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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA – IBMR
LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES
CURSO BACHARELADO EM ESTÉTICA
CAROLINA CAMPOS PIRES
TATIANA BALBI FINKEL
MICROAGULHAMENTO E A LIBERAÇÃO DE FATORES DE CRESCIMENTO NO TRATAMENTO DA HIPOTONIA CUTÂNEA
Rio de Janeiro
2017
CAROLINA CAMPOS PIRES
TATIANA BALBI FINKEL
MICROAGULHAMENTO E A LIBERAÇÃO DE FATORES DE CRESCIMENTO NO TRATAMENTO DA HIPOTONIA CUTÂNEA
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Curso Bacharelado em
Estética do Centro Universitário Hermínio
da Silveira- IBMR/ Laureate International
Universities, como requisito parcial para
obtenção do Título de Bacharel em
Estética.
Orientadora: Elaine Melo
Rio de Janeiro 2017
CAROLINA CAMPOS PIRES
TATIANA BALBI FINKEL
MICROAGULHAMENTO E A LIBERAÇÃO DE FATORES DE CRESCIMENTO NO TRATAMENTO DA HIPOTONIA CUTÂNEA
Artigo apresentado ao curso Bacharelado em
Estética do IBMR – Laureate International
Universities, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Estética.
Aprovado em
Banca Examinadora
Prof (a)______________________________ Instituição:__________________
Julgamento:__________________________
Assinatura: __________________________
Prof (a)_______________________________ Instituição:_________________
Julgamento:___________________________
Assinatura: ___________________________
Prof (a)_______________________________ Instituição:_________________
Julgamento:___________________________
Assinatura: ___________________________
RESUMO
Introdução: Existe uma crescente preocupação com a aparência hoje em dia. Dentro desta vertente, um procedimento que vem ganhando popularidade é o microagulhamento devido à sua eficácia no tratamento da hipotonia cutânea. As microagulhas penetram a epiderme sem danificá-la, diferentemente do que ocorre com técnicas ablativas como peelings e lasers. Assim, promove-se uma lesão terapêutica, desencadeando o processo inflamatório que liberará fatores de crescimento, o que ajudará nesse processo. Objetivo: O objetivo geral desse estudo é analisar os benefícios do microagulhamento com o objetivo de amenizar os efeitos da hipotonia cutânea. E seus objetivos específicos são, compreender o sistema tegumentar, analisar o processo de envelhecimento e seus danos, descrever a hipotonia cutânea, listar os diferentes tipos de fatores de crescimentos relevantes para o estudo; apontar como o microagulhamento pode fazer permeação de ativos; investigar como o microagulhamento pode aumentar e melhorar a síntese de produção de colágeno. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos científicos encontrados nas bases de dado National Center for Biotechnology Information (NCBI), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Lilacs, entre outros e nos acervos da biblioteca da universidade IBMR, no período de Março a Junho de 2017. Conclusão: Pode-se concluir que o microagulhamento é mais vantajoso em relação às técnicas ablativas por preservar a epiderme e não provocar seu afinamento desnecessário, mantendo a hidratação cutânea e possibilitando uma rápida recuperação no pós-procedimento. Há combinação da entrega de fatores de crescimento fisiológicos à pele, promovendo um amplo benefício no tratamento da hipotonia cutânea, pelo fato da produção da neocolagenese e a neovascularização e ao utilizar-se o tamanho ideal de agulhas, resultados ainda mais satisfatórios poderão ser observados. Palavras-chave: Microagulhamento, TIC, Fatores de Crescimento, Flacidez Tissular Facial, Colágeno
ABSTRACT
Introduction: There is a growing concern about the appearance nowadays. In relation to this, a procedure that has gained popularity is microneedling due to its effectiveness in the treatment of skin laxity. The microneedles penetrate the epidermis without damaging it, contrary to how ablative techniques such as peeling and lasers work. Thus, a controlled lesion occurs, triggering the inflammatory process therefore releasing growth factors, which will help in this process. Objective: To elucidate the benefits of microneedling for tightening up facial skin laxity along with the ideal needle size needles to be used. Metodology: A literature review of cientific articles was carried out in the database of National Center for Biotechnology Information (NCBI), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Lilacs, among others and in IBMR library from March to June 2017. Conclusion: It can be concluded that microneedling is more advantageous in relation to ablative techniques due to the epidermis preservation and not causing its unnecessary thinning, maintaining skin hydration and allowing a rapid recovery in the post-procedure. There is a combination of physiological growth factors delivery to the skin, promoting a wide benefit in the treatment of skin laxity due to the neocollagenesis and neovascularization, also using the ideal needle size, providing with more satisfactory results. Keywords: Microneedling; CIT; Growth Factors; Facial Skin laxity; Collagen
5
1 INTRODUÇÃO
A busca incessante pela beleza nos dias atuais tem levado milhares de pessoas
cada vez mais à procura de tratamentos estéticos que façam com que sua aparência
condiga com a maneira como querem aparentar para o mundo: jovens e belas. Este
fator está intrinsecamente atrelado ao fato das condições de vida nos tempos
modernos serem melhores e com isso termos mais longevidade, mais disposição e
mais vontade de demonstrar que temos toda essa energia ainda em vigor.
