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La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 32 - 107 – jan-jul 2016 CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO Ms. Cesar Fernando G. Muller Ângela Luísa Vognach Jenifer Kriger Projeto de Pesquisa do Programa de Iniciação Científica da Faculdade La Salle Estrela. Mestre em Desenvolvimento Regional, Univates. Professor da Faculdade La Salle Estrela. [email protected] Alunas do Curso de Administração da Faculdade La Salle Estrela. RESUMO presente trabalho buscou verificar os preços dos produtos que compõem a cesta básica segundo o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos em seis cidades do Rio Grande do Sul, sendo quatro cidades do Vale do Taquari (Arroio do Meio, Estrela, Lajeado e Teutônia), uma do Vale do Rio Pardo (Venâncio Aires) e uma da Região Metropolitana (Porto Alegre). Além de verificar os preços e marcas dos produtos da cesta básica, foi elencado o salário mínimo necessário para satisfazer a necessidade de alimentação de uma família composta por dois adultos e duas crianças. Para atingir os objetivos propostos aplicou-se a pesquisa nos três supermercados com maior fluxo de clientes em cada cidade. A análise dos resultados revelou que o valor mais alto foi na cidade de Porto Alegre e o menor valor na cidade de Teutônia, diferindo em 17%. Com base nestas informações, o valor do salário mínimo nestes municípios deveria ser, respectivamente, de R$ 2.772,83, R$ 2.531,22, R$ 2.753,43, R$ 2.822,15, R$ 2.550,38 e R$ 3.053, 93. Considerando que o custo da cesta básica influencia o salário mínimo do trabalhador brasileiro, os resultados deste trabalho podem evidenciar não somente o comportamento de preços básicos do mercado, mas também a tendência do comportamento do salário mínimo, além das relações causais e de comparação de preços entre as cidades pesquisadas. Palavras Chave: Cesta Básica. Salário Mínimo. DIEESE. O

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

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La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 32 - 107 – jan-jul 2016

CESTA BÁSICA X SALÁRIO

MÍNIMO

Ms. Cesar Fernando G. Muller

Ângela Luísa Vognach

Jenifer Kriger

Projeto de Pesquisa do Programa de Iniciação

Científica da Faculdade La Salle – Estrela. Mestre em Desenvolvimento Regional,

Univates. Professor da Faculdade La Salle –

Estrela. [email protected] Alunas do Curso de Administração da

Faculdade La Salle – Estrela.

RESUMO

presente trabalho buscou

verificar os preços dos

produtos que compõem a

cesta básica segundo o

DIEESE - Departamento Intersindical

de Estatística e Estudos Sócio

Econômicos em seis cidades do Rio

Grande do Sul, sendo quatro cidades do

Vale do Taquari (Arroio do Meio,

Estrela, Lajeado e Teutônia), uma do

Vale do Rio Pardo (Venâncio Aires) e

uma da Região Metropolitana (Porto

Alegre). Além de verificar os preços e

marcas dos produtos da cesta básica, foi

elencado o salário mínimo necessário

para satisfazer a necessidade de

alimentação de uma família composta

por dois adultos e duas crianças. Para

atingir os objetivos propostos aplicou-se

a pesquisa nos três supermercados com

maior fluxo de clientes em cada cidade.

A análise dos resultados revelou que o

valor mais alto foi na cidade de Porto

Alegre e o menor valor na cidade de

Teutônia, diferindo em 17%. Com base

nestas informações, o valor do salário

mínimo nestes municípios deveria ser,

respectivamente, de R$ 2.772,83, R$

2.531,22, R$ 2.753,43, R$ 2.822,15, R$

2.550,38 e R$ 3.053, 93. Considerando

que o custo da cesta básica influencia o

salário mínimo do trabalhador

brasileiro, os resultados deste trabalho

podem evidenciar não somente o

comportamento de preços básicos do

mercado, mas também a tendência do

comportamento do salário mínimo,

além das relações causais e de

comparação de preços entre as cidades

pesquisadas.

Palavras Chave: Cesta Básica. Salário

Mínimo. DIEESE.

O

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 33 - 107 – jan-jul 2016

1 INTRODUÇÃO

O acompanhamento dos preços da cesta básica no Brasil está tornando-se um

importante indexador para salários e para acompanhar a evolução do poder de compra

do trabalhador. Conforme o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e

Estudos Sócio Econômicos (2003), a cesta básica envolve uma série de produtos

alimentícios que proporcionam ao trabalhador as condições necessárias para uma

qualidade de vida digna. Sua composição ao longo das regiões sofre alterações, haja

vista as especificidades dos produtos de cada estado brasileiro.

O presente trabalho objetiva realizar o comparativo dos preços dos produtos que

compõem a cesta básica segundo o DIEESE em seis cidades do Rio Grande do Sul,

sendo quatro cidades do Vale do Taquari (Arroio do Meio, Estrela, Lajeado e Teutônia),

uma do Vale do Rio Pardo (Venâncio Aires) e uma da Região Metropolitana (Porto

Alegre - capital do Estado do Rio Grande do Sul) afim de elencar o salário mínimo

necessário para satisfazer as necessidades de alimentação de uma família de quatro

componentes (sem distinção de sexo) nestas regiões.

Para realizá-lo será aplicada uma pesquisa de preços dos produtos que compõem

a cesta básica nos principais supermercados dos municípios de Arroio do Meio, Estrela,

Lajeado, Teutônia, Venâncio Aires e Porto Alegre, para mapear os produtos que estão

nas gôndolas e verificar quais os preços praticados. Os critérios de seleção destes

municípios foram o número de habitantes no Vale do Taquari, o número de

estabelecimentos que comercializam os alimentos da cesta básica, alunos residentes nas

cidades e proximidade com a cidade de Estrela.

No caso de haver mais de uma marca para um determinado produto, será

estabelecida uma média dentre as marcas. Os produtos pesquisados serão: carne, leite,

feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana, açúcar, óleo e

Manteiga*1, que segundo o DIEESE são os produtos que compõem a ração essencial

mínima para um adulto alimentar-se.

1 Na relação de produtos da cesta básica segundo o DIEESE está relacionado à manteiga. Nesta pesquisa,

será utilizada a marca e valor do custo da margarina. Pois considera-se este um produto substituto, de

preço mais atraente e mais consumido entre a população destes municípios.

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

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Como o custo da cesta básica influencia o salário mínimo do trabalhador

brasileiro, os resultados deste trabalho podem evidenciar não somente o comportamento

de preços básicos do mercado, mas também a tendência do comportamento do salário

mínimo, além das relações causais e de comparação de preços entre as cidades

pesquisadas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CESTA BÁSICA NACIONAL

A pesquisa da Cesta Básica Nacional (Ração Essencial Mínima) acompanha

mensalmente a evolução de preços de treze produtos de alimentação, assim como o

gasto mensal que um trabalhador teria para comprá-los.

Em 30 de abril de 1938, foi regulamentada a Lei nº 185 de 14 de janeiro de 1936

pelo Decreto Lei nº 399 que em seu artigo 2º, estabelece o salário mínimo como sendo

"a remuneração devida ao trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de

serviço, capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, às suas

necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte."

