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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO PATROCÍNIO UNICERP Graduação em Engenharia Civil GIOVANNA PIOVEZAN EMILIANO AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM UM CANTEIRO DE OBRAS NO MUNICÍPIO DE PATROCÍNIO-MG PATROCÍNIO - MG 2018

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO PATROCÍNIO UNICERP … · 2019-02-21 · centro universitÁrio do cerrado patrocÍnio unicerp graduação em engenharia civil giovanna piovezan emiliano

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO PATROCÍNIO

UNICERP

Graduação em Engenharia Civil

GIOVANNA PIOVEZAN EMILIANO

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM UM CANTEIRO DE

OBRAS NO MUNICÍPIO DE PATROCÍNIO-MG

PATROCÍNIO - MG

2018

GIOVANNA PIOVEZAN EMILIANO

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM UM CANTEIRO DE

OBRAS NO MUNICÍPIO DE PATROCÍNIO-MG

Trabalho de conclusão de curso apresentado

como exigência parcial para obtenção do grau

de Bacharelado em Engenharia Civil, pelo

Centro Universitário do Cerrado Patrocínio.

Orientadora: Prof.ª Ma. Mariana Milla

Assunção de Araújo

PATROCÍNIO – MG

2018

201

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por sempre estar comigo em todos os momentos da

minha vida, me dando forças e sabedoria para que eu pudesse concluir este trabalho.

A melhor orientadora do mundo, minha super grande mestre Prof.ª Mariana Milla

Assunção de Araújo, por todo tempo dedicado a minha orientação, por toda a ajuda necessária

para cumprir este trabalho, e também pela amizade durante este ano de pesquisa e trabalho.

A toda a minha família, por ter me dado todo o apoio e condição para que eu pudesse

concluir a minha graduação.

Aos meus grandes amigos dessa jornada, Tatiane, Janaina, Daniela, Igor, Juliano,

Larissa, Lucas, Patrick, Silas, Victor e Washington, que sempre estiveram comigo e sempre

acreditaram em mim, me dando apoio e amizade ao longo dos anos.

Aos demais colegas de turma, que de alguma forma contribuíram para que eu

concluísse esta etapa da minha vida.

Ao Engenheiro Civil Murilo Henrique Souza e Silva, por permitir que o trabalho fosse

feito em sua obra, dando todas as condições necessárias para a realização do mesmo.

E a todos não mencionados que direta ou indiretamente ajudaram nesse processo de

aprendizado e realizações.

“There will be no further explanation.

There will just be reputation”

Taylor Swift

RESUMO

Introdução: A construção civil é responsável pelo desenvolvimento urbano, o que

impulsiona também o avanço econômico, porém de acordo com dados da CBCS (Conselho

Brasileiro de Construção Sustentável), a consequência desta atividade é responsável por até

50% da extração de matérias primas, além de causar poluição do ar, sonora, mudança na

paisagem natural, alteração das propriedades físicas e biológicas do solo da região. Além

disso, durante o processo construtivo da obra, há uma produção e acúmulo de resíduos, os

chamados RCC (Resíduos de Construção Civil), que podem interferir tanto no andamento da

obra como no meio ambiente. Mas, como o progresso não é possível ser realizado sem

modificar um ambiente, existem leis, normas e resoluções que ajudam a mitigar e compensar

esses impactos e problemas gerados em um canteiro de obras, que servem tanto para obras de

grande porte, como de pequeno porte. Assim, as construções podem se tornar mais

sustentáveis e mais eficientes. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo geral identificar e

avaliar os impactos ambientais gerados por um canteiro de obras no município de Patrocínio-

MG e sugerir ações que possam mitigar estes impactos. Materiais e Métodos: Durante o

tempo de construção de uma residência, foi observado semanalmente todo o processo, e para

a análise dos impactos ambientais dentro do canteiro de obras, foi utilizada a matriz intitulada

“Impactos Ambientais versus Aspectos Ambientais”, baseada no modelo formulado por

Degani (2003), onde a mesma mostra de forma direta quais são os problemas encontrados na

obra de estudo para este trabalho. As soluções para os casos foram baseadas no que pede a

resolução Conama 307 e NBR 10.004/2004, para resíduos, e também pelo modelo SEBRAE

(1996), para perdas de materiais. Além disso, foi realizada uma avaliação de impactos pelo

método AD HOC, que visa reunir os impactos mais significativos durante a obra. Resultados:

Todos os impactos ambientais receberam as devidas soluções, como as principais: destinação

correta dos RCC’s, organização do canteiro e controle de perdas. Além disso, os efeitos dos

principais impactos ao decorrer da obra foram satisfatórios, pois apenas dois impactos

(Alteração das propriedades físicas do solo e Alteração da dinâmica dos ecossistemas locais)

de um total de cinco, foram irreversíveis. Conclusão: Com a análise do canteiro de obras,

através da matriz “Impactos Ambientais versus Aspectos Ambientais”, pôde-se identificar

com clareza os aspectos geradores dos impactos que podem prejudicar a obra e o meio a sua

volta, e consequentemente, facilitou o estudo para soluções dos problemas encontrados. As

medidas mitigadoras propostas neste trabalho conseguem resolver os problemas observados

na matriz com soluções simples, porém eficientes. A análise dos efeitos dos impactos se

mostrou satisfatória, tendo um maior número de efeitos reversíveis do que irreversíveis.

Palavras chave: Aspectos ambientais; canteiro de obras; impactos ambientais.

Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 10

2. OBJETIVOS ......................................................................................................................................... 11

2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................................ 11

2.2. Objetivos Específicos .................................................................................................................. 11

3. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................................................... 12

3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 14

3.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................. 15

3.2.1 Aspectos Ambientais ............................................................................................................ 15

3.2.1.1 Resíduos –Incômodos e Poluições ................................................................................ 15

3.2.1.2 Recursos ........................................................................................................................ 15

3.2.1.3 Infraestrutura do canteiro de obras .............................................................................. 15

3.2.2 Impactos Ambientais ............................................................................................................ 16

3.2.2.1 Meio Físico .................................................................................................................... 16

3.2.2.2 Meio Biótico .................................................................................................................. 17

3.2.2.3 Meio Antrópico ............................................................................................................. 17

3.2.2.4 AIA – Avaliação de Impactos Ambientais ...................................................................... 17

3.2.3 Resolução CONAMA 307/2002 ............................................................................................ 18

3.2.4 ABNT NBR 10.004/2004 ....................................................................................................... 18

3.3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................................. 19

3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 20

3.4.1 Resíduos ............................................................................................................................... 25

