações e soluções para

satisfazer as suas necessidades pode ser interna ou externa. A busca interna é realizada através

da recuperação do conhecimento na memória, já a busca externa é realizada por meio da coleta

de informações entre os pares e no mercado (BLACKWELL et al., 2005, p. 76).

Kotler e Armstrong (2007, p. 127) indicaram que as fontes com as quais o consumidor

pode obter informações são: (i) fontes pessoais (família, amigos, vizinhos, conhecidos), (ii)

fontes comerciais (propaganda, vendedores, sites, distribuidores, embalagens, vitrines), (iii)

fontes públicas (mídia de massa, organizações de índice de consumo, buscas na internet) e (iv)

fontes experimentais (manuseio, exame, utilização do produto). Já Blackwell et al. (2005, p.

77) categorizaram as fontes de informação entre (i) fontes dominadas pelo profissional de

marketing (fabricante, varejista) e (ii) fontes dominadas por outros indivíduos (não

mercadológicas). Para Kotler e Armstrong (2007, p. 127), a influência das fontes de

informações varia de acordo com o produto e o comprador, contudo, as fontes mais influentes

tendem a ser as pessoais ou não dominadas por profissionais de marketing.

Schiffman e Kanuk (2009, p. 384) apontaram alguns fatores que tendem a aumentar a

busca de informação dos consumidores. Estes fatores foram descritos no QUADRO 6.

Conjunto conhecido

(todas as marcas consideradas)

Conjunto evocado

(marcas lembradas)

Conjunto considerado

(marcas consideradas)

Marcas não consideradas

Marcas não lembradas

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65

QUADRO 6 - Fatores que tendem a aumentar a busca de informações

Fatores Tipos Variáveis

Fatores do Produto

Longo tempo de compras (produto de longa duração ou pouca frequência de uso)

Frequentes mudanças no estilo do produto

Frequentes alterações de preço

Compra de grande quantidade (grande número de unidades)

Preço elevado

Muitas marcas alternativas

Muita variação nas características

Fatores

Situacionais

Experiência

Primeira compra do produto

Sem experiência prévia porque o produto é novo

Experiência passada insatisfatória dentro da categoria do produto

Aceitabilidade

Social

A compra é para presente

O produto é socialmente visível

Fatores

Situacionais

Considerações

relativas ao

valor

A compra é discricionária em vez de necessária

Todas as alternativas têm consequências desejáveis e indesejáveis

Os membros da família discordam quanto aos requisitos do produto ou quanto à

avaliação das alternativas

A utilização do produto diverge de importantes grupos de referência

A compra envolve considerações ecológicas

Muitas fontes de informações conflitantes

Fatores do

consumidor

Características

demográficas

do consumidor

Bem-educado

Renda elevada

Ocupação administrativa

Menos de 35 anos de idade

Personalidade

Pouco dogmático

Percebedor de baixo risco (classificador liberal)

Outros fatores pessoais como alto envolvimento com o produto e prazer em

comprar e buscar

Fonte: Schiffman e Kanuk (2009, p. 384).

2.3.3.2.3 Avaliação de alternativas pré-compra

Neste estágio, os consumidores comparam as opções identificadas como potencialmente

adequadas para resolver o problema que iniciou o processo decisório (MOWEN; MINOR,

2003, p. 201). Os autores apontam ainda que, neste momento, os consumidores constituem

crenças, atitudes e intenções consideradas sobre as alternativas em avaliação. Para Sheth et al.

(2001, p. 579), nesta etapa ocorre a classificação dos fornecedores. Kotler e Armstrong (2007,

p. 128) completam que o consumidor processa as informações de determinadas maneiras para

chegar à escolha. A FIG. 11 apresenta um resumo da estrutura da avaliação das alternativas pré-

compra.

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66

FIGURA 11: Processo de avaliação pré-compra

Fonte: Blackwell et al. (2005, p. 116).

Para Blackwell et al. (2005, p. 116) raramente o consumidor leva em consideração todas

as alternativas no processo decisório, o que ocorre, normalmente, é a formação de um conjunto

de produtos ou marcas no processo de avaliação.

A TAB. 1 apresenta informações do tamanho médio do conjunto considerado de acordo

com algumas categorias de produtos.

TABELA 1 - Tamanho médio dos conjuntos considerados

Categoria de Produto

Tamanho médio dos

Conjuntos de

Consideração

Categoria de Produto

Tamanho médio

dos Conjuntos de

Consideração

Analgésico 3,5 Pratos congelados 3,3

Antiácido 4,4 Inseticidas 2,7

Spray purificador de ar 2,2 Sabão em pó 4,8

Sabão em barra 3,7 Laxantes 2,8

Desinfetante 5,7 Pasta de amendoim 3,3

Cerveja 6,9 Lâminas de barbear 2,9

Alvejante 3,9 Xampu 6,1 Pimenta 2,6 Descongestionante nasal 3,6

Café 4,0 Sabonete 4,8

Biscoitos 4,9 Refrigerante 5,1

Desodorante 3,9 Iogurte 3,6

Fonte: Hauser e Wernerfelt23 (1990 apud Blackwell, Miniard e Engel, 2005, p. 117), grifo nosso.

Grande parte do esforço realizado para uma decisão de compra está neste estágio, uma

vez que diversas opções são ofertadas aos consumidores (SOLOMON, 2011). Para avaliar as

alternativas e fornecer subsídios para a escolha final, o consumidor deve realizar avaliações

23 HAUSER, John R.; WERNEFELT, Birger. An evaluation cost model of consideration sets. Journal of Consumer

Research, v. 16, n. 4, p. 393-408, mar. 1990.

Formação do Conjunto de Consideração

Avaliação de Alternativas

Confiar em Avaliações Preexistentes Contrução de Avaliações

Processo FragmentadoProcesso Categórico

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acerca dos produtos e marcas disponíveis. De acordo com Blackwell et al. (2005, p. 120), para

isso o consumidor pode utilizar-se de duas formas de avaliação: (i) confiar nas avaliações

preexistentes do produto, armazenadas na memória ou; (ii) construir novas avaliações baseadas

nas informações adquiridas pela busca interna ou externa. A primeira opção ocorre quando o

consumidor possui experiências anteriores e resgata as informações na memória, podendo

avaliar alternativas em curto tempo. Em outras situações, o consumidor não possui avaliações

anteriores, ou possui e escolhe não utilizá-las, sendo, portanto, necessária a avaliação das

alternativas disponíveis.

Conforme Blackwell et al. (2005, p. 121), existem dois processos básicos para

construção das avaliações. Os autores destacam que o primeiro é o processo de categorização,

no qual a avaliação depende da categoria em particular do produto, conforme o produto for

relacionado a uma categoria em particular, recebe uma avaliação dessa categoria. O segundo

processo para construção das avaliações é denominado processo por partes, ou fragmentado.

Ele utiliza partes de informações para construir uma avaliação de alterativas. Para isso, o

consumidor seleciona um critério particular ou as dimensões do produto a serem utilizadas,

avalia o seu grau de existência no produto e realiza os julgamentos (BLACKWELL et al., 2005,

p. 121).

Para o mercado de cafés alguns estudos já indicaram as principais variáveis

consideradas na avaliação das alternativas de compra. Spers, Saes e Souza (2004) realizaram

um estudo com o objetivo de caracterizar e definir o comportamento do consumidor de café nos

mercados de Belo Horizonte e São Paulo. Como resultados encontraram que os principais

atributos que levam a compra são “ter o selo de pureza da ABIC”, o “sabor”, a “marca”, a

“qualidade” e o “preço”, nessa ordem de importância. No estudo foi apontado ainda que a

principal variável identificada pelos consumidores e relacionada ao processo de produção do

café foi ser livre de agrotóxicos.

Outros autores realizaram pesquisas semelhantes e avaliaram a percepção dos

consumidores sobre a importância de “promoções (descontos, brindes, degustação)”, “preço”,

“qualidade”, “posicionamento na gôndola”, “marca”, “tradição da marca”, “sabor”, “aroma”,

“selo de pureza”, “rendimento do pó”, “qualidade”, “cor”, “ponto de torra”, “origem”,

“degustações e propagandas”, “promoções” e a “embalagem” (SANTOS; BITENCOURT,

2005; GONÇALVES, 2009, p. 38; ARRUDA et al., 2009; LUNA; SETTE; SALAZAR, 2001,

p. 2148; LEME; MÁRIO; ANTONIALLI, 2006).

Ao analisar a percepção dos consumidores sobre as embalagens do café, Arruda et al.

(2007) não encontraram consumidores que valorizaram a embalagem e o local de compra. Já

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Della Lucia et al. (2007), realizaram pesquisa para avaliar os fatores da embalagem de cafés

orgânicos torrado e moído que interferem na intenção de compra do consumidor e constataram

que mais de 55,5% dos consumidores realizam a leitura da embalagem sempre ou

frequentemente e observam nos rótulos a marca, o preço, prazo de validade, informações

nutricionais, informações sobre ingredientes e informações sobre aditivos. Os autores

concluíram ainda que a embalagem e o rótulo influenciaram no comportamento de compra do

café orgânico e podendo atingir o mesmo grau de importância que as características de

qualidade durante a escolha (DELLA LUCIA et al., 2007).

De acordo com Spers e Saes (2006, p. 358) os cafeicultores brasileiros têm desenvolvido

estratégias para criar diferenciação de produtos por meio da criação de cafés com "origens da

fazenda", "cafés orgânicos", "café com certificado de boas práticas agrícolas". Os autores

identificaram ainda que os consumidores estariam dispostos a desembolsar valores superiores

por cafés de qualidade. Della Lucia et al. (2007) identificaram que a existência de informações

como "produto isento de agrotóxicos" e "não agredi o meio ambiente" na embalagem,

aparentemente, agradou os consumidores e influencia a decisão de compra.

De forma complementar aos estudos e variáveis apresentadas, Pires Neto (2008, p. 75),

ao realizar pesquisa no mercado de Belo Horizonte e São Paulo, identificou três clusters de

consumidores distintos em relação aos atributos considerados importantes na decisão de compra

do café. O primeiro grupo encontrado considera essencialmente, para decisão, o tipo do café.

O segundo cluster considera a embalagem como o mais importante. Já o terceiro agrupamento

de consumidores leva em consideração a marca do produto e a embalagem.

Após elencar as variáveis utilizadas no processo decisório, para realizar os julgamentos,

os consumidores utilizam diferentes regras de decisão, também denominadas heurísticas,

estratégias de decisão e estratégias de processamento da informação (SCHIFFMAN; KANUK,

2009, p. 387). Blackwell et al. (2005, p. 122) e Sheth et al. (2001, p. 500) afirmaram que de

forma ampla estas estratégias podem ser divididas em dois grupos, as não compensatórias e as

compensatórias.

As estratégias de avaliação não compensatórias são aquelas em que “os atributos

considerados inferiores não podem ser compensados pelos demais atributos” (BLACKWELL

et al., 2005, p. 122). Schiffman e Kanuk (2009, p. 388) indicam que nas estratégias não

compensatórias os atributos com avaliação negativa não podem ser compensados por outros.

De acordo com Sheth et al. (2001, p. 502) são quatro os modelos não compensatórios mais

comuns e úteis. O primeiro é a estratégia lexicográfica, em que é realizada a comparação das

marcas a partir do atributo considerado mais importante. A marca percebida como superior é

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selecionada, se ocorrer um empate passa-se para o próximo atributo na escala de importância e

uma nova comparação é realização. Caso persista o empate, este processo continua até que não

exista mais empate (BLACKWELL et al., 2005, p. 123). O segundo modelo, a estratégia de

eliminação por aspecto, assemelha-se à estratégia lexográfica, entretanto o consumidor impõe

um limite para o atributo, se apenas uma marca atender a tal limite será a escolhida, se mais de

uma marca atender passa-se para o próximo atributo mais importante (SHETH et al., 2001, p.

505). O terceiro modelo é a estratégia conjuntiva, assim como na estratégia de eliminação por

aspecto, limites mínimos são definidos para os atributos considerados importantes, entretanto,

as marcas são avaliadas em todos os atributos elencados. A marca que atingir o limite em todos

os atributos será escolhida. Se nenhuma marca atender os requisitos, mudanças devem ser

realizadas nestes, a estratégia de avaliação deve ser alterada ou a escolha adiada

(BLACKWELL et al., 2005, p. 123). O último modelo, é a estratégia disjuntiva, nela o

consumidor estabelece um nível mínimo aceitável como ponto de corte para cada atributo, se

uma opção atender ou exceder este corte para qualquer atributo será aceita (SCHIFFMAN;

KANUK, 2009, p. 388).

O segundo grupo de estratégias para a avaliação das alternativas é o das compensatórias.

Segundo Sheth et al. (2001, p. 500), no modelo compensatório o cliente considera todos os

atributos e compensa mentalmente os pontos fracos de alguns aspectos com pontos fortes de

outros, ou seja, os consumidores não estarão necessariamente rejeitando uma opção por

apresentar indicadores baixos em algum dos atributos específicos (MOWEN; MINOR, 2003,

p. 204). São dois os tipos de estratégias que compõem esse grupo, a aditiva simples e aditiva

proporcional. O primeiro tipo de estratégia compensatória de avaliação é o grupo da aditiva

simples, nela “o consumidor simplesmente soma ou subtrai o número de vezes em que cada

alternativa é julgada favorável em termos de conjunto de critérios salientes de avaliação”

(BLACKWELL et al., 2005, p. 124). Desta forma, é escolhida a opção que tem o maior número

de atributos positivos e o mínimo de negativos (SHEHT et al., 2005, p. 500). Nesse tipo de

estratégia, pesos de importância dos atributos são igualados. No segundo tipo, estratégias

aditivas proporcionais, o consumidor realiza julgamentos mais precisos sobre o desempenho

das alternativas, pois estabelecem-se pesos para que cada atributo reflita a sua importância

percebida (BLACKWELL et al., 2005, p. 125). Sheth et al. (2001, p. 501) completa que, para

praticar esta estratégia, o decisor estima o grau em que a alternativa possui cada atributo

positivo ou negativo.

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70

2.3.3.2.4 Compra

Posteriormente à avaliação das alternativas disponíveis, o consumidor deve realizar a

escolha (SOLOMON, 2011). Nesta etapa o consumidor decide comprar ou não, quando, o que

(tipo de produto e marca), onde comprar e como pagar (BLACKWELL et al., 2005, p. 133).

Para compreender o processo de compra neste estágio, faz-se necessário subdividir este

estágio em três fases (SHETH et al., 2001, p. 509). A FIG. 12 apresenta os três fases do estágio

de compra no processo decisório.

FIGURA 12: Fases do estágio de compra no processo decisório

Fonte: Sheth et al. (2001, p. 509).

A primeira fase, identificação da escolha, ocorre quando o cliente identifica a alternativa

preferida, com base no processo de avaliação de alternativas. Na segunda fase, o cliente forma

a intenção de compra (uma determinação de que a pessoa compraria aquele produto ou serviço).

Em sequência, a compra é implementada, os termos da transação são ajustados, busca-se e

obtêm-se do vendedor a transferência de direito ou título, paga-se pelo produto ou serviço e é

garantida a posse do produto ou o compromisso de serviço do vendedor (SHETH et al., 2001,

p. 509).

Blackwell et al. (2005, p. 133) indicam que os consumidores podem também abortar o

processo de comprar por diversas razões, como a alteração de motivações ou circunstâncias,

novas informações ou a falta de disponibilidade do produto.

Segundo Schiffman e Kanuk (2009, p. 392), são três os tipos de compras que os

consumidores realizam: (i) compras de experiência: quando é a primeira vez que o consumidor

compra um produto (marca), em quantidade reduzida, para realizar um teste; (ii) compras

repetidas: quando o consumidor possui experiência suficiente e está disposto a comprar o

Identificação

da escolha

Intenção

de compra

Implementação

da compra

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produto novamente e em maiores quantidades; (iii) compras de comprometimento de longo

prazo: o consumidor, geralmente, parte diretamente para a compra sem oportunidade de

experimentação efetiva.

Já Blackwell et al. (2005, p. 133), afirmam que a decisão de compra pode conduzir a

três tipos de compras: (i) a compra totalmente planejada: é aquela em que o produto e a marca

são escolhidos antecipadamente; (ii) compra parcialmente planejada: existe intenção de compra

para o produto, entretanto a escolha da marca é adiada até o momento da compra; (iii) compra

não planejada: o produto e a marca são escolhidos no ponto de venda, no momento da compra.

2.3.3.2.5 Consumo

Mowen e Minor (2003, p. 218) definiram a experiência de consumo como “o conjunto

de conhecimentos e sentimentos experimentados por uma pessoa durante o uso de um produto

ou serviço”.

A efetivação da compra não determina o fim do processo decisório do consumidor. De

acordo com Hawkins et al. (2007), para muitos produtos e a maioria dos serviços, a decisão de

compra e a de consumo são realizadas simultaneamente. Entretanto, Blackwell et al. (2005, p.

83) argumentam que o consumo pode ocorrer em um momento distinto da compra. De acordo

com os autores, esse entendimento é importante por revelar quanto os consumidores comprarão

desse produto no futuro e quão cuidadosos são ao utilizar ou estocar o produto, dessa forma é

possível identificar o tempo que ele durará até que outra compra seja necessária.

Giglio (2010, p. 148) destaca que compreender as situações de utilização do produto é

importante. Por meio desta compreensão torna-se possível orientar sobre o uso adequado do

produto e revelam-se oportunidades a serem exploradas. Mowen e Minor (2003, p. 218)

corroboram com esta afirmação ao argumentarem que a observação da maneira de consumo

pode levar ao desenvolvimento de novas ofertas de mercado, assim como à prevenção de

problemas oriundos do uso.

Blackwell et al. (2005, p. 167) afirmam que faz-se necessário entender e caracterizar o

comportamento de consumo por meio de algumas dimensões importantes. A FIG. 13 apresenta

algumas destas dimensões importantes.

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72

FIGURA 13: Dimensões do Consumo

Fonte: Blackwell et al. (2005, p. 168).

São quatro as dimensões do consumo relacionadas por Blackwell et al. (2005). A

primeira dimensão é o “quando consumir”. Os autores argumentam que é necessário

compreender quando o consumo ocorre, o que, conforme indicado anteriormente, pode

acontecer em momento distinto da compra (BLACKWELL et al., 2005, p. 168). Outra variável

relacionada ao quando é a hora do consumo, que pode revelar comportamentos específicos dos

indivíduos. A segunda dimensão, “onde consumir”, é relevante para compreensão do

comportamento, uma vez que o consumo pode ocorrer dentro ou fora de casa (BLACKWELL

et al., 2005, p. 170). Como o consumo ocorre é a terceira dimensão, algumas pessoas podem

comprar o mesmo produto, contudo, podem consumi-lo de forma diferente. A finalidade do

consumo pode condicionar à preferência por determinadas marcas (BLACKWELL et al., 2005,

p. 168). Por fim, a última dimensão do consumo proposta pelos autores está relacionada à

quantidade consumida, que torna-se importante a medida que as empresas possam desenvolver

estratégias para o seu aumento (MOWEN; MINOR, 2003, p. 219). Segundo Blackwell et al.

(2005, p. 172) este conhecimento pode, também, ser utilizado para gerar segmentações por

volume de uso: (i) grandes usuários (apresentam altos níveis de consumo de produtos); (ii)

usuários moderados (estão entre os grandes e pequenos usuários); (iii) pequenos usuários:

(consomem pequenas quantidades de um produto).