Através de um estudo censitário realizado em cada localidade, e de informações

salariais obtidas junto às empresas das várias regiões, as Comissões do Salário Mínimo,

criadas antes da instituição do Decreto, estabeleceram os valores mínimos regionais a

serem pagos aos trabalhadores. Apresentaram também uma lista de alimentos, com suas

respectivas quantidades. Esta cesta, chamada Cesta Básica Nacional, seria suficiente

para o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, contendo quantidades

balanceadas de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo. Os bens e as quantidades

estipuladas são diferenciados por região, como mostra o quadro abaixo:

Quadro de provisões mínimas estipuladas pelo Decreto Lei nº 399

Alimentos Região 1 Região 2 Região 3 Nacional

Carne 6,0 kg 4,5 kg 6,6 kg 6,0 kg

Leite 7,5 l 6,0 l 7,5 l 15,0 l

Feijão 4,5 kg 4,5 kg 4,5 kg 4,5 kg

Arroz 3,0 kg 3,6 kg 3,0 kg 3,0 kg

Farinha 1,5 kg 3,0 kg 1,5 kg 1,5 kg

Batata 6,0 kg - 6,0 kg 6,0 kg

Legumes (Tomate) 9,0 kg 12,0 kg 9,0 kg 9,0 kg

Pão francês 6,0 kg 6,0 kg 6,0 kg 6,0 kg

Café em pó 600 gr 300 gr 600 gr 600 gr

Frutas (Banana) 90 unid 90 unid 90 unid 90 unid

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 35 - 107 – jan-jul 2016

Açúcar 3,0 kg 3,0 kg 3,0 kg 3,0 kg

Banha/Óleo 750 gr 750 gr 900 gr 1,5 kg

Manteiga/Margarina 750 gr 750 gr 750 gr 900 gr

Quadro 1: Relação dos produtos que compõe a cesta básica por região. Região 1- Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal.

Região 2- Estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Amazonas,

Pará, Piauí, Tocantins, Acre, Paraíba, Rondônia, Amapá, Roraima e Maranhão.

Região 3- Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Nacional- Cesta normal média para a massa trabalhadora em atividades diversas e para todo o território

nacional.

Fonte: Decreto Lei 399 de 1938, quadros anexos. As quantidades diárias foram convertidas em

quantidades mensais.

O decreto estabelece também uma estrutura de gastos de um trabalhador. Dos

cinco itens que compõem essa estrutura (habitação, alimentação, vestuário, transporte e

higiene), estipulou-se uma ponderação, onde a soma total é de 100%.

O decreto Lei nº 399 determina que a parcela do salário mínimo correspondente

aos gastos com alimentação não podem ter valor inferior ao custo da Cesta Básica

Nacional (art. 6º §1º).

2.1.1 Cálculo do custo mensal da Cesta Básica Nacional

Para realizar o cálculo da Cesta Básica Nacional mensalmente, após a coleta dos

preços, são calculados os preços médios dos produtos por tipo de estabelecimento,

usando o seguinte procedimento para cada um dos produtos pesquisados:

1 Faz-se uma média aritmética de todos os preços coletados, por tipo de

estabelecimento.

2 Usa-se o mesmo procedimento para o produto comprado em outros

estabelecimentos.

3 Somam-se os vários resultados, obtendo-se o preço médio ponderado por

produto.

O preço médio de cada produto, multiplicado pelas quantidades definidas no

Decreto Lei nº 399, indica o gasto mensal do trabalhador com cada produto, cuja soma é

o custo mensal da Cesta Básica. Obtido o valor da cesta, é feito o cálculo das horas que

o trabalhador que ganha salário mínimo precisa trabalhar para comprar a Cesta Básica

Nacional. Para isso, divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada

na Constituição (220 horas/mês, desde outubro de 88). Aplica-se então, a seguinte

fórmula:

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 36 - 107 – jan-jul 2016

Salário Mínimo/220 = Custo da Cesta/X

X = (Custo da Cesta/Salário Mínimo) X 220

Este mesmo cálculo, realizado em várias capitais do país, torna possível

compará-los entre si e observar as variações regionais do custo da ração, estabelecida

como mínima para um adulto repor suas energias gastas durante um mês de trabalho.

Este levantamento mensal permite acompanhar a evolução do poder aquisitivo

dos salários dos trabalhadores e comparar o preço da alimentação básica, determinada

por lei, com o salário mínimo vigente.

2.1.2 Salário Mínimo Necessário

A constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, define o salário mínimo

como aquele "fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas

necessidades vitais básicas (do trabalhador) e às de sua família com moradia,

alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,

com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, ..."(Constituição

Federativa do Brasil, art. 7o - IV).

Para calcular o Salário Mínimo Necessário, o DIEESE considera o preceito

constitucional de que o salário mínimo deve atender às necessidades básicas do

trabalhador e de sua família e que é único para todo o país. Usa como base também o

Decreto lei 399, que estabelece que o gasto com alimentação de um trabalhador adulto

não pode ser inferior ao custo da Cesta Básica Nacional.

A família considerada para o cálculo é composta por quatro pessoas: dois

adultos e duas crianças, que por hipótese, consomem como um adulto.

Utilizando-se o custo da maior cesta, dentre as 16 capitais que pesquisam a

Cesta Básica Nacional, e multiplicando-se por três, obtém-se o gasto alimentar de uma

família.

A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo Dieese, no município

de São Paulo em 94/95 demonstra que a alimentação representa 35,71% das despesas

das famílias do Estado 1. Comparando-se o custo familiar da alimentação (a maior ração

multiplicada por 3), com a parcela orçamentária das famílias de baixa renda (35,71%),

pode-se inferir o orçamento total, capaz de suprir também, as demais despesas como

habitação, vestuário, transporte e outros gastos.

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 37 - 107 – jan-jul 2016

Desta forma, pode-se resumir o cálculo do Salário Mínimo Necessário da

seguinte maneira:

C.F.A. = 3 x C.C.

C.F.A./X = 0,3571/1,0000

0,3571 x X = C.F.A.

X = C.F.A./0,3571

Onde C.F.A. = Custo Familiar de Alimentação e C.C. = Custo da Cesta Básica

de maior valor.

O Salário Mínimo Necessário, calculado mensalmente como uma estimativa do

que deveria ser o salário mínimo vigente é, também, um instrumento utilizado pelos

sindicatos de trabalhadores para denunciar o descumprimento do preceito constitucional

que estabelece as bases para a determinação da menor remuneração que vigora no país.

2.2 Caracterização dos Municípios Pesquisados

A escolha dos municípios pesquisados no Vale do Taquari levou em

consideração o número de habitantes (municípios com maior população no vale) e a

proximidade entre eles. Quanto ao município de Venâncio Aires, este foi escolhido para

comparação com o Vale do Rio Pardo e a cidade de Porto Alegre foi escolhida por ser a

capital do Estado, permitindo uma comparação com cidades do interior.

Com esta pesquisa pretende-se mostrar as diferenças entre os municípios

próximos e facilitar aos habitantes informações na tomada de decisão de compra dos

produtos da cesta básica, além de comparar o custo com a capital do estado.

Segue um breve histórico com dados sobre população, localização e dados

econômicos dos seis municípios pesquisados.

2.2.1 Caracterização do Município de Estrela

Estrela é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Localizado

na região do Centro Oriental Rio-Grandense e na microrregião de Lajeado-Estrela, no

Vale do Taquari, a uma latitude 29° 30' 07" sul e a uma longitude 51° 57' 57" oeste. Sua

população segundo o Censo de 2010 é de 30.628 habitantes , sendo o 68º mais populoso

do RS, e possui uma área de 184,2 km²[6] .