Envelhecer é um processo complexo e multifatorial, no qual todos os indivíduos irão
vivenciar. Com o avanço da idade disfunções estéticas podem surgir, como a
hipotonia cutânea, que se dá pela deterioração de algumas proteínas do tecido
conjuntivo, como o colágeno e elastina, que por consequência terão sua produção e
função reduzidas, acarretando na perda de elasticidade e firmeza da pele. Diante
disto, foi feita uma revisão integrativa literária com o propósito de responder ao
seguinte problema da pesquisa: Os mecanismos do microagulhamento podem
amenizar a hipotonia cutânea?
O microagulhamento, também chamado de Terapia de Indução do Colágeno (TIC),
pode tratar a hipotonia cutânea. Ao introduzir as microagulhas na pele, microcanais
são criados, atingindo a derme e promovendo uma lesão controlada, ou seja, um
pseudo dano, que será o gatilho à uma cascata de reações fisiológicas de reparo
tecidual através da liberação de fatores de crescimento, que são proteínas
sinalizadoras da pele.
Ao ser comparada à técnicas mais ablativas como peelings e lasers, o
microagulhamento possui vantagens, tais como: a preservação da epiderme devido
ao diâmetro microscópico das agulhas; um curto tempo de recuperação pós-
procedimento; a manutenção da hidratação cutânea e do espessamento epidérmico;
risco mínimo de cicatrizes.
A abordagem do tema ocorreu devido à observação que uma das autoras deste
trabalho fez em relação ao afinamento de sua própria pele facial e o uso indevido
que fez de técnicas ablativas (mais precisamente, peelings) ao longo de toda sua
vida.
6
Portanto, o presente trabalho traz o intuito de demonstrar como o microagulhamento
e a ação dos fatores de crescimentos fisiológicos liberados no procedimento, podem
favorecer o mecanismo de reparação tecidual a fim de potencializar e acelerar os
resultados almejados em relação a síntese de novo colágeno, porém mantendo a
saúde cutânea através da preservação da epiderme.
O objetivo geral desse estudo é analisar os benefícios do microagulhamento com o
objetivo de amenizar os efeitos da hipotonia cutânea. E seus objetivos específicos
são, compreender o sistema tegumentar, analisar o processo de envelhecimento e
seus danos, descrever a hipotonia cutânea, listar os diferentes tipos de fatores de
crescimentos relevantes para o estudo; apontar como o microagulhamento pode
fazer permeação de ativos; investigar como o microagulhamento pode aumentar e
melhorar a síntese de produção de colágeno.
7
2 SISTEMA TEGUMENTAR
Segundo Junqueira e Carneiro, a pele é um dos maiores órgãos do corpo e possui
importantes funções como proteger órgãos contra atrito e desidratação e proteger o
organismo contra os danos causados pelo sol, e divide-se em epiderme, derme e
hipoderme. Quanto à espessura, os autores ainda relatam que a epiderme possui
em média de 0,07mm a 0,12mm em quase todo o corpo, enquanto a derme varia de
acordo com a região observada, alcançando um máximo de 3mm na planta do pé
(2013).
Conforme dizem Tortora e Derrickson, a epiderme é a camada mais superficial e
divide-se em: (de dentro para fora) estrato basal; estrato espinhoso; estrato
granuloso; estrato lúcido (apenas na ponta dos dedos, plantas dos pés e palmas das
mãos); estrato córneo (2012). Segundo Kede e Sabatovich, a principal célula da
epiderme, o queratinócito (que produz queratina), sofre uma continua atividade
mitótica na camada basal e são encaminhadas para as camadas mais externas,
promovendo a renovação celular (2009).
Baumann relata que a pele tem como principal função formar uma barreira essencial
que protege o seu interior de agressões do ambiente externo e evita evaporação da
água, se assemelhando a uma estrutura tipo “tijolo” (representando os
queratinócitos) e “argamassa” (imitando os lipídios em bicamadas, circundando os
queratinócitos) que, com os desmossomos (junções celulares que aderem as
células), servem de revestimento protetor (vide figura 1) (2008).
Figura 1: Ilustração da Barreira cutânea
Fonte: (BAUMANN, 2008, p. 5.)
8
Sobre a derme, Baumann relata que esta tem a função de nutrir a epiderme e nela
ocorre a produção de colágeno, elastina e outras proteínas, possuindo como
principais células os fibroblastos e fibrócitos (2008). Junqueira e Carneiro afirmam
que estas células representam respectivamente o estado ativo e inativo do mesmo
tipo celular (2013). Para Mescher, a derme é dividida em papilar (mais superficial) e
reticular (mais profunda) (2013).