Em pesquisa realizada por Gonçalves (2009, p. 37), verificou-se que os não

consumidores adotam como produtos substitutos o suco, leite, chás, refrigerante e cevada. Pires

Neto (2008, p. 72), verificou uma queda no consumo de café e, em contrapartida, um aumento

Toda a População

Não Usuários

Usuários

Quando é

Consumido?

Onde é

Consumido?

Como é

Consumido?

Quanto é

Consumido?

Proximidade da Compra

Hora do dia

Situação A

Situação B

Uso 1

Uso 2 Usuário Pesados

Usuários Moderados

Usuários Leves

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73

da adoção de bebidas como achocolatados, sucos. Dados da pesquisa ABIC (2010)

corroboraram com os autores, indicando com principais produtos substitutos a água,

refrigerantes, leite, sucos (em pó e natural), vitaminas.

Mowen e Minor (2003), ao abordarem a fase de consumo, afirmaram que são três os

fatores importantes na avaliação do uso do produto. O primeiro fator, a frequência de consumo,

é importante de ser observado por revelar se os produtos são usados continuamente ou de forma

descontinuada. O segundo fator é a quantidade de consumo, que é refletido nas dimensões de

consumo apresentadas por Blackwell et al. (2005). O último fator é o propósito do consumo,

que se relaciona ao como consumir apresentado nas dimensões de consumo de Blackwell et al.

(2005). Mowen e Minor (2003, p. 219) afirmam que o propósito do consumo está diretamente

relacionado à ocasião de consumo do produto, ou, onde consumir.

Ao abordar especificamente o consumo de café Pompei (2007, p. 53) realizou pesquisa

e identificou que o principal local de consumo para o café é a casa, seguido do trabalho e rua.

De forma semelhante, Gonçalves (2009, p. 49) verificou que o café é consumido nos intervalos

do trabalho ou estudo, assim como em casa, com a família. Entre os principais tipos de cafés

consumidos, a pesquisa de tendência de consumo da ABIC (2010), indicou o café

“moído/coado/filtrado” continua sendo a preferência dos brasileiros (97% dos entrevistados),

seguido pelos cafés “instantâneo/solúvel”, “expresso” e o “cappuccino”.

Outra importante questão relacionada ao consumo do café a sua associação com o

cigarro. Sette (2000) realizou pesquisa com jovens entre 18 e 23 anos, residentes na cidade de

São Paulo, e identificou que o café é, normalmente, relacionado por esta classe ao cigarro, pois

aprenderam em casa com pais e avós. Contrariamente, Arruda et al. (2007) constataram que os

consumidores não reconheceram a associação do café ao cigarro. Apesar disto, dados da

pesquisa ABIC (2010) apontam que 11% dos consumidores citaram que iniciaram o consumo

de café para acompanhar o cigarro.

2.3.3.2.6 Avaliação pós-consumo

Segundo Solomon (2011), o comportamento pós-consumo é consequência do processo

de aprendizagem do consumidor no decorrer das fases anteriores do processo de compra: (i)

reconhecimento da necessidade, (ii) busca de informações, (iii) a avaliação de alternativas pré-

compra, (iv) compra e (v) consumo.

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74

Blackwell et al. (2005, p. 83) afirmam que, no estágio de avaliação pós-consumo, os

consumidores têm as sensações de satisfação ou insatisfação. Os autores definem a satisfação

como a percepção de que o desempenho atendeu as expectativas e a insatisfação como a

frustração em relação às expectativas. Mowen e Minor (2003, p 221) definem a satisfação do

consumidor como “a atitude referente a um produto ou serviço após a sua compra e uso”. É

importante o vendedor monitorar os fatores utilizados na avaliação do comprador para garantir

o nível esperado de satisfação (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 153).

Desta forma, Schiffman e Kanuk (2009, p. 393) afirmam que os consumidores avaliam

o desempenho à luz das suas expectativas. Conforme os autores, nesta avaliação são três as

possibilidades de resultados: (i) o desempenho real atende as expectativas, conduzindo a um

sentimento neutro; (ii) o desempenho supera as expectativas e gera o sentimento de satisfação;

(iii) desempenho abaixo do esperado, que leva à insatisfação.

Sheth et al. (2001) indicaram que a avaliação pós-consumo, ou experiência pós-compra,

é constituída por quatro passos. O primeiro passo é a confirmação da decisão, momento em que

o consumidor que confirmar a sensatez da decisão tomada e evitar a dissonância cognitiva24. O

segundo passo da avaliação pós-consumo é a avaliação da experiência, momento em que os

consumidores tendem a avaliar o produto, entretanto, diversas vezes os clientes não possuem

motivação para avaliar o produto no momento do consumo. O terceiro passo é a satisfação ou

insatisfação. O último passo apontado pelos autores é a resposta futura. A resposta futura pode-

se traduzir em três formas, o abandono (decisão de não comprar mais o produto), a reclamação

(o cliente fica insatisfeito e reclama podendo dar à marca ou empresa uma nova oportunidade)

ou a lealdade (atitude em relação à marca que conduz a recompra).

2.3.3.2.7 Descarte

O descarte é a última etapa do processo de decisão. De acordo com Blackwell et al.

(2005, p. 86) os consumidores podem realizar o descarte completo, reciclagem ou revenda do

produto.

24 A dissonância cognitiva é a tensão entre dois pensamentos opostos, normalmente manifestada após o cliente

realizar a compra de algo e não ter a convicção de ter realizado a escolha correta (SHETH et al., 2001, p. 769).

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75

Solomon (2011) aponta que o descarte pode ocorrer por dois motivos, (i) quando o

produto já cumpriu completamente sua função ou (ii) porque ele não se enquadra mais na forma

com que o consumidor se vê.

Larentis (2012) aponta que a preocupação com o descarte vem ganhando força nos

últimos anos, isto em função do aumento da consciência ecológica, do consumo consciente, das

ações de sustentabilidade que apoiam a reciclagem, do uso consciente de produtos e da logística

reversa.

Para Blackwell et al. (2005, p. 87), em algumas situações a reciclagem e a preocupação

ambiental influenciam a forma de descarte do produto. Peattie e Charter (2005, p. 536)

argumentam que um importante papel que o marketing precisará desempenhar no futuro é

fornecer métodos mais sustentáveis de viver e consumir.

A presente pesquisa estudou o comportamento dos consumidores de café com foco nos

estágios de reconhecimento da necessidade, busca de informações, avaliação de alternativa pré-

compra, compra e consumo. Não constituem-se como parte do estudo os estágios de avaliação

pós-consumo e descarte por uma definição arbitrária: entendeu-se que esta definição fazia-se

necessária com a finalidade de focar algumas questões específicas dos estágios indicados, de

forma relacionada aos objetivos da pesquisa e com intuito de tornar a operacionalização da

pesquisa viável, uma vez que a consideração de todas as etapas tornaria a pesquisa de campo

extensa e desgastante para os entrevistados.

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76

3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta os aspectos metodológicos empregados na pesquisa com a

finalidade de atender aos propósitos do estudo. São abordados o tipo de pesquisa e metodologia

empregada, a determinação da população, a descrição dos procedimentos de amostragem e os

procedimentos e técnicas de análise dos dados coletados.

3.1 Tipo de pesquisa e metodologia

Esta pesquisa utilizou uma abordagem posicionada no funcionalismo como paradigma

dominante.

Kuhn (1962, p. 8 apud Collins e Hussey, 2005, p. 54), afirma que os paradigmas são

“realizações científicas universalmente reconhecidas que, por um certo tempo, fornecem

problemas e soluções-modelo para uma comunidade de profissionais”. Gioia e Pitre (1990)

definiram o paradigma como uma perspectiva geral, ou, forma de pensar que reflete crenças e

pressupostos sobre a natureza das organizações.

Burrell e Morgan (1979) sintetizaram os possíveis posicionamentos paradigmáticos do

campo científico por meio da sobreposição de dois eixos. O primeiro representa os pressupostos

metateóricos sobre a natureza da ciência, de forma a opor a ciência “objetivista” (que busca a

explicação do mundo social, por meio da identificação de regularidades e relações de causa e

efeito) à ciência “subjetivista” (que não vislumbra a identificação de regularidade no mundo

social, mas a interpretação ou significado dado pelo pesquisador). O segundo eixo simboliza as

premissas metateóricas sobre a natureza da sociedade, contrastando uma sociologia da

“regulação” (que refere-se às teorias que estão preocupadas principalmente com a explicação

da sociedade em termos que enfatizam a sua unidade e coesão) a uma da “mudança radical”

(que está preocupada em encontrar explicações para a mudança radical, modos de dominação e

contradições estruturais e a emancipação do homem das estruturas que limitam o

desenvolvimento do seu potencial).

A proposição dos autores para classificação do campo cientifico é representada pela

FIG. 14.

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77

FIGURA 14: Paradigmas para a análise da teoria social

Fonte: Burrell e Morgan (1979, p. 22).

Desta forma, Burrell e Morgan (1979), distribuíram o campo científico em quatro

paradigmas: funcionalismo, interpretativismo, humanismo radical e estruturalismo radical.

Apesar da existência de teorias sociais que aderem a cada um desses extremos, há

suposições de muitos cientistas sociais que circulam entre eles, pois cada paradigma envolve

uma gama de territórios intelectuais, representando posicionamentos mais extremos em termos

de uma ou duas dimensões (BURRELL; MORGAN, 1979).

O paradigma funcionalista, posicionamento desta pesquisa, situado nos eixos objetivista

e regulador constitui um quadro dominante da sociologia acadêmica e no estudo das

organizações (BURRELL; MORGAN, 1979; VERGARA; CALDAS, 2005). Para os

funcionalistas as organizações são objetos tangíveis, concretos e objetivos (VERGARA;

CALDAS, 2005).

Burrell e Morgan (1979) completam que o funcionalismo se caracteriza pelo interesse

em dar explicações do status quo, da ordem social, da integração social, da solidariedade e da

necessidade de satisfação e atualização, abordando assuntos sociológicos gerais sob o ponto de

vista que tende a ser realista, positivista, determinista e nomotético.

Subjetivo Objetivo

Sociologia da mudança radical

Sociologia da regulação

Humanista RadicalEstruturalista

Radical

Interpretativista Funcionalista

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78

De acordo com Collis e Hussey (2005, p. 23), uma pesquisa pode ser classificada

conforme o seu objetivo, processo, lógica e resultado. O QUADRO 7 ilustra os principais

caminhos possíveis para a pesquisa em Administração.

QUADRO 7 - Classificação dos principais tipos de pesquisa

Tipo de Pesquisa Base de classificação

Pesquisa exploratória, descritiva, analítica ou preditiva Objetivo da pesquisa

Pesquisa quantitativa ou qualitativa Processo da pesquisa

Pesquisa dedutiva ou indutiva Lógica da pesquisa

Pesquisa aplicada ou básica Resultado da pesquisa

Fonte: Collins e Hussey (2005, p. 23).

Desta forma, a presente pesquisa pode ser definida como descritiva, quantitativa,

dedutiva e aplicada.

Quanto ao objetivo, a presente pesquisa classifica-se como descritiva, uma vez que

busca delinear as características dos consumidores de café, identificando e obtendo informações

a partir de dados primários (COLLINS; HUSSEY, 2005, p. 24; SAMARA; BARROS, 2007, p.

50). De acordo com Malhotra (2012, p. 61), as pesquisas descritivas buscam: (i) descrever as

características de grupos relevantes; (ii) estimar a porcentagem de unidades em uma população

específica; (iv) estabelecer em que grau estão associadas as variáveis de marketing; (v) fazer

previsões específicas.

Segundo Gil (2010):

“Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as

características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de

escolaridade, estado de saúde física e mental, etc. Outras pesquisas deste tipo são as

que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma

comunidade, as condições de habitação de seus habitantes, o índice de criminalidade

que aí se registra, etc. São incluídas neste grupo as pesquisas que têm como objetivo

levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população. Também são pesquisas

descritivas aquelas que visam descobrir a existência de associações ente variáveis,

como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência

político-partidária e nível de rendimentos ou de escolaridade” (GIL, 2010, p. 42).

As pesquisas descritivas podem ser concebidas de formas diversas em relação à

quantidade de momentos no tempo utilizados para a coleta de dados. Para Sampieri, Collado e

Lucio25 (1991 apud Freitas et al., 2000, p. 106) a quantidade de momentos ou pontos no tempo

para a coleta dos dados pode ser determinada por um corte longitudinal (coleta de dados ocorre

25 SAMPIERI, C. Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, Pilar Baptista. Metodología dela

investigación. Naucalpan de Juárez: McGraw-Hill, 1991.

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79

ao longo do tempo em momentos ou pontos especificados para estudar a evolução, mudança ou

relação entre variáveis) ou transversal (coleta de dados ocorre em somente um período no

tempo, objetivando a descrição e análise do estado das variáveis em um dado momento). Esta

pesquisa valeu-se da primeira concepção, o corte transversal, em sua forma simples, em que

ocorre a extração de uma amostra da população-alvo e as informações são coletadas dessa

amostra somente uma vez (MALHOTRA, 2012, p. 62).

Quanto ao processo de pesquisa, este estudo emprega um método quantitativo. A

pesquisa quantitativa busca a quantificação de dados e, geralmente, emprega análises

estatísticas, para resumir as informações (MALHOTRA, 2012, p. 110; COLLINS; HUSSEY,

2005, p. 24). Em relação à lógica e resultado, a presente pesquisa caracteriza-se como dedutiva

e aplicada, visto que uma estrutura conceitual e teórica foi constituída para posteriormente ser

testada (COLLINS; HUSSEY, 2005, p. 27).

3.2 População e amostra da pesquisa

De acordo com Aaker, Kumar e Day (2004, p. 377) e Collis e Hussey (2005, p. 62), a

população pode ser definida como um conjunto de sujeitos que possuem algumas características

comuns em relação ao problema de pesquisa de marketing. A população desta pesquisa foi

constituída por indivíduos consumidores de café e residentes no município de Belo Horizonte,

Minas Gerais.

De modo geral, as pesquisa que empregam o levantamento, como é caso desta,

abrangem um universo de elementos tão grande que se torna impossível considerá-los em sua

totalidade. Por essa razão, frequentemente é adotado o uso de amostras. Collins e Hussey (2005,

p. 62) definem amostra como parte de uma população que representa o principal interesse de

um estudo (COLLINS; HUSSEY, 2005, p. 62). Samara e Barros (2007, p. 159) corroboram

com esta definição ao afirmarem que a amostra é parte de um universo, ou de uma população,

contendo as mesmas características destas. Para Gil (2010, p. 121), quando a amostra é

rigorosamente selecionada, os resultados obtidos no levantamento tendem a aproximar-se

bastante dos que seriam obtidos caso fosse possível pesquisar todos os elementos do universo

e com o auxílio de procedimentos estatísticos, torna-se possível até mesmo calcular a margem

de segurança dos resultados obtidos.

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80

As técnicas de amostragem podem ser classificadas genericamente como probabilísticas

ou não probabilísticas (MALHOTRA, 2012, p. 274). Para esta pesquisa foi utilizada uma

amostragem não probabilística do tipo bola de neve, em que a seleção das unidades amostrais

é deixada em grande parte a cargo do entrevistador. A amostragem bola de neve pode ser

compreendida como aquela em que as pessoas são inicialmente descobertas e posteriormente

indicam outras pessoas que possuam características similares, de forma similar a uma pesquisa

reversa de fontes bibliográficas, acumula sujeitos à medida que avança (COOPER;

SCHINDLER, 2003, p. 170). Apesar das limitações da utilização de uma amostragem não

probabilística, como a impossibilidade de fazer inferências à população e estimar com precisão

suas características, optou-se por esta definição metodológica devido à facilidade de acesso aos

entrevistados.

O cálculo amostral para a presente pesquisa foi realizado conforme demonstrado na FIG.

15.

FIGURA 15: Cálculo amostral

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Samara e Barros (2007, p. 165).

Para determinação do tamanho da amostra, o presente trabalho, em relação à margem

de segurança, adotou níveis usualmente utilizados em pesquisas de marketing, o valor de 95%,

representado por um desvio padrão (Z) de 1,96 (SAMARA; BARROS, 2007, p. 162). A

𝜎𝑝 = √𝑝 ∙ 𝑞

𝑛∙ Ζ

5 = √50 ∙ 50

𝑛∙ 1,96

Onde:

σp = desvio padrão da proporção

p = proporção ou porcentagem dos elementos da amostra favoráveis ao atributo pesquisado q = proporção ou porcentagem dos elementos da amostra desfavoráveis ao atributo pesquisado

Z = número do desvio padrão

25 =50 ∙ 50

𝑛∙ 3,8416

25 𝑛 = 9.604

𝑛 = 384,16

𝑛 = 385

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81

margem de erro aceitável do estudo foi de 5 (cinco) pontos percentuais para mais ou para menos.

Para a variabilidade da população, estimou-se 50% para os favoráveis e 50% para os

desfavoráveis, prática usualmente adotada quando o universo é maior que 10.000 (dez mil) ou

desconhecido (SAMARA; BARROS, 2007, p. 165).

3.3 Métodos e técnicas para coleta de dados

Para atender aos objetivos deste estudo, empregou-se a utilização do método de

levantamento (survey), com a finalidade de descrever o comportamento dos consumidores de

café buscando identificar as situações, eventos, atitudes e opiniões que são manifestos entre

grupos e subgrupos da população, de forma a realizar comparações entre estas distribuições

(PINSONNEAULT; KRAEMER, 1993). A survey é uma metodologia positivista em que uma

amostra é retirada a partir de uma determinada população e estudada para que sejam feitas

inferências sobre esta (COLLINS; HUSSEY, 2005, p. 70; BABBIE, 1999, p. 95). De acordo

com Churchill e Peter (2010), emprega-se o survey com maior frequência nas pesquisas

descritivas, que são realizadas para descobrir as crenças e pensamentos dos indivíduos que são

objetos de estudo. No processo de coleta de dados, este trabalho optou por um survey do tipo

Drop-off (deixado), que é muito útil para pesquisas em mercados locais, característica deste

estudo (MALHOTRA, 2012, p. 155). O autor completa que o método de levantamento envolve

a utilização de questionários estruturados para interrogar os participantes sobre seu

comportamento, intenções, atitudes, percepções, motivações e características demográficas.

Assim como postulado por Malhotra (2012) foi desenvolvido um questionário

(Apêndice A) aplicado por meio de autopreenchimento. Na elaboração do formulário de coleta

de dados adotou-se a premissa de criar um instrumento estruturado e não-disfarçado, assim

classificado quanto à sua forma e conteúdo respectivamente (SAMARA; BARROS, 2007, p.

121). Para a elaboração do instrumento de coleta de dados, foram utilizadas variáveis

provenientes de outros estudos relacionados e referências no segundo capítulo deste trabalho,

conforme QUADRO 8.

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82

QUADRO 8 - Variáveis utilizadas na concepção do instrumento de coleta de dados

Fase do

comportamento

de compra

Grupo de

Variáveis Variáveis Referência

Reconhecimento

da necessidade

Ben

efíc

ios

do C

onsu

mo d

e C

afé

B4.1.1) Fornecer mais disposição Alves et al. (2009), Trugo e Nogueira (2003), Brenelli (2003), Smith et al.

(1999), Dórea e Costa (2005), Lima (2000)

B4.1.2) Melhorar a

memória/concentração

Lima (2003), Smith et al. (1999),

Mccusker et al. (2003), Dórea e Costa

(2005), Alves et al. (2009), Lima (2000),

Lima (1995)

B4.1.3) Prevenir a depressão Lima (2000), Lima (2003), Lucas et al.