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 38 - 107 – jan-jul 2016

É banhado pelo Rio Taquari, sendo um dos poucos municípios no estado que

contam com um entroncamento rodo-hidro-ferroviário, devido à presença do Porto de

Estrela, de uma ferrovia ligada à Ferrovia do Trigo e das rodovias BR-386 e RST-453

(Rota do Sol). Em 2010, o município possuía 30.628 habitantes, em uma área de

184,2 km², tendo assim uma densidade populacional de 169,6 hab/km². Segundo o

censo de 2010, possui um total de 15.126 homens (49,3862%) e 15.502 mulheres

(50,6138%) . Na área rural, são 4.706 pessoas (15.37%). Estrela destaca-se pelo setor

educacional, apresentando um dos menores índices de analfabetismo do país. Estrela é

ainda um dos 64 municípios brasileiros considerados livres do analfabetismo.

Dados sócio econômicos de Estrela:

Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 = R$ 1.158.356.000,00

PIB per capta foi de R$ 37.240,19

População estimada em 2014 é de 32.483

Densidade demografica habitantes/km² 169,6

A prestação de serviços é responsavel por 45% do PIB, a indústria representa

35,5% do PIB, o comércio representa 11,7% e a agropecuária representa 7,8%

do PIB.

2.2.2 Caracterização do Município de Lajeado

Uma das características da cidade é a existência do rio Taquari, que separa

Lajeado da cidade de Estrela. Em 20 de dezembro de 1939, foi a Vila de Lajeado

elevada à categoria de cidade. O tamanho de sua área geográfica é restrita, contendo

cerca de 90 quilômetros quadrados, resultado da emancipação de vários municípios a

sua volta. Hoje é uma cidade predominantemente urbana, com área rural restrita.

Dados sócio econômicos de Lajeado:

Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 = R$ 2.611.067.000,00

PIB per capta foi de R$ 35.699,82

População estimada em 2015 é de 78.486 habitantes.

Densidade demografica habitantes/Km² 793,07

A prestação de serviços é responsavel por 54,9% do PIB, a indústria

representa 29,5% do PIB, comércio representa 14,4% e a agropecuária

represneta 1,2% do PIB.

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 39 - 107 – jan-jul 2016

2.2.3 Caracterização do Município de Arroio do Meio

Arroio do Meio localiza-se a uma latitude 29º24'04" sul e a uma longitude

51º56'42" oeste, estando a uma altitude de 54 metros. Possui uma área de 153,78 km².

Dados sócio econômicos de Arroio do Meio:

Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 = R$ 724.664.000,00

PIB per capta foi de R$ 38.020,14

População estimada em 2015 é de 20.045 habitantes.

Densidade demografica 130,3 habitantes/Km²

A prestação de serviços é responsavel por 35,9% do PIB, a indústria

representa 44,4% do PIB, comércio representa 11,9% e a agropecuária

represneta 7,8% do PIB.

2.2.4. Caracterização do Município Teutônia

O município possui uma circunscrição territorial de 179,17 km². Está localizado

na região do Vale do Taquari, mais precisamente na encosta inferior do nordeste. Suas

coordenadas geográficas são: 51°47’57” W de longitude; 29°26’36” S de latitude. O

município de Teutônia foi emancipado em 24 de maio de 1981, criado pela Lei 7.542,

de 5 de outubro do mesmo ano, e instalado oficialmente em 31 de janeiro de 1983.

Teutônia possui localização privilegiada no Estado do Rio Grande do Sul,

distante a 100 Km de Porto Alegre e Região Metropolitana; a 100 Km de Caxias do Sul

(segundo maior polo econômico e de concentração urbana do Estado). As rodovias que

possibilitam acesso ao Município são a RST-453 (Rota do Sol) e a BR-386, interligadas

pela RS-128 (Via Láctea), que cruza o Município.

A altitude média é de 83 metros (ponto mais baixo: 37,5 metros; ponto mais alto:

600 metros). O território do município é banhado pelo Arroio Boa Vista, que deságua

no Rio Taquari.

Dados sócio econômicos de Teutônia:

Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 = R$ 826.159.000,00

PIB per capta foi de R$ 29.298,51

População estimada em 2015 é de 30.170 habitantes.

Densidade demografica 152,7 habitantes/Km²

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 40 - 107 – jan-jul 2016

A prestação de serviços é responsável por 45,1% do PIB, a indústria

representa 34,5% do PIB, comércio representa 11,2% e a agropecuária

represneta 9,1% do PIB.

2.2.5 Caracterização do Município de Venâncio Aires

Localiza-se na Mesorregião do Centro Oriental Rio-Grandense e na

Microrregião de Santa Cruz do Sul, estando entre o Vale do Rio Pardo e o Vale do

Taquari, pertencendo ao Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo.

Atinge uma altitude média de 210 metros ao nível do mar. Encontra-se às margens da

rodovia RSC-287 e distancia-se 130 quilômetros da capital estadual, Porto Alegre.

Venâncio Aires ostenta o título de "Capital Nacional do Chimarrão". Em

comemoração a isso, a cidade sedia a Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim), uma

das mais completas do Rio Grande do Sul. O município também é o maior produtor de

fumo do Brasil, mesmo que a "Capital Nacional do Fumo" seja a cidade vizinha de

Santa Cruz do Sul.

Dados sócio econômicos de Venâncio Aires:

Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 = R$ 2.032.796,000,00

PIB per capta foi de R$ 22.642,20

População estimada em 2015 é de 69.859 habitantes

Densidade demográfica 85,29 habitantes/Km²

A prestação de serviços é responsável por 40,3% do PIB, a indústria

representa 40,6% do PIB, o comércio representa 10,8% e a agropecuária

represneta 8,3% do PIB.

2.2.6 Caracterização do Município de Porto Alegre

Porto Alegre é um município brasileiro e a capital do estado mais meridional do

Brasil, o Rio Grande do Sul. Pertence à mesorregião metropolitana de Porto Alegre e à

microrregião de Porto Alegre. Com uma área de 496,682 km², possui uma geografia

diversificada, com morros, baixadas e um grande lago, o Guaíba. Dista 2.027

quilômetros de Brasília, a capital nacional.

Além disso, Porto Alegre é uma das cidades mais arborizada e alfabetizadas do

país é um polo regional de atração de migrantes em busca de melhores condições de

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 41 - 107 – jan-jul 2016

vida, trabalho e estudo e tem uma infraestrutura em vários aspectos superior à das

demais capitais do Brasil

Porto Alegre é sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul

(FIERGS), uma entidade que representa empresas, associações, sindicatos, centros e

câmaras de indústria e comércio de todas as regiões do estado. Entre 1990 e 2000 a

cidade experimentou um declínio na concentração de atividades industriais em relação

às outras economias, perdendo empregos na indústria para o interior do estado e para a

periferia da Região Metropolitana, a qual por sua vez também tem vivido uma

desconcentração industrial. Em 1999 a indústria respondia por apenas 30% do PIB

municipal, empregando somente 8% dos ativos e com o setor da microempresa

predominando. Nos últimos dez anos o número de indústrias caiu 17%.

Dados sócio econômicos de Porto Alegre:

Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 = R$ 48.002.209.000,00

PIB per capta foi de R$ 33.882,78

População estimada em 2015 é de 1.476.867 habitantes

Densidade demografica habitantes/Km² 2.837,53

A prestação de serviços é responsável por 71,7% do PIB, a indústria

representa 11% do PIB, comércio representa 17,25% e a agropecuária

representa 0,05% do PIB.

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Este estudo utilizou a mesma metodologia de pesquisa adotada pelo DIEESE

para calcular o ICV – Índice de Custo de Vida. Em janeiro de 1959, o DIEESE começou

a calcular o Índice de Custo de Vida no município de São Paulo.

A partir dos preços coletados mensalmente para o cálculo do ICV e também dos

treze produtos básicos, com as respectivas quantidades apresentadas no Decreto Lei

399, passou-se a acompanhar mensalmente o custo da Cesta Básica Nacional, desde

aquela data.

