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Em defesa dos Em defesa dos quadrinhos quadrinhos Profa. Maria Eneida Matos Profa. Maria Eneida Matos da Rosa da Rosa

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Em defesa dos Em defesa dos quadrinhosquadrinhos

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Profa. Maria Eneida Matos da Profa. Maria Eneida Matos da RosaRosa

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• Embora a literatura sempre tenha estado presente na programação escolar, não existe, necessariamente, um vínculo entre o literário e a aprendizagem de ler e escrever;

• A relação, instituída através do código escrito, entre o falante e sua língua realiza-se de modo passivo e normativo;

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• As crianças e adolescentes leem histórias em quadrinhos e é na escola que se capacitam a fazê-lo;

• Qual é, porém, a atitude da escola perante esta produção?

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• Na escola, não se encontra fácil concessões ao ludismo;

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• A seleção de textos, a programação de autores, norteando-se pelo vestibular que, um dia, será feito, torna altamente estereotipada a literatura escolar;

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• A relação do aluno com a literatura que frequenta a sala de aula se dá pela memorização de alguns nomes, registro de alguns títulos e, excepcionalmente, pela lembrança de algumas impressões de leitura;

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• A escola não se interessa pela formação do leitor, mas pelo aspecto formativo do texto e/ou sua serventia no estudo da língua auxiliar da gramática;

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• A escola, nesse sentido, despreza o gênero (histórias em quadrinhos), colocando-o no limbo das leituras extraclasse;

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• Sabe-se que a escola consagra o acadêmico por oposição à cultura popular e à de massa produzidas ou consumidas espontaneamente, para lá dos muros da escola;

• A escola mostra-se comprometida com os postulados que justificam e transmitem os valores e da ideologia dominante;

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• Tais textos, geralmente, mostram-se pontuados pelo humor, e a escola parece considerar tais elementos, assim como qualquer forma de descontração, incompatíveis com a sua seriedade;

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A justificativa para a desconsideração de tal gênero:

• 1˚) a natureza híbrida das HQs, compostas por signos visuais e verbais, não estimula o hábito de ler, pois o imediatismo da imagem visual provoca a preguiça de decodificar o verbal;

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A justificativa para a desconsideração de tal

gênero:• 2˚) por serem histórias destinadas

a um amplo público, caracterizam-se por um alto grau de redundância, constituindo-se em mensagens estereotipadas que nada acrescentam à bagagem em formação da criança.

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De outro lado,

• Há que se considerar o fato de que a imagem mental que se forma a partir da projeção visual, difere da mera projeção sobre a retina. (...)

• Os desenhos não substituem os conceitos, apenas os induzem através de formas estruturais, recorrendo à percepção para chegar ao pensamento;

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Nesse caso,• Se a escola concluir que tal

procedimento – o do incentivo visual – prejudica o desenvolvimento do raciocínio, deverá, por coerência, suprimir das salas de aula e dos livros didáticos os esquemas, mapas, os diagramas, etc.

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Não podemos esquecer que

• Essa baixa informação visual e verbal instiga, portanto, um preenchimento por parte do leitor;

• Distancia-se, portanto, da questão da passividade;

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• São bastante conhecidas as abordagens críticas que, na década de 70, sob os auspícios da semiologia, “desmascararam a aparente inconsequência do mundo dos gibis”;

• As teses de Moacy Cirne trouxeram à tona a ideologia latente no mundo dos super-heróis;

• Dorfman e Mattelart revelaram não ser tão dócil e inocente o mundo dos personagens da Disney;

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• O Super-Homem, o Capitão América, a família Donald e seus amigos, encarnações de uma sociedade capitalista colonizadora como a americana, estimulou um considerável número de pesquisas que alarmaram educadores à responsabilidade de seu ofício;

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A estudiosa alerta contudo, para obras como

• Peanuts (Snoopy) e Mafalda, de Charles M. Schultz e Quino, respectivamente;

• Não é meigo, nem doce o mundo infantil de Snoopy;

• O líder do grupo e personagem principal, Charlie Brown, é um anti-herói;

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Peanuts • Polariza a atenção do

leitor, como uma criança que busca ansiosamente comunicação, que ambiciona popularidade, mas cuja ingenuidade e inabilidade o conduzem sempre para o insucesso.

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Mafalda

• Já a obra do cartunista argentino reúne um grupo de crianças de uma sufocada classe média, cujos problemas não são psicológicos, mas são gerados por circunstâncias sócio-político-econômicas;

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Mafalda• Os personagens – Miguelito

apresenta problemas de identidade, Susanita se inquieta com o futuro, mas Mafalda, protagonista, apresenta uma consciência eminentemente política;

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Mafalda• Com humor que proporciona uma

leitura divertida, a obra realiza, no gênero, a feliz conciliação do lúdico e do emancipatório, oportunizando a identificação com esses heróis do dia a dia e estimulando, pela exemplaridade, a postura crítica e o debate.

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Referência• MAGALHÃES, Lígia Cadermatori. In.:

ZILBERMAN, Regina. (org.) Em defesa dos quadrinhos. In.: A produção cultural para a criança. 4. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990.

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Atividade• Dividir-se em grupos e escolher

HQs ou gibis que possam ser utilizados em aula. Se possível, escolher histórias que tratem temas da atualidade: problemas sócio-econômicos, violência, conflitos psicológicos, temáticas políticas como guerras ou temas históricos, etc.

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A partir da escolha das obras, responda as seguintes

questões:• Em que medida podemos, como

educadores, fazermos uso de obras, produto da cultura de massa, para trabalharmos em sala de aula com alunos adolescentes?

• É possível formarmos leitores a partir da leitura de tais obras? Justifique sua resposta.

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A partir da escolha das obras, responda as seguintes

questões:• Após constatar a existência de

conflitos ou assuntos referentes a problemas da contemporaneidade, verificar até que ponto a leitura de tais obras contribuem para o enriquecimento do ensino-aprendizagem em sala de aula. Como tais temáticas podem ser abordadas no espaço de ensino?

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A partir da escolha das obras, responda as seguintes

questões:• Que tipo de estratégias de ensino-

aprendizagem podem ser utilizadas no universo escolar? Tente comentar alguns aspectos sobre o gibi selecionado, aspectos positivos e negativos.

• OBS.: Tente pensar no fato de que os alunos vão na contramão do que é solicitado em aula, de modo que o ideal não seria proibir tais leituras, mas tentarmos enfocarmos assuntos relevantes dentro do contexto abordado na HQ.