(2011)

B4.1.4) Auxiliar na prevenção de

algumas doenças Stokel (2012)

B4.1.5) Ter alto teor de antioxidantes

e combater radicais livres

Carlsen et al. (2010)

Dórea e Costa (2005)

B4.1.6) Prevenir o mal de Parkinson Hu et al. (2007)

B4.1.7) Prevenir o câncer de próstata Stokel (2012), Yu et al. (2011)

B4.1.8) Prevenir a diabetes do tipo 2

Stokel (2012), Rosengren et al. (2004),

Van Dam e Hu (2005), Salazar-Martinez et

al. (2004)

B4.1.9) Prevenir o câncer de colo do

útero Yu et al. (2011), Tavani et al. (1997)

Mal

efíc

ios

do

Co

nsu

mo

de

Caf

é

B4.2.1) Dificulta o sono (insônia) Guerra et al. (2000), Lima (2001)

B4.2.2) Gera ansiedade Felipe et al. (2005), Guerra et al. (2000), Lima (2003)

B4.2.3) Gera nervosismo Felipe et al. (2005)

B4.2.4) Causa tremores musculares Felipe et al. (2005), Guerra et al. (2000),

Lima (2001)

B4.2.5) Causa depressão Felipe et al. (2005)

B4.2.6) Causa confusão mental Felipe et al. (2005)

B4.2.7) Causa osteoporose Keiver et al. (1997)

B4.2.8) Aumenta a pressão arterial Caetano et al. (2008)

B4.2.9) Causa queimação no

estomago (problemas gástricos) Alves et al. (2009)

B4.2.10) Causa dependência Alves et al. (2009)

B4.2.11) Causa náuseas Felipe et al. (2005), Guerra et al. (2000),

Lima (2001)

B4.2.12) Causa enxaqueca Guerra et al. (2000), Lima (2001), Felipe

et al. (2005)

Sig

nif

icad

o d

o c

onsu

mo d

e C

afé

B4.3.1) Faz me sentir bem ABIC (2010), Arruda et al. (2007), Pires

Neto (2008), Gonçalves (2009)

B4.3.2) Serve para relaxar

Smith et al. (1999), Sette (2000), Fonseca

et al. (2005), Sette (2000), Arruda et al.

(2007), Arruda et al. (2009), Moori et al.

(2011)

B4.3.3) É um hábito no meu dia a dia Pires Neto (2008), Gonçalves (2009),

Arruda et al. (2007)

B4.3.4) É um momento só para mim ABIC (2010)

B4.3.5) É um momento de encontro

com amigos

Dórea e Costa (2005), Pires Neto (2008), Gonçalves (2009), Fonseca et al. (2005),

Sette (2000), Arruda et al. (2007), Arruda

et al. (2009), Moori et al. (2011), Sette

(2000), Gonçalves (2009)

B4.3.6) Completa minha refeição Arruda et al. (2007)

Continua

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83

QUADRO 8 - Variáveis utilizadas na concepção do instrumento de coleta de dados

(continuação)

Fase do

comportamento

de compra

Grupo de

Variáveis Variáveis Referência

Reconhecimento

da necessidade

Sig

nif

icad

o

do c

onsu

mo

de

Caf

é

B4.3.7) É um momento de união da

família Pires Neto (2008), Gonçalves (2009)

B4.3.8) Serve para dar uma parada (“break”)

Fonseca et al. (2005)

Sette (2000), Arruda et al. (2007), Arruda et al. (2009), Moori et al. (2011),

Sette (2000)

Rea

ções

ao c

onsu

mo d

e C

afé

B4.4.1) Me deixa “ligado”

Alves et al. (2009), Trugo e Nogueira

(2003), Brenelli (2003), Smith et al.

(1999), Sette (2000), Fonseca et al.

(2005)

Sette (2000), Arruda et al. (2007),

Arruda et al. (2009), Moori et al. (2011)

B4.4.2) Me levanta Pires Neto (2008)

B4.4.3) Melhora o meu humor Quinlan et al. (1997)

B4.4.4) Aumenta a minha

concentração Lima (2003)

B4.4.5) Me deixa animado / agitado Pires Neto (2008)

Busca de

informações Bu

sca

B5.1) Normalmente, onde você busca

informações sobre os tipos de café

existentes, marcas de café

disponíveis no mercado, preços etc.?

Blackwell et al. (2005), Kotler e

Armstrong (2007)

B5.2) Normalmente, com quem você

busca informações sobre os tipos de café existentes, marcas de café

disponíveis no mercado, preços etc.?

Blackwell et al. (2005), Kotler e Armstrong (2007)

Avaliação das

alternativas

Atr

ibuto

s dec

isó

rio

s na

com

pra

B6.1.1) Ser a marca que estou

habituado a comprar

Spers et al. (2004), Santos e Bitencourt

(2005), Gonçalves (2009), Arruda et al.

(2009), Luna et al. (2001), Leme et al.

(2006)

B6.1.2) Ser uma marca premium Spers e Saes (2006)

B6.1.3) A tradição da marca

Spers et al. (2004), Santos e Bitencourt

(2005), Gonçalves (2009), Arruda et al.

(2009), Luna et al. (2001), Leme et al.

(2006)

B6.1.4) Ter um preço baixo

Spers et al. (2004), Santos e Bitencourt

(2005), Gonçalves (2009), Arruda et al.

(2009), Luna et al. (2001), Leme et al.

(2006)

B6.1.5) Estar em oferta Santos e Bitencourt (2005), Gonçalves (2009), Arruda et al. (2009), Luna et al.

(2001), Leme et al. (2006)

B6.1.6) Estar disponível no local que

eu fui fazer a compra Leme et al. (2006)

B6.1.7) Ter as informações

necessárias no rótulo da embalagem

Della Lucia et al. (2007), Pires Neto

(2008)

Continua

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84

QUADRO 8 - Variáveis utilizadas na concepção do instrumento de coleta de dados

(continuação)

Fase do

comportamento

de compra

Grupo de

Variáveis Variáveis Referência

Avaliação das

alternativas

Atributos

decisórios

na compra

B6.1.8) O tamanho da embalagem Della Lucia et al. (2007),

Pires Neto (2008)

B6.1.9) O tipo de embalagem (almofadada, a

vácuo, vidro etc.)

Della Lucia et al. (2007),

Pires Neto (2008)

B6.1.10) Possuir uma embalagem reciclável Della Lucia et al. (2007), Spers e Saes (2006)

B6.1.11) Possuir uma embalagem bonita Della Lucia et al. (2007),

Pires Neto (2008)

B6.1.12) O sabor do café (mais forte/ mais

fraco)

Spers et al. (2004), Santos e

Bitencourt (2005), Gonçalves

(2009), Arruda et al. (2009),

Luna et al. (2001), Leme et

al. (2006)

B6.1.13) O tipo do café (orgânico, gourmet,

tradicional, cappuccino etc.) Pires Neto (2008)

B6.1.14) O ponto de torra do café (Tradicional,

extra forte etc.)

Santos e Bitencourt (2005),

Gonçalves (2009), Arruda et

al. (2009), Luna et al. (2001),

Leme et al. (2006)

B6.1.15) O rendimento do pó

Santos e Bitencourt (2005),

Gonçalves (2009), Arruda et

al. (2009), Luna et al. (2001), Leme et al. (2006)

B6.1.16) Ter o selo de qualidade / pureza (Selo

ABIC)

Santos e Bitencourt (2005),

Gonçalves (2009), Arruda et

al. (2009), Luna et al. (2001),

Leme et al. (2006), Spers et

al. (2004)

B6.1.17) Ser livre de agrotóxicos Spers et al. (2004)

Conjunto

considerado

B6.3) Qual(is) marca(s) de café você

normalmente compra para consumir na sua

casa?

Sheth et al. (2001), Hauser e

Wernerfelt (1990),

Gonçalves (2009), Pires Neto

(2008), ABIC (2010)

Compra Local de

Compra

B6.2) Com que frequência você normalmente

compra café para consumo na sua casa nos

seguintes locais de compra?

Blackwell et al. (2005), Sheth

et al. (2001)

Consumo

Tipos de

café consumidos

B7.1) Com qual frequência você consome os seguintes tipos de café?

Arruda et al. (2009)

Substitutos B7.2) Quais bebidas você normalmente toma

em substituição ao café?

Arruda et al. (2007),

Gonçalves (2009), Pires Neto

(2008), ABIC (2010)

Local de

Consumo

B7.3) Com que frequência você normalmente

consome café nos seguintes locais?

Blackwell et al. (2005),

Giglio (2010), Pompei

(2007), Gonçalves (2009),

ABIC (2010)

Associação

do consumo

de café ao

cigarro

B7.6) Com que frequência você normalmente

consome café antes ou após fumar?

Sette (2000), Arruda et al.

(2007), ABIC (2010)

Fonte: Elaborado pelo autor.

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85

Na elaboração das perguntas estruturadas, foram utilizados os três tipos existentes: (i)

múltipla escolha; (ii) dicotômica e; (iii) escalas (MALHOTRA, 2012, p. 248).

Inicialmente, foram criados dois blocos de perguntas (“Perguntas filtro” e “Informações

pessoais”) que utilizaram questões estruturadas de múltipla escolha, dicotômicas e não

estruturadas para identificar o perfil e adequação dos entrevistados aos objetivos da pesquisa.

Para as variáveis indicadas nas fases do comportamento de compra relacionadas ao

“Reconhecimento de necessidade”, “Avaliação de alternativas”, além das perguntas B7.3 e

B7.6, apresentadas no QUADRO 8, utilizaram respostas com técnica de escalonamento não

comparativas itemizadas do tipo Likert26, adaptadas para utilização de 11 graus, variando de 0

(“discordo totalmente”) a 10 (“concordo totalmente”). Para as variáveis apresentadas dentro da

fase de Busca de informações, e dos grupos de variáveis “Tipos de café consumidos”,

“Substitutos”, além da pergunta filtro (quantidade de cigarros consumidos) utilizada na

“Associação do consumo de café ao cigarro”, foram utilizadas perguntas de múltipla escolha.

Utilizou-se ainda, uma pergunta dicotômica como filtro (“Você fuma?”) para escala de

“Associação do consumo de café ao cigarro”.

O questionário (Apêndice A) aplicado com autopreenchimento foi distribuído por meio

das referências dos respondentes iniciais, abordados em escolas, empresas e bairros no

município de Belo Horizonte, dentro do período de compreendido entre 03/04/2013 e

25/04/2013.

3.4 Procedimentos de análise dos dados

3.4.1 Classificação das variáveis utilizadas na pesquisa

Antes de referenciar as análises estatísticas realizadas nesta pesquisa, é importante

abordar sobre as escalas que foram utilizadas. Uma escala pode ser descrita como um conjunto

de símbolos ou números, arquitetado com base em um padrão definido de modo a mensurar

comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Dessa forma, a mensuração reflete a posse do

26 Escala que possui o nome em homenagem ao seu criador, Rensis Likert, muito utilizada, exige dos entrevistados

a indicação do grau de concordância ou discordância com em relação a afirmações sobre objetos de estímulo.

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86

indivíduo de determinado comportamento ou atitude, de acordo com a sua posição na escala.

(MALHOTRA, 2012, p. 200).

De acordo com Malhotra (2012, p. 201) existem quatro principais tipos de escala, que

são: nominal, ordinal, intervalar e razão. No primeiro tipo, a escala nominal, os números têm a

função apenas de rotular ou identificar e classificar objetos, sendo que os mesmos não são

passiveis de ordenamento, uma vez que sua função é de apenas facilitar a contagem de vezes

que uma determinada classe aparece.

No segundo tipo, a escala ordinal, os número têm a função de classificar, refletindo uma

hierarquia. Desta forma, tais números são utilizados para indicar até que ponto cada objeto

possui determinada categoria. Entretanto, apesar de refletir a hierarquia de determinada

característica, tal escala não é capaz de indicar a magnitude da diferença entre as categorias.

Outro tipo de escala é a intervalar que reflete, tanto a hierarquia do objeto, quanto a

magnitude da diferença, uma vez que as distâncias entre suas categorias (que refletem a posse

da característica) são numericamente iguais. Entretanto, ela não possui um ponto zero absoluto.

Finalmente, têm-se a escala do tipo razão, que agrega todas as características da escala

nominal, ordinal e intervalar, além de possuir um ponto zero absoluto. Por meio da escala é

possível identificar ou classificar os objetos, ordená-los e comparar intervalos ou diferenças,

além de calcular razões de valores da escala.

No presente estudo foram empregadas escalas dos diversos tipos citados, conforme

exposto no QUADRO 9.

QUADRO 9 - Tipo das variáveis empregadas na pesquisa

Variáveis Tipo de variável

B2.1) Com que frequência você consome café (tradicional

ou de outros tipos) por semana?

Ordinal / nominal (caso se considere a resposta

“Sem frequência definida”

B2.2) Qual horário você normalmente consome café

(tradicional ou de outros tipos) num dia? Nominal

B3.3) Sexo Nominal

B3.4) Idade (anos) Razão

B3.5) Qual o seu nível de escolaridade Ordinal

B3.6) Ocupação funcional Nominal

B3.7) Estado civil Nominal

B3.8) Renda familiar Ordinal

B3.9) Em qual regional de Belo Horizonte você reside? Nominal

B4.1) Benefícios do consumo do café Intervalar (0 a 10, sendo os extremos Discordo totalmente / Concordo totalmente)

B4.2) Malefícios do consumo do café Intervalar (0 a 10, sendo os extremos Discordo

totalmente / Concordo totalmente)

B4.3) Significado do consumo do café Intervalar (0 a 10, sendo os extremos Discordo

totalmente / Concordo totalmente)

Continua

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87

QUADRO 9 - Tipo das variáveis empregadas na pesquisa (continuação)

B4.4) Reações decorrentes do consumo do café Intervalar (0 a 10, sendo os extremos Discordo

totalmente / Concordo totalmente)

B5.1) Onde busca informações sobre café Nominal

B5.2) Com quem busca informações sobre café Nominal

B6.1) Importância dos atributos do café na decisão de

compra

Intervalar (0 a 10, sendo os extremos Baixa

importância / Elevada importância)

B6.2) Locais de compra do café para consumo em casa Intervalar (0 a 10, sendo os extremos Nunca /

Sempre)

B6.3) Marcas de café que consome em casa Nominal

B7.1.1) Café torrado e moído (preparado em filtro de papel

ou coador) - frequência semanal

Ordinal / nominal (caso se considere a resposta

“Sem frequência definida”

B7.1.1) Café torrado e moído (preparado em filtro de papel

ou coador) - frequência diária Nominal

B7.1.2) Café instantâneo /solúvel - frequência semanal Ordinal / nominal (caso se considere a resposta

“Sem frequência definida”

B7.1.2) Café instantâneo /solúvel - frequência diária Nominal

B7.1.3) Café cappuccino - frequência semanal Ordinal / nominal (caso se considere a resposta

“Sem frequência definida”

B7.1.3) Café cappuccino - frequência diária Nominal

B7.1.4) Café expresso - frequência semanal Ordinal / nominal (caso se considere a resposta “Sem frequência definida”

B7.1.4) Café expresso - frequência diária Nominal

B7.2) Quais bebidas você normalmente toma em

substituição ao café? Nominal

B7.3) Com que frequência você normalmente consome café

nos seguintes locais?

Intervalar (0 a 10, sendo os extremos Nunca /

Sempre)

B7.4) Você fuma? Nominal

B7.5) Quantos cigarros você normalmente fuma por dia? Ordinal

B7.6) Com que frequência você normalmente consome café antes ou após fumar?

Intervalar (0 a 10, sendo os extremos Nunca / Sempre)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como facilitador para a interpretação e compreensão adequada das estatísticas

descritivas das variáveis e consequentemente de seus resultados, foram adotadas algumas

diretrizes apresentadas a seguir.

No caso das variáveis que utilizaram uma escala intervalar de 0 a 10, sendo que os

extremos significavam discordo totalmente 0 e concordo totalmente 10, sugere-se que o

seguinte padrão de interpretação seja utilizado: notas de 8 a 10 indicam uma tendência a

concordar com a variável que cresce à medida que se aproxima do extremo 10. Já notas entre 5

e 7 indicam uma tendência mais neutra sobre a afirmação da variável. E notas entre 0 e 4

indicam uma tendência a discordar da mesma, sendo que quanto mais próximo de 0 maior a

discordância.

O mesmo padrão é sugerido para as escalas de importância e de frequência, em que de

0 a 4 indicam uma tendência a nunca realizar o comportamento explicitado ou dar baixa

importância ao atributo. De 5 a 7 a tendência é de que a importância do atributo seja mediana e

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88

que a frequência também seja “de vez em quando”. Já uma nota de 8 a 10 indica que o atributo

possui uma importância elevada ou que o comportamento é executado com frequência

(sempre).

3.4.2 Técnicas de análises descritivas

A partir das escalas empregadas foram definidas as análises estatísticas utilizadas para

responder aos objetivos propostos. De forma inicial foi verificada a estatística descritiva das

diversas variáveis, de modo a resumir as informações e ter um entendimento geral dos dados

para a amostra do estudo.

Ao realizar uma análise descritiva diversos tipos de medida são utilizados, como

medidas de tendência central, medidas de dispersão, além da frequência de citação das

categorias, normalmente representadas por gráficos de pizza ou barras, horizontais ou verticais.

Cada uma das análises foi empregada de acordo com a adequação ao tipo de escala da variável

(ANDERSON, SWEENEY, WILLIAMS, 2008).

Primeiramente, foi observado o número de respondentes e o número de entrevistados

que não responderam cada questão, uma vez que tais observações podem ser importantes para

conclusões da pesquisa.

Como medidas de tendência central foram utilizadas a média, que representa a somatória

de todas as respostas divididas pelo número de indivíduos que responderam à pergunta, bem

como a mediana, que reflete a posição central de um conjunto de dados quando este está

ordenado de forma crescente (do menor valor para o maior valor). A mediana torna-se mais

adequada à medida que a dispersão dos dados é maior, ou seja, os valores mínimos e máximos

são distantes. Dessa forma, ambas foram empregadas de forma a conhecer melhor as opiniões

pesquisadas (ANDERSON et al., 2008).

Para identificar a dispersão dos dados foram utilizadas outras duas medidas: (i) a

amplitude e, (ii) o desvio padrão. A primeira reflete o maior valor menos o menor valor, também

apresenta o problema de ser sensível a valores extremos. Entretanto, é útil para garantir que

erros na coleta ou tabulação dos dados não ocorram, no sentido de aparecerem valores fora do

extremo da escala. Já o desvio padrão foi utilizado para avaliar a variabilidade média dos dados,

sendo que quanto maior o desvio padrão maior a distância dos valores em relação à média

(ANDERSON et al., 2008).

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89

Outra medida empregada para conhecer a distribuição dos valores foi a análise dos

quartis. Para identificá-los, o conjunto de dados é dividido em quatro partes iguais, contendo

cada uma 25% dos respondentes. Tem-se o primeiro quartil, em que a distância do valor mínimo

até o quartil compreende 25% dos dados. O segundo quartil apresenta o mesmo resultado que

a mediana, sendo o valor que divide os dados no meio. E o terceiro quartil, que representa 75%

dos dados, considerando do valor mínimo até ele e, 25% dos dados de sua posição até o valor

máximo (ANDERSON et al., 2008).

A FIG. 16 apresenta as fórmulas utilizadas para calcular a média, mediana, desvio

padrão e quartis.