3.4.2 Recursos ............................................................................................................................... 26

3.4.3 Infraestrutura no canteiro de obras ..................................................................................... 26

3.4.4 Método AD HOC ................................................................................................................... 28

3.5 CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 30

3.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 30

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 32

5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 32

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 33

7. ANEXOS ............................................................................................................................................. 35

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Matriz Impactos Ambientais x Aspectos Ambientais..................................... 21

Tabela 2. Análise dos impactos ambientais mais significativos da obra......................... 29

LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRECON – Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e

Demolição

AIA – Avaliação de Impactos Ambientais

APP – Área de Preservação Permanente

ATT’s – Áreas de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil

CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CO2 – Dióxido de Carbono

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

ECP – Efeito de curto prazo

EI – Efeito irreversível

ELP – Efeito de longo prazo

EP – Efeito positivo

EN – Efeito negativo

ER – Efeito reversível

NBR – Norma Brasileira

PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente

PIB – Produto Interno Bruto

RCC – Resíduos de Construção Civil

RCD – Resíduos de Construção e Demolição

RIMA – Relatório de Impacto Ambiental

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SINDOSCUN – Sindicato da Indústria da Construção Civil

10

1. INTRODUÇÃO

A construção civil está a cada dia inovando suas técnicas, materiais e tecnologias, tudo

para trazer maior conforto e rapidez para as partes envolvidas. É através deste setor que

podemos observar o desenvolvimento de centros urbanos, o que impulsiona o crescimento

econômico de um país, mesmo que hoje no Brasil os índices estejam abaixo do esperado,

ainda tem uma certa força quanto ao PIB brasileiro, que conta com 8% (Sinduscon, 2015).

Porém, todo esse progresso tem um preço.

Esse desenvolvimento urbano é responsável por até 50% da extração de matérias

primas, segundo a CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, 2007). Entre outros

impactos ambientais, podemos citar durante o processo construtivo: desmatamentos, poluição

tanto do ar como sonora, mudança na paisagem natural, causando um possível desequilíbrio

do ecossistema local.

Em casos de grandes obras, dependendo do local onde serão construídas, há multas ou

compensações em relação aos impactos gerados, em que os empresários devem se atentar para

poder realizar o empreendimento. O mesmo vale para obras de pequeno porte.

Os resíduos das construções, que ficam após o término das etapas construtivas, são

outro tipo de impacto causado que pode ser citado. Segundo a ABRECON, (Associação

Brasileira para Reciclagem de Resíduos Construção Civil e Demolição, 2011), são chamados

de RCD (resíduos de construção e demolição), fazendo parte do RSU (resíduos sólidos

urbanos), que englobam todas as atividades de infraestruturas e também do desperdício de

material.

Para esses resíduos, a Resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio ambiente)

nº 307/2002, estabelece normas técnicas para a gestão desses resíduos, como por exemplo,

determina que os municípios tenham a iniciativa de construir geradores de reciclagem. A

NBR 10.004/2004 determina a classificação para esses resíduos, para que se possa dar a

destinação correta aos mesmos.

O fato é que não há como ter desenvolvimento urbano sem causar impactos ambientais,

mesmo com as novas tecnologias de hoje. Mas, existem leis, normas, e certificações que

11

podem ser seguidas para reduzir esses impactos, além de estudos de avaliação e

gerenciamentos de obras.

Portanto, este trabalho tem como proposta estudar os impactos ambientais em um

canteiro de obras, analisando suas consequências e buscando possíveis soluções para esses

problemas, para que as obras do futuro possam ser cada vez mais sustentáveis, e ao mesmo

tempo eficientes.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral identificar e avaliar os impactos ambientais

gerados por um canteiro de obras no município de Patrocínio-MG e sugerir ações que possam

mitigar estes impactos.

2.2. Objetivos Específicos

Acompanhar as atividades de uma obra em Patrocínio-MG;

Identificar os impactos ambientais no canteiro de obras;

Avaliar os impactos ambientais nesse canteiro de obras analisando suas consequências

para o meio ambiente e para o bem estar das pessoas através da construção da matriz

“Aspectos Ambientais versus Impactos Ambientais”;

Propor medidas mitigadoras desses impactos gerados;

Avaliar, por meio do Método AD-HOC, os impactos ambientais mais significativos

encontrados na matriz “Aspectos Ambientais versus Impactos Ambientais”;

12

3. DESENVOLVIMENTO

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM UM CANTEIRO DE

OBRAS NO MUNICÍPIO DE PATROCÍNIO-MG

GIOVANNA PIOVEZAN EMILIANO¹

MARIANA MILLA ASSUNÇÃO DE ARAÚJO²

RESUMO

Introdução: A construção civil é responsável pelo desenvolvimento urbano, o que

impulsiona também o avanço econômico, porém de acordo com dados da CBCS (Conselho

Brasileiro de Construção Sustentável), a consequência desta atividade é responsável por até

50% da extração de matérias primas, além de causar poluição do ar, sonora, mudança na

paisagem natural, alteração das propriedades físicas e biológicas do solo e da região. Além

disso, durante o processo construtivo da obra, há uma produção e acúmulo de resíduos, os

chamados RCC (Resíduos de Construção Civil), que podem interferir tanto no andamento da

obra como no meio ambiente. Mas, o progresso não é possível ser realizado sem modificar um

ambiente, existem leis, normas e resoluções que ajudam a mitigar e compensar esses impactos

e problemas gerados em um canteiro de obras, que servem tanto para obras de grande porte,

como de pequeno porte, podendo assim ter construções mais sustentáveis e mais eficientes.