Conforme afirmam McManus e Mitchell, a derme papilar é mais delgada e possui um
número maior de células (fibroblastos e fibrócitos), sendo formada principalmente de
feixes de colágeno tipo III organizados de maneira mais espaçada, contendo mais
quantidade de substância amorfa (formada principalmente por proteoglicanas, que
preenchem os espaços entre células, sendo elemento não fibroso), mostrando-se
mais vascularizada que a derme reticular, que é mais espessa, possui número
menor de células e menos substância amorfa, porém maior quantidade de feixes de
colágeno tipo I, organizados de maneira mais agrupada (vide figura 2) (2014).
Figura 2: Camadas papilar e reticular e a distribuição do colágeno
Fonte: (MCMANUS; MITCHELL, 2014)
Junqueira e Carneiro afirmam que os fibroblastos raramente se dividem em pessoas
adultas, exceto quando o organismo requer fibroblastos adicionais, como no caso de
uma ferida (2013). Assim, de acordo com Keeley at al., durante a reparação tecidual,
não somente fibroblastos, mas também fibrócitos migram para o local da injúria pela
sinalização de fatores de crescimento, como TGF, (que será detalhado
9
posteriormente) (2010). E como afirmam Mcmanus e Mitchell, ao chegar ao local
inflamado, fibrócitos se diferenciam em miofibroblastos, produzindo matriz rica
substancia amorfa, e conforme a cicatrização prossegue, miofibroblastos são
substituídos por fibroblastos, produzindo matriz colágena (2014).
Dessa forma, Schmidt et al. afirmam que o colágeno produzido é tipo I, e
principalmente tipo III, promovendo remodelamento do tecido. Como pode-se
perceber, os fibrócitos, apesar de considerados inativos, tem papel importante na
síntese de colágeno (2003).
2.1 COLÁGENO
Para Borges, o colágeno é uma proteína que se forma através de diversos
aminoácidos, estruturada fisiologicamente entrelaçada e bem organizada, sendo
sintetizado pelo fibroblasto, em toda região que houver tecido conjuntivo, de forma
espontânea a partir de estímulos, quando for necessário ao organismo, sua função
primaria dar suporte dentro da matriz extracelular (2010).
Para Ferreira, a pele normal sintetiza colágeno dérmico que é composto por 80% a
85% de colágeno tipo I (derme reticular) e 10% a 15% de colágeno tipo III (derme
papilar) (2017). Segundo Baumann, é o colágeno que dá estrutura, elasticidade e
firmeza a pele, por esse motivo o mesmo é um forte componente na atuação
antienvelhecimento (2008). Ribeiro relata que com o passar do tempo há perdas de
proteoglicanos na estrutura do colágeno, cuja função é ligar a molécula de colágeno
na derme, fazendo a estabilização das fibras, extremamente importante para a
manutenção do arranjo de colágeno na derme (2010).
Quanto à estrutura do colágeno, Junqueira e Carneiro afirmam que as fibrilas de
colágeno são formadas pela polimerização de unidades moleculares alongadas
denominadas tropocolágeno, que consiste em três subunidades (cadeias
polipeptídicas) arranjadas em tríplice hélice (vide figura 3) (2013). Assim, para
Mescher, os vários tipos de colágeno resultam de diferenças na estrutura química
dessas cadeias polipeptídicas, e nos colágenos tipos I, II e lll as moléculas de
tropocolágeno se agregam em subunidades (microfibrilas) que se juntam para formar
10
fibrilas, enquanto as fibrilas por sua vez formam as fibras que formarão os feixes
(vide figura 4) (2013).
Figura 3: Cada molécula de tropocolágeno é composta por três cadeias peptídicas, formando uma
tripla hélice
Fonte: (JUNQUEIRA; CARINEIRO, 2013).
Figura 4: Organização das moléculas de colágeno para formar fibrilas, fibras e feixes.
Fonte: (MESCHER, 2013).
11
3 ENVELHECIMENTO: ALTERAÇÕES CUTÂNEAS E A HIPOTONIA
Envelhecer é um processo natural do organismo humano (senescência), no qual
todos os indivíduos longevos irão vivenciar. De acordo com Maio, o envelhecimento
é resultado de uma série de desgastes funcionais de tecidos, órgãos e sistemas do
organismo humano, acarretando em algumas alterações no seu funcionamento
(2011). Ribeiro cita como alterações importantes as reações morfológicas,
bioquímicas e fisiológicas no organismo, podendo inclusive acarretar em disfunções
estéticas (2010). Assim, observa-se Segundo Coimbra, Uribe e Oliveira deterioração
estrutural e funcional das fibras de colágeno e elastina, componentes bioestruturais
essenciais da pele, sendo reduzidas gradativamente, ocasionando a perda de
firmeza, elasticidade e tensão, surgindo a hipotonia (2013).