Esta pesquisa permite acompanhar, mensalmente, a variação dos preços de cada

produto, o custo mensal de cada um deles e quantas horas um indivíduo que ganha

salário mínimo precisa trabalhar para poder comprá-los.

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 42 - 107 – jan-jul 2016

3.1 Etapas Metodológicas:

a) Pesquisa de locais de compra

A Cesta Básica Nacional está definida no Decreto Lei 399, tanto em relação aos

produtos a serem pesquisados, quanto suas respectivas quantidades. Para medir a

evolução dos preços desses bens, é necessária a realização de uma pesquisa de Locais

de Compra. Esta indicará os valores cobrados pelos produtos que compõem a cesta

básica de cada município estudado.

Os critérios para definir os locais de compras (supermercados) do presente

estudo foram o fluxo de clientes, sendo escolhidos três supermercados em cada

município, o que totalizou 18 supermercados pesquisados2. Além deste critério,

estabelecida a participação de cada local de compra na aquisição dos vários produtos

que compõem a cesta básica dos alimentos, também foi levado em consideração que os

estabelecimentos selecionados deveriam ter todos os produtos.

Determinação de marcas e tipos de produtos. O passo seguinte foi a confirmação

dos endereços (nome, rua, número), com uma visita prévia, aproveitando-se a ocasião

para solicitar aos proprietários ou gerentes a autorização para fazer a pesquisa de preços.

Havendo a concordância, verificou-se nestes estabelecimentos quais as marcas

ou tipos de maior procura pelos consumidores. A partir destas informações foi

organizada a tabela de marcas dos produtos. Esta tabela, definida a partir das marcas

e/ou tipos que apresentam maior frequência absoluta, compõem o painel de produtos

cujos preços foram coletados.

Para a substituição da marca ou tipo de qualquer bem, deve se consultar a

referida tabela, ou então, repetir a operação junto aos estabelecimentos.

b) Coleta de preços dos produtos que compõem a Cesta Básica

A coleta dos preços foi realizada duas vezes: uma no mês de maio e outra no

mês de junho em cada um dos estabelecimentos da amostra, sempre na primeira

quinzena do mês.

Determinada a ordem do levantamento evitam-se alterações, ou seja, todo o mês

volta-se ao mesmo lugar, na mesma semana do mês e preferencialmente, no mesmo dia

2 Para preservar a integridade do negócio, o nome dos estabelecimentos serão omitidos nesta pesquisa. Os

nomes utilizados serão Mercado1, Mercado 2, Mercado3.

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CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 43 - 107 – jan-jul 2016

da semana. O preço dos produtos foi coletado diretamente da prateleira, de preferência

sem o auxílio de informante. O pesquisador não deve fazer a conversão da unidade de

medida.

Após, procede-se o cálculo do salário mínimo necessário para a compra da Cesta

Básica, conforme descrição supracitada.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Município de Estrela

Entre os diversos estabelecimentos que comercializam produtos alimentícios em

Estrela, os estabelecimentos (Mercado 1, Mercado 2 e Mercado 3) são os de maior fluxo

de clientes e que possuem todos os produtos que fazem parte da cesta básica. O quadro

2 apresenta uma lista dos produtos com suas marcas, tipos e preços, que são mais

comercializados nos respectivos estabelecimentos.

Produto Mercado 1 Mercado2 Mercado 3 Média de

preço

(R$)

marca/preço(R$)

marca/preço(R$)

marca/preço(R$)

Carne 24,90 22,30 16,75 21,32

Leite Elege 2,35 Dália 2,27

Languiru 2,28 2,30

Feijão

Italianinho 5,89

Fritz e

Frida 3,98

Blue

Ville 4,41 4,76

Arroz

Namorado 2,69

Blue

Ville 2,33

Blue

Ville 2,89 2,64

Farinha Nordeste 2,08 Nordeste 2,15

Nordeste 2,38 2,20

Batata 2,29 2,39 2,45 2,38

Legumes 5,98 6,99 5,99 6,32

Pão francês 7,65 7,85 6,99 7,50

Café em pó Melita 8,35 Melita 8,45

Café

Pelé 9,44 8,75

Frutas Caravelas 4,49 5,39 3,48 4,45

Açúcar Primor 2,19

Alto

Alegre 1,83 Poteko 1,99 2,00

Óleo Camera 2,99 Salada 3,09 Leve 3,15 3,08

Manteiga Doriana 3,49 Doriana 2,79 Delicia 4,35 3,54

Total 75,34 71,81 71,23 Quadro 2. Preço, marca dos produtos e seus respectivos preços por mercado com sua média.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Page 13: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 44 - 107 – jan-jul 2016

4.1.1 Valor da Cesta Básica e do salário Mínimo

O Quadro abaixo demonstra a média dos preços de cada produto e quanto

precisaria em volume e em valores para compor a cesta básica do trabalhador na cidade

de Estrela.

Produto Média de preços(R$) Região 3(R$) Valor Total(R$)

Carne 21,32 6,6 140,71

Leite 2,30 7,5 17,25

Feijão 4,76 4,5 21,42

Arroz 2,64 3 7,92

Farinha 2,20 1,5 3,30

Batata 2,38 6 14,28

Legumes 6,32 9 56,88

Pão francês 7,50 6 45,00

Café em pó 8,75 0,6 5,25

Frutas 4,45 1 4,45

Açúcar 2,00 3 6,00

Óleo 3,00 0,9 2,70

Manteiga 3,45 0,75 2,59

Total 71,07 50,35 327,75

Quadro 3: Média dos preços dos estabelecimentos e o valor correspondente a quantidade dos

produtos da cesta básica de Estrela.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Obtido o valor da cesta, é feito o cálculo das horas que o trabalhador que ganha

salário mínimo precisa trabalhar para comprar a Cesta Básica Nacional. Para isso,

divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição

(220 horas/mês, desde outubro de 88). Aplica-se então, a seguinte fórmula:

Salário Mínimo/220 = Custo da Cesta/X

X = (Custo da Cesta/Salário Mínimo) X 220

X= (327,03/788,00)x220

X= 91,3 horas

O trabalhador deverá cumprir mais de 91 horas de trabalho mensais para suprir

suas necessidades de alimentação básica.

A pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo DIEESE, no município

de São Paulo, em 94/95, demonstrou que a alimentação representa 35,71% das despesas

das famílias do Estado. Comparando-se o custo familiar da alimentação (a maior ração

multiplicada por 3), com a parcela orçamentária das famílias, pode-se inferir o

Page 14: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 45 - 107 – jan-jul 2016

orçamento total, capaz de suprir também, as demais despesas como habitação, vestuário,

transporte, etc. Faremos uma simulação para se ter ideia de qual deveria ser o salário

mínimo necessário para suprir uma família de 3 pessoas, ou seja, um homem, uma

mulher e dois filhos.

C.F.A. = 3 x C.C.

C.F.A./X =0,35,71/1,0000

0,35,71 x X = C.F.A.

X = C.F.A./0,3571

Onde C.F.A. = Custo Familiar de Alimentação e C.C. = Custo da Cesta Básica

C.F.A. = 3 X 327,75 = 983,25

X = C.F.A / 0,3571

X = 983,25 / 0,35,71

X = 2.753,43

4.1.2 Análise referente à cesta básica do Município de Estrela

Em vista dos números acima, pode-se afirmar que no município de Estrela, o

preço da cesta básica é de R$ 327,75 (trezentos e vinte e sete reais e setenta e cinco

centavos) e está em conformidade com o valor da cesta básica nacional, pois a mesma

oscila entre R$ 300,00 e R$ 400,00.