Objetivo: Este trabalho tem como objetivo geral identificar e avaliar os impactos ambientais

gerados por um canteiro de obras no município de Patrocínio-MG e sugerir ações que possam

mitigar estes impactos. Materiais e Métodos: Durante o tempo de construção de uma

residência, foi observado semanalmente todo o processo, e para a análise dos impactos

ambientais dentro do canteiro de obras, foi utilizada a matriz intitulada “Impactos Ambientais

versus Aspectos Ambientais”, baseada no modelo formulado por Degani (2003), onde os

aspectos são relacionados com suas consequências (impactos). As soluções para os casos

foram baseadas no que pede a resolução Conama 307 e NBR 10.004/2004, para resíduos, e

também pelo modelo SEBRAE (1996), para perdas de materiais, e em soluções simples e

eficientes decorridas de experiência adquirida durante a formação acadêmica. Além disso, foi

realizado uma avaliação de impactos pelo método AD HOC, que visa reunir os impactos mais

significativos durante a obra. Resultados: Todos os impactos ambientais receberam as

devidas soluções, como as principais: destinação correta dos RCC’s, organização do canteiro

e controle de perdas. Além disso, os efeitos dos principais impactos ao decorrer da obra foram

satisfatórios, pois apenas dois impactos (Alteração das propriedades físicas do solo e

Alteração da dinâmica dos ecossistemas locais) de um total de cinco, foram irreversíveis,

sendo possível a solução para a maioria dos efeitos. Conclusão: Com a análise do canteiro de

obras, através da matriz “Impactos Ambientais versus Aspectos Ambientais”, pôde-se

identificar com clareza os aspectos geradores dos impactos que podem prejudicar a obra e o

meio a sua volta, e consequentemente, facilitou o estudo para soluções dos problemas

encontrados. As medidas mitigadoras propostas neste trabalho conseguem resolver os

13

problemas observados na matriz com soluções simples, porém eficientes. A análise dos

efeitos dos impactos se mostrou satisfatória, tendo um maior número de efeitos reversíveis do

que irreversíveis.

--------------------------- ¹Autora, Graduanda em Engenharia Civil pelo UNICERP.

²Professora Orientadora, Mestre e Docente do Curso de Engenharia Civil do UNICERP.

Palavras chave: Aspectos ambientais; canteiro de obras; impactos ambientais

ABSTRACT

Introduction: The civil construction is responsible for urban development, which also boosts

economic progress, but according to data from the CBCS, the consequence of this activity is

responsible for up to 50% of the extraction of raw materials, besides causing air pollution,

noise pollution, change in the natural landscape, alteration of the physical and biological

properties of the soil and the region. In addition, during the construction process, there is a

production and consumption of waste, called Civil Construction Waste (in Portuguese is

called RCC), which can interfere both in the progress of the work and in the environment.

But, as the progress cannot be achieved without modifying an environment, there are laws,

rules and resolutions that help mitigate and compensate for these impacts and problems

generated in a jobsite, which serve both for works of large businesses, such as small

businesses. So, the constructions can become more sustainable and more efficient. Objective:

The objective of this work is to identify and evaluate the environmental impacts generated by

a construction site in the municipality of Patrocínio-MG and to suggest actions that can

mitigate these impacts. Materials and Methods: During the time of construction of a

residence, the entire process was observed weekly, and for the analysis of the environmental

impacts within the construction site, the matrix "environmental impacts versus environmental

aspects" was used, based on the formulated model by Degani (2003), where it shows directly

what are the problems found in the work of study for this work. The solutions for the cases

were based on the demands of the CONAMA 307 resolution and the classifications of NBR

10.004 / 2004, for waste, and also for the SEBRAE (1996) model, for material losses. In

addition, it was performed an assessment of impacts by AD HOC method, which aims to

gather the most significant impacts during the work. Results: All environmental impacts

received the necessary solutions, such as the main ones: correct allocation of RCCs,

organization of the site and control of losses. In addition, the effects of the main impacts

during the work were satisfactory, since only two impacts (Altering physical soil properties

and Altering the dynamics of local ecosystems) were irreversible, being the solution possible

for most effects. Conclusion: With the analysis of the construction site, through the matrix

"Environmental Impacts versus Environmental Aspects", it was possible to clearly identify

the generating aspects of the impacts that may harm the work and the environment around it,

and, consequently, facilitated the study for solutions problems encountered. The mitigating

measures proposed in this work can solve the problems observed in the matrix with simple

but efficient solutions. The analysis of the effects of the impacts was satisfactory, having a

greater number of reversible than irreversible effects.

Keywords: Construction site; environmental aspects; environmental impacts

14

3.1 INTRODUÇÃO

A construção civil precisa sempre estar em busca de melhorias não só tecnológicas, mas

também de medidas construtivas mais sustentáveis, pois é um setor que movimenta a

economia e gera cerca de 50% de extração das matérias primas (CBCS). Mas para isso, é

importante propor estudos que possam avaliar os canteiros de obras, para que haja um

controle dos impactos provocados pela construção, trazendo vários pontos positivos para o

construtor e o meio sócio ambiental.

Ao controlar os impactos ambientais, através do estudo de canteiro de obra, o consumo

de matérias primas, energia e água podem ser reduzidos e até reaproveitados. Assim como

outros aspectos, poluição do ar e sonora, e os chamados RCC (Resíduos de Construção Civil)

também podem ser amenizados, de acordo com o projeto e estudo realizado. E esses fatores

sendo reduzidos são uma melhora significativa tanto para a natureza, quanto para a população

local, além de é claro, ser benéfico para a obra que será mais limpa e mais econômica.

Uma obra pode ficar parada por meses devido ao grau do impacto causado, até que se

consiga uma autorização ou negociações com autoridades responsáveis, até que sejam

cumpridas as normas estabelecidas pelo CONAMA. Se houver na obra um bom estudo de

impactos, esse tipo de problema não existirá, ou pelo menos, serão fáceis de controlar, já que

estarão previstos.

Portanto, o estudo de um canteiro de obras pode trazer benefícios não só para a natureza

e a população vizinha à obra, mas para o lado econômico do empreendimento, pois as perdas

(tempo e material) poderão ser evitadas. Além disso, com o auxílio das normas e resoluções

durante a avaliação do canteiro de obras, é possível ter uma obra mais sustentável, com

descarte correto de resíduos, diminuição de poluição e redução de consumo de materiais, sem

perder a qualidade da mesma.

15

3.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.2.1 Aspectos Ambientais

Para os aspectos ambientais, (Degani, 2003) explica que existem temas derivados das

atividades dos canteiros de obras que podem ser considerados como aspectos: recursos,

incômodos e poluições, infraestrutura do canteiro de obras.

3.2.1.1 Resíduos –Incômodos e Poluições

Segundo Araújo e Cardoso (2010), está relacionado diretamente com a fase

construtiva da obra, desde os serviços preliminares, movimentação de terra, montagem da

estrutura, e acabamento. Sendo o aspecto responsável por causar resíduos, emissão de gases e

vibrações por parte das máquinas de trabalho, que podem gerar riscos a saúde e a segurança

da população se não for bem controlada.

3.2.1.2 Recursos

Está relacionado ao consumo e utilização de matérias primas, água e energia, que uma

obra pode ter, levando em consideração que esses gastos de recursos podem ser controlados

por uma equipe de obra se houver planejamento adequado (Araújo e Cardoso, 2010).