FIGURA 16: Fórmulas para calcular as estatísticas

𝑀é𝑑𝑖𝑎 =∑ 𝓍1 + 𝓍2 + ⋅⋅⋅ +𝓍𝓃

𝓃

𝑀𝑒𝑑𝑖𝑎𝑛𝑎 = ℓ𝑖𝑛𝑓 +𝓃

2−ℱ𝑎𝑛𝑡

ℱ𝒾× 𝒽

Onde:

ℓ𝑖𝑛𝑓 = limite inferior da classe da mediana; ℱ𝑎𝑛𝑡 = frequência acumulada da classe anterior; ℱ𝒾 = frequência absoluta simples da classe mediana;

𝓃 = total de elementos; 𝒽 = amplitude da classe

𝐷𝑒𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 = √𝓍𝑖 − 𝑚é𝑑𝑖𝑎

𝓃 − 1

Onde: 𝓍𝑖 = a amostra do subgrupo 𝓃 = o número de amostras do subgrupo

𝑄𝑢𝑎𝑟𝑡𝑖𝑙𝑘 = 𝑘 ∑ 𝑓𝑖

4

Onde: 𝑘 = 𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑟𝑑𝑒𝑚 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑟𝑡𝑖𝑙;

∑ 𝑓𝑖 = 𝑎 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠

Fonte: Malhotra (2012, p. 363-364).

Adicionalmente, para as variáveis nominais e algumas variáveis ordinais foram

utilizadas a frequência simples ou conjunta. A frequência consiste em contabilizar o número de

vezes que determinada categoria apareceu na amostra e dividir pelo total da amostra

(MALHOTRA, 2012).

O QUADRO 10 apresenta de forma resumida qual o tipo de análise descritiva

empregada para cada uma das variáveis, além da forma de apresentação dos mesmos.

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90

QUADRO 10 - Estatística descritiva e forma de apresentação dos resultados para cada

uma das variáveis empregadas na pesquisa

Variáveis Estatística descritiva utilizada Forma de

apresentação

B2.1) Com que frequência você consome café

(tradicional ou de outros tipos) por semana? Análise de frequência e quartil

Tabela e

gráfico

B2.2) Qual horário você normalmente consome café

(tradicional ou de outros tipos) num dia? Análises de frequência Gráfico

B3.3) Sexo Análises de frequência Gráfico

B3.4) Idade (anos) Mínimo, máximo, quartil, média

e desvio padrão Tabela

B3.4) Idade (anos) transformada em faixa etária Análises de frequência Gráfico

B3.5) Qual o seu nível de escolaridade Análises de frequência Gráfico

B3.6) Ocupação funcional Análises de frequência Gráfico

B3.7) Estado civil Análises de frequência Gráfico

B3.8) Renda familiar Análises de frequência Gráfico

B3.9) Em qual regional de Belo Horizonte você reside? Análises de frequência Gráfico

B4.1) Benefícios do consumo do café Mínimo, máximo, quartil, média

e desvio padrão Tabela

B4.2) Malefícios do consumo do café Mínimo, máximo, quartil, média

e desvio padrão Tabela

B4.3) Significado do consumo do café Mínimo, máximo, quartil, média

e desvio padrão Tabela

B4.4) Reações decorrentes do consumo do café Mínimo, máximo, quartil, média e desvio padrão

Tabela

B5.1) Onde busca informações sobre café Análises de frequência Gráfico

B5.2) Com quem busca informações sobre café Análises de frequência Gráfico

B6.1) Importância dos atributos do café na decisão de

compra

Análise fatorial e Alfa de

Cronbach e Mínimo, máximo,

média e desvio padrão das

variáveis e fatores

Tabela

B6.2) Locais de compra do café para consumo em casa Mínimo, máximo, quartil, média

e desvio padrão Tabela

B6.3) Marcas de café que consome em casa Análises de frequência da

primeira e do conjunto Gráfico

B7.1.1) Café torrado e moído (preparado em filtro de

papel ou coador) - frequência semanal Análise de frequência Gráfico

B7.1.1) Café torrado e moído (preparado em filtro de

papel ou coador) - frequência diária Análises de frequência Gráfico

B7.1.2) Café instantâneo /solúvel - frequência semanal Análise de frequência Gráfico

B7.1.2) Café instantâneo /solúvel - frequência diária Análises de frequência Gráfico

B7.1.3) Café cappuccino - frequência semanal Análise de frequência Gráfico

B7.1.3) Café cappuccino - frequência diária Análises de frequência Gráfico

B7.1.4) Café expresso - frequência semanal Análise de frequência Gráfico

B7.1.4) Café expresso - frequência diária Análises de frequência Gráfico

B7.2) Quais bebidas você normalmente toma em

substituição ao café? Análises de frequência Gráfico

B7.3) Com que frequência você normalmente consome

café nos seguintes locais?

Mínimo, máximo, quartil, média

e desvio padrão Tabela

B7.4) Você fuma? Análises de frequência Gráfico

B7.5) Quantos cigarros você normalmente fuma por dia? Análises de frequência Gráfico

B7.6) Com que frequência você normalmente consome café antes ou após fumar?

Mínimo, máximo, quartil, média e desvio padrão

Tabela

Fonte: Elaborado pelo autor.

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91

3.4.3 Análise fatorial

Para as variáveis do bloco B6.1, também foi realizada uma Análise Fatorial Exploratória

(AFE), com o objetivo de reduzir os dados e compreender quais os fatores são importantes na

decisão de compra do café. Para realização da AFE foi utilizado como método de extração

denominado Análise dos Componentes Principais27 (ACP) e como método de rotação dos

fatores o direct oblimin28, por considerar a existência de relação entre os fatores. Para definir o

número de fatores, foi utilizado num primeiro momento o critério do eigenvalue, que representa

o quanto da variância do construto que é explicada por cada fator. De acordo com esse critério

somente fatores com eigenvalues maiores que 1 são considerados, e foram então encontrados

quatro fatores. Entretanto, verificou-se que um dos fatores misturavam dois tipos de atributos

diferentes, dificultando sua validade de face. Dessa forma, optou-se por forçar a solução fatorial

para encontrar cinco fatores, mas garantindo que respondessem por pelo menos 60% da

variância explicada do fator (HAIR et al., 2009).

Após a aplicação da AFE, forçando os cinco fatores, foi verificada sua adequação ao

conjunto de dados para o qual foi aplicada, por meio da avaliação de duas medidas: (i) o Kaiser-

Meyer-Olkin (KMO) e (ii) a significância do Teste de Esfericidade de Bartlett (TEB) (HAIR et

al., 2009).

O KMO representa a parte do percentual da variância dos dados que pode ser atribuída

a um fator comum, e varia de 0,000 a 1,000. Para que a solução fatorial seja adequada a medida

deve apresentar um valor superior a 0,500, sendo que quanto mais próximo de 1,000 mais

adequada a solução será (MALHOTRA, 2012).

Já o TEB verifica se a matriz de correlação da população é do tipo identidade. Isso

porque aplicar a AFE a dados que se comportam como este tipo de matriz não é adequado. A

adequação da AFE é atestada caso a significância do teste seja inferior a 0,01, o que significa

que a matriz de correlação populacional não é identidade (MALHOTRA, 2012).

Outra importante consideração a se fazer é sobre a suficiência do número de

respondentes em relação ao número de variáveis utilizadas. Nesse sentido, é recomendado que

a amostra tenha no mínimo 5 respondentes para cada variável utilizada na análise (HAIR et al.,

27 A ACP é uma técnica estatística multivariada que permite a apresentação das variáveis originais em um número

reduzido de componentes (MAROCO, 2010, p. 414). 28 O Direct oblimin é um método de extração dos fatores em que é identificado o grau de correlação entre eles

(HAIR et al., 2009).

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92

2009; PARSIAN, DUNNING, 2009). A amostra da pesquisa foi de 459 entrevistados e o

número de variáveis do Bloco B6.1 foi de 17. Dessa forma, a amostra possui 27 respondentes

para cada variável, indicando adequação na sua aplicação.

Após garantir a adequação para aplicar AFE ao conjunto de dados faz-se necessário

verificar a qualidade da solução fatorial encontrada. Para tanto, são avaliadas outras três

medidas: (i) a variância explicada (VE), (ii) a comunalidade e (iii) a carga fatorial (CF). A

primeira representa o percentual que as variáveis, juntas, são capazes de explicar da variação

total do construto. Ela apresenta um valor entre 0% a 100%, e 60% é o mínimo para que a

medida seja adequada (MINGOTI, 2005). Já a comunalidade reflete o quanto cada variável

compartilha de significado com as outras e a carga fatorial o quanto cada variável compartilha

de significado com o construto. Ambas apresentam um valor entre 0,00 e 1,00, e valores

superiores a 0,400 atestam a adequação da variável. Além disso, a CF não pode apresentar um

carga maior que 0,400 e com valor bem próximo em mais de um fator, pois isso fere o princípio

de que os fatores mensuram aspectos diferentes do conceito. Nesse sentido, foi necessário

eliminar a variável “B6.1.7) Ter as informações necessárias no rótulo da embalagem”, pois ela

apresentou uma carga muito semelhante em dois fatores. A variável “B6.1.15) O rendimento

do pó” foi também eliminada da análise por não ter apresentado validade de face com o fator

em que carregou (HAIR et al., 2009).

Após definir quais variáveis pertenciam a cada um dos cinco fatores foi então verificada

a confiabilidade dos mesmos, por meio do Alfa de Cronbach (AC). Tal medida varia de 0,00 a

1,00 e representa a proporção da variância total da escala que é atribuída ao verdadeiro escore

do construto latente que está sendo mensurado (NETEMEYER; BEARDEN; SHARMA, 2003).

Conforme Malhotra (2012), para que um fator apresente uma confiabilidade adequada tal

medida deve ser superior a 0,700.

O QUADRO 11 apresenta quais medidas devem ser avaliadas (KMO, TEB, VE,

Comunalidade, Carga fatorial e Alfa de Cronbach) e os valores aceitáveis de acordo com os

autores pesquisados.

QUADRO 11 - Critérios para adequação da solução fatorial encontrada

Medida Parâmetro de aceitação

Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) > 0,600

Teste de Esfericidade de Bartlett (TEB) Valor significativo inferior a 1%

Variância explicada (VE) > 60%

Comunalidade (h²) > 0,400

Carga fatorial (CF) > 0,400 e não pode ser semelhante em dois fatores

Alfa de Cronbach >0,700

Fonte: Hair et al. (2009), Mingoti (2005) e Malhotra (2012).

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93

3.4.4 Análise de correlação

Foram realizados alguns testes de associação ou diferença, tendo como base a variável

“B2.1) Com que frequência você consome café (tradicional ou de outros tipos) por semana?”,

mas desconsiderando a categoria “Sem frequência definida”.

Para verificar a existência de associação entre tal variável e as variáveis “4.1) Benefícios

do consumo do café”, “B4.2) Malefícios do consumo do café”, “B4.3) Significado do consumo

do café”, “B4.4) Reações decorrentes do consumo do café”, dos fatores de importância dos

atributos na decisão de compra, “B3.4) Idade”, “B3.5) Escolaridade” e “B3.8) Renda familiar”

foram realizadas análises de correlação, tendo como base o coeficiente de Spearman. Ele

também é conhecido como coeficiente de correlação de postos e foi preferido uma vez que a

variável B2.1 é ordinal, o que leva à necessidade de um teste não paramétrico, como o realizado

(MALHOTRA, 2012). Tal coeficiente varia de -1 a +1, sendo que o valor 0 (zero) representa

uma correlação nula. Dessa forma, a análise de correlação permite identificar se as variáveis

caminham no mesmo sentido (quando há correlação positiva), se caminham em sentido

contrário (correlação negativa) ou se não existe um padrão na variação, que seria a correlação

igual a 0 (LEVINE; BERESON; STEPHAN, 2000). Caso sua significância seja inferior a 5%

é possível considerar que existe correlação estatisticamente significativa entre as variáveis.

Quanto à magnitude da relação, Shimakura (2006) apresenta um padrão para

interpretação do coeficiente de correlação de Spearman exposto no QUADRO 12. Assim,

adotou-se esse critério para interpretação da intensidade da correlação, quando essa é

significativa.

QUADRO 12 - Interpretação da intensidade do coeficiente da correlação

Coeficiente da correlação Intensidade

0,00 a 0,19 Correlação muito fraca

0,20 a 0,39 Correlação fraca

0,40 a 0,69 Correlação moderada

0,70 a 0,89 Correlação forte

0,90 a 1,00 Correlação muito forte

Fonte: Shimakura (2006).

Para verificar se mulheres apresentam uma frequência de consumo diferente de homens

(variável “B3.3) Sexo”) foi utilizado o teste de Mann-Whitney U. Tal teste é indicado para

comparar dois grupos não pareados (homens x mulheres) para verificar se há evidências para

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94

acreditar que valores de um grupo A são superiores aos valores do grupo B (com base na

variável B2.1) e cujos requisitos para aplicação do Teste t de Student não foram cumpridos

(para se aplicar o Teste t de Student a variável B2.1 deveria ser do tipo intervalar e apresentar

distribuição normal). O teste utilizado verifica se a mediana dos dois grupos é igual, isto é

certificado caso a significância do teste seja inferior a 0,05. (LEVINE et al., 2000).

Por fim, foi verificada a diferença na frequência de consumo do café entre as diferentes

ocupações funcionais e as regionais de Belo Horizonte. Nesse caso, tais variáveis possuíam

mais de duas categorias e portanto foi utilizado o Teste de Kruskal-Wallis, que é considerado

uma extensão do teste de Mann-Whitney para comparar três ou mais amostras. É também um

teste não paramétrico e testa a hipótese alternativa de que pelo menos um par de categorias

apresenta diferenças com base na variável dependente (no caso a frequência de consumo do

café). Tal hipótese é aceita caso a significância do teste seja inferior a 0,05. Vale ressaltar que

a diferença na quantidade de respondentes de cada categoria pode tendenciar o resultado do

teste. Dessa forma, as categorias que apresentavam um n inferior a 25 entrevistados foram

eliminadas da análise.

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95

4 APRESENTAÇÃO, TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Caracterização da amostra da pesquisa

Neste subitem serão apresentadas as características sociodemográficas da amostra do

estudo. Apesar de tal pesquisa ter sido realizada na cidade de Belo Horizonte, a adoção de uma

amostra por conveniência coletada por meio da técnica denominada Bola de Neve fez com que

o perfil da amostra ficasse diferente do perfil da população de Belo Horizonte, considerando os

dados do CENSO 2010 realizado pelo IBGE (2011b). Não se sabe ao certo qual o perfil da

população consumidora de café da cidade de Belo Horizonte, dessa forma, não é possível

realizar comparações.

O GRÁF. 1 apresenta o gênero dos entrevistados. Verifica-se que 63% são mulheres e

37% são homens.

GRÁFICO 1 - Gênero dos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

O GRÁF. 2 apresenta a faixa etária dos entrevistados. Verifica-se uma maior

concentração nas faixas de 18 a 24 anos (31%) e de 25 a 34 anos (28%). Além disso, o

entrevistado mais novo possuía 15 anos e o mais velho possuía 87 anos. Observando os quartis

verifica-se que 25% da amostra possui entre 15 e 22 anos, outros 25% possuem entre 22 e 29

anos, outros 25% possuem entre 29 e 43 anos e os outros 25% entre 43 e 87 anos. A média de

idade foi de 34 anos e o desvio padrão de 15 anos.

Masculino37%

Feminino63%

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96

GRÁFICO 2 - Faixa etária dos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

O GRÁF. 3 exibe a renda familiar dos entrevistados. Verifica-se uma maior

concentração nas três primeiras faixas (até R$ 3.000) que somam aproximadamente 46% dos

entrevistados, e na faixa Acima de R$ 8.000.

GRÁFICO 3 - Renda familiar dos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

Já o GRÁF. 4 apresenta a escolaridade dos entrevistados. Verificou-se que a amostra

possui um nível de escolaridade mais elevado, uma vez que menos de 9% possuem até ensino

fundamental e 31,6% possuem ensino médio. Os outros 59,7% ou possuem ensino superior ou

mesmo já realizaram alguma pós-graduação.

5%

7%

11%

14%

28%

31%

3%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

65 anos ou mais

De 55 a 64 anos

De 45 a 54 anos

De 35 a 44 anos

De 25 a 34 anos

De 18 a 24 anos

De 15 a 17 anos

IdadeMínimo: 15 anos1o quartil: 22 anos2o quartil: 29 anos3o quartil: 43 anosMáximo: 87 anosMédia: 34 anosDesvio padrão: 15 anos

0,9%

16,3%

5,4%

2,6%

7,2%

11,3%

10,5%

16,1%

14,4%

15,3%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Recusou informar

Acima de R$ 8.000

De R$ 7.001 a 8.000

De R$ 6.001 a 7.000

De R$ 5.001 a 6.000

De R$ 4.001 a 5.000

De R$ 3.001 a 4.000

De R$ 2.001 a 3.000

De R$ 1.001 a 2.000

Até R$ 1.000

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97

GRÁFICO 4 - Nível de escolaridade dos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

O GRÁF. 5 exibe o estado civil dos entrevistados. Observa-se que a maior parte da amostra é

composta de solteiros (68%), seguida de casados / união estável (25%).

GRÁFICO 5 - Estado civil dos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

O GRÁF. 6 apresenta a ocupação funcional dos entrevistados. Verifica-se uma maior

concentração nas ocupações funcionário de empresa privada (53,2%), estudante (22,7%) e

autônomo / profissional liberal (8,1%).

15,3%

44,4%

31,6%

4,8%

3,7%

0,2%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Pós-graduação

Ensino superior

Do 1º ao 3º ano do segundo grau

Da 6ª a 9ª série do ensino fundamental

Da 1ª a 5ª série do ensino fundamental

Não possui (analfabeto)

1,5%

6,1%

24,6%

67,8%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Viúvo (a)

Separado / divorciado

Casado / União estável

Solteiro

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GRÁFICO 6 - Ocupação funcional dos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

Por fim, o GRÁF. 7 exibe as regionais da cidade de Belo Horizonte onde os entrevistados

residem. Observa-se que os percentuais foram diversos, sendo que a regional Nordeste foi a que

apresentou o maior percentual (15,5%) e a regional de Venda Nova foi a que apresentou o

menor percentual (6,3%).

GRÁFICO 7 - Regional onde os entrevistados residem Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

7,2%

53,2%

2,6%

8,1%

1,5%

22,7%

3,7%

0,7%

0,4%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Funcionário público

Funcionário de empresa privada

Dona de casa

Autônomo / Profissional liberal

Empresário (a)

Estudante

Aposentado

Outros

Desempregado (a)

6,3%

8,9%

14,2%

6,5%

11,5%

15,5%

14,6%

15,0%

7,4%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Venda Nova

Pampulha

Oeste

Norte

Noroeste

Nordeste

Leste

Centro Sul

Barreiro

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99

4.2 Análise dos dados de acordo com as fases do processo de decisão do consumidor

A análise dos dados foi dividida conforme as fases do processo de decisão de compra

do consumidor: (i) reconhecimento da necessidade; (ii) Busca de informações; (iii) Avaliação

das alternativas e; (iv) Compra / Consumo. Existe ainda uma quinta fase no processo

denominada de Pós-compra / consumo, entretanto, ela não foi abordada na pesquisa por não se

adequar aos objetivos, uma vez que ela é normalmente empregada para avaliar alguma marca

ou empresa específica.

Assim, para cada fase foram realizadas as análises pertinentes às variáveis que as

compõem, e são exibidas nos tópicos abaixo.

4.2.1 Análise da fase de reconhecimento da necessidade

De modo a avaliar a fase denominada reconhecimento da necessidade foram abordados

quatro conceitos que estão relacionados a tal fase para o produto pesquisado, que foi o café.

O primeiro conjunto de conceitos abordado foi o dos Benefícios do consumo do café.

