CEP CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO PARA · PDF fileO estoque desde que seja gerenciado de forma eficiente, com níveis de ressuprimento adequado para a quantidade demanda, torna-se

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  • Anais do V Simpsio de Engenharia de Produo - SIMEP 2017 - ISSN: 2318-9258

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    CEP CONTROLE ESTATSTICO DE PROCESSO PARA

    GERENCIAMENTO DE NVEIS DE ESTOQUE

    Henrique Martins Guimares (UEMG) [email protected]

    Bruno Martins Moreira (UEMG) [email protected]

    Flvia Gontijo Cunha (UEMG) [email protected]

    Kenia Mayara Cintra (UEMG) [email protected]

    Resumo

    O objetivo deste artigo realizar a aplicao da ferramenta CEP (Controle Estatstico de

    Processo), no gerenciamento dos nveis de estoque em um armazm de Manuteno Reparo e

    Operao MRO, com a finalidade de verificar variabilidade da demanda de solicitao de

    ativos para aplicao em equipamentos. O estudo de caso compreendeu reviso bibliogrfica

    bem como levantamento de dados por meio de relatrio de movimentaes de materiais. Os

    dados coletados e sua anlise identificaram que a variabilidade da demanda constante, pois

    as quantidades solicitadas flutuam durante o prprio dia, havendo a necessidade de requisitar

    mais de uma vez a mesma pea, o que provoca um atraso na liberao do equipamento pela

    manuteno. Alm de ser verificada a ocorrncia de causas especiais que necessitam ser

    analisadas para garantir a estabilidade, e melhoria contnua do processo.

    Palavras-Chaves: Controle Estatstico de Processo (CEP), Gerenciamento nveis de estoque;

    Manuteno Reparo e Operao (MRO); Variabilidade da demanda.

  • Anais do V Simpsio de Engenharia de Produo - SIMEP 2017 - ISSN: 2318-9258

    1. Introduo

    Com intudo de alcanar processos cada vez mais estveis, padronizados e reduzir seus custos,

    as empresas buscam cada vez mais alternativas e ferramentas de controle que possibilitem

    tornarem-se mais competitivas no mercado.

    Os estoques surgem como possibilidade de atender de forma mais rpida as necessidades da

    empresa, mas este requer ateno e o mximo de controle devido ao alto custo agregado que

    gerado e ao risco de desvios de demanda por intermdio dos clientes internos, que muita das

    vezes requisita materiais sem a devida necessidade de aplicao.

    Os estoques so materiais e suprimentos que a empresa mantm, seja este para vender ou para

    fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produo. Pelo fato da demanda no

    poder ser prevista com exatido, no econmico e nem prtico operar sem possuir estoques.

    O mesmo deve ser monitorado em seus nveis de consumo, para que este no seja excedente

    de modo a acarretar custos desnecessrios empresa. Sendo que o estoque responsvel por

    cerca de 20% a 60% do ativo da empresa, em um balano patrimonial.

    Um estudo de monitoramento dos nveis de estoque para uma empresa do setor Ferrovirio

    fundamental para melhorar os nveis de estoque, reduzir custo e tornar mais eficiente o

    atendimento das demandas da manuteno.

    Com o monitoramento dos nveis de materiais necessrios para reparao dos ativos, a

    empresa obter um aumento do controle de seus nveis demandados, bem como uma reduo

    de estoques alocados na rea de manuteno, contribuindo assim no relacionamento de

    atendimento entre armazm/ manuteno.

    2. Referencial terico

    2.1 Gesto de estoque

    O estoque desde que seja gerenciado de forma eficiente, com nveis de ressuprimento

    adequado para a quantidade demanda, torna-se um atrativo para as empresas devido

    criticidade na aplicao destes itens em seu processo.

    Para Campos (2013) o gerenciar O ato de buscar as causas da impossibilidade de atingir

    uma meta, estabelecer contramedidas, montar um plano de ao, executar e padronizar em

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    caso de sucesso; somente aquilo que medido gerenciado, o que no medido est

    deriva.

    Segundo Tadeu (org. 2015) a gesto de estoques de peas de reposio (MRO) e materiais

    auxiliares produo essencial para a maioria das grandes empresas, dado o valor

    significativo desses itens mantidos em estoque para garantir um nvel de servio adequado aos

    clientes internos. Diferentemente dos estoques de produtos acabados, semiacabados e

    insumos, que so direcionados pelos processos de produo e demandas dos clientes, as peas

    de reposio e os materiais de consumo so mantidos em estoque para suportar operaes de

    manuteno e proteger contra falhas nos equipamentos. A maioria desses itens estratgica

    para a operao e a falta deles causa um impacto direto no processo produtivo.Ainda sobre a

    gesto de estoques, Medeiros et al (2011) afirmam que o desconhecimento de tcnicas de

    gesto de estoques implica na falta de materiais para produo, atraso de pedidos e

    consequentemente insatisfao dos clientes.