3.2.1.3 Infraestrutura do canteiro de obras

Um canteiro de obras estruturado pode evitar que ocorram problemas que geram

aspectos ambientais, sendo eles riscos de desmoronamentos, perfuração de redes e danos a

construções vizinhas (Araújo e Cardoso, 2010). Depois da definição de onde são essas áreas

16

de risco, é possível coordenar a concentração de cargas mais elevadas que existem durante a

construção (como por exemplo, fluxo de máquinas pesadas) para outro ponto do canteiro onde

esses riscos são menores.

3.2.2 Impactos Ambientais

Segundo a Resolução CONAMA 001/1986, a definição para impactos ambientais é

dada como:

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das

atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

as atividades sociais e econômicas;

a biota;

as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

a qualidade dos recursos ambientais. (Conama, 001/86)

Segundo Degani (2003), os impactos ambientais são decorrentes dos aspectos

ambientais gerados em canteiros de obras, ou seja, são as consequências das ações da

construção civil. Eles são divididos em impactos no meio físico, biótico e antrópico.

3.2.2.1 Meio Físico

O meio físico pode ser divido em três partes, solo, ar e água.

Para o solo, os impactos que podem ser citados são relacionados com contaminação

química devido aos produtos utilizados e alteração das propriedades físicas como mudanças

na paisagem devido a terraplenagem, induzindo assim a processos erosivos e a falta de

reservas naturais (Degani, 2003).

Para o ar, a poluição sonora e a emissão de gases CO2 se propagam facilmente devido

ao fluxo de veículos e maquinários utilizados para a realização dos empreendimentos.

(Degani, 2003)

17

Para a água, Degani (2003) explica que devido as alterações no meio físico de um

ambiente que uma obra faz acontecer, pode haver “alteração na qualidade das águas

superficiais e subterrâneas”, e há o risco de escassez de água se a construção for feita perto de

uma mina, por exemplo.

3.2.2.2 Meio Biótico

O meio biótico se refere às interferências da fauna e flora local, ou seja, uma alteração

do ecossistema local (Degani, 2003). Desmatamentos, desvios de rios, aterros e execução de

cortes em terrenos, e até mesmo a própria estrutura da construção, são exemplos dessa

interferência, pois há uma transformação de ambientes.

3.2.2.3 Meio Antrópico

Segundo Degani (2003), o meio antrópico é baseado em três tópicos, trabalhadores,

vizinhança e sociedade. No que se refere a “trabalhadores”, se relaciona com a alteração nas

condições de saúde e segurança que pode haver dentro de um canteiro de obras devido as

atividades exercidas.

Quanto ao tópico “vizinhança”, pode-se definir como alteração da paisagem local,

bem como as condições de saúde devido a poluição originada de poeira e emissão de gases

CO2. O tráfego das vias locais também é afetado e há possibilidade de interferência na rede

de drenagem e elétrica local para a instalação dos mesmos no canteiro (Degani, 2003).

Para a sociedade em geral, as interferências devidos a esses impactos ambientais são o

aumento do volume de resíduos em aterros e pressão sobre os serviços urbanos (Degani,

2003).

3.2.2.4 AIA – Avaliação de Impactos Ambientais

Após a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) estabelecer a Avaliação de

Impactos Ambientais (AIA), pela Lei 6.938/81, a resolução CONAMA 001/86 estabeleceu a

18

exigência de elaboração de Estudo de Impacto Ambiental-EIA e respectivo Relatório de

Impacto Ambiental-RIMA para o licenciamento de diversas atividades modificadoras do meio

ambiente, bem como as diretrizes e atividades técnicas para sua execução.

Como exemplo de método de Avaliação Impacto Ambiental, podemos citar o método

AD HOC, no qual utiliza o conhecimento empírico dos profissionais/pesquisadores

envolvidos, para fazer um levantamento dos impactos ambientais que tiveram mais

significância, analisando seus efeitos para o meio em função do tempo do decorrer da obra.

Vale ressaltar que um impacto ambiental pode ter um efeito positivo, como por

exemplo: a construção de uma residência com telhado verde. Apesar de uma área ter sido

impermeabilizada com concreto e outros materiais, a mesma ganha uma nova e moderna área

verde, contribuindo para o bem do meio ambiente local.

3.2.3 Resolução CONAMA 307/2002

A definição da resolução é dada segundo o seu Art. 1º: “Estabelecer diretrizes,

critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as

ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais”.

Os anexos III e IV deste trabalho, mostram a classificação e descrição dos resíduos de

construção civil (RCC) conforme as classes estipuladas por essa Resolução, que se dividem

em classe A, B, C, ou D, de acordo com características físicas dos resíduos.

3.2.4 ABNT NBR 10.004/2004

Esta norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio

ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.

O anexo II deste trabalho mostra a classificação e origem de resíduos sólidos, onde são

divididos em três classes: “Classe I - Resíduos Perigosos”, “Classe II A - Não Perigosos e

Não Inertes” e “Classe II B - Não Perigosos Inertes”.

19

3.3 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho se desenvolve a partir da análise de um canteiro de obras na cidade

de Patrocínio - MG, desde o início até o final de uma construção residencial, identificando as

principais ações durante a obra que possam impactar de alguma forma o meio ambiente como

um todo.

A análise foi feita semanalmente durante o período de obra, compreendido nos meses de

Julho à Outubro de 2018, onde foi observado, fotografado e anotado em dispositivos móveis

cada etapa da construção, percebendo assim qualquer feito que pudesse gerar algum tipo de

impacto, como por exemplo, desperdícios de materiais e recursos, destinação incorreta de

resíduos gerando o acúmulo indevido dos mesmos, e até mesmo a disposição do layout do

canteiro de obras que implica diretamente na circulação e armazenamento de materiais.

Para o auxílio da identificação dos impactos durante todo o período que se estende a

obra, foi construída uma matriz que relaciona aspectos ambientais versus impactos

ambientais, baseada no modelo formulado por Degani em 2003. Esta matriz possibilitou

definir de forma clara e direta, quais são os principais problemas encontrados, facilitando a

busca por soluções dos mesmos. Ainda foi utilizado o método de Avaliação de Impacto

Ambiental AD HOC, onde foram analisados os impactos ambientais que foram mais

significativos durante o tempo da obra.

As soluções para os resíduos de construção civil que causam os impactos ambientais

presentes na obra foram obtidas através das especificações da Resolução CONAMA nº 307, e

NBR 10.004/2004, que determinam classificação, destinação e reúso de resíduos que causam

problemas ambientais no canteiro de obras.