Primeiramente, foram listados os possíveis benefícios com base nas referências indicadas no

QUADRO 8 (p. 80-82) e então foi verificada a percepção dos entrevistados sobre tais benefícios

no consumo do produto. Observando os resultados é possível estabelecer diversas

considerações.

A primeira delas é com relação à quantidade de entrevistados que não responderam às

afirmativas deste bloco. Da questão B4.1.3 à questão B4.1.9, que estão relacionadas à

prevenção de doenças, verifica-se uma taxa de não resposta de aproximadamente 10% a 25%.

Isso reflete o desconhecimento generalizado de que o consumo do café incorre em tais

benefícios. Além do alto percentual de não resposta, observa-se também que a tendência é de

discordar ou apresentar uma posição neutra com relação à essas afirmativas, observando que as

médias ficaram abaixo de 4,00, bem como os terceiros quartis foram entre 3,00 e 6,00. Isso

revela que os entrevistados ou não conhecem tais benefícios ou não concordam que eles

existam.

Já com relação às variáveis B4.1.1 e B4.1.2 o cenário é diferente. Praticamente todos os

entrevistados responderam a ambas as questões. Além disso, a mediana da primeira variável foi

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100

de 8,00, o que significa que pelo menos 50% dos entrevistados concordam que consumir café

fornece mais disposição. A mediana da segunda variável foi mais baixa, mas seu terceiro quartil

foi de 9, o que revela que pelo menos 25% dos entrevistados concordam que consumir café

melhora a memória / concentração. A TAB. 2 apresenta, de forma detalhada, os resultados

relacionados aos benefícios do consumo de café.

TABELA 2 - Análise descritiva dos benefícios do consumo do café

Benefícios do consumo do

café n

Não

respondeu Mínimo

quartil

2° quartil

(mediana)

quartil Máximo Média

Desvio

padrão

B4.1.1) Fornecer mais

disposição 457 2 0,00 5,00 8,00 10,00 10,00 7,03 2,91

B4.1.2) Melhorar a

memória/concentração 453 6 0,00 4,00 6,00 9,00 10,00 5,83 3,24

B4.1.3) Prevenir a

depressão 412 47 0,00 0,00 2,00 5,00 10,00 2,85 3,17

B4.1.4) Auxiliar na prevenção de algumas

doenças

409 50 0,00 0,00 3,00 6,00 10,00 3,46 3,30

B4.1.5) Ter alto teor de

antioxidantes e combater

radicais livres

382 77 0,00 0,00 2,00 5,00 10,00 2,90 3,12

B4.1.6) Prevenir o mal de

Parkinson 359 100 0,00 0,00 0,00 4,00 10,00 1,97 2,63

B4.1.7) Prevenir o câncer

de próstata 343 116 0,00 0,00 0,00 3,00 10,00 1,59 2,40

B4.1.8) Prevenir a diabetes

do tipo 2 348 111 0,00 0,00 0,00 3,00 10,00 1,68 2,41

B4.1.9) Prevenir o câncer

de colo do útero 342 117 0,00 0,00 0,00 3,00 10,00 1,59 2,34

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

O segundo conjunto de conceitos abordado foi o dos Malefícios do consumo do café.

Nesse caso também, num primeiro momento foram listados os possíveis malefícios com base

nos autores indicados no QUADRO 8 (p. 80-82) e então foi verificado se os entrevistados

percebem tais características no consumo do produto.

No caso dos Malefícios, o percentual de não respostas já foi menor do que no bloco de

benefícios. A questão que apresentou o maior percentual de dados ausentes foi a B4.2.7, de

16%. No geral, a tendência foi de discordar dos malefícios, com exceção de apenas três que

apresentaram um percentual mais considerável de concordância. O primeiro é a dependência

causada pelo consumo do café, com que pelo menos 25% dos entrevistados concordaram, uma

vez que o terceiro quartil foi de 10,00. O segundo malefício foi o “B4.2.1) Dificulta o sono

(insônia)”, em que o terceiro quartil foi de 9,00, o que também equivale a dizer que pelo menos

25% dos entrevistados concordam com o mesmo. O terceiro malefício percebido pelos

entrevistados foi o “B4.2.9) Causa queimação no estomago (problemas gástricos)”, que

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101

apresentou um terceiro quartil de 8,00, indicando que pelo menos 25% dos entrevistados

acreditam que o consumo do café esteja atrelado a tal malefício. A TAB. 3 apresenta

detalhadamente os resultados referentes à percepção de malefícios no consumo de café.

TABELA 3 - Análise descritiva dos malefícios do consumo do café

Malefícios do consumo do

café n

Não

respondeu Mínimo

quartil

2° quartil

(mediana)

quartil Máximo Média

Desvio

padrão

B4.2.1) Dificulta o sono

(insônia) 454 5 0,00 4,00 7,00 9,00 10,00 6,20 3,52

B4.2.2) Gera ansiedade 438 21 0,00 0,00 4,50 7,00 10,00 4,22 3,54

B4.2.3) Gera nervosismo 437 22 0,00 0,00 3,00 6,00 10,00 3,54 3,42

B4.2.4) Causa tremores

musculares 421 38 0,00 0,00 0,00 4,00 10,00 2,17 3,06

B4.2.5) Causa depressão 412 47 0,00 0,00 0,00 3,00 10,00 1,68 2,75

B4.2.6) Causa confusão mental

411 48 0,00 0,00 0,00 2,00 10,00 1,46 2,50

B4.2.7) Causa osteoporose 386 73 0,00 0,00 0,00 3,00 10,00 1,72 2,70

B4.2.8) Aumenta a pressão

arterial 405 54 0,00 0,00 2,00 6,00 10,00 3,10 3,37

B4.2.9) Causa queimação

no estomago (problemas

gástricos)

437 22 0,00 0,00 5,00 8,00 10,00 4,78 3,74

B4.2.10) Causa

dependência 441 18 0,00 3,00 7,00 10,00 10,00 5,97 3,64

B4.2.11) Causa náuseas 421 38 0,00 0,00 1,00 5,00 10,00 2,32 3,06

B4.2.12) Causa enxaqueca 426 33 0,00 0,00 0,00 5,00 10,00 2,37 3,17

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

A TAB. 4 apresenta a análise descritiva do significado do consumo do café. Tais

significados foram retirados de estudos anteriores, conforme apresentado no QUADRO 8 (p.

80-82). Neste grupo de variáveis, praticamente todos os entrevistados responderam às questões.

Três das perguntas apresentaram maior tendência à concordância, que são: a “B4.3.3) É um

hábito no meu dia-a-dia”, a “B4.3.1) Faz me sentir bem” e a “B4.3.8) Serve para dar uma parada

(“break”)”. Tal afirmação comprova-se pelo fato de que a mediana das mesmas foi de 9,00, ou

8,00, indicando que pelo menos 50% dos entrevistados tendem a concordar com as afirmativas.

Outras duas afirmativas apresentaram um terceiro quartil da ordem de 9,00, indicando que pelos

25% dos entrevistados acreditam que consumir café significa relaxar ou usufruir de um

momento de união da família.

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102

TABELA 4 - Análise descritiva dos significados do consumo do café

Significados do consumo

do café n

Não

respondeu Mínimo

quartil

2° quartil

(mediana)

quartil Máximo Média

Desvio

padrão

B4.3.1) Faz me sentir bem 457 2 0,00 5,00 8,00 10,00 10,00 6,75 3,30

B4.3.2) Serve para relaxar 458 1 0,00 2,00 6,00 9,00 10,00 5,49 3,63

B4.3.3) É um hábito no

meu dia-a-dia 457 2 0,00 4,50 9,00 10,00 10,00 6,92 3,59

B4.3.4) É um momento só

para mim 455 4 0,00 0,00 4,00 7,00 10,00 4,01 3,72

B4.3.5) É um momento de

encontro com amigos 454 5 0,00 0,00 4,50 7,00 10,00 4,19 3,65

B4.3.6) Completa minha

refeição 456 3 0,00 0,00 4,00 7,00 10,00 4,19 3,69

B4.3.7) É um momento de

união da família 456 3 0,00 0,00 5,00 9,00 10,00 5,07 3,82

B4.3.8) Serve para dar

uma parada (“break”) 456 3 0,00 5,00 8,00 10,00 10,00 6,54 3,64

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Por fim, foram verificadas quais as reações dos indivíduos ao consumo do café, com

base nas variáveis referenciadas no QUADRO 8 (p. 80-82). A TAB. 5 apresenta a análise

descritiva das mesmas.

TABELA 5 - Análise descritiva das reações do indivíduo ao consumo do café

Reações do corpo ao

consumo do café n

Não

respondeu Mínimo

quartil

2° quartil

(mediana)

quartil Máximo Média

Desvio

padrão

B4.4.1) Me deixa ligado 456 3 0,00 5,00 8,00 10,00 10,00 6,69 3,28

B4.4.2) Me levanta 457 2 0,00 5,00 8,00 10,00 10,00 6,70 3,29

B4.4.3) Melhora o meu

humor 452 7 0,00 2,00 5,00 9,00 10,00 5,28 3,65

B4.4.4) Aumenta a minha

concentração 452 7 0,00 3,00 6,00 9,00 10,00 5,61 3,63

B4.4.5) Me deixa animado /

agitado 457 2 0,00 3,00 6,00 9,00 10,00 5,76 3,48

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Observa-se num primeiro momento que praticamente todos os entrevistados

responderam às cinco variáveis. As duas primeiras apresentaram um maior percentual de

concordância, uma vez que a mediana das mesmas foi de 8,00, enquanto das outras foi de 6,00

ou de 5,00. Isso revela que pelo menos 50% dos entrevistados acreditam que consumir café os

deixa mais ligados e os levanta. No caso das outras três variáveis (melhora o humor, aumenta

a concentração e deixa animado/agitado), o percentual de entrevistados que tendeu a concordar

foi de pelo menos 25%, uma vez que o terceiro quartil foi da ordem 9,00.

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103

4.2.2 Análise da fase de busca de informações

Neste tópico serão abordadas as fontes de informação e os grupos de influência na busca

por informações sobre o café, tais como tipos de café existentes, marcas de café disponíveis no

mercado, preços etc. No questionário, foram listadas uma série de fontes de informação e de

grupos de influência, que o entrevistado deveria marcar caso a utilizasse. Além disso, foi

oferecida uma opção denominada “Outros” que o entrevistado deveria marcar e explicitar essa

outra fonte de informação ou grupo de influência, caso não estivesse listado.

Destaca-se nos resultados que 6% afirmaram nunca buscar informações seja por mídias

ou grupos de influência. Além disso, outros 29% afirmaram utilizar as experiências anteriores,

o que reflete uma fonte interna do indivíduo.

No que tange às fontes de informações externas, verificou-se que as mais citadas foram

“Anúncios no ponto de venda” (28%), “Propagandas na televisão” (26%), “Panfletos” (17%) e

“Internet” (9%). A primeira oferece uma influência bem no momento da compra, assim como

o panfleto, caso seja distribuído no ponto de venda. Propagandas na televisão e panfletos

distribuídos fora do ponto de venda já aparecerem com um outro tipo de influência também,

como a formação da imagem do produto. Destaca-se, ainda, o “fôlego” que a internet vem

ganhando frente as demais fontes de informações, uma vez que ela oferece inúmeras

possibilidades, seja de informações específicas de marcas, ou mesmo de informações gerais

sobre o produto. O GRÁF. 8 apresenta os resultados sobre as fontes de informações utilizadas

pelos entrevistados.

GRÁFICO 8 - Fontes de busca de informações sobre os tipos de café existentes, marcas

de café disponíveis no mercado, preços etc. utilizadas pelos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

1%

2%

5%

6%

6%

9%

17%

26%

28%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

B5.1.6) Outdoors

B5.1.10) Redes sociais

B5.1.4) Jornais e revistas

B5.1.5) Lojas especializadas em café

B5.1.8) Propagandas no rádio

B5.1.3) Internet

B5.1.7) Panfletos

B5.1.9) Propagandas na televisão

B5.1.1) Anúncios no ponto de venda

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104

Já o GRÁF. 9 apresenta os grupos de influência consultados. Dentre os familiares, o

grupo que apresentou maior percentual de citação foram os pais (44%) o que revela que, para

muitos entrevistados, este pode ter sido um hábito criado na infância, no qual os pais são

grandes influenciadores e portanto possuem grande credibilidade no assunto. Em seguida

aparecem grupos não familiares, que são os amigos (24%) e os conhecidos (23%). Outros

parentes contabilizaram 13% de citações e marido/esposa 9%. Irmão e filhos, bem como

empregada e barista receberam 5% ou menos de citações.

GRÁFICO 9 - Grupos de influência na busca de informações sobre os tipos de café

existentes, marcas de café disponíveis no mercado, preços etc. utilizadas pelos

entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

4.2.3 Análise da fase de avaliação de alternativas pré-compra

Na TAB. 6 são apresentados os resultados da AFE para os atributos considerados na

decisão de compra de Café. No subitem 3.4.3, da metodologia empregada para execução desta

pesquisa, foram relatados os critérios utilizados para a realização da AFE, assim como a

determinação de quais variáveis foram retiradas e como foi definido o número de fatores. Além

do tamanho da amostra ser mais do que suficiente para aplicação da AFE, observa-se que o

KMO foi de 0,836 (acima de 0,600) e a significância do TEB (Est. = 2.412,96; GL = 105) fo i

inferior a 1%. Sua variância explicada total foi de 69,32%, superior ao mínimo indicado de

60%. As variáveis que permaneceram na análise apresentam tanto comunalidade quanto carga

1%

1%

2%

4%

5%

9%

13%

23%

24%

44%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

B5.2.9) Meus filhos

B5.2.10) Barista (s)

B5.2.5) Empregada

B5.2.7) Meus irmãos

B5.2.8) Meus avós

B5.2.1) Marido / esposa

B5.2.3) Outros parentes

B5.2.4) Conhecidos

B5.2.2) Amigos

B5.2.6) Meus pais

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105

fatorial maior do que 0,400, bem como o AC dos fatores foram superiores a 0,700, indicando

confiabilidade adequada. Os cinco fatores encontrados foram denominados de:

o F1 - Importância da Embalagem: compreende a beleza, tipo e tamanho da embalagem,

bem como se ela é reciclável;

o F2 - Importância da disponibilidade e oferta: compreende se o produto está em oferta, se

possui um preço baixo e se está disponível no local de compra;

o F3 - Importância dos aspectos do produto: reflete o sabor, tipo e ponto de torra do café;

o F4 - Importância da marca e tradição: revela se a marca é a habitualmente comprada, se

ela é uma marca premium e se ela possui tradição;

o F5 - Importância do meio ambiente e selo de qualidade: revela se o produto é livre de

agrotóxicos e se possui selo de qualidade/pureza.

A TAB. 6 apresenta os fatores identificados na decisão de compra de café, indicando

suas comunalidade, variância explicada, carga fatorial e Alfa de Cronbach.

TABELA 6 - Análise fatorial dos atributos considerados na decisão de compra de Café

Fator Atributos Com.1 VE2 CF3 AC4

F1 - Importância da

Embalagem

B6.1.11) Possuir uma embalagem bonita 0,667

33,66%

0,829

0,831

B6.1.9) O tipo de embalagem (almofadada, a vácuo,

vidro etc.) 0,735 0,812

B6.1.8) O tamanho da embalagem 0,698 0,762

B6.1.10) Possuir uma embalagem reciclável 0,706 0,597

F2 - Importância da

disponibilidade e

oferta

B6.1.5) Estar em oferta 0,812

11,84%

0,897

0,726 B6.1.4) Ter um preço baixo 0,789 0,890

B6.1.6) Estar disponível no local que eu fui fazer a

compra 0,508 0,458

F3 - Importância

dos aspectos do produto

B6.1.12) O sabor do café (mais forte/ mais fraco) 0,700

8,99%

0,844

0,715

B6.1.13) O tipo do café (orgânico, gourmet, tradicional,

cappuccino etc.) 0,588 0,727

B6.1.14) O ponto de torra do café (Tradicional, extra forte etc.)

0,623 0,700

F4 - Importância da marca e tradição

B6.1.1) Ser a marca que estou habituado a comprar 0,669

8,66%

0,824

0,731 B6.1.3) A tradição da marca 0,699 0,818

B6.1.2) Ser uma marca premium 0,654 0,737

F5 - Importância do

meio ambiente e selo de qualidade

B6.1.17) Ser livre de agrotóxicos 0,793

6,17%

-0,852

0,765 B6.1.16) Ter o selo de qualidade / pureza (Selo ABIC) 0,758 -0,746

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa. Legenda: Com1 - Comunalidade; VE2 - Variância explicada; CF3 - Carga fatorial; AC4 - Alfa de Cronbach

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106

Após a AFE foi verificada a análise descritiva das variáveis e dos fatores. Os valores

das médias e desvios padrão dos fatores foram obtidos por meio de uma média simples das

variáveis que os compõem.

A TAB. 7 apresenta o detalhamento da análise descritiva dos atributos e fatores

considerados na decisão de compra do café.

TABELA 7 - Análise fatorial dos atributos considerados na decisão de compra de Café

Fator Atributos Atributos Fator

n1 NR2 Mín3 Máx4 Média5 DP6 Média7 DP8

F1 -

Importância da

Embalagem

B6.1.11) Possuir uma embalagem

bonita 453 6 0 10 4,66 3,72

4,50 3,61

B6.1.9) O tipo de embalagem

(almofadada, a vácuo, vidro etc.) 454 5 0 10 4,58 3,66

B6.1.8) O tamanho da embalagem 455 4 0 10 4,81 3,60

B6.1.10) Possuir uma embalagem

reciclável 455 4 0 10 3,96 3,47

F2 -

Importância da

disponibilidade

e oferta

B6.1.5) Estar em oferta 454 5 0 10 5,69 3,32

6,08 3,22 B6.1.4) Ter um preço baixo 455 4 0 10 5,64 3,29

B6.1.6) Estar disponível no local que

eu fui fazer a compra 456 3 0 10 6,90 3,04

F3 -

Importância

dos aspectos

do produto

B6.1.12) O sabor do café (mais forte/

mais fraco) 458 1 0 10 7,87 2,68

7,16 3,18 B6.1.13) O tipo do café (orgânico,

gourmet, tradicional, cappuccino etc.) 454 5 0 10 6,75 3,46

B6.1.14) O ponto de torra do café

(Tradicional, extra forte etc.) 453 6 0 10 6,86 3,40

F4 -

Importância da

marca e

tradição

B6.1.1) Ser a marca que estou

habituado a comprar 456 3 0 10 7,84 2,98

6,85 3,22 B6.1.3) A tradição da marca 453 6 0 10 7,18 3,12

B6.1.2) Ser uma marca premium 452 7 0 10 5,54 3,55

F5 -

Importância do

meio ambiente e selo de

qualidade

B6.1.17) Ser livre de agrotóxicos 450 9 0 10 6,13 3,85

6,31 3,76 B6.1.16) Ter o selo de qualidade /

pureza (Selo ABIC) 453 6 0 10 6,50 3,68

Não entraram

na AFE

B6.1.7) Ter as informações

necessárias no rótulo da embalagem 455 4 0 10 5,33 3,64

- -

B6.1.15) O rendimento do pó 455 4 0 10 6,07 3,67

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa. Legenda: n1 - Número de respondentes da questão; NR2 - Número de entrevistados que não responderam à questão;

Min3 - Valor mínimo citado no item; Max4 - Valor máximo citado no item; Média5 - Valor médio do item; DP6 -

Desvio padrão do item; Média7 - Valor médio do fator; DP8 - Desvio padrão do fator.