A partir deste cálculo, que tem por base o valor da cesta básica no município, a

renda familiar (três pessoas adultas por domicilio) deveria ser de R$ 2.753,43 (dois mil

setecentos e cinquenta e três reais e quarenta e três centavos).

4.2 Município de Lajeado

O quadro 4 apresenta uma lista dos produtos com suas marcas, tipos e preços, os

quais são mais comercializados nos respectivos estabelecimentos.

Produto Mercado 1 Mercado 2 Mercado 3 Média de

preço(R$)

marca/preço(R$) marca/preço(R$) marca/preço(R$)

Carne 22,35

24,90

24,86 24,04

Leite Languiru 2,33 Parmalat 2,25

Santa

Clara 2,32 2,30

Feijão 2,99 Valore 3,89

Caldo

Bom 3,99 3,62

Arroz Blue Ville 2,33 Namorado 2,76 Blue Ville 2,89 2,66

Page 15: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 46 - 107 – jan-jul 2016

Farinha Roseflor 2,08

Maria

Ines 1,89 Nordeste 2,08 2,02

Batata 2,79

2,89

2,49 2,72

Legumes 4,29

5,93

5,98 5,40

Pão

francês 7,85

8,50

7,65 8,00

Café em

pó Melita 8,95 Melita 8,59 Iguaçu 8,35 8,63

Frutas 3,59

4,40

4,49 4,16

Açúcar Sta Isabel 1,73 Caravelas 1,89 Caravelas 2,19 1,94

Óleo Leve 2,69 Violeta 2,99 Primor 2,99 2,89

Manteiga Doriana 3,25 Doriana 2,95 Soya 1,95 2,72

Total 67,22

73,83

72,23 71,09 Quadro 4: Preço, marca dos produtos e seus respectivos preços por mercado com sua média.

Fonte: Elaborado pelo autor

4.2.1 Valor da Cesta Básica e do Salário Mínimo

O Quadro abaixo mostra a média dos preços de cada produto e quanto precisaria

em volume e em valores para compor a cesta básica do trabalhador na cidade de

Lajeado.

Produto Média de preços(R$) Região Média geral(R$)

Carne 24,04 6,6 158,66

Leite 2,30 7,5 17,25

Feijão 3,62 4,5 16,29

Arroz 2,66 3 7,98

Farinha 2,02 1,5 3,03

Batata 2,72 6 16,32

Legumes 5,40 9 48,60

Pão frances 8,00 6 48,00

Café em pó 8,63 0,6 5,18

Frutas 4,16 1 4,16

Açucar 1,94 3 5,82

Óleo 2,89 0,9 2,60

Manteiga 2,72 0,75 2,04

Total 71,10 50,35 335,93 Quadro 5: Média dos preços dos estabelecimentos e o valor correspondente a quantidade dos

produtos da cesta básica de Lajeado.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Obtido o valor da cesta, é feito o cálculo das horas que o trabalhador que ganha

salário mínimo precisa trabalhar para comprar a Cesta Básica Nacional.

Page 16: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 47 - 107 – jan-jul 2016

Salário Mínimo/220 = Custo da Cesta/X

X = (Custo da Cesta/Salário Mínimo) X 220

X= (335,93/788,00)x220

X= 93,8 horas

O trabalhador deverá cumprir mais de 93 horas de trabalho mensais para suprir

suas necessidades de alimentação básica.

Comparando-se o custo familiar da alimentação (a maior ração multiplicada por

3), com a parcela orçamentária das famílias, pode-se inferir o orçamento total, capaz de

suprir também, as demais despesas como habitação, vestuário, transporte, etc. O salário

mínimo necessário para suprir uma família de 3 pessoas, ou seja, um homem, uma

mulher e dois filhos para a cidade de Lajeado seria composto da seguinte maneira:

C.F.A. = 3 x C.C.

C.F.A./X =0,35,71/1,0000

0,35,71 x X = C.F.A.

X = C.F.A./0,3571

Onde C.F.A. = Custo Familiar de Alimentação e C.C. = Custo da Cesta Básica

C.F.A. = 3 X335,93 = 1007,79

X = C.F.A / 0,3571

X = 1007,79 / 0,3571

X = 2.822,15

4.2.2 Análise referente à cesta básica do Município de Lajeado

Em vista dos números acima, pode-se afirmar que no município de Lajeado, o

preço da cesta básica é de R$ 335,93 (Trezentos e trinta e cinco reais e setenta e noventa

e três centavos) e está em conformidade com o valor da cesta básica nacional, pois a

mesma oscila entre R$ 300,00 e R$ 400,00.

Com base no calculo apresentado que tem por base no valor da cesta básica no

município, que a renda familiar (3 pessoas por domicilio) em relação a cesta, deveria ser

de R$ 2.822,15 ( dois mil oitocentos e vinte e dois reais e quinze centavos).

4.3 Município de Arroio do Meio

O quadro 6 apresenta uma lista dos produtos com suas marcas, tipos e preços,

dos quais são mais comercializados nos respectivos estabelecimentos.

Page 17: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 48 - 107 – jan-jul 2016

Produto STR DALIA GM Média de

preço

(R$) marca/preço(R$) marca/preço(R$) marca/preço(R$)

Carne 25,99

21,29 19,99 22,42

Leite Languiru 2,28 Dalia

2,10 Languiru 2,65 2,34

Feijão

Fritz E

Frida 4,75

Fritz e

Frida

3,80

Fritz e

Frida 4,99 4,51

Arroz Blue Ville 2,83 Blue Ville

2,55 Blue Ville 3,10 2,83

Farinha Nordeste 2,35 Nordeste

2,52 Bela Dica 2,25 2,37

Batata 2,21

2,64 3,50 2,78

Legumes 5,85

7,29 3,80 5,65

Pão

francês 7,99

5,89 7,50 7,13

Café em

pó Melita 8,69 Melita

9,64

Fritz E

Frida 10,99 9,77

Frutas 3,65

4,38 3,25 3,76

Açúcar União 2,28 União

2,30 Caravelas 2,50 2,36

Óleo Soya 3,25 Soya

3,62 Leve 3,75 3,54

Manteiga Prime 1,98 Doriana

2,68 Qualy 3,35 2,67

Total 74,10

70,70 71,62 72,14 Quadro 6: .Preço, marca dos produtos e seus respectivos preços por mercado com sua média.

Fonte: Elaborado pelo autor

4.3.1 Valor da Cesta Básica e do Salário Mínimo

O Quadro seguinte mostra a média dos preços de cada produto e quanto

precisaria em volume e em valores para compor a cesta básica do trabalhador na cidade

de Arroio do Meio.

Produto Média de preços(R$) Região Média geral(R$)

Carne 22,42 6,6 147,97

Leite 2,34 7,5 17,55

Feijão 4,51 4,5 20,30

Arroz 2,83 3 8,49

Page 18: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 49 - 107 – jan-jul 2016

Farinha 2,37 1,5 3,56

Batata 2,78 6 16,68

Legumes 5,65 9 50,85

Pão francês 7,13 6 42,78

Café em pó 9,77 0,6 5,86

Frutas 3,76 1 3,76

Açúcar 2,36 3 7,08

Óleo 3,54 0,9 3,19

Manteiga 2,67 0,75 2,00

Total 72,13 50,35 330,06

Quadro 7: Média dos preços dos estabelecimentos e o valor correspondente a quantidade dos

produtos da cesta básica de Arroio do Meio.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Obtido o valor da cesta, é feito o cálculo das horas que o trabalhador que ganha

salário mínimo precisa trabalhar para comprar a Cesta Básica Nacional.