Para a correção de perdas (desperdícios) de materiais durante a obra, o modelo

estipulado pelo SEBRAE (1996) foi utilizado para encontrar as possíveis soluções, que

envolvem transporte, execução, fabricação e armazenamento desses materiais.

Para outros demais impactos ambientais identificados, são utilizadas soluções simples e

eficientes decorridas de experiência adquirida durante a formação acadêmica.

20

3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A obra residencial objeto de estudo deste trabalho, conta com 300 m² de terreno, com

152m² de área construída. A estrutura da casa possui três quartos, sendo um suíte, um

banheiro, duas salas e uma cozinha, sendo que de um lado do terreno não há construção (lote

vazio) e do outro, possui uma residência. Durante o tempo da construção, foram contratados

apenas três trabalhadores, um mestre de obras e dois pedreiros. Todos esses fatores, e os

eventos de construção da obra, contribuíram significativamente para que este trabalho pudesse

ser feito, analisando e relacionando diversos parâmetros ambientais.

Através da tabela 1, intitulada “Matriz Impactos Ambientais versus Aspectos

Ambientais”, baseada em Degani (2003), é possível mostrar quais foram os impactos

ambientais observados no decorrer da obra, com relação aos aspectos ambientais. Os campos

não assinalados demonstram ausência do problema (aspecto ou impacto) na obra.

21

Tabela 1. Matriz “Impactos Ambientais versus Aspectos Ambientais”, baseado em Degani, 2003.

IMPACTOS AMBIENTAIS

Meio Físico Meio Biótico

Meio Antrópico

Solo Ar Água Trab. Vizinhança Sociedade

Tem

as

ASPECTOS AMBIENTAIS

Alt

eraç

ão d

as p

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Res

íduo

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Perda de materiais X

X

X

X

Destinação de Resíduos (inclui

descarte de recursos

renováveis) X X X

X

X

Manejo e destinação de

resíduos perigosos Queima de resíduos no

canteiro

22

Tabela 1. Matriz “Impactos Ambientais versus Aspectos Ambientais”, baseado em Degani, 2003. Continuação

IMPACTOS AMBIENTAIS

Meio Físico Meio Biótico

Meio Antrópico

Solo Ar Água Trab. Vizinhança Sociedade

Tem

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ASPECTOS AMBIENTAIS

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Consumo de recursos naturais e

manufaturados (inclui perda

incorporada e embalagens) X

Consumo e desperdícios de água X X

Consumo e desperdícios de

energia elétrica

Consumo e desperdícios de gás

23

Tabela 1. Matriz “Impactos Ambientais versus Aspectos Ambientais”, baseado em Degani, 2003. Continuação

IMPACTOS AMBIENTAIS

Meio Físico Meio Biótico

Meio Antrópico

Solo Ar Água Trab. Vizinhança Sociedade

Tem

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ASPECTOS AMBIENTAIS

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Supressão da vegetação

X

X X

Riscos de desmoronamentos Existências de ligações

provisórias ( exceto água

servida)

Esgotamento de água servida

Risco de perfuração de redes

24

Tabela 1. Matriz “Impactos Ambientais versus Aspectos Ambientais”, baseado em Degani, 2003. Continuação

IMPACTOS AMBIENTAIS

Meio Físico Meio Biótico

Meio Antrópico

Solo Ar Água Trab. Vizinhança Sociedade

Tem

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ASPECTOS AMBIENTAIS

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Geração de energia no

canteiro X

Existências de construções

provisórias X X

Ocupação da via publica X X X

X

Armazenamento de materiais X

X X Circulação de materiais,

equipamentos, máquinas e

veículos X X

X

25

3.4.1 Resíduos

Para o tema “resíduos”, foram observados dois tipo de aspectos ambientais: perdas de

materiais e destinação de resíduos.

Para o primeiro aspecto citado, “perdas de materiais”, o meio físico e antrópico

sofreram impactos, pelo fato de ter perdas de aglomerante (cimento) e agregados (areia e

brita), provenientes da falha na execução e armazenamento, onde a principal causa é falta de

supervisão e controle (Anexo I). Por ser um material que possui propriedades químicas,

porém não perigosas (Anexo II, Classe II B, NBR 10.004/2004), o cimento quando em

contato com o solo, muda suas condições físicas, tornando o mesmo impermeável,

prejudicando o escoamento e infiltração de águas podendo ocasionar problemas de drenagem

dentro do canteiro (Figura 1). Para as perdas dos agregados (Anexo V, Figuras 2 e 3), essas

perdas geram incômodo para a vizinhança, pois com as ações de transporte desses materiais

para o canteiro ou ações de intempéries climáticas, o agregado pode invadir a calçada vizinha.

Os impactos desses resíduos podem ser solucionados de forma bem simples. Para o

cimento, deve haver um maior cuidado e controle de perdas durante a aplicação, e no espaço

de preparação do mesmo, colocar uma proteção plástica descartável no solo, para que facilite

que não haja impermeabilização da área. Para o agregado, deve mantê-los acondicionados em

um local cercado (madeirite, por exemplo) e de fácil acesso aos fornecedores do material.

Para o segundo aspecto citado, “destinação de resíduos”, provocou mudanças no meio

físico e antrópico. Alguns resíduos foram encontrados espalhados pelo canteiro de obras

(Anexo V, Figuras 4 e 5), retendo de forma indevida água da chuva, e ocasionando riscos para

os trabalhadores, pois os mesmos poderiam se machucar durante o trabalho.

Como solução, os tipos de resíduos encontrados foram classificados em A e B pela

Resolução CONAMA 307/2002 (Anexo III), devendo haver a fiscalização direta por uma

pessoa responsável para que não acumule resíduos dentro do canteiro, e para que sejam

depositados em um local provisório apropriado (container ou caçamba) para cada tipo e

devidamente sinalizado, para que assim possam ser encaminhados para os locais

recomendados de descarte final como recomenda a mesma Resolução. (Anexo IV).

26

3.4.2 Recursos

Para o tema “recursos”, foram observados dois tipos de aspectos ambientais: consumo

de recursos naturais, consumo e desperdícios de água.

Para o aspecto “consumo de recursos naturais”, pela grande parte dos materiais

utilizados na obra não terem sido de origem reciclável, houve um grande consumo de matérias

primas para realizar a construção.

A solução para este problema é simples, deve-se procurar reutilizar os materiais (como

madeira para fôrmas, por exemplo), e sempre procurar colocar materiais que possam ser de

origem reciclável para evitar o desgaste das reservas que os compõe.