Uma primeira observação é que o número de não respostas das variáveis foi baixo, o

que não levou a nenhum tipo de problema. O fator que apresentou a maior média, e portanto, a

maior importância na decisão de compra do café foi o “F3 - Importância dos aspectos do

produto”. Observando suas variáveis a mais importante é o sabor do café, e depois o tipo e o

ponto de torra, que apresentaram médias semelhantes.

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107

O segundo fator mais importante foi o “F4 - Importância da marca e tradição”, que

apresentou uma média de 6,85. Das suas variáveis, ser a marca que o entrevistado normalmente

compra e ser uma marca tradicional são mais importantes do que ser uma marca premium.

O terceiro fator mais importante foi o “F5 - Importância do meio ambiente”, que

apresentou uma média de 6,31, sendo que suas duas variáveis apresentaram médias

semelhantes.

O quarto fator mais importante foi o “F2 - Importância da disponibilidade e oferta”, que

apresentou uma média de 6,08. Dentre as suas variáveis, a mais importante é a disponibilidade

do produto no ponto de venda, sendo que as outras duas apresentaram médias menores e

próximas.

O quinto e último fator mais importante foi o “F1 - Importância da Embalagem”. As

variáveis apresentaram médias semelhantes, com exceção da que versava sobre a embalagem

ser reciclável, que apresentou uma média menor.

As outras duas variáveis, “B6.1.7) Ter as informações necessárias no rótulo da

embalagem” e “B6.1.15) O rendimento do pó”, que foram excluídas da AFE, apresentaram

média regular, mas com um desvio padrão elevado.

No geral, o desvio padrão de todas as variáveis e fatores foi bem elevado. Dessa forma,

optou-se por fazer uma análise dos quartis dos fatores de importância de modo a compreender

melhor a opinião dos entrevistados. Os resultados são apresentados na TAB. 8

TABELA 8 - Análise dos quartis dos fatores considerados na decisão de compra de Café

Fator n NR Mínimo 1°

quartil 2° quartil (mediana)

3° quartil

Máximo

F1 - Importância da Embalagem 449 10 0,00 2,25 4,50 6,75 10,00

F2 - Importância da disponibilidade e oferta 452 7 0,00 4,67 6,67 8,00 10,00

F3 - Importância dos aspectos do produto 451 8 0,00 5,33 7,67 9,33 10,00

F4 - Importância da marca e tradição 451 8 0,00 5,33 7,33 9,00 10,00

F5 - Importância do meio ambiente e selo de

qualidade 448 11 0,00 4,00 7,00 10,00 10,00

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Verificou-se que apenas o terceiro quartil dos fatores, com exceção do primeiro fator,

apresentam valor igual ou superior a 8,00. Isso revela que pelo menos 25% dos entrevistados

atribuem alta importância aos mesmos. A mediana dos aspectos do produto e da marca foram

superiores a 7,00, o que indica que apresentam uma maior importância que os outros fatores

para um maior grupo de entrevistados.

O primeiro fator apresentou uma importância secundária, comparado aos demais, o que

já tinha sido observado com base nas médias. Observando seu primeiro quartil, que foi de 2,25

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108

é possível afirmar que pelo menos 25% dos entrevistados não consideram a embalagem

importante na decisão de compra do produto.

Além de verificar os atributos importantes na escolha pelo produto e o ponto de venda

em que os consumidores compram café com mais frequência, foi também verificada a marca

que geralmente é comprada, sendo que cada entrevistado poderia citar até três marcas.

Observou-se que 8% não citou nenhuma marca, 47% não citou a segunda marca e 69% não

citou a terceira marca. Ao todo, foram citados 1.377 nomes, que correspondem a 49 marcas

diferentes. Ressalta-se que foi deixado apenas um espaço em branco para que o entrevistado

listasse o nome da marca, o que fez com que a resposta à pergunta fosse espontânea.

Observando a marca Top of Mind, a mais citada foi a Três Corações, lembrada por 73%

dos entrevistados. As outras marcas ficaram bem mais distantes, sendo que a Fino Grão

apareceu em segundo lugar com 7% de citações, o que corresponde a apenas um décimo das

citações da primeira. As outras apresentaram menos que 5% de citações. O GRÁF. 10, exibe as

marcas de café Top of Mind.

GRÁFICO 10 - Marca de café comparada Top of Mind Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

De forma complementar, o GRÁF. 11 apresenta o conjunto considerado das marcas, que

representa a frequência geral de citação nas três opções. Mais uma vez a marca Três Corações

apresenta uma liderança absoluta, sendo citada por 86% dos entrevistados. A Fino Grão foi

citada por 25% dos entrevistados, seguida da Barão que obteve 14% de citações e da Pilão, com

13%. As outras marcas apresentaram menos de 10% de citações. As outras 40 marcas, que

apresentaram menos de 1% de citações, não foram exibidas no Gráfico.

8%

4%

1%

1%

2%

2%

3%

7%

73%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Não citou

Outras com menos de 1% de citações

Utam

Nescafé

Melita

Pilão

Barão

Fino Grão

Três Corações

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109

GRÁFICO 11 - Conjunto considerado das marcas de café comparadas Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

4.2.4 Análise da fase de Compra / Consumo

Nesse tópico serão apresentadas as análises das variáveis relacionadas à fase de

compra/consumo do café.

TABELA 9 - Análise descritiva da frequência de compra do Café nos seguintes locais para

consumo na residência

Frequência de compra do café nos seguintes

pontos de venda para consumo em casa n NR Mínimo

quartil

2° quartil

(mediana)

quartil Máximo Média

Desvio

padrão

B6.2.1) Supermercado(s) / Hipermercado(s) 459 0 0,00 9,00 10,00 10,00 10,00 8,87 2,40

B6.2.2) Padaria(s) 459 0 0,00 0,00 2,00 5,00 10,00 3,03 3,43

B6.2.3) Mercado(s) de bairro 459 0 0,00 0,00 3,00 8,00 10,00 3,93 3,89

B6.2.4) Loja(s) de conveniência 459 0 0,00 0,00 0,00 2,00 10,00 1,51 2,63

B6.2.5) Cafeteria(s) 459 0 0,00 0,00 0,00 5,00 10,00 2,10 3,09

B6.2.6) Lojas especializadas 459 0 0,00 0,00 0,00 2,00 10,00 1,58 2,68

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

A TAB. 9 apresenta a análise descritiva da frequência de compra do Café em

determinados locais para consumo na residência. Foram listados diversos tipos de ponto de

venda onde normalmente o produto é comprado e observou-se que, destes, apenas dois

apresentaram algum nível de frequência maior de compra. O primeiro local é constituído por

supermercados/hipermercados, em que apresentou o primeiro quartil da ordem de 9,00. Isso

3%

4%

4%

5%

8%

13%

14%

25%

86%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Dom Pedro

Nescafé

Caboclo

Bom Jesus

Melita

Pilão

Barão

Fino Grão

Três Corações

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110

significa que pelo menos 75% dos entrevistados, normalmente, compram o café nesse tipo de

ponto de venda. O outro local de compra é composto por mercados de bairro, que apresentou

um terceiro quartil de 8,00. Isso revela que 25% normalmente compram nesse tipo de ponto de

venda.

O GRÁF. 12 apresenta a frequência de consumo do café relatada pelos entrevistados.

Verifica-se que a maior parte consome o café todos os dias (58%), seguida da categoria 5 vezes

por semana (11%). Outros 13% afirmaram consumir o café sem frequência definida.

GRÁFICO 12 - Análise descritiva da frequência de consumo do café

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

No GRÁF. 13 é apresentado o momento do dia que o entrevistado normalmente

consome o café. Verifica-se que o “café da manhã” foi o momento mais citado (56%), seguido

de “intervalos do trabalho/estudo” (9%) e “lanche da tarde” (6%). Outros 27% afirmaram não

terem um horário definido para consumo do produto.

GRÁFICO 13 - Análise descritiva do momento de consumo do café

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

13%

58%

3%

11%

2%

6%

4%

4%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Sem frequência definida

Todo dia

6 vezes por semana

5 vezes por semana

4 vezes por semana

3 vezes por semana

2 vezes por semana

1 vez por semana

0%

6%

9%

1%

56%

27%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Após o jantar

Lanche da tarde

Intervalos do trabalho / estudo

Após o almoço

No café da manhã

Sem horário definido

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111

O GRÁF. 14 exibe o consumo de quatro tipos de café que foram abordados na pesquisa.

Observa-se que o café torrado e moído é consumido por praticamente toda a amostra (96%). Os

outros tipos apresentam menor frequência de consumo, como o café cappuccino (63%), café

expresso (49%) e café instantâneo/solúvel (42%).

GRÁFICO 14 - Análise do consumo do café de diferentes tipos de café Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

Verificou-se também qual a frequência de consumo dos quatro tipos de café. Os

resultados apresentados na TAB. 10 revelam que o café torrado e moído apresenta frequência

bem semelhante ao percentual geral apresentado no GRÁF. 14. Já os outros três tipos de cafés

apresentam um percentual bem maior de entrevistados que consomem sem frequência certa,

seguida das opções 1 vez ou 2 vezes por semana.

TABELA 10 - Análise descritiva da frequência de consumo do café por tipo de café

Frequência de consumo

Café torrado e moído

(preparado em filtro

de papel ou coador)

Café instantâneo

/solúvel Café cappuccino Café expresso

1 vez por semana 5% 14% 13% 17%

2 vezes por semana 4% 9% 11% 8%

3 vezes por semana 5% 3% 7% 6%

4 vezes por semana 2% 4% 2% 3%

5 vezes por semana 10% 5% 1% 4%

6 vezes por semana 2% 1% 0% 3%

7 vezes por semana 44% 8% 2% 4% Sem frequência certa 28% 56% 63% 56%

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Foi verificado também em qual momento do dia os entrevistados normalmente

consomem os diversos tipos de café e os resultados são exibidos na TAB. 11. Mais uma vez o

café torrado e moído apresentou percentual semelhante ao observado para o café de forma geral.

96%

42%

63%

49%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Café torrado e moído(preparado em filtro de

papel ou coador)

Café instantâneo /solúvel

Café cappuccino Café expresso

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112

Os outros três tipos apresentaram um elevado percentual de pessoas que consomem sem horário

definido, seguido do café da manhã.

TABELA 11 - Análise descritiva do momento de consumo do café por tipo de café

Momento de consumo

Café torrado e moído

(preparado em filtro de

papel ou coador)

Café instantâneo

/solúvel Café cappuccino Café expresso

No café da manhã 54% 19% 13% 9%

Após o almoço 1% 7% 3% 11%

Intervalos do trabalho/ estudo 6% 9% 7% 11%

Lanche da tarde 5% 11% 11% 8%

Após o jantar 1% 3% 4% 1%

Sem horário definido 32% 52% 63% 59%

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Verificou-se quais as bebidas poderiam substituir o café. Foram apresentadas algumas

opções que o entrevistado deveria marcar caso consumisse tal bebida em substituição ao café,

bem como foi oferecida a opção outros, na qual poderia ser relatado o nome da bebida. Os

resultados estão exibidos no GRÁF. 15. Observou-se, que o “suco” apresentou o maior

percentual (46%), seguido de “achocolatado” (39%), de “leite” e “chá” (30%), “água” (20%) e

“vitamina” (12%). As outras bebidas apresentaram menos de 10% de citações.

GRÁFICO 15 - Bebidas citadas como substitutas do Café

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

A TAB. 12 apresenta a análise descritiva da frequência de consumo do Café em

determinados locais. O consumo em casa foi o que apresentou a maior média, além disso, sua

mediana foi de 10,00, o que equivale a dizer que pelo menos 50% dos entrevistados sempre

consomem café em casa. Os outros dois locais que apresentaram média maior foram o local de

trabalho e a casa de amigos. O primeiro apresentou um terceiro quartil de 10,00 e o segundo de

0%

1%

1%

1%

2%

3%

12%

20%

30%

30%

39%

46%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

B7.2.10) Chimarrão

B7.2.9) Energético

B7.2.11) Iogurte

B7.2.12) Nenhuma bebida

B7.2.6) Cevada

B7.2.8) Refrigerante / Coca-cola

B7.2.7) Vitamina

B7.2.1) Água

B7.2.3) Chá

B7.2.4) Leite

B7.2.2) Achocolatado

B7.2.5) Suco

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113

9,00. Isso equivale a dizer que pelo menos 25% dos entrevistados consomem café com

frequência nesses dois locais.

TABELA 12 - Análise descritiva da frequência de consumo do Café nos seguintes locais

Locais de consumo do café n NR Mínimo 1°

quartil

2° quartil

(mediana)

quartil Máximo Média DP

B7.3.1) Casa 459 0 0,00 7,00 10,00 10,00 10,00 8,07 2,97

B7.3.2) Bar(es) e

Lanchonete(s) 459 0 0,00 0,00 3,00 5,00 10,00 3,31 3,26

B7.3.3) Padaria(s) 459 0 0,00 0,00 2,00 5,00 10,00 3,13 3,15

B7.3.4) Restaurante(s) 459 0 0,00 0,00 0,00 5,00 10,00 2,27 3,02

B7.3.5) Local de trabalho 456 3 0,00 0,25 6,00 10,00 10,00 5,58 3,98

B7.3.6) Casa de parente(s) e

amigo(s) 459 0 0,00 2,00 5,00 9,00 10,00 5,20 3,55

B7.3.7) Loja(s) de

conveniência 459 0 0,00 0,00 0,00 2,00 10,00 1,26 2,29

B7.3.8) Escola / Faculdade 455 4 0,00 0,00 0,00 4,00 10,00 2,13 3,21

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Além de observar variáveis referentes ao consumo do café, verificou-se também a sua

relação com o consumo de cigarros. Num primeiro momento foi então indagado se o

entrevistado fumava e em caso afirmativo, quantos cigarros por dia. O GRÁF. 16 apresenta os

resultados, sendo que 93% afirmaram não fumar. Identificou-se ainda que os fumantes

normalmente consomem de 1 a 10 cigarros por dia.

GRÁFICO 16 - Quantidade de cigarros que os entrevistados fumam

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa

Já a TAB. 13 apresenta a análise descritiva da frequência de consumo do café antes ou

após o fumo do cigarro. Verifica-se que existe pouca relação entre os dois hábitos para a amostra

pesquisada, uma vez que o terceiro quartil foi de 2,50. Isso equivale a dizer que pelo menos

75% dos entrevistados que fumam normalmente não consomem café antes ou após fumarem.

93%

3%

3%

0%

1%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Não fuma

De 1 a 5 cigarros

De 6 a 10 cigarros

De 11 a 15 cigarros

De 16 a 20 cigarros

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114

TABELA 13 - Análise descritiva da frequência de consumo do Café antes ou após o fumo

do cigarro

n NR Mínimo 1° quartil 2° quartil

(mediana) 3° quartil Máximo Média DP

34 0 0,00 0,00 0,75 2,50 8,00 4,29 3,87

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

A TAB. 14 exibe a correlação entre a frequência de consumo geral e os benefícios do

consumo do café. Vale ressaltar que, para realizar tais análises de correlação, a categoria “Sem

frequência definida” foi eliminada da análise.

TABELA 14 - Correlação entre a frequência de consumo geral e os benefícios do consumo

do Café

Benefícios do consumo do café B2.1) Frequência semanal de consumo de café

B4.1.1) Fornecer mais disposição 0,141**

B4.1.2) Melhorar a memória/concentração 0,111*

B4.1.3) Prevenir a depressão -0,142 B4.1.4) Auxiliar na prevenção de algumas doenças -0,104**

B4.1.5) Ter alto teor de antioxidantes e combater radicais livres -0,156**

B4.1.6) Prevenir o mal de Parkinson -0,072

B4.1.7) Prevenir o câncer de próstata -0,104

B4.1.8) Prevenir a diabetes do tipo 2 -0,101

B4.1.9) Prevenir o câncer de colo do útero -0,073

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Legenda: * Significativo ao nível de 0,05; ** Significativo ao nível de 0,01.

Os resultados revelam que apenas quatro das nove correlações foram estatisticamente

significativas (ao nível de 5% e 1%), ainda que as magnitudes revelem relação muito baixa.

Além disso, no caso dos benefícios “B4.1.1) Fornecer mais disposição” e “B4.1.2) Melhorar a

memória/concentração” o coeficiente foi positivo e dos benefícios “B4.1.4) Auxiliar na

prevenção de algumas doenças” e “B4.1.5) Ter alto teor de antioxidantes e combater radicais

livres” foram negativos, indicando relação inversa.

Verificou-se também a correlação entre a frequência de consumo geral e os malefícios

do consumo do café. Os resultados revelam que oito das doze correlações foram

estatisticamente significativas (ao nível de 5% e 1%), ainda que as magnitudes também

revelaram relação muito baixa. Além disso, todas as correlações foram negativas, indicando

relação inversa, ou seja, quanto maior a frequência de consumo menor a concordância com o

malefício.

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115

TABELA 15 - Correlação entre a frequência de consumo geral e os malefícios do consumo

do Café

Malefícios do consumo do café B2.1) Frequência semanal de consumo de café

B4.2.1) Dificulta o sono (insônia) -0,059

B4.2.2) Gera ansiedade -0,055

B4.2.3) Gera nervosismo -0,109*

B4.2.4) Causa tremores musculares -0,189**

B4.2.5) Causa depressão -0,173**

B4.2.6) Causa confusão mental -0,147**

B4.2.7) Causa osteoporose -0,157**

B4.2.8) Aumenta a pressão arterial -0,114*

B4.2.9) Causa queimação no estomago (problemas gástricos) -0,064

B4.2.10) Causa dependência 0,111*

B4.2.11) Causa náuseas -0,115*

B4.2.12) Causa enxaqueca -0,074

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Legenda: * Significativo ao nível de 0,05; ** Significativo ao nível de 0,01.

A TAB. 16 apresenta a correlação entre a frequência de consumo geral e os significados

do consumo do Café. Todos os significados apresentaram correlação estatisticamente

significativa ao nível de 1% e positivas. Além disso, a correlação com a variável “B4.3.3) É um

hábito no meu dia-a-dia” foi de magnitude moderada. Com as variáveis “B4.3.1) Faz me sentir

bem”, “B4.3.4) É um momento só para mim”, “B4.3.6) Completa minha refeição” e “B4.3.7)

É um momento de união da família” foram de magnitude baixa. Já com as outras três variáveis

a correlação pode ser considerada muito baixa.

TABELA 16 - Correlação entre a frequência de consumo geral e os significados do

consumo do Café

Significados do consumo do café B2.1) Frequência semanal de consumo de café

B4.3.1) Faz me sentir bem 0,266**

B4.3.2) Serve para relaxar 0,182** B4.3.3) É um hábito no meu dia-a-dia 0,487**

B4.3.4) É um momento só para mim 0,211**

B4.3.5) É um momento de encontro com amigos 0,143**

B4.3.6) Completa minha refeição 0,234**

B4.3.7) É um momento de união da família 0,234**

B4.3.8) Serve para dar uma parada ("break") 0,176**

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Legenda: * Significativo ao nível de 0,05; ** Significativo ao nível de 0,01.

A TAB. 17 apresenta a correlação entre a frequência de consumo geral e as reações

provocadas no corpo pelo consumo do Café. Nenhuma das reações apresentou correlação

estatisticamente significativa ao nível de 1%.