Para Maio, o envelhecimento é dividido em dois segmentos, intrínseco e extrínseco,
sendo o intrínseco definido por causas naturais do organismo, como alterações
histológicas, fisiológicas e clínicas que irão ocorrer em indivíduos idosos que não se
expõe ao sol (2011). Ribeiro diz que Fatores genéticos podem influenciar também, e
menciona como fatores extrínsecos os do tipo ambientais e/ou comportamentais,
como poluição do ar, elitismo, má nutrição e tabagismo (2010). Ainda para Maio,
uma das principais causas do envelhecimento extrínsecos é a exposição indevida
aos raios solares (provocando o fotoenvelhecimento devido à radiação Ultravioleta)
(2011).
Conforme foi estudado por Maio, existem diversos tipos de alterações epidérmicas e
dérmicas no envelhecimento cutâneo, porém, a mais importante é o achatamento da
junção dermoepidérmica que separa a epiderme da derme. Com essa alteração,
será observado uma menor superfície de contato entre as duas estruturas,
acarretando na diminuição da “comunicação” entre esses dois compartimentos,
reduzindo assim a transferência de nutrientes, informações e dando uma resistência
menor contra as forças de tensão que se aplicarão a pele. Com isso ocorre o
aparecimento de rugas, flacidez, pigmentação irregular, entre outras disfunções
estéticas (2011).
Segundo Ribeiro, no envelhecimento ocorrem diversas alterações como o
afinamento da epiderme, a diminuição de queratinócitos e a da proliferação das
células desta camada, os queratinócitos apresentam um aumento em seu tamanho,
12
ocasionando uma menor aderência uns aos outros e o nível dos lipídeos
intercelulares (principalmente colesterol, ceramidas e ácidos graxos) são reduzidos,
possivelmente devido à redução da capacidade de biossíntese destes lipídeos pelos
queratinócitos, tornando a pele mais permeável, ou seja, mais susceptível também à
perda de água (desidratação) (2010).
4 INFLAMAÇÃO E CICATRIZAÇÃO
Segundo Kummar, a inflamação é um processo complexo que consiste
principalmente nas respostas dos vasos sanguíneos e leucócitos, podendo ser
classificada como aguda ou crônica (2012). Os autores ainda relatam que as
proteínas plasmáticas, os fagócitos teciduais e os leucócitos circulantes (células
brancas do sangue) fazem parte do principal conjunto que defendem o organismo
contra invasores estranhos e é a resposta inflamatória que ativará as reações dos
leucócitos, vasos sanguíneos e proteínas plasmáticas para atingir o objetivo da
cicatrização, células necróticas, hipóxia (oxigenação baixa) e micro-organismos
ativam a produção de mediadores inflamatórios, provocando assim a inflamação,
determinando sua severidade, padrão e manifestação clínica e patológica (2010).
Segundo Lima, Lima e Takano, existem três fases no processo de cicatrização:
injúria, cicatrização e maturação: na primeira fase será realizado a liberação de
plaquetas e neutrófilos que irão ser responsáveis pela liberação de fatores de
crescimento, atuando sobre os queratinócitos e os fibroblastos; já na fase de
cicatrização, ocorre a substituição de neutrófilos por monócitos, ocasionando a
angiogênese, que se traduz no surgimento de novos capilares sanguíneos,
epitelização e proliferação de fibroblastos, seguidas da síntese de colágeno tipo III,
proteoglicanos, elastina e outras proteínas, no mesmo momento os fatores de
crescimento dos fibroblastos estão sendo secretados. Os autores relatam que em
média 5 dias após a injúria é observado o depósito de colágeno logo abaixo da
camada basal da epiderme (derme papilar), e por fim, na última fase, de maturação,
há substituição de colágeno tipo III que se forma na fase inicial do processo de
cicatrização, por colágeno tipo I, mais duradouro (2013). De acordo com Borges, no
processo de reparação tecidual irão ocorrer diversos eventos celulares que
13
substituirão o tecido lesionado, através da regeneração de células do tecido epitelial,
por um tecido novo e saudável (2010).
5 FATORES DE CRESCIMENTO
De acordo com Borges, o processo de renovação e reparação tecidual os fatores de
crescimento são de extrema importância, pois eles se deslocam até o local da ferida
para se ligarem a receptores celulares, atuando como mensageiros químicos entre
as células, tendo participação na divisão celular, produção de colágeno e elastina e
crescimento de células e vasos sanguíneos (2010, p. 79). O autor relata ainda que
os fatores de crescimento interagem de forma sinérgica para iniciar e coordenar a
cicatrização, sendo que no envelhecimento é reduzida a produção de fatores de
crescimento das células, prejudicando a comunicação e o funcionamento de tecido
como um todo, acelerando assim esse processo (2010, p. 79).
Segundo Draelos, os fatores de crescimento são macromoléculas que irão mediar e
regular as vias de sinalização entre as células, sendo assim, após o surgimento de
uma ferida, diversos fatores de crescimento irão se deslocar até o local desta,
fazendo interações que irão iniciar e coordenar cada fase de cicatrização; eles irão
auxiliar e ativar os fibroblastos a produzir matriz extracelular para fazer a reparação
da ferida (2012, p. 302).