Para o aspecto “consumo e desperdícios de água” foi analisado que na rede de

instalação provisória de água havia um vazamento, proveniente de má instalação do

hidrômetro (Anexo V, figura 6). A troca da peça de vedação é a melhor alternativa para a

solução deste impacto.

3.4.3 Infraestrutura no canteiro de obras

Foram observados seis tipos de aspectos ambientais para este tema, que são: supressão

da vegetação, geração de energia no canteiro, construções provisórias, armazenamento de

materiais, ocupação da via pública, circulação de máquinas e equipamentos.

Com o início da obra, o terreno teve que passar pela etapa preliminar de limpeza, o

que acarretou no impacto denominado “supressão da vegetação local”, diminuindo em 300m²

a área verde da região, alterando o meio físico e biótico, que antes devido a vegetação que

havia ali, conseguia reter e absorver as águas, por ser um ambiente aberto e permeável.

Como este lote não pertence a uma APP (Área de Preservação Permanente), não se

pode impedir a construção, porém como solução, deve-se criar um espaço dentro do lote de

área verde (taxa mínima de 10%, de acordo com o plano diretor da cidade) para reduzir o que

foi retirado, além de realizar obras de drenagem para esta área que se encontra

impermeabilizada após a construção.

Para o aspecto “geração de energia no canteiro”, apenas para o meio antrópico teve

impacto, que foi alteração nas condições de segurança dos trabalhadores. Isso se deve ao fato

27

de que a instalação provisória de energia, foi feita na entrada do canteiro de obra (Anexo V,

Figura 7), onde há muita circulação de materiais e trabalhadores. Dessa forma, se torna um

impacto pois pode gerar acidentes de trabalho.

Como solução para o problema, seria mudar o local da instalação, colocando em outro

lado do terreno do canteiro onde não possuem fluxo de pessoas e materiais.

Na obra, houve a montagem de uma estrutura provisória em container para que partes

dos materiais pudessem ser armazenados, reunindo dois aspectos para um local da obra.

(Anexo V, Figura 7). Porém, com isso, houve mudanças para o meio físico e antrópico. Os

materiais ficavam a uma distância mínima no chão, sob tábuas de madeira, que não consegue

reter umidade ou evitar algum tipo de vazamento dos materiais para o solo (Anexo V, figura

7). Vale ressaltar, que não eram armazenados tintas e solventes (considerados Classe I -

Perigosos pela NBR 10.004/2004) dentro do container. E com esse espaço de armazenamento,

a quantidade de resíduos tende a aumentar, pois alguns materiais como plásticos e fôrmas que

já poderiam ser descartados, acabam sendo colocados ali dentro ou espalhados pelo canteiro.

(Anexo V, Figura 5). O último impacto observado para este aspecto, é a questão do

escoamento da água, que se torna mais difícil, pois existe um container instalado dentro do

canteiro que impede o fluxo corrente e a infiltração da água nessa região.

A solução para esses impactos seria a colocação de palletes dentro do container para

melhor organização e durabilidade dos materiais, já que assim os mesmo ficariam no mínimo

10 cm de distância do chão, evitando quaisquer problemas, além da fiscalização para que o

local sempre esteja bem arrumado. Quanto à questão do escoamento, seria recomendado a

colocação de calhas que facilitassem o fluxo de agua, evitando assim a umidade em volta da

estrutura provisória.

O aspecto “ocupação da via pública” se refere ao fato de que parte dos RCC’s

(resíduos de construção civil) foram depositados para o descarte final em uma caçamba, na

qual a mesma estava localizada na via de tráfego (Anexo V, Figura 8), fora do canteiro,

provocando um certo incômodo no tráfego na área, implicando diretamente nas condições de

segurança do local, podendo acontecer acidentes envolvendo veículos ou pessoas devido ao

impedimento de parte da via.

Como solução para esse problema, seria a organização do canteiro de obras para a

colocação da caçamba dentro do perímetro da obra, ou na falta de espaço, verificar a

possibilidade de colocação da caçamba apenas com o tempo para o deposito dos resíduos,

sendo retirada imediatamente após.

28

Para o aspecto “circulação de máquinas e equipamentos”, os impactos foram

encontrados no meio físico e antrópico. Devido ao peso das máquinas e equipamentos

depositados no solo, o mesmo pode ter um leve desgaste com os movimentos e suas

vibrações, podendo causar rebaixamentos no solo que prejudiquem não só a construção em si,

mas como a da vizinhança. Além do incomodo pelo barulho e riscos para a segurança das

pessoas por serem maquinas e equipamentos grandes, pesados e cortantes.

Para esse caso, a solução seria utilizar as máquinas somente se necessário, e como se

trata de um terreno pequeno, dar preferência para máquinas menores, de uso manual, que

consequentemente geram menos barulho e vibrações.

3.4.4 Método AD HOC

Pela tabela 2, são descritos os impactos ambientais que tiveram mais significância

durante o tempo da obra, ou seja, os impactos que mais foram gerados pelos aspectos, levando

em consideração os dados obtidos na tabela 1, matriz “Impactos Ambientais versus Aspectos

Ambientais”.

Para o meio físico, os impactos mais significativos foram: “Alteração das propriedades

físicas do solo” e “Alteração do regime de escoamento da água”, onde ambos tiveram quatro

aspectos ambientais geradores.

Para o meio biótico, o impacto significativo foi: “Alteração da dinâmica dos

ecossistemas locais”, com dois aspectos geradores.

Para o meio antrópico, os impactos mais significativos foram: “Alteração nas

condições de segurança”, com quatro aspectos geradores; e “Incômodo para a comunidade”,

“Aumento volume de resíduos”.

Foram analisados os efeitos desses impactos para o meio, classificados como: EP

(efeito positivo), EN (efeito negativo), ECP (efeito de curto prazo), ELP (efeito de longo

prazo), ER (efeito reversível), EI (efeito irreversível).

29

Tabela 2. Análise dos impactos ambientais mais significativos da obra

IMPACTO AMBIENTAL

ANALISE DOS EFEITOS AO

LONGO DO TEMPO

EP EN ECP ELP ER EI

Mei

o

Fís

ico

Alteração das propriedades físicas do solo X X

Alteração do regime de escoamento da água X X

Mei

o

Bió

tico

Alteração da dinâmica dos ecossistemas locais

X X

Mei

o

An

tró

pic

o Alteração nas condições de segurança

X X

Incômodo para a comunidade X X

Aumento volume de resíduos X X X

Durante a obra, não houve impactos ambientais positivos.