    Para efetuar-se um gerenciamento efetivo dos estoques necessrio um embasamento

    histrico de seu consumo, para que o mesmo possa ser definido qual a periodicidade na

    necessidade de aplicao e bem como seus nveis de solicitao. De forma que a qualidade

    tem papel importante nesta anlise devido as suas ferramentas de controle e monitoramento de

    processos, dentre elas o Controle Estatstico de Processo (CEP).

    2.1 Controle estatstico do processo

    Bezerra (2011) enfatiza que a engenharia da qualidade surge para buscar a garantia dessa

    qualidade. O controle esttico do processo (CEP) d o suporte tcnico necessrio para a

    satisfao do cliente.

    Para Montgomery (2015), o grfico de controle uma das tcnicas principais do Controle

    Estatstico do Processo (CEP). Este grfico plota as mdias das medidas de uma caracterstica

    de qualidade em amostras do processo versus tempo (ou nmero de amostras). O Grfico tem

    uma linha central (LC) ou (LM) limite mdio e limites superior (LSC) e inferior de controle

    (LIC). A linha central representa onde essa caracterstica do processo deveria estar se no

    estivessem presentes fontes de variabilidade. Os limites de controle so determinados a partir

    de algumas consideraes estatsticas.

    Ainda para Montgomery (2015), o grfico de controle uma tcnica de monitoramento do

    processo muito til; quando fontes no usuais, de variabilidade esto presentes, as mdias

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    amostrais sero plotadas fora dos limites de controle. Isto um sinal da necessidade de

    alguma investigao do processo e de que alguma ao corretiva deve ser tomada para a

    remoo dessas fontes no usuais de variabilidade. O uso sistemtico do grfico de controle

    um excelente modo de reduzir a variabilidade.

    3. Metodologia

    O presente trabalho consiste no estudo das solicitaes de materiais efetuados pelos clientes

    internos em uma oficina de manuteno de ativos ferrovirios, que aplicam os materiais na

    manuteno destes equipamentos, de modo a avaliar a periodicidade e os nveis de demanda.

    Foram mapeadas todas as solicitaes em um histrico de um ano, e o mesmo foi direcionado

    para os itens com maior valor agregado, devido criticidade. Foi efetuada a extrao de um

    relatrio do sistema ORACLE, com as informaes das ordens internas solicitadas, que nesta

    foi possvel verificar o dia da entrega, o dia da baixa no centro de custo, bem como o local

    que foi entregue.

    As informaes foram organizadas por cliente atendido, de modo a efetuar uma estratificao

    dos dados e classificar qual cliente ser estudado primeiro. Para saber em qual cliente iniciar

    o controle estatstico do processo, pensou-se no cliente que se tem o maior nmero de

    solicitaes de peas ao armazm.

    As informaes referentes aos itens, como custo unitrio e criticidade na aplicao, foram

    levantadas a partir dos conhecimentos tcnicos da rea operacional de manuteno. Assim os

    itens com maior valor agregado acumulado, iniciar o estudo do controle estatstico de

    processo.

    Sobre as quantidades solicitadas tem-se a necessidade de efetuar o clculo do desvio padro

    do total da amostragem, de modo a identificar a disperso existente em relao mdia, de

    modo que se o desvio for um valor baixo, os valores esto prximos da mdia, caso estejam

    distantes da mdia, o desvio padro ser alto.

    As mdias das quantidades solicitadas tambm foram calculadas, que juntamente com a

    quantidade de solicitaes completaram as informaes para o calculo do CEP (Controle

    Estatstico do Processo), sendo definidos os limites inferiores de controle (LIC) e os limites

    superiores de controle (LSC).Aps a coleta de todas as informaes pertinentes, os mesmos

    foram reportados para uma planilha eletrnica, de forma a facilitar e automatizar a

    mensurao deste indicador. O grfico de controle evidenciou os pontos onde o mesmo

    encontra-se como desvio no processo, caso estes estejam fora dos limites determinados para

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    controle, aes devero ser tomadas para entender a causa raiz da ocorrncia, se o mesmo

    encontrar-se com os pontos inseridos entre os limites de especificao, intende-se que o

    processo encontra-se estvel, porm necessrio o acompanhamento com uma periodicidade

    determinada pela superviso.

    4. Atividades desenvolvidas

    O processo em estudo referente a solicitaes de materiais da rea de manuteno para o

    armazm. Os materiais solicitados so aplicados na reparao das locomotivas, as mesmas

    recebem manutenes preventivas e corretivas quando necessrio. Geralmente todo dia de

    manh h uma rota, onde um colaborador da manuteno verifica quais