Para Borges (2010) e Draelos (2012), hoje em dia estão sendo utilizados diversos
produtos cosméticos com uma combinação de fatores de crescimento no tratamento
de revitalização cutânea, seguindo o mesmo princípio da cicatrização de uma ferida,
ou seja, é necessário o aumento de matriz extracelular, estimulação de fibroblastos
para maior produção de colágeno e elastina e substituição de células danificadas por
células novas; esse processo irá trazer benefícios como atenuação de rugas e linhas
de expressão e redução da cutânea. Draelos ainda acrescenta que através de
estudos clínicos é cada vez mais evidente para os fabricantes de cosméticos os
benefícios da inclusão de fatores de crescimento nos produtos cosméticos a fim de
reparar danos do envelhecimento (2012).
Ao todo, são dezenove os tipos de fatores de crescimento existentes e conhecidos
no ser humano. Muitos deles são imprescindíveis no processo de neocolagenese e
tratamento da hipotonia cutânea. Para Borges, os fatores de crescimento essenciais
14
para o tratamento da hipotonia cutânea são FGF (Fator de crescimento
fibroblástico); IGF (Fator de crescimento Insulínico); TGF (Fator de Crescimento
Transformador); e ele menciona a importância do Fator de crescimento Vascular
Endotelial (VEGF) na angiogênese e do Fator de crescimento epidermal (EGF) para
promover espessamento epidérmico (vide quadro 1) (2016):
Quadro 1 – Fatores de crescimento importantes para a pele e suas ações.
Fatores de Crescimento Ações
Fator de crescimento fibroblástico básico (Bfgf)
Reduz e previne linhas de expressão e rugas pela ativação de novas células da
pele. Rejuvenesce a pele e repara cicatrizes e
escoriações. Melhora a elasticidade da pele.
Fator de crescimento epidermal (EGF)
Reduz e previne linhas de expressão e rugas pela ativação de novas células da
pele. Promove espessamento da epiderme.
Devolve a uniformidade do tom da pele, a vitalidade e a energia.
Recupera a aparência jovial da pele. Elimina cicatrizes e manchas da pele.
Fator de crescimento transformador (TGF)
Induz a proliferação, o crescimento e a diferenciação celular.
Favorece a cura de ferimentos pela indução de novas células.
Age sobre o colágeno e elastina
Fator de crescimento insulínico (IGF)
Melhora a aparência de rugas e linhas de expressão.
Aumenta a produção de colágeno e elastina da pele e reduz manchas
avermelhadas. Possui um efeito redutor de gordura facial.
Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF)
Induz a angiogênese
Fonte: (BORGES, 2016)
15
6 MICROAGULHAMENTO
Segundo Yadav e Singh, o microagulhamento, também denominado Terapia de
Indução do Colágeno (TIC), é um procedimento estético relativamente novo que vem
ganhando grande popularidade e aceitação devido a sua proposta atrativa de conter
os efeitos deletérios do envelhecimento cutâneo como a hipotonia, também
chamada de flacidez, com a vantagem de ser simples, econômico, seguro e
minimamente invasivo (2016). Para os autores, o microagulhamento remonta a 1995
quando o procedimento teve início no tratamento de cicatrizes, posteriormente sendo
realizado por um cirurgião desde 1997 e popularizada em 2006 pelo cirurgião
plástico Fernandes, que foi o criador do aparelho batizado de Dermaroller, nome
pelo qual é mundialmente conhecido. (2016). Para Piatti, Lima, Lima e Takano, este
é um aparelho composto de um cilindro com fileiras contendo agulhas microscópicas
de titânio ou aço inoxidável e estéril, totalizando entre 192 a 540 agulhas, dispostas
proporcionalmente. O comprimento das agulhas varia de 0,5mm a 2,5mm (PIATTI
2013; LIMA, LIMA E TAKANO 2013).
Ao serem passadas na pele, de acordo com Borges, Scorza e Fernandes, as
agulhas, que possuem diâmetro de apenas quatro células, penetram fazendo um
afastamento entre as células da epiderme, os queratinócitos, criando microcanais na
pele (vide figura 5) (BORGES; SCORZA 2016; FERNANDES, 2005).
Figura 5: Corte histológico da pele mostrando onde a agulha penetrou.
Fonte: (FERNANDES, 2005)
16
De acordo com Alberts, as células dos animais possuem em geral o tamanho entre
10 a 20 µm (para se ter uma noção, em uma escala microscópica, 500 µm
equivalem à 0,5 mm.1 Logo, se o tamanho médio de um queratinócito equivale à 20
µm, isto seria 20/1000 ou 0,020 de um milimetro) (2014). A fim de ilustrar esta
importante informação acerca das agulhas possuindo apenas quatro células de
diâmetro, Lima demonstra através de um corte histológico que, independentemente
do tamanho da agulha selecionada, o orifício produzido por elas é em torno de 80
µm (2013), condizente com a informação fornecida pelos três autores acima, ou
seja, 4 células de diâmetro multiplicado pelo tamanho de um queratinócito (logo:
4x20 µm= 80 µm) (vide figura 6).