Salário Mínimo/220 = Custo da Cesta/X

X = (Custo da Cesta/Salário Mínimo) X 220

X= (330,06/788,00)x220

X= 92,1 horas

O trabalhador deverá cumprir mais de 92 horas de trabalho mensais para suprir

suas necessidades de alimentação básica.

4.3.2 Análise referente à cesta básica do Município de Arroio do Meio

Segue a simulação sobre qual deveria ser o salário mínimo necessário para suprir

uma família de 3 pessoas, ou seja, um homem, uma mulher e dois filhos para a cidade e

Arroio do Meio .

C.F.A. = 3 x C.C.

C.F.A./X =0,35,71/1,0000

0,35,71 x X = C.F.A.

X = C.F.A./0,3571

Onde C.F.A. = Custo Familiar de Alimentação e C.C. = Custo da Cesta Básica

C.F.A. = 3 X330,06 = 990,18

X = C.F.A / 0,3571

X = 990,18 / 0,3571

X = 2.772,83

Page 19: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 50 - 107 – jan-jul 2016

Em vista dos números acima, pode-se afirmar que no município de Arroio do

Meio, o preço da cesta básica é de R$ 330,06 (trezentos e trinta reais e seis centavos) e

está em conformidade com o valor da cesta básica nacional, pois a mesma oscila entre

R$ 300,00 e R$ 400,00.

A renda familiar (3 pessoas por domicilio) em relação a cesta deveria ser de R$

2.772,83 ( dois mil setecentos e setenta e dois reais e oitenta e três centavos).

4.4 Município de Teutônia

O quadro 8 apresenta uma lista dos produtos com suas marcas, tipos e preços,

dos quais são mais comercializados nos respectivos estabelecimentos.

Produto Mercado 1 Mercado 2 Mercado 3 Média de

preço

(R$) marca/preço(R$) marca/preço(R$) marca/preço(R$)

Carne 22,70

9,70

19,85 20,75

Leite

Santa

Clara 2,27 Dalia ,31 Languiru 2,17 2,25

Feijão

Fritz e

Frida 3,72 Ouro Preto ,03

Fritz e

Frida 3,99 3,58

Arroz Blue Ville 2,41

Fritz e

Frida 2,71 Blue Ville 2,38 2,50

Farinha Nordeste 1,87 Nordeste 2,05 Nordeste 1,99 1,97

Batata 3,80

2,20

2,54 2,85

Legumes 4,71

4,45

4,20 4,45

Pão francês 6,95

8,12

7,02 7,36

Café em pó Melita 9,30 Melita 9,15 Melita 9,29 9,25

Frutas 3,52

3,69

3,69 3,63

Açúcar Caravelas 1,76

Alto

Alegre 2,01 Extra Fino 1,83 1,87

Óleo Leve 2,75 Leve 2,77 Soya 2,48 2,67

Manteiga Doriana 3,15 Qualy 3,45 Doriana 3,25 3,28

Total 68,91

65,64

64,68 66,41

Quadro 8: .Preço, marca dos produtos e seus respectivos preços por mercado com sua média.

Fonte: Elaborado pelo autor

4.4.1 Valor da Cesta Básica e do Salário Mínimo

O Quadro seguinte mostra a média dos preços de cada produto e quanto

precisaria em volume e em valores para compor a cesta básica do trabalhador na cidade

de Teutônia.

Page 20: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 51 - 107 – jan-jul 2016

Produto Média de

preços(R$)

Região Média geral

(R$)

Carne 20,75 6,6 136,95

Leite 2,25 7,5 16,88

Feijão 3,58 4,5 16,11

Arroz 2,50 3 7,50

Farinha 1,97 1,5 2,96

Batata 2,85 6 17,10

Legumes 4,45 9 40,05

Pão frances 7,36 6 44,16

Café em pó 9,25 0,6 5,55

Frutas 3,63 1 3,63

Açúcar 1,87 3 5,61

Óleo 2,67 0,9 2,40

Manteiga 3,28 0,75 2,46

Total 66,41 50,35 301,35

Quadro 9 : Média dos preços dos estabelecimentos e o valor correspondente a quantidade dos

produtos da cesta básica de Teutônia..

Fonte: Elaborado pelo autor

Obtido o valor da cesta, é feito o cálculo das horas que o trabalhador que ganha

salário mínimo precisa trabalhar para comprar a Cesta Básica Nacional.

Salário Mínimo/220 = Custo da Cesta/X

X = (Custo da Cesta/Salário Mínimo) X 220

X= (301,35/788,00)x220

X= 84,1 horas

O trabalhador deverá cumprir mais de 84 horas de trabalho mensais para suprir

suas necessidades de alimentação básica.

4.4.2 Análise referente à cesta básica do Município de Teutônia

Segue a simulação para se ter idéia de qual deveria ser o salário mínimo

necessário para suprir uma família de 3 pessoas, ou seja, um homem, uma mulher e dois

filhos.

C.F.A. = 3 x C.C.

C.F.A./X =0,35,71/1,0000

0,35,71 x X = C.F.A.

X = C.F.A./0,3571

Page 21: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 52 - 107 – jan-jul 2016

Onde C.F.A. = Custo Familiar de Alimentação e C.C. = Custo da Cesta Básica

C.F.A. = 3 X301,35 = 903,90

X = C.F.A / 0,3571

X = 903,90 / 0,3571

X = 2.531,22

Em vista dos números acima, pode-se afirmar que no município de Teutônia, o

preço da cesta básica é de R$ 301,35 (trezentos e um reais e trinta e cinco centavos) e

esta em conformidade com o valor da cesta básica nacional, pois a mesma oscila entre

R$ 300,00 e R$ 400,00.

Com base no cálculo apresentado a renda familiar (3 pessoas por domicilio) em

relação a cesta, deveria ser de R$ 2.531,22 ( dois mil quinhentos e trinta e um reais e

vinte e dois centavos).

4.5 Município de Venâncio Aires

O quadro 10 apresenta uma lista dos produtos com suas marcas, tipos e preços,

que são mais comercializados nos respectivos estabelecimentos.

Produto Mercado 1 Mercado 2 Mercado 3 Média de

preço

(R$) marca/preço(R$) marca/preço(R$) marca/preço(R$)

Carne 20,40

19,90

24,49 21,60

Leite Tirol 2,09 Dalia 2,09 Elege 1,95 2,04

Feijão Finkler 3,99

Fritz e

Frida 5,49 Namorado 3,98 4,49

Arroz Blue Ville 2,29 Santos 2,48 Namorado 2,09 2,29

Farinha Maria Ines 2,55 Maria Ines 2,49 Dia 1,59 2,21

Batata 2,89

1,99

2,59 2,49

Legumes 3,77

2,98

5,79 4,18

Pão francês 7,48

7,98

5,89 7,12

Café em pó Melita 7,95 Iguaçu 9,80 Bom Jesus 7,49 8,41

Frutas 3,99

3,99

4,49 4,16

Açúcar Caravelas 2,19 Caravelas 2,09 Dia 1,58 1,95

Óleo Camera 2,99 Camera 2,79 Corcovado 2,78 2,85

Manteiga Doriana 2,99 Delicia 3,89 Doriana 2,69 3,19

Total 65,57

67,96

67,40 66,98

Quadro 10: Preço, marca dos produtos e seus respectivos preços por mercado com sua média.

Fonte: Elaborado pelo autor

Page 22: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 53 - 107 – jan-jul 2016

4.5.1 Valor da Cesta Básica e do Salário Mínimo

O Quadro seguinte mostra a média dos preços de cada produto e quanto

precisaria em volume e em valores para compor a cesta básica do trabalhador na cidade

de Venâncio Aires.