Para o impacto “alteração das propriedades físicas do solo”, teve efeito irreversível, se

tornando efeito negativo por essa razão. Pois, após uma construção, um solo nunca mais volta

ao seu estado original devido às cargas e materiais que atuam sobre ele.

O impacto “alteração do regime de escoamento da água”, teve efeito de curto prazo,

sendo assim efeito reversível. Com a construção, grande parte do solo do terreno foi

impermeabilizada, com a adição (ou desperdício) de materiais como cimento, com o

armazenamento de materiais dentro do canteiro. Porém, conforme a construção foi

avançando, foi montando a rede de drenagem, retirando os materiais armazenados, criando

uma área de 10% do lote permeável, tornando o impacto reversível.

Após a análise o impacto ambiental “alteração da dinâmica dos ecossistemas locais”, o

mesmo mostra-se negativo, pois é irreversível. Não há como voltar ao ecossistema anterior do

local, pois houve várias mudanças físicas e biológicas nessa região.

Para o impacto ambiental “alteração nas condições de segurança”, pode ser analisado

como de curto prazo, pois se trata de uma obra pequena. E é reversível, pois não houveram

quaisquer acidentes e havia um prazo para acabar a obra.

O impacto ambiental “incômodo para a comunidade”, também pode ser considerado

como curto prazo e reversível, pois é uma obra de pequena duração.

O “aumento volume de resíduos” é um impacto analisado como negativo, de longo

prazo, porém reversível. Os RCC’s demoram para se decompor, mas é possível dar uma

destinação final a eles corretamente segundo a resolução Conama 307/2002.

30

3.5 CONCLUSÃO

Com a análise do canteiro de obras, através da matriz “Impactos Ambientais versus

Aspectos Ambientais”, pode-se identificar com clareza os aspectos geradores dos impactos

que podem prejudicar a obra, e consequentemente, facilitou o estudo para soluções dos

problemas encontrados, podendo agrupar e analisar assim esses impactos de mais

significância.

As medidas mitigadoras propostas neste trabalho resolvem os problemas observados

na matriz com soluções simples, mas eficientes, sendo que algumas delas constam em normas

e resoluções já citadas anteriormente, reforçando a ideia da importância da resolução desses

problemas.

Apenas dois impactos mais importantes tiveram efeitos irreversíveis, o que mostra que

durante a obra, foi possível reverter quase todos os impactos gerados pelos seus aspectos.

Por fim, um fator que foi encontrado e que está relacionado a quase todos os impactos,

seria a organização do canteiro de obras. Pois é a partir desse que se encontra mais facilidade

em realizar as tarefas, onde é definido local de destinação correto dos resíduos (assim, não

incomoda os vizinhos e não prejudica o meio ambiente), e onde se evita o desperdício (de

tempo e materiais) e eventuais acidentes de trabalho.

3.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004: classificação de

Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, 2004.

Araújo, V.M; Cardoso, F. F. Analise dos aspectos e impactos ambientais nos canteiros de

obras e suas correlações. São Paulo, Escola Politécnica da USP, 2010.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário

Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 03 ago. 2010. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 8

de Maio de 2018.

31

CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável). São Paulo. Disponível em:

<http://www.cbcs.org.br/>. Acesso em: 12 de Abril de 2018

Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Resolução 307. Brasília 2002. Disponível

em: <http://www.mma.gov.br/port/conama>. Acesso em: 3 de Maio de 2018

Degani, C.M. Sistemas de gestão ambiental em empresas construtoras de edifícios. São

Paulo. Dissertação de Mestrado Escola Politécnica da USP, 2003.

Moraes, Ciro Dandolini de, D’Aquino, Carla de Abreu. Avaliação de Impacto Ambiental:

Uma revisão da literatura sobre as principais metodologias. Disponível em:

http://labhidrogeo.paginas.ufsc.br/files/2016/08/AIA-UMA-REVIS%C3%83O-DA-

LITERATURA-SOBRE-AS-PRINCIPAIS-METODOLOGIAS.pdf. Acesso em: 29 de

Setembro de 2018.

PATROCÍNIO. Lei complementar Nº 130 de 10 de dezembro de 2014.Dispõe sobre o plano

diretor participativo de Patrocínio e dá outras providencias. Pag 12, Seção 3, Art 31.

Disponível em: <

https://sapl.patrocinio.mg.leg.br/media/sapl/public/normajuridica/2014/99/99_texto_integral.p

df >. Acesso em: 29 de Setembro de 2018.

SEBRAE, SENAI, GTZ. Gestão de Resíduos na Construção Civil: Redução, Reutilização

e Reciclagem. 2007

Norma regulamentadora de condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção, NR18 - 1995

Santos, A. et al. Método de intervenção para redução de perdas na construção civil.

Porto Alegre, SEBRAE/RS, 1996.

32

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do acompanhamento de uma obra residencial na cidade Patrocínio MG, pode-

se fazer a identificação dos impactos ambientais presentes na mesma, através da construção

da matriz aspectos ambientais versus impactos ambientais, que separou os aspectos

ambientais em três classes: recursos, resíduos e infraestrutura do canteiro de obras. Assim

como os impactos ambientais, também em três classes: meio físico, biótico e antrópico. Essa

divisão facilitou a montagem da relação dos problemas, que possibilitou saber qual aspecto

originou determinado impacto, simplificando a busca pelas soluções mitigadoras. Além disso,

possibilitou a reunião dos impactos mais importantes no decorrer da obra, facilitando a análise

de causas e efeitos dos mesmos, ajudando assim, a também encontrar soluções.

5. CONCLUSÃO

Com a análise do canteiro de obras, através da matriz “Impactos Ambientais versus

Aspectos Ambientais”, pode-se identificar com clareza os aspectos geradores dos impactos

que podem prejudicar a obra, e consequentemente, facilitou o estudo para soluções dos

problemas encontrados, podendo agrupar e analisar assim esses impactos de mais

significância.

As medidas mitigadoras propostas neste trabalho resolvem os problemas observados

na matriz com soluções simples, mas eficientes, sendo que algumas delas constam em normas

e resoluções já citadas anteriormente, reforçando a ideia da importância da resolução desses

problemas.

Apenas dois impactos mais importantes tiveram efeitos irreversíveis, o que mostra que

durante a obra, foi possível reverter quase todos os impactos gerados pelos seus aspectos.

Por fim, um fator que foi encontrado e que está relacionado a quase todos os impactos,

seria a organização do canteiro de obras. Pois é a partir desse que se encontra mais facilidade

em realizar as tarefas, onde é definido local de destinação correto dos resíduos (assim, não

33

incomoda os vizinhos e não prejudica o meio ambiente), e onde se evita o desperdício (de

tempo e materiais) e eventuais acidentes de trabalho.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004: classificação de

Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, 2004.