Figura 6: Diferença dos comprimentos das agulhas e injúria provocada (escala de 50 µm)
Fonte: (LIMA, 2017, p. 17)
Assim, como afirma Doddaballapur, isto não permitirá que a epiderme ou o estrato
córneo sejam danificados, atingindo, por conseguinte, a derme papilar, o verdadeiro
loco de ação do procedimento (2009).
1“O olho humano consegue enxergar até 100 µm sob as condições adequadas.” (ALBERTS, 2014) .
17
Portanto, este é o motivo pelo qual o profissional deve sempre certificar-se de utilizar
apenas aparelhos de microagulhamento de qualidade com registro na ANVISA, a fim
de evitar danos desnecessários à epiderme ao utilizar dermarollers de qualidade
inferior (vide figura 7).
Figura 7: Três diferentes marcas de produto em aumento de 100x demonstrando a diferença na
qualidade das microagulhas.
(Fonte: LIMA, 2017, p. 16.)
De acordo com Borges e Scorza, este estímulo mecânico é uma lesão considerada
terapêutica e controlada, portanto não necessita de tratamento após sua aplicação;
ele desencadeará uma cascata de reações fisiológicas, como a liberação de fatores
de crescimento, que terão papel crucial no tratamento da hipotonia cutânea, e estes
incluem o IGF, TGF e FGF, que já foram abordados anteriormente (2016). Eles
relatam que um dos principais objetivos é promover a indução do colágeno dérmico,
também chamado de neocolagenese, promovendo o surgimento de novas fibras de
colágeno orientadas de forma fisiologicamente natural que irão repor as fibras de
colágeno antigas, as quais apresentam dano estrutural e não desempenham bem
sua função e cuja orientação é inadequada (2016).
18
Segundo Fernandes, dessa forma, observa-se 400% mais colágeno e também
elastina na derme superior, chamada de papilar, que se encontra logo abaixo da
camada basal da epiderme, após microagulhamento (vide figura 8) (2005).
Figura 8: Cortes Histológicos: (esq.) tecido antes da TIC. e (dir.) tecido seis meses após TIC.
Fonte: (FERNANDES, 2005)
A propósito, Schwartz fez um estudo sobre a formação de colágeno e relatou que,
dentre os diversos resultados obtidos, ocorreu um recorde entre eles com o
surgimento de 1000% de colágeno novo, tendo como média um aumento de 206%.
(2006). Lima relata que após a sessão de microagulhamento, o colágeno tipo III
transforma-se em tipo I, mais duradouro, como visto anteriormente, no período de 20
dias até 2 anos (2017).
Segundo Borges e Scorza, além da neocolagenese, ocorrerá também a
neovascularização, chamada de angiogênese, devido a liberação do VEGF; estes
promoverão maior aporte de nutrientes à pele (2016). O autor também afirma que no
microagulhamento observa-se aumento da renovação celular, chamado de turnover
celular, cujo fator de crescimento responsável é o EGF, que possibilita o
espessamento da epiderme, em peles envelhecidas e finas, observando o aumento
da camada de queratina em torno de 30% ou mais; portanto, estas reações
19
fisiológicas citadas contribuirão para a melhora da qualidade da pele e combate da
hipotonia cutânea (2016).
Ao que se refere a técnica protocolar, Fabbrocini relata que as agulhas devem ser
passadas em 4 direções: verticalmente, horizontalmente, diagonalmente da direita
para a esquerda e diagonalmente da esquerda para a direita, e que o procedimento
deve ser realizado com uma pressão média sobre a área a ser trabalhada, num total
de 10 à 14 passadas (vide figura 9) (2016).
Figura 9: Sentido da aplicação do microagulhamento
Fonte:(LIMA, 2013, p. 5).
Borges relata que uma das vantagens a ser mencionada é que, após terminado o
microagulhamento, os microcanais formados fecham-se entre 60 a 90 minutos,
corroborando para um curto tempo de recuperação e um breve retorno às atividades
laborais, somando isto à preservação epidérmica mencionada acima, constata-se
que esta técnica é superior à outras mais ablativas, ou seja, mais agressivas, como
peelings e lasers (2016). Nestas últimas, Tanto Borges, Scorza e Lima afirmam que
ocorre a destruição da epiderme, acarretando no afinamento desnecessário desta
camada. Portanto, o tempo de cicatrização é maior, podendo surgir complicações
como hiperpigmentação, que são manchas na pele, ou até mesmo danos estruturais,
como a formação de cicatrizes. Os autores relatam que, além disso, ao afinar a pele,
esta perderá mais facilmente seu conteúdo hídrico, podendo provocar uma
aparência envelhecida na face (BORGES 2010; SCORZA 2016; LIMA 2013).