Produto Média de preços

(R$)

Região Média geral

(R$)

Carne 21,60 6,6 142,56

Leite 2,04 7,5 15,30

Feijão 4,49 4,5 20,21

Arroz 2,29 3 6,87

Farinha 2,21 1,5 3,32

Batata 2,49 6 14,94

Legumes 4,18 9 37,62

Pão frances 7,12 6 42,72

café em pó 8,41 0,6 5,05

Frutas 4,16 1 4,16

Açúcar 1,95 3 5,85

Óleo 2,89 0,9 2,60

Manteiga 3,19 0,75 2,39

Total 67,02 50,35 303,58

Quadro 11: Média dos preços dos estabelecimentos e o valor correspondente a quantidade dos

produtos da cesta básica de Venâncio Aires.

Fonte: Elaborado pelo autor

Obtido o valor da cesta, é feito o cálculo das horas que o trabalhador que ganha

salário mínimo precisa trabalhar para comprar a Cesta Básica Nacional.

Salário Mínimo/220 = Custo da Cesta/X

X = (Custo da Cesta/Salário Mínimo) X 220

X= (303,58/788,00)x220

X= 84,8 horas

O trabalhador deverá cumprir mais de 84 horas de trabalho mensais para suprir

suas necessidades de alimentação básica.

4.5.2 Análise referente à cesta básica do Município de Venâncio Aires

Segue a simulação sobre o salário mínimo necessário para suprir uma família de

3 pessoas, ou seja, um homem, uma mulher e dois filhos.

Page 23: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 54 - 107 – jan-jul 2016

C.F.A. = 3 x C.C.

C.F.A./X =0,35,71/1,0000

0,35,71 x X = C.F.A.

X = C.F.A./0,3571

Onde C.F.A. = Custo Familiar de Alimentação e C.C. = Custo da Cesta Básica

C.F.A. = 3 X303,58 = 910,74

X = C.F.A / 0,3571

X = 910,74 / 0,3571

X = 2.550,38

Em vista dos números acima, pode-se afirmar que no município de Venâncio

Aires o preço da cesta básica é de R$ 303,58 (trezentos e três reais e cinqüenta e oito

centavos) e está em conformidade com o valor da cesta básica nacional, pois a mesma

oscila entre R$ 300,00 e R$ 400,00.

Com base no cálculo apresentado que tem por base no valor da cesta básica no

município, que a renda familiar (3 pessoas por domicilio) em relação a cesta, deveria ser

de R$ 2.550,38 ( dois mil quinhentos e cinqüenta reais e trinta e oito centavos).

4.6 Município de Porto Alegre

O quadro 12 apresenta uma lista dos produtos com suas marcas, tipos e preços

que são mais comercializados nos respectivos estabelecimentos.

Produto Mercado 1 Mercado 2 Mercado 3 Média

de preço

(R$) marca/preço (R$) marca/preço (R$) marca/preço (R$)

Carne 25,98 26,78 21,9 24,89

Leite Dalia 2,14 Languiru 2,18 Languiru 1,97 2,10

Feijão Blue Ville 4,28 Caldo de

Ouro

4,08 Namorado 4,48 4,28

Arroz Namorado 2,66 Tio Joao 2,28 Real Sur 1,98 2,31

Farinha Orquidea 2,28 Primor 1,98 Rosa

Branca

1,68 1,98

Batata 2,88 2,75 3,75 3,13

Legumes 6,98 6,95 6,97 6,97

Pão

francês

7,48 7,94 10,87 8,76

Café em

Melita 8,48 Melita 8,48 Melita 8,48 8,48

Page 24: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 55 - 107 – jan-jul 2016

Frutas 4,89 4,85 5,78 5,17

Açúcar Great

Value

1,78 União 1,74 Uniao 1,58 1,70

Óleo Leve 2,88 Lisa 2,48 Lisa 2,89 2,75

Manteiga Delicia 4,08 Doriana 2,68 Doriana 2,98 3,25

Total 76,79 75,17 75,31 75,76

Quadro 12: Preço, marca dos produtos e seus respectivos preços por mercado com sua média.

Fonte: Elaborado pelo autor

4.6.1 Valor da Cesta Básica e do Salário Mínimo

O Quadro seguinte mostra a média dos preços de cada produto e quanto

precisaria em volume e em valores para compor a cesta básica do trabalhador na cidade

de Porto Alegre.

Produto Média de preços

(R$)

Região Média geral

(R$)

Carne 24,89 6,6 164,27

Leite 2,10 7,5 15,75

Feijão 4,28 4,5 19,26

Arroz 2,31 3 6,93

Farinha 1,98 1,5 2,97

Batata 3,13 6 18,78

Legumes 6,97 9 62,73

Pão francês 8,76 6 52,56

Café em pó 8,48 0,6 5,09

Frutas 5,17 1 5,17

Açúcar 1,70 3 5,10

Óleo 2,75 0,9 2,48

Manteiga 3,25 0,75 2,44

Total 75,77 50,35 363,52

Quadro 13 : Média dos preços dos estabelecimentos e o valor correspondente a quantidade dos

produtos da cesta básica de Porto Alegre.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Obtido o valor da cesta, é feito o cálculo das horas que o trabalhador que ganha

salário mínimo precisa trabalhar para comprar a Cesta Básica Nacional.

Salário Mínimo/220 = Custo da Cesta/X

X = (Custo da Cesta/Salário Mínimo) X 220

X= (363,52/788,00)x220

X= 101,5 horas

Page 25: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 56 - 107 – jan-jul 2016

O trabalhador deverá cumprir mais de 101 horas de trabalho mensais para suprir

suas necessidades de alimentação básica.

4.6.2 Análise referente à cesta básica do Município de Porto Alegre

Segue a simulação de qual deveria ser o salário mínimo necessário para suprir

uma família de 3 pessoas, ou seja, um homem, uma mulher e dois filhos.

C.F.A. = 3 x C.C.

C.F.A./X =0,35,71/1,0000

0,35,71 x X = C.F.A.

X = C.F.A./0,3571

Onde C.F.A. = Custo Familiar de Alimentação e C.C. = Custo da Cesta Básica

C.F.A. = 3 X363,52 = 1.090,56

X = C.F.A / 0,3571

X = 1.090,56 / 0,3571

X = 3.053,93

Em vista dos números acima, pode-se afirmar que no município de Porto Alegre,

o preço da cesta básica é de R$ 363,52 (trezentos e sessenta e três reais e cinqüenta e

dois centavos) e está em conformidade com o valor da cesta básica nacional, pois a

mesma oscila entre R$ 300,00 e R$ 400,00.

Com base no cálculo apresentado a renda familiar (3 pessoas por domicilio) em

relação a cesta, deveria ser de R$ 3.053,93 ( três mil, cinqüenta e três reais e noventa e

três centavos ).

5 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MUNICÍPIOS PESQUISADOS

Realizadas as análises de cada município, elaborou-se o quadro comparativo do

valor da Cesta Básica.

Page 26: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 57 - 107 – jan-jul 2016

Gráfico 1: Variação de Preços entre os Municípios Pesquisados Fonte: Elaborado pelo autor

Produto Cesta

Estrela Lajeado

Arroio do

Meio Teutônia

Venâncio

Aires Porto Alegre

V.

Unit.

V.

Total

V.

Unit.

V.

Total

V.

Unit

V.

Total

V.

Unit.

V.

Total

V.

Unit

V.

Total

V.

Unit

V.