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116

TABELA 17 - Correlação entre a frequência de consumo geral e as reações provocadas

no indivíduo pelo consumo do Café

Reações provocadas no indivíduo pelo consumo do café B2.1) Frequência semanal de consumo de café

B4.4.1) Me deixa ligado 0,020

B4.4.2) Me levanta 0,069

B4.4.3) Melhora o meu humor 0,066

B4.4.4) Aumenta a minha concentração 0,070

B4.4.5) Me deixa animado / agitado 0,083

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Legenda: * Significativo ao nível de 0,05; ** Significativo ao nível de 0,01.

A TAB. 18 apresenta a correlação entre a frequência de consumo geral e os fatores de

importância na decisão de compra do Café. Apenas o fator F3 - Importância dos aspectos do

produto apresentou correlação estatisticamente significativa ao nível de 1%. Além disso, ainda

que a correlação tenha sido positiva sua magnitude foi muito baixa.

TABELA 18 - Correlação entre a frequência de consumo geral e os fatores de importância

na decisão de compra do Café

Atributos considerados na compra do café B2.1) Frequência semanal de consumo de café

F1 - Importância da Embalagem -0,071

F2 - Importância da disponibilidade e oferta -0,066

F3 - Importância dos aspectos do produto 0,162**

F4 - Importância da marca e tradição 0,096

F5 - Importância do meio ambiente e selo de qualidade -0,078

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Legenda: * Significativo ao nível de 0,05; ** Significativo ao nível de 0,01.

A TAB. 19 apresenta a correlação entre a frequência de consumo geral e a idade, nível

de escolaridade e renda familiar. Apenas a idade apresentou correlação estatisticamente

significativa ao nível de 1%. Além disso, a correlação foi negativa, mas sua magnitude foi

baixa. Isso revela que, em pequena escala, pessoas mais jovens consomem café em frequência

menor.

TABELA 19 - Correlação entre a frequência de consumo geral e a idade, nível de

escolaridade e renda familiar

Variáveis sócio demográficas B2.1) Frequência semanal de consumo de café

B3.4) Idade -0,309**

B3.5) Escolaridade 0,060

B3.8) Renda familiar 0,025

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

Legenda: * Significativo ao nível de 0,05; ** Significativo ao nível de 0,01.

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117

A TAB. 20 apresenta os resultados para o Teste de diferença de Mann-Whitney U para

verificar a diferença no nível de consumo geral de café de acordo com o gênero dos

entrevistados. A significância do teste foi inferior a 5%, o que equivale dizer que homens

consomem café numa frequência diferente das mulheres. Observando o ranking médio de

ambos os sexos, é possível perceber que as mulheres consomem café com mais frequência do

que os homens.

TABELA 20 - Teste de diferença de Mann-Whitney U para verificar a diferença no nível

de consumo geral de café de acordo com o gênero dos entrevistados

B3.3) Sexo n Ranking médio Soma dos rankings

Masculino 142 184,58 26.210,00

Feminino 257 208,52 53.590,00

Total 399

Mann-Whitney U: 16.057 Z: -2,360 Sig. 0,018

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

A TAB. 21 apresenta os resultados para o Teste de diferença de Kruskal-Wallis H para

verificar a diferença no nível de consumo geral de café de acordo com a ocupação funcional

dos entrevistados. Vale ressaltar que as categorias dona de casa, empresário, aposentado,

desempregado e outros tiveram de ser eliminadas, devido ao baixo percentual.

TABELA 21 - Teste de diferença de Kruskal-Wallis H para verificar a diferença no nível

de consumo geral de café de acordo com a ocupação funcional dos entrevistados

B3.6) Ocupação funcional n Ranking médio

Funcionário público 33 216,50

Funcionário de empresa privada 217 181,65

Autônomo / Profissional liberal 29 206,02

Estudante 84 161,06

Total 363 -

Qui-quadrado: 11,567 GL: 3 Sig. 0,009

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

A significância do teste foi inferior a 1%, o que equivale dizer que pelo menos um par

das categorias funcionais consomem café numa frequência diferente. Ao observar o ranking

médio verificou-se que, aparentemente, funcionários públicos e autônomos / profissionais

liberais consomem café com maior frequência do que funcionários de empresas privadas e

estudantes.

A TAB. 22 apresenta os resultados para o Teste de diferença de Kruskal-Wallis H para

verificar a diferença no nível de consumo geral de café de acordo com a regional de Belo

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118

Horizonte onde os entrevistados residem. A significância do teste foi superior a 5%, o que

revela que não existem diferenças na frequência de consumo entre os moradores das regionais

de Belo Horizonte.

TABELA 22 - Teste de diferença de Kruskal-Wallis H para verificar a diferença no nível

de consumo geral de café de acordo com a regional de Belo Horizonte onde os

entrevistados residem

B3.9) Regional de Belo Horizonte n Ranking médio

Noroeste 42 175,25

Barreiro 30 182,98

Venda Nova 26 190,88

Norte 27 191,04

Centro Sul 64 194,50

Leste 58 205,70

Oeste 55 206,55

Nordeste 61 217,35 Pampulha 36 217,54

Total 399 -

Qui-quadrado: 7,90 GL: 8 Sig. 0,443

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

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119

5 CONCLUSÕES

A presente dissertação teve como principal objetivo descrever o comportamento dos

consumidores de café do município de Belo Horizonte.

Para responder tal objetivo, foram adotados objetivos específicos relacionados às

seguintes fases do comportamento de compra dos consumidores: reconhecimento da

necessidade, busca de informações, avaliação de alternativas pré-compra, compra e consumo.

Todos os objetivos específicos foram atingidos.

Com a finalidade de facilitar a compreensão dos achados deste estudo, optou-se pela

apresentação deste capítulo desmembrado nos estágios de compra abordados e os objetivos

específicos relacionados.

5.1 Reconhecimento da necessidade

O presente estudo, no que se refere ao reconhecimento da necessidade, permitiu

conclusões sobre os benefícios, malefícios, significados e reações associadas ao consumo de

café que são percebidas pelos indivíduos. Foram propostos dois objetivos que se referem à fase

de reconhecimento da necessidade:

1. Investigar os benefícios e malefícios percebidos com o consumo de café

No que refere-se aos benefícios percebidos pelos consumidores de café, o presente

estudo permitiu concluir que os efeitos do café relacionados à saúde são desconhecidos pela

maioria dos entrevistados, apesar da existência de diversos estudos que comprovam

cientificamente tais benefícios (TAVANI et al., 1997; LIMA, 2000; ROSENGREN et al., 2004;

SALAZAR-MARTINEZ et al., 2004; DÓREA; COSTA, 2005; LIMA, 2001, LIMA, 2003;

VAN DAM; HU, 2005; HU et al., 2007; CARLSEN et al., 2010; LUCAS et al., 2011; YU et

al., 2011; STOKEL, 2012). Dados da ABIC (2010), corroboram com estes achados, uma vez

que, em pesquisa realizada, menos de 13% dos entrevistados declaram reconhecer algum destes

benefícios.

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120

Com base na teoria estudada e nos resultados obtidos, recomenda-se que empresas do

setor, cafeicultores, associações setoriais e profissionais da área de saúde reforcem os trabalhos

de divulgação que estimulem um processo de aprendizagem nos consumidores. Deve-se

instigar a percepção do café como um alimento funcional29, e não apenas como uma bebida

consumida por hábito. Tal recomendação não se justifica apenas pelos retornos mercadológicos

que podem ser potencializados, uma vez que o Brasil é um dos maiores consumidores e maior

produtor mundial (DECAF, 2013; EMBRAPA, 2012), mas também em função dos efeitos

positivos sobre a saúde (respostas psicoativas, neurológicas, controle de distúrbios metabólicos

e da função hepática), já que é uma bebida com ampla utilização, desde crianças a idosos

(DÓREA; COSTA, 2005).

Outra constatação é que os consumidores perceberam, como benefícios do consumo do

café, o fato de fornecer mais disposição e melhorar a memória/concentração. Tal constatação

alinha-se a demais estudos dos efeitos do café, que em quantidades moderadas faz com que o

cérebro esteja mais atento e capaz de suas atividades intelectuais, estimulando a memória,

atenção e concentração (SMITH et al., 1999; DÓREA; COSTA, 2005; LIMA, 1995; LIMA,

2003; ALVES et al., 2009). A pesquisa da ABIC (2010), ao avaliar a percepção dos

consumidores, também constatou tais benefícios como os principais percebidos.

Ao consultar os entrevistados sobre a percepção dos malefícios do café, constatou-se

que a maioria das variáveis não são associadas ao consumo da bebida. Contudo, três malefícios

foram indicados como significativos: a dependência, a geração de dificuldade para sono

(insônia) e a queimação no estômago (problemas gástricos). No entanto, a ABIC (2010), ao

avaliar junto aos não consumidores os motivos de rejeição da bebida, constatou que os três

malefícios apresentados neste estudo foram citados respectivamente por 6%, 9% e 45% dos

entrevistados. Gonçalves (2009) também não verificou tais malefícios ao avaliar os não

consumidores. Grande parte dos estudos, ao avaliar os malefícios do café, valeu-se dos não

consumidores. Este estudo diferencia-se, assim, ao apurar os danos percebidos pelos

consumidores de café, que apresentam-se diferentes dos encontrados em outras pesquisas.

Apurar os malefícios percebidos torna-se importante à medida que esta compreensão pode

direcionar ações de retenção dos consumidores. Tais ações podem valer-se do fato que estes

malefícios são verídicos do ponto de vista científico apenas para consumo em quantidades

exageradas (CAETANO et al., 2008; ALVES et al., 2009).

29 O alimento funcional é aquele que demonstra poder afetar beneficamente uma ou mais funções alvo no corpo,

além de possuir os adequados efeitos nutricionais, de maneira que seja tanto relevante para o bem-estar e a saúde

quanto para a redução do risco de uma doença (ROBERFROID, 2002).

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121

Em virtude dos aspectos que foram apresentados, por meio da percepção dos

consumidores de café, pode-se concluir que os principais benefícios e malefícios identificados

são:

o Benefícios: (i) Fornece mais disposição e (ii) Melhora a memória/concentração;

o Malefícios: (i) Causa dependência, (ii) Dificulta o sono e (iii) causa queimação (problemas

gástricos).

2. Identificar os principais significados e reações provocadas pelo consumo de café;

Em relação aos significados do consumo de café para os entrevistados, averiguou-se que

cinco entre oito afirmativas apresentadas na pesquisa foram avaliadas com concordância de ao

menos um quarto dos entrevistados. Pela observação dos dados concluiu-se que três afirmativas

foram fortemente indicadas pelos consumidores: “é um hábito no meu dia-a-dia”, “faz me sentir

bem” e “serve para dar uma parada (“break”)”, assim como constatado em outros estudos

(PIRES NETO, 2008; GONÇALVES, 2009; ARRUDA et al., 2007). Tais significados são

baseados no forte impacto simbólico, social, cultural e místico que o café carrega (COBRA,

2008; GONÇALVES, 2009; SETTE, 2000).

No que se refere às reações indicadas no estudo, todas as associações foram apontadas

pelos entrevistados como efeitos do consumo de café. Entretanto, “deixar ligado” e “levantar”

apresentaram maior nível de concordância pelos entrevistados, sendo indicados por pelo menos

metade dos entrevistados. Os achados deste estudo reforçam resultados encontrados em

pesquisa realizada pela ABIC (2010).

Em vista dos dados e análises apresentadas, constatou-se que os principais significados

e reações percebidas pelos consumidores de café são:

o Significados: (i) ser um hábito do dia a dia, (ii) fazer sentir-se bem, (iii) serve para dar uma

parada (“break”), (iv) serve para relaxar e (v) ser um momento de união da família

o Reações: (i) levanta, (ii) deixa ligado, (iii) anima/agita, (iv) aumenta a concentração, (v)

melhora o humor.

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122

5.2 Busca de informações

O objetivo proposto, que refere-se à fase de busca de informações, foi:

1. Levantar as fontes de informação e os grupos de influência utilizados no processo de

decisão de compra de café

Em relação ao processo de busca de informações, o presente trabalho possibilitou

concluir que a maioria dos entrevistados (29%) escolhe o café que comprará com base nas

experiências anteriores. Desta forma, utilizam a busca interna de informação como

determinante da compra, por meio da recuperação de conhecimento na memória

(BLACKWELL et al., 2005). Destaca-se ainda que um volume significativo de indivíduos (6%)

afirmaram não realizar nenhum tipo de busca de informação para a compra. A partir do

referencial abordado e dos apontamentos da pesquisa, é permissível afirmar que esta parcela de

consumidores, que se utiliza do conhecimento existente e que diz não buscar informações, vale-

se do aprendizado ocorrido em momentos anteriores (BENNET; KASSARJIAN, 1975;

SCHIFFMAN; KANUK, 2009; KARSAKLIAN, 2004), conforme o processo psicológico de

aprendizagem do modelo de Blackwell et al. (2005).

Já as fontes de informações externas encontradas no resultado da pesquisa foram os

anúncios no ponto de venda, propagandas na televisão, panfletos e internet. Ressalta-se que o

apontamento da internet como fonte de informação na compra de café não foi identificado em

estudos anteriores, no Brasil, e devido à crescente penetração da ferramenta como fonte de

informação este resultado torna-se relevante e passível de investigações específicas para

compreender melhor sua extensão.

Ao abordar os grupos de influência no processo de busca de informações, os resultados

indicaram que a família é o principal influenciador no processo de compra, sendo apontada por

mais de três quartos dos entrevistados, assim como afirmado por Santos e Bitencourt (2005).

Observa-se ainda, entre os familiares, que os pais são os principais influenciadores, reforçando

a ideia de que o consumo do café, assim como as demais escolhas associadas, são constituídas

pelo hábito aprendido desde o núcleo familiar. Em face às modificações nos grupos familiares

e a importância que eles representam, faz-se necessário que os profissionais de marketing

voltem suas atenções para os hábitos de compra e consumo destes para uma melhor

compreensão das influências e dos papéis de cada membro do núcleo familiar (BLACKWELL

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123

et al.,2005; KOTLER; KELLER, 2006). Dentre os grupos de influência não familiares, amigos

e conhecidos representam as principais fontes de influência.

De forma sintetizada, as fontes de informação e grupos de influência levantados no

presente estudo são:

o Fontes de informação: (i) experiências anteriores, (ii) anúncios no ponto de venda, (iii)

propagandas na televisão, (iv) panfletos e (v) internet

o Grupos de influência: (i) pais, (ii) amigos, (iii) conhecidos, (iv) outros parentes, (v) marido

/ esposa, (vi) avós, (vii) irmãos

5.3 Avaliação de alternativas pré-compra

Os objetivos propostos, que referem-se à fase de reconhecimento da necessidade, foram:

1. Verificar os atributos considerados importantes pelos consumidores na sua decisão de

compra do café

Ao avaliar os atributos considerados importantes pelos consumidores na sua decisão de

compra, verificou-se que os atributos com maiores médias de concordância foram: o sabor do

café, marca que está habituado a comprar, a tradição da marca, a disponibilidade no local de

compra, o ponto de torra do café, o tipo de café, o selo de qualidade / pureza da ABIC e ser

livre de agrotóxicos, nesta ordem.

Realizou-se ainda a identificação dos principais fatores considerados relevantes na

percepção dos consumidores. Os principais fatores identificados foram: (i) importância dos

aspectos do produto, (ii) da marca e tradição, (iii) do meio ambiente e selo de qualidade, (iv) da

disponibilidade e oferta e (v) da importância da embalagem. Outros estudos encontraram

resultados semelhantes, que indicam uma valorização da marca, qualidade (relacionada aos

aspectos do produto) e selo de pureza (GONÇALVES, 2009; MESQUITA; LARA; SOUKI,

2010). Dentre os fatores apurados, apenas os aspectos da embalagem mostram-se de menor

relevância para os consumidores, contudo, outros estudos reforçaram a importância dos

aspectos da embalagem na decisões da compra (PIRES NETO, 2008). Tais fatores tornam-se

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124

importantes à medida que podem direcionar os esforços mercadológicos para obter maior

adesão dos consumidores a determinadas marcas, tipos e qualidades de café.

2. Listar as principais marcas de café compradas para consumo em casa

Outro objetivo proposto teve como finalidade identificar as principais marcas de café

apontadas pelos entrevistados. Observou-se que aproximadamente metade dos consumidores

indicaram, de forma espontânea, apenas uma marca como preferencial, resultado que reforça a

característica do atributo decisório referente a marca e tradição, identificado no trabalho. De

forma geral, a lista das marcas Top of Mind mais citadas individualmente pelos consumidores

é: (i) Três Corações, (ii) Fino Grão, (iii) Barão, (iv) Pilão, (v) Melita, (vi) Nescafé e (vii) Utam.

O café Três Corações foi a marca mais citada por 73% dos consumidores, reforçando a

característica de lideranças municipais e regionais que são observadas em todo o estado de

Minas Gerais (BASTOS, 2011).

Identificou-se ainda o conjunto considerado das marcas, que foi composto por: (i) Três

Corações; (ii) Fino Grão, (iii) Barão, (iv) Pilão, (v) Melita, (vi) Bom Jesus, (vii) Caboclo, (viii)

Nescafé e (ix) Dom Pedro. O fato de tais marcas fazerem parte do conjunto considerado pelos

consumidores é importante, pois é a partir dele que os consumidores irão realizar o processo de

escolha.

5.4 Compra / Consumo

Os objetivos propostos, que referem-se às fases compra e consumo, foram:

1. Identificar os produtos substitutos ao café na percepção dos consumidores

Na avaliação dos produtos substitutos, o presente estudo demonstrou quais bebidas

competem com o café pelos recursos do consumidor. As bebidas indicadas como substitutas

foram: (i) suco, (ii) achocolatado, (iii) leite, (iv) chá, (vi) água, (vii) vitamina.

Pesquisas confirmam que o café é uma bebida aparentemente de difícil substituição

(ABIC, 2010). Apesar de tais constatações, o café para consumo em casa, frente à oferta de

inúmeras possibilidades de bebidas, parece aquele de menor conveniência, devido ao tempo

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dispendido em seu preparo. Em função do recurso tempo ser cada vez mais restrito, os

indivíduos podem mudar rapidamente seus hábitos e rotinas de agir (BAUMAN, 2005). Neste

sentido, faz-se importante que os diversos envolvidos no ciclo mercadológico do café busquem

e estimulem alternativas que tragam conveniência e gerem a manutenção dos hábitos dos

consumidores de café, alternativas estas que podem ser resultado de um maior estímulo para

consumo de cafés instantâneos, adoções de equipamentos para preparo e outras possibilidades,

sejam elas já concebidas ou não.

2. Verificar os principais locais em que os entrevistados compram e consomem café

A pesquisa permitiu concluir que os consumidores compram café para consumo em casa

nos seguintes locais: (i) supermercados e hipermercados e (ii) mercados de bairro. O local de

compra torna-se importante à medida que direciona as estratégias mercadológicas focadas no

ponto de venda. Entretanto, existe uma diversidade de lugares disponíveis para a compra do

café, conforme a situação de consumo. Esta pesquisa avaliou especificamente o café adquirido

para ser consumido em casa, não contemplando as possibilidades de compra da bebida pronta.

Ao abordar os principais locais em que os entrevistados consomem café, conclui-se que

a maior frequência ocorre: (i) em casa, (ii) no local de trabalho e (iii) na casa de parentes e

amigos. Tais constatações reforçam as características do hábito do consumo associado a pausa,

relaxamento e socialização.

Desta forma, a partir dos resultados apresentados pela pesquisa os principais locais para

compra e consumo identificados foram:

o Locais de compra: (i) supermercados e hipermercados, (ii) mercados de bairro;

o Locais de consumo: (i) casa, (ii) local de trabalho, (iii) casa de parentes e amigos.