20
Assim sendo, Fernandes relata que apesar de técnicas ablativas promoverem
renovação e estimulo de colágeno, este acaba por se mostrar orientado
paralelamente em relação à pele, diferentemente do colágeno natural da pele. O
colágeno será absorvido de 5 a 7 anos (como ocorre com todo colágeno cicatricial),
sendo assim, restará apenas uma pele fina e provavelmente desidratada (2005).
Para Borges e Scorza, além da indução de colágeno, o microagulhamento também é
largamente utilizado para promover o drug delivery, também chamado de permeação
transepidermal de ativos, que serve como um meio de entrega de princípios ativos à
pele através de microcanais criados pelas agulhas, conseguindo driblar a dificuldade
que certas substâncias possuem de ultrapassar a barreira cutânea por serem
grandes demais (macromoléculas) (2016). Além disso, Lima concorda que este
método é um excelente veiculador de fatores de crescimento, que são um exemplo
de macromoléculas, podendo ter sua permeação potencializada em até 80% durante
o procedimento. (2005). Fernandes demonstra através de corte histológico a eficácia
na entrega de ativos após microagulhamento através de experimento utilizando tinta
nanquim e a facilidade com a qual a substância penetrou na pele (vide figura 10)
(2013).
Figura 10: Realização do microagulhamento, seguido de aplicação de tinta nanquim. A tinta penetrou
até derme papilar, ilustrando a eficiência na entrega de ativos
Fonte: (FERNANDES, 2005)
21
Pode-se dessa forma pensar em uma associação do microagulhamento com
cosméticos contendo fatores de crescimento, pois para Klayn, Limana, Moares;
Garcia e Piatti, sendo os fatores de crescimento sinalizadores dérmicos
promovedores da síntese de colágeno e elastina resultantes da lesão criada no
microagulhamento, a utilização de ambos resultará na potencialização do combate à
hipotonia cutânea (KLAYN, LIMANA, MOARES, 2013; PIATTI, 2013).
Quanto ao comprimento das agulhas, deve-se ter cautela ao escolhê-las. Pensar
que um tamanho maior poderá surtir um resultado melhor ou mais rápido pode ser
um erro. Conforme afirma Setterfield, em 2008 Dr Greco2 relatou que realizou
trabalhos de microagulhamento e as biopsias obtidas dos tecidos tratados revelaram
colágeno formado à profundidade de 0,6mm. Ele diz ainda que, embora agulhas de
2,0mm tenham sido usadas, nenhuma fibra de colágeno nova foi encontrada na
camada da derme profunda, demonstrando a irrelevância de um tamanho maior do
que necessário (2013). Já Setterfield relata que realizou um experimento de
microagulhamento cutâneo e avaliou que, após análise da biopsia dos tecidos
trabalhados, novas fibras de colágeno haviam sido encontradas somente em
profundidades que não ultrapassaram 0,5 e 0,6mm, e que apesar dele ter utilizado
agulhas com profundidade de 1,5mm, nenhuma fibra de colágeno nova pode ser
notada na camada dérmica reticular, não havendo portanto nenhum benefício em
utilizar tamanhos mais invasivos de agulhas (2013).
Quanto a penetrabilidade da agulha, Lima, Lima e Takano afirmam que apenas 50%
a 70% do comprimento da agulha penetra na pele, estimando que uma agulha de
1,0 mm penetraria apenas em torno de 0,5 a 0,7mm; porém, é mencionado também
que fatores como idade e hipotonia cutânea devem ser levados em consideração.
Conforme os autores relatam, tanto a pele flácida estará mais sujeita ao trauma (por
ser mais fina, consequentemente respondendo mais facilmente às agulhas), quanto
a pele madura também será mais suscetível ao trauma (devido ao afinamento
2 Dr Joseph Greco é médico cirurgião há 33 anos e atua em cirurgia vascular geral, ortopédica,
reconstrutiva, e nos últimos 10 anos vem trabalhando com medicina regenerativa, incluindo
técnicas de microagulhamento e utilização de fatores de crescimento em terapias
regenerativas cutâneas e capilares
22
ocasionado pelo envelhecimento, oferecendo menor resistência às agulhas), sendo
assim, apesar do comprimento da agulha não penetrar por completo na pele, ele diz
que se um destes dois fatores existirem, ou até mesmo coexistirem, não haverá
necessidade de agulhas de comprimento maior, pois as de tamanho menor poderão
provocar uma injúria substancial, fazendo-se necessário observar qual comprimento
de agulha atingirá o loco de ação desejado (vide figura 11) (2013).
Figura 11: Os diferentes tamanhos de agulhas e seus respectivos alcances nas camadas da pele
Fonte: (LIMA, 2013, p.5)
A fim de oferecer maior embasamento científico quanto à utilização de tamanhos de
agulhas menores, é conveniente observar que Setterfield propõe a teoria de que não
é preciso ocorrer muito sangramento. Por exemplo, ao realizar o procedimento com
agulhas de 0,5mm, ainda se atingirá as células desejadas e apenas um pouco de
sangramento poderá ocorrer (2013).