Total

Carne 6,6 21,32 140,71 24,04 158,66 22,42 147,97 20,75 136,95 21,60 142,56 24,89 164,27

Leite 7,5 2,30 17,25 2,30 17,25 2,34 17,55 2,25 16,88 2,04 15,30 2,10 15,75

Feijão 4,5 4,76 21,42 3,62 16,29 4,51 20,30 3,58 16,11 4,49 20,21 4,28 19,26

Arroz 3 2,64 7,92 2,66 7,98 2,83 8,49 2,50 7,50 2,29 6,87 2,31 6,93

Farinha 1,5 2,20 3,30 2,02 3,03 2,37 3,56 1,97 2,96 2,21 3,32 1,98 2,97

Batata 6 2,38 14,28 2,72 16,32 2,78 16,68 2,85 17,10 2,49 14,94 3,13 18,78

Legumes 9 6,32 56,88 5,40 48,60 5,65 50,85 4,45 40,05 4,18 37,62 6,97 62,73

Pão

francês 6 7,50 45,00 8,00 48,00 7,13 42,78 7,36 44,16 7,12 42,72 8,76 52,56

Café em

pó 0,6 8,75 5,25 8,63 5,18 9,77 5,86 9,25 5,55 8,41 5,05 8,48 5,09

Frutas 1 4,45 4,45 4,16 4,16 3,76 3,76 3,63 3,63 4,16 4,16 5,17 5,17

Açúcar 3 2,00 6,00 1,94 5,82 2,36 7,08 1,87 5,61 1,95 5,85 1,70 5,10

Óleo 0,9 3,08 2,77 2,89 2,60 3,54 3,19 2,67 2,40 2,89 2,60 2,75 2,48

Manteiga 0,75 3,54 2,66 2,72 2,04 2,67 2,00 3,28 2,46 3,19 2,39 3,25 2,44

Total R$

327,89

335,93

330,06

301,35

303,58

363,52

Quadro 14: Cesta básica por município

Fonte: Elaborado pelo autor

Observando o quadro 14 e o gráfico1, pode-se verificar que os municípios de

Lajeado, Arroio do Meio e Estrela tem o valor da cesta básica com uma diferença de

Page 27: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 58 - 107 – jan-jul 2016

aproximadamente de 2,5% a 3,5%, o mesmo não se pode dizer das cidades de Teutônia

e Venâncio Aires que tiveram uma variação de aproximadamente de 10% com relação

às cidades acima mencionadas. Pode-se explicar esta diferença pelo forte apelo de

ofertas e pelas condições climáticas que interferem nos produtos como batata e tomate.

Verificou-se também que o custo de vida com relação à cesta básica nas cidades

do interior há um custo menor que na capital do estado chegando a uma diferença

máxima de 17%. Para uma melhor visualização destas diferenças apresenta-se um

quadro conclusivo dos seis municípios referenciando o valor da cesta básica, juntamente

com o custo familiar de alimentação, as horas trabalhadas necessárias para a aquisição

de cesta e o valor do salário necessário para uma família composta de dois adultos e

duas crianças. Vale lembrar que este salário total devera cobrir a alimentação desta

família que representa 35,71% do total, contemplando também, habitação, vestuário e

transporte. (D.L. n° 399 art.2)

Quadro 15: Informações diversas

Fonte: Elaborado pelo autor.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve, entre seus objetivos, dar continuidade à pesquisa de

mesmo tema realizada em 2014, ampliando o número de municípios de quatro (Estrela,

Lajeado, Teutônia e Venâncio Aires) para seis (incluindo as cidades de Arroio do Meio e

Porto Alegre).

Conforme o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio

Econômicos (2003), a cesta básica envolve uma série de produtos alimentícios que

proporcionam ao trabalhador as condições necessárias para uma qualidade de vida digna.

Estrela Lajeado Arroio

do Meio

Teutônia Venâncio

Aires

Porto

Alegre

Valor Cesta Básica 327,89 335,93 330,06 301,35 303,58 363,52

Custo Familiar p/

Alimentação

983,25 1.007,79 990,18 903,90 910,74 1.090,56

Horas Trabalhadas 91,3 93,8 92,1 84,1 84,8 101,5

Salário Necessário 2.753,43 2.822,15 2.772,83 2.531,22 2.550,38 3.053,93

Page 28: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 59 - 107 – jan-jul 2016

Sua composição ao longo das regiões sofre alterações, haja vista as especificidades dos

produtos de cada estado brasileiro.

O salário mínimo é baseado no custo da cesta básica que deve suprir, além das

necessidades alimentares de uma família, gastos com habitação, vestuário, higiene e

transporte. Sabe-se que existem vários fatores determinantes para compor o preço dos

produtos da cesta básica, dentre eles as margens auferidas pelos comerciantes, a

concorrência, a marca do produto, condições climáticas, a gestão da distribuição, entre

outros. Nos supermercados a variabilidade de preços está relacionada a gama de ofertas

utilizadas como estratégia para atrair clientes.

Os preços obtiveram uma variabilidade alta entre as cidades de Lajeado, Estrela

e Arroio do Meio com as cidades de Teutônia e Venâncio Aires. O custo de vida na

capital do estado, Porto Alegre, é maior do que as cidades do interior.

Sugere-se que haja continuidade na pesquisa afim de auxiliar os consumidores

na tomada de decisão de compra da cesta básica familiar, pois existem diferenças

consideráveis entre os municípios.

ABSTRACT

This study aims to check the prices of products that make up the basic food basket

according to DIEESE - Inter-Union Department of Statistics and Socio Economic

Studies in six cities of Rio Grande do Sul, four cities in the Vale do Taquari (Arroio do

Meio, Star, Lajeado and Teutonia), one of Vale do Rio Pardo (Venancio Aires) and the

Metropolitan Region (Porto Alegre - state capital of Rio Grande do Sul). In addition to

check prices and brands of basic food products, it was part listed the minimum wage

necessary to satisfy the need to feed a family of two adults and two children. To achieve

the goals the research applied in the three supermarkets with a greater flow of customers

in each city. Analysis of the results reveals that the cost of the basic basket in the

municipalities were: Arroio do Meio R $ 330.06, Teutonia R $ 301.35, Star R $ 327.89,

Lajeado R $ 335.93, Venancio Aires R $ 303 , 58 and Porto Alegre R $ 363.52.

Therefore, the highest value is in the city of Porto Alegre and the lowest value is in the

city of Germantown, differing by 17%. Based on this information, the minimum wage

in these municipalities should be, respectively, R $ 2,772.83 R $ 2,531.22 R $ 2,753.43

R $ 2,822.15 R $ 2,550.38 and R $ 3053, 93. Whereas the cost of basic food influences

the minimum wage of Brazilian workers, the results of this work can show not only the

basic price behavior of the market, but also the minimum wage behavior trend, beyond

the causal relationships and price comparison among the surveyed cities.

Keywords: Food Basket. Minimum Wage. DIEESE.

Page 29: CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

La Salle Estrela – Revista Digital, v. 1. n. 5. p. 60 - 107 – jan-jul 2016

REFERÊNCIAS

AMORIN, Airton Lopes; SOUZA, Eliane p.; CORONEL, D. A. Preço da Cesta Básica

na Região Sul do Brasil. Testando a integração espacial. In: Revista de Economia e

Administração, v.12, n.3, 321-348p, jul./set. 2013. Disponível em

http://dx.doi.org/10.11132/rea.2012.712 acesso em 05 mar. 2014

BRASIL. Decreto-lei nº 399, de 30 de abril de 1938. Senado Federal, Subsecretaria de

Informações, Brasília, 2012. Disponível em

<http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=12746>. Acesso

em: 13 dez. 2011.

DIEESE. Cesta básica nacional metodologia. São Paulo: Departamento Intersindical

de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, 2003.