3. Conhecer a frequência e momento de consumo dos principais tipos de café

A presente pesquisa permitiu concluir, de forma geral, que os entrevistados têm o hábito

de consumir café predominantemente no (i) café da manhã. Outra parcela representativa afirma

(ii) não ter horário definido para o consumo, seguida daqueles que consomem (iii) em intervalos

de trabalho / estudo e (iv) no lanche da tarde. Verificou-se também que a maioria dos indivíduos

consumem café todos os dias, sendo que 72% consumem café cinco ou mais vezes por semana,

reforçando o significado de hábito diário de consumo.

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126

Ao abordar a frequência de consumo de forma geral e sua influência na percepção dos

benefícios, malefícios, reações, significados, fatores de influência na decisão de compra,

verificou-se a existência de apenas uma correlação, de intensidade moderada ou superior,

associada ao hábito de consumo diário. A partir deste resultado, conclui-se que os consumidores

que fazem o uso do café em maior frequência tendem a perceber com maior intensidade o

significado do café como hábito de consumo diário. Verificou-se ainda, por meio dos testes

realizados, que as pessoas mais jovens consomem café em menor frequência, assim como

mulheres e funcionários públicos e profissionais liberais/autônomos tendem a consumir café

em maior frequência.

Ao verificar a frequência e momento de consumo de acordo com os tipos de café,

conclui-se que o café torrado e moído é utilizado por quase todos os entrevistados, seguido dos

cafés cappuccino, expresso instantâneo/solúvel. O café torrado e moído é, normalmente,

consumido no café da manhã com frequência igual ou superior a cinco vezes semanais. Os

demais tipos de café geralmente são consumidos sem horário e frequência definidas, seguido

do consumo de uma a duas vezes semanais.

4. Examinar a associação do consumo de café ao cigarro

Na presente pesquisa, apenas uma pequena parcela indicou o uso de um ou mais cigarros

por dia. Dentre os fumantes, verificou-se que a maioria dos entrevistados afirmou não consumir

café antes ou após fumar. Apesar dos fatos mencionados, recomenda-se a condução de estudos

específicos com fumantes para validação destes achados, uma vez que o número de fumantes

que participaram da pesquisa foi baixo. Contudo, pode-se concluir que, para a amostra

pesquisada, não há associação entre o cigarro e o consumo de café.

Com base nos resultados obtidos na presente pesquisa e no modelo de comportamento

do consumidor proposto por Blackwell et al. (2005), tornou-se possível sintetizar o

comportamento do consumidor de café, conforme apresentado no QUADRO 13.

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127

QUADRO 13 - Síntese do comportamento do consumidor de café

Fases Grupo de Variáveis Variáveis

Reconhecimento da

necessidade

Benefícios do Consumo

de Café

Disposição

Memória/ concentração

Malefícios do Consumo

de Café

Dependência

Insônia

Problemas gástricos

Significado do consumo

de Café

Hábito diário

Faz sentir bem

Serve para dar uma parada

Serve para relaxar

União com a família

Reações ao consumo de

Café

Levanta

Deixa ligado

Anima/agita

Aumenta a concentração

Melhora o humor

Busca de

informações

Fontes de informação

Experiências anteriores

Anúncios no ponto de vendas

Propagandas na televisão

Panfletos

Internet

Grupos de influência

Pais

Amigos

Conhecidos

Marido / esposa

Avós

Irmãos

Outros parentes

Avaliação das

alternativas

Atributos decisórios na

compra

Aspectos do produto

Marca e tradição

Meio ambiente e selo de qualidade

Disponibilidade e oferta

Importância da embalagem

Conjunto considerado

Três Corações

Fino Grão

Barão

Pilão

Melita

Nescafé

Utam

Compra Local de Compra Supermercado / hipermercados

Mercados de bairro

Consumo

Local de Consumo

Casa

Local de trabalho

Casa de parentes e amigos

Produtos Substitutos

Suco

Achocolatado

Leite

Chá

Água

Frequência e momento de

consumo

Café torrado e moído: consumido no café manhã, ≥ 5 vezes

por semana / Outros cafés: sem horário e frequência definida

Associação do consumo

de café ao cigarro Não identificada associação

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados da pesquisa.

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128

5.5 Limitações e sugestões para pesquisa futuras

A primeira limitação desta dissertação refere-se à utilização de um corte transversal para

a coleta de dados. Esta definição não considera as mudanças que os diversos fatores que afetam

o comportamento dos consumidores de café podem sofrer ao longo do tempo. Desta forma, não

permite uma visão de profundidade da situação e das mudanças ocorridas, visto que as

informações são coletadas uma única vez no tempo.

Em sequência, têm-se como limitação a seleção da técnica de amostragem não

probabilística, do tipo bola de neve. Esta definição apresenta-se como limitação uma vez que

não é possível fazer inferências ou projeções de forma geral sobre a população consumidora de

café de Belo Horizonte.

Outra limitação está relacionada à forma de coleta de dados, que ocorreu pelo

autopreenchimento dos questionários. Considera-se esta definição uma limitação, visto que

dúvidas podem ter surgido no preenchimento e não foram passíveis de esclarecimentos, o que

contribui para a redução da consistência dos dados.

Ainda como limitação, o presente estudo não considerou os fatores determinantes para

a compra da bebida preparada.

Finalmente, a presente pesquisa considerou apenas consumidores de uma região

específica, o que não permite extrapolação dos resultados para outras localidades do estado de

Minas Gerais e do País.

Como sugestões para pesquisas futuras, recomenda-se o estudo de tipos específicos de

café (orgânico, gourmet, cappuccino, expresso, instantâneo) com ênfase em variáveis

sociodemográficas, além da análise de critérios psicográficos de segmentação como

personalidade e estilo de vida dos consumidores, pois acredita-se que tais análises contribuiriam

para melhor caracterização dos diferentes perfis de consumidores existentes.

Sugere-se também a realização de outras pesquisas com ampliação da amostra,

incluindo cidades de outras regiões, ou mesmo, comparar os resultados com outros estados do

país, uma vez que a adoção do café possui forte apelo regional.

Recomenda-se a realização da pesquisas correlatas em outros momentos históricos-

temporais, assim como a adoção de pesquisas com a utilização de corte transversal para a coleta

de dados, visto que o comportamento dos consumidores pode alterar-se devido às influências

do ambiente externo, como culturais, sociais entre outras.

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129

Outra sugestão é a condução de estudos correlatos com a utilização de amostragens

probabilísticas, de forma a conferir maior confiabilidade aos resultados e permitir a

extrapolação dos resultados à população, não restringindo-se à amostra.

A presente pesquisa fundamentou-se na utilização de variáveis provenientes de outros

estudos realizados. Sugere-se a condução de estudos qualitativos com a finalidade de identificar

possíveis variáveis que podem representar a percepção dos consumidores e não inclusas neste

trabalho.

Aconselha-se que pesquisas desta natureza sejam realizadas diretamente em

supermercados, hipermercados e mercados de bairro, de forma a abordar o consumidor no

momento da compra, em que os critérios utilizados para a escolha do produto estejam mais

acessíveis na memória.

Sugere-se ainda a realização de outros estudos com foco na fases de avaliação pós-

consumo, assim como avaliar a importância e tradição da marca e a lealdade na compra do

café. Finalmente, outra sugestão para estudos futuros seria o desenvolvimento de pesquisas

com teste cego para comparar a percepção declarada e real dos consumidores.

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

PESQUISA DE OPINIÃO

Comportamento do Consumidor de Café

Questionário nº

_____________

B1 – Identificação do entrevistador

B1.1) Nome do entrevistador:

_______________________

B1.2) Bairro:

__________________

B1.3) Data da entrevista:

_____/_____

Bom dia / boa tarde / boa noite! Estamos realizando uma pesquisa que tem como objetivo descrever o

comportamento de compra e consumo de café. Essa pesquisa é parte de uma dissertação do curso de Mestrado

Profissional em Administração do Centro Universitário UNA. Sua opinião é muito importante para o sucesso

deste trabalho. Cabe ressaltar que todas as respostas individuais serão mantidas em sigilo. Pela sua colaboração

especial, antecipamos nossos mais sinceros agradecimentos!

Fabiano Bento de Sá, Mestrando Centro Universitário UNA – Belo Horizonte

Prof. Dr. Ricardo Viana Carvalho de Paiva, Orientador Centro Universitário UNA – Belo Horizonte

B2 - Pergunta filtro

B2.1) Com que frequência você consome café (tradicional ou de outros tipos) por semana?

Nunca consome (agradecer e encerrar entrevista)

1. 1 vez por semana 3. 3 vezes por

semana

5. 5 vezes por

semana 7. Todo dia

2. 2 vezes por

semana

4. 4 vezes por

semana

6. 6 vezes por

semana 8. Sem frequência definida

B2.2) Em qual horário você normalmente consome café (tradicional ou de outros tipos) num dia?

1. No café da manhã 3. Intervalos do trabalho /

estudo 5. Após o jantar

2. Após o almoço 4. Lanche da tarde 6. Sem horário definido

Bloco 3 – Informações pessoais

B3.1) Nome do entrevistado: B3.2) Tel: ( ) -

B3.3) Sexo: 1. Masculino 2. Feminino B3.4) Idade (anos):

B3.5) Qual o seu nível de escolaridade?

1. Não possui (analfabeto) 4. Do 1o ao 3o do segundo grau

2. Da 1a a 5a série do ensino fundamental 5. Ensino superior (graduação, licenciatura, tecnólogo)

3. Da 6a a 9a série do ensino fundamental 5. Pós-graduação (especialização/MBA / mestrado /

doutorado)

B3.6) Ocupação funcional

1. Funcionário público 3. Dona de Casa 5. Empresário (a) 7. Aposentado

2. Funcionário de empresa privada

4. Autônomo / Profissional liberal

6. Estudante 8. Outros. Qual? ___________________

B3.7) Estado civil

1. Solteiro 2. Casado / União estável 3. Separado / divorciado 4. Viúvo (a)

B3.8) Renda familiar (incluindo todos os membros da família que moram na mesma residência)

1. Até1.000,00 2. R$ 1.001,00 a 2.000,00 3. R$ 2.001,00 a 3.000,00

4. R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00 5. R$ 4.001,00 a 5.000,00 6. R$ 5.001,00 a 6.000,00

7. R$ 6.001,00 a 7.000,00 8. R$ 7.001,00 a 8.000,00 9. Acima de R$ 8.000,00

B3.9) Em qual bairro de Belo Horizonte você reside?

__________________________________________________________________________________

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143

B4 – Reconhecimento da necessidade de consumo do café

B4.1) Gostaria que você avaliasse os benefícios que você percebe no consumo do café. A escala vai de 0 a 10, sendo que 0 significa DISCORDO TOTALMENTE e 10 significa CONCORDO TOTALMENTE. Os valores intermediários indicam para níveis médios de concordância ou discordância.

Item NS Discordo totalmente

Concordo totalmente

B4.1.1) Fornecer mais disposição 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.1.2) Melhorar a memória/concentração 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.1.3) Prevenir a depressão 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.1.4) Auxiliar na prevenção de algumas doenças 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.1.5) Ter alto teor de antioxidantes e combater radicais livres 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.1.6) Prevenir o mal de Parkinson 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.1.7) Prevenir o câncer de próstata 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.1.8) Prevenir a diabetes do tipo 2 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.1.9) Prevenir o câncer de colo do útero 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2) Gostaria que você avaliasse os malefícios que você percebe no consumo do café. A escala vai de 0 a 10, sendo que 0 significa DISCORDO TOTALMENTE e 10 significa CONCORDO TOTALMENTE. Os valores intermediários indicam para níveis médios de concordância ou discordância.

Item NS Discordo totalmente

Concordo totalmente

B4.2.1) Dificulta o sono (insônia) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.2) Gera ansiedade 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.3) Gera nervosismo 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.4) Causa tremores musculares 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.5) Causa depressão 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.6) Causa confusão mental 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.7) Causa osteoporose 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.8) Aumenta a pressão arterial 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.9) Causa queimação no estomago (problemas gástricos) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.10) Causa dependência 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.11) Causa náuseas 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.2.12) Causa enxaqueca 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3) Gostaria que você avaliasse os significado do consumo de café para você. A escala vai de 0 a 10, sendo que 0 significa DISCORDO TOTALMENTE e 10 significa CONCORDO TOTALMENTE. Os valores intermediários indicam para níveis médios de concordância ou discordância.

Item NS Discordo totalmente

Concordo totalmente

B4.3.1) Faz me sentir bem 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3.2) Serve para relaxar 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3.3) É um hábito no meu dia-a-dia 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3.4) É um momento só para mim 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3.5) É um momento de encontro com amigos 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3.6) Completa minha refeição 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3.7) É um momento de união da família 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.3.8) Serve para dar uma parada (“break”) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.4) Gostaria que você avaliasse as reações que você sente ao beber café. A escala vai de 0 a 10, sendo que 0 significa DISCORDO TOTALMENTE e 10 significa CONCORDO TOTALMENTE. Os valores intermediários indicam para níveis médios de concordância ou discordância.

Item NS Discordo totalmente

Concordo totalmente

B4.4.1) Me deixa ligado 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.4.2) Me levanta 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.4.3) Melhora o meu humor 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.4.4) Aumenta a minha concentração 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B4.4.5) Me deixa animado / agitado 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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Bloco 5 – Busca por informações B5.1) Normalmente, onde você busca informações sobre os tipos de café existentes, marcas de café disponíveis no mercado, preços etc.?

B5.1.1. Anúncios no ponto de venda

B5.1.4. Jornais e revistas

B5.1.7. Panfletos B5.1.10. Redes sociais

B5.1.2. Experiências anteriores

B5.1.5. Lojas especializadas em café

B5.1.8. Propagandas no rádio

B5.1.11. Outros

B5.1.3. Internet B5.1.6. Outdoors B5.1.9. Propagandas na televisão

B5.1.11.1. Quais? ____________________

B5.2) Normalmente, com quem você busca informações sobre os tipos de café existentes, marcas de café disponíveis no mercado, preços etc.?

B5.2.1. Marido/ esposa B5.2.4. Conhecidos B5.2.7. Meus irmãos

B5.2.10. Outras pessoas

B5.2.2. Amigos B5.2.5. Empregada B5.2.8. Meus avós B5.2.10.1 Quais?

B5.2.3. Outros parentes B5.2.6. Meus pais B5.2.9. Meus filhos ____________________

B6 – Avaliação das alternativas

B6.1) Em sua opinião, qual é o nível de importância dos seguintes atributos do café na sua decisão de compra? A escala vai de 0 a 10, sendo que 0 significa BAIXA IMPORTÂNCIA e 10 significa ELEVADA IMPORTÂNCIA. Os valores intermediários indicam para níveis médios de importância.

Item NS

Baixa importância

Elevada

importância

B6.1.1) Ser a marca que estou habituado a comprar 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.2) Ser uma marca premium 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.3) A tradição da marca 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.4) Ter um preço baixo 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.5) Estar em oferta 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.6) Estar disponível no local que eu fui fazer a compra 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.7) Ter as informações necessárias no rótulo da embalagem 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.8) O tamanho da embalagem 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.9) O tipo de embalagem (almofadada, a vácuo, vidro etc.) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.10) Possuir uma embalagem reciclável 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.11) Possuir uma embalagem bonita 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.12) O sabor do café (mais forte/ mais fraco) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.13) O tipo do café (orgânico, gourmet, tradicional, cappuccino etc.)

99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.14) O ponto de torra do café (Tradicional, extra forte etc.) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.15) O rendimento do pó 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.16) Ter o selo de qualidade / pureza (Selo ABIC) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.1.17) Ser livre de agrotóxicos 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.2) Com que frequência você normalmente compra café para consumo na sua casa nos seguintes locais de compra? A escala vai de 0 a 10, sendo que 0 significa NUNCA e 10 significa SEMPRE. Os valores intermediários indicam para níveis médios de frequência.

Item NS

Nunca

Sempre

B6.2.1) Supermercado(s) / Hipermercado(s) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.2.2) Padaria(s) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.2.3) Mercado(s) de bairro 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.2.4) Loja(s) de conveniência 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.2.5) Cafeteria(s) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B6.2.6) Lojas especializadas 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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B6.3) Qual(is) marcas de café você normalmente compra para consumir na sua casa?

B6.3.1) ____________________ B6.3.2) ____________________ B6.3.3) _____________________

Bloco 7 – Consumo do café

B7.1) Com qual frequência você consome os seguintes tipos de café

Tipo de café Frequência semanal Frequência diária

B7.1.1) Café torrado e moído (preparado em

filtro de papel ou coador)

0. Nunca 3. 3 x por sem.

6. 6 x por sem.

1. 1 x por sem.

4. 4 x por sem.

7. 7 x por sem.

2. 2 x por sem.

5. 5 x por sem.

8. Sem frequência certa

1. No café da manhã.

4. Lanche da tarde

2. Após o almoço.

5. Após o jantar

3. Intervalos do trabalho / estudo

6. Sem frequência certa

B7.1.2) Café instantâneo

/solúvel

0. Nunca 3. 3 x por sem.

6. 6 x por sem.

1. 1 x por sem.

4. 4 x por sem.

7. 7 x por sem.

2. 2 x por sem.

5. 5 x por sem.

8. Sem frequência certa

1. No café da manhã.

4. Lanche da tarde

2. Após o almoço. 5. Após o jantar

3. Intervalos do trabalho / estudo

6. Sem frequência certa

B7.1.3) Café cappuccino

0. Nunca 3. 3 x por sem.

6. 6 x por sem.

1. 1 x por sem.

4. 4 x por sem.

7. 7 x por sem.

2. 2 x por sem.

5. 5 x por sem.

8. Sem frequência certa

1. No café da manhã.

4. Lanche da tarde

2. Após o almoço. 5. Após o jantar

3. Intervalos do trabalho / estudo

6. Sem frequência certa

B7.1.4) Café expresso

0. Nunca 3. 3 x por sem.

6. 6 x por sem.

1. 1 x por sem.

4. 4 x por sem.

7. 7 x por sem.

2. 2 x por sem.

5. 5 x por sem.

8. Sem frequência certa

1. No café da manhã.

4. Lanche da tarde

2. Após o almoço.

5. Após o jantar

3. Intervalos do trabalho / estudo

6. Sem frequência certa

B7.2) Quais bebidas você normalmente toma em substituição ao café

1. Água 3. Chá 5. Suco 7. Vitamina

2. Achocolatado 4. Leite 6. Cevada 8. Outra(s). B7.2.8.1) Qual(is)?

B7.3) Com que frequência você normalmente consome café nos seguintes locais? A escala vai de 0 a 10, sendo que 0 significa NUNCA e 10 significa SEMPRE. Os valores intermediários indicam para níveis médios de frequência.

Item NS Nunca Sempre

B7.3.1) Casa 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.3.2) Bar(es) e Lanchonete(s) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.3.3) Padaria(s) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.3.4) Restaurante(s) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.3.5) Local de trabalho 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.3.6) Casa de parente(s) e amigo(s) 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.3.7) Loja(s) de conveniência 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.3.8) Escola / Faculdade 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B7.4) Você fuma 1. Sim 2. Não

B7.5) Quantos cigarros você normalmente fuma por dia?

1. De 1 a 5 cigarros 3. De 11 a 15 cigarros 5. Mais de 20 cigarros

2. De 6 a 10 cigarros 4. De 16 a 20 cigarros

B7.6) Com que frequência você normalmente consome café antes ou

após fuma? A escala vai de 0 a 10, sendo que 0 significa NUNCA e 10 significa SEMPRE. Os valores intermediários indicam para níveis médios de frequência.

NS Nunca Sempre

99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10