Araújo, V.M; Cardoso, F. F. Analise dos aspectos e impactos ambientais nos canteiros de

obras e suas correlações. São Paulo, Escola Politécnica da USP, 2010.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário

Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 03 ago. 2010. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 8

de Maio de 2018.

CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável). São Paulo. Disponível em:

<http://www.cbcs.org.br/>. Acesso em: 12 de Abril de 2018

Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Resolução 307. Brasília 2002. Disponível

em: <http://www.mma.gov.br/port/conama>. Acesso em: 3 de Maio de 2018

Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Resolução 448. Brasília 2002. Disponível

em: <http://www.mma.gov.br/port/conama>. Acesso em: 3 de Maio de 2018

Degani, C.M. Sistemas de gestão ambiental em empresas construtoras de edifícios. São

Paulo. Dissertação de Mestrado Escola Politécnica da USP, 2003.

Moraes, Ciro Dandolini de, D’Aquino, Carla de Abreu. Avaliação de Impacto Ambiental:

Uma revisão da literatura sobre as principais metodologias. Dispnivel em:

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LITERATURA-SOBRE-AS-PRINCIPAIS-METODOLOGIAS.pdf. Acesso em: 29 de

Setembro de 2018

PATROCÍNIO. Lei complementar Nº 130 de 10 de dezembro de 2014.Dispõe sobre o plano

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Disponível em: <

https://sapl.patrocinio.mg.leg.br/media/sapl/public/normajuridica/2014/99/99_texto_integral.p

df >. Acesso em: 29 de Setembro de 2018.

34

SEBRAE, SENAI, GTZ. Gestão de Resíduos na Construção Civil: Redução, Reutilização e

Reciclagem. 2007

Norma regulamentadora de condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção, NR18 - 1995

Santos, A. et al. Método de intervenção para redução de perdas na construção civil.

Porto Alegre, SEBRAE/RS, 1996.

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7. ANEXOS

ANEXO I – TABELA: PRINCIPAIS TIPOS DE PERDAS EM CANTEIROS DE

OBRAS

Tipos de perdas Exemplos Origens

Transporte Condução sem proteção necessária

e má colocação dos materiais

Falha planejamento adequado ou

falta de condução apropriada

Fabricação Produção de materiais além do

necessário

Falta de mão de obra e controle de

execução do serviço

Execução Quebra de materiais, desperdícios

em geral Falta de supervisão e controle

Substituição Acabamento em pintura por

acabamento em cerâmica Falha no sistema de compras

Armazenamento Materiais expostos a umidade,

calor, e demais intempéries Falta de planejamento

Fonte: Modelo SEBRAE (1996)

36

ANEXO II – TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, SEGUNDO

A NBR 10.004/2004.

Classificação

(NBR 10.004) Descrição Origem

Classe I -

Resíduos

Perigosos

São aqueles que apresentam periculosidade,

com riscos a saúde publica e ao meio ambiente.

Apresentam inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, radioatividade, toxidade, de fontes

especificas ou não.

Produtos utilizados de

origem química,

como tintas,

impermeabilizantes,

solventes

Classe II A -

Não Perigosos

Não Inertes

São aqueles que possuem propriedades de

biodegradabilidade, combustibilidade ou

solubilidade em água.

Fibras de vidro, lodos

provenientes de

filtros, EPIs e gessos.

Classe II B -

Não Perigosos

Inertes

São aqueles em que depois de ensaios, não

tiveram alterações em sua composição com o

passar do tempo, exceto pela cor, turbidez,

dureza.

Solo, concreto e

cerâmica

Fonte: NBR 10.004

37

ANEXO III – TABELA DE CLASSIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DE RESÍDUOS,

SEGUNDO A RESOLUÇÃO CONAMA 307/2002

Fonte: Resolução CONAMA 307/2002

Classificação

(CONAMA) Descrição Origem

Classe A São os resíduos reutilizáveis ou

recicláveis como agregados

• De construção, demolição, reformas e

reparos de pavimentação e de outras

obras de infraestrutura, inclusive solos

provenientes de terraplanagem;

• De construção, demolição, reformas e

reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas

de revestimento etc.), argamassa e

concreto;

• De processo de fabricação e/ou

demolição de peças pré-moldadas em

concreto produzidas nos canteiros de

obras;

Classe B São os resíduos recicláveis para

outras destinações

Podem ser plásticos, papel, papelão,

metais, vidros, madeiras, embalagens

vazias de materiais

Classe C

São os resíduos para os quais

não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações

economicamente viáveis que

permitam a sua reciclagem ou

recuperação

Podem ser espumas expansivas, fitas de

amarração de blocos de concreto, telas

de proteção

Classe D São resíduos perigosos oriundos

do processo de construção civil

São os solventes, óleos e outros ou

aqueles contaminados ou prejudiciais à

saúde oriundos de demolições,

instalações industriais e outros nocivos à

saúde

38

ANEXO IV – TABELA: POSSÍVEIS DESTINAÇÕES PARA OS RESÍDUOS

Classe de Resíduos Destino

A Podem ser reaproveitados no canteiro de obras ou

encaminhados para instituições e usinas de reciclagem

B

Deve haver separação desses materiais no canteiro de

obras, em baias ou caçambas sinalizadas para serem

reaproveitados quando possível. Podem ser enviados

também para ATTs.

C

Recomenda-se separar esses materiais das demais

classes e transferidos diretamente para ATTs ou aterros

sanitários

D Devem ser destinados diretamente para ATTs ou aterros

industriais apropriados

Fonte: Resolução Conama 307/2002

39

ANEXO V – ARQUIVO FOTOGRAFICO

Figura 1: Desperdício de materiais e resíduos

Fonte: Autora

Figura 2: Agregados depositados de forma incorreta no canteiro de obra

Fonte: Autora

40

Figura 3: Agregados depositados de forma incorreta no canteiro de obra

Fonte: Autora

Figura 4: Acúmulo de RCC dentro do canteiro de obra

Fonte: Autora

41

Figura 5: Acúmulo de RCC dentro do canteiro de obra

Fonte: Autora

Figura 6: Desperdício de água por vazamento

Fonte: Autora

42

Figura 7: Container para armazenamento de materiais e instalação elétrica da obra

Fonte: Autora

Figura 8: Caçamba ocupando parte da via pública

Fonte: Autora