23
Por fim, com o intuito de se estabelecer o tamanho ideal de agulhas, deve-se levar
em consideração o objetivo que se deseja tratar no caso: a hipotonia cutânea. Lima,
Lima e Takano separam os tamanhos das agulhas em leve, moderado e profundo
(vide tabela 1) e relaciona o nível de injúria com diferentes disfunções estéticas (vide
tabela 2) (2013).
Tabela 1: cada nível e seus respectivos comprimentos
Nível de injúria Comprimento da agulha (mm)
Leve 0,25 a 0,5
Moderado 1 a 1,5
Profundo 2 a 2,5
Fonte: (Adaptado de LIMA, LIMA e TAKANO, 2016)
Tabela 2: Tamanhos de agulhas e seus tratamentos
Nível de injúria Tratamentos
Injuria Leve Entrega de ativos
Rugas finas
Melhora de brilho e textura
Injuria Moderada Flacidez cutânea
Rugas médias
Rejuvenescimento global
Injuria profunda Cicatrizes deprimidas distensíveis
Estrias
Cicatrizes ondulares e retrátil
Fonte: (Adaptado de LIMA, LIMA e TAKANO, 2016)
Portanto, de acordo com as tabelas 1 e 2, a entrega de ativos encontra-se no nível
de injuria leve (entre 0,25 a 0,5), e o tratamento de flacidez cutânea no nível de
injuria moderada (entre 1 a 1,5), levando a conclusão de que agulhas que estejam
na intercessão entre esses tamanhos surtirão melhores resultados no objetivo
desejado.
24
7 METODOLOGIA
Durante o período de Março a Junho de 2017 foi feita uma revisão bibliográfica
sobre o assunto em questão que é tema deste trabalho. Utilizamos dados
secundários disponíveis nos acervos da biblioteca da universidade IBMR e também
artigos cuja base de dados foram, National Center for Biotechnology Information
(NCBI), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Lilacs, Netmed, Biblioteca Digital
USP, Uniararas, Pubmed, que tiveram suas datas de publicações a partir de 2003.
7.1 Critérios de Inclusão
Artigos científicos em inglês e português; artigos científicos publicados a partir de
2003; estudos científicos que mencionam e descrevem o tema abordado e livros que
mencionem e descrevam o tema abordado.
7.2 Critérios de Exclusão
Artigos científicos que não abordam o tema e artigos científicos publicados antes de
2003.
7.3 Estratégia de busca
A principal base de dados utilizada foi a partir do National Center for Biotechnology
Information (NCBI). As estratégias por descritores foram: “microagulhamento”;
“flacidez cutânea”; “fatores de crescimento”; “envelhecimento” e “colágeno”.
25
8 CONCLUSÃO
Com base no estudo que foi abordado, os fatores de crescimento possuem um
grande potencial de cicatrização e reparo tecidual de injúrias provocadas.
Quando realizado o microagulhamento, uma cascata de reações fisiológicas fazem
com que os fatores de crescimento sejam liberados nas lesões terapêuticas criadas
pelas microagulhas, iniciando os processos de neovascularização e principalmente
neocolagenese, onde se verificará a substituição gradativa do colágeno velho por
um novo, melhor e bem organizado, sendo que dentro de alguns meses até 2 anos
será possível perceber uma pele mais firme e saudável.
Sendo esta uma revisão integrativa de literatura, pode-se investigar e chegar a
conclusão de que não somente o corpo consegue produzir fatores de crescimento
como também pode-se realizar o chamado drug delivery a fim de entregar ativos na
pele que potencializem o tratamento da hipotonia cutânea, através de microcanais
produzidos pelas agulhas no microagulhamento.
Dessa forma, conclui-se através deste estudo que no microagulhamento serão
observados: melhora da nutrição da pele; a renovação celular; hidratação cutânea;
espessamento da epiderme e melhora do volume cutâneo; melhora da qualidade da
pele; neocolagenese; neovascularização; melhora da firmeza do tecido; melhora da
elasticidade da pele. Assim, a Terapia de Indução do Colágeno demonstra ser um
tratamento promissor no campo da Estética, sobrepujando outras técnicas ablativas
como peelings a lasers que acabam destruindo a epiderme.
Por fim, é interessante mencionar que, apesar de ser uma técnica bastante eficaz, é
possível torná-la mais assertiva quando se utiliza o tamanho adequado das agulhas.
Sendo assim, através desta revisão literária, pode-se chegar à conclusão de que
agulhas que estejam entre 0,5mm e 1,0mm serão as mais ideais a fim de promover
os resultados acima mencionados sem ultrapassar o loco de ação, a derme papilar,
onde acontece a neocolagenese, aumentando a segurança do tratamento. Porém,
mais estudos se fazem necessários a fim de criar-se melhor embasamento científico
para tal afirmação.
26
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